Tema 2  A brasilidade de Heitor Villa-Lobos

Villa-Lobos

No Tema anterior, você conheceu alguns trabalhos de Carlos Gomes e descobriu que esse músico se dedicou à criação de obras que se relacionam com a história do nosso país. Outro músico que criou peças que retratam o Brasil foi Heitor Villa-Lobos, considerado um dos mais importantes compositores eruditos da música brasileira.

Nascido no Rio de Janeiro, Villa-Lobos teve como primeiro professor de música o próprio pai. Ainda na infância, graças a uma tia, ele conheceu a obra do alemão Johann Sebastian (1685-1750), um dos músicos que mais influenciaram sua obra e que você conhecerá ainda neste Tema.

Na Unidade 1, você aprendeu que Villa-Lobos foi um dos artistas participantes da Semana de Arte Moderna, em 1922. Ele foi convidado pelo escritor Graça Aranha (1868-1931), um dos organizadores do evento. Nos três espetáculos de que participou, o artista apresentou diversas obras autorais. Também participaram da Semana de Arte Moderna os músicos Guiomar Novaes (1894-1979) e Ernani Braga (1888-1948).

Cartaz em preto e branco. Propaganda com o texto: “Theatro Municipal Amanhan – 17 de fevereiro 3.o e ultimo grande festival da Semana de Arte Moderna com o concurso de Villa-Lobos No saguão do theatro, exposição de pintura e esculptura. Preços – Cadeiras 5$300 Bilhete à venda no Theatro Municipal.
Anúncio da apresentação de Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna, em 1922.

PARA LER

CAMARGOS, Marcia. Semana de 22: entre vaias e aplausos. São Paulo: Boitempo, 2002. (Coleção Pauliceia).

Esse livro apresenta uma análise aprofundada da Semana de Arte Moderna de 1922, destacando sua importância para a arte e a cultura brasileiras.

Além do texto, há diversas fotografias e ilustrações relacionadas à Semana de 22.

As viagens de Villa-Lobos

No início do século vinte, Villa-Lobos viajou pelo Brasil e manteve contato com diferentes estilos musicais regionais. Essas viagens tiveram uma influência definitiva nas produções do músico e compositor, que, a partir de então, incorporou elementos do folclore brasileiro, sons da natureza e referências da música popular à sua obra. Isso pode ser percebido em composições como “Danças características africanas” (composta entre 1914 e 1916), “Suíte floral” (1916-1918), “Amazonas” (1917) e “Uirapuru” (1917).

Fotografia em preto e branco. Homem calvo, de óculos, com camisa branca e paletó preto. Os braços estão estendidos e, na mão direita, segura uma batuta. Ele está voltado para a esquerda.
O compositor e músico Heitor Villa-Lobos, em Paris, França. Fotografia sem data.

A obra “Uirapuru” foi composta em 1917 e, para criá-la, Villa-Lobos usou como referência uma lenda indígena que conta a história do uirapuru, um pássaro típico da Amazônia. De acordo com essa lenda, o pássaro se transformava em um belo jovem indígena por quem todas as mulheres se apaixonavam. Certo dia, um indígena teve ciúmes do uirapuru, quando este se encontrava na condição humana, e resolveu acertá-lo com uma flecha, matando-o. Assim, ao voltar à condição de pássaro, o uirapuru tornou-se invisível e dele se ouve apenas o belo canto.

Nessa composição, Villa-Lobos utilizou diferentes instrumentos para reproduzir os sons da floresta. A flauta, por exemplo, foi utilizada para recriar o canto do uirapuru. Essa música também não tem um ritmo constante, mas diversas variações rítmicas e diferentes sonoridades. Acredita-se que, com isso, o compositor tenha tentado retratar os diferentes ritmos da floresta (dos animais, das plantas, das pessoas que lá vivem, por exemplo).

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Ouça o áudio “Trecho de ‘Uirapuru’, de Heitor Villa-Lobos” e tente perceber as diferentes sonoridades e variações rítmicas no trecho ouvido. O que poderia estar acontecendo nessa floresta? Você consegue identificar em que momento o canto do uirapuru é reproduzido? Comente suas impressões com o professor e os colegas.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

2. Além de Villa-lobos, outros artistas já se inspiraram na lenda do uirapuru para as suas criações. Entre eles, podemos citar o compositor Waldemar Henrique (Pará,1905- -1995) com a sua coleção de canções inspiradas em lendas amazônicas e a artista visual Maria Martins (Minas Gerais,1894-1973) com as suas esculturas inspiradas nas lendas indígenas. Escolha um desses artistas e faça uma pesquisa sobre a biografia e suas produções, anexando as informações encontradas em seu diário de bordo.

Ilustração. Ícone do diário de bordo.

Os Choros e as Baquianas brasileiras

Entre as composições de Heitor Villa-Lobos, merecem destaque a série Choros, produzida entre 1920 e 1929, e as Baquianas Brasileiras, compostas entre 1930 e 1945.

Formada por doze composições, a série Choros revela a ligação de Villa-Lobos com o choro, estilo musical que surgiu no Rio de Janeiro no final do século dezenove. Nessa série, Villa-Lobos produz peças para violão e piano, instrumentos característicos de sua produção. “Choros nº 5”, à qual Villa-Lobos deu o subtítulo de “Alma brasileira”, é uma composição para piano e se tornou uma das obras mais conhecidas do músico.

Observe a partitura para piano da música “Alma brasileira”.

Fotografia. Partitura com as notas musicais da música Alma brasileira, de Heitor Villa-Lobos.
Partitura de “Alma brasileira”, de Heitor Villa-Lobos, de 1925. Acervo Museu Villa-Lobos, Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).

Baquianas Brasileiras é um conjunto de nove composições. Nesse conjunto, Villa-Lobos “alimentou-se” da produção do alemão Johann Sebastian – músico que você conhecerá adiante – e a ela incorporou elementos da cultura e do folclore nacionais.

Uma das obras mais conhecidas e gravadas de Villa-Lobos é o último movimento de Baquianas Brasileiras nº 2, conhecido como “O trenzinho do caipira”.

Entre textos e imagens

O ciclo das Baquianas Brasileiras

reticências O ciclo das Baquianas Brasileiras presta tributo a Johann Sebastian , não apenas no título, mas, sobretudo, por utilizar procedimentos composicionais próprios desse grande compositor. reticências

Outra característica desse ciclo é a utilização do folclore, da música étnica brasileira, assim como da música popular urbana, do choro e da seresta feita pelos conjuntos regionais, dos quais participou na sua juventude. A naturalidade com que Villa-Lobos abordou as melodias advindas do folclore é bastante conhecida. Confundem-se de tal fórma com a sua própria criação que, em certos momentos, tornam-se um só corpo: ‘O folclore do Brasil sou eu’, frase do próprio Villa-Lobos.

Realizar a aproximação entre a música de e a seresta, ou o choro, foi decorrência natural na vida de Villa-Lobos, que, como instrumentista, tocava o violão e o violoncelo. Não por coincidência, ele abriu o seu ciclo de 14 Choros com uma obra para violão, o reticências Choro nº 1. E, em 1930, escreveu a primeira das Baquianas Brasileiras para orquestra de violoncelos, iniciando a série de obras que o imortalizaria.”

JARDIM, Gil. O estilo antropofágico de Heitor Villa-Lobos: e Istravínsqui na obra do compositor. São Paulo: Filarmônia Brasileira, 2005. página 97-98.

Pintura. Quadro com cores vivas, em tons de verde, azul, amarelo, marrom, vermelho e rosa. A pintura retrata mulheres e crianças com roupas coloridas na rua de um bairro. Algumas usam turbantes e outras, chapéus coloridos. No centro, há uma torre laranja em formato triangular. Ao fundo, bandeiras coloridas, casas, vegetação e céu. A composição apresenta formas geométricas, como retângulos, círculos, triângulos e quadrados para representar casas, portas, janelas e outros elementos.
A ilustração da capa do disco foi feita com cores vivas, em tons de verde, azul, amarelo, marrom, vermelho e rosa. A pintura retrata mulheres e crianças com roupas coloridas na rua de um bairro. Algumas usam turbantes e outras, chapéus coloridos. No centro, há uma torre laranja em formato triangular. Ao fundo, bandeiras coloridas, casas, vegetação e céu. A composição apresenta formas geométricas, como retângulos, círculos, triângulos e quadrados para representar casas, portas, janelas e outros elementos.
Capa do disco De compliti côrus i baquianas Brasileiras, de 2009.

PARA ACESSAR

Museu Villa-Lobos. Disponível em: https://oeds.link/A6VY18. Acesso em: 11 maio 2022.

O Museu Villa-Lobos tem em seu acervo partituras, fotografias, registros audiovisuais e outros documentos relacionados à vida e à obra de Heitor Villa-Lobos. No site é possível ouvir trechos de algumas obras do músico brasileiro.

Faça no diário de bordo.

Questões

  1. Mencione um trecho do texto que destaca a fusão entre o erudito e o popular na obra de Villa-Lobos.
  2. Na imagem, a capa do disco traz uma obra de Tarsila do Amaral. Você sabe que obra é essa? Por que essa imagem teria sido escolhida?

A música barroca

Entre os anos 1600 e 1750, desenvolveu-se na Europa um estilo de música chamado música barroca. Entre suas principais características, destacam-se o aprimoramento da escrita musical e o desenvolvimento de novos gêneros musicais, como a ópera, que conhecemos anteriormente. Entre os compositores mais importantes desse período, destaca-se o italiano Antonio Vivaldi (1678-1741).

Ainda jovem, Vivaldi foi ordenado padre e passou a trabalhar em um orfanato de meninas. Nessa instituição, dirigiu uma orquestra e compôs diversos concertos. Os concertos são peças musicais em que um instrumentista solista ou um grupo de instrumentistas solistas é acompanhado de uma orquestra. As quatro estações (cêrca de 1725), obra mais conhecida de Vivaldi, é composta de quatro concertos. Em cada um deles, é representada, por meio da música, uma das estações do ano. Até hoje, As quatro estações é uma das obras musicais mais executadas em todo o mundo.

Pintura. Obra com tons predominantes de vermelho, preto e bege. Retrata um homem de cabelo longo grisalho, com camisa branca de mangas longas e túnica vermelha. Com a mão esquerda, segura a parte superior de um violino, que está apoiado em uma mesa sobre a qual há um tinteiro e uma partitura. Na mão direita, segura uma pena.
Retrato de Antonio Vivaldi. Século dezoito. Óleo sobre tela, 91 por 74 centímetros. Museu Internacional e Biblioteca da Música de Bolonha, Itália.

A obra de 

O músico alemão Johann Sebastian foi influenciado pela obra musical de Antonio Vivaldi, retratado anteriormente. se tornou um importante nome da música barroca e se destacou ao escrever concertos com solos para cravo. O cravo é um instrumento de teclado semelhante ao piano, porém com um som mais metálico.

Além dos concertos, compôs cantatas, que são peças instrumentais e vocais geralmente produzidas para serem executadas em datas comemorativas do calendário religioso. Uma dessas peças compostas por foi a cantata bê dábliu vê 156.

Pintura. Retrato de um homem de cabelo comprido e castanho, com camisa e casaco marrom.
RENTSCH, Johann Ernst. Retrato de iôrrán Sebastian . 1715. Óleo sobre placa de zinco, 60 por 43,5 centímetros. Angermuseum, Erfurt, Alemanha.

O cravo e o piano

O cravo e o piano são instrumentos de teclado com cordas. A diferença que há entre esses dois instrumentos está na maneira como os sons são produzidos. No cravo, as cordas são pinçadas (“beliscadas”) de um modo parecido com o qual se toca violão. No piano, os sons são produzidos por pequenos martelos, que percutem (batem) as cordas.

Fotografia. Cravo antigo de madeira com duas fileiras de teclas. O cravo parece um piano mais rústico.
Cravo que pertenceu ao músico austríaco Joseph Haydn (1732-1809). Museu de História da Arte, Viena, Áustria. Cravo aberto: 126 por 76 por 198 centímetros.
Fotografia. Piano de madeira preto longo com abertura superior.
O piano é um instrumento musical que surgiu por volta do ano 1700. Piano aberto: 160 por 151 por 220 centímetros.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Ouça o áudio “Trecho do concerto nº 2, ‘Verão’, de Antonio Vivaldi”, que faz parte de As quatro estações, de Antonio Vivaldi. Depois, responda às questões.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

  1. Você já tinha ouvido alguma vez essa música?
  2. Esse trecho de As quatro estações é tocado de fórma rápida ou de fórma lenta?
  3. Você consegue reconhecer qual instrumento toca durante todo o trecho?
  4. Você acha que essa música expressa a ideia de verão ou não? Por quê?
  5. Como seria uma música que representasse o verão do Brasil?
  6. Tendo como referência a música de Antonio Vivaldi, faça um desenho para representar o verão.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


Fotografia em preto e branco. Grupo musical. Em primeiro plano, duas mulheres sentadas (uma de cabelo preso e outra de cabelo longo solto), vestidas com camisa branca e suspensórios pretos. Atrás, oito homens vestidos com camisas brancas, suspensórios, gravatas borboleta e calças pretas estão segurando seus instrumentos musicais.
Músicos da Cabareto Early Jazz Band. Fotografia de 2017.

1. Nesta atividade você vai conhecer uma orquestra diferente da orquestra sinfônica, a big band, e que toca outro tipo de música, o jazz. 


Ouça o áudio “’A primeira vista’, de Luca Alves, com a Cabareto Early Jazz Band” e tente perceber algumas particularidades da big band.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Depois, responda às questões:
  1. Quais instrumentos você consegue ouvir que não pertencem às orquestras sinfônicas?
  2. Qual família de instrumentos você acha que predomina na big band? Consegue identificar alguns?
  3. Que outros instrumentos você ouve nessa música, além dos já mencionados?

2. Organize-se em grupo com sete colegas; ouçam novamente o áudio “’A primeira vista’, de Luca Alves, com a Cabareto Early Jazz Band” tentando perceber as várias seções contrastantes (as várias partes em que ocorrem mudanças bem perceptíveis). Depois, criem diferentes movimentos para cada uma dessas seções, de modo a representar corporalmente cada uma delas. Lembrem-se de que os movimentos devem ser coerentes com o ritmo musical. Ensaiem a coreografia e combinem com o professor uma data para apresentá-la aos colegas.

Avaliação

Agora que finalizou, reflita sobre as atividades desta seção respondendo às questões a seguir em seu diário de bordo.

Ilustração. Ícone do diário de bordo.
  1. Ao realizar as atividades, você encontrou algum tipo de dificuldade? Em caso afirmativo, quais foram? Comente com os colegas.
  2. Como foi a experiência de fazer movimentos com base na música? Comente com os colegas.

“Céu de Santo Amaro”

No ano de 2003, o cantor e compositor brasileiro Flávio Venturini lançou a canção “Céu de Santo Amaro”, na qual escreveu um poema para uma parte da cantata bê dábliu vê 156, de . Leia a letra dessa canção.

Fotografia. Homem de cabelo curto grisalho, com camiseta branca e casaco preto. Ele toca violão e canta com um microfone.
Flávio Venturini se apresenta no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2012.

Céu de Santo Amaro

“Olho para o céu

Tantas estrelas dizendo da imensidão

Do universo em nós

A fôrça desse amor

Nos invadiureticências

Com ela veio a paz, toda beleza de sentir

Que para sempre uma estrela vai dizer

Simplesmente amo vocêreticências


Meu amorreticências

Vou lhe dizer

Quero você

Com a alegria de um pássaro

Em busca de outro verão

Na noite do sertão

Meu coração só quer bater por ti

Eu me coloco em tuas mãos

Para sentir todo o carinho que sonhei

Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão

Meu coração só quer bater por ti

Eu me coloco em tuas mãos

Para sentir todo o carinho que sonhei

Nós somos rainha e rei


Olho para o céu

Tantas estrelas dizendo da imensidão

Do universo em nós

A fôrça desse amor nos invadiureticências


Entãoreticências

Veio a certeza de amar você.”

, iôrrán Sebástian; VENTURINI, Flávio (adaptação e arranjo). Céu de Santo Amaro. In: VENTURINI, Flávio. Porque não tínhamos bicicleta. Rio de Janeiro: Trilhos.Arte, 2003. Faixa 14.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

1. Ouça o áudio "'Céu de Santo Amaro', de Flávio Venturini". Então, pesquise a cantata bê dábliu vê 156 de e analise se a letra criada por Flávio Venturini combinou com a música original de .

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Artista e obra

Flávio Venturini

Agora você vai ler uma entrevista com o músico Flávio Venturini.

Entrevistador: Flávio, fale de você e de seu interesse pela música. Quando passou a se interessar por ela? Você nasceu numa família de músicos?

Flávio Venturini: Nasci em Belo Horizonte (Minas Gerais) e cresci numa família que não era de músicos. Mas minha mãe, Dalila, tinha muita sensibilidade musical e cantava muito para mim. Ela tinha uma pensão muito grande no centro de Belo Horizonte (Minas Gerais), onde morou um grande artista, o Guinhár [Alberto da Veiga Guinhár (1896-1962)], um dos maiores pintores brasileiros, reticências que pintou um retrato meu. Às vezes, eu ficava na porta do quarto de um maestro, que também era hóspede da pensão da minha mãe, e acabava dormindo relaxado por ouvir música e me encantar com aquela novidade. Em casa, havia uma radiola [rádio-vitrola] com discos de vinil que me encantavam. Eu me emocionava muito ao ouvir música! Logo ganhei um rádio de pilha (enorme, na época), que eu carregava para todo lado [risos]. Quando me tornei adolescente, vieram os Beatles e, aí sim, [essa] foi minha primeira paixão musical!

Entrevistador: Como o trabalho com a música surgiu em sua vida?

Flávio Venturini: Eu queria ser jogador de futebol, depois arquiteto, mas comecei a tocar em bandas de bailes. Quando conheci o pessoal do Clube da Esquina num festival, minha cabeça ‘virou’ ao conhecer tantos compositores maravilhosos. Foi então que eu vi que era aquilo que eu queria ser na vida: compositor e cantor.

Entrevistador: Quais foram/são suas referências musicais, Flávio?

Flávio Venturini: Música erudita, que eu ouvia nos discos de vinil [lá em casa], e música romântica, que comecei a ouvir nas rádios e nos filmes que assistia no cinema. Depois veio o rock, o pop e a ême pê bê, primeiro, no Clube da Esquina [em Belo Horizonte]. Hoje, ouço muito música instrumental, mas continuo gostando de música boa, seja qual for o estilo.

Entrevistador: Como foi o processo de criação da canção ‘Céu de Santo Amaro’?

Flávio Venturini: Eu estava na Bahia, na cidade de Santo Amaro da Purificação, na casa de Dona Canô, mãe de Caetano [Veloso]. Era 6 de janeiro de 2000 e acontecia a Festa de Reis. Cheguei mais cedo e fiquei ouvindo música no carro de um amigo. Ouvi um reticências violonista espanhol que interpretava lindamente uma ária de Iôrrân Sebástian Bác e eu, encantado com aquele verão na Bahia, numa festa popular, pensei naquele momento que essa música de poderia ser uma canção popular. Cheguei a enviar uma mensagem a um parceiro dizendo: ‘olha, temos uma canção a escrever, essa música de dá uma balada linda!’. Mas, ao voltar para Salvador após a festa, eu mesmo, inspirado por aquela noite linda, escrevi os versos e a melodia final (a fôrça desse amor nos invadiureticências) eu compus ao acordar na manhã seguinte.

Entrevistador: Pode dar alguma dica para os adolescentes que desejam seguir a carreira na música ou ter formação musical?

Flávio Venturini: A dica que sempre dou é a de estudar sempre e ir em busca de fazer o que realmente se gosta. Hoje existem muitas escolas boas e diversas fórmasde aprender reticências [música].”

Entrevista concedida especialmente para esta Coleção, em agosto de 2018.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


1. Forme um grupo com cinco colegas e ouçam algumas vezes o áudio “Trecho da Suíte Orquestral nº 2 bê dábliu vê 1067, de Johann Sebastian ”. Esse áudio traz um minueto de Johann Sebastian , que é parte de uma obra maior, a Suíte orquestral nº 2 bê dábliu vê 1067. Tentem perceber qual é o instrumento solista nessa música (lembrem-se de que o solista é o que toca ou canta a melodia mais importante, a que mais aparece em uma música). Em seguida, criem uma letra para essa música. Vocês podem escolher um tema para a letra e discutir sobre ele. Quando a letra estiver pronta, façam alguns ensaios e apresentem-na aos colegas de turma.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

2. Ouça “Trecho da Suíte nº 1 bê dábliu vê 1007, de Johann Sebastian ”, um prelúdio de , que é parte de uma obra maior, a Suíte nº 1 bê dábliu vê 1007.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Depois, responda às questões.
  1. Você consegue identificar o instrumento que está sendo tocado?
  2. Como é o andamento dessa música?
  3. A música, em sua opinião, explora mais os sons graves, médios ou agudos?
  4. Que cena você imagina que combinaria com essa música? Crie uma narrativa para essa cena e apresente-a aos colegas.

3. Heitor Villa-Lobos, considerado por muitos estudiosos da música erudita um dos mais importantes compositores brasileiros, escreveu muitas obras para piano. Entre suas obras para esse instrumento, destacam-se as Cirandas e as Cirandinhas, conjuntos de peças curtas com base em temas folclóricos, em sua maioria bastante conhecidas. Faça uma pesquisa de uma dessas obras e responda: que canção folclórica foi usada na obra?

Avaliação

Agora, reflita sobre as atividades que realizou nesta seção. Comente com os colegas.

  1. Como foi a experiência de criar coletivamente uma letra de canção?
  2. E como foi para você criar uma narrativa para a cena que você imaginou do prelúdio?
Fotografia. Vista superior de parte de uma orquestra em um palco formando um semicírculo. Destaque para região onde pessoas tocam instrumentos de cordas.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osésp) em concerto de celebração aos 250 anos de nascimento de betôven, realizado na Sala São Paulo, São Paulo (São Paulo), em 2020.