Tema 3  O intérprete na dança contemporânea

O intérprete-criador

Na fotografia, observamos uma cena do espetáculo de dança Tríptico sertanejo com a dançarina e atriz Mônica Augusto, que é também cofundadora e intérprete-criadora da companhia DUAL Cena Contemporânea, na qual, como intérprete de dança, participou da criação de diversos espetáculos. Mônica fez parte do Coletivo ême érre , sob direção do artista Luis Ferron, e, como atriz, integrou a Companhia Fábrica São Paulo e o Núcleo Experimental do sézi-São Paulo. Ao longo da história, os intérpretes de dança cênica ocuparam diferentes papéis. Até o século dezenove, por exemplo, eles apenas executavam as danças criadas por outras pessoas e, além disso, eram valorizados, principalmente, por suas habilidades físicas. No entanto, a partir do século vinte, com o surgimento da dança contemporânea, muitos coreógrafos se tornaram também intérpretes e dançarinos, e começaram a participar dos processos de criação dos espetáculos. Esse é o caso de Mônica Augusto, no espetáculo Tríptico sertanejo, que vamos conhecer nesta Unidade, e em outras produções de sua companhia de dança em que ela atua como intérprete-criadora.

Fotografia. Destaque de uma mulher apenas com o rosto iluminado sobre um fundo escuro. Ao redor dela há silhuetas de mãos e corpos masculinos obscurecidos.
A intérprete-criadora Mônica Augusto, no espetáculo Tríptico sertanejo, apresentação da companhia DUAL Cena Contemporânea, no Teatro Municipal de Mauá, Mauá (São Paulo), em 2018.

Por dentro da arte

A dança contemporânea

Você já ouviu a expressão dança contemporânea? No que será que essa dança é diferente das outras danças que você conhece? A dança contemporânea não se resume a técnicas ou códigos e passos predeterminados e conhecidos previamente. Trata-se de uma coleção de sistemas e métodos de pesquisa, criação e estudos do movimento.

Os grupos que se dedicam à dança contemporânea desen­volvem propostas de trabalho que possibilitam explorar diferentes movimentos. Essa liberdade na composição dos movimentos leva o dançarino a se tornar um intérprete-criador de suas coreografias. É o que acontece com Mônica Augusto, no espetáculo Tríptico sertanejo, no qual ela atua como coreógrafa e dançarina (intérprete).

Observe a fotografia reproduzida a seguir. Nela, podemos ver uma cena do espetáculo Segundo, que aborda a complexa temática da mulher e sua multiplicidade de papéis na sociedade contemporânea. Os dançarinos Gabriel Côrtes e Tainara Carareto são os criadores desse espetáculo e também atuam nele como intérpretes.

Fotografia. Homem de cabelo curto e barba preta, veste camiseta cinza e calça azul. Ele está deitado no chão, apoiado do lado esquerdo do corpo. À frente dele há uma mulher de cabelo castanho, usando vestido azul-escuro, com a perna esquerda flexionada para a frente e a direita esticada para trás. Ela está com a cabeça voltada para trás, com o braço esquerdo ao longo do corpo e o direito esticado para a frente.
Os intérpretes-criadores Gabriel Côrtes e Tainara Carareto se apresentam no espetáculo Segundo, em Goiânia (Goiás), em 2013.

Tríptico sertanejo

Muitas vezes, a dança contemporânea dialoga com outras linguagens artísticas, trazendo à cena componentes que vão além da movimentação (um dos elementos centrais da linguagem da dança). O espetáculo Tríptico sertanejo, por exemplo, faz uso de histórias populares e da literatura para criar um espetáculo que se origina da frase “O sertão está em toda parte” do livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa (1908-1967).

Você já foi a algum espetáculo de dança que dialoga com outras linguagens artísticas? Em caso afirmativo, qual?

Fotografia. Homem de cabelo preto curto, vestindo colete cinza e calça marrom está descalço, apoiado sobre a perna esquerda, segurando gravetos finos e longos. Acima, uma lua amarela aparece no cenário de fundo preto.
O dançarino Kleber Cândido no espetáculo Tríptico sertanejo, da companhia DUAL Cena Contemporânea, no Teatro Municipal de Mauá, Mauá São Paulo, em 2018.

Tríptico sertanejo, dirigido por Ivan Bernardelli, é apresentado em três partes que são conectadas entre si. Nela, um boi encantado conduz os espectadores pelas histórias das lendas femininas do cangaço, pelos espaços vazios dos sertões após a Guerra de Canudos e pelos sapateados dos tropeiros gaúchos e paulistas. Por meio da dança contemporânea e junto com canções e danças associadas a manifestações tradicionais da cultura brasileira como o bumba meu boiglossário , a companhia narra as lendas associadas às cangaceiras, aborda morte, violências e destruições causadas pela guerra e as tradições dos tropeiros, dançando as histórias e culturas do sertão desde o Nordeste até o Sudeste do país. O espetáculo começa com referência à Guerra de Canudos, ocorrida entre 1896 e 1897, no sertão da Bahia, que levou à morte de cêrca de 20 mil “conselheiristas” (nome dado aos seguidores de Antônio Conselheiro) e 5 mil soldados, terminando com a destruição do povoado de Canudos. Todos os dançarinos iniciam o espetáculo em cena e seus figurinos e movimentos sugerem que estão representando os “conselheiristas” e sua luta. Além de dançar, os artistas cantam e usam bastões de madeira, batendo-os com força no chão de modo a produzir sons ritmados. Pouco a pouco, vão saindo de cena e deixando os bastões sobre o corpo de Kleber Cândido, que dança sozinho tentando equilibrá-los. A parte da guerra é seguida pela parte das lendas das mulheres que participaram do movimento do cangaço no sertão do país. Fecha o espetáculo a parte que se refere aos tropeiros.

Entre textos e imagens

Grande Sertão: veredas

Leia, a seguir, um trecho do livro Grande sertão: veredas

reticências O sol. O céu de não se querer ver. O verde carteado do gramealglossário . As duras areias. As árvorezinhas reticências A diversos que passavam abandoados de araras – araral – conversantes. Aviavamglossário vir os periquitos, com o canto-clim. Ali chovia? Chove – e não encharca poça, não rola enxurrada, não produz lama: a chuva inteira se soverteglossário em minuto terra a fundo, feito um azeitezinho entrador. O chão endurecia cedo, esse rareamento de águas. O fevereiro feito. Chapadão, chapadão, chapadão.

De dia, é um horror de quente, mas para a noitinha refresca, e de madrugada se escorropicha o frio, o senhor isto sabe. Para extraviar as mutucasglossário , a gente queimava folhas de arapavacaglossário . Aquilo bonito, quando tiçãoglossário acêso estala seu fim em faíscas – e labareda dalalala. Alegria minha era Diadorim. Soprávamos o fogo, juntos, ajoelhados um frenteanteglossário o ao outro. A fumaça vinha, engasgava e enlagrimava. A gente ria.

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. página 236.

Faça no diário de bordo.

Questões
  1. Você já havia lido algum texto do escritor Guimarães Rosa? Em caso afirmativo, comente com os colegas que texto foi e o que você achou da leitura.
  2. Com base na leitura desse trecho, como você imagina que era o local onde estava o narrador e Diadorim?
  3. Entre as cenas descritas nesse trecho, qual chama mais sua atenção? Por quê?
  4. O que Diadorim e Riobaldo (narrador-personagem) faziam na cena descrita no segundo parágrafo?
  5. Na sua opinião o que Riobaldo quis expressar com a frase “Alegria minha era Diadorim”?

A luz como elemento cênico

Observe, mais uma vez, a fotografia do espetáculo Tríptico sertanejo, da página 34. Note que há um foco de luz projetado sobre a intérprete. O modo como a luz ilumina os bailarinos/dançarinos não é aleatória e faz parte da concepção do espetáculo na dança como um todo. Não é apenas o movimento que compõe uma obra artística de dança. Além dele, existem outros elementos importantes que se relacionam com os corpos e os movimentos dos bailarinos para construir um sentido comum do espetáculo de dança. Um desses componentes é a luz.

Um espetáculo de dança resulta de uma rede de relações entre os movimentos (o que se dança), o intérprete (quem dança) e o espaço cênico (onde se dança). A luz é um dos elementos que compõem o espaço cênico.

Você percebe como a luz é utilizada na imagem? Que sensações essa imagem desperta em você?

Fotografia. Homem de cabelo preto curto, vestindo colete cinza e calça marrom está de costas, descalço e apoiado sobre a perna esquerda, com a mão direita apoiada na perna direita flexionada. Ao redor dele, aparecem braços de outros atores, cujas mãos seguram gravetos finos e longos. Acima, uma lua amarela aparece no cenário de fundo preto.
Cena do espetáculo Tríptico sertanejo, da companhia DUAL Cena Contemporânea, no Teatro Municipal de Mauá, Mauá (São Paulo), em 2018.

Luz e sombra

Além de ser parte da criação artística de um espetáculo, o trabalho com luz nos palcos usa recursos técnicos (lâmpadas, filtros coloridos para luz, estruturas que sustentam e direcionam os holofotes etcétera) e princípios físicos do modo como a luz e a sombra se formam. A luz (natural ou artificial) é um tipo de onda eletromagnéticaglossário que podemos ver, composta de partículas que transportam energias. Já as sombras (ou penumbras) são áreas que aparecem quando um objeto, como nosso corpo, por exemplo, é colocado à frente de uma fonte de luz.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Coloque-se na frente de um foco de luz e projete a sombra do seu corpo, fazendo alguns movimentos.
  2. Nos movimentos, faça com que a sua sombra se encontre com a dos colegas.

Luz e criação

A criação da luz em um espetáculo de dança pode despertar os sentidos e provocar a imaginação de quem assiste. Também cria ambientes e sugere sensações como a do passar do tempo.

Para isso, são utilizados elementos como lâmpadas de diferentes cores, variações na intensidade da luz e variação nos focos iluminados. Isso contribui para que os espectadores construam diferentes interpretações e leituras. No espetáculo Tríptico sertanejo, por exemplo, a luz é também uma imagem que compõe o cenário, sugerindo o sol em horas diferentes do dia ou a lua cheia. É também um instrumento percussivo, que em alguns momentos é desprendido do cenário e tocado pelos intérpretes.

Agora, observe a fotografia do espetáculo Terra trêmula, da DUAL Cena Contemporânea.

Você percebe as diferentes utilizações da luz no espetáculo entre esta cena do espetáculo Terra trêmula e as cenas do Tríptico sertanejo, que você conheceu neste Tema?

Fotografia. Palco com atores ocultos pela sombra. No centro, iluminada por uma luz amarela que forma desenhos no chão,  está uma mulher de cabelo preso em coque. Ela veste camiseta branca e calça cinza, está agachada diante de  pedras dispostos lado a lado.
A intérprete-criadora Mônica Augusto em cena do espetáculo Terra trêmula, apresentado pela companhia DUAL Cena Contemporânea, no Museu do Rafu, em São Paulo (São Paulo), em 2014.

O profissional que cria e executa os efeitos de luz de um espetáculo chama-se iluminador. Nesses dois espetáculos da companhia DUAL, o trabalho de criação da luz foi feito pelo iluminador Osvaldo Gazotti.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


Com uma lanterna e em um ambiente escuro, experimente o uso da luz para criar efeitos visuais sobre o rosto. Você pode explorar diferentes expressões faciais, mas também verificar como diferentes ângulos da luz modificam a sua percepção sobre o rosto e o corpo. O que muda quando a luz vem de cima? O que muda quando a luz vem de baixo? E de lado? E quando a luz ilumina as costas, e não a face? Explore esse recurso e faça reflexões em seu diário de bordo.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

Experimentando alguns elementos de composição cênica (figurino, trilha sonora, espaço cênico etcétera), você vai criar uma pequena história com base em um trecho do livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Junto com seus colegas, você vai atuar como intérprete-criador, inventando coletivamente esta narrativa.

Momento 1 – Criação da história

a. Com a orientação do professor, leia algumas vezes o trecho a seguir com os colegas.

“Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. reticências Diadorim acendeu um foguinho, eu fui buscar sabugos. Mariposas passavam muitas, por entre as nossas caras, e besouros graúdos esbarravam. Puxava uma brisbisa. O ianso do vento revinha com o cheiro de alguma chuva perto. E o chiim dos grilos ajuntava o campo reticências.”

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1998. página 33.

  1. Agora, reúna-se com três colegas para criar alguns movimentos com base nesse trecho.
  2. Leiam juntos novamente o trecho anotando os verbos (ações). Tentem executar essas ações com o corpo, criando movimentos de dança.
  3. Procurem outras palavras do texto que sugerem movimento. Brinquem de “dar vida”, por meio do corpo, a essas expressões.
  4. Experimentem transformar de diversas maneiras essas palavras em movimentos. Não precisa ser uma mímica da palavra. Ela é só o ponto de partida para vocês descobrirem e criarem movimentos. Façam rápido, devagar, movimentos grandes e pequenos, mudem de nível no espaço (alto, médio e baixo).
  5. Depois, escolham os movimentos de que mais gostaram.
  6. Retomem as anotações dos verbos retirados do texto e percebam se, após experimentá-los em movimentos, surgiram outros que não estavam no texto, mas vocês queiram incluir.
  7. Leiam juntos a lista de verbos e comecem a imaginar uma outra história, totalmente nova, que vocês poderiam contar com base nesses verbos. Não precisa ser uma narrativa longa, nem uma história complexa. Essa pequena história vai conectar essas palavras entre si e com o corpo, criando uma sequência coreográfica. Por exemplo: o que poderia acontecer depois de um movimento que se originou de um verbo como “ajuntar”? Ou da palavra “vento”?
  8. Experimentem essa sequência coreográfica e verifiquem se a ordem dos movimentos está pronta, se todos do grupo estão satisfeitos com o que criaram ou se é necessário fazer ajustes para que os movimentos se conectem melhor uns aos outros.
  9. Por fim, definam a ordem (começo, meio e fim) da coreografia.

Momento 2 – Montagem da história

  1. Com a orientação do professor, escolham um local da escola que tenha a ver com a história que vocês pretendem contar, para ser o cenário.
  2. Pratiquem algumas vezes a coreografia nesse espaço.
  3. Pensem em um título para a coreografia.
  4. Conversem sobre outros dois elementos de composição cênica que vocês poderão usar para ajudar a contar a história: o figurino e a trilha sonora.
  5. Para a escolha do figurino, pensem em roupas que vocês já têm e que não limitem os movimentos do corpo.
  6. Para a escolha da trilha sonora, considerem os movimentos de dança criados. Que estilo musical poderia combinar com eles?
  7. Ensaiem algumas vezes com a canção escolhida a fim de “encaixar” os movimentos no ritmo musical.

Momento 3 – Contação da história

  1. Vistam os figurinos e ensaiem a coreografia, antes de contar a história/apresentar a coreografia aos colegas.
  2. Recebam as pessoas no espaço escolhido e indiquem onde elas devem se sentar para assistir.
  3. Antes de começarem a dançar, contem aos colegas qual é o título da coreografia.
  4. Apresentem a sequência coreográfica.
  5. Ao final, conversem com os colegas que assistiram à apresentação e perguntem qual história eles imaginaram considerando os movimentos dançados, o figurino e o espaço. É possível que eles imaginem histórias diferentes daquela que vocês criaram. Como nem sempre usamos palavras na dança, a interpretação da história pode variar bastante.

Avaliação

Para finalizar, reflita sobre suas aprendizagens, respondendo às seguintes questões em seu diário de bordo. Depois, compartilhe as respostas com os colegas.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.
  1. Como foi a experiência de fazer uma coreografia para “contar uma história”, tendo como referência um trecho de um texto literário?
  2. De que maneira as práticas experimentadas ao longo da Unidade ajudaram na sua atuação como intérprete-criador?

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Ao longo desta Unidade, você se aproximou da dança e aprendeu vários conceitos relacionados a essa linguagem.

Você aprendeu o que é coreografia, qual é o papel do coreógrafo e que relação se estabelece entre a dança e a música.

Além disso, você conheceu a origem do balé, os principais elementos dessa dança, como o figurino e os movimentos, e a relação do balé com a música. Você também conheceu propostas contemporâneas de dança, descobriu a importância do intérprete e do intérprete-criador.

Você ainda descobriu durante o estudo desta Unidade como a luz pode fazer parte de uma composição cênica.

Além disso, realizou diversas atividades práticas e experienciou os níveis espaciais da dança, vivenciou sequências de dança em uníssono, oposição e sucessão, experimentou atuar como intérprete-criador, relacionando dança e literatura, e explorou o espaço, o figurino e a trilha sonora para criação em dança.

Chegamos ao final desta Unidade, e é importante que você reflita sobre o que aprendeu e sobre o caminho percorrido até este momento.

Para você realizar essa reflexão, responda em seu diário de bordo às questões a seguir.

Ilustração. Ícone Diário de bordo.
  1. Mencione a proposta desta Unidade de que você mais gostou. Além disso, qual proposta mais o ajudou a compreender a linguagem da dança? Justifique a sua escolha.
  2. Como foi sua experiência de participar das propostas de atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte desta Unidade?
  3. Este estudo mudou a maneira como você aprecia a dança? Em caso afirmativo, de que maneira?
  4. O que você acha que poderia ajudá-lo a conhecer melhor ainda a dança?

Glossário

Bumba meu boi
: é uma manifestação artística e popular da cultura afro-brasileira criada no Nordeste do país. Tradicionalmente, conta a história mítica em torno da figura de um boi, e envolve dança, música e vestimentas.
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Grameal
: capim.
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Aviar-se
: preparar-se.
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Soverter-se
: soterrar-se, desaparecer.
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Mutuca
: mosca que se alimenta de sangue.
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Arapavaca
: árvore também conhecida como arapiraca.
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Tição
: pedaço de lenha ou de carvão aceso ou meio queimado.
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Frenteante
: frente a frente.
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Onda eletromagnética
: aquela que propaga energias elétrica e magnética.
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