Tema 3  O teatro como ato político

Teatro e resistência

No Tema anterior você aprendeu que o Teatro Oficina encenou pela primeira vez a peça O rei da vela, de osváld de Andrade, em 1967. Nessa época, o Brasil enfrentava o Regime Militar, período da história que se estendeu de 1964 a 1985 e se caracterizou pela concentração do poder político nas fôrças Armadas.

Os anos de ditadura impostos pelo Regime Militar foram marcados pela supressão de muitos direitos constitucionais, como o de liberdade de expressão, ou seja, o de expressar ideias e opiniões sem sofrer censura ou contrôle. Assim, produções artísticas de diferentes linguagens foram proibidas por órgãos de censura do governo.

Durante os anos de ditadura, o governo chegou a proibir a exibição de mais de quatrocentas peças teatrais. Os censores, muitas vezes, liam os roteiros, faziam cortes nos textos e, depois, assistiam a uma apresentação das peças sem público, antes da estreia.

Fotografia em preto e branco. Uma multidão de pessoas reunidas carregando uma grande faixa com os dizeres: Abaixo a ditadura, povo no poder.
Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), realizada em 26 de junho de 1968.

A montagem da peça O rei da vela feita pelo Teatro Oficina em 1967, por exemplo, sofreu constantes tentativas de censura. O grupo apresentou a peça; no entanto, pouco tempo depois, trechos do texto original de osváld de Andrade foram vetados pelos censores, e a encenação chegou a ser proibida.

Respostas e comentários

Objetivos

  • Reconhecer a presença da censura nas manifestações artísticas durante os anos de Regime Militar e refletir a respeito da importância da liberdade de expressão.
  • Apresentar a obra de artistas visuais que promoveram críticas ao sistema de governo nas décadas de 1960 e 1970.
  • Identificar no teatro um polo de resistência à ditadura.
  • Compreender o papel social e político do Teatro de Arena e algumas de suas propostas éticas e estéticas.
  • Entender o conceito de Teatro do Oprimido.
  • Experienciar a criação de obras artísticas individual e coletivamente.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre zero cinco), (ê éfe seis nove á érre dois quatro), (ê éfe seis nove á érre dois cinco), (ê éfe seis nove á érre dois sete), (ê éfe seis nove á érre dois oito), (ê éfe seis nove á érre dois nove), (ê éfe seis nove á érre três zero), (ê éfe seis nove á érre três um) e (ê éfe seis nove á érre três dois).

Contextualização

Inicie o trabalho promovendo uma reflexão a respeito da liberdade de expressão. Explique aos estudantes que a Constituição de 1988 (o conjunto de leis fundamentais que regem a vida dos brasileiros) garante a todos os cidadãos o direito de expressar suas ideias e opiniões sem sofrer nenhum tipo de censura ou contrôle. Apesar disso, às vezes esse direito é violado por parte do Estado em todos os setores da sociedade brasileira.

Durante o Regime Militar, houve censura e contrôle. Se possível, estabeleça uma parceria com o professor de História para abordar os anos de Regime Militar no Brasil.

Por dentro da arte

A história contada por meio da fotografia

A fotografia reproduzida anteriormente retrata manifestantes durante a Passeata dos Cem Mil. Ocorrida em 1968 no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), essa manifestação reuniu artistas, intelectuais, religiosos, estudantes e integrantes de diversos grupos que protestavam contra o governo estabelecido no Brasil desde 1964.

O autor dessa imagem é o repórter fotográfico Evandro Teixeira, um dos profissionais mais atuantes durante os anos de Regime Militar. Em 1968, Evandro trabalhava no Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, e registrou imagens marcantes da Passeata dos Cem Mil.

Fotografia. Homem de cabelo grisalho, vestido com uma camisa verde-claro com listras brancas. Ele está sentado em frente a uma mesa com câmera fotográfica, computador e papéis espalhados. Ao redor, estantes, impressora, troféu e quadros.
O fotógrafo Evandro Teixeira, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2010.

Observe a reprodução de outra fotografia de Evandro Teixeira, realizada na madrugada do dia 1º de abril de 1964, quando os militares tomaram o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Fotografia. Imagem artística em preto e branco. Contra a luz, durante uma forte chuva, a  soldados com capacetes e armados. No centro da foto, um canhão móvel.
A tomada do Forte de Copacabana, em 1º de abril de 1964. Fotografia de Evandro Teixeira.

Fotografias como as reproduzidas ajudam a compreender fatos históricos e a imaginar as dimensões de um evento. As fotografias podem ser consideradas textos não verbais. Por fornecer informações a respeito dos lugares ou eventos registrados, o ramo da fotografia a que se dedicam profissionais como Evandro Teixeira é chamado de fotojornalismo.

Respostas e comentários

Por dentro da arte

Proponha aos estudantes uma leitura atenta da fotografia em que Evandro Teixeira registrou a Tomada do Forte de Copacabana. Chame a atenção deles para a opção do fotógrafo de realizar a fotografia contra a luz e para o clima de tensão e emoção gerado por essa perspectiva. Por causa desses efeitos, a fotografia lembra as imagens fotográficas produzidas em guerras.

Explique a eles que essa fotografia retrata uma das primeiras ações que culminaram com a queda do então presidente da República João gulár (1919-1976) e com a consequente implantação do governo militar no Brasil. Evandro Teixeira só conseguiu registrar esse momento porque foi confundido com um fotógrafo do exército.

Comente com os estudantes que a fotografia da página anterior mostra um registro da Passeata dos Cem Mil. Destaque a importância da mobilização popular na luta por direitos e comente ainda que, ao sair em passeata, essas pessoas sabiam dos riscos que corriam, até mesmo quanto à sua integridade física, uma vez que o Regime Militar já dera demonstrações violentas e repressivas.

Roda viva

Em 1967, o cantor, compositor, escritor e dramaturgo Chico Buarque de Holanda escreveu Roda viva, sua primeira peça de teatro. Essa comédia musical estreou um ano depois no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e teve como diretor José Celso Martinez Corrêa.

Em Roda viva é apresentada a história de Benedito da Silva, um cantor que alcança o sucesso graças a seu empresário, que usa o poder da televisão e da indústria fonográficaglossário para torná-lo popular. Em 1968, a peça foi censurada, pois seu texto foi considerado subversivo.

Fotografia em preto e branco. Homens e mulheres encenando uma peça teatral. Eles estão vestidos com capas longas por cima das roupas. Um homem à esquerda se diferencia dos demais por estar com calça e camisa brancas. Ao fundo, há a cabeça de uma caveira apoiada em uma estrutura de metal, representando o corpo.
Atores em cena na peça Roda viva, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 1968.
Fotografia em preto e branco. Atores encenam uma peça teatral. Em primeiro plano, quatro atores com capas e vestidos longos estão de costas posicionados com quatro apoios no chão. Eles observam um ator ao centro, em pé, com as mãos juntas, vestido com um terno preto.
Apresentação da peça Roda viva, em São Paulo (São Paulo), em 1968.
Respostas e comentários

Contextualização

Nessa comédia musical em dois atos, a personagem principal é Benedito Silva, um cantor popular que ingressa no mundo da fama e que, para se manter na mídia, vai mudando de nome, tentando sempre atender aos apelos de seu público. Aos poucos, o espectador é levado a ver a queda dessa personagem. Com Benedito, outras personagens contam a história, e o autor as utiliza como suas porta-vozes. Segundo o crítico Décio de Almeida Prado: “as personagens constituem praticamente a totalidade da obra: nada existe a não ser através delas”. Para tanto, Chico Buarque lançou mão de recursos dramatúrgicos que caracterizam cada uma de suas personagens como pertencentes a um grupo social, podendo facilmente ser identificadas com esse grupo. Além desse recurso, a presença do coro é outra característica que aproxima o texto de Chico Buarque de uma linguagem épica (estética teatral que trabalha com recursos narrativos e com um amplo interesse em provocar a reflexão social).

A evidente crítica social ao consumismo e à alienação da sociedade, no entanto, ganhou ares de protesto e rebelião na montagem do diretor José Celso Martinez Corrêa, conhecido pelo espetáculo O rei da vela. Foi por meio da radicalidade cênica de José Celso que o espetáculo se tornou um ícone do teatro de cunho político. Em sua montagem, José Celso fez do texto de Chico Buarque um grande roteiro ao qual aliava seu discurso provocativo de questionamento da moral, dos bons costumes e da religião, enfrentando, até mesmo, o próprio Regime Militar.

No elenco original estavam os atores Marieta Severo, Antônio Pedro Borges, Paulo César Pereio e Marília Pêra (1943-2015), a qual substituiu Marieta Severo na temporada paulistana.

Comente com os estudantes que Roda viva foi a primeira incursão do artista Chico Buarque na escrita teatral, um caminho bastante produtivo, com mais três outros textos que marcaram a dra­maturgia nacional (Calabar, Gota d’água e Ópera do malandro).

Entre textos e imagens

A canção-tema

A peça Roda viva contava com um coro que entoava diversas canções ao longo do espetáculo. A canção principal dessa montagem tem o mesmo título da peça e foi composta por Chico Buarque para ser a canção-tema do espetáculo. Leia a letra dessa canção.

Roda viva

“Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu

A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda-viva

E carrega o destino pra lá


[Refrão]

Roda mundo roda-gigante

Roda-moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração


A gente vai contra a corrente

Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente

O quanto deixou de cumprir

Faz tempo que a gente cultiva

A mais linda roseira que há

Mas eis que chega a roda-viva

E carrega a roseira pra lá


[Refrão]


A roda da saia, a mulata

Não quer mais rodar, não senhor

Não posso fazer serenata

A roda de samba acabou

A gente toma a iniciativa

Viola na rua, a cantar

Mas eis que chega a roda-viva

E carrega a viola pra lá


[Refrão]


O samba, a viola, a roseira

Um dia a fogueira queimou

Foi tudo ilusão passageira

Que a brisa primeira levou

No peito a saudade cativa

Faz força pro tempo parar

Mas eis que chega a roda-viva

E carrega a saudade pra lá


[Refrão]

BUARQUE, Chico. Roda viva. In: BUARQUE, Chico. Chico Buarque de Holanda, volume 3. Rio de Janeiro: érre gê é, 1968, faixa 6.

Em 1967, Chico Buarque apresentou a canção “Roda viva” ao lado dos integrantes do conjunto musical ême pê bê quatro no terceiro Festival de Música Popular Brasileira. Essa canção alcançou o terceiro lugar no festival.

Fotografia. Grupo de músicos vestidos de terno cantam e tocam instrumentos musicais, como violões, tuba e tambor. À frente deles, microfones de chão.
Chico Buarque e ême pê bê4 em apresentação no terceiro Festival da Música Popular Brasileira, em São Paulo (São Paulo), em 1967.

Faça no diário de bordo.

Questões
  1. Os versos da canção apresentam inúmeras metáforas, dentre elas o termo roda-viva. Em grupo, selecione uma estrofe em que esse termo aparecee levante as possíveis significações que ele sugere.
  2. Você conhece, atualmente, alguma canção que utiliza os versos para realizar uma denúncia de alguma situação social? Escolha um trecho dessa canção. Narre ou cante para os colegas.
Respostas e comentários

Questões

  1. Oriente os grupos a refletirem sobre quais poderiam ser os significados de “roda-viva”. Questione-os sobre a que o autor poderia estar se referindo, levando em consideração o contexto político que a canção foi criada. Pensando nos dias atuais, o que poderia ser essa “roda-viva”?
  2. Diversos estilos musicais utilizam os versos como fórma de falar sobre a realidade social. Um exemplo é o rap. Pergunte aos estudantes se eles conhecem algum que fale de alguma realidade ou situação que eles queiram compartilhar.

O Teatro de Arena

Outro grupo que se destacou por sua atua­ção política foi o Teatro de Arena, fundado em São Paulo (SP), em 1953. Seu nome (Arena) deve-se à proposta desse grupo teatral, que é se apresentar em um palco circular e organizar as cenas diante do público.

Entre as produções do Teatro de Arena, uma merece destaque: a peça Arena conta Zumbi, encenada em 1965. Com conteúdo histórico e político, o texto foi escrito por dianfrantchesco Guarnieri (1934-2006) e Augusto Boal (1931­-2009), e as canções foram compostas por Edu Lobo.

Arena conta Zumbi ressaltava a luta do líder quilombola Zumbi dos Palmares (1655­-1695). Naquele momento, encenar a vida de Zumbi significava enfatizar a importância da resistência ao Regime Militar. Com essa peça, os artistas sugeriam que os brasileiros lutassem por uma sociedade mais justa e solidária; assim como Zumbi lutara contra os senhores de escravos, os brasileiros deveriam fazer oposição aos militares.

O Teatro de Arena introduziu inovações na fórma de fazer teatro no Brasil; porém, não resistiu à perseguição do regime e foi fechado em 1972. O formato de espetáculos instituído pe­lo Arena, no entanto, se disseminou pelo país. Na década de 1990, o espaço ocupado pelo Teatro de Arena foi reativado com o nome Teatro Experimental Eugênio Kusnet.

Fotografia em preto e branco. Homens e mulheres reunidos em frente à fachada de um teatro. Na parte superior, o texto: Teatro de Arena.
Fachada do Teatro de Arena. Fotografia sem data.
Fotografia em preto e branco. Quatro atores encenam uma peça teatral. Eles estão vestidos com calças jeans e camisetas de manga longa e estão de braços abertos no palco, um deles de costas.
Apresentação da peça Arena conta Zumbi no Teatro de Arena. São Paulo (São Paulo), 1966.
Respostas e comentários

Contextualização

Fundado em 1953, o Teatro de Arena surgiu como uma iniciativa do ator e diretor José Renato (1926-2011), recém-saído da Escola de Arte Dramática (ê á dê) e que vislumbrou, na utilização do palco em arena, um possível barateamento da produção teatral. Suas primeiras montagens compõem um repertório que congrega autores internacionais, como Tênêssí Uiliams (1911-1983) e Marcel Achár (1899-1974), além de uma montagem de Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena (1815-1848). No final de 1954 surgiu o edifício teatral Teatro de Arena, localizado no centro de São Paulo.

Até 1956, o grupo trabalhou com diferentes gêneros de textos buscando encontrar uma linguagem própria e ampliar seu repertório. Mas foi a chegada de dois outros grandes nomes do teatro brasileiro que redirecionou a história do Teatro de Arena. De um lado, chegava Augusto Boal, dramaturgo e diretor que trazia novas técnicas de representação; de outro, o jovem ator e dramaturgo italiano, egresso do Teatro Paulista dos Estudantes (TPE), dianfrantchesco Guarnieri. Mesmo sendo italiano, Guarnieri guardava fortes convicções sobre o que deveria vir à cena no teatro brasileiro, e foi a partir de então que o Arena se tornou o palco de um intenso movimento de produção da dramaturgia nacional, convocando um novo estilo de interpretação, mais próximo da realidade brasileira.

O primeiro texto de Guarnieri montado pelo Teatro de Arena é justamente aquele que vai salvá-lo da falência: Eles não usam black-tie. Nesse texto, o autor joga luz sobre os problemas provocados pela industrialização e sobre a emergência de movimentos por melhores condições de trabalho e de salários. O teor altamente político, no entanto, não deixa o texto esquemático, pois a trama se passa em meio a um conflito de gerações.

É o sucesso de Eles não usam black-tie que estimula o grupo a criar um seminário de dramaturgia e os laboratórios de interpretação, provocando uma grande renovação na cena teatral brasileira. Integraram o seminário autores como o próprio dianfrantchesco Guarnieri, Oduvaldo Vianna Filho (1936­-1974), Francisco de Assis (1933-2015), Roberto Freire (1927-2008) e Benedito Ruy Barbosa. Já nos laboratórios de interpretação estão atores como Milton Gonçalves, Vera Guértel, Flávio Migliátiu, entre outros.

Artista e obra

Augusto Boal

Augusto Boal nasceu em 1931, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Foi um dos mais importantes diretores e pesquisadores teatrais brasileiros, além de dramaturgo e autor de diversos livros.

Boal estudou teatro nos Estados Unidos e, em seu retorno ao Brasil, aproximou-se do Teatro de Arena, ministrando cursos sobre novas fórmas de representação e, mais tarde, integrando o grupo com o qual escreveu e dirigiu muitos espetáculos. No Arena, foi um dos responsáveis por encenar textos de autores brasileiros, discutindo questões sociais e do contexto político.

Fotografia. Homem de cabelo médio grisalho, vestindo camisa com motivos azuis.
Augusto Boal em São Paulo, 2000.

Seu engajamento social o levou a participar de inúmeras iniciativas de resistência política por meio da arte. Uma delas foi o show Opinião, no qual dirigiu artistas como Zé Kéti (1921-1999), João do Vale (1934-1996), Nara Leão (1942-1989) e, depois, Maria Bethânia. O grupo surgiu no Centro Popular de Cultura (cê pê cê), da União Nacional dos Estudantes (Úni), e pretendia fazer um teatro de protesto, articulando os movimentos populares e o talento musical de seus integrantes.

Na década de 1960, Augusto Boal criou o Teatro do Oprimido, método teatral que você conhecerá ainda neste Tema. Essa e tantas outras experiências fizeram de Boal uma das maiores expressões do teatro brasileiro.

Fotografia em preto e branco. Perfil de cantora tocando violão. Ela está apoiando o violão na perna dobrada um pouco acima do nível do solo. Tem cabelo escuro liso e veste camiseta xadrez e calça.
A cantora e compositora Nara Leão durante participação do show Opinião, em São Paulo (São Paulo), em 1965.
Respostas e comentários

Artista e obra

Comente com os estudantes que a fase seguinte do Teatro de Arena é a dos musicais, inaugurados por Arena conta Zumbi, de Boal e Guarnieri, que, estreando em 1965, marca a criação de um novo modo de representação, o sistema coringa. A peça conta e canta a saga dos quilombolas do Brasil colônia em meio à luta e resistência dos negros escravizados contra o domínio português. Essa narrativa cria a utopia de outra realidade, mais justa e igualitária. Na sequência, Boal e Guarnieri escrevem Arena conta Tiradentes, outro musical voltado para uma revolução: a luta do inconfidente (Tiradentes) vista pelos olhos da década de 1960.

O sistema coringa

Com a peça Arena conta Zumbi, o Teatro de Arena inaugurou uma técnica teatral chamada sistema coringa. Nesse sistema, desenvolvido por Augusto Boal, a mesma personagem pode ser representada por diferentes atores, ou seja, as personagens têm características básicas que são repetidas na atuação de cada integrante do elenco (como se fosse a mesma máscara para todos), mas também ganham aspectos específicos na interpretação de cada ator.

Mais tarde, com a peça Arena conta Tiradentes (1967), o sistema coringa foi aprimorado, e o ator que fazia o coringa exercia a função de narrador ou mestre de cerimônias, comentando os acontecimentos da peça com os espectadores.

Arte e muito mais

O teatro de Bertolt bréche

O sistema coringa foi criado por Augusto Boal com base em técnicas empregadas pelo dramaturgo alemão Bertolt bréche (1898-1956), um dos mais importantes dramaturgos e encenadores do século vinte. Suas criações foram fortemente influenciadas pelos acontecimentos políticos e sociais da Alemanha pós-guerra, trazendo para a cena temas urgentes para a sociedade de seu tempo e dando origem a uma nova fórma de fazer teatro.

Para bréche, o palco não deveria ser uma imitação da realidade, mas, sim, revelar ao espectador que ali, sobre os tablados, se contava uma história e que essa história era reflexo da visão de mundo daqueles que a contavam. Desse modo, o espectador poderia tornar-se consciente de que a história não está previamente determinada, mas pode ser construída e contada a partir de diferentes pontos de vista.

Nas diferentes fases de seu trabalho, bréche experimentou inúmeros recursos cênicos e dramatúrgicos que pudessem potencializar essa relação com os espectadores, como a utilização de canções, cartazes explicativos, projeções de imagens, convocando a atenção da plateia para a discussão política proposta pela peça. Com relação à atuação, bréche propunha que os atores não se transformassem completamente em suas personagens, fazendo o público acreditar que estava diante de uma “pessoa real”, e conduzia seus atores por meio de um efeito de “distanciamento” ou “estranhamento”, em que se evidenciavam os gestos da personagem de acordo com sua função social. Desse modo, em seus textos e encenações, os atores assumiam a função de narradores, contando ao público quem eram as suas personagens e as apresentando como uma obra de ficção.

Fotografia em preto e branco. Retrato de homem de cabelo curto que usa óculos de armação arredondada e camisa preta.
Bertolt bréche em fotografia de 1954. Local desconhecido.

Faça no diário de bordo.

Ícone. Tema Contemporâneo Transversal. Multiculturalismo.

Faça um levantamento bibliográfico de, ao menos, quatro obras de Bertolt bréche.

Respostas e comentários

Arte e muito mais

bréche transformou em poesia cênica sua utopia por um mundo mais igualitário, em que as questões sociais pudessem ser discutidas. Tanto suas obras dramatúrgicas quanto suas encenações resgataram aspectos narrativos presentes no teatro ao longo dos tempos, para apresentar ao espectador uma cena de caráter altamente pedagógico.

Com a ascensão do regime nazista, bréche foi perseguido e buscou exílio em diferentes países, até estabelecer-se na Alemanha Oriental após a Segunda Guerra. Lá, bréche fundou a companhia de teatro Berliner Ensemble, que até hoje continua em atividade.

Análise textual

A Ópera dos três vinténs (1928), escrita por bréche em parceria com o músico Kurt UEIL (1900-1950), ganhou uma releitura brasileira feita por Chico Buarque, com o título de Ópera do malandro. Tal como na dramaturgia de bréche, a peça faz uma leitura crítica do contexto social brasileiro e do imaginário sobre a figura do malandro, que é, na verdade, um trabalhador da periferia. Se considerar oportuno, trabalhe com os estudantes a letra da canção “Homena­gem ao malandro”, de Chico Buarque, que integra a Ópera do malandro.

Pesquisa

Para realizar o levantamento bibliográfico proposto, os estudantes, precisarão de acesso à internet e de referências de bibliotecas com acervo teatral. A pesquisa converge com o Tema contemporâneo transversal Multiculturalismo (Diversidade cultural).

Os estudantes deverão fazer uma lista com ao menos quatro referências de obras do autor traduzidas para o português. Poderão ser peças teatrais ou obras literárias. Oriente os estudantes a seguir este modelo para criar uma lista das obras encontradas: SOBRENOME, nome do autor. Nome do livro. Cidade da editora: Nome da editora, ano da publicação.

Os estudantes podem ser avaliados pela compreensão e pela execução da proposta. Eles devem reconhecer o levantamento bibliográfico como uma ferramenta para acessar amplamente a produção de um autor ou mapear o “estado da arte” de um tema, isto é, mapear o que já se publicou sobre um tema.

Indicação

Se desejar, compartilhe com os estudantes as seguintes referências de bibliotecas on-line, para que façam a pesquisa virtualmente. A Biblioteca Jenny Klabin Segall do Museu Lasar Segall tem um acervo especializado em teatro, disponível em: https://oeds.link/RP0j5K. Acesso em: 10 maio 2022.

A Biblioteca Mário de Andrade, uma das maiores com perfil museológico no Brasil, reúne um importante acervo sobre arte, com catálogo para pesquisas on-line, disponível em: https://oeds.link/iOo08h. Acesso em: 10 maio 2022.

A Universidade de Brasília (ú êne bê) tem um catálogo on láine da Biblioteca Central, disponível em: https://oeds.link/V09Ab4. Acesso em: 10 maio 2022.

Augusto Boal e o Teatro do Oprimido

Criado por Augusto Boal, o Teatro do Oprimido é um método teatral que reúne diversos exercícios, jogos e técnicas. Utilizando o teatro como ferramenta de trabalho para a ação política, social, ética e estética, esse método busca contribuir para a transformação social.

De acordo com Boal, cabe ao teatro levar os espectadores a repensar e a transformar a realidade e a sociedade em que vivem, eliminando a passividade diante das ações representadas no palco.

Uma das técnicas utilizadas no Teatro do Oprimido é o teatro-jornal, que consiste na seleção e interpretação de notícias de jornal de diversas maneiras, tendo a improvisação e a espontaneidade como principais ferramentas. Por meio do teatro-jornal, o público tem a possibilidade de viver as situações relatadas nos jornais acrescentando a elas experiências pessoais, refletindo, desse modo, sobre a vida cotidiana e criando oportunidades de encontrar saídas ou desfechos.

Fotografia em preto e branco. Homens e mulheres reunidos, sentados no chão, olhando para à esquerda. Em destaque, um homem de cabelo médio ondulado, com camisa xadrez e calça, está ajoelhado com as mãos sobre a cabeça.
Apresentação do Teatro do Oprimido em São Paulo (São Paulo), em 1980.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


Com base no exemplo do Teatro do Oprimido e com as orientações a seguir, você e os colegas deverão pensar sobre uma situação da vida cotidiana que poderá ser convertida em material de referência teatral.

Procedimentos

  1. Reúna-se em grupos de até seis participantes.
  2. Conversem sobre acontecimentos do seu cotidiano na escola, em casa ou no caminho da casa para a escola, identificando comportamentos, conflitos ou acontecimentos especiais que vocês acham que pode inspirar a cena.
  3. Depois de elegerem um acontecimento, é hora de pensar a cena. Onde ela acontece? Como vocês vão comunicar ao público qual é esse lugar sem imagens dele? Quem são as personagens? Como se movem e como se comportam? Há diálogos na cena? Há silêncios na cena? Qual é o campo visual em que ela acontece? Para onde vão as personagens que não fazem mais parte de cena?
  4. Depois de montar essa cena, sigam as orientações do professor para as apresentações. Todos devem ter a oportunidade de apresentar-se e de assistir.

Avaliação

Depois das apresentações, conversem sobre as relações entre as cenas e o cotidiano.

  1. Por que escolheram essas cenas? O que elas revelam sobre o seu cotidiano?
  2. O que poderia ser diferente nas cenas?
  3. O que poderia ser diferente no cotidiano?
  4. Produza uma reflexão individual no diário de bordo sobre essa experiência.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.
Respostas e comentários

Experimentações

Nessa proposta os estudantes criarão uma cena em conjunto. Para isso, vão usar a referência do Teatro do Oprimido, para pensar em uma montagem que reflita acontecimentos, conflitos, percepções sobre o seu cotidiano. Considere que os estudantes saberão escolher o que lhes interessará encenar e que, mesmo quando não tiverem uma motivação consciente para essa escolha, os colegas poderão ajudá-los a construir sentido para as escolhas.

Oriente os grupos a se dividirem em cantos diferentes da sala de aula ou da escola, de modo a terem privacidade e espaço para a sua criação. Enquanto montam a cena, passe entre os grupos e converse com eles sobre as ideias e a organização da cena. Chame a atenção deles para a relação com o público, para a entrada e a saída da cena e para os elementos – visuais, sonoros, gestuais – que eles utilizarão para comunicar o aspecto rotineiro ou casual das narrativas. Deixe que se apresentem livremente, sem intervenções. Ao final, faça uma roda de conversa com eles com base nas orientações do livro.

A proposta é um aquecimento para a seção seguinte. Eles devem reconhecer os acontecimentos do dia a dia como dignos de observação teatral.

Os estudantes podem ser avaliados por sua criatividade, cooperação em grupo, respeito às apresentações dos colegas e colaborações para a conversa final. Lembre-se de orientá-los a produzir registro no diário de bordo.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

Ícone. Tema Contemporâneo Transversal. Economia.

Como vimos, as práticas desenvolvidas por Augusto Boal buscavam refletir e repensar de fórma crítica a vida cotidiana. Agora que você conheceu o sistema coringa e o teatro-jornal, participe com os colegas de um jogo teatral. Esse jogo terá como tema O mundo do trabalho e faz parte do repertório de práticas elaborado por Augusto Boal para o trabalho com seus atores e nas oficinas do Teatro do Oprimido

Procedimentos

  1. Siga a orientação do professor. Vocês vão criar personagens que serão representadas por todos.
    1. Fiquem em pé e formem um círculo. Dois estudantes vão ao centro da roda e começam um diálogo sobre o mundo do trabalho. Nesse diálogo, eles devem criar fórmas específicas de falar e de se deslocar pelo espaço, experimentando diferentes entonações de voz, posturas e tipos de caminhada. O foco da cena é a criação da personagem.
    2. Após um tempo, o professor vai congelar a cena, e os dois atores devem ser substituídos por outros colegas; no entanto, as características das personagens devem ser mantidas (entonação, fórmas de caminhar etcétera). O jogo prosseguirá até que todos tenham participado.
    3. Ao final do jogo, todos terão contribuído para a criação das personagens e da cena e terão representado a personagem conforme o sistema coringa.
  2. Reúna-se com cinco colegas e escolham uma notícia de jornal que fale sobre trabalho, para fazer o exercício do teatro-jornal.
    1. Leiam a notícia atentamente, conversando sobre os pontos mais importantes apresentados.
    2. Sob orientação do professor, seu grupo deve apresentar uma imagem coletiva que represente a notícia. Essa imagem deve ser construída com o corpo de vocês, como uma fotografia tridimensional.
    3. Após a apresentação dessa imagem, mostrem outras duas imagens congeladas: a do passado e a do futuro com relação à imagem inicial, criando uma espécie de história em quadrinhos. A plateia sugere títulos para cada um dos quadros.
    4. Construam uma cena com base nas três imagens estáticas criadas nas etapas anteriores. Nesta cena, vocês poderão utilizar falas, figurinos, adereços, cenários etcétera Aproveitem os títulos sugeridos no item c para criar a história. No dia agendado pelo professor, organizem o espaço da plateia e apresentem a cena.

Avaliação

Após a improvisação e as apresentações, formem uma roda e conversem sobre essas experiências. As questões podem conduzir a avaliação.

  1. Que dificuldades você encontrou ao realizar as duas atividades?
  2. Quais são as relações entre a primeira atividade e o estudo do sistema coringa?
  3. De que modo as imagens construídas apresentaram as notícias de jornal na segunda atividade?
  4. O que foi possível refletir sobre o tema do trabalho por meio do jogo teatral?
  5. Quais pontos de vista foram levantados sobre esse tema durante a atividade?
  6. Em seu diário de bordo, registre a dramaturgia textual e/ou visual da cena criada.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.
Respostas e comentários

Pensar e fazer arte

  1. O jogo teatral a ser desenvolvido tem como proposta o tema “O mundo do trabalho”, em convergência com o Tema contemporâneo transversal Economia (Subtema Trabalho). Reflita com os estudantes sobre esse tema, de modo a prepará-los para a prática proposta. Os assuntos relacionados a esse tema podem ser: tipos de trabalho, emprego, desemprego, relações formais e informais de trabalho, trabalho doméstico versus trabalho fóra de casa, home office, trabalhos tradicionais versus novas tecnologias etcétera Estimule os estudantes a sugerir temas para uma conversa e selecione um dos temas propostos. Enquanto os dois primeiros jogadores estiverem improvisando, dê-lhes instruções que os auxiliem na criação das personagens, como: Definam uma postura corporal para sua personagem. Estabeleçam uma fórma de caminhar específica. Criem “tiques nervosos” para sua personagem. Após um tempo de jogo, congele a cena e convide dois novos estudantes a ocupar o lugar dos colegas. Oriente que a entrada em cena seja na mesma posição e na mesma postura em que a cena foi congelada. Peça que continuem a improvisação e dê-lhes instruções que os auxiliem a transpor para o próprio corpo as características criadas pelos jogadores anteriores. Quando perceber que os estudantes já estão reproduzindo as características de seus colegas, incentive-os a acrescentar novas particularidades. Repita a sequência de trocas de dupla até que todos os estudantes tenham participado.
  2. Antes das apresentações, dê um tempo para que cada grupo combine os detalhes e possa experimentar a cena antes de improvisá-la diante do público. Lembre a todos que se trata de um espaço de experimentação e que, portanto, não há erros ou acertos, mas um processo de descoberta da linguagem teatral. Organize os grupos, oriente-os na realização da atividade que será desenvolvida e agende uma data para a apresentação. Auxilie-os na escolha de notícias de jornal que descrevam situações concretas. Informe-os de que, originalmente, o teatro-jornal apresenta muitas técnicas de transformação de uma notícia em cena teatral. Algumas dessas técnicas englobam a leitura da notícia para o público com dramatizações em ritmos diferentes, a criação de jingles baseados na notícia e a criação e a incorporação de ações não descritas no texto jornalístico. Nessa experiência, eles trabalharão com o teatro-imagem, que consiste na transposição das situações para imagens congeladas dos corpos. No dia agendado, os grupos deverão levar para a sala de aula a notícia de jornal selecionada e possíveis recursos visuais, como cenografia (objetos, móveis, figurinos, cartazes, slides etcétera). A cada grupo, peça que apresentem, inicialmente, a imagem que representa a notícia de jornal em seu tempo presente. Em seguida, peça que mostrem o passado e o futuro da imagem inicial. Oriente-os a criar uma cena que coloque as três imagens em sequência. Nesse momento, eles poderão criar falas, acrescentar músicas, jingles etcétera Estabeleça um tempo de preparação e agende a nova apresentação.

Avaliação

Para avaliar os estudantes, observe como cada um relata sua experiência, se são capazes de reconhecer as etapas do processo criativo vivenciado e o modo como eles influenciaram no resultado apresentado. Observe como cada estudante compreendeu o procedimento ”teatro-jornal”, se soube desenvolvê-lo e apresentou criatividade na busca de soluções. Observe se foi possível desenvolver um pensamento crítico sobre o tema, por meio da criatividade, do levantamento de diferentes pontos de vista e da argumentação nas cenas e personagens criadas.

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Ao longo do estudo desta Unidade, você conheceu diferentes grupos de teatro. Também conheceu montagens e adaptações para o cinema da peça Auto da Compadecida, escrita pelo dramaturgo Ariano Suassuna.

Além disso, teve contato com algumas características do auto teatral, do teatro medieval e da adaptação teatral. Estudou o teatro como um retrato de época e conheceu algumas adaptações, como a de O rei da vela, de osváld de Andrade, um dos precursores do Modernismo brasileiro.

Você também tomou conhecimento de algumas características do teatro moderno brasileiro.

Ao final da Unidade, você entrou em contato com a obra e o método de importantes dramaturgos, como Augusto Boal e Bertolt bréche, e assim pôde reconhecer o teatro como um ato político.

Agora que chegou ao final do estudo desta Unidade, é importante que você reflita sobre o que aprendeu e sobre seu percurso até este momento.

Para isso, responda às questões a seguir.

  1. Cite alguns conteúdos apresentados nesta Unidade que o ajudaram a compreender a linguagem teatral. Justifique suas escolhas.
  2. Cite a atividade prática que mais o ajudou a compreender a linguagem teatral. Justifique a sua escolha.
  3. Como você se sentiu durante a realização de leituras, análises de textos e compartilhamento de informações com os colegas? Justifique sua resposta.
  4. Como você se sentiu durante a realização das atividades das seções Experimentações desta Unidade? Justifique sua resposta.
  5. Esse estudo mudou sua maneira de apreciar o teatro? Cite um ou mais exemplos.
  6. O que poderia ajudá-lo a aprofundar seus conhecimentos sobre a linguagem teatral?
  7. Você pode fazer relações entre os conteúdos da Unidade e os seus conhecimentos prévios? Alguma dessas relações foi marcante?
  8. Você identifica alguma relação entre as aprendizagens da Unidade e outros conteúdos que você acessa no seu dia a dia, como filmes, novelas, desenhos, seriados ou outros? Como percebe que o Teatro está presente em outras mídias?
  9. Como você se autoavalia em relação à colaboração com os colegas? Como é trabalhar em grupo e experimentar coletivamente?
  10. Você se sentiu respeitado(a) durante as propostas? Há algum tema do convívio nas aulas de teatro que considera que deve ser conversado?
  11. Você considera que é um estudante disponível para ajudar os colegas? Como se percebe em relação à solidariedade com o trabalho dos colegas e do grupo?
Respostas e comentários

Autoavaliação

Antes de aplicar as orientações da seção com os estudantes, volte à página de abertura da Unidade para revisar as habilidades e verifique os objetivos destacados para cada Tema. Depois, leia a página do livro com eles, para que possam relembrar os principais tópicos e vivências realizadas nesta Unidade.

Esta é mais uma oportunidade de refletir sobre o processo de aprendizagem da linguagem teatral. Depois de ler as questões com eles, oriente-os a retomar as anotações do diário de bordo para respondê-las.

Abra uma roda de conversa e peça a eles que respondam questão por questão, identificando não apenas os conteúdos, mas também como eles se sentem em relação às vivências, ao trabalho em grupo e também às contribuições das discussões da Unidade para as suas visões de mundo.

Depois dessa conversa, reserve um tempo para pensar também sobre o que você mudaria na condução das propostas, assumindo que a autoavaliação dos estudantes é também uma oportunidade para escutá-los e verificar a percepção deles sobre a sua condução como docente.

Glossário

Indústria fonográfica
: setor responsável pela produção e distribuição de mídias sonoras, como discos de vinil, Cê dês, MP3 etcétera
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