UNIDADE 2  O planeta Terra

Fotografia. Parte da superfície da Lua em primeiro plano e parte do planeta Terra ao fundo.
Planeta Terra visto da superfície da Lua em fotografia feita durante a missão Apollo 11 (1969).
Fotografia. Parte do planeta Terra visto do espaço, com o Sol ao fundo.
Horizonte da Terra visto da Estação Espacial Internacional (2021).

O pálido ponto azul

Observando a Terra de perto, vemos um mundo complexo com oceanos, continentes, nuvens, vulcões, fenômenos como terremotos, tempestades e grande diversidade de vida. Mas, se vista a uma grande distância, a Terra tem a aparência de um pálido ponto azul isolado na imensidão do espaço. Dessa perspectiva, a Terra pode parecer simples e insignificante.

Respostas e comentários

Objetivos da Unidade

Conhecer o surgimento do Universo segundo a teoria do Big Bang.

Conhecer o processo de formação da Terra.

Perceber que a Terra está em constante processo de transformação desde a sua formação.

Reconhecer os seres vivos como agentes transformadores do planeta Terra.

Identificar o formato da Terra por meio das observações e dos estudos realizados.

Argumentar sobre fatos que demonstrem a fórma esférica da Terra.

Avaliar escalas na construção de modelos por meio da comparação entre o tamanho do monte Everest e o tamanho da Terra.

Concluir que erupções vulcânicas, terremotos e outros fenômenos naturais são utilizados para estudar o interior da Terra.

Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra internamente.

Compreender que o inte­rior do planeta é formado por diversos tipos de mate­rial em diferentes estados físicos.

Conhecer as camadas da atmosfera terrestre e suas características.

Investigar a existência do ar.

Refletir sobre a efetividade das previsões científicas e como o conhecimento científico pode ser usado a favor da sociedade.

Demonstrar empatia pelos migrantes como meio para o acolhimento da diversidade cultural.

Estabelecer relações entre os projetos de exploração do interior da Terra e as camadas que estruturam o planeta.

Temas contemporâneos transversais (tê cê tês) em foco nesta Unidade

 Ciência e Tecnologia: apresentar tecnologias de monitoramento de ocorrência de terremotos e previsão de erupções vulcânicas.

 Diversidade Cultural: provocar reflexões sobre a situação dos refugiados no mundo de fórma a promover a valorização e o respeito a outras culturas.

Habilidades da Bê êne cê cê em foco nesta Unidade

 ê éfe zero seis cê ih um um: Identificar as diferentes camadas que estruturam o planeta Terra (da estrutura interna à atmosfera) e suas principais características.

 ê éfe zero seis cê ih um três: Selecionar argumentos e evidências que demonstrem a esfericidade da Terra.

Fotografia. Espaço azul com faixas brancas e alguns pontos luminosos. Na parte superior, linhas curvas e amarronzadas, os aneis de Saturno. Em destaque, com uma seta, um ponto iluminado.
Imagem feita pela sonda Cassini em órbita do planeta Saturno (2013). A seta indica o planeta Terra a uma distância de 1,44 bilhão de quilômetros.

Começando a Unidade

  1. O planeta Terra apresentava, no início de sua formação, as mesmas características que tem hoje?
  2. Como você descreveria o formato da Terra? Que informações você usou para responder a essa pergunta?
  3. O que um vulcão expele quando entra em erupção? Há alguma relação entre esse material e o que existe no interior do planeta?
  4. O que é a fina camada azulada que vemos em tôrno do planeta nas fotografias feitas do espaço?

Por que estudar esta Unidade?

Entender o processo de formação e as transformações pelas quais a Terra passou e ainda passa nos possibilita compreender muitas características relacionadas ao interior do planeta e à sua atmosfera. Graças a essa compreensão, somos capazes de, por exemplo, estudar, avaliar e prever fenômenos como erupções vulcânicas, furacões e mudanças climáticas. Dessa fórma, podemos lidar melhor com o impacto dêsses processos em nossa sociedade, e vice-versa, melhorar a convivência com o planeta que habitamos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Esta Unidade visa apresentar aos estudantes alguns aspectos e conceitos fundamentais da Cosmologia e da Geologia.

Alguns dos temas apresentados nesta Unidade, como o formato da Terra e as camadas que a estruturam, muitas vezes também são abordados no componente curricular Geografia, o que permite o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar.

Inicie o estudo explorando as fotografias apresentadas, que representam a Terra em diferentes perspectivas. Com a ajuda do texto de abertura, desperte nos estudantes a percepção de que o tamanho (grande ou pequeno) de um determinado objeto depende do referencial. Para nós, seres humanos, vivendo na superfície terrestre, o planeta Terra possui elementos de proporções enormes (quando comparado às proporções do corpo humano, por exemplo); como o texto diz, vemos um mundo rico em detalhes como oceanos, continentes, nuvens, vulcões etcétera. No entanto, uma observação feita nas proximidades de Saturno, como mostra a imagem da abertura, apresenta outra perspectiva, não é possível ver todos esses detalhes, a Terra parece ser um simples ponto azul.

Respostas – Começando a Unidade

1. Espera-se que os estudantes concluam que, no início de sua formação, o planeta Terra apresentava características bastante diferentes das atuais.

2. Resposta pessoal. É provável que os estudantes descrevam a Terra em formato esférico. Devido à hipótese da Terra plana veiculada por alguns meios de comunicação, é possível que alguns representem a Terra em formato plano. A segunda pergunta da atividade permite avaliar as fontes que os estudantes utilizam e explicitar seu raciocínio.

3. Ao entrar em erupção, um vulcão pode expelir lava (material quente e de aspecto avermelhado), rochas fragmentadas (que formam nuvens de cinzas e liberam gases tóxicos). Esse material tem origem no interior da Terra.

4. A fina camada azulada que vemos em tôrno da Terra nas fotografias feitas do espaço é a atmosfera.

TEMA 1  A formação da Terra

De acôrdo com estudos, a Terra teria se formado na mesma época que os outros planetas do Sistema Solar.

Surgimento do Universo

Até o início do século vinte, grande parte dos cientistas acreditava que o Universo era fixo, isto é, ele não se expandia ou contraía. Novas descobertas e o desenvolvimento tecnológico, no entanto, propiciaram que essa ideia começasse a mudar no meio científico. Os trabalhos do físico russo Alecsander Fridman (1888-1925) e do padre e astrônomo belga George Lemétre (1894-1966) na década de 1920 contribuíram para demonstrar que o Universo não era estático e estava se expandindo. Em 1929, o astrônomo estadunidense Éduin Rãbou (1889-1953) identifica, a partir da análise de dados coletados por meio de telescópio, que as galáxiasglossário estão se afastando umas das outras.

A teoria amplamente aceita pela comunidade científica para a origem e evolução do Universo é a teoria do Big Bang.

Segundo essa teoria, a origem do Universo ocorreu há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Tudo teria tido início com o Big Bang, evento que deu origem ao tempo, ao espaço e à matéria. Antes do Big Bang, existia apenas um ponto de tamanho muito pequeno com densidade e temperatura extremamente altas. Ocorreu então uma súbita expansão a partir dêsse ponto e desde então o Universo expandiu e esfriou.

Nesse processo, após aproximadamente 1 a 2 bilhões de anos, algumas regiões do Universo se aglutinaram localmente, possibilitando que as galáxias se formassem. Bilhões de anos depois, esses mesmos aglomerados de corpos celestes foram fonte de estudo e forneceram evidências importantes para a construção da teoria.

Evolução do Universo

Ilustração. Uma estrutura alongada, disposta na horizontal. A parte esquerda é iluminada com a informação “Big Bang”. Dentro da estrutura, um pouco à direita, pontos luminosos de forma ainda comprimida com a indicação: 400 milhões de anos: surgimento das primeiras estrelas e das primeiras galáxias. Um pouco mais à direita, pontos luminosos mais espaçados, com a informação: 9,3 bilhões de anos: surgimento do Sistema Solar e da Terra. Abaixo da estrutura, uma seta que parte de uma extremidade a outra, indicando 13,8 bilhões de anos. Na extremidade direita uma indicação de 'presente'.
Representação de alguns eventos que ocorreram entre a fase inicial do cosmos até a rica variedade de estrutura cósmica que observamos atualmente. A extensão horizontal representa a passagem do tempo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de NATIONAL Astronomical Observatory of JapanSchematic Diagram of the History of the Universe 16 junho 2016. Disponível em: https://oeds.link/DkSBL0. Acesso em: 31 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Para iniciar o trabalho com o Tema 1, é interessante levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o surgimento do Universo; pergunte a eles o que sabem sobre esse assunto e explore as diferentes explicações. Nesse momento, podem surgir interpretações culturais e religiosas, aproveite para dialogar com a turma sobre o respeito a essas perspectivas.

Para facilitar a compreensão cronológica dos acontecimentos apresentados, juntamente com a turma, analise a imagem “Evolução do Universo”. Primeiramente, identifiquem o início da expansão do Universo, seguido do surgimento das primeiras estrelas e galáxias, depois do Sistema Solar e, por fim, a parte da imagem que representa o presente.

Caso haja alguma interpretação do Big Bang como uma explosão, comente com os estudantes que uma explosão envolve materiais inflamáveis, gás oxigênio e uma fonte de ignição, e nada disso existia no momento do Big Bang. Esclareça que o que houve foi uma expansão muito rápida.

Acrescente que as galáxias são conjuntos de gás, poeira, estrelas e sistemas planetários, relembrando que o Sistema Solar fica localizado na Via Láctea.

Formação do Sistema Solar

A Terra provavelmente se formou no mesmo período que o Sol e os outros planetas do Sistema Solar – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno –, há cêrca de 4,5 bilhões de anos.

A teoria mais aceita atualmente é a de que havia uma grande nuvem de poeira e gás interestelar na região do espaço em que atualmente nos encontramos. O material dessa nuvem começou a se agregar, formando uma aglomeração menor que deu origem ao Sistema Solar.

A maior parte dessa matéria agregada originou o Sol, que concentra mais de 99% da massa de todo o Sistema Solar. O restante originou planetas, satélites naturais (luas), asteroides, cometas e outros corpos celestes menores. O Sistema Solar encontra-se em uma galáxia que denominamos Via Láctea.

Ilustração. Área extensa e avermelhada em formato circular, com ponto amarelo luminoso ao centro. Ao redor, alguns círculos. O fundo é preto com pontos claros.
Representação artística de uma estrela jovem no centro, orbitada por materiais como gases, poeira e rochas. Esse tipo de material pode dar origem a planetas e a outros corpos celestes. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Transformações na Terra

Desde a sua formação, a superfície da Terra modifica continuamente.

Nos primórdiosglossário , a superfície da Terra era bastante quente, coberta por vulcões ativos. Muito lentamente, o planeta começou a esfriar e, depois de milhões de anos, a superfície se solidificou. Formou-se então uma camada relativamente fina de rocha, a crosta terrestre.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Retome a configuração do Sistema Solar, analisando a posição dos planetas em suas órbitas ao redor do Sol.

De maneira breve, recorde outros corpos celestes do Sistema Solar, além do Sol e dos planetas, como: satélites naturais (luas), que se movimentam ao redor de planetas; asteroides, corpos rochosos que orbitam o Sol; e cometas, astros compostos de poeira, rocha e gêlo, que podem expelir poeira e gases formando uma cauda.

Um fato interessante sobre a concepção do Sistema Solar é que, ao longo do tempo, a hipótese inicial sobre o seu surgimento foi mantida, pois todos os fatos descobertos são compatíveis com as ideias originais dos cientistas, diferentemente da maioria das teorias propostas na Astronomia.

Sugestões de recursos complementares

Livro

GLEISER, M. A Dança do Universo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

O livro mostra, em linguagem simples, versões de diversas culturas para o surgi­mento do Universo.

Site

NASA Science – Solar System Exploration

A página apresenta uma visão geral do nosso Sistema Solar, sendo possível acessar informações detalhadas de cada planeta.

Disponível em: https://oeds.link/INZJLZ. Acesso em: 9 junho 2022.

Ao longo dêsse processo gradativo de resfriamento, formou-se a atmosfera primitiva. Com o passar do tempo, a temperatura do planeta diminuiu o suficiente para que a água pudesse permanecer em estado líquido e se acumular em determinadas regiões, originando os oceanos. Esse fato foi fundamental para proporcionar condições para o surgimento e a manutenção da vida na Terra.

Ilustração A. Vista de um planeta esférico, azul com manchas claras. À direita, partes avermelhadas, semelhantes a fogo. O fundo é preto.
Ilustração B. Vista de uma área com solo rachado, vulcões em erupção e lava. O céu é avermelhado, com fumaça e parte escura.
Representações artísticas de como seria a Terra em seus primórdios: (A) Acredita-se que seria possível ver do espaço uma superfície com várias marcas de impactos de meteoritos – fragmentos de matéria sólida provenientes do espaço – e fluxos de lava quente. (B) Havia grande quantidade de rochas derretidas sobre a superfície do planeta e de raios na atmosfera. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

A Terra é dinâmica, isto é, está sempre passando por alterações. A água da superfície terrestre, por exemplo, passa por diversas alterações de temperatura, podendo ser encontrada em diferentes estados físicos.

Fenômenos como terremotos e erupções vulcânicas também podem causar modificações na superfície da Terra. Esses fenômenos são consequência de eventos que acontecem no interior do planeta.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A história da Terra é dividi­da em cinco níveis de classificação na escala de tempo geológico: éons, eras, períodos, épocas e idades. Os éons, com exceção do éon Hadeano, estão divididos em eras, que são subdivididas em períodos, subdivididos em épocas e estas, em anos.

Os éons têm um intervalo de tempo muito grande e estão classificados em: Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico. Os éons Hadeano e Arqueano referem-se ao conteúdo desenvolvido no livro do estudante. O tempo geológico não é objeto de estudo dêsse tema. A seguir são descritas as principais características de cada éon apenas para o seu conhecimento.

Éon Hadeano: de 4,6 a 3,8 bilhões de anos atrás. Formação da Terra. A União Internacional das Ciências Geológicas, organização científica dedicada ao estudo das ciências da Terra, não reconhece esse éon. Para a organização, o intervalo de tempo a que ele se refere compreende ao éon Arqueano. Porém, a classificação Hadeano/Arqueano é aceita por vários autores.

Éon Arqueano: de 3,8 a 2,5 bi­lhões de anos atrás. Formação das primeiras rochas, após o resfriamento da superfície da Terra; a atmosfera era composta de gases tóxicos. A vida apareceu pela primeira vez e os primeiros seres vivos foram seres unicelulares procariontes.

Éon Proterozoico: de 2,5 bilhões a 542 milhões de anos atrás. Acúmulo de gás oxigênio na atmosfera; seres eucariontes passaram a coe­xistir com os procariontes.

Éon Fanerozoico: de 542 milhões de anos atrás até a atualidade. Está dividido em três eras: Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. Houve grande diversificação dos seres vivos. Além de eventos de extinção em massa.

A espécie humana tem aproximadamente 200 mil anos de existência e é extremamente recente na história da Terra. As primeiras civilizações modernas ocorreram há 6.000 anos.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

COMO foi o processo de formação do planeta Terra. Pensamento Verde, 14 maio 2015.

O site traz uma matéria sobre a origem da vida na Terra, voltando a 13 bilhões de anos atrás, na formação do Universo, para discutir essa questão.

Disponível em: https://oeds.link/XEPlYC. Acesso em: 10 junho 2022.

A ocorrência de terremotos e erupções vulcânicas tem relação com a movimentação de rochas que compõem o interior da Terra. Os tsunamis, por sua vez, são ondas gigantescas provocadas por terremotos ou erupções vulcânicas que ocorrem no fundo dos oceanos. Esses fenômenos podem alterar completamente as características de um lugar, destruindo cidades inteiras, por exemplo. Compare as imagens a seguir.

Fotografia A. Vista aérea de uma cidade com construções, vegetação e praia ao redor, com água clara.
Fotografia B. Vista aérea de uma cidade com construções, solo exposto, amarronzado, pouca vegetação e, ao redor, trechos de água turva.
Em janeiro de 2022, algumas ilhas de Tonga – país localizado na Oceania – foram atingidas por um tsunami causado por uma forte erupção de um vulcão no fundo do oceano. (A) Imagem de satélite da ilha de Nomuka antes da ocorrência do tsunami. (Tonga, 2020.) (B) Imagem de satélite da ilha de Nomuka após a ocorrência do tsunami. (Tonga, 2022.)

As transformações causadas por fenômenos como um terremoto, uma erupção vulcânica ou um tsunami são rápidas e provocam efeitos bem perceptíveis. A maioria das mudanças, no entanto, é muito mais difícil de ser percebida, pois é lenta e acontece ao longo de centenas, milhares ou até milhões de anos. Um exemplo é a formação do solo: cada centímetro de solo pode levar até 400 anos para ser formado. O surgimento de montanhas, por sua vez, leva milhões de anos.

Os seres vivos também podem modificar a superfície do planeta ao construir abrigos, ninhos, derrubar árvores, entre outras ações.

Fotografia de um pato preto. Ele está com o bico aberto e próximo a um buraco no solo, com um pouco de vegetação ao redor. Próximo a ele, alguns filhotes de pato. Abaixo, pequena ilustração do animal, indicando 55 centímetros de comprimento.
Todos os seres vivos interagem com o ambiente e o modificam. O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), por exemplo, faz seu ninho em cavidades de paredões rochosos ou barrancos de terra.

De ôlho no tema

Que eventos naturais podem modificar rapidamente a superfície do planeta? Cite alguns exemplos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

O estudo de fenômenos como terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis pode facilitar a compreensão dos estudantes de que a Terra está em constante transformação.

Explore as imagens de satélite da ilha de Nomuka antes e depois do tsunami ocorrido em 2022, possibilitando aos estudantes a realização de uma leitura visual adequada, identificando as mudanças na paisagem. Destaque que o tsunami que atingiu Tonga foi causado por uma forte erupção de um vulcão submarino, reforçando a relação entre a ocorrência de tsunamis e erupções vulcânicas. Comente que os efeitos do tsunami de Tonga foram sentidos no Brasil 17 horas depois de sua ocorrência, com a elevação de oito centímetros no nível do mar, detectada no Rio de Janeiro.

Se possível, compare com a turma o antes e o depois da erupção do vulcão de La Palma, nas Ilhas Canárias, na Espanha, que ficou em erupção por quase 100 dias – de setembro a dezembro de 2021. A comparação das imagens possibilita observar a extensão alcançada pela lava, ainda no início da erupção, e as modificações causadas na superfície da Terra. Para a análise das imagens, acesse a referência indicada em Sugestão de recurso complementar.

Explique à turma que, no Brasil, são encontrados apenas vulcões extintos e que os terremotos são, na maioria, de pequena intensidade, não causando grandes danos.

A formação do solo ou o surgimento de uma montanha ocorrem em uma escala de tempo (milhares ou milhões de anos) muito distante da escala de tempo da vida humana, o que pode causar dificuldades na compreensão dêsses processos pelos estudantes, já que essas mudanças não são perceptíveis como as mudanças causadas por fenômenos como uma erupção vulcânica ou um tsunami. A crosta terrestre é objeto de estudo da Unidade 4, que detalha o processo de intemperismo e os agentes que atuam na formação do solo.

Resposta – De ôlho no tema

Os estudantes podem citar terremotos, tsunamis, tempestades, inundações, deslizamentos de terra, entre outros.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

ZAFRA, M.; ANSEDE, M. O antes e o depois da erupção catastrófica do vulcão de La Palma. El País, 25 setembro 2021.

A matéria traz uma comparação de imagens de drones e de satélites para mostrar a magnitude da devastação ocorrida nas Ilhas Canárias.

Disponível em: https://oeds.link/a8dRcM. Acesso em: 15 julho 2022.

TEMA 2  O formato da Terra

A Terra tem formato aproximadamente esférico.

O ser humano articulou e documentou concepções distintas sobre o formato da Terra em diferentes épocas e lugares. Um exemplo são os babilônios que, há aproximadamente 4.000 anos, descreviam a Terra como um enorme plano de fórma circular que repousava sobre uma câmara de água com um rio que a circundava totalmente. Em volta da Terra havia uma parede que sustentava uma cúpula, onde todos os corpos celestes estavam localizados.

Até o início da década de 1960, quando ainda não havia ocorrido a observação direta do planeta a partir do espaço, as hipóteses sobre o formato da Terra apoiavam-se em evidências recolhidas de observações realizadas na própria superfície do planeta. Em 1961, o cosmonauta russo Iuri Gagarin (1934-1968), primeiro ser humano a dar uma volta completa em tôrno do planeta, constatou que a Terra era arredondada, circundada por nuvens e com tonalidades da côr azul. Com o desenvolvimento da tecnologia, satélites artificiais e sondas espaciais passaram a coletar informações sobre o planeta Terra e nos deram acesso a imagens da Terra vista do espaço. Essas imagens também são evidências do formato da Terra.

As tecnologias atuais, ainda, permitem medir as dimensões da Terra com bastante precisão. O planeta Terra é levemente achatado nos polos e tem formato curvo na linha do Equador, ou seja, ele tem um formato quase esférico. Em aplicações que não exigem muita precisão, representar a Terra como uma esfera é adequado. No entanto, quando informações como coordenadas, por exemplo, são importantes, outras fórmas são utilizadas. Na cartografia, aproxima-se o formato da Terra para uma figura geométrica denominada elipse, que leva em conta as diferenças entre os raiosglossário polar e equatorial do planeta.

Tamanho dos raios da Terra

lustração. Vista para o interior do Planeta Terra com três camadas: uma amarela, mais interna, outra alaranjada, intermediária e outra avermelhada, mais externa. Há um fio vertical, indicando Raio polar – 6.357 quilômetros – e um fio horizontal, indicando raio equatorial – 6.378 quilômetros.
Representação esquemática do globo terrestre recortado, mostrando parcialmente seu interior. O raio na linha do Equador (raio equatorial) é um pouco maior que o raio que vai do centro até os polos (raio polar). (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: TEIXEIRA, W. e outros (organizador). Decifrando a Terra.segunda edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

O Tema 2 trata do formato da Terra e traz evidências da esfericidade do planeta, mobilizando a habilidade ê éfe zero seis cê ih um três da Bê êne cê cê.

Antes de iniciar o estudo dêsse Tema, é interessante levantar uma discussão com a turma a respeito da hipótese da Terra plana. Para isso, você pode solicitar aos estudantes que desenhem em seus cadernos uma imagem que represente o formato da Terra. Analise as representações, verificando a compreensão que eles têm sobre o assunto. É provável que a maioria deles represente a Terra em formato esférico. Se algum representar a Terra em formato plano questione, sem causar constrangimento, quais foram os motivos que o levaram a essa conclusão. Comente que essa hipótese não se sustenta cientificamente, justamente por não existirem evidências e argumentos que apoiem essa ideia, diferentemente do modêlo da Terra esférica. Essa discussão pode ser um exercício interessante para demonstrar que na Ciência tudo pode ser questionado, mas apenas as ideias que explicam fatos empíricos e que podem ser testadas empiricamente são aceitas pela comunidade científica. Esse conteúdo favorece o desenvolvimento de parte da competência específica 3  de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista pela Bê êne cê cê.

Outro ponto interessante para ser levantado durante essa discussão é o fato de que muitas informações que circulam na internet não são verídicas. Converse com os estudantes a respeito da importância de checar as informações que chegam até nós, principalmente pela internet. Oriente-os a sempre buscar informações em sites confiáveis como de universidades, centros de pesquisa etcétera. Essa proposta favorece o desenvolvimento da  competência geral 5  da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

ROSA, C. W.; DARROZ, L. M.; TYBURSKI, L. A fórma da Terra no ensino fundamental: a qual fonte de informação os alunos outorgam maior autoridade epistêmica? Revista Thema, Pelotas, volume5,número3, página 1019-1033, 2018.

Diante do episódio veiculado na internet sobre a Terra plana, o artigo discute o papel da escola diante do que é divulgado na mídia e a credibilidade dada pelos estudantes ao professor e ao livro didático como fonte de informação.

Disponível em: https://oeds.link/9UaV6W. Acesso em: 6 setembro 2023.

Evidências do formato da Terra

Clique no play e acompanhe as informações do vídeo.

Um experimento que pode ser realizado para avaliar o formato da Terra analisa a diferença entre as sombras formadas em duas cidades distintas.

Ao planejar um experimento para confrontar duas hipóteses – nesse caso, a projeção de sombras nos modelos de Terra plana ou esférica –, é importante definir qual é o resultado esperado para a confirmação de cada uma delas.

Na hipótese da Terra plana, o Sol estaria acima de hastes fincadas na Terra e as sombras formadas teriam o mesmo tamanho. Na hipótese da Terra esférica, o comprimento da sombra das hastes seria diferente, de acôrdo com a latitude do local (quanto mais próximo dos polos, maior seria a sombra projetada).

Assim, definindo os resultados esperados para cada hipótese, é possível comparar os resultados obtidos no experimento com os resultados esperados e verificar se o experimento fornece evidências favoráveis a uma das hipóteses.

Projeção de sombras

Ilustração A. Duas mãos segurando uma representação do Planeta Terra em forma plana com duas barras verticais (hastes) e setas apontadas para baixo, indicando "raios solares". Ilustração B. Duas mãos segurando uma representação do Planeta Terra em forma esférica. À direita, setas direcionadas para a esquerda, indicando raios solares. À direita estão localizadas três hastes.
Representações esquemáticas: (A) Hipótese da Terra plana, as sombras das hastes teriam o mesmo tamanho. (B) Hipótese da Terra esférica, o tamanho das sombras das hastes seria diferente, de acôrdo com a latitude do local. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: CHILE. Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica. Experimiento midiendo la Tierra, 2016. Disponível em: https://oeds.link/IWwguK. Acesso em: 31 maio 2022. 

O experimento de Eratóstenes

cêrca de 2.200 anos, o estudioso grego Eratóstenes (276 antes de Cristo-194 antes de Cristo.) realizou um experimento simples que reforçou a ideia de que a Terra é esférica e permitiu calcular, com relativa precisão, o tamanho do planeta Terra. Embora os historiadores não tenham certeza de alguns detalhes dessa história, relatos da época nos ajudam a entender o experimento.

Eratóstenes sabia que, em certa cidade egípcia, ao meio-dia de cada 21 de junho, o Sol estava exatamente acima da cabeça do observador. Sabia-se disso porque, nessa cidade, havia um poço cujo fundo era iluminado apenas uma vez por ano, exatamente nessa data e hora. Nesse instante, os raios solares iluminavam apenas a água no fundo, e não os lados do poço como nos outros dias, indicando que o Sol estava diretamente acima do poço.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Para investigar a projeção de sombras, como atividade complementar, você pode propor aos estudantes que se organizem em grupos e construam alguns modelos da Terra plana e esférica utilizando os seguintes materiais:

meia

folha de cartolina; uma bola de vinil; 5 palitos de sorvete; massa de modelar e umalanterna. Os grupos devem construir um modêlo de Terra plana e um modêlo de Terra esférica. Deixe-os manusear os materiais para a construção dos modelos. Eles devem chegar à conclusão de que a cartolina representará a Terra plana e a bola de vinil, a Terra esférica, os palitos de sorvete representarão as hastes para a projeção das sombras e que a massa de modelar servirá para fixar os palitos de sorvete (dois palitos no modêlo de Terra plana e três palitos no modêlo de Terra esférica são suficientes para a observação); na representação esquemática “Projeção de sombras” é possível verificar a localização de cada haste. Por fim, a lanterna representará o Sol. Se os grupos tiverem dificuldades para chegar a essas conclusões, auxilie-os dando dicas sobre os componentes de cada modêlo da Terra.

Após a construção dos modelos, o momento é de verificar a formação das sombras. Proponha aos estudantes que manipulem a lanterna acesa sobre os modelos, um por vez e registrem por meio de desenhos as constatações do grupo. No modêlo de Terra plana, quando o Sol estiver bem acima dele, as sombras das hastes têm o mesmo tamanho. No modêlo de Terra esférica, o Sol ilumina lateralmente e o comprimento da sombra das hastes é diferente.

Sugestão de recurso complementar

Dissertação

GONZATTI, S. L. M. Um curso introdutório à Astronomia para a formação inicial de professores de Ensino Fundamental, em nível médio. 2008. Dissertação (Mestrado em Ensino de Física) Instituto de Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

Esse trabalho acadêmico aborda conceitos e fenômenos relacionados à Terra, como fórma, campo gravitacional, movimento e fenômenos astronômicos simples.

Disponível em: https://oeds.link/tXP4Ct. Acesso em: 10 junho 2022.

O mesmo não acontecia em Alexandria, onde Eratóstenes morava. Nessa mesma data e horário, uma vareta fincada verticalmente no chão em Alexandria projetava uma pequena sombra. Reconhecendo que os raios solares incidem paralelamente na Terra, Eratóstenes deduziu que o planeta Terra era esférico, pois a existência de uma curvatura na superfície da Terra explica a pequena sombra projetada em Alexandria e a ausência de sombra na outra cidade. Analise a imagem a seguir.

O experimento

Ilustração de parte do Planeta Terra, em cinza. Acima, uma haste, que produz uma pequena sombra; abaixo, uma seta tracejada para baixo, seguindo ao redor da lateral do planeta. À direita, setas direcionadas para o planeta, indicando os raios solares. Abaixo, uma cavidade na Terra e a informação: Raios solares iluminam o fundo do poço, e não as laterais.
Representação esquemática do experimento de Eratóstenes, realizado ao meio-dia de um dia 21 de junho. Em Alexandria, a vareta produz sombra; na outra cidade, os raios solares iluminam diretamente o fundo do poço. Se uma vareta fosse fincada nesse local, nessa data e hora, nenhuma sombra seria projetada. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: AZEVEDO, L. O. A. e outros Revisitando o experimento de Eratóstenes: medida do raio de Terra. Revista Brasileira de Ensino de Física, volume 44, 2022. Disponível em: https://oeds.link/a4EIhG. Acesso em: 31 maio 2022.

Sabendo a distância entre as duas cidades e usando conhecimentos disponíveis na época, Eratóstenes calculou a medida da circunferência da Terra. Mesmo não dispondo de equipamentos sofisticados, o valor obtido foi muito próximo do valor que consideramos atualmente.

Outras maneiras de verificar o formato da Terra

Existem fórmas simples de verificar que a Terra é aproximadamente esférica. Acompanhe os exemplos a seguir.

Barco se afastando da costa

Ilustração A. À esquerda, um garoto branco de perfil, representado da cintura para cima. À frente dele, o mar com quatro representações de um barco. 1. Vê-se o barco inteiro. 2. Vê-se a parte superior do barco. 3. Vê-se apenas uma pequena parte do barco. 4. Não se vê o barco. Ilustração B. Um barco representado quatro vezes sobre a superfície curva do planeta Terra. Há uma reta horizontal que passa pelos barcos, indicando como eles vão sumindo da visão. 1. A linha está na parte inferior do barco. 2. A reta está no meio do barco. 3. A reta passa pela parte superior do barco. 4. A reta passa por cima do barco
(A) Perspectiva de um observador na costa vendo um barco navegando em direção ao horizonte em diferentes instantes. Além da imagem do barco diminuir de tamanho por causa da perspectiva, note que aos poucos ele não é mais avistado. (B) Representação esquemática da mesma situação, mostrando o que acontece com o barco devido ao formato quase esférico da Terra. A linha pontilhada representa o horizonte na visão do observador. Se a Terra fosse plana, o barco ficaria cada vez menor à medida que se afastasse da costa. Finalmente, se tornaria um ponto e desapareceria do campo de visão do observador. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de NATIONAL OCEANIC AND ATMOSPHERIC ADMINISTRATION. Basic geodesy. Rockville(Estados Unidos):US Defense Department, 1977.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Comente com os estudantes que as medidas e os cálculos feitos por Eratóstenes foram tão cuidadosos e precisos que, mesmo utilizando recursos simples, ele obteve uma estimativa bastante próxima das estimativas atuais do tamanho da Terra, errando por uma margem de aproximadamente 10%. Explique que exatidão e precisão são características importantes nos bons trabalhos científicos. Enquanto a exatidão refere-se à concordância da medida com um valor considerado verdadeiro, a precisão relaciona-se com a concordância de um conjunto de medidas entre si.

Após o estudo do experimento de Eratóstenes, promova uma discussão sobre maneiras de verificar o formato da Terra. Comece organizando a turma em grupos e levante o seguinte questionamento: como podemos verificar que a Terra não é plana? Deixe que os grupos apresentem suas ideias a respeito da questão. Algumas evidências sobre o formato da Terra são detalhadas no livro do estudante. Comente, ainda, outras evidências como a de que em um voo longo de avião, na maioria das vezes, é possível observar a curvatura da Terra; outra maneira é observar o horizonte em cima de uma árvore, pois do alto da árvore conseguimos observar elementos que não podemos ver quando estamos no chão.

Eclipse lunar parcial

Ilustração A. À esquerda, uma garota negra  de perfil, representada da cintura para cima. À frente dela, um campo gramado e extenso com a Lua no céu. Parte da Lua está iluminada e parte com uma sombra. Ilustração B. À esquerda, o Sol, representado por uma esfera amarela. Dele partem raios amarelos em direção à Terra, que está ao centro, com parte iluminada e parte oposta escura. À direita, na parte escura, está a Lua, parcialmente iluminada.
(A) Perspectiva de um observador vendo um eclipse lunar parcial. (B) Representação esquemática de um eclipse lunar parcial. Esse fenômeno astronômico ocorre quando a Lua, a Terra e o Sol estão alinhados e a Terra está posicionada entre o Sol e a Lua. Em um eclipse lunar parcial, parte da face da Lua voltada para a Terra deixa de ser visível para nós, porque a sombra da Terra cobre a Lua. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte consultada: OBSERVATÓRIO ASTRONÔMICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Eclipse Lunar. Disponível em: https://oeds.link/S5PSkt. Acesso em: 31 maio 2022.

Observar as estrelas também nos fornece evidências da esfericidade da Terra. Algumas constelações visíveis em um hemisfério não são visíveis no outro, pois a própria Terra bloqueia o campo de visão do observador. A constelação do Cruzeiro do Sul, por exemplo, não é vista da Europa (localizada no Hemisfério Norte). No Brasil, não é possível observar a constelação da Ursa Maior, visível no Hemisfério Norte. Se a Terra fosse plana, as mesmas constelações seriam visíveis para todos os observadores, independentemente de sua localização.

Fotografia. Na parte inferior, pico de uma montanha escura. O céu noturno está com pontos brilhantes. Alguns desses pontos estão ligados por linhas formando um retângulo com uma reta voltada para cima.
Em destaque, constelação da Ursa Maior vista no céu do Parque Nacional Lagos As linhas brancas são linhas imaginárias que ligam as estrelas que formam a constelação. (Canadá, 2021.)

De ôlho no tema

Um dos argumentos dos defensores do formato plano da Terra é que não vemos a curvatura do horizonte, mesmo quando estamos em um avião, ou seja, mesmo quando nos posicionamos a vários quilômetros acima do solo. Com base no que foi estudado, escreva um contra-argumento defendendo a esfericidade do planeta.

Respostas e comentários

Resposta – De ôlho no tema

Resposta pessoal. Os estudantes podem construir contra-argumentos com base nas informações encontradas no livro do estudante, como a observação de embarcações no horizonte, do eclipse lunar, a visibilidade de diferentes constelações nos hemisférios, a variação de tamanho de sombras em latitudes diferentes na mesma hora do dia, entre outros. Eles podem, ainda, pesquisar outras evidências para construir seus contra-argumentos, como a diferença de duração dos dias dependendo da latitude.

Essa atividade favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um três da Bê êne cê cê, em que eles devem selecionar argumentos e evidências para demonstrar a esfericidade do planeta.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 E 2

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Identifique as afirmações incorretas e reescreva-as, corrigindo-as.
    1. A formação da Terra pode ter ocorrido a partir do material proveniente de uma grande nuvem de poeira e gás interestelar.
    2. A Terra passou por muitas transformações no início de sua existência e, atualmente, não passa por mais nenhuma mudança.
    3. A Terra provavelmente se formou antes do Sol e dos outros planetas do Sistema Solar.
  2. Qual é a relação entre a ocorrência de terremotos e erupções vulcânicas e o interior do planeta Terra?
  3. A ideia de que a Terra tem formato aproximadamente esférico sempre prevaleceu? Explique.
  4. Estruture um argumento científico para explicar a evidência sobre o formato da Terra obtida por uma pessoa observando um barco se afastando da costa. O argumento deve apresentar os seguintes elementos: dados – o que é observado; justificativa – explicação para o que é observado; conclusão – o que pode ser concluído por meio dos dados e da justificativa.
  5. Explique por que algumas estrelas visíveis no Hemisfério Norte não são vistas por um observador no Hemisfério Sul, e vice-versa.

ANALISAR

6. Leia o texto e responda.

reticências

Meia-hora depois do terremoto, as ondas chegaram à costa de Torrocú e outras regiões do leste do Japão. Do alto de prédios muitos japoneses viam, impotentes, o momento em que as primeiras ondas venciam os muros de proteção como se estes não existissem. Paredes de água invadiram as cidades do litoral, carregando e destruindo barcos, carros e casas, que de longe pareciam de brinquedo.

reticências

Fonte: SIMÕES, R. 10 anos de Fucuchima: o dia em que o Japão foi atingido por terremoto, tsunami e acidente nuclear. bê bê cêNews Brasil, 10 março2021. Disponível em: https://oeds.link/nSajDt. Acesso em: 31 maio 2022.

  1. Qual é a relação entre tsunamis e terremotos?
  2. As transformações causadas por esses fenômenos modificam a superfície da Terra? Explique.
  1. A noção de extraterrestre se refere a algo que é de fóra do planeta Terra. É possível que algo que esteja no planeta seja extraterrestre? Em caso positivo, cite exemplos.
  2. Analise a tirinha e depois responda às questões.

HAGAR Diqui Bráun

História em quadrinhos, composta por três quadros. Hagar de Dik Brówne. Apresenta Hagar, homem víquim, que usa roupa listrada e comprida e chapéu com chifres. Ele tem o nariz grande e redondo e possui barba. Seu filho, Hamlet, é um garoto pequeno que usa chapéu de chifres. Quadro 1: Hamlet, segurando um livro aberto, olha para Hagar e diz: Acho que o mundo é redondo. Hagar, olhando para filho, pergunta: é mesmo? Quadro 2: Hamlet e Hagar estão ao longe, em um espaço amplo, ambos em pé, um ao lado do outro. Acima de Hagar, um balão de fala com um ponto de interrogação dentro. Quadro 3: Hagar, olhando para Hamlet, diz: Vou levar você a um oculista.
  1. O elemento de humor da tirinha se origina na decisão sem sentido tomada pela personagem mais velha no terceiro quadro. Por que ela concluiu que era preciso levar o garoto a um oculista?
  2. Se você fosse o garoto, como faria para convencer a outra personagem de que a Terra é redonda?

COMPARTILHAR

9. Reúnam-se em grupos e, com base na teoria que foi apresentada sobre a formação da Terra e as transformações ocorridas há bilhões de anos, produzam uma história em quadrinhos que conte como era a Terra em seus primórdios e como ele se transformou. Compartilhem o material entre os grupos e, se possível, distribuam cópias para amigos e familiares.

Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. a) Correta. b) Incorreta. Desde a sua formação, a superfície da Terra se modifica continuamente. c) Incorreta. A Terra provavelmente se formou no mesmo período que o Sol e os outros planetas do Sistema Solar.

2. Fenômenos como terremotos e erupções vulcânicas são consequências da movimentação de rochas que compõem o interior da Terra.

3. Não, a princípio diferentes civilizações e culturas, como antigos povos gregos e diversas culturas indígenas, acreditavam que a Terra era plana.

4. Para a construção do argumento científico, os estudantes devem trazer como dados que a altura do casco de um barco navegando em direção ao horizonte diminui e desaparece primeiro, depois, o mesmo ocorre com as velas até a embarcação inteira sumir. A justificativa é que isso acontece devido à curvatura da Terra. A conclusão, portanto, é que a Terra tem o formato esférico.

5. Em razão da fórma quase esférica da Terra, ela própria bloqueia o campo de visão de um observador em sua superfície.

6. a) Os tsunamis são provocados principalmente por terremotos que ocorrem no fundo dos oceanos. b) Sim, terremotos e tsunamis modificam a superfície da Terra de fórma rápida, podendo alterar completamente as características de um lugar, destruindo cidades inteiras, por exemplo.

7. Sim, pode ter chegado à Terra por meio de materiais vindos do espaço, como os meteoritos.

8. a) Porque o garoto disse que achava que a Terra é redonda, mas da visão que eles tinham a personagem mais velha concluiu que a Terra é plana. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem, por exemplo, que, quando vemos uma embarcação se afastando da costa, seu casco desaparece no horizonte antes de seu mastro; ou que certas constelações vistas no hemisfério Sul não são observadas no hemisfério Norte e vice-versa; ou relatar a experiência de Eratóstenes. Essa atividade favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um três da Bê êne cê cê.

9. Espera-se que os estudantes identifiquem e retratem a sequência das principais transformações pelas quais o planeta passou desde os seus primórdios. Ao utilizar diferentes linguagens para se expressar e compartilhar informações, eles desenvolvem a competência geral 4 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

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As dimensões da Terra

O monte Everest é a montanha de maior altitude da Terra: seu pico está a 8.848 metros acima do nível do mar. Comparado ao tamanho da Terra, será que ele é tão grande? Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de futebol, qual seria o tamanho do Everest?

Para investigar essas questões, reúnam-se em grupo e realizem a atividade a seguir.

Fotografia de um lugar amplo com  montanhas. Em algumas delas, há neve. O céu está azul, com algumas nuvens brancas.
Monte Everest. (Nepal, 2020.)

Material

  • Rolo de barbante
  • Tesoura com pontas arredondadas
  • Régua
  • Fita métrica
  • Caneta hidrocor

Procedimento

  1. O barbante será usado para representar o raio da Terra. Para calcular a quantidade de barbante necessária, usem a escala de 1 : 1.000.000 (lê-se: “um para um milhão”). Isso significa que a representação do raio da Terra será um milhão de vezes menor que seu tamanho real.
  2. Considerando que o raio da Terra tem aproximadamente 6.378 quilômetros, calculem qual deverá ser o comprimento do barbante para representar essa medida. Após o cálculo, cortem o barbante nesse comprimento.
  3. Usando a mesma escala, calculem a altitude do monte Everest. Com a caneta hidrocor, pintem o barbante a partir de uma de suas extremidades até o ponto correspondente à altitude do Everest.

Interpretar e refletir

  1. Observando o barbante esticado, analisem a representação em escala que vocês fizeram. Comparado à Terra, o monte Everest é muito grande? Expliquem.
  2. Se fosse possível criar uma réplica perfeita da Terra do tamanho de uma bola de futebol, como as montanhas e os vales apareceriam em sua superfície? Seria fácil observá-los? Expliquem.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

A proposta da seção Explore traz a oportunidade de trabalhar de fórma interdisciplinar com o componente curricular Matemática, utilizando cálculos para estabelecer as proporções de acôrdo com a escala. Auxilie os estudantes, caso tenham dificuldade, nos cálculos e nas conversões de unidades. Na escala utilizada, a altitude do monte Everest deve ser de aproximadamente 0,9 centímetro. O barbante deve ter 6,37 metros de comprimento. O trabalho com escalas mais próximas ao cotidiano deles facilita a compreensão das dimensões das estruturas e dá a ideia de que adjetivos como “grande” ou “pequeno” são sempre relativos e dependem do referencial.

No trabalho com a seção Explore também é possível estabelecer relação com o componente curricular Geografia, comentando que o monte Everest se localiza na cordilheira do Himalaia, que abrange cinco países (Paquistão, Índia, China, Nepal e Butão). Indique esses países em um mapa ou, se possível, mostre à turma o monte Everest em um software na versão web que apresenta um modêlo tridimensional do globo terrestre. Dessa fórma, também será possível comparar os tamanhos da Terra e do monte Everest. Ou, ainda, proponha aos estudantes que utilizem o software para localizar o monte Everest, de modo que utilizem tecnologias digitais de informação para acessar informações, conforme propõe a competência geral 5 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Partindo da análise da fotografia apresentada, chame a atenção para o fato de sempre haver gêlo no alto da montanha, em razão da queda de temperatura com o aumento da altitude. Comente também com os estudantes que a maioria dos alpinistas que escalam o Everest só consegue atingir seu pico com o uso de balões de gás oxigênio para auxiliar a respiração, pois, com o aumento da altitude, o ar se torna cada vez mais rarefeito.

Com seu caráter interdisciplinar e a análise crítica proposta em relação ao uso de escalas, a seção mobiliza aspectos da competência geral 2 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Respostas – Explore

1. Não, pois o tamanho do Everest corresponde a uma pequena fração do raio da Terra.

2. Informe aos estudantes que o diâmetro de uma bola de futebol de campo é de aproximadamente 22 centímetros. Espera-se que eles concluam que as variações de relevo seriam quase imperceptíveis nessa escala.

TEMA 3  O interior da Terra

As erupções vulcânicas, os terremotos e outros fenômenos naturais são utilizados para estudar o interior da Terra.

O estudo do interior da Terra

Muitas das modificações pelas quais a superfície da Terra passa são consequência de eventos que acontecem no seu interior.

Ainda não é possível chegar até as camadas mais profundas da Terra para estudá-las, pois a temperatura e a pressão são extremamente elevadas. Então, uma das fórmas de conhecer o interior do planeta é analisar evidências indiretas, como os terremotos e o material que chega à superfície pelas erupções vulcânicas.

Quando ocorre um terremoto, as vibrações geradas por ele atravessam a Terra e fornecem informações sobre os materiais que compõem o interior do planeta. Esses movimentos da Terra são registrados por aparelhos chamados sismógrafos.

Quando um vulcão entra em erupção, ele expele um material quente e de aspecto avermelhado, chamado lava. A lava é constituída principalmente de rocha derretida. Além dêsse material, as erupções vulcânicas podem expelir rochas fragmentadas, que formam nuvens de cinzas e liberam gases tóxicos. Todo material expelido pelos vulcões tem origem em um local muito quente: o interior da Terra. Muitas vezes esse material é lançado com bastante intensidade, pois está submetido a forte pressão no interior do vulcão.

Fotografia. Um homem, usando roupa toda laranja, touca, sapatos e luvas, está agachado, segurando um equipamento sobre lava que está no chão. Ao lado, um balde. Ao redor, o chão é escuro e irregular.
Pesquisador coletando a lava de um vulcão no Havaí, em 2014. Em razão da alta temperatura da lava, diversos equipamentos de proteção individual são necessários para realizar essa atividade com segurança.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

É importante que os estudantes compreendam que o estudo dos terremotos e dos vulcões é uma fórma de obter informações sobre o interior da Terra.

As orientações a seguir podem ser usadas para planejar juntamente com o Professor do componente curricular Geografia como abordar de fórma interdisciplinar o assunto dêste Tema.

No território brasileiro, existem várias evidências da ocorrência de eventos vulcânicos no passado, como: presença de rochas de origem vulcânica bem preservadas onde hoje estão os estados do Pará, Amazonas e de Roraima, evidenciando o vulcanismo ocorrido há cêrca de dois bilhões de anos; e a presença de ilhas de origem vulcânica, como a ilha de Trindade (na costa do Espírito Santo) e o arquipélago de Fernando de Noronha (na costa de Pernambuco), formadas pelo resfriamento da lava expelida por vulcões entre 12 milhões e 1,5 milhão de anos atrás. No Brasil, ocorreram atividades vulcânicas de altíssima intensidade, em um período que se estende de 135 a 65 milhões de anos atrás (no período Cretáceo).

Ao abordar as condições do interior da Terra, é importante elucidar a definição de pressão e explicar que ela está relacionada à fôrça exercida sobre uma área. Do ponto de vista da Física, a pressão é definida como o quociente entre a intensidade da fôrça perpendicular à área da superfície sujeita à sua ação. Para ajudá-los a compreender os efeitos da pressão, cite o exemplo das pegadas na areia, que resultam da pressão de um corpo exercida sobre o solo.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

FIORAVANTI, C. Abrindo a Terra. Revista Fapesp, São Paulo, edição 198, agosto 2012.

O artigo mostra detalhes das estruturas e transformações de minerais em regiões mais profundas do interior do planeta, que é objeto de estudo da física brasileira Renata Uentzcovitch..

Disponível em: https://oeds.link/ycbfmQ. Acesso em: 10 junho 2022.

A estrutura da Terra

Podemos dividir o planeta Terra em três diferentes camadas: a crosta, o manto e o núcleo.

  • A crosta é a camada mais externa e também a mais fina. Considera-se a existência de dois tipos dela: a crosta oceânica e a crosta continental. A espessura da crosta oceânica, que constitui o fundo dos mares e oceanos, varia de 5 a 10 quilômetros. A espessura da crosta continental, parte que fórma os continentes e onde se encontram as grandes cadeias montanhosas, pode ter entre 30 e 70 quilômetros. A crosta é formada por rochas no estado sólido. Em muitos lugares, essas rochas não são aparentes, pois estão cobertas pelo solo, pelos oceanos ou por sedimentos (como as dunas).
  • O manto é a camada intermediária; inicia-se abaixo da crosta e vai até aproximadamente 2.900 quilômetros de profundidade. Ele apresenta temperaturas bastante elevadas e divide-se em duas partes: manto superior e manto inferior. É formado principalmente por rochas no estado sólido.
  • O núcleo é a camada mais interna do planeta. Inicia-se a aproximadamente 2.900 quilômetros de profundidade, indo até o centro da Terra, a cêrca de 6.370 quilômetros da superfície. É formado principalmente pelos metais ferro e níquel, que estão submetidos a uma temperatura em tôrno de 6.000 graus Célsius, a mesma temperatura encontrada na superfície do Sol. O núcleo é dividido em núcleo externo, que é líquido, e núcleo interno, que é sólido.

A estrutura da Terra

Ilustração A. Planeta Terra com o interior a mostra. Aparecem 4 camadas, de dentro para fora: amarela clara, amarela escura, laranja e vermelha. Ilustração B. Destaque para o interior do Planeta Terra. É uma fatia triangular, mostrando várias camadas: camada inferior em cor amarela clara: Núcleo interno; em cima, parte amarela escura: Núcleo externo; em cima, parte laranja: Manto inferior; acima, o manto superior, indicado por uma camada vermelha, por fim, a crosta continental e a crosta oceânica, representadas por rochas, solo e água.
Representação esquemática do planeta Terra e suas camadas. (A) Globo terrestre recortado, mostrando parcialmente seu interior. (B) Detalhe das camadas que compõem o planeta. Observe que a crosta continental é mais espessa que a crosta oceânica e que elas são contínuas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: TEIXEIRA, W. e outros (organizador). Decifrando a Terra. segunda edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

De ôlho no tema

Quais são as principais características de cada camada da Terra?

Respostas e comentários

Orientações didáticas

O trabalho conjunto de leitura de texto e de análise da representação esquemática do planeta Terra e suas camadas auxiliará os estudantes a compreender a estrutura da Terra, assim como as principais características de cada camada. dêsse modo, há o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih um um da Bê êne cê cê.

Se possível, utilize aplicativos de realidade aumentada da Terra para abordar esse conteúdo. Por meio dêsses aplicativos, é possível explorar, entre outras informações, a estrutura da Terra por outra perspectiva e de modo interativo, além de promover o uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (Tê dê i cês) para a construção de conhecimentos sobre essa Unidade, como destaca a competência geral 5 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

O calor interno da Terra é produto de decaimento radioativo. Até o século vinte, acreditava-se que o interior da Terra era quente por não ter transcorrido tempo suficiente desde a sua formação para que seu interior se resfriasse. Porém, a descoberta da radioatividade permitiu compreender que o núcleo da Terra é mais quente por existirem átomos em processo constante de decaimento radioativo, liberando radiação e aquecendo o interior terrestre continuamente.

É interessante notar que nas camadas internas há material rochoso sólido e líquido. As rochas são submetidas a temperatura e pressão maiores quanto mais perto do núcleo se encontram; é a relação entre a temperatura e a pressão que define se o material estará mais próximo de um sólido ou de um líquido. Algumas regiões do manto são levemente fluidas, mas outras são sólidas. O núcleo externo é líquido, enquanto o núcleo interno é sólido, pois estão submetidos a pressões diferentes.

Resposta – De ôlho no tema

A crosta, formada por rochas no estado sólido, é a camada mais externa e mais fina, com espessura entre 5 e 70 quilômetros. O manto é a camada intermediária, que atinge até cêrca de 2.900 quilômetros de profundidade e apresenta temperaturas elevadas. É formado principalmente por rochas em estado sólido e se divide em manto superior e manto inferior. O núcleo é a camada mais interna e quente, formado por ferro e níquel principalmente. Divide-se em núcleo externo, que é líquido, e núcleo interno, que é sólido.

TEMA 4  A atmosfera terrestre

A Terra é envolvida por uma camada de gases, a atmosfera.

Atmosfera é a camada de ar que envolve a Terra. Ela é formada por diferentes gases, entre eles o gás nitrogênio, o gás oxigênio, o gás argônio, o gás carbônico e o vapor de água.

No surgimento do planeta Terra, não havia atmosfera. Essa camada gasosa se formou aos poucos e sua composição era diferente da atual.

Camadas da atmosfera

A atmosfera se estende por muitos quilômetros acima da superfície terrestre. O ar que a compõe não está distribuído de maneira uniforme, por isso, não é possível estimar com precisão onde ela termina e onde começa o espaço interplanetário.

A atmosfera é dividida em camadas que apresentam algumas características diferentes entre si: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera.

O ar que constitui a atmosfera está presente em maior quantidade na camada mais próxima da Terra – cêrca de 99% de todo o ar se encontra em uma camada de até 32 quilômetros de altitude. Outra característica importante é que o ar exerce uma fôrça de compressão sobre a superfície do planeta, que denominamos pressão atmosférica. Ela é definida como uma atmosfera (uma a tê eme) ao nível do mar. À medida que aumenta a altitude, a quantidade de gases diminui, isto é, o ar se torna cada vez mais rarefeito e a pressão atmosférica diminui.

Fotografia de uma área florestal, com neve no chão, no céu azul com nuvens brancas há também manchas esverdeadas e amareladas.
As auroras são fenômenos luminosos que resultam de interações entre a atmosfera terrestre, o campo magnético da Terra e os ventos solares. Na foto de longa exposição, aurora boreal de coloração esverdeada vista no céu da Finlândia, em 2022.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Quando o planeta foi formado, há cêrca de 4,6 bilhões de anos, praticamente não havia atmosfera. Após o resfriamento inicial do planeta, a atividade vulcânica e o impacto de asteroides liberaram material gasoso que, aos poucos, criou uma atmosfera mais densa e, segundo algumas pesquisas, composta de gás nitrogênio (ênedois), gás carbônico (cê ódois), dióxido de enxofre (ésse ôdois) e uma pequena quantidade de gás hidrogênio (agádois). A mudança para a composição atual foi lenta e teve início após o surgimento dos microrganismos fotossintetizantes, que favoreceram o acúmulo do gás oxigênio (óhdois) na atmosfera.

A atmosfera atual é composta de uma mistura de gases. Porém, apenas dois gases compõem juntos 99% da atmosfera. O gás nitrogênio (ênedois) corresponde a 78% da atmosfera e o gás oxigênio (óhdois), a 21% da atmosfera. Todos os outros gases têm concentração menor do que 1% da atmosfera. A quantidade de vapor de água é variável.

Ao trabalhar a imagem da aurora boreal, diferencie o vento solar do vento que os estudantes reconhecem na superfície terrestre. A superfície do Sol está em constante transformação, gerando explosões. Nelas, parte do material é expelida do Sol e dá origem ao vento solar.

O ar é matéria e, portan­to, está submetido à atra­ção gravitacional. O campo magnético da Terra desvia os ventos solares, que, caso não fossem desviados, varre­riam a atmosfera terrestre. As auroras boreal e austral são resultado da interação dêsses ventos solares com a atmosfera e só podem ser observadas no Polo Sul e no Polo Norte da Terra.

Sugestão de recurso complementar

Filme

GRAVIDADE. Direção de Alfonso Cuarón. Estados Unidos/Reino Unido, 2013. (90 minutos).

Dois astronautas em missão de conserto do telescópio rãbou são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite, o que faz com que sejam jogados no espaço sideral.

Camadas da atmosfera

lustração. Principais camadas da atmosfera, fenômenos ou equipamentos e descrição. De baixo para cima: Camada 0-20 quilômetros – TROPOSFERA: área gramada com o monte Everest (8.848 metros), nuvens, aeronave sobrevoando e a descrição: A troposfera é a camada de ar que está em contato direto com a superfície da Terra e a que contém a maior quantidade de gases. À medida que aumenta a altitude, o ar torna-se mais rarefeito. Isso dificulta a respiração de muitos seres vivos. Com o aumento da altitude, a temperatura diminui. A maioria dos fenômenos atmosféricos, como as chuvas, os ventos e os relâmpagos, acontece nessa camada. Camada 20-50 quilômetros – ESTRATOSFERA: céu azul com um balão meteorológico e a descrição: Na estratosfera, existe gás ozônio, capaz de absorver parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol, que podem causar sérios danos à saúde, como câncer de pele, problemas oculares e até mesmo alterações no sistema de defesa do corpo. O ar é rarefeito nessa camada. Camada 50-80 quilômetros – MESOSFERA: céu azul com pequenos traços claros representando meteoros. Ao lado, a descrição: Na mesosfera, a temperatura é baixíssima, chegando a atingir 100 graus Celsius abaixo de zero, e o ar é bastante rarefeito. Algumas vezes, é possível observar um fenômeno chamado chuva de meteoros. Ele ocorre quando a Terra atravessa uma região do espaço com muitos corpos celestes pequenos e rochosos, que se incendeiam ao cruzar a mesosfera em alta velocidade. Popularmente, costumamos chamar esse fenômeno de estrela cadente. Camada 80-600 quilômetros - TERMOSFERA: céu azul com algumas manchas claras, que representam a aurora. Ao lado, a descrição: A termosfera apresenta temperaturas muito mais elevadas que as das camadas inferiores. Nessa camada, acontecem as auroras, fenômenos luminosos que aparecem perto das regiões dos polos em forma de pontos, faixas horizontais ou pequenos círculos luminosos. As do Hemisfério Norte são conhecidas como auroras boreais, e as do Hemisfério Sul, como auroras austrais. Camada A partir de 600 quilômetros – EXOSFERA: céu com um satélite artificial e, ao lado, a descrição: A exosfera é o limite entre a atmosfera e o espaço interplanetário. Nessa camada, o ar é extremamente rarefeito e composto principalmente de gás hidrogênio e gás hélio. A temperatura é muito alta durante o dia e baixa durante a noite. É nessa altitude que orbitam os satélites artificiais.
Representação das camadas da atmosfera. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte consultada: béri érre gê tchorli érre jotaAtmosphere, Weather and Climate. nona edição niu iorqueRoutledge, 2010.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Explore a ilustração “Camadas da atmosfera”. Inicie o estudo das camadas de baixo para cima. Associe os nomes e as características de cada camada a fenômenos ou equipamentos relacionados a elas, tornando o aprendizado mais significativo. O estudo das camadas da atmosfera terrestre complementa a abordagem da habilidade EF06CI11 da Bê êne cê cê, iniciada no Tema anterior.

Retome com os estudantes que, quanto maior a altitude, menor é a pressão atmosférica, o que torna o ar rarefeito. Peça a eles que citem algumas situações em que é possível verificar a diferença de pressão. Por exemplo, em cidades da Bolívia e do Peru que têm altitudes elevadas, é comum que pessoas de outras regiões sintam falta de ar, além de sintomas como dor de cabeça e aceleração dos batimentos cardíacos. Isso acontece devido à diminuição da pressão atmosférica. Outro exemplo é quando descemos ao nível do mar, em direção ao litoral, e temos a sensação de que nossos ouvidos estão tampados. Isso acontece devido ao aumento da pressão atmosférica.

Se julgar pertinente, comente com os estudantes que a camada de ozônio está na estratosfera e que alguns raios ultravioleta emitidos pelo Sol são absorvidos por ela e, por isso, não atingem a superfície terrestre. Porém, parte dos raios u vê bê e os raios u vê á atravessam a camada de ozônio e chegam à superfície terrestre, por isso deve-se sempre ter cuidado ao se expor ao Sol.

Ao abordar as camadas da atmosfera, é possível que alguns estudantes apresentem dificuldade para diferenciar altitude e altura. Explique que altura é a distância vertical entre dois pontos. A medição da altitude, por outro lado, exige que se considere o nível do mar como referência. Devemos dizer, por exemplo, que o pico da Neblina tem 2.995 metros de altitude, e não de altura.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

Como podemos constatar a existência do ar?

Material

  • 1 copo descartável (transparente, se possível) com um pequeno furo no fundo com cêrca de 1 milímetro de diâmetro. Esse furo deve ser feito pelo professor.
  • 1 guardanapo de papel
  • uma bacia funda cheia de água
Ilustração. Uma mão segurando um copo plástico com a boca para baixo, sobre uma bacia com água.
Representação esquemática da montagem da atividade prática. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Procedimento

  1. Em grupo, coloquem o guardanapo de papel no fundo do copo, de modo que ele não caia quando o copo for virado de cabeça para baixo.
  2. Com o copo nessa posição e tampando o furo com o dedo, mergulhem-no na bacia com cuidado até que o fundo do copo fique cêrca de 1 centímetro acima do nível da água. Tomem cuidado para manter o furo sempre tampado com o dedo.
  3. Retirem o copo com cuidado, sempre na posição vertical e sem tirar o dedo do furo. Verifiquem o que aconteceu com o guardanapo. Registrem o resultado.
  4. Repitam o procedimento removendo o dedo do furo antes de retirar o copo da água. Registrem o resultado.

Analisar e refletir

  1. Foi possível verificar a existência do ar com a atividade? Construam um argumento científico apresentando os elementos a seguir:
    • dados – resultados que foram obtidos nas etapas 3 e 4;
    • justificativa – explicação para os dados que foram obtidos;
    • conclusão – a resposta à pergunta.
  2. Vocês conseguem pensar em outra evidência de que o ar atmosférico existe? Troquem ideias com os outros grupos, refletindo sobre a validade e a adequação das propostas apresentadas.

De ôlho no tema

  1. Que fenômenos atmosféricos ocorrem na troposfera?
  2. Mencione um fenômeno que acontece na mesosfera.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Para a atividade da seção Vamos fazer, providencie aos estudantes os copos já com o furo feito para que eles não precisem manipular objetos pontiagudos. O furo pode ser feito com uma agulha e deve ter menos de um milímetro de diâmetro para que a água entre lentamente no copo.

Inicie questionando a turma: Como podemos nos certificar de que o ar existe se não podemos vê-lo? Deixe que os estudantes levantem suas hipóteses a respeito da questão. Então, explique o objetivo da atividade proposta, que é testar uma fórma de detectar a presença do ar.

Ao final da atividade, espera-se que eles percebam que, para a água entrar no copo, é preciso remover o ar que está dentro dele; isso só se torna possível quando se deixa o ar sair através do furo. Explique aos estudantes a função do guardanapo: mesmo que não pudéssemos ver o nível da água dentro do copo (no caso de um copo opaco), poderíamos constatar que a água entrou nele, verificando se o guardanapo ficou molhado. Peça-lhes que repitam a atividade, desta vez, mergulhando o copo na água na posição horizontal e observando o ar sair na fórma de bolhas, enquanto o copo se enche de água.

Esta seção recorre a procedimentos e práticas da investigação científica como a elaboração de hipóteses, a experimentação, a observação e a análise dos resultados, promovendo o desenvolvimento da competência geral 2 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

A Oficina 1 Construção de modelos das camadas da Terra – pode ser realizada neste momento para consolidar o aprendizado da estrutura da Terra e aprofundar o estudo sobre as camadas da atmosfera.

Respostas – Vamos fazer

1. Para a construção do argumento científico, os estudantes devem apresentar como dado que a água não molha o guardanapo quando o copo é mergulhado na bacia com água. A justificativa é que o ar isola o guardanapo da água e, por isso, ele não molha. A conclusão, portanto, é que é possível verificar a existência do ar com a atividade.

2. O objetivo é fazer com que eles utilizem a atividade prática como exemplo para pensar em outras maneiras de evidenciar a presença de ar. Caso seja possível, estimule-os a determinar o material necessário para colocar as ideias em prática e disponibilize-o para que possam se acostumar com o processo científico de levantamento e verificação de hipótese. Além disso, a troca de opiniões com os colegas permite o desenvolvimento do hábito de ouvir com atenção e empatia, esforçando por compreender outros raciocínios e ampliando o conhecimento sobre o assunto.

Respostas – De ôlho no tema

1. Chuvas, ventos, relâmpagos e a maioria dos fenômenos atmosféricos acontecem na troposfera.

2. Na mesosfera ocorrem as chuvas de meteoros. Comente que, para conseguir observar uma chuva de meteo­ros, é importante ter um horizonte livre de prédios e construções. Quem mora em grandes centros urbanos pode não conseguir visualizar esse fenômeno, pois as luzes da cidade atrapalham a observação. O ideal é procurar fazer observações no período noturno e em um lugar afastado de centros urbanos.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 3 E 4

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

1. Organize os fenômenos a seguir em duas listas, separando os que têm origem relacionada ao interior da Terra daqueles que têm origem relacionada à atmosfera.

Terremoto. Tempestade. Relâmpago. Erupção vulcânica. Chuva de meteoros.
  1. Identifique as afirmações incorretas e reescreva-as, corrigindo-as.
    1. O núcleo interno da Terra tem a temperatura mais alta em relação à das demais camadas do planeta e, por isso, está em estado líquido.
    2. O manto é a região intermediária entre o núcleo e a crosta, formado principalmente por rochas sólidas.
    3. A crosta é a camada mais fina e mais quente da Terra, compondo as rochas da superfície.
  2. O que é a atmosfera? Do que ela é formada? Podemos indicar com precisão seu limite com o espaço interplanetário? Explique.
  3. Descreva as principais características das seguintes camadas da atmosfera.
    1. Troposfera.
    2. Exosfera.
    3. Mesosfera.
    4. Estratosfera.
    5. Termosfera.

ANALISAR

5. Leia o trecho a seguir e depois responda às questões.

O paraquedista austríaco filix bômgardner, de 43 anos, saltou de uma altura de 39.068 metros reticências, sobre o Novo México, nos Estados Unidos.

reticências O paraquedista quebrou o recorde de maior altura de um salto de paraquedas.

Bomgardner – piloto de helicóptero, balonista e paraquedista profissional – subiu os 39 quilômetros numa cápsula pendurada a um balão de hélio de 850 mil metros cúbicos, com a altura de um prédio de 55 andares. reticências

Fotografia de um astronauta dentro de uma cápsula espacial. Ele usa roupa branca e capacete. Ao fundo, o Planeta Terra.
O atleta Felix Baumgartner se preparando para saltar da cápsula. (Estados Unidos, 2012.)

Fonte: Paraquedista salta da estratosfera, a 39 mil metros de altura. O Estado de São Paulo, 14 outubro 2012. Disponível em: https://oeds.link/m2P2pv. Acesso em: 31 maio 2022.

  1. Em qual camada da atmosfera Féliquis iniciou seu salto?
  2. Observe o traje que Féliquis usou para realizar o salto. Proponha uma explicação para o uso dessa roupa especial.

COMPARTILHAR

  1. O telejornal é um veículo de comunicação que serve de importante fonte de informação para a sociedade. Ele aborda acontecimentos atuais sobre diferentes temas, como economia, meio ambiente, política etcétera, além de ser um relevante meio de divulgação de notícias relacionadas à Ciência. A turma deve produzir um telejornal, em que cada grupo ficará responsável pela apresentação de uma notícia.
    1. Assistam a trechos de diferentes telejornais e analisem a estrutura dêsse meio de comunicação.
    2. Selecionem as notícias que serão apresentadas. Elas devem estar relacionadas aos conteúdos estudados nos Temas 3 e 4. Vocês podem, por exemplo, divulgar acontecimentos recentes como um terremoto ou uma descoberta científica da área, como novos dados sobre a estrutura de um vulcão.
    3. Elaborem o roteiro das apresentações e façam as gravações. O material pode ser divulgado por meio de blog, site ou redes sociais da escola.
Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. Relacionados ao interior da Terra: terremoto, erupção vulcânica. Relacionados à atmosfera: tempestade, relâmpago, chuva de meteoros.

2. a) Incorreta. O núcleo interno da Terra é o local onde a temperatura é mais alta se comparada às demais camadas do planeta, mas está em estado sólido, por conta da elevada pressão. b) Correta. c) Incorreta. A crosta é a camada mais fina e mais fria da Terra, onde se encontram as rochas que em alguns locais estão presentes na superfície.

3. A atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra. É composta de ar, uma mistura formada principalmente de gás nitrogênio, gás oxigênio, gás carbônico e vapor de água. Não é possível estimar com precisão onde ela termina e onde começa o espaço interplanetário.

4. a) Camada de ar mais próxima da superfície da Terra (até 20 quilômetros), contém a maior quantidade de gases. b) Limite entre a atmosfera e o espaço interplanetário (acima de 600 quilômetros), nela o ar é extremamente rarefeito; nessa camada orbitam os satélites artificiais. c) Camada entre 50 e 80 quilômetros de altitude, que apresenta temperaturas muito baixas; é nela que ocorre o fenômeno chamado de estrelas cadentes. d) Camada entre 20 e 50 quilômetros de altitude. O ar é mais rarefeito que na troposfera. Nela se localiza a camada de ozônio. e) Camada entre 80 e 600 quilômetros de altitude, caracterizada por temperaturas mais elevadas que as camadas inferiores. É nessa camada que ocorrem as auroras.

5. a) Estratosfera. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes levem em conta fatores como o ar rarefeito e a temperatura baixa nessa camada da atmosfera. Também podem argumentar que a roupa o protege do atrito com o ar.

6. a) O objetivo da atividade é levar os estudantes a conhecer os elementos pertencentes ao gênero textual notícia. Verifique a possibilidade de realizá-la de modo interdisciplinar com o componente curricular Língua Portuguesa, promovendo a aprendizagem significativa do gênero e colaborando para o desenvolvimento da atividade. b) Se necessário, ajude-os na seleção de notícias associadas ao conteúdo estudado. c) Essa proposta objetiva o desenvolvimento da expressão oral dos estudantes, além do uso de Tê dê i cês. Para a exibição de imagens e falas deles em redes sociais, blogs e sites, é necessária a autorização dos responsáveis. Além disso, oriente-os que a publicação só pode ser realizada após a sua avaliação do material audiovisual. Em seu conjunto, a atividade favorece o desenvolvimento da competência geral 5 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

Por que é tão difícil prever a erupção de vulcões?

reticências

Prever esse tipo de fenômeno ou sua intensidade, especialmente quando um vulcão está há muito tempo adormecido, costuma ser uma tarefa bastante complicada.

Os cientistas que monitoram essas estruturas geológicas para tentar antecipar o momento em que elas cuspirão reticências lava dão atenção especial a três sinais: terremotos, emissões de gases e alterações no relevo do entôrno.

A maioria das erupções é antecedida por um ou mais dêsses fenômenos. Assim, quanto mais dados eles reunirem sobre o vulcão, maiores as chances de preverem suas erupções.

Foi assim em 1991, quando uma previsão bem-sucedida do Serviço Geológico dos Estados Unidos e do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia salvou estimadas 5 mil vidas.

Os cientistas haviam monitorado por 10 semanas pequenas explosões no também filipino Monte Pinatubo e alertaram as autoridades para evacuarem a área do entôrno o mais rápido possível.

Essa foi uma das maiores erupções do último século.

Fotografia. Dois policiais brancos em pé, de costas, olhando para o fundo, na direção de um vulcão que está em erupção, expelindo lava. Ao redor, uma área com casas, montanhas e vegetação.
Em setembro de 2021, após 50 anos desde sua última erupção, o vulcão Cumbre Viera, no arquipélago das Canárias (Espanha), voltou à ativa. Além da destruição de imóveis e plantações, a lava provocou o aumento da ilha em que se localiza o vulcão. O trabalho conjunto entre cientistas e governantes locais foi decisivo para que nenhuma morte fosse registrada.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Um dos objetivos da seção Pensar Ciência é levar os estudantes a se familiarizar com as características da produção científica, como os possíveis métodos de estudos científicos. Muitos conhecimentos são produzidos por meio de estudos diretos de fenômenos, seres vivos ou objetos. No caso das previsões de erupções vulcânicas, os estudos diretos são realizados, por exemplo, ao monitorar essas estruturas geológicas e analisar a ocorrência de terremotos (além de emissões de gases e alterações no relevo do entôrno). Os estudos das ondas sísmicas (terremotos) para prever erupções vulcânicas colaboram para ajudar a compreender a estrutura da Terra, pois as vibrações geradas por elas fornecem informações sobre os materiais que compõem o interior do planeta. Esse, portanto, é um método de estudo indireto. Além dêsse, existem outros métodos que se destinam a estudar indiretamente a estrutura da Terra, fornecendo dados de diferentes ramos da Ciência, como o estudo da gênese e da distribuição do calor interno da Terra, o estudo da variação do valor da aceleração da gravidade na Terra, o estudo do campo magnético terrestre e o estudo dos planetas e de outros corpos do Sistema Solar. Este último, pode fornecer dados relativos à composição da Terra, uma vez que se admite uma origem comum a partir de um mesmo material para todos os corpos do Sistema Solar.

Fotografia. Um homem asiático sentado em uma cadeira, em frente a um computador, manuseando-o. Ao lado, um sismógrafo em funcionamento, imprimindo relatório. Ao lado dele, outro homem asiático, em pé, apontando para a tela do computador. Ao redor, mesas com outros computadores.
Sismógrafo, aparelho utilizado por cientistas para monitorar a ocorrência de terremotos e para auxiliar na previsão de erupções vulcânicas.

Ainda assim, a simples ocorrência de tremores ou o fato de que a cratera está expelindo gases muitas vezes não dá aos especialistas informações suficientes para que eles consigam dizer se a erupção acontecerá dali a algumas horas, alguns dias ou mesmo meses.

Populações inteiras já foram removidas desnecessariamente de áreas de risco por causa de previsões de erupção frustradas.

Em contrapartida, algumas explosões acontecem sem qualquer tipo de “aviso prévio”.

Foi o caso, por exemplo, da erupção do Monte Ontake, em 2014, no Japão.

A efetividade das agências de monitoramento também depende da disponibilidade de recursos e do nível de expertise das equipes locais.

A Nova Zelândia, por exemplo, é referência nessa área e auxilia outros países da região com intensa atividade vulcânica, como a ilha de Vanuatu.

A tecnologia de monitoramento neo-zeolandesa usa receptores GPSglossário , sensoresglossário  e dronesglossário , que atuam em paralelo com equipes que são enviadas aos locais para acompanhar os vulcões de perto.

reticências

Fonte: Por que é tão difícil prever a erupção de vulcões? gê um. Rio de Janeiro, 13 janeiro2020. Disponível em: https://oeds.link/7u17dI. Acesso em: 31 maio 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. As previsões científicas sempre se concretizam? Justifique usando exemplos do texto.
  2. No caso das erupções vulcânicas, do que depende a efetividade das previsões feitas pelos cientistas, ou seja, a chance de o que foi previsto realmente ocorrer?
  3. Utilizando o caso discutido, explique como o conhecimento científico pode ser utilizado a favor da sociedade.
  4. Embora não haja vulcões ativos no Brasil, há ocorrência de outros fenômenos naturais que necessitam ser monitorados. Pesquise e selecione um dêsses fenômenos e identifique um centro de pesquisa responsável pelo monitoramento de sua ocorrência.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Destaque a relação da produção científica com a tecnologia, por meio do uso de equipamentos de monitoramento de ocorrência de terremotos e previsões de erupções vulcânicas descritos no texto como sismógrafos, gê pê ésse, sensores e drones. Esse conteúdo e as atividades 2 e 3 desta seção propiciam o desenvolvimento do tê cê tê  Ciência e Tecnologia.

Se possível, exiba o vídeo indicado em Sugestão de recurso complementar para a turma, a fim de auxiliar no desenvolvimento do conteúdo.

Sugestão de recurso complementar

Vídeo

SISMÓGRAFO, 2016. (1 minuto). Publicado pelo canal do Observatório Sismológico do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília.

O vídeo traz uma explicação objetiva sobre o funcionamento do equipamento.

Disponível em: https://oeds.link/fchPl3. Acesso em: 15 julho 2022.

Respostas – Pensar Ciência

1. Não, as previsões científicas às vezes falham. Por exemplo, o texto afirma que populações inteiras já foram removidas sem necessidade de áreas próximas a vulcões. Elas também têm variados graus de exatidão. Por exemplo, mesmo na presença de dados indicando que uma erupção pode ocorrer em determinado lugar, é difícil dizer se ela vai acontecer em algumas horas ou dias.

2. Em relação às erupções vulcânicas, a efetividade das previsões feitas pelos cientistas depende do monitoramento dos vulcões para coleta de dados, como presença de terremotos, gases e alterações no relevo da região. Esse monitoramento depende do uso de tecnologia, como gê pê ésse e drones, e da disponibilidade de pessoas treinadas. Quanto mais dados sobre um fenômeno, maior é a chance de fazer uma previsão correta.

3. Ao monitorar as áreas de risco e perceber sinais de que uma erupção vulcânica pode ocorrer, os cientistas têm condições de alertar os governantes de fórma que eles realizem as ações necessárias para proteger a população local.

4. No Brasil, apesar de terremotos serem, na maioria das vezes, de pequena intensidade, existe a Rede Sismográfica Brasileira (Érre ésse bê érre), que tem por objetivo monitorar a atividade sísmica do território nacional. Ela reúne institutos de pesquisa das diferentes regiões do país. Em nosso país, há a ocorrência frequente de fenômenos naturais decorrentes do excesso de chuva – como deslizamentos em encostas e inundações – e da escassez dela, que resulta em sêcas em certas regiões do país. No Brasil existe um centro que monitora determinadas áreas, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que emite alertas para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), que então encaminha a sinalização para a defesa civil local, que, por sua vez, alerta a população.

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

REGISTRE EM SEU CADERNO

Em busca de refúgio

Você consegue se imaginar abandonando seu lar e suas origens? A sensação de pertencimento a um lugar sendo perdida, pessoas especiais e familiares sendo deixados pelo caminhoreticências Essa, muitas vezes, é uma escolha voluntária feita em busca de sonhos e novas oportunidades, como o desejo de viver na praia ou de obter melhores condições de educação e de trabalho, por exemplo. Porém, também pode ser uma realidade forçada por situações que fogem ao nosso contrôle e chegam a ameaçar a nossa sobrevivência, como guerras e perseguições políticas, religiosas ou raciais. Segundo a ônu (Organização das Nações Unidas), estima-se que mais de 80 milhões de pessoas já passaram por essas situações até o ano de 2020.

As pessoas que se mudam são consideradas migrantes. Aqueles que o fazem de fórma forçada recebem a denominação de refugiados. Uma diferença importante entre eles é que os refugiados vêm de situações de grave violação de direitos humanos e necessitam de proteção de outra nação, pois eles perderam o benefício de ser considerados cidadãos em seu país de origem. No caso dos migrantes voluntários, um problema comum é a falta de infraestrutura em suas cidades de origens, como serviços de saneamento básico, transporte, educação, saúde, energia elétrica e telecomunicações.

Apesar de haver um documento no qual os países signatáriosglossário se comprometem a acolher os refugiados que chegam em suas fronteiras e a garantir direitos sociais, econômicos e jurídicos a eles, os refugiados (e mesmo os migrantes voluntários) não estão livres da violência gerada pelo preconceito das populações locais.

Nosso país teve um papel de destaque no início da mobilização mundial pela proteção aos refugiados. Fomos o primeiro da América do Sul a validar o Estatuto dos Refugiados de 1951.

Fotografia de uma cerca de arame farpado em cima de um mapa-múndi.
O termo "fronteira" tem múltiplos sentidos. Ele pode expressar aspectos físicos, como o limite geográfico entre dois países ou dois Estados. Também pode ser utilizado com caráter simbólico, como o limite entre o que sabemos e o que não sabemos sobre determinado assunto ou como o limite entre onde podemos e não podemos ir em função das nossas condições.

E quando a natureza é a maior ameaça?

Outros fatores relevantes que podem forçar movimentos populacionais e que transformam a superfície do planeta são os mais diversos desastres ambientais, de origem natural ou não. Eles incluem, por exemplo, furacões, erupções vulcânicas, terremotos, tsunamis, rompimento de barragens de rejeitos de mineração e explosões de reatores nucleares, os quais podem destruir cidades inteiras em pouco tempo. Há também eventos cujos efeitos não são sentidos de fórma tão abrupta. Dois exemplos são as sêcas e a desertificação, os quais impactam a produção de alimentos.

Pintura. À esquerda, uma mulher com cabelo preto e saia rosa-claro está descalça e segurando com o braço direito um bebê sem roupas, muito magro. Atrás dela, um senhor magro com cabelo e barba brancos e calça cinza, descalço e sem camisa; ele está com os olhos arregalados, a boca aberta e segura um cajado. No centro, uma mulher de saia bege, com cabelo escuro e comprido, está segurando um bebê com o braço direito e leva uma trouxa de roupas sobre a cabeça com a mão esquerda. Ao lado, um homem com chapéu, camisa e calça claras, descalço, segura sobre o ombro esquerdo um pedaço de madeira fino e comprido com uma trouxa de roupas na ponta, com a mão direita segura a mão de uma criança. A criança está com chapéu, camisa azul e descalça. À direita, uma criança com cabelo encaracolado está olhando para a frente com os olhos arregalados e a boca virada para baixo. Na frente dela, uma criança com cabelo encaracolado, descalça, camisa xadrez branca e preta e barriga grande está olhando para a frente com a boca virada para baixo. Em volta deles, no chão, há várias pedras pequenas e ao fundo, no céu azul, há vários pássaros pretos voando e uma lua cheia cinza.
No Brasil e no mundo, há diversas obras de arte que retratam movimentos migratórios. (PORTINARI, Candido. Retirantes. 1944. Óleo sobre tela, 190 centímetros por 180 centímetros.)
Respostas e comentários

Orientações didáticas

O objetivo da seção Atitudes para a vida é promover uma reflexão sobre a situação dos refugiados no mundo. Ao longo do trabalho com essa seção, viabilize diálogos enfatizando a importância do respeito, da empatia e do acolhimento dessas pessoas, que saíram de seus países por questão de sobrevivência – como guerras, perseguições políticas, religiosas ou raciais – e procuram por um local seguro para seguirem a vida. Discuta a questão da existência de preconceito em relação aos refugiados, principalmente daqueles vindos de países pobres, e destaque que o convívio com essas pessoas possibilita adquirir uma diversidade de saberes e conhecimentos das culturas de outros países. Essa proposta promove o diálogo e possibilita reflexões para o exercício da empatia, do respeito, do acolhimento e da valorização da diversidade cultural, contribuindo para o desenvolvimento da competência geral 9 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê e do tê cê tê  Diversidade Cultural.

Nesse sentido, se a escola estiver situada em uma região que recebe muitos refugiados, verifique a possibilidade de promover uma ação para acolhimento deles. Discuta com a turma atitudes que poderiam ser realizadas nessa ação, elas podem incluir: a organização de um evento de conscientização para a comunidade do entôrno da escola sobre a importância do respeito e acolhimento aos refugiados, um encontro com os refugiados na escola com o objetivo de integrá-los a uma nova cultura, doações de itens que eles possam precisar, uma feira com vagas de emprêgo disponíveis na região etcétera. Espera-se que os estudantes percebam que todos os cidadãos podem contribuir no acolhimento de refugiados e que ações locais, tanto individuais quanto coletivas, podem ajudá-los na reconstrução de uma vida digna. Essa proposta favorece o desenvolvimento da competência geral 10 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Em relação à obra de arte “Retirantes”, de Candido Portinari, organize uma análise/interpretação dos estudantes sobre a pintura. É possível que eles ressaltem o aspecto sombrio da obra, que é dado por meio da utilização de cores escuras, das expressões das pessoas retratadas, do aspecto das crianças representadas (entre elas, uma criança raquítica no colo de um adulto e outra com uma barriga enorme, indicando que ela tem a doença barriga-d’água). Essa abordagem permite o desenvolvimento da competência geral 3 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê. Explique que a sêca foi a responsável pela migração de famílias da região Nordeste para outras regiões do país, em busca de uma vida melhor. Após a análise, destaque outras esferas da região Nordeste, a fim de não reforçar a ideia de que nela só existe sêca e pobreza. Você pode organizar uma atividade para explorar a diversidade da cultura nordestina, abordando diferentes esferas que podem envolver festas populares, danças, músicas, arte, culinária etcétera. A aquisição dêsse conhecimento é uma maneira de desenvolver o respeito e combater o preconceito a essa cultura. Considere em seu planejamento realizar esse trabalho em conjunto com o professor de Artes.

TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA

Em grupo, discutam as questões a seguir.

  1. Vocês sabiam que o Brasil recebe grande número de refugiados anualmente? Vocês já tiveram contato com algum deles a ponto de ouvirem suas histórias? O que vocês aprenderam nessa interação (ou o que vocês acreditam que poderiam aprender)?
  2. Procurem o significado da palavra refúgio no dicionário. Com base nele, expliquem como deveriam ser as políticas públicas dos países que recebem os refugiados. Considerem que as políticas públicas são os conjuntos de decisões e ações tomadas pelos governantes com o objetivo de garantir direitos a toda a sociedade ou a grupos dela.
  3. Por que, na tirinha a seguir, a personagem estaria defendendo que o assunto não é imigração? Sobre o que se estaria falando, então?
Tirinha composta por três quadros. Apresenta Armandinho, menino pequeno com cabelo azul, usando camiseta vermelha e short azul e também sua amiga, menina de cabelo preto, usando óculos, vestindo camiseta azul, calça vermelha e segurando uma bolsa verde. Entre eles, há um sapo verde no chão. Quadro 1: A menina, de costas para Armandinho, virada para a esquerda, diz: Quando se fala contra imigrantes da Bolívia, Congo ou Haiti... Armandinho está em pé, olhando na direção da menina. Quadro 2: Três malas, uma marrom, uma azul e uma vermelha. Acima, a informação: ...mas não da Itália, Alemanha ou Suíça... Quadro 3: A menina, vira para Armandinho e continua: ...não está se falando sobre imigração... Armandinho e o sapo olham para a garota.
  1. No Brasil, as sêcas já forçaram muitos habitantes da região Nordeste a buscar refúgio em outras partes do país. Esse grupo ficou conhecido pelo nome de retirantes. Expliquem o uso dêsse termo e reflitam se faz sentido ter uma denominação específica para esses migrantes.
  2. No caso dos fluxos migratórios provocados por desastres ambientais, naturais ou de responsabilidade da humanidade, que possíveis medidas poderiam ser tomadas pelos governantes para prever e solucionar esse tipo de migração?

COMPARTILHAR

6. No dia 20 de junho, celebra-se o Dia Mundial do Refugiado, data que deve ser divulgada, reforçando a importância do acolhimento a essas pessoas e da criação de políticas públicas relacionadas a esse tema. Todo ano a áquinur, a agência da ônu para refugiados, estabelece um lema para fomentar a reflexão sobre o assunto. Em 2018, por exemplo, o escolhido foi “O meu país é a Terra”. Pesquisem os lemas das últimas edições e, inspirados neles, criem um para o próximo Dia mundial do refugiado. Além da frase, pensem em uma imagem que poderia complementar o lema criado. Exponham suas criações pela escola.

COMO EU ME SAÍ?

  • Soube escutar com empatia as ideias dos colegas?
  • Complementei ou alterei minhas ideias após ouvir os colegas?
  • Julguei as propostas dos colegas para a criação do lema do Dia Mundial dos Refugiados com base em seu mérito para a qualidade do trabalho, e não em função de afinidades pessoais?

Entrando na rede

Na página do Ministério da Justiça e Segurança Social, https://oeds.link/DemGbg, você encontra uma série de informações sobre quem são e quais direitos têm os refugiados que pedem asilo no Brasil. Acesso em: 31 maio 2022.

Respostas e comentários

Respostas – Atitudes para a vida

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes já tenham tido contato pelo menos com um refugiado. Direcione a atividade neste sentido, se for o caso. Espera-se que eles percebam que por meio dessa interação é possível aprender bastante sobre outras culturas.

2. Resposta pessoal. Espera-se que eles relacionem o significado de refúgio (lugar seguro) com a proposição de políticas públicas que assegurem o acesso a uma vida digna para os refugiados em seus mais variados aspectos.

3. Uma vez que os colombianos, congoleses e haitianos seriam imigrantes tanto quanto os italianos, alemães e suíços não haveria razão para ser contra a imigração de uns e favorável à imigração de outros. Como a diferença entre eles é que um grupo vem de países mais pobres e o outro de países mais ricos, a discussão seria sobre preconceito.

4. O retirante é aquele que se retira de sua terra natal em busca de melhores condições de vida. Eles são migrantes tanto quanto outros habitantes do país que decidem ou são forçados a trocar de município ou Estado. O fato de receberem uma denominação diferente pode ser reflexo de uma visão preconceituosa da população local.

5. Para prever algum desastre natural, é necessário monitoramento, o que demanda investimento em tecnologia e treinamento profissional. Ao prever um desastre natural, os governantes conseguiriam prever também a ocorrência de deslocamentos de pessoas provocada por ele e assim tomar as ações necessárias para oferecer refúgio adequado. No caso dos desastres ambientais não naturais, poder-se-ia promover maior regulação das ações humanas e mais campanhas de educação ambiental.

6. Se julgar interessante e for possível, faça uma visitação da comunidade do entôrno escolar para conhecer os lemas criados pelos estudantes para o Dia Mundial do Refugiado, viabilizando uma votação para eleger o lema com maior potencial de sensibilização da população.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

FERREIRA, J. G.; PAIVA, A. L. O.; MÉLO, A. B. Representações dos retirantes das sêcas do Semiárido Nordestino. Desenvolvimento e meio ambiente, Curitiba, volume 55, página 9-27, dezembro 2020.

O artigo analisa como os migrantes nordestinos aparecem representados em materiais científicos, midiáticos e literários. A análise mostra a presença de uma visão muitas vezes preconceituosa acerca dessa população.

Disponível em: https://oeds.link/txg2cg. Acesso em: 7 julho 2022.

Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

O buraco mais profundo da Terra

reticências

O poço está localizado no norte do país [Rússia], na região de Murmansk, mais precisamente na península de Kola, de onde recebeu o nome [Poço Superprofundo de Kola]. Foi escavado como parte de um projeto colossal executado pela u érre ésse ésse [União das Repúblicas Socialistas Soviéticas], que previa a construção de poços profundos. 

Ao contrário de outros poços cavados para identificar campos de gás ou petróleo, o de Kola foi construído para fins puramente científicos, para estudar a composição interna da Terra.

reticências

Nos primeiros quatro anos de escavações, atingiu-se uma profundidade de 7 quilômetros. reticências

Em 1983 o furo atingiu a profundidade de 12 quilômetros, mas as obras foram interrompidas no ano seguinte devido a problemas no poço principal de perfuração. Os operários foram, contanto, obrigados a reiniciar a perfuração de 7.000 metros.

Em 1990 chegou-se a 12.262 metros de profundidade, mas a broca quebrou novamente – e pela última vez. As escavações cessaram, mas o poço de Kola também entrou para a história como o buraco mais profundo do mundo.

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Os estudos do poço de Kola derrubaram as crenças anteriores sobre a composição da crosta terrestre reticências. A descoberta mais óbvia foi que a 4 quilômetros do solo a temperatura começa a aumentar drasticamente, chegando a 220 graus Célsius a 12 quilômetros de profundidade.

Atualmente, o local do Poço Superprofundo de Kola está em estado de abandono. O buraco foi lacrado com uma tampa de metal de 12 parafusos, e a base científica foi oficialmente fechada em 2008.

Fotografia. Um poço com uma tampa parafusada. Ao redor, no chão, pedaços de madeira, água e outros objetos.
Poço Superprofundo de Kola (Rússia, 2012).

Fonte: MANÁEV, G. Poço Superprofundo de Kola, a misteriosa porta de entrada para o inferno cavada na u érre ésse ésse. Beyond, 1º abril 2021. Disponível em: https://oeds.link/TOfulK. Acesso em: 31 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A seção Compreender um texto pretende ampliar o contato dos estudantes com gêneros textuais específicos da divulgação científica. A leitura de um texto de assuntos concernentes à Ciência amplia a prática de leitura ao mesmo tempo que os aproxima dos conhecimentos científicos. Recomenda-se que os textos sejam lidos em sala de aula, sob sua orientação, de fórma individual ou coletiva.

Você pode dividir a turma em dois grupos, cada um ficando responsável pela leitura de um dos textos. Determine um prazo para a leitura e, em seguida, mescle os integrantes de cada grupo, formando grupos menores, para que eles ensinem uns aos outros sobre o que aprenderam. Após a discussão nos pequenos grupos, abra uma roda de conversa com toda a turma para avaliar a compreensão e dirimir eventuais dúvidas ou concepções alternativas que tenham surgido.

Se optar pelo trabalho individual, após a leitura, promova uma discussão coletiva acerca do que se leu. Inicie questionando os estudantes sobre o que entenderam do texto. É importante que o ponto central e a estrutura do texto sejam compreendidos por todos. Como a capacidade de leitura e interpretação é um processo contínuo, eles podem se encontrar em pontos distintos dêsse processo. Por isso, iniciar a abordagem com a interpretação básica do texto auxilia no desenvolvimento da segunda parte da discussão, que envolve as atividades propostas na seção.

Ainda que a discussão seja realizada de fórma coletiva, oriente os estudantes a escrever individualmente em seus cadernos as respos­tas das atividades.

Projeto de perfuração do manto da Terra

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Cientistas japoneses reticências planejam ser o primeiro grupo a perfurar com sucesso o manto da Terra, a segunda camada do nosso planeta que fica entre o núcleo e a crosta terrestre. reticências

A pesquisa preliminar será realizada pela Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Terrestre-Marítima (Djemstec) reticências Além do Havaí, México e Costa Rica são as outras duas localizações candidatas à perfuração.

Fotografia de um navio sobre o mar. No centro dele, uma torre de ferro com vários andares.
O Navio será usado para perfurar a crosta terrestre até o manto. (Japão, 2013.)

A crosta marítima do Havaí será a primeira a receber os pesquisadores, pois a temperatura da área em tôrno da fronteira entre o manto e a crosta é relativamente baixa, de 150 graus Célsius. Isso torna a perfuração e a observação mais fáceis. Contudo, a camada do local é um pouco mais profunda do que a dos outros lugares escolhidos.

reticências O navio , construído em 2002 especialmente para esse tipo de missão, será usado para a perfuração. A sua broca terá que percorrer mais de quatro quilômetros de água e quase seis quilômetros da crosta terrestre para chegar ao manto.

O manto compõe mais de 80% do volume do nosso planeta. Ele é formado por rochas que se movimentam lentamente reticências. Os pesquisadores esperam que a observação direta do local possa revelar a quantidade de água que o interior do planeta guarda e a sua dureza.

Com essas informações em mãos, os especialistas poderiam entender melhor como a Terra foi formada. Além disso, eles teriam a oportunidade de examinar mais a fundo a vida microbiana que existe no manto para saber como esses organismos sobrevivem dentro do nosso planeta.

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Fonte: DEMARTINI, M. Japoneses querem ser os primeiros a penetrar o manto da Terra. Exame, 11 abril 2017. Disponível em: https://oeds.link/rq407X. Acesso em: 31 maio 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

OBTER INFORMAÇÕES

  1. A escavação do Poço Superprofundo de Kola tinha o mesmo objetivo que o atual projeto de perfuração do manto da Terra? Explique.
  2. Sobre o Poço Superprofundo de Kola, responda.
    1. A quantos metros de profundidade chegou a escavação? Com essa profundidade, a escavação chegou a qual camada da Terra?
    2. A escavação trouxe conhecimentos significativos sobre o interior da Terra? Justifique.

INTERPRETAR E REFLETIR

  1. O atual projeto de perfuração do manto da Terra planeja perfurar a crosta oceânica. Aponte a vantagem e a desvantagem dessa escolha em relação à perfuração da crosta continental.
  2. Considerando o que você estudou sobre o manto da Terra, responda.
    1. Quantos quilômetros, aproximadamente, necessita-se perfurar para chegar ao manto da Terra?
    2. Chegando ao manto da Terra, qual é o estado físico das rochas encontradas? E qual é a temperatura dêsse local?

COMPARTILHAR

5. Converse com familiares sobre os projetos de exploração do interior da Terra. Eles conhecem o buraco mais profundo já cavado na Terra? E o atual projeto de perfuração do manto da Terra? Explique a eles esses projetos e o objetivo deles.

Respostas e comentários

Respostas – Compreender um texto

1. Espera-se que os estudantes percebam que ambos compartilham o objetivo de estudar o interior da Terra. Porém, na escavação do Poço Superprofundo de Kola, o objetivo restringia-se a estudar a composição interna da Terra. Já no projeto de perfuração do manto da Terra, além de procurar entender melhor como a Terra foi formada, pretende-se estudar a vida microbiana que existe no interior dela.

2. a) A escavação do Poço Superprofundo de Kola chegou a 12.262 metros de profundidade, que corresponde à crosta continental. b) Sim, a escavação trouxe conhecimentos sobre a crosta continental, como a descoberta que a 4 quilômetros após o comêço da perfuração a temperatura começa a aumentar drasticamente, chegando a 220 graus Célsius a 12 quilômetros de profundidade.

3. A vantagem de perfurar a crosta oceânica é que ela é mais fina do que a crosta continental; a desvantagem é que, diferentemente da crosta continental, a crosta oceânica conta com a presença da água do oceano, o que implica em uma solução tecnológica diferente.

4. a) Se a perfuração for feita na crosta oceânica, é necessário perfurar de 5 a 10 quilômetros; se a perfuração for feita na crosta continental, entre 30 e 70 quilômetros. b) O manto da Terra é formado principalmente por rochas no estado sólido e possui temperatura elevada.

5. Espera-se que os estudantes expliquem e descrevam os objetivos dêsses projetos de exploração do interior da Terra com base nas informações levantadas no texto e nas atividades dessa seção. De fórma a avaliar o desempenho dos estudantes, você pode solicitar que eles façam um relato da experiência na fórma escrita ou audiovisual.

Glossário

Galáxia
: agrupamento composto principalmente de gases, poeira e bilhões de estrelas.
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Primórdio
: comêço, início de algo.
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Raio
: segmento de reta que liga o centro de um círculo ou de uma esfera a um ponto qualquer de sua superfície.
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Drone
: aeronave de pequeno porte controlada remotamente.
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GPS
: também conhecido como Sistema de Posicionamento Global, é um sistema que utiliza satélites para fornecer a localização de algo no planeta.
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Sensor
: dispositivo capaz de detectar a ocorrência de um fenômeno, como o aquecimento ou resfriamento de uma superfície, e desencadear uma ação em consequência, como a emissão de um sinal sonoro de alerta.
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Signatário
: aquele que assina um texto, aceitando assim seu conteúdo.
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