UNIDADE 1  Um ambiente dinâmico

Relação de respeito com a natureza

Alguns representantes dos indígenas Runi Kuin (Kaxinauá) integram um coletivo de pesquisadores-artistas chamado de MAKU (Movimento dos Artistas Runí Cuím), cujas obras retratam a cultura e a história do povo Runí Cuím, além de sua relação de interdependência e respeito com a natureza e sua biodiversidade. A biodiversidade, definida como o conjunto de todos os seres vivos existentes no planeta Terra ou em uma região específica, também é tema de pesquisa de muitos cientistas. Um estudo recente coletou, em apenas duas semanas, cêrca de 38 mil insetos na Floresta Amazônica. dêsses, aproximadamente 90% são de espécies ainda não descritas pela ciência.

Pintura. Vários elementos coloridos próximos uns aos outros. À esquerda, um homem indígena com cocar e pinturas corporais; acima dele, uma serpente próxima a uma mulher, mais um indígena à direita. Ao centro, mamíferos, aves e plantas; à direita, uma aldeia com pequenas moradias e uma árvore onde há uma serpente enrolada.
A relação dos indígenas com o ambiente é retratada em obras de arte. Nessa pintura, é possível verificar essa conexão por meio da representação de indígenas e elementos da natureza, como plantas e animais. (. [Sem título]. . Caneta hidrográfica sobre papel, 29,7 centímetros por 42 centímetros.)
Respostas e comentários

Objetivos da Unidade

Caracterizar as diferentes camadas que estruturam o planeta.

Conhecer as características da Terra que permitem a existência de vida.

Ponderar sobre a importância da participação da sociedade na produção científica por meio da ciência cidadã.

Reconhecer os componentes vivos e não vivos dos ecossistemas e as relações que se estabelecem entre eles.

Comparar os seres vivos de acôrdo com o modo como obtêm alimentos.

Investigar as transformações causadas por seres decompositores em restos vegetais.

Compreender o que são os níveis tróficos em cadeias e teias alimentares.

Esquematizar as relações alimentares em um ecossistema.

Reconhecer a importância das Unidades de Conservação para a proteção dos seres vivos, por meio da reflexão sobre como o desmatamento afeta as teias alimentares.

Avaliar impacto da extinção de uma espécie no ecossistema, por meio da análise de uma teia alimentar.

Refletir sobre ações para a conservação de espécies do Cerrado brasileiro por meio da análise de uma situação-problema.

Elaborar argumentos para defender determinado ponto de vista relacionado a atividades turísticas com animais.

Demonstrar responsabilidade no que diz respeito ao turismo com animais.

Valorizar os conhecimentos indígenas para a conservação do ambiente.

Tema contemporâneo transversal (tê cê tê) em foco nesta Unidade

 Educação Ambiental: entender a relação dos seres vivos com o ambiente e a influência das atividades humanas nos ecossistemas.

Habilidade da Bê êne cê cê em foco nesta Unidade

 ê éfe zero seis cê ih um um: Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.

Ilustração. Ambiente com muitas plantas de diversas espécies e três fotografias circulares na parte superior. O céu é azul com nuvens. Ilustração A. Uma torre composta por retângulos brancos, amarelos, pretos e, no topo, uma antena. Ao lado, uma reta vertical indicando a altura e o número de espécimes coletados: 0 metro – 11.689; 8 metros – 7.220; 16 metros – 5.485; 24 metros – 9.154; 32 metros – 4.230. Fotografia B. Uma mosca. Inseto pequeno com pernas finas, asas e grandes olhos. Abaixo, ilustração do inseto, indicando seu comprimento: 3 milímetros. Fotografia C. Uma típula. Inseto de corpo alongado com longas pernas finas e asas laterais, pousada sobre uma folha verde. Ao lado, ilustração do inseto, indicando 1 centímetro de comprimento. Fotografia D. Uma mosca. Inseto de corpo escuro com asas laterais e olhos grandes. Ela está pousada em pequenas flores brancas. Abaixo, ilustração do inseto, indicando 1 centímetro de comprimento. No chão, ilustração de grama e trecho de terra.
(Imagem sem escala; cores-fantasia.) (A) Representação esquemática da torre de 53 metros de altura com armadilhas distribuídas ao longo de cinco andares para capturar os insetos na Floresta Amazônica. (Imagem sem escala; cores-fantasia.) (B) Mosca do gênero Drosophila; (C) típula da espécie Tipula lateralis; (D) mosca do gênero Archytas.

Fonte: Ilustração elaborada com base em ESCOBAR, H. Biodiversidade vertical: cientistas exploram mundo desconhecido de insetos na copa de árvores da Amazônia. Jornal da úspi, 8 fevereiro 2022. Disponível em: https://oeds.link/1k81dt. Acesso em: 9 maio 2022.

Começando a Unidade

  1. De que fórma a biodiversidade é retratada na obra de arte indígena? Descreva.
  2. No estudo citado, o objetivo das armadilhas distribuídas na tôrre correspondeu a uma importante etapa do método científico. Você consegue identificá-la?
  3. Os insetos são importantes para a manutenção da biodiversidade. Cite, pelo menos, uma função de um inseto que você conheça.
  4. Em casa, converse com seus familiares sobre as informações apresentadas nessa abertura e discutam sobre atitudes que colaboram para a proteção da biodiversidade. Registre as respostas para discutir com a turma.

Por que estudar esta Unidade?

Compreender a interação entre os seres vivos, os ambientes que ocupam e os efeitos da ação humana sobre as outras espécies contribui para que tomemos atitudes que colaborem com a conservação da biodiversidade, protegendo desde os pequenos insetos aos grandes mamíferos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Esta Unidade visa apresentar aos estudantes alguns aspectos e conceitos fundamentais de Ecologia. Entre os pré-requisitos da Unidade incluem-se a diferenciação entre seres vivos e componentes não vivos do ambiente, a ideia de que eles interagem e a noção de que os seres vivos se alimentam de diferentes fórmas.

Esta Unidade retoma conhecimentos prévios sobre as características da Terra e as relações entre os seres vivos, valorizando a aprendizagem prévia e retomando conceitos básicos necessários à compreensão dos demais conteúdos abordados neste ano. Esse conteúdo é fundamental para o desenvolvimento da consciência socioambiental nos estudantes, ao motivar um posicionamento ético em relação à conservação dos ecossistemas e incentivar a autonomia nas tomadas de decisão de fórma ética e sustentável. Inicie o estudo do tema explorando os textos e as imagens de abertura. Em seguida, aborde as questões do quadro Começando a Unidade.

Respostas – Começando a Unidade

1. Espera-se que os estudantes identifiquem que a biodiversidade é retratada por meio da representação de plantas e animais.

2. Espera-se que os estudantes consigam identificar que o objetivo das armadilhas distribuídas na tôrre é a coleta de dados.

3. Os estudantes podem citar que os insetos participam da polinização das flores e que servem de alimento a outros seres vivos como aves e anfíbios.

4. Resposta pessoal. Algumas atitudes que colaboram para a proteção da biodiversidade são: a conservação de florestas e de corpos de água como rios e mares, o fim da caça e da pesca predatórias, a extração sustentável de recursos naturais etcétera.

TEMA 1 A vida na Terra

A Terra reúne condições que permitiram o surgimento e a manutenção da vida.

A Terra

A estrutura externa da Terra pode ser dividida em três regiões: litosfera, hidrosfera e atmosfera. A litosfera é a camada externa do planeta. Ela é sólida, composta de rochas e solo. A hidrosfera é a camada de água da Terra. Ela é formada por oceanos, rios, lagos, lagoas, depósitos subterrâneos, geleiras e vapor de água. A atmosfera é a camada de gases que envolve o planeta. É constituída, principalmente, dos gases oxigênio e nitrogênio.

A biosfera

O conjunto formado por todos os seres vivos da Terra e pelos ambientes em que vivem corresponde à biosfera. Ela é composta de regiões habitadas por seres vivos da litosfera, da hidrosfera e da atmosfera.

Os seres vivos estão distribuídos por praticamente todo o planeta em ambientes quentes e frios, úmidos e secos, por exemplo. A maioria vive em uma faixa a poucos quilômetros do nível do mar. No entanto, alguns seres vivos podem ser encontrados em grandes altitudes ou profundidades.

Biosfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera interagem umas com as outras e promovem as condições climáticas da Terra.

Biosfera

Ilustração representando a biosfera, onde aparece oceano, solo e céu. Na parte inferior, com indicação de 10 quilômetros de profundidade, trecho representando oceano, com areia, água e poucos seres vivos. Logo acima, trecho de areia e oceano com mais animais marinhos: baleia, polvo, lula, peixes e a informação: 2 quilômetros de profundidade. Acima, trecho a nível do mar com areia, animais terrestres, vegetação e a superfície do mar: 0 (nível do mar). Nesse trecho há um morro, relevo acidentado. Acima, em 3 quilômetros de altitude, o céu com algumas nuvens. Entre 3 e10 quilômetros de altitude há algumas espécies de aves voando. Entre 2 quilômetros de profundidade e 3 quilômetros de altitude, há o intervalo da biosfera com a maior quantidade de seres vivos. Há um destaque em zoom partindo do solo em nível do mar indicando algumas espécies de microrganismos.
Representação esquemática em córte da biosfera indicando seus limites. Note a presença de animais, plantas e microrganismos (em destaque). (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de . e outros Biology. Nova iórque: mécgró ríl, 2020.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Explore as definições de litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera apresentadas no livro do estudante, mobilizando a habilidade ê éfe zero seis cê ih um um da Bê êne cê cê. Se julgar conveniente, leve exemplos de solo e rocha para a sala de aula para ajudá-los a compreender a definição de litosfera. Neste momento, não é necessário que os estudantes conheçam em detalhes as definições de solo e rocha. Esses conceitos são explorados na Unidade 4 dêste volume. É possível que os estudantes associem o termo rocha a pedra e solo a terra. Com base nestas associações, reforce que estes materiais estão relacionados e que diferem, entre outras características, no nível de agregação de suas partículas. Ao abordar a hidrosfera, mencione que a água pode ser encontrada também no solo, nas nuvens e nos seres vivos.

Reforce a ideia de que biosfera, litosfera, hidrosfera e atmosfera interagem umas com as outras e dê um exemplo dessa conexão, envolvendo a hidrosfera e a atmosfera: explique que os oceanos são os principais responsáveis pelo vapor de água presente na atmosfera, que, por sua vez, distribui chuvas para diferentes regiões do planeta Terra. Se necessário, para essa explicação, retome brevemente o ciclo hidrológico, mencionando as etapas de: evaporação/transpiração, condensação e precipitação. O ciclo hidrológico é o conteúdo abordado na Unidade 3 dêste volume.

Inicie a discussão sobre a biosfera questionando os estudantes sobre quais são os ambientes do planeta Terra ocupados por seres vivos que eles conhecem. Provavelmente, eles compartilharão informações apenas sobre seres vivos pluricelulares e macroscópicos. Depois, relembre a turma sobre a existência dos microrganismos e esclareça que esses seres vivos, invisíveis a ôlho nu, têm sua distribuição muito mais ampla do que os organismos pluricelulares e macroscópicos. Comente que esses seres vivos podem ser encontrados em lugares do planeta cujas condições são pouco propícias à vida, como nos desertos e nos polos da Terra. Se julgar conveniente, cite outros exemplos de locais onde podem ser encontrados, como na matéria orgânica em decomposição, dentro de outros seres vivos (como na microbiota intestinal), na camada superior dos solos, nos ambientes aquáticos (fazendo parte do fitoplâncton) e em ambientes extremos – como lagoas salinas, fontes hidrotermais e lagos subterrâneos da Antártida.

Explore com os estudantes a ilustração “Biosfera”. Oriente-os a identificar as três dimensões da imagem (altura, largura e comprimento), prestando especial atenção à dimensão altura. Com a turma, identifique os seres vivos que habitam partes da hidrosfera (oceano), da litosfera (areia e montanhas) e da atmosfera (ar), evidenciando que esse conjunto, formado pelos seres vivos e os ambientes em que vivem, corresponde à biosfera.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

MENDONÇA, R. Educação ambiental vivencial. In: FERRARO JÚNIOR, Luiz Antonio. Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e coletivos educadores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007. volume 2.

Defende-se no artigo um processo educativo menos abstrato e mais interacional na abordagem dos problemas e soluções relativos ao ambiente.

Disponível em: https://oeds.link/kxH8qL. Acesso em: 30 maio 2022.

Saiba mais!

ANIMAIS NOS LIMITES DA BIOSFERA

O ganso-de-cabeça-listrada (Anser indicus) voa a altitudes muito elevadas. Ele vive na Ásia e sobrevoa as montanhas da cordilheira do Himalaia, e, quando está migrando, a altitude de seu voo pode atingir mais de 8 quilômetros acima do nível do mar. Nessa altitude, há menos gás oxigênio que no nível do mar (dizemos que o ar é rarefeito). Esse animal apresenta modificações corporais que lhe permite aproveitar o gás oxigênio disponível.

O peixe-caracol (Pseudoliparis suirei) vive em uma profundidade de cêrca de 8 quilômetros. Nessa profundidade, a pressão atmosférica é muito grande, mas o corpo dêsse animal é bastante diferente dos demais peixes, o que lhe permite sobreviver nessas condições.

Fotografia de um ganso voando. Ave com corpo claro e algumas manchas escuras. Possui longas asas laterais e bico alaranjado. Abaixo, pequena ilustração da ave, indicando 70 centímetros de envergadura.
Ganso-de-cabeça-listrada (Anser indicus) voa a altitudes próximas ao limite superior da biosfera.
Fotografia de um peixe-caracol. Ele possui cauda alongada, pequenas nadadeiras laterais, corpo claro em tons avermelhados e azulados. Abaixo, pequena ilustração do peixe, indicando 15 centímetros de comprimento.
Peixe-caracol (Pseudoliparis suirei) vive próximo ao limite inferior da biosfera.

As condições para a vida na Terra

Entre todos os planetas já conhecidos e estudados, a Terra é o único que abriga seres vivos. Você já parou para pensar por que é possível a existência da vida no planeta Terra?

A Terra reúne condições adequadas para abrigar grande biodiversidade, diferente de outros planetas do Sistema Solar. Acompanhe a seguir.

Comparação entre as condições de planetas do Sistema Solar

Terra

Outros planetas do Sistema Solar

Atmosfera

A atmosfera contém gás oxigênio, que é essencial para vários seres vivos, e gás carbônico, principal gás envolvido na produção de alimento pelas plantas e na manutenção da temperatura do planeta. Além disso, a camada de ozônio, existente na atmosfera, protege os seres vivos ao absorver parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

Os demais planetas do Sistema Solar apresentam atmosfera, que varia em espessura e na composição de gases, algumas das quais contêm gases nocivos aos seres vivos do planeta Terra.

Temperatura

A temperatura média de sua superfície é de aproximadamente 15 ºC.

Muitos apresentam variação de temperatura bastante significativa. Em Mercúrio, por exemplo, a temperatura chega a mais de 400 ºC durante o dia, caindo para menos de –170 ºC à noite.

Água líquida

Possui quantidade abundante de água em estado líquido. A vida, tal como a conhecemos, depende de um meio líquido que possibilite as interações químicas.
A água é considerada essencial para o surgimento e a manutenção da vida na Terra.

Com base em dados obtidos por sondas espaciais, pesquisadores encontraram indícios de água em estado líquido em reservatórios subterrâneos em Marte. Essa evidência ainda é objeto de estudo.
Não foi detectada água em estado líquido em outros planetas do Sistema Solar.

Fonte: Náza ScienceSolar system exploration. Disponível em: https://oeds.link/cPLZ6X. Acesso em: 23 maio 2022.

De ôlho no tema

Cite as características da Terra que propiciam condições para a existência da vida.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Explore os exemplos do quadro Saiba mais! para complementar a discussão iniciada na análise da ilustração “Biosfera”.

Ao trabalhar as características da Terra que possibilitam a presença de vida tal como a conhecemos, ressalte a presença de água líquida. Esclareça aos estudantes que a Terra se encontra na zona habitável em relação ao Sol, o que significa que ela está a uma distância nem muito próxima, que ocasionaria a evaporação da água superficial, nem muito longe do Sol, que faria a água superficial congelar.

A temperatura da Terra, outro aspecto relevante para a presença de vida, também está associada à distância do planeta em relação ao Sol, bem como à composição de gases da atmosfera como o vapor de água e o gás carbônico, que são capazes de absorver e devolver para a superfície a radiação infravermelha, atenuando a perda de calor da Terra para o espaço, mantendo a temperatura média do planeta constante, em tôrno de 15 graus Célsius.

Satélites são utilizados para fazer medições de temperatura da superfície terrestre; além deles, essas medições são obtidas por meio de estações meteorológicas espalhadas por todo o mundo. Aproveite para exemplificar o conceito de média, dê como exemplo dois recipientes iguais (de mesmo volume) cheios de água, em um deles a temperatura da água é de 50 grauscélsius e no outro 100 grauscélsius. A temperatura média da água dêsses recipientes é de 75 grauscélsius. Mostre à turma como esse valor foi encontrado: primeiramente, somam-se os dois valores (50 + 100 = 150) e, depois, divide-se o valor encontrado pela quantidade de valores (

150 dividido por 2 igual 75

).

Comente com os estudantes que a atmosfera terrestre passou por várias modificações desde seu surgimento. O gás oxigênio, fundamental para a maioria dos seres vivos atuais, não existia no início da formação da atmosfera do planeta. Apesar de os primeiros seres fotossintetizantes terem aparecido há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, o gás oxigênio não estava presente na atmosfera até 2,4 bilhões de anos atrás. Foi apenas há 650 milhões de anos que sua presença na atmosfera alcançou os 21% atuais.

Resposta – De ôlho no tema

As características da Terra que propiciam condições para a existência da vida são: atmosfera rica em gases como o gás oxigênio (essencial para os seres vivos), o gás carbônico (principal gás envolvido na produção de alimento pelas plantas e na manutenção da temperatura do planeta) e a camada de ozônio (que absorve parte dos raios ultravioleta e protege os seres vivos), a temperatura média em tôrno de 15 grauscélsius e a presença abundante de água em estado líquido.

TEMA 2 O ecossistema

Componentes vivos e não vivos fazem parte dos ecossistemas.

Um ecossistema é o conjunto formado pelos componentes vivos e pelos não vivos de um ambiente, que interagem entre si.

Diferentes tipos de ambiente, como uma floresta, um oceano e uma caverna, são chamados de ecossistemas. Cada ecossistema possui características próprias e se diferencia quanto aos elementos que o compõem.

Componentes dos ecossistemas

Os componentes vivos constituintes dos ecossistemas são os seres vivos, e os componentes não vivos, também chamados de fatores físico-químicos, são elementos como as rochas, a parte mineral do solo, a água, o ar e a luz.

Componentes de um ecossistema

Ilustração. À esquerda, ambiente com muita vegetação e água. Há uma onça-pintada em cima de um tronco de árvore; uma ave sobrevoando no céu; um quati, animal marrom, quadrúpede com cauda listrada, em cima de uma pedra; sobre uma folha verde, há um inseto de pernas pretas e corpo vermelho; abaixo, algumas formigas em um galho de árvore. Ao fundo, o sol brilhando no céu azul e algumas nuvens escuras. À direita, um quadro indica os componentes vivos: árvore, ave, onça-pintada, plantas, insetos, quati; abaixo, quadro indica os componentes não vivos: ar, luz solar, água, parte mineral do solo e rochas.
Representação esquemática de um ecossistema mostrando em detalhes os componentes vivos e os não vivos. (Imagem sem escala; cores-fantasia. A situação não é real.)

Saiba mais!

ECOLOGIA

Ciência que estuda as interações dos seres vivos entre si e dêstes com os componentes não vivos do ambiente. A palavra “ecologia” vem do grego óicos, que significa casa, e lôgos, que significa estudo; corresponde, portanto, ao estudo do lugar onde se vive.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Converse sobre acontecimentos e experiências do dia a dia dos estudantes que se relacionam com os conceitos de ecossistema e seus componentes. Por exemplo, falar sobre um rio ou córrego poluído no bairro onde vivem pode ajudar a introduzir e conectar os conceitos.

Comente que o conceito de ecossistema surgiu há cêrca de 100 anos, reforçando a ideia de integração e interdependência entre os seres vivos e o ambiente. Ressalte que os ecossistemas apresentam limites arbitrários e variadas escalas; podem, por exemplo, ter a dimensão de uma gota de água ou abranger toda a biosfera. Os limites de um ecossistema são estabelecidos em função da perspectiva de estudo, considerando as interações entre os componentes em uma determinada área que se deseja analisar.

Tendo em vista a inter-relação estabelecida entre os componentes vivos e os não vivos, converse com os estudantes sobre os desequilíbrios ecológicos. Comente que, para a modificação de um ecossistema, basta alterar um de seus componentes (vivos ou não vivos) para reconfigurá-lo. Ilustre esse aspecto por meio de exemplos de extinção e/ou introdução de espécies.

As relações entre seres vivos

As interações entre seres vivos acontecem tanto entre indivíduos de uma mesma espécie como entre seres vivos de espécies diferentes.

Vamos analisar as relações entre os indivíduos do cuxiú-preto (Kiropotes satanas), um primata que vive nas florestas do Pará e do Maranhão, e sua interação com espécies diferentes.

  • Vive em bandos de cêrca de 30 indivíduos da espécie, que chegam a se deslocar vários quilômetros por dia pelas copas das árvores.
  • Alimenta-se de flores, frutos, sementes, brotos, insetos e aranhas.
  • Ao se alimentar de frutos, pode espalhar as sementes para outras regiões por meio de suas fezes, atuando na dispersão das plantas.
  • Por se deslocar com agilidade e rapidez, consegue fugir mais facilmente de predadores como serpentes, onças e gaviões.
Fotografia de um cuxiú-preto. Animal primata com pelagem preta, longa cauda, pernas semelhantes a braços e pernas humanos. Ele está sobre um galho de árvore. Abaixo, pequena ilustração do animal, indicando 80 centímetros de comprimento.
O cuxiú-preto (Kiropotes satanas) é um dos primatas brasileiros mais ameaçados de extinção. Além de ter seu hábitat diminuído por causa do desmatamento, esse animal é caçado para obtenção de carne.

Os seres vivos e os componentes não vivos

Os seres vivos se relacionam com os componentes não vivos do ambiente. Um exemplo dessa interação são as tocas cavadas no solo pelo tatu-canastra (Priodontes maximus). De ocorrência principalmente no Cerrado, esse animal passa parte do tempo em tocas, que também são utilizadas por outros animais como refúgio, área de alimentação ou de descanso.

A quantidade e a disponibilidade dos recursos físico-químicos podem influenciar os seres vivos. A água, por exemplo, é um recurso vital para todos os seres vivos; a escassez e/ou o excesso dela podem prejudicá-los.

Os seres vivos, por sua vez, também podem interferir nos fatores físico-químicos do ecossistema. Por exemplo, as plantas podem diminuir a passagem da luz solar, alterando a luminosidade e a temperatura no nível do solo.

Os locais de um ecossistema em que um ser vivo vive e pode ser encontrado são o seu hábitat. Nesse local, ele se alimenta, se reproduz e se abriga.

Fotografia de um tatu-canastra. O animal possui uma carapaça, longo focinho e está em um buraco com terra ao redor.  Ao lado, pequena ilustração do animal, indicando 1,4 metro de comprimento
O tatu-canastra (Priodontes maximus) tem uma longa garra no terceiro dedo, utilizada na escavação de tocas e na procura de alimentos.

De ôlho no tema

Imagine que você fosse estudar um lago. O que você pesquisaria para conhecer esse ecossistema? Justifique suas escolhas.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Em relação à extinção, você pode destacar o exemplo do cuxiú-preto, abordado no livro do estudante. Quanto à introdução de espécies, é possível comentar sobre o peixe-leão. Essa espécie é natural da Ásia, mas foi introduzida no litoral brasileiro, onde coloca em risco ecossistemas marinhos por não possuir predadores naturais. Esse animal pode comer animais invertebrados e outros animais vertebrados, além disso a sua capacidade de reprodução é muito rápida, o que faz com que ele avance rapidamente para outros locais.

Espera-se que os estudantes percebam que os seres vivos têm múltiplas relações com o hábitat, e que cada indivíduo estabelece um conjunto particular de relações com o ambiente em que vive, o que lhe permite realizar as atividades necessárias à sua sobrevivência, como a alimentação e a reprodução. Portanto, o hábitat de um ser vivo não é simplesmente o espaço físico no qual ele se encontra, mas engloba o conjunto de relações que ele estabelece com o ambiente.

Ao longo do estudo dos conteúdos específicos de Ciências, trabalhe os aspectos da natureza da ciência, como a multidisciplinaridade na construção do conhecimento científico. Explique que compreender o funcionamento dos ecossistemas, objeto de estudo da Ecologia, requer o trabalho de diversos cientistas. Entre eles estão biólogos (que estudam a vida), geólogos (que estudam rochas e solos), químicos (que estudam as substâncias) e físicos (que estudam a energia e outras interações entre os elementos do ecossistema). Acrescente que, quando cientistas com diferentes especialidades trabalham juntos, uns complementam os saberes dos outros. Isso permite, por exemplo, ter o conhecimento mais amplo de um ecossistema.

Juntamente com os professores de Física e Química, planeje realizar uma conversa com a turma para ressaltar que outras áreas da ciência também são multidisciplinares e envolvem diversos especialistas de outras áreas. Citem profissionais como engenheiros, farmacêuticos, profissionais de tecnologia etcétera. Mencione como exemplo a Biotecnologia, que pode reunir conhecimentos de todos esses profissionais.

Resposta – De ôlho no tema

Para conhecer esse ecossistema, a pesquisa pode envolver os componentes vivos constituintes dele, que são os seres vivos, como plantas e animais, e os componentes não vivos, como a água, o ar, a luz, as rochas e a parte mineral do solo. Diante disso, a pesquisa pode compreender as relações dos seres vivos entre si e com os componentes não vivos.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 E 2

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Faça uma tabela caracterizando as divisões da estrutura externa da Terra.
  2. Leia as afirmações, identificando as que estão incorretas. Em seguida, reescreva-as, corrigindo-as e justificando como tal característica propicia condições para a existência da vida na Terra.
    1. A atmosfera da Terra é rica em gás ozônio, que é o principal gás envolvido na produção de alimento pelas plantas.
    2. Na atmosfera da Terra existe a camada de gás oxigênio, que absorve parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
    3. A temperatura média da superfície da Terra é de aproximadamente 15 grauscélsius.
    4. O planeta Terra possui água em estado líquido somente em reservatórios subterrâneos.
  3. Que características de uma caverna fazem com que ela possa ser considerada um ecossistema?

ANALISAR

  1. Leia algumas informações sobre as bromélias.
    • Podem crescer sobre outras plantas, na superfície de rochas ou no solo.
    • A maioria vive em ambientes quentes e úmidos.
    • O néctar da flor pode alimentar beija-flores, morcegos e insetos, que acabam transportando grãos de pólen em seus corpos.
    • Algumas armazenam água no centro de suas folhas, servindo de hábitat para animais, como pequenos anfíbios.

Com base nessas informações, organize:

Fotografia de uma bromélia com floração. A inflorescência  é comprida com estruturas pontudas em cor rosada. No centro, algumas estruturas verdes. Ao fundo, vegetação. Abaixo, ilustração da planta, indicando 38 centímetros de altura.
Bromélia da espécie Ueraurria ororiensis.
  1. uma lista dos componentes vivos citados com os quais as bromélias se relacionam;
  2. uma lista dos componentes não vivos citados com os quais as bromélias se relacionam.

5. Leia o texto e responda.

O bôto-côr-de-rosa (ínia geofrênsis) é um mamífero encontrado em alguns rios da Amazônia. Esse animal corre risco de extinção, pois sua população foi drasticamente reduzida devido ao uso de sua carne como isca na pesca da piracatinga. Atualmente, a principal ameaça a essa espécie é a captura acidental na pesca, ou seja, os botos-côr-de-rosa ficam presos em redes de pesca utilizadas para capturar outras espécies. A construção de represas e a contaminação por mercúrio, usado na extração de ouro nos garimpos, são outras ameaças a essa espécie.

Fotografia de um boto-cor-de-rosa. Animal aquático, um tipo de golfinho que possui uma estrutura alongada para a frente, que se assemelha a um focinho e corpo rosado. Ele está em meio a água. Acima, pequena ilustração do animal, indicando 2,5 metros de comprimento.
bôto-côr-de-rosa (ínia geofrênsis).
  1. Qual é o hábitat do bôto-côr-de-rosa?
  2. Como a destruição do hábitat do bôto-côr-de-rosa por atividades humanas ameaça a população dêsses animais?

COMPARTILHAR

  1. A divulgação científica é essencial para que as descobertas da Ciência se tornem acessíveis para todos. É feita, principalmente, por cientistas e jornalistas, por meio de artigos de revistas e de jornais, livros, vídeos, blogs, sites, exposições etcétera.
    1. Selecionem fontes, como jornais e sites, que fazem divulgação científica. Leiam alguns materiais de divulgação científica e se atentem à sua estrutura. A linguagem utilizada nesses textos é parecida com a utilizada neste livro didático? Aponte, ao menos, uma semelhança e uma diferença.
    2. Com base na análise dos materiais selecionados, produzam um material de divulgação científica abordando uma das temáticas estudadas até aqui. Para o planejamento dêsse material, lembrem-se de definir: a informação a ser divulgada, o público-alvo e o meio de divulgação.
Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. Espera-se que os estudantes elaborem uma tabela relacionando cada camada da Terra com as respectivas características. Litosfera: camada externa, sólida, composta de rochas e solo. Hidrosfera: camada de água, formada por oceanos, rios, lagos, lagoas, depósitos subterrâneos, geleiras e vapor de água. Atmosfera: camada de gases, constituída, principalmente, dos gases oxigênio e nitrogênio.

2. a) Incorreta. Os estudantes podem citar o gás oxigênio, o gás carbônico ou ambos: A atmosfera da Terra é rica em gás oxigênio, que é essencial para vários seres vivos. A atmosfera da Terra é rica em gás carbônico, que é o principal gás envolvido na produção de alimento pelas plantas e na manutenção da temperatura do planeta.

b) Incorreta. Na atmosfera da Terra existe a camada de ozônio, que protege os seres vivos ao absorver parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.

c) Correta.

d) Incorreta. O planeta Terra possui quantidade abundante de água em estado líquido, nos oceanos, em rios, lagos e lagoas, além dos reservatórios subterrâneos.

3. Uma caverna é um ecossistema porque possui componentes não vivos, como a água, as rochas e o ar, e componentes vivos, como morcegos, insetos, aranhas e microrganismos que interagem entre si e com os componentes não vivos.

4. a) Plantas, beija-flores, morcegos, insetos e anfíbios. b) Rochas, solo e água.

5. a) Rios. b) A destruição do hábitat do bôto-côr-de-rosa por atividades humanas ameaça a população dêsses animais ao colocar em risco a alimentação, a reprodução e o abrigo deles. A contaminação dos rios por mercúrio (usado na extração de ouro nos garimpos), por exemplo, pode ser fatal para os peixes, que servem de alimento aos botos, diminuindo esse recurso para a população dêsses animais e afetando-a diretamente. A construção de represas, outra atividade humana que ameaça o hábitat do bôto-côr-de-rosa, impede a movimentação dêsses animais ao longo do rio, isolando-os em pequenas populações, que podem ser extintas ao longo do tempo.

6. a) É possível que os estudantes percebam que tanto os textos de divulgação científica como os textos de livro didático apresentam linguagem objetiva e impessoal. Ambos os textos procuram adequar a linguagem ao nível de conhecimento do leitor. Uma diferença que pode ser apontada é a ausência de atividades nos textos de divulgação científica.

b) Observe se os estudantes organizam as informações do material de fórma que sejam de fácil compreensão para o público que eles pretendem abordar, a utilização de diferentes recursos pode facilitar a transmissão dessas informações.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

Ciência cidadã: sociedade e cientistas em prol da pesquisa

Você já imaginou uma fórma de contribuir para a ciência mesmo não sendo cientista? Com o movimento da ciência cidadã, isso é possível. A ciência cidadã permite aproximar a população da produção científica, buscando promover a participação da sociedade na produção de estudos, principalmente nos levantamentos de dados. Além disso, a ideia ainda minimiza alguns gastos dentro de projetos, pois conta com o auxílio voluntário de cidadãos interessados em fazer ciência.

reticências

Existem, no Brasil, plataformas de cooperação de coleta e análise de dados entre cientistas e a sociedade, como a Plataforma Urubu Mobile. Desenvolvido por estudantes da Universidade Federal de Lavras, o aplicativo permite ao usuário registrar animais que foram vistos nas rodovias do país. Seu principal objetivo é evitar atropelamentos de animais silvestres nas estradas, mapeando de acôrdo com o registro feito pelas pessoas, as áreas com maior incidência de passagem de animais nas pistas. reticências

Fonte: PERIÓDICOS DE MINAS. Disponível em: https://oeds.link/j8NDWU. Acesso em: 9 maio 2022.

Ciência cidadã no monitoramento de praias

O CostiSnép é um projeto de ciência cidadã para o monitoramento de praias. Com um suporte fixo para apôio do celular, as fotos são tiradas do mesmo local e devem ser compartilhadas nas redes sociais. Os cientistas, então, têm acesso a esses dados e analisam as informações, acompanhando alterações nesse ecossistema, como erosões, mudanças na vegetação, poluição na faixa de areia e no mar etcétera.

Fotografia que mostra um homem branco, calvo com camiseta e bermuda pretas, em pé. Ele está de costas, com a mão próxima a um aparelho eletrônico que está apoiado em uma estrutura de madeira, que segura uma placa com a informação: Coastsnap. Ao fundo, praia com trecho de areia e algumas pessoas. Atrás, morros.
Na fotografia, estação CostiSnép em Niterói (Rio de Janeiro), em 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. O que é a ciência cidadã? Explique com as suas palavras.
  2. Os argumentos podem ser entendidos como um conjunto de afirmações ordenadas que demonstram o raciocínio de uma pessoa. A estrutura de um argumento que é bastante aplicada em comunicações científicas apresenta os seguintes elementos mínimos:
    • Conclusão: consiste no que se está defendendo; 
    • Dados: são as informações obtidas (por observação ou resultado de experimentos, por exemplo) que tornariam a conclusão válida;
    • Justificativa: é o que faz a conexão entre os dados e a conclusão.

Em relação a Plataforma Urubu Mobile, o texto informa que seu “objetivo é evitar atropelamentos de animais silvestres nas estradas”. Ou seja, a conclusão esperada é que a plataforma, quando alimentada por dados, vai diminuir a quantidade de atropelamentos. Em função disso, responda: 

  1. Quais são os dados que vão alimentar a plataforma? Como eles serão obtidos? 
  2. Por que (justificativa) acredita-se que esses dados vão ajudar a evitar atropelamentos, colaborando para a preservação dos animais silvestres? 

3. A ciência cidadã é uma importante aliada para a produção científica, além de colaborar para a conservação ambiental. Em relação ao projeto CoastSnap, responda:

Como esse projeto contribui para a conservação de ecossistemas marinhos e de praias?

4. Analisando a proposta da Plataforma Urubu Mobile e do projeto CoastSnap, você consegue perceber a função da ciência para a elaboração de políticas públicas? Explique.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

O texto da seção Pensar Ciência possibilita aos estudantes tomar consciência de que todos os cidadãos podem participar do processo de produção científica por meio do movimento da ciência cidadã, favorecendo o desenvolvimento da competência específica 1 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista pela Bê êne cê cê.

Destaque que a Plataforma Urubu Mobile foi desenvolvida (e acontece) no Brasil, e o projeto CoastSnap ocorre em vários países do mundo, incluindo o Brasil (nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Ceará), de modo que os estudantes percebam que o movimento da ciência cidadã é uma realidade em nosso país.

A atividade 2 aborda estratégias para o trabalho com a argumentação, favorecendo o desenvolvimento da competência geral 7 da Educação Básica, prevista pela Bê êne cê cê. Ao longo dêsse volume, os estudantes vão construir argumentos com base na estrutura apresentada nessa atividade, que compreende os elementos conclusão, dados e justificativa.

Respostas – Pensar Ciência

1. Espera-se que os estudantes concluam que a ciência cidadã refere-se à participação da sociedade na produção científica.

2. a) É esperado que os estudantes indiquem que os dados são os registros de animais que foram avistados pelo país, que serão feitos pelos usuários das rodovias.

b) A justificativa é a de que, mapeando as áreas com maior incidência de passagem de animais nas pistas, medidas podem ser tomadas para que os atropelamentos sejam evitados.

3. O levantamento e a análise de dados sobre as praias permitem acompanhar alterações ambientais tanto na faixa de areia como em parte do mar, viabilizando a execução de ações para a conservação dêsses ecossistemas.

4. Espera-se que os estudantes percebam que, a partir do levantamento e da análise de dados, a ciência fornece informações de qualidade que servem para orientar ações e programas realizados por governantes.

Sugestão de recurso complementar

Site

Fundação osvaldo Cruz – Campus virtual

A página traz uma aula sobre a ciência cidadã, apresentando definição, princípio e projetos de ciência cidadã no Brasil.

Disponível em: https://oeds.link/mclQlS. Acesso em: 30 maio 2022.

TEMA 3 Obtenção de alimentos

Dependendo do modo como obtêm alimentos, os seres vivos são classificados em produtores, consumidores e decompositores.

Todos os seres vivos precisam de alimento, pois eles são sua fonte de energia e de materiais para sobreviver, se desenvolver e se reproduzir.

Para se alimentar, alguns seres vivos estabelecem relações com os componentes não vivos do ambiente a fim de produzir o próprio alimento; outros estabelecem relações entre si, alimentando-se de outros organismos.

Os produtores

Os seres vivos que produzem o próprio alimento são chamados produtores. Eles incluem as plantas, predominantes nos ambientes terrestres, as algas e certas bactérias, encontradas principalmente em ambientes aquáticos.

A maioria dos produtores faz fotossíntese. Nesse processo, os seres vivos utilizam água, gás carbônico e energia luminosa do Sol para a produção de açúcares utilizados como alimento.

Fotografia A. Várias cianobactérias em cor esverdeada, com corpo fino, alongado e segmentado, vistas ao microscópio.Fotografia B. Área com várias araucárias, árvores altas com galhos alongados nas laterais e folhas. Abaixo, ilustração da árvore, indicando 35 metros de altura. Fotografia C. Algas amareladas em meio ao mar. Acima, céu azul com nuvens brancas. Na parte superior, ilustração de alga, indicando 50 centímetros de altura.
Exemplos de organismos produtores em diferentes ecossistemas: (A) Cianobactérias do gênero Nostoc, que habitam o solo e rochas úmidas. (Imagem obtida com microscópio óptico e ampliada cêrca de trezentas e sessenta vezes.) (B) Árvores da espécie Araucaria angustifolia. (C) Algas do gênero Sargassum em ambiente marinho.

Os consumidores

Os seres vivos consumidores são aqueles que se alimentam de outros organismos ou de partes deles, como folhas, frutos, sementes e ovos. Todos os animais, inclusive o ser humano, são consumidores.

Fotografia de uma anta. Animal quadrúpede, com pelos curtos e escuros e longo focinho. Ela está em uma área com grama, se alimentando. Ao lado, pequena ilustração do animal, indicando 2 metros de comprimento.
A anta (Tapirus terrestris) é um consumidor herbívoro, pois se alimenta apenas de produtores.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Relembre os estudantes de que os alimentos são constituídos de nutrientes. Alguns deles, como os glicídios e os lipídios, são utilizados pelo metabolismo celular para a obtenção de energia.

Explique que algumas bactérias são capazes de produzir o próprio alimento, independentemente da presença de luz.

Comente a importância da luz do Sol para a maioria dos seres vivos. Os seres fotossintetizantes são capazes de produzir o próprio alimento utilizando a luz solar. Dessa fórma, já se inicia a construção da ideia de inter-relação entre os seres vivos e, portanto, do conceito de cadeia alimentar.

Os decompositores estão presentes no cotidiano e influenciam práticas e hábitos humanos. As técnicas de armazenar e transportar alimentos são realizadas com o objetivo de impedir ou retardar o processo de decomposição. Cite alguns métodos de conservação de alimentos para exemplificar, como o resfriamento e o congelamento, e explique que a baixa temperatura impede a reprodução de microrganismos. Além disso, em algumas situações, o processo de decomposição pode ser controlado e ser utilizado para a produção de novos alimentos, como a fermentação dos pães e a produção de queijo e iogurte.

É comum que urubus, hienas, minhocas e moscas sejam confundidos com seres vivos decompositores, pois eles podem se alimentar de partes mortas ou de resíduos de outros seres vivos. Caso os estudantes tenham essa dúvida, explique que, diferentemente dos decompositores, esses seres vivos não transformam a matéria orgânica em compostos mais simples. Por essa razão, eles são classificados como detritívoros.

Os decompositores

Os decompositores são seres vivos que se alimentam de partes mortas ou de resíduos de outros seres, como fezes e restos vegetais.

São representados por várias espécies de fungos e bactérias e estão em todos os ecossistemas. Eles evitam o acúmulo de restos e dejetos nos ecossistemas, transformando-os em compostos mais simples que podem ser aproveitados pelos produtores. São, portanto, responsáveis pela reciclagem de nutrientes.

A maioria dos organismos decompositores são microscópicos, ou seja, só podem ser vistos com o auxílio de microscópios.

Fotografia A. Bactérias com corpo alongado e cilíndrico, coloridas de rosa, vistas ao microscópio. Fotografia B. Um cogumelo, fungo composto por uma base arredondada e vertical com uma estrutura na parte superior que se assemelha a um chapéu. Ao lado, pequena ilustração do cogumelo, indicando 12 centímetros.
Exemplos de organismos decompositores: (A) Bactérias da espécie Bacilus subtilisencontradas no solo. (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de 9.000 vezes.) (B) Cogumelo da espécie
Versão adaptada acessível

Se necessário, realize a atividade a seguir com um colega.

Orientação para acessibilidade

Caso haja estudantes cegos ou com baixa visão na turma, oriente-os a realizar a atividade a seguir em duplas com um colega vidente.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

O que acontece com as cascas de frutas?

Material

  • Frasco transparente com tampa
  • Cascas de frutas

Procedimento

  1. Coloque as cascas de frutas dentro do frasco.
  2. Tampe o frasco de maneira que fique bem vedado. Não remova a tampa do frasco até o final do procedimento.
  3. Deixe o frasco de 5 a 7 dias em um local abrigado da luz, como dentro de um armário. Registre sua hipótese sobre o que você acha que vai acontecer com as cascas de frutas nesse período.
  4. Passado esse tempo, analise o conteúdo do frasco sem abri-lo. Não toque nem cheire o material que está dentro do frasco.
  5. Depois de 4 a 6 dias, analise o conteúdo do frasco novamente.

Registrar, inferir e argumentar

  1. Faça um desenho e uma descrição do conteúdo do frasco em cada período de análise, garantindo registros completos e precisos.
  2. Que processo natural está relacionado com o que você observou? Se esse processo não ocorresse, o que aconteceria com o ambiente?
  3. Quem são os agentes biológicos responsáveis pelas transformações notadas no conteúdo do frasco?

A resolução dêste exercício deve ser feita na fórma de um argumento científico. A conclusão consiste na resposta à pergunta. Para dar suporte à conclusão, você precisa apresentar os dados e a justificativa. Nesse caso, os dados são as análises do conteúdo do frasco e a justificativa pode vir do que já estudou sobre o assunto. Em sua justificativa, considere o modo de obtenção de alimento dêsses seres vivos.

De ôlho no tema

Cite exemplos de organismos produtores, consumidores e decompositores. Justifique a sua resposta.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A atividade prática proposta na seção Vamos fazer destina-se a incentivar os estudantes a observar a decomposição de cascas de frutas, levando-os a refletir sobre a importância dos seres decompositores, cujo papel é fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Após a realização da prática, encoraje-os a levantar perguntas testáveis sobre o tema. Elabore uma questão como exemplo e, em seguida, peça-lhes que, em grupos, façam ao menos uma pergunta que vá além do que foi visto na atividade. Entre as perguntas que podem ser feitas estão: As cascas se decompõem na mesma velocidade dentro do vidro e na terra? A temperatura e a umidade do ambiente influenciam na decomposição? Todos os materiais se decompõem? Peça aos grupos que levantem hipóteses para as perguntas elaboradas e, se julgar conveniente, proponha que desenvolvam outros procedimentos experimentais para responder às questões e testar as hipóteses levantadas. Essa abordagem favorece o desenvolvimento da competência geral 2 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Converse com os estudantes sobre as características de um desenho de observação científica, orientando-os sobre a importância da busca pela exatidão e precisão na realização de atividades de observação e registro de dados. No trabalho científico, a observação e o registro, seja este escrito, seja por imagens, não combinam com a pressa. Promova a troca dos desenhos entre os estudantes, que estão diante do mesmo desafio, e mostre como essa prática pode contribuir para garantir a qualidade do produto final. Essa atividade favorece o desenvolvimento da competência específica 2 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista pela Bê êne cê cê.

A matéria orgânica em decomposição, quando em condições inadequadas de acondicionamento e descarte, além de exalar mau cheiro, pode transmitir doenças e causar poluição ambiental. Ao final da atividade, sem entrar em contato direto com o material dos frascos, junte-os em sacolas biodegradáveis e coloque-as em local apropriado para o descarte de lixo orgânico.

Respostas – Vamos fazer

1. Resposta pessoal. Os estudantes devem registrar o processo de decomposição observado no frasco com o maior detalhamento possível.

2. O processo de decomposição. Se a decomposição não ocorresse, partes mortas e resíduos de seres vivos se acumulariam no ambiente; também poderiam faltar nutrientes para os produtores.

3. Uma conclusão esperada é que os decompositores são os agentes responsáveis pelas transformações observadas na montagem; outra possibilidade é que esses agentes são fungos e bactérias (dado vindo da observação da montagem). Para a justificativa, é esperado que os estudantes tragam elementos do texto, como: decompositores se alimentam de restos vegetais ou fungos e bactérias transformam restos vegetais.

Resposta – De ôlho no tema

Resposta pessoal. A seguir damos exemplos de categorias de seres vivos que podem ser citados. Produtores: plantas, algas e algumas bactérias. Consumidores: quaisquer animais, protozoários e algumas bactérias e fungos. Decompositores: fungos e bactérias decompositoras.

TEMA 4 Relações alimentares nos ecossistemas

As interações alimentares entre seres vivos são representadas nas cadeias e teias alimentares.

Cadeias alimentares

Os seres vivos de um ecossistema interagem de diversas maneiras. Um tipo de interação são as relações alimentares, ou seja, aquelas que envolvem um organismo se alimentando de outro.

As relações alimentares entre os organismos nos ecossistemas podem ser representadas pelas cadeias alimentares. Uma cadeia alimentar é formada por uma sequência de diferentes organismos que servem de alimento uns aos outros. As setas partem de um ser vivo que serve de alimento em direção a outro que dele se alimenta.

Exemplo de cadeia alimentar

Esquema composto por fotografias e ilustração. Fotografia de alta árvore com galhos laterais em meio a muita vegetação. Abaixo, pequena ilustração da árvore, indicando 7 metros de altura. Ao lado, seta para a fotografia de uma preguiça, animal com pernas médias, pelagem longa e escura e cabeça pequena,  que está se segurando em uma árvore. Abaixo, ilustração pequena do animal, indicando 70 centímetros de comprimento. Ao lado, seta para fotografia de uma ave pousada em um galho. Ela possui bico pontudo e curvado, penas brancas e pretas e garras afiadas. Abaixo, pequena ilustração da ave, indicando 1 metro de comprimento. De todas as fotografias saem setas em direção a uma ilustração que representa bactérias e fungos, com corpos arredondados e alongados.
Relações alimentares entre a embaúba, a preguiça e a harpia. Além dêsses, também estão representados fungos e bactérias, que decompõem todos os organismos dessa cadeia alimentar.

As cadeias alimentares podem ser representadas graficamente. Um exemplo é dado a seguir para a cadeia alimentar explorada anteriormente.

Representação gráfica da cadeia alimentar

Esquema composto por setas e palavras. Embaúba - seta para - preguiça - seta para -harpia - seta para decompositores. Preguiça - seta para - decompositores. Embaúba - seta para - decompositores
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Ao trabalhar com cadeias e teias alimentares, esclareça aos estudantes que os seres vivos dependem uns dos outros. Além disso, relembre o papel do Sol como fonte primária de energia na produção de alimentos. E, então, explique que cada ser vivo exerce certas funções e estabelece relações com o ambiente e com outros seres vivos, mantendo, assim, o equilíbrio dos ecossistemas.

Explore as imagens do esquema “Exemplo de cadeia alimentar”, de modo a apresentar o conceito de relação alimentar e a introduzir a fórma de representação de cadeias alimentares. Trace um paralelo entre a composição dessas imagens e a representação gráfica da cadeia alimentar.

É importante que os estudantes entendam que os produtores são a base de um ecossistema, que todas as cadeias alimentares se iniciam com eles. A biodiversidade e a quantidade dos outros seres vivos no ecossistema dependem dos produtores. Em geral, ambientes com muita luz e água disponíveis permitem altas taxas de crescimento dos produtores e têm, consequentemente, grande biodiversidade.

Uma curiosidade interessante para comentar com a turma é que as preguiças se alimentam somente das folhas da embaúba, que lhes fornece pouca energia e, por isso, elas se movimentam lentamente.

Destaque que a harpia é uma ave que pode medir até 1 metro de altura e 2 metros de envergadura, distância da ponta de uma asa à outra, quando abertas. Comente que essa ave está ameaçada de extinção e que entre as causas está o desmatamento e a caça. Proponha uma pesquisa sobre o papel das harpias nos ecossistemas (entre eles está a manutenção do equilíbrio das populações de outros animais) e sugira aos estudantes a proposição de intervenções para a resolução dêsse problema, como ações de educação ambiental, no caso da caça, a serem divulgadas em um evento cultural da escola.

De modo geral, as cadeias alimentares são compostas de um produtor, um ou mais consumidores e decompositores. Cada um dêsses seres vivos corresponde a um elo da cadeia.

Cada posição na cadeia alimentar é denominada nível trófico. Acompanhe a seguir os níveis tróficos mais comuns.

  • Primeiro nível trófico: é ocupado pelos produtores, como as plantas terrestres e aquáticas.
  • Segundo nível trófico: é ocupado pelos consumidores primários, que se alimentam de produtores. É o caso de algumas espécies de aruás, caramujos que se alimentam de plantas aquáticas.
  • Terceiro nível trófico: é ocupado pelos consumidores secundários, que se alimentam de consumidores primários. É o caso do carão, ave que pode se alimentar de aruás.
  • Quarto nível trófico: é ocupado pelos consumidores terciários, que se alimentam de consumidores secundários. É o caso da sucuri, serpente que pode se alimentar do carão.

Após o quarto nível pode vir o quinto, o sexto e assim por diante.

Fotografia de algumas plantas verdes na água de um rio. Ao fundo, pedras, vegetação e areia.
As plantas aquáticas dessa nascente produzem o próprio alimento por um processo que depende de luz solar. Elas são produtores e ocupam o primeiro nível trófico de uma cadeia alimentar. (Bonito, Mato Grosso do Sul, 2019.)
Fotografia de um aruá. Um tipo de  caramujo com corpo claro, tentáculos e concha na parte superior do corpo. Acima, pequena ilustração do animal, indicando 5 centímetros de comprimento.
Aruá da espécie Pomacea bridgesi.. Por se alimentar de plantas, isto é, de produtores, esses animais são considerados consumidores primários, ocupando o segundo nível trófico de uma cadeia alimentar.
Fotografia de um carão. Ave com longo bico, longas pernas em meio à água. Possui penas amarronzadas. Ao lado, ilustração pequena da ave, indicando 66 centímetros de altura.
Carão (Aramus guarauna). Essa ave pode se alimentar de caramujos aruás, ocupando o terceiro nível trófico de uma cadeia alimentar, sendo, portanto, consumidor secundário.
Fotografia de uma serpente de cor escura na parte dorsal e cor mais clara, amarelada nas laterais. Acima, pequena ilustração indicando 6 metros de comprimento.
Sucuri (Eunectes murinus), serpente que pode se alimentar de consumidores secundários, como os carões, ocupando o quarto nível trófico de uma cadeia alimentar.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/8uo3xD, você encontra uma animação sobre as cadeias alimentares.

Acesso em: 9 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Para continuar a discussão sobre as funções e as relações dos seres vivos com o ambiente e com outros seres vivos para o equilíbrio do ecossistema, é possível propor uma reflexão sobre o efeito do desmatamento da Mata Atlântica, que quase exterminou a população de micos-leões-dourados, pois esses animais perderam seu hábitat. Comente também a importância da espécie para a regeneração dêsse bioma, já que ao se alimentar de diferentes frutos o mico-leão-dourado dispersa as sementes na mata. Leve-os a perceber que uma alteração no ecossistema pode ter profundos efeitos no equilíbrio dele. Essa reflexão mobiliza um posicionamento ético dos estudantes em relação ao cuidado com o ambiente, favorecendo o desenvolvimento da competência geral 7, da Educação Básica, prevista pela Bê êne cê cê e do tê cê têEducação Ambiental.

Aproveite o estudo sobre os níveis tróficos para tratar do fluxo de energia em uma cadeia alimentar. A quantidade de energia disponível em cada nível trófico é proporcional à quantidade total de matéria orgânica presente nos seres vivos do nível trófico anterior. Por exemplo, a quantidade de energia disponível para um consumidor primário é o somatório da matéria orgânica dos produtores. Como a energia em cada nível trófico é decrescente, os níveis tróficos não são infinitos, por isso, dificilmente são encontrados consumidores além do quinto nível trófico em um ecossistema, pois a disponibilidade de matéria orgânica torna-se muito escassa para esses níveis.

Como fórma de acompanhar a aprendizagem dos estudantes acerca das cadeias alimentares, sugira que esquematizem a cadeia alimentar, citada no texto e ilustrada nas imagens destas páginas, composta de plantas aquáticas, aruá, carão, sucuri e decompositores.

Teias alimentares

Em um ecossistema, as cadeias alimentares não ocorrem isoladamente, mas se interligam, formando as teias alimentares.

A seguir, encontra-se esquematizado um exemplo de teia alimentar com os seres vivos de uma comunidade do Pantanal Mato-Grossense, representados na ilustração mais adiante.

Teia alimentar em comunidade do Pantanal

Teia alimentar em comunidade do Pantanal Cervo-do-pantanal (3), capivara (9) e pintado (5), servem de alimento para onça-pintada (1). Capivara (9), carão (10), urubu-de-cabeça-vermelha (15), piranha (6) e jacaré (14) servem de alimento para sucuri (4). Piranha (6) e pintado (5) servem de alimento para jacaré (14). Capivara (9), carão (10), sucuri (4) e tuiuiú (12) servem de alimento para urubu-de-cabeça-vermelha (15). Cascudo (8) serve de alimento para piranha (6), pintado (5) e tuiuiú (12). Capim (16) serve de alimento para o cervo-do-pantanal (3) e capivara (9). Caramujo (11) serve de alimento para o carão (10) e tuiuiú (12). Plantas aquáticas (17) servem de alimento para caramujo (11) e cascudo (8).
Teia alimentar incluindo alguns dos seres vivos representados na imagem. Os números identificam os seres vivos na imagem da página seguinte. Os decompositores não estão representados nessa teia alimentar. Como eles podem obter alimento de todos os organismos, basta imaginar setas ligando todos os seres vivos representados a eles.

É possível perceber que essa teia alimentar reúne várias cadeias alimentares, por exemplo:

capim ícone de altura

cervo-do-pantanal ícone de altura
onça-pintada;

plantas aquáticas ícone de altura

cascudo ícone de altura
piranha ícone de altura
sucuri ícone de altura
urubu-de-cabeça-vermelha.

Em uma teia alimentar, alguns seres vivos podem ocupar diferentes níveis tróficos, dependendo da cadeia analisada. É o caso da sucuri no exemplo a seguir. Ela ocupa o terceiro nível trófico quando se alimenta de um consumidor primário, como a capivara. Mas também ocupa o quarto nível trófico quando se alimenta de um consumidor secundário, como a piranha.

De ôlho no tema

Analise o esquema.

Esquema composto por setas e palavras. Planta - seta para - lagarta, - seta para-  sapo - seta para - coruja.
  1. Quantos níveis tróficos existem nessa cadeia alimentar?
  2. Qual é o ser vivo produtor dessa cadeia alimentar?
  3. Quais são os seres vivos consumidores dessa cadeia alimentar?
  4. Que seres vivos estão ligados a todos os organismos dessa cadeia alimentar, mas não foram representados?
Respostas e comentários

Orientações didáticas

O estudo dêsse Tema constitui uma boa oportunidade para conversar com a turma sobre a influência das atividades humanas nos ecossistemas. Cite algumas atividades capazes de interferir diretamente nas teias alimentares de diversos ecossistemas, como a pesca industrial (em que toneladas de peixes são retiradas do mar, sem que haja tempo para que as populações se recuperem), o desmatamento e a poluição dos ambientes (que podem causar a extinção de várias espécies) e a introdução de espécies que não pertencem originalmente a determinado ecossistema. Destaque que este último caso é muito comum e ocorre, por exemplo, quando animais criados domesticamente, como peixes, tartarugas, entre outros, são abandonados no ambiente. Eles passam a fazer parte das cadeias alimentares, podendo causar desequilíbrios nos ecossistemas. O debate acerca dêsses temas favorece o desenvolvimento da competência específica 8 de Ciências da Natureza, prevista pela Bê êne cê cê para o Ensino Fundamental e do tê cê têEducação Ambiental.

Enfatize a presença dos decompositores no esquema e na ilustração da teia alimentar. Faça os seguintes questionamentos à turma: Onde se encontram os decompositores no ecossistema? Que função fundamental estão desempenhando? Qual seria a posição deles na teia alimentar?

Respostas – De ôlho no tema

a) Quatro níveis tróficos. b) A planta. c) Lagarta, sapo e coruja. d) Os decompositores (bactérias e fungos).

Comunidade do Pantanal Mato-Grossense

Esquema composto por diversos seres vivos em um local com muita vegetação e água. 1. Ilustração de uma onça-pintada, deitada sobre um galho de árvore. 2. Duas emas, aves com penas claras e volumosas, com pernas longas e pescoço alongado, próximas a um trecho de água. 3. Um cervo, animal com quatro pernas, chifres e pelos amarronzados. Ele está andando em meio a um trecho de água. 4. Uma sucuri em meio à água. Ela é muito comprida, possui pele esverdeada e manchas pretas. 5. Um peixe pintado, com corpo comprido, parte superior escura e parte inferior clara com várias pintas. Possui nadadeiras nas laterais do corpo. 6. Uma piranha, pequeno peixe com corpo arredondado e colorido. 7. Uma arraia. Animal com corpo achatado, longa cauda e algumas pintas pelo corpo. Está no fundo da água. 8. Cascudo, pequeno peixe com nadadeira larga na parte dorsal do corpo e nadadeiras laterais. 9. Duas capivaras na água. São animais com pelo marrom, pequenas orelhas e focinho achatado. Possuem quatro pernas. 10. Carão. Ave com longo pescoço, bico comprido, pernas compridas e penas escuras, com partes mais claras no pescoço. 11. Um caramujo marrom com tentáculos, concha na parte superior do corpo. 12. Tuiuiú. Uma ave com penas brancas e pretas. Longo bico preto fino e compridas pernas em meio à água. 13. Ipê, uma árvore com flores rosadas. 14. Um jacaré com a parte superior do corpo mais escura e manchas amarelas mais claras na parte inferior. Está em meio à vegetação, próximo à água. 15. Um urubu sobrevoando o céu. Ele possui cabeça vermelha e penas pretas. 16. Em meio a trechos de água, capim verde. 17. Plantas verdes de diferentes tamanhos na superfície da água.
Representação esquemática de um ecossistema do Pantanal Mato-Grossense (elaborada com base na ilustração do biólogo Frederico Lencioni Neto). (Imagem sem escala; cores-fantasia. A situação não é real.)
Respostas e comentários

Orientações didáticas

A análise da ilustração “Comunidade do Pantanal Mato-Grossense” requer uma leitura atenta para a identificação dos seres vivos e suas posições nas cadeias alimentares. Pergunte aos estudantes como cada componente presente no esquema impacta os demais, quando alterado. Por exemplo, quais são as consequências de diminuir a população da onça-pintada? A resposta passa por avaliar cada elemento da teia alimentar. Diretamente, a diminuição da população da onça-pintada causaria um aumento na população da capivara, do cervo-do-pantanal e do pintado –, pois haveria menor predação dessas populações. Consequentemente, esse aumento causaria uma diminuição da população do capim e do cascudo, por ter havido o aumento populacional de seus predadores. A diminuição populacional do capim e do cascudo, por sua vez, traria consequências a todos os outros participantes da teia.

Se possível, apresente mais informações sobre o Pantanal e apresente a localização dêsse bioma no mapa do Brasil. A exibição de um documentário ou de um vídeo sobre o Pantanal e sua fauna é uma maneira de tornar mais concretas as relações ecológicas que existem entre os componentes dêsse ecossistema.

Sugestão de recurso complementar

Livro

BRANCO, S. M. Ecologia da cidade. terceira edição. São Paulo: Moderna, 2015.

O livro mostra que o ambiente urbano, assim como os ambientes naturais, também possui os seus problemas de desequilíbrio ecológico.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 3 E 4

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Como os seres vivos podem ser classificados de acôrdo com o modo de obtenção de alimentos?
  2. Como os seres vivos de cada grupo citado na questão anterior obtêm alimentos?
  3. Qual é a importância de bactérias e fungos nas cadeias alimentares?
  4. Represente uma cadeia alimentar com os seres vivos (ou parte de seres vivos) indicados a seguir.
    Acácia (folha). Leão. Fungos. Girafa.

ANALISAR

5. Analise o esquema.

Alga unicelular - seta para - krill - seta para - pinguim-imperador - seta para - orca.

Que informações ele nos fornece a respeito da alimentação dêsses seres vivos?

  1. Analise o esquema “Teia alimentar em comunidade do Pantanal”, do Tema 4, e identifique (justificando suas respostas):
    1. Os organismos produtores.
    2. Os organismos consumidores primários.
    3. Os organismos que podem ocupar mais de um nível trófico.
  2. Analise o esquema e faça o que se pede.
    Teia alimentar. Árvores (frutos e sementes) servem de alimento para periquito e mocó. Periquito serve de alimento para carcará. Mocó serve de alimento para serpente. Serpente serve de alimento para carcará. Gramínea serve de alimento para mocó e gafanhoto. Gafanhoto serve de alimento para camaleão, que serve de alimento para serpente e carcará.
    1. Identifique os seres vivos que ocupam o primeiro nível trófico. Explique por que eles ocupam essa posição.
    2. Que organismos são consumidores primários? E secundários?
    3. Que organismos podem ocupar mais de um nível trófico? Que níveis eles ocupam?
  3. Analise as afirmações a seguir e faça o que se pede.
    1. As capivaras alimentam-se de plantas. Qual é o nível trófico que elas ocupam?
    2. Os jacarés-do-pantanal alimentam-se de capivaras. Nesse caso, ele ocupa qual nível trófico na teia alimentar?
    3. O cachorro-do-mato é um dos predadores naturais da capivara. Monte o esquema de uma cadeia alimentar que inclua as plantas, a capivara e o cachorro-do-mato, além dos decompositores.
  4. Analise o quadro a seguir e monte uma teia alimentar com os elementos apresentados.

Consumidores

Alimentos

Besouro

Planta

Caracol

Planta

Pardal

Besouro, caracol e planta

Coruja

Pardal e caracol

Sapo

Besouro

Serpente

Sapo e pardal

Gavião

Pardal e serpente

COMPARTILHAR

10. Em grupo e com o auxílio do professor, escolham um ambiente próximo da escola. Pode ser, por exemplo, uma praça, uma rua, um corpo de água, um ambiente de mata nativa etcétera. Busquem informações sobre esse ecossistema, observando e anotando os componentes não vivos que o constituem e as relações existentes entre os seres vivos e eles para responder à questão: algum componente não vivo tem relação com a produção de alimentos nesse ambiente?

• Organizem os dados coletados e montem um cartaz ou uma apresentação em meio digital para exibi-los. Incluam a identificação do local e a data das observações. O material produzido pode ser apresentado para a turma ou publicado em um blog da classe.

Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. Produtores, consumidores e decompositores.

2. Produtores: produzem o próprio alimento; consumidores: alimentam-se de outros seres vivos ou de partes deles; decompositores: alimentam-se de partes mortas ou de resíduos de outros seres.

3. As bactérias e os fungos são seres vivos decompositores. Os decompositores são responsáveis pela reciclagem da matéria orgânica no ambiente.

4. Espera-se que os estudantes componham um esquema, no qual a acácia é o produtor; a girafa, o consumidor primário; e o leão, o consumidor secundário. Todos os níveis tróficos estão ligados aos decompositores (fungos).

5. A orca se alimenta do pinguim-imperador. Este consome o krill, que se alimenta de algas unicelulares. Conclui-se que a orca, o pinguim-imperador e o krill são consumidores e a alga unicelular, produtor.

6. a) As plantas aquáticas e o capim. b) O cervo‑do‑pantanal, a capivara, o caramujo e o cascudo. c) A onça-pintada (pode ocupar o 3º ou o 4º nível trófico); a sucuri (pode ocupar o 3º, o 4º ou o 5º nível trófico); e o urubu‑de‑cabeça‑vermelha (pode ocupar o 3º, o 4º, o 5º ou o 6º nível trófico).

7. a) Árvore e gramínea. Ocupam essa posição porque as plantas são seres vivos produtores, ou seja, produzem o próprio alimento e, portanto, ocupam o primeiro nível trófico de uma cadeia alimentar.

b) Consumidores primários: gafanhoto, mocó e periquito; Consumidores secundários: carcará, serpente e camaleão.

c) A serpente: 3º e 4º níveis tróficos; e o carcará: 3º, 4º e 5º níveis tróficos.

8. a) 2º nível trófico, ou consumidores primários. b) O 3º nível trófico. c) Plantas

capivara

cachorro-do-mato. Todos esses níveis estão ligados aos decompositores.

9.

Teia alimentar. Planta serve de alimento para besouro, pardal e caracol. Besouro serve de alimento para sapo e pardal. Sapo serve de alimento para serpente. Serpente serve de alimento para gavião. Pardal serve de alimento para serpente, gavião e coruja. Caracol serve de alimento para pardal e coruja.

10. Resposta variável. Nos ambientes em que há produtores, os componentes não vivos água, ar e luz têm relação com a produção de alimentos, pois a maioria dos produtores faz fotossíntese e, nesse processo, eles utilizam água, gás carbônico e energia luminosa do Sol para a produção de alimento.

Sugestão de recurso complementar

Texto

DUTRA, E. F. Como identificar fontes confiáveis na internet. Nova Escola, 2 setembro 2017.

O texto apresenta o passo a passo de uma proposta para que os estudantes compreendam como identificar fontes confiáveis em pesquisas na internet.

Disponível em: https://oeds.link/Vclh5O. Acesso em: 12 julho 2022.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

Construção de uma teia alimentar

Depois da Floresta Amazônica, o Cerrado brasileiro é o maior ecossistema da América do Sul. Nele vivem cêrca de 30% de todas as espécies de animais e plantas do Brasil.

Alguns componentes vivos do ecossistema Cerrado

Ilustrações. Anta: animal marrom quadrúpede, com pelos curtos e longo focinho. Lobo-guará: animal amarronzado com orelhas para cima, quatro pernas, longa cauda e focinho longo. Rã: anfíbio com pele amarronzada e com manchas mais escuras. Aranha: animal escuro com corpo arredondado, pequeno e oito pernas articuladas. Jararaca: serpente com corpo longo e enrolado, escuro com manchas. Plantas: árvore com copa avolumada. Sabiá: pássaro pequeno com penas amarronzadas e pequenos pontos mais claros. Seriema: ave com longas pernas, longo pescoço, penas claras com extremidade mais escura. Gafanhoto: inseto verde com pernas compridas e articuladas e asas. Preá: animal roedor, com pelos amarronzados, orelhas e olhos pequenos. Onça-pintada: animal felino grande, quadrúpede, corpo amarelado com manchas pretas arredondadas. Possui orelhas pequenas e cauda longa.
Representação esquemática de alguns seres vivos do Cerrado. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. Reúna-se com um colega para construir uma teia alimentar com animais do Cerrado, incluindo todos os seres vivos mostrados anteriormente nas figuras. Para isso, vocês devem definir:
    • as informações necessárias para a resolução do problema;
    • as fontes em que buscarão essas informações;
    • os recursos que utilizarão para construir a teia.
  2. Após a construção da teia, reúnam-se com outras duplas para comparar os resultados obtidos. Caso haja diferenças, levantem hipóteses para explicá-las e discutam um modo de verificar a validade dos dados levantados por todos os colegas.
  3. Leiam o texto a seguir e discutam.

Ao longo dos anos grande parte do Cerrado foi desmatada para a expansão agropecuária. Apenas 8% da área total dêsse bioma é protegida por Unidades de Conservação, áreas naturais protegidas por lei para garantir a conservação da biodiversidade.

  1. Os impactos causados pelo desmatamento nas teias alimentares dos animais do Cerrado.
  2. Como a criação de Unidades de Conservação e a ampliação de áreas já existentes colaborariam para a proteção dos animais e plantas do Cerrado.

4. Leiam o texto a seguir e, depois, respondam às questões.

Antas que vivem no Cerrado brasileiro estão morrendo contaminadas por agrotóxicos utilizados em plantações. O contato dêsses animais com esses materiais ocorre quando eles se alimentam ou ingerem água contaminada.

  1. Que problema é apontado no texto?
  2. Como o uso de agrotóxicos interfere nos ecossistemas do Cerrado?
  3. Com os colegas e com o professor, discutam: Como a sociedade pode intervir para conservar essa espécie?

5. Seguindo as orientações do professor, dividam-se em dois grupos. Cada grupo deve elaborar e apresentar à turma argumentos referentes às seguintes situações-problema sobre a teia alimentar construída na atividade 1:

Grupo 1: o que aconteceria se toda a população de preás fosse extinta? Considerem como esse acontecimento afetaria cada nível trófico dessa teia alimentar, justificando cada situação.

Grupo 2: o que aconteceria se toda a população de onças-pintadas fosse extinta? Considerem como esse acontecimento afetaria cada nível trófico dessa teia alimentar, justificando cada situação.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A atividade proposta na seção Explore leva a uma maior compreensão do conceito de teia alimentar e coloca os estudantes em contato com alguns procedimentos de investigação científica corriqueiros: planejamento de uma pesquisa, comparação de dados, levantamento de hipóteses, avaliação da validade de informações e elaboração de previsões fundamentadas. Desta fôrma, a atividade mobiliza aspectos da competência específica 2 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista na Bê êne cê cê.

Respostas – Explore

1. Espera-se que os estudantes percebam que precisam conhecer os hábitos alimentares dos animais de modo a conseguir relacioná-los. Dessa fórma, será necessário que pesquisem, em fontes confiáveis, essas informações antes de elaborar o que se propõe. Não é preciso representar os seres vivos decompositores na teia alimentar, mas oriente-os a acrescentar uma nota informando como eles obtêm alimento no ecossistema retratado. A seguir, uma sugestão de teia alimentar:

Teia alimentar. Plantas servem de alimento para gafanhoto, anta e preá. Gafanhoto serve de alimento para aranha, que serve de alimento para sabiá e rã. Anta e preá servem de alimento para onça-pintada. Preá serve de alimento para jararaca. Jararaca, sabiá e rã servem de alimento para seriema. Seriema, jararaca, preá e sabiá servem de alimento para lobo-guará.

2. Resposta pessoal. Espera-se que, caso sejam encontradas diferenças, os estudantes recorram às referências consultadas para justificar as escolhas feitas. Nessa discussão entre as duplas, frise a importância de ouvir com atenção e empatia as explicações dos colegas, considerando o que foi dito antes de expor uma resposta.

3. a) O desmatamento impacta diretamente os consumidores primários e indiretamente os níveis tróficos superiores com a redução de alimentos disponíveis. Além disso, todos os consumidores são afetados pela perda de hábitat. b) Nas Unidades de Conservação, há o contrôle do desmatamento, o que resulta na proteção dos ecossistemas contidos nelas.

4. a) A morte das antas que vivem no Cerrado brasileiro contaminadas por agrotóxicos. b) O uso de agrotóxicos contamina a água e o solo e, consequentemente, pode contaminar animais e plantas. No caso da redução na população de antas, a quantidade de alimentos disponível para as onças diminui. As plantas também são afetadas, pois as antas são importantes dispersoras de sementes (elas ingerem as sementes ao se alimentarem e podem defecá-las em locais distantes de onde foram consumidas). c) Comente que o tipo de agrotóxico que causa a morte das antas tem o uso proibido no Brasil e, portanto, é utilizado de fórma ilegal. Direcione o diálogo, a fim de que os estudantes percebam a necessidade de cobrar das autoridades a fiscalização da utilização de agrotóxicos nas plantações.

5. Observe se os estudantes avaliam cada nível trófico da teia alimentar em seus argumentos, considerando como esse acontecimento afetaria os produtores e os demais consumidores. A extinção de uma população tende a, inicialmente, aumentar a população do nível trófico anterior e dos competidores de mesmo nível trófico e diminuir a população do nível trófico superior. Espera-se que os estudantes percebam que a retirada de qualquer espécie de um ecossistema é bastante impactante. A proposta de argumentação desta atividade expõe a ideia de que o conhecimento científico também é construído por meio de argumentação.

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

REGISTRE EM SEU CADERNO

Turismo animal

Leia os textos e analise as imagens a seguir, que abordam três aspectos diferentes sobre atividades turísticas com animais.

Cartaz com a fotografia de uma pessoa com um pequeno macaco no colo e um símbolo de “proibido” em cima da foto. À esquerda, a mão de uma pessoa segurando um celular na direção da cena. Abaixo, a informação: NÃO INCENTIVE O TURISMO QUE MALTRATA OS ANIMAIS. Prejuízos Ambientais, Sociais e de Saúde Pública podem estar por trás de uma simples fotografia. Maus-tratos, a utilização ou a guarda de animais silvestres sem autorização são crimes ambientais (Lei 9.605/1998).
Campanha do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) contra o uso ilegal de animais pelo turismo.

Os animais da Amazônia sofrem com a atividade turística na região, que em muitos casos submete espécies como o bôto-côr-de-rosa e o bicho-preguiça a longas sessões de fotos, alertam ativistas da ônguiWorld Animal Protection. reticências

“Atrás das câmeras, estes animais costumam ser espancados, separados de suas mães quando bebês e guardados secretamente em lugares sujos e apertados; ou são cevadosglossário reiteradamente com alimentos que podem ter um impacto negativo a longo prazo em seu organismo e comportamento”, afirma o grupo. reticências

Fonte: FRANCE PRESS. ôngui diz que animais da Amazônia sofrem com selfies de turistas. G1, 4 outubro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/gSi94o. Acesso em: 9 maio 2022.

reticências se praticado de fórma sustentável, seguindo as normas legais, o Turismo de Observação de Baleias não impacta nem os indivíduos nem as populações das baleias-alvo. Ademais, essa atividade gera milhares de empregos diretos e indiretos e renda muito necessária nas comunidades onde é praticada, e leva milhões de pessoas a terem contato direto com a majestosa presença das baleias – uma experiência inesquecível e que transforma muitos em defensores da vida marinha. reticências

Fonte: INSTITUTO BALEIA JUBARTE. Observação de Baleias. A importância do whale watching para a conservação e a economia. Disponível em: https://oeds.link/sOxZc8. Acesso em: 9 maio 2022.

Fotografia. Quatro pessoas brancas em pé, dispostas lado a lado. Estão em uma área com solo e vegetação. Duas delas seguram binóculos em frente aos olhos e olham em direção ao céu. As outras pessoas também olham para o céu, uma segurando um binóculo e outra segurando uma câmera fotográfica.
Turistas em atividade de observação de aves. (Estados Unidos, 2017.)

reticências foi uma grande experiência para mim. Pude aprender várias coisas ao longo dos dias sobre os passarinhos e seus comportamentos, apenas ouvindo atentamente as explicações dele [do guia de turismo].reticências

Depoimento de uma turista sobre uma atividade de observação de aves.

Fonte: BIRDSRIO BIRDWATCHING. Depoimentos. Disponível em: https://oeds.link/gOZIxt. Acesso em: 9 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A atividade proposta pela seção Atitudes para a vida tem como objetivos demonstrar aos estudantes que há pontos de vista e interesses diferentes na sociedade e que eles devem ser ouvidos e debatidos coletivamente. Ao fomentar a interação entre eles, indicando que a participação individual em um tema coletivo é possível, debatendo com base em argumentos de cunho científico, econômico, ético, sociológico, entre outros, analisando com visão crítica assuntos que afetam a sociedade e o ambiente e comunicando-se de fórma clara, são fornecidos subsídios para que os estudantes desenvolvam as competências gerais 4, 7, 9 e 10 da Educação Básica, previstas pela Bê êne cê cê.

Para que a proposta seja produtiva e proveitosa, verifique se o número de estudantes na turma é compatível com a atividade. Se a turma for organizada em apenas três grupos, atente para a quantidade de estudantes por grupo – grupos com mais de seis integrantes podem não ser produtivos. É possível ter mais grupos representando outros setores sociais. Por exemplo, comunidades indígenas, empresários do agronegócio, polícia ambiental, políticos etcétera.

Destaque aspectos relacionados à saúde dos seres humanos em contato com animais silvestres. Dialogue sobre possíveis hipóteses relacionadas à transmissão de vírus por meio do contato de animais silvestres diretamente com os seres humanos.

Fazendas de criação de animais silvestres podem trazer riscos à saúde das pessoas. Essa discussão deve levar a turma a concluir que o contato de seres humanos com animais silvestres, por diferentes motivos, pode trazer riscos à saúde.

TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA

Ilustração. Vários jovens usando uniforme escolar - camiseta branca com detalhes vermelhos - estão sentados em cadeiras ao redor de uma mesa, trabalho em grupo. De cima para baixo, uma menina negra, cabelos encaracolados e usando óculos; menina branca, cabelos loiros e curtos; menino negro, cabelos curtos e encaracolados; menino asiático, cabelos pretos e lisos; menino negro, cabelos ondulados; menina branca, cabelos loiros e lisos; menina branca, cabelos castanhos e lisos; de costas: uma menina negra e uma menina branca. Alguns seguram folhas e cadernos e outros seguram lápis.
  1. Você já presenciou atividades turísticas que envolvessem animais? Como era o comportamento dêsses animais? Conte para seus colegas.
  2. Seguindo as orientações do professor, dividam-se em três grupos, que representarão:
    • grupo A: pessoas que gostam de atividades turísticas que envolvam animais;
    • grupo B: organizações que promovem atividades turísticas com animais;
    • grupo C: ambientalistas que são contra a exploração de animais no turismo e defendem a necessidade de uma atuação mais cuidadosa em atividades turísticas com animais.

   Vocês vão realizar um debate sobre a seguinte questão:

   É possível haver um turismo responsável envolvendo animais? Se sim, como?

   Cada grupo deve elaborar uma lista de argumentos para defender o ponto de vista que representa, tendo como base informações obtidas em diversas fontes. Para isso, conversem entre si e procurem se colocar no lugar dos grupos que vocês estão representando.

   Atenção: um argumento deve trazer dados que deem sustentação ao que se está afirmando (conclusão). É importante também que ele apresente justificativa, que é o elemento do argumento que fornece a explicação de como os dados e a conclusão estão relacionados.

   Com as listas de argumentos prontas, é hora de iniciar o debate. A dinâmica será a seguinte:

  • a sequência de apresentação dos grupos deve ser A, B, C;
  • na rodada inicial, cada grupo terá 3 minutos para expor seu ponto de vista e seus argumentos. Enquanto um grupo se apresenta, os outros devem prestar atenção e anotar os argumentos que julgarem mais relevantes;
  • após a primeira rodada, cada grupo terá 5 minutos para conversar sobre os argumentos apresentados. Os três grupos devem procurar chegar a um consenso quanto à questão proposta. Pensar com flexibilidade ajuda a conciliar os diferentes interesses envolvidos nessa situação;
  • na próxima rodada, cada grupo terá 3 minutos para expor suas conclusões. Essa etapa pode ser repetida até que se chegue a um consenso.

COMO EU ME SAÍ?

  • Utilizei diferentes argumentos para defender o ponto de vista que representei?
  • Procurei utilizar diferentes pontos de vista para chegar ao consenso quanto às questões propostas?
  • Se eu fosse explicar por que ter um pensamento flexível é importante em um trabalho em grupo, eu diria quereticências
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Oriente os grupos a pesquisar sobre o grupo social que representarão. Como se pretende que os estudantes representem grupos sociais distintos, é importante que eles tenham informações sobre como eles pensam e agem. Além disso, a experiência e o conhecimento de turismo com animais não são uma realidade conhecida por todos os estudantes. O acesso a informações prévias permite a eles maior segurança para a elaboração dos argumentos.

Leve material de apôio para a sala de aula. Textos ou vídeos complementares podem contribuir para demonstrar diferentes pontos de vista sobre o assunto.

Explique aos estudantes que devem se colocar no lugar do grupo que representam. Dessa fórma, a opinião que eles devem defender não necessariamente corresponde a suas posições individuais.

Garanta que haja respeito entre eles. O espaço de argumentação coletiva pode ser muito produtivo caso haja respeito mútuo e troca de ideias. Caso identifique qualquer fórma de desrespeito entre os estudantes, não hesite em parar a atividade e orientá-los no sentido contrário. A atividade tem o propósito de ensiná-los a ouvir e a se colocar no lugar do outro – não há vencedores no debate. Essa atividade favorece o desenvolvimento da competência geral 8 da Educação Básica, prevista pela Bê êne cê cê.

A duração das etapas propostas para o debate é apenas uma sugestão. Você pode propor tempos maiores ou menores de acôrdo com a disponibilidade de tempo.

Respostas – Atitudes para a vida

1. Resposta pessoal. Atividades turísticas praticadas de fórma sustentável e que respeitam os animais em seu hábitat tendem a não perturbá-los. Esses animais, geralmente, mantêm comportamentos habituais. Porém, o turismo praticado de modo exploratório, que envolve abuso e maus-tratos dos animais, pode influenciar negativamente no comportamento deles. Esses animais apresentam altos níveis de alerta, algumas vezes estimulando comportamentos agressivos causados por medo, estresse e ansiedade.

2. Espera-se que os estudantes selecionem argumentos para defender o ponto de vista do grupo que representam e os utilizem no debate. Com base nos argumentos expostos, espera-se que eles deliberem e cheguem a um consenso. O momento de ouvir os argumentos de cada ponto de vista e refletir sobre eles objetiva desenvolver nos estudantes a capacidade de pensar com flexibilidade.

Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

Povos indígenas e o ambiente

As concepções indígenas de “natureza” variam bastante, pois cada povo tem um modo particular de conceber o reticências ambiente e de compreender as relações que estabelece com ele. Porém, se algo parece comum a todos eles, é a ideia de que o “mundo natural” é antes de tudo uma ampla rede de inter-relações entre agentes reticências. Isto significa dizer que os homens estão sempre interagindo com a “natureza” e que esta não é jamais intocada. reticências

Apesar de não serem “naturalmente ecologistas”, os indígenas têm consciência da sua dependência reticências em relação ao reticências ambiente. Em função disso, desenvolveram fórmas de manejo dos recursos naturais que têm se mostrado fundamentais para a preservação da cobertura florestal no Brasil.

Trata-se de um fato visível nas regiões onde o desmatamento tem avançado com maior rapidez, como nos estados do Mato Grosso, Rondônia e sul do Pará. Em levantamento do ínpi (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), por exemplo, as Terras Indígenas aparecem como verdadeiros oásis de florestas.

É fato que muitos povos indígenas, como os Suruí, Cinta-Larga e os Kayapó, tenham se atrelado ativamente a fórmas predatórias de exploração dos recursos naturais hoje em vigor na Amazônia, fazendo alianças principalmente com empresas madeireiras. Todavia, é preciso reconhecer que eles o fizeram submetidos a pressões concretas, contínuas, ilegais e como sócios menores dêsses negócios.

Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Povos indígenas no Brasil. Índios e o meio ambiente. Disponível em: https://oeds.link/gNsQ89. Acesso em: 9 maio 2022.

Fotografia. Várias pessoas em pé, enfileiradas, segurando grandes sacos sobre as costas. Todos estão em meio a uma área de floresta, com solo e vegetação ao redor.
É preciso estabelecer parcerias entre indígenas, govêrno e outros setores da sociedade para a conservação do ambiente e a geração de renda para as comunidades indígenas. Na fotografia, indígenas realizam a colheita de castanha-do-brasil. (Terra Indígena Uai Uai, Roraima, 2018.)
Respostas e comentários

Orientações didáticas

O conteúdo da seção Compreender um texto pretende trazer uma reflexão sobre a importância dos conhecimentos indígenas para a preservação do ambiente, descrevendo as relações dêsses povos com a natureza. Além da leitura, os textos apresentados objetivam a promoção do diálogo entre os estudantes. Por isso, recomenda-se que os textos sejam lidos e discutidos em sala, sob sua orientação.

A leitura pode ser feita coletiva ou individualmente. Caso seja individual, reserve um tempo em aula para que cada um faça sua leitura e, depois, realize a discussão de fórma coletiva.

É possível também utilizar metodologias diferenciadas para o trabalho com essa seção. Proponha aos estudantes, como tarefa de casa, que realizem a leitura do texto e elaborem um mapa de ideias a partir dessa leitura. Na sala de aula, solicite que alguns estudantes apresentem seu trabalho e os demais façam comentários. Em seguida proponha a leitura compartilhada do texto e a realização das atividades propostas. Se julgar necessário, explique como elaborar um mapa de ideias e apresente alguns exemplos aos estudantes.

Após a leitura, a discussão pode ser iniciada questionando os estudantes sobre a interpretação do texto. É importante que o ponto central e a estrutura do texto sejam compreendidos por todos. Como a capacidade de leitura e interpretação é um processo contínuo, eles podem se encontrar em pontos distintos dêsse processo. Por isso, inicie a discussão com a simples interpretação de texto, aumentando gradativamente a complexidade das perguntas.

Se algum deles apresentar dificuldades de leitura ou compreensão, busque orientá-lo individualmente. Isso pode ser feito enquanto os outros estudantes desenvolvem atividades programadas, como a leitura ou a resposta das atividades.

Sugestão de recurso complementar

Livro

BUZAN, T. Dominando a técnica dos mapas mentais: guia completo de aprendizado e o uso da mais poderosa ferramenta de desenvolvimento da mente humana. São Paulo: Cultrix, 2019.

O livro apresenta a utilização de mapas mentais em diferentes contextos e disponibiliza diversos modelos.

Indígenas: chave para conservação do ambiente

O último relatório da ônu (Organização das Nações Unidas) que alerta sobre a velocidade com que as espécies estão se extinguindo (uma de cada oito está ameaçada) assinala que essa destruição da natureza é mais lenta nas terras onde vivem os povos indígenas do que no resto do planeta. Mas também destaca a crescente ameaça que ronda essas comunidades na miliampér de expansão da agricultura, urbanização, mineração, novas infraestruturasreticências O Brasil, que abriga a maior parte da Amazônia e o ecossistema mais rico do mundo, é um dos países onde essa ameaça é mais evidente. reticências

Os indígenas brasileiros são cêrca de 800.000 (0,6% da população), estão divididos em 225 grupos e vivem em 14% do território. Pode parecer pouca população em muita terra, mas cumprem funções-chave para preservar a natureza. A especialista Nurit Bensusan, da ôngui Instituto Socioambiental (í ésse á), detalha essas funções: “Por um lado, conservam a integridade das terras em que vivem e tentam, e frequentemente conseguem, evitar que entrem madeireiros, garimpeiros, grileirosreticências e, como sabemos que a maior ameaça às espécies é a deterioração de seu meio ambiente, o papel que desempenham é crucial”. Basta olhar um mapa para ver que as áreas onde vivem os indígenas sofrem menos desmatamento que as demais. No ano passado [2018], o desmatamento atingiu 7.900 quilômetros quadrados, a maior área desde 2008.

Mas, acrescenta a especialista, o papel dos indígenas tem uma segunda dimensão: “Por conhecerem tão intimamente as florestas, eles têm uma percepção muito antecipada, antes de todos, das mudanças ambientais. Sabem como lidar com isso. Por exemplo, param de caçar em uma área durante um temporeticências e assim aliviam o impacto antes que quaisquer outros”. Os indígenas são parte essencial dos alertas rápidos e da prevenção. reticências

Fotografia. Dois homens indígenas em um barco, em meio a um rio com plantas aquáticas ao redor. Eles possuem cabelos pretos, lisos e compridos. Um deles está em pé e o outro está sentado, eles seguram arcos e flechas.
Indígenas da etnia enauenê nauê pescando de arco e flecha. (Juína, , 2020.)

Fonte: GORTÁZAR, N. G. Por que os indígenas são a chave para proteger a biodiversidade planetária. El País, 8 maio 2019. Disponível em: https://oeds.link/CaR7GL. Acesso em: 9 maio 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

OBTER INFORMAÇÕES

  1. Identifique um trecho apresentado em um dos textos que descreve a relação que os indígenas estabelecem com a natureza.
  2. Que conhecimentos indígenas são apontados nos textos como relevantes para a conservação do ambiente?

INTERPRETAR E REFLETIR

  1. O primeiro texto compara as Terras Indígenas a oásis. Que ideia o autor quis passar sobre as Terras Indígenas ao fazer essa comparação? Considere que esse termo, normalmente, designa uma pequena região fértil presente em pleno deserto.
  2. O primeiro texto afirma: “o ‘mundo natural’ é antes de tudo uma ampla rede de inter-relações entre agentes reticências. Isto significa dizer que os homens estão sempre interagindo com a ‘natureza’ e que esta não é jamais intocada.”. Você concorda com essa afirmação? Justifique.
Respostas e comentários

Respostas – Compreender um texto

1. Os estudantes podem identificar os seguintes trechos:

desenvolveram fórmas de manejo dos recursos naturais que têm se mostrado fundamentais para a preservação da cobertura florestal no Brasil.”

conservam a integridade das terras em que vivem e tentam, e frequentemente conseguem, evitar que entrem madeireiros, garimpeiros, grileiros

“Por conhecerem tão intimamente as florestas, eles têm uma percepção muito antecipada, antes de todos, das mudanças ambientais. Sabem como lidar com isso. Por exemplo, param de caçar em uma área durante um temporeticências e assim aliviam o impacto antes que quaisquer outros”.

2. O primeiro texto menciona que os indígenas interpretam o mundo natural como uma ampla rede de inter-relações entre agentes, o que lhes ajuda a compreender seu impacto no ambiente e a desenvolver um manejo eficiente dos recursos naturais. No segundo texto, é mencionado que, por eles possuírem um profundo conhecimento das florestas, são capazes de perceber mudanças ambientais com antecedência, o que lhes permite planejar suas atividades de modo a amenizar seu impacto.

3. O autor sugeriu que, enquanto as Terras Indígenas estão preservadas, as áreas em seu entôrno estão degradadas ou em processo de degradação.

4. Resposta pessoal. É possível que os estudantes interpretem como uma inconsistência a afirmação de que a natureza nunca é intocada, pois é comum a relação entre a palavra “natureza” como algo intocado pelo ser humano. Entretanto, o autor teve a intenção de comunicar a compreensão dos indígenas de inter-relação entre os elementos da natureza, de fórma que qualquer ação do ser humano sempre resulta, mesmo que de fórma indireta, em impactos no ambiente.

Glossário

Cevar
: alimentar, engordar.
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