UNIDADE 3 O reino das plantas

A importância das plantas

Há uma enorme diversidade de plantas no mundo. Elas impactam diretamente a vida dos demais seres vivos, atuando, por exemplo, na liberação de gás oxigênio para a atmosfera e ocupando a base de muitas cadeias alimentares. Além disso, são utilizadas como matéria-prima na produção de alimentos, medicamentos, cosméticos, tecidos, papéis e combustíveis, na construção, na indústria moveleira e em diversas atividades humanas, incluindo as de lazer.

Fotografia A: Ponta superior de um cacto com uma flor saindo do lado direito com pétalas brancas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta inteira indicando 6 metros de altura, e pequena ilustração da flor indicando 20 centímetros de comprimento. Fotografia B: Detalhe de ramo com folhas verdes e pequenos frutos vermelhos pendurados. Ao lado, pequena ilustração do fruto indicando 3 centímetros de comprimento.
As plantas apresentam diferentes formatos e estruturas. (A) Flor de mandacaru (Cereus jamacaru). (B) Frutos da cerejeira (Prunus sp.).

Começando a Unidade

  1. Liste as características de algumas plantas que fazem parte do seu cotidiano. Depois, compartilhe e preste atenção na resposta de seus colegas.
  2. Quais consequências a extinção das plantas poderia acarretar para os demais seres vivos?
  3. Como as plantas obtêm alimento?
  4. Por que é importante conhecer o ciclo de reprodução das plantas para fazer seu cultivo?
Fotografia C. Flores roxas com miolos amarelos sobre folhas verdes redondas flutuando na superfície da água. No canto superior direito, pequena ilustração da flor indicando 20 centímetros de comprimento.  Fotografia D. Ponta de três folhas verdes compridas com duas fileiras de pintinhas laranjas cada. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da folha inteira indicando 45 centímetros de comprimento. Fotografia E. Ponta de dois ramos enrolados com formato de caracol. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do ramo indicando 15 centímetros de altura. Fotografia F. Cenouras na terra, com as folhas e parte superior da raiz visíveis. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da raiz indicando 15 centímetros de altura. Fotografia G. Raízes grandes e achatadas que se projetam das laterais do tronco de uma árvore. No canto inferior esquerdo, ilustração da raiz indicando 1,6 metro de largura. Fotografia H. Detalhe de quatro estruturas rosas com aparência de pinha na ponta de ramos de uma planta. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da estrutura indicando 5 centímetros de altura.
(C) Folhas e flores de lótus-estrela (Nimfaea noucali). (D) Folhas da samambaia da espécie Phymatosorus scolopendria. (E) Broto da samambaia da espécie Blechinum spicant. (F) Cenoura (Daucus carota). (G) Raízes da sumaúma (Ceiba pentandra). (H) Estruturas reprodutivas do pinheiro da espécie Picea abies.

Por que estudar esta Unidade?

A Botânica é a ciência que estuda o reino das plantas (reino Plantae). Os seres dêsse reino são de grande importância para os ecossistemas e para os demais seres vivos, incluindo o ser humano. Conhecer a diversidade e as características das plantas é fundamental para compreender essa importância.

TEMA 1 Características das plantas

Todas as plantas compartilham algumas características.

Atualmente, são conhecidas cêrca de 250 mil espécies de plantas. Esses organismos possuem grande diversidade de fórmas e cores, porém compartilham algumas características: são seres pluricelulares e eucarióticos, ou seja, são constituídos de mais de uma célula, e o material genético dessas células está contido dentro do núcleo. São também autotróficos, pois são capazes de produzir seu próprio alimento por meio do processo de fotossíntese.

As plantas apresentam ciclo de vida com alternância entre uma fórma que produz gametaglossário s e outra que produz esporosglossário .

Fotografia A. Pequenos ramos verticais laranjas com pontas verdes. Abaixo, pequena ilustração da planta indicando 3 centímetros de altura.
Fotografia B. Ramos pequenos verdes com pequenas folhas com formato pontiagudo. Abaixo, pequena ilustração da planta indicando 10 centímetros de altura.
Fotografia C. Árvores altas com a copa em formato de tigela no topo. Abaixo, pequena ilustração da planta indicando 30 metros de altura.
Fotografia D. Ramo de planta com tomates verdes e vermelhos amarrado em haste de madeira. Abaixo, pequena ilustração da planta indicando 45 centímetros de altura.
Alguns representantes das plantas. (A) Musgo da espécie Tortula muralis. (B) Licopódio da espécie Lycopodium clavatum. (C) Araucária (Araucaria angustifolia). (D) Tomateiro (Solanum lycopersicum).

As células das plantas

As células eucarióticas são constituídas de membrana plasmática, núcleo, que contém material genético, e citoplasma, no qual se encontram diversas organelas (ou organoides) celulares. Além dessas estruturas básicas, as células vegetais apresentam algumas estruturas particulares, como parede celular, vacúolos bem desenvolvidos e plastídios (ou plastos).

A parede celular é uma estrutura localizada externamente à membrana plasmática. É constituída por celulose, que confere rigidez e suporte à célula e, consequentemente, à planta.

Os vacúolos são organelas em fórma de bolsa que armazenam materiais, como água e sais minerais.

Os plastídios ou plastos são organelas que recebem nomes específicos de acôrdo com o pigmento ou o material que armazenam, como os cloroplastos, os cromoplastos e os leucoplastos. Os cloroplastos são plastos que têm clorofila, um pigmento de côr verde. Eles são encontrados nas folhas e nos caules verdes. Os cromoplastos contêm carotenoides, que conferem côr amarela ou vermelha. Eles são encontrados nas flores, em folhas velhas, em algumas raízes, nas cascas e nas polpas de certos frutos. Já os leucoplastos não são pigmentados e armazenam materiais nutritivos, principalmente amido. Costumam ser encontrados em partes da planta que estocam esses materiais, como certos tipos de raízes e caules.

Fotografia. Células marrons em corte com formato retangular, há estruturas ovais verdes e manchas amarelas arredondadas e núcleo azul no centro.
Células em córte das raízes de planta aquática da espécie Spirodela oligorrhiza. Em azul, observamos o núcleo; em verde, os cloroplastos; e, em preto, a parede celular. (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de 7.trezentas vezes.)

Os tecidos das plantas

Nos seres vivos pluricelulares, como as plantas, as células desempenham funções definidas e atuam de modo integrado, formando os tecidos. Na maioria das plantas, há diferentes tipos de tecido: de revestimento, sustentação, condução e crescimento.

As células que compõem o tecido de revestimento são achatadas e geralmente formam uma única camada. Esse tecido protege toda a superfície da planta, evitando a perda excessiva de água.

Já nos tecidos de sustentação, as células apresentam paredes grossas, e sua função é dar firmeza, suporte e proteção aos órgãos das plantas, principalmente as de pequeno porte. A parede celular das plantas de grande porte, como as árvores, geralmente contém lignina, um material que confere maior sustentação ao organismo.

Os tecidos condutores são responsáveis pela condução de materiais para várias partes da planta. Existem dois tecidos condutores: o xilema e o floema. Muitas de suas células são semelhantes a tubos finos. O xilema conduz a seiva mineral (rica em água e sais minerais) das raízes para as partes superiores da planta. Já o floema conduz a seiva orgânica (rica em açúcares), geralmente, das folhas até as outras regiões da planta.

As células que formam o tecido de crescimento se dividem continuamente. Também chamado de tecido meristemático, ele é responsável pelo crescimento da planta e está presente nas pontas dos caules e das raízes.

Alguns tecidos das plantas

Ilustração. Planta com caule verde com raiz grossa e flores azuis com longas folhas verdes. Em destaque ampliado, está a epiderme de uma folha, composta por células cinzas aproximadamente losangulares justapostas: Epiderme de uma folha, um exemplo de tecido de revestimento. Em destaque de ampliação do caule, círculos verdes de diferentes tamanhos similares a orifícios: Tecidos condutores de um caule.
Representação esquemática de uma planta do gênero Iris. (Imagem sem escala; cores-fantasia.) Nos detalhes, são mostradas as visões ao microscópio de córtestransversais de alguns tecidos que compõem a planta.

Fonte: Adaptado de GIORGI, C. G. Corso di Scienze per la scuola media. segunda ediçãoBolonha: Zaniqueli, 1994. volume 1.

De ôlho no tema

  1. É correto dizer que as plantas são seres autotróficos e fotossintetizantes? Explique.
  2. Além das estruturas básicas de uma célula, as células vegetais apresentam algumas estruturas particulares. Quais são essas estruturas?
  3. Cite os tipos de tecido das plantas e a função de cada um deles.

TEMA 2 Classificação das plantas

As plantas podem ser classificadas em quatro grandes grupos, de acôrdo com suas características.

Grupos de plantas

Para facilitar a compreensão dêsse grupo de seres vivos, os botânicos estabeleceram alguns critérios que possibilitam sua classificação científica. Entre os critérios utilizados estão a presença ou a ausência de tecidos condutores de seiva, de sementes e de frutos.

De acôrdo com esses critérios, as plantas podem ser agrupadas de diferentes fórmas. Neste livro, adotamos uma classificação que divide as plantas em quatro grandes grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Observe o diagrama a seguir.

Características e classificação das plantas

Diagrama. As plantas: podem ser classificadas em: Avasculares (sem tecidos condutores de seiva); Briófitas. As plantas: podem ser classificadas em: Vasculares (com tecidos condutores de seiva): que se subdividem em: sem sementes: Pteridófitas; ou com sementes. As plantas: podem ser classificadas em: Vasculares (com tecidos condutores de seiva): que se subdividem em: com sementes: que se subdividem em: sem frutos; Gimnospermas; ou com frutos; Angiospermas.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/8u7NsJ, você encontra informações sôbre o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, uma associação dedicada à educação, pesquisa e conservação da flora brasileira.

Acesso em: 14 julho 2022.

A evolução das plantas

As pesquisas científicas indicam que as plantas surgiram a partir de um ancestral semelhante às algas verdes atuais. As plantas atuais apresentam diversas adaptações que possibilitaram a colonização do ambiente terrestre. Um exemplo são as estruturas que diminuem ou impedem a perda de água, como a cutícula, uma camada de revestimento que reduz a evaporação, principalmente nas folhas.

No ambiente terrestre, as plantas retiram água principalmente do solo. Em plantas avasculares (sem tecidos condutores), como as briófitas, a condução de água e de sais minerais é realizada de uma célula para outra, por um processo chamado difusão. O transporte de seiva por difusão é lento e viável somente em plantas de pequeno porte. No processo evolutivo dos grupos de plantas, o surgimento dos tecidos condutores permitiu o transporte de água e nutrientes mais eficiente, o que possibilitou às plantas vasculares (com tecidos condutores) atingir tamanhos maiores.

As briófitas e as pteridófitas necessitam de água para a reprodução, o que as tornam dependentes de ambientes úmidos, mesmo sendo terrestres. Já as gimnospermas e as angiospermas apresentam estruturas reprodutivas que as tornam independentes da água para a reprodução.

As gimnospermas e as angiospermas têm sementes que envolvem o embrião, protegendo-o e evitando a perda de água. Nas angiospermas, a flor está relacionada aos aspectos reprodutivos, e ela origina o fruto, que protege a semente, facilitando também sua dispersão.

Reino Plantae

Esquema com fotografias. Briófitas. Antócero. Phaeoceros laevis. Fotografia de planta pequena composta de hastes verticais verdes. No canto inferior direito, pequena ilustração da planta indicando 5 milímetros de altura. Texto: Origem das plantas terrestres a partir de um ancestral semelhante às algas verdes atuais (há cerca de 470 milhões de anos). Pteridófitas. Samambaia. Gymnocarpium oyamense. Fotografia de folha comprida ramificada em folhas menores. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da folha indicando 45 centímetros de altura. Texto: Origem das plantas vasculares (há cerca de 425 milhões de anos). Gimnospermas. Pinheiro. Pinus canariensis. Fotografia de uma árvore alta com a copa em formato cônico. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 30 metros de altura. Texto: Origem das plantas com sementes (há cerca de 305 milhões de anos). Angiospermas. Cajueiro. Anacardium occidentale. Fotografia de uma árvore de porte médio com copa baixa. No canto inferior direito, pequena ilustração indicando 10 metros de altura. Texto: Origem das plantas com flores e frutos (há cerca de 140 milhões de anos).
Esquema indicando a época estimada do surgimento dos quatro grupos do reino Plantae.

Fonte: rríci, J. B. êti ól Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

Briófitas

As briófitas são plantas avasculares, de tamanho pequeno, atingindo poucos centímetros de altura. Vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados. Desenvolvem-se diretamente no solo ou ocupam a superfície de troncos de árvores e rochas. Os representantes mais comuns das briófitas são os musgos, as hepáticas e os antóceros.

Essas plantas são formadas por estruturas simples e não apresentam raiz, caule ou folhas verdadeiros. Também não têm sementes, flores ou frutos.

Fotografia. Planta pequena composta de hastes finas laranjas com estrutura oval verde no topo. Na base, pequenas estruturas pontiagudas verdes. No canto inferior direito, pequena ilustração da planta indicando 3 centímetros de altura.
O musgo da espécie Politricumpiliferum é um representante do grupo das briófitas.

Musgo

Ilustração. Planta pequena com haste verde longa e fina com filetes até a metade de sua altura, e estrutura oval amarela no topo. Na base, pequenos filamentos marrons. Texto de apoio. Na parte de baixo: Rizoide: estrutura filamentosa semelhante à raiz, que fixa a planta ao substrato. Na haste: Cauloide: haste principal, que prende os filoides. Filoide: estrutura laminar, semelhante a uma folha, que contém clorofila e realiza fotossíntese. Cápsula: estrutura em que ocorre a produção de esporos, presente apenas em uma fase do desenvolvimento das briófitas.
Representação esquemática das principais estruturas de um musgo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de SADAVA, D. êti ól Vida:  a ciência da Biologia. Porto Alegre: artimédi, 2009.

Pteridófitas

As pteridófitas são vasculares e têm raiz, caule e folhas verdadeiros. A maioria das espécies de pteridófitas é terrestre e vive preferencialmente em ambientes úmidos e sombreados. Não apresentam flores, frutos ou sementes. Os exemplos mais comuns de pteridófitas são as samambaias, as avencas, os licopódios e as cavalinhas.

O caule das pteridófitas é geralmente subterrâneo e horizontal, chamado rizoma.

As folhas dêsse grupo de plantas dividem-se em folíolos. Na época da reprodução, pequenos pontos escuros, chamados soros, surgem na superfície inferior dos folíolos. Nos soros são produzidos os esporos, estruturas reprodutivas assexuais.

Fotografia A: Planta com folhas longas e eretas para cima com projeções laterais pontiagudas; no topo de cada uma há uma estrutura longa amarela e cilíndricas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 30 centímetros de altura.
 
Fotografia B: Planta formada por folhas eretas para cima com eixo espesso e finas ramificações laterais. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 2,5 metros de altura.
Exemplos de pteridófitas. (A) Licopódio da espécie Lycopodium annotinum. (B) Cavalinha da espécie Equisetum telmatei.

Samambaia

Ilustração. Planta com folhas compridas ramificadas em folhas menores, indicadas como folíolos, nos dois lados de um eixo central. Por baixo dos folíolos há pontinhos alaranjados indicados como soros. As folhas estão ligadas na base por uma estrutura horizontal indicada como rizoma, abaixo da qual estão filamentos marrons indicados como raízes.
Representação esquemática mostrando as principais estruturas de uma samambaia. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de SADAVA, D. êti áli. Vida:a ciência da Biologia. Porto Alegre: artimédi, 2009.

Gimnospermas

A maioria das gimnospermas é encontrada em regiões de clima frio ou temperado. No Brasil, ocorrem naturalmente em locais com altitudes elevadas nas regiões Sul e Sudeste. Há apenas duas espécies de gimnospermas nativas brasileiras: a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), que produz os pinhões, utilizados na culinária brasileira, e o pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii).

As gimnospermas, assim como as pteridófitas, são plantas vasculares com raiz, caule e folhas verdadeiros. Algumas espécies apresentam folhas em fórma de agulha, o que diminui a perda de água por evaporação e, em locais com inverno rigoroso, reduz o acúmulo de neve sôbre a superfície foliar, evitando o congelamento.

As plantas dêsse grupo apresentam ramos reprodutivos com folhas modificadas, denominadas estróbilos. Em algumas espécies, o estróbilo se assemelha a um cone. Além disso, apresentam sementes nuas, pois não há produção de frutos. A denominação gimnosperma vem do grego gimnos, “nu”, e isperma, “semente”. As sementes abrigam, protegem e nutrem o embrião, garantindo, assim, o seu desenvolvimento até o surgimento das primeiras folhas.

Fotografia A: Árvores altas com folhas no topo e galhos curtos. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 80 metros de altura.
Fotografia B: Araucárias com galhos finos e longos concentrados no topo com folhas nas pontas dos galhos. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 30 metros de altura.
Fotografia C: Pinha aberta com pinhões ligados ao miolo. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de um pinhão indicando 5 centímetros de comprimento.
Exemplos de gimnospermas. (A) As sequoias (Sequoiadendron giganteum), nativas da América do Norte, podem atingir mais de 100 metros de altura. (Estados Unidos, 2021.) (B) Araucária (Araucaria angustifolia). (São José dos Ausentes, Rio Grande do Sul, 2005.) (C) Detalhe do estróbilo de araucária (Araucaria angustifolia), onde se encontram as sementes, conhecidas popularmente como pinhão.

Angiospermas

As angiospermas são as plantas mais comuns e abundantes que existem, podendo ser encontradas em vários tipos de hábitat, como ambientes aquáticos ou regiões de clima desértico. Quanto ao porte, podem ser herbáceas (ervas e gramas), arbustivas (arbustos) ou arbóreas (árvores e palmeiras). São exemplos de angiospermas o manjericão, a azaleia e o ipê.

Assim como as pteridófitas e as gimnospermas, as angiospermas são plantas vasculares. Essas plantas têm raiz, caule, folhas e sementes. No entanto, nas angiospermas as sementes ficam protegidas pelo fruto, que é originado por estruturas da flor, um órgão relacionado a aspectos reprodutivos dêsse grupo de plantas.

Fotografia. Ramo de árvore com flores brancas e uma laranja pendurada. No canto inferior esquerdo, ilustração da planta indicando 8 metros de altura.
Flores e fruto de laranjeira (Citrus sinensis), uma angiosperma.
Fotografia A: Área alagada coberta por plantas com folhas curtas e flores lilás. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 15 centímetros de altura.
Fotografia B: Árvores sem folhas com flores rosas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de planta indicando 25 metros de altura.
Exemplos de angiospermas. (A) Aguapé (Eicornia sp.), uma angiosperma aquática. (Rio Grande, Rio Grande do Sul, 2020.) (B) Ipê-roxo (Tabebuia heptafila), uma angiosperma arbórea. (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.)

De ôlho no tema

  1. Como ocorre o transporte de água e sais minerais nas plantas vasculares? E nas plantas avasculares?
  2. Explique como a formação de semente é uma das características de algumas plantas que contribuem para a vida em ambiente terrestre. Quais grupos apresentam essa estrutura?
  3. Um pesquisador coletou algumas espécies de plantas para estudo. Para transportá-las, ele as separou em sacos com as seguintes etiquetas: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Cite alguns critérios que o pesquisador pode ter utilizado para classificar as plantas dêsse modo.

TEMA 3 Raiz e caule

As raízes fixam a planta e absorvem água e sais minerais. Já o caule é responsável pelo transporte de seiva e pela sustentação da planta.

A raiz e suas partes

A raiz é o órgão que fixa a planta ao solo ou a outro substratoglossário e dele absorve água, sais minerais e o gás oxigênio necessário à respiração celular.

Em uma raiz podemos identificar algumas regiões, como: coifa, zona de multiplicação celular, zona de alongamento, zona pilífera e zona de ramificação.

A coifa é um envoltório formado por células mortas. Ela protege a ponta da raiz do atrito com as partículas do solo.

A zona de multiplicação celular é a região da ponta da raiz protegida pela coifa. É composta de células que se multiplicam com frequência, ocasionando o crescimento da raiz.

A região acima da coifa é a zona de alongamento. Nela, as células se alongam, fazendo com que a raiz aumente em comprimento.

A zona pilífera, também chamada de região de absorção, é composta de pelos absorventes que retiram água e sais minerais do solo ou do substrato. Esses elementos compõem a seiva mineral.

Da chamada zona de ramificação, partem raízes secundárias que auxiliam no suporte da planta e na absorção de água e de sais minerais.

Estrutura da raiz

Esquema. A. Detalhe da ponta de uma raiz marrom com formato cônico. No topo da imagem, pequenos ramos partem da raiz e há as indicações: zona de ramificação; Raiz secundária (fase inicial de desenvolvimento). Abaixo, no centro, saem filamentos da raiz e há as indicações zona pilífera e pelos absorventes. Mais para baixo, antes da extremidade, há a indicação zona de alongamento. A extremidade é recoberta por uma película marrom e está indicada como coifa. B: detalhe do pelo absorvente com pequenas partículas do solo em volta. C: Coifa em corte. A extremidade inferior está indicada como zona de multiplicação celular.
(A) Representação esquemática de uma raiz. (B) Detalhe, em córte longitudinal, de trecho da zona pilífera, mostrando um pelo absorvente. (C) Detalhe, em córte longitudinal, da extremidade da raiz, mostrando as células das zonas de alongamento, da zona de multiplicação celular e da coifa. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em rríci, J. B. êti ól Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

Tipos de raízes

É possível classificar as raízes em pivotantes e fasciculadas.

As raízes pivotantes, também chamadas de axiais, são constituídas por uma raiz principal desenvolvida, visivelmente diferenciada, da qual partem raízes laterais menores, chamadas raízes secundárias.

As raízes fasciculadas, também chamadas de adventícias, são formadas por várias raízes finas que apresentam aproximadamente o mesmo tamanho. Nesse tipo de sistema radicular, não existe uma raiz principal claramente diferenciada.

Raiz pivotante e raiz fasciculada

Ilustração A: Visão de uma raiz em um solo em corte. Há uma raiz principal vertical com raízes secundárias se ramificando horizontalmente no solo. Ilustração B: Visão de uma raiz em um solo em corte. Raízes finas muito ramificadas em todas as direções no interior do solo.
Representações esquemáticas de (A) raiz pivotante; (B) raiz fasciculada. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. et al. Campbell Biology. décima edição GleinviuBenjamin Cummings, 2014.

A maioria das raízes é subterrânea, mas existem também raízes aéreas (que ficam acima da superfície do solo) e aquáticas.

Há também raízes modificadas que apresentam adaptações relacionadas às condições do ambiente em que vivem e desempenham funções específicas. Entre elas, incluem-se raízes sugadoras (extraem materiais de outras plantas), raízes tuberosas (armazenam materiais), raízes respiratórias ou pneumatóforos (captam gás oxigênio do ar) e raízes tabulares (auxiliam na fixação da planta).

Fotografia. Uma orquídea, planta pequena com algumas folhas e raízes finas fixadas no tronco de uma árvore. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 30 centímetros de altura.
Raízes aéreas de orquídea do gênero Catleia. Esse tipo de raiz cresce exposto ao ar.
Fotografia. Grandes raízes expostas, achatadas e onduladas que saem das laterais do tronco de uma árvore e se prolongam lateralmente. No canto superior direito, pequena ilustração das raízes indicando 3 metros de altura.
As raízes tabulares da árvore Ficus macrofila auxiliam em sua fixação no solo.
Fotografia. Pequenas raízes verticais que saem do solo. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de uma raiz indicando 25 centímetros de altura.
Raízes respiratórias de plantas da espécie Avicennia schaueriana, conhecidas como mangue-preto.

O caule e suas partes

O caule das angiospermas dá sustentação à planta. Ele também transporta a água, os sais minerais e o alimento produzido na fotossíntese. Alguns caules também fazem fotossíntese.

De maneira geral, o caule é composto de gema apical, gemas laterais, nós e entrenós.

A gema apical, também conhecida como meristema apical, é um conjunto de células indiferenciadasglossário localizado no ápiceglossário das plantas. A multiplicação dessas células promove o crescimento em comprimento do caule.

A gema lateral é um conjunto de células indiferenciadas localizado nas junções entre as folhas e o caule. A multiplicação dessas células permite o crescimento de ramos laterais.

é a região do caule da qual surgem as folhas. A região entre dois nós consecutivos é denominada entrenó.

Transporte de seiva

A condução das seivas mineral e orgânica pode ocorrer por difusão de célula para célula, como nas briófitas, ou pelos tecidos de condução (xilema e floema), como nas plantas vasculares.

O xilema é constituído por células que formam tubos muito finos e que conduzem a seiva mineral desde as raízes até as partes superiores da planta. A capilaridade é a propriedade que os líquidos têm de subir por tubos muito finos. Quanto mais estreito o diâmetro do tubo, mais alto é o nível atingido pelo líquido que sobe por ele. Por isso, a capilaridade é um dos fatores que possibilitam a chegada da água absorvida pelas raízes até as folhas do topo das árvores.

O floema conduz a seiva orgânica, geralmente das folhas para as diversas partes da planta. De maneira geral, as células do floema mais próximas das folhas apresentam maior concentração de açúcares produzidos pela fotossíntese. Isso faz com que essas células recebam água, arrastando os açúcares em direção às outras partes da planta.

Partes do caule

Esquema. A: Destaque para a ponta de um caule, indicada como gema apical. B: Planta com caule verde, fino e longo com pequenas ramificações de gemas laterais e folhas. Os nós são pontos no caule de onde partem as folhas e gemas laterais; os entrenós são os espaços entre dois nós consecutivos. No canto inferior direito, pequena ilustração da planta indicando 6 metros de altura.
(A) Detalhe da gema apical de camélia (Camellia japonica), que mede cêrca de 1 centímetro. (B) Representação esquemática do caule de uma planta, mostrando suas principais partes. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. êti ól Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/tINXKj, você encontra imagens de diversas plantas brasileiras, digitalizadas a partir da obra Flora brasiliensis, produzida entre 1840 e 1906 por Carr F. P. von Martius, August W. Eichler e Ignatz Urban.

Acesso em: 14 julho 2022.

Tipos de caule

Os caules podem ser subterrâneos, aquáticos ou aéreos.

Os caules subterrâneos são aqueles que se desenvolvem sob o solo e podem ser classificados em rizoma, tubérculo ou bulbo. Rizoma é o caule que cresce na direção horizontal, sob a superfície do substrato. Os caules da bananeira, da espada-de-são-jorge e do gengibre são exemplos de rizomas. O caule que acumula material nutritivo de reserva para a planta é denominado tubérculo. Alguns, como a batata-inglesa, são usados na alimentação humana. O bulbo é formado por um caule reduzido, de onde partem folhas modificadas, que protegem a gema apical e podem reservar nutrientes. Dele partem raízes, que fixam a planta ao solo. Alguns bulbos, como a cebola e o alho, são comestíveis.

Caules dos tipos tubérculo e bulbo são frequentemente confundidos com raízes tuberosas, encontradas na beterraba e na cenoura, por exemplo. Ambos são subterrâneos e armazenam nutrientes, o que os diferencia é o local em que esses nutrientes são armazenados.

Tubérculo, bulbo e raiz tuberosa

Esquema. Três plantas diferentes em um solo em corte. A: Tubérculo. Uma planta com raízes e caule marrom, com aspecto de batatas, no interior da terra, e folhas fora da terra. B: Bulbo. Uma planta indicando folhas modificadas de cor rosada, com aspecto de cebola, parcialmente sob o solo. Há folhas finas e verdes acima, abaixo, sob o solo, há uma estrutura horizontal pequena, junto às folhas modificadas, indicada como caule, e raízes. C: Raiz tuberosa. Planta com a parte superior da raiz roxa espessa e volumosa, parcialmente fora do solo, e a parte inferior mais afinada e ramificada. Acima da raiz há hastes indicadas como caule, que dão origem a folhas.
Representação esquemática de (A) batata-inglesa, que apresenta caule do tipo tubérculo, que armazena nutrientes; (B) cebola, que apresenta caule do tipo bulbo, que é reduzido, mas origina folhas modificadas que armazenam nutrientes; (C) beterraba, que apresenta raiz tuberosa, onde nutrientes são armazenados. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. oitava edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2014.

Os caules aquáticos podem ser flutuantes ou servir para fixar a planta ao substrato. Geralmente, são clorofilados e pouco desenvolvidos.

A maioria dos caules é aérea, ou seja, cresce acima do solo. Os caules aéreos podem ser classificados como eretos, trepadores ou rastejantes. Os caules eretos crescem perpendicularmente ao solo, como os troncos de árvores, os bambus e as palmeiras. Os caules trepadores são típicos de plantas que crescem sôbre um suporte ou se enroscam nele. Plantas como chuchu, uva e maracujá têm caules trepadores. Os caules rastejantes crescem rente ao solo, fixando-se nele em diversos pontos pelas raízes. A grama, o morango, a melancia e a abóbora têm caules rastejantes.

Fotografia A: Caule de plantas aquáticas verticais com pequenos filetes horizontais. No canto inferior direito, pequena ilustração da planta indicando 1 metro de altura.
Fotografia B: Fotografia de maracujás pendurados por ramos suspensos em uma estrutura elevada. No canto inferior esquerdo, ilustração do fruto indicando 11 centímetros de altura
Fotografia C: Melancia no chão ligada a um caule horizontal próximo ao solo. No canto inferior esquerdo, ilustração do fruto indicando 40 centímetros de altura.
Exemplos de tipos de caule. (A) Caule aquático da elódea (Elodea canadensis). (B) Caule aéreo trepador da planta do maracujá (Passiflora alata). (C) Caule aéreo rastejante da melancia (Citrullus lanatus).

De ôlho no tema

  1. Descreva as principais funções da raiz e do caule.
  2. Imagine que um pesquisador recebeu uma amostra de solo de determinada área abaixo da superfície até determinada profundidade. Nessa amostra, foram encontrados pedaços de plantas. É possível afirmar que se trata apenas de raízes? Justifique.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

Temas 1 a 3

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Quais são as características que definem o grupo das plantas?
  2. Reescreva o trecho a seguir, substituindo os números pelos termos adequados.

As plantas podem ser classificadas em (um) e vasculares. As plantas vasculares são divididas em plantas sem sementes e plantas com sementes. As (dois) formam o grupo de plantas vasculares sem sementes. As (três) têm sementes nuas; e as (quatro) têm sementes protegidas por (cinco).

  1. Leia as frases a seguir e transcreva as incorretas, corrigindo-as.
    1. A raiz transporta água e sais minerais para toda a planta.
    2. Uma das funções da raiz é fixar a planta ao substrato.
    3. Todas as raízes são subterrâneas.
    4. Em uma raiz fasciculada não se distingue a raiz principal.
    5. Tubérculos são raízes que armazenam material nutritivo de reserva.
  2. Identifique as partes do caule indicadas pelos números e nomeie esse tipo de caule.
Fotografia. Caules formados por segmentos enfileirados um após o outro. A divisão entre dois segmentos apresenta o número 1. O segmento inteiro apresenta o número 2. No canto inferior direito, ilustração da planta indicando 6 metros de altura.
Caules de cana-de-açúcar (Sacarum sp.).

ANALISAR

  1. Entrevero é um prato típico da culinária do Sul do Brasil. É preparado comumente no inverno, pois um de seus ingredientes é o pinhão.
    1. Qual é o nome popular da árvore que produz os pinhões? A que grupo de plantas pertence?
    2. Um estudante afirmou que os pinhões são os frutos da planta. Produza um argumento científico para concordar ou contrariar o estudante. Lembre-se de que ele precisa apresentar uma conclusão (concorda ou não com a afirmação), dados (informações sôbrea planta que produz pinhões) e uma justificativa (conexão entre dados e conclusão).
  2. O esquema a seguir representa a aquisição de estruturas durante a história evolutiva das plantas. Os ramos terminais correspondem aos grupos das plantas atuais.
Esquema. Árvore filogenética com 4 ramos. O ramo mais basal é briófitas. Entre esse ramo e os demais, indicação A. O próximo ramo é Pteridófitas. Entre esse ramo e os dois próximos, indicação B. Os dois últimos ramos são Gimnospermas e Angiospermas. No ramo Angiospermas, há a indicação C.

As letras A, B e C indicam a aquisição de uma nova característica: lendo de baixo para cima, os grupos anteriores a uma letra correspondem a linhagens de plantas que não possuem essa característica; os ramos posteriores correspondem a plantas que a possuem.

  1. Indique uma característica para cada letra.
  2. O esquema da figura oferece justificativas que podem permitir a conclusão sôbre a que grupo uma planta observada (dados) pertence. Produza um argumento científico identificando o grupo a que pertence uma árvore carregada de laranjas.

7. A juçara (Euterpe edulis) é uma palmeira comum da Mata Atlântica e fonte do conhecido palmito-juçara. Para a obtenção do palmito, costuma-se cortar o caule da planta. Por causa de sua extração exaustiva, essa planta encontra-se ameaçada de extinção.

Se a palmeira não é derrubada para a retirada do palmito, por que esse tipo de exploração prejudica a planta? Explique aplicando os conhecimentos que você adquiriu.

COMPARTILHAR

8. Leia o texto e faça o que se pede.

Muitos povos indígenas explicam a origem de diversas plantas, animais e fenômenos da natureza por meio de lendas.

  • Pesquise sôbre a lenda tupi para a origem da mandioca e busque informações acerca da importância dêsse alimento para os povos indígenas do Brasil. Inclua na pesquisa a influência indígena no consumo dessa raiz na alimentação do restante da população brasileira.
  • Forme um grupo com alguns colegas, e elaborem um cartaz que contenha as principais informações encontradas durante a pesquisa.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

A imagem do cientista

Leia o trecho a seguir e escolha a imagem que, em sua opinião, corresponde à pessoa descrita. Depois, compare sua escolha com as dos colegas e confira a resposta com o professor.

Grande cientista da história. Nasceu em 1864, nos Estados Unidos. Formou-se em Botânica na Universidade Estadual de Iowa. Auxiliou agricultores pesquisando técnicas de cultivo de plantas como amendoim e batata-doce. Descobriu um corante vegetal, chamado índigo, que foi fundamental para a indústria têxtil, por ser utilizado para tingir o jeans em uma época de escassez de corantes.

Fotografia em preto e branco 1: Homem negro de cabelo curto crespo e bigode espesso, vestindo camisa e paletó escuro com uma flor branca na lapela.
Fotografia em preto e branco 2: Mulher branca idosa de cabelo preto liso trançado, vestindo vestido e casaco pretos, sentada em uma cadeira.
Fotografia em preto e branco 3: Homem branco de meia idade, cabelo curto, óculos de armação arredondada e barba longa grisalha, vestindo camisa e casaco escuro
Fotografia em preto e branco 4: Mulher jovem indígena de cabelo longo dividido em duas tranças, vestindo túnica indígena ornamentada.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. Qual fotografia você escolheu? E qual foi a fotografia escolhida pela maioria da turma?
  2. Considerando que ninguém da turma conhecia as pessoas retratadas nas fotografias, quais foram os critérios utilizados para realizar a escolha?
  3. Discuta com os colegas: existe uma imagem preconcebida da figura do cientista? Se existe, ela sempre corresponde à realidade?

TEMA 4 Folha e fotossíntese

As folhas são os principais órgãos responsáveis pela produção de alimento nas plantas, por meio da fotossíntese.

A folha e suas partes

A folha é um órgão envolvido na realização de três processos vitais para as plantas, que estudaremos adiante: a fotossíntese, a respiração e a transpiração.

A maioria das folhas apresenta côr verde, em razão da presença do pigmento clorofila, e pode apresentar limbo, bainha e pecíolo.

Partes das folhas

Ilustração A: Folha com forma arredondada com ponta. A parte arredondada e achatara da folha é o limbo; a haste que prende o limbo ao caule é o pecíolo.
Ilustração B: Uma espiga de milho no pé. O limbo da folha é achatado e comprido. Ele se liga ao caule por uma base larga chamada bainha.
(A) Representação esquemática de folha com limbo e pecíolo, mas sem bainha. (B) Representação esquemática de folhas com limbo e bainha, mas sem pecíolo. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

O limbo é a parte achatada da folha, em que estão localizados os estômatos. Essas estruturas são responsáveis por parte da transpiração e pelas trocas gasosas entre a planta e o meio externo.

A bainha é a base expandida da folha, que envolve o caule de algumas plantas, como o milho e o arroz.

O pecíolo é a haste que une o limbo à bainha ou diretamente ao caule. Folhas que não apresentam pecíolo são denominadas folhas sésseis.

No limbo também há nervuras, que conduzem água, sais minerais e materiais produzidos na fotossíntese.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/SJ3zXx, é possível realizar uma visita virtual ao Jardim Botânico de São Paulo e obter informações sôbre diversos tipos de planta.

Acesso em: 14 julho 2022.

Nervuras das folhas

Ilustração A: Folhas finas e alongadas com fibras verticais indicando nervuras paralelas. Ilustração B: Folha oval com ponta fina. No centro da folha possui uma nervura central indicada como nervura principal, que ramifica para os lados em diversas nervuras secundárias.
Representações esquemáticas de tipos de folha de acôrdo com a disposição das nervuras. (A) Folhas paralelinérveas da cana-de-açúcar (Sacarum sp.), com nervuras paralelas. (B) Folha peninérvea da goiabeira (Psidium guajava), com nervuras ramificadas (secundárias) partindo de uma nervura principal. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Em relação ao aspecto do limbo, as folhas podem ser classificadas em folha simples, quando o limbo é único, ou folha composta, quando o limbo é dividido em diversas partes, conhecidas como folíolos.

Classificação do limbo das folhas

Ilustração. A: Folha única em forma de gota. Ilustração B: Folha composta por uma haste principal que se ramifica em 6 hastes menores. Cada uma das hastes menores tem, em ambos os lados, pequeninas folhas ovaladas, indicadas como folíolos.
(A) Representação esquemática de folha de hibisco (Hibiscus sp.), uma folha simples. (B) Representação esquemática de folha de pau-brasil (Caesalpinia ekinata), uma folha composta. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Folhas modificadas

As modificações na estrutura da folha permitem que ela desempenhe funções específicas. São exemplos de folhas modificadas as brácteas, os espinhos, as gavinhas e as folhas das plantas carnívoras.

As brácteas são folhas coloridas e vistosas que atraem polinizadores. Ocorrem, por exemplo, nas bromélias e na planta conhecida como primavera.

Muitas espécies de plantas, como os cactos, possuem folhas modificadas em espinhos, que reduzem a perda de água e atuam na defesa da planta contra herbívoros. Os espinhos não são capazes de realizar as funções de uma folha comum.

As gavinhas são semelhantes a molas e são utilizadas pelas plantas trepadeiras para se enrolar em suportes.

Algumas plantas, denominadas carnívoras, apresentam folhas adaptadas para a captura de pequenos animais, como insetos, que são digeridos e usados como fonte de nutrientes. Essas plantas são geralmente encontradas em solos pobres em sais minerais.

Fotografia. Detalhe da ponta de um cacto com espinhos finos. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 1 metro de altura.
Os espinhos do cacto xiquexique (Pilosocereus gounellei) são folhas modificadas. O caule tem clorofila e realiza fotossíntese.
Fotografia. Detalhe da ponta de uma folha com haste central verde e ramificações vermelhas laterais enrolada na ponta em torno de um inseto. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 3 centímetros de altura.
Planta carnívora do gênero Drosera. As folhas e os caules dessa planta liberam gotículas de um material pegajoso em que a presa fica aderida.

A fotossíntese

A maioria das plantas é capaz de produzir seu próprio alimento por meio da fotossíntese.

Para realizar a fotossíntese, as plantas necessitam de água, gás carbônico (COdois) e energia luminosa. A água é absorvida pelas raízes, e o gás carbônico, presente no ar, entra na planta pelos estômatos das folhas.

O processo de fotossíntese ocorre nos cloroplastos, organelas das células vegetais. A clorofila, pigmento presente nos cloroplastos, capta a energia luminosa do Sol. Essa energia é utilizada em transformações químicas, que permitem a combinação da água com o gás carbônico, levando à produção de açúcar e à liberação de gás oxigênio (Odois) e de água.

A mistura de água e açúcar produzida na fotossíntese compõe a seiva orgânica.

A transpiração

A transpiração consiste na eliminação de água na fórma de vapor através dos estômatos. Essa eliminação de água faz com que as raízes absorvam mais água do substrato e o líquido presente no xilema suba e seja distribuído pelo corpo da planta, mantendo o fluxo de seiva mineral no interior dos tecidos condutores.

Fotografia. Estruturas amarelas com formato aproximadamente hexagonal justapostas com contornos verdes. Entre algumas delas, estruturas em forma de lábios abertos rosas.
Tecido de revestimento de uma folha em córte, mostrando os estômatos (em rosa), estruturas que permitem a transpiração. (Imagem obtida com microscópio óptico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de duzentas e setenta vezes).

Saiba mais!

PLANTAS PARASITAS E PLANTAS CARNÍVORAS

Assim como os outros grupos de plantas, a maioria das espécies de angiospermas é autotrófica, produzindo seu alimento por meio da fotossíntese. Algumas espécies, porém, utilizam outros meios para obter alimento ou complementar a nutrição. O cipó-chumbo (Cuscuta sp.), por exemplo, quase não tem clorofila e não realiza fotossíntese. Essa planta parasita outras plantas, das quais absorve o alimento de que necessita, com suas raízes sugadoras.

A maior flor do mundo, conhecida como flor-monstro (Rafflesia arnoldii), é nativa das ilhas de Sumatra, na Indonésia, e pertence a uma planta parasita. Não realiza fotossíntese e absorve nutrientes das raízes de algumas árvores.

Há ainda as plantas carnívoras, que têm clorofila e realizam a fotossíntese, mas complementam sua nutrição alimentando-se de pequenos animais, como insetos, aranhas e sapos, aprisionados e digeridos em folhas modificadas.

Fotografia A: Planta formada de filamentos finos e compridos marrons crescendo sobre uma planta. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indicando 90 centímetros de comprimento
Fotografia B: Flor aberta sobre o solo com cinco pétalas grandes vermelhas com manchas brancas. No centro há uma abertura circular com pequenas hastes no fundo. No canto inferior direito, pequena ilustração da flor indicando 1 metro de largura.
Fotografia C: Detalhe da ponta de uma folha com formato de duas conchas que se fecham com estruturas semelhantes a cílios na borda. Há uma mosca no interior. No canto inferior direito, pequena ilustração da folha indicando 2,5 centímetros de altura.
(A) Cipó-chumbo (Cuscuta sp.) parasitando outra planta. (B) Flor-monstro do gênero Rafflesia. (C) Dioneia da espécie Dionaea muscipula, planta carnívora, com um inseto preso em suas folhas modificadas.

A respiração

O açúcar produzido pela fotossíntese é aproveitado como fonte de energia para a planta durante o processo de respiração celular. Esse processo ocorre em organelas denominadas mitocôndrias.

São necessárias algumas transformações químicas para que a energia do alimento seja liberada.

De fórma resumida, na respiração, a planta consome matéria orgânica (açúcar) e gás oxigênio, liberando energia e produzindo água e gás carbônico. A energia é utilizada na realização de todas as funções vitais da planta, incluindo o crescimento e a reprodução. Já a água e o gás carbônico são liberados pelos estômatos e voltam ao ambiente.

Diferentemente da fotossíntese, a respiração das plantas acontece sem a dependência da luz. É um processo constante, que ocorre em todas as células vivas da planta.

Nutrição das plantas

Esquema. Árvore com raiz visível sob o solo em corte. Uma seta amarela indicando luz aponta para as folhas. Uma seta rosa indicando gás carbônico aponta para as folhas e outra aponta das folhas para o ar. Uma seta azul indicando gás oxigênio aponta para as folhas e outra aponta das folhas para o ar. Duas setas azuis claras indicando vapor de água apontam das folhas para o ar. Setas vermelhas que partem das folhas e vão até as raízes representam o alimento produzido. Setas azuis claras entram pelo solo nas raízes e vão até as folhas; indicam água e sais minerais absorvidos. Nas raízes, uma seta rosa aponta para o solo indicando gás carbônico, e uma seta azul aponta para as raízes indicando gás oxigênio. Há a indicação respiração celular das raízes. Texto de apoio: Na respiração, a planta consome açúcar e gás oxigênio e libera água e gás carbônico. Uma parte da água evapora pelos estômatos das folhas. A seiva mineral (setas azuis-claras) é distribuída pelo xilema para todas as partes da planta. A planta usa o gás carbônico, a energia luminosa e a água no processo de fotossíntese, em que produz alimento e libera gás oxigênio para o ambiente. O açúcar produzido na fotossíntese integra a seiva orgânica (setas vermelhas), que é distribuída pelo floema para toda a planta e é utilizada como fonte de energia por todas as células vivas. A água e os sais minerais são absorvidos pelas raízes e compõem a seiva mineral.
Representação esquemática dos processos envolvidos na nutrição das plantas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. êti ól Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

De ôlho no tema

  1. A folha é um órgão envolvido na realização de três processos vitais para as plantas. Quais são eles?
  2. Construa uma tabela para diferenciar a fotossíntese da respiração celular na planta, apontando: a definição dêsses processos, a necessidade de energia luminosa, os materiais utilizados, os materiais produzidos ou liberados e a parte da planta em que ocorrem.

TEMA 5 Ciclos reprodutivos das plantas

As diferenças reprodutivas das plantas estão relacionadas à ocupação de novos ambientes.

Reprodução das briófitas

No ciclo reprodutivo das briófitas, ocorrem duas fases distintas: a fase sexuada, na qual são produzidos os gametas, e a fase assexuada, caracterizada pela produção de esporos.

De fórma geral, as espécies de briófitas apresentam plantas de sexos separados. As plantas masculinas produzem gametas chamados anterozoides, enquanto as femininas produzem as oosferas.

As briófitas são dependentes da água para a reprodução. É por meio dela que os anterozoides se deslocam e alcançam a oosfera. A união dêsses gametas fórma o embrião.

O embrião se desenvolve e inicia a fase assexuada, originando sôbre a planta feminina uma estrutura formadora de esporos, que amadurecem e são liberados no ambiente. Ao cair no solo e encontrar condições favoráveis, o esporo pode originar uma nova planta.

Ciclo reprodutivo das briófitas

Esquema. 1: Ilustração de uma planta longa e fina, indicada como masculina, com uma pequena estrutura rosa no topo indicada como anterozoide, ao lado de outra planta semelhante, indicada como feminina, com outra pequena estrutura rosa no topo, a oosfera. 2: Uma seta parte do anterozoide para a oosfera, indicando fecundação. 3: Uma planta feminina com uma pequena estrutura laranja no topo, o embrião. 4: A estrutura no topo da planta feminina está comprida com uma estrutura ovalada no topo, que libera esporos que reiniciam o ciclo.

Representação esquemática do ciclo de vida das briófitas.

  1. As plantas femininas e masculinas produzem gametas.
  2. Na presença de água, o anterozoide pode chegar até a planta feminina, na qual ocorre o encontro com a oosfera, evento que recebe o nome de fecundação.
  3. Sobre a planta feminina, forma-se o embrião e desenvolve-se uma estrutura que produz esporos.
  4. Os esporos, ao caírem no solo, podem germinar e originar novas plantas masculinas ou femininas.

(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Reprodução das pteridófitas

As pteridófitas, assim como as briófitas, apresentam ciclo reprodutivo com duas fases distintas: a fase sexuada, na qual se formam os gametas, e a fase assexuada, na qual são produzidos os esporos. Nas pteridófitas, a fase mais duradoura e mais visível é a assexuada.

Na fase de reprodução das samambaias, por exemplo, soros são produzidos na parte inferior dos folíolos dessas pteridófitas. No interior de cada soro, existem inúmeros esporos. Ao amadurecer, esses esporos podem cair no solo úmido e germinar, formando o prótalo. Inicia-se, assim, a fase sexuada do ciclo reprodutivo.

O prótalo produz gametas masculinos, os anterozoides, e femininos, as oosferas. Para que os gametas se encontrem, o gameta masculino deve deslocar-se na água até o gameta feminino. Portanto, a reprodução das pteridófitas também é dependente da água.

Após a união do gameta feminino com o gameta masculino, ocorre a formação do embrião, que se desenvolve e origina uma nova samambaia.

Ciclo reprodutivo das pteridófitas

Esquema. Planta adulta com folhas longas com folíolos. Atrás dos folíolos há soros. 1: Soros liberam esporos. 2:  Os esporos começam a germinar. 3: Ao germinar, forma-se uma estrutura com formato aproximado de gota, o prótalo, com pequenos filamentos marrons na parte mais estreita. 4: A partir do prótalo se desenvolve uma estrutura semelhante a uma folha amorfa, um embrião, que dá origem à planta adulta, fechando o ciclo.

Representação esquemática do ciclo de vida de uma pteridófita.

  1. Abertura dos soros e liberação dos esporos.
  2. Se caírem em um substrato adequado, os esporos germinam, dando origem ao prótalo.
  3. No prótalo, ocorre a produção de gametas masculinos e femininos. A união dêsses gametas é dependente da água e origina o embrião.
  4. O desenvolvimento do embrião dá origem a uma nova planta.

(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. sexta edição Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Reprodução das gimnospermas

Nas diferentes espécies de gimnospermas, os indivíduos podem ter sexos separados ou ser hermafroditas, ou seja, apresentar estruturas produtoras de gametas masculinos e femininos na mesma planta. No caso da araucária, as plantas apresentam sexos separados.

As gimnospermas possuem estruturas reprodutivas chamadas estróbilos. Os estróbilos masculinos produzem os grãos de pólen, que contêm os gametas masculinos. Os estróbilos femininos produzem os gametas femininos.

Os grãos de pólen são transportados dos estróbilos masculinos até o estróbilo feminino, geralmente pelo vento. Esse processo é chamado de polinização. Ao entrar em contato com o estróbilo feminino, o grão de pólen contendo o gameta masculino encontra o gameta feminino. Nesse encontro, ocorre a fecundação, que é independente da água.

A semente formada é constituída externamente por uma casca protetora e internamente por uma camada de tecido nutritivo ao redor do embrião, resultante da fecundação.

Fotografia A: Estruturas verdes ovais, com textura de pinha, penduradas em um ramo de uma árvore. No canto inferior direito, pequena ilustração da estrutura indicando 20 centímetros de altura.
Fotografia B: Estruturas marrons longas e finas, com textura de pinha, penduras no ramo de uma árvore. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da estrutura indicando 20 centímetros de altura
Fotografia C: Pinha aberta com pinhões soltos. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de pinhão indicando 5 centímetros de comprimento.
(A) Estróbilos femininos da araucária, conhecidos popularmente como pinhas. (B) Estróbilos masculinos da araucária. (C) Pinha aberta mostrando as sementes, chamadas de pinhões.

Ciclo reprodutivo das gimnospermas

Esquema. 1. Estróbilo feminino marrom e estróbilos masculinos marrons no galho de um pinheiro. Seta para 2, uma semente marrom em corte com formato cônico. Seta para 3, uma semente no solo com a indicação germinação. Seta para um planta pequena no solo. Seta para 4, uma planta adulta.

Representação esquemática do ciclo de vida de uma gimnosperma.

  1. Os grãos de pólen produzidos pelos estróbilos masculinos são transportados pelo vento e chegam até o estróbilo feminino.
  2. Com a fecundação, ocorre a formação do embrião no interior das sementes.
  3. A semente pode germinar ao cair no solo.
  4. Com a germinação, fórma-se uma nova planta.

(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Saiba mais!

A IMPORTÂNCIA DAS ARAUCÁRIAS

No dia 24 de junho comemora-se o Dia Nacional da Araucária. Sua importância está relacionada ao valor de sua madeira e por ser culturalmente fonte de alimento e renda para muitas famílias que usufruem de suas sementes, os pinhões. Além disso, essa árvore é fundamental para a preservação da fauna, servindo de alimento para diversos animais e de suporte para a construção de ninhos de diferentes espécies de aves.

Reprodução das angiospermas

O processo de reprodução das angiospermas pode ser dividido nas seguintes etapas principais: polinização, fecundação, desenvolvimento dos frutos, dispersão das sementes e germinação.

As angiospermas podem ser hermafroditas ou ter sexos separados. As flores das angiospermas abrigam suas estruturas reprodutivas. A parte masculina da flor produz os grãos de pólen que darão origem aos gametas masculinos. Já o gameta feminino fica abrigado dentro da parte feminina da flor.

A reprodução dessas plantas também é independente da água.

Ciclo reprodutivo das angiospermas

Esquema. Uma abelha amarela e preta pousa sobre uma flor branca. A abelha representa o agente polinizador. O miolo da flor com pequenas hastes com pólen indica a parte masculina da flor. (1) Grãos de pólen caem da abelha no topo da parte feminina de outra flor, onde há indicação de gameta feminino (2). Em seguida, flor com poucas pétalas murchas e a parte de baixo com formato esférico. (3)Em seguida, A parte com formato esférico com tamanho aumentado e a indicação fruto. (4) imagem de fruto em corte, com a casca verde e o interior vermelho com sementes.

Representação esquemática do ciclo de vida de uma angiosperma.

  1. Polinização. Diversos agentes podem transportar o grão de pólen, possibilitando o encontro entre o gameta masculino e o gameta feminino.
  2. Fecundação. Ocorre a união do gameta feminino com o gameta masculino, formando o embrião e a semente que o protege.
  3. Desenvolvimento dos frutos. A fecundação estimula o desenvolvimento da parte feminina da flor, dando origem ao fruto, que envolve e protege as sementes.
  4. Dispersão das sementes e germinação. Os frutos podem auxiliar no processo de dispersão quando são ingeridos por animais e suas sementes são eliminadas com as fezes em locais distantes da planta-mãe. Ao cair no solo e em condições adequadas, as sementes podem germinar e dar origem a uma nova planta.

(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em rríci, J. B. e outros Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

Saiba mais!

A POLINIZAÇÃO

Em geral, insetos, aves ou morcegos são atraídos pelas flores das angiospermas, seja por serem vistosas, seja pelo néctar ou pelo odor característico. Alguns exemplos de angiospermas polinizadas por animais são o maracujá e a dama-da-noite.

As flores polinizadas pelo vento são, geralmente, pequenas, pouco vistosas e sem néctar, como as do capim e do trigo.

De ôlho no tema

No que diz respeito ao processo de reprodução das plantas, responda de fórma breve:

  1. O que briófitas e pteridófitas têm em comum?
  2. O que gimnospermas e angiospermas têm em comum?
  3. Como ocorre o processo de reprodução das gimnospermas? E das angiospermas?

TEMA 6 Flor, fruto e semente

Após a fecundação, parte da flor desenvolve-se originando o fruto, que abriga a semente.

A flor e suas partes

A flor é responsável pela reprodução sexuada das angiospermas.

As principais partes de uma flor são o cálice, a corola, o androceu e o gineceu.

O cálice é formado por folhas modificadas, geralmente verdes, chamadas sépalas. Ele protege as partes internas da flor.

A corola é formada por folhas modificadas, geralmente coloridas, chamadas pétalas. Ela pode atrair animais polinizadores para a flor.

O androceu é o órgão reprodutor masculino, composto de um ou mais estames. Cada estame é formado pela antera, estrutura que produz os grãos de pólen, e pelo filete, haste que sustenta a antera.

O gineceu é o órgão reprodutor feminino, composto de um ou vários carpelos. Cada carpelo é formado por estigma, estilete e ovário. O estigma é a extremidade superior do carpelo e produz um líquido que contribui para a fixação dos grãos de pólen. O estilete é um tubo que liga o estigma ao ovário. O ovário é uma dilatação na base do carpelo, que contém os óvulos, onde são produzidos os gametas femininos (oosferas).

A haste que prende a flor ao ramo é o pedúnculo, e a extremidade na qual cálice, corola, androceu e gineceu se prendem é o receptáculo floral.

Partes da flor

Ilustração A: Flor rosa em ramo com folhas verdes. No centro da flor, pequenas hastes com as pontas amarelas são indicadas como androceu. No centro, uma estrutura verde ovalada e comprida é indicada como gineceu. Ilustração B: Flor em corte. Apresenta pétalas rosas. A haste que sustenta a flor é o pedúnculo. Logo acima, a base da flor é o receptáculo floral, de onde parte uma pequena estrutura lateral verde, a sépala. Acima do receptáculo floral, uma estrutura verde comprida vertical com forma de vaso nomeada carpelo. Sua base é o ovário, a parte que se alonga para cima, o estilete, e a ponta de cima, o estigma. Partindo do receptáculo floral, por trás do carpelo, sobem diversas estruturas afinadas, os estames, que são formadas por hastes brancas, os filetes, e estruturas amarelas mais largas na ponta, as anteras.
Representações esquemáticas das partes de uma flor com androceu e gineceu. (A) Visão geral da flor. (B) Visão da flor em córte longitudinal. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. êti ól Campbell Biology. 10. ed. Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

O fruto e suas partes

O fruto é um órgão exclusivo das angiospermas, formado principalmente do desenvolvimento do ovário da flor após a fecundação. Ele protege as sementes e pode auxiliar em sua dispersão.

Geralmente, os frutos são compostos de pericarpo e uma ou mais sementes.

O pericarpo pode ser dividido em três camadas: o epicarpo, ou casca, o mesocarpo, a camada intermediária, e o endocarpo, que envolve e protege a semente ou as sementes. Em alguns frutos, o endocarpo é rígido e fórma um caroço, como na manga e no pêssego.

A semente fórma-se pelo desenvolvimento do óvulo fecundado e abriga o embrião.

Fotografia. Mamão em corte longitudinal. Casca é indicada como epicarpo. No interior, a polpa está indicada como mesocarpo. A parede interna da polpa está indicada como endocarpo. As sementes também estão indicadas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do fruto indicando 15 centímetros de comprimento.
No mamão (Carica papaya), o mesocarpo e o endocarpo são as partes comestíveis.

Pseudofrutos

Os pseudofrutos ou frutos acessórios são formados pelo desenvolvimento de outras partes da flor que não o ovário. São exemplos o caju, a maçã, a pera, o morango e o abacaxi.

O caju é um pseudofruto resultante do desenvolvimento do pedúnculo. O fruto verdadeiro é a castanha, que fica situada do lado externo da parte carnosa.

A parte suculenta e comestível da maçã, da pera e do morango é resultado do desenvolvimento do receptáculo floral. O fruto verdadeiro da maçã e da pera é a região que reveste suas sementes. No caso do morango, os frutos verdadeiros se formam na superfície da parte suculenta.

O abacaxi é considerado um pseudofruto múltiplo ou infrutescência, pois é proveniente do desenvolvimento de vários ovários de muitas flores, reunidas em uma inflorescência. Cada gomo visto no abacaxi é um fruto sem semente.

Fotografia. Caju. A parte carnosa do fruto é indicada como pedúnculo; a castanha é indicada como fruto. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do fruto indicando 11 centímetros de altura.
Caju (Anacardium occidentale), um exemplo de pseudofruto.
Versão adaptada acessível

Se necessário, realize a atividade a seguir com um colega.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

A bananeira se reproduz por sementes?

ATENÇÃO

O professor é quem vai cortar a banana antes de iniciar a atividade.

Material

  • Uma banana cortada ao meio, no sentido do comprimento
  • Lupa (opcional)

Procedimento

  1. Elabore uma hipótese para responder à pergunta do título da atividade. Considere as informações que aprendeu nesta Unidade e suas lembranças sôbre esse fruto.
  2. Observe o fruto. Caso seja possível, utilize a lupa.

Registrar e analisar

  1. Há no fruto alguma estrutura que pode ser considerada uma semente? Em caso positivo, faça um desenho e identifique a estrutura ou as estruturas.
  2. Na sua opinião, podem existir frutos sem que tenha ocorrido a fecundação? Explique.
  3. Pesquise a fórma de reprodução da bananeira. As bananas comumente comercializadas têm sementes?
  4. Após a pesquisa, o que é possível dizer sôbre a hipótese que você elaborou sôbre a reprodução da bananeira por sementes? Descreva se ela foi ou não confirmada.

A semente e suas partes

A semente é composta de três estruturas: casca (ou tegumento), endosperma (ou albume) e embrião.

A casca é um envoltório rígido que protege o embrião.

O endosperma contém amido, óleos e proteínas que vão nutrir o embrião.

O embrião dará origem a uma nova planta. Nele, encontramos uma raiz embrionária (radícula) e um ou dois cotilédones, que são as folhas embrionárias. A função dos cotilédones é fornecer nutrientes à planta jovem no início do seu desenvolvimento. Algumas plantas, como o arroz, o trigo e o milho, têm apenas um cotilédone na semente e são chamadas de monocotiledôneas. Em geral, elas têm endosperma bem desenvolvido. Outras, como o feijão, o café e o amendoim, têm dois cotilédones e são chamadas de dicotiledôneas. Em geral, elas são pobres em endosperma e os elementos nutritivos ficam armazenados nos cotilédones, que são bem desenvolvidos.

Estrutura da semente

Ilustração A: Grão de milho em corte longitudinal. Há uma grande porção branca chamada endosperma, uma estrutura amarela dobrada com metade do tamanho do grão indicada como embrião, que está ligada a outra estrutura maior, amarela e sem dobras, indicada como cotilédone. O envoltório, também amarelo, está indicado como casca.
Ilustração B: Grão de feijão em corte. É revestido por uma camada fina, indicada como casca. A maior parte da porção interna é bege e está indicada como cotilédone (folha do embrião). Na parte inferior da lateral direita há uma esfera verde com duas estruturas semelhantes a folhas indicada como embrião.
(A) Representação esquemática de um grão de milho em córte longitudinal. Cada grão de milho (zea meis) é um fruto que contém uma semente ocupando praticamente todo o seu espaço interno. (B) Representação esquemática de uma semente de feijão em córte longitudinal. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em Reiven, P. H. êti ól Biologia vegetal. sexta ediçãoRio de Janeiro: Guanabara coogan, 2001.

Dispersão das sementes

Dispersão é o transporte da semente para longe da planta que a originou. As sementes que germinam longe da planta-mãe não competem com ela por luz, água e nutrientes e se propagam por novas áreas.

Os agentes de dispersão são diversos, como vento, água e animais.

Fotografia. Diversas sementes de ipê. Elas são marrons, achatadas e com abas muito finas semelhantes a papel. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da semente indicando 2,5 centímetros de comprimento.
A semente do ipê (Tabebuia sp.) é bastante leve, e as estruturas membranosas ao redor dela funcionam como “asas”, facilitando sua dispersão pelo vento após o rompimento do fruto. São chamadas de sementes aladas.

Germinação das sementes

Em condições adequadas de luminosidade, umidade e temperatura, entre outros aspectos, a semente inicia a germinação, que ocorre em etapas.

Primeiro, a semente absorve água do ambiente e incha até a casca se romper. Então, o embrião desenvolve a radícula, que logo se diferencia em raiz, estrutura responsável pela fixação da planta e pela absorção de água e sais minerais.

As reservas nutritivas, presentes nos cotilédones, são usadas para o crescimento inicial da planta até que as folhas surjam e passem a realizar fotossíntese.

Algumas sementes passam por um período de dormência, durante o qual não germinam mesmo em condições consideradas ideais para a germinação.

Germinação e desenvolvimento

Ilustração. Desenvolvimento de uma planta em quatro etapas mostrando o solo em corte. Na primeira, Há uma semente com casca enterrada da qual sai uma pequena raiz indicada como radícula. Em seguida, a planta cresce para fora do solo e há indicação para os cotilédones verdes, um par de estruturas semi esféricas que formavam a maior porção da semente. Depois, surge um par de folhas no topo da planta. Em seguida, a planta está maior e com mais folhas. Os cotilédones estão murchos e marrons. Abaixo, há indicação para as raízes, marrons, que se originaram pelo desenvolvimento da radícula.
Representação esquemática da germinação de uma semente de feijão e do desenvolvimento de uma planta jovem. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em rríci, J. B. et al. Campbell Biology. décima edição Glenview: Benjamin Cummings, 2014.

Flores, frutos e sementes na Economia

Algumas flores, como a alcachofra e a couve-flor, são cultivadas por serem comestíveis; outras, como os lírios, as orquídeas e as rosas, são utilizadas para decoração.

Diversos frutos são usados na alimentação, consumidos ao natural ou na fórma de sucos, sopas, conservas, geleias e doces, entre outros usos.

Graças aos avanços da Genética e Biotecnologia, tornou-se possível o melhoramento genético de plantas. Como consequência, atualmente as sementes são o principal insumo da produção agrícola, com destaque para o trigo, o milho e o arroz.

As sementes das leguminosas, como o feijão, a ervilha, o amendoim e a soja, são muito utilizadas como alimento ou para a produção de óleos.

Outros alimentos também são produzidos com sementes. O café que bebemos é obtido de sementes do cafeeiro, e o chocolate é feito com sementes de cacau. As sementes comercializadas para plantio geralmente são tratadas para garantir a germinação. Elas são impróprias para o consumo humano e de outros animais.

De ôlho no tema

  1. O desenvolvimento do fruto é uma vantagem evolutiva das angiospermas. Explique essa afirmação.
  2. Cite alguns mecanismos de dispersão de sementes.
  3. Diferencie fruto de pseudofruto.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 4 A 6

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ORGANIZAR

  1. Reescreva as frases a seguir, substituindo os números entre parênteses pelos termos adequados.
    1. Dos grupos de plantas, as (um) e as (dois) apresentam ciclo reprodutivo com duas fases: a sexuada e a assexuada.
    2. Os (três) são as estruturas reprodutivas das gimnospermas.
    3. As (quatro) são o principal insumo da produção agrícola, com destaque para o trigo, o milho e o arroz.
    4. Nas plantas, o processo de (cinco) ocorre apenas na presença de luz, ao passo que o processo de (seis) acontece o tempo todo, em todas as células vivas.
  2. No que diz respeito a fotossíntese, responda:
    1. O que é esse processo?
    2. Quais partes da planta estão envolvidas?
    3. Como o xilema e o floema participam dela?
  3. Escreva um pequeno texto relacionando os termos do quadro com o processo de fecundação nas angiospermas.

semente – grãos de pólen – ovário – embrião – fruto

4. Como ocorre a germinação das sementes?

ANALISAR

5. Observe a pintura, feita pelo artista japonês Orrara Koson (1877-1945).

Ilustração. Planta com flores longas de pétalas brancas estreitas. Há uma borboleta preta em uma das flores. Abaixo, ramos finos com folhas verdes.
Borboleta e lírio, xilogravura de Ohara Koson, de 1912. 36,6 cê ême por 19 cê ême.
  1. A que grupo pertence a planta retratada? Justifique sua resposta.
  2. Que estruturas reprodutivas você consegue observar na imagem?
  3. A borboleta busca por néctar para se alimentar. Que vantagem evolutiva a presença de néctar nas flores confere às plantas?

6. Leia o texto e responda.

Os rios voadores distribuem a chuva da Floresta Amazônica. Esse fenômeno acontece da seguinte fórma: o vento leva vapor de água do oceano Atlântico para a floresta, causando chuva. Então, primeiramente, as plantas e o solo absorvem a água da chuva. Depois, parte dessa água é eliminada na fórma de vapor pelas plantas e, também, pelo solo. Parte dêsse vapor de água é transportado e cai em fórma de chuva em outras regiões do Brasil e outros países da América do Sul.

  • O texto cita um processo vital para a planta. Identifique e descreva esse processo, especificando em que parte da planta ele ocorre.

7. Analise as fotos dos frutos a seguir e proponha como ocorre a dispersão das sementes de cada um deles. Para isso, apresente um argumento científico, com dados (informações com base na observação das fotografias), conclusão (tipo de dispersão), justificativa (conexão entre dados e conclusão) e qualificador (grau de certeza).

Fotografia. A: Sobre um fundo branco, dois frutos secos marrons, achatados e arredondados, um deles está aberto ao meio longitudinalmente. Ao lado pequenas sementes marrons, arredondas, achatadas e com uma membrana fina ao redor. No canto inferior direito, pequena ilustração do fruto indicando 5 centímetros de comprimento.
Fotografia B: Em um ramo, frutos arredondados verdes com pequenos espinhos finos. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do fruto indicando 1 centímetro de comprimento.
(A) Frutos e sementes de jacarandá­‑mimoso (Jacaranda mimosaefolia). (B) Frutos de carrapicho da espécie Cenchrus echinatus.

COMPARTILHAR

8. As flores de algumas orquídeas do gênero Ofris têm a fórma e o odor muito semelhantes aos das fêmeas de certa espécie de vespa. Assim, os machos dessas vespas são atraídos e, ao confundir a flor com a fêmea, tentam acasalar com ela.

Diante dessa informação, crie uma narrativa contando a interação entre a vespa e a flor. Para essa escrita, considere os seguintes aspectos:

  • como ocorre essa interação;
  • por que ela ocorre;
  • como as características da flor ajudam na reprodução da planta.

Utilize recursos digitais para compartilhar com a turma a narrativa criada. Peça orientação ao seu professor sôbre como compartilhar. Você pode, por exemplo, criar um mural virtual, um site ou um vídeo. Escolha aquele com que você mais se identifica.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

Taxa de germinação de sementes

Uma fórma interessante de compreender o processo de germinação das sementes e verificar a influência de fatores externos é observar sementes em ambientes controlados. Essa atividade possibilita o acompanhamento da germinação de sementes de diferentes espécies e o cálculo da taxa de germinação.

Fotografia. Sementes de ervilha em formato de bolinhas com pequena raiz saindo delas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de ervilha indicando 8 milímetros de altura.
Sementes de ervilha (Pisum sativum) germinadas.

ATENÇÃO

Cuidado ao manusear a tesoura e as placas de Petri.

Material

  • Quatro placas de Petri ou pratos de plástico transparentes
  • Papel-filtro ou coador de papel
  • Filme plástico
  • Água
  • Etiquetas adesivas
  • Sementes comerciais de hortaliças, flores, frutos etcétera de pelo menos dois tipos.
  • Tesoura com pontas arredondadas
  • Canetas ou lápis

Procedimento

  1. Em grupos, escolham dois tipos de sementes entre as disponíveis para a execução da atividade: espécie 1 e espécie 2.
  2. Com o auxílio do professor, recortem quatro círculos de papel-filtro do tamanho das placas de Petri. Em seguida, posicionem um papel-filtro circular dentro de cada placa.
  3. Distribuam 20 sementes da espécie 1 em uma das placas de Petri preparadas e mais 20 em outra. Repitam o procedimento com a espécie 2.
  4. Umedeçam o papel-filtro de uma das placas de cada espécie com água em quantidade suficiente para formar uma lâmina, sem cobrir as sementes. Fechem todas as placas, lacrando-as com o filme plástico. Em seguida, colem em cada uma delas uma etiqueta com a data, o tipo de semente, se recebeu ou não água e o nome do grupo responsável.
  5. Cuidadosamente, coloquem as placas em um local bem iluminado, mas sem incidência direta de luz solar. Durante toda a execução da atividade, mantenham umedecidas as placas que receberam água previamente.
  6. Durante quatro dias, acompanhem a germinação das sementes. Registrem diariamente o número de sementes germinadas e outros acontecimentos que julgarem interessantes.

ATIVIDADES

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Organizar dados e analisar

  1. Novamente nos grupos, discutam qual fórmade organizar os dados é mais eficiente para analisar o resultado do experimento.
  2. Elaborem uma tabela com o número de sementes germinadas de cada placa por dia de observação.
  3. Calculem a taxa de germinação de cada placa. Para isso, dividam o total de sementes germinadas na placa pelo total de sementes que vocês colocaram para germinar (20) e multipliquem o resultado por 100. Representem os resultados em um gráfico.
    1. Qual placa apresentou maior taxa de germinação?
    2. Comparem a taxa de germinação entre as duas placas que receberam água e proponham uma hipótese para explicar o que foi observado.
    3. Produzam um argumento científico explicando o que foi observado para a taxa de germinação de uma mesma espécie com água e sem água (conclusão). Incluam também no argumento dados (as informações obtidas na atividade), justificativa (a conexão entre os dados e a conclusão) e qualificador (o grau de certeza). Compartilhem com os demais grupos.

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

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Mulheres na Ciência

Leia os textos, a charge e a tirinha apresentados a seguir.

Minoria na Sociedade de Botânica

reticências A Botanical Society de Londres foi fundada em 1836 com cérca de 10% de mulheres nos quadros de membros, mas a proporção foi caindo, permanecendo em torno de 5% durante os vinte anos de vida da sociedade. Uma única mulher contribuiu com uma monografia para reuniões da sociedade – e, mesmo assim, não foi ela quem apresentou, e sim um membro convocado para substituí-la na ocasião. reticências

Fonte: gúld, S. J. A mulher invisível. ín Dinossauro no palheiro: reflexões sôbre História Natural. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Barbara Méqui Clintock: geneticista ganhadora do prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1983

reticências A Universidade de Missouri era “horrível, horrível, horrível!”, reclamou Barbara anos mais tarde. “A situação das mulheres era inacreditável, era péssima!”

Ela foi ao gabinete do reitor e perguntou, diretamente, se um dia faria parte da equipe permanente da universidade. Ele acenou negativamente com a cabeça. Na verdade, confidenciou, quando seu orientador saísse, provavelmente seria demitida.

Barbara retrucou que estava pedindo uma licença sem remuneração e que jamais voltaria. reticências partiu, sem a menor perspectiva de um emprêgo. reticências

Barbara estava no topo da ciência americana quando a abandonou. Ela revolucionara a genética do milho; uma de suas primeiras experiências ainda se encontra entre as mais importantes experiências biológicas do século vinte. reticências

Fonte: Méqui Greine, S. B. Mulheres que ganharam o Prêmio Nobel em Ciências. São Paulo: Marco Zero, 1994.

Charge. Duas pistas de corrida retas até a linha de chegada. À esquerda, homem branco calvo, vestindo paletó azul. Há dois obstáculos de madeira pequenos. À direita, mulher negra de cabelo cacheado castanho, vestindo camiseta rosa e calça azul, com uma bola de ferro acorrentada no tornozelo. Sobre sua pista há poço com jacaré, arame farpado, duas minas terrestres, muro e lanças.
Tirinha com 3 quadros. Sr. Fogarty: Homem branco calvo de óculos de armação arredondada, vestindo camisa xadrez e calça. Delta: mulher negra de cabelo cacheado, óculos de armação arredondada, vestindo camiseta, sentada em uma carteira. Mulher branca de cabelo longo, vestindo camisa, sentada em uma carteira. Quadro 1: Sr. Fogarty mostrando uma imagem em uma lousa e diz '... Edison, George Washington Carver, Albert Einstein – estes são alguns dos grandes nomes da histórica da matemática e da ciência. Alguma pergunta?', e a Delta pergunta 'Sr. Fogarty?'. Quadro 2: Professor responde 'Sim, Delta?' e ela continua “e quanto a Sally Jackson e Rachel Carson e Maria Mitchell? Por que a história é apenas sobre homens? E as mulheres?'. Quadro 3: Ele responde 'Hum... mais alguma pergunta?' e a Delta continua 'Sim! Por que nosso livro de histórica foi escrito por três homens?'.

TROCAR IDEIAS sôbre O TEMA

Em grupo, discutam as seguintes questões:

  1. Qual é a relação entre o texto e as imagens?
  2. Na opinião de vocês, atualmente, as mulheres que querem seguir carreira científica continuam enfrentando mais dificuldades do que os pesquisadores homens?
  3. Que ações deveriam ser promovidas para eliminar situações de preconceito e desigualdade em relação ao gênero?
  4. Reduzir a desigualdade entre homens e mulheres no meio científico pode beneficiar o desenvolvimento da Ciência? Explique sua resposta.
  5. A botânica é uma área da Ciência que tem grande participação feminina. Que razões vocês acham que atribui a maior presença de mulheres nessa área?

COMPARTILHAR

  1. Apesar dos desafios e preconceitos, as mulheres atuam na Ciência há muito tempo. A divulgação da representatividade feminina na Ciência colabora na desconstrução da carreira científica como típica de homens e favorece o ingresso de outras mulheres nessa área.
    • Em grupo, pesquisem uma produção que destaca a participação feminina na Ciência, pode ser um filme, documentário, livro, página em redes sociais, exposição em museus, entre outras.

Compartilhem com os demais grupos as informações pesquisadas.

COMO EU ME SAÍ?

  • Contribuí para a discussão das questões propostas?
  • Ouvi a opinião dos colegas com compreensão e empatia?
  • Se discordei de alguma opinião, soube expor a minha?
  • Consegui compreender as dificuldades pelas quais as mulheres passam para seguir carreira científica?

Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

A importância da polinização para a produção de plantas usadas na alimentação humana

A maior parte – 76% – das plantas utilizadas para produção de alimentos no Brasil é dependente do serviço ecossistêmico de polinização realizado por animais. reticências

reticências há atualmente informação para noventa e uma plantas quanto à dependência da polinização por animais para a produção de frutas, hortaliças, legumes, grãos e oleaginosas utilizadas para o consumo humano. A polinização atua diretamente na frutificação e reprodução dessas plantas e o grau de dependência varia de pouco até essencial. Esses animais são moscas, vespas, borboletas, mariposas, morcegos, besouros e, principalmente, as abelhas. Estas reticências são responsáveis por quase 80% dos cultivos polinizados.

Alguns fatores ameaçam a ação dos polinizadores, como a perda de hábitat, mudanças climáticas, poluição ambiental, agrotóxicos, espécies invasoras [e] doenças reticências

Fotografia. Abelha preta e amarela sobre uma flor amarela. No canto inferior direito, pequena ilustração de abelha indicando 3 centímetros de comprimento.
As abelhas (Apis sp.) têm papel fundamental na polinização das plantas.

Fonte: LIMA, A. L. Relatório aponta a importância da polinização para a agricultura brasileira, Embrapa, setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/HkLWcT. Acesso em: 30 junho 2022. 

Sem ferrão e muito sensíveis

Depois de uma intensa mortandade de abelhas no início dos anos 2000, causada possivelmente pelo uso excessivo de inseticida no campo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (ibâma) convidou os biólogos Osmar Malaspina, da Universidade Estadual Paulista (Unésp), de Rio Claro, e Roberta Nocelli, da Universidade Federal de São Carlos (úfiscar), para aprofundar os estudos sôbre a situação das abelhas no Brasil. Em 2017, o govêrno aprovou uma lei estabelecendo que os agrotóxicos a serem comercializados no Brasil devem passar por testes de avaliação de risco em abelhas Apis mellifera, espécie adotada internacionalmente nos testes dessa natureza, por viver em quase todo o mundo. No entanto, a mortalidade continuou. reticências

O grupo de trabalho criado pelo Ibama para avaliar o risco de agrotóxicos concluiu que era necessário incluir abelhas sem ferrão que fossem representativas das cêrca de trezentas e cinquenta espécies exclusivas do Brasil. “Temos de criar metodologias de análise de toxicidade para as abelhas nativas para não fazer apenas testes com Apis antes de lançar um produto novo”, enfatiza Malaspina reticências.

Fonte: FIORAVANTI, C. Sem ferrão e muito sensíveis. Pesquisa fapésp, maio 2019. Disponível em: https://oeds.link/l6vf3c. Acesso em: 30 junho 2022.

A importância ecológica das abelhas

Podemos encontrar cavidades – ou buracos, como se diz popularmente – em toda parte: em árvores, no chão ou em fendas de rochas, tanto em florestas quanto em nossas ruas e até em nossos quintais. Essas cavidades são extremamente importantes para os animais – sejam eles grandes ou pequenos, vertebrados ou invertebrados – e podem abrigar desde um simples ninho de coruja até insetos que vivem em sociedade, como algumas espécies de abelhas. reticências

Algumas espécies de abelhas-sem-ferrão sociais, como a jataí, têm variada gama de comportamentos de nidificaçãoglossário e usam os mais diversos tipos de substratos, ocupando ninhos abandonados por outros animais, ocos no solo, mourões de cêrca e cavidades em árvores. Também são muito comuns em ambientes urbanos, onde a disponibilidade de cavidades artificiais é alta. Portanto, é bastante comum encontrar esses ninhos em paredes de alvenaria, caixas de energia elétrica e árvores usadas no paisagismo urbano. reticências

Os insetos que usam cavidades preexistentes desempenham serviços ecológicos de extrema importância, como a polinização e o controle biológicoglossário , realizados por abelhas e vespas, respectivamente. reticências

A importância ecológica de abelhas e vespas reticências tem feito com que pesquisadores de várias partes do mundo desenvolvam técnicas para seu manejo e sua conservação, já que a crescente perda florestal para expansão de áreas urbanas e industriais e da pecuária tem levado ao desaparecimento regional de populações inteiras dêsses insetos e a uma grande perda de biodiversidade. Entre essas técnicas, o fornecimento de cavidades artificiais para abelhas e vespas em áreas urbanizadas vem se expandindo em todo mundo, principalmente na América do Norte. reticências

Fonte: ARAÚJO, G.; ANTONINI, Y. Hotéis da floresta. Ciência Hoje On-line. Disponível em: https://oeds.link/YM4gQR. Acesso em: 30 junho 2022.

Fotografia. Abelhas pretas e amarelas saem de um pequeno buraco redondo na parede.
Fendas ou cavidades podem servir de abrigo para diversas espécies de abelhas.

ATIVIDADES

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OBTER INFORMAÇÕES

  1. De acôrdo com os textos, qual é o serviço ecossistêmico realizado por animais como abelhas e vespas?
  2. O que tem ameaçado esses animais e, consequentemente, o serviço ecossistêmico realizado por eles?

INTERPRETAR E REFLETIR

  1. sôbre a importância dos polinizadores para a produção de plantas usadas em nossa alimentação e para a manutenção da biodiversidade, responda:
    1. Você já conhecia essas relações? O que você sabe sôbre elas?
    2. Você acredita que é necessário o desenvolvimento de ações para a conservação dos polinizadores? Explique a sua resposta.
    3. Identifique nos textos duas ações para a conservação dos polinizadores.
  2. Identifique qual é a fragilidade argumentativa da proposta de lei que estabelece que os agrotóxicos a serem comercializados no Brasil devem passar por testes de avaliação de risco em abelhas Apis mellifera. Quais são os dados ignorados por essa lei?

PESQUISAR E COMPARTILHAR

  1. Em grupo, façam o que se pede.
    1. Pesquisem o que é polinização artificial e por que ela é utilizada.
    2. Citem um exemplo de cultivo que pode ser realizado por polinização artificial.
    3. Com base na pesquisa e no conteúdo dos textos desta seção, respondam às seguintes questões: Qual é a importância das polinizações natural e artificial para os seres vivos? Tanto na polinização natural quanto na polinização artificial ocorre a reprodução de diferentes espécies de plantas? Quais são as consequências do desaparecimento das abelhas? Elaborem um fôlder com essas informações e compartilhem com os demais colegas.

Glossário

Esporo
: célula reprodutiva que se multiplica e dá origem a um novo indivíduo, sem a necessidade de outra célula.
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Gameta
: célula reprodutiva que se une a outro gameta no processo de fecundação, resultando na formação de um embrião.
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Substrato
: no contexto significa base, fundamento.
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Ápice
: ponto mais alto, topo.
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Células indiferenciadas
: células que não possuem estrutura ou função específica.
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Controle biológico
: contrôle de insetos transmissores de doenças e pragas agrícolas realizado por outros seres vivos, como microrganismos e outros insetos.
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Nidificação
: referente à construção do ninho.
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