Tema 3  Dança e ruptura

O trabalho do baléStagium

No Tema anterior, você conheceu alguns dançarinos dos Estados Unidos e da Europa que criaram novas fórmas de pensar e fazer dança. Esses artistas promoveram uma ruptura com estilos, técnicas e modelos tradicionais, transformando definitivamente essa linguagem artística e influenciando dançarinos, coreógrafos e outros artistas da dança no mundo todo.

No Brasil não foi diferente. Uma das primeiras companhias que aderiram a esse movimento foi o balé Stagium. Fundado em 1971 pelos bailarinos e coreógrafos Márika Gidali e Décio Otero, o Stagium foi pioneiro ao romper com padrões estéticos dos repertórios do balé clássico e propor outras maneiras de se relacionar com a dança.

Fotografia. À esquerda, homem de cabelo preto curto, usa camiseta preta e colete vermelho. À direita, mulher idosa de cabelo grisalho e óculos. Ela usa camiseta preta com listras brancas e colar e observa o homem à esquerda. Ambos estão sorrindo. Ao fundo, painel com imagem de dançarinos.
Décio Otero e Márika Gidali, em São Paulo (São Paulo), em 2016.

É importante destacar que essas rupturas não foram apenas no que diz respeito à concepção coreográfica, mas também em relação às temáticas dos trabalhos. Conforme tratado nos Temas 1 e 2, acontecimentos históricos ou questões sociais da atualidade influenciam a visão de mundo e a criação artística dos dançarinos e coreógrafos que estudamos. Da mesma fórma, o balé Stagium produziu espetáculos integrados à realidade brasileira, abordando questões políticas e sociais. Em 1977, por exemplo, estreou o espetáculo Cuarúpi ou a questão do índio, e, em 1984, Missa dos quilombos, que aborda a presença africana no Brasil, além de muitos outros.

O balé Stagium e as trilhas musicais

O balé Stagium também foi um dos primeiros grupos de dança brasileiros que utilizaram canções da música popular brasileira (ême pê bê) em seus espetáculos. A trilha musical de Missa dos quilombos, por exemplo, contava com canções do cantor e compositor Milton Nascimento. Isso também foi uma ruptura radical e muito importante, uma vez que apenas músicas eruditas, tocadas por orquestras, eram consideradas adequadas para a dança, a exemplo do balé.

Fotografia em preto e branco. Bailarinos executam movimento de dança em um palco de chão e paredes escuros. Em primeiro plano, uma mulher de turbante, collant e calça brancos. Ela está de braços abertos e é erguida no ar por um homem. À frente deles, um homem está em movimento de dança. Ao fundo, três dançarinos.
Apresentação do espetáculo Missa dos quilombos, do balé Stagium, em 1984. Local desconhecido.

Além disso, os trabalhos da companhia tinham um viés social e pedagógico, adaptando as apresentações de dança para diferentes contextos e espaços, como pátios de escolas públicas, favelas, praças, hospitais, igrejas, presídios e estações de metrô. Com isso a dança saiu de dentro dos teatros e foi ao encontro do público. Muitas pessoas que não tinham condições e acesso à arte e à cultura assistiram pela primeira vez a um espetáculo de dança.

Fotografia em preto e branco. Dançarinos se apresentam em palco de madeira ao ar livre. À frente, um homem está deitado de costas no tablado e suspende o corpo de uma  mulher com as mãos e as pernas. A mulher tem cabelo claro longo e usa uma roupa clara justa. Seus braços estão projetados para a frente. À esquerda, pessoas observam a cena. À direita, ao lado do palco, um grupo de homens acompanha a apresentação. Há um microfone. Ao fundo, céu, árvores, construções e parte de um morro.
Apresentação do balé Stagium às margens do Rio São Francisco, em 1974.

Artista e obra

Milton Nascimento e as trilhas para espetáculos de dança

Fotografia em preto e branco. Homem de perfil, de cabelo preto curto, com camisa branca, paletó e gravata borboleta pretos. Ele toca violão e canta com um microfone.
Milton Nascimento durante apresentação no Festival Internacional da Canção, realizado no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 1967.

Milton Nascimento é um dos mais reconhecidos músicos brasileiros. Compositor, letrista e cantor, ele se tornou nacionalmente conhecido em 1967, quando a canção “Travessia”, composta por ele em parceria com Fernando brânti (1946­-2015), conquistou o segundo lugar no Festival Internacional da Canção.

Milton Nascimento já gravou mais de 30 álbuns e teve canções de sua autoria gravadas por grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Elis Regina (1945-1982).

Ao longo de sua carreira, assim como em Missa dos quilombos, suas canções fizeram parte de trilhas de espetáculos de dança. Em 1976, por exemplo, Milton Nascimento compôs com Fernando brânti a canção “Maria, Maria”, que fez parte da trilha do espetáculo de mesmo nome montado pelo Grupo Corpo, companhia fundada em 1975, na cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais). Em 2006, canções de sua autoria fizeram parte do espetáculo Aroeira com quantos nós se faz uma árvore, do Viladança, companhia de Salvador (Bahia).

Fotografia. Homem sentado em um banquinho toca violão em um palco. Ele tem cabelo escuro médio trançado e usa óculos escuros, camisa estampada marrom com detalhes em branco e calça clara. À esquerda, uma mesinha de apoio e um holofote que projeta luz do chão. À direita, outro holofote.
Milton Nascimento em apresentação na cidade de São Paulo (São Paulo), em 2018.

kuarup ou a questão do índio

Em 1977, o balé Stagium lançou Cuarúpi ou a questão do índio, um dos espetáculos mais importantes do seu repertório. Esse espetáculo ocupa papel de destaque na história da dança no Brasil, pois com ele o grupo reafirmou sua ruptura com o modo de criar do balé clássico e levou para o palco uma proposta de dança que tinha como referência o cotidiano de uma comunidade indígena.

A realização desse espetáculo também foi considerada um marco por conseguir driblar a censura e, em plena ditadura militar, denunciar o genocídio dos povos indígenas que estava ocorrendo no Brasil.

Fotografia em preto e branco. Mulheres e homens interpretam com figurinos que remetem a vestimentas indígenas. Os homens estão de tanga, colar, cocar e carregam um bastão com penas na ponta superior. As mulheres estão de top e usam uma espécie de saia curta, cocar e colar. Duas carregam cestos de palha e uma segura um instrumento musical indígena. Atrás deles, há pessoas deitadas no chão. A sombra das pessoas em pé está projetada na parede escura ao fundo.
Estreia do espetáculo Cuarúpi, em São Paulo (São Paulo), em 1977.

As coreografias foram criadas por Décio Otero, com direção de Márika Gidali. A trilha musical reunia músicas de povos indígenas que vivem no Parque Indígena do Xingu e óperas do músico alemão Christoph Willibald Gluck (1714-1787). Os figurinos do espetáculo foram desenvolvidos pelo estilista Clodovil Hernandes (1937-2009).

Nas últimas décadas, a representação de indígenas em obras artísticas criadas e protagonizadas por pessoas que não são indígenas tem sido questionada pelos povos indígenas de diversas etnias. Um dos problemas que eles apontam nessas representações é a tendência a generalizações, que contribuem para a construção de estereótiposglossário e transmitem uma ideia falsa de que as culturas indígenas no Brasil estão presas no passado e não podem mudar. O espetáculo Cuarúpi, entretanto, não tinha como foco a representação desses povos, mas a denúncia contra o genocídioglossário que acontecia.

Fotografia. Projeção luminosa na lateral de um prédio, na qual se veem quatro pessoas indígenas e árvores. A fotografia foi tirada à noite. Há um espelho-d'água à frente que reflete a projeção.
Manifestação A floresta é nossa casa, em 2020, organizada pela Hutukara Associação Yanomami.

Arte e muito mais

O Cuarúpi no Alto Xingu

Cuarúpi, palavra que dá título ao espetáculo criado pelo balé Stagium, é uma celebração anual em homenagem aos mortos, praticada pelas comunidades indígenas que convivem no Alto Xingu. Entre os praticantes do Cuarúpi estão os Kamayurá, cuícuru, Merrínaco, Kalapalo, Matipu, uaurá, Kaiabi, Auêtí, Iquipengui, Kawaiwete, kissêdi, narrucuá, Naruvotu, Tapayuna, Trumái, Iaualapití e iudjá. O ritual é um meio para o povo xinguano lembrar os mortos e se despedir.

Fotografia. Homens indígenas lado a lado carregam um tronco em um espaço ao ar livre de terra batida. Eles têm o corpo pintado e estão com adornos coloridos na cintura e nas pernas. Eles carregam um tronco na horizontal, na altura do peito, sobre o qual se apoia outro tronco maior.
Indígenas da etnia uaurá carregando o tronco Cuarúpi, que simboliza pessoas que morreram e serão homenageadas. Gaúcha do Norte (Mato Grosso). Fotografia de 2019.

A cerimônia, entretanto, não é realizada para todos os mortos, apenas para chefes ou seus parentes, e é praticada com algumas diferenças, dependendo da comunidade que a realiza. Com frequência, os indígenas utilizam troncos de madeira pintados e ornamentados, que representam os mortos homenageados, e em torno deles as famílias passam a noite acordadas se despedindo.

O Cuarúpi dura vários dias e inclui diversas atividades. Uma delas é a luta esportiva chamada rúca rúca, praticada por guerreiros que representam suas comunidades e se preparam física e espiritualmente para lutar. Ganha a luta quem consegue tocar a coxa do adversário ou derrubá-lo segurando suas pernas.

Ao final da celebração, os troncos pintados e ornamentados, chamados de Cuarúpi, que representam os entes falecidos, são atirados no rio.

Ícone. Tema Contemporâneo Transversal. Ciência e Tecnologia.

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Entre textos e imagens

balé Stagium leva Kuarup de volta ao Teatro Municipal quarenta anos depois da estreia

“[Nos] dias 2, 3 e 4 de julho de 1977, Cuarúpi estreava no mesmo Teatro Municipal de São Paulo reticências. Na época, o balé Stagium, fundado e dirigido por Márika Gidali e Décio Otero, fez um programa na fórma de um jornal, em papel cráfiti, tendo na capa os cinco primeiros parágrafos do Manifesto Antropófago, de osváld de Andrade, de 1928, e um pequeno texto de Décio Otero, dedicando Cuarúpi: ‘Para você, que nasceu aqui, que mora aqui, que gosta daqui’. reticências Tudo começou quando Décio ouviu a música do Xingu, três anos antes, e espantou-se com a sua complexidade. Deixou maturar por um tempo, e daí surgiu Cuarúpi, a sua 23ª obra.

reticências

Fotografia. Dançarinos executam uma performance em um salão. Há cinco pares de pessoas espalhadas pelo espaço, de costas uma para a outra, com o corpo arqueado para trás e unidas pelo topo da cabeça. Uma pessoa da dupla usa um macacão amarelo, enquanto a outra usa um macacão verde. O teto do ambiente é de madeira, com algumas luzes. À esquerda, espelhos horizontais dispostos na parede. Ao fundo, várias janelas.
Integrantes do balé Stagium em ensaio do espetáculo Cuarúpi 40 anos, em São Paulo (São Paulo), em 2017.

Sobre a remontagem, Márika destaca a experiência de trabalhar com bailarinos muito jovens. ‘É bem diferente ensaiar gente com 17 anos, que tem outros valores e vem do mundo dos festivais. Partimos da fórma, levamos cada um a se jogar para dentro de si para construir o contexto, para depois, em cena, devolver o que brotou.’ E Décio complementa: ‘É impressionante como atualmente os bailarinos pegam a coreografia tão facilmente, mas, para chegar à proposta do coreógrafo, ahreticênciasisso gasta um tempo bem maior. No caso de Cuarúpi, foi um caminho trabalhoso para perceberem porque se trata de uma obra clássica, digamos assim, da dança brasileira’.

reticências

Kátis, Helena. balé Stagium leva Cuarúpi de volta ao Teatro Municipal 40 anos depois da estreia. O Estado de São Paulo, São Paulo, 17 setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/lkPnau. Acesso em: 20 abr. 2023.

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Questões

  1. Em sua opinião, como podemos relacionar Cuarúpi ou a questão do índio com os espetáculos apresentados no Tema 1 (Pai contra mãe, da Companhia Fusion de Danças Urbanas, e Rainha, do grupo Margaridas Dança)?
  2. Se você fosse criar um espetáculo de dança, qual ou quais questões sociais escolheria para trabalhar? Por quê?
  3. Você conhece ou já ouviu falar de algum artista indígena?

A dança-teatro

Vimos que a liberdade expressiva observada no trabalho do balé Stagium e de outras companhias de dança contemporânea resulta de uma série de propostas desenvolvidas por dançarinos e coreógrafos que, a partir do século vinte, passaram a questionar, entre outros, os rígidos padrões estéticos do balé clássico.

Uma dessas propostas foi a dança-teatro, que teve início na Alemanha no final da década de 1920 com o nome de Tanztheater. Originária das pesquisas realizadas por rúdolf Laban (que conhecemos no Tema anterior) e por seus alunos e colaboradores Kurt iôs (1901-1979) e Méri Wigman (também mencionada no Tema anterior), a dança-teatro, como o nome indica, reúne elementos da dança e do teatro.

Na dança-teatro não há somente a preocupação com as fórmas e com a visualidade dos movimentos, mas com a narrativa, mesmo que ela não seja linear. A dança-teatro ganhou notoriedade com o trabalho da dançarina e coreógrafa alemã Pina báuchi (1940-2009). Relacionadas com o cotidiano e com as emoções humanas, as produções de báuchi propiciam que a plateia se identifique e até se reconheça nas cenas. Isso porque, em suas criações, a coreógrafa buscava trabalhar a universalidade das relações e emoções humanas.

Elementos do cotidiano e da natureza eram bastante presentes em suas obras. Na fotografia a seguir, por exemplo, vemos uma cena de Vollmond, espetáculo de Pina báuchi que tem a água como principal elemento cênico.

Fotografia. Imagem impactante de mulher dançando com água. Ela tem cabelo comprido escuro e usa um vestido longo laranja. Sua perna direita está levantada, respingando água, o tronco virado para a direita, com o braço direito atrás da cabeça e o esquerdo dobrado à frente do corpo. O chão tem uma poça de água grande e o fundo é escuro.
Cena do espetáculo Vollmond, de Pina báuchi, apresentado pelo grupo Tanztheater Wuppertal, em Londres, Reino Unido, em 2013.

Artista e obra

O trabalho de Pina báuchi

O trabalho de Pina báuchi foi marcado pela fórma como ela dirigia o processo criativo de suas coreografias. Baseando-se em um tema, báuchi fazia solicitações ou perguntas, que deviam ser respondidas em fórma de danças pelos dançarinos. Ela pedia a um deles, por exemplo: “Faça uma coisa que o deixa envergonhado”. Podia também perguntar: “Como você se comporta quando perde algo?”. Para responder a essas perguntas, os dançarinos precisavam refletir sobre suas experiências, seus sonhos e seus medos e transformá-los em movimento. Com base nas respostas corporais e verbais apresentadas, Pina báuchi criava suas coreografias.

É muito importante destacar que essa criação compartilhada é também decorrente do movimento de ruptura na dança. No balé clássico, os bailarinos apenas executavam as coreografias e ideias do coreógrafo ou diretor. Na proposta de báuchi, a criação é conjunta. A diretora faz perguntas e provocações, e os dançarinos improvisam e criam suas coreografias com base nessas propostas.

A função da coreógrafa e diretora é organizar esse material cênico elaborado pelos dançarinos em um processo de criação que será mais tarde chamado de processo colaborativo.

Fotografia. Retrato de uma mulher idosa de cabelo grisalho preso. Ela sorri.
Pina báuchi em Frankfurt, Alemanha, em 2008.

Observe, um registro do espetáculo Cravos, criado por Pina báuchi.

Fotografia. Seis mulheres usam vestido em tons de azul e verde e estão sentadas em mesas de madeira dispostas lado a lado sobre um palco florido. O chão está coberto de flores cor-de-rosa.
Cena do espetáculo Cravos, de Pina báuchi, apresentado pelo grupo Tanztheater Wuppertal em Hamburgo, Alemanha, em 2000.

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Experimentações


Neste Tema, você estudou a dança-teatro de Pina báuchi e conheceu um pouco de seu processo de criação. Agora, vai experimentar criar uma cena de dança, tendo como referência o processo criativo dessa coreógrafa. Para trabalhar essa cena, em grupo, retomem o trabalho com as palavras--temas, atividade realizada no Tema 1, ou criem uma nova cena de dança. Caso decidam retomar o trabalho feito no Tema 1, será necessário se reunir com o mesmo grupo.

Momento 1 – Memórias do corpo

  1. Com a orientação do professor, reúna-se com quatro colegas, formando um grupo de cinco pessoas.
  2. Em seguida, retomem as palavras-temas definidas na atividade do Tema 1 ou escolham novos temas que interessem a todo o grupo.
  3. Com base nesses temas, compartilhem memórias e vivências pessoais que eles suscitam.
  4. A seguir, experimentem movimentos que expressam como vocês sentem no corpo essas vivências e memórias pessoais e quais movimentos de dança elas inspiram a fazer. Evitem fazer mímicas.
  5. Trabalhem essas movimentações pessoais em grupo; aos poucos elas deixarão de ser movimentos individuais e poderão ser movimentos do grupo, mas cada um vai dançá-los da sua maneira.
  6. Usando o diário de bordo, façam um registro rápido dos movimentos que surgiram na improvisação para não esquecer. Nesse registro, vocês podem usar desenhos ou palavras-chave.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.

Momento 2 – Narrar a memória

  1. Agora vocês vão organizar esses movimentos e criar uma nova cena de dança. Para criá-la, vão exercer o papel de coreógrafos ou de intérpretes-dançarinos.
  2. Dividam o grupo em dois subgrupos e definam qual subgrupo vai fazer o papel de coreógrafos e qual exercerá o papel de intérpretes-dançarinos.
  3. Em seguida, os intérpretes-dançarinos vão dançar novamente os movimentos criados em conjunto no primeiro momento. Se for necessário, os coreógrafos podem relembrar alguns desses movimentos junto com os dançarinos, com base no que se lembram e nos registros feitos no diário de bordo.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.
  4. No momento que os intérpretes-dançarinos praticam os movimentos, os coreógrafos observam e começam a definir qual será a ordem deles, pensando como esses movimentos podem criar um conjunto, uma sequência de dança. Os coreógrafos fazem essa proposta para os intérpretes-dançarinos, que poderão praticar a sequência e, percebendo como seria dançá-la, podem propor alterações na ordenação sugerida pelos coreógrafos.
  5. Considerando as percepções de todo o grupo, conversem para decidir como ficará a sequência final.

Momento 3 – Partilha e registro

Ilustração. Ícone do diário de bordo.
  1. Depois de criarem a cena juntos, se ela tiver algum título, anotem no diário de bordo. Se não tiver, vocês podem registrar com números ou letras, como Cena A ou B.
  2. Em seguida, converse com o grupo sobre como foi a experiência de criar uma cena de dança dessa maneira.
  3. Para terminar a proposta, façam, individualmente ou em grupo, registros da cena criada. Vocês podem usar desenhos, como aprenderam na atividade do Tema 2, ou palavras-chave. Nesse registro, façam também uma lista de sentimentos e sensações que vocês experimentaram enquanto realizavam a proposta.

Glossário

Estereótipo
: ideia ou imagem preconcebida que generaliza alguém ou algo. Quando dirigidos a grupos, os estereótipos com frequência reforçam fórmas de preconceitos e racismos.
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Genocídio
: prática ou qualquer tentativa de exterminar um grupo de pessoas por causa de sua etnia, raça, religião ou nacionalidade.
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