Unidade 4 Reprodução e fases da vida

Ilustração. Um painel composto por vários retângulos coloridos. Sobre alguns deles há cinco fotografias: Fotografia 1. Mostra várias pessoas em pé em um show. Algumas estão com os braços erguidos segurando um celular filmando um palco que está ao fundo.  Fotografia 2. Um grupo de sete jovens de várias etnias ao redor de uma mesa. Três estão em pé, uma sentada em cadeira de rodas e os outros três sentados em cadeiras.

Adolescência

A adolescência é uma fase em que o ser humano passa por transformações e descobertas. As relações sociais, as mudanças no corpo e o amadurecimento emocional fazem parte dessa etapa da vida. Nela, meninos e meninas tornam-se gradualmente adultos, fase na qual o corpo está completamente desenvolvido e preparado para a reprodução.

Fotografia 3. Uma mulher branca com cabelos castanhos lisos com jaleco branco, sentada e a mão esquerda apontando para uma tela. Com a outra mão ela segura um aparelho sobre a barriga de uma mulher branca com cabelos pretos lisos que está deitada ao seu lado e também olhando para a tela. Ao lado da mulher deitada, ha um homem branco com cabelos curtos castanhos, também olhando para a tela.  Fotografia 4. Um homem branco em pé com camiseta azul, apontando para uma máquina com duas portas; há um grupo de três pessoas de várias etnias olhando na direção da máquina. Ao fundo, máquina com cabos e botões.  Fotografia 5. Um rapaz negro com cabelos pretos e uma moça negra com cabelos pretos sentados em um gramado se entreolhando e sorrindo um para o outro. Ao fundo, árvores.
Jovens em atividades diversas.

Começando a Unidade

  1. Você concorda com a maneira como a adolescência geralmente é retratada em filmes, séries, programas de televisão, livros e outros?
  2. Que mudanças ocorrem com o corpo de meninos e meninas durante a adolescência?
  3. Quais são as opções disponíveis para evitar uma gravidez indesejada? E para prevenir infecções sexualmente transmissíveis?

Por que estudar esta Unidade?

A reprodução é um processo comum a todas as espécies de seres vivos. Em muitas delas, transformações físicas e comportamentais notáveis ocorrem, relacionadas ao processo reprodutivo: aves constroem ninhos elaborados, fêmeas de mamíferos passam a produzir leite que alimenta os filhotes, entre outros exemplos.

Nos seres humanos, uma etapa de grandes mudanças que prepara o corpo para a reprodução é a adolescência. Nessa fase da vida, muitas incertezas nos rodeiam. É importante conhecer as modificações que acontecem para buscarmos maneiras de lidar com elas da melhor fórma possível.

TEMA 1 Reprodução

Uma das características principais dos seres vivos é a capacidade de gerar descendentes.

A reprodução é o processo pelo qual seres vivos originam novos indivíduos. Ela é uma característica de todos os seres vivos e pode ser assexuada ou sexuada e apresentar muitas outras variações entre os grupos.

Reprodução assexuada

Esse tipo de reprodução ocorre em bactérias, protozoários, algas, fungos, e alguns animais e plantas. Ele caracteriza-se pela geração de descendentes a partir de um único indivíduo, sem que ocorra a união de gametas (células reprodutivas).

Em muitos casos, a reprodução assexuada é um processo rápido e simples, que permite o aumento da população em um período relativamente curto. Além disso, esse tipo de reprodução é menos restritivo, pois não depende do encontro com outros indivíduos para que ocorra, evitando gasto energético na busca ou atração de um parceiro, por exemplo.

Na reprodução assexuada, os indivíduos formados são, em geral, geneticamente idênticos ao progenitor, o que pode ser uma vantagem em casos em que há boa adaptação ao ambiente e em que condições ambientais sejam estáveis, mas uma desvantagem, se considerarmos que a falta de variabilidade genética dificulta a sobrevivência da população em casos de mudanças ambientais.

A seguir estão descritos alguns processos de reprodução assexuada.

Divisão binária ou cissiparidade: organismos unicelulares, como protozoários e bactérias, dividem-se, gerando dois indivíduos geneticamente iguais.

Brotamento: animais como a hidra ou as esponjas formam brotos, que, ao se separarem do corpo do genitor, dão origem a novos indivíduos geneticamente idênticos ao progenitor.

Fragmentação: alguns animais têm grande capacidade de regeneração e, quando fragmentados, podem reconstituir suas partes formando novos indivíduos.

Exemplos de reprodução assexuada

Ilustração A. Forma ovalada e com um círculo dentro; seta para outra forma ovalada com dois círculos dentro; seta para duas formas ovaladas e juntas, cada uma com um círculo dentro; duas setas para duas formas ovaladas separadas, cada uma com um círculo dentro. Ilustração B. Um organismo comprido com apêndices finos no topo e uma pequena protuberância na base; seta para um organismo igual, porém com a protuberância mais desenvolvida; seta para outro organismo igual, com a protuberância parecendo uma miniatura de si; seta para um quarto organismo igual ao primeiro mas sem a protuberância e seta para o organismo filho, que é menor e parecido com organismo anteior. Ilustração C. Uma estrela-do-mar, animal com o formato de uma estrela com cinco pontas. Ela está dividida ao meio. Há duas setas que partem de cada pedaço indicando estrelas inteiras.
Representação esquemática das etapas da reprodução assexuada de alguns seres vivos. (A) Divisão binária de uma bactéria (em córte). (B) Brotamento de uma hidra. (C) Fragmentação de uma estrela-do-mar. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. êti ól Biologia de Quêmbol. décima ediçãoPorto Alegre: artimédi, 2015.

Estaquia: técnica comum de propagação de plantas, que se baseia na capacidade natural de reprodução assexuada de muitas plantas, ao formar novos indivíduos a partir de pedaços de caule ou outras partes de uma planta adulta. Em algumas plantas, até mesmo uma folha separada da planta original, em condições adequadas, pode originar assexuadamente novos indivíduos.

Fotografia A. Mão esquerda segurando o caule de uma planta com folhas verdes (hortelã). A mão direita está segurando uma tesoura cujas pontas estão ao redor do caule.
Fotografia B. Um caule com folhas verdes (hortelã) e com a base inserida em um copo com água. As raízes dentro do copo com água estão à mostra. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração de planta, com a indicação de 20 centímetros de comprimento.
(A) Pedaço de caule de hortelã (Menta spicata) sendo destacado para utilização em estaquia. (B) Hortelã em água para formar raízes e ser transplantado para o solo, completando a técnica. A planta produzida é geneticamente idêntica à original.

Partenogênese: o novo indivíduo se fórma a partir do desenvolvimento do gameta feminino, sem que ocorra a fecundação. É típico de alguns invertebrados como abelhas, vespas e formigas, mas também ocorre raramente em alguns vertebrados, como certos répteis e peixes.

Reprodução sexuada

Nesse tipo de reprodução, que ocorre em plantas, animais, algas e fungos, há a união de dois gametas, na maioria dos casos, provenientes de indivíduos diferentes. Com isso, os descendentes originados são geneticamente diferentes dos pais, o que promove maior variabilidade genética na população. Isso é vantajoso, pois aumenta as chances de haver indivíduos adaptados a diferentes condições ambientais, sendo capazes de sobreviver em situações de alterações no ambiente. Nas plantas, briófitas e pteridófitas, os gametas são chamados anterozoides (masculinos) e oosferas (femininos), e a fecundação é dependente da água; nas plantas gimnospermas e angiospermas, a fecundação é independente da água e os gametas masculinos encontram-se nos grãos de pólen e os femininos nos óvulos. Essas diferenças na fórma de fecundação das plantas influem nos ambientes em que elas são geralmente encontradas, de modo que briófitas e pteridófitas estão restritas a ambientes mais úmidos.

Reprodução sexuada

Esquema. Em um trecho de água, um sapo macho e uma fêmea juntos, com o macho na parte de trás da fêmea. Na parte inferior, a fêmea lança óvulos na água, e o macho lança os espermatozoides por cima. Dessa representação sai uma seta roxa que aponta para uma esfera transparente. No seu interior há uma estrutura arrendondada colorida em marrom (ovo fecundado). Do ovo fecundado sai uma seta roxa que aponta para uma outra esfera transparente. No seu interior há uma estrutura comprida colorida em marrom (embrião). Do embrião sai uma seta roxa que aponta para uma larva colorida em marrom (girino). Do girino sai uma seta roxa que aponta para um girino mais desenvolvido com duas patas. Desse girino mais desenvolvido sai uma seta roxa que aponta para um girino com quatro patas. Desse girino sai uma seta roxa que aponta para um animal verde parecido com um sapo. Desse animal sai uma seta roxa que aponta para um sapo adulto, sobre uma pedra em cima da água, com corpo verde e pernas dobradas.
Representação esquemática da reprodução sexuada de anuros. Após a cópula ocorre a união entre o espermatozoide e o óvulo, originando-se a primeira célula do novo indivíduo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B Biologia de Quêmbol.décima edição Porto Alegre: artimédi, 2015.

Nos animais, o gameta masculino é o espermatozoide e o feminino é o óvulo (ou ovócito). A união dêsses gametas em peixes e anfíbios é dependente da água. Já nos répteis, aves e mamíferos ela ocorre no ambiente terrestre, permitindo uma distribuição mais ampla dêsses grupos pelos ambientes do planeta.

Quando a união dos gametas ocorre fóra do corpo do animal fala-se em fecundação externa. Ela é comum em animais que vivem em ambientes aquáticos, como cnidários e peixes, mas também ocorre em animais de ambientes terrestres, como os anfíbios que liberam os gametas na água para reprodução. Em geral, os animais com esse tipo de fecundação liberam grande quantidade de gametas de uma vez, o que, apesar de representar um maior gasto energético, aumenta a chance de encontro entre eles. No entanto, em muitos casos ela não exige a busca pelo parceiro, pois os gametas podem se encontrar mesmo a distância.

Quando a união dos gametas ocorre no interior do corpo do animal fala-se em fecundação interna. Ela é mais comum em animais de ambientes terrestres, ocorrendo em répteis, aves e mamíferos, além de invertebrados como muitos artrópodes. Na maioria dos casos, o gameta já é depositado no interior do corpo do outro indivíduo; isso evita a dessecação dos gametas e do zigoto formado, além de aumentar a chance de encontro dos gametas.

Fotografia. No fundo do mar, animal com corpo rosado e arredondado lançando uma substância de aparência leitosa para cima por meio de uma abertura superior no seu corpo. No canto superior direito, pequena ilustração do animal com a indicação de 1,8 metro de altura.
Esponja de barril gigante (Xestospongia testudinária) liberando grande quantidade de gametas na água. Apesar de esses animais liberarem gametas na água, a fecundação é interna, pois ocorre dentro do corpo de outro indivíduo.
Fotografia. Dois insetos sobre o caule de uma flor, um de costas para o outro. Ambos tem corpos compridos, antenas e asas em tons de amarelo e branco com pequenos pontos pretos. No canto superior direito, pequena ilustração do inseto com a indicação de 3,5 centímetros de envergadura.
Borboletas da espécie Adonis azul (em processo de transferência de gametas entre indivíduos.

Desenvolvimento

Após a fecundação ocorre a formação da primeira célula do indivíduo, que vai passar por sucessivas divisões celulares e originar um novo indivíduo.

Nas plantas, desenvolve-se um indivíduo formador de esporos, que no caso das briófitas e pteridófitas ocorre sôbre o indivíduo formador de gametas. Nas plantas com semente (gimnospermas e angiospermas), o embrião desenvolve-se dentro dessa estrutura, obtendo dela a nutrição necessária para o desenvolvimento inicial, além de proteção. Essa proteção contribui para uma distribuição mais ampla dêsses grupos, pois previne-se a perda de água do embrião, assim como outros danos.

Fotografia. Planta verde composta de inúmeras folhas pequenas, que partem de um ramo central. No canto inferior esquerdo, pequena ilustração da planta, com indicação de 50 centímetros de comprimento.
Samambaia é o nome comum dado a diversas pteridófitas. Os pontos escuros presentes nas folhas produzem os esporos, que, se germinados, formam a estrutura que dá origem aos gametas da planta.
Fotografia. No interior de uma porção de terra, há duas sementes amarronzadas. De cada uma das sementes sai uma estrutura verde, fina e comprida que emerge na superfície da terra. Da semente também sai, na direção contrária (para baixo), uma pequena estrutura branca, comprida e fina, a raiz. No canto superior direito, pequena ilustração da semente germinando, com indicação de 4 centímetros de altura.
Sementes de trigo (Triticum aestivum) germinando, ou seja, originando uma nova planta. Esse processo ocorre quando a semente encontra condições adequadas, aumentando assim a possibilidade de sobrevivência da nova planta.

Nos animais, a primeira célula do indivíduo, resultante da fecundação, recebe o nome de zigoto. Este dá origem ao embrião, que em alguns animais se desenvolve dentro do corpo do animal (geralmente a fêmea) e em outros em ovos que são depositados no ambiente.

Nos vertebrados, os ovos de peixes e anfíbios precisam ser postos em ambiente aquático, pois não têm proteção contra a dessecação. Já os de répteis e aves apresentam estruturas que evitam a perda de água, como a casca.

Fotografia. Pequeno animal de cor cinza saindo de um ovo que está sobre a areia. É possível ver apenas as suas patas em formato de nadadeiras e a sua cabeça. Na parte inferior à direita, pequena ilustração do animal, com indicação de 10 centímetros de comprimento.
As tartarugas são répteis marinhos, que depositam seus ovos em ambiente terrestre. Na fotografia um filhote de tartaruga verde (Quelônia mídas).

Os mamíferos de modo geral são exemplos de animais em que o desenvolvimento embrionário ocorre dentro do corpo da fêmea. As exceções são os chamados monotremados, como os ornitorrincos, em que o desenvolvimento ocorre em ovos depositados no ambiente. Os marsupiais também são mamíferos que apresentam desenvolvimento diferente dos demais, pois parte ocorre já fóra do corpo da fêmea, geralmente em uma bolsa chamada marsúpio.

Em alguns animais o indivíduo já nasce semelhante ao adulto, que vai sofrendo transformações principalmente no sentido de amadurecimento das estruturas relacionadas à reprodução. Em outros, o indivíduo que nasce é muito diferente do adulto, passando por processos de mudança como a metamorfose. As borboletas, por exemplo, apresentam em seu ciclo de vida o estágio inicial de lagarta, que depois se transforma em borboleta; já os sapos nascem em fórmade girinos, que passam por sucessivas transformações até chegarem ao estágio de sapo adulto.

Fotografia. Animal com orelhas pontudas, pelagem amarronzada, longas pernas e focinho. Na parte frontal do corpo há uma bolsa composta pela pele do animal e dentro há um filhote do animal. No canto inferior direito, pequena ilustração do animal, com indicação de 1,6 metro de altura.
Canguru cinza oriental (, um exemplo de marsupial. Nos marsupiais o desenvolvimento embrionário ocorre no interior do corpo da fêmea, mas é finalizado fóra.

Saiba mais!

CUIDADO PARENTAL

Muitos animais apresentam um comportamento de cuidado em relação aos ovos e/ou aos descendentes depois do nascimento. Esse comportamento é chamado cuidado parental. Ele aumenta a chance de sobrevivência dos descendentes, uma vez que os pais os protegem de predadores, fornecem alimento, entre outros cuidados. No entanto, ele também envolve um maior gasto energético. Outros animais apresentam adaptações diferentes, em que esse comportamento não ocorre. Em geral, eles produzem grande quantidade de descendentes. Apesar de a mortalidade ser alta, o número elevado de indivíduos favorece que haja sobreviventes.

Fotografia. Destaque para a cabeça de um peixe branco com olhos pretos e contornados de azul e boca com contorno amarela. Está com a boca aberta e dentro, muitos ovinhos transparentes com detalhes azuis. No canto superior direito, pequena ilustração do peixe com indicação de 10 centímetros de comprimento.
Os peixes da espécie Opistognathus aurifrons costumam armazenar na boca seus ovos e descendentes logo após a eclosão. Esse comportamento os protege de predadores, aumentando a chance de sobrevivência.

De ôlho no tema

  1. Compare os processos de reprodução sexuada e assexuada, citando uma vantagem e uma desvantagem adaptativa de cada um deles.
  2. Converse com um colega e compare o tipo de desenvolvimento do ornitorrinco, de um marsupial e de um mamífero como o ser humano. Proponham situações em que as diferentes estratégias reprodutivas que esses animais apresentam sejam vantajosas.

TEMA 2 Adolescência

Desde o nascimento até a morte, o corpo passa por diversas transformações.

Na adolescência, o corpo e a fórma de pensar passam por intensas mudanças, transformando meninos e meninas gradualmente em adultos. O início e o fim da adolescência variam muito de uma pessoa para outra, mas, de acôrdo com a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse), ela compreende o período que vai dos 10 aos 19 anos de idade.

Em geral, no início da adolescência ocorre a puberdade, período de transição entre a infância e a adolescência, no qual ocorre o amadurecimento dos órgãos genitais, que se tornam aptos para a produção e a liberação dos gametas, além de outras mudanças.

As mudanças físicas na adolescência

As mudanças físicas pelas quais o corpo passa na adolescência podem tornar essa fase difícil para alguns jovens, pois as transformações que ocorrem no corpo podem levá-los a se sentir diferentes, desajeitados ou preocupados com a nova aparência. Ao compreender o que está acontecendo com o próprio corpo, o adolescente pode adquirir mais segurança e autoconfiança.

É importante ter em mente que o início das mudanças não acontece para todas as pessoas na mesma idade.

No início da puberdade, as meninas tendem a passar por alterações corporais mais evidentes que os meninos. Em média, elas atingem a altura aproximada de adulto aos 17 anos, enquanto os rapazes continuam a crescer até completar 19 anos. Essa fase de aumento acentuado da altura, própria da puberdade, é conhecida como “estirão do crescimento”.

Os pelos aparecem em maior quantidade na adolescência, crescendo principalmente ao redor dos órgãos genitais externos (chamados pelos pubianos ou púbicos) e nas axilas. Nos meninos, podem surgir também pelos no peito e na face (barba e bigode). Também é comum o aparecimento de acne no rosto e nas costas, devido às alterações hormonais da puberdade que aumentam a produção de gordura pela pele.

Fotografia. Homem branco espremendo com as duas mãos uma espinha no rosto.
A acne é uma doença inflamatória, que ocorre principalmente em adolescentes.

Entre outras alterações, nas garotas ocorre o desenvolvimento das mamas e a primeira menstruação (que será estudada com mais detalhes nesta Unidade). No caso de uma gravidez, as mamas produzem o leite que alimenta o bebê. Além disso, o corpo de muitas meninas fica com formato mais curvilíneo e quadris mais largos. Muitos meninos apresentam alargamento dos ombros, aumento da massa muscular e desenvolvimento do pênis e dos testículos. Além disso, a voz se modifica, tornando-se mais grave, entre outras alterações.

Entrando na rede

No enderêço da organização Vivendo a adolescência, disponível em: https://oeds.link/7rGGUg, você encontra mais informações sôbre sexualidade e saúde na adolescência.

Acesso em: 3 agosto 2022.

Transformações do corpo na adolescência

Dois gráficos de linhas. Em ambos, o eixo vertical representa a altura em centímetros e o eixo horizontal, a idade em anos. O gráfico à esquerda mostra três corpos femininos em diferentes fases do desenvolvimento: com 9 anos e 130 centímetros; com 14 anos e 160 centímetros e com 17 anos e um pouco mais de 160 centímetros. O texto abaixo do gráfico indica: crescimento em altura; aparecimento de pelos no púbis e nas axilas; desenvolvimento das mamas; e alargamento dos quadris. 
O gráfico à direita mostra três corpos masculinos em diferentes fases do desenvolvimento: com 9 anos e 130 centímetros; o segundo com 14 anos e pouco mais de 160 centímetros; e o terceiro com 17 anos e aproximadamente 175 centímetros. O texto abaixo do gráfico indica: crescimento em altura;  aumento da massa corporal; aparecimento de pelos no púbis, na face e nas axilas; desenvolvimento do tórax e dos órgãos genitais.
Representação esquemática de algumas mudanças que ocorrem no corpo feminino e masculino na adolescência. (Cores-fantasia.)

Fonte: , M. e outros Sciences de la vie et de la Terre, quarta edição. Paris: natãn, 1998.

As mudanças hormonais na adolescência

As mudanças físicas da puberdade são controladas por hormônios sexuais. Nos testículos, glândulas do sistema genital masculino, ocorre a produção de testosterona. Na puberdade, esse hormônio leva ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos, como aparecimento de pelos na face e na região dos órgãos genitais e nas axilas, além de alterações na voz.

Nos ovários, glândulas do sistema genital feminino, ocorre a produção de dois hormônios sexuais: o estrógeno e a progesterona. Na puberdade, o estrógeno leva ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos, como aparecimento de pelos na região dos órgãos genitais e nas axilas, desenvolvimento das mamas e alargamento dos quadris.

As mudanças comportamentais na adolescência

Na adolescência, ocorrem o amadurecimento do cérebro e mudanças nas configurações dos neurônios. Com as modificações no sistema nervoso, o jovem também experimenta mudanças comportamentais.

Ao adquirir mais consciência de si mesmos e dos outros, muitos adolescentes podem se sentir inseguros e fragilizados. Por estarem mais atentos ao que acontece fóra de sua vida particular e de sua rotina, eles também mudam suas perspectivas, desenvolvendo novos interesses, muitas vezes relacionados ao seu próprio futuro.

Muitos adolescentes podem experimentar mudanças súbitas de humor. Nessa fase da vida, é importante contar com o apôio de amigos e de familiares.

Fotografia. Uma adolescente branca com os braços estendidos para a frente. Ao redor cinco adolescentes de várias etnias.
As mudanças físicas e comportamentais características da adolescência podem tornar os jovens inseguros. Por isso, durante essa fase, é importante contar com outras pessoas para compartilhar acontecimentos e pensamentos.

De ôlho no tema

  1. Liste as principais mudanças físicas e comportamentais que ocorrem na puberdade.
  2. De que maneira as mudanças que você listou estão relacionadas ao sistema nervoso e ao sistema endócrino?

TEMA 3 O sistema genital masculino

O sistema genital masculino produz diariamente milhões de espermatozoides, os gametas masculinos.

A principal função do sistema genital masculino é a produção dos gametas masculinos, os espermatozoides. Junto com os fluidos produzidos por glândulas sexuais acessórias, os espermatozoides compõem o esperma, também chamado de sêmen. O pênis, órgão dêsse sistema, pode depositar o esperma no interior da vagina, possibilitando o encontro do espermatozoide com o ovócito, o gameta formado pelo sistema genital feminino.

Sistema genital masculino

Ilustração A. Silhueta de um homem em pé e com destaque para o sistema genital. Ilustração B. Parte inferior do tronco masculino, de perfil, com indicações para: testículo, estrutura arredondada com o epidídimo, um ducto que fica acima do testículo, ambos ficam atrás do pênis, órgão com a glande recoberta pelo prepúcio na extremidade. Ao redor do testículo há uma camada chamada escroto. No pênis há a uretra, um tubo fino que segue para o interior, indo até uma forma arredondada que é a próstata e se ligando à bexiga urinária, na parte superior e se ligando às glândulas seminais que ficam atrás da bexiga. Do escroto parte um fino tubo que se liga à parte superior das glândulas seminais, o ducto deferente. Ilustração C. Parte inferior do tronco masculino, de frente, com indicações para: bexiga urinária, ducto deferente, epidídimo, testículo, glândula seminal, pênis, escroto.
Representações esquemáticas do sistema genital masculino. (A) Sua localização no corpo humano. (B) Órgãos vistos em córte lateral. (C) Órgãos vistos frontalmente. *A bexiga urinária não faz parte do sistema genital masculino. Está representada no esquema apenas para facilitar a localização das demais estruturas. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Biologia de Quêmbol. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2015.

Componentes do sistema genital masculino

O sistema genital masculino é formado por testículos, ductos genitais, glândulas sexuais acessórias e pênis. Os testículos são duas glândulas sexuais de fórma oval protegidas externamente por uma bolsa de pele, o escroto. Cada testículo apresenta numerosos tubos, os túbulos seminíferos, que passam a produzir espermatozoides a partir da puberdade. Cada espermatozoide possui uma cauda, que garante sua mobilidade, e uma cabeça, que contém estruturas que possibilitam a união com o gameta feminino. A localização dos testículos fóra da cavidade corporal permite que eles mantenham uma temperatura cêrca de 3 graus Célsius mais baixa que a do restante do corpo. Essa temperatura mais baixa é importante para a produção e a sobrevivência dos espermatozoides. Nos testículos também é produzido o hormônio sexual masculino, a testosterona.

Os ductos genitais são tubos cuja função é conduzir os espermatozoides até o exterior do sistema genital masculino. São ductos genitais os epidídimos, os ductos deferentes e a uretra.

Fotografia de uma célula branca sobre um fundo preto composta por uma cauda fina com uma estrutura arredondada na extremidade, a cabeça.
Espermatozoide humano (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de vezes.)

O epidídimo localiza-se sôbre cada testículo. É nele que os espermatozoides ficam armazenados e completam seu desenvolvimento.

Os ductos deferentes são tubos com parede muscular que conduzem os espermatozoides do epidídimo até a uretra.

Testículo humano

Ilustração de um testículo visto em corte, estrutura arredondada com túbulos seminíferos na parte inferior, estruturas compridas e dobradas. Na parte superior do testículo, o epidídimo, estrutura composta por ductos finos de dobrados. À esquerda, o ducto deferente, estrutura cilíndrica, ligada ao epidídimo; dentro do ducto há veia e artéria.
Representação esquemática de um testículo humano em córte longitudinal. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de , G. J.; Dérricksan, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2017.

A uretra conduz os espermatozoides até o meio externo. Ela tem início na bexiga urinária, liga-se aos ductos deferentes, percorre todo o pênis e se abre para o meio externo. É um tubo comum a dois sistemas: o sistema genital masculino e o sistema urinário. No entanto, a expulsão dos espermatozoides e a da urina nunca ocorrem simultaneamente.

As glândulas seminais e a próstata constituem as chamadas glândulas sexuais acessórias.

As glândulas seminais produzem um líquido viscoso, chamado de líquido seminal, que nutre os espermatozoides e facilita sua mobilidade.

A próstata produz um líquido leitoso, o líquido prostático, que tem a função de neutralizar resíduos de urina acumulada na uretra e as secreções vaginais, protegendo os espermatozoides.

O pênis é um órgão de fórma cilíndrica com uma dilatação na extremidade. Essa região é chamada de glande e é recoberta por uma pele, o prepúcio.

Durante a excitação sexual, o pênis recebe grande quantidade de sangue e aumenta de tamanho, tornando-se rígido e ereto. A ereção possibilita que o pênis penetre na vagina.

Com a estimulação sexual, o esperma é expelido do corpo. Esse processo recebe o nome de ejaculação. Em cada ejaculação são liberados entre 200 e 400 milhões de espermatozoides. A liberação de grande quantidade de gametas masculinos na ejaculação contribui para o sucesso na reprodução humana, pois aumenta a probabilidade do encontro de um deles com o ovócito. A partir da puberdade e até o fim da vida, o sistema genital masculino produz gametas constantemente.

De ôlho no tema

  1. Relacione a fórma do espermatozoide com sua função e discuta como a liberação de grande quantidade de gametas masculinos na ejaculação contribui para o sucesso na reprodução humana.
  2. Descreva o caminho que o espermatozoide percorre desde sua produção dentro do corpo até o meio externo.

TEMA 4 O sistema genital feminino

No sistema genital feminino pode ocorrer a fecundação e o desenvolvimento do novo indivíduo até o seu nascimento.

A função principal do sistema genital feminino é a produção dos gametas femininos e a nutrição e acomodação do novo indivíduo durante a gravidez até seu nascimento. Além disso, esse sistema é responsável pela produção de certos hormônios.

Sistema genital feminino

Ilustração A. Silhueta de uma mulher em pé e com destaque para o sistema genital. Ilustração B. Parte inferior do tronco feminino, de perfil, com indicações para: útero, parte achatada ao centro; vagina, um canal na parte inferior, ligada ao lábio menor e ao lábio maior, estruturas que ficam na extremidade inferior. Próximo há o clitóris, órgão pequeno e próximo à bexiga urinária que é ligada à uretra, tubo fino. O clitóris, o lábio menor e o lábio maior formam o pudendo feminino. Acima, ligado ao útero há a tuba uterina, tubo pequeno e fino com o ovário na extremidade, estrutura ovalada. Ilustração C. Parte inferior do tronco feminino, de frente, com indicações para: útero, vagina, tubas uterinas que ligam o útero aos ovários, que são dois, um de cada lado do útero.
Representações esquemáticas do sistema genital feminino. (A) Sua localização no corpo humano. (B) Órgãos vistos em córte lateral. (C) Órgãos vistos frontalmente. *A bexiga urinária e a uretra não fazem parte do sistema genital feminino. Estão representadas no esquema apenas para facilitar a localização das demais estruturas. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Biologia de Quêmbol. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2015.

Componentes do sistema genital feminino

O sistema genital feminino é formado por ovários, tubas uterinas, útero, vagina e pudendo feminino.

Os ovários são duas glândulas sexuais de formato arredondado responsáveis pela produção dos gametas femininos, os ovócitos. Os ovários armazenam milhares de ovócitos, que estão formados desde o nascimento das mulheres.

A partir da puberdade, os ovários passam a produzir os hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a progesterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos, pelo contrôle da menstruação e pela preparação do útero para receber o embrião. Esses hormônios também estimulam o desenvolvimento e a liberação de ovócitos dos ovários para as tubas uterinas. Esse processo é chamado de ovulação e ocorre aproximadamente a cada 28 dias até a menopausa, que ocorre geralmente por volta dos 45 e 55 anos e corresponde ao último ciclo menstrual, marcando o fim da fase reprodutiva da mulher.

Fotografia. Estrutura circular e rosada com várias estruturas menores de coloração azul e formato arredondado que se prolonga em um filamento (espermatozoides) ao seu redor.
Ovócito humano e espermatozoides tentando penetrá-lo. (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de trezentas vezes.)

As tubas uterinas são dois tubos musculares revestidos de cílios. A contração muscular e o batimento dos cílios conduzem o ovócito do ovário até o útero.

No interior da tuba uterina, pode ocorrer a fecundação, ou seja, o encontro entre gameta masculino e feminino, com a formação de um zigoto. Após a fecundação o ovócito é denominado óvulo.

O útero é um órgão oco com paredes musculares. Ele abriga o novo indivíduo durante o seu desenvolvimento até o momento do parto.

A vagina é um canal com cêrca de 7 centímetros de comprimento, que liga o útero ao meio externo. Sua abertura pode ser parcialmente fechada por uma membrana chamada hímen. Por ser dotada de grande elasticidade, a vagina possibilita a relação sexual e a passagem do bebê durante o parto.

O pudendo feminino, também chamado vulva, é a parte genital externa, formada pelos lábios maiores, pelos lábios menores e pelo clitóris. Os lábios maiores são duas dobras de pele que recobrem os lábios menores. Os lábios menores são duas dobras de pele que protegem a entrada da vagina.

O clitóris é um pequeno órgão rico em terminações nervosas, localizado na região anterior das partes externas do sistema genital. Ele se enche de sangue e aumenta de tamanho durante a excitação sexual, estando diretamente envolvido no orgasmoglossário feminino.

Maturação do ovócito no ovário

Ilustração. Glândula de forma arredondada com outras formas arredondadas dentro. 1. Início da maturação do ovócito: ilustração de uma pequena forma redonda com um ponto dentro. 2. Ovócito em fase de maturação: ilustração de uma forma redonda e bem maior, com outras três bolinhas dentro. 3. Ovócito maduro liberado durante a ovulação: ilustração da bolinha saindo do ovário. Há muitos pontos ao redor do ovócito. 4. Estruturas que secretam hormônios, uma forma semelhante a uma flor.
Representação esquemática de um ovário humano, em córte, mostrando sequência de etapas de maturação e liberação de um ovócito. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B. e outros Biologia de Quêmbol. décima edição Porto Alegre: artimédi, 2015.

De ôlho no tema

  1. Onde os ovócitos são produzidos e armazenados?
  2. A partir de qual momento o ovócito é denominado óvulo?
  3. O que são o estrógeno e a progesterona? Qual é a função deles?

TEMA 5 Os métodos anticoncepcionais

Os métodos anticoncepcionais são utilizados para evitar a gravidez

O ato sexual entre duas pessoas de sexo biológico diferente pode resultar na reprodução dos indivíduos. Além do fator biológico, para muitas pessoas o sexo também é um ato afetivo de troca de carinho e de prazer.

É possível evitar a gravidez com os métodos anticoncepcionais ou contraceptivos. Eles impedem a fecundação ou a implantação do embrião no útero e são classificados de acôrdo com o mecanismo de atuação. O casal deve escolher o método mais adequado à sua saúde e ao seu estilo de vida. A escolha de um tipo de contraceptivo deve ser feita sempre com a orientação de um profissional da saúde.

Métodos anticoncepcionais de barreira

Os métodos de barreira impedem que os espermatozoides cheguem ao ovócito, evitando a fecundação. São eficientes e simples de ser usados. Os preservativos e o diafragma são métodos dêsse tipo.

A camisinha ou preservativo masculino é o contraceptivo de barreira mais utilizado. Ele também protege os parceiros das infecções sexualmente transmissíveis (í ésse tê), como a aidis e o agá pê vê. Não tem contraindicação e pode ser adquirido sem receita médica.

A camisinha ou preservativo feminino também é um método de barreira e deve ser inserido na vagina um pouco antes do ato sexual. Protege o casal com bastante eficiência contra í ésse tê, não tem contraindicação e não necessita de receita médica.

Fotografia. À esquerda, objeto de borracha transparente maleável de forma cilíndrica e abertura em uma das extremidades. À direita, objeto de borracha transparente maleável, maior em relação ao objeto da esquerda. Possui formato cilíndrico e abertura nas duas extremidades.
Tanto a camisinha masculina (à esquerda) quanto a feminina são eficientes métodos anticoncepcionais, que também previnem as í ésse tê.

O diafragma é uma pequena capa de borracha ou silicone que deve ser inserida na vagina pela mulher antes de cada relação sexual. Antes de passar a usar o diafragma, a mulher precisa fazer um exame médico específico. Ele deve ser utilizado com um espermicidaglossário inserido no máximo 6 horas antes da relação sexual e só retirado de 6 a 8 horas após o seu término. A higienização e o armazenamento corretos do diafragma são fatores importantes na prevenção de infecções genitais.

Fotografia. Objeto rosa com formato de meia esfera oca. Na sua base redonda há um contorno branco.
O diafragma deve ser usado com cremes espermicidas.

Uso da camisinha masculina

Ilustração 1. Ilustração de duas mãos abrindo uma embalagem quadrada e com um objeto redondo dentro. Há o texto: Abra a embalagem cuidadosamente, sem usar os dentes nem objetos cortantes. Ilustração 2. Ilustração de duas mãos, uma segurando a ponta do preservativo que está parcialmente no órgão genital masculino. Ao lado direito, ilustração da mão próxima ao preservativo que está completamente no órgão. Há o texto: Segure a ponta da camisinha e aperte-a para tirar o ar (essa etapa é muito importante). Em seguida, desenrole a camisinha até a base do pênis já ereto. Ilustração 3. Ilustração de uma mão segurando, próximo a um lixo, o preservativo que está com um nó no centro. Há o texto: Após o uso, dê um nó na camisinha e descarte-a no lixo. A camisinha nunca deve ser reutilizada.
Representação esquemática do uso correto da camisinha masculina, que previne í ésse tê. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de GRUPO DE INCENTIVO À VIDA (gê i vê). Disponível em: https://oeds.link/hnEeBg. Acesso em: 3 agosto 2022.

Métodos anticoncepcionais comportamentais

Os métodos comportamentais se baseiam em atitudes tomadas durante a relação sexual e na observação das características do ciclo menstrual. Um deles é a tabelinha, que consiste na marcação dos dias férteis e não férteis do ciclo menstrual em um calendário. O casal deve evitar relações sexuais nos dias férteis. Esse método apresenta um alto índice de falha, pois o ciclo menstrual nem sempre é regular, o que compromete um cálculo preciso do período fértil. Mesmo em mulheres com ciclo menstrual regular, podem ocorrer variações de um ciclo para outro por diferentes fatores, como condições emocionais e distúrbios hormonais. A análise de sintomas de fertilidade, como alterações na secreção do colo do útero (muco cervical) e da temperatura basal, pode contribuir para uma identificação mais confiável do período fértil. Mas é importante ter a ajuda de um profissional da saúde para conhecê-los.

Outro método anticoncepcional comportamental é o coito interrompido, em que o casal procura interromper a penetração antes da ejaculação. Trata-se de um método altamente arriscado, pois pode ocorrer liberação de espermatozoides antes mesmo da ejaculação.

Métodos anticoncepcionais hormonais

Os métodos que se utilizam de hormônios atuam no ciclo menstrual e impedem a ovulação. O exemplo mais conhecido é a pílula.

Também chamada de anticoncepcional oral, a pílula é feita com hormônios sintéticos similares ao estrógeno e à progesterona, que são naturalmente produzidos pelo corpo da mulher. O uso de métodos hormonais pode causar efeitos colaterais, como náusea, dor de cabeça, inchaço e aumento da pressão sanguínea e não é recomendado para algumas pessoas. Por isso, o acompanhamento de um profissional da saúde para esses métodos é indispensável.

Saiba mais!

REVOLUÇÃO SEXUAL

A pílula anticoncepcional representou um importante passo nas transformações culturais que caracterizaram o mundo a partir da década de 1960.

A pílula foi um dos fatores mais importantes da chamada “revolução sexual”, que deu às mulheres maior contrôle e autonomia sôbre sua sexualidade, já que elas não mais dependiam de seus parceiros para evitar a gravidez. Essa autonomia, somada a mudanças, como o maior acesso à educação e ao mercado de trabalho, contribuiu para uma revisão do papel da mulher na sociedade.

Métodos anticoncepcionais cirúrgicos

Entre os métodos anticoncepcionais cirúrgicos estão a ligadura das tubas uterinas e a vasectomia.

A ligadura das tubas uterinas, também conhecida como laqueadura tubária, é um procedimento cirúrgico em que o médico amarra ou corta as tubas uterinas, interrompendo a comunicação entre ovários e útero. dêsse modo, impede-se que o ovócito encontre com os espermatozoides e chegue ao útero.

A vasectomia é um procedimento em que os ductos deferentes do sistema genital masculino são cortados. Dessa maneira, a passagem dos espermatozoides produzidos pelos testículos é bloqueada.

Em razão de alguns dêsses procedimentos serem irreversíveis, recomenda-se que o indivíduo reflita antes de se submeter a eles. Pelo mesmo motivo, esses métodos não são aconselhados para jovens.

Métodos anticoncepcionais intrauterinos

Os métodos intrauterinos são aparelhos utilizados no interior do útero destinados a evitar o encontro do espermatozoide com o ovócito e, caso ele ocorra, impedir a implantação do embrião no útero. O mais utilizado é o dispositivo intrauterino conhecido como díu.

Fotografia. Estrutura composta por haste vertical com duas pontas horizontais em uma das extremidades, com formato semelhante à letra Y. Há um fio enrolado na haste vertical e uma corda fina na outra extremidade.
DIU com haste de cobre.

O díu é uma pequena peça com hastes de cobre ou plástico introduzida pelo médico no útero da mulher. Pode conter ou não hormônios, que são liberados gradativamente. Para colocá-lo, a mulher deve fazer um exame ginecológico completo. Os mais modernos podem permanecer de 5 a 10 anos no organismo da mulher.

É importante consultar um profissional da saúde antes de realizar a escolha de um método anticoncepcional. As orientações médicas são importantes, pois avaliam o perfil e o estilo de vida de cada paciente e consideram os possíveis problemas de saúde existentes ou futuros.

Entrando na rede

A gravidez é um processo fisiológico, consequência da atuação do casal, portanto é uma responsabilidade de ambos, assim como a criação da criança concebida. Assista ao vídeo em que o. Drauzio Varella discute esse tema: https://oeds.link/Ih9q0G. Acesso em: 3 agosto 2022.

De ólho no tema

  1. Compare o modo de ação na prevenção de uma gravidez dos seguintes métodos contraceptivos: preservativo, pílula, tabelinha e díu.
  2. Imagine um casal que esteja pensando em iniciar a vida sexual. Converse com um colega sôbre o que eles devem fazer para escolher um método anticoncepcional e de quem deve ser essa responsabilidade.

TEMA 6 Infecções sexualmente transmissíveis

Diversas infecções causadas por bactérias, vírus e outros agentes patogênicos podem ser transmitidas pelo contato sexual.

Contágio e sintomas gerais

Há uma ampla variedade de infecções sexualmente transmissíveis (í ésse tê), ou seja, que podem ser transmitidas por contato sexual. O contágio pode se dar pela troca de secreções no ato sexual, que envolve não somente a penetração, mas também outros momentos nos quais ocorre contato físico entre os parceiros.

A primeira pessoa a suspeitar da presença de uma í ésse tê costuma ser o próprio paciente. Sintomas como lesões, manchas, odores, secreções (corrimento) e coceira nos órgãos genitais e/ou na região pubiana são indicativos de í ésse tê e, em todos os casos, um profissional da saúde deve ser consultado. A realização de exames preventivos é fundamental para manter a saúde, pois permite detectar algumas í ésse tê e fazer o tratamento adequado.

O preservativo, tanto o masculino quanto o feminino, é um método de dupla proteção, pois, além de evitar a gravidez, previne í ésse tê. O uso de preservativos é importante não só para nos proteger de ser infectados por outras pessoas, mas também porque é possível ser portador de agentes patogênicos de uma doença sem apresentar nenhum sintoma (portadores assintomáticos), correndo o risco de transmitir uma í ésse tê.

í ésse tê causadas por bactérias

As í ésse tê causadas por bactérias mais conhecidas são a sífilis, a gonorreia e o cancro mole; costumam ser tratadas com o uso de antibióticos sob prescrição médica.

A sífilis é causada pela bactéria Treponêma pálidum. Além do contágio por contato sexual, pode ser transmitida também pela placenta (de mãe para filho) e por transfusão de sangue. Seu primeiro sintoma é uma lesão na genitália externa, chamada cancro duro. Se não tratada, a doença pode evoluir para quadros mais graves, afetando outras partes do corpo e podendo levar à morte.

A gonorreia, também chamada de blenorragia, é causada pela bacté­ria Neisséria Gonorría, ou gonococo, e infecta a uretra, comprometendo algumas vias genitais. Seu sintoma principal é a sensação de ardência na uretra, seguida de um corrimento amarelado.

O cancro mole, causado pela bactéria caracteriza-se por feridas múltiplas, doloridas e moles nos órgãos genitais externos.

Saiba mais!

Dê ésse tê E í ésse tê

Em muitos meios de comunicação, é comum encontrar a sigla Dê ésse tê (doença sexualmente transmissível). Atualmente, prefere-se o termo í ésse tê por ser mais abrangente, uma vez que estar infectado nem sempre significa manifestar a doença e seus sintomas. Portadores dos vírus da sífilis, do herpes genital e da aidis, por exemplo, apresentam a infecção, mas podem não manifestar a doença.

Entrando na rede

Para mais informações sôbre as í ésse tê, acesse a página do Ministério da Saúde: https://oeds.link/yTbx1p. Acesso em: 3 agosto 2022.

í ésse tê causadas por vírus

Os principais exemplos de í ésse tê causadas por vírus são o herpes genital, a á í dê ésse, as verrugas ocasionadas por agá pê vê e a hepatite B. Medicamentos prescritos por profissionais da saúde podem afetar a reprodução dos vírus e até impedir sua manifestação, mas, com exceção de alguns casos de hepatite B, não os eliminam por completo do organismo da pessoa.

O herpes genital caracteriza-se por pequenas bolhas na área genital, que formam feridas e, após um tempo variável, desaparecem sem deixar cicatrizes. O vírus do herpes simples (agá ésse vê, do inglês herpes simplex virus), causador dessa doença, pode permanecer latente por um período e manifestar-se quando há queda da imunidade.

Entre todas as í ésse tê, a síndrome da imunodeficiência adquirida (aidis, do inglês acquired immunodeficiency syndrome) é certamente a que traz mais desafios às ciências biomédicas. Ao ser infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (agá í vê, do inglês human immunodeficiency virus), o paciente sofre a destruição de um tipo de linfócito, componente fundamental do sistema imunitário. Com isso, seu organismo não consegue combater agentes patogênicos, tornando-se vulnerável a infecções e manifestação de doenças oportunistas, como a pneumonia.

Além do contágio por contato sexual, o agá í vê pode ser transmitido por transfusão de sangue ou de órgãos contaminados, pelo uso de seringas ou de materiais cirúrgicos infectados, por inseminação artificial com sêmen contaminado, de mãe para filho através da placenta ou durante o parto e a amamentação. O tratamento é feito por meio de medicamentos antirretrovirais (a érre vê), que impedem a multiplicação do agá í vê no organismo.

O papilomavírus humano (agá pê vê, do inglês human papiloma virus) é um grupo de vírus que pode provocar a formação de verrugas na pele e na região genital. Essas verrugas podem ser precursoras de tumores, principalmente o câncer do colo de útero. A vacinação contra o agá pê vê é a principal fórma de prevenção dêsse tipo de câncer, além de prevenir cânceres de pênis, de ânus, de faringe/garganta, de vulva e de vagina. A vacinação pelo Sistema Único de Saúde (sús) abrange meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e homens e mulheres de 9 a 45 anos imunossuprimidos (que vivem com agá í vê/aidis, transplantados de órgãos sólidos – coração, pulmão, rim, pâncreas e fígado – ou de medula óssea e pacientes em tratamento contra o câncer).

Cartaz. Ao centro, um quadro com papéis pregados por alfinetes e com as informações: Você sabia? A vacina contra o HPV é mais eficiente quando aplicada na adolescência. Na lateral esquerda adesivos em formato de estrela e de seta. Na lateral direita, um papel com o logotipo do SUS. Na parte inferior, os sites: blog.saude.gov.br; saúde.gov.br/hpv; logotipo do SUS; logotipo das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde; logotipo do Ministério da Saúde; logotipo do Governo Federal.
Campanha de vacinação contra o agá pê vê do Ministério da Saúde, 2015. Meninas e meninos até 14 anos podem se vacinar gratuitamente contra o agá pê vê nas Unidades Básicas de Saúde (U bê ésse) em esquema de duas doses, com intervalo de seis meses.

O vírus da hepatite B (vê agá bê) infecta as células do fígado e pode causar diversas fórmas da doença (aguda, crônica e fulminante). A transmissão ocorre pelo contato com sangue, saliva, sêmen ou secreções vaginais da pessoa infectada. Há uma vacina que previne a infecção.

í ésse tê causadas por outros agentes patogênicos

A pediculose pubiana é causada pelo inseto Fithirus pubis, popularmente conhecido como “chato”, que se instala entre os pelos pubianos. A proliferação dêsse animal provoca coceira e pequenos sangramentos. O tratamento é feito pela remoção dos insetos ou com uso de medicamentos. A prevenção se dá ao evitar o contato com o inseto e ovos.

Fotografia. Dois insetos de corpo achatado e 3 pares de pernas, apoiados em hastes finas.
Insetos da espécieFithirus pubisagarrados a pelos pubianos. (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de 13 vezes.)

A tricomoníase é causada pelo protozoário Tricomônas vaginális, que leva à produção de um corrimento pela vagina, no caso da mulher, e pela uretra, nos homens. Em ambos os casos, causa ardência, porém é comum que os homens sejam portadores assintomáticos. O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos.

A candidíase é provocada por fungos do gênero . Há várias fórmas da doença, entre elas a oral, conhecida como sapinho, e a ocular, e nem todas são sexualmente transmissíveis. Ela acomete a pele, causando dor, irritação e vermelhidão, e pode levar à produção de secreções. O tratamento pode ser realizado com o uso de medicamentos antifúngicos.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

De que maneira podemos simular a transmissão por í ésse tê?

Material

  • Papel
  • Caneta ou lápis

Procedimento

  1. O professor distribuirá aleatoriamente um papel enumerado para cada estudante da turma. Um dos números representará a infecção.
  2. Cada um deve anotar o número recebido em uma folha de papel em branco.
  3. Escolham aleatoriamente um colega para formar uma dupla. Anotem no mesmo papel o número do seu par.
  4. Troquem de dupla. Agora, anotem os dois números presentes no papel do seu par no seu próprio papel. Cada um deve ter agora quatro números registrados.
  5. Troquem mais uma vez de dupla, sem repetir, e anotem os quatro números do seu novo par no seu papel. Cada participante deverá ficar com oito números registrados no seu papel.
  6. Todos podem voltar a sentar em seus lugares. Nesse momento, o professor revelará qual número representa a infecção, e todos que tiverem esse número anotado no papel devem se levantar.

Avaliar

  1. Os participantes que ficaram de pé ao final da dinâmica têm grande possibilidade de estarem infectados na simulação. De que maneira seria possível minimizar essa possibilidade?
  2. Sabendo que algumas í ésse tê podem ser assintomáticas, é possível prever quem estaria infectado na simulação?

De ólho no tema

  1. Os preservativos são considerados métodos de dupla proteção. Explique essa classificação.
  2. Crie em seu caderno uma tabela resumindo as informações sôbre sintomas, transmissão, tratamento e prevenção das í ésse tê apresentadas nesse tema.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 A 6

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Considere a ocorrência de uma alteração ambiental desfavorável para as populações de um ecossistema. De modo geral, que populações teriam mais chance de sobreviver: as que vêm se reproduzindo assexuadamente ou sexuadamente? Justifique.
  2. Indique se as estruturas a seguir pertencem ao sistema genital masculino, ao feminino ou a ambos e explique suas funções.

Epidídimo    Uretra    Ovários    Útero    Glândulas seminais    Próstata    Clitóris

3. sôbre a aidis, faça um quadro em seu caderno indicando: agente causador, fórmas de transmissão, efeitos no organismo, fórmas de prevenção e tratamento. Explique por que pessoas vivendo com agá í vê, assintomáticas e que não sabem que estão infectadas e/ou não tomam precauções, podem dificultar a contenção dessa epidemia.

ANALISAR

4. A composição do sêmen inclui, além dos espermatozoides, secreções das glândulas acessórias. Sabendo disso, analise o gráfico e responda às questões.

Composição do sêmen

Gráfico de setores da composição do sêmen. Secreção bulbouretral: 3 porcento. Espermatozoides: 7 porcento. Líquido prostático: 25 porcento. Líquido seminal: 65 porcento.

Fonte: Gráfico elaborado com base em The Human Semen. ín Basics of Human Andrology, 2017. Disponível em: https://oeds.link/JcT383. Acesso em: 3 agosto 2022.

  1. Qual componente do gráfico não está presente no sêmen de um homem que fez vasectomia?
  2. As secreções das glândulas acessórias compõem a maior parte do sêmen. Como esse fato contribui para o encontro dos espermatozoides com o ovócito?

5. Analise a tabela e responda às questões.

Método anticoncepcional

Índice de falha (%)

No uso consistente e correto

Tal como usado comumente*

Preservativo masculino

2

15

Preservativo feminino

5

21

Coito interrompido

4

27

Pílula (progesterona)

0,3

8

Vasectomia

0,1

0,15

* Os valores dessa coluna se referem ao modo como os métodos são, em geral, utilizados, não necessariamente da forma correta.

Fonte: ó ême ésse; USAID; djons rópquins. Planejamento familiar: um manual global para profissionais e serviços de saúde. Disponível em: https://oeds.link/PkO89R. Acesso em: 3 agosto 2022.

  1. O uso de preservativo masculino ou feminino é sempre bastante eficiente e seguro? Responda por meio de um argumento científico contendo: dados (informações obtidas da tabela); conclusão; justificativa, que deve ser dividida em garantia (informação que conecta os dados à conclusão) e apôio (a informação que fornece confiabilidade à garantia); e qualificador.
  2. Explique o fato de o coito interrompido ser o método contraceptivo com maior índice de falha entre todos os apresentados.
  3. Falácias são argumentos que parecem ser corretos e válidos, mas que na verdade não são. Em uma falácia estrutural, a justificativa é falsa ou não apoia a conclusão. Analise o argumento a seguir e explique por que ele é falacioso. ”Dado que a vasectomia é o método com menor índice de falha, conclui-se que, com certeza, com esse procedimento não há risco de gravidez ou contato com uma infecção sexualmente transmissível.“

COMPARTILHAR

6. Reúna-se com seus colegas e faça um cartaz digital com os principais métodos contraceptivos, suas características e índices de falhas.

TEMA 7 O ciclo menstrual e a fecundação

No ciclo menstrual ocorrem dois processos importantes: a maturação do ovócito e o espessamento do revestimento das paredes uterinas.

O ciclo menstrual

No ciclo menstrual, ocorre a maturação do ovócito e a preparação do útero para receber um possível embrião. Um ciclo menstrual dura, em média, 28 dias, mas pode variar de 23 a 35 dias. Acompanhe a seguir os principais eventos que ocorrem em um ciclo menstrual, considerando como exemplo um de 28 dias.

  • Durante a primeira metade do ciclo, ovócitos de um dos ovários iniciam o processo de amadurecimento e ocorre o espessamento do revestimento da parede do útero, que se prepara para receber e nutrir o embrião.
  • Por volta da metade do ciclo, no 14º dia acontece a ovulação. Embora mais de um ovócito inicie o processo de amadurecimento, em geral apenas um deles completa o processo e é liberado na ovulação. O ovócito liberado por um dos ovários segue para a tuba uterina. Nos dias próximos à ovulação, a mulher se encontra no chamado período fértil. As chances de acontecer uma gravidez aumentam nesse período.
  • Durante os dias que se seguem, o ovócito continua avançando em direção ao útero. Se não é fecundado, ele degenera e o revestimento da parede uterina se desprende e é liberado pela vagina, caracterizando a menstruação, cêrca de 14 dias após a ovulação. Em geral, a menstruação dura cêrca de 3 a 5 dias.

Ciclo menstrual de 28 dias

Ilustração. Círculo com números de 1 a 28. Do dia 1 ao dia 5 há a menstruação. No dia 1 há a ilustração do sistema genital feminino com destaque para a parede do útero com camada avermelhada superior, camada vermelho-escuro na parte inferior com partes descamando. Primeiro dia: Início da descamação da parede do útero. No dia 7 há a ilustração do sistema genital feminino com destaque para a parede do útero com camada avermelhada superior, camada vermelho-escuro no meio e camada inteira e avermelhada na parte inferior. Renovação da parede do útero. Entre os dias 10 e 17 há o período fértil. No dia 14 há a ilustração do sistema genital feminino com destaque para a parede do útero com camada avermelhada superior, camada vermelho-escuro descamando ao meio e camada inferior avermelhada e inteira. Espessamento da parede do útero. Décimo quarto dia: ovulação. No dia 22 há a ilustração do sistema genital feminino com destaque para a parede do útero com camada avermelhada superior, camada grande e vermelho-escuro descamando ao meio (parede rica em vasos sanguíneos) e camada inferior avermelhada e inteira. Espessamento máximo da parede do útero.
Representação esquemática das etapas do ciclo menstrual, mostrando, nos detalhes, o sistema genital feminino em córte e as alterações no espessamento da parede do útero. Após a descamação do útero (menstruação), a parede se renova e se torna gradativamente mais espessa até a próxima menstruação. O primeiro dia da menstruação corresponde ao primeiro dia do ciclo menstrual. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: . e outros Sciences de la vie et de la Terre Paris: natãn, 1998.

A fecundação e o desenvolvimento do zigoto

A fecundação ou fertilização consiste na união do ovócito com o espermatozoide. Durante o ato sexual, milhões de espermatozoides são liberados pelo homem na vagina da mulher. Os gametas masculinos percorrem o útero e chegam às tubas uterinas. Nesse percurso, a maioria dos espermatozoides morre. Apenas alguns conseguem chegar até o ovócito e, em geral, somente um deles penetra no gameta feminino.

O encontro e a união dos gametas masculino e feminino geralmente ocorrem nas tubas uterinas. Depois de ser fecundado por um espermatozoide, o ovócito passa por alterações, tornando-se o óvulo, e produz compostos que impedem a entrada de outros espermatozoides.

Um ovócito é liberado do ovário aproximadamente na metade do ciclo menstrual. Como os espermatozoides podem sobreviver de 3 a 4 dias dentro do corpo da mulher após a relação sexual, a fertilização pode ser decorrente de uma relação ocorrida quatro dias antes da liberação do ovócito. Por isso, costuma-se considerar que o período fértil abrange o intervalo de 4 dias antes e 4 dias depois da ovulação.

A união do núcleo do óvulo com o núcleo do espermatozoide promove a formação do zigoto, que contém material genético das duas células que o formaram.

No início, o zigoto é uma única célula. À medida que continua seu trajeto pelas tubas uterinas em direção ao útero, o zigoto se divide por mitoseglossário . Primeiro, formam-se duas células, depois, quatro, e assim sucessivamente. Essas células originam o embrião.

Por volta de 7 dias após a fecundação, o embrião chega ao útero e se implanta na parede uterina. O processo de implantação do embrião na parede uterina é chamado de nidação.

Fecundação de ovócito

Ilustração A. Na vagina há espermatozoides que seguem em direção ao útero e também ficam na parede do útero. Passam pelas tubas uterinas, se encontram com o ovócito, que estão também nas tubas uterinas, próximos ao ovário, na extremidade. Seta para ilustração B. Ilustração B. Nas tubas uterinas está o zigoto, representado por uma bolinha inteira. Seta vermelha para: 1 dia após a fecundação: duas células (o zigoto se divide em dois). Seta vermelha para: 2 duas após a fecundação: quatro células (o zigoto se divide em quatro). Seta vermelha para 3 dias após a fecundação: oito células (o zigoto se divide em oito partes). Seta vermelha para: 7 dias após a fecundação: nidação (o óvulo fecundado entra na parede do útero).
Representação esquemática de parte do sistema genital feminino em córte longitudinal, mostrando a fecundação e etapas iniciais do desenvolvimento do zigoto. As setas vermelhas indicam a sequência dos processos (A) Encontro do ovócito com o espermatozoide. (B) Desenvolvimento do zigoto até a nidação. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de TIME-LIFE. Corpo humano. Rio de Janeiro: Abril, 1995.

Fertilizaçãoin vítro

Algumas disfunções nos sistemas genitais feminino e masculino podem levar à dificuldade de engravidar. Caso essa dificuldade persista por pelo menos um ano (12 ciclos menstruais) de relações sexuais frequentes sem uso de nenhum método contraceptivo, é constatada a infertilidade, que afeta entre 10% e 30% dos casais. Uma alternativa para esses casos é uma das técnicas de reprodução assistida, chamada fertilização in vítro.

Etapas da fertilização in vítro

Fotografia. Uma haste, semelhante a uma agulha, sendo injetada em uma estrutura arredondada, translúcida e com vários pontos escuros. A haste ultrapassou a membrana e atingiu o centro da estrutura.
Injeção do núcleo de um espermatozoide em um ovócito. (Imagem obtida em microscópio óptico e ampliada cêrca de duzentas vezes.)
  1. A mulher é submetida a um tratamento hormonal que estimula a ovulação. Assim, uma quantidade maior de seus ovócitos amadurece. Esses ovócitos são retirados dos ovários por procedimento médico.
  2. Os espermatozoides do homem são colhidos. Caso sua quantidade e qualidade sejam adequadas, eles são colocados em contato com os ovócitos para que ocorra a fecundação. Caso contrário, utiliza-se a técnica de injeção, na qual o núcleo do espermatozoide é injetado com uma microagulha específica no ovócito. Uma micropipeta é utilizada para segurar o ovócito durante o procedimento.
  3. Formam-se, assim, os zigotos, que se desenvolvem em embriões.
  4. Os embriões mais bem formados são implantados no útero com o auxílio de equipamentos médicos.

A menstruação e o bem-estar feminino

Uma das marcas da puberdade feminina é a ocorrência da primeira menstruação, chamada menarca. Ela se caracteriza pelo sangramento, por meio do canal vaginal, e acontece durante alguns dias por mês. Durante esse período, são utilizados absorventes para conter o fluxo menstrual. Os mais comuns são os externos (peças de algodão e de revestimento plástico colocadas na calcinha) e os internos (bastão de material absorvente que deve ser posicionado no canal vaginal). Os absorventes devem ser trocados várias vezes por dia para manter a higiene. Há ainda outras opções não descartáveis, como as calcinhas absorventes e os coletores menstruais, geralmente de silicone ou de material plástico, em formato de copo, que duram até alguns anos. O melhor tipo de absorvente varia de acôrdo com as características físicas da mulher e o seu momento de vida.

A menstruação é um fenômeno natural do organismo feminino. Para muitas adolescentes e mulheres adultas, no entanto, ela pode vir acompanhada de sintomas desconfortáveis, como cólicas (dores abdominais), dor de cabeça, inchaço, ansiedade, entre outros. Dessa fórma, é muito importante o acompanhamento de um profissional da saúde, que indicará maneiras de amenizar ou evitar esses sintomas, além de avaliar se há problemas físicos ou hormonais que podem trazer prejuízos à saúde.

Saiba mais!

SAÚDE MENSTRUAL

Em 2022, o govêrno brasileiro aprovou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual que distribuirá absorventes femininos para estudantes de rede pública de baixa renda e mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema.

De ôlho no tema

  1. Faça em seu caderno uma representação do ciclo menstrual de 28 dias e insira no esquema os dias da ovulação e o período fértil.
  2. Relacione o fato de a tabelinha ser um método contraceptivo com porcentagem relativamente alta de falha e as características do ciclo menstrual.

TEMA 8 A gestação e o parto

Até que esteja pronto para nascer, o bebê tem seu desenvolvimento garantido por estruturas do organismo da mãe.

A gravidez

A gravidez ou gestação tem início quando o ovócito é fecundado e termina quando a mulher dá à luz. Após a fecundação, o zigoto passa por divisões celulares e recebe o nome de embrião e com o seu desenvolvimento passa a ser chamado feto.

A ausência de menstruação é o primeiro indício de gravidez. Mas é possível que o atraso no ciclo seja decorrente de outros fatores, que podem ser hormonais ou até mesmo emocionais. Assim, para confirmar se está grávida ou não, a mulher deve fazer um exame laboratorial. O teste de gravidez pode ser feito pelo exame de urina ou de sangue.

De maneira geral, uma gestação dura aproximadamente 40 semanas, ou seja, cêrca de 9 meses. Na fase inicial de desenvolvimento do bebê, formam-se estruturas encarregadas de proteger e nutrir o indivíduo em formação. Entre essas estruturas encontram-se o saco amniótico e a placenta.

O saco amniótico é uma bolsa repleta de líquido, chamado líquido amniótico, no qual o feto fica mergulhado durante toda a gravidez. Sua função é proteger o feto, amortecendo os choques físicos e as pressões que a barriga da mãe possa vir a sofrer e regulando a temperatura corporal.

O saco amniótico é popularmente conhecido como bolsa-d’água e geralmente se rompe pouco antes do nascimento do bebê.

A placenta é a estrutura que faz a comunicação entre o feto e a mãe. Ela é formada por tecido do indivíduo em formação e do útero materno. Pela placenta, o feto recebe gás oxigênio e outros nutrientes, além de eliminar gás carbônico e excretas. A placenta e o feto estão unidos pelo cordão umbilical.

Gravidez

Ilustração. Representação de uma mulher grávida, de perfil. O feto está no útero, de cabeça para baixo e, ligado à barriga dele há o cordão umbilical que está também ligado à mulher. Ao redor do feto, no interior do útero há o saco amniótico. Na parte interior, ao redor do útero está a placenta, uma camada.
Representação esquemática de feto no interior do útero. O corpo da mãe está representado parcialmente em córte. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: , M. êti ól Sciences de la vie et de la Terre Paris: natãn, 1998.

Proteção e nutrição do feto

Ilustração. À esquerda, um feto dentro do saco amniótico. Há um destaque para o cordão umbilical dele que está ligado à placenta, camada espessa formada por vasos sanguíneos e pela região de troca de materiais entre a mãe e o feto. O útero está colado à placenta e é composto pela artéria uterina e pela veia uterina.
Representação esquemática do feto envolvido pelo saco amniótico do cordão umbilical e da placenta em córte. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: , M. êti ól Sciences de la vie et de la Terre Paris: natãn, 1998.

Mudanças no organismo feminino durante a gestação

Durante a gestação, o organismo da mulher passa por diversas mudanças, entre elas:

  • o útero chega a aumentar cêrca de 10 vezes, e sua massa passa de 45 gramas, antes da gravidez, para 1 quilograma, aproximadamente, o que permite a acomodação do indivíduo em desenvolvimento;
  • as mamas aumentam de volume, preparando-se para o aleitamento do bebê;
  • alterações físicas e hormonais podem causar azia, vômitos e náuseas, os dois últimos mais frequentes até o terceiro mês de gestação;
  • variação da pressão arterial, em alguns casos, o que requer atenção especial, pois há risco de complicações para a mãe e para o feto;
  • aumento na frequência das micçõesglossário devido à compressão da bexiga urinária pelo crescimento do útero e do feto. Além disso, durante a gestação ocorre o aumento da atividade do sistema urinário.
Fotografia. Uma mulher negra com cabelos pretos encaracolados em pé usando um jaleco amarelo e um estetoscópio. Ela encosta o estetoscópio na barriga de uma mulher branca gestante com cabelos pretos lisos vestindo uma camisa rosa que está ao seu lado e sentada.
A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher.

Cuidados durante a gestação

É importante que as gestantes sejam assistidas por profissionais de saúde. Esse acompanhamento, chamado de pré-natal, é feito para prevenir problemas de saúde tanto da mãe como do bebê.

A gestante deve seguir uma alimentação saudável e equilibrada. Além disso, ela não deve ingerir bebidas alcoólicas nem usar outros tipos de droga, como a nicotina encontrada no tabaco. Os materiais presentes nas bebidas alcoólicas, em medicamentos e em outras drogas podem passar para o feto, através da placenta, e prejudicar seu desenvolvimento. Sobretudo nesse período, a administração de medicamentos só deve ser feita com orientação médica.

Gravidez na adolescência

O momento da geração de um bebê é um período de grandes mudanças. Nessa fase é imprescindível a participação do pai apoiando a mulher e dando o suporte necessário para a chegada do bebê. Quando ocorre muito cedo, a gravidez pode significar, para os pais, responsabilidades para as quais não estão preparados.

Há vários mitos envolvendo o sexo e a gravidez. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, uma garota pode ficar grávida na primeira relação sexual. A gravidez na adolescência pode ser decorrente do fato de moças e rapazes desconhecerem ou não utilizarem os meios para evitá-la.

Uma gravidez inesperada, em qualquer idade, pode trazer sentimentos opostos. O casal pode sentir-se feliz e orgulhoso ou, ao contrário, preocupado e aborrecido. O acompanhamento de um psicólogo pode ser interessante em alguns casos. Por causa da grande responsabilidade, a chegada de um bebê deve primordialmente acontecer num momento planejado pelo casal. Portanto, tornar-se pai e mãe é um processo que deve começar antes de a gravidez acontecer.

Fotografia. À esquerda, uma mulher branca com cabelos pretos lisos sentada. Com a mão direita ela segura um aparelho que encosta na barriga de uma mulher negra gestante com cabelos pretos encaracolados que está ao seu lado e deitada. Ao lado da mulher gestante há um homem negro sem cabelos. Todos olham na direção de um monitor onde é projetado o rosto de um feto.
Os exames pré-natais, como o ultrassom, devem ser realizados por um profissional da saúde ao longo de toda a gravidez.

Entrando na rede

Conheça mais sôbre a importância do acompanhamento do pré-natal durante a gravidez assistindo ao vídeo, disponível em: https://oeds.link/kR1hSr. Acesso em: 3 agosto 2022.

O parto

Normalmente, o nascimento do bebê ou parto ocorre após aproximadamente 9 meses de gestação. Porém, diversos fatores podem ocasionar um parto antes dêsse período, que, nesse caso, recebe o nome de parto prematuro.

O momento do parto pode ser anunciado e percebido pela gestante de várias maneiras. Algumas delas são:

  • cólicas: conhecidas como “dores do parto”, decorrentes das contrações da musculatura do útero. Perto da hora do parto, essas contrações ficam mais intensas e ocorrem em intervalos de tempo menores;
  • rompimento do saco amniótico: também conhecido como “rompimento da bolsa”. As membranas do saco amniótico se rompem e o líquido de seu interior extravasa.

No parto normal, podem-se distinguir três fases. Primeiro, ocorre a dilatação do colo do útero, que vai permitir a passagem do bebê.

No momento da saída do bebê, as contrações do útero são mais fortes, ajudando a empurrar o bebê em direção à vagina. Geralmente a cabeça do bebê sai primeiro e logo depois o restante do corpo. Então, o cordão umbilical do recém-nascido é cortado.

Depois do nascimento, o útero volta a se contrair para a expulsão da placenta. É importante que toda a placenta seja removida do útero para evitar riscos de infecção no organismo materno.

Em alguns casos o parto normal pode não ocorrer e é necessário realizar a cesariana, uma intervenção cirúrgica. Atualmente, o Projeto de Lei 768/21 prevê à gestante atendida pelo Sistema Único de Saúde (sús) o direito de optar pelo parto por cesariana e, em caso de parto normal, de receber anestesia caso não haja impedimentos médicos.

Parto normal

Ilustração de um parto normal. Ilustração dividida em três etapas. Etapa 1. Ilustração do feto no útero, onde há o aumento do local por onde o bebê sairá. Há o texto: Dilatação do colo do útero. Etapa 2. Ilustração do feto com a cabeça para fora e o corpo ainda dentro do útero. Há duas mãos apoiando a cabeça do bebê. Há o texto: Saída do bebê. 3. A ilustração mostra a placenta, órgão avermelhado. Acima, destaque para o corte do cordão umbilical, com uma mão segurando uma tesoura sobre o cordão umbilical, que tem dois prendedores ao lado de onde o corte será feito. Ao lado, duas mãos segurando o bebê que está com um prendedor no umbigo. Há o texto: Expulsão da placenta.
Representação esquemática da sequência de fases de um parto normal. O corpo da mãe está representado parcialmente em córte. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Adaptado de rríci, J. B e outros Biologia de décima edição Porto Alegre: artimédi, 2015.

De ôlho no tema

  1. Quais são as precauções que a grávida e seu parceiro devem ter para uma gestação saudável?
  2. Qual é a principal diferença entre o parto normal e a cesariana?
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 7 E 8

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Identifique e corrija as afirmações falsas.
    1. A maturação do ovócito e a preparação do útero são processos que acontecem durante o ciclo menstrual.
    2. O ciclo menstrual passa a ser contado a partir do primeiro dia da menstruação.
    3. A ovulação acontece logo após a renovação da parede do útero.
    4. O sangue da menstruação é proveniente do ovócito eliminado pela mulher.
  2. Descreva o que ocorre nas etapas ilustradas, desde a ovulação até a nidação.
Ilustração do útero com vista para a tuba interina com o ovário na extremidade, onde há algumas bolinhas que passam por etapas que são indicadas por setas: uma bolinha se transforma em duas; depois, em quatro; depois, em oito; depois, em muitas e, em seguida, ela adentra a parede do útero.

Fonte: Adaptado de SADAVA, D. e outros Vida: a ciência da Biologia. décima primeira edição Porto Alegre: artimédi, 2019. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

  1. Qual é o nome dos eventos mencionados a seguir?
    1. Eliminação do revestimento da parede uterina, misturado com sangue proveniente da ruptura de vasos sanguíneos.
    2. Liberação do ovócito por um dos ovários.
    3. Período em que a mulher tem maiores chances de engravidar.
    4. União do ovócito com o espermatozoide, levando à formação do zigoto.
    5. Período que se inicia quando o ovócito é fecundado e termina quando a mulher dá à luz.
  2. As mulheres podem engravidar na primeira relação sexual? Responda na fórma de um argumento científico (com dados, garantia, apôio, qualificador e conclusão).
  3. Por volta de 7 dias após a fecundação, o embrião se implanta na parede uterina.
    1. Qual é o nome dêsse processo?
    2. Qual é sua importância para a gravidez?

ANALISAR

6. O esquema sinaliza alguns materiais que podem ser trocados entre a mãe e o feto através da placenta. Transcreva-o, indicando com setas o sentido de cada troca. Em seguida, responda à questão.

Esquema. Uma tarja de cor alaranjada na parte superior com o texto: Mãe. Na parte inferior, outra tarja de cor alaranjada com o texto: Feto. Ao centro, algumas caixas de texto espalhadas com os seguintes termos: gás oxigênio; medicamentos; bebida alcoólica; excreções; nicotina do cigarro; nutrientes; gás carbônico

Quais dêsses materiais devem ser evitados, principalmente no período de gravidez? Justifique.

  1. Ana adotou a “tabelinha” como método anticoncepcional. Apesar de ter observado com precisão seu ciclo menstrual, o método não deu certo e ela engravidou. Para entender o porquê, foi ao médico em busca de orientação.
    1. Que explicações o médico daria a Ana sôbre possíveis causas da falha do método?
    2. Que outra preocupação Ana poderia ter, além da gravidez não planejada?
  2. Considere que o ciclo menstrual de uma mulher seja de 28 dias. Calcule o que se pede, sabendo que sua menstruação se iniciou em 6 de julho.
    1. Em que dia se iniciou seu ciclo menstrual?
    2. Em que dia provavelmente ocorrerá sua ovulação?
    3. Quais dias correspondem ao seu período fértil, isto é, quando há maior chance de ocorrer fecundação?
    4. Qual é a provável data de sua próxima menstruação?

COMPARTILHAR

9. Reúnam-se em grupos e confeccionem um modêlo representando a proteção e a nutrição do feto. Nesse modêlo, indiquem a função das seguintes estruturas relacionadas à gravidez: placenta, saco amniótico, cordão umbilical e útero.

Ilustração. Na parte superior as informações: Famílias brasileiras Nosso lar é muito mais que o espaço onde moramos. É um dos lugares onde aprendemos a conviver e a sobreviver em grupo. A família, de parentesco ou de convivência, é a nossa primeira fonte de proteção e com a qual podemos compartilhar alegrias e tristezas. No Censo demográco de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) investigou 57,3 milhões de domicílios brasileiros e revelou a grande diversidade de arranjos familiares que existem no país. Ilustração de um prédio com quatro andares e vista em corte para o seu interior. Em cada andar, uma cena. No térreo. Ilustração de uma mulher usando casaco e bolsa entra em um ambiente com janelas, cômoda, abajur e mesa com cadeiras ao redor. Há o texto: Lar unipessoal. Em 2010, cerca de 3,4 milhões de mulheres e 3,5 milhões de homens viviam sozinhos em cerca de 12 porcento dos lares brasileiros. Do lado esquerdo há um ícone com uma seta para cima e a informação: +2,6 porcento. O aumento dos arranjos unipessoais está relacionado ao envelhecimento populacional. A proporção de pessoas com 50 anos ou mais morando sozinhas passou para 63,7% em 2015. No primeiro andar: ilustração de duas mulheres e, entre elas, uma criança com mochila. Ao redor, no ambiente, há poltrona, luminária, armário, quadro, lustre, estante e televisão. No segundo andar: ilustração de três pessoas sentadas ao redor de uma mesa. Duas delas estão sentadas em cadeiras e uma delas está sentada em uma cadeira de rodas. Ao lado dela, televisão reproduzindo jogo de futebol. Ao lado, pessoa sentada em uma poltrona. Há o texto: Outros arranjos. Domicílios que não pertencem às outras categorias e onde vivem pessoas com ou sem parentesco. Amigos que dividem as contas e as repúblicas de estudantes estão nesse grupo. No terceiro andar: ilustração de um homem sentado em um sofá, segurando um controle e olhando em direção a uma televisão. Ao lado, uma moça sentada em uma cadeira, em frente a uma mesa, mexendo em um notebook. Atrás dela, uma estante com livros. Entre eles, na parede há um quadro escrito rock. Há o texto: Casal sem filhos. Esse tipo de familiar foi um dos que mais cresceram nos últimos anos e, com frequência, é formado por pessoas jovens e com formação universitária. Do lado esquerdo há um ícone com uma seta para cima e a informação: +4 porcento. Em 2015, o número de casais sem filhos subiu para 20 porcento. No quarto andar: ilustração de uma mulher em pé, se apoiando em um andador, uma mulher em pé com bolsa e uma menina com mochila de rodinhas. No ambiente, mesa com cadeiras, armários e janela com cortina. Há o texto: Família estendida. Em 6,3 milhões de lares, um ou os dois pais e os filhos vivem com os avós ou outro parente. Na lateral, quadro com o título: Domicílios particulares no Brasil em 2010, por tipo de composição familiar. Em seguida, um gráfico de setores com as informações: 43 porcento Casal com filhos. 16 porcento Casal sem filhos. 12 porcento Pai ou mãe com filho. 11 porcento Família estendida. 12 porcento Unipessoal. 6 porcento Outros arranjos. Abaixo do gráfico a informação: As cores predominantes nos domicílios da ilustração relacionam as famílias representadas às categorias indicadas no gráfico.
Ilustração de um prédio com quatro andares e vista em corte para o seu interior. Em cada andar, uma cena. No térreo: ilustração de uma mulher em pé, com o braço estendido para uma mesa e olhando para um garoto que está sentado em uma cadeira em frente a um computador sobre uma mesa. Na mesa para qual a mulher aponta, do outro lado, há pratos e panela e uma menina sentada em frente. Há o texto: Pai ou mãe com filhos. Em 7 milhões de lares, os filhos vivem com um dos pais. Em quase 90% dos casos, a mulher fica com a guarda das crianças. Mesmo que o cuidado independa do sexo, a legislação prioriza a mãe na criação dos filhos. Do lado direito há um ícone com uma seta para cima e o texto: +9,9 porcento. Nos últimos anos, houve um aumento na proporção de mulheres que se tornaram a pessoa de referência na família. No primeiro andar: Ilustração de um rapaz  deitado em uma cama. À frente dele, mesinha com televisão; ao lado, luminária; atrás, guarda-roupa e estante com livros. No segundo andar: Ilustração de um homem em pé, em frente a um fogão, segurando uma colher para o alto. Ao lado, uma mulher andando e segurando pratos. No ambiente há armários, pia, gabinete, prateleiras com objetos, mesas com cadeiras. Do lado direito há o texto: Desde 2008, pais separados podem compartilhar a guarda dos filhos, dividindo as responsabilidades pela sua criação e educação. Esse cenário é cada vez mais comum, mas o Censo de 2010 ainda não foi capaz de precisar o número de crianças e adolescentes com dois lares. No terceiro andar: Ilustração de um homem em pé, segurando bolsa e uma coleira que está presa a um cachorro. Há uma moça agachada, com a mão no cachorro e outra mulher em pé, observando a cena. Ao lado, mesa com cadeira e armário na parede. Há o texto: Casal com filhos. Um casal e seus filhos, biológicos ou não, são o arranjo familiar mais comum no Brasil. Essa formação foi encontrada em 43% das famílias. Do lado direito há um ícone com uma seta para baixo e o texto: -0,7%. A queda da fecundidade, o aumento da escolaridade e a maior participação da mulher no mercado de trabalho tiveram influência na queda dos casais com filhos. No quarto andar: ilustração de um homem no alto de uma escada, segurando um rolo de tinta sobre uma parede. Ele olha para outro homem que está ao lado e em pé, segurando uma panela com fumaça. Ao lado, mesa com pratos em cima e banco. Ao lado, sofá e, ao fundo, porta para outro cômodo. Acima há o texto: O Censo de 2010 foi o primeiro a permitir estimativas sobre a homoafetividade nos lares brasileiros. O IBGE contou 60 mil famílias que declararam ter como responsáveis cônjuges do mesmo sexo, sendo 26,5 mil casais de homens e 33,5 mil casais de mulheres. Os próprios pesquisadores, porém, consideram que esses números são inferiores à realidade.

Fontes: í bê gê É. Censo demográfico 2010: características da população e dos domicílios. Disponível em: https://oeds.link/OP7u2Z; í bê gê É. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2016. Disponível em: https://oeds.link/tMaNay. Acessos em: 3 agosto 2022.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

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O que é família?

Muitos pesquisadores se dedicam a estudar e a definir o conceito de família. Esse é um conceito complexo, sendo influenciado por diversos fatores. Além disso, sua definição passou por modificações ao longo do tempo e é frequentemente discutida, não apenas no meio acadêmico, tendo reflexos em diferentes âmbitos da vida em sociedade. A seguir, em grupo, você realizará uma atividade que possibilitará conhecer e refletir um pouco sôbre os critérios utilizados pelos membros de sua comunidade para definir o que une as pessoas que compõem uma família.

Junto com o professor, vocês devem planejar todas as etapas da atividade: elaboração das questões, realização das entrevistas, tabulação dos dados, análise e interpretação dos resultados e organização para a apresentação aos colegas.

Material

  • Régua e transferidor
  • Calculadora
  • Fichas pautadas e papel quadriculado
  • Caneta esferográfica, canetas hidrográficas e/ou lápis de cor
  • Programa de elaboração de questionários on line, planilhas e gráficos (se houver disponibilidade)

Procedimento

  1. Para iniciar o processo de elaboração das questões, discutam e redijam uma definição para família. Que critérios vocês consideram importantes para essa definição?
  2. Em seguida, planejem o questionário. Definam o número de perguntas e suas características, de modo que seja possível elaborar uma tabela para organizar os resultados. As questões podem ser do tipo sim ou não, verdadeiro ou falso, ou podem ser de alternativas. Na elaboração das perguntas, considere os critérios definidos por vocês na etapa anterior.
  3. Insiram as questões nos formulários on lineou as anotem em fichas, que serão utilizadas se as entrevistas forem presenciais.
  4. Definam as características do grupo de pessoas que serão entrevistadas considerando, por exemplo, faixa etária, nível de escolaridade, estado civil, entre outros aspectos. Isso é importante, uma vez que as percepções podem variar de acôrdo com o modo de vida e as experiências pessoais dos entrevistados. Definam também o número de entrevistas que devem ser feitas por cada integrante do grupo.
  5. Com as respostas em mãos, construam uma tabela para inserir os dados obtidos. Discutam em grupo a melhor fórma de tratar os dados, considerando as características das questões elaboradas e o tipo de análise que se deseja realizar. Caso haja disponibilidade, utilizem um programa de elaboração de planilhas.
  6. Depois de extrair os dados de todas as entrevistas, elaborem gráficos para apresentar os resultados obtidos. Caso tenham construído a tabela de fórma digital, utilizem-na para elaborar os gráficos, escolhendo no menu do programa o tipo mais adequado para a análise pretendida. Caso contrário, utilizem papel quadriculado, régua, transferidor e calculadora para a elaboração.

Analisar e concluir

  1. Entre os critérios apresentados, qual foi o apontado com mais frequência na pesquisa sobre a definição de família?
  2. Comparem os resultados com os dados apresentados no infográfico “Famílias brasileiras” e reflitam sôbre as semelhanças e as diferenças encontradas na pesquisa do grupo em relação ao que considera o í bê gê É.
  3. Comparem os resultados que obtiveram com os dos outros grupos. São semelhantes ou apresentam diferenças significativas? O que pode explicar os resultados da comparação?
Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Locutora]: [Título] A sexualidade influenciada pela cultura

[Locutora]: [Tom de questionamento] Existem tarefas que devem ser exercidas apenas por homens e tarefas exclusivas das mulheres? [Tom de questionamento] Há um comportamento que deva ser seguido apenas pelos homens, que não deva ser seguido pelas mulheres?

[Locutora]: Embora a sexualidade esteja relacionada a aspectos biológicos, como a produção hormonal e o desenvolvimento dos órgãos sexuais, ela [Tom enfático] não se restringe ao ato sexual ou à reprodução.

[Locutora]: A sexualidade tem múltiplas dimensões, sendo influenciada, por exemplo, pela cultura e pela própria sociedade.

[Locutora]: Nos anos mil novecentos e trinta, a antropóloga estadunidense Margareth Mead estudou o temperamento de homens e mulheres em três sociedades da Nova Guiné. Em uma delas, tanto homens quanto mulheres tinham uma postura agressiva nas relações sociais. Na segunda, o comportamento mais valorizado para ambos os sexos era exatamente o oposto. Já na terceira sociedade, os homens costumavam ser mais gentis do que as mulheres.

[Locutora]: Um aspecto interessante para ilustrar a construção social da sexualidade é a chamada divisão sexual do trabalho, que define que determinadas atividades profissionais devem ser desempenhadas apenas por homens ou apenas por mulheres.

[Locutora]: Alguns pesquisadores se dedicam a estudar a divisão sexual do trabalho, que está presente em diversas sociedades, embora apresente variações. Por exemplo, em sociedades tradicionais essa forma de organização é mais rígida, enquanto as sociedades modernas têm formas mais flexíveis de divisão de tarefas. Além disso, uma tarefa que é reservada aos homens em determinada sociedade pode ser [Tom enfático] exclusiva de mulheres em outra.

[Locutora]: Os papéis sexuais também se modificam em consequência das mudanças ocorridas na própria sociedade ao longo do tempo. No Brasil dos anos mil novecentos e quarenta, por exemplo, os homens eram associados à participação política, à pesquisa científica e ao trabalho remunerado, enquanto às mulheres cabiam as tarefas domésticas e a dedicação à família. Testemunhamos hoje a mudança nesses padrões, com a crescente participação feminina nas esferas política e científica e em outras áreas tradicionalmente reservadas aos homens. O que não quer dizer que nossa sociedade já tenha superado as desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres.

[Locutora]: A divisão sexual do trabalho não pode ser considerada natural, pois não é decidida biologicamente. Assim como não são naturais a divisão de brincadeiras só para meninos ou só para meninas ou a definição de que certas roupas são exclusivas de homens e outras de mulheres. Os papéis sexuais são construções sociais que se estabelecem após eles serem reproduzidos ao longo de gerações em determinada sociedade, e muitas vezes reforçados nos espaços familiares, nas escolas e demais instituições sociais.

[Locutora]: O papel da mulher ainda é fortemente associado aos cuidados com a família em determinadas culturas, e isso não significa que nossa sociedade e nossa cultura sejam melhores.

[Locutora]: Considerando a influência da cultura nos papeis sexuais desempenhados, é importante compreender que as ideias, manifestações e noções sobre a sexualidade evoluem historicamente em uma sociedade e variam entre diferentes sociedades. Esse entendimento é [Tom enfático] fundamental para a superação de preconceitos e para a promoção do respeito à diversidade.

[Crédito] Estúdio: Spectrum.

A participação das mulheres na ciência: cenário atual e possibilidades

A presença feminina nas ciências exatas é algo que remonta desde a antiguidade. Porém, ainda hoje as mulheres na ciência enfrentam desafios e preconceitos. reticências

Isso, entretanto, não impediu que muitas mulheres lutassem contra essas crenças e garantissem seus lugares dentro das ciências, da tecnologia e da engenharia. Não são poucas as histórias de pioneiras que venceram os preconceitos de seus tempos para se tornarem parte essencial em descobertas que ainda hoje mudam o mundo. reticências

De acôrdo com o cê ene pê quê [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], as mulheres constituem 43,7% dos pesquisadores científicos no Brasil. reticências No cê ene pê quê, a curva é otimista e aponta que o número de mulheres pesquisadoras vai superar o de pesquisadores do gênero masculino dentro de uma década. reticências

Embora o número de mulheres bolsistas de pesquisa seja expressivo em período de graduação e pós-graduação, esse número diminui conforme a faixa etária vai aumentando.

Dentre as bolsas de produtividade oferecidas pelo cê ene pê quê, por exemplo, apenas 19% foram concedidas para mulheres entre 30 e 34 anos e 25% para mulheres entre 35 e 39 anos. reticências A pequena porcentagem de bolsas concedidas para mulheres entre 30 e 39 anos coincide com o período da maternidade. reticências

Ou seja, conforme uma mulher se aproxima da maternidade, menos chances como pesquisadora ela terá. E devido a essa realidade, diversos movimentos sociais têm buscado uma solução para vencer esse obstáculo.

Uma conquista recente e que pode facilitar a vida das pesquisadoras que optam por serem mães é a presença da licença-maternidade no Currículo Lattes. Sem o documento, o pesquisador praticamente não existe, e uma das fórmas de avaliação para bolsas de pesquisa é a produção científica, medida principalmente pela publicação de artigos e participação em eventos. Se um pesquisador passa muito tempo sem publicar artigos ou participar de eventos, ele pode ser considerado como alguém que não produz ciência. Logo, uma mulher que precisou pausar sua carreira acadêmica para cuidar de um bebê perde muitas chances de conseguir bolsas, mesmo depois que o filho cresce e ela pode voltar à pesquisa. reticências

Fonte: , M. A participação das mulheres na ciência: cenário atual e possibilidades. púquipê érre, 7 janeiro 2022.Disponível em: https://oeds.link/nIuBjN. Acesso em: 3 agosto 2022.

Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Bioquímica. Mulher: Percentual: 52,7 porcento. Número de autores: 28.577. Homem: Percentual: 47,2 porcento. Número de autores: 25.598. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Odontologia. Mulher: Percentual: 52,4 porcento. Número de autores: 6.238. Homem: Percentual: 47,5 porcento. Número de autores: 5.654. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Imunologia e Microbiologia. Mulher: Percentual: 57,7 porcento. Número de autores: 12.585. Homem: Percentual: 42,3 porcento. Número de autores: 9.225. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Medicina. Mulher: Percentual: 52,7 porcento. Número de autores: 62.666. Homem: Percentual: 47,2 porcento. Número de autores: 56.150. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Neurociência. Mulher: Percentual: 54,3 porcento. Número de autores: 6.238. Homem: Percentual: 45,6 porcento. Número de autores: 5.654. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Enfermagem. Mulher: Percentual: 73,0 porcento. Número de autores: 9.380. Homem: Percentual: 26,9 porcento. Número de autores: 3.464. Gráfico de barras. Com os valores a seguir: Farmacologia. Mulher: Percentual: 57,6 porcento. Número de autores: 10.715. Homem: Percentual: 42,3 porcento. Número de autores: 7.867.

Fonte: Elaborado com base em dados de , M. e outros The Researcher Journey Through a Gender LensElsevier, novembro 2020, página 158. Disponível em: https://oeds.link/mBAg4M. Acesso em: 3 agosto 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. Que imposições sociais e preconceitos sofridos pelas mulheres poderiam impedi-las de iniciar uma carreira?
  2. Historicamente, na década de 1960, houve uma grande movimentação e reivindicação pela luta dos direitos das mulheres. Pesquisem o movimento feminino da década de 1960 e listem algumas das reivindicações das mulheres dêsse período.
  3. Pesquisem outros benefícios a que as mulheres têm direito. Faça um pequeno texto argumentativo de sua importância para a vida da mulher.
  4. Escolham uma profissão em que há poucas mulheres atuando. Depois, façam um cartaz incentivando meninas e jovens a conhecer mais sôbreela.
Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

REGISTRE EM SEU CADERNO

Sexualidade humana

A Organização Mundial de Saúde (ó ême ésse) define: “sexualidade faz parte da personalidade de cada um, sendo uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física e mental”. A sexualidade não é restrita à visão biológica; ela está associada a fatores psicológicos, sociais e culturais.

Busca de identidade sexual

A adolescência é uma fase cheia de dúvidas. Nela se intensificam diversas questões sociais, sexuais e psicológicas de cada indivíduo. A identidade sexual de uma pessoa não é determinado apenas pelos seus órgãos genitais, mas por fatores psicológicos e identitários. Analise o infográfico que resume as diversas facetas que compõem a sexualidade do indivíduo.

Entenda a diferença

Ilustração. Uma moça em pé, sorrindo e com o braço direito estendido para o lado. Há destaque para o cérebro dela que indica a identidade de gênero; para o coração que indica a orientação afetiva e sexual; para as genitálias que indicam o sexo biológico e para o braço que indica a expressão de gênero. Ao lado, um esquema representado por setas, com as informações: Identidade de gênero. Mulher  transgênero  homem: É como a pessoa se vê, mulher, homem ou neutro, uma combinação entre masculino e feminino. Expressão de gênero. Feminino  andrógeno  masculino: É a maneira como uma pessoa demonstra seu gênero, através da sua forma de agir, vestir e interagir. Sexo biológico. Fêmea  intersexual  macho: São características biológicas do corpo de uma pessoa. Orientação afetiva e sexual. Heterossexual  bissexual  homossexual: É a atração sentida pelos indivíduos.
A sexualidade humana é muito complexa e apresenta diversas facetas além das apresentadas nesse esquema. Muitas pessoas podem não se reconhecer em nenhuma delas e, à medida que o conhecimento avança, outras classificações são criadas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: ESPAÇO DO ASSISTENTE SOCIAL. Disponível em: https://oeds.link/k6jgAK. Acesso em: 3 agosto 2022.

TROCAR IDEIAS sôbre O TEMA

Em grupo, discutam as seguintes questões:

  1. Algumas pessoas podem ser discriminadas por sua orientação afetiva e sexual ou ao seu gênero. Dê exemplos de discriminação e cite algumas de suas consequências.
  2. O infográfico menciona algumas fórmas de expressão do afeto e desejo sexual (ou orientação sexual). Quais são essas fórmas? Vocês conhecem outras?
  3. Analisem a tirinha e respondam.
Tirinha composta por três quadros, que mostra Armandinho, menino pequeno de cabelo azul, usando camiseta branca e short azul. Ao lado dele, vista para pernas de uma pessoa que usa calça e sapatos azuis. Há perto dele também, um sapo verde. Quadrinho 1: A pessoa diz: Muitas pessoas são portadoras, e nem sabem... e todos sofremos com isso! Armandinho e o sapo olham na direção da pessoa. Quadrinho 2: A pessoa continua falando: Pode ser transmitido pelos pais, amigos da escola e até pela tevê! Armandinho pergunta: E tem cura? Ao que a pessoa responde: Tem! Quadrinho 3: A pessoa continua: Preconceito se trata com educação! Armandinho e o sapo sorriem.

Como vocês entendem a expressão “preconceito se trata com educação”?

4. Analisem os trechos a seguir e respondam às questões.

1. ”Intersexual“ é um termo genérico para descrever pessoas que nascem com diferentes tipos de variações biológicas em suas características sexuais, que não se encaixam nas típicas definições de feminino ou masculino.

Fonte: DESCOBRI aos 43 anos que era intersexual. bê bê cê News Brasil, 19 fevereiro 2020. Disponível em: https://oeds.link/9KKjZ2. Acesso em: 3 agosto 2022.

2. Ao menos 2,9 milhões de brasileiros maiores de 18 anos se declaram homossexuais ou bissexuais. O número equivale a 1,8% da população adulta do país.

Fonte: ROCHA, R. í bê gê É: ao menos 2,9 milhões de brasileiros se declaram homossexuais ou bissexuais. cê êne êne Brasil, 25 maio 2022. Disponível em: https://oeds.link/viWcjT. Acesso em: 3 agosto 2022.

3. Todos os homossexuais têm comportamento feminino, eles se vestem e agem como mulher. Os homossexuais, frequentemente, interagem mais com pessoas do sexo feminino.

  1. A que dimensão da sexualidade humana se referem os trechos 1 e 2?
  2. A afirmação 3 apresenta uma fragilidade argu­mentativa. Vocês conseguem identificar o que fragiliza essa afirmação? Expliquem.
  3. A afirmação 3 descreve duas dimensões da sexualidade humana. Quais são elas?

COMPARTILHAR

  1. Procurem em jornais, revistas e na internet matérias que tratem da homofobia, como denúncia de agressões, relatos pessoais, reflexões críticas etcéteraponto Selecionem pelo menos três textos que expressem as experiências das pessoas em relação a esse tema, dentro ou fóra da escola. Elaborem livretos com base nos relatos e materiais encontrados, com o objetivo de conscientizar as pessoas sôbre a importância de agir pelo fim das discriminações, incluindo aquelas baseadas na orientação afetiva e sexual ou na identidade de gênero. Para este trabalho, procurem pensar com flexibilidade, considerando diversos pontos de vista, e conversem sôbre as seguintes questões:
    • Vocês já presenciaram pessoas sendo ofendidas por motivos relacionados à sua sexualidade? Em caso afirmativo, comentem esses episódios.
    • Como as ofensas e a discriminação podem afetar a vida e a saúde de alguém?
    • O que pode levar os ofensores a agir dessa fórma?
    • O que poderia ser feito para que esse tipo de situação não acontecesse?

COMO EU ME SAÍ?

  • Prestei atenção na opinião do outro?
  • Soube por que discordava da opinião de outras pessoas?
  • Se eu fosse explicar por que é importante pensar com flexibilidade, eu diria quereticências
Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

A juventude e as redes sociais

O número de vítimas de nude selfie e sexting – que é o compartilhamento de fotos íntimas em sites, redes sociais e através de aplicativos de smartphone, reticências é cada vez maior, principalmente entre crianças e adolescentes. Uma campanha criada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, com apôio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ê ésse pê ême Sul) de Porto Alegre, é uma reflexão sôbre os riscos de exibir a intimidade na internet.

reticências

A campanha se chama “Quando uma imagem vira pesadelo”. O vídeo institucional foi feito pelos alunos e tem 1 minuto de duração. reticências O material será veiculado em cinemas, intervalos da programação das televisões e em redes sociais.

A maior preocupação relacionada ao compartilhamento é que, uma vez na internet, perde-se completamente o contrôle da foto ou do vídeo íntimo publicado.

“Uma vez colocado na internet, seja nos grupos de redes sociais ou aplicativos, pode vazar. E, uma vez que vazou, nada é privativo. E a retirada disso do ar é algo muito complexo”, explica a coordenadora do Centro de apôio da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões, Denise Villela.

O termo sexting é originado da união de duas palavras em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). Meninos e meninas trocam mensagens e fotos sensuais de seus corpos nus ou seminus na web.

reticências a prática chamou a atenção dos promotores de justiça. “Começaram a aparecer casos de crianças e adolescentes, especialmente adolescentes, a maior parte de 10 até os 14, 15 anos, que teriam mandado ‘nudes’ em grupos ou para outras pessoas, e esses nudes acabaram vazando na internet”, diz Denise.

A ideia do Ministério Público foi investir na prevenção do problema.

“Se nós conseguirmos conscientizar os adolescentes, fazer com que eles pensem uma, duas vezes antes de uma postagem, com certeza vamos reduzir esses casos ou evitar o crescimento”, observa o procurador-geral de Justiça, Fabiano .

reticências

Fotografia. À frente, menina branca com os cabelos presos, com semblante triste, segurando e olhando para um celular. Ao fundo, pessoas  de várias etnias olhando na direção da menina.
Compartilhar imagens de outra pessoa sem o seu consentimento, especialmente se forem íntimas, é uma prática inaceitável que pode ser punida criminalmente.

Crime

A divulgação de fotos, vídeos e outros materiais com teor sexual sem o consentimento do dono pode ser interpretada pela Justiça como crime, de acôrdo com várias leis. O ato pode ser classificado como difamação (imputar fato ofensivo à reputação) ou injúria (ofender a dignidade ou decoro), segundo os artigos 139 e 140 do Código Penal.

O artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (éca) qualifica como crime grave a divulgação de fotos, gravações ou imagens de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica. Prevê pena de 3 a 6 anos de reclusão e multa para quem publicar materiais que contenham essas cenas com menores de 18 anos.

A Lei 12.737, em vigor desde abril de 2013, também criminaliza a invasão de dispositivo informático alheio para obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização do titular. Quem tiver essa conduta pode pagar multa e ser preso por 3 meses a 1 ano. A lei foi apelidada de “Carolina Dickman” após a atriz ter seu computador hackeado e suas fotos íntimas divulgadas.

Fotografia. Garoto asiático de cabelos pretos lisos sentado em uma calçada, segurando um celular com a mão direita. Ele olha para a esquerda. Ao fundo, a rua está escura e há vegetação.
O uso excessivo de redes sociais pode levar ao isolamento social e ao vício em internet, associados ao surgimento de doenças psicológicas, como transtorno de ansiedade e depressão. A melhor fórma de prevenir esses problemas é equilibrar o uso das redes sociais com outras atividades que não as virtuais.

Fonte: FERRARI, I. Campanha alerta sôbre os riscos do envio de imagens íntimas de crianças e adolescentes. gê um, 30 outubro 2017. Disponível em: https://oeds.link/ZHZ5I3. Acesso em: 3 agosto 2022.

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

OBTER INFORMAÇÕES

  1. Quais são os riscos de compartilhar intimidades nas redes sociais e na internet?
  2. Cite pelo menos duas menções do texto relacionadas a crimes que podem ser cometidos ao repassar imagens sensuais de outra pessoa na internet sem o consentimento dela.

REFLETIR

  1. Discuta com os colegas as diferenças entre as relações sociais que se dão por meio do contato imediato e presencial e os relacionamentos virtuais, como os que ocorrem nas redes sociais.
  2. Quanto tempo você gasta diariamente nas redes sociais? O que mais lhe agrada nessas redes? Você já deixou de fazer alguma atividade por causa delas? Compare suas respostas com as dos colegas.
  3. O que você pode fazer ao se deparar com situações de cyberbullying e divulgação de mensagens particulares sem o consentimento da pessoa?
  4. Na sua opinião, o que leva uma pessoa a compartilhar imagens íntimas de outra sem autorização?
  5. Discuta com os colegas a importância de usar a internet e redes sociais com ética e responsabilidade.

Glossário

Orgasmo:
momento em que o prazer sexual atinge a intensidade mais alta.
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Espermicida
: creme composto de materiais capazes de matar os espermatozoides.
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Mitose
: divisão celular que resulta na formação de duas células iguais à célula original.
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Micção:
ato de urinar.
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