UNIDADE 5 Relações ecológicas e ecossistemas brasileiros

Ambiente integrado

O território brasileiro é formado por diversos ambientes e ecossistemas. Os ambientes litorâneos, como as restingas, os manguezais e a Mata Atlântica, são ricos em espécies de microrganismos, plantas e animais que interagem entre si e com as populações humanas que vivem na região. Rios e mares, por exemplo, são importantes fontes de alimento e de renda para as populações locais, como os caiçaras, habitantes tradicionais de regiões do litoral Sudeste e Sul do Brasil. Muitos caiçaras e outros habitantes do litoral brasileiro vivem de pesca artesanal, agricultura familiar, extrativismo e artesanato, respeitando os limites do ambiente.

Fotografia. Margem de um rio com barcos pequenos, três pessoas na água e uma na margem. Ao redor, há vegetação densa com árvores diversas.
Barcos de pesca ancorados na margem do rio Preguiças. (Barreirinhas, Amazonas, 2020.)
Fotografia. Miniaturas de barcos diversos de madeira coloridos e pendurados em uma parede branca de tábuas de madeira. Fotografia. Três colheres de madeira com a ponta entalhada na forma de flores, duas pitadas de laranja e uma de vermelho. Fotografia. Barco de madeira colorido com duas hastes superiores e duas cabines. Possui uma ponta alongada com cordas amarradas entre as hastes.
As imagens desta página são exemplos de artesanato caiçara. As peças são confeccionadas com madeira caixeta de manejo florestal. A inspiração é o modo de vida dêsse povo, representado por miniaturas de barcos e canoas de pesca, além de elementos da flora e da fauna da região.

Por que estudar esta Unidade?

No planeta Terra existe grande diversidade de ambientes: campos, florestas, desertos, montanhas, geleiras, mares, rios, entre outros. Nesta Unidade, vamos conhecer um pouco sôbre as paisagens do Brasil e as relações que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente. Com base nesse conhecimento, podemos compreender melhor as características dos diferentes ambientes, sua influência na vida dos seres humanos e na de outras espécies, além da importância de conservá-los.

Começando a Unidade

  1. Que elementos do ambiente (componentes vivos e não vivos) estão presentes nas imagens?
  2. Que ideia as imagens passam sôbre a relação dos caiçaras com o ambiente onde vivem?
  3. O que aconteceria com os caiçaras se o rio de onde eles retiram os peixes fosse atingido por um volume de poluentes que inviabilizasse a vida dos seres aquáticos?
  4. Pense nas paisagens naturais da região em que mora. Como são essas paisagens? Como ela influencia a população de sua região?

TEMA 1 Relações ecológicas nos ecossistemas

Entender as relações entre os seres vivos é fundamental para a conservação do ambiente.

O Brasil apresenta um território extenso e conta com uma grande variedade de condições ambientais e ecossistemas, formados por diferentes espécies de seres vivos.

Fatores ambientais, como latitude, quantidade de chuvas, relevo e tipo de solo, influenciam o estabelecimento dos seres vivos que habitam cada ecossistema, que também são afetados por eles.

As relações estabelecidas entre os seres vivos, e entre eles e os componentes não vivos, são características dos ecossistemas; o conhecimento sôbre essas relações é fundamental para a conscientização da sociedade sôbre a importância de conservar o ambiente.

Relações ecológicas interespecíficas

São as relações que ocorrem entre seres vivos de espécies diferentes em um ecossistema. Esse tipo de interação pode trazer benefícios para ambos; beneficiar um deles sem interferir no desenvolvimento do outro; ser vantajosa apenas para um deles, prejudicando o outro; ou trazer prejuízos para os dois.

Comensalismo

O comensalismo é uma relação ecológica na qual uma das espécies se beneficia sem prejudicar a outra. Geralmente, está relacionada à obtenção de alimentos.

Um exemplo de comensalismo é a interação entre a formiga-correição e certas espécies de aves. Essas formigas, nômades e carnívoras, usam suas fortes mandíbulas para cortar pedaços de suas presas e levá-los até seu ninho temporário. De tempo em tempo, todas as formigas-correição abandonam o ninho em busca de alimento e de um novo local para se abrigarem. Durante esse deslocamento, insetos e outros pequenos animais que habitam o solo da floresta tentam fugir das formigas-correição. Esse evento beneficia outros animais, principalmente as aves, que aproveitam para se alimentar dos indivíduos em fuga.

Fotografia. Formigas enfileiras caminhando sobre folhas secas. Possuem a parte posterior amarelada. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 7,5 milímetros de comprimento.
Formigas-correição da espécie Eciton burcheli em marcha.
Fotografia. Ave preta com faixa branca na asa e olho vermelho, com bico fino pequeno empoleirada em um ramo de árvore. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 17 centímetros de comprimento.
Papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), espécie brasileira de ave que se beneficia da marcha das formigas-correição capturando os insetos desentocados.

Outro exemplo de comensalismo é a relação entre o tubarão e a rêmora. A rêmora é um peixe que possui uma estrutura parecida com uma ventosa, que permite sua fixação no corpo do tubarão. Enquanto o tubarão caça e devora a presa, a rêmora aproveita os restos de alimento que sobram. Para a rêmora, a relação é benéfica, e para o tubarão, neutra.

Inquilinismo

O inquilinismo é uma relação ecológica em que uma espécie, o inquilino, se beneficia obtendo abrigo ou suporte no corpo de outra espécie sem prejudicá-la.

Plantas como as orquídeas e as bromélias são exemplos de inquilinas que crescem sôbre os troncos e os galhos maiores de árvores sem lhes causar nenhum prejuízo. A vantagem em crescer nos galhos superiores das árvores é que, dêsse modo, elas conseguem receber mais luz para realizar fotossíntese do que receberiam se crescessem sôbre o solo, onde a luz pode ser escassa.

Muitas aves constroem seus ninhos em galhos e troncos de árvores, estabelecendo com elas uma relação de inquilinismo.

Fotografia. Orquídea verde aderida à lateral de um tronco de árvore. Há flores amarelas e brancas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indica 40 centímetros de altura.
Orquídea do gênero Dendrobium obtendo suporte em tronco de árvore.
Fotografia. Pássaro castanho com asas escuras mexendo com o bico no interior de uma semiesfera de barro vista pela lateral que está aberta. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de animal indica 19 centímetros de comprimento.
João-de-barro (Furnarius rufus) construindo seu ninho sôbre os galhos de uma árvore.

Protocooperação

Na relação de protocooperação há benefício para as duas espécies envolvidas, porém não existe dependência entre elas.

A associação entre crustáceos conhecidos como ber­nardos-eremitas ou ermitões e algumas espécies de anêmonas-do-mar é um exemplo de protocooperação. O bernardo-eremita abriga-se em conchas de moluscos vazias, que protegem seu abdome mole e servem de substrato para a fixação e o crescimento das anêmonas-do-mar.

Nesses casos, a anêmona beneficia-se do transporte para busca de alimento e das eventuais sobras de alimentos do crustáceo. O crustáceo, por sua vez, beneficia-se dos mecanismos de defesa das anêmonas-do-mar, cujos tentáculos contêm compostos que podem ferir o predador que entre em contato com eles.

Fotografia. Crustáceo dentro de concha branca, amarela e tons de laranja. Possui pernas laranjas e longas antenas vermelhas. Está ao fundo do mar. Acima da concha, uma pequena anêmona-do-mar marrom com tentáculos verdes na parte superior. Ao lado, pequena ilustração do crustáceo na concha indica 3 centímetros de comprimento.
Bernardo-eremita da espécie Clibanarius eritropus abrigado dentro de uma concha, sôbre a qual vive uma anêmona-do-mar da espécie Actinia equina.

Mutualismo

Mutualismo é a relação ecológica na qual ambas as espécies se beneficiam. Nessa relação, há dependência entre as espécies envolvidas, ou seja, elas não conseguem sobreviver se estiverem separadas uma da outra.

Um exemplo de mutualismo é a associação entre alguns fungos e as raízes de determinadas plantas, formando as chamadas micorrizas. Existem evidências de que os fungos facilitem a absorção de alguns compostos pelas plantas, beneficiando-as, enquanto se nutrem de açúcares produzidos por elas.

De fórma semelhante, as bactérias do gênero Rhizobium se associam às raízes de plantas leguminosas, formando nódulos. Essas bactérias transformam o gás nitrogênio do ar em compostos nitrogenados, necessários ao desenvolvimento das plantas e absorvidos por elas pelas raízes. Em contrapartida, as bactérias se beneficiam de abrigo e alimento.

Fotografia. Raízes finas de plantas com fungo branco no solo.
Associação das raízes da planta medronheiro (Arbutus unedo) e de um fungo basidiomiceto, formando micorrizas. Os filamentos brancos são as hifas do fungo, e os filamentos marrons são as raízes.

Predação e herbivoria

Predação, ou predatismo, é a relação em que um indivíduo se alimenta de partes ou de todo o indivíduo de outra espécie, em geral, matando-o. Nessa relação, o indivíduo que se alimenta é o predador, e o indivíduo que serve de alimento é a presa. Os predadores costumam ser maiores em tamanho, porém suas populações tendem a ser menos numerosas que as de suas presas.

O indivíduo que se alimenta exclusivamente de plantas é chamado herbívoro; essa interação é denominada herbivoria.

Fotografia. Uma coruja marrom com um inseto verde no bico, pousando em um tronco. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 20 centímetros de altura.
Predadores como o mocho-d'orelhas (Otus scops) têm estruturas como garras e bico afiado, além da visão acurada, que as auxiliam na captura suas presas.
Fotografia. Campo com duas capivaras marrons pequenas se alimentando de vegetação. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 1,2 metro de comprimento.
Herbívoros como a capivara (idrocoêrus idrocaéris) passam boa parte do dia pastando. Na fotografia, animais juvenis dessa espécie.

Parasitismo

O parasitismo é a relação em que um indivíduo de uma espécie, o parasita, se instala no corpo de um indivíduo de outra espécie, o hospedeiro. O parasita retira alimento do corpo do hospedeiro, causando-lhe danos que podem levá-lo à morte.

Alguns parasitas, como pulgas, pulgões e piolhos, instalam-se sôbre o corpo do hospedeiro. Outros, como a lombriga e a tênia, vivem no interior do corpo do hospedeiro.

Fotografia. Carrapato marrom, de corpo circular e achatado, sobre pele humana. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 3 milímetros de comprimento.
O carrapato (Dermacentor variabilis) parasita outros animais, incluindo o ser humano, e se alimenta do seu sangue.

Relações ecológicas que podem ser interespecíficas ou intraespecíficas

Algumas relações ecológicas podem ocorrer tanto entre organismos de espécies diferentes, que, conforme já estudamos, são chamadas interespecíficas, como entre organismos da mesma espécie; nesse caso, fala-se em relação intraespecífica. Discutiremos um exemplo a seguir.

Competição

Indivíduos de uma ou mais populações disputam alimento, água, espaço, luminosidade, locais para reprodução e refúgio e até mesmo parceiros sexuais. Esse tipo de interação é denominado competição.

Espécies trazidas de outros continentes pelo ser humano podem competir com as que existem em determinado ambiente, causando alterações no ecossistema. Foi o que ocorreu no fim da década de 1980 com a introdução do caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), espécie proveniente do leste e nordeste africano, trazida para os estados de São Paulo e do Paraná com o objetivo de substituir o escargot para o consumo humano.

Acredita-se que alguns criadores do A. fulica soltaram esses animais no ambiente após não obterem sucesso na comercialização. No ambiente, havia espécies nativas de caramujos com hábitos alimentares e nichos ecológicosglossário semelhantes aos do caramujo africano. Por compartilhar um mesmo hábitat, essas espécies passaram a competir por alimento e por outros recursos do ambiente. No entanto, a espécie invasora apresentou vantagens sôbre as nativas, reproduziu-se em grande quantidade e atualmente é encontrada na maior parte dos estados brasileiros.

Fotografia. Caramujo bege com concha marrom e linhas brancas. No canto superior direito, pequena ilustração do animal indica 20 centímetros de comprimento.
O caramujo-gigante-africano (Achatina fulica) fórma grupos numerosos de indivíduos. Eles podem transmitir doenças.

Entrando na rede

Saiba como espécies trazidas de outros ambientes ameaçam o equilíbrio de um ecossistema. Assista ao vídeo disponível em https://oeds.link/wQHDN5.

Acesso em: 15julho 2022.

Relações ecológicas intraespecíficas

São relações entre indivíduos da mesma espécie. Diversas delas são executadas em colaboração ou com a divisão de trabalho entre os indivíduos. Em alguns casos, os indivíduos são bastante interdependentes e a sobrevivência só ocorre quando estão agrupados; já em outros casos, apesar de também estarem reunidos, os indivíduos não dependem tanto uns dos outros.

Colônias

Colônias são agrupamentos de vários indivíduos da mesma espécie ligados fisicamente entre si. Os integrantes de uma colônia dependem uns dos outros para sobreviver, ou seja, a sobrevivência é impossível quando isolados do conjunto. Em muitos casos, há divisão de trabalho. Há colônias que são formadas por indivíduos que apresentam diferenças quanto à fórma e à função que desempenham.

A caravela-portuguesa é um exemplo de colônia, ela apresenta indivíduos responsáveis pela defesa, formando os tentáculos, indivíduos responsáveis pela reprodução e um indivíduo modificado para a flutuabilidade da colônia.

Fotografia. Caravela-portuguesa azul submersa na água com fundo azul. Possui estrutura gelatinosa translúcida na parte superior com aspecto de balão com ornamentos e tentáculos, que são translúcidos na porção superior e pretos na porção inferior. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 30 centímetros de altura.
Caravela-portuguesa (Fisália fisalis).

Sociedade

Sociedades são agrupamentos de indivíduos de uma mesma espécie, organizados de modo colaborativo, com divisão de trabalho. Ao contrário do que ocorre nas colônias, nas sociedades os indivíduos não estão fisicamente ligados.

É comum, nesse tipo de agrupamento, a presença de castas, que são grupos de indivíduos especializados em cada tarefa, como a rainha, o rei ou zangão, os soldados e os operários. Existem castas em formigueiros, colmeias e cupinzeiros. As formigas, as abelhas e os cupins são conhecidos como insetos sociais devido a esse tipo de organização.

Nas colmeias, as abelhas (Apis mellifera) se dividem em três castas: rainha, zangão e operárias. A função da abelha-rainha e do zangão é de reprodução, a abelha-rainha é a única fêmea fértil e, portanto, responsável pela origem de todos os indivíduos da colmeia. As operárias são fêmeas que exercem inúmeras funções, como produzir os favos de cera e o mel, proteger a colmeia e recolher pólen e néctar das flores.

Fotografia. Abelhas amarelas e pretas sobre um favo de mel. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 1,5 centímetros de comprimento.
As abelhas (Apis mellifera) também apresentam diferenças quanto ao tamanho do corpo; a abelha-rainha (no centro da imagem), por exemplo, é maior que a operária.

Exemplos de relações ecológicas

Esquema A. Mata fechada em frente a um campo com destaques sobre a imagem. (1) Texto acima de uma árvore alta e esguia com copa rala composta por grandes folhas: A embaúba (Cecropia sp.) é a espécie mais comum de embaúba. É uma planta pioneira, associada à Mata Atlântica. Abaixo, (2), destaque de ampliação para um trecho do tronco dessa árvore com algumas formigas pretas: Formigas (Azteca sp.) vivem no interior do caule oco das embaúbas e protegem as plantas contra herbívoros. As formigas se alimentam de um tecido vegetal do interior do caule e de uma substância adocicada secretada na base das folhas. A associação entre essas formigas e as embaúbas é uma relação de protocooperação. Detalhe de ampliação na copa da embaúba, (3), onde há um bicho-preguiça marrom segurando em um galho: A preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) alimenta-se dos brotos das folhas da embaúba. As formigas (Azteca sp.) não atacam esse animal. Acima, outro detalhe de ampliação na copa da embaúda, (4). com três frutos verdes finos e compridos: Os frutos da embaúba servem de alimento para muitos animais, que podem atuar como agentes dispersores das sementes. Os principais animais envolvidos nessa dispersão são mamíferos, como o macaco-prego (Cebus apella), e aves, como os sabiás (Turdus sp.). Abaixo, há uma ave amarela com asas marrons voando, (5), e o texto: Os agentes dispersores espalham as sementes da embaúba para longe da planta-mãe. Essas sementes podem se desenvolver em novos indivíduos.

Fonte: Ilustração elaborada com base em PROJETO FRITZ MILLER. Embaúba. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: https://oeds.link/N61Gh0. Acesso em: 15 julho 2022.

Esquema B. Cidade com uma praça entre casas, onde há uma árvore com flores brancas e frutos vermelhos, indicada como pitangueira (Eugenia uniflora).
Um detalhe de ampliação na árvore, (1), indica uma abelha amarela e preta (Apis mellifera) próxima a uma flor branca e o texto: Em ambientes urbanos, em áreas como jardins, parques e praças, existem diversos seres vivos que interagem entre si. Entre eles há insetos que polinizam flores, como as abelhas.
Detalhe de ampliação na copa da árvore mostra a cabeça de um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) com uma pitanga no bico e, (2), no chão, outra ave, um sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) também com uma pitanga no bico e o texto: Algumas aves se alimentam de frutos e dispersam as sementes. Detalhe de ampliação de um urubu-preto (Coragyps atratus), (3), sobre uma lata de lixo marrom comendo restos de comida e o texto: Parte dos resíduos produzidos e descartados pelos seres humanos atrai alguns animais, como os urubus, que se alimentam de materiais em decomposição. Microrganismos decompositores também se alimentam desses resíduos, transformando esses materiais em substâncias mais simples. Na praça há uma mulher de chapéu e avental marrom, (4), segurando um ancinho e o texto: Seres humanos interagem com plantas, animais e microrganismos.
Representação esquemática de diferentes relações ecológicas: (A) em um ambiente preservado e (B) em um ambiente urbano. As diferentes espécies em um ecossistema estabelecem muitas relações ecológicas simultaneamente. (Imagens sem escala; cores-fantasia.

Fontes: Ilustração elaborada com base em SILVA, E. L. P.; SANTOS, E.; TONETTI, E. L. Interação planta-polinizador em praças públicas da cidade de Morretes (Paraná). Meio Ambiente (Brasil), volume 2, número 3, página 21-42, 2020. Disponível em: https://oeds.link/myclBi; UNIVERSIDADE Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Aves em ambiente urbano: muito além da beleza e do canto. Disponível em: https://oeds.link/JY2qDL. Acessos em: 15julhoponto 2022.

De ôlho no tema

Analise os esquemas de relações ecológicas ilustrados e responda às questões a seguir.

  1. Identifique as relações ecológicas apresentadas em (A) e (B).
  2. O que aconteceria com as espécies vegetais se os dispersores de semente deixassem de existir?
  3. Como se pode perceber, as relações ecológicas ocorrem tanto em ambientes naturais, como em ambientes modificados. Identifique algumas das relações que você estabelece com outros seres vivos.

TEMA 2 Domínios morfoclimáticos brasileiros

Um domínio morfoclimático pode abranger diferentes biomas.

Os seis domínios brasileiros

Uma área geográfica na qual predominam certas características de clima, relevo, hidrografia, vegetação e solo constitui um domínio morfoclimático. Isso significa que o domínio geralmente é constituído por um bioma típico predominante, mas também pode incluir outros tipos de bioma em menor proporção. Um bioma corresponde a uma região geográfica com características uniformes, enquanto um domínio morfoclimático pode ser mais amplo e heterogêneo ao longo de sua extensão.

No Brasil podem ser encontrados seis domínios morfoclimáticos, além de áreas de encontro entre domínios, chamadas faixas de transição.

Domínios morfoclimáticos brasileiros

Mapa do Brasil com sete cores indicando a ocorrência de diferentes domínios morfoclimáticos. Na região Norte, grande extensão de verde escuro, indicando domínio Amazônico. Na região Centro-Oeste, grande extensão de verde claro, indicando Cerrado. Na região Sudeste e por todo o litoral leste do país, a cor rosa indica o domínio Atlântico. No interior do Nordeste há uma extensão marrom, indicando domínio das Caatingas. No interior do Sul há a cor laranja, indicando domínio das Araucárias. No extremo Sul a cor roxa indica o domínio das Pradarias. Contornando o Cerrado e a Caatinga há regiões amarelas que indicam faixas de transição. À leste do Cerrado a letra A indica Pantanal Mato-grossense. À noroeste da Caatinga, a letra B indica Mata dos Cocais. À leste da Caatinga a letra C indica Agreste. No canto superior direito, planisfério destacando a localização do Brasil. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros.
Distribuição dos seis domínios morfoclimáticos e de três áreas de transição (identificadas pelas letras A, B e C) no território brasileiro. (A) Pantanal Mato-Grossense; (B) Mata dos Cocais; (C) Agreste.

Fonte: ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

  • Domínio Atlântico. Região situada na área costeira, com predominância do bioma do tipo floresta tropical.
  • Domínio Amazônico. Região localizada no norte do país, com predominância do bioma do tipo floresta tropical.
  • Domínio do Cerrado. Região que ocorre principalmente no centro do país, com predominância do bioma do tipo savana.
  • Domínio das Caatingas. Região que prevalece no nordeste do país, com predominância do bioma do tipo savana.
  • Domínio das Pradarias. Região própria do sul do Brasil, com predominância do bioma do tipo pradaria.
  • Domínio das Araucárias. Região localizada no sul do Brasil, com predominância do bioma do tipo floresta subtropical úmida.

Faixas de transição

As faixas de transição são áreas que apresentam um conjunto de características dos domínios que as cercam. Nessas áreas, as mudanças nas características de relevo, clima, vegetação e fauna ocorrem de maneira gradual.

Exemplos de faixas de transição são o Pantanal Mato-Grossense, a Mata de Cocais e o Agreste, indicados, respectivamente, pelas letras A, B e C no mapa apresentado anteriormente. Observe a seguir paisagens típicas dessas áreas.

Fotografia. A: Vista de corpo d'água com árvores e vegetação na margem. No corpo d'água há plantas aquáticas.
Fotografia B: Palmeiras altas com folhas no topo.
Fotografia C: Campo seco com árvores secas. Ao fundo, vegetação verde e uma montanha.
(A) O Pantanal Mato-Grossense corresponde a uma área de transição que apresenta características do domínio Amazônico e do domínio do Cerrado. (Aquidauana, Mato Grosso do Sul, 2021.) (B) A Mata de Cocais é uma faixa de transição entre os domínios Amazônico, do Cerrado e das Caatingas. (São Raimundo Nonato, Piauí, 2021.) (C) A faixa de transição encontrada entre os domínios Atlântico e das Caatingas recebe o nome de Agreste. (Buíque, Pernambuco, 2022.)

De ôlho no tema

Descreva a relação entre bioma e domínio morfoclimático.

TEMA 3 O domínio Atlântico

A Mata Atlântica é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo e também uma das mais ameaçadas.

A Mata Atlântica

O domínio Atlântico está localizado predominantemente no litoral brasileiro. Recebe também o nome de Mares de Morros, por apresentar uma cadeia de montanhas ao longo da costa. O principal bioma que compõe esse domínio é a floresta tropical, que recebe o nome de Mata Atlântica.

Entre as principais características da Mata Atlântica se destacam:

  • clima quente e chuvoso;
  • solo, em geral, raso, pobre em nutrientes, úmido e com pouca incidência de luz. Na camada superior do solo, acumula-se grande quantidade de matéria orgânica, a serrapilheira. Essas características favorecem a presença de microrganismos decompositores, que liberam nutrientes necessários para o desenvolvimento da vegetação. Muitos animais que vivem no solo contribuem para a fertilidade dele, como minhocas e insetos;
  • grande quantidade e variedade de plantas, como jequitibás-rosa, cedros, figueiras, ipês, bromélias, orquídeas e samambaias. A floresta é densa, e há forte competição por luz e espaço. As árvores mais altas, de cêrca de 30 metros de altura, obtêm a maior quantidade de luz e barram grande parte dos raios solares para os estratoglossário s inferiores. Nos estratos mais baixos, há muitas plantas pequenas que vivem sôbre outras obtendo maior quantidade de luz. Existe grande diversidade de briófitas e pteridófitas, que são favorecidas pela grande disponibilidade de água;

Domínio Atlântico

Mapa do Brasil com região destacada em rosa no Sudeste e em todo o litoral leste indicando o domínio Atlântico. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1030 quilômetros.
Distribuição do domínio Atlântico no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia. Vista de borda de mata densa com diversos tipos de árvores.
Paisagem típica da Mata Atlântica na Reserva Biológica de Sooretama. (Jaguaré, Espírito Santo, 2021.)
  • grande diversidade de animais, favorecidos pelo clima e pela grande disponibilidade de alimentos e hábitats, como micos-leões, onças-pintadas, preguiças, cutias, tamanduás, insetos, serpentes e pererecas. Muitos dêsses animais se alimentam das plantas e acabam auxiliando na polinização e na dispersão de sementes;
  • uma das maiores biodiversidades do planeta, com muitas espécies endêmicas, ou seja, espécies que ocorrem exclusivamente em determinada região geográfica.

Impactos ambientais na Mata Atlântica

Mais de 70% da população brasileira e também grandes polos industriais, petroleiros e portuários do Brasil estão localizados em áreas nas quais anteriormente havia Mata Atlântica.

A Mata Atlântica ocupa cêrca de 13% do território brasileiro, estendendo-se do Nordeste ao Sul do país. Hoje, por causa da intensa ação humana, restam cêrca de 27% de sua cobertura vegetal original. Os trechos de floresta mais preservados encontram-se na faixa litorânea dos estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Até mesmo esses trechos de floresta estão sob constante ameaça em função de desmatamento, degradação, poluição e caça.

O crescimento urbano desordenado, a agropecuária e a extração de madeira são as principais causas de desmatamento. Muitas espécies endêmicas da Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção, principalmente em decorrência da destruição do seu hábitat natural.

Fotografia. Vista aérea de mata fechada com áreas desmatadas ao redor. Sobre a mata há destaque de um macaco cinza sobre um galho. Ao lado, pequena ilustração do animal indica 78 centímetros de comprimento.
O muriqui-do-norte (Brakiteles raipoxantus) é uma espécie endêmica da Mata Atlântica que está ameaçada de extinção. Área de Mata Atlântica desmatada. (Aracruz, Espírito Santo, 2021.)

De ôlho no tema

  1. Explique o que são espécies endêmicas e a importância de conservar os locais onde elas vivem.
  2. Quais as principais causas de desmatamento na Mata Atlântica?
  3. Cite três relações ecológicas que foram apresentadas para o domínio Atlântico.

TEMA 4 O domínio Amazônico

A Floresta Amazônica é a floresta tropical de maior extensão do planeta.

A Floresta Amazônica

Quase metade do território brasileiro é ocupado pelo domínio Amazônico. O principal bioma que compõe esse domínio é a floresta tropical, que recebe o nome de Floresta Amazônica. Essa floresta está localizada em nove países da América do Sul e sua maior extensão está no Brasil.

As principais características da Floresta Amazônica são:

  • clima marcado por calor intenso e chuvas abundantes;
  • solo pobre, mas com grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, processo favorecido pelo clima. Os nutrientes disponibilizados pela decomposição possibilitam que esse solo suporte a vegetação exuberante típica do bioma;
  • imensa rede de rios que constitui a Bacia Amazônica (rio Amazonas e todos os seus afluentes) e corresponde a cêrca de 20% das reservas de água doce do planeta;
  • vegetação exuberante, composta de várias espécies de plantas. A grande disponibilidade de água favorece o desenvolvimento dessa vegetação, que inclui árvores altas, de cêrca de 40 metros de altura, com grandes copas e muitas plantas que se apoiam nelas. Também há árvores de menor porte, arbustos e plantas rasteiras, adaptadas à menor incidência de luz, característica dos estratos mais baixos da floresta;
  • grande diversidade de animais, que exploram os diversos estratos da floresta, desde a copa das árvores mais altas até o solo.

Domínio Amazônico

Mapa do Brasil com região Norte destacada em verde escuro indicando o domínio Amazônico. No canto inferior esquerdo e escala de 0 a 1030 quilômetros.
Distribuição do domínio Amazônico no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia. Vista aérea de mata fechada com rios extensos formando fazendo curvas.
Vista aérea do rio Juruá e da Floresta Amazônica. (Carauari, AM, 2021.)

Trecho da Floresta Amazônica

Ilustração. Mata com diferentes tipos de árvores, de diversas alturas, e um rio na lateral. O solo é mostrado em corte.
Representação esquemática em córte mostrando parte da diversidade de plantas que compõem a Floresta Amazônica. Atente para duas características típicas das florestas tropicais: a diferença de tamanho das plantas (estratos) e a proximidade entre elas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em NATIONAL GEOGRAPHIC. Mapa Suplemento: Amazônia, vigorosa e frágil. Disponível em: https://oeds.link/MxHphJ. Acesso em: 15 julho 2022.

Fotografia A: Dois macacos pretos com o rosto branco no galho de uma árvore. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal indica 60 centímetros de comprimento.
Fotografia B: Pássaro laranja com pontas das asas e da cauda pretas. Na cabeça possui penas com formato de arco. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal indica 28 centímetros de comprimento.
Fotografia C: Pequena rã azul com cabeça vermelha e manchas pretas pelo corpo. Está em cima de uma folha. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal indica 2 centímetros de comprimento.
Animais que habitam a Floresta Amazônica: (A) macaco-aranha-da--cara-branca (Ateles marginatus), que habita os estratos mais altos; (B) galo-da-serra (Rupicola rupicola), que vive nos estratos intermediários e baixos da floresta; (C) rã da espécie Ranitomeya benedicta, encontrada nos estratos mais baixos.

Impactos ambientais na Floresta Amazônica

Mais de 19% da área original da Floresta Amazônica brasileira foi destruída por causa do uso sem planejamento dos recursos naturais em atividades como extração de madeira, mineração e agropecuária. Isso interfere na vida das diversas espécies que habitam esse bioma, muitas das quais se encontram atualmente ameaçadas de extinção.

De ôlho no tema

  1. Relacione as características do clima e do solo da Floresta Amazônica à vegetação exuberante que ela apresenta.
  2. Os domínios Atlântico e Amazônico apresentam predominância do bioma floresta tropical. Retome as características dêsses dois domínios e cite diferenças entre eles.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

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REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Classifique as seguintes relações ecológicas: mutualismo, predação, inquilinismo, parasitismo, comensalismo, protocooperação em:
    • Vantajosa (+) para ambas as espécies.
    • Vantajosa (+) para uma das espécies e neutra (0) para a outra.
    • Vantajosa (+) para uma das espécies e prejudicial () para a outra.

2. Em 2017 e 2018, houve um aumento considerável nos casos de febre amarela no Brasil. Essa doença é provocada por um vírus e é transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos.

Qual é o tipo de relação ecológica existente entre o vírus causador da febre amarela e o ser humano? Cite outro exemplo dêsse tipo de relação.

ANALISAR

3. Compare o mapa a seguir com o mapa de domínios morfoclimáticos do Tema 2. Em seguida, responda.

Distribuição da população brasileira – 2017

Mapa do Brasil indicando aglomerações de pessoas com 10 mil habitantes ou mais. Regiões com maiores aglomerações: Sudeste, Sul e litoral do Nordeste. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 620 quilômetros.

Fonte: Mapa elaborado com base em dados do í bê gê É. Disponível em: https://oeds.link/hC5VNw. Acesso em: 15 julho 2022.

  1. Em qual domínio se concentra a maior parte da população brasileira? E a menor?
  2. Quais são as consequências dessa densidade populacional para o domínio?

4. As linhas dos gráficos a seguir indicam o que acontece ao longo do tempo com o tamanho das populações das espécies A e B quando elas estão isoladas (situaçãoum) e quando são reunidas em um mesmo local (situação dois). Analise-os e responda às questões.

Tamanho da população de A e B ao longo do tempo

Gráficos de linhas. No eixo vertical, número de indivíduos. No eixo horizontal, tempo. I: dois gráficos intitulados Espécies isoladas. No primeiro, linha verde indica que o número de indivíduos A cresce ao longo do tempo até ultrapassar uma linha horizontal pontilhada vermelha. No segundo, linha azul indica que o número de indivíduos B cresce ao longo do tempo mas não ultrapassa a linha horizontal pontilhada vermelha. II: um gráfico intitulado Espécies reunidas com as linhas A verde e B azul. Número de indivíduos A inicialmente acima da linha tracejada vermelha e decresce com o tempo para baixo dela. Número de indivíduos B inicialmente abaixo da linha tracejada vermelha e também decresce com o tempo.
  1. O que acontece com o tamanho das populações quando elas são reunidas?
  2. A relação que as duas espécies estabelecem é positiva, negativa ou neutra para cada espécie? Que relação ecológica pode existir entre elas?

Produza um argumento científico para responder a essas questões. O argumento deve apresentar os seguintes elementos: dados – o que é observado nos gráficos; justificativa – explicação para o que é observado, responde a primeira questão da atividade; conclusão – o que pode ser concluído a partir dos dados e da justificativa, responde a segunda questão da atividade; qualificador – o grau de certeza que você atribui ao seu argumento.

COMPARTILHAR

5. As florestas tropicais brasileiras (Mata Atlântica e Amazônica) abrigam a maior diversidade do planeta. Reúnam-se em grupos e, com base no que vocês estudaram sôbre os domínios Atlântico e Amazônico, produzam uma apresentação em meio digital mostrando:

  1. A relação do modo de vida dos anfíbios com as condições do ambiente em que vivem, justificando sua maior diversidade nos domínios citados.
  2. Algumas condições que tornam as florestas tropicais aptas a abrigar grande diversidade de aves e de mamíferos.

O material produzido pode ser apresentado para a turma ou publicado no blog, site ou redes sociais da escola sob orientação do professor.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

A compreensão das paisagens

O modo de compreender e fazer ciência mudou muito ao longo do tempo. Observe, por exemplo, estas duas representações científicas da Mata Atlântica.

A primeira ilustração foi retirada da obra Flora brasiliensis, produzida por carlFriedrich Philipp von Martius (1794-1868) e colaboradores, entre 1840 e 1906, durante uma expedição científica no Brasil. A segunda é de um artigo científico de 2010 do ecólogo Luiz Fernando Silva Magnago e colaboradores.

Embora as duas imagens representem o mesmo bioma, elas são claramente muito diferentes. Na época em que Martius viveu, muitos cientistas que estudavam as paisagens naturais julgavam importante descrevê-las em detalhes, procurando até mesmo transmitir as sensações subjetivas que esses locais proporcionavam. Atualmente, a ciência valoriza as informações objetivas, como o número de espécies e o tamanho delas.

Representação artística de trecho da Mata Atlântica

Ilustração em preto e branco. Árvores em uma floresta fechada alta e densa. Na margem de um rio há uma mulher de vestido e faixa na cabeça segurando um balde.

Fonte: MARTIUS, C. F. P. von e outros Flora brasiliensis. abre colchetesem localfecha colchete, 1906. v. I, parte um, prancha 36.

Diagrama de perfil de trecho da Mata Atlântica

Esquema. Árvores com diferentes tamanhos enumeradas e posicionadas ao lado de um eixo vertical indicando altura. No eixo horizontal, indicação de 50 metros. Entre 10 e 18 metros há árvores 2, 8 e 12. Entre 6 a 10 metros: árvores de 2, 9, e 10, 11 e 12. Até 6 metros: árvores de 1, 3, 4, 5, 6 e 7.
Representação esquemática da Floresta Inundável do Parque Natural Municipal de Jacarenema, em Vila Velha, Espírito Santo. Cada número indica uma espécie diferente de planta.

Fonte: MAGNAGO, L. F. S. et al. Gradiente fitofisionômico-edáfico em formações florestais de Restinga no Sudeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, volume 24, número 3, página 734-746, 2010. Disponível em: https://oeds.link/tRGPsQ. Acesso em: 15 julho 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

Converse com os colegas e responda às questões.
  1. Para vocês, quais informações na primeira imagem são objetivas? Quais são subjetivas?
  2. Quais são as principais diferenças entre as duas imagens? Que informações estão presentes em uma e ausentes na outra?
  3. Elaborem uma hipótese para responder às seguintes questões: A representação artística de Martius foi relevante para a Ciência realizada naquela época? De que modo?

TEMA 5 O domínio do Cerrado

O domínio do Cerrado é constituído principalmente pelo bioma savana e apresenta grande biodiversidade.

O Cerrado

O domínio do Cerrado é o segundo maior domínio morfoclimático brasileiro, ocupando cêrca de 20% do território nacional. Está localizado principalmente na região central do país, abrangendo dez estados brasileiros. O bioma predominante nesse domínio é a savana, que nessa região recebe o nome de Cerrado.

O Cerrado é caracterizado por:

  • clima com verão chuvoso e inverno seco;
  • área cortada por três bacias hidrográficas: Tocantins, São Francisco e Prata. No entanto, isso não garante uma grande disponibilidade de água no bioma. Os maiores reservatórios de água estão localizados a grandes profundidades, no subsolo;
  • grande biodiversidade, a maior entre as savanas do mundo. Nele vivem muitas espécies de animais que estão adaptadas à alternância entre as estações seca e chuvosa e interagem com as espécies vegetais típicas;
  • grande variedade de fisionomias, como veremos a seguir.

Domínio do Cerrado

Mapa do Brasil. Na região Centro-Oeste, grande extensão na cor verde claro, indicando Cerrado. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 990 quilômetros.
Distribuição do domínio do Cerrado no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia A: Lobo-guará, mamífero quadrúpede marrom com pernas compridas e pretas nas extremidades. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal indica 1,2 metro de comprimento.
Fotografia B: Ave cinza e branca com bico pequeno laranja e pernas finas longas rosas. Na cabeça, acima do bico, há algumas penas levantadas. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal indica 70 centímetros de altura.
Animais que habitam o Cerrado: (A) lobo-guará (crisócion braxiúrus), mamífero carnívoro, do mesmo grupo dos cães, lobos e raposas; (B) seriema da espécie Cariama cristata, ave cujo canto marcante pode ser ouvido a mais de um quilômetro de distância.

Saiba mais!

FRUTOS DO CERRADO

Os frutos do Cerrado ainda são pouco conhecidos pela população brasileira em geral. Muitos deles, como a cagaita e o buriti, são ricos em vitaminas. O umbu, a mangaba, o cajá-manga e o murici são bastante utilizados em sucos e sorvetes. O pequi é um fruto muito apreciado na culinária do Cerrado.

Com a retirada da vegetação para a agricultura e a pecuária na região, o número de árvores de muitas espécies diminuiu. Por esse motivo, alguns projetos de conservação estão adotando estratégias de replantio e comércio dos frutos dêsse bioma.

As fisionomias do Cerrado

De modo geral, a vegetação do Cerrado apresenta características relacionadas ao clima seco, a ocorrência de incêndios periódicos e ao solo pobre em nutrientes, que podem limitar o desenvolvimento das plantas. Elas apresentam adaptações, como raízes profundas, que atingem reservatórios de água subterrânea, cascas grossas e folhas espessas, que diminuem a perda de água. Além disso, algumas árvores perdem as folhas na estação seca.

O Cerrado abriga campos de herbáceas, com maior ou menor presença de árvores e arbustos, o que resulta em diferentes fisionomias da vegetação.

As fisionomias vão do campo limpo, em que há apenas plantas rasteiras, com poucos arbustos que recebem alta incidência de luz, até o cerradão, com vegetação mais densa, incluindo árvores de grande porte (cêrca de 15 metros de altura), com troncos retorcidos e vegetação mais baixa, que recebe pouca quantidade de luz.

Fisionomias do Cerrado

Esquema. No eixo vertical, altura em metros, no eixo horizontal, visão em perfil do Cerrado com diferentes fisionomias do domínio. 1: Campo limpo: apenas vegetação rasteira. 2: Campo sujo: vegetação rasteira e arbustos com menos de 5 metros de altura. 3: Campo cerrado: vegetação rasteira com árvores de até 5 metros de altura. 4: Cerrado: vegetação rasteira mais esparsa e árvores com altura entre 5 e 10 metros. 5: Cerradão: pouca vegetação rasteira e árvores com altura entre 10 e 15 metros.
Representação esquemática da variação gradual de fisionomias no Cerrado, dos campos abertos sem árvores (campo limpo) às florestas fechadas (cerradão).

Fonte: Adaptado de COUTINHO, L. M. O conceito de Cerrado. Revista Brasileira de Botânica, volume 1, página 17-23, 1978.

Fotografia A: Campo aberto com vegetação rasteira amarelada e uma árvore isolada no centro. Ao fundo, montanhas e céu azul.
Fotografia B: Vista aérea de mata com cachoeiras em um corpo d'água e vegetação diversa, rica em árvores.
(A) Campo limpo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. (Alto Paraíso de Goiás, Goiás, 2021.) (B) Cerradão com vegetação mais densa e cachoeira. (Cristalina, Goiás, 2021.)

Impactos ambientais no Cerrado

A paisagem do Cerrado foi e continua sendo muito modificada. Muitos rios foram contaminados com mercúrio, por causa do garimpo, e a vegetação nativa foi desmatada para a comercialização de madeira, a produção de carvão, a expansão urbana e a agropecuária. Essas alterações impactam diretamente os seres vivos que habitam esse bioma: muitas espécies endêmicas estão ameaçadas de extinção, e alguns animais migraram para regiões que não costumavam ocupar.

O fogo

O fogo é um importante fator ecológico no Cerrado e influencia o ciclo de vida de diversas espécies. Algumas plantas, por exemplo, só produzem flores e frutos após eventos de queimadas.

Eventos naturais como os raios podem provocar fogo na vegetação do Cerrado, sobretudo na transição entre as estações seca e chuvosa, quando as plantas estão secas.

Atualmente, muitas queimadas decorrem de ações humanas, em especial aquelas relacionadas à agropecuária. O uso frequente e indiscriminado do fogo em vastas áreas, ao contrário do fogo natural ocasional, pode levar à diminuição da diversidade de espécies e à alteração da vegetação do Cerrado.

Fotografia. Queimada em área com vegetação rasteira e arbustos secos.
Fogo na Terra Indígena Parabubure, que fica no Cerrado. (Campinápolis,Mato Grosso, 2021.)

De ôlho no tema

  1. Quais são as características típicas das árvores do Cerrado? Como essas características estão relacionadas ao clima?
  2. Descreva as principais modificações na paisagem do Cerrado em decorrência de atividades humanas.

TEMA 6 O domínio das Pradarias

O domínio das Pradarias é formado por campos localizados no sul do Brasil.

Os Pampas

O domínio das Pradarias é composto principalmente do bioma do tipo pradaria, que nessa região recebe o nome de Pampas ou Campos Sulinos. Esse domínio ocupa cêrca de 2% do território brasileiro e localiza-se no sul do Rio Grande do Sul.

As principais características dos Pampas são:

  • clima com temperaturas amenas e estações bem definidas. As chuvas, embora não tão abundantes como nas florestas, estão distribuídas ao longo do ano, e não há períodos longos de seca;
  • solo fértil, por isso a região é muito utilizada para o cultivo de trigo, soja, milho e uva;
  • vegetação predominantemente composta de gramíneas e arbustos de pequeno porte e esparsos. Nos campos podem ocorrer matas ciliares, ou seja, vegetação ao longo das margens de rios e pequenos trechos de mata isolados, chamados capões. A luminosidade e os ventos influenciam a vegetação.

Nas proximidades do litoral, a paisagem dos Pampas é marcada por regiões alagadas e com densa vegetação de plantas aquáticas. Essas áreas são chamadas de banhados. Nelas são encontrados diferentes animais. Os banhados são muito importantes para inúmeras aves aquáticas e migratórias que ali se alimentam e se reproduzem.

Fotografia. Quero-quero. Ave cinza com peito preto e branco e um bico fino laranja. Possui algumas penas levantadas para trás no topo da cabeça e pernas laranjas longas e finas. Abaixo, pequena ilustração do animal indica 37 centímetros de altura.
Quero-quero (Vanellus chilensis), ave conhecida como “sentinela dos Pampas”.

Domínio das Pradarias

Mapa do Brasil com a cor roxa em região a oeste do extremo Sul indicada como domínio das Pradarias. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1010 quilômetros.
Distribuição do domínio das Pradarias no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia. Vista de um rio estreito em ambiente de vegetação rasteira verde com poucas árvores esparsas. Há aves com penas rosadas sobrevoando e nadando no rio.
Paisagem de um banhado nos Pampas. (Viamão, Rio Grande do Sul, 2020.)
Fotografia. Campo aberto com gramado baixo e verde, sem árvores. Acima, céu nublado.
Paisagem dos Pampas. (Quaraí, Rio Grande do Sul, 2020.)

Impactos ambientais nos Pampas

Grande parte dos Pampas está devastada: mais de 50% de sua paisagem natural já foi modificada, dando lugar principalmente à agricultura e a pastos para a pecuária. Nesses pastos, o capim nativo é substituído por capim exótico, isto é, que não é natural dessa região. Além disso, a criação dos animais prejudica o solo, compactando-o.

A intensa atividade agrícola, especialmente de arroz, milho, trigo e soja, também contribui para esse processo de degradação, promovendo o desgaste do solo.

O Pampa é o bioma com menor representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (ésse êne u cê), com apenas 0,4% da área protegida por unidades de conservação, áreas naturais protegidas por lei para garantir a conservação da biodiversidade.

Fotografia. Vista de campo aberto com vegetação rasteira. Há ovelhas beges e vacas pretas e marrons dispersas no ambiente. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de vaca indicando 1,7 metro de altura, e de ovelha indicando 1,5 metro de altura.
Criação de bovinos e ovinos em área originalmente coberta por vegetação típica dos Pampas. (São Martinho da Serra, Rio Grande do Sul, 2019.)

Entrando na rede

Conheça o Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa, composto de representantes de diferentes identidades e regiões do bioma. O Comitê atua na construção de instrumentos políticos de defesa do bioma e dos modos de vida tradicionais do povo local. Disponível em: https://oeds.link/rULzhB.

Acesso em: 15 julho 2022.

De ôlho no tema

  1. As atividades pecuárias estão entre as principais causas da degradação dos Pampas. O que favoreceu o desenvolvimento da criação de animais nesse bioma?
  2. Descreva como são as áreas chamadas de banhados nos Pampas e explique por que elas são importantes para aves aquáticas e migratórias.

TEMA 7 O domínio das Araucárias

Na vegetação do domínio das Araucárias predomina o pinheiro-do-paraná.

Mata de Araucárias

O domínio das Araucárias situa-se nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O principal bioma dêsse domínio é a Mata de Araucárias, um tipo de floresta úmida, mas com temperaturas mais baixas que a das florestas tropicais.

Essa região caracteriza-se por:

  • apresentar altitudes, em geral, acima de 600 métros;
  • clima ameno, com temperaturas moderadas e grande quantidade de chuvas bem distribuídas ao longo do ano;
  • solo fértil e profundo. A vegetação é composta predominantemente de araucária (Araucaria angustifolia), conhecida como pinheiro-do-paraná;
  • floresta com três estratos arbóreos definidos; o mais alto é formado principalmente pelas copas das araucárias, que filtram grande parte da luz. O segundo estrato é denso e formado por arbustos. O estrato mais baixo é formado por plantas rasteiras.

Impactos ambientais na Mata de Araucárias

A área do domínio das Araucárias, que originalmente ocupava pouco menos de 5% do território nacional, sofreu intensa interferência humana e atualmente está reduzida a menos de 1% do seu tamanho original. A araucária em si é uma espécie considerada “em perigo crítico de extinção”. Em 2001, o córte de araucária foi legalmente proibido no Brasil, visando à conservação da espécie.

Domínio das Araucárias

Mapa do Brasil destacando  em laranja o interior da região Sul, indicando o domínio das Araucárias. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.030 quilômetros.
Distribuição do domínio das Araucárias no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia A: Árvores Araucárias em um campo. Elas têm galhos longos no topo do caule, com folhas na ponta. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da árvore indica 40 metros de altura.
Fotografia B: Pinha aberta ao meio. Ela é verde por fora e marrom por dentro, composta por diversas sementes justapostas. Ao lado, pequena ilustração da semente indica 7 centímetros de comprimento.
(A) Área nativa de Mata de Araucárias (São Joaquim, Santa Catarina, 2021.) (B) Pinha aberta, mostrando sementes de araucária, os pinhões, que fazem parte da alimentação humana.

De ôlho no tema

Diferencie a floresta típica da Mata das Araucárias da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica.

TEMA 8 O domínio das Caatingas

A Caatinga também é um tipo de savana, com clima mais seco do que o Cerrado.

A Caatinga

O domínio das Caatingas ocupa cêrca de 10% do território brasileiro, distribuindo-se pela maior parte da região Nordeste e pelo norte de Minas Gerais. O principal bioma que compõe esse domínio é a savana, chamada de Caatinga. A Caatinga ocorre exclusivamente no Brasil e apresenta grande diversidade de espécies de plantas, muitas das quais são endêmicas.

As principais características da Caatinga são:

  • clima semiárido, ou seja, com pouca chuva e temperaturas altas. Ocorre pouca variação de temperatura ao longo do ano, e as chuvas são irregulares;
  • solos rasos, que promovem o escoamento superficial da água na época das chuvas, formando rios. Muitos rios que iniciam na Caatinga só existem durante a época de chuvas, secando o resto do ano. Porém, mesmo durante a estiagem (período de seca), os rios São Francisco e Parnaíba não secam completamente;
  • no período de seca, a forte incidência da luz solar e a temperatura do solo (que pode atingir 60 graus Célsius) aceleram a evaporação da água das lagoas e dos rios. A maior parte da vegetação perde as folhas e fica esbranquiçada; daí o nome Caatinga, que em tupi significa “mata branca”. Essa paisagem caracteriza a Caatinga seca;
  • durante o período de chuvas, a água encharca o solo, as plantas formam folhas e o verde toma conta da paisagem, caracterizando a Caatinga verde.

Domínio das Caatingas

Mapa do Brasil destacando em marrom uma região no interior do Nordeste, indicando o domínio das Caatingas. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1010 quilômetros.
Distribuição do domínio das Caatingas no território brasileiro.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

Fotografia A: Vista de ambiente com vegetação marrom seca entre morros pedregosos.
Fotografia B: Vista do mesmo ambiente, mas com vegetação densa e verde.
(A) Caatinga seca. (B) Caatinga verde. Observe as diferenças da vegetação entre as duas fotos tiradas no mesmo local em épocas do ano distintas. (Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, 2015.)

As adaptações dos seres vivos da Caatinga

Muitos seres vivos da Caatinga possuem adaptações que permitem sua sobrevivência durante o longo período de seca. Conheça alguns exemplos.

  • As plantas, em geral, são de pequeno porte. Muitas têm folhas reduzidas, galhos retorcidos com espinhos e cascas grossas, que evitam ou diminuem a perda de água para o ambiente.
  • Cactos, como o mandacaru, armazenam água em seus tecidos.
  • Algumas espécies de peixes conseguem adiar o nascimento à espera das chuvas, isto é, os ovos só eclodem com a chegada das águas.
  • A perereca jia-de-parede (Corythomantis greeningi) tem uma fina camada de cálcio sôbre a pele, que reduz a perda de água. No fim do período chuvoso, esse anfíbio se insere de costas em buracos nos troncos das árvores ou em rochas e usa a cabeça como tampa e escudo, podendo ficar assim por meses ou até anos.
Fotografia. Topo de um cacto verde comprido coberto por espinhos finos marrons. Ao fundo, vegetação rasteira e árvores com copas fechadas. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta indica 4 metros de altura.
O caule do mandacaru (Cereus jamacaru), cacto típico da Caatinga, armazena água, e suas folhas são modificadas em espinhos.
Fotografia. Perereca marrom com pontos amarelos. Está sobre um galho de árvore marrom. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração do animal indica 4 centímetros de comprimento.
Perereca jia-de-parede (Corythomantis greeningi), adaptada à seca da Caatinga.

Impactos ambientais na Caatinga

cêrca de 36% da paisagem natural da Caatinga já foi modificada. Atualmente, ocorre um processo intenso de desertificaçãoglossário em decorrência da substituição da vegetação natural por campos cultivados e pastagens, principalmente por meio de queimadas.

O desmatamento para extração de madeira, utilizada na produção de lenha e de carvão vegetal, e a retirada de argila para olarias também ameaçam esse bioma.

Entrando na rede

Conheça as características do sapo da Caatinga (Pleurodema diplolistris) assistindo à animação O curioso caso do sapo da Caatinga. Disponível em: https://oeds.link/sV2e2A.

Acesso em: 15 julho 2022.

Saiba mais!

A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

A Caatinga é cortada por um rio muito importante para a região, o rio São Francisco, ou Velho Chico, como é conhecido. Com cêrca de 2 700 quilômetros de extensão, ele percorre cinco estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe).

Esse rio é usado como via de transporte, fonte de energia elétrica e na irrigação da região, além de fornecer oportunidades de lazer para os habitantes das proximidades. Por atravessar regiões muito áridas, alguns de seus afluentes secam no período de estiagem.

Atualmente, há um projeto de transposição das águas do rio São Francisco, que tem o objetivo de direcionar parte da água dêsse rio para as regiões semiáridas da Caatinga. Algumas das etapas dêsse projeto já foram concluídas, levando água para quase cem municípios.

A transposição das águas do rio São Francisco ainda é considerada preocupante. O projeto recebe críticas quanto aos impactos ambientais da obra para fauna e flora, e ainda são questionadas as consequências do desvio da água do rio que já é comprometido pela construção de barragens e pela destruição de matas ciliares. Há dúvidas se o projeto é sustentável, ou seja, se ele pode gerar os benefícios prometidos de fórma permanente sem comprometer o ambiente.

Fotografia. Vista aérea para um rio largo com algumas ilhas e vegetação ao redor. A água tem um tom esverdeado. Acima, pequena faixa de céu azul.
Vista aérea do rio São Francisco. (Lagoa Grande, Pernambuco, 2021.)

Obra de transposição do rio São Francisco

Mapa destacando a região Nordeste do Brasil com o trajeto do Rio São Francisco, indicado como uma linha azul clara, e de suas transposições, em outras cores. A nascente do rio está localizada no interior de Minas Gerais e ele segue pela Bahia, até a divisa com Pernambuco, direcionando-se para o litoral pela divisa entre Alagoas e Sergipe até desaguar no Oceano Atlântico. Na divisa entre a Bahia e Pernambuco, há uma ramificação para o norte na cor azul escura, indicada como Eixo Norte, que vai até a divisa entre Pernambuco, Ceará e Paraíba. A partir desse ponto, a linha torna-se laranja, é indicada como ramais e continua para o norte, com uma ramificação indo para o interior do Ceará, onde há a indicação 3: Salgado, e outra indo até o interior do Rio Grande do Norte, onde há a indicação 2: Apodi. Próximo à divisa entre Bahia, Sergipe a Alagoas há outra ramificação do Rio São Francisco, preta e indicada como Eixo Leste, que vai para nordeste por Pernambuco até o interior da Paraíba. Na divisa entre esses dois estados há uma ramificação laranja, um Ramal, que vai para leste no interior de Pernambuco, onde há a indicação 1: Agreste. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 180 quilômetros.

Fonte: Mapa elaborado com base em dados do MINISTÉRIO do Desenvolvimento Regional, govêrno Federal. Disponível em: https://oeds.link/KAorxL. Acesso em: 15 julho 2022.

De ôlho no tema

A Caatinga é um tipo de savana, assim como o Cerrado. Quais são as principais diferenças entre esses ambientes?

TEMA 9 O Pantanal Mato-Grossense

O Pantanal é um ambiente caracterizado por alagamentos periódicos.

Características do Pantanal

O Pantanal é uma grande planície inundável que ocupa cêrca de 150 mil quilômetros quadrados do território brasileiro. Abrange regiões dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e também se estende pelo Paraguai e pela Bolívia. Trata-se de uma faixa de transição, com características dos domínios Amazônico e do Cerrado.

Essa região caracteriza-se por:

  • clima marcado por verões úmidos e quentes, e invernos secos e frios;
  • típico alagamento periódico dos rios relacionado ao clima e à baixa inclinação da região. Há dois períodos que caracterizam o alagamento periódico: o das cheias e o das vazantes;
  • solo pouco permeável, com excesso de água, o que torna a decomposição da matéria orgânica mais lenta, diminuindo sua fertilidade. Nas épocas de seca, o solo torna-se mais fértil;
  • grande número de espécies, muitas das quais podem ser encontradas em outros domínios brasileiros;
  • atividades humanas, como a pecuária, a pesca, o turismo, a mineração e a agricultura. Muitas vezes, essas atividades são realizadas de maneira ilegal e descontrolada, provocando a degradação dêsseambiente.

Alagamento periódico no Pantanal

Dois esquemas da visão aérea de um mesmo ambiente em corte onde há um rio, vegetação em ambos os lados e animais representados em preto.
Primeiro esquema: A cheia. O rio está largo, com água ocupando áreas mais baixas com vegetação. Há setas amarelas apontando do rio para as áreas do entorno. Textos de apoio: Durante a estação das chuvas, os rios transbordam e alagam os campos, onde se formam banhados e lagoas temporários. Com a inundação, os peixes espalham-se por toda a área inundada do Pantanal.
Segundo esquema: A vazante. O rio está limitado a um canal estreito e há lagoas isoladas nas áreas mais baixas. Há setas amarelas apontando das áreas do entorno para o rio. Texto de apoio: Os pastos, renovados pela matéria orgânica trazida pela água, crescem verdes, atraindo cervos, capivaras e outros animais. Quando as chuvas param e os rios voltam a seus leitos, milhões de peixes ficam aprisionados nas lagoas e se tornam alimento para aves, jacarés e ariranhas.
Representação esquemática de uma área do Pantanal durante o período das cheias e o período das vazantes. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em GOMES, L.; VILLELA, R. A. A descoberta do paraíso. Veja, São Paulo: Abril, ano 32, número22, 2 junho 1999.

De ôlho no tema

Explique a importância do alagamento periódico para os seres vivos que vivem no Pantanal.

TEMA 10 Ecossistemas aquáticos

O Brasil apresenta abundância de reservatórios de água e, consequentemente, muitos tipos de ecossistemas aquáticos.

Classificação dos ecossistemas aquáticos

De maneira geral e simplificada, os ecossistemas aquáticos podem ser de água doce ou de água salgada. Os de água doce costumam ser classificados em dois grupos, de acôrdo com a existência de movimento das águas:

  • ecossistemas de água corrente, como rios e córregos;
  • ecossistemas de água parada, como lagos, lagoas, açudes e reservatórios artificiais (represas).

Os ecossistemas de água salgada correspondem aos mares e oceanos e constituem o maior de todos os ambientes do planeta, pois ocupam mais de 70% da superfície da Terra.

Fotografia. Vista aérea de grandes cachoeiras em montanhas formando um corredor com um rio ao centro.
Rio, um ecossistema de água doce corrente. (Rio Iguaçu,Paraná, 2022.)
Fotografia. Vista aérea de um corpo d'água largo e montes com vegetação nas margens.
Represa, ecossistema de água doce parada, criado artificialmente. (Paraibuna, SP, 2022.)
Fotografia. Vista aérea de mata fechada com um corpo d'água isolado de formato alongado com curvas.
Vista aérea de uma lagoa, ecossistema de água doce parada. (Aquidauana, MS, 2021.)
Fotografia. Peixe cinza com listras transversais azuis. A água é translúcida azulada. Abaixo, areia e corais marrons.
Mar, um ecossistema de água salgada. (Maragogi, AL, 2018.)

Manguezais

O manguezal é um ecossistema alagadiço, com solo de lama. É inundado duas vezes ao dia durante as marés cheias e sofre grande influência da água doce dos rios. A água nos manguezais é salobra, ou seja, menos salgada do que as águas oceânicas e mais salgada do que as águas dos rios, tendo baixo teor de gás oxigênio.

As árvores do manguezal geralmente são dotadas de adaptações que lhes permitem se fixar no solo mole dêsse ambiente. Além disso, algumas espécies possuem adaptações que auxiliam na obtenção de gás oxigênio. Nos manguezais, há grande abundância de seres vivos, sendo conhecidos como “berçários” de várias espécies de peixes que migram para esses ambientes na época da reprodução.

Os manguezais ocorrem nas regiões tropicais do planeta, em algumas áreas de transição entre ecossistemas terrestres e marinhos. No Brasil, eles são encontrados do Amapá a Santa Catarina, podendo ser incluídos entre os ambientes naturais mais produtivos do país.

Fotografia. Duas aves com plumagem vermelha, assim como suas pernas finas e compridas. Elas têm bico longo marrom e levemente curvado. Acima, pequena ilustração do animal indica 60 centímetros de altura.
O guará (Eudocimus ruber) é uma das aves típicas dos manguezais da América do Sul, geralmente encontrado em bandos.
Fotografia. Vegetação na margem de um rio. Há árvores com troncos finos e retorcidos com raízes ramificadas acima do solo.
Paisagem típica do manguezal. Observe as raízes das árvores, adaptadas para a fixação no solo. (Guaratuba, PR, 2021.)

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Locutor]: [Título] Os manguezais e sua importância socioeconômica

[Locutora]: Os manguezais são ecossistemas que desempenham um importante papel para a sobrevivência de inúmeras espécies de seres vivos. Eles têm também grande importância social e econômica para as comunidades humanas que habitam em seu entorno. Para falar sobre a importância da preservação dos manguezais e abordar sua relevância socioeconômica, convidamos o oceanógrafo Mário Luiz Gomes Soares, professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

[Entrevistado]: Bem para a gente entender os manguezais, o ecossistema manguezal, a gente tem que saber que ele é caracterizado por uma floresta. Ou seja, a gente está falando de um ecossistema florestal, mas que diferente de florestas que ocorrem no continente é uma floresta que ocorre na interface entre o mar e o continente, ou seja, está na região que nós chamamos de região entre marés. É uma área que é inundada todo dia praticamente pelas marés altas, ou seja, fica entre o limite das marés baixas e as marés altas. E outra característica importante para a ocorrência dos manguezais no planeta é que eles necessitam de uma temperatura amena. O que que eu quero dizer com isso? Que os manguezais, eles ocorrem basicamente nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, onde a gente tem uma temperatura relativamente quente, relativamente constante ao longo de todo ano, então a gente está falando de um ecossistema que é o ecossistema florestal, costeiro, que depende da água marinha, água salgada do mar, e que ocorre nas regiões quentes do planeta: tropicais e subtropicais.

[Entrevistado]: Para gente ter um exemplo, para nossa realidade no Brasil, a gente vai ter manguezais ocorrendo no Brasil desde o Norte, lá no limite do Oiapoque no Amapá, até Santa Catarina, no Sul do Brasil. De Santa Catarina para o Sul, o clima já fica tão frio, as temperaturas são tão mais baixas, que a gente já não tem mais manguezais ocorrendo.

[Vinheta]

[Entrevistado]: Ele é um ecossistema que tem diversas funções, sejam elas funções ecológicas, sejam elas funções econômicas ou funções sociais. Quando a gente fala de funções ecológicas, a gente está dizendo que os manguezais são importantes, por exemplo, para a manutenção da vida nessa região costeira tropical e subtropical. Ou seja, várias espécies dependem dos manguezais para várias funções ao longo de seu ciclo de vida.

[Entrevistado]: Então, a gente tem a importância ecológica dos manguezais, associados à alimentação, à reprodução, à manutenção dessas espécies. Diante disso, então, que eles são importantes para a manutenção da biodiversidade, da diversidade de espécies que ocorrem nos oceanos, na região tropical e subtropical, mas ele também tem importâncias econômicas, ou seja, os manguezais, eles fornecem produtos para a sociedade de diferentes formas, seja através de pescados, ou seja, algumas das espécies que eles mantêm são espécies de interesse econômico. Para dar exemplo, a gente tem vários caranguejos, vários peixes, camarões, vários moluscos que são... por exemplo, as ostras, os mariscos, várias dessas espécies que são exploradas economicamente dependem do manguezal para existir, para sobreviver, ou seja, a manutenção dessas espécies está diretamente relacionada aos manguezais.

Então a gente tem a importância econômica, a gente tem a importância ecológica e a gente tem também uma importância social, ou seja, qual é a importância social? Através de todos esses atributos, os manguezais propiciam formas de sobrevivência das pessoas, sejam elas, as pessoas que vivem diretamente nos manguezais que são, por exemplo, o que nós chamamos das comunidades tradicionais costeiras. Que são os pescadores, são os ribeirinhos, são alguns indígenas, dependendo da região do Brasil que a gente está falando, são algumas comunidades quilombolas, ou seja, várias comunidades tradicionais dependem dos manguezais para a manutenção do seu modo de vida, seja tirando o sustento dos manguezais, seja comercializando alguns produtos dos manguezais e tendo também a sua cultura relacionada aos manguezais.

[Entrevistado]: Mas independente de a gente ser ou não membro de uma comunidade tradicional, aqueles brasileiros que vivem fora dos manguezais também dependem dos manguezais. Por quê? Porque de alguma forma a gente está usando ou está sendo beneficiado por esses serviços que os manguezais fornecem, seja a gente comendo peixe, comendo caranguejo, comendo camarão, mas existem também outros serviços que os manguezais fornecem e que também têm um valor importante do ponto de vista da economia e da sociedade. Por quê? Porque a presença dessa floresta na linha de costa protege o continente de tempestades que vêm, ou seja, marés muito altas, em algumas regiões do planeta, que não é o caso do Brasil, tempestades tropicais como furacões, tufões. Todas essas formas de tempestade poderiam devastar as cidades costeiras e as regiões costeiras se não tivéssemos os manguezais protegendo.

[Entrevistado]: De uma forma geral, toda a sociedade depende de alguma forma dos manguezais, ou seja, tem alguma relação.

[Vinheta]

[Entrevistado]: Quando a gente observa os manguezais no Brasil, infelizmente a gente acaba constatando que existem algumas ameaças sérias à manutenção desse ecossistema, conservação desse ecossistema. A gente está falando de um ecossistema que ocorre na região costeira e boa parte da população brasileira vive na região costeira. A gente tem importantes centros urbanos na região costeira, centros industriais, portos, ou seja, diferentes formas de ocupação da zona costeira. E por consequência essas formas de ocupação muitas vezes entram em confronto com a conservação dos manguezais, ou seja, áreas de manguezais são muitas vezes destruídas e historicamente isso ocorreu no Brasil, não apenas no Brasil, no mundo, mas falando especificamente do Brasil, onde a expansão das cidades e dos centros urbanos muitas vezes se deu destruindo áreas naturais importantes dentre as quais, os manguezais.

[Entrevistado]: Então é importante, a gente ter essa consciência de que todos nós temos alguma coisa a contribuir para a conservação dos manguezais. O primeiro é ter a noção de que mesmo distante de nós é um importante sistema para a manutenção de toda a nossa vida, de toda a sociedade brasileira, que de alguma forma nós temos que nos envolver nos movimentos e nas causas relacionadas à conservação desse importante ecossistema.

[Crédito] O áudio inserido neste conteúdo é da Freesound.

De ôlho no tema

  1. Classifique os ecossistemas aquáticos e dê um exemplo de cada um deles.
  2. Relacione as características das árvores típicas do manguezal com o solo dessa região.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

O que caracteriza o ecossistema original de onde você vive?

Material

  • Caixa de papelão
  • Materiais diversos como tesoura de pontas arredondadas, cola, cartolina, tintas coloridas, pincéis, massa de modelar etcétera

Procedimento

  1. Reúna-se com três colegas e analisem o mapa do Tema 2 para identificar em que domínio morfoclimático ou faixa de transição se localiza o município em que vocês vivem.
  2. Planejem a construção de um diorama, ou seja, uma representação realista de um cenário em escala reduzida para representar esse ecossistema. Ele deve ser feito dentro da caixa de papelão; utilizem os materiais que considerarem mais adequados e procurem representar uma situação típica dêsse ecossistema.
  3. Após finalizado, apresentem aos demais grupos o diorama produzido, explicando oralmente as principais características que vocês representaram.

Analisar e discutir

  1. Qual domínio ou faixa de transição vocês representaram no diorama? Indique as características que o seu grupo incluiu e compare com as produções dos outros grupos.
  2. Você costuma observar, em seu dia a dia, paisagens semelhantes à que vocês representaram no diorama? Converse com os colegas sôbre os impactos que o ecossistema original da região em que vocês vivem vem sofrendo.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

Temas 5 a 10

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

1. Observe as regiões destacadas no mapa do Brasil e faça o que se pede.

Domínios morfoclimáticos

Mapa do Brasil com o interior da região Sul em vermelho indicado como A, e o oeste do extremo Sul em rosa indicado como B. No canto inferior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 890 quilômetros.

Fonte: Mapa elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

  1. Identifique os domínios morfoclimáticos característicos das regiões A e B.
  2. Nomeie e caracterize os biomas predominantes em cada um dos domínios em relação à vegetação, aos solos e ao clima.

2. Leia o texto e responda.

O Manejo Integrado do Fogo (ême i éfe) é uma técnica que propõe o uso de queimadas controladas em alguns domínios morfoclimáticos do Brasil, como o Cerrado, objetivando a conservação dos ecossistemas. Um dos argumentos dos defensores dêsse método é a renovação da vegetação dessas áreas após as queimadas.

Alguns pesquisadores não concordam com o MIF, pois o uso do fogo tem sido mal empregado nessas áreas. Como o uso frequente e indiscriminado do fogo coloca o Cerrado em risco?

3. Em suas fases iniciais de vida, grande número de espécies marinhas visita os manguezais. Isso acontece porque nesses ambientes ocorrem as condições a seguir, exceto:

  1. As marés revolvem o fundo lodoso, deixando em suspensão nutrientes e matéria orgânica.
  2. Folhas, frutos e galhos que caem dos mangues constituem rica fonte de alimento.
  3. As águas claras favorecem a penetração de luz, estimulando a produção de alimento pelas algas.
  4. Raízes e galhos entrelaçados da vegetação de mangue oferecem proteção contra predadores.

ANALISAR

4. Leia o trecho da letra da música de Luiz Gonzaga e responda.

reticências Que braseiro, que fornaia’

Nenhum pé de prantação’

Por farta’ d’água perdi meu gado

Morreu de sêde meu alazão

Por farta’ d’água perdi meu gado

Morreu de sêde meu alazão

Inté’ mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão reticências

Fonte: ASA branca. Compositores: L. Gonzaga e H. Teixeira. ín: 50 anos de chão. São Paulo: Beemegê Brasil, 1996. Disco 1, faixa 4.

  • De qual domínio morfoclimático a música trata? Justifique.
  • Produza um argumento científico para responder a essa questão. O argumento deve apresentar os seguintes elementos: conclusão – consiste na identificação do domínio morfoclimático a que a música se refere; justificativa – explicação das características dêsse domínio morfoclimático; dados – o que é observado na música; qualificador – o grau de certeza que você atribui ao seu argumento.

COMPARTILHAR

5. Reúnam-se em grupos e pesquisem mais informações sôbre o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Produzam um vídeo, uma animação, um texto ou outro tipo de material, para divulgação nas redes sociais da escola, sob orientação do professor, expondo:

  • Em que fase o projeto está atualmente.
  • Qual característica do rio São Francisco o tornaria ideal para a transposição para locais de estiagem e seca no Nordeste.
  • Argumentos científicos favoráveis e contrários à transposição do rio São Francisco, levando em consideração os ecossistemas e as populações locais. Para produzir argumentos científicos com menos fragilidades argumentativas é necessário apresentar de fórma clara seus elementos constituintes que, por enquanto, devem abranger: dados, justificativa, conclusão e qualificador.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

Fatores climáticos e biomas

Como você pôde perceber no estudo desta Unidade, temperatura e pluviosidade (quanti­dade de chuvas) estão entre as principais características dos biomas que compõem os domínios morfoclimáticos brasileiros. De fato, com base nas médias anuais de temperatura e pluviosidade de uma região, podemos identificar o bioma em que ela se insere.

Essas informações podem ser inseridas em um diagrama, que permite relacionar a quantidade anual de chuvas (no eixo vertical) com a temperatura média anual (eixo horizontal) para diferentes regiões.

Pluviosidade e temperatura média na identificação de biomas

Gráfico. No eixo vertical, quantidade anual de chuvas. No eixo horizontal, temperatura média anual. O fundo do gráfico é azul com gotas translúcidas. Há uma gota verde, com a letra A, posicionada em um ponto de alta quantidade anual de chuvas e temperatura anual mediana. Uma gota vermelha, B, está posicionada em um ponto com média quantidade anual de chuvas e temperatura anual média-baixa. Uma gota roxa, C, está posicionada em um ponto com baixa quantidade anual de chuvas e temperatura anual alta.

Fonte: Gráfico elaborado com base em ABISSÁBER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

ATIVIDADES

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Interpretar

1. Associe as regiões identificadas no diagrama como A, B e C aos biomas Floresta Amazônica, Caatinga e Pampas. Justifique sua resposta.

Produzir

2. Procure informações sôbre as temperaturas e a pluviosidade médias anuais de três cidades, cada uma localizada em um dos biomas indicados na questão anterior. Essas informações podem ser encontradas em atlas e sites de entidades que estudam fatores climáticos. Depois, construa um diagrama semelhante (utilizando os mesmos eixos) ao analisado na questão anterior com os dados encontrados.

O diagrama ficou semelhante ao que você tinha analisado na questão 1? Compare-os, justificando suas observações.

Refletir

  1. Você diria que a temperatura média anual da região onde vive é alta ou baixa? E a pluviosidade? Discuta essas questões com os colegas e decidam qual seria o melhor ponto do diagrama para desenhar um círculo que represente o seu município.
  2. Procure informações sôbre a temperatura e a pluviosidade anual média de seu município. Com base nesses dados, inclua seu município no diagrama produzido na questão 2. Ele ficou em posição semelhante à que vocês tinham previsto na questão 3?
  3. Qual é a importância de se conhecer a média de temperatura e a pluviosidade de uma região?

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

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Seis anos após o rompimento da barragem de Mariana, ecossistema marinho continua sofrendo os impactos do desastre

A data é 5 de novembro de 2015. Por volta das 15horas30, a barragem do Fundão, [...], localizada no interior de Mariana (Minas Gerais), se rompe e provoca o maior desastre ambiental do Brasil. Com o rompimento, 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério são imediatamente despejados no ambiente. Os efeitos: 19 pessoas mortas, centenas de desalojados, 41 cidades e 3 reservas indígenas atingidas.

sôbre os impactos ambientais, mesmo já se sabendo muito, ainda existem muitas perguntas sem resposta. Reunidos na Rede Rio Doce Mar (érre érre dê ême), um grupo de mais de 550 pesquisadores de 27 instituições de pesquisa tenta elucidar essas questões – dentre elas, o impacto em aves que vivem na foz do Rio Doce e nas águas marinhas próximas. reticências os pesquisadores concluíram que as espécies Faeton aetereus (Rabo-de-palha-de-bico-vermelho), Sula leucogaster (Atobá-pardo) e Pterodroma arminjoniana (Grazina-de-trindade) seguem se alimentando nos mesmos lugares e dos mesmos recursos alimentares – só que essas presas agora estão contaminadas pelos rejeitos da barragem. A partir da análise de tecidos dessas aves e da comparação com dados de antes do desastre, a pesquisa apontou que os animais estão contaminados por metais pesados, como arsênio e cádmio.

reticências

reticências Os rejeitos da barragem desceram ao longo de três rios, o Gualaxo do Norte, o do Carmo e o Doce, desaguando na costa marinha do Espírito Santo, a 660 quilômetros do local do desastre. Essa lama se espalhou pelo mar e decantou, ou seja, se depositou no fundo do oceano.

Infográfico composto por mapas, fotos e ilustrações. Mapa da região leste de Minas Gerais e do Espírito Santo mostrando a bacia hidrográfica do Rio Doce. Na legenda, linha vermelha indica rios contaminados. Na cidade de Mariana, em Minas Gerais, há um triângulo azul indicando Barragem de Fundão, a partir de onde inicia-se uma linha vermelha com a indicação Rio do Carmo. Essa linha passa pelas seguintes cidades de Minas Gerais: Ponte Nova, Ipatinga, Governador Valadares (a partir de onde é indicada como Rio Doce) e Aimorés, e pelas seguintes cidades do Espírito Santo: Baixo Guandu, Colatina, Linhares e Regência, onde desemboca no Oceano Atlântico formando uma mancha vermelha. Na lateral esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 50 quilômetros. Texto de apoio: As cidades atingidas. O volume de rejeitos liberados, equivalente a 16 mil piscinas olímpicas, afetou 1,2 milhão de pessoas que moram em municípios ao longo dos rios Doce e do Carmo, entre a barragem do subdistrito de Bento Rodrigues e o mar. Abaixo, à esquerda, fotografia de construções destruídas, cobertas de lama com um carro ao centro. Texto: A avalanche de lama causou danos sociais e ambientais incalculáveis. (Bento Rodrigues, MG, 2015.) Abaixo, à direita, fotografia com vista aérea de região litorânea com uma grande mancha marrom na água do mar em frente à foz de um rio com água marrom. Texto: As águas barrentas percorreram mais de 500 km até o litoral, deixando sedimentos tóxicos que afetaram o abastecimento de água potável de cerca de 25 mil pessoas. (Regência, ES, 2015.) Abaixo das fotografias, ilustrações de algumas espécies de peixe afetadas: traíra, cascudo, dourado, curimatã, surubim-do-doce (ameaçado de extinção) e bagre.

Fonte: Elaborado com base em GERAQUE, E. e outros Rastro da lama. Folha de São Paulo. Disponível em: https://oeds.link/WxJVsj. Acesso em: 19 julho2022.

“Toda vez que chove – e naquela região o período chuvoso vai de outubro a março – o rejeito que está na calha do rio é lançado pra dentro do sistema marinho novamente. E toda vez que entra uma ondulação mais forte no mar, ou venta mais forte, aquele rejeito depositado no fundo é suspenso novamente”

Guilherme Tavares Nunes [professor do Câmpus Litoral Norte da u éfe érre gê ésse e pesquisador que integra o grupo de pesquisa]

reticências

Outro ponto é que as aves marinhas atuam como vetores – não só de nutrientes, mas de contaminantes também – entre as áreas de alimentação e de reprodução. A ave vai ao mar para se alimentar e volta a uma ilha para se reproduzir. Nas ilhas, os animais deixam fezes, penas, cascas de ovos, etcétera, e tudo isso, aponta Guilherme, é nutriente (ou contaminante) que entra naquele ecossistema. Em resumo, contaminantes da barragem do Fundão estão sendo transportados pelas aves para ilhas como o arquipélago de Abrolhos e a ilha da Trindadereticências

reticências Em termos de impacto a outros grupos animais, por exemplo, reticências a área marinha mais afetada é local de reprodução para espécies como a baleia jubarte, a tartaruga-de-couro e a toninha (essas duas últimas ameaçadas de extinção). reticências quando detectamos efeitos de um evento como esse sôbre os representantes da megafauna marinha, que são predadores de topo, é porque todo o restante da teia trófica já foi severamente impactado”.

O pesquisador ressalta que deveria haver um monitoramento permanente das áreas atingidas pelas próximas décadas: “Nós estamos monitorando há três anos e, para uma ave marinha que pode viver dezenas de anos, isso é apenas a fração de uma geração”. reticências

Fonte: BARRADAS, M. S. Seis anos após o rompimento da barragem de Mariana, ecossistema marinho continua sofrendo os impactos do desastre. jota U Ciência, 16 dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/d1MEiE. Acesso em: 8 junho 2022.

TROCAR IDEIAS sôbre O TEMA

Em grupo, discutam as seguintes questões:

  1. Quais impactos ambientais do desastre de Mariana são apontados no texto e no infográfico?
  2. Que tipos de ecossistema foram afetados?
  3. Como a contaminação das aves marinhas pode também significar a contaminação de diversos ecossistemas?
  4. Vocês acham que o desastre de Mariana poderia ter sido evitado? Discuta com seus colegas medidas para evitar que outros desastres ambientais como esse aconteçam.

COMPARTILHAR

5. Além de afetar o ecossistema, o desastre de Mariana provocou a morte de moradores e de trabalhadores da região e causou a destruição de muitas residências e a interrupção no abastecimento de água e de energia. Muitos viviam da pesca e da agricultura e com a contaminação do ambiente não podem mais desenvolver essas atividades. Em grupo, proponham algumas medidas que poderiam ser tomadas para reparar os danos sofridos por essa população. Pensem também em fórmas de recuperação dos ecossistemas afetados pelo desastre.

Apresentem suas propostas ao restante da turma e considerem as dos outros grupos. Em conjunto, façam uma seleção das melhores propostas e, com o auxílio do professor, enviem um e-mail com as sugestões da turma para uma instituição que esteja trabalhando na recuperação da região.

COMO EU ME SAÍ?

  • Meu grupo pensou em diferentes soluções para o problema ambiental?
  • Analisei cada solução de vários ângulos e avaliei a viabilidade de cada estratégia?
  • Prestei atenção às propostas dos meus colegas e fiz sugestões positivas com a intenção de melhorá-las?
  • Percebi que trabalhar coletivamente resulta em um número maior de ideias e em propostas mais completas em razão da contribuição de todos os integrantes do grupo?
  • Aceitei críticas e sugestões dos colegas sôbre a minha ideia?
  • Participei ativamente do trabalho, concentrando meus esforços na ideia do grupo, independentemente de ela ter sido proposta por mim?
  • Se eu fosse explicar por que trabalhar e pensar de maneira interdependente é importante em um trabalho em grupo, eu diria que...

Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

Nobel alternativo: líder yanomami Davi Copênaua é o sétimo brasileiro a ganhar o prêmio

O líder indígena Davi Copênaua, do povo Yanomami, é um dos ganhadores do Right Livelihood Award, mais conhecido como prêmio “Nobel Alternativo”.

Ele receberá a premiação juntamente com a rutucára Associação Yanomami, cofundada e presidida por ele, “pela corajosa determinação em proteger as florestas e a biodiversidade da Amazônia, e as terras e a cultura de seus povos indígenas”.

Outras três pessoas também receberam o prêmio – a jovem ativista ambiental Greta Tãnberg (Suécia), a defensora dos direitos humanos, Aminatou Haidar (Saara Ocidental) e a advogada Guo Jianmei (China).

reticências

“Davi Copênaua, junto à Hutukara Associação Yanomami, está resistindo exitosamente à impiedosa exploração de terras indígenas na Amazônia, protegendo nossa herança planetária comum”, afirmou Ole von Uexkul, diretor-executivo da Right Livelihood Foundation.

reticências

Há mais de 30 anos, ele viaja pelo mundo em defesa do seu povo reticências e foi chave para o reconhecimento oficial do território yanomami na Amazônia em 1992, depois de quase dez anos de luta.

Fotografia. Indígenas com pinturas corporais segurando instrumentos musicais e instrumentos de caça artesanais. Eles estão em um local aberto com solo arenoso e, ao fundo, há uma construção comprida com cobertura de palha.
Povo indígena Yanomami com pintura corporal durante festividade na Aldeia Toototobi. (Barcelos, Amazonas, 2019.)

reticências “Eu continuo a luta pelos direitos do meu povo, nossos direitos à terra, saúde, nossa língua e costumes, nosso xamanismo e muito mais” reticências “O papel de rutucára é defender o povo Yanomami e a nossa terra contra políticos, garimpeiros, fazendeiros e outros que querem roubar. Nossa terra é tudo o que sabemos. Eu não vou parar de lutar. Eu vou continuar até morrer.” reticências

Fonte: NOBEL alternativo: líder yanomami Davi Copênaua é o sétimo brasileiro a ganhar o prêmio. bê bê cê Brasil, 25 setembro 2019. Disponível em: https://oeds.link/hvHLcn. Acesso em: 15 julho 2022.

É o “pouco índio” que está sustentando o planeta Terra, avisa Davi Copênaua

reticências

Entre 2020 e 2021, dois importantes relatórios – sôbre o impacto do coronavírus e sôbre o garimpo ilegal – revelaram as ameaças à Terra Indígena Yanomami, localizada no extremo norte do Brasil, entre os estados de Roraima e Amazonas.

O mais recente, Cicatrizes na Floresta – A evolução do garimpo, produzido pela rutucára Associação Yanomami e Associação Uanasseduume Ye´kwana, aponta que os temores de Davi Copênaua, expressos em livros, entrevistas e discursos, se aproximam. São mais de vinte mil garimpeiros ilegais no território e um impacto equivalente a dois mil campos de futebol de terra arrasada. De janeiro a dezembro de 2020, o tamanho da área degradada aumentou em 30%.

Os alertas para o que estamos vivendo hoje – crise climática, epidemias, destruição das florestas – já são dados há décadas. “Os brancos vão fazer adoecer a terra e o céu”, escreve Copênaua em A Queda do Céu.

A mensagem do xamã, “para flechar corações da sociedade não indígena”, está entregue.

São os povos indígenas que estão impedindo o céu cair sôbre todos.

reticências

Davi Copênaua: reticências A visão do povo yanomami é ver a terra, ninguém tá olhando pra cima (à toa)... Nossa visão, do povo yanomami, é ficar de ôlho na nossa terra-planeta. É muito importante.

Isso é a cultura yanomami, o costume yanomami. O meu povo passado que deixou,  repassou para nós, as lideranças novas, para ficar de ôlho.

Hoje a terra não está como antigamente.

Agora quem está segurando o nosso direito do povo da terra é a grande alma da floresta amazônica.

Isso é o que garante a nossa vida. Nossa convivência. Trabalhar com saúde, ter alimento, água, frutas da floresta, caça e peixe. A beleza da natureza está ligada ao povo yanomami, povo ie kuana e outros povos indígenas do Brasil.

A natureza é uma luz para segurar a cultura da terra. A terra não vai morrer, mas a floresta vai morrer. Quando o homem da cidade derrubar muito, ele vai acabar com a floresta. Omama que está nos protegendo, Omama que está junto com a natureza, com a floresta que sustenta a nossa sobrevivência hoje, e a das futuras gerações. Nossos filhos vão continuar a sustentar a floresta.

Fonte: CHAMORRO, P. É o “pouco índio” que está sustentando o planeta Terra, avisa Davi Copênaua. National Geographic, 3 setembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/i6fbm7. Acesso em: 15 julho 2022.

Fotografia. Homem indígena de cabelo curto preto, sem camiseta e com rosto pintado com linhas pretas. Usa um colar com um pequeno osso como pingente, uma pena verde em cada orelha, e adornos amarelos nos braços com penas verdes e vermelhas.
Cacique indígena Davi Copênaua. (Barcelos,Amazonas, 2019.)

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

OBTER INFORMAÇÕES

  1. Pelo que Davi Copênaua luta?
  2. Por que ele foi premiado com o Nobel alternativo?
  3. Por que Davi Copênaua acredita que ”é o ‘pouco índio’ que está sustentando o planeta Terra”? Justifique utilizando elementos encontrados nos textos.

PESQUISAR E COMPARTILHAR

  1. Em que situações da vida cotidiana os conhecimentos indígenas podem nos ajudar a viver de outra maneira?
  2. Por que os conhecimentos das culturas dos povos originários indígenas interessam às ciências?
  3. Busque textos, filmes e livros sôbre a cultura yanomami. Faça um breve texto argumentativo sôbre a importância dessa cultura para o Brasil. Depois, compartilhe com seus colegas suas ideias em uma roda de discussão.

Glossário

Nicho ecológico
: conjunto de variáveis ambientais relacionadas a uma espécie, como seu hábitat, sua função no ecossistema, sua alimentação, seu modo de vida, sua reprodução etcétera
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Estrato
: porção ou camada da estrutura vertical de uma floresta.
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Desertificação
: processo de modificação do ambiente que leva à formação de uma paisagem seca ou de um deserto propriamente dito.
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