Tema 2  Representações rupestres

Registros pré-históricos no Brasil

Nas páginas anteriores, você conheceu alguns exemplos de pintura mural. O uso de paredes, muros e tetos como suporte para a produção visual, no entanto, acompanha os seres humanos desde a Pré-História. Na imagem a seguir, por exemplo, podemos observar expressões visuais produzidas há milhares de anos sobre paredes rochosas.

Fotografia. Pintura rupestre de seres que lembram figuras humanas ou animais antigos. Algumas dessas figuras possuem quatro patas, além de caudas ou rabos, outras aparecem com somente quatro membros. Elas estão pintadas em tons de branco e vermelho sobre rochas.
As pinturas rupestres na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato Piauí, remontam a milhares de anos. Fotografia de 2000.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Observe a imagem e responda:
    1. Descreva os elementos que você observa na imagem reproduzida nesta página.
    2. Você imagina o que essas figuras representam?
    3. Que cores você identifica nas figuras representadas?
    4. Que materiais, em sua opinião, foram utilizados na produção desses registros?
    5. Em sua opinião, por que nossos antepassados produziam essas imagens sobre as rochas?
Versão adaptada acessível

1. Com base na descrição da imagem, responda:

a) Quais detalhes chamaram mais a sua atenção na imagem?

b) Que tipos de animais poderiam ser esses que a imagem parece representar?

c) Cite as cores que aparecem na imagem.

d) Que materiais, em sua opinião, foram utilizados na produção desses registros?

e) Em sua opinião, por que nossos antepassados produziam essas imagens sobre rochas?

2. Hoje, que espaços são utilizados pelos seres humanos para a criação de imagens?

Respostas e comentários

Objetivos

  • Compreender o conceito de arte rupestre.
  • Entender a diferença entre pintura e incisão.
  • Relacionar as produções rupestres ao pensamento dos homens e das mulheres que as criaram.
  • Compreender o uso de paredes e muros como suporte para a expressão artística em diferentes períodos históricos.
  • Experimentar a produção de tintas com pigmentos naturais e a têmpera de ovo.
  • Experienciar a criação de obras artísticas de fórma individual.
  • Apreciar a própria produção e a dos colegas.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.
  • Promover uma reflexão sobre as relações entre arte e artefato.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre zero um), (ê éfe seis nove á érre zero quatro), (ê éfe seis nove á érre zero cinco), (ê éfe seis nove á érre zero seis), (ê éfe seis nove á érre zero sete), (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro).

Foco na linguagem

1. a) Incentive os estudantes a ler a imagem como um todo para identificar não apenas as figuras centrais, mas também aquelas que se encontram nas extremidades da reprodução.

b) Após ouvir a opinião dos estudantes, caso não mencionem, pergunte a eles se acreditam que essas figuras poderiam representar seres humanos e animais.

c) Após ouvir as considerações deles, comente que as cores observadas nesse registro rupestre indicam os materiais que teriam sido utilizados para criar essas pinturas.

d) Ouça as hipóteses elaboradas pelos estudantes sobre como as figuras teriam sido produzidas. Relembre, no entanto, que as imagens da fotografia foram feitas há milhares de anos e que eles devem imaginar quais materiais nossos antepassados teriam à disposição para produzir esses registros. Comente que as transformações tecnológicas foram fundamentais para o desenvolvimento e as transformações das linguagens artísticas.

e) Deixe os estudantes à vontade para imaginar as motivações dos homens e das mulheres pré-históricos ao produzir essas figuras. Explique aos estudantes que se supõe que nossos antepassados acreditavam no poder mágico das imagens e, por essa razão, representavam diversas cenas, por exemplo, em que animais eram caçados e abatidos.

2. São muitas as possibilidades que os estudantes podem apresentar, incluindo desde as tradicionais pinturas murais em igrejas e outros locais públicos, como muros e paredes, até imagens projetadas em outdoors por meio das tecnologias digitais.

Arte e muito mais

A Serra da Capivara

O Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no estado do Piauí, foi fundado em 1979 por iniciativa da arqueóloga niêde Guidon. Na década de 1970, por meio das escavações dirigidas por essa pesquisadora no município de São Raimundo Nonato, foram descobertos centenas de artefatos de pedra lascada e fragmentos de carvão vegetal. O local em que foram encontrados esses vestígios é um abrigo de paredes rochosas cobertas por mais de mil registros visuais.

Fotografia. Mulher de cabelo curto grisalho e óculos de armação arredondada, vestindo camiseta azul. Ao fundo, há silhuetas de pessoas sobre uma ponte de visitação para as pinturas rupestres.
A arqueóloga niêde Guidon. Ao fundo, visitantes observam pinturas rupestres no sítio Boqueirão da Pedra Furada, Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato Piauí. Fotografia de 2003.

Essas figuras rupestres datam, possivelmente, de 5 mil a 17 mil anos e testemunham o modo de pensar e de representar dos seres humanos que viveram nessa região naquela época. Ali, está concentrado um dos maiores conjuntos de pinturas rupestres do mundo.

Em 1991, o Parque Nacional Serra da Capivara foi reconhecido como bem do patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e, em 1993, como parte do patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn). O parque também é reconhecido por seu patrimônio natural, pois abriga espécies animais e vegetais características da Caatinga, vegetação típica da Região Nordeste. Dentro do parque, vivem gaviões, tamanduás, onças, mocós, cotias e muitos outros animais da fauna brasileira.

Faça no diário de bordo.

Forme um grupo com os colegas para refletirem juntos sobre o exemplo da Serra da Capivara. Vocês deverão dialogar e responder à seguinte questão: para que serve uma política de preservação como essa?

Ícone. Tema contemporâneo transversal Meio ambiente.
Fotografia. Destaque de uma mulher de costas, de cabelo preso, vestindo camiseta. Ela segura uma câmera e fotografa as pinturas rupestres de animais feitas em uma parede rochosa.
Visitante diante de pinturas rupestres no Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato Piauí. Fotografia de 2010.
Respostas e comentários

Arte e muito mais

Promova uma reflexão sobre as relações entre cultura e Educação ambiental, que integra o Tema contemporâneo transversal Meio ambiente. Prepare-os para a reflexão que será realizada na próxima seção Experimentações, em que os estudantes utilizarão recursos naturais para uma experimentação artística.

O foco da reflexão é a Educação ambiental, cuja proposta tem duas etapas fundamentais: (a) o diálogo em grupo e (b) o compartilhamento. Defina o número de participantes de cada grupo e verifique se todos identificam que a criação do parque não apenas preserva a memória cultural dos povos, mas também o meio ambiente. Passe de grupo em grupo e, se necessário, peça aos estudantes que façam inferências a partir do texto do livro para identificar essas informações. Ao final, abra uma roda de conversa com todos os grupos e retome a atividade.

Sugestão de pesquisa interdisciplinar

1. Inicie a proposição apresentando aos estudantes a definição que a Constituição Federal dá à noção de patrimônio cultural, no artigo 216:

um – as fórmas de expressão;

dois – os modos de criar, fazer e viver;

três – as criações científicas, artísticas e wicas;

quatro – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

cinco – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico reticências.”

2. Depois disso, organize os estudantes em trios e proponha a cada trio que pesquise um exemplo de patrimônio cultural e/ou natural do Brasil.

3. Para fazer a pesquisa, os estudantes podem utilizar os computadores da escola ou se reunir fóra do horário de aula para pesquisar em casa, nos celulares ou na biblioteca da escola. Eles podem utilizar o site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Ifã para fazer a pesquisa, podendo optar por exemplos de patrimônios da região onde vivem.

4. Peça-lhes que façam uma lista das opções encontradas, até escolherem um único exemplo, para o qual deverão separar uma imagem de referência. Eles poderão sistematizar a pesquisa do modo como for convencionado pelos professores: trabalho escrito; seminário; cartaz etcétera

5. Defina com os estudantes como a pesquisa será compartilhada com a turma. Estruture uma situação na qual as apresentações possam ser feitas em tempo curto, de modo a não ocupar mais do que uma aula.

6. Ao final das apresentações, proponha uma conversa sobre como os estudantes veem a importância da noção de patrimônio cultural para preservar a cultura, a história e o meio ambiente. Lembre-se de destacar todos os procedimentos de pesquisa realizados pelos estudantes e de orientá-los a produzir um registro da proposta no diário de bordo.

Avaliação

Os estudantes poderão ser avaliados pelo engajamento coletivo na pesquisa, pelo cuidado na organização do material a ser compartilhado e pelas contribuições para a reflexão a partir dos questionamentos propostos pelos professores.

A arte rupestre

As figuras do Parque Nacional Serra da Capivara estão entre os mais antigos registros visuais encontrados no Brasil e no continente americano. Registros como esses, na atualidade, são chamados arte rupestre.

A palavra rupestre tem origem no idioma francês e denomina todo tipo de imagem produzida sobre as paredes das rochas. Para pintar e desenhar, nossos antepassados utilizavam materiais naturais, como carvão, sangue de animais, ossos e pigmentos extraídos de vegetais. Arqueólogos e historiadores acreditam que eles usavam os dedos e objetos simples, como pincéis feitos de pelos e de penas de animais, para criar essas figuras nas rochas.

Os registros rupestres podem ser encontrados em diversos lugares do mundo. Observe as imagens a seguir.

Fotografia. Destaque de pintura rupestre de gado sobre uma rocha.
Pinturas rupestres na Caverna de Lascaux, na França. Acredita-se que esses registros tenham sido produzidos há, aproximadamente, 17 mil anos. Fotografia de 2010.
Fotografia. Pintura rupestre mostrando contornos de seres humanos em torno de bovinos.
Pinturas rupestres feitas há cêrca de 3 mil anos por membros do povo San na Caverna da Guerra. Parque Maloti-Drakensberg, África do Sul. Fotografia de 2012.

Mãos em negativo

Observe a imagem reproduzida na Caverna das Mãos. Essas pinturas foram feitas há mais de 9 mil anos na província de Santa Cruz, na Argentina. O que há de diferente entre essas pinturas e as imagens que vimos nas páginas anteriores?

Para criar as figuras rupestres que aparecem nessa imagem, os nossos ancestrais não utilizaram os dedos nem pincéis feitos de pelos ou de penas de animais. Para fazer essas pinturas, eles colocavam a mão sobre a rocha e sopravam pigmentos sobre ela para pintar seu contorno nessa superfície. Essa técnica atualmente é conhecida como mãos em negativo. As figuras pintadas nas paredes da Caverna das Mãos representam o registro da presença humana naquele local há milhares de anos.

Fotografia. Pintura rupestre mostrando mãos humanas contornadas em tintas de tons de preto, laranja e marrom.
Pinturas rupestres na Caverna das Mãos, em Santa Cruz, Argentina. Fotografia de 2007.
Respostas e comentários

Contextualização

Realize uma leitura das imagens com os estudantes, indagando-os sobre o que veem, como foram feitas e qual era a sua função em cada imagem individualmente e, depois, em comparação.

A Caverna de Lascaux

As pinturas de Lascaux impressionam pela vitalidade das figuras representadas e pela variação de tonalidades que os seres humanos da Pré-História obtiveram utilizando as cores preta, vermelha e amarela. As figuras da caverna de Lascaux também chamam a atenção pelo realismo da representação do movimento dos animais e de suas proporções, bem como pelo cuidado em representar as peculiaridades anatômicas de cada espécie, muitas vezes aproveitando o relevo natural da pedra para simular.

Caverna das Mãos

Incentive os estudantes a responder livremente à questão proposta no fim do primeiro parágrafo. É possível que eles mencionem que os registros não mostram figuras de animais ou de seres humanos, mas apenas o contorno de algumas mãos. Caso eles não mencionem a diferença técnica para a obtenção dessas imagens sobre a rocha, relembre com eles que as pinturas que vimos foram obtidas utilizando-se pigmentos depositados sobre as paredes das rochas, usando os dedos das mãos ou pincéis rudimentares. A seguir, pergunte a eles se as mãos também teriam sido pintadas dessa maneira. Após ouvir as considerações, explique a eles que a técnica utilizada por nossos antepassados na Caverna das Mãos é diferente das que conhecemos anteriormente.

Comente com os estudantes que se acredita que os nossos ancestrais não produziam as pinturas e incisões rupestres com a finalidade estética, pois elas integravam uma espécie de ritual. Saliente o fato de que o valor artístico foi atribuído posteriormente a essas produções. Para mais informações sobre o assunto, leia o texto “Arte Pré-Histórica”, nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Apesar dessa interpretação que se faz da arte rupestre, a imagem das mãos em negativo parece contradizer essa ideia. Ela parece sugerir uma experimentação livre com os pigmentos, como se eles estivessem conhecendo um material ou investigando como seria fazer um registro gráfico de seus corpos sobre a pedra.

As incisões rupestres

Além das pinturas, existem figuras rupestres que foram obtidas por meio de córtes feitos na rocha, provavelmente com o uso de objetos pontiagudos ou de lascas de pedra. As figuras obtidas utilizando-se esse processo são chamadas incisões.

A seguir, podemos observar uma fotografia da Pedra do Ingá, em Ingá, na Paraíba. Acredita-se que as incisões feitas nessa pedra têm mais de 8 mil anos. Existem muitas versões sobre os possíveis significados dessas incisões e sobre a utilidade das figuras inscritas nessa rocha.

Fotografia. Vista de paredão rochoso com incisões de símbolos rupestres antigos. As formas possuem curvaturas e padrões.
Incisões rupestres da Pedra do Ingá, em Ingá Paraíba. Fotografia de 2014. Detalhe de incisões rupestres da Pedra do Ingá.

Arte rupestre é arte?

A noção de arte tem poucos séculos. Ela foi criada na Europa e, por muito tempo, foi relacionada a uma certa ideia de “belo” e à figura do artista como aquele que se expressa emocionalmente por meio da arte.

Muitos povos não tinham uma palavra para definir “arte”. Mas isso não os impedia de produzir imagens e objetos com um grande valor estético, independente de terem um uso decorativo ou de servirem à caça ou a finalidades como rituais e cerimônias religiosas.

Ao analisar figuras como essas, podemos nos perguntar: isso é arte? A resposta para essa pergunta depende da informação sobre o uso que era feito dessa figura. Mas ela também depende do nosso ponto de vista individual. Por isso, podemos também nos fazer essa pergunta de outras maneiras: eu reconheço a beleza daquilo que vejo? Identifico, no que vejo, um valor poético?

Respostas e comentários

Sobre as incisões rupestres

Ao estudar as incisões rupestres, espera-se que os estudantes compreendam que as figuras rupestres eram produzidas por meio de pintura caso das imagens mostradas na fotografia da abertura do Tema e de incisões feitas diretamente na rocha. Esse é o caso da Pedra do Ingá. Comente que o paredão de Ingá tem aproximadamente três metros de altura e cinquenta metros de extensão. Alguns estudiosos supõem que os registros façam parte de algum tipo de ritual ou que tenham sido feitos como registro gráfico; no entanto, ainda não há consenso sobre o seu significado.

Relações entre arte e artefato

Observe que o livro problematiza a definição artística das imagens rupestres. Trata-se de uma introdução das relações entre arte e artefato. O objetivo não é subtrair o valor estético das imagens rupestres, mas sim revelar aos estudantes que os critérios com os quais fruímos e analisamos objetos e imagens podem variar, a depender da origem geográfica, da época e do seu uso social.

Por um lado, é importante identificar a função da arte e das imagens e objetos em cada época e para cada povo. Mas, por outro lado, é também importante que os estudantes desenvolvam um olhar crítico e sensível pessoal, que lhes possibilite transpor as definições dadas pelos especialistas do campo da arte. Em outras palavras, é importante que eles possam formular a sua própria opinião e valorizem a experiência que eles mesmos têm ao entrar em contato com cada imagem, objeto, obra etcétera

Discuta com os estudantes a percepção deles. Lembre-se de que o objetivo não é hierarquizar a produção visual apresentada no livro, como se aquilo que foi historicamente definido como “arte” fosse mais importante do que aquilo que a tradição artística ocidental chamou de “artefato”, mas sim identificar que aquilo que reconhecemos como arte pode mudar. Depois dessa discussão, você pode perguntar a eles se, na opinião deles, essas imagens são ou não são arte.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

Esta proposta retoma um dos elementos em comum entre todos os exemplos de pinturas rupestres vistos anteriormente: a materialidade. Que materiais eram utilizados nessas pinturas? Como eram coletados? Como eram processados para se tornar tinta ou pigmento? Você e os colegas vão produzir pinturas com pigmentos e materiais naturais. Para aglutinar o pigmento, vão utilizar uma técnica comum entre artistas do Brasil e do mundo: a têmpera de ovo. Você sabia que é possível fazer tinta com um ovo?

Orientação para acessibilidade

Se houver, na turma, estudantes com necessidades especiais, oriente-os e ajude-os para que façam a atividade junto de um colega. O trabalho colaborativo em duplas ou grupos pode ser utilizado a fim de apoiá-los e garantir sua participação na vivência proposta.

Material

  • 2 ovos
  • 1 copo de água
  • Óleo de cravo, vinagre ou própolis para proteger a tinta de fungos e bactérias
  • Temperos e alimentos coloridos: açafrão, urucum, café, pó de beterraba, folhas verdes e escuras amassadas e coadas
  • Papel grosso e resistente à tinta
  • Potinhos de isopor ou outro material para preparar a tinta
  • Peneira pequena
  • Pincel
  • Pote de água para lavar o pincel
  • Pano para secar o pincel

Procedimentos

  1. Quebre o ovo e separe a clara da gema. Retire a película com a ajuda de uma peneira. Reserve a gema.
  2. Pingue algumas gotas do óleo de cravo, vinagre ou própolis. Isso vai proteger a tinta para que ela não estrague rápido.
  3. Em potes ou suportes diferentes, coloque um pouco da gema do ovo, algumas gotas de água e o pigmento de sua preferência. Misture com a ajuda do pincel.
  4. Você e os colegas poderão produzir tintas de cores diferentes para compartilhar. Se cada um produzir uma com um pigmento diferente, vocês rapidamente terão uma grande variedade. Lembrem-se de limpar e secar o pincel durante a troca de tinta.
  5. Com as tintas em mãos, você já pode começar a sua pintura. Que tal tentar representar os materiais naturais que você usou para preparar essa tinta?

Avaliação

Depois de realizar essa experiência, converse com os colegas sobre os seguintes pontos e registre suas respostas no diário de bordo.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.
  1. Que diferenças vocês percebem entre pintar com materiais feitos por vocês e pintar com materiais industrializados?
  2. Que dificuldades vocês tiveram durante o processo e como fizeram para solucioná-las?
  3. Que relações vocês estabelecem entre essa experiência e as discussões do Tema 2?

Depois de expor o seu ponto de vista e de acolher as opiniões dos colegas, aproveite para mostrar o seu trabalho e ver também as pinturas dos colegas.

Respostas e comentários

Experimentações

Ao introduzir a atividade, volte às imagens das páginas anteriores e converse com os estudantes sobre as cores, indagando-os sobre como imaginam que foram feitas e do que são feitas. Indague-os também do que imaginam que o material escolar de Arte é feito e sobre as diferenças em relação ao passado. Proponha o desafio de fazerem arte com materiais coletados e preparados por eles mesmos.

Oriente os estudantes a produzir um registro da atividade no diário de bordo depois de concluí-la. Você também pode registrar em fotografias ou vídeos, que poderão ser retomados ao final do bimestre para avaliar todo o percurso de experimentação e aprendizagem com as artes nas aulas.

Material

Oriente os estudantes a procurar alternativas de pigmentos naturais em folhas e alimentos, raízes e temperos da região.

Você também pode usar cola branca. Nesse caso, adéque a quantidade de água e utilize os pigmentos naturais da sua preferência. Neste caso, não é preciso se preocupar em proteger a tinta de fungos e bactérias.

Procedimentos

Você pode pedir aos estudantes que juntem as mesas para fazer grupos de quatro a seis pessoas, a fim de compartilhar o material e para que possam se ajudar mutuamente. Se possível, peça que forrem as mesas com jornal ou outro material.

Ao final da atividade, os trabalhos precisarão de um tempo para secar. Reserve um espaço na bancada, no varal ou fixe-os a um mural. Produza registro dos resultados finais, além do processo.

Avaliação

Na avaliação do componente Arte, é muito importante enunciar todas as técnicas e os procedimentos experimentados, além de discutir as ideias e as intenções dos estudantes ao longo do trabalho. Muitas vezes, as práticas artísticas são muito divertidas, e isso pode distrair os estudantes do efetivo aprendizado que eles têm ao fazer arte. É muito importante, então, lembrá-los do que foi experimentado e afirmar a dimensão do conhecimento envolvido nos processos de criação e experimentação.

Outro elemento para o qual é importante atentar é a habilidade de compartilhar e enunciar as experiências, assim como de respeitar e acolher os relatos dos colegas. Esse momento integra as habilidades previstas para o componente Arte na escola.

Os estudantes poderão ser avaliados pelo envolvimento e pela colaboração com os colegas durante a proposta, pelas soluções criativas, técnicas experimentadas e contribuições na reflexão sobre as diferenças entre produzir o material com recursos naturais e trabalhar com materiais industrializados.