Tema 2  O balé

A origem do balé

Fotografia. Dois bailarinos dançando em um palco de fundo escuro. Uma mulher com os cabelos presos por uma faixa e uma pequena coroa usa um vestido branco com saiote de tule e sapatilhas douradas. Ela se equilibra na ponta do pé esquerdo com a cabeça inclinada para trás, de braços abertos, e apoia uma das mãos sobre um dos braços de um homem que está atrás dela. Ele tem cabelo curto loiro, veste camisa preta, calça e sapatilhas brancas e está de braços abertos.
Os bailarinos Igor Zelênski e , do Balé do Teatro , de São Petersburgo, Rússia, durante apresentação do espetáculo O lago dos cisnes, em Londres, Reino Unido, em 2003.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Com os colegas e o professor, observe a imagem com base em algumas perguntas.
    1. Descreva a fotografia. O que mais chama a sua atenção nela?
    2. Você já assistiu a uma apresentação de balé? Em caso afirmativo, comente com os colegas e o professor como foi sua experiência.
    3. Você imagina qual seria a história do espetáculo retratado nessa fotografia?
    4. Agora, reúna-se com três ou quatro colegas para responder a esta pergunta usando o próprio corpo: quais semelhanças e diferenças você percebe nas posições corporais e expressões da bailarina e do bailarino na cena capturada nessa imagem?
Versão adaptada acessível

a) Com base na cena descrita, o que mais chama a sua atenção nela?

b) Conte ao professor e aos colegas o que você conhece sobre o balé.

c) Você imagina qual seria a história do espetáculo retratado nessa fotografia? 

d) Agora, reúna-se com três ou quatro colegas para responder a esta pergunta usando o próprio corpo: quais semelhanças e diferenças você percebe nas posições corporais e expressões da bailarina e do bailarino na cena capturada nessa imagem?

O balé cortesão

O balé, da fórma como o conhecemos hoje, teve origem no balé cortesão, dança que surgiu, como o nome diz, nas cortes da Europa durante o período denominado Renascimento. O Renascimento foi um movimento artístico e cultural que se desenvolveu na Itália, entre os séculos catorze e dezesseis, e disseminou-se pela Europa.

Os renascentistas defendiam novas fórmas de compreender o mundo e valorizavam a razão e a ciência em detrimento dos dogmas da Igreja. Para eles, os interesses humanos deveriam reger o comportamento social, a economia, a política e as práticas culturais de um povo.

Diante dessa visão de mundo, a dança passou a integrar celebrações, como casamentos e comemorações de aniversário, que aconteciam na côrte, no interior dos palácios, chamadas festas cortesãs. Foi então que a dança adquiriu caráter de espetáculo, e não mais de socialização, e, assim, nasceu o balé cortesão.

Observe a seguir uma fotografia do Palácio Pitti, em Florença, Itália. Acredita-se que esse palácio tenha sido projetado pelo arquiteto e escultor renascentista Filipo Brunelesqui (1377-1446).

Residência da família Médici, o Palácio Pitti foi cenário de grandes festas, com apresentações de balé cortesão.

Fotografia. Fachada de um prédio de linhas geométricas formando um U, de dois andares, com um pátio na parte central.  O telhado é baixo e há colunas longas e estreitas por toda a estrutura. Nas laterais há janelas baixas, e na área central, janelas alongadas. À frente do prédio há uma fonte, uma escultura retangular e gramado em ambos os lados.
Fachada do Palácio Pitti, em Florença, Itália. Fotografia de 2012.

Da corte para os palcos

Durante o século dezenove, houve o aprimoramento das técnicas do balé e das vestimentas utilizadas pelos bailarinos. A sapatilha de ponta foi criada nessa época, conferindo ao corpo das bailarinas uma postura mais esguia e movimentos mais alongados, elevados e leves. Com esses movimentos, as bailarinas podiam representar melhor personagens das histórias românticasglossário , como fadas e feiticeiras. Em razão dessas propostas cênicas, foram desenvolvidos diversos efeitos cenográficos e de iluminação, surgindo o chamado balé romântico.

Ao longo do século dezenove, o balé se desenvolveu em diferentes países, como Itália, França e Rússia, o que fez surgir novos coreógrafos, que migravam de um país a outro aperfeiçoando e acrescentando mudanças para essa dança. O bailarino francês Marius Petipa (1818-1910), por exemplo, atuou no Teatro Imperial Russo e foi um dos coreógrafos de O lago dos cisnes, espetáculo retratado na página 22. As coreografias que compõem esse espetáculo foram desenvolvidas com base em uma música do compositor russo tiáocóvisqui (1840-1893).

Ouça o áudio “Trecho de ‘O lago dos cisnes’, de tiáocóvisqui” e conheça um pouco dessa narrativa na próxima página.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Além de O lago dos cisnes, Marius Petipa criou outros espetáculos com base em músicas de tiáocóvisqui, como A bela adormecida e O quebra-nozes.

Pintura. Em um salão fechado, com um grande espelho em uma das paredes, bailarinas de vestido branco e saiote  de tule em torno da cintura se alongam em uma barra vermelha que está junto às paredes. Todas usam meias e sapatilhas, têm os cabelos presos e laços de fita na cintura. Sentado em uma cadeira, há um homem de cabelo preto curto, paletó escuro e calça cinza segurando um violino. Ele tem à frente uma partitura. Ao lado dele, em pé,  há outro homem de cabelo curto preto e bigode espesso, óculos,  vestindo paletó branco e calça branca. Ele segura um bastão com a mão direita e com a esquerda gesticula.  Diante desses dois homens, na parte central da imagem, há uma bailarina olhando para eles e uma cadeira sobre a qual estão colocados alguns leques.
DEGAS, Edgar. Foyer de dança da Ópera da rua Le Peletier. 1872. Óleo sobre tela, 32,7 por 46,3 centímetros. Museu d’Orsay, Paris, França.

O lago dos cisnes

A peça de balé O lago dos cisnes, que foi baseada em contos populares russos, conta a história de Odette, uma jovem que, após ser enfeitiçada, durante o dia se transforma em cisne e, à noite, retoma a fórma humana. Leia o texto reproduzido a seguir.

reticências

O Lago [dos cisnes] narra a história de uma princesa, Odette, transformada num cisne pelo feiticeiro Rôt bárt. Só da meia-noite até o amanhecer ela tem fórma de gente. Para quebrar esse feitiço, um jovem terá de lhe fazer juras de amor eterno.

O príncipe Çig frid, no meio de uma caçada, encontra o lindo cisne, que se transforma numa linda moça. Apaixona-se por ela e declara seu amor.

Uma grande festa vai comemorar o aniversário do príncipe, que nessa ocasião terá de escolher uma noiva. No baile, Çig frid recusa todas as pretendentes. Até que chega Rôt bárt, o feiticeiro, disfarçado de nobre e acompanhado de sua filha Odile, que ele fez ficar parecida com Odette.

O príncipe é enganado e faz nova jura de amor. Só então se dá conta de que ainda não soou meia-noite e que aquela, portanto, não pode ser Odette. Corre para o lago e a encontra desolada. Rôt bárt provoca uma tempestade, Çig frid protege Odette e jura morrer com ela. A magia é quebrada, e o reino de Rôt bárt desmorona.

reticências

BOGÉA, Inês. O livro da dança. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. página 31. (Coleção Profissões).

Fotografia. Dois homens dançam sobre um palco com fundo escuro. À esquerda, um deles vestindo  blusa preta e dourada de mangas bufantes, calça e sapatilhas brancas, segura com a mão esquerda o braço do bailarino ao seu lado. Á direita, o outro bailarino, usando um vestido branco, com saiote de tule, uma tiara, luvas brancas e sapatilhas douradas. Ele está de braços abertos e se equilibra sobre a perna esquerda enquanto a direita se eleva para trás. Ambos estão maquiados e olham para a frente, na direção da plateia.
Djôzef Djéfris, à esquerda, como o Príncipe, e Fernando Medina Gallego, como Odette, na encenação de O lago dos cisnes, de Les Ballets Trockadero de Monte Carlo (companhia de balé exclusivamente masculina que apresenta paródias de balés clássicos), no Carpenter Center em Long Beach, Estados Unidos, em 2010.

Para ler

. O lago dos cisnes. São Paulo: Vergara e Riba, 2014.

Esse livro traz uma adaptação de O lago dos cisnes para o público juvenil e também uma biografia de Piôtri Tchaikóvisk.

Por dentro da arte

A dança e as artes visuais

Alguns artistas escolheram a dança como tema de suas obras de arte. Entre um dos mais importantes desses artistas está Edgar Degas (1834-1917), representante do Impressionismo, movimento artístico que surgiu na França na segunda metade do século dezenove.

Degas representou bailarinas em cêrca de mil de seus desenhos, pinturas e esculturas. Além de espectador, o artista frequentava os bastidores e as salas de ensaios do teatro Ópera de Paris, na França. É dele a pintura reproduzida na página 24.

Observe, a seguir, outro trabalho em que o artista representou bailarinas.

Pintura. Em primeiro plano, sobre um assoalho de madeira, uma bailarina de cabelos ruivos presos em um coque, vestido branco e azul e saia de tule está de costas, com sapatilhas douradas e  um laço azul na cintura. Ela está com a cabeça inclinada para baixo e os braços para trás, na altura da cintura. Ao fundo, outras três bailarinas usando vestidos de tule branco e azul fazem movimentos variados.
. Bailarina. cêrca de 1880. Pastel e carvão sobre papel, 48,9 por 31,8 centímetros. Museu Metropolitano de Arte, Nova York, Estados Unidos.

Para representar as bailarinas em suas obras, Degas observava as posições e os movimentos executados durante as apresentações e antes de entrarem em cena (nos bastidores e em ensaios).

Os esboços de Degas

Muitos artistas visuais fazem desenhos iniciais das obras que vão produzir. Esses traçados são chamados esboços ou estudos e constituem uma fase essencial do processo criativo. Essa é uma fase da produção em que o artista adquire mais conhecimento sobre a obra que está criando.

Antes de produzir suas pinturas e esculturas, Degas realizava alguns estudos. A escultura, intitulada Bailarina de catorze anos, por exemplo, resultou de uma série de desenhos produzidos por Degas. Observe a imagem desses estudos.

Fotografia. Escultura de uma jovem de cabelos longos presos em uma trança por um laço de fita,  usando um vestido curto  e sapatilhas, com as mãos unidas para trás e a perna direita à frente, sobre um pedestal quadrado de madeira. A escultura é de metal escuro, mas os trajes e a fita no cabelo da menina são de tecido acinzentado.
. Bailarina de catorze anos. 1880. Escultura de bronze com policromia e tecido, 99 por40 por 40 centímetros. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand , São Paulo São Paulo.
Desenho em preto e branco. Contorno de três bailarinas de cabelos presos, vestidos com saias amplas, com as mãos unidas para trás e uma das pernas à frente. À esquerda, menina de costas, usando coque. No centro, menina posicionada de perfil,voltada para a direita, usando trança. À direita, menina de frente, usando franja reta.
. Três estudos de uma dançarina. cêrca de 1878-1881. Giz sobre papel, 47 por62,3 centímetros. Coleção particular.

Degas também teve influência da fotografia, que havia sido recém-inven­tada, e utilizou esse recurso para registrar o transitório e o instantâneo, conferindo ainda mais realismo às suas produções. Observe a fotografia de uma bailarina, feita por edigár degá.

Fotografia em preto e branco. Mulher de perfil, cabelos escuros presos em um coque, está  voltada para a direita e com a cabeça levemente erguida, com o braço direito dobrado à frente do rosto. Ela usa um vestido claro  e está  ajustando a alça esquerda do vestido com as duas mãos.
. Bailarina ajusta a alça do figurino. cêrca de 1895-1896. Fotografia, 58,8 por 46,3 centímetros. Biblioteca Nacional da França, Paris, França.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. A partir das referências sobre o artista Degas, vamos realizar algumas possibilidades de desenho com a dança. Forme uma dupla com um colega e, utilizando folhas de papel, lápis ou canetas, encontre um espaço para se sentar e desenhar, alternadamente, os movimentos de dança um do outro.

O figurino no balé

Observe a imagem. Note que a bailarina retratada na fotografia usa uma vestimenta similar à utilizada pela bailarina retratada na imagem da página 22, o tutu.

Fotografia. Jovem negra, de cabelos presos em um coque, vestindo uma blusa laranja com saiote de tule rosa. Ela se equilibra na ponta do pé direito enquanto mantém a outra perna levantada para trás (que não aparece na imagem) e os braços abertos. Ela está no centro de um palco. Ao redor e ao fundo, há silhuetas de pessoas assistindo ao  espetáculo.
A bailarina brasileira Ingrid Silva se apresenta em Nova York, Estados Unidos, em 2014.

O tutu é a saia usada pelas bailarinas do balé clássico, feita com várias camadas de tule, de comprimento variado. Criado no início do século dezenove, o tutu foi muito importante para dar mais liberdade de movimento às bailarinas. Antes de essa vestimenta ser criada, as bailarinas se apresentavam usando saias longas.

Ao longo dos anos, a saia tutu foi ficando mais curta para que a movimentação das bailarinas pudesse ser vista com mais precisão.

Os movimentos no balé

Os bailarinos retratados nas fotografias desta página mostram características básicas das coreografias do balé: a harmonia, a simetria e a leveza. Outra caracte­rística comum das peças de balé clássico são os movimentos em uníssono, em que os bailarinos fazem movimentos iguais e ao mesmo tempo.

Fotografia. Doze bailarinas de cabelos presos em coque com tiara, usando vestido com saia de tule, meias e sapatilhas brancos. Elas estão em fila, posicionadas lado a lado, com o pé direito para trás e os braços abertos para a frente, todas fazendo o mesmo movimento de forma sincrônica.
Integrantes do Balé de novocibírsqui durante apresentação em Moscou, Rússia, em 2010.

Além dos movimentos em uníssono, durante as apresentações de balé são realizados movimentos em oposição e em sucessão. Os movimentos em oposição são realizados por dois bailarinos ou grupos de bailarinos que se posicionam em lados opostos do palco. Os movimentos em sucessão, por sua vez, são realizados em “efeito cascata”, ou seja, a mesma sequência de movimentos é realizada em tempos diferentes. Observe a fotografia reproduzida a seguir.

Fotografia. No canto esquerdo de um palco,  bailarinas de cabelos presos em coque e com tiara, usando traje, saiote de tule e sapatilhas brancos estão de perfil, com as mãos na cabeça abaixada para frente e  em posição gradualmente arqueada da esquerda para a direita. Algumas delas estão totalmente apoiadas no chão. À frente delas, no canto direito da imagem, um bailarino de cabelo curto, vestindo camisa branca e calça preta, ergue acima da cabeça uma bailarina de cabelo preso em coque, usando traje, saiote de tule e sapatilha brancos. Ela está paralela ao chão, no alto e estende o braço direito `a frente. .
Bailarinos da Companhia de Balé Australiano se apresentam em O lago dos cisnes, em Londres, Reino Unido, em 2016.

Arte e muito mais

Primeira companhia de balé profissional formada por bailarinas cegas faz sua estreia no Theatro Municipal de São Paulo

Fotografia. Bailarinas em um salão fechado com espelhos e barras horizontais nas paredes. Elas se alongam, usando saias e collants pretos, meias e sapatilhas brancas. À frente, uma mulher de cabelo preto preso em um coque, vestindo collant preto, saia azul  e sapatilhas pretas sorri e se equilibra sobre o pé esquerdo, com a outra perna flexionada para trás, e o braço direito para o alto. Ao seu lado, segurando sua mão esquerda, uma  mulher de cabelo preso preto, usando collant, saia e sapatilhas pretos. Ela se equilibra sobre a perna direita, com a outra perna erguida e um pouco flexionada para a frente.
Em primeiro plano, as bailarinas Geysa Pereira (à esquerda) e Verônica Batista (à direita) ensaiam com outras colegas na Associação Fernanda bianquíni, em São PauloSão Paulo, em 2015.

reticências

Um sonho alimentado há anos foi realizado, no domingo, 23 de julho: a Companhia de Ballet de Cegos, da Associação Fernanda bianquíni, primeiro grupo profissional formado por bailarinas com deficiência visual, se apresentou no Theatro Municipal de São Paulo.

Uma história de persistência, amor e inclusão foi apresentada ao público no espetáculo Sonhos, composto por doze números que misturam trechos de clássicos como La Bayadere, o musical Chorus Line e coreografias próprias, como Olhando pras estrelas. reticências

reticências Um espetáculo como esse desconstrói a ideia errônea de que as pessoas com deficiência são incapazes e mostra que apenas necessitam de um impulso que mostre seus potenciais para desenvolver talentos’, ressaltou o secretário da Pessoa com Deficiência da cidade de São Paulo.

Em 1995, uma bailarina com 15 anos de idade – e hoje fisioterapeuta – chamada Fernanda bianquíni disse ‘sim’ ao convite para ensinar, voluntariamente, passos de balé para algumas alunas do Instituto de Cegos Padre Chico. Assim foi concebido o embrião da associação que carrega seu nome. No decorrer desses 22 anos, a instituição se desenvolveu e passou a ser reconhecida mundialmente por um método pioneiro de ensino da técnica do balé clássico a pessoas com deficiência visual. O aprendizado, caracterizado pela sensibilidade artística, acontece por meio do toque e da repetição de movimentos.

Idealizadora do espetáculo, Fernanda Bianquini fez um balanço positivo da apresentação, que contou com a participação de 80 bailarinas. ‘Sempre tive certeza que tudo chega na hora certa, nunca deixei de sonhar. Hoje, temos 340 [alunos] na associação. Atendemos desde crianças de 3 anos até a terceira idade’, disse a bailarina.

reticências

As vagas são distribuídas da seguinte maneira: 60% para pessoas cegas ou com deficiência visual, 30% para aquelas que possuem outras deficiências e 10% a alunos sem deficiência, a fim de exercitar ‘a inclusão às avessas’. reticências Além do balé clássico, elas podem aprender, gratuitamente, sapateado, dança de salão, expressão corporal, dança do ventre, pilates, dança contemporânea, coral e teatro.”

Primeira Companhia de Ballet Profissional formada por bailarinas cegas estreia no Theatro Municipal. 2017. Disponível em: https://oeds.link/U8jzUL. Acesso em: 14 fevereiro 2022.

Fotografia. Uma bailarina branca, de cabelos pretos e presos em coque, vestindo collant, saia e sapatilhas pretos. Ela apoia o pé direito sobre uma barra junto a um espelho, arqueando o corpo para a frente e erguendo o braço esquerdo. Atrás dela, apoiando-a, está uma mulher branca, de cabelos pretos presos em um laço, vestindo camisa e calça preta. Ambas sorriem e o reflexo delas aparece no espelho.
A bailarina Verônica Batista recebe a orientação da professora Fernanda Bianquini, em São Paulo (São Paulo), em 2015.

Faça no diário de bordo.

Ícone. Tema contemporâneo transversal Cidadania e Civismo

Reúna-se em grupo com seus colegas e pesquisem outros projetos e estratégias artísticas que visam romper barreiras comunicacionais para pessoas com deficiências sensoriais, como a visual e a auditiva. Vocês poderão pesquisar sobre soluções criadas no cinema, no teatro, na interpretação de canções com a Língua Brasileira de Sinais (Libras), nos museus de artes visuais etcétera Ao final, sigam as orientações do professor para montar um roteiro sobre a pesquisa para compartilhar com a turma toda. O foco da proposta são os direitos da pessoa com deficiência e os recursos para adaptar a linguagem, com atenção aos direitos humanos.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

  

Nesta experimentação, você vai criar e vivenciar uma sequência de dança de três fórmas: uníssono, oposição e sucessão. Nela, também vamos continuar a experimentar a relação entre dança, ocupação espacial e desenhos imaginários.

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Momento 1 – Coreografia

Os processos de criação de uma coreografia são infinitos. Os movimentos podem ser criados ou aproveitados de práticas que vocês fizeram antes. Os registros no diário de bordo podem ajudar vocês a relembrá-los.

  1. Formem grupos de 5 integrantes e atribuam um número de 1 a 5 a cada um deles.
  2. O integrante número 1 faz um movimento e todos os outros o aprendem e o reproduzem.
  3. O integrante número 2, em seguida, cria um movimento que dê sequência ao anterior. Todos aprendem o segundo movimento e o reproduzem, e assim sucessivamente.
  4. Se considerarem que com apenas cinco movimentos a sequência coreográfica ficou pequena, criem uma sequência com dez movimentos.
Fotografia. Cinco adolescentes posicionados lado a lado em um salão. Da esquerda para direita: menina de cabelo longo castanho, de  camiseta e calça azuis, erguendo o braço esquerdo ao lado da cabeça, enquanto os demais a observam; menina de cabelo longo ruivo, vestindo camiseta laranja e calça azul; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta e calça azuis; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde e calça azul; menina de cabelo longo preto, vestindo blusa verde e calça azul.
Fotografia. Cinco adolescentes posicionados lado a lado em um salão. Da esquerda para direita: menina de cabelo longo castanho, vestindo camiseta e calça azuis; menina de cabelo longo ruivo, vestindo camiseta laranja e calça azul; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta e calça azuis; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde e calça azul, erguendo a perna esquerda flexionada, enquanto os demais o observam; menina de cabelo longo preto, vestindo blusa verde e calça azul.
Adolescentes em criação coreográfica. São Paulo, 2018.

Momento 2 – Movimentos uníssonos, de oposição e de sucessão

  1. Escolham uma música para acompanhar a dança. O ritmo e a melodia musicais ajudarão vocês a praticar a sequência coreográfica criada, com cinco ou mais movimentos.
  2. Ensaiem a sequência algumas vezes.
  3. Experimentem os movimentos de fórma uníssona.
  4. Em seguida, experimentem os movimentos em oposição e sucessão.

 

  1. Experimentem desenhos imaginários que podem ser feitos com esses movimentos no espaço onde estão.
  2. Agora, decidam como os movimentos serão dançados, se de fórma uníssona, em oposição ou sucessão, ou ainda usando mais de uma dessas fórmas combinadas. Decidam também como vocês vão ocupar o espaço para dançar.
Fotografia. Cinco adolescentes posicionados lado a lado em um salão. Da esquerda para direita: menina de cabelo longo castanho, vestindo camiseta e calça azuis; menina de cabelo longo ruivo, vestindo camiseta laranja e calça azul; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta e calça azuis; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde e calça azul; menina de cabelo longo preto, vestindo blusa verde e calça azul. Todos erguem a perna esquerda semiflexionada.
Fotografia. Cinco adolescentes posicionados lado a lado em um salão. Da esquerda para direita: menina de cabelo longo castanho, vestindo camiseta e calça azuis; menina de cabelo longo ruivo, vestindo camiseta laranja e calça azul; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta e calça azuis; menino de cabelo curto preto, vestindo camiseta verde e calça azul; menina de cabelo longo preto, vestindo blusa verde e calça azul.  Todos erguem a perna direita semiflexionada.
Adolescentes realizam passos de dança em uníssono. São Paulo, 2018.

Momento 3 – Apresentação

  1. Escolham o espaço onde vão se apresentar e ensaiem algumas vezes nele.
  2. Apresentem para a turma a sequência que vocês ensaiaram. Ela pode ser feita duas vezes: uma de olhos abertos e a outra de olhos fechados.

Avaliação

Depois de todos os grupos se apresentarem, organizem-se em um círculo, sentados, para compartilhar o que acharam dessa experiência de criação em grupo. Reflitam sobre as questões a seguir.

  1. Como foi organizar a sequência coreográfica? Houve alguma dificuldade?
  2. Como é dançar a coreografia de olhos fechados e imaginar os desenhos que os movimentos criam no espaço?

Glossário

Romântico
: relativo ao Romantismo, movimento artístico, filosófico e político iniciado na Europa no fim do século dezoito e caracterizado pela valorização do sentimentalismo, da originalidade, das tradições históricas e dos modelos nacionais.
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