Unidade 4  Representações visuais do corpo humano

Competências da BNCCBê êne cê cê

As competências favorecidas nesta Unidade são:

Competências gerais: 2, 4, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental: 1, 3, 4 e 6.

Competências específicas de Arte para o Ensino Fundamental: 1, 2, 4, 5, 6 e 7.

Objetos de conhecimento e habilidades da BNCCBê êne cê cê

As habilidades favorecidas nesta Unidade são:

Artes visuais

Contextos e práticas

(EF69AR01ê éfe seis nove á érre zero um)

(EF69AR02ê éfe seis nove á érre zero dois)

(EF69AR03ê éfe seis nove á érre zero três)

Elementos da linguagem

(EF69AR04ê éfe seis nove á érre zero quatro)

Materialidades

(EF69AR05ê éfe seis nove á érre zero cinco)

Processos de criação

(EF69AR06ê éfe seis nove á érre zero seis)

(EF69AR07ê éfe seis nove á érre zero sete)

Sistemas da linguagem

(EF69AR08ê éfe seis nove á érre zero oito)

Artes integradas

Contextos e práticas

(EF69AR31ê éfe seis nove á érre três um)

Processos de criação

(EF69AR32ê éfe seis nove á érre três dois)

Matrizes estéticas e culturais

(EF69AR33ê éfe seis nove á érre três três)

Arte e tecnologia

(EF69AR35ê éfe seis nove á érre três cinco)

Sobre esta Unidade

Como continuidade à trajetória de autopercepção e uso do potencial criativo do corpo nas linguagens das Unidades anteriores, a última Unidade enfatiza a representação humana nas artes. Em primeiro lugar, a linguagem tridimensional (moldagem e modelagem) é trabalhada com ênfase no hiper-realismo e nos seus usos pela cultura visual (em animações, games), mas também em diálogo com os meios digitais e os usos das técnicas de escultura aplicados a outros campos da vida social e da ciência. A representação da figura humana é discutida tendo em vista os diferentes usos e significados em cada época e sociedade, com atenção à temática da representatividade negra na arte. Contudo, para além da representação da aparência das pessoas, também a sua subjetividade na arte é tematizada: a vanguarda surrealista, com todas as técnicas próprias e em sua conexão com a psicanálise, é tematizada tendo em vista a representação das emoções, da personalidade e dos sonhos. Por fim, o tema do retrato e autorretrato é discutido, em sua intensa conexão com o advento das redes sociais e com atenção aos riscos que a produção e a circulação de imagens de si representam para as crianças e jovens, tendo em vista a privacidade e a segurança na internet como direito da criança e do adolescente. As reflexões da Unidade se articulam com diferentes propostas de experimentação: moldagem e modelagem, representação da turma em desenho e fotografia, a cubomania e, por fim, um autorretrato feito de colagem.

De olho na imagem

Nesta página são apresentados dois ângulos da obra Samsara para que os estudantes percebam a tridimensionalidade e possam observar os diferentes elementos das esculturas que a compõem.

Esse pode ser um bom mo­mento para realizar uma ava­liação diagnóstica, isto é, para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes para lidar com o contato com re­ferências artísticas como essa, com o tema da representação da figura humana e com as ar­tes como um campo de (auto)expressão e trabalho.

Aproveite para mapear os principais interesses do grupo com as artes para, ocasional­mente, adaptar conteúdos e propostas desta Unidade, de modo a reconhecer e valori­zar as experiências e os interes­ses dos estudantes.

1. Incentive os estudantes a observar a imagem com atenção. Deixe que apresentem livremente suas primeiras impressões a respeito da criação artística de Giovani Caramello. Caso tenham dificuldade para perceber, comente que o trabalho é composto de quatro “partes”.

2. Peça aos estudantes que observem os detalhes de cada escultura e que busquem identificar as semelhanças e as diferenças entre elas.

3. Incentive os estudantes a elaborar hipóteses sobre quem seriam as pessoas representadas na obra. Pergunte a eles se haveria alguma ligação entre elas. Após ouvir as considerações e as hipóteses elaboradas por todos, destaque que as esculturas do centro evidenciam que se trata da representação de um homem. Os dois primeiros rostos mostram certa semelhança na boca e no queixo, sugerindo tratar-se da mesma pessoa, o que pode ser comentado com os estudantes. Caso ninguém mencione, comente que se trata da mesma pessoa, mas em fases diferentes da vida.

4. Ouça as opiniões dos estudantes. É possível que eles mencionem que o artista quis representar o início (nascimento) e o fim (morte) da vida de uma pessoa – no caso, o homem representado na obra. Chame a atenção para as marcas de expres­são da testa, um elemento que exemplifica a passagem do tempo.

5. Após os estudantes identificarem que o título da obra é Samsara, pergunte se conhecem essa palavra ou se já a ouviram em algum lugar. Comente que a palavra samsara tem origem no sânscrito, que é a língua ancestral da Índia e do Nepal. Explique que ela pode ser traduzida, de uma maneira simples, como “movimento contínuo“, e que está relacionada às diferentes fases da vida. Se julgar oportuno, aproveite para destacar a importância do uso da legenda em obras de arte. Caso ache pertinente, retome os dados básicos de uma legenda (autor, título da obra, data, técnica e custódia) e explique-lhes que em exposições de arte haverá também esse tipo de identificação acompanhando a obra.

6. Retome a imagem da abertura da Unidade e peça aos estudantes que a comparem com as da página 114. Caso eles não percebam, explique que, na abertura, a obra é retratada frontalmente e, na página 114, é representada por uma vista mais lateral pelas fotografias. Conduza a leitura de modo que eles percebam que essas diferenças revelam a tridimensionalidade das peças que compõem a obra. Comente, então, que cada uma dessas peças é uma escultura.

7. Incentive os estudantes a elaborar hipóteses sobre o processo de produção das esculturas que compõem a obra. Após ouvir suas considerações, peça que leiam a legenda e identifiquem a técnica e o material utilizado pelo artista. Solicite também que elaborem hipóteses a respeito do processo de criação de Giovani Caramello. Conclua informando que esse processo será apresentado ao longo da Unidade.

8. É importante considerar que o julgamento estético é o momento de finalização da leitura. Nessa hora, os estudantes poderão falar sobre os critérios que usaram para emitir seus juízos. Não há respostas certas ou erradas e, por isso, todas devem ser acatadas e valorizadas.

9. Incentive os estudantes a atribuir um novo título para a obra ou para cada uma das esculturas que a compõem. Nesse momento, eles poderão ressignificar a criação artística de Giovani Caramello.

Foco na linguagem

Incentive os estudantes a falar de suas experiências e preferências. Aproveite para desmistificar a ideia de que o artista está distante da realidade das pessoas e mostre a eles que todos podem – com dedicação e estudo – aperfeiçoar suas habilidades artísticas.

Objetivos

• Entender a diferença entre bidimensionalidade e tridimensionalidade.

• Conhecer as principais características do hiper­-realismo.

• Conhecer esculturas hiper-realistas.

• Interessar-se pela história da arte.

• Valorizar obras de arte de diferentes períodos históricos.

• Experienciar a criação de esculturas.

• Experienciar a criação de produções artísticas de modo individual.

• Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas neste Tema

(EF69AR01ê éfe seis nove á érre zero um), (EF69AR02ê éfe seis nove á érre zero dois), (EF69AR03ê éfe seis nove á érre zero três), (EF69AR04ê éfe seis nove á érre zero quatro), (EF69AR05ê éfe seis nove á érre zero cinco), (EF69AR06ê éfe seis nove á érre zero seis), (EF69AR07ê éfe seis nove á érre zero sete), (EF69AR08ê éfe seis nove á érre zero oito), (EF69AR31ê éfe seis nove á érre três um) e (EF69AR35ê éfe seis nove á érre três cinco).

Contextualização

As animações 3D, possivelmente, fazem parte do imaginário estético dos estudantes, dado o contato pela televisão, por games ou pelo cinema. Para despertar o interesse pelo conteúdo do Tema 1, convoque-os a compartilhar o seu repertório em grupo.

Você pode fazer algumas perguntas para incentivá-los, como:

• Vocês conhecem exemplos do cinema, dos games ou da TV que pareçam ser feitos do mesmo modo? Quais?

• Vocês sabem como são feitas animações com bonecos parecidos com essa escultura?

Peça a eles que compartilhem e destaquem aquilo de que mais gostam nessas referências.

Depois dessa conversa, explique como as técnicas da arte são aplicadas em outros campos, como todos aqueles da cultura visual já citados – cinema, games etc.etcétera

Na medida do possível, é sempre importante buscar correspondência entre os conteúdos do livro, a vida dos estudantes e o seu repertório cultural, para mediar a aprendizagem e fazer da arte uma ferramenta para a leitura de mundo dos estudantes.

É importante ressaltar que ao longo desta Unidade, nas legendas, as dimensões das esculturas serão apresentadas na seguinte ordem: altura, largura e profundidade.

Foco na linguagem

1. a) Auxilie os estudantes na leitura das imagens feitas de três ângulos diferentes da obra Sozinho. Incentive-os a falar sobre cada questão. É possível que eles mencionem que é uma criança. Depois, chame a atenção deles para o fato de que a capa do menino parece estar curta, o que indica que não lhe serve mais. Caso os estudantes não identifiquem isso, mencione que esse é um acessório de super-heróis (nesse caso, o Batman). Conclua informando que uma das possíveis leituras dessa obra é que ela representa um adolescente.

b) Incentive os estudantes a expressar livremente suas opiniões e a justificar suas interpretações, pedindo a eles que expliquem suas ideias.

As fases da vida como tema

Comente com os estudantes que, na história da arte, há diversos exemplos de artistas que criaram obras para retratar as fases da vida. Se for possível, apresente a eles As idades e a morte (1541-1544), de HansRâns Baldung Grien, disponível no site do Museo del Prado, em: https://oeds.link/qJO21H. Acesso em: 24 maio 2022.

Se for possível, proponha uma leitura mais aprofundada de As três idades da mulher. Indique as texturas presentes na obra. Encaminhe o olhar dos estudantes de modo que eles percebam que os elementos formais da composição reforçam a escolha temática. Explique que, nessa pintura, Gustav Klimt gústaf climtcria um estranhamento visual ao apresentar as figuras, em primeiro plano, como se estivessem dentro de uma cápsula ou bolha, alheia ao fundo vazio da composição. Dentro desse espaço, uma jovem mulher segura a criança e está envolta em um tipo de véu ornamentado com uma textura de formasfórmas azuladas. Essas formasfórmas se opõem, em harmonia complementar direta, com o espaço reservado à velha mulher, pleno de texturas predominantemente em tons alaranjados e dourados. Dessa maneira, ao mesmo tempo que estabelece uma íntima relação entre as personagens, a nossa percepção visual as separa.

Depois de conduzir essa interpretação da composição, pergunte aos estudantes:

• Como vocês interpretam essa imagem? O que ela pode significar para vocês?

• Vocês acham que o corpo humano foi representado de modo idealizado ou que as marcas do tempo estão aqui representadas? O que vocês pensam sobre isso?

• Vocês conhecem outros exemplos, na arte ou na vida, em que a gente tente representar o corpo e a figura humana de um jeito idealizado, em oposição a esse tipo de pintura? Se sim, quais são esses exemplos?

É possível instaurar uma conversa sobre a idealização do corpo e da beleza, destacando que essa referência do artista não esconde, mas justamente revela, os efeitos do tempo e das emoções sobre o corpo humano.

Foco na linguagem

1. a) Incentive os estudantes a responder livremente. Espera-se que eles concluam que a obra apresenta três mulheres em diferentes idades: como criança, como jovem e idosa. Deixe que eles atribuam a idade a cada uma dessas mulheres. O importante é que percebam que cada uma delas retrata uma etapa da vida (a infância, a idade adulta e a velhice).

b) Espera-se que os estudantes comentem que, nessas duas obras, o tema é o ciclo da vida, destacando que, em ambas, os artistas evidenciam a passagem do tempo e as transformações do corpo humano.

Contextualização

Auxilie os estudantes na identificação das três dimensões da formafórma espacial na reprodução da obra de Giovani Caramello. As ilustrações reproduzidas a seguir mostram a diferença entre “bidimensional” e “tridimensional”. Se for possível, reproduza a imagem na lousa quando for apresentar esses conceitos aos estudantes.

Se possível, estabeleça uma comparação da escultura com obras bidimensionais – que têm como dimensões a altura e a largura –, como a pintura, o desenho e a fotografia.

Converse com os estudantes sobre exemplos do cinema 3D. Convoque-os novamente a resgatar exemplos do seu imaginário e repertório, oriundos da TV, dos games e do cinema. Dessa vez, você deverá focar não na escuta e na coleta desse repertório, mas na compreensão do conceito de tridimensionalidade com base em exemplos que eles já conhecem. Isso ajudará a entender a diferença entre a linguagem bidimensional (duas dimensões, do papel, como no caso do desenho e da pintura) e tridimensional (esculturas, mas também modelagem 3D no computador, usada em animações, por exemplo).

Explique aos estudantes que o gesso é utilizado desde a Antiguidade para a moldagem de esculturas e que ainda está presente na produção dos escultores contemporâneos. Comente que o gesso é oriundo do minério de cálcio, apresentado em sulfato de cálcio hidratado. Quando misturamos esse material com aproximadamente dois terços do seu peso em água, obtemos uma massa plástica, que sofre expansão, endurece em poucos minutos e propicia a reprodução das formasfórmas desejadas para o objeto. Essa técnica de moldagem em gesso será testada na seção Experimentações, na página 126.

Por dentro da arte

Esta e as próximas páginas serão dedicadas a apresentar e explicar dois procedimentos escultóricos, utilizados não apenas na arte, mas também na indústria. São eles: modelagem e moldagem. O exemplo utilizado será, ainda, o do artista Caramello. No entanto, ao ler as páginas da seção com os estudantes, verifique como se dá a compreensão da técnica, traçando paralelos com o repertório que eles já têm.

A modelagem

Comente com os estudantes que a modelagem é uma maneira de fazer escultura. Pergunte a eles se conhecem materiais com os quais é possível moldar uma escultura. A argila, o gesso e a massinha são exemplos desses tipos de material.

No exemplo do artista Caramello, observe que a modelagem é o primeiro procedimento.

Pergunte aos estudantes por que o artista precisa criar uma estrutura interna para a peça. Explique-lhes que a estrutura é necessária para sustentar o peso da peça, para que ela não quebre. Partindo de uma “armadura”, uma espécie de esqueleto para sustentar as formasfórmas escultóricas, que pode ser feita de madeira ou de metal, aplica-se a massa, construindo aos poucos o volume da peça, dando formafórma para a peça no espaço, em suas várias dimensões – altura, largura, profundidade. É como se constrói, molda a peça.

Para fazer a moldagem, para dar um acabamento melhor, é necessário usar instrumentos: espátulas; estacas, que podem ser de madeira, cerâmica ou metal. Essas ferramentas precisam ter pontas para executar diferentes funções: adicionar massa, retirar massa, fazer cortes, criar detalhes e relevos.

Há outros procedimentos de modelagem, como a em 3D, no computador, por meio da qual uma peça pode ser impressa, materializada. Para isso, utiliza-se uma impressora 3D.

Sugestão de atividade

Se desejar aprofundar a conversa, peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre a modelagem e a impressão 3D.

Para isso, você poderá dividi-los em duplas ou trios e usar a sala de informática da escola ou recursos de pesquisa em celulares. Peça a eles que procurem reportagens e vídeos sobre o tema e que vejam e anotem as informações que acharem mais relevantes.

Essa sugestão de pesquisa antecipa a proposta de pesquisa e seminário da seção Arte e muito mais da página 124. Aqui, eles identificarão o que são essas tecnologias para, depois, reconhecer e compartilhar por meio de um seminário as suas possíveis aplicações sociais.

A moldagem

Agora, os estudantes serão introduzidos ao procedimento da moldagem.

Pergunte-lhes se eles sabem o que é um molde. Para situá-los, caso não saibam, use os ovos de páscoa ou outro exemplo mais apropriado para o contexto cultural deles.

A moldagem é uma sequência de ações visando realizar moldes. Tradicionalmente, o gesso era utilizado para esse fim, mas atualmente outros tipos de material estão disponíveis, como o silicone e a fibra de vidro. Quando secos e prontos, esses moldes são utilizados para a criação das formas fórmasescultóricas em seu material definitivo.

O procedimento utilizado pelo artista é bastante complexo, mas, em geral, na arte e também na indústria, ele pode ser mais simples. Nesse exemplo, o artista utiliza, como vemos nas fotografias, o que chamamos de método indireto: ele realiza a escultura em plastilina (argila especial); depois, elabora os moldes, separando as partes mais delicadas, como braços e cabeça, para replicar a obra realizada anteriormente em silicone. Por fim, a peça receberá um minucioso acabamento de pintura e caracterização, mostrado na sequência fotográfica da página 121.

A moldagem é utilizada para fazer peças com os mais diversos tipos de material. Ela pode ser usada tanto para a criação de peças muito delicadas, como pingentes de metal, quanto para grandes esculturas de cobre e de bronze.

A finalização

Existe uma diversidade de usos dessas técnicas escultóricas: da criação de monumentos públicos até a produção de joias; da reprodução de objetos utilitários até a fabricação de peças na indústria.

No exemplo do artista Caramello, no entanto, a técnica é aplicada à arte hiper-realista, que será trabalhada nas próximas páginas.

Por isso, as imagens apresentam um acabamento feito com muita minúcia e riqueza de detalhes, para gerar a impressão mais realista possível.

Comente com os estudantes que o trabalho para realizar uma escultura desse tipo é todo artesanal. Depois das etapas de modelagem e moldagem, o artista retira a peça do molde para iniciar a finalização da escultura. É necessário limpar bem as peças, retocá-las, caso haja algum defeito, para depois unir todas as partes.

Os cabelos são aplicados à mão, fio a fio, e os olhos, geralmente feitos de vidro, são colocados e, por vezes, colados. Inicia-se, então, o trabalho de pintura: cada marca do rosto, manchas ou sardas da pele, a cor dos lábios, tudo deve ser realizado minuciosamente e com atenção aos detalhes da caracterização da pessoa, levando-se em consideração, por exemplo, a idade e a etnia. Por fim, colocam-se os adereços, que, no caso da escultura Rei do ego, são a peça de vestuário e a coroa sobre a cabeça.

Pergunte aos estudantes se imaginam quanto tempo uma peça como essa leva para ficar pronta. Saliente que pode levar semanas ou meses.

Para instigar os estudantes para a seção Experimentações, pergunte: quais temas vocês gostariam de trabalhar com a modelagem? E com a moldagem? Peça que tomem nota das ideias no diário de bordo para que possam ser retomadas e experimentadas na sala de aula.

Contextualização

Informe aos estudantes que Jamie Salmon é britânico e a escultora Jackie K. SeoDják Key. Çeo, coreana. Ambos são escultores autodidatas e trabalham juntos para produzir esculturas muito detalhadas e realistas para a indústria de efeitos cinematográficos, na cidade de Vancouver, no Canadá. Explique que, na atualidade, para o cinema e as séries televisivas, os efeitos especiais tornaram-se imprescindíveis, particularmente para as produções de ação e ficção científica. Em virtude da especificidade desse trabalho, os artistas se transformaram em exímios escultores hiper-realistas.

Destaque que, nas produções, que levam semanas e até meses para serem concluídas, os artistas utilizam cabelo humano para dar mais vida às esculturas, assim como borracha de silicone, resina, fibra de vidro, tecidos e acrílicos.

Reflexões

Você pode conduzir uma conversa sobre a diversidade dos corpos que vemos representados nessas esculturas: corpos gordos e magros, jovens e velhos, com diversidade étnico-racial.

Pergunte aos estudantes sobre a diversidade de corpos e culturas representadas nos filmes, séries e programas de TV a que assistem, nos games que jogam, nas capas de revista ou na arte que acessam. Eles costumam ver uma diversidade grande? Quais são os corpos mais representados? Quais não são representados? O que pensam sobre isso?

Problematize as leituras deles e medeie a conversa, acolhendo as opiniões e garantindo que se expressem com respeito entre si e com criticidade.

Proponha que produzam uma reflexão escrita sobre essa conversa e os conteúdos já trabalhados no diário de bordo.

Artista e obra

A escultura Máscara IIdois é uma representação do rosto do artista Ron MueckRón Mêuk, ou seja, ela é um autorretrato.

Ron MueckRón Mêuk nasceu na Austrália, iniciou seu trabalho em Los Angeles, Estados Unidos, e hoje vive em Londres, na Inglaterra. Ele começou sua carreira trabalhando para a indústria cinematográfica, fazendo efeitos especiais para filmes. Hoje, suas obras são conhecidas em todo o mundo, justamente por evocarem situações da vida cotidiana com as quais as pessoas se identificam. Além disso, as peças são de grandes proporções, o que chama ainda mais a atenção para o realismo.

Sugestão de atividade

Proponha uma atividade entre os estudantes:

Separe-os em trios. Peça que façam uma pesquisa sobre a exposição de Ron Mueckmúc realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Brasil. Eles poderão utilizar a sala de informática da escola ou os seus celulares.

Para fazer a pesquisa, eles poderão buscar reportagens escritas ou em vídeo ou informações no próprio site do museu, disponível em: https://oeds.link/S8333r. Acesso em: 24 maio 2022.

Peça a eles que se atentem aos seguintes pontos: (A) o tamanho das peças; (B) os tipos de cenas cotidianas que ele esculpe; (C) a diversidade de corpos que ele esculpe; (D) a intensa visitação dessa exposição.

Depois que eles fizerem essa pesquisa, faça uma roda de conversa. Pergunte a toda a sala o que eles têm a dizer sobre cada tópico anterior. Peça que desenvolvam as reflexões e que comentem outros aspectos que chamaram a atenção deles durante a pesquisa. Pergunte o que pode ter provocado tanta procura por essa exposição, destacando, se necessário, o nível de detalhe que as esculturas apresentam.

O objetivo dessa pesquisa é conhecer um pouco mais sobre o artista e as suas exposições, mas também revelar que o museu é um espaço onde eles podem conhecer a produção artística contemporânea, despertando o interesse e a curiosidade deles para buscar, física ou virtualmente, mais informações sobre o tema.

Arte e muito mais

Essa pesquisa está relacionada ao Tema contemporâneo transversal Ciência e tecnologia. A proposta pode ser realizada em parceria com o professor de Matemática, visto que a modelagem de objetos e espaços em 3D presume conceitos na interface entre a Arte e a Matemática, como escala e volumetria. Caso a parceria se realize, será preciso que esses conceitos matemáticos sejam introduzidos.

A pesquisa proposta no livro poderá ser realizada na sala de informática da escola ou por meio de celulares.

Separe os estudantes em grupos de até quatro participantes. Busque organizá-los de modo a compensar disparidades no desenvolvimento de habilidades, inclusive a inibição para realizar um seminário. Lembre-se de que a importância do seminário não se dá apenas na sistematização e no compartilhamento dos conteúdos, mas também na organização do grupo e na confiança para expor as ideias diante do coletivo.

Elenque na lousa algumas opções de campos da vida social que podem se beneficiar das tecnologias de modelagem 3D, como aqueles destacados no livro.

Acompanhe os estudantes durante a pesquisa, incentivando-os a buscar fontes diversas e textos multimodais: vídeos, animações, reportagens, podcasts etc.etcétera

Separe uma aula para que os grupos possam apresentar suas pesquisas. Você pode, inclusive, propor um roteiro de perguntas para que eles sistematizem o seminário. Exemplo:

a) Qual campo da vida social é beneficiado pela tecnologia 3D selecionada?

b) Quais fontes foram utilizadas na pesquisa?

c) Qual é o impacto dessas tecnologias nesse campo?

Ao final, peça aos estudantes que usem o diário de bordo para fazer uma reflexão sobre como foi realizar o seminário em grupo e também assistir às apresentações dos colegas.

Os estudantes podem ser avaliados pela articulação entre diferentes fontes de pesquisa, esforço para sistematizar e compartilhar os dados na formafórma de seminário, colaboração e respeito aos colegas durante o trabalho em grupo e contribuições nas apresentações dos demais grupos.

Experimentações

1. Oriente a realização da atividade, mas, antes disso, faça um levantamento sobre o repertório técnico e imaginário estético dos estudantes com o material. Eles já fizeram trabalhos com argila? Lembre-se de que a argila é um material muito utilizado pela tradição escultórica popular e também para a produção de objetos utilitários, mas cada região do Brasil dá diferentes usos a essa técnica.

Observe que, no livro, a principal orientação é sobre a experimentação livre com o material, apenas para criar intimidade com ele e os procedimentos da modelagem em argila. Contudo, idealmente, um tema de trabalho de criação em grupo oferece mais subsídios e delimita uma expectativa com a proposta que ajuda os estudantes a se sentirem seguros para realizá-la.

Você pode introduzir a proposição com perguntas sobre o repertório dos estudantes. Pode perguntar o que conhecem da escultura com argila, seja em peças artísticas, seja em utilitárias.

Sugestão

Você pode encomendar um bloco único de 10 kgquilogramas de argila para dividir entre a turma ou pedir aos estudantes que comprem argila de uso escolar em pequenas quantidades. Considere que 1 kgquilograma é suficiente para dividir entre três estudantes.

Vocês precisarão de uma bancada ou área aberta para deixar as peças secarem antes de que eles possam levá-las para casa. Recomende o uso de sacolas plásticas para o transporte, especialmente se as peças ainda não estiverem secas: a sacola mantém a umidade das peças.

Passo a passo

Organize os estudantes em grupos de até quatro pessoas, reunindo e forrando as mesas. Eles poderão compartilhar as ferramentas de trabalho.

Para separar as partes de cada estudante, use a técnica do nylon esticado, que atravessa facilmente o bloco de argila.

Enquanto eles experimentam, circule entre as mesas e converse com eles sobre temas possíveis de trabalho. Você pode propor um tema ou solicitar a eles que cada agrupamento de estudantes escolha um tema em comum. O importante é que, para além da experimentação, eles tenham uma referência objetiva do que se espera deles com a proposta, que é a experimentação com o material; a escolha e criação de uma peça/objeto; a descoberta de soluções de sustentação e modelagem das peças.

Os estudantes poderão ser avaliados pelo engajamento na experimentação do material, pelas soluções criativas dadas à proposta e pela interação e colaboração com os colegas. Podem também ser avaliados pela contribuição com as referências e ideias na conversa inicial sobre a proposta.

2. Antes de iniciar a proposta, retome as discussões que já foram realizadas nessa etapa.

Se possível, realize a atividade em uma área aberta da escola, para evitar sujeira na sala de aula. Nesse caso, forre a superfície dessa área aberta, que pode ser um banco, o chão da quadra ou pátio da escola. Frutas lisas, como maçãs, bananas ou mangas, são ideias para a proposta.

A proposta da atividade é experimentar um procedimento. Eles também poderão pintar as peças depois. Use a criatividade para desdobrar a proposta, que tem duração de uma aula.

É importante separar previamente um espaço para deixar as partes secarem.

Circule entre os grupos, ajudando-os a atentar ao fato de que o molde precisa ter uma abertura, um corte lateral, pois do contrário a fruta ficará presa lá dentro.

Faça uma demonstração sobre como molhar e aplicar a atadura gessada. Depois, demonstre como preparar o gesso.

Caso os estudantes não tenham acesso a ataduras gessadas, vocês podem usar ataduras ou tecidos bem leves, como recortes de tecido para fraldas, e mergulhar esses tecidos no gesso.

Ao retirar a peça final do molde, pode ser que ele estrague. Isso não é um problema, afinal a proposta era conhecer o processo de moldagem.

Os estudantes podem ser avaliados pela participação na proposta e colaboração com o grupo. Considere também as relações criadas no início da aula com os conteúdos já trabalhados na Unidade.