Unidade 2 Uma linguagem, muitos elementos
Nesta Unidade:
TEMA 1 Teatro
TEMA 2 As origens do teatro
TEMA 3 O teatro na Grécia antiga
De olho na imagem
Faça no diário de bordo.
- Observe atentamente a imagem. O que mais chamou sua atenção?
- Essa fotografia faz você lembrar de alguma experiência que já teve? Em caso afirmativo, comente com os colegas.
- É possível identificar em que local essa apresentação está acontecendo?
- Descreva como os atores estão vestidos.
- Eles estão usando algum tipo de acessório?
- Como é o posicionamento corporal dos atores retratados? Descreva para os colegas.
- Em sua opinião, que história está sendo contada nesse espetáculo?
- Você imagina quais sons são produzidos durante a apresentação desse espetáculo? Converse com o professor e os colegas.
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1. Após a descrição da imagem, conte para seus colegas e para o professor o que mais chamou sua atenção.
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4. Que detalhe, ou detalhes, das vestimentas dos atores você destacaria? Por quê?
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6. O posicionamento corporal dos atores, apresentado na descrição, comunica algo para você? Conte para os colegas e para o professor qual foi a sua percepção sobre isso.
Artista e obra
O grupo Vilavox
O grupo Vilavox surgiu em 2001, em Salvador . Bahia A principal característica de seus trabalhos é a combinação do teatro com a música. Em O segredo da arca de Trancoso, por exemplo, além de atuar, os atores cantam e tocam instrumentos musicais. Na fotografia reproduzida a seguir, pode-se ver uma cena desse espetáculo em que um dos atores toca violão e canta, enquanto outros componentes do grupo o acompanham ao fundo.
Os integrantes do grupo Vilavox muitas vezes pesquisam elementos da cultura popular e os transportam para suas peças. O espetáculo Passaredo passarinholas, por exemplo, teve como referência histórias, brinquedos e brincadeiras que têm origem nas culturas indígenas e afro-brasileiras.
Além da montagem e da apresentação de espetáculos, o grupo Vilavox realiza oficinas em que especialistas orientam pessoas que nunca tiveram contato com a arte, ensinando-lhes uma prática artística. Nessas oficinas, acontecem aulas de canto, interpretação, confecção de máscaras, contação de histórias, entre outras.
Tema 1 O teatro
Uma arte convivial
Ao analisar a imagem da abertura desta Unidade, você descobriu que a peça O segredo da arca de Trancoso não acontece em um espaço fechado, mas na rua.
A criação de espetáculos realizados ao ar livre, como ruas e praças, é uma característica marcante do grupo Vilavox e de muitos outros grupos artísticos. A proposta desse grupo é que, em suas encenações, ocorra a aproximação espontânea entre os atores e o público. Em muitos casos, as pessoas que assistem podem participar do espetáculo.
Observe a fotografia a seguir. Nela, há uma mulher dançando com a atriz Ramona Gayão durante um ensaio da peça que aconteceu em uma feira livre.
Por dentro da arte
A história da peça
O autor do texto da peça O segredo da arca de Trancoso é o dramaturgo Luiz Felipe Botelho, e esse texto destina-se ao público infantojuvenil. No Tema 3, você conhecerá mais sobre esse dramaturgo (o autor teatral) e seu trabalho.
Em O segredo da arca de Trancoso, um menino recebe a missão de cuidar de uma arca (baú) de madeira. Ele enfrenta inúmeras situações, conhecendo pessoas que tentam enganá-lo, além de animais e criaturas sobrenaturais. Mas essa arca tem poderes mágicos e, por fim, acaba transformando a vida de todos que tentam descobrir o que há dentro dela. Cada pessoa, ao abri-la, descobre algo diferente em seu interior. Observe a fotografia a seguir e identifique a arca.
Faça no diário de bordo.
Experimentações
• Para escrever a peça O segredo da arca de Trancoso, o dramaturgo e ator Luiz Felipe Botelho buscou referências em contos do autor português Gonçalo Fernandes Trancoso ( cêrca de 1520-1596). O texto a seguir traz mais informações a esse respeito:
“Ainda é comum se ouvir a expressão ‘histórias de Trancoso’, ao se fazer referência a narrativas orais envolvendo personagens sobrenaturais e situações em que a fantasia se mistura com a realidade. A expressão teve origem há quase quatrocentos anos, algum tempo depois de chegarem ao Brasil exemplares da obra literária do português Gonçalo Fernandes Trancoso. Em seus livros, existe uma série de contos fortemente influenciados pela literatura oral lusitana. De sabor eminentemente popular e evocando um cenário de lembranças lusitanas, os contos de Trancoso foram facilmente acolhidos pelos colonos abastados, chegando em seguida, na fórma oral, aos que não podiam comprar os caríssimos livros. Difundidos e recontados no boca a boca das conversas noturnas após o café e antes do sono, misturavam-se com outras narrativas e modos de ver e pensar o mundo. Não tardou, e a expressão ‘contos de Trancoso’ passou a designar quaisquer contos nos quais se transcendiam os limites do possível. ” reticências
BOTELHO, Luiz Felipe. O segredo da arca de Trancoso. Prefácio. São Paulo: Paulinas, 2007. página 7-8.
Influenciado pelas histórias que são passadas de “boca a boca”, que tal criar com a turma seu próprio conto de Trancoso? Lembre-se de que as características principais desse tipo de história são: o envolvimento de personagens sobrenaturais, situações fantásticas que se misturam com a realidade, temas retirados do cotidiano coletivo e modos de ver e pensar o mundo.
Procedimentos
- Forme com a turma uma grande roda.
- O professor iniciará o jôgo com a seguinte frase: “Era uma vez e baterá uma palma.
- Em seguida, o estudante que estiver ao lado do professor continua a frase iniciando a criação de uma história.
- Quando o professor achar apropriado, dará uma palma. O estudante que estiver contando a história deve pausá-la imediatamente, a fim de que o colega ao seu lado dê continuidade a ela do ponto em que parou.
- Quando toda a turma tiver participado da atividade, o professor dirá “Fim da história”.
Deixe a sua imaginação guiar a atividade. Não é necessário que a história tenha “pé e cabeça”, mas sim que todos possam contribuir para a criação e que, assim como nos “contos de Trancoso”, ela possa “transcender os limites do possível”!
Avaliação
- Como você se sentiu ao ouvir as histórias criadas pelos colegas?
- Como se sentiu ao criar uma parte da história?
- Houve partes engraçadas, tristes ou curiosas na história?
- Houve momentos em que a história parou? O que a turma fez para retomá-la?
Registre a história criada e suas reflexões sobre a atividade em seu diário de bordo.
Os elementos da linguagem teatral
Nas primeiras páginas desta Unidade, você viu imagens de cenas de espetáculos de teatro desenvolvidos pelo Vilavox e descobriu que uma das características desse grupo é a utilização da música em suas apresentações. Além da música, o teatro pode reunir outros elementos, como as artes visuais, a poesia e a dança.
Os elementos visuais
Observe a fotografia desta página e note as cores, os recortes e os diferentes tipos de tecido usados na confecção do figurino que as atrizes estão utilizando. Observe também o material com o qual foram produzidas as máscaras usadas por elas. Esses e tantos outros elementos visuais são fundamentais nas montagens teatrais, pois ajudam na composição das personagens e dos cenários e são essenciais para contar a história, oferecendo informações e sensações ao espectador.
Os sons
Outro elemento essencial à linguagem teatral é o conjunto de sons produzidos em cena, como a voz dos atores quando falam ou cantam, as músicas que fazem parte da proposta do espetáculo e, também, os ruídos de algumas cenas, como aqueles produzidos por objetos e acessórios utilizados pelos atores.
Você sabia que até mesmo o som do atrito dos pés dos atores com o palco ou com o chão faz parte da sonoridade de uma cena? Ouça o áudio “Leitura dramática de um trecho da peça O segredo da arca de Trancoso” e tente identificar os sons que a compõem. Depois, comente com os colegas.
Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.
O espaço
Quando falamos em espaço, estamos nos referindo ao lugar em que o espetáculo acontece e a tudo que há nele, como os objetos, a cenografia, a iluminação e mesmo o corpo dos atores e das atrizes. Uma peça de teatro pode acontecer em um palco elevado ou com os atores diretamente no chão, pode ocorrer em uma sala fechada com divisão clara entre o palco e a plateia ou, até mesmo, em um espaço aberto, como na rua, onde o grupo Vilavox, por exemplo, apresenta seus espetáculos.
O corpo
Os corpos dos atores e das atrizes também integram os elementos da linguagem teatral. A expressividade do corpo do artista no espaço, através de gestos, deslocamentos, palavras ou sonoridades vocais, comunica aos espectadores a poesia, as ideias e as intenções de um espetáculo de teatro.
Faça no diário de bordo.
Foco na linguagem
- Quais outros elementos visuais você imagina que podem aparecer em uma peça teatral?
- Em que espaço a peça O segredo da arca de Trancoso acontece? E o espetáculo Canteiros de Rosa?
- Quais gestos você identifica na imagem do espetáculo O mundo tá virado...?
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1. Quais outros elementos de vestimenta e cenário, além desses que foram apresentados na descrição da imagem, você imagina que podem aparecer em uma peça teatral?
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3. O que chamou mais a sua atenção na descrição da imagem do espetáculo O mundo tá virado...?
O teatro de rua
As encenações que acontecem em locais fóra de construções convencionais (como um teatro, por exemplo) são chamadas de teatro de rua e são realizadas em espaços abertos, como ruas, praças e mercados. Encenações teatrais em espaços abertos acontecem desde os tempos mais antigos e, na atualidade, um número cada vez maior de grupos teatrais tem se dedicado ao teatro de rua.
Ser Tão Teatro
O Ser Tão Teatro é um grupo teatral de João Pessoa Paraíba que também incorpora a seu trabalho o teatro de rua. Formado em 2007, esse grupo se dedica ao desenvolvimento de projetos que procuram promover a aproximação com o público, utilizando uma linguagem que dialoga com as manifestações populares.
O espetáculo Flor de macambira, retratado nas fotografias desta página e da página seguinte, é um desses projetos. Essa montagem conta a história de uma jovem que, em meio a muitas aventuras, tenta recuperar seu amor. Flor de macambira reúne elementos do circo (como pernas de pau) e das tradicionais festas do boi do Nordeste (o bumba meu boi, por exemplo), e foi apresentado em ruas e praças de diversas cidades brasileiras.
Faça no diário de bordo.
Experimentações
• Siga as orientações do professor e as instruções a seguir para experienciar e perceber com o seu corpo as diversas possibilidades de expressão.
Procedimentos
- A turma deve ser dividida em dois grupos ( a e B). O grupo a será composto dos estudantes que entrarão em cena; e o grupo B, dos estudantes que observarão e farão anotações.
- Cada integrante do grupo a deve escolher um integrante do grupo B para lhe observar e fazer anotações sobre a sua encenação.
- Uma área do espaço deve ser reservada para as encenações e a outra, para os observadores.
- Os integrantes do grupo A devem caminhar livremente pelo espaço de cena, como caminham no cotidiano, como se estivessem em uma rua tranquila, caminhassem em direção à escola, dentro de um parque ou mesmo dentro de um mercado etcétera
- Esteja atento! Ao comando do professor, pare onde estiver.
- O professor, então, solicitará a cada um dos integrantes do grupo A que escolha uma parte de seu corpo para focar a atenção, como os pés, os joelhos, a cintura, a coluna, o pescoço, um dos braços, as mãos, o rosto, o topo da cabeça etcétera
- Volte a caminhar por onde imaginou, mas com a atenção voltada para essa parte do corpo.
- Agora, encontre fórmas não cotidianas de caminhar, conforme as sugestões do professor, mantendo, ainda, o foco na parte escolhida.
- Ao comando do professor, finalize a pesquisa de movimentos.
- Os integrantes do grupo a devem compartilhar com sua dupla do grupo B as impressões sobre a experiência vivida. E o estudante que observou a cena deve indicar qual personagem ele imaginou que estava sendo encenado, onde estava e para onde estava caminhando, dentre outras percepções.
- Agora é a hora de os integrantes do grupo a e B compartilharem em uma grande roda a experiência de estar na área de cena e a de estar na área de observação. Compartilhem as dificuldades e as descobertas proporcionadas pelo exercício.
- É hora de inverter os papéis. Os integrantes do grupo B integrarão o espaço de cena; e os do grupo , o espaço de observação. a
- Anote as impressões e as sensações dessa experiência em seu diário de bordo!
Avaliação
- Como foi caminhar de fórma não cotidiana?
- Como foi experimentar no corpo e no deslocamento no espaço tais sensações?
- Como foi observar o colega em ação?
- Como se sentiu realizando a ação?
- Como se sentiu observando a ação?
- Quais diferenças você sentiu entre estar agindo em cena e estar observando a cena?
- Foi possível imaginar personagens e situações observando o colega em ação?
- Quais elementos estudados ao longo da Unidade você acredita ter experienciado por meio desse exercício?