TEMA 3  Processos de criação compartilhada

Teatro de grupo

Imagine que você vá entrar em uma sala de ensaio de um grupo de teatro. O que você imagina que vai encontrar? Talvez espere ver um grupo de atores envolvidos na leitura de um texto, decorando falas e tentando transpor para a cena o texto escrito. Mas será que é sempre assim?

Fotografia. Quatro atrizes em uma sala escura, de paredes pretas, ensaiam em duplas com papéis nas mãos, enquanto são observadas por uma mulher que faz um gesto com as mãos.
Grupo de teatro Comunicart & Companhia em ensaio da peça O poeta, as musas e a poesia perdida, em São Paulo (São Paulo), em 2018. Da esquerda para a direita, as atrizes Adriane Delgado, Carla de Oliveira, Carolina Xavier e Bii Toledo; de costas, a diretora Cristina de Oliveira.

Relembre os grupos que conhecemos nos Temas anteriores desta Unidade. Será que é assim que eles trabalham?

Como você viu, o interesse de muitos grupos teatrais da atualidade está voltado para assuntos urgentes e diretamente ligados à realidade dos lugares e do contexto histórico em que vivem. E, mesmo que existam textos já escritos em que esses assuntos são tratados, a maioria desses grupos opta por outra fórma de trabalho: uma escrita dramatúrgica em processo. O Teatro da Vertigem e a Confraria de Teatro, por exemplo, são grupos em que o texto que vai para a cena surge na sala de ensaio, durante o processo de pesquisa e de criação cênica, com a participação de todos os envolvidos.

Esse modo de criação teve início por volta de 1960, quando se fortaleceu uma ideia de teatro de grupo, e os artistas passaram a se preocupar com dinâmicas coletivas de criação. Essas dinâmicas foram se modificando e, mais tarde, na década de 1990, diversos grupos instauraram um novo modo de trabalho: o processo colaborativo.

Respostas e comentários

Objetivos

  • Conhecer os diferentes tipos de processos criativos teatrais, identificando todas as etapas de criação de um espetáculo.
  • Entender os processos de criação de vários grupos brasileiros de teatro.
  • Valorizar as fórmas de trabalho colaborativo, percebendo o compartilhamento de ideias e a participação de todos os integrantes do grupo nesse processo.
  • Reconhecer a obra de nordestinos como referência para a criação de espetáculos que desenvolvem o processo colaborativo.
  • Experimentar a criação de uma cena baseada em uma dinâmica compartilhada.
  • Desenvolver a autoconfiança e a autocrítica por meio da experimentação artística.

Habilidades favorecidas 

(ê éfe seis nove á érre dois quatro), (ê éfe seis nove á érre dois cinco), (ê éfe seis nove á érre dois seis), (ê éfe seis nove á érre dois sete), (ê éfe seis nove á érre dois oito), (ê éfe seis nove á érre dois nove), (ê éfe seis nove á érre três zero), (ê éfe seis nove á érre três um), (ê éfe seis nove á érre três dois), (ê éfe seis nove á érre três quatro) e (ê éfe seis nove á érre três cinco).

Contextualização

Reflita com os estudantes sobre a imagem apresentada. Nela, vemos atores em pleno exercício da criação. Ainda que haja a presença de um texto ao longo dos ensaios, as relações criativas se dão durante o processo.

Auxilie-os na leitura da imagem desta página e reflita com eles a respeito do imaginário que temos sobre um processo de criação em teatro.

Se houver oportunidade, explique aos estudantes que as dinâmicas de criação em uma sala de ensaio são bastante semelhantes ao cotidiano das aulas práticas de teatro. Ou seja, há um trabalho de treinamento e preparação corporal, uma etapa de investigação de elementos teatrais e momentos de criação de cenas por meio de improvisações. Esses são procedimentos ligados a um modo de trabalho específico que, no Brasil, ficou conhecido como teatro de grupo.

O processo colaborativo

A palavra processo, na criação artística, diz respeito a todas as etapas da criação de um espetáculo: desde a ideia ou o desejo de falar sobre um tema, passando pela pesquisa, por aulas, treinamentos, ensaios até a escrita do texto, composição da trilha e bate-papo com o público depois das apresentações.

No processo colaborativo, a criação acontece em um longo período de encontros, em que a pesquisa, os treinamentos, a discussão sobre temas e as improvisações são muito importantes e constituem o cerne da criação teatral. Nesse modelo de criação, o texto não está escrito previamente nem o diretor é mais importante que outros membros da equipe. Todos compartilham seus saberes, suas ideias, fazem propostas, improvisam cenas e, assim, colaboram uns com os outros até que consigam chegar à montagem do espetáculo.

Isso não quer dizer, porém, que todo mundo faz tudo. Nos processos colaborativos estão mantidas as diferentes funções; há o diretor, o ator, o dramaturgo, mas um não é mais importante que o outro, como em momentos anteriores na história teatral. Cada artista responde por sua área, mas todos colaboram para a obra teatral criada pelo grupo e são responsáveis por ela. O dramaturgo é quem dá a palavra final sobre o texto; contudo, antes disso, aceita as sugestões e as proposições dos outros integrantes.

O encenador Antonio Araújo – um dos fundadores do Teatro da Vertigem – e o dramaturgo Luís Alberto de Abreu estão entre os precursores do processo colaborativo no Brasil.

Fotografia. Homem de cabelo curto, vestido com uma camisa xadrez vermelha e azul, sentado em um banco. Em primeiro plano e à esquerda, um grande lustre em formato de lâmpada.
Fotografia em preto e branco. Homem de cabelo curto grisalho, vestido com camiseta e calça escuras. Está sentado em uma cadeira no centro de uma sala. Ao fundo, uma estante e uma cadeira de madeira.
Nas fotografias, o diretor da companhia Teatro da Vertigem Antonio Araújo, em fotografia de 2011; o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, em 2013.

Além de seus trabalhos artísticos, Antonio Araújo e Luís Alberto de Abreu desenvolveram uma importante trajetória como professores. Grande parte da importância do processo colaborativo no Brasil se deve ao fato de esses dois artistas terem formado novas gerações nessa modalidade criativa.

Respostas e comentários

Contextualização

A ideia de processo colaborativo começou a ser aplicada no Brasil pelos artistas do Teatro da Vertigem, tanto em seu trabalho artístico quanto nas escolas por onde passaram. Com base nessa experiência pioneira, o termo e o modo de trabalho compartilhado se difundiram e, atualmente, muitos grupos trabalham dessa fórma. Até a década de 1950, no Brasil e em outros países, a ideia de processo não era tão importante quanto passou a ser alguns anos depois. Antes, o principal interesse dos artistas era construir a apresentação de uma peça teatral em sua máxima perfeição, em geral de modo muito fiel ao texto escrito. A partir da década de 1960, muitos artistas de teatro começaram a desejar que o processo de construção da peça fosse tão importante quanto o seu resultado e também reivindicaram que esse resultado fosse a expressão dos artistas envolvidos na criação, e não apenas a visão do dramaturgo ou do diretor teatral. A partir de então, começaram a surgir inúmeras experiências que valorizavam o processo e, para isso, não mais se apoiavam na montagem de um texto prévio, mas criavam o texto durante os ensaios, baseadas em improvisações e debates. Ao longo dos anos, essas dinâmicas coletivas de trabalho foram encontrando diferentes formatos, até que, a partir de 1990, os grupos de teatro começaram a investigar fórmas compartilhadas de criação, dentre as quais destacamos o processo colaborativo.

Uma das principais características dos processos colaborativos em teatro é a metodologia de criação e escrita do texto, que vai sendo construído durante a experimentação, quando atores e diretor improvisam cenas com base em uma temática e, assim, constituem uma referência para o trabalho do dramaturgo. Nesses processos, é comum que os atores tenham um papel muito importante, não apenas dando vida às personagens do texto, mas também criando essas personagens e suas histórias. A troca de ideias entre todos é fundamental nesse processo, e todas devem ser colocadas em cena para que possam, depois, ser ou não escolhidas pelo dramaturgo ou pelo diretor. Além disso, todos podem sugerir elementos para compor o cenário, o figurino, a iluminação e a trilha sonora, e os artistas responsáveis por cada uma dessas áreas devem organizar as sugestões e indicar qual das propostas dialoga mais com o trabalho que está sendo criado.

A Companhia São Jorge de Variedades

A fotografia reproduzida nesta página é do espetáculo Barafonda, da Companhia São Jorge de Variedades, que tem as ruas do bairro Barra Funda, em São Paulo (São Paulo), como cenário, palco e tema. Além da história do bairro, Barafonda traz elementos das tragédias gregas Prometeu acorrentado e As bacantes.

Nas apresentações de Barafonda, 25 atores e quatro músicos percorrem cerca de dois quilômetros. Os principais elementos cenográficos do espetáculo são os figurinos dos atores e dois pequenos carros alegóricos que acompanham o grupo. Durante as apresentações, moradores das proximidades se tornam espectadores e até mesmo atores e, desse modo, o teatro se mescla com a vida do bairro.

Fotografia. Teatro ao ar livre com quatro atores, que estão rodeados por pessoas que assistem ao espetáculo na rua. No centro, uma mulher com vestido longo preto e verde levanta uma planta a com raiz exposta. Ela usa bengala. Os demais atores estão sentados com os braços levantados.
Apresentação do espetáculo Barafonda, da Companhia São Jorge de Variedades, no bairro Barra Funda, São Paulo (São Paulo), em 2012.

A Companhia São Jorge de Variedades é um exemplo de grupo teatral que desenvolve o processo colaborativo. Todos os integrantes do grupo colaboram para a realização dos espetáculos, participando da elaboração do texto, da criação dos cenários e dos figurinos, entre outros.

Respostas e comentários

Contextualização

Apresente um pouco mais aos estudantes sobre o histórico do grupo teatral paulistano. Diga-lhes que a Companhia São Jorge de Variedades surgiu em 1998, dentro da Escola de Comunicações e Artes (éca) da Universidade de São Paulo, e, desde então, vem investigando as relações permeáveis com o público, a apropriação dramatúrgica dos atores-criadores, a ocupação de diferentes espaços e a música ao vivo como importante elemento narrativo.

Com mais de oito espetáculos em seu histórico, a companhia já recebeu inúmeros prêmios e é reconhecida por desenvolver uma pesquisa de alto teor político, pensando em questões de ordem pública em nossos tempos.

Auxilie os estudantes na leitura da imagem desta página. Chame a atenção para o fato de que, nesta cena, os atores representam no meio de uma rotatória, estando, portanto, em um dos cruzamentos de ruas do bairro da Barra Funda. Aproveite para comentar que, mesmo se tratando de um espetáculo que conta a história do bairro, a Companhia São Jorge traz para a cena personagens mitológicos, seres fantásticos que tornam o espetáculo a apresentação de uma saga heroica em que o próprio teatro cumpre um papel importante.

O processo de criação

Fotografia. Grupo de atores na rua. Em primeiro plano, um homem de chapéu branco com fita preta, vestido com camiseta e casaco brancos, toca uma flauta de bambu com pequenos cilindros de madeira. Ao fundo, outros atores carregam outros instrumentos musicais.
O ator Alexandre Krug, da Companhia São Jorge de Variedades, em ensaio do espetáculo Barafonda, em São Paulo (São Paulo), em 2012.

Leia, a seguir, um trecho de uma entrevista em que o ator Alexandre Krug – integrante da Companhia São Jorge de Variedades – fala sobre o processo de criação do grupo.

 Entrevistador: Alexandre, por favor, fale sobre o trabalho desenvolvido pela Companhia São Jorge de Variedades.

Alexandre Krug: A Companhia São Jorge de Variedades se define como um grupo de teatro de pesquisa, interessado em fazer um teatro investigativo, um teatro de muita criação, de muita invenção, sempre partindo dos questionamentos, das indagações mais profundas dos seus integrantes. É um grupo de teatro que não tem nenhuma fórmula pronta, que sempre vai partir do ‘zero’. Cada trabalho novo começa assim: ‘não sabemos nada; vamos tentar falar sobre isso’. Por um lado, é um teatro de pesquisa, um teatro que se pretende muito criativo, e, por outro, é um teatro de grupo, um tipo de teatro muito coletivizado, em que a função de direção costuma rodar entre alguns integrantes. Tudo é muito discutido. É um teatro, na medida do possível, pouco hierarquizado. reticênciasA Companhia [São Jorge de Variedades] é um grupo que, ao mesmo tempo que não tem fórmulas, tem algumas linhas de interessereticências Vai construindo a sua linguagem através dos espetáculos reticências. Uma questão muito forte na pesquisa [do grupo] é o espaço. A pesquisa do espaço é uma fórma de buscar novas maneiras de se relacionar com o público do teatro. Sair de uma relação estagnada, conhecida, e buscar uma relação mais viva.

Por exemplo, o primeiro trabalho que a gente fez foi em [um] palco italiano, aquele palco tradicional, geralmente elevado, frontal ao público. Já no segundo espetáculo partimos para uma peça itinerante pelos ambientes do teatro, inclusive [pelas] partes exteriores, a fachada, os fundos, e depois fomos fazer uma peça em um albergue para moradores de rua. Antes disso, fizemos uma peça em teatro de arena, que é uma relação diferente da frontal; o público está em 180graus, em volta. Então a Companhia é um grupo que está sempre investigando, sempre variando, sempre querendo algo diferente, sempre querendo se desafiar.

Entrevistador: Fale um pouco sobre essa característica de se apresentar na rua.

Alexandre Krug: O espaço público, pensando na história da Companhia, surge primeiramente como um desejo de romper com uma linguagem tradicional (relação frontal, palco italiano, relação da caixa fechada do teatro); vem de uma vontade de fazer algo mais vivo. Aos poucos, eu sinto que ele foi ganhando uma importância maior do que simplesmente variar, foi se tornando uma coisa essencial, um modo de realmente dialogar com a cidade que é muito mais intenso, muito mais vivo do que a sala fechada. reticências A obra em um espaço público é uma relação mais direta reticências com a cidade, com a paisagem, inclusive com as políticas públicas, arquitetônicas, urbanas. Está em diálogo com a cidade diretamente reticências.”

Entrevista concedida especialmente para esta Coleção, em fevereiro de 2015.

Respostas e comentários

Contextualização

Depois de ter lido com os estudantes a entrevista de um dos integrantes da Companhia São Jorge de Variedades, reflita com eles sobre a presença de expressões como: teatro de pesquisa, teatro de grupo, relações não hierarquizadas. Esses aspectos presentes nas práticas dessa companhia, no Teatro da Vertigem e na Companhia do Tijolo (que será apresentada a seguir), são característicos dos processos colaborativos. Isso porque, ao estabelecer um processo coletivo de criação do texto e da montagem teatral, os artistas precisam pesquisar histórias, situações, materiais de trabalho, espaços de apresentação e trocar ideias entre si, de modo que todo o grupo se veja contemplado no espetáculo.

Além disso, a entrevista apresenta outro aspecto interessante: o diálogo direto com a cidade, que vai gerando novos significados a cada apresentação, fazendo com que o processo de criação não termine nem depois da estreia.

Sugestão de atividade

Após ler a entrevista de Alexandre Krug, auxilie a turma a se organizar em grupos de cinco a sete estudantes.

Proponha-lhes a elaboração de uma intervenção artística teatral com base na questão:

Imagine que você faz parte de um grupo de teatro como a Companhia São Jorge de Variedades, que cria apresentações que têm como palco o espaço público e busca discutir assuntos que afetam todos os cidadãos. Quais questões sociais você acharia interessante abordar, tendo em vista os problemas observados em sua cidade? Que tipo de intervenção artística teatral você faria para propor uma discussão sobre esse problema?

Peça aos estudantes que listem as questões observadas em sua cidade e escolham um dos problemas para nortear a criação. Solicite que compartilhem ideias artísticas que possam evidenciar, criticar e/ou indicar soluções para o problema e elaborem a intervenção artística combinando as diversas linguagens: teatro, dança, música, poesia, vídeo etcétera

Oriente-os a escrever um pequeno texto sobre como deve ser a intervenção artística e a adicionar na apresentação imagens, desenhos, rascunhos e referências que exemplifiquem a proposta.

Organize com os estudantes a apresentação das propostas.

Oriente-os a registrar a proposta do grupo no diário de bordo.

Como avaliação, observe como as propostas são apresentadas e como cada grupo identificou o problema regional e propôs ações artísticas que possam evidenciar o problema, criticar ou apresentar soluções de fórma criativa.

Observe a participação de todos os integrantes, se eles estão envolvidos nas sugestões e na elaboração da proposta. Converse sobre as possibilidades de executá-las em um espaço público da região da a escola.

Estudo e pesquisa

As fórmas do trabalho colaborativo foram sendo investigadas por diferentes grupos, que criaram dinâmicas próprias de compartilhar as ideias, as sugestões e as funções artísticas em um processo teatral. A Companhia do Tijolo é um desses grupos; para eles, a dramaturgia também é escrita ao longo do processo, mas a fórma final do texto é decidida coletivamente, também com base nas improvisações, sugestões e, principalmente, na pesquisa de todos.

O nascimento da Companhia do Tijolo confunde-se com o surgimento de seu primeiro espetáculo, Concerto de Ispinho e Fulô, que trata da história e da obra do poeta Antônio Gonçalves da Silva (1909­-2002), conhecido como Patativa do Assaré. Foi no encontro entre artistas de diferentes experiências de vida e de teatro que a Companhia do Tijolo começou a construir sua identidade artística. Além desse espetáculo, o grupo produziu Cante lá que eu canto cá (2008), que também tem como referência a obra de Patativa do Assaré.

Além de Patativa do Assaré, outra personalidade que é referência para as produções da Companhia do Tijolo é o educador Paulo Freire (1921-1997).

Fotografia. Homem de cabelo cacheado preto, vestido com uma camisa branca com detalhes amarelos. Ele sorri com uma rosa vermelha na boca e segura na cabeça uma escultura de barro de um homem idoso de chapéu, de óculos e bengala.
O ator Rogério Tarifa em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, apresentado pela Companhia do Tijolo, em São Paulo (São Paulo), em 2015.

PARA LER

ASSARÉ, Patativa do. Ispinho e Fulô.

São Paulo: Hedra, 2005. (Coleção Literatura Popular). Lançado pela primeira vez em 1988, esse livro, cujo título foi a referência para o espetáculo abordado neste Tema, reúne poemas escritos por Patativa do Assaré.

Respostas e comentários

Contextualização

Após apresentar os princípios de trabalho da Companhia do Tijolo, que envolvem investigação e pesquisa rigorosas, retome com os estudantes a questão de abertura deste Tema. Será que a imagem que eles têm de uma sala de ensaio de um grupo de teatro permanece a mesma? Relembre com eles qual foi a imagem que construíram sobre a rotina de uma sala de ensaios de uma peça de teatro. Em seguida, peça que comparem essa ideia inicial com as referências estudadas até aqui. Então, incentive que estabeleçam relações e verifiquem as semelhanças e as diferenças entre os modos de trabalho mais “convencionais” e os processos de criação compartilhada.

Artista e obra

A obra de Patativa do Assaré

Patativa do Assaré nasceu no interior do estado do Ceará e, desde muito cedo, trabalhou na lavoura para ajudar a família. Embora tenha frequentado a escola por apenas seis meses, ele teve acesso à literatura por meio dos folhetos de cordel e dos versos entoados pelos cantadores sertanejos. Influenciado por essa literatura, em 1925, ele começou a compor seus primeiros versos musicados. Seu primeiro livro, Inspiração nordestina, foi publicado em 1956.

Fotografia. Homem idoso de chapéu preto, óculos de sol, vestido com camisa branca, acena para o fotógrafo.
Patativa do Assaré, em Assaré (Ceará), em 2000.

Os versos de Patativa destacam-se pelo ritmo e pela rima, compostos para conduzir o canto. Por essa razão, a característica mais importante de sua obra é a transmissão oral dos poemas acompanhados de música. Outra característica marcante de sua obra é o fato de, muitas vezes, ele não seguir algumas das normas urbanas de prestígio da língua portuguesa, revelando ao leitor o modo de falar do sertanejo.

Em suas produções, o escritor abordava temas relacionados ao cotidiano do sertanejo, como a dificuldade do plantio causada pelas longas secas, o abandono do sertão por parte do poder público, as injustiças sociais, a religiosidade e a migração para as grandes cidades. Sua obra, dessa maneira, pode ser entendida como uma denúncia dos problemas de sua terra.

No poema a seguir, Patativa do Assaré abordou a importância da reforma agrária, ou seja, da distribuição justa das terras.

Reforma agrária

“Pobre agregado, força de gigante,

Escuta amigo o que te digo agora,

Depois da treva vem a linda aurora

E a tua estrela surgirá brilhante.


Pensando em ti eu vivo a todo instante,

Minha alma triste desolada chora

Quando te vejo pelo mundo afora

Vagando incerto qual judeu errante.

Para saíres da fatal fadiga,

Do horrível jugo que cruel te obriga

A padecer situação precária


Lutai altivo, corajoso e esperto

Pois só verás o teu país liberto

Se conseguires a reforma agrária.”

ASSARÉ, Patativa do. Reforma agrária. In: Ispinho e Fulô. Fortaleza, 2001. página 199.

Faça no diário de bordo.

Experimentações

Em grupo e com a orientação do professor, criem uma improvisação teatral com base no poema “Reforma Agrária”, de Patativa do Assaré.

Procedimentos

  1. Compartilhem impressões e ideias sobre o poema e rascunhem as ideias em uma folha de papel à parte.
  2. Elaborem uma improvisação de até 3 minutos, em que parte do grupo narra o poema e outra parte representa com gestos, ações e situações as imagens propostas por ele.
  3. Apresentem aos colegas a improvisação e registrem-na em vídeo, fotografias ou relato escrito no diário de bordo.
    Ícone. Diário de bordo.
Respostas e comentários

Experimentações

Como aquecimento para a atividade, proponha aos estudantes a leitura compartilhada do poema “Reforma agrária”, de Patativa do Assaré. Em seguida, discuta com eles o tema desse poema. Se considerar adequado, solicite-lhes uma pesquisa sobre a questão da reforma agrária no Brasil e os problemas dos trabalhadores rurais sem-terra. Incentive-os a refletir sobre a função social da arte. Peça-lhes que releiam o poema de Patativa do Assaré e fiquem atentos às suas sensações ao ler o poema. Convide-os também a relembrar os trabalhos dos grupos teatrais estudados ao longo desta Unidade. Destaque o papel da experiência artística na ativação dos sentidos e na sensibilização dos espectadores por meio da poesia. Essa sensibilização é, na maioria das vezes, responsável por uma ampliação da visão de mundo de quem entra em contato com a arte. Se julgar oportuno, ao abordar essa seção, apresente aos estudantes algumas informações contidas no estudo “A poética popular e social de Patativa do Assaré”, nas Leituras complementares, nas páginas iniciais deste Manual.

Conduza a atividade, organizando a turma em grupos de seis a oito estudantes. Dê um tempo adequado para que elaborem a improvisação cênica. Ressalte que a improvisação deve conter a narrativa do poema e, também, ações, gestos, movimentos e situações cênicas que possam evidenciar as imagens, as situações e a trajetória do poema. Caso seja oportuno, incentive os estudantes a propor figurino, adereços e pequena cenografia ambiente para a improvisação. Os elementos estéticos podem ser sugestivos de ambiência e atmosferas, como tecidos, lanternas em um ambiente com baixa luz, folhas secas, objetos de áreas rurais etcétera, e não necessariamente a definição realista de um lugar. Assim como o poema desperta imagens e sensações, o improviso cênico pode refletir essa atmosfera. Os estudantes também podem utilizar sonoridades para compor o improviso.

Combine com eles o tempo de preparação e o dia da apresentação. Se possível, realize a atividade em dois dias, um para a preparação e outro para a apresentação e apreciação.

O processo avaliativo dessa atividade pode ser realizado em duas etapas. A primeira, observando o processo criativo desenvolvido pelos grupos: empenho na atividade, criatividade e disponibilidade de cada estudante. Depois, a avaliação pode observar o modo como cada grupo lê, reflete e fala sobre o trabalho do outro. Incentive os estudantes a ler de fórma atenta, cuidadosa e detalhada a cena dos colegas, buscando evidenciar o que o grupo tentou propor e o que foi possível ver e sentir na cena. Evite opiniões com juízo de valores como “gostei” ou “não gostei”, que possam simplificar a apreciação e afastar possíveis descobertas sobre as conquistas criativas de cada estudante e grupo.

Concerto de Ispinho e Fulô

A trilha musical do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô é composta de obras produzidas pelos integrantes do grupo e também por Luiz Gonzaga (1912-1989), importante referência da música nordestina. As canções são executadas ao vivo durante o espetáculo.

Fotografia. Homens tocam instrumentos, como zabumba e pandeiros, em um espetáculo. Eles vestem ternos coloridos ou camisas em tons de tons de amarelo, azul e branco.
Da esquerda para a direita, os atores Rogério Tarifa, Maurício Damasceno, Uilian Guedes e Aloísio Oliver em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, apresentado pela Companhia do Tijolo em São Paulo (São Paulo), em 2011.

Uma das canções que fazem parte da trilha do espetáculo é “Cheguei”, de ­Jonathan Silva, um dos integrantes da Companhia do Tijolo. Leia, a seguir, um trecho dessa canção e ouça o áudio “’Cheguei’, de Jonathan Silva, com a Companhia do Tijolo”.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Cheguei

“Cheguei, não reclame,

não diga que demorei. (duas×)

Cheguei agora,

todo aprumado,

óculos ray-ban, 

sapato preto engraxado.

A vosmecê,

peço que não tenha pressa,

vou contar uma história

que eu não sei como comece.


Teve um poeta,

que cantou a vida e a morte,

que falou do azar e a sorte,

de quem vive no sertão.

Esse poeta,

só usava chapéu preto,

não sabia ler direito.

Já falou do caldeirão?

Era uma vez,

homem, criança e mulher,

com trabalho e muita fé,

construíram uma cidade.

Plantaram o grão,

depois repartiram o pão,

era um imenso caldeirão,

cheio de felicidade.


Os poderosos,

ficaram incomodados

e um batalhão de soldados

invadiu a propriedade.

E, num instante,

lavoura, igreja e praça,

viraram pó e fumaça.

E acabou-se a cidade.

Falou do amor,

da alegria e da dor,

do ispinho e da fulô,

com inspiração e fé.

Peço licença

ao senhor e à senhora,

vou apresentar agora

Patativa do Assaré reticências

SILVA, Jonathan. Cheguei. In: Companhia DO TIJOLO. Concerto de Ispinho e Fulô. São Paulo: Companhia do Tijolo. Faixa 1.

Respostas e comentários

Contextualização

Comente com os estudantes que, para levar a história de Patativa do Assaré para os palcos, a Companhia do Tijolo não apenas leu os poemas e a biografia do poeta, mas viajou até Assaré, no estado do Ceará, para estudar o universo do artista. Algumas das cenas de Concerto de Ispinho e Fulô foram fruto de depoimentos dos próprios atores com base em pesquisas e estudos teóricos e de uma série de conversas com pessoas que viviam na cidade do Crato, na região cearense do Cariri, próximo à Chapada do Araripe, onde fica Assaré.

Explique que a peça narra a história de um grupo de atores que viaja até a região do Cariri para encontrar Patativa, mas nessa viagem acaba descobrindo não só a singeleza e contundência da obra desse poeta sertanejo, que foi pioneiro na luta pela reforma agrária, como também fatos que a história oficial não conta, como o massacre dos moradores do sítio Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

Nessa narrativa, evidencia-se o encontro entre o ritmo urbano e o imaginário de um sertão esquecido no tempo. Esse trabalho mostra o quanto a criação de uma peça teatral envolve muito mais do que decorar falas ou escolher as entradas e as saídas de cena. Uma montagem teatral exige o engajamento dos artistas que criam as histórias, as personagens, os cenários e os figurinos, mas que, para isso, estudam, viajam, leem e pesquisam muito.

O Cenário

Assim como a trilha musical, o figurino faz referência ao Nordeste. As rendas e os crochês bordados nas roupas, os chapéus e as botinas são exemplos dessa referência.

O cenário, composto de muitas citações ao universo de Patativa do Assaré, é construído e reconstruído pelos atores em cena, que a todo tempo assumem diferentes personagens para narrar a história. As peças que formam o mapa do Brasil no centro do palco, por exemplo, são sinos, como aqueles dependurados no pescoço do gado, uma menção aos boiadeiros nordestinos.

Observe as fotografias reproduzidas a seguir.

Fotografia. Grupo de atores em uma peça de teatro. O cenário e o figurino dos atores estão em tons rosados. Em primeiro plano, um ator ajoelhado em frente a uma banqueta e pequenos cones de madeira. Ao fundo, músicos tocam diversos instrumentos, como acordeão e tambor.
Atores da Companhia do Tijolo em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, em Arcoverde (Pernambuco), em 2012.
Fotografia. Atores encenando em um palco. Eles estão sentados no chão, rodeados por diversos objetos espalhados pelo palco, como tijolos e lamparinas. No centro, um homem de óculos escuro, vestido com uma camisa azul-escuro, está apoiando uma mesa no topo da cabeça, com um vaso de flor e uma chapéu em cima dela.
Os atores Dinho Lima Flor (no centro), Rodrigo Mercadante, Karen Menatti e Thais Pimpão em cena do espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô, em São Paulo (São Paulo), em 2015.
Respostas e comentários

Contextualização

Auxilie os estudantes na leitura das imagens desta página. Destaque as inúmeras referências sertanejas tanto na cenografia como nos figurinos, remetendo ao universo de Patativa do Assaré. Além disso, a própria atitude dos atores e o modo como lidam com os objetos fazem referência ao povo do sertão do Nordeste.

Pergunte aos estudantes se eles reconhecem a referência à lata d’água na cabeça de muitos sertanejos que, afetados pela seca e sem água encanada em suas casas, têm de caminhar longos trajetos para abastecer suas latas de água e, muitas vezes, as carregam em suas cabeças.

Faça no diário de bordo.

Pensar e fazer arte

Agora é a sua vez de experimentar a criação de uma cena a partir de uma dinâmica compartilhada. Em cada etapa do processo criativo, escreva relatos em seu diário de bordo. Adicione imagens, colagens e desenhos para complementar seu registro do processo.

Ícone. Diário de bordo.

Procedimentos

  1. Sob a orientação do professor, componha um grupo de cinco integrantes e estabeleçam um tema de interesse do grupo. Vocês podem escolher temas diretamente ligados à realidade de vocês, seja na escola, no bairro ou na cidade onde vivem.
  2. Definam um roteiro de perguntas e façam entrevistas com pessoas que possam ajudar a entender melhor o assunto que vocês querem abordar. Por exemplo: se escolheram um tema relacionado à escola, vocês podem entrevistar funcionários e estudantes. Se o tema se relacionar com o bairro onde moram, entrevistem moradores ou transeuntes.
  3. Depois de realizar as entrevistas, estabeleçam as funções no grupo. Um dos integrantes deve ser o dramaturgo, responsável por escrever o texto; outro será o responsável pelos cenários e pelos figurinos. Por fim, os outros três integrantes serão os atores.
  4. No dia estabelecido pelo professor, vocês deverão realizar duas improvisações com base no material pesquisado.
    • Improvisação 1: os atores devem apresentar suas personagens. Para isso, escolhem um momento de tomada de decisão dessa personagem. Por exemplo: um estudante que, cansado de sofrer bullying, resolve entrar na sala do diretor para protestar. Criem essas situações considerando os problemas ou as questões relatadas nas entrevistas.
    • Improvisação 2: os atores vão criar uma situação coletiva, estabelecer onde a cena se passa e um acontecimento que envolva todas as personagens apresentadas na cena anterior.
  5. Com base nas improvisações, o dramaturgo vai elaborar um roteiro/texto para ser apresentado aos colegas e, posteriormente, ensaiado. Esse roteiro pode contar apenas com uma sequência de ações ou pode já ter a sugestão de algumas falas para as personagens. Lembre-se de que a criação do texto tem como referência as cenas, e não apenas a transcrição do que foi improvisado.
  6. O cenógrafo e o figurinista também devem definir, com base nas improvisações, como será o cenário e o figurino da cena. Para isso, podem contar com a colaboração dos colegas.
  7. Quando o texto já tiver sido escrito, o grupo todo deverá ensaiar a cena elaborada pelo dramaturgo, fazendo modificações quando necessário.
  8. Na data estabelecida pelo professor, todos os grupos vão apresentar suas cenas.

Avaliação

Após a apresentação das cenas de todos os grupos, formem uma roda e conversem sobre as seguintes questões.

  1. Como foi apresentar a cena aos colegas de turma e como foi a experiência de ser espectador das cenas dos outros grupos?
  2. Comentem também com o professor e os colegas quais foram os desafios envolvidos em todo o processo.
Respostas e comentários

Pensar e fazer arte

Na primeira etapa, auxilie os estudantes a formar grupos e a escolher o tema de sua encenação, e oriente-os a elaborar o roteiro de entrevistas.

Acompanhe a elaboração das questões e incentive-os a fazer perguntas que abram espaço para relatos de vida. Auxilie os estudantes na definição das funções dentro do grupo.

Na segunda aula, deverão improvisar as cenas com base nas entrevistas já realizadas. Proponha aos estudantes a seguinte sequência de aquecimento para as improvisações:

  • Todos os estudantes caminham pela sala. A partir de determinado momento, devem parar um por vez até que todos parem. Caso dois ou mais estudantes parem ao mesmo tempo, oriente o reinício do jogo.
  • Depois que todos estiverem parados, começa a próxima etapa: um por vez inicia a sua caminhada até que todos estejam andando. Caso dois ou mais estudantes comecem a caminhar ao mesmo tempo, recomece o jogo.
  • Na terceira etapa, todos deverão parar ao mesmo tempo.
  • Por fim, na quarta etapa, apenas um estudante deve estar em movimento. Enquanto caminha, ele deve falar sobre os encontros e as histórias ouvidas dos entrevistados. A qualquer momento, outro estudante pode iniciar a caminhada e sua história. Sempre que isso acontecer, aquele que estava caminhando deve parar.
  • Após a realização das etapas de aquecimento, todos voltam a caminhar. Oriente-os a caminhar como as pessoas que entrevistaram e a experimentar os sons e as vozes dessa pessoa/personagem.

A terceira aula é o dia da apresentação do roteiro/texto. Incentive os estudantes a experimentar o roteiro em cena, realizando ensaios em que percebam quais passagens do texto precisam ser modificadas.

Oriente os estudantes que farão a cenografia e o figurino a observar atentamente as improvisações e a imaginar quais objetos, adereços e figurinos podem ajudar a mostrar melhor as personagens apresentadas. É importante que esses estudantes trabalhem em parceria com o dramaturgo, escolhendo cenários e figurinos que auxiliem na criação de uma história.

A quarta aula é o dia das apresentações. É importante que haja um intervalo de, ao menos, uma semana entre as aulas, para que os grupos tenham tempo de memorizar o texto, realizar ensaios extras e produzir cenários e figurinos.

Avaliação

Reflita com os estudantes sobre os desafios de trabalhar de fórma colaborativa e de escrever um texto em processo. Pode ser interessante discutir a pertinência das temáticas abordadas, bem como destacar a importância da pesquisa por meio de entrevistas para dar subsídios à criação cênica. Chame a atenção para a dinâmica de partilha de saberes e de propostas que se estabeleceu ao longo do processo de construção das cenas.

Faça no diário de bordo.

Autoavaliação

Ao longo do estudo desta Unidade, você aprendeu um pouco mais sobre a linguagem teatral.

Conheceu alguns espetáculos e o trabalho de alguns grupos teatrais, como o Teatro da Vertigem, o EmFoco, a Confraria de Teatro, o Quatroloscinco − Teatro do Comum, a Companhia do Quintal, o Antropofocus, a Companhia São Jorge de Variedades e a Companhia do Tijolo.

Além disso, você estabeleceu contato com os diferentes tipos de espaço utilizados pelos grupos teatrais nas encenações de seus espetáculos, como a semiarena, o palco italiano e os espaços não convencionais (como ruas, praças, hospitais, estações de metrô, entre outros).

Também aprendeu sobre as peças conviviais, sobre a improvisação e sobre o processo colaborativo de criação empregados por grupos de teatro e pôde vivenciar nas atividades práticas os jogos cênicos, improvisações, proposição de roteiro teatral e apresentações de cenas.

Agora, chegamos ao final desta Unidade. É importante que você reflita sobre o que aprendeu até agora e sobre o caminho percorrido até este momento. Para isso, responda no diário de bordo às questões a seguir.

Ícone. Diário de bordo.
  1. Cite um ou mais dos conteúdos apresentados nesta Unidade que o ajudaram a compreender a linguagem do teatro. Justifique.
  2. Mencione uma das atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte que mais o ajudaram a compreender a linguagem teatral. Justifique.
  3. Como foi sua vivência ao realizar as leituras, as análises de textos e o compartilhamento de informações com seus colegas?
  4. Como foi para você realizar as atividades das seções Experimentações e Pensar e fazer arte desta Unidade? Justifique sua resposta.
  5. O estudo desta Unidade modificou o modo como você aprecia o teatro? Cite exemplos.
  6. O que poderia ajudá-lo a aprofundar seus conhecimentos sobre teatro?
  7. O que achou das experiências de pesquisa? O que você aprendeu sobre a prática de pesquisar?
  8. Como você relaciona os aprendizados desta Unidade com o das anteriores?
  9. Como você relaciona as referências do livro com outras práticas artísticas e culturais que você conhece? Você fez conexões com outros repertórios ao longo da Unidade?
  10. Em relação ao convívio e colaboração com os colegas, como você avalia o seu desempenho e o desempenho do grupo?
Respostas e comentários

Autoavaliação

Antes de fazer a autoavaliação com os estudantes, retome as habilidades indicadas na abertura da Unidade e também os objetivos destacados no início de cada Tema para avaliar se o desenvolvimento esperado foi alcançado.

Leia o texto da seção com os estudantes, retomando todo o aprendizado da Unidade e parando em cada questão para que eles tenham tempo de refletir. Você pode optar por pedir a eles que escrevam as respostas ou que conversem sobre elas.

Aproveite para verificar, por meio das respostas dos estudantes, se a sua percepção é convergente com a deles, refletindo sobre a possibilidade de adaptar alguns pontos ou de retomá-los posteriormente.