Unidade 4  Música: som e poesia

Fotografia. Banda tocando instrumentos musicais, em um palco revestido de madeira. À esquerda, de perfil, homem calvo, vestindo camiseta verde, toca piano. À direita, homem de cabelo curto preto, usando camisa xadrez verde toca bateria. No fundo do palco, homem de cabelo curto preto, de camisa verde-escura, toca um violoncelo. À frente, posicionados lado a lado, um homem e uma mulher de roupas verdes tocam clarineta e flauta, respectivamente. Enquanto toca, a mulher lê a partitura que está em uma estante para partitura.
O grupo instrumental Vento em Madeira durante apresentação em São Paulo São Paulo, em 2015.

Nesta Unidade:

TEMA 1 O som

TEMA 2 A linguagem musical

TEMA 3 O instrumento vocal

TEMA 4 Como nascem as canções

Respostas e comentários

Competências da Bê êne cê cê

As competências favorecidas nesta Unidade são:

Competências gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 5 e 6.

Competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

Objetos de conhecimento e habilidades da Bê êne cê cê

As habilidades favorecidas nesta Unidade são:

Música

Contextos e práticas

(ê éfe seis nove á érre um seis)

(ê éfe seis nove á érre um sete)

(ê éfe seis nove á érre um oito)

(ê éfe seis nove á érre um nove)

Elementos da linguagem

(ê éfe seis nove á érre dois zero)

Materialidades

(ê éfe seis nove á érre dois um)

Notação e registro musical

(ê éfe seis nove á érre dois dois)

Processos de criação

(ê éfe seis nove á érre dois três)

Artes integradas

Contextos e práticas

(ê éfe seis nove á érre três um)

Processos de criação

(ê éfe seis nove á érre três dois)

Matrizes estéticas e culturais

(ê éfe seis nove á érre três três)

Patrimônio cultural

(ê éfe seis nove á érre três quatro)

Arte e tecnologia

(ê éfe seis nove á érre três cinco)

Sobre esta Unidade

Esta Unidade propõe uma trajetória de aprendizagem que vai dos fundamentos da linguagem sonora e musical até a criação das canções. Em outras palavras, propõe-se uma percepção dos elementos constitutivos da linguagem sonora, em sua dimensão estética e comunicativa, até, por fim, alcançar sua dimensão expressiva, com o uso da sonoridade para produzir música. Partindo de elementos da linguagem, como altura, volume, duração, timbre, os estudantes aos poucos são apresentados à constituição da música como linguagem, por meio da escrita musical, de instrumentos, harmonia e ritmo, mas também da voz, com todos as suas classificações e os cuidados que ela exige. Por fim, os estudantes refletem sobre como se fazem as canções a partir da articulação entre letra (poesia) e os sons. Ao longo dessa trajetória, os estudantes são apresentados a várias referências artísticas, propostas de escuta musical e de pesquisa com os colegas e com a comunidade escolar.

De olho na imagem

Fotografia. Banda tocando instrumentos musicais, em um palco revestido de madeira. À esquerda, de perfil, homem calvo, vestindo camiseta verde, toca piano. À direita, homem de cabelo curto preto, usando camisa xadrez verde toca bateria. No fundo do palco, homem de cabelo curto preto, de camisa verde-escura, toca um violoncelo. À frente, posicionados lado a lado, um homem e uma mulher de roupas verdes tocam clarineta e flauta, respectivamente. Enquanto toca, a mulher lê a partitura que está em uma estante para partitura.
O quinteto Vento em Madeira durante apresentação em São Paulo São Paulo, em 2015.

Faça no diário de bordo.

1. Observe os detalhes da imagem. Depois, ouça o áudio “’Choro na chuva’, de Léa Freire, com o quinteto Vento em Madeira”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

  1. Quantos músicos e quantos instrumentos musicais podem ser vistos na imagem?
  2. Você conhece algum desses instrumentos? Em caso afirmativo, você toca algum deles?
  3. Você sabe como os instrumentos que vemos na fotografia produzem som? Caso não saiba, consegue imaginar como isso acontece?
  4. Em sua opinião, por que os músicos escolheram o nome Vento em Madeira para o quinteto?
  5. Essa música combina com quais ambientes que você frequenta? Pense em onde e quando você escutaria esse tipo de repertório musical no seu cotidiano.
  6. Ouça, mais uma vez, o áudio “’Choro na chuva’, de Léa Freire, com o quinteto Vento em Madeira” e tente identificar o som de cada um dos instrumentos que fazem parte da gravação.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

  1. Observe que, na gravação que você acabou de escutar, não existe parte vocal (cantada ou falada). Em sua opinião, a voz também pode ser considerada um instrumento musical?
  2. Você gosta de cantar? Quais são os seus cantores ou cantoras prediletos? E quais são suas músicas prediletas? Com os colegas, organize uma lista das músicas mais apreciadas pela turma e registre em seu diário de bordo.
Versão adaptada acessível

2. Quantos músicos e quantos instrumentos musicais podem ser identificados na imagem?

Ilustração. Ícone Diário de bordo.
Respostas e comentários

De olho na imagem

Aproveite esta seção para realizar uma avaliação diagnóstica dos estudantes. Verifique como eles interpretam a imagem e produzem relações com as suas vivências pessoais, repertório cultural e imaginário. Você pode ir além nas perguntas para mapear os interesses musicais deles para redefinir objetivos e propostas da Unidade. Não apenas as habilidades de leitura de imagem, mas também os conhecimentos musicais e o gosto deles devem ser levados em consideração nesse mapeamento e no planejamento pedagógico.

1. Antes da audição, informe aos estudantes que esse é um áudio de uma gravação original do grupo retratado na fotografia. Peça a eles que façam silêncio durante a audição para que possam prestar atenção aos detalhes da música. Essa abordagem inicial − não apenas visual, mas também sonora − favorecerá uma apresentação mais vivencial e experiencial da música. Explique aos estudantes que, durante as apresentações, os músicos do quinteto Vento em Madeira trocam de instrumentos de acordo com a música que vão tocar. Assim, a cada música, o grupo busca transmitir, por meio dos tipos de som que cada instrumento produz, uma ideia musical de fórma estruturada, em que os compositores escolhem quais instrumentos têm o maior potencial de realização dessa ideia.

2. Na imagem há cinco musicistas e dez instrumentos (4 flautas, 3 saxofones, 1 piano, 1 contrabaixo acústico e 1 bateria). Chame a atenção dos estudantes para os instrumentos que estão dispostos no chão, diante do saxofonista e da flautista (Teco Cardoso e Léa Freire). Se considerar oportuno, comente com os estudantes que à direita na fotografia, abaixo da bateria, há um banco sobre o qual há alguns papéis que contêm o repertório desse show.

3. Incentive os estudantes a expressar o conhecimento prévio que têm dos instrumentos apresentados nas imagens. Ajude-os nessa identificação. Se houver estudantes que saibam tocar um ou mais dos instrumentos mostrados na fotografia, convide-os a se apresentar para os colegas de turma em uma data previamente agendada. Essa é uma maneira de valorizar o conhecimento musical dos estudantes e de estimular os demais a se dedicar ao estudo da linguagem musical.

4. Incentive os estudantes a falar sobre as impressões que tiveram a respeito de como funcionam esses instrumentos e a elaborar hipóteses de como o som é obtido em cada um deles. Por exemplo, explique a eles que, no caso da bateria, composta basicamente de um conjunto de instrumentos percussivos, como os pratos, o surdo e o bumbo, o som é obtido percutindo (batendo) um par de baquetas e um pedal.

5. Espera-se que os estudantes reconheçam que a expressão vento em madeira faz referência aos instrumentos de sopro utilizados pelo grupo (flautas e saxofones). Explique aos estudantes que esses instrumentos, mesmo sendo feitos de metal, são conhecidos como “madeiras” e que o critério dessa classificação é o fato de serem instrumentos de palheta (a flauta é uma exceção, pois não possui palheta). Depois, explique o termo quinteto, que é a denominação dos conjuntos formados por cinco instrumentistas − cinco pessoas que, juntas, executarão a música.

6. Incentive os estudantes a compartilhar as vivências e as percepções deles sobre outros locais em que esse tipo de repertório poderia ser escutado.

7. Nessa atividade, talvez eles consigam perceber e distinguir o som do piano e da bateria. Caso tenham dificuldade, ajude-os na identificação do som do contrabaixo e dos instrumentos de sopro.

8. Espera-se que os estudantes concluam que o instrumento musical pode ser qualquer objeto do qual se origina um som, desde que esse instrumento seja usado musicalmente. Assim, no caso dos cantores, como a voz é produzida pelo corpo deles, ela pode ser considerada seu “instrumento musical”.

9. Se possível, promova um momento em que os estudantes possam trazer para a aula exemplos de músicas que gostam de ouvir e nas quais seja possível perceber algum (ou alguns) dos instrumentos estudados. Se a escola autorizar o uso de telefone celular em sala de aula, os estudantes podem apresentar essas músicas utilizando o aparelho. Essa atividade também pode ser realizada na sala de informática ou em outro espaço da escola onde haja computador e acesso à internet. Deixe os estudantes se sentirem à vontade para dizer aos colegas qual é o gosto musical deles e quais intérpretes e repertório preferem. Enfatize que todos devem respeitar o gosto e a predileção das outras pessoas. É importante que você ouça as músicas que os estudantes desejam apresentar antes de colocar para tocar para todos ouvirem.

Artista e obra

O quinteto Vento em Madeira

O quinteto Vento em Madeira é um grupo que se dedica principalmente à música instrumental. No repertório do quinteto, há o predomínio de músicas que não incluem textos para a parte vocal.

Fazem parte do grupo os músicos Léa Freire, nas flautas; Tiago Costa, no piano; Teco Cardoso, nos saxofones alto e baixo e nas flautas; Fernando Demarco, no contrabaixo elétrico vertical; e Edu Ribeiro, na bateria. Esses músicos, além de tocarem os instrumentos, compõem e fazem o arranjoglossário das músicas. Os integrantes do quinteto também participam de outros grupos, além de terem trabalhos musicais desenvolvidos em carreira solo.

Formado em 2008, o quinteto Vento em Madeira lançou alguns Cê dês e realiza shows por todo o Brasil e no exterior. A proposta musical do grupo é a produção de músicas em que se combinam elementos de diferentes estilos, como o frevo, o jazz e o samba.

Fotografia. Cinco músicos em um parque com árvores e plantas. Da esquerda para direita: homem calvo de barba grisalha, vestindo camisa branca e calça preta, está segurando um saxofone; mais atrás, homem calvo, vestindo camisa branca e calça preta; mulher de cabelo loiro, preso, vestindo camisa azul clara aberta, sobreposta a uma camiseta azul-escura e calça preta, está segurando um trompete; homem de cabelo curto, preto, e óculos de armação quadrada, vestindo camisa branca, está segurando um violoncelo; um pouco atrás dele, homem de cabelo curto preto, vestindo camisa azul.
Da esquerda para a direita, os músicos Teco Cardoso, Tiago Costa (ao fundo), Léa Freire, Fernando Demarco e Edu Ribeiro, em São Paulo São Paulo. Fotografia de 2014.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Você conhece algum samba? Em caso afirmativo, gosta de cantar esse estilo musical? Você costuma dançar ao som do samba? Fale de suas experiências com os colegas.
  2. Está na hora de movimentar o corpo. Acompanhando com batidas de pés e palmas, escolha um samba que você conhece e acompanhe o ritmo com os colegas, realizando a percussão corporal e cantando a letra. Aproveite para compartilhar alguns passos de dança.
Respostas e comentários

Artista e obra

Para mais informações sobre o frevo, consulte o texto “Frevo – expressão artística do carnaval do Recife” nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Para as duas questões apresentadas nesta página, inicialmente, promova um espaço acolhedor onde os estudantes possam comentar experiências e gostos pessoais.

Foco na linguagem

1. É provável que os estudantes conheçam o estilo musical samba. Peça a eles que falem sobre a relação que têm com o tipo de samba feito na região onde eles vivem (se eles cantam e/ou dançam esse estilo musical). Por exemplo, na Região Nordeste, na Bahia, há o samba de roda; no Sudeste, no Rio de Janeiro, há o partido-alto (que é composto coletivamente e se baseia no improviso), o samba de terreiro (que acontece no quintal das casas do subúrbio e em rodas de samba em bares) e o samba-enredo (criado em rodas de samba nos bairros e interpretado pelas escolas de samba nos desfiles de Carnaval).

2. Analise as habilidades rítmicas e motoras dos estudantes, observando se eles caminham e realizam a percussão corporal no ritmo. Auxilie-os, caso tenham dificuldade.

Tema 1  O som

Os sons que nos rodeiam

Som é tudo o que podemos captar (ou perceber) pelo sentido da audição. Além de ser o elemento ou material básico constitutivo da música, o som está presente em nosso dia a dia. Pense, por exemplo, em todos os sons que você ouve desde o momento em que acorda até quando vai dormir: o canto dos pássaros, o som do motor dos automóveis, o barulho da chuva e das ondas do mar, a sirene da ambulância, o toque do celular.

Mas você já parou para pensar como percebemos os sons do ambiente que nos A resposta a essa questão envolve conhecimentos de diversas áreas, entre elas a física, ciência que fornece informações para compreender os fenômenos da natureza.

Ao tocar um instrumento musical, ao emitir a voz ou quando acontece qualquer outro tipo de movimentação, como as decorrentes do vento (por exemplo, em contato com as folhas das árvores) ou da queda de um objeto, ocorrem vibrações do ar. A vibração é o movimento de algum objeto ou corpo que se realiza de modo rápido e contínuo, de um lado para o outro. No caso da música, esse movimento (de vibração) empurra o ar que se encontra ao redor do objeto levando-o (o ar) pelo espaço até nossas orelhas, o que permite que ouçamos o som do objeto vibrante.

Nos instrumentos musicais, essa movimentação de ar pode ser provocada de diversas ao dedilhar as cordas de instrumentos; ao percutir (bater) em alguns instrumentos de percussão; ou quando, ao expirar, “empurramos” muito ar para o interior de um instrumento de sopro, como no caso das flautas.

Essas vibrações, chegando a nossas orelhas, fazem os ossos e as membranas internas vibrarem, gerando estímulos que, transmitidos ao cérebro, são interpretados e percebidos como sons. Por exemplo, o ruído dos talheres no prato durante as refeições, alguém fazendo a limpeza da casa ou as conversas no pátio da escola quando estamos concentrados na aula são alguns dos sons do cotidiano que podemos não perceber. No entanto, é provável que, caso algum desses sons deixe de acontecer em algum momento, sua ausência seja prontamente notada. Isso ocorre porque os sons, em geral, têm significados e afetam o comportamento e o estilo de vida das pessoas.

Fotografia. Destaque de uma mão com a palma aberta ao redor da orelha de uma mulher de cabelo castanho, longo.
As vibrações chegam às nossas orelhas por meio do ar, e reconhecemos essas vibrações como “sons”.
Respostas e comentários

Objetivos

Entender como o corpo humano percebe o som.

Compreender os conceitos de altura, volume, intensidade, duração e timbre.

Identificar as propriedades do som no cotidiano.

Conhecer as notas musicais e entender como se dá o seu registro na pauta musical.

Compreender elementos da música por meio de vivências e práticas musicais.

Experimentar a classificação dos sons segundo suas propriedades.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre um seis), (ê éfe seis nove á érre dois zero), (ê éfe seis nove á érre dois um), (ê éfe seis nove á érre dois dois), (ê éfe seis nove á érre dois três), (ê éfe seis nove á érre três um) e (ê éfe seis nove á érre três dois).

Contextualização

Nesta coleção, utilizaremos o termo orelha para nos referirmos ao órgão relacionado à audição, seguindo a terminologia anatômica internacional. Comente com os estudantes que ao nosso redor há sons que se propagam no espaço, isto é, a fonte sonora produz uma movimentação do ar que chega à orelha, possibilitando que o cérebro a decodifique para possível identificação; dessa fórma, a distância e o ambiente em que o som é produzido são responsáveis também por possibilitar ou não a escuta. Por exemplo, caso alguma pessoa grite em um campo aberto, escutaremos de fórma diferente se o mesmo grito ocorrer em um espaço fechado. Um espaço sem paredes e tetos faz com que o som se disperse, diminuindo a projeção para a escuta. Explique aos estudantes que existem sons produzidos pela humanidade e sons que são naturais, isto é, advindos da própria natureza. Destaque como, ao longo do tempo, em decorrência dos processos de urbanização, os sons das cidades foram se alterando.

Paisagem sonora

Comente que o conjunto dos sons (naturais e criados pelos seres humanos) cria uma identidade para o espaço, isto é, uma paisagem sonora. Para mais informações sobre este tema, consulte o texto “Os conceitos de paisagem sonora e ecologia sonora” nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Arte e muito mais

Música e inclusão

Como você pôde observar na página anterior, é por meio de vibrações do ar que as pessoas percebem os sons. No entanto, essas vibrações atingem não somente as orelhas, mas todo o corpo. Por isso, é possível que pessoas que têm baixa audição ou que são surdas percebam o som por meio de vibrações no corpo.

Essa constatação ajudou o professor de música e maestro Fábio Bonvenuto a desenvolver um projeto de inclusão que permite que jovens surdos atuem como instrumentistas em uma banda.

Nessa banda, os integrantes que são surdos tocam instrumentos de percussão, como pandeiro, atabaque, triângulo e bateria. O professor Bonvenuto os auxilia a sentir as vibrações dos sons no corpo deles. Com base nessa percepção, eles criam ritmos para acompanhar as músicas que a banda toca. Os integrantes ouvintes tocam instrumentos como teclado, guitarra, trompete, saxofone e trombone.

Fotografia. Homem de cabelo curto e óculos arredondados, vestindo camisa preta, casaco marrom e calça azul. À sua frente, à esquerda, sorrindo, há uma menina de cabelo preto, longo e óculos de armação rosa quadrada, vestindo casaco rosa. À direita, há um menino de cabelo curto, preto, vestindo casaco azul e calça jeans. As duas crianças estão tocando instrumentos musicais.
O professor Fábio Bonvenuto com os integrantes da banda Patrícia Ferreira Marques e Guilherme Silva Galassi, em Guarulhos São Paulo, em 2018.
Fotografia. Integrantes de uma banda, com seus instrumentos, em uma sala, de música. À esquerda, homem de cabelo preto,curto, e óculos arredondados, vestindo camisa preta, casaco marrom e calça jeans. Ao seu lado há um menino de cabelo preto, curto, vestindo casaco azul-marinho e calça jeans, e uma menina sorridente, de cabelo preto, longo, preso, vestindo blusão rosa-claro e com óculos de armação retangular. O menino está tocando uma marimba e a menina, um atabaque. Mais ao fundo, há outra menina de blusão rosa-escuro, de cabelo preto preso, tocando bateria. À direita, mais à frente,  há duas mulheres sentadas, tocando chocalho e teclado, respectivamente.
O professor e regente Fábio Bonvenuto com integrantes da banda, em Guarulhos São Paulo, em 2018. Da esquerda para a direita, Guilherme Silva Galassi, Patrícia Ferreira Marques, Solange Lopes Pires, Paula de Souza Meireles e Keila Guimarães Queiroz.

Um dos pontos do artigo 27º da Declaração Universal dos Direitos Humanosglossário ressalta que toda pessoa tem o direito de participar da vida cultural de uma comunidade e de fruir das artes. Assim, projetos como esse são fundamentais para a inclusão de pessoas com deficiência nos saberes proporcionados pela prática artística.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Ouça o áudio “Trecho de ‘Luar do sertão’, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, interpretado pela banda Música do Silêncio”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

2. Considerando trabalhos como o do professor Fábio Bonvenuto, avalie a importância de projetos como esse e escreva um pequeno texto no seu diário de bordo sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

Ícone. Tema contemporâneo transversal Cidadania e Civismo
Ilustração. Ícone Diário de bordo.
Respostas e comentários

Arte e muito mais

A inclusão das pessoas com deficiência na arte pode ser associada ao tema Educação em direitos humanos, que integra o Tema contemporâneo transversal Cidadania e civismo. Exiba alguns vídeos da artista e intérprete Anne Magalhães, disponíveis em: https://oeds.link/gN3qdb (acesso em: 27 maio 2022) e promova um debate sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que é uma língua visual. O objetivo do debate é promover a reflexão sobre a cultura surda em seu potencial artístico e expressivo.

Explique aos estudantes que o termo ouvinte é empregado para se referir às pessoas que não apresentam deficiência auditiva.

Foco na linguagem

1. Estimule os estudantes a comentar a música, de modo que possam demonstrar alguns conhecimentos prévios acerca dos instrumentos que eles ouviram no áudio.

2. Comente que o fato de essa banda reunir tanto estudantes ouvintes como surdos denota o caráter inclusivo do projeto do regente Fábio Bonvenuto.

Incentive os estudantes a trabalhar com profundidade a argumentação sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência. Você pode introduzir a proposta fazendo algumas perguntas, que poderão funcionar como um roteiro argumentativo para a escrita:

• O que é a inclusão das pessoas com deficiência?

• Por que ela é importante?

• Como ela pode ser feita? Neste caso, o exemplo do livro pode ser retomado.

• Você conhece outros exemplos além deste livro?

• Você acredita que as pessoas com deficiência sofrem algum tipo de preconceito?

• O que está ao nosso alcance para promover um convívio livre de preconceitos e de barreiras para as pessoas com deficiência?

Você pode comentar com eles que as soluções do convívio no dia a dia são chamadas de atitudinais, ou seja, dependem da empatia no contato pessoal com as pessoas com deficiência.

A atividade pode ser avaliada com foco nos seguintes aspectos: desenvolvimento da capacidade argumentativa no texto escrito; contribuição para as reflexões em grupo; respeito e acolhida às leituras e contribuições dos colegas.

Sugestão de atividade

Proponha aos estudantes uma experiência de “audição” por meio da vibração. Para isso, você pode distribuir uma bexiga para cada estudante e pedir que a encham e amarrem; depois, peça-lhes que falem com a boca bem próximo à bexiga e percebam com as mãos a vibração que ocorre em toda a película.

As propriedades do som

O som tem propriedades que o diferenciam: altura, intensidade, duração e timbre. Conheça, a seguir, esses elementos.

Altura ou volume?

Alguma vez você já ouviu uma microfonia (aquele som que ocorre quando alguém coloca um microfone diante de uma caixa de som)? E o som do atrito do giz com a lousa? Esses dois sons podem ser desagradáveis para a maioria das pessoas. Você imagina por que isso acontece? A resposta a essa pergunta tem relação com uma das propriedades do som, a altura. A altura indica se determinado som é grave ou agudo.

Ao ouvirmos a expressão altura do som, pensamos em volume (forte ou fraco), lembrando que um som forte é comumente avaliado como um som que apresenta o volume muito alto. A altura, no entanto, em música, não se refere ao volume ou à intensidade do som, mas ao fato de um som ser mais agudo ou mais grave que o outro.

Fotografia. Destaque de mão traçando uma linha reta, com giz branco, sobre uma lousa negra.
O som do atrito que se ouve ao riscar um giz na lousa é considerado desagradável.

Em determinados contextos, sons muito agudos (como os da microfonia, das pontas de um garfo que deslizam e arranham a parte externa de uma garrafa de vidro e do atrito do giz com a lousa) incomodam a maioria das pessoas.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Chegou a hora de criar. Utilizando os objetos disponíveis em sala de aula, em grupo, criem e reproduzam dois sons agradáveis e dois sons desagradáveis. Caso seja possível, reproduzam ou gravem esses sons para compartilhar com a turma.

A representação da altura

A tradição cultural do Ocidente representa a altura dos sons por meio das notas , , mi, , sol, e si.

Ouça o áudio “Notas musicais”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

As notas musicais podem ser registradas no pentagrama, que é o conjunto de cinco linhas horizontais paralelas com espaços regulares entre elas. O pentagrama também é conhecido como pauta musical. Observe a seguir a representação das notas musicais em uma pauta.

Ilustração. Pentagrama musical dividido em oito partes demarcadas por linhas verticais. Sequencialmente, estão as notas musicais, iniciando abaixo do pentagrama e dispostas sucessivamente, nas linhas e nos espaços entre elas,  até o penúltimo espaço: do; ré; mi; fá; sol; lá; si; dó. Abaixo há um traço horizontal com uma seta em cada ponta: à esquerda está indicado 'sons graves', e à direita, 'sons agudos'.

Assim como se lê um texto, o pentagrama é lido da esquerda para a direita. Observe que as notas mais graves ficam nas linhas inferiores e as notas mais agudas se encontram nas linhas superiores do pentagrama.

Respostas e comentários

Contextualização

É importante que os estudantes entendam que os sons são nomeados como musicais ou ruídos culturalmente; assim, o que hoje pode ser considerado um ruído (o bater de uma porta), em outro momento pode ser utilizado em uma obra musical. Um exemplo desse tipo de composição é a Abertura 1812, do compositor piótor ílit tiáicóvisqui (Rússia, 1840-1893), em que se ouve uma sequência de tiros de canhões como elemento sonoro e expressivo da obra.

Os sons podem despertar diferentes sensações nos seres humanos. Uma pessoa pode ouvir o canto de um pássaro, por exemplo, e se lembrar de algum lugar ou momento em que ouviu aquele canto, o que pode trazer recordações positivas ou negativas. As sensações variam de pessoa para pessoa e estão relacionadas aos aspectos culturais.

Foco na linguagem

1. Para esta proposta, após organizar um debate para que os estudantes possam dizer as suas impressões, delimite um tempo para que eles possam selecionar os objetos e os sons e experienciá-los. Esta atividade também pode ser realizada em grupo, caso seja necessário otimizar o tempo das apresentações.

Sugestão de atividade

Como fórma de complementar a compreensão da representação gráfica da altura das notas musicais, após a audição de “Notas musicais” peça aos estudantes que cantem as notas musicais acompanhando o áudio. Depois, destaque que as músicas utilizam as notas em sequências diferentes, tanto ascendentes (quando a primeira nota é mais grave que a segunda) como descendentes (quando a primeira nota é mais aguda que a segunda), criando melodias variadas.

Caso seja necessário, informe que existe também a leitura da direita para a esquerda (no idioma japonês, por exemplo).

A intensidade

Na página anterior, você viu que volume e altura são aspectos diferentes do som. Ocorre que o volume se relaciona ao fato de os sons serem de maior ou de menor intensidade.

Em geral, os sons mais intensos são chamados sons fortes e os menos intensos, sons fracos. Por exemplo, ao tocar de leve as cordas de um violão, ouvimos um som fraco, de menor intensidade. No entanto, se tocarmos a corda do violão com fôrça, ouviremos um som mais forte, de maior intensidade.

Ouça o áudio “Sons de violão com menor e maior intensidade”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

A intensidade dos sons é medida em decibéis . As pessoas que têm audição normal ouvem sons a partir de 10 ou 15 decibéls. Sons de até 85 decibéls são considerados inofensivos à audição. No entanto, longas exposições a sons de maior intensidade (ou seja, acima de 85 decibéls) podem provocar dor de cabeça, insônia, falta de atenção, irritabilidade e até mesmo a diminuição da capacidade auditiva.

A duração

Podemos ouvir cada som por determinado tempo: mais longo ou mais curto. A propriedade da duração refere-se ao tempo de emissão de um som, e isso depende da duração das vibrações do objeto que o produziu.

Pense, por exemplo, nos sons obtidos pelo toque em um tambor e pelo toque em um sino. O som que se obtém no tambor é mais curto que o som obtido no sino, pois o som do sino permanece ressoandoglossário por mais tempo.

Ouça o áudio “Diferença de duração entre os sons de tambor e de sino” e perceba a diferença de duração que há entre ambos.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

O timbre

O timbre é a propriedade do som por meio da qual se pode distinguir a fonte sonora que o emitiu. No caso da música, por meio do timbre, pode-se identificar o instrumento que emitiu determinada nota. A nota dó produzida por um piano, por exemplo, soa diferente da nota dó produzida por um violão. Esse fato ocorre porque, ao tocar a tecla de um piano ou dedilhar a corda de um violão, são produzidas ondas sonoras (que são as vibrações de ar mencionadas anteriormente) diferentes.

Ouça o áudio “Diferença de timbre entre violão e piano”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Fotografia. Menino de cabelo preto, curto, vestindo camiseta branca e casaco azul e cinza de mangas arregaçadas e usando com fones de ouvido ligados por um arco acima da cabeça. Ele sorri e olha para o alto, enquanto toca com as mãos cada um dos fones que cobrem suas orelhas.
O uso contínuo de fones de ouvido, principalmente quando os volumes são fortes, pode acarretar perda da audição. Fotografia de 2016.
Respostas e comentários

Contextualização

Recorde com os estudantes os instrumentos utilizados pelo quinteto Vento em Madeira e comente que a intensidade, a duração e o timbre dos sons produzidos por esses instrumentos dependem da fórma como o som é obtido por eles. Explique aos estudantes que, no contrabaixo acústico – que é um instrumento de cordas −, o som resulta da vibração de suas cordas. Essa vibração acontece por meio do toque dos dedos ou da fricção de um arco realizados pelo instrumentista. O arco tradicionalmente é formado por uma haste de madeira e por crinas de cavalo, que são presas às suas extremidades. O instrumentista segura o arco pela haste de madeira, friccionando a crina nas cordas do instrumento; esse gesto faz as cordas vibrarem, produzindo, assim, o som. O contrabaixo acústico é um instrumento em que não é necessário nenhum tipo de sistema elétrico para o seu funcionamento. O saxofone soprano, o saxofone alto (que se distinguem por tamanho e formato, produzindo extensões de notas e qualidades sonoras diferentes) e a flauta são instrumentos de sopro, ou seja, o som é obtido pela expiração do instrumentista. No quinteto Vento em Madeira, a instrumentista Léa Freire toca exclusivamente flauta transversal, enquanto Teco Cardoso, em algumas músicas, alterna tocando os saxofones em busca de outro tipo de timbre ou altura nos arranjos.

Entre textos e imagens

Como as notas musicais foram descobertas e nomeadas?

“As notas são uma convençãoglossário , um código estabelecido para os músicos lerem as partituras. Mas o modelo ocidental, o famoso ‘dó-ré-mi’, é apenas um dos códigos. Dependendo do país ou do povo, cada som pode ser representado por notas ou marcações distintas. reticências O modelo ocidental é o mais popular de todos e surgiu graças à Igreja [católica], instituição responsável por oficializar e esquematizar o ensino musical na Idade Média. reticências

As notas que conhecemos foram criadas pelo monge italiano Guido de Arezzo [992-1050]. Enquanto trabalhava no mosteiro da cidade de Pomposa [Itália], no final do século dez,Arezzo percebeu que os cantores gregorianosglossário tinham dificuldade em memorizar as músicas sacrasglossário . Como a maioria das pessoas era analfabeta, a Igreja valorizava a música como o método mais poderoso de angariar fiéis. reticências

O monge montou a sequência ‘ut-re-mi-fa-sol-la-si’ baseando-se nas iniciais dos versos do Hino a São João Batista, canção extremamente popular na época e, portanto, fácil de memorizar. No século dezessete, por ser muito difícil de ser lido, o ‘ut’ virou ‘dó’. reticências

Em outras partes do mundo, o sistema de notas é diferente do ocidental. Na Coreia do Sul, por exemplo, o chongambo é um esquema com diversas casas e células que indicam, simultaneamente, o timbre e a duração de cada nota a quem canta. Outros países cuja música usa sistemas diferentes são Índia, Rússia, Indonésia, China e Japão. reticências

MASSAO, Lucas. Como as notas musicais foram descobertas e nomeadas? Revista Mundo Estranho. São Paulo, 26 abril 2016. Lucas Massao/Abril Comunicações ésse á

Ilustração. Pergaminho aberto com frases sequenciais, em latim. As letras e sílabas iniciais estão destacadas na cor vermelha: UT; RE; MI; FA; SOL; LA; SI.
Ilustração atual com o Hino a São João Baptista, composição atribuída ao monge Paolo Diacono abre parênteses cêrca de 720-cêrca de 800) no século oito, na qual vemos as letras que deram origem ao nome das notas musicais.

Faça no diário de bordo.

Questões

  1. No texto, por que se afirma que as notas musicais foram criadas, e não descobertas?
  2. De acordo com o texto, qual era a importância da música para a Igreja católica durante a Idade Média?
  3. Por que, de acordo com o texto, o sistema de notação criado pelo monge Guido de Arezzo foi o sistema que se popularizou no Ocidente?
  4. Escolha oito diferentes sons (corporais/vocais, do ambiente externo e/ou interno da escola, de animais, de ruídos agradáveis ou não, entre outros) e crie um desenho para cada um deles, de modo que você os compreenda e que representem o som da melhorfórma. Em seguida, organize-os em qualquer sequência e, lendo a sua partitura musical, tente reproduzir os sons com o próprio corpo ou utilizando os objetos disponíveis. Registre a sua criação em seu diário de bordo.
    Ilustração. Ícone Diário de bordo.
Versão adaptada acessível

4. Escolha oito diferentes sons (corporais/vocais, do ambiente externo e/ou interno da escola, de animais, de ruídos agradáveis ou não, entre outros) e crie uma representação ou símbolo para cada um deles, de modo que você os compreenda e que representem o som da melhor forma. Em seguida, organize-os em qualquer sequência e, a partir de sua partitura musical, tente reproduzir os sons com o próprio corpo ou utilizando os objetos disponíveis. Registre a sua criação em seu diário de bordo.

Respostas e comentários

Entre textos e imagens

Comente com os estudantes que a tradução desses versos do latim para o português é: “Para que teus servos / possam ressoar claramente a maravilha dos teus feitos, / limpe nossos lábios impuros, / ó São João”.Se considerar oportuno, comente que a tradução literal do termo coreano chongamboé “distância entre dois poços”.

Relacione o surgimento das notas com a função da escrita ao longo da história da humanidade. É importante destacar que a escrita musical não é universal. A escrita que utilizamos no Brasil é de origem europeia, porém existem outras fórmas de escrita encontradas em outras culturas, como é o caso da música oriental.

Questões

1. O texto nos diz que Guido aretzo criou os nomes das notas e a fórma de organizá-las. Ele não apenas reorganizou esses sons, mas deu-lhes também uma aplicação prática musical.

2. Na Idade Média a maioria das pessoas não sabia ler nem escrever, era por meio da música que a Igreja disseminava os valores católicos para, assim, atrair adeptos. Se julgar oportuno, comente com os estudantes que, nesse período, a Igreja também encomendava pinturas de temas religiosos para divulgar e propagar a doutrina católica a seus fiéis iletrados.

3. Espera-se que os estudantes comentem que o predomínio do modelo desenvolvido pelo monge Guido daretzo se deve ao fato de a Igreja católica, ao longo dos séculos, ter sido grande disseminadora de valores culturais na sociedade.

4. Nesta proposta, os estudantes serão estimulados a iniciar a escrita musical pela criação de registros sonoros alternativos. Caso um estudante escolha, por exemplo, o som de bater os pés no chão, o seu desenho poderá ser um pé; o assobio pode ser representado por um lábio, entre outros.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

1. Agora, você participará de uma atividade de percepção sonora. Siga as orientações do professor e as instruções a seguir.

a) Feche os olhos e ouça os sons da sala de aula e do exterior. A seguir, relate os sons que você ouviu.

b) Seguindo as orientações do professor, desloque-se com os colegas para outro ambiente da escola e realize novamente a etapa anterior da atividade.

c) Após ter ouvido sons de diferentes ambientes, responda: os sons se repetem neles?

d) Ouça mais uma vez os sons da sala de aula. Escolha cinco desses sons e os compare em relação às propriedades que eles têm. Monte um quadro em seu diário de bordo no qual você classificará os sons ouvidos de acordo com a altura (agudo ou grave), a intensidade (forte ou fraco), a duração (longo ou curto) e o timbre (descrever a fonte sonora). Seguindo as orientações do professor, apresente suas conclusões aos colegas.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.

2. De acordo com a orientação do professor, forme um grupo com cinco colegas. Sigam as etapas descritas a seguir. Registre as respostas no diário de bordo.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.

a) Observem atentamente as fotografias a seguir.

Fotografia. Vista aérea de área rural, mostrando vegetação rasteira, árvores e plantações ao fundo. À esquerda, em primeiro plano, partes de uma casa aparecem por trás da vegetação. Logo atrás, em uma clareira, há outra casa.
Área rural de Caparaó Minas Gerais. Fotografia de 2014.
Fotografia. Vista de cidade mostrando uma rua asfaltada, com duas pistas de sentidos opostos e tráfego intenso de carros e motocicletas. Há várias placas de sinalização de trânsito. Nos limites da rua, de ambos os lados, há casas e edifícios de dois e três andares e muitos veículos estacionados no meio-fio. Fios de eletricidades cruzam a rua, de lado a lado, ligados a postes.
Área urbana da cidade de Serra Talhada Pernambuco. Fotografia de 2017.

b) Descrevam os elementos que podem ser observados em cada uma das fotografias.

c) Escolham uma das fotografias e imaginem possibilidades sonoras para ela.

d) Utilizando o corpo e os materiais disponíveis na escola, criem uma sonorização para a imagem escolhida.

e) Sob a orientação do professor, apresentem essa sonorização aos colegas e, caso seja possível, gravem a sua produção.

Avaliação

Para finalizar, reflita sobre as atividades desta página. Considerando as experiências vivenciadas, responda em seu diário de bordo às seguintes questões.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.

a) Você conseguiu identificar os sons da sala de aula?

b) Que dificuldades você sentiu ao realizar as atividades?

c) Como as propostas modificaram o seu modo de ouvir música?

Respostas e comentários

1. a) Solicite aos estudantes que permaneçam em silêncio, de olhos fechados e concentrados. Após a realização da atividade, registre na lousa os sons relatados por eles.

b) Esta atividade de audição pode ser realizada no pátio ou em outro espaço da escola. O objetivo desta atividade é que eles identifiquem as diferenças sonoras que há entre os dois ambientes. Peça a eles que descrevam os sons que perceberam nesse outro ambiente e registre-os na lousa.

c) Espera-se que eles respondam que alguns sons se repetem nesses ambientes (como o som de vozes, de automóveis, de arrastar de carteiras, de pássaros etcétera. Pergunte: Em qual dos dois ambientes os sons causaram mais incômodo ou foram mais desagradáveis (por exemplo, o som de automóveis)? Ao registrar na lousa as respostas dos estudantes, estimule-os a expressar a percepção que tiveram. É possível que o ambiente que causa mais incômodo sonoro para um não seja o que causa mais incômodo para outro.

d) Oriente os estudantes na sistematização do quadro da classificação dos sons e organize um momento para que todos possam compartilhar os registros. É importante lembrar que a grande maioria dos sons ambientais tem altura indefinida e, muitas vezes, é composta da sobreposição de várias frequências sem a predominância de uma sobre as outras, de modo que algumas vezes fica difícil classificar como agudo ou grave. Dessa fórma, alguns estudantes poderão ouvir mais as frequências altas, e outros, as baixas. Caso ocorra divergência de opiniões quanto à classificação da altura de determinado som, aproveite para explorar essa questão com os estudantes, aceitando possíveis respostas contraditórias.

Modelo de quadro para a atividade 2:

Classificação dos sons ouvidos na sala de aula

Propriedades

Som

Altura − agudo ou grave

Intensidade − forte ou fraco

Duração − longo ou curto

Timbre − descrever a fonte sonora

Som 1

2. Antes de iniciar esta atividade, verifique a possibilidade de gravar as produções dos estudantes e arquivar digitalmente em alguma plataforma escolar ou arquivos digitais pessoais.

a) Oriente os estudantes a observar detalhes das fotografias.

b) Espera-se que os estudantes percebam que na área rural há plantação, árvores, duas residências de estilo rural, montanhas. Na área urbana há veículos, asfalto, poluição visual (excesso de anúncios e placas comerciais) e provável poluição sonora (em função do trânsito intenso), muitas construções uma ao lado da outra, pouco verde, céu pouco visível.

c) Estimule os estudantes a usar a criatividade ao imaginar as possibilidades sonoras.

d) Explique aos estudantes que, além das possibilidades corporais (voz, palmas, batidas dos pés no chão etcétera, eles podem utilizar materiais disponíveis na escola, como cadeiras, cadernos e lápis.

e) Agende uma data para os estudantes apresentarem a sonorização.

Avaliação

Observe se os estudantes identificam as propriedades dos sons, mas priorize a participação, a interação com o que for produzido e a integração entre os estudantes.

Glossário

Arranjo
: refere-se ao modo como uma música é “distribuída” entre os diferentes instrumentos, ou seja, como cada parte instrumental desempenhará funções musicais específicas no decorrer da execução (por exemplo, quais instrumentos farão as partes principais – os solos – e quais farão as partes secundárias – os acompanhamentos).
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Declaração Universal dos Direitos Humanos
: é um documento que apresenta os direitos humanos fundamentais, redigido coletivamente e adotado pela Organização das Nações Unidas em 1948.
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Ressoar
: produzir som.
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Convenção
: o que é adotado ou se estabelece de comum acordo.
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Canto gregoriano
: gênero musical característico dos rituais católicos. Criado na Idade Média, recebeu esse nome em homenagem ao papa Gregório I.
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Sacro
: relativo ao que é divino, à religião, aos rituais e ao culto; sagrado.
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