Tema 3 Uma exaltação ao Brasil
“Aquarela do Brasil”
Ao longo dos anos, muitos artistas compuseram e interpretaram canções que têm o Brasil como tema. Uma delas é “Aquarela do Brasil”, composta em 1939 por Ary Barroso (1903-1964), artista brasileiro que se destacou como compositor, pianista, locutor e apresentador.
Leia a seguir a letra dessa canção e ouça o áudio “’Aquarela do Brasil’, de Ary Barroso”.
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Aquarela do Brasil
“Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiroglossário
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências Pra mim reticências
Ah, abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências Pra mim reticências
Deixa reticências cantar de novo o trovador
A merencóriaglossário luz da lua
Toda a canção do meu amor
Quero ver ‘essa dona’ caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências Pra mim reticências
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosaglossário
De olhar indiscreto
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências Pra mim reticências
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências Pra mim reticências
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sêde
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiroglossário
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!
Pra mim reticências pra mim reticências
BARROSO, Ary. Aquarela do Brasil. In: ALVES, Francisco. Nossa homenagem – Ary Barroso 100 anos. Curitiba: Revivendo, 2003. Volume 1. Faixa 23. Copyright cópiráiti 1950 by IRMÃOS VITALE ésse á IND. E COMÉRCIO. Todos os direitos reservados para todos os países. All rights reserved. International Copyright secured.
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Foco na linguagem
- Em sua opinião, por que o autor Ary Barroso teria escolhido o título “Aquarela do Brasil” para essa canção?
- Muitos críticos consideram essa canção de Ary Barroso ufanista. Você concorda com essa afirmação?
- Ouça, novamente, o áudio “’Aquarela do Brasil’, de Ary Barroso” e tente identificar alguns instrumentos musicais utilizados nessa gravação. Comente suas impressões com os colegas.
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Por dentro da arte
A trilha sonora de Alô, amigos
O Brasil já foi referência para vários desenhos animados. O primeiro deles foi Alô, amigos, produzido pelos Estúdios Disney, em 1942. Esse filme é composto de quatro animações, ambientadas em diferentes países da América do Sul: “Lago Titicaca” (Peru), “Pedro” (Chile), “O gaúcho pateta” (Argentina) e “Aquarela do Brasil” (Brasil). Uma das personagens desse desenho animado é o papagaio Zé Carioca. A canção “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, foi incluída na trilha sonora do filme Alô, amigos, tornando-se conhecida no mundo todo. Você conhece outros desenhos animados que fazem referência ao Brasil?
O desenho animado é a mais elaborada das técnicas de ilustração. A produção de um desenho animado envolve um grupo de profissionais que realizam diferentes atividades, como a criação da história a ser contada, a produção dos desenhos e a dublagem das personagens.
O samba-exaltação
A canção “Aquarela do Brasil” é classificada como um estilo musical chamado samba-exaltação, que se caracteriza pelo caráter patriótico e por sempre abordar temas nacionalistas. Os sambas-exaltação se tornaram muito comuns durante o Estado Novo (período ditatorial em que o país foi governado por Getúlio Vargas (1882-1954), que se estendeu de 1937 a 1945), quando produções artísticas de diferentes linguagens, como o teatro, o cinema e a música, passaram a ser controladas e a sofrer censura.
O cantor e compositor Ataulfo Alves (1909-1969) foi um dos músicos que, nesse período, tiveram suas obras censuradas pelo Estado Novo.
Nesse período, o órgão responsável pelo contrôle e pela censura das obras artísticas era o Departamento de Imprensa e Propaganda ( Díp). Na década de 1930, as letras dos sambas faziam referência à boemia, exaltando o “malandro” (na época, essa palavra era usada para designar alguém que não trabalhava e que vivia em busca de diversão). Após a fundação do Díp, as letras dos sambas passaram a ser censuradas, pois o desejo oficial era de que os sambas – que, nessa época, já eram o estilo musical mais popular no país – exaltassem o trabalho e o governo e criticassem a vida boêmia.
Arte e muito mais
O rádio e a política
Entre as décadas de 1930 e 1950, o rádio foi um importante instrumento de propaganda política utilizado por Getúlio Vargas. O então presidente do Brasil usou esse veículo de comunicação para divulgar a política adotada por seu governo.
Um dos meios de difundir a propaganda do Estado Novo foi a criação, em 1938, do programa A hora do Brasil. A transmissão desse programa era obrigatória, e sua principal finalidade era enaltecer e divulgar os atos presidenciais. Em 1962, o programa passou a intitular-se A voz do Brasil e ainda hoje é transmitido para todo o país. Como vimos no Tema 1, alguns acordes da ópera O guarani, de Carlos Gomes, são reproduzidos na abertura desse programa.
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• Faça uma pesquisa nas plataformas digitais, programas de rádios, livros ou revistas e escolha uma música do seu interesse, que, diferente do samba-exaltação, tenha uma letra crítica e reflexiva em relação às características do Brasil ou que retrate as dificuldades que brasileiros enfrentam cotidianamente. Escreva a letra em seu diário de bordo e elabore um texto justificando a sua escolha.
O rádio
Você tem o hábito de ouvir programas de rádio? Em caso afirmativo, quais são seus programas preferidos? Comente com os colegas.
Por muitos anos o rádio foi o veículo de comunicação mais popular e ajudou a difundir sons e valores no país. A radiodifusão surgiu no Brasil na década de 1920, mas, no início, havia poucos aparelhos de transmissão. Assim, era comum que alguns vizinhos se reunissem para ouvir seus programas preferidos. Na década seguinte, com a diminuição dos preços dos aparelhos, o rádio popularizou-se e foram criados programas dos mais diversos estilos, como os humorísticos, os esportivos e os de auditório. As cantoras eram uma das principais atrações do rádio e conquistavam o público.
As radionovelas também faziam muito sucesso e foram precursoras dos folhetins que atualmente são líderes de audiência na televisão.
Para que as radionovelas despertassem as emoções dos ouvintes, além da interpretação dos atores, principalmente da entonação da voz, era fundamental o trabalho do sonoplasta, responsável por criar todos os sons e ruídos da história, como o de portas se abrindo, campainhas e telefones tocando e chuva caindo. Para obter esses sons e ruídos, os sonoplastas utilizavam objetos ou sons já gravados.
Embora não façam tanto sucesso quanto faziam antes da chegada da televisão ao Brasil, ainda hoje são produzidas radionovelas.
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Experimentações
• Agora, você e os colegas vão produzir uma cena de radionovela.
Procedimentos
- Reúna-se com cinco colegas.
- Desenvolvam a história que será contada e definam a função de cada integrante do grupo: os atores, que interpretarão as personagens, e o sonoplasta.
- A apresentação deverá ser feita em uma sala fechada ou atrás de uma cortina ou biombo, para que os colegas não vejam a encenação nem o sonoplasta.
- Depois da apresentação, expliquem aos colegas como os efeitos sonoros foram obtidos.
Avaliação
- Como foi a experiência de exercer a função atribuída a você na produção dessa cena?
- Como foi a vivência de produzir uma cena de radionovela?
O samba e suas origens
O samba é um dos principais estilos musicais brasileiros, e algumas de suas variações são o samba-exaltação (que conhecemos nas páginas anteriores), o samba de roda, o samba-enredo e o pagode. Você conhece algum desses tipos de samba? Costuma ouvir samba? Comente com os colegas.
A influência africana foi fundamental para a formação da identidade cultural brasileira. Grupos de africanos escravizados conduzidos para o Brasil entre os séculos dezesseis e dezenove trouxeram muitas manifestações e expressões que ainda hoje fazem parte do dia a dia dos brasileiros. Entre esses elementos de origem africana introduzidos no Brasil, destaca-se o samba.
Acredita-se que o samba tenha surgido da fusão de diferentes cantos e danças realizados pelos africanos escravizados. A umbigada, por exemplo, presente em muitas danças de origem africana, é considerada uma das principais matrizes do samba. Outro elemento fundamental é o ritmo obtido por meio de instrumentos de percussão, como tambores e atabaques.
O samba de roda
O samba de roda é uma das mais antigas e tradicionais variações de samba observadas no Brasil e constitui uma importante expressão musical, coreográfica e poética da cultura brasileira. Ele está presente principalmente na Bahia, na região do Recôncavo Baiano, que é uma faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos.
No samba de roda, os dançarinos e os instrumentistas se organizam em círculo. O ritmo é ditado pelo som dos instrumentos musicais, como o pandeiro, o prato, a faca e a viola, e pelo bater de palmas dos participantes da roda, os quais entoam cantos curtos que se repetem. No interior da roda, os dançarinos se revezam realizando coreografias. O movimento mais comum dessas coreografias é o miudinho. Nele, os dançarinos realizam um leve sapatear para a frente e para trás, com os pés quase colados no chão.
Em 2005, o samba de roda do Recôncavo Baiano foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( ifãn) como patrimônio imaterial da humanidade. O samba de roda influenciou a produção de músicos como Dorival Caymmi (1914-2008), João Gilberto (1931-2019) e Caetano Veloso.
Artista e obra
Edith do Prato
A cantora, compositora e percussionista Edith Oliveira Nogueira (1916-2009), conhecida como Edith do Prato, nasceu em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.
Desde muito cedo, Edith cantava nas apresentações de samba de roda que aconteciam em sua cidade. Ela se destacou por ser exímia cantora e por ditar o ritmo de suas apresentações com um prato e uma faca. Dessa característica surgiu seu nome artístico, Edith do Prato.
Ouça o áudio “’Marinheiro só’, com Edith do Prato”, e perceba a percussão com prato e faca.
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Edith do Prato tinha uma relação muito próxima com a família dos irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, que também nasceram em Santo Amaro. Foi Caetano Veloso, a quem ela amamentou quando bebê, o responsável pelo início da carreira profissional da artista. Em 1972, Edith do Prato participou de duas faixas do disco Araçá azul, lançado por Caetano. O primeiro disco solo de Edith do Prato foi lançado em 2003 e contém canções tradicionais do samba de roda do Recôncavo Baiano.
Considerada uma das mais importantes representantes do samba de roda, a obra de Edith do Prato continua a ser uma influência para a produção de muitos músicos, como a cantora e compositora Mariene de Castro.
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Foco na linguagem
1. Em sua opinião, qual é a importância da valorização e da manutenção de saberes de pessoas como a artista Edith do Prato? Registre sua opinião no diário de bordo. Depois, compartilhe-a com os colegas.
PARA OUVIR
• Dona Edith do Prato: vozes da purificação. Edith do Prato. Rio de janeiro: Biscoito Fino, 2003. 1 cedê (41 minutos).
Nesse álbum, Edith do Prato gravou canções tradicionais do samba de roda do Recôncavo Baiano, como “Marinheiro só”, “Minha senhora” e “Dona de casa”.
• Ser de luz: uma homenagem a Clara Nunes. Mariene de Castro. Rio de Janeiro: Universal, 2012. 1 cedê (69 minutos).
Nesse álbum, Mariene de Castro faz uma homenagem a Clara Nunes, uma das mais importantes sambistas brasileiras. Entre as canções gravadas pela cantora, estão sucessos como “Morena de Angola” e “Conto de areia”.
O samba no Rio de Janeiro
O samba foi introduzido no Rio de Janeiro no século dezenove, quando muitas pessoas foram para a então capital do Brasil em busca de melhores condições de vida. Essas pessoas, muitas de origem africana, levaram para o Rio de Janeiro o samba e outras tradições culturais afro-brasileiras.
As principais responsáveis pela formação e pela consolidação do samba carioca foram as “tias baianas”, como eram conhecidas as mulheres (muitas delas baianas) que organizavam rodas de samba e grandes festas em suas residências. Foi em homenagem a essas mulheres que as escolas de samba criaram a “ala das baianas”.
Uma dessas tias baianas se tornou muito conhecida: Hilária Batista de Almeida (1854-1924), a Tia Ciata. Nascida em Salvador, Tia Ciata morou na região da Praça Onze, no Rio de Janeiro, onde ocorreram os primeiros desfiles de Carnaval. Tia Ciata comandava uma pequena equipe de baianas que vendiam doces e quitutes e se tornou uma das principais líderes dos afrodescendentes no Rio de Janeiro.
Em sua casa, Tia Ciata promovia festas às quais compareciam pessoas de diferentes culturas e classes sociais. Dessas festas, participavam músicos e compositores, como Alfredo da Rocha Vianna, o Pixinguinha (1897-1973), Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga (1890-1974), João Machado Guedes, o João da Baiana (1887-1974), Mauro de Almeida (1882-1956) e Heitor dos Prazeres (1898-1966), que também era artista plástico.
O primeiro samba gravado
A primeira música classificada como samba e lançada em disco foi composta na casa de Tia Ciata por Donga e Mauro de Almeida, em 1916. Com o nome “Pelo telefone”, a canção foi gravada em 1917.
Acredita-se que, além de Donga e Mauro de Almeida, outros sambistas tenham participado da composição da música. Alguns sambistas da época chegaram a acusar Donga de se apropriar de uma composição coletiva (de vários autores). De qualquer maneira, graças à popularidade da canção, o termo samba se difundiu rapidamente, tornando-se, em algumas décadas, o símbolo da música popular brasileira.
Com a popularidade do samba, vários artistas do Rio de Janeiro tornaram-se conhecidos em todo o Brasil. Um deles foi José Barbosa da Silva (1888-1930), conhecido como Sinhô. Na década de 1920, Sinhô compôs sambas de muito sucesso, como “Jura” e “Gosto que me enrosco”. Por essas e várias outras composições, Sinhô recebeu o título de “rei do samba”.
PARA ACESSAR
• ifãn – Dossiê das matrizes do samba no Rio de Janeiro. Disponível em: https://oeds.link/wOuI56. Acesso em: 11 maio 2022.
No portal do ifãn, é possível obter informações sobre a história do samba no Rio de Janeiro, com destaque para o partido-alto, o samba de terreiro e o samba-enredo, variações características do samba carioca.
Faça no diário de bordo.
Experimentações
1. Ouça o áudio “’Jura’, de Sinhô” e acompanhe a letra reproduzida a seguir.
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Jura
“Jura, jura
Jura pelo Senhor
Jura pela imagem
Da Santa Cruz do Redentor
Pra ter valor a tua jura
Jura, jura
De coração
Para que um dia
Eu possa dar-te o meu amor
Sem mais pensar na ilusão
Daí então
Dar-te eu irei
O beijo puro na catedral do amor
Dos sonhos meus
Bem junto aos teus
Para fugir das aflições da dor.”
SINHÔ. Jura. In: PAGODINHO, Zeca. Juras de amor. Rio de Janeiro: Universal, 2000. Faixa 1.
- Ouça novamente a canção, prestando atenção à marcação do ritmo pelos instrumentos. Perceba quantas vezes a letra é cantada na música e o que acontece entre uma vez e outra.
- Ao ouvir a música, tente ir cantando junto com a gravação para memorizar a melodia.
- Em seguida, em grupo, crie com os colegas um ritmo para acompanhar a música. Esse ritmo pode ser executado batendo palmas ou por meio de qualquer outra fórma de percussão corporal. Quando estiverem seguros, mostrem aos colegas dos outros grupos o ritmo criado.
2. Ouçam, mais uma vez, o áudio “’Marinheiro só’, com Edith do Prato”. Depois, com a sala organizada em dois grupos, procurem cantar a música de modo que um dos grupos faça o solo e outro, o coro (a parte que responde sempre “Marinheiro só”). Ensaiem com a gravação até serem capazes de cantar sem essa base. Para tornar mais interessante essa atividade, procurem na internet apresentações de samba de roda, como uma referência inicial, e criem sua própria coreografia para essa música. Combinem com o professor uma data para apresentar a música e a dança aos colegas de outras turmas. Esta proposta também pode ser em formato audiovisual, isto é, vocês podem gravar ou fazer um videoclipe baseado na produção coreográfica.
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Avaliação
Para finalizar o estudo deste Tema, reflita sobre essas atividades. Para isso, responda em seu diário de bordo às questões a seguir.
- Como foi a experiência de criar um ritmo com percussão corporal?
- O que você achou da experiência de canto e criação de coreografia proposta na atividade 2? Você teve alguma dificuldade?
Glossário
- Inzoneiro
- : manhoso.
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- Merencório
- : triste.
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- Sestroso
- : esperto, vivo.
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- Trigueiro
- : moreno.
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