Tema 4  Uma “ópera” popular

As escolas de samba

No início do século vinte, o centro do Rio de Janeiro passou por diversas reformas urbanas, com a demolição de antigos prédios e o alargamento de avenidas. Com essas reformas, a população mais pobre foi expulsa da região central e se viu obrigada a erguer barracos nos morros próximos ou se deslocar para áreas distantes do centro da cidade. Naquela época, o cenário do município do Rio de Janeiro obteve a configuração que se mantém até hoje, passando a ser composto de alguns bairros muito ricos, sobretudo no centro e na zona sul, e de grandes grupos de moradias precárias nos morros.

Nos bairros pobres, viviam muitos músicos que ajudaram a consolidar o samba urbano carioca, iniciado nas festas promovidas pelas tias baianas (mencionadas no Tema anterior). No bairro conhecido como Estácio, por exemplo, viviam os sambistas que, em 1928, fundaram o bloco Deixa Falar, considerado mais tarde a primeira escola de samba do Brasil.

Acredita-se que a expressão escola de samba deva-se ao fato de que a séde do bloco Deixa Falar funcionava perto de uma escola no bairro do Estácio. Os sambistas que frequentavam o local diziam que ali também funcionaria uma escola, mas uma “escola de samba”.

Fotografia em preto e branco. Rua com pessoas caminhando e dentro de veículos antigos. À esquerda, há três homens e duas mulheres dentro de um carro antigo aberto, todos com roupas brancas. Um homem encontra-se sentado com uma perna para fora do veículo; dois homens e duas mulheres estão em pé dentro do carro e olham diretamente para a câmera. Atrás deles, outro veículo com pessoas, a maioria mulheres com roupas claras. O carro está envolto em serpentinas. À direita, um grupo de homens caminha pela rua e todos usam terno e paletó em tons escuros. Ao fundo, fachada de uma construção antiga.
Desfile de Carnaval, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), década de 1910.
Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer as origens das escolas de samba do Rio de Janeiro.
  • Identificar no Carnaval o diálogo entre várias linguagens artísticas.
  • Conhecer o gênero samba-enredo.
  • Realizar atividades de audição e identificação de elementos de peças musicais de perío­dos diversos e distinguir instrumentos musicais de diferentes timbres.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre um seis), (ê éfe seis nove á érre dois zero), (ê éfe seis nove á érre dois um), (ê éfe seis nove á érre dois três), (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três dois), (ê éfe seis nove á érre três três) e (ê éfe seis nove á érre três quatro).

Contextualização

Ao abordar a origem das escolas de samba, retome com os estudantes que o samba “nascido” na casa das “tias baianas” se tornou elemento fundamental do Carnaval carioca.

O Carnaval é um ensejo para discutir os festejos populares com os estudantes. Você poderá conversar com eles e verificar, para além do Carnaval, se há outros festejos nacionais ou regionais que ressoam em suas vivências culturais.

Ao trabalhar com esse conteúdo, você poderá indagar aos estudantes:

  1. Quais são esses festejos?
  2. Quem os organiza?
  3. De que fórma os saberes tradicionais ligados a esses festejos são transmitidos?
  4. De que fórma vocês participam deles?
  5. Nesses festejos, há elementos das diferentes linguagens artísticas – artes visuais (adornos, adereços, decoração, entre outros), cênicas, dança e música?

Converse com os estudantes sobre como as escolas de samba conformam não apenas um espaço de produção cultural, mas também de sociabilidade nos bairros e nas comunidades em que são formadas. Esses espaços representam verdadeiras ilhas de transmissão cultural e de saberes, fortalecendo o respeito pelas tradições produzidas e transmitidas pelas pessoas mais velhas e, assim, estimulando uma cultura de paz com base na memória cultural e na articulação social. Ademais, são espaços que promovem uma festa – o Carnaval – que é responsável pela produção de muitos empregos e pela captação de muitos recursos em muitas cidades, como Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, que recebem muitos turistas e movimentam, assim, a sua economia ligada à hotelaria e à alimentação.

O Sambódromo do Rio de Janeiro

Fotografia. Vista de cima de um desfile de escola de samba. No centro da passarela, há mulheres vestidas de baianas, com roupas em tons de laranja e dourado. À esquerda e à direita, o público acompanha o desfile nas arquibancadas. Ao fundo, a praça da Apoteose com o arco de concreto.
Desfile da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro no Sambódromo do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Fotografia de 2013.

Pouco tempo depois da Deixa Falar, diversas outras escolas de samba foram fundadas, como a do morro da Mangueira e a do morro do Salgueiro. Anos depois, teve início a competição entre essas escolas de samba, que era disputada na praça Onze.

Como esses desfiles atraíam um grande público, em 1935 eles foram oficializados pela prefeitura do Rio de Janeiro. Com o passar do tempo, os desfiles cresceram, o número de escolas de samba aumentou e o Carnaval passou a ser realizado em uma grande avenida do Rio de Janeiro, a Rio Branco.

Em 1984, nessa avenida, foi inaugurada a Passarela Professor Darcy Ribeiro, projetada pelo arquiteto Oscar Niemáier (1907-2012). O lugar, popularmente conhecido como Sambódromo, recebe em todo Carnaval um campeonato das escolas de samba do Rio de Janeiro. Nesse campeonato são considerados vários aspectos do desfile das escolas de samba, como a fórma de apresentação do tema escolhido e a beleza das fantasias. Embora tenham começado no Carnaval carioca, desfiles e concursos de escolas de samba são promovidos em várias cidades brasileiras.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


  1. Você já assistiu a um desfile de escola de samba ou participou de um? Em caso afirmativo, fale dessa experiência com os colegas de turma.
  2. Entreviste uma pessoa mais velha da sua família ou da comunidade onde você vive. O objetivo é resgatar as memórias do Carnaval da sua região. Para a entrevista, considere o roteiro de perguntas a seguir. Anote as respostas em seu diário de bordo e, seguindo as orientações do professor, apresente os dados aos colegas.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.
    1. Há eventos de Carnaval na sua cidade? Quais?
    2. Você já participou desses eventos? Em caso afirmativo, poderia contar como foi essa experiência?
    3. Você acha que o Carnaval mudou ao longo do tempo?
    4. Em sua opinião, qual a importância do Carnaval para o Brasil?
Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que o Carnaval é a festa popular mais importante do Brasil e que, em diferentes localidades do país, recebe novos elementos. Para ampliar o assunto, comente com eles que o Carnaval pernambucano se originou de uma festividade religiosa trazida pelos europeus no século dezessete, a Festa de Reis.

Foi com o frevo, entretanto, que o Carnaval se tornou uma festa popular em cidades como Recife e Olinda. Esse gênero musical teve início no Carnaval de Pernambuco, no final do século dezenove. Estudiosos acreditam que o termo frevo tenha se originado da palavra fervo, numa alusão ao ritmo quente da dança. Em 2007, o ifãn reconheceu essa manifestação artística como parte integrante da lista de bens que compõem o patrimônio cultural brasileiro. O frevo foi inscrito como bem de cultura imaterial no Livro de Registro das fórmas de Expressão – Bens Culturais Imateriais.

A partir da segunda metade do século dezenove, começaram a se organizar as agremiações e os blocos carnavalescos que ainda hoje animam o Carnaval pernambucano. Em Recife, um bloco de grande sucesso é o Galo da Madrugada. Em Olinda, muitos foliões vão às ruas para seguir bonecos gigantes, que representam artistas, políticos e outras pessoas famosas.

Destaque a importância dos bonecões, que, de caráter satírico, em geral, “homenageiam” personalidades em destaque na época do Carnaval.

Experimentações

Nesta seção, os estudantes devem produzir uma entrevista sobre o tema da Unidade.

1. Para inserir a proposta, incentive os estudantes a falar sobre as experiências que já tenham tido com desfiles de escola de samba.

Valorize essas experiências e destaque que o Carnaval é um símbolo da diversidade cultural brasileira.

2. Nessa entrevista, espera-se que os estudantes resgatem as memórias do Carnaval da região onde vivem. A princípio, agende o dia para a verificação e o compartilhamento dos dados coletados.

É possível também, caso seja possível, que eles gravem as entrevistas em vídeo e áudio e esse material seja utilizado para a produção de um documentário ou podcast a respeito do Carnaval.

Você pode propor o compartilhamento do resultado dessa entrevista de vários modos: rodas de conversa, cartazes ou mesmo a produção de um pequeno vídeo de entrevistas entre os estudantes. Permita que eles ajudem a definir o formato desse trabalho e deixe que experimentem as ferramentas de pesquisa e criação que têm sido trabalhadas nas Unidades e volumes de Arte da coleção.

Para avaliar a proposta, considere vários aspectos: o cuidado na pesquisa e na produção dos dados das entrevistas; a criatividade no modo de compartilhamento; o respeito e a colaboração entre os estudantes durante a proposta.

O encontro de muitas linguagens

Muitos comparam os desfiles de escola de samba aos grandes espetáculos de ópera. Nessa comparação com a ópera, no Carnaval, o libreto seria o enredo (o tema a ser apresentado no desfile) e a orquestra, a bateria (conjunto de instrumentos de percussão que acompanham o desfile).

Os desfiles carnavalescos, assim como a ópera, reúnem elementos de diferentes linguagens. O conhecimento de técnicas relacionadas às artes visuais, como a pintura e a escultura, por exemplo, é fundamental para a produção dos elementos que compõem um desfile de Carnaval, como os carros alegóricos e as fantasias.

Os carros alegóricos são grandes cenários móveis montados sobre estruturas de caminhões ou de ônibus. Fazem parte desses cenários diversos elementos visuais, como móveis, objetos e esculturas, que representam trechos ou elementos do enredo escolhido. Além dos elementos visuais, os carros alegóricos transportam alguns integrantes da escola.

As fantasias − que são as vestimentas que os integrantes da escola usam − equivalem ao figurino do teatro e auxiliam no desenvolvimento do enredo escolhido pela escola. O profissional responsável por transformar a ideia de um enredo em um desfile é chamado carnavalesco.

Fotografia. Carro alegórico com monstro verde com adornos coloridos, como elmo, colares e braceletes. Nas laterais e nas partes altas do carro alegórico, há pessoas com fantasias enfeitadas com plumas coloridas. À direita, público nas arquibancadas.
Desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em 2011.
Respostas e comentários

Contextualização

O Carnaval é um festejo que reúne diferentes linguagens artísticas. Para produzir carros alegóricos, fantasias, bandeiras, adornos, adereços etcétera, é preciso mobilizar diferentes materiais e técnicas das artes visuais, envolvendo artistas, artesãos, figurinistas, aderecistas, um carnavalesco que concentre o projeto estético e visual, enfim, uma grande quantidade de profissionais responsáveis pelo aspecto visual desse grande festejo.

Por sua vez, a música tem no samba-enredo a sua fórma principal, que reúne uma bateria composta de diferentes instrumentos percussivos, além de cantoras e cantores.

A dimensão cênica, na dança e no teatro, envolve a participação de bailarinas, bailarinos e de muitas pessoas que desfilam por amor ao Carnaval. Há algumas figuras centrais nos desfiles – mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo – que conduzem a narrativa corporal e cênica dos desfiles, comandando a festa e dando o tom da narrativa épica de cada escola e de cada desfile.

Destaque esses elementos para que os estudantes compreendam como um festejo como o Carnaval reúne as várias linguagens artísticas.

Censura no carnaval

Se julgar oportuno, comente com os estudantes que, em 1989, um ato de censura marcou o Carnaval carioca. Naquele ano, foi proibida a apresentação de uma das alegorias produzidas pelo carnavalesco João Clemente Jorge Trinta (1933-2011), o Joãosinho Trinta, no desfile da escola de samba Beija­-Flor de Nilópolis. A proibição fôra determinada pela Justiça em decorrência de uma solicitação de representantes da Igreja católica, que julgaram ofensivo o fato de a referida alegoria apresentar a imagem do Cristo Redentor vestido com trapos, como se fosse um mendigo.

Explique que, com essa proibição, o carnavalesco decidiu levar para o desfile a alegoria coberta por uma lona escura, e sobre ela uma faixa com os dizeres: “Mesmo proibido, ol hai por nós!”. A imagem da alegoria coberta pela lona foi reproduzida em jornais, em revistas e na televisão, e tornou-se um símbolo da luta contra a censura. Com esse desfile, Joãosinho Trinta, que já era um dos mais famosos e vitoriosos carnavalescos do Brasil, ganhou ainda mais reconhecimento por sua criatividade e ousadia.

Comente com os estudantes que, mesmo atualmente, apesar de protegida por lei, a liberdade de expressão é, por vezes, violada. É comum, por exemplo, ocorrerem manifestações de censura à exibição de criações artísticas. Tais manifestações podem ocorrer por motivos religiosos, políticos, morais, entre outros.

Se possível, apresente aos estudantes vídeos de desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) para que eles identifiquem cada um dos elementos indicados no livro (enredo, alas, carros alegóricos etcétera).

O teatro e a dança

O desfile de uma escola de samba lembra uma grande apresentação teatral, na qual “atores” e “atrizes” cantam e encenam uma história para o público, que acompanha, das arquibancadas, o espetáculo. Elementos cênicos, como expressões corporais e faciais, ocupam cada vez mais espaço nos desfiles de escolas de samba. Os integrantes da comissão de frente (o grupo que vai à frente da escola, abrindo o desfile), por exemplo, especializam-se cada vez mais na encenação de histórias, em apresentações que reúnem elementos do teatro e da dança.

Fotografia. Desfile de pessoas que usam fantasias na cor azul com detalhes em vermelho e chapéus brancos. Eles estão na frente de um carro alegórico no meio do sambódromo. Em primeiro plano, um grupo de homens levanta uma mulher, que apoia os pés nos ombros dos homens e é segurada por eles pelas pernas. Ao fundo, público nas arquibancadas.
Apresentação da comissão de frente da escola de samba Dragões da Real. São Paulo (São Paulo), 2018.

A dança também faz parte da apresentação das alas dos passistas, que muitas vezes são coreografadas, e das exibições do mestre-sala e da porta-bandeira. Cabe à porta-bandeira levar o estandarte, espécie de bandeira que simboliza a escola.

A música nos desfiles de escola de samba

O samba-enredo é a música composta para contar a história escolhida pela escola de samba. Os intérpretes cantam essa música durante toda a apresentação da escola no desfile. Eles são popularmente conhecidos como “puxadores”, pois cabe a eles animar os integrantes da escola para que cantem o samba-enredo. Um dos mais importantes intérpretes do Carnaval carioca foi o cantor e compositor Jamelão, apelido de José Bispo Clementino dos Santos (1913-2008). Integrante da escola de samba Estação Primeira de Mangueira por décadas, Jamelão é considerado um dos mais importantes sambistas brasileiros.

Fotografia. Homem de cabelo curto, chapéu bege com faixa azul, camisa rosa e paletó branco com uma flor rosa na lapela canta segurando um microfone.
Jamelão interpreta o samba-enredo da escola Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em desfile de 1987.
Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que os integrantes da comissão de frente das escolas de samba são orientados, em seus ensaios, por coreógrafos e bailarinos. Esses profissionais são responsáveis por criar uma coreografia que ajude a escola a contar o enredo escolhido. Os dançarinos Carlinhos de Jesus e Débora Côuquer são alguns dos coreógrafos que trabalham com as comissões de frente nas escolas de samba.

A bateria

A bateria é outro elemento musical essencial nos desfiles de escolas de samba. Responsável por manter o ritmo ao longo do desfile, ela é considerada o “coração” de uma escola de samba. Entre os instrumentos que compõem a bateria, destacam-se o chocalho, a cuíca, o agogô, o tamborim, a caixa, o repique, o atabaque e diversos tipos de surdo.

Ouça, no áudio “Os instrumentos da bateria de uma escola de samba”, o som de cada um desses instrumentos e a apresentação de uma bateria completa. Assim como nas orquestras, as baterias têm um regente, que é o diretor de bateria, também chamado de mestre de bateria.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Fotografia. Bateria de escola de samba regida por mestre de bateria em desfile no sambódromo. Em primeiro plano, homem calvo, com paletó e calça verdes, gravata rosa e um apito na boca. Atrás dele, integrantes da bateria com chocalhos e pandeiros. Eles usam calça verde, paletó branco, gravata borboleta rosa e têm um enfeite de plumas brancas na cabeça.
O mestre de bateria Rodrigo Explosão à frente da bateria da Estação Primeira de Mangueira. Rio de Janeiro (érre jóta), 2016.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

  1. Forme um grupo com quatro colegas e escolham um tema para criar um samba-enredo. Façam uma pesquisa a respeito do tema escolhido, pois a criação de vocês deve apresentar detalhes desse tema. Para acompanhar a apresentação da canção criada por vocês, criem instrumentos de percussão utilizando tampas de panela, latas, garrafas plásticas, entre outros materiais. Na data agendada pelo professor, apresentem seu samba-enredo aos colegas e assistam às produções dos outros grupos.
  2. Com seu grupo, estruture um projeto básico de desfile de Carnaval, contendo os seguintes elementos:
    1. Duas alas, sendo obrigatória a presença da ala das baianas, com a descrição da justificativa e da relação das alas com o samba-enredo e o design do figurino.
    2. Maquete física ou digital de dois carros alegóricos com a descrição textual da relação deles com o samba-enredo.
    3. Desenho da bandeira da sua escola de samba que será carregada pela porta-bandeira.

Avaliação

a. Como foi a experiência de criar o samba-enredo e o projeto de desfile de Carnaval? Comente com os colegas e o professor.

Respostas e comentários

Contextualização 

Antes de propor a audi­ção de “Os instrumentos da bateria de uma escola de samba”, forneça aos estudantes mais informações sobre a composição das baterias. Para ajudá-lo nessa ampliação, leia o trecho a seguir.

Os instrumentos

reticências Para compor uma bateria não se exige mais do que doze tipos de instrumentos de percussão. reticências

Surdo: Estabelece o compasso binário – se mais rápido ou lento – e fixa o andamento da bateria. reticências

Repinique: Também chamado de repique ou surdo repicador. É de porte médio, comprido e de afinação mais tensa. Responsável pelo alerta ou arranque sinalizador, ele chama e dá partida aos instrumentos. reticências

Tarol: Instrumento de origem europeia, bem assimilado pelo samba, é uma caixa redonda, de cêrca de vinte centímetros de largura, atravessada por cordas de metal ou náilon, percutida por duas baquetas ao mesmo tempo. reticências

Caixa de guerra: Numa batida de duas baquetas, o som que percute preenche o vazio entre as marcações, produzindo o chamado miolo do ritmo. reticências

Tamborim: Da família dos sons agudos, de pequena dimensão. reticências. Percutido por uma baqueta rígida ou três flexíveis, o tamborim sinaliza mais alto que todos os instrumentos. reticências

Pandeiro: reticências formado por um aro redondo onde se estica o couro ou plástico, podendo conter guizos ou pratinelas reticências é um dos símbolos do Carnaval. reticências

Platinelas: Placas de metal, redondas e furadas, interligadas por arame ou madeira pontiagudos. reticências produzem agradáveis sons metálicos reticências agudos.

Agogôs: Instrumento reticências assimilado pelo samba nos primórdios. Formado por uma, duas ou mais campânulas interligadas, percutidas por varetas de metal ou de madeira de lei. De som agudo com variantes médios. reticências

Chocalho: reticências fórma o grupo das peças leves e agudas. É constituído de um, dois ou mais recipientes ocos, onde se colocam grãos, esferas ou pedregulhos. reticências

Pratos: Não é estranho ao grupo de metais das baterias a presença de pratos metálicos, de grande função nas bandas marciais ou nas orques- tras sinfônicas.

reticências Em pequenos conjuntos, os pratos de louça, raspados pela faca, eram muito apreciados.

Reco-reco: O que os ganzás em bambu ou madeira deram aos grupos de choro, os reco-recos serrilhados em ferro ou resultantes do arame sob tensão fortaleceram de brilho o ritmo das baterias. reticências

Atabaque: reticências instrumento de origem na África, só em ocasiões especiais incorpora-se à bateria das escolas, em geral quando as agremiações desfilam com enredos sobre personagens ou tradições afro-brasileiras. Percutido com as mãos, seu som é abafado. reticências

Cuíca: É um tambor de fricção, feito de um cilindro de metal (mas também de madeira), que tem um dos lados coberto por couro, ao qual está ligada uma vareta fina. Toca-se friccionando com um pano úmido a vareta, que faz o couro vibrar. reticências

ifãn. Dossiê das matrizes do samba no Rio de Janeiro. Brasília: ifân página 74-75. Disponível em: https://oeds.link/wOuI56. Acesso em: 28 fevereiro 2022. Reprodução parcial.

Pensar e fazer arte

  1. Comente que o samba-enredo é a “trilha musical” da escola de samba e que, acompanhado pelo ritmo conferido pela bateria, é feito para ser cantado por todos os integrantes da escola no momento do desfile. Auxilie-os na criação do ritmo do samba-enredo e na escolha dos materiais para o acompanhamento.
  2. Para auxiliar os estudantes, caso seja possível, assistam a alguns desfiles e organize um debate buscando as relações entre os samba-enredos e as alas, os carros alegóricos e os figurinos.

Para a criação e a confecção desse projeto, serão necessárias de 3 a 4 aulas. Salienta-se que o material físico, como papéis, produtos recicláveis, massas de modelar, isopor, entre outros, precisa ser previamente organizado. No caso da confecção do projeto digital, os instrumentos tecnológicos precisam também estar à disposição.

Avaliação

Em roda, incentive os estudantes a falar sobre todas as etapas dessa criação. Por meio dessa rememoração do processo, eles poderão ir tomando consciên­cia dos conhecimentos já construídos, bem como de suas preferências em relação a uma atividade musical que envolve várias habilidades.

Espera-se que a letra do samba-enredo guarde relação com o tema escolhido. Observe também se existe sincronismo entre a letra e a performance musical que será executada. Avalie a interação dos estudantes, a criatividade e o empenho na realização dessa proposta. Observe e avalie a argumentação das escolhas do que foi confeccionado com base no samba-enredo.

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Ao longo do estudo desta Unidade, você conheceu o trabalho de diferentes compositores brasileiros, como Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos, além de ter tido contato com músicos e compositores estrangeiros, como o francês Jórgi Bizê e o alemão Johann Sebastian .

Você conheceu ainda peças de ópera, alguns de seus intérpretes e também o samba e suas origens. Além disso, vivenciou a criação coletiva de um samba-enredo.

Agora que chegamos ao final desta Unidade, é importante que você reflita sobre o seu aprendizado e o caminho que percorreu até aqui.

Para isso, responda às questões a seguir.

  1. Cite alguns conteúdos apresentados nesta Unidade que o ajudaram a compreender a linguagem da música. Justifique suas escolhas.
  2. Cite a atividade prática que mais o ajudou a compreender a linguagem musical. Justifique sua escolha.
  3. Como você se sentiu durante a realização de leituras, análises de textos e compartilhamento de informações com os colegas? Justifique sua resposta.
  4. Como você se sentiu durante a realização das atividades práticas desta Unidade? Justifique sua resposta.
  5. Em que sentido este estudo mudou a maneira como você vivencia a música? Cite um ou mais exemplos.
  6. O que poderia ajudá-lo a aprofundar seus conhecimentos sobre música?
  7. Reflita sobre as práticas de pesquisa realizadas nesta Unidade. Você aprendeu novos modos de fazer pesquisa?
  8. As propostas desta Unidade contribuíram para transformar a sua visão da sociedade? Se sim, como?
  9. Como as propostas desta Unidade contribuíram para pensar o seu próprio repertório musical e o dos colegas?
  10. O que você descobriu de novo sobre a linguagem da música e como isso reverbera em seu gosto?
Fotografia. Vista de cima de dezenas de pessoas em uma roda de samba em um pátio. Elas usam principalmente roupas brancas e algumas mulheres estão vestidas de baiana, com batas brancas, panos brancos na cabeça, saias rodadas e fios de contas. No centro, há uma roda com mulheres dançando e homens tocando instrumentos musicais. Ao fundo, uma parte do público acompanha a apresentação. À direita, dois homens seguram microfones especiais para gravar a música.
Roda de samba durante a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte em Cachoeira (Bahia), em 2019.
Respostas e comentários

Autoavaliação

Leia a revisão dos principais conteúdos em destaque na seção Autoavaliação. Volte à abertura da Unidade e avalie se considera que as habilidades em destaque foram trabalhadas. Depois, revise as perguntas do livro e considere fazer outras perguntas mais que contribuam para enfocar as principais vivências e descobertas da turma ao longo da Unidade.

Organize uma roda de conversa. Essa é mais uma oportunidade para analisar o processo de aprendizagem sobre a linguagem musical. Oriente os estudantes a retomar as anotações feitas no diário de bordo para depois responder às questões.

Na roda de conversa, leia as perguntas e peça a eles que as respondam primeiro em grupo. Depois, eles podem produzir uma reflexão por escrito no diário de bordo, encerrando o trabalho da Unidade.

Não se esqueça de aproveitar o ensejo para repensar o seu trabalho. Diante das respostas coletadas na roda de conversa com os estudantes, o que você mudaria no percurso pedagógico criado na Unidade?