TEMA 3  Processos de criação compartilhada

Teatro de grupo

Imagine que você vá entrar em uma sala de ensaio de um grupo de teatro. O que você imagina que vai encontrar? Talvez espere ver um grupo de atores envolvidos na leitura de um texto, decorando falas e tentando transpor para a cena o texto escrito. Mas será que é sempre assim?

Fotografia. Quatro atrizes em uma sala escura, de paredes pretas, ensaiam em duplas com papéis nas mãos, enquanto são observadas por uma mulher que faz um gesto com as mãos.
Grupo de teatro Comunicart & Companhia em ensaio da peça O poeta, as musas e a poesia perdida, em São Paulo (São Paulo), em 2018. Da esquerda para a direita, as atrizes Adriane Delgado, Carla de Oliveira, Carolina Xavier e Bii Toledo; de costas, a diretora Cristina de Oliveira.

Relembre os grupos que conhecemos nos Temas anteriores desta Unidade. Será que é assim que eles trabalham?

Como você viu, o interesse de muitos grupos teatrais da atualidade está voltado para assuntos urgentes e diretamente ligados à realidade dos lugares e do contexto histórico em que vivem. E, mesmo que existam textos já escritos em que esses assuntos são tratados, a maioria desses grupos opta por outra fórma de trabalho: uma escrita dramatúrgica em processo. O Teatro da Vertigem e a Confraria de Teatro, por exemplo, são grupos em que o texto que vai para a cena surge na sala de ensaio, durante o processo de pesquisa e de criação cênica, com a participação de todos os envolvidos.

Esse modo de criação teve início por volta de 1960, quando se fortaleceu uma ideia de teatro de grupo, e os artistas passaram a se preocupar com dinâmicas coletivas de criação. Essas dinâmicas foram se modificando e, mais tarde, na década de 1990, diversos grupos instauraram um novo modo de trabalho: o processo colaborativo.

O processo colaborativo

A palavra processo, na criação artística, diz respeito a todas as etapas da criação de um espetáculo: desde a ideia ou o desejo de falar sobre um tema, passando pela pesquisa, por aulas, treinamentos, ensaios até a escrita do texto, composição da trilha e bate-papo com o público depois das apresentações.

No processo colaborativo, a criação acontece em um longo período de encontros, em que a pesquisa, os treinamentos, a discussão sobre temas e as improvisações são muito importantes e constituem o cerne da criação teatral. Nesse modelo de criação, o texto não está escrito previamente nem o diretor é mais importante que outros membros da equipe. Todos compartilham seus saberes, suas ideias, fazem propostas, improvisam cenas e, assim, colaboram uns com os outros até que consigam chegar à montagem do espetáculo.

Isso não quer dizer, porém, que todo mundo faz tudo. Nos processos colaborativos estão mantidas as diferentes funções; há o diretor, o ator, o dramaturgo, mas um não é mais importante que o outro, como em momentos anteriores na história teatral. Cada artista responde por sua área, mas todos colaboram para a obra teatral criada pelo grupo e são responsáveis por ela. O dramaturgo é quem dá a palavra final sobre o texto; contudo, antes disso, aceita as sugestões e as proposições dos outros integrantes.

O encenador Antonio Araújo – um dos fundadores do Teatro da Vertigem – e o dramaturgo Luís Alberto de Abreu estão entre os precursores do processo colaborativo no Brasil.

Fotografia. Homem de cabelo curto, vestido com uma camisa xadrez vermelha e azul, sentado em um banco. Em primeiro plano e à esquerda, um grande lustre em formato de lâmpada.
Fotografia em preto e branco. Homem de cabelo curto grisalho, vestido com camiseta e calça escuras. Está sentado em uma cadeira no centro de uma sala. Ao fundo, uma estante e uma cadeira de madeira.
Nas fotografias, o diretor da companhia Teatro da Vertigem Antonio Araújo, em fotografia de 2011; o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, em 2013.

Além de seus trabalhos artísticos, Antonio Araújo e Luís Alberto de Abreu desenvolveram uma importante trajetória como professores. Grande parte da importância do processo colaborativo no Brasil se deve ao fato de esses dois artistas terem formado novas gerações nessa modalidade criativa.

A Companhia São Jorge de Variedades

A fotografia reproduzida nesta página é do espetáculo Barafonda, da Companhia São Jorge de Variedades, que tem as ruas do bairro Barra Funda, em São Paulo (São Paulo), como cenário, palco e tema. Além da história do bairro, Barafonda traz elementos das tragédias gregas Prometeu acorrentado e As bacantes.

Nas apresentações de Barafonda, 25 atores e quatro músicos percorrem cerca de dois quilômetros. Os principais elementos cenográficos do espetáculo são os figurinos dos atores e dois pequenos carros alegóricos que acompanham o grupo. Durante as apresentações, moradores das proximidades se tornam espectadores e até mesmo atores e, desse modo, o teatro se mescla com a vida do bairro.

Fotografia. Teatro ao ar livre com quatro atores, que estão rodeados por pessoas que assistem ao espetáculo na rua. No centro, uma mulher com vestido longo preto e verde levanta uma planta a com raiz exposta. Ela usa bengala. Os demais atores estão sentados com os braços levantados.
Apresentação do espetáculo Barafonda, da Companhia São Jorge de Variedades, no bairro Barra Funda, São Paulo (São Paulo), em 2012.

A Companhia São Jorge de Variedades é um exemplo de grupo teatral que desenvolve o processo colaborativo. Todos os integrantes do grupo colaboram para a realização dos espetáculos, participando da elaboração do texto, da criação dos cenários e dos figurinos, entre outros.

O processo de criação

Fotografia. Grupo de atores na rua. Em primeiro plano, um homem de chapéu branco com fita preta, vestido com camiseta e casaco brancos, toca uma flauta de bambu com pequenos cilindros de madeira. Ao fundo, outros atores carregam outros instrumentos musicais.
O ator Alexandre Krug, da Companhia São Jorge de Variedades, em ensaio do espetáculo Barafonda, em São Paulo (São Paulo), em 2012.

Leia, a seguir, um trecho de uma entrevista em que o ator Alexandre Krug – integrante da Companhia São Jorge de Variedades – fala sobre o processo de criação do grupo.

 Entrevistador: Alexandre, por favor, fale sobre o trabalho desenvolvido pela Companhia São Jorge de Variedades.

Alexandre Krug: A Companhia São Jorge de Variedades se define como um grupo de teatro de pesquisa, interessado em fazer um teatro investigativo, um teatro de muita criação, de muita invenção, sempre partindo dos questionamentos, das indagações mais profundas dos seus integrantes. É um grupo de teatro que não tem nenhuma fórmula pronta, que sempre vai partir do ‘zero’. Cada trabalho novo começa assim: ‘não sabemos nada; vamos tentar falar sobre isso’. Por um lado, é um teatro de pesquisa, um teatro que se pretende muito criativo, e, por outro, é um teatro de grupo, um tipo de teatro muito coletivizado, em que a função de direção costuma rodar entre alguns integrantes. Tudo é muito discutido. É um teatro, na medida do possível, pouco hierarquizado. reticênciasA Companhia [São Jorge de Variedades] é um grupo que, ao mesmo tempo que não tem fórmulas, tem algumas linhas de interessereticências Vai construindo a sua linguagem através dos espetáculos reticências. Uma questão muito forte na pesquisa [do grupo] é o espaço. A pesquisa do espaço é uma fórma de buscar novas maneiras de se relacionar com o público do teatro. Sair de uma relação estagnada, conhecida, e buscar uma relação mais viva.

Por exemplo, o primeiro trabalho que a gente fez foi em [um] palco italiano, aquele palco tradicional, geralmente elevado, frontal ao público. Já no segundo espetáculo partimos para uma peça itinerante pelos ambientes do teatro, inclusive [pelas] partes exteriores, a fachada, os fundos, e depois fomos fazer uma peça em um albergue para moradores de rua. Antes disso, fizemos uma peça em teatro de arena, que é uma relação diferente da frontal; o público está em 180graus, em volta. Então a Companhia é um grupo que está sempre investigando, sempre variando, sempre querendo algo diferente, sempre querendo se desafiar.

Entrevistador: Fale um pouco sobre essa característica de se apresentar na rua.

Alexandre Krug: O espaço público, pensando na história da Companhia, surge primeiramente como um desejo de romper com uma linguagem tradicional (relação frontal, palco italiano, relação da caixa fechada do teatro); vem de uma vontade de fazer algo mais vivo. Aos poucos, eu sinto que ele foi ganhando uma importância maior do que simplesmente variar, foi se tornando uma coisa essencial, um modo de realmente dialogar com a cidade que é muito mais intenso, muito mais vivo do que a sala fechada. reticências A obra em um espaço público é uma relação mais direta reticências com a cidade, com a paisagem, inclusive com as políticas públicas, arquitetônicas, urbanas. Está em diálogo com a cidade diretamente reticências.”

Entrevista concedida especialmente para esta Coleção, em fevereiro de 2015.

Estudo e pesquisa

As fórmas do trabalho colaborativo foram sendo investigadas por diferentes grupos, que criaram dinâmicas próprias de compartilhar as ideias, as sugestões e as funções artísticas em um processo teatral. A Companhia do Tijolo é um desses grupos; para eles, a dramaturgia também é escrita ao longo do processo, mas a fórma final do texto é decidida coletivamente, também com base nas improvisações, sugestões e, principalmente, na pesquisa de todos.

O nascimento da Companhia do Tijolo confunde-se com o surgimento de seu primeiro espetáculo, Concerto de Ispinho e Fulô, que trata da história e da obra do poeta Antônio Gonçalves da Silva (1909­-2002), conhecido como Patativa do Assaré. Foi no encontro entre artistas de diferentes experiências de vida e de teatro que a Companhia do Tijolo começou a construir sua identidade artística. Além desse espetáculo, o grupo produziu Cante lá que eu canto cá (2008), que também tem como referência a obra de Patativa do Assaré.

Além de Patativa do Assaré, outra personalidade que é referência para as produções da Companhia do Tijolo é o educador Paulo Freire (1921-1997).

Fotografia. Homem de cabelo cacheado preto, vestido com uma camisa branca com detalhes amarelos. Ele sorri com uma rosa vermelha na boca e segura na cabeça uma escultura de barro de um homem idoso de chapéu, de óculos e bengala.
O ator Rogério Tarifa em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, apresentado pela Companhia do Tijolo, em São Paulo (São Paulo), em 2015.

PARA LER

ASSARÉ, Patativa do. Ispinho e Fulô.

São Paulo: Hedra, 2005. (Coleção Literatura Popular). Lançado pela primeira vez em 1988, esse livro, cujo título foi a referência para o espetáculo abordado neste Tema, reúne poemas escritos por Patativa do Assaré.

Artista e obra

A obra de Patativa do Assaré

Patativa do Assaré nasceu no interior do estado do Ceará e, desde muito cedo, trabalhou na lavoura para ajudar a família. Embora tenha frequentado a escola por apenas seis meses, ele teve acesso à literatura por meio dos folhetos de cordel e dos versos entoados pelos cantadores sertanejos. Influenciado por essa literatura, em 1925, ele começou a compor seus primeiros versos musicados. Seu primeiro livro, Inspiração nordestina, foi publicado em 1956.

Fotografia. Homem idoso de chapéu preto, óculos de sol, vestido com camisa branca, acena para o fotógrafo.
Patativa do Assaré, em Assaré (Ceará), em 2000.

Os versos de Patativa destacam-se pelo ritmo e pela rima, compostos para conduzir o canto. Por essa razão, a característica mais importante de sua obra é a transmissão oral dos poemas acompanhados de música. Outra característica marcante de sua obra é o fato de, muitas vezes, ele não seguir algumas das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa, revelando ao leitor o modo de falar do sertanejo.

Em suas produções, o escritor abordava temas relacionados ao cotidiano do sertanejo, como a dificuldade do plantio causada pelas longas secas, o abandono do sertão por parte do poder público, as injustiças sociais, a religiosidade e a migração para as grandes cidades. Sua obra, dessa maneira, pode ser entendida como uma denúncia dos problemas de sua terra.

No poema a seguir, Patativa do Assaré abordou a importância da reforma agrária, ou seja, da distribuição justa das terras.

Reforma agrária

“Pobre agregado, força de gigante,

Escuta amigo o que te digo agora,

Depois da treva vem a linda aurora

E a tua estrela surgirá brilhante.


Pensando em ti eu vivo a todo instante,

Minha alma triste desolada chora

Quando te vejo pelo mundo afora

Vagando incerto qual judeu errante.

Para saíres da fatal fadiga,

Do horrível jugo que cruel te obriga

A padecer situação precária


Lutai altivo, corajoso e esperto

Pois só verás o teu país liberto

Se conseguires a reforma agrária.”

ASSARÉ, Patativa do. Reforma agrária. In: Ispinho e Fulô. Fortaleza, 2001. página 199.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

Em grupo e com a orientação do professor, criem uma improvisação teatral com base no poema “Reforma Agrária”, de Patativa do Assaré.

Procedimentos

  1. Compartilhem impressões e ideias sobre o poema e rascunhem as ideias em uma folha de papel à parte.
  2. Elaborem uma improvisação de até 3 minutos, em que parte do grupo narra o poema e outra parte representa com gestos, ações e situações as imagens propostas por ele.
  3. Apresentem aos colegas a improvisação e registrem-na em vídeo, fotografias ou relato escrito no diário de bordo.
    Ícone. Diário de bordo.

Concerto de Ispinho e Fulô

A trilha musical do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô é composta de obras produzidas pelos integrantes do grupo e também por Luiz Gonzaga (1912-1989), importante referência da música nordestina. As canções são executadas ao vivo durante o espetáculo.

Fotografia. Homens tocam instrumentos, como zabumba e pandeiros, em um espetáculo. Eles vestem ternos coloridos ou camisas em tons de tons de amarelo, azul e branco.
Da esquerda para a direita, os atores Rogério Tarifa, Maurício Damasceno, Uilian Guedes e Aloísio Oliver em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, apresentado pela Companhia do Tijolo em São Paulo (São Paulo), em 2011.

Uma das canções que fazem parte da trilha do espetáculo é “Cheguei”, de ­Jonathan Silva, um dos integrantes da Companhia do Tijolo. Leia, a seguir, um trecho dessa canção e ouça o áudio “’Cheguei’, de Jonathan Silva, com a Companhia do Tijolo”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Cheguei

“Cheguei, não reclame,

não diga que demorei. (duas×)

Cheguei agora,

todo aprumado,

óculos ray-ban, 

sapato preto engraxado.

A vosmecê,

peço que não tenha pressa,

vou contar uma história

que eu não sei como comece.


Teve um poeta,

que cantou a vida e a morte,

que falou do azar e a sorte,

de quem vive no sertão.

Esse poeta,

só usava chapéu preto,

não sabia ler direito.

Já falou do caldeirão?

Era uma vez,

homem, criança e mulher,

com trabalho e muita fé,

construíram uma cidade.

Plantaram o grão,

depois repartiram o pão,

era um imenso caldeirão,

cheio de felicidade.


Os poderosos,

ficaram incomodados

e um batalhão de soldados

invadiu a propriedade.

E, num instante,

lavoura, igreja e praça,

viraram pó e fumaça.

E acabou-se a cidade.

Falou do amor,

da alegria e da dor,

do ispinho e da fulô,

com inspiração e fé.

Peço licença

ao senhor e à senhora,

vou apresentar agora

Patativa do Assaré reticências

SILVA, Jonathan. Cheguei. In: Companhia DO TIJOLO. Concerto de Ispinho e Fulô. São Paulo: Companhia do Tijolo. Faixa 1.

O Cenário

Assim como a trilha musical, o figurino faz referência ao Nordeste. As rendas e os crochês bordados nas roupas, os chapéus e as botinas são exemplos dessa referência.

O cenário, composto de muitas citações ao universo de Patativa do Assaré, é construído e reconstruído pelos atores em cena, que a todo tempo assumem diferentes personagens para narrar a história. As peças que formam o mapa do Brasil no centro do palco, por exemplo, são sinos, como aqueles dependurados no pescoço do gado, uma menção aos boiadeiros nordestinos.

Observe as fotografias reproduzidas a seguir.

Fotografia. Grupo de atores em uma peça de teatro. O cenário e o figurino dos atores estão em tons rosados. Em primeiro plano, um ator ajoelhado em frente a uma banqueta e pequenos cones de madeira. Ao fundo, músicos tocam diversos instrumentos, como acordeão e tambor.
Atores da Companhia do Tijolo em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, em Arcoverde (Pernambuco), em 2012.
Fotografia. Atores encenando em um palco. Eles estão sentados no chão, rodeados por diversos objetos espalhados pelo palco, como tijolos e lamparinas. No centro, um homem de óculos escuro, vestido com uma camisa azul-escuro, está apoiando uma mesa no topo da cabeça, com um vaso de flor e uma chapéu em cima dela.
Os atores Dinho Lima Flor (no centro), Rodrigo Mercadante, Karen Menatti e Thais Pimpão em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, em São Paulo (São Paulo), em 2015.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

Agora é a sua vez de experimentar a criação de uma cena a partir de uma dinâmica compartilhada. Em cada etapa do processo criativo, escreva relatos em seu diário de bordo. Adicione imagens, colagens e desenhos para complementar seu registro do processo.

Ícone. Diário de bordo.

Procedimentos

  1. Sob a orientação do professor, componha um grupo de cinco integrantes e estabeleçam um tema de interesse do grupo. Vocês podem escolher temas diretamente ligados à realidade de vocês, seja na escola, no bairro ou na cidade onde vivem.
  2. Definam um roteiro de perguntas e façam entrevistas com pessoas que possam ajudar a entender melhor o assunto que vocês querem abordar. Por exemplo: se escolheram um tema relacionado à escola, vocês podem entrevistar funcionários e estudantes. Se o tema se relacionar com o bairro onde moram, entrevistem moradores ou transeuntes.
  3. Depois de realizar as entrevistas, estabeleçam as funções no grupo. Um dos integrantes deve ser o dramaturgo, responsável por escrever o texto; outro será o responsável pelos cenários e pelos figurinos. Por fim, os outros três integrantes serão os atores.
  4. No dia estabelecido pelo professor, vocês deverão realizar duas improvisações com base no material pesquisado.
    • Improvisação 1: os atores devem apresentar suas personagens. Para isso, escolhem um momento de tomada de decisão dessa personagem. Por exemplo: um estudante que, cansado de sofrer bullying, resolve entrar na sala do diretor para protestar. Criem essas situações considerando os problemas ou as questões relatadas nas entrevistas.
    • Improvisação 2: os atores vão criar uma situação coletiva, estabelecer onde a cena se passa e um acontecimento que envolva todas as personagens apresentadas na cena anterior.
  5. Com base nas improvisações, o dramaturgo vai elaborar um roteiro/texto para ser apresentado aos colegas e, posteriormente, ensaiado. Esse roteiro pode contar apenas com uma sequência de ações ou pode já ter a sugestão de algumas falas para as personagens. Lembre-se de que a criação do texto tem como referência as cenas, e não apenas a transcrição do que foi improvisado.
  6. O cenógrafo e o figurinista também devem definir, com base nas improvisações, como será o cenário e o figurino da cena. Para isso, podem contar com a colaboração dos colegas.
  7. Quando o texto já tiver sido escrito, o grupo todo deverá ensaiar a cena elaborada pelo dramaturgo, fazendo modificações quando necessário.
  8. Na data estabelecida pelo professor, todos os grupos vão apresentar suas cenas.

Avaliação

Após a apresentação das cenas de todos os grupos, formem uma roda e conversem sobre as seguintes questões.

  1. Como foi apresentar a cena aos colegas de turma e como foi a experiência de ser espectador das cenas dos outros grupos?
  2. Comentem também com o professor e os colegas quais foram os desafios envolvidos em todo o processo.

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Ao longo do estudo desta Unidade, você aprendeu um pouco mais sobre a linguagem teatral.

Conheceu alguns espetáculos e o trabalho de alguns grupos teatrais, como o Teatro da Vertigem, o EmFoco, a Confraria de Teatro, o Quatroloscinco − Teatro do Comum, a Companhia do Quintal, o Antropofocus, a Companhia São Jorge de Variedades e a Companhia do Tijolo.

Além disso, você estabeleceu contato com os diferentes tipos de espaço utilizados pelos grupos teatrais nas encenações de seus espetáculos, como a semiarena, o palco italiano e os espaços não convencionais (como ruas, praças, hospitais, estações de metrô, entre outros).

Também aprendeu sobre as peças conviviais, sobre a improvisação e sobre o processo colaborativo de criação empregados por grupos de teatro e pôde vivenciar nas atividades práticas os jogos cênicos, improvisações, proposição de roteiro teatral e apresentações de cenas.

Agora, chegamos ao final desta Unidade. É importante que você reflita sobre o que aprendeu até agora e sobre o caminho percorrido até este momento. Para isso, responda no diário de bordo às questões a seguir.

Ícone. Diário de bordo.
  1. Cite um ou mais dos conteúdos apresentados nesta Unidade que o ajudaram a compreender a linguagem do teatro. Justifique.
  2. Mencione uma das atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte que mais o ajudaram a compreender a linguagem teatral. Justifique.
  3. Como foi sua vivência ao realizar as leituras, as análises de textos e o compartilhamento de informações com seus colegas?
  4. Como foi para você realizar as atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte desta Unidade? Justifique sua resposta.
  5. O estudo desta Unidade modificou o modo como você aprecia o teatro? Cite exemplos.
  6. O que poderia ajudá-lo a aprofundar seus conhecimentos sobre teatro?
  7. O que achou das experiências de pesquisa? O que você aprendeu sobre a prática de pesquisar?
  8. Como você relaciona os aprendizados desta Unidade com o das anteriores?
  9. Como você relaciona as referências do livro com outras práticas artísticas e culturais que você conhece? Você fez conexões com outros repertórios ao longo da Unidade?
  10. Em relação ao convívio e colaboração com os colegas, como você avalia o seu desempenho e o desempenho do grupo?