Unidade 3  O corpo como expressão

Fotografia. Dois atores em um palco sentados de perfil, em pilhas de jornais, de costas um para o outro com o rosto voltado para a frente. O da esquerda tem as mãos apoiadas nas coxas, enquanto o da direita está com uma das mãos sobre a pilha de jornais e as pontas dos pés apoiadas no chão. Têm o rosto pintado de branco, com sobrancelhas delineadas, um pequeno bigode e estão de boca aberta como se estivessem surpresos. Estão identicamente vestidos: usam touca preta, vestindo camiseta branca e calça preta, com suspensórios, mangas e meias listrados de preto e branco.
Os atores Bruno Caldeira e Gustavo Rizzotti em cena do espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, em Juiz de fóra (Minas Gerais), em 2016.

Nesta Unidade:

TEMA 1 Corpo e gestualidade

TEMA 2 A dramaturgia do corpo

TEMA 3 A arte de fazer rir

De olho na imagem

Fotografia. Dois atores em um palco sentados de perfil, em pilhas de jornais, de costas um para o outro com o rosto voltado para a frente. O da esquerda tem as mãos apoiadas nas coxas, enquanto o da direita está com uma das mãos sobre a pilha de jornais e as pontas dos pés apoiadas no chão. Têm o rosto pintado de branco, com sobrancelhas delineadas, um pequeno bigode e estão de boca aberta como se estivessem surpresos. Estão identicamente vestidos: usam touca preta, vestindo camiseta branca e calça preta, com suspensórios, mangas e meias listrados de preto e branco.
Os atores Bruno Caldeira e Gustavo Rizzotti no espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, em Juiz de fóra (Minas Gerais), em 2016.

Faça no diário de bordo.

  1. Quantos atores estão em cena? Onde eles estão sentados?
  2. Como é o figurino deles? Esse figurino faz você se lembrar de alguma personagem?
  3. Como é a maquiagem dos atores?
  4. Você sabe qual é o nome das personagens interpretadas pelos atores retratados nessa fotografia?
  5. Que partes do corpo dos atores estão evidentes na imagem?
  6. Embora eles estejam posicionados de modo muito parecido no palco, mencione ao menos três diferenças que é possível observar no posicionamento dos atores.
  7. Para onde está direcionado o olhar dos atores? Converse com os colegas.
Versão adaptada acessível

5. O que mais chama a sua atenção nos atores dessa imagem?

6. Embora eles estejam posicionados de modo muito parecido no palco, mencione algumas diferenças no posicionamento dos atores.

Artista e obra

Companhia 2 de Teatro

Nesta Unidade, você terá a oportunidade de conhecer grupos e estilos do teatro e do audiovisual que trabalham com a expressão corporal e o riso.

Na página anterior, você pôde observar a cena de um espetáculo da Companhia 2 de Teatro, fundada pelos artistas Frederico Magella e Gustavo Rizzotti, em 1994. Desde 2004, o ator Bruno Caldeira também integra o grupo.

Fotografia. Homem branco, de cabelos grisalhos e curtos, de camisa branca e sorrindo.
Frederico Magella, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2018.
Fotografia. Homem sorrindo, de cabelo castanho, barba espessa, vestindo camiseta preta e colar prateado com amuleto azul em forma de mão com um olho no centro.
Bruno Caldeira, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2018.
Fotografia. Homem branco, de cabelo loiro e barba grisalha, usando boné branco, camisa preta e óculos de armação retangular preta.
Gustavo Rizzotti, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2018.

Como fórma de explorar ao máximo a expressão corporal dos atores, a Companhia 2 de Teatro propõe espetáculos em que não há o uso de palavras. Em algumas dessas apresentações, o fio condutor da ação é a música.

Com foco na linguagem gestual, os atores utilizam recursos da pantomima e técnicas de palhaço. Elementos do cinema mudo, das histórias em quadrinhos e do circo inspiram as criações do grupo. Todos esses estilos você poderá conhecer melhor ao longo de toda esta Unidade.

A Companhia 2 de Teatro já realizou mais de dez espetáculos e se apresentou em países como Rússia, Bulgária, Chile, Argentina e México. Frederico Magella, Gustavo Rizzotti e Bruno Caldeira se revezam em diferentes funções na criação teatral, como direção, interpretação, produção, entre outras atividades do fazer teatral. Frederico, por exemplo, é conhecido nacionalmente por seu trabalho como produtor teatral e é responsável pelo Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (Minas Gerais). Gustavo Rizzotti, além de atuar, responde pela direção e pela criação da iluminação e dos cenários de muitos dos espetáculos da companhia.

Tema 1  Corpo e gestualidade

Teatro sem palavras

Você consegue imaginar a apresentação de uma peça de teatro em que não haja falas e diálogos? É isso o que ocorre no espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, que conhecemos nas páginas anteriores. Nessa peça, há apenas duas personagens, retratadas na imagem da abertura, e as cenas ocorrem sem que os atores digam uma palavra sequer.

Se os atores não usam a fala, como, na sua opinião, eles conseguem se comunicar com o público e apresentar a história desenvolvida na peça? Observe atentamente a fotografia reproduzida a seguir e levante hipóteses.

Fotografia. Dois atores lado a lado, identicamente vestidos: de touca preta, rosto pintado de branco com um pequeno bigode pintado, vestindo camiseta branca e calça preta, com suspensórios e mangas listrados de preto e branco. O ator da esquerda segura uma folha de jornal enrolada do lado direito da cabeça, com as mãos tapando as duas orelhas e com expressão de dor. À direita dele, o outro ator está  com mãos juntas ao lado da orelha esquerda do primeiro, com expressão de esforço.
Os atores Bruno Caldeira e Gustavo Rizzotti em cena do espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, em Juiz de fóra (Minas Gerais), em 2016.

Observe o olhar, os gestos e as expressões faciais dos atores retratados na fotografia. Você percebe que há certo exagero nos gestos e nas expressões? A intenção desse exagero é reforçar as ideias ou as emoções que as personagens vivenciam e facilitar sua comunicação com o público. Desse modo, na peça Zigg e Zogg, a construção dos sentidos acontece com base na leitura que o público faz do corpo dos atores em cena.

O corpo na criação teatral

Na página anterior você viu que, na cena teatral, a linguagem corporal é tão significativa quanto a palavra (nesse caso, as falas dos atores). Quando falamos de linguagem corporal, estamos nos referindo a todos os movimentos, às pausas, às expressões e aos gestos realizados em cena.

As ações corporais realizadas em cena sempre têm uma intenção e o que se espera é que sejam interpretadas pelo público. Por exemplo, ao fazer o gesto de levantar o dedo polegar para alguém, queremos dizer que algo está correto e esperamos que a pessoa a quem direcionamos esse gesto entenda. Isso também acontece em uma cena teatral.

Observe a fotografia reproduzida a seguir.

Fotografia. Dois atores em pé, de frente um para o outro, olham na direção da plateia. Eles têm o rosto pintado de branco e um pequeno bigode. Estão identicamente vestidos: de touca preta,  camiseta branca e calça preta, com suspensórios e mangas listrados de preto e branco. Ambos estão com a boca aberta e os olhos arregalados e tocam as pontas dos dedos indicadores um do outro.
Os atores Gustavo Rizzotti e Bruno Caldeira em cena do espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, em Juiz de fóra (Minas Gerais), em 2016.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Observe a imagem e responda às questões a seguir.
    1. Descreva as ações corporais realizadas pelos atores na cena retratada na fotografia desta página. Eles estão fazendo os mesmos gestos e as mesmas expressões?
    2. Qual seria a intenção dos atores nessa cena?
Versão adaptada acessível

1. Com base na descrição da imagem, responda às questões a seguir.

Espelunca

Outro espetáculo em que não há o uso de falas é Espelunca, da Companhia Teatral Milongas. Essa peça apresenta a relação entre o dono (e também garçom) de um restaurante que está prestes a perder tudo e um cliente muito atrapalhado que chega ao estabelecimento. Assim como em Zigg e Zogg, essas são as únicas personagens do espetáculo.

Observe na fotografia a seguir uma cena da peça Espelunca.

Fotografia. Sobre um palco com fundo escuro  há uma mesa posta com toalha branca, e acima dela, um copo e uma garrafa. Sentado em uma das duas cadeiras, está um ator, de chapéu azul,  camiseta branca e calça bege. Ele segura um livro nas mãos e parece ler. Atrás dele está outro ator com chapéu branco de mestre-cuca. Ele veste paletó branco e gravata preta e está atrás de um balcão de madeira sobre o qual há um antigo receptor de rádio.
Os atores Adriano Pellegrini (ao fundo) e Roberto Rodrigues, em cena do espetáculo Espelunca, da Companhia Teatral Milongas, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2012.

Em Espelunca, embora os atores não pronunciem nenhuma palavra, eles exploram a sonoridade em diferentes situações. Em alguns momentos, por exemplo, eles emitem sons que complementam as ações corporais que realizam. Outro exemplo ocorre no momento em que o ator que interpreta o garçom realiza um tipo de percussão com duas colheres. A proposta desse espetáculo também é desenvolvida com base na trilha sonora, composta de chorinhos. Leia mais sobre esse gênero musical na próxima página.

Para Acessar

Companhia Teatral Milongas. Disponível em: https://oeds.link/jIxQ4k. Acesso em: 30 abril 2022.

No site da Companhia Teatral Milongas, é possível obter mais informações sobre a trajetória e os projetos desenvolvidos pela companhia, assistir a um vídeo e ver outras fotografias do espetáculo Espelunca.

Por dentro da arte

O chorinho

O choro, ou chorinho, é um gênero musical da música popular brasileira, completamente instrumental e caracterizado por um estilo “choroso”, em tom de lamento.

A origem do chorinho remonta a cêrca de 150 anos atrás, no Rio de Janeiro (RJ), por influência dos instrumentos de cordas, vindos com a côrte portuguesa, e do lundu, ritmo africano com base na percussão.

Os grupos de choro são constituídos, em geral, por um trio musical, composto da flauta, responsável pelos solos, do cavaquinho, que cria a harmonia musical, e do violão, que funciona como uma espécie de contrabaixo. O pandeiro também é usado para o acompanhamento rítmico.

O choro também consagrou-se como uma importante expressão musical da boemia suburbana carioca. Alguns dos chorões mais célebres são Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Ernesto Nazareth (1863-1934), Alfredo da Rocha Vianna, o Pixinguinha (1897-1973) e, mais recentemente, Paulinho da Viola.

Ouça o áudio “ ‘Odeon’, de Ernesto Nazareth”, chorinho composto em 1910.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Fotografia em preto e branco. Mulher idosa de cabelos brancos, de blusa branca e casaco escuro. Ela apoia o braço direito no colo, e o esquerdo sobre o teclado de um piano, acima do qual há um buquê de flores.
Chiquinha Gonzaga. Fotografia de 1932. Local desconhecido.
Fotografia em preto e branco. Homem idoso de cabelo grisalho penteado para trás, vestindo camisa, paletó e gravata, em pose de meio perfil.
Ernesto Nazareth. Fotografia de 1932. Local desconhecido.
Fotografia. Músicos tocando instrumentos de sopro e violões. À frente, à esquerda, um homem de terno escuro toca trombone, e à direita, um homem de cabelo grisalho vestindo paletó claro toca saxofone.
Pixinguinha, em São Paulo (São Paulo), em 1955.
Fotografia. Homem de cabelos brancos vestindo camisa verde canta em frente a um microfone, enquanto toca um cavaquinho.
Paulinho da Viola, em Brasília (Distrito Federal), em 2012.

O cinema mudo

A arte de representar utilizando apenas gestos corporais também está presente no cinema. Aliás, todos os filmes produzidos até 1927 eram mudos.

No cinema mudo, as falas dos atores algumas vezes apareciam em textos inseridos entre uma cena e outra, e as apresentações, geralmente, eram acompanhadas de trilhas musicais executadas ao vivo por um pianista ou uma orquestra que ficava no interior do cinema. Essas trilhas musicais eram muito importantes, pois ajudavam a criar os diversos climas das cenas do filme.

As dificuldades envolvidas na criação de um filme mudo estimularam o surgimento de grandes artistas, cuja principal característica foi o desenvolvimento de um humor físico e de uma capacidade expressiva totalmente apoiada no corpo. bãster quíton (1895-1966) e Tcharls Tcháplin (1889-1977) estão entre os mais renomados ícones dessa fórma de cinema.

Fotograma em preto e branco. Homem de touca, vestindo camisa, gravata-borboleta e paletó. Ele segura uma câmera antiga  apoiada sobre um tripé e olha para uma mulher ao seu lado. A mulher está sentada em frente a uma mesa onde há telefones antigos. Ela tem o cabelo curto e ondulado, usa um vestido e olha para o homem. De pé, atrás dela e olhando para o homem com a câmera, outro homem,  de cabelo curto, vestindo paletó, colete e calça claros.
bãster quíton, no centro, em cena do filme O homem das novidades (1928).
Fotograma em preto e branco. Homem de bigode pequeno sentado na soleira de uma porta fechada. Ele usa chapéu-coco e paletó escuros, e calça e camisa claros e está com os braços cruzados. Ao lado, encostado nele, há um cachorro branco pequeno.
Tcharls Tcháplin em cena do filme Vida de cachorro (1918).

Comediantes do cinema mudo

Outra figura importante do cinema mudo foi Rérold Lóid (1893­‑1971), ator e diretor estadunidense considerado um ícone das comédias do cinema mudo. Um dos principais filmes em que atuou foi O homem mosca, de 1923. Ao se tratar das comédias do cinema mudo, também merece destaque a dupla Stãn Láu rel (1890-1965) e Óliver rárdi (1892-1957), conhecidos como o Gordo e o Magro.

Comédias do cinema mudo são uma das principais referências dos criadores dos espetáculos Zigg e Zogg e Espelunca, que conhecemos nas páginas anteriores.

Fotograma em preto e branco. Homem de cabelo curto, vestindo paletó e calça e com óculos de aro redondo. Ele está pendurado segurando-se  em um dos ponteiros de um grande relógio no alto de um prédio. Abaixo, na rua,  há carros em movimento.
Rérold Lóid, no filme O homem mosca (1923).
Fotograma em preto e branco. À esquerda um homem gordo de cabelo curto e bigode fino está de boné e segura uma grande folha de papel. Ao lado dele há um homem magro de chapéu arredondado, vestindo camisa, gravata-borboleta e paletó, que observa o papel.
Stãn Láu rel e Óliver rárdi, em cena do filme Atoll K (1951).

Para Assistir

A invenção de Hugo Cabrê. Direção: Martin Scorsese. Produção: GK films. Estados Unidos: Paramount Pictures, 2012. 1 DVD (126 min).

Hugo Cabrê, um garoto órfão que guarda somente um robô como lembrança do pai, vai viver uma grande aventura ao conhecer a jovem Isabelle, com quem fará uma grande amizade. Nessa aventura, a dupla vai conhecer a origem do cinematógrafo, como foram criados os primeiros filmes e outras curiosidades sobre a história do cinema.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


Com as orientações do professor, forme um grupo com três colegas. Vocês vão participar de um jôgo com três rodadas de cenas curtas e improvisadas, que devem ser realizadas apenas por meio de gestos e expressões faciais, conforme as indicações a seguir.

Procedimentos

  1. Quem? Nessa rodada, cada grupo deve escolher uma personagem para apresentar aos colegas de turma. Depois de terem concluído a apresentação, os colegas que observaram levantarão hipóteses sobre de quem se tratava, descrevendo suas percepções.
  2. Onde? Nessa rodada, cada grupo tem de escolher um lugar onde se passavam as ações e, ao final da apresentação, os colegas devem, do mesmo modo, dizer onde elas ocorreram, com base nas percepções que tiveram.
  3. O quê? Nessa rodada, cada grupo escolhe uma ação a ser representada. Os colegas que observaram a cena deverão dizer qual era a ação encenada.
  4. Após terem realizado as rodadas desse jôgo, conversem sobre a preparação e a realização de cada rodada. Qual delas vocês acharam que foi a mais fácil? E qual foi a mais difícil? O que foi necessário para realizar o jôgo? O que foi preciso para tentar compreender as ações dos demais grupos?

Avaliação

  1. Como foi realizar as três etapas da atividade?
  2. Em qual das etapas você sentiu mais tranquilidade para realizar? Por quê?
  3. Em qual das etapas você sentiu mais dificuldade para realizar? Por quê?
  4. A experiência da atividade reflete quais conteúdos estudados até aqui?
Ilustração. Menina adolescente de cabelo crespo preto, de camiseta branca e bermuda azul e tênis vermelhos. Ela está sentada em frente a uma carteira escolar escrevendo em uma folha de papel com uma caneta azul. Ela  olha para cima com o indicador da mão esquerda no queixo.

A construção da visualidade

Em espetáculos como Zigg e Zogg e Espelunca, a expressão corporal dos atores dialoga com outros elementos visuais, como o cenário, o figurino e os adereços. Esses elementos são responsáveis pela composição da cena e integram o que chamamos encenação.

O cenário é formado por elementos visuais, como móveis, telões e efeitos de luz. Por meio do cenário, é possível caracterizar o espaço (lugar) e o tempo (época) em que transcorre a ação apresentada na peça.

O figurino é o conjunto de roupas que os atores usam em uma encenação e tem a finalidade de conferir identidade às personagens representadas. O figurino possibilita que o público perceba e identifique, por exemplo, a época em que transcorre a história e a classe social da personagem retratada.

Os adereços, por sua vez, são objetos e acessórios que também compõem o cenário e o figurino. Esses materiais têm muita importância, uma vez que são utilizados como ferramentas expressivas fundamentais para contar uma história. Uma faca, por exemplo, é um adereço que gera tensão em cena, e um chapéu de chef ajuda a caracterizar a personagem. Observe os elementos de adereço na fotografia a seguir.

Fotografia. Palco com fundo escuro onde há uma mesa posta com toalha branca, e acima dela, um copo e uma garrafa e uma bandeja de comida tampada. Sentado em uma das duas cadeiras, há um homem de chapéu azul, vestindo camiseta branca e calça bege. Atrás dele, há um homem em pé com chapéu branco de mestre-cuca, vestindo camisa e avental brancos e colete preto. Ele estende uma toalha de mesa branca em frente ao homem sentado, que se inclina para trás, parecendo surpreso.
Os atores Adriano Pellegrini e Roberto Rodrigues em cena do espetáculo Espelunca, da Companhia Teatral Milongas, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2012.
Titulo do Infografico

Texto do Infografico

Preenchido dinamicamente
Legenda da imagem
    Imagem meramente ilustrativa

    Gire o seu dispositivo para a posição vertical

    Faça no diário de bordo.

    Foco na linguagem

    1. Observe a fotografia do espetáculo Espelunca e responda:
      1. Que elementos visuais são utilizados na construção do cenário mostrado? E qual é o espaço construído por esses elementos?
      2. Descreva o figurino dos atores. Como esse figurino dialoga com o cenário?
    Versão adaptada acessível

    1. Com base na imagem do espetáculo Espelunca, responda:

    a) Que elementos são utilizados na construção do cenário? E qual é o espaço construído por esses elementos?

    b) Retome a imagem e descreva os elementos do figurino dos atores. Como esse figurino dialoga com o cenário?

    O cenógrafo‚ o figurinista e o aderecista

    Na página anterior, você foi convidado a olhar atentamente o cenário, os figurinos e os adereços presentes na cena do espetáculo Espelunca retratada na fotografia. Agora, vamos conhecer um pouco sobre os profissionais que, no desenvolvimento de um espetáculo teatral, são os responsáveis pela concepção desses elementos: o cenógrafo, o figurinista e o aderecista.

    O cenógrafo é o profissional que cria, projeta e acompanha o processo de construção dos cenários, ou seja, do espaço de atuação dos atores. Por ser uma atividade artística, a cenografia envolve a criação de ambientes que não necessariamente existem na realidade.

    O trabalho do figurinista é o de pensar nas roupas que vestem as personagens em uma montagem teatral, desenhando e supervisionando a confecção dos figurinos que os atores usam em cena.

    O aderecista cuida da confecção e da aquisição dos objetos cênicos e dos acessórios que se somam ao figurino e ao cenário.

    Na construção de um espetáculo teatral é comum que um profissional se responsabilize por mais de uma das funções mencionadas anteriormente. Em Espelunca, por exemplo, o cenário, o figurino e os adereços foram desenvolvidos por Arlete Rua e Thais .

    Fotografia. Mulher branca,  de cabelos pretos sorrindo. Ela  veste camiseta cinza listrada.
    A cenógrafa e figurinista Arlete Rua, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2018.
    Fotografia. Mulher branca, de cabelos loiros curtos sorrindo. Ela veste blusa  blusa branca.
    A cenógrafa e figurinista Thais , no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2018.

    A proposta visual de Zigg & Zogg

    O cenário, o figurino e os adereços também são fundamentais para a construção de sentidos no espetáculo Zigg e Zogg. Retome a imagem da abertura desta Unidade e observe que os atores estão sentados sobre duas pilhas de jornais. As folhas de jornal constituem o principal elemento cenográfico dessa peça, pois é por meio desse material que se constrói a interação entre os atores.

    Inicialmente, as personagens interpretadas por eles apenas leem o jornal, mas com o desenvolvimento da peça, com base na ação dos atores, as folhas de jornal se transformam em outros objetos, criando novas imagens e sentidos. Observe a fotografia reproduzida a seguir.

    Fotografia. Dois atores em um palco, lado a lado. Ambos têm o rosto pintado de branco e um pequeno bigode. Estão de boca aberta  e identicamente vestidos: de touca preta, camiseta branca e calça preta, com suspensórios, mangas e meias listrados de preto e branco. Um deles está à esquerda ajoelhado entre duas pilhas de jornais, com os braços estendidos para cima, jogando folhas de jornal para o alto. O outro, em pé à direita, parece amassar algumas folhas de jornal.
    Gustavo Rizzotti e Bruno Caldeira no espetáculo Zigg e Zogg, da Companhia 2 de Teatro, em Juiz de fóra (Minas Gerais), em 2016.

    O figurino dos atores é construído com apenas duas cores (preta e branca) e tem como referência o clown, personagem que está na origem do palhaço como o conhecemos na atualidade.

    A maquiagem é outro elemento visual que, ao lado do figurino, constrói a identidade das personagens em Zigg e Zogg. Observe o rosto dos atores na fotografia desta página. Note como a maquiagem muda propositalmente a fisionomia deles, conferindo exagero à expressão facial dos atores e reforçando o caráter cômico da peça.

    Faça no diário de bordo.

    Experimentações


    Com as orientações do professor, forme um grupo com quatro colegas. Vocês vão produzir e gravar uma cena de cinema mudo.

    Procedimentos

    1. Com seus colegas, crie o esquema de uma cena curta, sem falas, de até 2 minutos, considerando os três elementos fundamentais da organização da ação: quem, onde e o quê.
    2. Definam o local onde a cena vai acontecer.
    3. Utilizando materiais disponíveis em casa ou na escola, organizem elementos de visualidade da cena: figurinos, adereços, maquiagem e cenografia.
    4. Ensaiem a cena no espaço definido e com todos os elementos visuais.
    5. Um dos integrantes do grupo vai gravar a cena, enquanto os outros atuam, utilizando equipamento de gravação disponível: celular com câmera, smartphone ou câmera de gravação.
    6. Assistam à cena e ajustem o que acharem necessário. Regravem, se for o caso.
    7. Editem a gravação, com aplicativos gratuitos para celular ou disponíveis livremente na internet, inserindo uma trilha sonora ao fundo da cena.
    8. Com a orientação do professor, criem uma sessão na qual todos poderão apresentar e ver os vídeos produzidos. Conversem sobre os resultados obtidos.
    Ilustração. Menina adolescente de cabelo preto, preso em um coque por elástico rosa, vestindo camiseta branca e calça azul. Está sentada em uma cadeira em frente a uma mesa sobre a qual há uma câmera apoiada em um um tripé. Ela parece registrar uma encenação feita por quatro meninos adolescentes que estão atrás de uma cortina com abertura retangular, representando um carro vermelho. O menino à direita segura um volante de carro e outro à esquerda, aponta o dedo indicador na direção da menina. Todos vestem camisetas iguais .

    Avaliação

    Escreva, em seu diário de bordo, uma reflexão sobre o processo criativo do trabalho realizado, observando as seguintes etapas: pré-produção (criação da cena e separação dos elementos de visualidade); produção (ensaio e gravação da cena) e pós-produção (ajustes, edição, apresentação e retorno do público – colegas que assistiram ao trabalho).

    Ilustração. Ícone Diário de bordo.