Unidade 1  Arte e espaços de expressão

Fotografia. Detalhe de pintura mural, mostrando um menino de cabelo curto preto. Ele veste camiseta branca e está deitado de barriga para baixo, segurando uma bola de basquete. Ao redor do menino há desenhos simétricos em preto e amarelo e listras verdes e amarelas.
Narú, Ananda. Detalhes de Reis e rainhas de Lakeview Terrace. 2016. Pintura mural, 200 por 7 métros (dimensão total da obra). Cleveland, Estados Unidos. Fotografia de 2016.

Nesta Unidade:

TEMA 1 Paredes e muros como espaços de expressão

TEMA 2 Representações rupestres

TEMA 3 A arte do grafite

Respostas e comentários

Competências da Bê êne cê cê

As competências favorecidas nesta Unidade são:

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 7, 8 e 9.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2 e 5.

Competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental: 1, 3, 4, 5, 7, 8 e 9.

Objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê

As habilidades favorecidas nesta Unidade são:

Artes visuais

Contextos e práticas

(ê éfe seis nove á érre zero um)

(ê éfe seis nove á érre zero dois)

Elementos da linguagem

(ê éfe seis nove á érre zero quatro)

Materialidades

(ê éfe seis nove á érre zero cinco)

Processos de criação

(ê éfe seis nove á érre zero seis)

(ê éfe seis nove á érre zero sete)

Sistemas da linguagem

(ê éfe seis nove á érre zero oito)

Artes integradas

Contextos e práticas

(ê éfe seis nove á érre três um)

Processos de criação

(ê éfe seis nove á érre três dois)

Matrizes estéticas e culturais

(ê éfe seis nove á érre três três)

Patrimônio cultural

(ê éfe seis nove á érre três quatro)

Arte e tecnologia

(ê éfe seis nove á érre três cinco)

Sobre esta Unidade

Nesta Unidade, as artes visuais são apresentadas como ferramenta de intervenção no espaço, com variação de uso e função em cada época e contexto. A ênfase é no muralismo mexicano, na arte rupestre e na linguagem do grafite. A reflexão sobre a transposição da arte do papel para o espaço e sobre o seu uso se dá a partir da articulação entre diferentes referências e propostas: exemplos de artistas nacionais e internacionais, propostas de pesquisa sobre o patrimônio cultural, leituras e também a imersão em processos de criação com diferentes técnicas e materiais experimentação com o retroprojetor; pintura com têmpera; estêncil , culminando na elaboração de cartazes em lambe-lambe para levar mensagens dos estudantes à comunidade escolar.

De olho na imagem

Fotografia. Vista de pintura mural em um viaduto, mostrando crianças e jovens como se estivessem debruçados sobre um muro. Todos são afrodescendentes. No primeiro plano, há um menino de cabelo curto preto, segurando uma bola de basquete. Ao fundo e ao redor das figuras humanas há desenhos simétricos em preto e amarelo e outros elementos decorativos em verde e amarelo, em tons de azul e em vermelho e preto.
Fotografia. Detalhe de pintura mural mostrando um menino de cabelo curto preto, debruçado para a frente, com o queixo apoiado na mão. Ele veste roupa vermelha com grafismos pretos. Ao redor do menino há desenhos simétricos em preto e amarelo e outros elementos decorativos em tons de azul e em verde e amarelo.
Narú, Ananda. Detalhes de Reis e rainhas de Lakeview Terrace. 2016. Pintura mural, 200 por 7 métros (dimensão total da obra). Cleveland, Estados Unidos. Fotografias de 2016.

Faça no diário de bordo.

  1. O que mais chama sua atenção na obra retratada nas fotografias desta página e na página de abertura?
  2. Quem seriam as pessoas representadas no mural? Por que algumas delas seguram uma bola de basquete? Em sua opinião, essas pessoas existem?
  3. Observe a legenda das fotografias e identifique o título do mural.
  4. Em sua opinião, o que significa o título do mural? Por que Ananda Narú deu esse título para essa criação artística?
  5. Observe novamente as imagens. Que cores você consegue identificar? Por que a artista teria utilizado essas cores?
Versão adaptada acessível

5. Com base na descrição das imagens, cite quais cores foram utilizadas na pintura. Por que a artista teria utilizado essas cores?

  1. Qual foi o suporte usado pela artista para criar essa obra?
  2. Que material Ananda Narú usou na produção desse trabalho artístico?
  3. No município ou na região onde você mora, há obras parecidas com essa? Em caso afirmativo, descreva-as para os colegas.
Respostas e comentários

De olho na imagem

Enfatize o fato de as imagens mostradas nesta página serem diferentes da reproduzida na abertura da Unidade, embora representem detalhes da mesma obra.

Ao realizar a leitura da imagem por meio das questões da seção De olho na imagem, realize uma avaliação diagnóstica. Assim, ao mesmo tempo, você avalia se o grupo tem ferramentas e vocabulário para realizar a leitura de imagem; observa como o grupo interage e se reveza para participar da conversa, contribui para as respostas às perguntas e acolhe as colocações dos colegas; investiga qual é a percepção dos estudantes sobre esse imaginário estético a partir da memória sobre o próprio contexto em que vivem. Neste momento, é possível identificar alguns pontos: (a) interação entre o grupo, (b) dinâmica de participação individual, (c) repertório cultural, (d) interesses artísticos do grupo e (e) relações construídas com as vivências e o cotidiano dos estudantes. Tome nota dessas observações para retomá-las ao longo e ao final da Unidade, com atenção à dimensão avaliativa que perpassa todo o conteúdo do livro e às possibilidades de readequação das proposições de acordo com os seus diagnósticos sobre a turma.

1. Estimule os estudantes a observar os detalhes das imagens do mural. Depois, incentive-os a dizer as impressões que tiveram. Anote na lousa os elementos que mais chamaram a atenção deles.

2. Incentive-os a elaborar hipóteses sobre quem é representado nesse mural. Talvez eles mencionem “crianças” ou “adolescentes”. Depois, comente que Ananda Narú é uma artista brasileira escolhida por uma instituição cultural de Cleveland, no estado de Ohio, nos Estados Unidos, para participar de um projeto que envolveu artistas de diversos países. A proposta de Ananda foi fazer um grande mural representando rostos de crianças ou adolescentes que vivem em Lakeview Terrace, um conjunto habitacional de Cleveland onde moram predominantemente famílias de origem africana. Com essa informação, pergunte a eles o que teria motivado a representação das bolas de basquete. Depois, comente que o basquete é um dos esportes mais populares nos Estados Unidos. Leve os estudantes a discutir se a imagem mostraria uma bola de basquete caso essa pintura mural estivesse no Brasil.

3. Chame a atenção para as legendas, que sempre aparecem com as letras um pouco menores, próximas das imagens do livro. Peça a eles, então, que localizem a legenda do mural de Ananda Narú e ajude-os a identificar o título dessa obra.

Depois, comente que, nesta coleção, os títulos sempre serão destacados com o uso do negrito.

Pergunte aos estudantes se eles imaginam o motivo de haver na legenda o termo detalhe. Deixe que eles respondam e, depois, explique que isso acontece pelo fato de o mural não estar representado em sua totalidade na fotografia.

4. Estimule os estudantes a dizer suas hipóteses livremente.

Após ouvir as opiniões, relembre-os de que a localidade onde o mural foi feito tem predominância de moradores de origem africana; por essa razão, Ananda Narú decidiu incluir elementos culturais africanos nesse mural. O padrão estético presente em tecidos africanos tradicionais e as cores de trajes de reis e de rainhas africanos, por exemplo, foram alguns dos elementos que Ananda incorporou a essa obra. Conclua comentando com eles que essa é uma das razões pelas quais ela atribuiu o título Reis e rainhas de Lakeview Terrace à obra.

5. Oriente a leitura da imagem. Peça-lhes que permeiem toda a extensão do mural nas imagens. É provável que mencionem as cores verde, amarela, branca, preta, laranja, azul, marrom e vermelha. Explique que os grafismos nas cores amarela e preta, ao fundo, representariam os padrões observados em tecidos tradicionais africanos e mencionados anteriormente. Se possível, apresente algumas imagens da internet desses tecidos. Por fim, comente que o vermelho é utilizado para formar uma espécie de manto real, uma referência às rainhas e aos reis africanos, conferindo uma aura de “majestade” às crianças (e adolescentes) que vemos na obra e que representam todas as crianças moradoras do conjunto habitacional Lakeview Terrace.

6. Pergunte aos estudantes se eles sabem o significado da palavra suporte no enunciado da atividade. Explique que chamamos de suporte a base ou a superfície utilizada pelo artista para produzir sua obra. Após ouvir as hipóteses deles, conclua informando que o suporte para essa obra é um muro.

7. Ouça as respostas dos estudantes. Depois, comente que a palavra material refere-se aos objetos que a artista utilizou para pintar o mural. Ao final, comente que ela usou tinta acrílica para produzir a obra.

8. Estimule-os a descrever as obras que eles observaram pela cidade e, se possível, oriente-os a fotografar e documentar essas obras, que poderão ser utilizadas como referências para conversas e propostas futuras a serem trabalhadas ao longo da Unidade.

Artista e obra

Ananda Narú

A artista visual Ananda Narú nasceu em Juazeiro (Bahia) e, em 2001, mudou-se para Salvador (Bahia), onde fez faculdade e passou a se dedicar ao estudo de diversas fórmas de expressão artística, como a fotografia, a pintura e a gravura.

O conhecimento de técnicas variadas possibilita à artista produzir obras que integram elementos de diferentes fórmas de expressão artística. Por exemplo, para desenvolver o mural apresentado nestas páginas, Ananda Narú realizou diversos ensaios fotográficos com crianças que moram no conjunto habitacional Lakeview Terrace, onde o mural foi produzido. Depois, selecionou seis fotografias que considerou significativas e as projetou sobre o muro. Com base nessa projeção, Ananda fez esboços e, depois, realizou a pintura. Para a realização do mural, ela contou com a ajuda de artistas e de moradores locais.

Além da fusão de diferentes técnicas, outra característica marcante da produção de Ananda Narú é a criação de obras que integram elementos de diferentes culturas. Essa integração é um traço marcante do mural Reis e rainhas de Lakeview Terrace.

Fotografia. Mulher de cabelo longo loiro, vestindo blusa com estampas nas cores marrom e laranja e jaqueta laranja. Atrás dela há pintura desfocada do rosto de um menino destacando seus olhos castanhos.
A artista Ananda Narú com detalhe do mural Reis e rainhas de Lakeview Terrace (2016), ao fundo. Fotografia de 2016.
Fotografia. Mulher de cabelo longo loiro, vestindo blusa laranja e calça preta. Está no alto de uma escada pintando um mural em tons de azul com sombras azuis-escuras de animais.
Ananda Narú trabalha na pintura do mural Reis e rainhas de Lakeview Terrace (2016). Fotografia de 2016.

Tema 1  Paredes e muros como espaços de expressão

A pintura mural

A obra de Ananda Narú que conhecemos nas páginas anteriores é uma pintura mural, nome dado às pinturas produzidas em paredes, muros ou tetos.

A pintura mural é realizada por diferentes povos desde os tempos mais antigos. A imagem a seguir, por exemplo, mostra a réplicaglossário de um mural produzido em Teotihuacáncidade construída por volta de 100 antes de Cristo e localizada no Planalto Central do México.

Fotografia de pintura mural. Sobre um fundo vermelho,  a imagem em tons de laranja, verde e amarelo mostra dois homens usando máscaras e roupas com adornos longos e plumas, posicionados um de cada lado de uma figura que ocupa o centro da imagem. Os homens levam jarros coloridos em direção à figura central. Sentada em um trono, essa figura usa uma máscara grande com plumas e está de braços abertos. No topo da cabeça, há tentáculos coloridos.
Civilização pré-colombiana de Teotihuacán. Reconstrução de uma pintura mural representando uma divindade da área arqueológica de Teotihuacán. 1995. Dimensões desconhecidas. Museu Nacional de Antropologia, Cidade do México, México. Fotografia de 2018.

Os murais de Teotihuacán foram produzidos por povos que habitavam o continente americano antes da chegada dos europeus e constituem uma fonte importante de informações sobre a organização religiosa e social de povos que viveram no território que corresponde ao atual México. Os murais criados por esses povos, em geral, representam divindades e revelam aspectos de sua religiosidade. A imagem desta página, por exemplo, mostra a representação de dois sacerdotes que aparentemente fazem uma oferenda a uma divindade, representada no centro do mural.

Respostas e comentários

Objetivos

  • Compreender que a arte pode ocupar outros espaços, além de museus e galerias.
  • Conhecer e contextualizar a arte mural como manifestação artística contemporânea.
  • Compreender o uso de paredes e muros como suporte para a expressão artística em diferentes períodos históricos.
  • Compreender o muralismo mexicano como movimento artístico.
  • Experienciar a projeção de imagens para superfícies de grandes escalas.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre zero um), (ê éfe seis nove á érre zero dois), (ê éfe seis nove á érre zero cinco), (ê éfe seis nove á érre zero seis), (ê éfe seis nove á érre zero sete), (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro).

Contextualização

Inicie o trabalho apresentando a imagem. Comente que o mural de Teotihuacán mostra, ao centro, Tlaloc – deus supremo da chuva (e das coisas a ela relacionadas, como a fertilidade terrestre) na mitologia asteca (civilização que vivia nessa região por volta dos séculos catorze a dezesseis). Chame a atenção para a representação de gotas de chuva/água caindo principalmente de suas mãos. Também é importante mencionar que se trata da metade superior do mural. Com base nessa observação, você pode instaurar uma dinâmica de leitura de imagem, tal como a desenvolvida nas páginas anteriores. Você pode perguntar aos estudantes o que veem, como imaginam que a obra foi feita e quais relações eles fazem com o seu repertório cultural pessoal. Estimule-os a elaborar hipóteses e a tecer relações com aquilo que já conhecem.

Se julgar oportuno, apresente mais informações sobre Teotihuacán. Explique que essa cidade, situada no planalto central do México, foi construída por volta de 100 antes de Cristo e que chegou a ter uma população de quase 100 mil pessoas. Comente que Teotihuacán se destacou pela construção de complexos residenciais e um magnífico centro cerimonial, onde foram erguidas a Pirâmide do Sol e a Pirâmide da Lua. Se for possível, estabeleça uma parceria com o professor de História ao abordar esse tema. Vocês poderão fazer uma aula expositiva conjunta. Para isso, utilizem mapas e fotografias de ruínas ou templos dos povos pré-colombianos para situar os estudantes em relação à estética e ao uso da arte por esses povos.

Os murais egípcios

Na Antiguidade, a pintura mural era realizada por diversos povos, como os egípcios, os gregos e os romanos. Para produzir esse tipo de pintura, em geral, aplicava-se nas paredes uma camada de gesso ou cal e, então, a pintura era feita utilizando tinta pura ou diluída em água. No Egito antigo, a pintura mural era produzida no interior de construções, como palácios e túmulos. Observe a imagem a seguir. Ela mostra um detalhe de um mural produzido pelos egípcios no século catorze antes de Cristo

Fotografia. Pintura mural apresentando três homens de perfil: o do meio está com coroa dourada, colares coloridos e tecido branco ao redor da cintura. À esquerda, há um homem com cabeça de águia e tecido dourado e branco ao redor da cintura. À direita, homem com cabeça de cachorro e tecido dourado e branco ao redor da cintura. Atrás desses personagens, ao fundo, há paredes ricamente ornamentadas com motivos variados em tons de marrom, dourado e branco e hieroglifos.
Detalhe de pintura mural encontrada em câmara mortuária de um faraó. Século catorze antes de Cristo Sem dimensões. Vale dos Reis, Luxor, Egito. Fotografia de 2006.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Observe a imagem desta página e responda:
    1. Descreva para os colegas e o professor as figuras que você vê na imagem.
    2. Você imagina o que essas figuras representam?
    3. Qual seria a intenção dos egípcios ao realizar essa pintura mural?
Versão adaptada acessível

1. Com base na imagem desta página, responda:

a) Compartilhe com os colegas e o professor o que mais chama a sua atenção na imagem.

b) Você imagina o que essas figuras representam?

c) Qual seria a intenção dos egípcios ao realizar essa pintura mural?

Para Assistir

O príncipe do Egito. Direção: çáimon uéls, Brenda tchápman e istív . Produção: DreamWorks Animation. Estados Unidos: DreamWorks Pictures, 1998. 1 dêvedê (99 minutos).

Essa animação se baseia no livro bíblico Êxodo e conta a história de Moisés, jovem de origem hebraica que foi criado como príncipe no Egito. Nessa animação, são recriadas pinturas murais realizadas pelos egípcios.

Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que a produção artística no Egito antigo estava ligada ao poder dos governantes, os faraós. Para aprofundar esse tema, leia o texto “Arte para a eternidade” nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Foco na linguagem

1. a) Observe a imagem com os estudantes. Estimule-os a apresentar suas impressões a respeito dos detalhes da imagem. Possivelmente, os estudantes comentarão que a pintura mostra três personagens representadas de corpo inteiro. As três estão descalças e usam indumentária e adereços que remetem ao Egito antigo. Chame a atenção para o fato de o corpo humano ser representado de maneira característica nessa pintura: enfatize que as personagens foram retratadas com o tronco e os olhos voltados para quem observa a imagem; a cabeça, as pernas, os braços e os pés estão de perfil. Comente com os estudantes que, na arte egípcia, as regras de representação do corpo humano eram realizadas de acordo com a religião. Um de seus princípios fundamentais foi definido pela chamada lei da frontalidade. Para demonstrar o que isso significa, solicite aos estudantes que observem novamente as três figuras. Peça a eles que comentem os detalhes do posicionamento dos corpos.

b) Incentive os estudantes a elaborar hipóteses. Após ouvir as considerações deles, comente que a imagem mostra, ao centro, o faraó Ramsés segundo (que governou o Egito de 1279 antes de Cristo a 1213 antes de Cristo), tendo à esquerda do leitor o deus Hórus (o deus Falcão) e à direita o deus Anúbis (cabeça de chacal e protetor dos mortos).

c) Após ouvir as considerações dos estudantes, comente que a arte egípcia tinha função religiosa e funerária. Por essa razão, as principais obras dessa civilização que conhecemos hoje serviam para adornar as tumbas dos faraós (pirâmides) ou para acompanhar os mortos em sua “viagem ao além” (sarcófagos, esculturas, pinturas, máscaras mortuárias etcétera).

Indicação

Acesse os conteúdos de Egito antigo: múmias e mistérios, da plataforma virtual Google Arts & culture, disponível em: https://oeds.link/jdl4J5 (acesso em: 20 abril 2023). Nela é possível encontrar diversos conteúdos sobre coleções de arte egípcia. Caso decida converter essa referência em material para a sala de aula, problematize a presença dessas coleções em museus europeus e conduza uma reflexão sobre por que elas não estão no próprio Egito, resultado de séculos de exploração e usurpação desse patrimônio nos primórdios da arqueologia, durante a expansão imperialista dos países europeus nos séculos dezoito e dezenove.

Muralismo: arte e política

Observe a obra reproduzida a seguir e responda às questões propostas.

Fotografia. Detalhe de pintura mural: homens trabalhando em lavoura de cana-de-acúcar. Usam roupas brancas e alguns estão de chapéu bege. Eles colhem e transportam feixes de cana. À esquerda, em primeiro plano, um homem de cabelo curto preto e chapéu marrom, de luvas e botas, vestindo camisa amarela e calça marrom, está montado em um cavalo branco e segura um chicote. Ao fundo, há homens seminus puxando uma carroça cheia de cana sendo observados por um homem de casaco e calça marrom que segura uma vara comprida em formato de lança.
RIVERA, Diego. Detalhe de Escravidão na plantação de cana-de-açúcar, Tealtenango, Morelos.1930-1931. Pintura mural, 4,35 por 2,82 métros. Museu Regional Cuauhnáhuac, Cuernavaca, México.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Observe a imagem e responda:
    1. Você reconhece as personagens representadas nessa pintura mural? O que cada uma delas está fazendo?
    2. Que título você daria a esse mural?
    3. Qual seria a intenção do artista Diego Rivera ao produzir esse trabalho artístico?
Versão adaptada acessível

1. Com base na descrição da imagem, responda:

a) Você reconhece as personagens representadas nessa pintura mural? Explique, de acordo com os seus conhecimentos, os motivos que levam cada uma delas a agir de acordo com o que foi descrito.

b) Que título você daria a esse mural?

c) Qual seria a intenção do artista Diego Rivera ao produzir esse trabalho artístico? 

Respostas e comentários

Contextualização

Diego Rivera (1886-1957) é considerado um dos artistas mais importantes do muralismo mexicano.

A pintura mural retratada nesta página faz parte de uma série criada por Diego Rivera, intitulada História de Cuernavaca e Morelos.

Foco na linguagem

1. a) Ajude os estudantes na observação da obra e na identificação das personagens retratadas nela. Chame a atenção deles para as figuras dos camponeses (de pele escura e com vestes brancas) trabalhando e do capataz (de pele clara, que controla o trabalho e é a figura central da composição). Ao fundo, é possível ver um grupo que transporta cana-de-açúcar e outro (no alto, à direita) que manuseia tachos que contêm um líquido de tom amarelado (no preparo do açúcar). Pergunte-lhes se é possível relacionar as personagens retratadas na obra com figuras da história do Brasil. Incentive-os a emitir a própria opinião. Depois, conclua informando que, assim como o Brasil, o México foi colonizado por europeus, o que resultou em séculos de exploração das pessoas racializadas indígenas e negras.

Ao trabalhar com representações do período da colonização, é importante destacar o uso da violência como recurso da dominação dos colonizadores sempre que ela estiver representada.

As próximas páginas apresentarão uma imagem que inverte essa narrativa e que mostra uma pessoa racializada indígena como protagonista da cena. Busque, então, apresentar contrapontos contemporâneos que representem pessoas racializadas negras e indígenas em posições dignas para fortalecer a autoestima dos estudantes negros e indígenas e reverter o imaginário estético que as associa a ícones negativos.

b) Peça aos estudantes que observem o título original do mural e que considerem elementos como a postura corporal, a vestimenta e a cor da pele das personagens para propor um novo título para a obra. Essa questão possibilitará aos estudantes atribuir sentidos à obra. ­Problematize o fato de, apesar de toda a economia colonial desses países basear-se no trabalho das pessoas que efetivamente desempenham uma função na imagem, até hoje a desigualdade se mantém e as riquezas estão concentradas nas mãos dos colonizadores e de seus descendentes.

c) Após ouvir a opinião da turma, comente que, nesse mural, ao representar um momento da história do México, Diego Rivera desejava chamar a atenção das pessoas para a opressão exercida pelos colonizadores europeus em relação à população nativa do México.

Muralismo Mexicano

Na página anterior, vimos o detalhe de um mural pintado pelo artista mexicano Diego Rivera (1886-1957) nos anos 1930.

Rivera fez parte de um movimento em que, na primeira metade do século vinte, os artistas produziram pinturas murais com forte sentido social e político. Esse grupo teve um profundo engajamento com a Revolução Mexicana (1910-1920), fazendo da arte mural um espaço fundamental de representação das tradições culturais populares e indígenas e um importante veículo de comunicação com as massas, com forte vocação educativa. Ali, muitos trabalhadores puderam ver suas histórias – e não apenas as das elites – representadas pela arte pela primeira vez.

Esse movimento se tornou conhecido como muralismo mexicano, e suas obras eram caracterizadas pela monumentalidade e pelo modo realista como os elementos eram representados. Havia a preocupação de criar obras de alcance social, o que explica a opção pelos murais, e não por obras para serem expostas em museus e galerias.

Outros representantes do muralismo mexicano foram Deivid Siqueiros (1896-1974) e José Orozco (1883-1949), autor do mural que você vai conhecer na próxima página.

Um aspecto importante do movimento muralista foi o resgate das culturas ameríndiasglossário . Nos murais de Rivera e de Orozco, podemos notar referências à produção imagéticaglossário dos povos que habitavam o território mexicano antes da chegada dos colonizadores europeus. Um exemplo é a réplica de pintura mural reproduzida na página 13.

Fotografia em preto e branco. Homem de cabelo curto e óculos de armação arredondada, vestindo paletó e gravata. Está segurando pincéis e um godê com tintas variadas.
Diego Rivera terminando um de seus murais no saguão do Cardiac Institute, Cidade do México, México, cêrca de 1940.
Fotografia em preto e branco. Homem de cabelo curto e óculos de armação arredondada, vestindo camisa clara e avental escuro. Atrás dele há um mural com uma pintura de um homem de cabelo, bigode e barba longos, vestindo uma túnica.
José Clemente Orozco é fotografado trabalhando em um mural (cêrca de 1932-1934). Acervo da Faculdade de Dartmouth, Hanover, Estados Unidos.
Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que ameríndios é outro termo para definir os povos indígenas que habitam o território que hoje chamamos “América” desde muito antes da chegada dos europeus ao continente. Na América Latina, esses povos eram os incas, os maias e os astecas, entre outros.

Aspectos políticos

É fundamental que os estudantes compreendam que, considerando o contexto político do México na primeira metade do século vinte, a arte dos muralistas ocupava um lugar de destaque no projeto de construção de uma nação mais justa, com o tema “terra e liberdade”. Os principais horizontes desse movimento eram a reforma agrária e o reconhecimento dos direitos dos povos originários, cujos descendentes são um percentual significativo do México atual.

As influências estéticas

Reforce a ideia de que, do ponto de vista do repertório visual, os artistas do muralismo mexicano lançaram mão de diferentes influências, como as relacionadas às antigas culturas maia e asteca, à arte popular e ao folclore locais, além das correntes da arte moderna europeia para criar uma arte genuinamente mexicana.

Comente com os estudantes que a estética do muralismo mexicano tem forte influência de duas vanguardas europeias muito importantes nos primórdios da assim chamada “arte moderna”: Cubismo, em que o aspecto construtivo da imagem, muitas vezes com forte vocação geométrica, era enfatizado também com atenção à sensação de movimento e a elementos associados ao trabalho, à industrialização e ao desenvolvimento urbano; Expressionismo, em que as imagens são distorcidas ou exageradas em suas fórmas e cores para a expressão da dimensão psicológica da cena e das personagens.

Para além dessa interlocução com as vanguardas europeias, o muralismo encontra muitos pontos de convergência com a emergente arte mural em toda a América Latina: Antonio Berni (1905-1981) na Argentina, todo o movimento muralista chileno e Candido Portinari (1903-1962), com sua pintura mural brasileira, produzem uma arte com forte vocação política e educativa. Os murais, pintados em lugares públicos e de acesso da classe trabalhadora, representam as tradições culturais que formaram o país e apresentam trabalhadores com as ferramentas de trabalho, os trajes e a corporalidade (grandes mãos, grandes pés) que afirmam a dignidade presente em sua história e em seu trabalho, em oposição aos maneirismos das academias de arte, que, por muito tempo, privilegiaram a estética das elites palacianas na representação dos corpos.

América hispânica, de José Orozco

Observe, a seguir, a pintura mural do artista José Clemente Orozco. Depois, responda às perguntas.

Fotografia. Detalhe de pintura mural, que mostra, ao centro, um homem de chapéu largo preto, vestindo camisa branca e calça preta. Com a mão direita, segura uma espingarda que está apoiada no chão. Traz cartuchos de bala ao redor do tronco, cruzados no peito. Ao fundo, à esquerda e à direita, há diversos homens fardados, usando diferentes uniformes. À direita, a mão de um deles levanta um punhal na direção do personagem central. Na parte inferior, há sacos dos quais transbordam  moedas douradas.
OROZCO, José Clemente. Detalhe de América hispânica. 1932-1934. Pintura mural, dimensões variadas. Faculdade Dartmouth, Hanover, Estados Unidos.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Observe a imagem e responda:
    1. Descreva o detalhe da pintura mural.
    2. Compare a personagem central dessa obra com a personagem central da obra da página 15 e responda: o que há de diferente entre essas personagens?
    3. Em sua opinião, essas obras de Orozco e de Rivera retratam o mesmo período histórico?
Versão adaptada acessível

1. De acordo com a descrição da imagem, responda:

a) Que detalhe chama mais a sua atenção nessa imagem?

b) Compare a personagem central dessa obra com a personagem central da obra da página 15 e responda: o que há de diferente entre essas personagens?

c) Em sua opinião, essas obras de Orozco e de Rivera retratam o mesmo período histórico?

Respostas e comentários

Contextualização

Se julgar oportuno, comente com os estudantes que o detalhe da obra apresentada nesta página integra um mural de maiores dimensões intitulado América hispânica (1932-1934), de Orozco.

Foco na linguagem

1. a) Peça aos estudantes que façam a leitura da imagem, começando pelo todo, e, aos poucos, dando atenção aos detalhes. Nesse momento, a proposta é que eles elenquem os elementos da obra e, por essa razão, não apresentem detalhes sobre as personagens representadas. Uma sugestão é que você escreva na lousa à medida que eles forem citando.

b) Espera-se que os estudantes percebam que, na obra de Diego Rivera, a personagem central é um homem branco montado em um cavalo, provavelmente um colonizador europeu, e que, na obra de José Orozco, a personagem central é mestiça.

item cê Observe atentamente com os estudantes as duas obras e peça a eles que digam, cada um na sua vez, os detalhes que eles observam em ambas; uma sugestão é que você vá registrando esses elementos na lousa, em duas colunas diferentes: uma para a obra de Rivera e outra para o ­trabalho de Orozco. Depois, reveja com os estudantes os detalhes de cada uma das obras. Relembre que a obra de Rivera representa o México colonial e informe que a obra de ­Orozco apresenta a Revolução Mexicana. Se julgar oportuno, comente que a personagem central da obra de Orozco é Emiliano Zapata (1879-1919), um dos líderes da Revolução Mexicana. Chame a atenção para o fato de o artista ter representado um membro do exército, provavelmente um general, preparando-se para apunhalar Zapata.

Revolução Mexicana

Relembre os estudantes de que a Revolução Mexicana foi um movimento que teve início em 1910 como oposição à ditadura que vigorava no país desde 1884. Os principais objetivos dos líderes dessa revolução eram o combate à miséria e à exploração dos trabalhadores, o resgate da cultura indígena e a distribuição justa de terras. A Revolução Mexicana culminou com a promulgação de uma constituição para o país em 1917.

A abordagem aqui proposta subsidia uma avaliação processual do desenvolvimento dos estudantes. Enquanto realizam a proposta, observe se eles compreenderam que a ideia do muralismo é tornar as imagens da arte visíveis para todos e que as histórias retratadas possibilitam que as pessoas se sintam representadas.

Como eles pensam a desafiadora operação de fazer uma imagem que não se encerra em uma folha de papel A4, mas sim em uma parede inteira?

Arte e muito mais

Portinari e a pintura mural brasileira

A obra Cacau faz parte de uma série de pinturas murais em que o artista Candido Portinari destaca os ciclos da economia brasileira. Além da produção de cacau, foram abordados nessa série temas como a mineração, o cultivo de algodão, a exploração do pau-brasil e a pecuária. As questões sociais foram uma temática importante da obra de Portinari. Na obra Cacau, por exemplo, os trabalhadores ocupam papel de destaque, exatamente como nos exemplos de pintura mural apresentados anteriormente. O cacau, muito usado para a produção de chocolate, foi por muito tempo um motor da economia do sul da Bahia.

Fotografia. Pintura mural que mostra trabalhadores rurais. Três homens, de de roupas claras, estão sentados ao redor de uma pilha de frutos de cacau. Um deles utiliza um facão. À esquerda, no primeiro plano, uma figura feminina observa o trabalho. Ao fundo, à esquerda, uma mulher de vestido branco comprido equilibra uma vasilha na cabeça.
PORTINARI, Candido. Cacau. 1938. Pintura mural, 2,8 por 2,98 métros. Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro Rio de Janeiro.

O trabalho dos muralistas mexicanos influenciou intensamente o artista brasileiro Candido Portinari (1903-1962), cujas pinturas murais refletiam a cultura e a realidade social do povo brasileiro.

Faça no diário de bordo.

Ícone. Tema contemporâneo transversal Economia.

Com base neste exemplo, faça uma pesquisa sobre outras obras do artista Candido Portinari que representem o tema Trabalho. Essa pesquisa pode ser feita pela internet ou na biblioteca da sua escola. Você escolherá uma única obra, mas antes de escolher, é importante buscar e comparar diferentes obras. Ao final, escreva uma reflexão sobre a obra escolhida, considerando o tipo de trabalho que ela representa e as relações com a pintura mural.

Para Acessar

Projeto Portinari. Disponível em: https://oeds.link/Uzn2ty. Acesso em: 9 maio 2022.

O site Projeto Portinari surgiu em 1979, por iniciativa de João Candido Portinari, filho do artista Candido Portinari. Os principais objetivos do portal são resgatar a vida e a obra do artista e promover atividades educativas. No site, é possível conhecer mais sobre a vida e o trabalho de Portinari e visualizar suas obras.

Respostas e comentários

Arte e muito mais

Desta­que as relações entre a obra de Portinari e o Trabalho, que integra o Tema contemporâneo transversal Economia, que configura uma oportunidade para uma abordagem interdisciplinar com componentes curriculares como História e Geografia. Em Cacau, Portinari não apenas destaca um dos ci­clos econômicos mais impor­tantes da história do Brasil, como também consolida o ponto forte da pintura mural: fazer da arte uma ferramenta de educação popular e de re­presentação da história social.

Proposta de pesquisa

Oriente os estudantes a desenvolver uma pesquisa sobre o tema para que internalizem os procedimentos próprios dessa prática, como buscar, analisar, comparar, sistematizar e apresentar informações e opiniões, seja pela via da escrita ou da oralidade. Para isso, siga o passo a passo:

1. Os estudantes poderão realizar a pesquisa individualmente, mas você pode adaptar a proposta para que pesquisem em duplas ou trios, de modo que compensem possíveis dificuldades com a somatória de suas competências e habilidades. Este é o primeiro exercício de pesquisa do volume, e por isso é uma oportunidade de identificar as dificuldades do grupo com os procedimentos de pesquisa.

2. A pesquisa poderá ser realizada por meio de celular e computadores que estejam à sua disposição, mas também é possível verificar com antecedência se a biblioteca da escola tem algum material de referência sobre o artista ou outros modernistas que tenham tematizado o trabalho.

3. Os estudantes deverão (a) localizar diferentes obras do artista em sites de busca; (b) compará-las; (c) escolher uma única obra; (d) sistematizar as reflexões sobre a obra, como as relações que ela tem com o tema, as suas características visuais e os pontos de contato com as pinturas murais já trabalhadas; (e) refletir sobre possíveis relações entre as imagens e a realidade de trabalhadores que façam parte de seu convívio, destacando semelhanças e diferenças entre o universo do trabalho representado nas pinturas e o contexto de vida dos estudantes. Eles conhecem trabalhadores similares aos das pinturas?

4. Essa sistematização poderá ser feita por escrito, o que facilita a organização dos estudantes. Mesmo assim, é possível pedir a todos ou, ao menos alguns, que apresentem o resultado da pesquisa para a turma.

5. Depois de finalizar o trabalho, converse com os estudantes, para destacar todos os procedimentos que envolveram a pesquisa e para identificar as dificuldades encontradas e as soluções criadas por eles. Essa conversa é importante para que eles consolidem a percepção sobre as etapas realizadas na proposta.

É necessário que eles internalizem a dinâmica da pesquisa, que envolve também o respeito e o acolhimento às descobertas e dificuldades dos colegas.

Avaliação

Os estudantes poderão ser avaliados pelas relações que conseguiram estabelecer entre a pesquisa e os conteúdos já discutidos no livro, pela organização do trabalho em grupo e pela contribuição e acolhida dos colegas ao final das propostas.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

Como se faz para criar uma imagem que ocupe toda a dimensão de uma parede ou de um muro, ou que possa até mesmo tomar o teto? Como transportar as ideias do papel para o espaço? Nesta proposta, você e os colegas criarão desenhos para projetar nas paredes da escola.

Material

  • Canetinhas
  • Acetato, papel vegetal, papel-celofane ou equivalente
  • Retroprojetor

Procedimentos

  1. Para fazer a atividade, vocês precisarão ir para um lugar escuro. Pode ser a sala de aula, com luzes apagadas e cortinas fechadas, ou outro espaço escuro da escola.
  2. Em trios, decidam um tema em comum para os desenhos que cada um de vocês fará. Podem ser fórmas geométricas ou orgânicas (da natureza), personagens, objetos ou, até mesmo, elementos de uma paisagem específica, como a floresta. Vocês também podem se inspirar nas imagens trabalhadas no livro até aqui.
  3. Com as canetinhas, desenhem sobre o material transparente que tiverem à disposição.
  4. Depois de desenhar, cada trio utilizará o retroprojetor para projetar as imagens. Tentem ocupar mais de uma parede ao mesmo tempo e, também, o teto. Movam os desenhos sobre a base do retroprojetor e experimentem fazer várias composições de projeção.

Avaliação

Ao final da atividade, converse com os colegas sobre o que mais gostaram e reflitam conjuntamente sobre os questionamentos a seguir. Responda às perguntas em seu diário de bordo.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.
  1. Que relações vocês estabelecem entre essa experimentação e a arte mural trabalhada até aqui?
  2. Que ideais vocês tiveram durante a experimentação que gostariam de colocar em prática?
  3. Que espaços da sua casa, da escola ou da cidade vocês gostariam de usar para criar grandes obras de arte?
  4. Que temas vocês trabalhariam nessas obras?
  5. Que imagens criariam para essa obra?
Respostas e comentários

Experimentações

Lembre-se de pedir aos estudantes que, ao final da atividade, produzam um registro dela no diário de bordo, destacando aquilo de que eles mais gostaram e o que aprenderam, registrando ideias que eles tenham para futuras experimentações com a projeção de imagens sobre paredes.

Inicie a atividade fazendo uma demonstração para os estudantes. Você pode recortar pedaços de papel-celofane, papel de seda ou equivalente, que seja transparente ou translúcido. Apague as luzes da sala de aula ou leve os estudantes para um lugar escuro da escola, como a sala de vídeo. Ligue o retroprojetor, projete a luz para uma área grande, entre paredes ou no teto, aproveitando os ângulos naturais da arquitetura. Espalhe os pedaços de papel sobre a base de vidro do retroprojetor e brinque livremente com as combinações de cor.

Enquanto realiza essa experiência com os estudantes, converse com eles sobre como a projeção de luz pode ajudar a levar os desenhos do papel para a arquitetura.

Caso seja necessário ir para outro espaço, fóra da sala de aula, lembre-se de pedir autorização prévia para a direção ou coordenação da escola.

Material

Privilegie papéis transparentes sem cor para a atividade com os estudantes, a fim de que os desenhos não fiquem em segundo plano na experiência. A cor chama muito a atenção na projeção, e isso pode distraí-los da proposta.

Procedimentos

Cada trio pode ter até 2 minutos para experimentar. Considere que o tempo de todos os estudantes não pode comprometer o limite da aula. Se necessário, retome a experimentação em outra aula para dar tempo de contemplar a todos.

Lembre-se de produzir registros, como fotografias ou vídeos. Esse conteúdo poderá ser retomado no final do bimestre a fim de contribuir para a avaliação e a autoavaliação dos estudantes.

Avaliação

Essas questões devem funcionar como um roteiro para os estudantes sistematizarem a experiência por escrito. Trata-se de uma oportunidade para desenvolver a escrita e para aprender a argumentar com base em uma experiência sensível e criativa.

Os estudantes podem ser avaliados pelas respostas às questões, pelas contribuições para a conversa, pela colaboração durante a experimentação em grupo, pelas soluções criativas encontradas e pelas relações que fizerem com os conteúdos trabalhados previamente no livro.

Outro elemento a ser avaliado é como os estudantes cooperam entre si, identificando dificuldades dos colegas e ajudando-os a solucioná-las. Caso haja exemplos de colaboração que chamem a sua atenção, destaque-os para o grupo.

Glossário

Réplica
: cópia de uma obra de arte.
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Ameríndios
: povos que habitam o território que hoje chamamos “América” desde muito antes da chegada dos europeus ao continente.
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Imagético
: relativo a imagens.
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