Tema 2  As origens do teatro

O teatro primitivo

Na Unidade anterior você aprendeu que, há milhares de anos, os seres humanos utilizavam as paredes de cavernas para desenhar, pintar e fazer incisões que revelavam seus modos de pensar e de entender o mundo ao seu redor, e de se relacionar com ele. Você também aprendeu que alguns desses registros rupestres eram feitos em rituais, como aqueles realizados para ter boa sorte nas caçadas ou para homenagear os mortos.

Os registros rupestres são uma das fontes que revelam que, em muitos desses rituais, nossos antepassados utilizavam máscaras e chocalhos e vestiam-se com trajes feitos de pele de animais. Nessas ocasiões também havia uma separação entre “atores” (aqueles que realizavam o ritual) e “espectadores” (os que assistiam), e um espaço específico era escolhido para realizá-lo. Esses rituais revelam o que alguns estudiosos chamam teatro primitivo.

É importante considerar que os rituais que, acredita-se, nossos ancestrais realizavam estão na origem não apenas das artes visuais e do teatro, mas também da dança e da música. Nas próximas Unidades você aprenderá mais sobre essa relação.

Observe a pintura rupestre a seguir. Note que as figuras humanas representadas na pedra usam adornos (nos braços e na cabeça) e, com base em suas posições, é possível concluir que elas parecem realizar uma dança ritual.

Fotografia. Pintura rupestre em tons de vermelho com imagens de seres humanos segurando lanças e animais entre eles. Dois seres humanos têm adornos na cabeça, em forma de coroa, e outros dois têm objetos arredondados pendurados em um dos braços.
Estas pinturas rupestres têm cerca de 9 mil anos e foram encontradas no Sítio Arqueológico Xiquexique, em Carnaúba dos Dantas Rio Grande do Norte. Fotografia de 2014.
Respostas e comentários

Objetivos

Compreender, reconhecer e respeitar as concepções estéticas, presentes na história humana, das diferentes culturas e etnias.

Compreender as origens do teatro e seu desenvolvimento em diferentes culturas.

Reconhecer as máscaras como objetos artísticos e/ou sagrados.

Conhecer elementos da cultura tradicional africana.

Compreender a riqueza e a diversidade da produção de artes visuais africana.

Compreender a importância das máscaras na cultura tradicional africana.

Entender como a tradição influencia a produção de artistas africanos contemporâneos.

Experienciar a criação de obras artísticas, individual e coletivamente.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre zero três), (ê éfe seis nove á érre dois cinco), (ê éfe seis nove á érre dois oito), (ê éfe seis nove á érre dois nove), (ê éfe seis nove á érre três zero), (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três dois), (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro).

Contextualização

Ao abordar a origem do teatro e as manifestações tea­trais de diferentes culturas, é importante desconstruir a ideia de que o teatro “nasceu” na Grécia. Assim, aproveite este momento para comentar com os estudantes que o teatro grego – que será abordado no próximo Tema – representa somente uma das origens do teatro ocidental. Essa abordagem favorece a problematização de narrativas eurocêntricas, que, em geral, são amplamente difundidas.

Se julgar oportuno, retome o Tema 2 da Unidade 1, que aborda a arte rupestre. Relembre os estudantes do caráter mágico que os seres humanos pré-históricos conferiam às pinturas e às incisões rupestres.

Se necessário, comente com os estudantes que o termo primitivo significa “o primeiro a existir”.

O teatro em diferentes culturas

Fotografia. Encenação ao ar livre: personagem de cabelo preso, usando máscara e com adereços na cabeça, veste um quimono longo rosa alaranjado. Sob o quimono, aparece o barrado de uma saia longa, decorada com flores cor de laranja sobre fundo amarelo. A mão direita erguida segura um leque aberto em tons de amarelo, azul, preto e vermelho. Atrás da personagem, à direita da cena, dois homens sentados lado a lado, sobre um tapete laranja-escuro. Os dois vestem quimono preto e verde e estão sentados sobre os joelhos. O que está à direita toca uma flauta e o outro toca um tambor.
Ator e músicos do teatro encenam a montagem Hagoromo em uma apresentação ao ar livre, em Rikuzentakata, Japão, em 2013.

Ao longo da história, povos de diferentes culturas têm experimentado fórmas diversas de fazer teatro. No Japão, por exemplo, surgiram e se desenvolveram diversos estilos teatrais ao longo do tempo.

Entre as diferentes propostas do teatro japonês, está o teatro , que surgiu no século catorze e é uma das mais tradicionais manifestações teatrais realizadas no Japão.

No teatro , apenas a personagem principal utiliza máscara, e as apresentações sempre contam com a presença de um grupo de homens que permanecem sentados ao fundo cantando e tocando instrumentos musicais.

Outra fórma de fazer teatro, que pertence à cultura dos povos da Indonésia, é o teatro topêngui. Nessa fórma teatral surgida no século dezessete, as máscaras são um elemento fundamental. Para as pessoas desse local, a arte e a religião são muito próximas, e fazer arte significa entrar em contato com os deuses.

Esses são exemplos que têm características marcantes do teatro primitivo, em que o jôgo de representação de personagens fazia parte de um ritual mágico.

Fotografia. Pessoa caracterizada como personagem de cabelo longo castanho, com adereço de flores pendurado na testa. Usa no rosto uma  máscara de olhos arregalados, sobrancelhas e bigode grossos e escuros e boca formando um bico. As roupas são composta de diferentes camadas. Uma túnica branca, presa com um cinto de fivela vermelha, está embaixo de uma capa verde decorada com motivos florais simétricos, em dourado. As mangas compridas são pretas e têm um punho largo, bordado de dourado, vermelho, branco e verde. Sobreposta nos ombros, há uma pala vermelha, ricamente bordada de dourado, amarelo, preto e verde.
Artista do tradicional teatro topêngui em uma apresentação de rua realizada após uma cerimônia hindu, em Bali, Indonésia, em 2015.
Respostas e comentários

O teatro topêngui

Comente com os estudantes que a palavra topêngui significa “máscara” em português . Atualmente, duas versões do topêngui são encenadas em Bali: uma mais tradicional, na qual um único ator veste todas as máscaras, interpretando sozinho todas as personagens; e outra, associada ao entretenimento, da qual participam três a cinco atores, que representam cada um deles uma única personagem. A primeira versão é realizada em templos, enquanto a segunda acontece em espaços como hotéis, em apresentações destinadas principalmente a turistas que visitam a ilha.

Comente com os estudantes a diferença cultural existente originalmente entre o teatro ocidental e o teatro oriental. Além das distinções estéticas e da disciplina rigorosa exigida na formação/preparação dos atores orientais, havia uma grande diferença na apreciação do público. Tradicionalmente, o público do teatro oriental não esperava ser surpreendido com o enredo das histórias, expectativa sempre presente no público ocidental. Antigamente, a plateia se surpreendia com a escolha que as companhias teatrais faziam de como contar as mesmas histórias, já conhecidas por todos. Explique aos estudantes que, em parte, isso ocorria pela relação entre teatro e religiosidade, que costumava ser muito forte na cultura oriental. Desse modo, as histórias estavam sempre relacionadas à mitologia/religião e eram conhecidas. O processo de globalização, no entanto, tem feito o tea­tro oriental se transformar pouco a pouco. Na Ópera de Pequim, por exemplo, um teatro muito tradicional da China, atores e diretores afirmam que grandes transformações ocorreram, uma vez que a maior parte do público na atualidade é de turistas ocidentais, e mudanças foram realizadas para que a Ópera sobrevivesse. Se julgar oportuno, trabalhe com a turma a consciência do impacto do tempo, da mídia, da modernização da educação e da globalização nas culturas tradicionais e ressalte que aquilo que se podia afirmar sobre elas há um século já não corresponde totalmente à realidade.

A máscara e o sagrado

Observe, a seguir, detalhes de algumas fotografias reproduzidas no Tema 1. Nesses detalhes, os atores estão usando máscaras.

Fotografia. Personagem com uma máscara de olhos arregalados e saltados e bochechas proeminentes. Ela usa um chapéu amarelo adornado de verde-claro. Uma blusa cor de laranja cobre os braços até os cotovelos.
Fotografia. Personagem de cabelo curto grisalho e chapéu marrom arredondado. Usa máscara marrom-clara sem expressão até a altura da boca, onde há um microfone.
Fotografia. Personagem de peruca marrom e  máscara de olhos arregalados e nariz largo. A máscara vai até a altura da boca, onde há um microfone.
Fotografia. Personagem de peruca ruiva e com máscara de olhos arregalados e saltados e bochechas salientes. A máscara vai até a altura da boca, onde há um microfone.
Fotografia. Personagem com máscara de feições distorcidas, com os olhos destacados, um preto e um laranja, e linhas formando pinturas faciais que vão da testa até o redor da boca.
Atores do grupo Vilavox caracterizados como personagens da peça O segredo da arca de Trancoso. Fotografias de 2011 e 2012.

A máscara é um elemento das manifestações teatrais de diferentes culturas, como o teatro e o teatro topêngui, que conhecemos na página anterior. A máscara também constituía o elemento central do teatro realizado pelos gregos na Antiguidade. Mas, além do teatro, você conhece outras situações em que as pessoas utilizam máscaras?

As máscaras fazem parte de celebrações e de festas que acontecem em todo o Brasil. Elas são elemento central, por exemplo, da dança dos mascarados, manifestação cultural tradicional do município de Poconé Mato Grosso. Essa dança é rea­lizada na festa de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário, e é fruto do encontro de elementos das culturas indígenas, africanas e europeias.

Fotografia. Duas pessoas vestidas de cor-de-rosa, usando máscaras e adornos na cabeça. A pessoa à esquerda usa uma máscara cinza-azulada de olhos pequenos e bochechas demarcadas. A pessoa à direita usa uma máscara rosa-clara de olhos arregalados e um círculo rosa-escuro em cada bochecha.
Dança dos mascarados realizada na festa de São Benedito, em Poconé Mato Grosso, em 2016.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Que sensação cada uma das máscaras da página traz?
  2. Você saberia reproduzir a expressão de uma das máscaras?
  3. Com que material você faria uma máscara?
Respostas e comentários

Contextualização

Ao propor a questão destacada no texto, possibilite aos estudantes elaborar suas hipóteses livremente. É possível que eles mencionem festas populares, como o Carnaval, ou as festas à fantasia. Ao finalizar a abordagem da questão, dê continuidade à leitura do texto.

Converse com os estudantes sobre as referências de máscara que eles já têm. Você pode refletir sobre práticas culturais da sua região, como os festejos populares, em que as máscaras estão presentes. Oriente os estudantes a compartilhar referências que eles têm da cultura visual: filmes, seriados, desenhos animados, jógos de videogame etcétera. Eles devem identificar que a máscara, que é um recurso muito utilizado na linguagem teatral, está presente na vida social de outros modos também.

Sugestão de atividade

Leve uma máscara para a sala de aula e apresente-a aos estudantes. Pode ser uma máscara neutra feita de gesso, de alguma personagem que eles conheçam ou uma máscara usada no Carnaval. Você pode até mesmo levar um nariz de palhaço, pois esse objeto também é considerado uma máscara. Faça a máscara circular pela turma e incenti­ve os estudantes a tocá-la e a experimentá-la. Mas cuide da utilização de procedimentos de higiene, tendo em vista a manipulação coletiva desse objeto. Esse contato físico com a máscara os mobilizará e despertará a atenção deles para os conteúdos que são abordados neste Tema.

Foco na linguagem

1. Deixe que os estudantes interpretem livremente as imagens das máscaras, resgatando do seu imaginário estético e emocional as referências para interpretar as imagens.

2. Os estudantes devem se sentir à vontade para brincar com as próprias expressões faciais, fazendo caretas ou expressões que ajudem a representar sensações que eles relacionem com as máscaras da página.

3. Eles podem usar papel, papelão, tecido ou quaisquer outros materiais. Estimule-os a enunciar os procedimentos que seriam necessários para confeccionar as máscaras.

Os diablos danzantes

Na Venezuela, as máscaras são o elemento fundamental de uma manifestação cultural denominada diablos danzantes (diabos dançantes), que surgiu no século dezoito. Ela reúne elementos do teatro, da dança e da música. Fruto do encontro das culturas espanhola, indígena e africana, essa manifestação tem caráter religioso e ocorre durante a celebração católica de córpus crísti.

Durante essa manifestação, acontece uma grande procissão, em que um grupo de pessoas vestidas com roupas coloridas (sobretudo vermelhas), capas e máscaras, que representam a figura do diabo, percorre as ruas dançando e tocando chocalhos. A procissão se encerra diante de uma igreja, onde se realiza uma dança que simboliza o triunfo do bem sobre o mal.

Fotografia. Destaque de pessoas com a cabeça coberta por grandes máscaras de demônios coloridas e com chifres. Todos usam roupas vermelhas. No centro da imagem, em primeiro plano,  a figura usa uma máscara amarela com  boca e narinas pretas e contornos que lembram labaredas, em verde e vermelho.
Procissão dos diablos danzantes, em San Francisco de iér, Venezuela. Fotografia de 2016.
Fotografia. Homens reunidos em um tipo de procissão, vestindo roupas vermelhas e turbantes vermelhos sobre a cabeça. Levam máscaras de demônios nas mãos.
Procissão dos diablos danzantes nas comemorações de córpus crísti, em San Francisco de iér, Venezuela. Fotografia de 2014.
Respostas e comentários

Contextualização

Inicie uma conversa com os estudantes em que eles possam identificar, em suas realidades culturais, festejos e expressões populares em que observam o uso de máscaras. Instigue-os a pensar nas contribuições que as máscaras dão para essas expressões populares, como a ampliação da expressividade de quem veste a máscara; a ampliação expressiva no espaço do acontecimento festivo; a máscara como representação de elementos da natureza, sobrenaturais e/ou religiosos etcétera.

Se julgar oportuno, comente com os estudantes que o córpus crísti é uma cerimônia de origem católica em que se celebram o corpo e o sangue de Jesus.

Comente que o uso de máscaras também faz parte de rituais realizados por povos indígenas de diferentes culturas. Os Ticuna − povo que vive no estado do Amazonas e em regiões da Colômbia e do Peru −, por exemplo, realizam um ritual em que utilizam máscaras e trajes cerimoniais. Chamado Ritual da Moça Nova (ou Festa da Moça Nova), esse ritual consiste em uma cerimônia de iniciação na vida adulta que ocorre quando a menina tem sua primeira menstruação. Esse ritual é muito importante para os Ticuna, porque eles consideram esse período da vida da moça muito perigoso, uma vez que as jovens podem ser influenciadas por maus espíritos. Se for possível, apresente aos estudantes um vídeo que mostra as máscaras e os trajes desse ritual, disponível no canal da Agência Fapesp, em: https://oeds.link/2Dm2eT. Acesso em: 26 maio 2022.

Realize a leitura das imagens com os estudantes. Peça-lhes que comentem as características das máscaras utilizadas. É possível que identifiquem o tamanho e o uso de diferentes cores como características das máscaras dos diablos danzantes. Destaque que, assim como nos espetáculos de teatro de rua, essa manifestação popular latino-americana lança mão de elementos coloridos e de grandes proporções para chamar a atenção do público.

As máscaras africanas

As máscaras são consideradas um dos elementos mais importantes da cultura africana tradicional, ou seja, do conjunto de tradições, costumes e saberes milenares transmitidos pelos integrantes desses povos de uma geração a outra.

A produção das máscaras africanas está relacionada com as crenças dos diferentes povos que as produzem. Assim como nos casos apresentados nas páginas anteriores, as máscaras africanas representam a relação desses povos com o sagrado. Um exemplo disso são as máscaras que integram danças realizadas pelos Dogon, povo que vive entre Mali e Burkina Fasso. Observe a fotografia a seguir.

Fotografia. Cena de dança ao ar livre. Em primeiro plano, homens dançam com a cabeça inteiramente coberta por máscaras de madeira adornadas de fibra vegetal tingida de amarelo e cor-de-rosa, como um cocar.  Os corpos estão adornados com braceletes ao redor dos antebraços e saiotes curtos ao redor da cintura, também em tons de amarelo e rosa, feitos do mesmo material do cocar.
Apresentação de dança de integrantes do povo Dogon, em Mali. Fotografia de 2012.
Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que Mali e Burkina Fasso são países localizados na África . Explique que o continente africano é dividido em duas grandes regiões: a África do Norte, localizada ao norte e constituída de países com forte influência islâmica, e a África , localizada ao sul do Deserto do Saara.

A África é uma região marcada pela exploração colonial no passado recente. A principal herança da colonização foi a divisão política arbitrária imposta pelos países europeus. Com essa divisão, etnias rivais foram obrigadas a compartilhar as mesmas fronteiras, enquanto grupos de mesma etnia foram separados. Em razão dessa política, ainda ocorrem diversos conflitos étnicos e religiosos no continente. Grande parte da população da África é assolada pela pobreza e pela fome. Nessa região, encontram-se os paí­ses que têm os piores índices de desenvolvimento humano do mundo e altos índices de fome crônica. O quadro de fome e pobreza está associado à prática, em larga escala, das monoculturas de exportação (plantations), introduzidas no século dezenove pelos colonizadores. Com a prioridade dada a esse sistema agrícola, foi desprezada a produção de alimentos para o consumo local, e os camponeses nativos foram obrigados a se deslocar para as áreas menos produtivas. A prática de uma agricultura de subsistência, caracterizada pelo desmatamento e pelo uso inadequado dos solos, agrava esse quadro. Exceção à pobreza generalizada na África é a África do Sul, que se industrializou e se modernizou em virtude da grande quantidade de ouro, ferro e pedras preciosas que há em seu território e dos investimentos industriais britânicos no país. Se possível, proponha um trabalho interdisciplinar ao professor de Geografia, que poderá auxiliar os estudantes na ampliação desse assunto.

As máscaras dogon

Chame a atenção dos estudantes para as máscaras usadas pelos homens retratados. Comente com eles que o uso de máscaras remonta às grandes civilizações do passado. Os gregos, os romanos e os povos ameríndios, por exemplo, produziam máscaras, mas nenhum desses povos preservou tanto a tradição da confecção e do uso delas quanto alguns grupos africanos. Comente também que, em algumas culturas africanas, a máscara tem aspecto ritualístico e se relaciona com a invocação de poderes da natureza, representando, dessa maneira, o elo entre o mundo dos mortais e o sobrenatural. Para mais informações sobre o caráter sagrado das máscaras africanas e sobre o processo de produção de máscaras de madeira, leia o texto “As máscaras africanas”, nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

O povo Dogon usa máscaras em danças realizadas em diversas ocasiões, como rituais de iniciação e funerais. Essas danças são marcadas por saltos e batidas dos pés no chão feitos pelos dançarinos. Observe que, além das máscaras, os dançarinos utilizam vestimentas e adornos feitos de fibra vegetal tingida. As máscaras fazem parte de um traje cerimonial, como podemos ver nas fotografias desta página e da página anterior.

Fotografia. Destaque de homens dançando com máscaras de madeira na cabeça. Ao redor da máscara há adornos de fibra vegetal tingida, formando um tipo de cocar em tons de amarelo e rosa. Ao redor do braço e da cintura há adornos feitos do mesmo material do cocar, em tons de amarelo e rosa.
Apresentação de dança por integrantes do povo Dogon, em Mali. Fotografia de 2013.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

Nessa proposta, você criará um traje cerimonial do futuro. Em um traje cerimonial, os materiais são selecionados com critérios específicos vinculados a determinada cultura. Os materiais escolhidos, muitas vezes, integram o meio ambiente, bem como podem estar ligados a significados rituais daquela cultura: as cores, o modo de trançar os fios, as partes do corpo que costumam estar à mostra ou vestidas, as dimensões, as texturas e, até mesmo, os elementos que geram sonoridades. Cada componente pode conter um significado, que representa, de fórma estética, as tradições e os costumes de determinado povo. A partir dessa ideia e do que você observou nas máscaras e nos trajes apresentados até este momento, que tal imaginar e desenvolver um traje para um povo que pertencerá ao futuro? Imagine a cultura atual da qual você faz parte, só que daqui a 200 anos.

Procedimentos

  1. Quais elementos e materiais visuais você acha que caracterizariam essa cultura do futuro? Há elementos de tecnologia artificial? Que materiais representariam esse tipo de tecnologia? Há elementos de manufatura ou de artesanato? Quais materiais refletiriam esse tipo de tecnologia manual?
  2. Converse com os colegas e escreva suas ideias em seu diário de bordo.
    Ilustração. Ícone diário de bordo.
  3. Pesquise materiais, selecione o que estiver disponível próximo a você e traga para a aula. Desenhe rascunhos de como imagina o traje. Use grampeador, cola, pedaços de fios e tecidos e crie seu traje.
  4. Quando seu traje estiver pronto, vista-se e apresente aos colegas, revelando como imaginou o seu traje do futuro, quais elementos materiais serão utilizados nesse novo tempo e para que ocasião comunitária ele seria utilizado.

Avaliação

Observe as etapas de seu processo criativo: primeiras ideias, o rascunho do traje no papel, a confecção e a sua apresentação aos colegas. Escreva em seu diário de bordo suas percepções sobre o resultado a que você chegou. Indique os pontos em que se sente satisfeito e aqueles que gostaria de mudar, caso realizasse a atividade novamente, em outra oportunidade.

Ilustração. Ícone diário de bordo.
  1. Como foi escolher os elementos materiais para confeccionar seu traje?
  2. Quais descobertas você fez no processo de confecção do traje?
  3. Quais dificuldades encontrou no processo?
Respostas e comentários

Experimentações

Nesta seção, os estudantes criarão um traje futurista.

O objetivo da ativi­dade é propor uma primeira experiência com o mascara­mento corporal, por meio do traje. Antes de realizar a proposta, será preciso apresentá-la aos estudantes, justificando o passo a passo para solicitar a coleta de material, que pode ser de diferentes ta­manhos e texturas, pois isso ampliará as possibilidades de criação do traje: garrafas e vasilhames de plástico, tecido, botões, linhas, lãs etcétera. e material de uso, como cola, grampeador e tesouras de pontas arredondadas.

Procedimentos

• Organize os estudantes em grupos de quatro participantes e reúna as carteiras, de modo que possam compartilhar o material e se ajudar mutuamente no processo de criação.

• Peça-lhes que disponham o material trazido sobre as carteiras e observem juntos para imaginar as possibilidades.

• Com o material à vista, faça as perguntas indicadas nos procedimentos do livro. Esse cuidado é importante para que os estudantes possam elaborar as ideias a partir do próprio componente visual e expressivo do material.

• Peça-lhes que anotem as ideias no diário de bordo, partindo das questões do livro.

• Iniciem a confecção. Peça aos estudantes que se ajudem mutuamente, para tirar melhor proveito do tempo e do material.

• Ao final, delimite um espaço na sala de aula para a plateia e outro espaço para que cada estu­dante apresente seu traje e as ideias que pensou para ele. Cada estudante-jogador deve atravessar o espaço buscando compartilhar os movimentos investigados com base na roupa.

Avaliação

Essa atividade é um aquecimento para a ati­vidade proposta ao final do Tema, mas também subsidia uma avaliação do que foi es­tudado e experienciado até o momento. Avalie a integração e a cooperação entre estudantes de diferentes perfis, a criatividade das propostas e o engajamento na realização da atividade.

Por dentro da arte

Materialidade e visualidade

Os artistas africanos têm diversificado cada vez mais as técnicas e os materiais que utilizam em suas criações visuais. Elementos da cultura tradicional, no entanto, continuam presentes em obras de muitos desses artistas. As máscaras influenciam, por exemplo, a produção de , artista nascido em Porto Novo, na República do Benim.

As obras de são expostas em museus e galerias do mundo todo. Além das máscaras, o artista produz pinturas, instalações e fotografias. Os galões de plástico usados para criar as máscaras (como Wax Bandana e Godomey, reproduzidas a seguir) são uma referência aos moradores da República do Benim, forçados a transportar gasolina contrabandeada para suprir suas necessidades do cotidiano. , então, realiza uma operação artística bem característica dos processos artísticos contemporâneos: a partir das tradições culturais das máscaras de sua cultura, ele observa na materialidade dos galões de gasolina a potencialidade para criar um diálogo entre esses dois universos. Suas obras, ao mesmo tempo que revelam alguma problemática local, ressignificam o material, transformando-o em um objeto artístico e expressivo, alçando-o ao mesmo patamar das máscaras tradicionais de sua cultura.

Fotografia. Homem negro de cabelo preto, médio, todo trançado. Usa óculos de armação retangular, veste camiseta branca, colares e pulseiras de contas e sementes coloridas. Tem expressão sorridente.
O artista romuál rázumê, em cotonú, República do Benim. Fotografia de 2014.
Escultura. Máscara elaborada com galão de plástico e tecido. A alça do galão representa o nariz e, abaixo dele, o bocal de saída representa a boca. Em cima,  um tecido amarelo com estampas gráficas em preto representa o cabelo.
. Wax Bandana. 2009. Escultura de plástico e tecido, 27 por 12 por 27 centímetros. Galeria Outubro, Londres, Reino Unido.
Escultura. Máscara  criada por partes de garrafa plástica, aberta, em tons de marrom-claro. Há aberturas para os olhos e a boca. Na parte inferior, dependurados, há adornos feitos de contas e búzios.
. Godomey. 1995. Escultura de plástico, contas e búzios, 48 por 30 por 10 centímetros. Coleção de Arte Africana Contemporânea de Jean Pigozzi, Genebra, Suíça.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Em sua opinião, quais são as semelhanças e as diferenças entre as obras de Romuald Hazoumè reproduzidas nesta página? O artista realizou o mesmo processo para criar essas duas máscaras?

Respostas e comentários

Por dentro da arte

Existem muitos elementos culturais de matriz africana presentes nas linguagens artísticas, seja porque, ao longo da modernidade, muitos artistas se inspiraram nos elementos visuais e simbólicos da arte africana para ampliar os limites da arte ocidental – como no caso de Pablo Picasso, que, por um período, se inspirou nas máscaras africanas para pintar e teorizar sobre a vanguarda artística Cubismo –, seja porque os povos africanos deram grandes contribuições estéticas, linguísticas, culturais e filosóficas no processo de colonização das Américas. A presença africana é um elemento central e estrutural da arte brasileira, ou seja, é muito importante não a associarmos ao passado de violações e exploração a que as pessoas afrodescendentes foram submetidas, mas sim à riqueza cultural que os povos africanos trouxeram para o Brasil.

Foco na linguagem

1. Auxilie os estudantes a ler as imagens. Espera-se que mencionem como semelhança o fato de as duas obras serem máscaras desenvolvidas com o mesmo material utilizado como base (galões de plástico). A diferença está na utilização de outros materiais: em Wax Bandana, utilizou tecido e, em Godomey, búzios e contas. Depois, observe as duas imagens novamente com eles, a fim de que percebam que a resposta é “não”, pois, na máscara Wax Bandana, utilizou a fórma original do galão, enquanto em Godomey, ele “abriu” o galão, atribuindo-lhe novas fórmas.

Sugestão de atividade

Proponha aos estudantes uma pesquisa sobre artistas do Brasil que têm elementos estéticos e culturais de matriz africana em sua obra.

Você pode selecionar alguns elementos para apresentar a eles, como mapas, imagens da arte e vídeos: enfatize referências subsaarianas, que têm uma relação mais direta com o processo de colonização e a cultura brasileira: estatuária, arte têxtil, sancófas (que é uma escrita visual por símbolos), máscaras etcétera.

Ao conversar sobre esse repertório, destaque a estilização (síntese visual em poucas linhas), a padronização das fórmas (às vezes geométricas, como no caso dos tecidos) e a relação com as filosofias e crenças (cosmologias) africanas presentes nessas diferentes manifestações culturais.

Sugestões de artistas para a pesquisa: Abdias do Nascimento, Ayrson Heráclito, Criola, Emanoel Araújo, Heitor dos Prazeres, Inaycira Falcão, Marepe, Moisés Patrício, Mônica Ventura, Rosana Paulino, Rubens Valentim, Sonia Gomes, entre outros.

Organize os grupos e peça a cada um que escolha um artista e pesquise suas obras na internet. Eles deverão selecionar uma única obra e apresentar para a turma quem é o artista e qual é a obra escolhida. Na apresentação, eles devem responder à pergunta: quais são as relações entre a obra e a conversa prévia sobre a arte africana? Oriente-os a utilizar o diário de bordo para registrar a atividade.

Ao final, converse com a turma sobre as respostas, encontrando os pontos de convergência e divergência em relação à conversa prévia. Atenção para o risco de que estereótipos e preconceitos sejam propagados em sala de aula. É muito importante que estudantes racializados negros se sintam seguros e não sejam expostos a nenhuma fórma de racismo.

Os estudantes podem ser avaliados pela colaboração com o grupo durante a pesquisa, pela qualidade da apresentação e das relações construídas com o conteúdo e pelo respeito e pelas contribuições ao diálogo ao longo da proposta.

Artista e obra

Este é outro artista africano que tem como referência as máscaras em seus trabalhos artísticos. nasceu na República do Benim, em pacarru. utiliza destroços e peças de carro, como fragmentos de lataria, de pneus e de faróis, para realizar seus trabalhos. Com materiais descartados, o artista cria máscaras e figuras antropomórficasglossário .

O artista vem de uma família de ferreiros e vive em goucomé, um bairro da cidade de Porto Novo, República do Benim. A palavra goucomésignifica “bairro de Ogum”, divindade africana cultuada no candomblé como o deus do ferro.

O candomblé é uma manifestação religiosa afro-brasileira e passou a ser praticado no Brasil com a chegada dos africanos escravizados.

Fotografia. Homem de cabelo preto, curto e crespo, vestindo camisa branca. Tem um leve sorriso na face.
O artista em Porto Novo, República do Benim. Fotografia de 2011.
Escultura. Cabeça feita de vários materiais, como estrutura de ferro, vidro e papel. Há fios de cobre formando cabelos e duas esferas brancas como olhos.
, . . 2011. Escultura com cobre, vidro, ferro e pavio, 56 por 52 por 20 centímetros. Galeria , Paris, França.
Escultura. Cabeça criada com ferro, pedaços de cobre, vidro e bobinas de filmes fotográficos. As películas dos filmes representam cabelos e há peças de plástico como olhos e nariz.
, . Fotógrafo. 2011. Escultura com plástico, cobre, vidro e ferro, 49 por 33 por 15 centímetros. Galeria , Paris, França.

Arte e muito mais

Os orixás

Os orixás são divindades ancestrais muito importantes na mitologia do candomblé e estão relacionados aos elementos da natureza, como as plantas, os rios, os mares, as fontes, os animais e o ar. De acordo com as crenças do candomblé, os orixás orientam os seres humanos a viver em harmonia com a natureza e com as pessoas. Eles se manifestam no corpo dos filhos de santo, que, por meio de movimentos corporais, “contam” suas histórias. Entre os principais orixás cultuados no Brasil, estão Oxalá (responsável pela criação dos seres humanos), Xangô (divindade dos raios, trovões e relâmpagos), Ogum (divindade do ferro e das guerras), Iemanjá (divindade das águas salgadas) e Oxum (divindade das águas doces).

Fotografia. Estátua de figura feminina com cabelos castanhos longos, coroa e vestido azul longo. Está sobre um pedestal, em uma praia, com o mar ao fundo.
Estátua de Iemanjá na Praia dos Artistas, Natal Rio Grande do Norte. Fotografia de 2014.
Respostas e comentários

Continuação

Arte e muito mais

Se considerar oportuno, explique aos estudantes que o termo português candomblé tem origem nas línguas africanas quimbundo − canome (candombe, dança com atabaque) − e ioruba − ilé (que significa “casa”).

Se possível, apresente aos estudantes as informações sobre a formação do candomblé contidas no texto “As religiões africanas no Brasil escravista” nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Ao abordar o candomblé, comente com os estudantes o sincretismo religioso (mistura de diferentes valores e elementos religiosos) observado no Brasil. Explique que essa fusão de elementos de diferentes culturas foi fundamental para a manutenção e a disseminação no Brasil de religiões de origem africana, mesmo com a proibição de praticá-las imposta pelos colonizadores portugueses.

Comente que, durante o período colonial, como eram obrigados a seguir a religião católica, os africanos escravizados incorporavam os rituais e as práticas das religiões africanas ao catolicismo. Dessa maneira, passaram a cultuar seus orixás como santos católicos; por exemplo, Iansã era representada por Santa Bárbara, e Ogum, por São Jorge.

Conclua informando que o sincretismo religioso está presente até hoje na cultura brasileira.

Festas, cerimônias e muitas outras manifestações culturais indicam a presença marcante das religiões afro-brasileiras.

Se desejar, você pode conduzir uma conversa com os estudantes baseada nos Temas contemporâneos transversais Educação em direitos humanos e Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras. Esse pode ser um bom ponto de partida para promover uma discussão sobre preconceito religioso e búlin contra estudantes que têm diferentes crenças religiosas.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

1ª etapa

Nesta proposta, você criará uma máscara. Siga os procedimentos descritos a seguir e as orientações do professor.

Orientação para acessibilidade

Para o desenvolvimento da confecção das máscaras, caso haja, na turma, algum estudante com necessidades especiais, oriente os outros estudantes a formarem com ele ou ela uma dupla ou um grupo. O trabalho colaborativo pode ser utilizado para garantir a participação de todos.

Material

 Tiras de papel-cartão

• Caneta hidrocor

• Tiras de jornal

• Cola líquida

• Tesoura com pontas arredondadas

• Água

• Guache colorido

• Pincel

• Grampeador

• Elástico

• Fita adesiva

• Objetos diversos para a caracterização

Procedimentos

a. Para o molde, contorne o rosto com uma tira de papel-cartão. Tire-a da cabeça e grampeie as duas pontas.

Fotografia. Menina de cabelo longo preso em tranças pretas, vestindo camiseta vermelha. Está segurando uma faixa de papel-cartão ao redor da cabeça.

b. Grampeie outras tiras depapel-cartão na primeira tira.

Fotografia. Destaque de duas mãos. Uma segura um círculo de papel-cartão, e a outra grampeia duas faixas de papel-cartão em semicírculos paralelos.

c. Grampeie mais tiras para que a estrutura fique firme. Depois, cubra os grampos com fita adesiva.

Fotografia. Estrutura circular de papel-cartão com duas faixas de papel-cartão em semicírculos paralelos. Uma terceira faixa é passada acima e grampeada na base, cruzando as demais.

d. Mergulhe as tiras de jornal em cola branca diluída em água. Cole sobre as tiras de papel-cartão as tiras de jornal. Faça três camadas, para que a máscara fique firme.

Fotografia. À direita, uma tigela cor de laranja com cola branca . À esquerda,  duas mãos colando tiras de jornal na estrutura de papel-cartão para recobri-la.

e. Espere secar e desenhe os buracos dos olhos, do nariz e da boca. Antes de recortá-los, coloque a máscara no rosto para ajustar as marcações que você fez.

Fotografia. Destaque de uma mão desenhando olhos, nariz e boca sobre a estrutura recoberta de jornal.
Fotografias de estudante criando uma máscara. São Paulo, 2014.
Respostas e comentários

Experimentações

Previamente, organize o espaço no qual os estudantes realizarão a atividade, assim como o tempo para a conclusão da confecção das máscaras. Se for o caso, peça a eles que iniciem as primeiras etapas da atividade em casa e a concluam em sala de aula ou comecem na sala de aula e terminem em casa. O fundamental é que você organize o momento em que cada um poderá mostrar sua máscara e ver o que os colegas criaram (por exemplo, em grupos de quatro ou cinco estudantes). Ao observar as máscaras dos colegas, eles podem nomeá-las. Por fim, quando mostrarem as máscaras, peça-lhes que digam se elas se parecem com alguma personagem que eles conhecem e se lembram daquelas que foram apresentadas ao longo desta Unidade.

1ª etapa: O foco dos itens i e j é mostrar as alterações que a máscara pode produzir em todo o corpo. No deslocamento pela sala, questione os estudantes: a máscara altera seu modo de andar? Altera o movimento e o tamanho do seu passo? A máscara promove alguma alteração em seu eixo corporal? Você tem vontade de emitir algum som ao caminhar?

Verifique se os estudantes estão de fato experienciando outros modos de andar e de agir e se tais alterações vêm da sensação que a máscara proporciona a eles. Dê retornos individuais enquanto todos experimentam a máscara para que saibam quando o deslocamento está de acordo com a expressão do objeto cênico criado por eles.

f. Em seguida, recorte as áreas que você marcou. Pinte a máscara com guache.

Fotografia. Destaque de mão com pincel, pintando a máscara com tinta vermelha.

g. Grampeie o elástico para que você possa ajustá-la a seu rosto. Com fita adesiva, cubra os grampos.

Fotografia. Destaque de mão grampeando um elástico na lateral posterior da máscara.

h. Enfeite sua máscara utilizando diferentes materiais: tinta, botões, papel colorido, barbantes, folhas de árvore etcétera. Agora, retome as imagens das máscaras que você conheceu nas páginas anteriores.

Fotografia. Destaque de mãos colando barbantes coloridos na máscara pintada de vermelho, para representar cabelo e barba.

i. Vista sua máscara e apresente-a aos demais colegas de turma. Aprecie as máscaras confeccionadas por eles.

Fotografia. Quatro crianças lado a lado. Destaque para uma menina de camiseta azul segurando sobre o rosto uma máscara pintada de azul e vermelho e adornada com fios vermelhos.
Estudantes experimentando uma máscara. São Paulo, 2014.

j. Agora você já tem a sua máscara, então pode brincar um pouco com ela. Seguindo as instruções do professor, vista sua máscara e desloque-se livremente pela sala.

2ª etapa

  1. Com a orientação do professor, reúna-se com quatro colegas. Cada um deve usar a máscara que fez. Um primeiro estudante deve entrar no espaço delimitado por um retângulo, posicionar­-se em um ponto escolhido e fazer movimentos e sons para criar uma ação cênica. Vocês não devem utilizar falas nem apresentar uma história previamente criada. Enquanto o primeiro estudante se apresenta, o segundo entra no espaço e participa da ação proposta pelo primeiro. Os demais jogadores do grupo, um de cada vez, entrarão no espaço e proporão a continuidade ou a mudança da ação que se desenrola.
  2. Enquanto cada grupo se apresenta, os demais estudantes devem observar atentamente as ações de cada integrante do grupo.
  3. O jogo continua até que todos os grupos tenham se apresentado.

Avaliação

Ilustração. Ícone diário de bordo.
  1. Em roda, conversem sobre as impressões da atividade realizada. Identifiquem quais foram as dificuldades encontradas tanto na confecção das máscaras quanto na ação com elas no jogo cênico. Busquem compartilhar também quais descobertas expressivas realizaram ao longo de toda a atividade.
  2. Em seu diário de bordo, registre ao seu modo a sua trajetória desde a confecção das máscaras, a primeira experimentação no espaço vestindo a máscara, até a realização do jogo cênico com os colegas.
  3. Retome suas anotações sobre o jogo proposto ao final do Tema 1 e responda: que semelhanças e diferenças você percebeu entre aquela e esta experiência? A máscara alterou a maneira como seu corpo ocupou o espaço?
Respostas e comentários

2ª etapa: Oriente esta etapa do jogo de modo que ela não se estenda muito.

a) Com os estudantes, use fita adesiva para delimitar o espaço “cênico” no chão da sala. Neste momento, o importante é que o grupo entenda que esse é um jogo de improvisação, ou seja, não haverá uma combinação prévia. O foco dessa ação é a construção de uma situação de jogo (que não precisa consistir em uma história) em que cada jogador que entra em cena deverá reagir aos estímulos do outro.

b) Você pode dar instruções aos estudantes que estão vendo, fazendo as seguintes perguntas: Como se estabelece o encontro entre os jogadores? O que o segundo jogador propôs com a sua chegada? E os demais jogadores, como estão contribuindo para o desenvolvimento do jogo já iniciado? É importante que você contróle o tempo e convide os estudantes a encerrar o jogo assim que o encontro estiver suficientemente apresentado.

c) Ao final das improvisações, converse com os estudantes sobre o que eles perceberam ao observar os demais grupos jogando. É possível realizar uma avaliação discutindo o jogo de cada grupo separadamente. Nesse caso, o ideal é que os grupos não comentem o próprio jogo, mas o jogo dos outros grupos. Assim, os estudantes vão compreendendo o papel da plateia na atribuição de significado às ações cênicas e quanto se pode aprender assistindo aos outros. Aos poucos, eles vão perceber que esse aprendizado dependerá do nível de entrega ao jogo do outro e de quanto eles se abrem para observar as soluções encontradas pelos outros jogadores.

Avaliação

Após a realização da atividade, é esperado que os estudantes percebam que a utilização da máscara mudou a maneira como eles se relacionaram com o espaço. Eles podem ser avaliados pelo engajamento para realizar a atividade, pela interação e cooperação com os colegas e pela criatividade aplicada à elaboração e à confecção da máscara.

Glossário

Antropomórfico
: em que a fórma aparente lembra a de um ser humano.
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