Tema 4  A dança como manifesto

Terra

A fotografia mostra uma cena do espetáculo Terra, criado pelo Grupo Grial de Dança, em 2013. Observe-a e, depois, responda às questões propostas.

Fotografia. Dançarina executa movimento de dança no palco. Ela usa uma boina e veste uma roupa justa em tons de marrom, com remendos. Seu corpo estás levemente curvado para frente, a perna direita está dobrada e ela lança um punhado de terra com as mãos. No chão, um monte de terra.
A dançarina Maria Paula Costa Rêgo em apresentação do espetáculo Terra, do Grupo Grial de Dança, em Belo Horizonte (Minas Gerais), em 2013.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

  1. Em sua opinião, qual seria o significado da fórma fechada e esférica que a dançarina faz com seu corpo?
  2. Descreva o figurino que ela está usando.
  3. Quais são os elementos cenográficos mostrados na fotografia?
  4. Como o figurino e o cenário se relacionam?
  5. O que nessa fotografia remete ao trabalho de Pina báuchi apresentado no Tema anterior?
Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer artistas que promovem o diálogo entre as culturas europeia, indígena e africana, sem esquecer das tradições populares.
  • Compreender propostas de dança que abordam questões relacionadas aos povos indígenas.
  • Entender o conceito de dança-manifesto.
  • Identificar recursos visuais que ajudam a comunicar a temática de um espetáculo de dança.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas neste Tema

(ê éfe seis nove á érre zero nove), (ê éfe seis nove á érre um dois), (ê éfe seis nove á érre um quatro), (ê éfe seis nove á érre três um) e (ê éfe seis nove á érre três quatro).

Foco na linguagem

  1. Após ouvir a opinião dos estudantes, converse com eles sobre as diferentes fórmas que o corpo pode fazer: achatada, pontiaguda, torcida e esférica, lembrando que cada uma delas tem um significado. Explique que, no caso da cena retratada, a dançarina parece desejar trazer a terra para ela. Comente que a fórma esférica também pode estar ligada a sentimentos e pergunte a que sentimentos associam essa fórma. Após ouvi-los, comente que, quando nos fechamos, em geral revelamos angústia ou dor, e destaque que esses sentimentos se relacionam com o trabalho de dança retratado.
  2. A dançarina usa uma espécie de macacão feito com tecidos de tons terrosos.
  3. Espera-se que os estudantes mencionem a areia que está depositada sobre o palco. Explique que a areia, quando é manipulada, fórma desenhos no ar. Chame a atenção também para a iluminação, elemento cenográfico fundamental na cena retratada.
  4. Espera-se que eles comentem que as cores escolhidas para o figurino se fundem visualmente com a areia do cenário. Saliente que a iluminação reforça essa fusão.
  5. Em Terra, assim como em Vollmond, há uma interação entre o dançarino e os elementos naturais. Em Vollmond, por exemplo, os dançarinos interagem com água.

Artista e obra

Grupo Grial de Dança

Você lembra que, na Unidade 2, foram apresentados aspectos da obra do dramaturgo Ariano Suassuna? Nessa mesma Unidade, soube também que ele foi o responsável pela criação, em 1970, do Movimento Armorial.

O Grupo Grial de Dança surgiu no Recife (Pernambuco), em 1997, por iniciativa de Suassuna e da coreógrafa e dançarina Maria Paula Costa Rêgo. O desejo de ambos era aprofundar as pesquisas sobre dança armorial, cujo objetivo é unir elementos de manifestações populares e da dança contemporânea.

Fotografia. Mulher e homem abraçados. A mulher, à esquerda, tem cabelo curto escuro e ondulado e veste uma blusa escura. À direita, homem idoso de cabelo grisalho curto, com  camisa e terno brancos. Os dois estão abraçados, sorrindo. Ao fundo, parte interna de uma casa de espetáculos, nas cores vermelho e dourado.
Maria Paula e Ariano Suassuna em Recife (Pernambuco), em 2009.

Ao longo de mais de vinte anos de atuação, o Grupo Grial de Dança tem promovido o diálogo entre as heranças europeia, indígena e africana em um modo contemporâneo de fazer e propor arte.

Maria Paula Costa Rêgo tem na dança contemporânea sua base de trabalho sem deixar, no entanto, de dialogar com as tradições populares do Brasil. Além dos dançarinos da dança contemporânea, o grupo conta com a participação de integrantes de danças populares.

Fotografia. Pessoas com roupas coloridas reunidas em roda. No centro, em destaque, mulher de cabelo escuro, curto e ondulado, com regata branca, fala ao restante do grupo.
Maria Paula orienta um grupo de dançarinos. Recife (Pernambuco), 2007.
Respostas e comentários

Artista e obra

Comente com os estudantes que a proposta do Grupo Grial consiste em aproximar as tradições culturais do Nordeste brasileiro com as abordagens contemporâneas da dança. Para isso, o grupo utiliza elementos da cultura popular como referência para elaborar uma linguagem cênica.

O Grupo Grial foi criado quando a coreógrafa per­nambucana Maria Paula Costa Rêgo foi convidada pelo escritor paraibano Ariano Suassuna para desenvolver uma pesquisa sobre a lin­guagem armorial na dança. A partir de então, o Grupo Grial, cuja séde fica no Recife (Pernambuco), vem elaborando produções que dialogam com a diversidade cultural brasileira, revelando e valorizando saberes tra­dicionais dos povos que com­põem a nossa sociedade.

Essa proposta dialoga de maneira afinada com o pensamento do Movimento Armorial, fundado em 1970 por Ariano Suassuna. O intuito desse movimento, que abrangeu a literatura, a música, o teatro, as artes visuais, a arquitetura e o cinema, era criar uma arte brasileira oriunda das raízes populares, promovendo um encontro potente entre os chamados “saberes eruditos” e os “saberes populares”. Nesse sentido, o Sertão nordestino foi valorizado pela riqueza de seus bens culturais e artísticos.

O texto “Bailarinos com o pé no terreiro: Grupo Grial de Dança”, indicado nas Leituras complementares, nas páginas iniciais desse Manual, contém mais informações sobre o Grupo Grial de Dança.

Para obter mais informações sobre o Movimento Armorial, consulte o site do Museu Afro Brasil, no link: https://oeds.link/qi75Pn. Acesso em: 28 fevereiro 2022.

A proposta do espetáculo

Assim como Cuarúpi ou a questão do índio, que conhecemos no Tema anterior, Terra propõe uma reflexão sobre questões relacionadas aos povos indígenas. O principal aspecto abordado no espetáculo é a luta desses povos pelo reconhecimento do direito que têm de viver nas terras tradicionalmente ocupadas por eles.

Nesse espetáculo, quem dança é a própria coreógrafa e diretora, Maria Paula Costa Rêgo. Isso gera características bem peculiares, pois a intérprete é também a criadora das cenas – ou seja, ela é uma intérprete-criadora. Além da criação dos movimentos, Maria Paula fez a pesquisa sobre povos indígenas e a concepção do espetáculo. A proposta de intérpretes que também são criadores de suas coreografias surgiu e se afirmou com base no trabalho de dançarinas como Isadora Dankãn , Loie Fuller e Méri Wigman, que conhecemos no Tema 2.

Fotografia. Mulher vestida com uma roupa justa em tons de marrom, com remendos, executa um movimento de dança. A perna direita está dobrada no ar, à frente do corpo, e os braços estão para o alto. O corpo está levemente inclinado para trás. No chão, um monte de terra.
A dançarina Maria Paula Costa Rêgo em apresentação do espetáculo Terra, do Grupo Grial de Dança, em Belo Horizonte (Minas Gerais), em 2013.

Faça no diário de bordo.

Foco na linguagem

Ilustração. Ícone do diário de bordo.
  1. Você sabe o significado da palavra manifesto? Depois de pesquisar em um dicionário, crie em seu diário de bordo um verbete com suas próprias palavras.
  2. O que significa manifestar para você? Em seu diário de bordo, elabore um verbete para esse verbo.
  3. Como se dança um manifesto? Reúna-se com dois colegas e usem o corpo para criar juntos uma sequência de, no máximo, três movimentos que expressem a ideia de manifesto.
Respostas e comentários

Contextualização

Nesse momento, enfatize para os estudantes que o espetáculo interpretado e dirigido por Maria Paula Costa Rêgo aborda a relação dos povos indígenas com a terra.

É importante comentar com a turma que os elementos da natureza são carregados de significado para os indígenas, para quem a terra é sagrada, pois dela se extraem os produtos para a subsistência e as plantas medicinais que oferecem a cura para diversos tipos de doenças e males. Por essas razões, os povos indígenas tratam os recursos naturais de modo cuidadoso, procurando preservar a natureza e evitando utilizar o padrão de exploração predatória de madeira e de minérios, por exemplo.

Caso considere oportuno, comente com os estudantes que, de acordo com a coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo, antes de ser transferido para um espaço cênico, o espetáculo Terra foi criado na praia Maria Farinha, em Paulista (Pernambuco), por conter a areia que seria utilizada como material cênico e por remeter à imensidão das terras indígenas, que foram sendo diminuídas pouco a pouco desde a colonização portuguesa. Assim, a areia, cuja quantidade também diminui em cena durante o espetáculo, é considerada o elemento simbólico da luta dos povos indígenas, que viram suas terras ser invadidas ao longo dos anos sob o argumento do “progresso”.

Se considerar oportuno, apresente aos estudantes um vídeo desse espetáculo ou tre­chos dele, disponível no link: https://oeds.link/4vDUXe. Acesso em: 20 abr. 2023.

Foco na linguagem

  1. Se possível, verifique se a biblioteca ou a escola tem alguns dicionários físicos que possam ser usados nessa proposta. Aproveite esse momento para orientar os estudantes sobre como consultá-los. Com a facilidade da internet e dos smartphones, é possível que alguns nunca tenham consultado um dicionário físico ou que esta seja uma experiência que tiveram há algum tempo.
  2. Com base na pesquisa realizada na atividade 1, solicite aos estudantes que elaborem um verbete para a palavra manifestar.
  3. Com base nos verbetes elaborados, peça às duplas que criem a sequência de movimentos de modo a expressar corporalmente o que entendem por manifesto. Se perceber que os estudantes apresentam alguma dificuldade ao trabalhar o verbete na criação, oriente que se concentrem nos verbos que escreveram ou que façam uma lista de verbos relacionados ao verbete, a fim de inspirar a criação.

A visualidade

Os elementos visuais foram essenciais para o desenvolvimento do espetáculo Terra. Esses elementos compõem o corpo em movimento e dialogam com ele. A areia, por exemplo, além de lembrar a terra, ao longo do espetáculo vai sumindo de cena, em uma alusão à perda das terras dos povos indígenas. A areia também é um elemento que possibilita manipulação por parte da dançarina. Essa interação cria imagens e movimentos fundamentais para a composição da cena de dança. Observe as imagens.

Fotografias. Duas fotografias mostram uma mulher em movimento de dança em um palco com um monte de terra. Ela veste roupa justa em tons de marrom. Na primeira imagem, ela está agachada, com a cabeça e o tronco inclinados para baixo,  e joga a terra por cima do corpo; na segunda imagem, também agachada, ela joga a terra à frente dela.
Fotografias. Duas fotografias mostram uma mulher em movimento de dança em um palco com um monte de terra. Ela veste roupa justa em tons de marrom. Na primeira imagem, ela está agachada, com a cabeça e o tronco inclinados para baixo,  e joga a terra por cima do corpo; na segunda imagem, também agachada, ela joga a terra à frente dela.
A dançarina Maria Paula Costa Rêgo em dois momentos do espetáculo Terra, do Grupo Grial de Dança, em Belo Horizonte (Minas Gerais), em 2013.

A iluminação também é um recurso visual que possibilita à dança tomar outras fórmas, contornos e brilhos. A escolha da cor, da direção, da intensidade e dos desenhos da luz em cena propicia à dança outras características. A iluminação faz parte da dança tanto quanto o movimento. Imagine, por exemplo, a apresentação de um mesmo espetáculo de dança à luz do sol, à luz da lua (à noite) ou com a iluminação do teatro. Seriam três espetáculos completamente diferentes.

Respostas e comentários

Contextualização

Ao abordar o tema da visualidade na dança, comente com os estudantes que, além do corpo dos intérpretes em movimento, todos os elementos que fazem parte do espaço cênico são relevantes para a composição de uma obra.

Os recursos de iluminação, por exemplo, além de iluminar todo o espaço, podem acentuar, transformar e modificar aspectos da materialidade, da textura, da cor, do tamanho, do volume, do contorno, do peso e do brilho dos corpos e dos objetos. Além disso, a iluminação pode alterar o contexto emocional de um espetáculo e as sensações causadas por ele.

Pensando na dança como manifesto, abordagem desse Tema, podemos considerá-la um instrumento de denúncia social.

Ao escolher como elementos cênicos os elementos da natureza – a areia na coreografia Terra –, reforça-se a situação-objeto dessa denúncia (nesse exemplo, a demarcação de terras). Chame a atenção dos estudantes e faça-os refletir sobre o fato de que todos os elementos constituintes de uma produção artística são minuciosamente escolhidos e ajudam a comunicar a temática do espetáculo.

Arte e muito mais

Povos indígenas e preconceitos

A performance Preconceito, criada em 2021 pela cineasta Olinda Iauár, debate o racismo e os estereótipos associados aos povos indígenas no Brasil.

A artista começa desconstruindo a ideia de que não existe preconceito contra povos indígenas no país e expõe algumas falas do senso comum como: “programa de índio”, “os índios são preguiçosos” etcétera

Contrapondo-se a essas ideias preconceituosas, ela dança, reafirmando as diferenças culturais e a diversidade dos povos indígenas, ao som da canção “Xenofunk”, do músico Nelson D. Na performance, a artista também toca um maracá, usa chocalhos de pernas, um cocar na cabeça e outros elementos. Seus passos remetem a movimentos dançados com músicas tradicionais pataxós e guaranis, e ela inclui outras movimentações livres de dança. Observe alguns fotogramas dessa performance.

Fotografia. Destaque do rosto de uma mulher indígena com cocar de penas claras. A imagem tem tons avermelhados.
Fotografia. Destaque para um ornamento indígena posicionado abaixo dos joelhos, feito com sementes marrons e brancas.
Fotografia. Destaque para tornozeleiras feitas com sementes marrons e brancas.
Fotografia. Mão segura um maracá, tipo de chocalho feito de material natural em tons de marrom.
Fotogramas da performance Preconceito, de Olinda Iauár, 2021.
Respostas e comentários

Arte e muito mais

Esses trabalhos da cineasta Olinda Iauár são uma oportunidade para ressaltar a importância de respeitar, conhecer e valorizar a diversidade cultural dos povos indígenas. É também um conteúdo interessante para tratar sobre Educação ambiental, considerando as perspectivas do seu ativismo e cosmovisão a partir do filme Equilíbrio.

A entidade Kapoora é considerada protetora das matas. Uma versão não indígena dessa entidade está presente nas histórias populares brasileiras com o nome de Caipora; no entanto, é preciso ter o cuidado de não transpor essas histórias como se fossem a mesma de Kapoora, que faz parte da cosmovisão dos Tupinambás. As histórias populares de Caipora com frequência estão carregadas de preconceitos religiosos e de outras alterações, a partir de processos históricos e interculturais que revelam a opressão histórica e cultural contra os povos indígenas.

Comente que o cartaz do filme Equilíbrio tem a presença da Kapoora.

Se considerar oportuno, esclareça a sigla Ápa, como a abreviação da nomenclatura Área de Proteção Ambiental. As APAs são extensas áreas de preservação do meio natural, com certo nível de ocupação humana, que garante a proteção e a conservação ambiental.

Iauár, além de cineasta, é documentarista, jornalista e produtora audiovisual. Ela reside na Terra Indígena Caramuru-Paraguassu, localizada no sul da Bahia, e descende dos povos Tupinambá e Pataxó Hãe.

Entre seus filmes estão os curtas-metragens Kaapora – O chamado das matas e Equilíbrio. Leia um trecho da sinopse do curta Equilíbrio, que comenta também o filme Kaapora – O chamado das matas:

Equilíbrio foi feito como um segundo filme que trata das questões ambientais, falando através da entidade Kaapora para produzir o argumento e discurso dos filmes. O primeiro, Kaapora – O chamado das matas, aborda a questão ambiental e espiritual da entidade, sua relação com as matas e as pessoas, enquanto Equilíbrio foca na problemática ambiental e como a civilização tem usado o planeta de fórma hostil e desarmônica. Equilíbrio é um alerta do espírito das matas para a humanidade, foi gravado na Ápa Kaapora, na Terra Indígena Caramuru.”

Cartaz. Peça de divulgação do filme Equilíbrio. A imagem tem tons escuros. O título do filme está no topo. Ao centro, embaixo, uma mulher de cabelo longo está de costas. Seu corpo está pintado de vermelho e ela anda em uma floresta densa. À esquerda, selos de produtoras e patrocinadores. Abaixo, texto com os nomes das pessoas envolvidas na produção da obra.
Cartaz do filme Equilíbrio, de Olinda Iauár, 2020.
Ícone. Tema Contemporâneo Transversal. Cidadania e Civismo.

Ailton crenác é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro. Leia trechos do discurso “Invocação à terra”, pronunciado por ele durante a Assembleia Constituinte, em 1987:

Senhor Presidente, Srs. Constituintes, eu, com a responsabilidade de, nesta ocasião, fazer a defesa de uma proposta das populações indígenas à Assembleia Nacional Constituinte reticências

Assegurar para as populações indígenas o reconhecimento aos seus direitos originários às terras em que habitam – e atentem bem para o que digo: não estamos reivindicando nem reclamando qualquer parte de nada que não nos cabe legitimamente e de que não esteja sob os pés do povo indígena, sob o habitat, nas áreas de ocupação cultural, histórica e tradicional do povo indígena. Assegurar isto, reconhecer às populações indígenas as suas fórmas de manifestar a sua cultura, a sua tradição, se colocam como condições fundamentais para que o povo indígena estabeleça relações harmoniosas com a sociedade nacional, para que haja realmente uma perspectiva de futuro de vida para o povo indígena, e não de uma ameaça permanente e incessante. reticências

Invocação à terra, discurso de Ailton crenác na Constituinte. In: MANDAGARÁ, Pedro. Ailton crenác, voz indígena na Constituinte. Cadernos SELVAGEM. Rio de janeiro (Rio de Janeiro): Dantes Editora Biosfera, 2021. página 1-2.

Faça no diário de bordo.

  1. Com as orientações do professor, reúna-se com quatro colegas para fazer uma análise do discurso a partir dos seguintes critérios: quem é o autor do discurso; em que local e época ocorreu; quem eram as pessoas para as quais ele discursava. As questões apontadas no discurso podem ser consideradas atuais?
  2. Após levantar esses dados, releiam o texto, anotando, no diário de bordo, as ideias centrais do discurso. Em seguida, façam um mapa mental, utilizando palavras-chave para expor à turma a análise que fizeram.
Ilustração. Ícone do diário de bordo.
Respostas e comentários

Análise do discurso de Ailton crenác

A proposta de análise do discurso de Ailton crenác converge com o Tema contemporâneo transversal Cidadania e civismo (Educação em direitos humanos).

Desperte o interesse dos estudantes para o texto, apresentando um trecho do vídeo dessa fala, onde Ailton crenác pinta o rosto com tinta de jenipapo enquanto fala ao plenário, disponível no Portal de Revistas da úspi, em: https://oeds.link/q26HD3 (acesso em: 20 abr. 2023), ou sugerindo a leitura do discurso em voz alta, compartilhada por dois ou mais estudantes. O discurso pode ser encontrado na íntegra em: https://oeds.link/Ow7xB1. Acesso em: 20 abr. 2023.

Em seguida, oriente a proposta e leia os critérios de análise sugeridos. Verifique se os grupos compreenderam os critérios e a proposta ou se houve alguma dúvida. É possível que essa seja a primeira experiência de análise de discurso para eles.

Após a finalização das análises, oriente os grupos a apresentar as conclusões a que chegaram. Nesse momento, se possível, divida o quadro em duas partes e sugira que cada grupo use uma delas. Assim, a partir do segundo grupo será possível observar e dialogar com os estudantes sobre as diferenças entre as análises, ressaltando que, mesmo usando os mesmo critérios, as análises discursivas podem chegar a conclusões bem diferentes. Quando chegar ao terceiro grupo, a análise do grupo 1 pode ser apagada para que a comparação seja feita com o grupo 2, e assim por diante.

Ao final, ressalte a importância desse discurso para a luta dos povos indígenas no país e promova uma reflexão sobre esse tema na atualidade, a fim de que eles percebam que esses problemas permanecem atuais.

Comente também que a análise do discurso não se restringe a discursos orais, mas pode ser utilizada com diferentes textos falados e escritos.

“Demarcação já”

Em 2017, um grupo de artistas brasileiros se reuniu para gravar uma canção que aborda a demarcaçãoglossário das terras indígenas no Brasil. A canção “Demarcação já” tem letra de Carlos Rennó e música de Chico César e trata da urgência da demarcação das terras indígenas no país.

Essa canção foi gravada por um grupo de artistas que registraram também um videoclipe que, lançado na internet, obteve milhares de visualizações. Leia um trecho da letra dessa canção e ouça o áudio “’Demarcação já’, de Carlos Rennó e Chico César”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Fotografia. Duas fotografias, uma ao lado da outra: à esquerda, mulher de cabelo escuro e longo, com cocar azul e rosto com pinturas indígenas; à direita, mulher idosa de cocar com penas claras vestida com uma blusa vermelha e colar de sementes vermelhas e pretas.
Fotograma do videoclipe Demarcação já com as cantoras e compositoras diuêna Tikuna e Marlui Miranda.

Demarcação já

“Já que depois de mais de cinco séculos

E de ene ciclos de etnogenocídio,

O índio vive, em meio a mil flagelos,

Já tendo sido morto e renascido,


Tal como o povo cadiuéu e o panará –


Demarcação já!

Demarcação já!


Já que diversos povos vêm sendo atacados,

Sem vir a ver a terra demarcada,

A começar pela primeira no Brasil

Que o branco invadiu já na chegada:


A do tupinambá –


Demarcação já!

Demarcação já!


Já que, tal qual as obras da Transamazônica,

Quando os milicos os chamavam de silvícolas,

Hoje um projeto de outras obras faraônicas,

Correndo junto da expansão agrícola,


Induz a um indicídio, vide o povo caiouá,


Demarcação já!

Demarcação já!


Já que tem bem mais latifúndio em desmesura

Que terra indígena pelo país afora;

E já que o latifúndio é só monocultura,

Mas a T.I. é polifauna e pluriflora,


Ah!,


Demarcação já!

Demarcação já!


E um tratoriza, motosserra, transgeniza,

E o outro endeusa e diviniza a natureza:

O índio a ama por sagrada que ela é,

E o ruralista, pela grana que ela dá;


Humreticências Bah!


Demarcação já!

Demarcação já!


Já que por retrospecto só o autóc-

Tone mantém compacta e muito intacta,

E não impacta, e não infecta, e se

Conecta e tem um pacto com a mata

– Sem a qual a água acabará –,


Demarcação já!

Demarcação já!


Pra que não deixem nem terras indígenas

Nem unidades de conservação

Abertas como chagas cancerígenas

Pelos efeitos da mineração

E de hidrelétricas no ventre da Amazônia, em Rondônia, no Paráreticências


Demarcação já!

Demarcação já!


reticências

RENNÓ, Carlos; CÉSAR, Chico. Demarcação já. Disponível em: https://oeds.link/W5qLSw. Acesso em: 28 fevereiro 2022.

Respostas e comentários

Contextualização

A canção “Demarcação Já” e o trabalho da cineasta Olinda Iauár, apresentado nas páginas anteriores, podem ser um caminho para trabalhar em parceria com o componente História, com foco na noção da tutela dos grupos indígenas no período colonial, identificando permanências nafórma de preconceitos, estereótipos e violências sobre essas populações no Brasil e nas Américas.

Os povos indígenas e a terra

Embora tenham culturas distintas, os povos indígenas apresentam semelhanças quanto ao modo de vida, principalmente quanto à maneira de se relacionar com a terra. Eles a consideram um importante meio de subsistência, pois dela extraem os alimentos necessários para a sobrevivência da comunidade. Além de meio de subsistência, a terra exerce um papel sociocultural nas comunidades indígenas.

Durante os anos de colonização, esses povos foram obrigados a deixar seus locais de origem e, desde esse período, lutam pelas terras que originalmente ocupavam. Essa luta ganhou fôrça somente na segunda metade do século vinte. Atualmente, a questão da demarcação das terras indígenas ainda causa graves conflitos.

Além dos povos indígenas, você conhece outros grupos sociais que atualmente reivindicam a posse de terras?

Fotografia. Homens indígenas em manifestação em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Muitos usam cocar e colar e estão com o rosto e o corpo pintados, carregando arcos e flechas, além de bastões de madeira. Ao fundo, há policiais acompanhando a manifestação de longe e os prédios do Congresso Nacional.
Manifestação em defesa da demarcação das terras indígenas, em Brasília (Distrito Federal), em 2013.
Respostas e comentários

Contextualização

O texto “A igualdade entre os índios”, na seção Leituras complementares, nas páginas iniciais desse Manual, contém informações sobre a maneira como os povos indígenas utilizam a terra.

Se considerar oportuno, comente com os estudantes que a demarcação das terras indígenas deve estabelecer sua extensão e garantir a proteção de seus limites.

O artigo 231 da Constituição Federal de 1988 reconhece aos povos indígenas “os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. É deles o direito de uso (usufruto) exclusivo das riquezas do solo, dos lagos e dos rios.

De acordo com a Consti­tuição, as terras indígenas são aquelas habitadas pelos indígenas de modo permanente e são utilizadas tanto para as suas atividades produtivas e subsistência quanto para a preservação de suas culturas e tradições.

A maior parte das terras demarcadas está concentrada na região Norte, na chamada Amazônia Legal, que abrange toda a Floresta Amazônica em território brasileiro. Comente que é na região Norte que se situam as maiores áreas de florestas, compatíveis com a maior presença de povos indígenas.

Se houver oportunidade, converse com os estudantes sobre a questão dos territórios indígenas quanto à exploração predatória de seus recursos naturais feita por mineradoras, garimpos, madeireiras, fazendas de gado, posseiros, estradas federais e municipais, hidrelétricas etcétera Aborde também, criticamente, a tese do marco temporal que defende que as populações indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Ou seja, inviabilizaria a demarcação de terras de diversos povos que historicamente foram expulsos de suas terras.

A fim de complementar as informações sobre demarcação de terras indígenas, é interessante consultar com os estudantes o site Ísa – Povos indígenas no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/4Ea2pg. Acesso em: 20 fevereiro 2022.

Aproveite esse momento para verificar quanto eles estão informados acerca de grupos que se mobilizam pela posse de terras no Brasil. Você pode ajudá-los a localizar esse tema também em grandes cidades, com as ocupações de moradia, e refletir qual é a “terra” pela qual se luta nos centros urbanos.

Uma trilogia

Trilogia é o nome dado ao grupo de três obras que se conectam por temáticas comuns. Você já leu uma trilogia ou assistiu a alguma? Em caso afirmativo, conte o que as histórias dessa trilogia tinham em comum.

O espetáculo Terra faz parte de uma trilogia chamada Uma história, duas ou três. Os outros espetáculos dessa trilogia são A barca e Travessia.

A barca

O primeiro espetáculo da trilogia foi A barca, no qual Maria Paula Costa Rêgo resgata o cavalo-marinho, um festejo tradicional do estado de Pernambuco que reúne elementos do teatro, da dança e da música. Em 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (ifãn) reconheceu essa manifestação como bem do patrimônio imaterial brasileiro. O espetáculo A barca acontece na rua e conta com a participação de dançarinos e de brincantes do cavalo-marinho.

A fotografia reproduzida a seguir mostra uma cena desse espetáculo.

Fotografia. Grupo de dança com homens e mulheres vestidos com roupas de cores vibrantes. Eles movimentam para o alto fitas e bandeiras coloridas. Ao centro, homem com roupa vermelha traz um apito na boca. Ao fundo, músicos sentados tocam instrumentos musicais.
Apresentação do espetáculo A barca, do Grupo Grial de Dança, em Recife (Pernambuco), em 2011.

Travessia

Em Travessia, o segundo trabalho dessa trilogia, a coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo aborda o universo da contação de histórias, criando elos entre histórias do passa­do e histórias do presente. Terra é o terceiro espetáculo da trilogia.

Fotografia. Homens e mulheres realizam performance em um palco cujo cenário é branco com linhas geométricas pretas. Eles estão em pé e usam roupas em tons de vermelho, branco, cinza e preto. Alguns estão com a cabeça e o tronco levemente voltados para baixo e os braços junto ao corpo. Uma mulher está com os braços semi flexionados para cima e a cabeça voltada para cima. À frente, um homem está abaixado.
Apresentação do espetáculo Travessia, do Grupo Grial de Dança, em Recife (Pernambuco), em 2010.
Respostas e comentários

Contextualização

Recorde com os estudantes algumas trilogias de filmes a que eles assistiram e livros que leram, discutindo o que acham de os filmes/livros terem “continuação”, transformando-se em uma trilogia. Peça a eles que relembrem também filmes a que assistiram e livros que leram e que, ao contrário, “terminaram” no primeiro volume. Converse sobre as coleções para jovens que, em geral, têm “continuação” – como Harry Potter, Percy Jackson e os Olimpianos e Terra de histórias; o mesmo acontece com filmes, como o próprio Harry Potter, Piratas do Caribe, As crônicas de Nárnia, De volta para o futuro e Star Wars.

Faça no diário de bordo.

Experimentações


No Tema 4, você identificou que a visualidade foi muito importante para a construção do espetáculo Terra, do Grupo Grial de dança. De fato, alguns materiais parecem ser um convite para o movimento, o gesto e o toque, além de criarem efeitos visuais interessantes. São muitos os materiais possíveis: pedras, tecidos leves e pesados, fitas, areia, entre outros. As texturas, fórmas e efeitos dos materiais expressivos são propícios para a criação artística. Nesta proposta, você e os colegas vão improvisar, experimentando a dança a partir dos materiais.

Material

  • Fitas de cetim ou outras
  • Tecidos leves
  • Bolas
  • Papel
  • Bexigas ou balões de inflar
  • Pedras leves

Procedimentos

  1. Dancem considerando possibilidades de experimentação do contato do corpo com os materiais. Para isso, vocês poderão improvisar com base em diferentes fatores, como equilíbrio, velocidade, peso, movimento, entre outros.
  2. Com a orientação do professor, escolham uma música, improvisem e experimentem movimentos com os materiais por um tempo determinado.
  3. Conversem sobre a experiência e registrem as percepções que tiveram no diário de bordo.
    Ilustração. Ícone do diário de bordo.

Avaliação

Ilustração. Ícone do diário de bordo.

Em uma roda de conversa, reflitam sobre:

  1. Como é dançar a partir do contato com os materiais?
  2. O que eles provocaram no seu corpo?
  3. Que tipos de movimento podem ser criados a partir deles?
  4. Registrem no diário de bordo as reflexões que fizeram e as percepções dos colegas que você considerou interessantes.
Ilustração. Crianças em movimento de dança. Quatro crianças de uniforme, com camiseta branca e calça azul, agitam com as mãos fitas longas nas cores azul, verde, laranja e vermelho.
Respostas e comentários

Experimentações

Você pode propor aos estudantes que utilizem uma área aberta da escola, como o pátio ou a quadra.

Materiais

Solicite os materiais previamente ou improvise com os recursos que a escola oferece. Você poderá criar ilhas de trabalho, cada uma com um material diferente, ou poderá propor que todos os estudantes experimentem com um mesmo material ao mesmo tempo, de modo que possam se inspirar na observação dos colegas.

Procedimentos

Apresente a proposta aos estudantes, retomando o exemplo do espetáculo Terra.

Para inspirá-los, você pode fazer perguntas. Exemplo: Como seria dançar com uma bexiga? Como seria deixar que o peso, a textura e o tamanho da bexiga conduzissem o movimento corporal? E se fosse um papel, como seria dançar com uma folha de papel, buscando equilibrá-la e experimentando diferentes níveis e velocidades de movimento a partir do papel?

Escolha uma música com os estudantes e deixe-os experimentar livremente. É possível que eles entendam a proposta como uma “brincadeira”, isto é, que não diferenciem o aprendizado do jogo. Isso é positivo. Permita que se divirtam, sem abdicar, contudo, da atenção ao improviso e às qualidades de cada material utilizado.

Ao final, promova uma roda de conversa, para que eles reflitam sobre a experiência, compartilhem suas percepções sobre os materiais e retomem os conceitos de dança, como improviso e fatores do movimento, que foram explorados na proposta.

Avaliação

Os estudantes podem ser avaliados pela compreensão das noções de dança trabalhadas, pela qualidade da exploração da dança em contato com essas materialidades, pelo respeito e pela colaboração com os colegas na proposta e pela qualidade das contribuições para a reflexão final.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

A performance Preconceito, o espetáculo Terra e a canção “Demarcação já” podem ser consideradas fórmas artísticas de manifesto. Com elas, artistas abordam e denunciam temáticas sociais, com a intenção de que as pessoas reflitam sobre essa realidade. Com as experimentações dos Temas 1 e 3, vocês refletiram sobre temas que os mobilizam quando criaram duas cenas de dança. No Tema 2, vocês se dedicaram a experimentar diferentes qualidades dos movimentos de dança e como eles podem ocupar o espaço, criando desenhos. Para esta prática, vocês poderão retomar o que já criaram e experimentaram nessas situações e aprofundar o trabalho com as cenas de dança, ou começar uma proposta nova. A ideia é que vocês criem uma pequena peça de dança-manifesto!

Momento 1 – Pesquisa

  1. Reúna-se com os colegas em grupos de cinco pessoas. Lembre-se de que, se for para dar continuidade aos processos de criação anteriores, é importante reunir o mesmo grupo.
  2. Defina com o grupo qual será o tema principal a ser trabalhado. Vocês podem usar como referência as palavras-temas definidas anteriormente, os temas elaborados no final do Tema 3 ou outra referência temática.
  3. Em seguida, com a orientação do professor, façam uma pesquisa sobre o tema.
  4. Pesquisem reportagens jornalísticas, outros tipos de texto, imagens, obras artísticas e outros conteúdos que considerarem relevantes para ampliar a compreensão do tema escolhido.
  5. Decidam juntos qual é a melhor fórma de organizar essas referências, para consultar depois.

Momento 2 – Montagem

  1. Comecem relembrando os movimentos das cenas que vocês criaram nas experimentações anteriores ou criem novos movimentos com base no tema escolhido. A ideia é criar uma pequena peça de dança (de até 3 minutos) para expressar o tema escolhido.
  2. Após o trabalho inicial com as cenas, trabalhem a qualidade dos movimentos: qual será mais forte ou mais fraco? Rápido ou lento? Contínuo ou pausado? Maior ou menor? etcétera Pensem também nos desenhos que poderão criar com os movimentos dançados.
  3. Definam qual será a ordem das sequências coreográficas, se elas formarão uma cena ou se serão separadas em duas ou mais cenas. Vocês também podem criar alguns movimentos finais para compor a peça ou transformar algum movimento criado antes. Por fim, verifiquem quanto tempo vocês levam para fazer as sequências de movimentos. Se excederem os 3 minutos, revejam a seleção deles.
  4. Com base nessas cenas e no tema, definam outros aspectos da peça: figurino, música, iluminação etcétera
  5. Para montar o figurino, é importante que, para movimentar o corpo, escolham roupas confortáveis que, de alguma maneira, façam sentido para a peça.
  6. A música instrumental ou canção que escolherão precisa ter a duração da peça. Se não tiver, editem para usar apenas um trecho ou toquem-na mais de uma vez.
  7. Em seguida, com a orientação do professor, escolham o espaço onde vão se apresentar. Levem em consideração as seguintes questões: se é adequado para os movimentos criados; como imaginam que as pessoas poderão assistir à apresentação nele; se haverá alguma iluminação ou se vão usar a iluminação natural.
  8. Ensaiem algumas vezes no local e escolham o título da peça de dança.

Momento 3 – Danças-manifesto

  1. Este será o momento das apresentações das danças-manifesto. O professor definirá com vocês a ordem das apresentações.
  2. Ao final da apresentação do grupo de vocês, contem para os colegas qual é o título de sua dança-manifesto e como foi o processo de criação.
Respostas e comentários

Pensar e fazer arte

Essa proposta pode ser uma continuidade e finalização daquelas desenvolvidas nas seções Experimentações ou um novo momento de prática e criação.

Momento 1: incentive os estudantes a pesquisar em fontes diversas, como podcasts, vídeos, sites temáticos ou de artistas, livros, jornais, revistas, dicionários etcétera Caso a fonte de pesquisa seja o próprio livro, con­sidere também a diversidade de fontes que compõem as Unidades e chame a atenção deles para esta característica. A organização e sistematização da pesquisa deve reunir textos, imagens, vídeos e afins; com anotações no diário de bordo; criando um painel com palavras-cha­ve e recortes etcétera

Momento 2: oriente a escolha dos locais, para que sejam adequados às dinâmicas de ocupação dos espaços na escola, e oriente que eles tenham relação com o tema trabalhado pelo grupo, se for possível. Também verifique com eles a viabilidade de colo­car iluminação e uma música para tocar – para isso, podem ser usados aparelhos celulares ou aparelhos de som portáteis. Em seguida, explique a impor­tância de ensaiarem ao menos uma vez no lugar, mas ressalte que não é necessário que os movimentos fiquem perfeitos, pois o mais importante é ex­pressarem seu manifesto.

Momento 3: combine com os estudantes qual será a ordem das apresentações e organize o tempo para que seja possível que todos os grupos se apre­sentem e partilhem seus pro­cessos de criação.

Avaliação

Oriente um momento de avaliação e explique aos es­tudantes que eles devem re­fletir sobre os movimentos e os elementos cênicos que es­colheram para esse trabalho de dança. Explique que eles devem analisar se essas esco­lhas contribuíram para que a mensagem do grupo fosse devidamente transmitida.

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Nesta Unidade, você conheceu o trabalho de diferentes companhias de dança contemporânea, como Companhia Fusion de Danças Urbanas, Margaridas Dança, balé Stagium e Grupo Grial de Dança.

Você conheceu também bailarinos e coreógrafos, como Isadora Dankãn , Loie Fuller, rúdolf Laban, Méri Wigman, Maria Duchênis, Márika Gidali, Décio Otero e Maria Paula Costa Rêgo.

Além disso, refletiu sobre a relação entre a dança e suas rupturas propostas pela dança contemporânea e conheceu as principais características da dança-teatro e o trabalho de sua precursora, a coreógrafa e dançarina Pina báuchi, e a dança como manifesto.

Agora que chegamos ao final desta Unidade, é importante que você reflita sobre seu aprendizado da dança e o caminho percorrido até aqui. Responda às questões a seguir.

  1. Cite alguns conteúdos apresentados nesta Unidade que o ajudaram a compreender a linguagem da dança. Justifique suas escolhas.
  2. Cite a atividade prática que mais o ajudou a compreender a linguagem da dança. Justifique sua escolha.
  3. Como foi para você realizar as leituras, as análises de textos e o compartilhamento de informações com os colegas? Justifique sua resposta.
  4. Como foi sua experiência de fazer as atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte desta Unidade? Justifique sua resposta.
  5. Este estudo mudou a maneira como você vivencia a dança? Dê um ou mais exemplos.
  6. O que poderia ajudá-lo a aprofundar seus conhecimentos sobre dança?
  7. Ao longo da Unidade, como foi a cooperação com os colegas para as experimentações, pesquisas e análises?
  8. Você considera que contribui para que os colegas desenvolvam as suas habilidades em aula? Como?
  9. Os conteúdos trabalhados ajudaram a desenvolver a sua sensibilidade e atenção para temas sociais? Se sim, quais?
  10. Como você percebe a relação entre as diferentes linguagens artísticas a partir desta Unidade?
Respostas e comentários

Autoavaliação

Para orientar a autoavaliação dos estudantes e a sua avaliação, ao final do processo de trabalho com a Unidade, retome as habilidades e os objetivos apresentados no início de cada Tema. Quais pontos foi possível aprofundar? Quais poderiam ser mais trabalhados?

Com os estudantes, conduza a leitura das perguntas e sugira que façam registros no diário de bordo sobre as questões que eles considerarem mais importantes na avaliação e em sua experiência de aprendizagem.

Escutando atentamente as percepções que os estudantes expressam sobre o processo, faça também uma autoavaliação da sua atuação como docente.

Glossário

Demarcação
: determinação de fronteiras ou limites de espaço.
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