UNIDADE 8  Os sentidos e os movimentos

Pareidolia

Você conhece o termo pareidolia? Talvez ele seja estranho para você, mas o fenômeno a que ele se refere muito provavelmente não é. Por exemplo, é comum as pessoas observarem nuvens e notarem fórmas de animais, objetos ou até mesmo faces. Esse fenômeno é um exemplo de pareidolia e ocorre porque, ao receber estímulos visuais, o sistema nervoso interpreta uma imagem com base em padrões que já são familiares, ou seja, em outras imagens já registradas. Assim, são vistas imagens em estímulos visuais aleatórios. A pareidolia facial, ou seja, o reconhecimento de uma face em objetos diversos, é a mais comum, o que se deve justamente ao fato de ser mais frequente a observação de rostos ao longo da vida de uma pessoa.

Ilustração. Ao fundo, um céu azul com nuvens brancas. Fotografia. Um relógio redondo, verde, com campainha na parte superior e pernas na parte inferior. Ao centro, parafusos e um botão de volume, que lembram um rosto com olhos e boca voltada para baixo. Fotografia de uma mochila cinza e quadrada. Ela tem dois botões lado a lado na parte superior e um bolso na parte inferior, que lembra uma boca sorrindo.
Exemplos de objetos relacionados ao fenômeno de pareidolia.
Respostas e comentários

Objetivos da Unidade

Reconhecer como os estímulos do ambiente são percebidos pelos órgãos dos sentidos: tato, gustação, olfato, visão e audição.

Conhecer as estruturas e o funcionamento dos cinco órgãos dos sentidos.

Compreender a relação entre os órgãos dos sentidos e o sistema nervoso.

Elaborar um teste experimental para investigar a integração entre o olfato e a gustação.

Investigar o mecanismo pelo qual a íris controla a abertura da pupila, elaborando uma explicação para o que foi observado.

Discriminar lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão.

Conhecer as estruturas e o funcionamento dos sistemas esquelético e muscular.

Concluir que a atuação conjunta dos sistemas esquelético, muscular e nervoso permite a sustentação e a movimentação do corpo.

Refletir sobre a importância do Renascimento para o desenvolvimento da Ciência.

Contribuir com a promoção da empatia em relação às pessoas com deficiência, analisando as dificuldades encontradas por elas no dia a dia.

Colaborar para o desenvolvimento de ações que favoreçam a acessibilidade de pessoas com deficiência.

Refletir sobre a distorção da autoimagem e a relação das pessoas com a aparência.

Tema contemporâneo transversal (tê cê tê) em foco nesta Unidade

 Educação em Direitos Humanos: estimular a reflexão sobre as necessidades de pessoas com diferentes deficiências e as possíveis soluções para melhorar a acessibilidade.

Habilidades da Bê êne cê cê em foco nesta Unidade

 ê éfe zero seis cê ih zero sete: Justificar o papel do sistema nervoso na coordenação das ações motoras e sensoriais do corpo, com base na análise de suas estruturas básicas e respectivas funções.

 ê éfe zero seis cê ih zero oito: Explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na interação do organismo com o meio e, com base no funcionamento do ôlho humano, selecionar lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão.

 ê éfe zero seis cê ih zero nove: Deduzir que a estrutura, a sustentação e a movimentação dos animais resultam da interação entre os sistemas muscular, ósseo e nervoso.

Fotografia. Um microscópio branco com lentes oculares na parte superior que lembram olhos. Na parte inferior, a estrutura da lâmpada que lembra uma boca sorridente. Fotografia de um tronco de árvore. Há curvas, um buraco e protuberâncias que fazem lembrar um rosto de ser humano, com olhos e boca aberta.
Exemplos de objetos relacionados ao fenômeno de pareidolia.

Começando a Unidade

  1. As imagens dessa abertura são exemplos relacionados ao fenômeno de pareidolia. Que objetos são mostrados nas imagens? Qual é a sua percepção ao visualizá-las?
  2. Você se lembra de alguma situação em que interpretou padrões familiares ao observar um objeto? Comente com um colega.
  3. A pareidolia facial está relacionada à capacidade humana de identificar faces rapidamente, o que é considerado uma vantagem evolutiva, pois permitia, por exemplo, que nossos ancestrais percebessem prontamente predadores e fugissem. O que ocorre no organismo de um ser humano que lhe permite enxergar o predador e se deslocar para fugir?

Por que estudar esta Unidade?

Reconhecer como ocorre a percepção de estímulos pelos órgãos do sentido e a integração entre diferentes sistemas para realizar a movimentação do corpo, permite desenvolver atitudes de autocuidado e de respeito às diferenças, para uma melhor cooperação entre as pessoas.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Você pode levar outras imagens relacionadas à pareidolia para a aula ou propor aos estudantes que realizem uma pesquisa. Existem páginas na internet e perfis de redes sociais que reúnem imagens dêsse tipo.

Muitas vezes, observadores de imagens de pareidolia facial percebem também emoções. Se julgar pertinente, questione os estudantes sobre as emoções que eles percebem nas imagens apresentadas nessa abertura.

É muito comum o uso de imagens relacionadas à pareidolia em memes e na publicidade. Você pode propor aos estudantes uma atividade complementar em que eles procurem uma imagem do tipo e criem um meme ou uma propaganda. É importante que eles pensem sobre a emoção que está sendo passada na imagem e a relacionem à mensagem que querem transmitir.

Estudos mostraram que as áreas do encéfalo que são ativadas em seres humanos ao observar imagens de pareidolia facial são as mesmas de quando a pessoa observa uma face real.

O reconhecimento de faces atualmente é uma função que também vem sendo desenvolvida em programas de computadores. Comente com os estudantes, por exemplo, o reconhecimento por câmeras de celulares e até mesmo o uso dessa tecnologia para identificação de pessoas na investigação forense.

Caso haja estudantes deficientes visuais na turma, procure incluí-los na discussão da abertura, pedindo para que outros estudantes descrevam o que estão observando.

Além de imagens, a pareidolia pode acontecer também com sons. Em alguns casos, podemos reconhecer falas em sons difusos. Essa pode ser uma boa fórma também de incluir estudantes deficientes visuais no trabalho com esta abertura.

Respostas – Começando a Unidade

1. As imagens mostram a parte de trás de um despertador, uma bolsa, um microscópio e o tronco de uma árvore. É provável que os estudantes identifiquem faces nas imagens. São exemplos de pareidolia facial.

2. Resposta pessoal. É possível que os estudantes relatem casos em que identificaram faces ou outros padrões em situações do dia a dia, como manchas, nuvens, frutos e outros.

3. Aproveite esse momento para verificar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os processos relacionados à visão e à locomoção do corpo. Caso ache adequado, comente que os raios luminosos do ambiente atingem o ôlho, estimulando receptores. Estes transmitem a mensagem (estímulo visual) ao encéfalo, que interpreta a imagem. Ao interpretar a imagem, o encéfalo envia informações aos músculos das pernas, estimulando contração ou relaxamento. Assim, os músculos movem os ossos aos quais estão ligados, resultando no deslocamento.

TEMA 1  Tato, gustação e olfato

Nossa percepção do ambiente se dá por meio de células especializadas em captar estímulos.

Os sentidos

O ser humano percebe o ambiente externo por meio de cinco sentidos: tato, gustação, olfato, visão e audição. Cada um deles está relacionado a um dos órgãos dos sentidos.

Os órgãos dos sentidos contêm receptores, células especializadas em captar informações do ambiente, como calor, luz e sons, e transformá-las em impulsos nervosos. Esses impulsos nervosos são conduzidos pelos nervos até a medula espinal e o encéfalo, onde são interpretados como sensações: quente ou frio, claro ou escuro, salgado ou doce, entre outras.

Neste Tema, vamos estudar o tato, a gustação e o olfato.

Tato

A pele reveste a superfície do corpo e é o principal órgão do sentido do tato. Nela, existem células especializadas que funcionam como receptores de estímulos táteis.

As informações enviadas pelos receptores da pele ao cérebro geram sensações relacionadas ao formato, à consistência, à textura e à temperatura dos materiais, entre outras informações.

Pele humana

Ilustração. Representação da pele humana vista em corte. Na parte superior, na superfície da pele estão os pelos que saem de uma estrutura rosada, semelhante a um tubo, onde há ramificações que são os dendritos livres, localizados na base dos pelos, que captam o movimento dessas estruturas. Na camada interna da pele há ramificações com parte superior arredondada e com mais ramificações dentro, são os receptores que detectam leves pressões, vibrações e temperatura e que se localizam próximo à superfície. Ainda na camada interior, mais ramificações, que se estendem até a parte inferior, ligando-se aos nervos, são os dendritos livres que captam estímulos de dor. Mais abaixo, também ligados aos nervos, estruturas arredondadas com círculos dentro, são os receptores que respondem a pressões mais intensas e se localizam em camadas mais profundas na pele.
Representação esquemática de córte transversal da pele, com destaque para os receptores. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Campbell Biology. décima edição Glenview: Pearson Education Cummings, 2014.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Comece relembrando com os estudantes os cinco sentidos pelos quais o ser humano percebe o ambiente e os seus respectivos órgãos. Então, explique sobre o mecanismo de transmissão dos impulsos nervosos dos órgãos dos sentidos ao sistema nervoso central.

A Oficina 7 Experimentando os sentidos pode ser realizada nesse momento inicial de trabalho com esta Unidade, a fim de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o assunto, ou ao final das atividades dos Temas 1 a 3, para consolidar o aprendizado sobre os sentidos do corpo humano e aprofundar as bases do pensamento científico.

Comente que a percepção do ambiente por meio dos órgãos do sentido depende da sensibilidade dos órgãos, ou seja, quantos estímulos eles são capazes de discriminar. Por exemplo, os estímulos luminosos variam em comprimento de onda, frequência e intensidade; esses parâmetros são utilizados para compreender o que é considerado visível. Os seres humanos podem detectar a luz com um comprimento de onda entre 390 e 700 nanômetros e tons com frequência entre 20 e 20.000 rértiz. Com base nesses dados, pesquisadores realizaram experimentos e estimam que os seres humanos podem distinguir entre 2,3 e 7,5 milhões de cores e aproximadamente 340.000 toneladas. A quantificação de estímulos olfativos é mais complicada, pois a resolução do olfato humano é determinada testando a capacidade humana para discriminar misturas de odores com números variados de componentes compartilhados.

Para iniciar o estudo sobre o tato, questione a turma sobre situações em nosso dia a dia em que usamos esse sentido. Essas situações estão relacionadas às sensações que detectamos por meio da pele, como a percepção de temperaturas, de texturas, de pressão etcétera Os estudantes podem citar, por exemplo, a percepção de quente ao encostar em um forno ligado, a percepção de frio ao manipular um objeto gelado, a percepção da pressão exercida em nossa pele quando tocamos em algo pontiagudo como um prego etcétera

Pergunte se eles acham que os receptores da pele que detectam os estímulos do ambiente como pressão, temperatura e dor são do mesmo tipo, promovendo o levantamento de hipóteses da turma sobre o assunto. Posteriormente, trabalhe detalhadamente com a imagem “Pele humana”, debatendo se as hipóteses levantadas foram confirmadas ou refutadas. Os estudantes devem concluir que na pele existem diferentes tipos de receptores para os diferentes estímulos do ambiente.

Ao explicar sobre as informações enviadas pelos receptores da pele ao cérebro, destaque a importância do sistema nervoso na coordenação das informações sensoriais do corpo, favorecendo o desenvolvimento parcial da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero sete da Bê êne cê cê.

Comente que a sensibilidade na pele não é a mesma em todo o corpo. Algumas regiões são muito mais sensíveis que outras. No livro do estudante esse conteúdo é detalhado adiante.

Gustação

A língua é o principal órgão do sentido da gustação, embora a região interna das bochechas e o céu da boca também contribuam para essas percepções. Na língua, existem estruturas microscópicas chamadas papilas gustatórias. Nelas, há receptores capazes de captar estímulos, que são transformados em impulsos nervosos e transmitidos ao cérebro, onde são interpretados como gostos: o doce, o salgado, o azedo, o amargo e o umami.

O sabor dos alimentos resulta da combinação dêsses cinco gostos principais com as informações olfativas e as sensações táteis na língua.

Papilas gustatórias

Ilustração A. Parte de uma boca com a língua para fora. Ilustração B. Destaque em zoom para um pedaço da língua em corte com indicação para a superfície onde está a papila gustatória e para o interior, onde há sulcos com pequenas estruturas circulares que são as células receptoras gustatórias.
(A) Representação esquemática da língua humana em vista dorsal, e (B), no detalhe, de uma papila gustatória em córte transversal. Neurônios estão ligados às celulas receptoras, conduzindo o estímulo ao cérebro, onde será interpretado. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Carson, N. R.Foundations of physiological physiologyBoston: Pearson, 2005.

Olfato

O nariz é o órgão relacionado ao olfato. Os receptores olfatórios estão localizados na parte superior da cavidade nasal. Eles percebem materiais odoríferos e geram impulsos nervosos que são conduzidos até o cérebro, que os interpreta como sensações de odor.

O olfato pode nos alertar para algumas situações de perigo. Por meio dele, podemos perceber, por exemplo, a presença de fumaça ou gases tóxicos.

À medida que envelhecemos, a capacidade olfativa tende a diminuir. Por esse motivo, crianças e jovens sentem maior variedade e intensidade de odores que pessoas idosas.

Receptores olfatórios

Ilustração de um rosto de perfil, em corte. Um seta indica a entrada de ar com materiais odoríferos na cavidade nasal, que é revestida externamente por cartilagem. Abaixo da cavidade nasal está o osso e acima estão estruturas finas e ramificadas, os receptores olfatórios, ligados a uma estrutura fina e comprida, o nervo olfatório.
Representação esquemática da cavidade nasal em córte longitudinal, mostrando a localização das células receptoras do olfato. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

Saiba mais!

UMAMI

O umami foi descrito pelo químico japonês Ikeda (1864-1936) em 1908. A sensação do umami é produzida pelo estímulo causado pelo glutamato, presente em alimentos e temperos como o queijo parmesão, os cogumelos, o môlho e carnes.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/ub08fH, você encontra informações sobre como a covid-19 pode afetar os sentidos e se é possível recuperá-los ao longo do tempo.

Acesso em: 11 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Explore a imagem “Papilas gustatórias”, detalhando a papila gustatória em córte transversal e a localização das células receptoras gustatórias. Você pode sugerir aos estudantes que, em casa e com o auxílio de um espelho, observem a própria língua e identifiquem as papilas gustatórias.

Chame a atenção da turma para o fato de que a identificação dos alimentos se dá por seu sabor e seu odor (informação olfativa), textura e consistência (informações táteis).

Comente com os estudantes que os cheiros estão presentes no dia a dia, desde o odor de alimentos até aqueles que podem nos proteger de situações perigosas, como o cheiro de queimado. O olfato ainda é capaz de despertar lembranças antigas, pois está ligado a uma parte do cérebro responsável pelas emoções. Sempre ressalte a integração entre os órgãos do sentido e o sistema nervoso, fornecendo base para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero sete da Bê êne cê cê.

Se achar viável, é possível debater com a turma a importância dos sentidos e como alguns fatores externos podem prejudicá-los. Um exemplo disso são os prejuízos causados nos cinco sentidos, principalmente na gustação e no olfato, pelo vírus Sars-cov-2, causador da covid-19. Questione os estudantes sobre como alterações nos sentidos podem prejudicar as atividades cotidianas das pessoas infectadas. Para debater essa questão, é possível compartilhar com a turma trechos do texto indicado em Sugestão de recurso complementar ou ainda, exibir o vídeo sugerido no Entrando na rede do livro do estudante.

Caso deseje trabalhar os Temas 1 a 3 utilizando uma metodologia ativa, monte cinco estações, uma para cada sentido. Em cada estação coloque objetos, textos e imagens e pelo menos duas questões sobre o sentido que ela representa. Separe os estudantes em cinco grupos e solicite que cada grupo ocupe uma estação, trabalhe com os materiais que nelas se encontram e respondam às questões propostas. Marque um tempo para que os grupos mudem de estação e trabalhem da mesma fórma com os outros sentidos. Quando todos os grupos tiverem passado pelas cinco estações, promova um momento de compartilhamento das respostas e dos conhecimentos construídos na atividade. Realize o fechamento e a sistematização dos conhecimentos construídos tirando as dúvidas dos estudantes.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

COLINO, S. Como a covid-19 pode prejudicar os cinco sentidos. National Geographic, 8 outubro 2021.

O texto relata experiências de pacientes e faz uma revisão do que a Ciência sabe sobre a relação entre a infecção e as sequelas relacionadas à percepção dos sentidos.

Disponível em: https://oeds.link/MOYLGa. Acesso em: 14 julho 2022.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

Como podemos investigar a integração dos sentidos olfato e gustação?

Em grupos, desenvolvam um experimento utilizando o material sugerido a seguir para investigar a relação entre o olfato e a gustação na identificação de sabores.

Material

  • 1 conta-gotas
  • Essências culinárias de sabores diferentes
  • Copos pequenos com água mineral ou filtrada
  • uma colhér de café

Procedimento

  1. Discutam sobre o tema para elaborar uma hipótese a respeito da consequência da integração do olfato e da gustação na identificação dos sabores.
  2. Descrevam o procedimento do experimento que deverá ser desenvolvido para testar a hipótese do grupo.
  3. Compartilhem com o restante da turma as ideias do grupo para o experimento.
  4. Debatam com a turma se os experimentos propostos realmente poderiam responder à questão inicial.

Analisar e concluir

  1. Após analisar as sugestões dadas pela turma, vocês modificariam alguma etapa do procedimento elaborado por vocês? Qual? Por quê?
  2. Quais resultados vocês esperam obter ao realizar o experimento proposto? O que esperam concluir com base nesses resultados?

O homúnculo sensorial

Em 1937, o neurocirurgião Uilder Penfild (1891-1976) e seus colaboradores publicaram um artigo em que se destacava a ilustração de um homem com corpo desproporcional, o homúnculo sensorial. Uma reinterpretação do desenho original é mostrada mais adiante, em “Quanto maior, mais sensível”. Você consegue imaginar o que essa estranha figura humana representa?

Fotografia de um selo com o rosto de um homem estampado. Ele está representado do peito para cima, é branco, calvo, com cabelos brancos nas laterais da cabeça; está sorrindo e olhando para a direita. Usa paletó, camisa branca e gravata. Na parte superior do selo, a informação: NEUROCHIRURGIEN – NEUROSURGEON. À direita do selo, a informação: WILDER PENFIELD, 1891-1976. Abaixo, a informação: CANADA 40
Selo postal canadense da série “Médicos pioneiros”, lançado no início dos anos 1990, destaca o neurocirurgião .

No artigo, eles descreveram a pesquisa que realizaram estimulando com descargas elétricas diferentes áreas da região do cérebro responsável pelo tato. O paciente então relatava o que sentia e em que parte do corpo. Os resultados revelaram que, para cada parte do corpo, existe uma porção específica do cérebro relacionada ao tato. Além disso, concluíram que o tamanho dessas porções está relacionado com a sensibilidade tátil específica de cada parte do corpo.

Os centros nervosos dos sentidos

Ilustração de um cérebro. Estrutura com formato arredondado e com formas curvas e sulcos. Cada cor representa uma região do cérebro responsável por receber e interpretar os estímulos captados pelos órgãos dos sentidos.
Ao centro, em azul, número 1: tato ; um pouco abaixo e à direita, indicado em rosa, número 2: gustação. Na parte inferior, um pouco mais para a região frontal, uma pequena área em amarelo, número 3: olfato; ao lado, mais para a direita, em roxo, número 4: audição. Na parte posterior, grande região em verde, número 5: visão.
As informações captadas pelos órgãos dos sentidos são enviadas a regiões específicas do cérebro e interpretadas por elas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

De ôlho no tema

Cite os órgãos relacionados ao tato, à gustação e ao olfato. Depois explique, resumidamente, como as células especializadas em captar informações do ambiente comportam-se em cada um dêsses órgãos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

O estudo dos sentidos possibilita a realização de uma série de atividades experimentais que promovem, entre outras, discussões sobre as relações entre os sentidos. Na seção Vamos fazer, os estudantes devem desenvolver um experimento para investigar a integração dos sentidos olfato e gustação. Essa atividade também promove o desenvolvimento de procedimentos próprios das ciências, como levantar e debater hipóteses, prever resultados e elaborar conclusões. Esse tipo de proposta contribui para o processo de letramento científico e para o desenvolvimento da competência geral 2 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Entre as propostas de atividade experimental, os estudantes podem propor, por exemplo, que um dos integrantes do grupo seja o “provador”. Com os olhos fechados e o nariz tampado, ele deverá identificar as diferentes essências.

Se achar pertinente, construa um experimento coletivo com as sugestões dos grupos e realize-o com a turma.

Para sistematizar a proposta desta seção, se possível, realize com a turma a leitura de alguns trechos do texto indicado em Sugestão de recurso complementar.

Respostas – Vamos fazer

1. Resposta pessoal. Espera-se que, após o debate proposto no procedimento 4, os estudantes repensem o experimento criado por eles e, se necessário, realizem as modificações propostas.

2. Respostas pessoais. Com os ajustes necessários no experimento, espera-se que os estudantes consigam prever os resultados obtidos a partir dele, concluindo que os órgãos relacionados ao olfato e à gustação agem de fórma integrada. É possível que os grupos comparem possíveis resultados com situações cotidianas, como quando estamos gripados e com o nariz congestionado e não é possível sentir o sabor dos alimentos.

Resposta – De ôlho no tema

Os órgãos relacionados ao tato, à gustação e ao olfato são, nesta ordem: pele, língua e nariz. Na pele, as células especializadas funcionam como receptores de estímulos táteis, que enviam informações ao cérebro gerando sensações relacionadas às informações dos materiais, como textura, temperatura etcétera Na língua, as células especializadas captam os estímulos, que são conduzidos ao cérebro, onde são interpretados como gostos. No nariz, as células especializadas captam odores, que são convertidos em sinais, conduzidos até o cérebro, onde são interpretados como sensações de odor.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

KOPPMAN, M. Os sentidos, o cérebro e o sabor da comida. Ciência Hoje, 3 setembro 2015.

A autora discorre sobre a influência dos sentidos nas experiências gastronômicas e os estímulos recebidos nestas experiências são processados pelo sistema nervoso.

Disponível em: https://oeds.link/mQf9md. Acesso em: 14 julho 2022.

Esquema. Um homem em pé, usando bermuda, sem camisa e descalço. Ele possui, grandes orelhas, grande boca, mãos enormes. Acima, a informação: Quanto maior, mais sensível. O tamanho de cada parte do corpo é proporcional à sensibilidade do tato nela. Da boca dele parte um fio com a informação: Face - A língua, os lábios e a pele de toda a face contêm muitos receptores táteis, por isso são muito sensíveis e estão representados proporcionalmente maiores no homúnculo. Do braço parte um fio com a informação: Membros - No homúnculo sensorial, as pernas e os braços são pequenos quando comparados às mãos, pois essas partes do corpo têm menos receptores táteis. Da mão, parte um fio com a informação: Mãos - Com as mãos manipulamos os objetos e obtemos informações como temperatura, texturas, vibrações, entre outras características, por isso são representadas muito grandes no homúnculo sensorial. Isso se deve, principalmente, à grande quantidade de terminações nervosas nessa parte do corpo. As pontas dos dedos são ainda mais sensíveis e podem detectar em uma superfície variações 10 mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo. Na parte inferior, ilustração de uma mão aberta, com diferentes tons de vermelho. As pontas dos dedos em vermelho mais intenso, na base dos dedos, vermelho um pouco mais claro; e na palma da mão a cor é quase rosa. Acima da imagem a informação: Terminações nervosas por centímetro quadrado. 300 – ponta dos dedos. 120 – base dos dedos. 50 – palma da mão. Cada uma dessas informações é acompanhada de um quadrado de legenda, nas cores e tons correspondentes. Ao lado, ilustração de uma pessoa em pé, com um círculo destacando o ombro e a mão. Em seguida, as informações: Teste você mesmo! Uma forma simples de testar a sensibilidade ao toque é encostando dois palitos de dente na pele ao mesmo tempo. Dependendo da distância entre as pontas dos palitos, ela pode ser sentida como apenas um toque. Essa sensação varia conforme a parte do corpo. Faça o teste e compare a sensibilidade ao tato na mão e no ombro, por exemplo.

Fontes: How the body works: the facts simply explainede outrosStimulation of the human cortex and the experience of painWilder Penfield’s observations revisitedBrain, a journal of neurologynúmero135, página 631-640, 2012; MANCINI, F. e outros Whole-body mapping of spatial acuity for pain and touch 75, página 917-924, 2014.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A imagem do homúnculo sensorial desperta a curiosidade dos estudantes. Sua análise com a turma favorece o desenvolvimento da competência geral 4 da Educação Básica, prevista na Bê êne cê cê.

Após a observação da imagem e leitura do conteúdo, os estudantes devem compreender que a face e as mãos são partes do corpo humano muito sensíveis ao tato. Destaque o número de terminações nervosas por centímetro quadrado nas mãos, principalmente nas pontas dos dedos, e dê exemplos de aplicações cotidianas da sensibilidade da pele nas mãos, como a utilização das pontas dos dedos para leitura no sistema Braille, um código universal para pessoas com deficiência visual. A abordagem dêsse conteúdo favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero sete da Bê êne cê cê.

Na realização do Teste você mesmo!, oriente os estudantes a ter cuidado para não machucar os colegas. Peça a eles que anotem no caderno o resultado, classificando as partes do corpo em “mais sensíveis” e “menos sensíveis”. A realização do teste permite mobilizar a competência geral 2 da Educação Básica, prevista pela Bê êne cê cê.

Explique para a turma que o homúnculo sensorial foi uma tentativa de demonstrar graficamente resultados de diversas pesquisas a respeito de sensibilidade e dor. Essa representação teve grande influência no meio científico por anos. No entanto, após diversas descobertas em neurociência, essa imagem é utilizada atualmente apenas como fórma de divulgação científica para facilitar a compreensão da relação entre o tato, os receptores da pele e o sistema nervoso. Comente como os avanços da Ciência ampliam o conhecimento, possibilitando rever muitos conceitos, sem tirar o mérito dos pesquisadores anteriores, cujas pesquisas foram a base para o avanço. Esse tipo de discussão contribui para o desenvolvimento da competência específica 1 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista pela Bê êne cê cê, pois promove a compreensão dessa área do conhecimento como empreendimento humano e do conhecimento científico como provisório e histórico.

Alguns museus de Ciências têm seções dedicadas aos sentidos. Se houver algum próximo, programe uma visita com a turma.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

FERREIRA, V. S.; OLIVEIRA, L. N. Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. Reviva, Brasília, Distrito Federal, ano 4, 2007.

O texto faz uma análise da convenção da ONU, passando por seu histórico até suas dificuldades de implementação.

Disponível em: https://oeds.link/dGRgh9. Acesso em: 14 julho 2022.

TEMA 2  Visão

Os olhos percebem os estímulos luminosos e enviam impulsos nervosos ao cérebro.

Estrutura do ôlho

A visão é o sentido relacionado à captação da luz e à formação de imagens. Ela tem um papel central na interação de praticamente todos os animais com o ambiente. O ôlho é o órgão relacionado a esse sentido.

O ôlho humano tem fórma esférica e, em sua parte externa, é envolvido por diferentes membranas: a esclera, a corioide e a retina.

A esclera é a camada mais externa e resistente do ôlho. Nela, estão as inserções dos músculos que fazem o ôlho se mover. A esclera é opaca (isto é, não permite a passagem de luz) e branca, sendo popularmente conhecida como “branco dos olhos”. Na parte frontal e central do ôlho, a esclera possui uma porção transparente, a córnea.

A corioide, membrana intermediária, é uma película pigmentada rica em vasos sanguíneos que nutrem as células do ôlho. Sob a córnea, a corioide fórma a íris, a parte colorida do ôlho. No centro da íris há uma abertura chamada pupila, por onde a luz penetra no ôlho. Os movimentos de abertura e fechamento da íris ajustam a abertura da pupila, regulando a quantidade de luz que entra no ôlho.

A retina é a camada mais interna do ôlho. Nela, localizam-se as células receptoras de luz. Os impulsos nervosos gerados por esses receptores sensoriais são transmitidos ao cérebro pelo nervo óptico.

No interior do ôlho há três elementos transparentes: a lente, o humor aquoso e o humor vítreo. A lente está localizada atrás da íris e dá foco à imagem. O humor aquoso é o líquido que preenche o espaço entre a córnea e a lente. O humor vítreo é o líquido viscoso que preenche o espaço atrás da lente.

ôlho humano

Ilustração representando um olho em corte. Ele é circular e com a cor rosa é indicado o humor vítreo, que preenche todo o círculo. Na parte frontal, uma camada fina, a córnea. Atrás da córnea, uma camada mais grossa, o humor aquoso. Atrás, uma camada chamada de pupila e ao redor dela, a íris. Atrás da íris, uma estrutura circular que é a lente. Ao redor de todo o olho, são identificadas algumas camadas. De fora para dentro: esclera, corioide e retina, que se liga ao nervo óptico. Na parte posterior, em meio ao nervo óptico, estão destacadas uma veia em azul e uma artéria em vermelho.
Representação esquemática do ôlho humano em córte longitudinal, mostrando seus principais componentes. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Campbell Biology. décima edição Glenview: Pearson Education Cummings, 2014.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Comece questionando os estudantes a respeito do sentido da visão: quais informações são possíveis de se obter do ambiente por meio dêsse sentido? Caso haja algum estudante com deficiência visual, verifique se ele se sente à vontade para compartilhar sua experiência sobre a percepção do ambiente pelos demais sentidos com os colegas.

Ao longo do estudo dêsse e do próximo Tema, sempre que houver oportunidade, aborde aspectos éticos e sociais relacionados à inclusão de pessoas com deficiência visual ou auditiva, contribuindo com o desenvolvimento da competência geral 9 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Solicite aos estudantes que façam inicialmente o desenho dos próprios olhos. Observe quais estruturas eles reconhecem e se conseguem definir a nomenclatura dessas estruturas corretamente. Peça que montem um glossário para os termos utilizados, a partir de palavras próprias e do conhecimento que possuem. Depois, realize a leitura do texto, acompanhada da ilustração “ôlho humano”.

Explique à turma que a luz se propaga em linha reta. E, com base nessa informação, peça que indiquem por onde a luz penetra no ôlho.

Comente que o nervo óptico é um agrupamento de fibras nervosas que conecta o ôlho ao cérebro e que transmite as informações visuais captadas pelo ôlho. Ele é composto principalmente de neurônios, que recebem os estímulos captados por células fotorreceptoras. No cérebro, a informação visual é transmitida ao córtex visual, que converte os impulsos nervosos na imagem dos objetos que vemos.

O conteúdo abordado ao longo dêsse Tema favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero oito da Bê êne cê cê no que concerne a explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na interação do organismo com o meio e com base no funcionamento do ôlho humano.

Sugestão de recurso complementar

Livro

GAIO, R.; MENEGHETTI, R. G. K. Caminhos pedagógicos da educação especial. São Paulo: Vozes, 2012.

O livro apresenta como lidar com as diferenças em sala de aula com base no conceito de igualdade.

Funcionamento do ôlho

Só é possível enxergar em ambientes com alguma iluminação, pois é a luz que estimula os receptores da retina.

De maneira simplificada, é possível enxergar um objeto porque os raios luminosos que ele emite ou reflete atingem a retina e estimulam os receptores presentes nela. As informações captadas pelos receptores são levadas ao cérebro e interpretadas por ele como imagens.

Na retina, existem dois tipos de células receptoras de estímulos luminosos: os cones e os bastonetes.

Os cones, embora menos sensíveis à luz, são responsáveis pela percepção das cores. Na retina humana, são encontrados três tipos de cone: os sensíveis à luz azul, os sensíveis à luz verde e os sensíveis à luz vermelha. A infinidade de cores detectada pelo ser humano deve-se à diferença na proporção de estimulação de cada tipo de cone. O cérebro interpreta esses conjuntos de proporções como a sensação de cada uma das cores.

Os bastonetes são mais numerosos que os cones e bem mais sensíveis à luz, sendo estimulados mesmo sob luz fraca. São responsáveis pela visão noturna e periférica (lateral).

Funcionamento do ôlho humano

Ilustração. Esquema com uma abelha à esquerda, um olho representado em corte, vista lateral, no meio, um cérebro à direita e mais uma abelha. Da abelha da frente partem duas setas, uma de sua cabeça e uma da extremidade posterior de seu corpo (1. A luz proveniente do objeto atravessa a pupila). Essas setas se prologam até chegar ao olho, onde se cruzam após passar pela lente (2. A lente foca a imagem) e chegam até o fundo do olho, onde a imagem da abelha está de ponta cabeça (3. Na retina, o estímulo luminoso gera impulsos nervosos). Da parte posterior do olho sai uma estrutura de forma cilíndrica que se liga ao cérebro (4. O nervo óptico conduz os impulsos nervosos ao cérebro). Do cérebro parte a informação: 5. O cérebro interpreta a informação. Então uma abelha é representada de cabeça para cima.
Representação esquemática da percepção de imagem em humanos, mostrando como o ôlho e o cérebro participam da visão. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

Como a quantidade de luz que entra no ôlho é controlada?

Forme um trio com mais dois colegas. Entrem em consenso sobre quem manuseará a fonte luminosa, quem fará as anotações e quem terá a íris investigada.

Material

Fonte luminosa de baixa intensidade, como uma lanterna

Procedimento

  1. Após um tempo em um ambiente pouco iluminado, observar o ôlho do colega escolhido e anotar.
  2. Aproximar, lentamente, a fonte luminosa do ôlho do colega. Observar o que acontece com a pupila e anotar. Em seguida, afastar a fonte luminosa e repetir a observação. Realizar o procedimento novamente, com as funções trocadas.

Analisar e concluir

  1. Após esquematizar o que foi observado nas diferentes situações, representando a íris e a pupila do colega, elaborem uma explicação para o que foi observado.
  2. Por que temos dificuldade em enxergar as cores em ambientes com pouca iluminação? Elaborem a resposta em formato de argumento científico com dado, justificativa e conclusão.

De ôlho no tema

  1. Explique o que acontece quando a luz emitida ou refletida por um objeto atinge o ôlho humano.
  2. Explique a utilidade da aplicação de colírios para dilatar a pupila quando um oftalmologista quer examinar o fundo do ôlho.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Após a explicação sobre o funcionamento do ôlho humano, se julgar interessante, esclareça à turma sobre a formação da imagem invertida na retina. Primeiramente, retome a informação de que a luz se propaga em linha reta. Então, explique que o processo de focalização da imagem é realizado pela lente. Peça que observem o formato da lente e comente que, ao passar por ela, os raios de luz se cruzam dentro do ôlho, criando uma imagem invertida do objeto que estamos vendo. O cérebro, então, interpreta essa informação na posição correta.

Sobre os estímulos luminosos, acrescente a explicação que a pupila precisa de alguns segundos ou até minutos para se ajustar às mudanças bruscas de iluminação. Por isso, ao entrar num quarto pouco iluminado, só distinguimos os objetos depois de algum tempo.

A atividade proposta na seção Vamos fazer estimula o diálogo e a resolução de conflitos ao propor a atribuição de papéis aos integrantes em trabalhos colaborativos, estimulando assim o desenvolvimento da competência geral 9 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê. Além disso, aproxima os estudantes de processos da investigação científica ao promover situações de coleta de dados, análise de resultados e elaboração de respostas na fórma de argumentos com base em conhecimentos científicos, mobilizando a competência específica 2 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista pela Bê êne cê cê.

Respostas – De ôlho no tema

1. Quando a luz emitida ou refletida por um objeto atinge o ôlho humano, mais especificamente a retina, estimula os receptores presentes nela. As informações captadas pelos receptores são levadas ao cérebro e interpretadas por ele como imagens.

2. A pupila totalmente dilatada permite ao oftalmologista que enxergue melhor a parte interna dêsse órgão para examiná-lo.

Respostas – Vamos fazer

1. O esquema deve deixar claro que a aproximação da fonte luminosa do ôlho faz com que a pupila se contraia e que o afastamento da fonte luminosa faz com que a pupila se dilate. Os estudantes devem explicar que, quando há pouca luz no ambiente, a pupila dilata, buscando aumentar a quantidade de raios de luz que penetram no ôlho. Inversamente, quando o ambiente está muito claro, a pupila se contrai, impedindo que raios de luz penetrem em excesso no ôlho, provocando ofuscamento da visão.

2. Os estudantes devem trazer como conclusão que temos dificuldade em enxergar as cores em um ambiente com pouca iluminação porque apenas os bastonetes são estimulados. Os dados são as características de cada tipo de célula receptora de estímulos luminosos (que trazem a justificativa para a construção do argumento): os bastonetes são mais numerosos, bem mais sensíveis à luz e responsáveis pela visão noturna; os cones são responsáveis pela percepção das cores e são menos sensíveis à luz. Pode haver variação na estruturação do argumento e não há problema com isso, o importante é uma boa articulação das informações.

TEMA 3  Audição

As orelhas captam o som e o traduzem em impulsos nervosos enviados ao cérebro.

Estrutura e funcionamento da orelha

A orelha é um órgão relacionado à audição e ao equilíbrio do corpo. Ela é composta de três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna.

A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular e pelo meato acústico externo.

A orelha média é composta da membrana timpânica, de um conjunto de três ossículos (martelo, bigorna e estribo) e da tuba auditiva.

A orelha interna é formada pelos canais semicirculares (três tubos perpendiculares entre si e cheios de líquido) e pela cóclea.

O esquema a seguir apresenta como o som do ambiente é percebido pela orelha, gerando impulsos nervosos.

Percepção dos sons

Ilustração que representa o interior da orelha. Uma seta indica o som entrando pelo pavilhão auricular. 1. O pavilhão auricular é constituído por cartilagem. Ele capta os sons do ambiente e os direciona para o meato acústico externo. 2. O som é conduzido pelo meato acústico externo em direção à orelha média, atingindo a membrana timpânica. A membrana timpânica é uma estrutura fina que está no interior da orelha. 3. A membrana timpânica é elástica e o som faz com que ela vibre. Junto à membrana timpânica estão os ossículos, pequenas partes arredondadas e com extremidades mais finas. 4. As vibrações da membrana timpânica são transmitidas aos ossículos, que atuam como ampli­ficadores e transmissores das vibrações à orelha interna. Os ossículos estão ligados aos canais semicirculares e à cóclea, que são tubos circulares. O nervo auditivo está ligado à cóclea e aos canais semicirculares, ele é cilíndrico e comprido. Abaixo da cóclea, há a tuba auditiva, um canal tubular, que liga a orelha média à faringe. 5. A cóclea é um tubo preenchido por líquido. Nela, estão as células receptoras. Os ossículos fazem com que o líquido da cóclea se movimente. As células receptoras captam esses movimentos, gerando impulsos nervosos, que são conduzidos pelo nervo auditivo até o cérebro.
Representação esquemática da orelha humana em córte longitudinal, mostrando os principais componentes envolvidos na percepção do som. A sequência numérica indica o percurso do som e das vibrações na orelha. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de The human body bookan illustrated guide to its structure, function and disorderDorling Kindersley, 2007.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Sugira aos estudantes que, durante a leitura do texto, acompanhem a imagem “Percepção dos sons”, identificando as partes descritas. Utilize a imagem para auxiliá-los a entender o processo de captação e processamento das ondas sonoras no aparelho auditivo.

Destaque que é por meio da vibração da membrana timpânica que os estímulos sonoros são transmitidos aos ossículos da orelha média, que, por sua vez, conduzem o estímulo à orelha interna.

Alerte os estudantes para as causas que podem levar à perfuração da membrana timpânica. São elas: mudanças bruscas de pressão atmosférica, como em viagens de avião, otite (infecção no canal auditivo), objetos estranhos inseridos na orelha com muita fôrça, como as hastes flexíveis com pontas de algodão usadas para limpar a orelha, e até mesmo sons altos.

Comente com a turma que algumas pessoas que apresentam patologias na orelha média podem usar aparelhos auditivos para amplificar o som e, assim, escutar. Existem casos em que a orelha interna é afetada. Nesse momento, ressalte a função da cóclea na audição. Nos casos mais graves, é indicado o chamado implante coclear multicanal, uma prótese computadorizada também conhecida como orelha biônica. Essa prótese possui componentes que transformam o som em impulsos nervosos, estimulando o nervo auditivo. Esse conteúdo mobiliza a habilidade ê éfe zero seis cê ih zero sete da Bê êne cê cê.

De modo a prosseguir com o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero sete da Bê êne cê cê, comente com os estudantes que a orelha é o principal órgão associado ao equilíbrio do corpo. Explique a relação da orelha interna com o sistema nervoso. Nos canais semicirculares existem células sensoriais. Ao movimentar a cabeça, essas células enviam estímulos para o encéfalo, onde são produzidas sensações de posição e deslocamento do corpo.

Sugestão de recurso complementar

Livro eletrônico

ILES, B. e outros Manual de Libras para Ciências: a célula e o corpo humano. Teresina: Editora da Universidade Federal do Piauí, 2019.

O e-book traz representações em sinais da Libras de termos específicos sobre as células e os sistemas do corpo humano.

Disponível em: https://oeds.link/rez6IS. Acesso em: 27 junho 2022.

Intensidade dos sons

Diariamente, estamos expostos a sons de diferentes intensidades. O nível de intensidade sonora é comumente medido em decibel (Dê bê).

Em média, pessoas com audição normal ouvem bem sons a partir de 10 decibéls ou 15 decibéls. Sons de até 80 decibéls são considerados inofensivos à audição. Longas exposições a sons de maior intensidade podem provocar dores de cabeça, insônia, falta de atenção, irritabilidade e até diminuição da capacidade auditiva. Ruídos acima de 115 decibéls podem causar dor. Quando os ruídos são de grande intensidade e causam incômodo, são chamados de poluição sonora. Analise o diagrama a seguir.

Nível de intensidade de algumas fontes sonoras do cotidiano

Gráfico que mostra intensidade de sons usando cores e ilustrações associadas. Do lado direito: Intensidade dos sons em decibéis. Representados pela cor verde, que significa sem risco, estão: 0 – Limiar auditivo. Entre 30 e 40 – Biblioteca. 60 - Máquina de lavar roupa. Entre 60 e 70 – Aspirador. Representado pela cor amarela, que significa limiar do som lesivo: 80 – Recreio Representados pela cor vermelho claro, que representa perigo: som lesivo, estão: Entre 90 e 100 – Furadeira 100 – Serra mecânica 110 – Britadeira Representados pela cor vermelho escuro, que significa sons excepcionais: risco de lesão irreversível, estão: 120 – Buzina 130 – Avião decolando Próximo de 140 – Explosão Do lado esquerdo, algumas situações foram representadas com ilustrações. Ilustração de uma boca aberta. Voz: 30 a 80 decibéis (sem risco). Ilustração de uma rua com carros. Tráfego urbano: 50 a 90 decibéis (sem risco a limiar do som lesivo) lustração de uma orelha com fone de ouvido. Dispositivo eletrônico de música: 70 a 100 decibéis (sem risco a perigo: som lesivo) Ilustração do rosto de uma cantora com um microfone na mão. Discoteca, Show de rock: 85 a 115 decibéis (limiar do som lesivo a sons excepcionais: risco de lesão irreversível) Ilustração de uma sirene. Sirene, alarme: 90 a 120 decibéis (som lesivo a sons excepcionais: risco de lesão irreversível).
(Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em CAMILLERI, M.; TRIGUEIROS-CUNHA, N. Ruído: atenção! Perigo! Protecção. Disponível em: https://oeds.link/5Xvzh2. Acesso em: 9 maio 2022.

A Organização Mundial de Saúde (ó ême ésse) alerta que, até 2050, uma a cada 4 pessoas terá perda auditiva. Essa projeção está relacionada com o uso de fones de ouvido, principalmente entre os jovens.

Saiba mais!

LIBRAS

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua em que é possível se comunicar através de gestos, expressões faciais e corporais. Ela é muito utilizada na comunicação entre e com pessoas com deficiência auditiva, sendo, então, uma importante ferramenta de inclusão social.

Entrando na rede

Os riscos e cuidados no uso de fones de ouvido são apresentados em: https://oeds.link/1m6dcg.

Acesso em: 4 maio 2022.

De ôlho no tema

Explique, resumidamente, como ocorre a percepção dos sons nos seres humanos.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Durante a leitura do infográfico sobre a intensidade de alguns sons do cotidiano, peça aos estudantes que identifiquem as faixas de ruídos prejudiciais à saúde e observem os tipos de som nessas faixas.

Alerte sobre o uso contínuo de fones de ouvido que, principalmente com volume alto, pode acarretar, a longo prazo, perda da audição. A Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse) recomenda usar fones de ouvido por, no máximo, uma hora por dia e com volume baixo. Comumente não há como saber, pelo indicador de volume do fone, qual nível ultrapassa uma marca segura. Em geral, volumes até a medida de 50% do marcador são considerados seguros. Os smartphones mais modernos emitem alertas ao usuário quando seus fones de ouvido ultrapassam um volume seguro à saúde auditiva. Promova um debate com a turma sobre a importância de estar atento a essas recomendações. Comente o aplicativo gratuito “hearWHO” lançado pela ó ême ésse, que possibilita ao usuário avaliar regularmente a qualidade da sua audição. O texto sugerido a seguir apresenta mais informações sobre o aplicativo. Disponível em: https://oeds.link/VZTMqF Acesso em: 27 junho 2022. Como o acesso ao aplicativo é apenas em inglês, se possível, reserve um momento para utilizá-lo em sala de aula com a turma, em parceria com o professor de Inglês. dêsse modo, promovendo o trabalho interdisciplinar com a área de Linguagens. Essas propostas contribuem para o desenvolvimento das competências específicas 7 e 8 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental previstas pela Bê êne cê cê.

Ao abordar a Língua Brasileira de Sinais (Libras), se possível, mostre alguns vídeos de comunicação básica em Libras. Se dispuser de celulares suficientes e acesso à internet, organize os estudantes em grupos e sugira a cada grupo que teste um aplicativo de tradução em Libras. Proponha uma discussão sobre os benefícios do uso de tais tecnologias, a fim de que eles concluam que a utilização racional dessas tecnologias pode trazer benefícios em diversas atividades, como a educação para a inclusão de pessoas com deficiência. Comente com os estudantes o envolvimento de pessoas de diferentes áreas na produção dos aplicativos, como cientistas da computação, publicitários, intérpretes de Libras, designers e engenheiros mecatrônicos. Os encaminhamentos propostos possibilitam o desenvolvimento das competências gerais 4, 5 e 9 da Educação Básica previstas na Bê êne cê cê.

Resposta – De ôlho no tema

A orelha externa capta os sons do ambiente e os direciona à orelha média, onde ocorrem vibrações, que são transmitidas à orelha interna. Na cóclea (orelha interna), as vibrações se convertem em impulsos nervosos, que são conduzidos ao cérebro, onde são interpretados como sons.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 A 3

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Escolha um animal e imagine como seria o dia dele em relação à manutenção da vida. Então, descreva uma situação em que a visão é essencial para a sobrevivência dêsse animal.
  2. Relacione o número de cada estrutura do ôlho humano com a letra que indica sua função. (1) Pupila (2) Retina (3) Lente (4) Íris (5) Nervo óptico (6) Esclera (A) Focaliza a imagem. (B) Contrai e dilata conforme a quantidade de luz. (C) Regula a quantidade de luz que penetra pela abertura do ôlho. (D) Possui células receptoras de estímulos luminosos. (E) Suporta os músculos que fazem o ôlho se mover. (F) Transmite impulsos nervosos ao encéfalo.
  3. Um indivíduo que, em um acidente, venha a perder o pavilhão auricular ficaria surdo? Justifique.

ANALISAR

4. Em um experimento, duas pessoas (Ana e Lucas) foram convidadas a identificar, de olhos vendados, o sabor de 10 tipos de suco já conhecidos por eles. Os resultados do experimento estão organizados a seguir.

Pessoa

Sabores identificados corretamente

Sabores não identificados ou identificados de modo incorreto

Ana

8

2

Lucas

4

6

  1. Qual pessoa demonstrou, nesse experimento, ser mais sensível ao sabor? Justifique.
  2. Qual foi a finalidade de vendar os olhos dos sujeitos testados?
  3. Após o experimento, Lucas declarou estar resfriado. Elabore um argumento científico (com dados, justificativa e conclusão) apresentando ideias sobre a possível relação disso com os resultados do teste.
  4. Por que oferecer sucos de sabores conhecidos às pessoas? Se isso não fosse feito, como o experimento poderia ter sido prejudicado?

5. Leia a definição do quadro e a tirinha a seguir para responder às questões.

Daltonismo: distúrbio genético da visão que prejudica a percepção das cores. A dificuldade mais comum é para distinguir o vermelho e o verde e, algumas vezes, o azul e o amarelo.

Tirinha composta por três quadros. Apresenta Armandinho, menino pequeno com cabelo azul, usando camisa branca e short vermelho. Quadro 1: Armandinho segura um livro aberto e diz: 'Na natureza muitos animais de cores vivas são evitados pelos predadores...' Quadro 2: No chão, latas coloridas com tinta, uma caixa de papelão e, à direita, as pernas de uma pessoa que está em pé, usando calça e sapatos azuis. Essa pessoa diz: Não... de novo não... Quadro 3: À esquerda, parte da perna da pessoa e à direita, Armandinho todo pintado e colorido, correndo e, com a boca muito aberta, diz: Fica longe de mim, seu predador daltônico!
  1. Por que Armandinho, o menino da tirinha, chamou o personagem adulto de predador daltônico?
  2. Que tipo de célula da retina deve ser afetado pelo daltonismo? Justifique.

COMPARTILHAR

6. Leia o texto e faça o que se pede.

Braille é um sistema universal de leitura e escrita para pessoas com deficiência visual. Ele foi criado pelo educador francês luí Braille (1809-1852), por volta de 1829. O Braille tem potencial para proporcionar maior autonomia às pessoas com deficiência visual, pois pode estar presente em placas de sinalização, mapas táteis, cardápios, espaços de cultura e lazer etcétera

Em grupo, produzam um vlog ou outro material audiovisual, que deverá apresentar uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência visual e a importância da produção de livros e outros materiais em braille, para lhes proporcionar iguais oportunidades de educação e cultura. Apresentem o material produzido a familiares e estudantes de outras turmas.

Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem a importância da visão para identificar alimentos, desviar de obstáculos, encontrar abrigo, evitar predadores, perceber variações no tempo meteorológico, entre outros.

2. 1-B, 2-D, 3-A, 4-C, 5-F, 6-E.

3. Não ficaria surdo porque a orelha externa (onde se localiza o pavilhão auricular) capta os sons do ambiente e os direciona para a orelha média onde, juntamente com a orelha interna, ocorre o processamento das ondas sonoras, as quais levam à percepção dos sons.

4. a) Ana, pois identificou corretamente mais sabores do que Lucas. b) Vendar os olhos dos sujeitos testados garantiu que a identificação dos sucos fosse feita apenas pela percepção do sabor dos alimentos (que envolve os sentidos da gustação e do olfato), sem ajuda da visão, que forneceria informações sobre a côr, por exemplo, dando pistas a respeito do tipo de suco. c) Esta atividade apresenta algumas possibilidades de resposta e, portanto, a qualidade da articulação é mais importante que a alocação exata dos elementos do argumento. É interessante que os estudantes levantem os seguintes dados para a elaboração do argumento: a quantidade de sabores identificados corretamente por Lucas e Ana, a quantidade de sabores não identificados ou identificados de modo incorreto por eles, o fato de Lucas estar resfriado. Esta última informação também pode ser levantada como uma justificativa. Exemplo: Levando em consideração o dado que, de 10 sabores de sucos, Lucas identificou corretamente quatro e Ana, oito; e o dado que Lucas estava resfriado, a conclusão é que o resfriado de Lucas pode ter prejudicado o olfato, que é um dos sentidos importantes para a identificação do sabor dos alimentos. A justificativa é que Lucas identificou menos sabores corretamente e a diferença entre os sabores identificados corretamente por ele e Ana foi significativa (o dobro). d) Oferecer sucos de sabores conhecidos às pessoas aumenta a possibilidade de os sabores serem familiares. Caso fossem desconhecidos, os sujeitos deixariam de identificar os sucos por razões que não estariam relacionadas à sensibilidade ao sabor.

5. a) Armandinho leu que animais de cores vivas são evitados por predadores e pintou o corpo justamente para fugir da “perseguição” do pai. Como a sua atitude não teve sucesso, Armandinho concluiu que o pai tinha dificuldade em distinguir as cores. b) Os cones, pois são as células responsáveis pela percepção das cores.

6. Entre os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência visual, os estudantes podem citar, principalmente, aqueles relacionados à locomoção e ao acesso à informação (este último em diferentes situações). dêsse modo, espera-se que eles reconheçam que a produção de materiais em braille garante o acesso à informação às pessoas com deficiência visual. Acrescente a essa discussão como é realizada a acessibilidade dessas pessoas em relação a dispositivos eletrônicos, comente sobre ferramentas que fazem a leitura em voz alta do conteúdo das telas de dispositivos eletrônicos. A abordagem proposta permite trabalhar a competência geral 9 da Educação Básica prevista na Bê êne cê cê e o tê cê tê Educação em Direitos Humanos.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

Por que algumas pessoas precisam de óculos?

O uso de óculos ou lentes de contato pode ser necessário por diferentes razões.

Quando o ôlho de uma pessoa não consegue focalizar a imagem sobre a retina, dizemos que ela sofre de ametropia ou êrro de refração. As ametropias podem ser de quatro tipos: miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia.

O esquema “Formação da imagem na retina” mostra o ôlho de uma pessoa que não precisa usar óculos ou lentes de contato para corrigir a visão.

Formação da imagem na retina

Ilustração. Um olho representado de lado, em corte. Na frente do olho há a imagem de uma flor. Dela partem duas linhas pontilhadas, uma da extremidade superior e  outra da extremidade inferior, que se prologam até chegar ao olho, onde se cruzam logo depois da lente e se prologam até o fundo do olho, onde há a imagem da flor invertida. Algumas informações estão inseridas na imagem. Próximo à flor da frente do olho estão os raios de luz. No olho estão indicadas a córnea, camada frontal mais externa, lente, circular e íris, estrutura muscular que sustenta a lente. No fundo do olho, em destaque, a camada retina.
Representação esquemática de ôlho humano sem ametropia, em córte longitudinal, mostrando a formação de imagem. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

Pesquisar

1. Faça uma pesquisa sobre as quatro ametropias, identificando:

a) Causas. Qual é a característica do ôlho relacionada à ametropia? Onde se fórma a imagem?

b) Sintomas. A pessoa tem dificuldade de enxergar em quais condições?

Os resultados da pesquisa devem ser apresentados por meio de um texto contendo os dados solicitados nos itens anteriores. No caso da miopia e da hipermetropia, os textos devem ser acompanhados de um esquema, de sua autoria, ilustrando a formação da imagem em cada caso.

Analisar

2. Existem lentes corretoras de ametropias. Conheça algumas delas por meio das representações esquemáticas a seguir.

Ilustração. Um olho representado de lado em corte. Na frente dele três setas que atravessam uma lente ovalada, convexa, com a curvatura dos dois lados, posicionada na frente do olho. As setas passam por essa lente e entram no olho. Ilustração. Um olho representado de lado em corte. Na frente dele três setas que atravessam uma lente côncava, com curvatura para dentro, dos dois lados, posicionada na frente do olho. As setas passam por essa lente e entram no olho.
(Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: . Física para cientistas e engenheiros: luz, óptica e física moderna. oitava edição São Paulo: Cengage Learning, 2013. volume 4.

Qual dêsses tipos de lente você recomendaria a uma pessoa míope? E a uma pessoa hipermetrope? Produza um argumento científico para cada uma dessas questões apresentando:

na conclusão, o tipo de lente indicada;

a descrição de como se fórma a imagem no ôlho de uma pessoa com miopia e com hipermetropia; esses são os dados para seu argumento;

na justificativa, como o tipo de lente indicado corrige essas ametropias.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

A seção Explore mobiliza a habilidade ê éfe zero seis cê ih zero oito e a competência geral 7 da Educação Básica, prevista pela Bê êne cê cê, ao propiciar aos estudantes a seleção de lentes adequadas para correção de diferentes problemas relacionados à visão.

Aproveite para comentar sobre a importância da saúde dos olhos e de frequentar o oftalmologista. Chame a atenção dos estudantes para perceberem se apresentam dificuldades em enxergar e fale sobre a importância de frequentar o consultório oftalmológico mesmo sem essas dificuldades, para prevenção de doenças que afetam a visão. Essa abordagem de autocuidado com o corpo favorece o desenvolvimento da competência específica 7 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental prevista na Bê êne cê cê.

Respostas – Explore

1. a) Miopia: a distância entre a córnea e a retina (eixo ocular) é longa, a imagem é formada à frente da retina. Hipermetropia: a distância entre a córnea e a retina é curta, a imagem é formada atrás da retina. Astigmatismo: a córnea, em vez de ser redonda e lisa, tem a superfície irregular; a imagem é formada em vários pontos da retina. Presbiopia: causada pela perda da flexibilidade da lente dos olhos que apresenta dificuldade para focar os objetos. b) Os míopes enxergam de maneira prejudicada objetos que estão distantes, que parecem borrados. Os hipermetropes têm visão de objetos distantes mais clara e dificuldade de enxergar objetos próximos. Os astigmatas têm visão distorcida independentemente da distância do objeto. As pessoas com presbiopia, chamada popularmente de “vista cansada”, têm dificuldade de enxergar os objetos próximos.

Sugestões de esquema para a formação da imagem em pessoas míopes e hipermetropes:

Ilustração. Um olho representado de lado, em corte. Na frente do olho há a imagem de uma flor. Dela partem duas linhas pontilhadas, uma da extremidade superior e  outra da extremidade inferior, que se prologam até chegar ao olho, onde se cruzam logo depois da lente e se prologam um pouco mais, projetando a imagem da flor invertida, de cabeça para baixo, antes da retina, antes do fundo do olho.
Formação de imagem no ôlho de uma pessoa míope.
Ilustração. Um olho representado de lado, em corte. Na frente do olho há a imagem de uma flor. Dela partem duas linhas pontilhadas, uma da extremidade superior e  outra da extremidade inferior, que se prologam até chegar ao olho, onde se cruzam bem depois da lente, mais ou menos no meio do olho e se prologam ainda mais, projetando a imagem da flor invertida, de cabeça para baixo, atrás da retina.
Formação de imagem no ôlho de uma pessoa hipermetrope.

2. Argumento 1: tipo de lente recomendada para uma pessoa míope. A lente divergente é indicada para casos de miopia (conclusão). No ôlho míope, a imagem se fórma na frente da retina (dado), e esse tipo de lente desloca a imagem formada para trás (justificativa). Argumento 2: tipo de lente recomendada para uma pessoa hipermetrope. A lente convergente é indicada para casos de hipermetropia (conclusão). No ôlho hipermetrope, a imagem se fórma atrás da retina (dado), e esse tipo de lente desloca a imagem para a frente (justificativa).

TEMA 4  Sistema esquelético

Dentre as funções do esqueleto, estão a sustentação do corpo e a proteção dos órgãos internos.

O esqueleto humano

O conjunto de ossos do corpo humano fórma o esqueleto.

O corpo de um adulto tem um total de 206 ossos, cujas funções principais são: sustentação, proteção dos órgãos internos, movimentação, produção de células do sangue e armazenamento de minerais, como o cálcio.

Os ossos podem ser chatos, como os do crânio; curtos, como as vértebras; ou longos, como o fêmur.

Esqueleto humano

Ilustração de um esqueleto humano que está em pé. Uma seta está apontada para o crânio, ossos da cabeça, com as informações: O crânio é um conjunto de 22 ossos. Ele protege o encéfalo e possui cavidades que abrigam órgãos sensoriais. De um dos ossos achatados do pescoço sai uma seta com as informações: O esqueleto contém 33 vértebras, que formam a coluna vertebral, cuja função é sustentar o do corpo humano. Ela também abriga a medula espinal, que é protegida pelas vértebras. Na região do tórax, partem duas setas, indicando a costela, um osso fino e curvado, e o esterno, um osso vertical e com extremidade pontuda. Com a seguinte informação: A estrutura óssea da caixa torácica é formada por doze pares de costelas e pelo osso esterno. Ela protege órgãos como o coração e os pulmões. Na região do quadril saem setas de ossos grandes e achatados, com a informação: O esqueleto contém um par de ossos do quadril, que participam da sustentação do corpo humano. Da região da perna, de um osso vertical e longo, parte uma seta com a informação: O fêmur é nosso maior osso. Ele desempenha um importante papel na sustentação do corpo. Dos ossos da mão, parte uma seta com a informação: A estrutura óssea da mão é formada pelos carpais (ossos do pulso), pelos metacarpais (ossos da palma da mão) e pelas falanges (ossos dos dedos). Dos ossos do pé, parte uma seta com a informação: O pé tem 26 ossos distribuídos em tarsais (ossos da parte superior do pé), metatarsais (ossos que se articulam com os dedos) e falanges (ossos dos dedos). Do lado direito da ilustração, alguns ossos são indicados: clavícula, na região do ombro; escápula, na região das costas, úmero, maior osso do braço; ulna e rádio, ossos do antebraço; patela, osso do joelho; fíbula e tíbia, ossos da parte inferior da perna.
Representação esquemática do esqueleto humano, com destaque para alguns ossos. As estruturas em azul são cartilagens. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: artimédi, 2016.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Durante o estudo dos Temas 4 e 5, auxilie os estudantes a compreender que a interação dos sistemas esquelético, muscular e nervoso é responsável pela sustentação e movimentação dos animais, contemplando, assim, a habilidade ê éfe zero seis cê ih zero nove da Bê êne cê cê. É importante que eles entendam que esses sistemas trabalham de fórma integrada entre si.

O trabalho com as imagens tem o intuito de ajudar os estudantes a compreender as estruturas dos sistemas e não decorar o nome delas. Ao longo do trabalho com os Temas 4 e 5, peça a eles que identifiquem neles mesmos os ossos, os músculos e as articulações mencionados no texto e nas imagens dos Temas estudados.

Planeje um momento coletivo de observação da imagem “Esqueleto humano”. Proponha aos estudantes que identifiquem outros ossos chatos, curtos e longos, além dos que são mencionados no texto. Eles podem citar como ossos chatos a escápula e as costelas; como ossos curtos a patela, os ossos carpais e tarsais; e como ossos longos o úmero e a tíbia.

Se a escola disponibilizar modelos didáticos de esqueleto, é possível levá-los à sala de aula para que os estudantes os explorem, comparando e relacionando as estruturas apresentadas nas representações esquemáticas do livro do estudante. Se for possível o uso de recursos digitais com acesso à internet, outra sugestão é apresentar a eles modelos de esqueleto em 3 dê, presentes em aplicativos como o indicado em Sugestão de recurso complementar.

Sugestão de recurso complementar

Aplicativo

Anatomy Learning

Atlas de anatomia 3 dê gratuito com mais de 6 000 estruturas, modelado por especialistas e que utiliza a Terminologia Anatômica Internacional.

Disponível em: https://oeds.link/UekXwZ. Acesso em: 14 julho 2022.

As articulações

Articulações são regiões de contato entre dois ou mais ossos que se mantêm unidos por uma estrutura de tecido conjuntivo denominada ligamento. Algumas articulações ainda são compostas de cartilagem, um tecido flexível e elástico que amortece choques mecânicos.

As articulações são classificadas conforme a estrutura e o grau de mobilidade, podendo ser móveis, semimóveis e imóveis.

Tipos de articulação

Ilustração de dois ossos ligados, com destaque para o local onde ocorre a união entre eles, indicada como Cápsula articular, uma estrutura fina que recobre a extremidade do osso. Com a informação: Articulação móvel: Permite movimentos amplos em uma ou mais direções. Exemplos: articulações do joelho e do ombro. Ilustração de dois ossos achatados e circulares, um acima do outro, unidos. Há a indicação de uma estrutura mais flexível entre eles, chamada disco intervertebral. Articulação semimóvel: permite movimentos muito reduzidos. Exemplos: articulação entre as vértebras. Ilustração de um crânio, ossos da cabeça. Há setas indicando os locais de contato/junção entre os ossos. Articulação imóvel: Não permite movimentos. Exemplos: articulações entre os ossos do crânio.
Representação esquemática de algumas articulações do corpo humano. A cápsula articular e o disco intervertebral são constituídos por cartilagem. As setas indicam as articulações imóveis entre os ossos do crânio. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

Elementos de uma articulação móvel

Em uma articulação móvel ocorre deslizamento entre as superfícies de dois ossos. Entre elas existe o líquido sinovial, que funciona como um lubrificante. As superfícies da articulação são recobertas por cartilagem, o que também diminui o atrito e, assim, o desgaste dos ossos.

O movimento dos ossos nas articulações ocorre apenas em determinadas direções; os ligamentos impedem que os ossos saiam do lugar e mantêm as articulações na posição correta.

Articulação móvel

Ilustração que mostra dois ossos juntos. As extremidades dos ossos estão revestidas por cartilagens. Entre eles, um espaço preenchido pelo líquido sinovial. Nas laterais das extremidades estão os ligamentos, estruturas finas que ligam os dois ossos.
Representação esquemática da estrutura de uma articulação móvel, em córte longitudinal. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

De ôlho no tema

  1. Dê dois exemplos de ossos que apresentam função de proteção (cite órgãos que eles protegem) e dois exemplos de ossos com função de sustentação.
  2. Qual é a função da cartilagem? Ela está presente em quais tipos de articulação?
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Após trabalhar o tópico “As articulações”, proponha aos estudantes que voltem a imagem “Esqueleto humano” e identifiquem outras articulações de cada tipo: móveis (cotovelo, dedos, pulso), semimóveis (entre os ossos do quadril) e imóveis (entre a tíbia e a fíbula).

Converse com os estudantes sobre cuidados com o esqueleto e as articulações. Oriente-os sobre a importância de sempre manter a postura correta, seja para sentar, ficar em pé ou dormir. Para dormir, a coluna vertebral deve estar alinhada, os músculos relaxados e colchão e travesseiro devem adaptar-se ao corpo. Outras dicas são: abaixar-se corretamente para pegar objetos no chão (sem curvar as costas e flexionando os joelhos), evitar carregar pêso (se carregar pêso, ele deve estar distribuído, por exemplo, não carregar a mochila apenas de um lado). Em relação aos cuidados com as articulações, cite a prática de atividades físicas regularmente, cuidados com a alimentação (além da ingestão de nutrientes importantes para o corpo, como o cálcio, cuidados com a alimentação evitam o sobrepeso, que pode afetar as articulações e a coluna vertebral). Tais encaminhamentos mobilizam as competências específicas 7 e 8 de Ciências da Natureza para o Ensino Fundamental previstas na Bê êne cê cê.

Respostas – De ôlho no tema

1. Exemplos de ossos com função de proteção: ossos do crânio (protegem o encéfalo); caixa torácica (protegem os pulmões e o coração); vértebras (protegem a medula espinal). Exemplos de ossos com função de sustentação: coluna vertebral, ossos do quadril e fêmur (osso da coxa).

2. A cartilagem protege os ossos do atrito e, consequentemente, do desgaste. Ela está presente em articulações móveis e semimóveis.

TEMA 5  Sistema muscular

Atuando com os ossos, as articulações e o sistema nervoso, os músculos permitem o movimento e a sustentação do corpo.

Os músculos

O sistema muscular é formado pelos músculos, que participam da movimentação do corpo. Alguns movimentos do corpo podem ser observados e permitem, por exemplo, a locomoção. Outros movimentos acontecem em nossos órgãos internos.

A movimentação ocorre porque o tecido muscular possui células chamadas miócitos (ou fibras musculares) capazes de contraí-lo (encurtá-lo) e distendê-lo (alongá-lo).

Tipos de músculo

Há três tipos de músculo no corpo humano: o estriado esquelético, o estriado cardíaco e o não estriado.

Os músculos estriados esqueléticos são responsáveis pela movimentação do corpo. Eles têm contração rápida e voluntária. Podem estar ligados aos ossos diretamente ou pelos tendões.

O músculo estriado cardíaco é responsável pelos batimentos do coração. Tem contração rápida e involuntária.

Os músculos não estriados, também chamados de músculos lisos, têm contração lenta e involuntária. São responsáveis pelos movimentos de órgãos internos, como aqueles que fazem parte do sistema digestório.

Movimento

O movimento depende da interação entre o esqueleto, os músculos estriados esqueléticos, as articulações e o sistema nervoso.

Ao receber o comando do sistema nervoso, os músculos estriados esqueléticos se contraem ou relaxam, movendo os ossos aos quais estão ligados. Muitos músculos esqueléticos trabalham aos pares: enquanto um se contrai, o outro relaxa. Alguns movimentos dos ossos, como os que permitem dobrar o punho, são possíveis devido às articulações.

Além de possibilitar movimentos, os sistemas esquelético, muscular e nervoso também mantêm a postura ereta do corpo humano.

Movimento do antebraço

Ilustração A. Representação de um braço estendido, mostrando o trabalho de músculos e ossos em seu interior. Na parte superior está indicado que o músculo bíceps está distendido, parecendo esticado, enquanto o tríceps, músculo localizado na região oposta, está contraído, parecendo aumentado. Entre eles está o osso úmero. Há um destaque para o osso do antebraço ulna. Há uma seta para baixo indicando o movimento de estender o braço. Ilustração B.  Representação de um braço flexionado, mostrando o trabalho de músculos e ossos em seu interior. Na parte superior está indicado que o músculo bíceps está contraído, com aparência de inchado, aumentado, enquanto o tríceps, músculo localizado na região oposta, está distendido (parecendo esticado, relaxado). Entre eles está o osso úmero. Há um destaque para o osso do antebraço rádio. Há uma seta para cima indicando o movimento de flexionar o braço.
Representação esquemática da ação conjunta dos músculos estriados esqueléticos e dos ossos na movimentação do antebraço. (A) Para estender o antebraço, o tríceps contrai e ao encurtar ele puxa a ulna, enquanto o bíceps fica distendido. (B) Para dobrar o braço, ocorre o movimento ao contrário: o bíceps contrai e encurta, puxando o rádio, enquanto o tríceps fica alongado. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Campbell Biology. décima edição Glenview: Pearson Education Cummings, 2014.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Após a leitura sobre os tipos de músculo, comente com os estudantes que o corpo humano apresenta mais de 600 músculos estriados esqueléticos, responsáveis pelas ações voluntárias. Essa grande quantidade de músculos, em associação a ossos e articulações, possibilita que o corpo realize milhares de movimentos distintos.

Explique que ações simples, como piscar os olhos ou sorrir, envolvem grupos musculares. Os músculos dos olhos chegam a realizar mais de 100 mil movimentos em um único dia. cêrca de 30 músculos faciais são responsáveis por uma grande quantidade de expressões faciais que um ser humano é capaz de fazer. O músculo estapédio, também conhecido como músculo do estribo, controla o movimento de um dos ossículos da orelha interna e é um dos menores músculos estriados do corpo, medindo cêrca de 2 milímetros.

Esclareça aos estudantes que os músculos são conectados a um grande número de terminações nervosas, estruturas pertencentes ao sistema nervoso. Por isso, quando sofremos uma lesão muscular, por exemplo, o cérebro reage produzindo a sensação de dor.

Músculos estriados esqueléticos humanos e suas funções

Ilustração representando o corpo humano em pé, com os músculos à mostra. Há destaques para o deltoide, músculo que fica na região do ombro; tríceps e bíceps, músculos do braço, que ficam abaixo do deltoide; e flexores e extensores das mãos, que ficam no antebraço. Na imagem, estão inseridas as informações:
Deltoide: levanta o braço lateralmente.
Bíceps e tríceps: flexionam e estendem o antebraço.
Flexores e extensores das mãos: permitem abrir e fechar as mãos.
Destaque para o rosto: Os músculos faciais são responsáveis pelas expressões faciais e pela mastigação.
Destaque para o trapézio, músculo da região do pescoço, peitoral maior, na região do tórax, e reto abdominal, na região do abdome. Informações: 
Trapézio: eleva os ombros.
Peitoral maior: move os braços para a frente.
Reto abdominal: flexiona o tórax sobre o abdome.
Na perna, destaque para o sartório, localizado na região interna da coxa, gastrocnêmio, localizado na região posterior e inferior da perna. Destaque também para os glúteos, na região posterior do corpo. Informações:
Glúteos: formam as nádegas. Localizam-se posteriormente, por isso não estão visíveis neste esquema. Mantêm as coxas afastadas e auxiliam na manutenção da postura ereta.
Sartório: permite cruzar as pernas.
Gastrocnêmio: forma a panturrilha.
Representação esquemática de alguns músculos estriados esqueléticos humanos, com identificação de alguns deles. O corpo humano tem mais de quinhentos músculos dêsse tipo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TORTORA, G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos da anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2016.

Entrando na rede

Na página da bê bê cê, https://oeds.link/LgYXvV, você encontra um texto contando como, em 2021, cientistas descobriram um músculo que nunca havia sido descrito no corpo humano.

Acesso em: 8 maio 2022.

De ôlho no tema

  1. Em uma partida de futebol, que tipo de músculo é responsável pela movimentação da perna do jogador? Cite outros movimentos musculares que acontecem no organismo do atleta durante o jôgo.
  2. Quando uma pessoa está parada em pé, ela não se desloca. Isso significa que ela não está utilizando os músculos?
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Depois de fazer a leitura da imagem “Músculos estriados esqueléticos humanos e suas funções”, desenvolva, de fórma interdisciplinar com Educação Física, uma sequência didática que trabalhe alguns esportes com os estudantes, como futebol, vôlei, basquete e handebol. Em relação ao componente curricular Educação Física, a turma deve aprender sobre as características dêsses esportes, como número de jogadores, fundamentos, regras etcétera Na quadra da escola, os estudantes devem realizar alguns movimentos característicos dêsses esportes, como o chute no futebol, a manchete e o toque no vôlei, os arremessos no basquete e handebol. Prepare a quadra em fórma de estações; em cada estação devem ser praticados os movimentos de um esporte. Dessa fórma, todos os estudantes realizarão os movimentos definidos. Se na turma houver pessoas com algum tipo de deficiência, lembre-se de adaptar essa sequência didática para a inclusão de todos os estudantes. Em relação ao componente curricular Ciências da Natureza, de volta à sala de aula, peça aos estudantes que descrevam (se necessário, pesquisem) os músculos utilizados em cada movimento, assim como as suas funções. Finalize a sequência didática com a aplicação das atividades propostas no De ôlho no tema.

Você pode solicitar aos estudantes que leiam antes da aula o texto indicado no Entrando na rede como fórma de despertar o interêsse pelo assunto e estimulá-los a participar mais ativamente da aula, trazendo perguntas e fazendo comentários sobre o que mais lhes chamou a atenção na leitura.

Respostas – De ôlho no tema

1. Os músculos estriados esqueléticos são responsáveis por movimentar a perna do jogador, em conjunto com os ossos. Durante a partida, além do movimento de outros músculos estriados esqueléticos, estão acontecendo movimentos involuntários, como batimentos do coração e movimentação de outros órgãos internos.

2. Não, os músculos também são responsáveis pela sustentação do corpo. Além disso, músculos de órgãos internos estão em movimento, possibilitando o funcionamento do corpo.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 4 E 5

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Quais são as principais funções do esqueleto no corpo humano?
  2. Que tipos de articulações existem no corpo humano? Dê exemplos de onde elas estão presentes.
  3. Relacione os tipos de músculo à sua função.

um Músculo estriado esquelético

dois Músculo estriado cardíaco

três Músculo não estriado

  1. Responsável pelos movimentos dos órgãos internos.
  2. Responsável, com os ossos e as articulações, pela locomoção do corpo.
  3. Responsável pelos batimentos do coração.

4. Por que não é possível girar o braço para trás, na altura do cotovelo?

ANALISAR

5. A figura a seguir apresenta os movimentos de (A) flexão e (B) extensão da perna.

Ilustração A. Silhueta apenas da cintura para baixo em vista lateral. O interior da perna está sendo representado. A perna está levemente erguida e dobrada. O músculo bíceps femoral, localizado na parte posterior e superior da perna, está aumentado, aparência de inchado, enquanto o músculo quadríceps femoral, localizado na região oposta, ou seja, na parte superior e anterior da perna, está esticado. Ilustração B. Silhueta apenas da cintura para baixo em vista lateral. O interior da perna está sendo representado. A perna está estendida para a frente esticada. O músculo quadríceps femoral, localizado na parte anterior e superior da perna, está com aparência inchada, aumentada, enquanto o músculo da região oposta, o bíceps femoral, está com aparência esticada
(Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Campbell Biology. Glenview: Pearson Education Cummings, 2014.

  1. Qual articulação é colocada em movimento nessa situação?
  2. Explique o que acontece com o bíceps femoral e com o quadríceps femoral quando o joelho se dobra e a perna é flexionada.
  3. Explique o que acontece com o bíceps femoral e com o quadríceps femoral quando a perna se estende.

6. Leia o texto e responda.

A osteoporose é uma doença que torna os ossos mais fracos, o que pode acarretar fraturas mais frequentes, principalmente na coluna, no quadril e no fêmur. Pessoas acometidas por osteoporose têm a diminuição da absorção de minerais, como o cálcio, responsáveis pela rigidez dos ossos. Essa condição atinge principalmente as mulheres e está associada ao envelhecimento.

Em uma pessoa com osteoporose, quais funções do esqueleto estão comprometidas? Explique sua resposta.

7. Explique como os sistemas esquelético, muscular e nervoso atuam em conjunto possibilitando a realização da atividade retratada na fotografia.

Fotografia. Quatro crianças correndo em uma área ao ar livre, gramada, uma ao lado da outra e todas sorrindo. Da esquerda para a direita: menino branco com camiseta verde, menina negra com camiseta azul, menina branca com camiseta branca e menino negro com camiseta vermelha. Ao fundo, árvores.
Crianças realizando atividade física ao ar livre.

COMPARTILHAR

8. Os ossos, as articulações e os músculos estão sujeitos a diversos tipos de lesão. Os ossos podem sofrer fraturas. As articulações podem sofrer entorses e luxações. E os músculos podem sofrer estiramentos e distensões.

Reúnam-se em grupos. Cada grupo terá a tarefa de pesquisar uma dessas lesões (o professor vai ajudar nessa organização). Busquem informações sobre o que a caracteriza, seus sintomas e alguns dos tratamentos possíveis. Ao final, cada grupo deverá produzir uma apresentação de slides que servirá de apôio para a exposição oral dos resultados para os demais colegas da turma. Essa apresentação deve contar com recursos audiovisuais.

Respostas e comentários

Respostas – Atividades

1. As principais funções do esqueleto humano são sustentação, proteção dos órgãos internos, movimento, produção de células do sangue e armazenamento de substâncias, como o cálcio e o fósforo.

2. Articulações móveis: joelho, cotovelo e ombro; semimóveis: vértebras; imóveis: crânio.

3. um-b; dois-c; três-a.

4. Esse movimento não é possível porque os ligamentos limitam o movimento, mantendo as articulações na posição correta.

5. a) A articulação do joelho. b) O bíceps femoral contrai e o quadríceps femoral relaxa. c) O bíceps femoral relaxa e o quadríceps femoral contrai.

6. A função de armazenamento de minerais. Segundo o texto, as fraturas de coluna vertebral, fêmur e quadril são mais frequentes em pessoas com osteoporose. Esses ossos participam da sustentação do corpo humano.

7. O movimento depende da interação entre os três sistemas, pois ele é gerado pela contração e pelo relaxamento dos músculos comandados pelo sistema nervoso. Os músculos movem os ossos aos quais estão ligados, promovendo o movimento. Além disso, para a realização da atividade, são necessários o batimento do coração e o funcionamento de órgãos internos, comandados pelo sistema nervoso central e efetuados por músculos. Essa atividade favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis cê ih zero nove da Bê êne cê cê.

8. Fratura é a quebra do osso. Causa forte dor no local, que aumenta quando se tenta mover o osso fraturado. A região atingida pode ficar inchada e com hematomas. A pessoa com suspeita de fratura deve ser encaminhada ao médico. Entorse é o estiramento dos ligamentos das articulações; causa dor e inchaço, que normalmente diminuem com a aplicação de bolsas de gêlo e imobilização do local. Luxação é um deslocamento da articulação. Os ossos saem do lugar e os ligamentos se distendem ou rompem. Causa impossibilidade de movimentação da articulação atingida e dor intensa. O estiramento e a distensão muscular ocorrem quando o músculo é muito esticado. No caso da distensão, ocorre ruptura de células musculares. Ambas as lesões causam dor e dificuldade para realizar os movimentos. O tratamento consiste em repouso da musculatura afetada e aplicação de bolsas de gêlo.

A produção de apresentações orais apoiadas em recursos audiovisuais permite o desenvolvimento de aspectos da competência geral 5 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

Leonardo da vinti – entre a Arte e a Ciência

Leonardo da vinti (1452-1519) é reconhecido como pintor renascentista, autor de obras-primas como Mona Lisa. O artista, que também era escultor, se destacou ainda como arquiteto, inventor, engenheiro e filósofo da natureza, sem nunca ter recebido nenhum tipo de educação escolar formal.

À primeira vista, chama a atenção o fato de uma única pessoa ter conseguido se dedicar a tantas áreas do conhecimento. Leonardo da vinti e outros de seus contemporâneos viveram no Renascimento, um período da história da Europa, entre os séculos catorze e dezessete, marcado por transformações culturais e grande produção de conhecimento em diversas áreas, como as Ciências Naturais e a Medicina. Nesse período, era comum que um intelectual se dedicasse a diversas disciplinas.

A atividade científica de Da vinti foi pouco divulgada até 1960, quando a descoberta de alguns de seus trabalhos, como o projeto de uma máquina parecida com um helicóptero, revelou seus estudos em outros campos. Da vinti estudou Botânica e os movimentos de animais, como o voo das aves.

Por cêrca de 15 anos, Da vinti dissecouglossário cadáveres de seres humanos e outros animais. Nesses estudos anatômicos, observou, por exemplo, músculos, ossos e articulações, o que lhe permitiu explicar alguns movimentos do corpo humano. Ele produziu mais de uma.duzentas ilustrações de anatomia humana, que causaram impacto tanto na Arte como na Ciência. Atualmente, elas ainda são consideradas algumas das melhores representações do corpo humano.

Fotografia de uma publicação antiga, com ilustrações em preto e branco do tronco humano, representado algumas vezes de perfil, com destaque para músculos dos braços, ombros e costas. Há várias inscrições escritas por toda a publicação.
Estudo anatômico da musculatura dos ombros e braços humanos ilustrado por Leonardo da vinti entre 1509 e 1510. (Ilustração de 288 milímetros por 202 )

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. De que maneira o período do Renascimento influenciou o trabalho de Leonardo da vinti? Se possível, pesquise e/ou converse com o professor de História para elaborar sua resposta.
  2. Na época de Da vinti, a dissecação de cadáveres humanos, até então proibida, tornou-se frequente. Qual característica do Renascimento pode ter contribuído para que essa prática se tornasse habitual?
  3. Com base em seus conhecimentos, a maioria dos cientistas da atualidade trabalha em diversas áreas do conhecimento, como Leonardo da vinti, ou é um especialista? Justifique sua resposta.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/HmPlE1, você encontra um texto sobre os estudos de ana­tomia de Leonardo da vinti.

Acesso em: 11 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Com base na biografia de Leonardo da vinti, a seção Pensar Ciência apresenta como se organizavam os conhecimentos no período renascentista, sem a separação moderna que hoje conhecemos entre Ciência, Arte e Humanidades. Esse conteúdo pode integrar uma sequência didática com os componentes curriculares História e Arte. Em História, os estudantes podem conhecer os contextos político, econômico e social da Europa durante o Renascimento. Em Arte, eles podem explorar as características das obras de arte dêsse período. dêsse modo, favorecendo o desenvolvimento da competência geral 3 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Ao reconhecer as contribuições de Da vinti para as Ciências Naturais e para a Medicina, estimula-se o desenvolvimento da competência geral 1 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê, valorizando os conhecimentos historicamente construídos.

Respostas – Pensar Ciência

1. O Renascimento foi um período marcado por transformações culturais e grande produção de conhecimento em diversas áreas, como as Ciências Naturais e a Medicina. Leonardo da vinti foi, portanto, influenciado por esse movimento de desenvolvimento da época, dominando várias ciências e artes plásticas.

2. O Renascimento foi uma época de intensa busca pelo conhecimento e desenvolvimento da Ciência e da Medicina; as dissecações tornaram-se frequentes como fórma de conhecer melhor o corpo humano.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a maior parte dos cientistas atuais é especialista. No entanto, esclareça a eles que a especialização dos cientistas não impede a produção de pesquisa multidisciplinar, uma vez que podem ser formadas equipes de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

AS CONTRIBUIÇÕES de Edgar Morin para a educação. Laboratório Inteligência de Vida, 2 maio 2019.

O texto trata de algumas ideias de Edgar Morin (), filósofo criador da transdisciplinaridade e da teoria do pensamento complexo.

Disponível em: https://oeds.link/wV4JFe. Acesso em: 27 junho 2022.

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

REGISTRE EM SEU CADERNO

Acesso para todos!

reticências Consideram-se pessoas com deficiência aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

reticências

Fonte: BRASIL. Lei norteº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Brasília, Distrito Federal, julho 2015.

Acessibilidade e segurança na entrada da escola

Ilustração: Acessibilidade e segurança na entrada da escola. Uma rua em frente a uma escola, com carro parado antes de uma faixa de pedestres, crianças atravessando a rua em direção a escola, semáforos, ponto de ônibus, calçada com piso tátil, lixeiras de coleta de resíduos recicláveis. O prédio da escola possui muros altos de tijolos alaranjados e muitas janelas. Há árvores próximas da calçada. Algumas partes da ilustração recebem números com legendas associadas. 1. Faixa de pedestres e farol. Há três crianças atravessando sobre ela. 2. Calçada rebaixada – há um homem empurrando uma cadeira de rodas em que uma menina está sentada. Eles sobem em uma calçada rebaixada, em direção à escola. 3. Entrada facilmente identificada – placa com o nome “Escola”. 4. Calçada plana e bem pavimentada. 5. Obstáculos na calçada sinalizados com piso tátil – na calçada há piso tátil para alerta da região com as lixeiras. 6. Parada de ônibus próxima à entrada – Uma placa com o desenho de um ônibus e algumas pessoas enfileiradas próximas a ela. 7. Piso tátil guiando o caminho entre a parada de ônibus e a entrada. 8. Área de embarque e desembarque – à frente da escola há um espaço na calçada para parada de automóvel.
Representação esquemática do entôrno de uma escola. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
Respostas e comentários

Orientações didáticas

Inicie discutindo com a turma a definição de pessoa com deficiência. Nesse primeiro momento da atividade, é importante chamar a atenção para a relação entre a condição da pessoa com deficiência e a questão da acessibilidade.

Para o desenvolvimento de qualquer trabalho pedagógico, é fundamental considerar se existem estudantes com deficiência na turma, realizando as adaptações necessárias para a inclusão de todos nas propostas. Outro ponto importante é pensar sobre como essa condição tem sido trabalhada com os demais estudantes da turma. Nesse caso, o trabalho com essa seção é uma oportunidade para que eles reflitam sobre as condições de pessoas com diferentes deficiências e a acessibilidade dos ambientes. Estimule-os a questionar e levantar problemas buscando dados para apoiar as conclusões e a verificar se há pontos de vista alternativos aos deles. Sabendo das necessidades para tornar um ambiente acessível, é importante que eles passem a olhar de fórma mais crítica para os ambientes que frequentam, entre eles, a escola, e que sejam capazes de pensar em possíveis soluções. Essa proposta favorece o desenvolvimento do tê cê tê  Educação em Direitos Humanos.

Caso haja algum estudante com deficiência na turma, verifique se ele gostaria de dar seu depoimento a respeito do assunto, orientando os demais a ouvi-lo com respeito e empatia. Esse depoimento é importante para o estudo proposto nesta seção.

Não restrinja as discussões a uma abordagem biológica, mas valorize também aspectos éticos e sociais relacionados ao tema.

Se possível, exiba a audiodescrição de, pelo menos, uma tirinha do site indicado em Sugestão de recurso complementar. É importante que os estudantes conheçam esse recurso e a importância dele para a inclusão de pessoas com deficiência visual. Se julgar interessante, trabalhe com a produção de audiodescrição de uma tirinha com a turma.

Sugestão de recurso complementar

Site

Ver com palavras – audiodescrição

A página apresenta artigos, reportagens e um livro sobre audiodescrição. Ainda, é possível ouvir a audiodescrição de tirinhas que abordam a temática da seção.

Disponível em: https://oeds.link/KXC1bs. Acesso em: 27 junho 2022.

Tirinha: Super Normais – O poder da diferença. Composta por três quadros. Quadro 1: Ambiente com prédios e, à frente, uma folha de árvore voando. Na lateral direita, um poste. Acima, a informação: Uma linha tênue separa dois mundos. Quadro 2: Fundo com prédios e, à frente, um poste. À direita, as informações: Uma história de amor inacessível... Quadro 3: No ambiente, há duas pessoas frente a frente, uma mulher sentada em uma cadeira de rodas, sobre uma calçada alta e um homem também sentado em uma cadeira de rodas, em um nível mais baixo que a calçada. Eles estão com expressões faciais tristes. À esquerda, um poste. Acima, a informação: 20 centímetros evitam o beijo no meio-fio.

TROCAR IDEIAS SOBRE O TEMA

Em grupo, discutam as seguintes questões.

  1. Qual é a relação entre as imagens apresentadas?
  2. Que dificuldades de deslocamento uma pessoa com deficiência poderia enfrentar?
  3. Por que as dificuldades de acesso podem impedir que uma pessoa com deficiência participe da vida em sociedade?

COMPARTILHAR

4. Façam um estudo sobre as condições de acessibilidade na escola e em tôrno dela. Esse estudo pode incluir observações, registros fotográficos e entrevistas com pessoas com deficiência. Com base no levantamento feito, proponham ações para favorecer a acessibilidade dessas pessoas no local pesquisado.

Para esse estudo, vocês devem se concentrar em questionar e levantar problemas.

  • Façam observações do espaço considerando a condição de diferentes pessoas com deficiência e levantem questões sobre a realidade vivida por elas.
  • Identifiquem problemas e os apresentem por meio de dados, imagens e depoimentos.
  • Proponham intervenções que possam vir a melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência nos locais estudados.

Organizem as conclusões dêsse estudo em um texto com imagens e compartilhem-no, nas redes socias ou no blog da escola, com os colegas e as pessoas responsáveis pelos locais estudados.

COMO EU ME SAÍ?

  • Consegui observar os locais estudados imaginando a situação de pessoas com diferentes deficiências?
  • Elaborei perguntas com base na condição de alguém diferente de mim?
  • Apresentei os problemas identificados por meu grupo utilizando materiais produzidos durante as observações?
  • Propus intervenções considerando o modo como elas podem contribuir para a acessibilidade de pessoas com determinadas deficiências?

Entrando na rede

Na página da organização sem fins lucrativos Diversa, https://oeds.link/6q1kd5, você encontra um texto sobre os termos utilizados para nomear as pessoas com deficiência do início do século vinte aos dias de hoje e sua relação com a conquista de direitos.

Acesso em: 2 maio 2022.

Respostas e comentários

Orientações didáticas

Essa seção também busca promover o respeito ao outro, com a promoção de atitudes de acolhimento e valorização de indivíduos e a desaprovação de preconceitos de qualquer natureza. Tais objetivos vêm ao encontro à competência geral 9 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Respostas – Atitudes para a vida

1. A tirinha retrata uma barreira à aproximação entre duas pessoas com deficiência física. A ilustração mostra diferentes exemplos de acessibilidade e segurança para pessoas com deficiência em um ambiente (no caso, na entrada da escola), o que propicia, por exemplo, a circulação de pessoas nessa condição. Pergunte aos estudantes quais soluções, propostas na imagem “Acessibilidade e segurança na entrada da escola”, podem ser aplicadas para que as personagens da tirinha possam se aproximar.

2. As respostas podem ser diversas, como se deparar com obstáculos ou escadarias, calçadas em mau estado de conservação, muito estreitas ou com desníveis, ausência de piso tátil, falta de sinalização sonora nos semáforos ou anunciando a linha do ônibus, entre outras.

3. As dificuldades de acesso podem prejudicar a circulação e a comunicação da pessoa com deficiência, impedindo o deslocamento pela cidade, o contato com outras pessoas, a participação no mundo escolar e do trabalho e o usufruto de equipamentos de cultura e lazer.

4. Estimule e oriente a turma para que as propostas de intervenções para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência nos locais estudados sejam efetivadas. Para isso, selecione propostas viáveis de execução. A realização de parcerias é imprescindível para o sucesso dessas propostas, e elas podem ser realizadas com outros membros da escola, pessoas da comunidade, a prefeitura da cidade, entre outros. A proposta dessa atividade favorece a realização de ações pessoais e coletivas com base em princípios éticos e inclusivos, mobilizando parte da competência geral 10 da Educação Básica prevista pela Bê êne cê cê.

Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

Distorção da autoimagem

reticências a vigorexia é um tipo de transtorno reticências de distorção da autoimagem e faz com que os indivíduos que o possui fiquem exageradamente fortes, desenvolvendo muito alguns grupos musculares que tiram a uniformidade do corpo.

dêsse modo, a vigorexia é uma doença psicológica caracterizada pela insatisfação constante com o corpo, conforme explica Silvia Feiten, Mestre em Saúde Pública do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Mato Grosso do Sul) e vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (ê bê ésse ê érre agá).

Silvia comenta que o excesso de atividade física pode também provocar dores musculares persistentes por todo o corpo, muito cansaço, anorexia, insônia, aumento da frequência cardíaca de repouso reticências. Além de causar problemas articulares e ósseos.

reticências Quem é diagnosticado com [vigorexia] apresenta alguns sinais que valem atenção. São eles: preocupação excessiva com a aparência, pensamentos negativos acerca da própria imagem, tristeza e baixa autoestima que chegam ao ponto de prejudicar a vida social e profissional.

reticências a insatisfação com a aparência pode levar a procedimentos desnecessários e ao uso de substâncias prejudiciais. Quando chega ao ponto de prejudicar a vida social, a pessoa com o transtorno não quer sair de casa, evita fotografias, faz comparações constantes com outras pessoas e não acredita que está com uma boa imagem, mesmo que alguém próximo garanta o contrário.

reticências

Frequentemente, somos bombardeados por imagens de corpos ideais, o que pode gerar conflitos entre o real e o irreal. A busca da imagem “perfeita” pode estar ligada a sentimentos de inferioridade, podendo ainda desenvolver quadros de depressão e ansiedade.

O equilíbrio de nossas atitudes é que pode garantir o bem-estar. Que tal trocar as suas escolhas antigas por algumas mais saudáveis? Cuidar da saúde mental em parceria com as atividades físicas, pode ser a melhor fórma de prevenir distorções, angústias e sofrimentos relacionados à percepção de si.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Precisamos falar do excesso de atividade física: você sabe o que é vigorexia? Disponível em: https://oeds.link/DQmzMX. Acesso em: 19 abr. 2023.

Ilustração. À esquerda, uma mulher branca em pé, usando blusa lilás, saia azul. Ela possui cabelo avermelhado e está se olhando no espelho, onde é projetada uma imagem dela, acima do peso. À direita, um homem negro em pé, usando camiseta regata amarela e short roxo. Ele possui cabelo preto e tem estrutura corporal com músculos definidos e está fazendo uma pose com o braço flexionado, com o bíceps em evidência. Ele está se olhando no espelho, onde é projetada uma imagem dele mais magro
A insatisfação com a aparência pode ser resultado das informações distorcidas que recebemos pela mídia e pelas redes sociais, e não de uma real inadequação de nosso corpo.
Respostas e comentários

Orientações didáticas

O conteúdo proposto pela seção Compreender um texto pode ser realizado de maneira interdisciplinar com o componente curricular Educação Física, contribuindo para o aprofundamento do debate sobre como as redes sociais têm influenciado na busca por padrões de beleza inatingíveis, levando jovens e adolescentes a práticas de atividades físicas sem orientação, além de desencadear distúrbios alimentares na busca pelo corpo perfeito.

Aproveite o conteúdo dos textos para levar os estudantes a refletir sobre como as redes sociais têm afetado a autoimagem deles. Atenção ao fato de que alguns poderão relatar casos pessoais sobre esse tema. Mantenha um espaço de diálogo e de respeito com todos, além de valorizar suas falas e seus sentimentos.

Analise as imagens com os estudantes, comentando que o que está projetado no espelho é a visão distorcida que quem se observa tem de si mesmo. Ou seja, ao olhar para o espelho, cada um dos jovens parece enxergar a imagem que tem de si mesmo, e não a imagem formada pelo espelho.

Acrescente à discussão o fato de a influência na imagem corporal atingir uma porcentagem maior de meninas. Questione os estudantes sobre o que esse dado indica, leve-os a refletir que esse é um reflexo de preconceitos e estereótipos perpetuados em relação à imagem corporal de mulheres em nossa sociedade.

É possível convidar um ou uma profissional da área de Psicologia que já atua na escola ou na comunidade escolar para conversar com a turma sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade e, atualmente, impostos nas redes sociais e o quanto isso afeta a saúde mental e social das pessoas.

O conteúdo dessa seção e as orientações didáticas propostas possibilitam o trabalho com as competências gerais 5, 7 e 8 da Educação Básica previstas pela Bê êne cê cê.

Sugestão de recurso complementar

Documentário

O DILEMA das redes. Direção de Jeff Orloviski. Estados Unidos, 2020. (94 ême ih êne).

O documentário, que tem classificação indicativa de 12 anos, além de outros temas relacionados às mídias sociais, aborda como elas assumem o contrôle da autoestima de seus usuários.

As redes sociais e a relação com a aparência

reticências Cílios maiores, lábios mais carnudos, maçãs do rosto mais definidas e, então, os filtros [de fotos] tomam o lugar da nossa própria imagem. reticências

Em 2018, estudiosos criaram o termo “dismorfia [de redes sociais]”, justamente para abordar os casos de pessoas que passaram a buscar profissionais [cirurgiões plásticos, por exemplo] com o objetivo de atingirem uma aparência o mais próximo possível de si mesmas com filtros. reticências

De acôrdo com Pâmella Catherine Salles Santos, psicóloga reticências, é normal a busca do ser humano por padrões para compreender e interpretar o mundo. reticências

E o que isso tem a ver com as redes sociais e a percepção sobre nós mesmos? Bom, uma coisa é ver algo fóra do padrão de maneira pontual, eventualmente. Mas, quando isso acontece com frequência, mudamos a fórma como vemos o mundo. “Aquilo que é bonito e inalcançável se torna o ‘normal’, o novo padrão, aí que está o problema”, relaciona a especialista. reticências

Há um consenso entre psicólogos e cirurgiões plásticos: a melhor fórma de lidar com essa noção distorcida de beleza é o autoconhecimento. Não é sobre os filtros, mas sobre a fórma como você se vê.

“As redes sociais nos vendem um imperativo da felicidade e beleza. Então, existe a necessidade de mostrar bem-estar e, ao mesmo tempo, de ser reconhecido pelo outro. Nesse movimento — de querer exibir uma imagem construída —, o sujeito se afasta cada vez mais de si mesmo”, explica Talitha Nobre, psicóloga reticências.

Fonte: MOLTINI, T. Como as redes sociais afetam a nossa relação com a aparência. Boa fórma, 9 novembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/1XlIRG. Acesso em: 11 maio 2022.

Fotografia de uma garota branca sentada em um banco de madeira, em um espaço ao ar livre, com gramado. Ela tem cabelos castanhos, lisos e compridos e está com as pernas cruzadas, segurando um celular acima e a frente de seu rosto, para onde olha e sorri. Usa fone de ouvido ao redor do pescoço, blusa branca saia azul e tênis azuis. Ao lado dela, no banco, um esqueite e um copo com bebida e canudo.
O uso de filtros em fotos publicadas nas redes sociais tem contribuído para a propagação de um padrão único de beleza, desvalorizando a diversidade de rostos, corpos e estilos.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

OBTER INFORMAÇÕES

  1. O que caracteriza a vigorexia?
  2. O que significa o termo “dismorfia de redes sociais”?

INTERPRETAR E REFLETIR

3. Ambos os textos defendem a existência de uma ideia de corpo perfeito que é propagada pelas redes sociais e trazem alguns critérios que são usados para definir esse padrão.

  1. Você concorda com a ideia de que exista um corpo que possa ser considerado ideal? Construa um argumento para defender seu ponto de vista.
  2. Como a ideia de um padrão de beleza único influencia a ocorrência de casos de bullying?

COMPARTILHAR

4. Em grupos, montem um panfleto com orientações sobre o uso consciente das redes sociais e a importância de hábitos saudáveis para a saúde física, mental e social. Destaquem a importância do autocuidado, da autoaceitação e da valorização das diferenças, superando preconceitos criados por ideais de padrão de beleza. Os panfletos podem ser distribuídos ou publicados em um blog, por exemplo.

Respostas e comentários

Respostas – Compreender um texto

1. Vigorexia é uma doença psicológica caracterizada pela insatisfação constante com o corpo, que faz com que os indivíduos fiquem exageradamente fortes.

2. O termo representa pessoas que passaram a buscar profissionais como cirurgiões plásticos com o objetivo de atingirem uma aparência o mais próximo possível de si mesmas com filtros das redes sociais.

3. a) Resposta pessoal. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que a ideia de um padrão de beleza único colabora para a prática de bullying, envolvendo pessoas que não se encaixam nesse padrão.

4. Para a confecção do panfleto e para aprofundar os conhecimentos, proponha aos estudantes uma pesquisa sobre o tema proposto. Também é possível organizar uma conversa com pê ésse de Filosofia ou de Sociologia da escola, de modo a colaborar na construção dos argumentos e na sistematização do conteúdo. A produção dos panfletos pode contar com o apôio do componente curricular Língua Portuguesa.

Converse com os estudantes sobre os impactos das práticas de bullying na saúde mental de quem é alvo das agressões. É possível buscar depoimentos e exemplos para fomentar o debate.

Sugestão de recurso complementar

Artigo

OLIVEIRA, R. Como incentivar o bom uso das redes sociais com seus alunos. Porvir, 25 maio 2021.

O texto fala sobre estimular os estudantes a serem produtores de conteúdos e se engajarem em projetos e temas sociais.

Disponível em: https://oeds.link/hqmlcZ. Acesso em: 27 junho 2022.

Glossário

Dissecar
: cortar e separar, por meio de instrumento cirúrgico, órgãos, tecidos ou partes de órgãos ou tecidos de animal ou de pessoa mortos, com a finalidade de realizar estudos.
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