Unidade 5 fôrça e movimento

Fotografia. Garota branca de cabelos loiros e lisos fazendo uma manobra em um skate. Ela segura o skate e usa um capacete. Abaixo do skate, uma barra onde o skate encosta a ponta.
A atleta Dora Varella, executando uma manobra com skate durante as Olimpíadas de Tóquio. (Japão, 2021.)

A origem do skate

Desde a Antiguidade até os dias atuais, os seres humanos estudam o movimento dos corpos e aquilo que os origina. O movimento está presente em diversas situações cotidianas e conhecer os conceitos a ele relacionados auxilia a compreensão de fenômenos que vão desde o funcionamento de veículos até a prática de esportes como o futebol e o skate.

A origem do skate é associada à década de 1960, quando um grupo de surfistas da Califórnia, nos Estados Unidos, teve a ideia de criar algo semelhante às pranchas de surfe para ser usado no chão durante as épocas do ano em que não havia ondas. No Brasil, o esporte já foi alvo de preconceito e discriminação, chegando a ter sua prática proibida no município de São Paulo na década de 1980. Atualmente, é um esporte reconhecido e, em 2016, recebeu o státus de modalidade olímpica.

Na prática dessa modalidade, o esqueitista precisa analisar seus movimentos a fim de alcançar a velocidade certa para atingir determinada altura, desviar de obstáculos e encontrar os pontos de equilíbrio e rotação na execução das manobras.

Ao praticar esse esporte, é adequado que se utilize, além de um capacete, joelheiras e cotoveleiras.

Fotografia. Um rapaz negro de cabelos pretos encaracolados sobre um skate, realizando uma manobra sobre uma barra fina. Ele não possui as pernas e segura o skate com as duas mãos.
Tony Alves, atleta com deficiência física, executa uma manobra com skate (São Paulo, 2021).

Começando a Unidade

  1. Ao viajar em um veículo, o banco em que você fica sentado está parado ou em movimento?
  2. O que é necessário para que um skate inicie um movimento?

Por que estudar esta Unidade?

Estudar conceitos relacionados à fôrça e ao movimento de objetos, permite a compreensão de fenômenos relacionados ao nosso caminhar até o lançamento de um foguete. Você verá que alguns eventos que parecem completamente distintos, como uma bola sendo chutada ou um carro sendo acelerado, apresentam muitas características em comum e podem ser descritos pelas mesmas relações matemáticas.

TEMA 1 Movimento ou repouso?

A condição de movimento ou repouso de um corpo depende de um referencial.

O movimento

Imagine um pai empurrando o carrinho com seu bebê durante um passeio. Nessa situação, o bebê está em movimento ou em repouso?

Para responder a essa pergunta, é preciso considerar outro corpo ou ponto de vista em relação àquele cuja condição de movimento ou de repouso é analisada. A esse corpo damos o nome de referencial.

Dizemos que um corpo está em movimento quando sua posição muda com o passar do tempo em relação ao referencial. Quando sua posição não se altera com relação a esse referencial, dizemos que o corpo está em repouso.

Portanto, voltando à nossa situação imaginária, se considerarmos o carrinho como referencial, o bebê está em repouso, pois sua posição com o passar do tempo é a mesma em relação ao carrinho. Contudo, se considerarmos como referencial uma pessoa sentada em um banco na calçada, o carrinho e o bebê dentro dele estão em movimento, pois essa pessoa verá o bebê e o carrinho se movimentando.

Assim, podemos dizer que o movimento é relativo, pois o mesmo corpo pode estar em repouso ou em movimento, dependendo do referencial adotado.

Fotografia. Um homem branco com cabelos pretos. Ele está em pé, empurrando um carrinho com um bebê branco dentro. Eles estão em uma rua.
A condição do movimento do bebê depende do referencial adotado.

Posição e trajetória

Para descrever o movimento de um corpo, é necessário conhecer a posição que ele ocupa a cada instante. Considere um movimento que acontece em uma única direção, como alguém que se desloca ao longo de uma estrada. Inicialmente, é necessário definir um ponto de origem, ou marco zero. A posição de um corpo em determinado instante será a distância entre o ponto em que ele se encontra e a origem.

Posição em relação a um referencial

Ilustração. Linha curva com os seguintes pontos: menos 30 metros, menos 20 metros, menos 10 metros, 0 metros (origem), mais 10 metros, mais 20 metros e mais 30 metros. Há uma mulher correndo, próximo ao ponto mais 20 metros. Acima, uma seta para a direita indicando o sinal de positivo.
A personagem encontra-se na posição s = +20 m, ou seja, a 20 m da origem (s = 0 m). (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G.. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Comumente, representamos a posição de um corpo pela letra s. Note que foi escolhido o sentido positivo para a direita; logo, as posições à esquerda da origem devem ser negativas.

O conjunto de posições ocupadas por um corpo durante seu movimento compõe o que chamamos de trajetória. A linha imaginária que une as pegadas de uma pessoa que caminha em uma praia ou as marcas deixadas no asfalto por um veículo ao frear são exemplos visíveis de trajetória.

Fotografia. Marcas de dois pneus sobre areia, indicando que um carro passou por ali.
Um trecho da trajetória do veículo ficou registrado na areia, nas marcas deixadas pelos pneus.

Importância de saber a posição

Imagine que você esteja viajando em um ônibus por uma estrada e, de repente, ele apresente uma pane.

Para que o motorista do ônibus possa chamar os mecânicos, ele deverá indicar a sua localização exata. A maneira mais adequada de fazer isso é procurar os marcos quilométricos – pequenas placas que indicam a posição de sua trajetória em relação a determinado referencial, que, no caso da imagem apresentada a seguir, é o quilômetro 310 da estrada.

Além dos marcos quilométricos nas estradas, a numeração de casas e de prédios é um sistema que nos ajuda a localizar a posição de um imóvel. Outro exemplo de sistema de posições aparece nos elevadores: o térreo representa a origem (posição zero), e o sentido positivo é adotado para os andares acima do térreo. Os andares com números maiores encontram-se a uma distância maior do térreo; quando estamos no subsolo, os andares são indicados com posições negativas.

Fotografia A. Estrada com vegetação e placas nas laterais. À direita duas placas. Uma placa branca com as informações: SC BR 116. Uma placa azul com as informações: SUL quilômetro 310.
Fotografia B. Estrada com placas nas laterais e, ao fundo, muita vegetação. Há um carro parado no acostamento e, à direita, uma placa com a informação: BR  116 quilômetro 0.
Os marcos quilométricos indicam a posição ocupada por quem se localiza próximo a um deles. A posição apresentada, quilômetro 310, é medida a partir do marco zero da estrada. (A) Trecho da rodovia bê érre cento e dezesseis. (Santa Catarina, 2015.) (B) Marco zero da rodovia bê érre cento e dezesseis. (Santa Catarina, 2016.)

Deslocamento e intervalo de tempo

Deslocamento é a diferença entre a posição final e a posição inicial de um corpo sôbre a trajetória. No Sistema Internacional de Unidades (ésse Í), o deslocamento é medido em metros (ême).

Um intervalo pode ser representado pela letra grega delta maiúscula

Símbolo similar a um triângulo

seguida da grandeza que está variando. Assim, o deslocamento é representado por:

Delta s igual s f menos s i. Sendo s f a posição final ocupada pelo corpo e s i a posição inicial.

Imagine a seguinte situação: uma pessoa sai de casa para ir até a padaria. Em determinado dia, por distração, ela avança alguns metros além da padaria. Quando percebe o que aconteceu, a pessoa inverte o sentido de seu movimento e chega finalmente ao estabelecimento. Mesmo caminhando um pouco mais, o deslocamento entre a casa e a padaria foi o mesmo, pois devemos levar em consideração apenas a posição final (padaria) e a inicial (casa). No entanto, a distância percorrida nesse dia foi maior, porque a pessoa andou alguns metros além do destino final até inverter o sentido de seu movimento.

Exemplo de deslocamento

Ilustração de um região com prédios e ruas. Há uma rua principal reta na horizontal, com casa, prédio, outro estabelecimento e uma padaria. Há uma rua transversal. Na rua principal há uma seta vermelha que aponta para a direita. Essa seta se inicia na casa (s i) e termina no final da rua principal. Ainda na rua principal há uma seta do final da rua até a padaria (s f). Na posição s i há indicação de 100 metros. Na posição s f há indicação de 500 metros e no final da rua há indicação de 600 metros.
O deslocamento para ir da casa (ésse minúsculoprimeiro) à padaria (ésse minúsculoéfe) é sempre o mesmo, pois a posição inicial e a final são sempre as mesmas. Já a distância percorrida pode variar. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Dessa fórma, se a pessoa se moveu da posição s = 100 métros até a posição s = 500 métros, mesmo tendo ido até a posição s = 600 métros e retornado, seu deslocamento foi de 400 métros, pois:

Delta S é igual a s f menos s i, que é igual a 500 metros menos 100 metros, implica delta s igual a 400 metros.

Para estudar um movimento, é importante saber em qual intervalo de tempo ele ocorre, isto é, qual é a diferença entre o instante final e o instante inicial do deslocamento do corpo. No ésse Í, o tempo é medido em segundos (ésse). O intervalo de tempo é representado por:

Delta t é igual a t f menos t i, sendo t f o instante de tempo final e t i o instante de tempo inicial.

Se um corpo saiu da posição inicial às 4 h e chegou à posição final às 4 horas 15 minutos, o intervalo de tempo foi de 15 minutos ou, no ésse Í, 900 segundos.

Saiba mais!

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (ésse Í)

Existem diferentes unidades de medida para a mesma grandeza; a massa, por exemplo, poderia ser medida em onças, libras, dracmas, quilates etcétera A criação do Sistema Internacional de Unidades (ésse Í), em 1960, teve como finalidade padronizar as unidades de medida utilizadas nos diferentes países, de fórma a facilitar a comunicação e o entendimento entre todos os usuários.

De ôlho no tema

  1. Explique por que podemos afirmar que os movimentos são relativos.
  2. Desenhe, em seu caderno, uma estrada e marque as seguintes posições: ésse minúsculo = 30 métros, ésse minúsculo = 55 métros, = 10 métros eésse minúsculo = 25 métros. Qual será o deslocamento de uma pessoa se sua posição inicial for ésse minúsculo e a final for ésse minúsculo?
Versão adaptada acessível

2. Faça a representação de uma estrada e marque as seguintes posições: ésse minúsculo = 30 métros, ésse minúsculo = 55 métros, = –10 métros eésse minúsculo = –25 métros. Qual será o deslocamento de uma pessoa se sua posição inicial for e a final for ésse minúsculo?

TEMA 2 Velocidade

A velocidade média é obtida da razão entre o deslocamento do corpo e o intervalo de tempo necessário para esse deslocamento acontecer.

Você pode já ter visto, ao longo de vias públicas, radares eletrônicos para fiscalizar a velocidade dos veículos. Como esses equipamentos funcionam, ou seja, quais são as informações necessárias para medir a velocidade de um carro?

A velocidade é uma grandeza que expressa a rapidez com a qual um corpo muda de posição. Determinar a velocidade com que um corpo se movimenta implica relacionar a distância percorrida com o intervalo de tempo no qual isso aconteceu.

Quando um motorista olha para o velocímetro do carro durante um trajeto, ele lê o valor da velocidade instantânea, isto é, a velocidade do carro naquele momento. Em geral, ela não é sempre a mesma; ora aumenta, ora diminui, podendo também se tornar nula. Para ter uma estimativa da velocidade de deslocamento do carro durante todo o trajeto, podemos calcular sua velocidade média.

Cálculo da velocidade média

Para obter a velocidade média de um corpo

V m

, deve-se dividir o deslocamento

Delta s

pelo intervalo de tempo

Delta t

no qual ele ocorre. Assim, a velocidade média é dada pela relação:

Velocidade média é igual a delta s sobre delta t.

Se um carro deixa o município A às 10 horas e chega ao município B, distante 160 quilômetros, às 12 horas, ele percorreu 160 quilômetros em duas horas, portanto, sua velocidade média foi de 80 quilômetros por hora. Nessa situação, o deslocamento é igual à distância percorrida. Acompanhe o cálculo a seguir.

Exemplo de cálculo da velocidade média

Ilustração. Uma rua com um mesmo carro à esquerda e à direita. O carro da esquerda está no município A com indicação s i igual a 0 quilômetros. O carro da direita está no município B com indicação s f igual a 160 quilômetros. Entre eles há uma seta com a informação: delta s é igual a s f menos s i, que é igual a 160 quilômetros menos 0 quilômetros, que é igual a 160 quilômetros. No município A, a informação: t i é igual a 10 horas. No município B, a informação: t f é igual a 12 horas. Entre eles, a informação: delta t é igual a t f menos t i, que é igual a 12 horas menos 10 horas, que é igual a 2 horas. Na parte inferior, na distância entre A e B, a informação: v m é igual a delta s sobre delta t, que é igual a s f menos s i sobre t f menos t i, o que é igual a 160 quilômetros dividido por 2 horas. Implica v m igual a 80 quilômetros por hora.
Representação esquemática do deslocamento de um carro entre os municípios A e B. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Fotografia. Traseira de um carro preto em uma rua arborizada. À esquerda, uma placa sinalizando 40 quilômetros por hora e, acima o radar marcando 34.
Os radares eletrônicos fixos fotografam os veículos que ultrapassam o limite de velocidade indicado por placas na via. O cálculo da velocidade é feita com o auxílio de sensores localizados no chão. (São Paulo, São Paulo, 2021.)

Ter informações apenas sôbre a velocidade média não basta para conhecer a variação da velocidade instantânea do corpo durante seu movimento. Por exemplo, no Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil em 2021, o vencedor finalizou a prova com o tempo aproximado de uma hora30 minutos e percorreu uma distância de cêrca de 300 quilômetros. Com esses valores, podemos calcular que sua velocidade média foi de 200 quilômetros por hora, mas ao longo da prova há trechos que exigem dos pilotos velocidades muito distintas entre si. A velocidade média pode ser utilizada para comparar corridas.

Velocidades máximas em alguns pontos da pista de Interlagos

Ilustração. Vista aérea de uma pista de automobilismo com muita vegetação ao redor do circuito e algumas construções. Ao longo da pista há pontos demarcados por números e informações: 1. RETA DA LARGADA. Velocidade máxima: 320 quilômetros por hora. 2. S DO SENNA. Velocidade máxima: 106 quilômetros por hora. 3. CURVA DO SOL. Velocidade máxima: 257 quilômetros por hora. 4. RETA OPOSTA. Velocidade máxima: 323 quilômetros por hora. 5. LARANJINHA. Velocidade máxima: 235 quilômetros por hora. 6. PINHEIRINHO. Velocidade máxima: 104 quilômetros por hora. 7. BICO DE PATO. Velocidade máxima: 72 quilômetros por hora. 8. MERGULHO. Velocidade máxima: 235 quilômetros por hora. 9. SUBIDA DOS BOXES. Velocidade máxima: 276 quilômetros por hora.
Representação esquemática do autódromo de Interlagos. Nos pontos da pista em destaque, temos velocidades-limite entre 72 quilômetros por hora e 323 quilômetros por hora. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: MATSUBARA, V. Luciano Burti explica os atalhos de Interlagos: o piloto conta os detalhes de um dos circuitos mais desafiadores do mundo. Veja São Paulo, 18 novembro 2011. Disponível em: https://oeds.link/zo8hmx. Acesso em: 22 julho 2022.

Como a distância é medida em metros e o tempo é medido em segundos no ésse Í, a unidade de velocidade é metro por segundo (ême barra ésse). No dia a dia, porém, no Brasil, é mais comum utilizar quilômetro por hora (cá ême barra agá). Por isso, é importante saber como transformar medidas com essas unidades.

1 quilômetro é igual a 1.000 metros. 1 hora é igual a 3.600 segundos. Então um quilômetro sobre uma hora é igual a 1.000 metros sobre 3.600 segundos, o que é igual a 1 metro sobre 3,6 segundos. Implica que 1 metro por segundo é igual a 3,6 quilômetros por hora. Logo: quilômetro por hora vezes 3,6 é igual a metro por segundo e metro por segundo dividido por 3,6 é igual a quilômetro por hora.

Na prática, basta multiplicar uma velocidade dada em metro por segundo (ême barra ésse) por 3,6 para obter o resultado equivalente em quilômetro por hora (cá ême barra agá). Do mesmo modo, deve-se dividir o valor da velocidade em cá ême barra agá por 3,6 para transformá-lo em métros por segundoponto

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/Ycjhni, você encontra informações sôbre o funcionamento dos radares de velocidade.

Acesso em: 22 julho 2022.

O movimento uniforme

Você já andou de bicicleta, em uma rua ou uma estrada plana, sem mudar o modo como pedala e sem frear? Vamos supor que, em um passeio de bicicleta por um trajeto reto e plano, você tenha mantido as pedaladas em um ritmo constante, percorrendo uma distância de 6 métros a cada segundo. Nesse movimento, sua velocidade foi de 6 métros por segundo, que, multiplicada por 3,6, é igual a 21,6 quilômetros por hora.

Em uma situação como essa, você se manteve em movimento uniforme, isto é, a cada segundo, percorreu exatamente a mesma distância. Quando isso acontece, podemos afirmar que a velocidade é constante.

Movimento uniforme

Ilustração. Sequência com cinco imagens de uma mulher em uma bicicleta. Ela usa capacete. A distância entre um desenho e outro é de 6 metros e o intervalo de tempo é de 1 segundo.
Representação esquemática do deslocamento de uma ciclista. Em um movimento uniforme, a distância percorrida é igual para intervalos de tempo iguais. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Vamos fazer

REGISTRE EM SEU CADERNO

O tamanho da passada influencia a velocidade?

Material

  • Cronômetro
  • Fita métrica

Procedimento

  1. Com a fita métrica, marque no chão a distância a ser percorrida. Se possível, escolha uma distância maior que 4 métros. Você pode colocar objetos para sinalizar o início e o final da “pista”.
  2. Posicione-se na “largada” e ande tranquilamente em linha reta até o fim do percurso. Peça a um colega que meça com precisão seu tempo de deslocamento utilizando o cronômetro. Tente manter o tamanho e o ritmo das passadas constante. Conte a quantidade de passos dados.
  3. Repita o procedimento, mas agora altere o tamanho das passadas. Tente manter o ritmo das passadas constantes. Conte a quantidade de passos.

Organizar dados e concluir

  1. Construa um quadro e registre nele, para cada situação, o deslocamento, o tempo gasto, a velocidade média e a quantidade de passos.
  2. Como o tamanho das passadas influenciou a velocidade de deslocamento?
  3. Seria possível avaliar se um animal é mais veloz que outro comparando o comprimento de suas passadas a partir de registros fósseis? Responda com um argumento científico (com ‘Dados’, ‘Garantia’, ‘apôio’, ‘Qualificador’ e ‘Conclusão’) defendendo seu posicionamento.

De ôlho no tema

  1. Qual é a diferença entre os conceitos de velocidade média e de velocidade instantânea?
  2. Indique uma situação que envolva um movimento que não seja uniforme e justifique sua escolha.

TEMA 3 Aceleração

A aceleração está relacionada com a variação da velocidade de um corpo em um intervalo de tempo.

Os movimentos mais comuns são aqueles nos quais a velocidade varia, e, nesses casos, podemos afirmar a existência de uma aceleração que provoca a alteração da velocidade dos corpos.

A velocidade de um corpo pode aumentar muito rapidamente, como nos carros de Fórmula 1, que passam de 190 quilômetros por hora para 290 quilômetros por horaem apenas 5 segundos – ou seja, a velocidade aumenta 100 quilômetros por hora em 5 segundos. A velocidade também pode ser reduzida, como no caso de um motorista de caminhão que, ao avistar uma lombada, passa de 80 quilômetros por hora para 10 quilômetros por hora em 15 segundos. Nesse caso, a velocidade diminuiu 70 quilômetros por hora em 15 segundos.

Cálculo da aceleração média

A aceleração é uma grandeza que indica a variação da velocidade de um corpo em determinado intervalo de tempo. Calcula-se a aceleração média (aême) dividindo-se a variação da velocidade (deltav) pelo intervalo de tempo em que ela ocorreu (deltat).

Aceleração média é igual a delta v sobre delta t.

A variação da velocidade é representada por:

Delta v é igual a v f menos v i, em que v i é a velocidade inicial e v f é a velocidade final do corpo.

A unidade de medida de aceleração no ésse Í é o metro por segundo ao quadrado (ême barra ésse). Por exemplo, se uma motocicleta passa de uma velocidade de 10 métros por segundo para uma velocidade de 30 ême barra ésse em 10 segundos, sua aceleração média é de 2 metros por segundo ao quadrado. Isso significa que a motocicleta aumenta sua velocidade em 2 métros por segundo a cada segundo. Acompanhe o cálculo a seguir.

Exemplo de cálculo da aceleração média

Ilustração. Uma rua com uma moto à esquerda e à direita. A moto da esquerda, indica v i é igual a 10 metros por segundo; a moto da direita indica v f é igual a 30 metros por segundo. Ao centro, a informação: delta v é igual a v f menos v i, que é igual a 30 metros por segundo menos 10 metros por segundo, que é igual a 20 metros por segundo. A moto da esquerda indica t i é igual a 0 segundo. A moto da direita indica t f igual a 10 segundos. Ao centro, a informação: delta t é igual a t f menos t i, que é igual a 10 segundos. Abaixo, na distância entre as motos, a  informação: aceleração média é igual a v f menos v i sobre t f menos t i, o que é igual a 20 metros por segundo sobre 10 segundos. Implica aceleração média igual a 2 metros por segundo ao quadrado.
Representação esquemática do deslocamento de um motociclista. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Quando a velocidade de um corpo aumenta, podemos afirmar que o movimento é acelerado; quando a velocidade diminui, o movimento é retardado. Se a taxa de variação da velocidade for a mesma durante todo o movimento, isto é, se a aceleração for constante, o movimento será chamado movimento uniformemente variado. Um exemplo disso é a queda de um objeto provocada pela ação da gravidade.

Movimentos sob ação da gravidade

Se um objeto escapar de nossas mãos, ele cairá em direção ao solo. Isso ocorre porque a Terra atrai os objetos ao seu redor por causa da atração gravitacional. Ao longo da queda, até atingir o solo, a velocidade dos objetos aumenta de maneira constante. Portanto, é um movimento uniformemente variado.

A aceleração que a atração gravitacional impõe aos corpos que caem é a aceleração gravitacional ou aceleração da gravidade e é representada por . Perto da superfície terrestre, o valor de é de aproximadamente 10 metros por segundo ao quadrado. Isso significa que, durante a queda de um corpo, sua velocidade aumenta 10 métros por segundo a cada segundo. Se o corpo partir do repouso (v = 0 métro por segundo), sua velocidade após 1 segundo de queda será 10 métros por segundo; após mais 1 segundo, o corpo estará a 20 métros por segundo; e assim por diante.

A trajetória de um corpo que cai sob a ação da atração gravitacional é vertical e, quando desconsideramos a ação da resistência do arglossário , o movimento é denominado queda livre.

Aceleração da gravidade

Ilustração de um alto edifício. No topo, a informação: t é igual a 0 segundo; v é igual a 0 metros por segundo. Um pouco abaixo, outro ponto com a informação: t é igual a 1 segundo; v é igual a 10 metros por segundo. Na metade da altura do prédio, um ponto com a informação: t é igual a 2 segundos; v é igual a 20 metros por segundo. Na parte inferior do prédio, um ponto com a informação: t é igual a 3 segundos; v é igual a 30 metros por segundo.
Representação esquemática de um objeto em queda livre do alto de um edifício. Durante a queda livre, a velocidade de um corpo aumenta 10 métros por segundo a cada segundo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. Física um. décima segunda edição São Paulo: Addison Wesley, 2008. volume 1.

Quando um corpo é atirado para cima, sua velocidade diminui constantemente (movimento retardado), já que a aceleração da gravidade atrai os corpos em sentido contrário, ou seja, para o solo. Em determinado ponto da trajetória dêsse corpo, a velocidade torna-se nula (v=0), e é nesse momento que o corpo atinge sua altura máxima; em seguida, o sentido do movimento se inverte, a velocidade da bola aumenta continuamente (movimento acelerado) e o corpo retorna ao solo. Se ele cair no mesmo ponto do qual foi lançado, o tempo de descida terá sido igual ao de subida. Além disso, para um mesmo ponto da trajetória, a velocidade terá o mesmo valor numérico tanto na subida quanto na descida.

Ação da gravidade em lançamento

Ilustração que mostra o lançamento de uma bolinha vermelha. No lançamento para cima há a indicação: v sub 1; mais acima, a bolinha com a indicação: v sub 2. Na parte superior, quando o objeto faz a volta para descer, a indicação v é igual a 0. Na descida, a indicação: v desc 2 e mais abaixo, a indicação: v desc 1. Quadro com informação: v sub 1 é igual a v desc 1 v sub 2 é igual a v desc 2
Representação esquemática do lançamento vertical de um objeto. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 1.

De ôlho no tema

  1. Ao frear para parar em um semáforo vermelho, o motorista imprime ao veículo um movimento acelerado ou retardado?
  2. A aceleração da gravidade na Lua é de 1,6 métro por segundo ao quadrado. É esperado que, partindo da mesma altura, um corpo em queda livre na Terra e na Lua atinjam o solo no mesmo intervalo de tempo?
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 A 3

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Um paraquedista filma seu salto com uma câmera presa ao seu capacete. Podemos afirmar que o paraquedista e a câmera estão em movimento? Justifique sua resposta.
  2. Em uma viagem, um motorista sai de seu município, localizado no quilômetro 30 de uma rodovia, abastece o veículo depois de ter percorrido 30 quilômetros nessa via e, seguindo na mesma direção e no mesmo sentido, chega ao município de destino, localizado no quilômetro 80.
    1. Faça um desenho para representar o deslocamento do motorista na estrada, indicando os pontos citados no enunciado do problema.
    2. Qual foi o deslocamento total?
    3. Qual foi o deslocamento entre o pôsto de abastecimento e o município de destino?
    4. Qual foi a velocidade média durante o percurso, que durou das 10 horas às 12 horas?

ANALISAR

  1. O vencedor do Grande Prêmio de Abpu em dezembro de 2021, foi o piloto mács, que finalizou a prova de 58 voltas em aproximadamente uma horas e 30 minuto.
    1. Calcule a velocidade média desenvolvida pelo piloto, sabendo que o circuito tem 5 500 métros de comprimento.
    2. Se a volta mais rápida da corrida foi estabelecida com o tempo de 1 minuto 20 segundos, qual foi a velocidade média desenvolvida nessa volta?

4. Os carros A, B, C, D e E percorrem distâncias distintas em diferentes intervalos de tempo, conforme mostrado no quadro a seguir.

Análise do movimento

Carro

Deslocamento (km)

Intervalo de tempo (h)

A

90

3

B

250

5

C

480

6

D

180

2

E

240

4

Dados elaborados para fins didáticos.

Liste os carros em ordem crescente de velocidades médias e suas respectivas velocidades. Qual carro é o mais rápido e qual é o mais lento?

5. Analise o gráfico a seguir e responda às questões.

Análise do movimento de um carro de corrida

Gráfico em linhas. No eixo vertical, valores v (quilômetros por hora); no eixo horizontal, o tempo em segundos. A linha passa pelos pontos a seguir: 1. V (quilômetros por hora): 280. Tempo em segundos: 0. 2. V (quilômetros por hora): 300. Tempo em segundos: 3. 3. V (quilômetros por hora): 150. Tempo em segundos: 9. 4. V (quilômetros por hora): 230. Tempo em segundos: 13. 5. V (quilômetros por hora): 260. Tempo em segundos: 20. 6. V (quilômetros por hora): 150. Tempo em segundos: 25. 7. V (quilômetros por hora): 250. Tempo em segundos: 28. 8. V (quilômetros por hora): 100. Tempo em segundos: 31. 9. V (quilômetros por hora): 250. Tempo em segundos: 35. 10. V (quilômetros por hora): 150. Tempo em segundos: 40. 11. V (quilômetros por hora): 250. Tempo em segundos: 43. 12. V (quilômetros por hora): 230. Tempo em segundos: 48. 13. V (quilômetros por hora): 270. Tempo em segundos: 50. 14. V (quilômetros por hora): 70. Tempo em segundos: 55. 15. V (quilômetros por hora): 170. Tempo em segundos: 59. 16. V (quilômetros por hora): 110. Tempo em segundos: 61. 17. V (quilômetros por hora): 110. Tempo em segundos: 65. 18. V (quilômetros por hora): 150. Tempo em segundos: 68. 19. V (quilômetros por hora): 90. Tempo em segundos: 71. 20. V (quilômetros por hora): 250. Tempo em segundos: 75.

Dados elaborados para fins didáticos.

  1. Quais pontos determinam o início de um movimento acelerado?
  2. Quais pontos determinam o início de um movimento retardado?
  3. Quais são os três pontos em que o carro se locomove nas maiores velocidades?
  4. Quais são os três pontos em que o carro atinge as menores velocidades?

6. Durante uma viagem, Augusto, um passageiro, resolveu estudar o movimento do carro. Para isso, anotou a posição do carro na rodovia a cada 15 minutos.

t (min)

0

15

30

45

60

75

s (km)

30

50

70

90

110

130


  1. O movimento do carro foi uniforme ou variado?
  2. Qual foi a velocidade média do carro nesse período, em quilômetro por hora?

COMPARTILHAR

7. Na competição Ironman, realizada desde 1978 no Havaí, o atleta deve completar três desafios esportivos seguidos: um de natação, um de ciclismo e uma maratona. Em grupo, pesquisem as velocidades médias alcançadas pelos recordistas femininos e masculinos dessa prova e as distâncias percorridas em cada uma das categorias. Pesquisem a importância do preparo físico que os atletas devem ter para realizar essa competição e coléte imagens relacionadas a esse cuidado. Construa um painel com as informações e as imagens pesquisadas e o compartilhe, sob orientação do professor, com seus colegas.

Versão adaptada acessível
  1. Em uma viagem, um motorista sai de seu município, localizado no quilômetro 30 de uma rodovia, abastece o veículo depois de ter percorrido 30 quilômetros nessa via e, seguindo na mesma direção e no mesmo sentido, chega ao município de destino, localizado no quilômetro 80.
    1. Represente o deslocamento do motorista na estrada, indicando os pontos citados no enunciado do problema.
    2. Qual foi o deslocamento total?
    3. Qual foi o deslocamento entre o posto de abastecimento e o município de destino?
    4. Qual foi a velocidade média durante o percurso, que durou das 10 horas às 12 horas?
Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

A analogia : serão reais os objetos da Ciência?

O historiador Robert Crise (1953-) conta que o físico alemão ei ainstain (1879-1955) teria sugerido que, se Niutom não tivesse existido, alguém teria chegado às mesmas leis que ele chegou, mas se o compositor alemão ludivíg van betôven (1770-1827) nunca tivesse existido, ninguém teria conseguido compor suas sinfoniasglossário . betôven está para a música assim como Niutom está para as Ciências da Natureza: cada um deles eternizado em seu campo pela beleza e pela qualidade de seu trabalho. A afirmação de ainstain, conhecida como “analogia ”, sugere que, ao contrário da Arte, o que a Ciência estuda (o que se pode chamar de “objetos da Ciência”) tem existência real, cabendo ao cientista apenas desvendá-los.

Fotografia em preto e branco. Um homem branco veste terno e está em pé tocando violino. Ele tem bigode escuro e cabelo grisalho. Ao fundo, um piano.
O físico alemão álbert ainstain tocando violino a bordo do navio ésse ésse Belgenland rumo à Califórnia nos Estados Unidos (1931).

Se considerarmos esse ponto de vista como verdadeiro, teremos que aceitar que fenômenos naturais só podem ter uma única explicação, e que as leis científicas já existem na natureza independentemente dos cientistas, cabendo a eles somente descobri-las. Mas, se as leis científicas não passarem de recursos criados pela mente humana para explicar os fenômenos, sem necessariamente ter existência real, será possível encontrar diversas explicações diferentes e cientificamente corretas para um mesmo fenômeno. Serão as leis de Niutom a única verdade ou apenas uma verdade entre muitas?

A interpretação de Niutom sôbre os movimentos dos corpos não foi a única na história. Apenas como exemplo, o físico e filósofo austríaco Ernest Mak (1838-1916) e o físico brasileiro André Assis (1962-) propuseram outras interpretações para o fenômeno. Enquanto na mecânica é necessário estabelecer um referencial inercial (que esteja em movimento retilíneo uniforme ou em repouso), este é desnecessário na mecânica de -Assis.

Embora continuemos a estudar as leis de Niutom (entre vários motivos, por sua simplicidade), é consenso que essas leis são artifícios teóricos e matemáticos, sem existência concreta, que nos permitem investigar fenômenos relacionados ao movimento dos corpos a partir de certas premissasglossário . Em muitos outros campos da Ciência, porém, a discussão não está tão bem resolvida. Será o fazer Ciência, de certa fórma, a composição de uma sinfonia do Universo?

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. Identifique e explique com suas palavras o problema central abordado pelo texto.
  2. Quais são os argumentos apresentados no texto que apoiam ou contestam o problema que você identificou na questão anterior?
  3. O filósofo prussiano FrídricNitche (1844-1900) afirmou que “A verdade são os erros que ainda não foram desmentidos”. Explique essa frase, relacionando-a ao texto e à Ciência em geral.

TEMA 4 Mover, parar, deformar

As forças podem agir pelo contato direto entre os corpos ou à distância, e manifestam-se pela alteração do movimento do corpo.

A origem do movimento

Agora que você já conheceu alguns tipos de movimento importantes para estudo e suas características, será iniciada a análise das causas dos movimentos e suas variações. Para desenvolver tarefas simples do dia a dia, como mover um livro de lugar, mudar um móvel de posição em casa ou caminhar, é necessário realizar algum tipo de fôrça.

fôrça é qualquer ação capaz de produzir ou alterar movimentos, provocar deformações ou manter o equilíbrio nos corpos em que é aplicada.

O resultado obtido ao aplicar uma fôrça sôbre um corpo depende da intensidade, da direção e do sentido dessa fôrça. Se você apertar com sua mão uma bola de borracha, a deformidade que causará nela dependerá da intensidade de sua fôrça. Para mudar um objeto de lugar, é importante escolher a direção da fôrça a ser aplicada, de maneira que facilite seu deslocamento.

Fotografia A. Uma mão apertando uma bola amarela, que se deforma.
Fotografia B. Um homem branco com cabelos pretos de camiseta amarelo e bermuda bege empurrando a traseira de um carro verde, com as mãos apoiadas nele.
(A) Quanto maior a intensidade da fôrça aplicada sôbre a bola, maior será a deformação sofrida por ela. (B) Para deslocar o carro quebrado, é necessário aplicar uma fôrça na direção horizontal.

Representação de forças

Ilustração A. Um retângulo vermelho com um ponto ao centro, de onde partem: uma seta diagonal para cima e para a direita, com a informação: vetor F 1, e uma seta diagonal para baixo e para a direita, com a informação: vetor F 2. Ilustração B. retângulo verde com um ponto ao centro, de onde parte uma seta para a esquerda (vetor F 3) e uma seta para a direita (vetor F 4).
 

O comprimento de cada segmento de reta (vetor) representa a intensidade de cada fôrça. No esquema (A),

F vetorial 1

representa uma fôrça de mesma intensidade, com direção e sentido diferentes de

F vetorial 2

. No esquema (B),

F vetorial 3

representa uma fôrça com menor intensidade, mesma direção e sentido oposto que

F vetorial 4

. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Todas as grandezas que precisam de informações relacionadas a intensidade, direção e sentido, para serem caracterizadas, são denominadas grandezas vetoriais. A fôrça é uma grandeza vetorial. Os vetores recebem uma seta sôbre a letra que os representa. Portanto, para representar uma fôrça, usamos o símbolo

F vetorial

.

Quando não houver seta sôbre a letra, estaremos tratando apenas da intensidade da fôrça. No ésse Í, a unidade de medida de fôrça é o Niutom (êne).

Se uma grandeza é totalmente caracterizada apenas por sua intensidade, sem precisarmos indicar sua direção e seu sentido, dizemos que essa grandeza é escalar, como é o caso da temperatura de um corpo.

Composição das forças

Diferentes forças podem agir simultaneamente sôbre um mesmo corpo. O resultado da ação dessas forças é chamado resultante

F r vetorial

,que é representada por um vetor em que a intensidade, a direção e o sentido dependem das características das forças aplicadas sôbre o corpo.

No jôgo cabo de guerra, por exemplo, a equipe que exerce a fôrça de maior intensidade é a vencedora. Embora existam forças de mesma direção e sentidos opostos, tudo se passa como se uma única fôrça agisse no ponto central da corda. Na representação a seguir, como

F vetorial 1

​ é maior que

F vetorial 2

​, a resultante tem a mesma direção e o mesmo sentido de

F vetorial 1

​, horizontal para a esquerda. Assim, o grupo de boné vence o jôgo.

Exemplo de cálculo da resultante

Ilustração. Dois grupos, um à direita, com três pessoas e outro à esquerda, com quatro pessoas, puxando uma corda em direções opostas. Ao centro, uma linha vertical pontilhada. Na parte inferior, sobre uma malha quadriculada e  partindo da linha tracejada em direção à esquerda, uma seta azul (vetor F 1) ocupa 5 quadrados; partindo da linha tracejada para a direita, outra seta azul (vetor F 2), ocupa quatro quadrados. Abaixo, partindo da linha tracejada em direção à esquerda, uma seta vermelha (vetor F R) ocupa um quadrado.
A fôrça exercida pela equipe da esquerda é maior, produzindo uma resultante de mesma direção e mesmo sentido, representada pelo vetor vermelho. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: FREITAS, D. S. e outros Terceira lei de Niutom e “cabo de guerra”: compreendendo a motivação nas aulas de Física. Experiências em Ensino de Ciências, Cuiabá, volume 11, número 2, página 1-10, 2016.

De ôlho no tema

  1. Indique quais são os elementos que caracterizam as forças.
  2. Cite um exemplo de uma grandeza escalar.
  3. Indique a direção e o sentido predominantes da fôrça aplicada quando um jogador de basquete salta e atira a bola na cesta durante a jogada conhecida como enterrada.
Fotografia. Um jogador de basquete negro com cabelos pretos pulando em direção à cesta de basquete, colocando uma bola dentro. Atrás, outra pessoa. Ao fundo, plateia.
O jogador Jo Lual Acuil “enterra a bola” em partida em Cairns (Austrália, 2022.)

TEMA 5 As leis de Niutom

Para manter a condição de movimento retilíneo uniforme ou de repouso de um corpo, é necessário que a resultante das forças que atuam sôbre ele seja nula.

Inércia

Em geral, associamos o movimento de qualquer corpo à existência de forças que agem sôbre ele. Um automóvel inicia seu movimento em razão da fôrça aplicada pelo motor às rodas. Se essa fôrça deixar de agir, o movimento é interrompido imediatamente? Para existir o movimento de um objeto qualquer, é necessária a presença de uma fôrça?

Para responder a essas questões, analise a seguinte situação: suponha que um automóvel esteja rodando em uma estrada plana com velocidade de 100 quilômetros por hora, até que seu motor deixa de funcionar. Nota-se que o automóvel não vai parar imediatamente; ele percorre certa distância enquanto sua velocidade vai diminuindo gradativamente até se tornar nula.

O automóvel atinge o repouso após algum tempo por causa da ação de forças que geram resistência ao movimento. Se a aspereza da pista e a resistência do ar fossem menores, o automóvel percorreria uma distância maior. E se, por acaso, todas as resistências ao movimento fossem eliminadas, esse carro se deslocaria indefinidamente após o motor parar, sempre em linha reta e mantendo velocidade constante de 100 quilômetros por hora.

Ação da inércia sôbre um veículo

Ilustração de um carro azul em uma rua. Abaixo dele, uma seta vermelha para a direita com a informação: direção e sentido das forças que se opõem ao movimento. Acima, seta para a esquerda, com a informação: direção e sentido da velocidade do carro.
A partir do instante em que o motor para de funcionar, as forças que se opõem ao movimento fazem com que a velocidade do automóvel diminua gradativamente até que ele pare. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: GRUPO DE REELABORAÇÃO DE ENSINO DE FÍSICA (gref). Física 1: mecânica. quarta edição São Paulo: êduspi, 1999. volume 1.

Esse fato se deve a uma propriedade fundamental da matéria chamada inércia, estudada por vários pesquisadores, com destaque para o astrônomo e físico italiano (1564-1642). Se um corpo, como uma esfera, descer um plano inclinado e chegar ao plano horizontal, em algum instante atingirá o repouso após percorrer certa distância na direção horizontal. constatou que, se as superfícies em que a esfera desliza fossem polidas, a distância percorrida pelo corpo aumentaria. Portanto, se fosse possível eliminar todas as forças de resistência ao movimento, a esfera continuaria se deslocando infinitamente, sem aumentar nem diminuir sua velocidade.

Deslocamento de uma esfera por inércia

Ilustração. Uma bolinha vermelha no topo de uma rampa, na posição inicial. À direita há mais três representações da bolinha indicando que ela desce até chegar ao chão. Acima de cada bolinha, uma seta vermelha indicando o seu sentido, para a direita.
Representação esquemática do experimento proposto por Galileu Galilei. Se fosse possível eliminar todas as forças de resistência ao movimento, o corpo continuaria se deslocando, mantendo constantes a velocidade, a direção e o sentido do movimento. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica. quinta edição São Paulo: Bluchia, 2013. volume 1.

A primeira lei de Niutom

Das formulações iniciais de , contando com importantes contribuições do filósofo e físico francês Renê Decarte (1596-1650), foi enunciado o princípio da inércia. Mais tarde, o físico e matemático inglês Isaac Niutom (1643-1727) refinou a noção de inércia, fazendo com que esse princípio se tornasse conhecido por primeiro princípio da Dinâmica ou primeira lei de Niutom.

Primeira lei de Newton: todo corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a não ser que sofra ação de uma resultante não nula.

O conceito de inércia pode ser aplicado para analisar o comportamento do nosso corpo quando estamos dentro de um ônibus. Sentimos que somos “empurrados” para a frente sempre que o ônibus freia e para trás quando ele parte. Isso ocorre porque tendemos a manter a velocidade do veículo antes da mudança em seu estado de movimento.

Aplicação da primeira lei de Niutom

Ilustração A. Homem em pé, dentro de um ônibus amarelo com uma faixa vermelha. É possível ver no interior do ônibus, o homem segurando uma barra acima da sua cabeça. Há uma placa à frente do ônibus, indicando o ponto de ônibus. Ilustração B. Homem em pé dentro do ônibus segurando uma barra acima da sua cabeça com o corpo inclinado para trás. A placa do ponto de ônibus está mais para trás. C. Homem em pé dentro do ônibus segurando uma barra acima da sua cabeça com o corpo inclinado para a frente.
Representação esquemática do efeito da inércia. O poste fixo no solo serve de referência para identificar a posição do passageiro. (A) Ônibus em repouso. (B) Ônibus partindo; o passageiro tende a permanecer em repouso. (C) Ônibus freando; o passageiro tende a permanecer em movimento. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Cada corpo tem uma resistência intrínseca, associada à sua massa, para alterar seu estado de movimento retilíneo uniforme ou de repouso. Quanto maior a massa de um corpo, maior a resistência à mudança em seu estado de movimento ou de repouso. Por exemplo, para uma pessoa deslocar um caixote por alguns metros, ela precisa aplicar uma fôrça sôbre esse caixote. Se for colocado sôbre ele um segundo caixote, será preciso realizar uma fôrça maior para produzir o mesmo movimento. O acréscimo do segundo caixote aumenta a massa a ser empurrada. Consequentemente, aumenta a inércia ou a resistência para sair do repouso.

Influência da massa na fôrça exercida

Ilustração A. Um homem em pé, com as mãos apoiadas, empurrando uma caixa. Na parte superior da caixa, há uma seta pequena em direção à direita. Ilustração B. O homem, ainda com as mãos apoiadas, empurra duas caixas, uma sobre a outra. Há uma seta grande na parte superior da caixa de baixo, direcionada para a direita.
Em (A) é necessária uma fôrça de menor intensidade para deslocar um caixote, pois sua inércia é menor do que em (B), para deslocar dois caixotes. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

A segunda lei de Niutom

Para mover um carrinho de supermercado parado e vazio, é preciso aplicar uma fôrça

F vetorial

, sôbre ele. Tal fôrça provocará uma mudança em seu estado de repouso e a variação em sua velocidade, conferindo ao corpo uma aceleração

a vetorial

. Se forem colocados objetos nesse carrinho, será necessário aplicar uma fôrça maior sôbre ele para que seu movimento mantenha a mesma aceleração de quando estava vazio. Isto é, para provocar a mesma variação de velocidade em corpos com massas (ême) diferentes, devemos aplicar sôbre eles forças de diferentes intensidades.

Se considerarmos dois carrinhos idênticos, carregados com os mesmos objetos, aquele que sofrer a ação de uma fôrça de maior intensidade terá a maior aceleração.

Relação entre massa, fôrça e aceleração

Ilustração A. Um carrinho de compras (m 1), seguindo em direção à direita. Acima, uma seta para a direita (vetor F 1); à esquerda, seta para a direita (vetor a 1). No lado direito, um carrinho m 2 está com muitos produtos dentro, seguindo em direção à direita. Acima, uma seta para a direita (vetor F 2, bem maior que o vetor F 1); à esquerda, seta para a direita (vetor a2, igual ao vetor a1). Entre os dois carrinhos, há a informação: F 1 é menor que F 2 m 1 é menor que m 2 a 1 é igual a a 2 Ilustração B. Carrinho m 3 está com muitos produtos dentro, seguindo em direção à direita. Acima, uma seta para a direita (vetor F 3); à esquerda, seta para a direita (vetor a3). Do lado direito, carrinho m 4 está com muitos produtos dentro, seguindo em direção à direita. Acima, uma seta para a direita (vetor F 4, bem maior que o vetor F 3); à esquerda, seta para a direita (vetor a4, maior que vetor a3). Entre os dois carrinhos, há a informação: F 3 é menor que F 4 m 3 é igual a m 4 a 3 é menor que a 4.
(A) Para que um carrinho de supermercado cheio sofra a mesma aceleração de um carrinho vazio, deverá ser aplicada sôbre ele uma fôrça de maior intensidade, como indica o comprimento dos vetores em cada caso. (B) Se os carrinhos têm a mesma massa, a aceleração será maior naquele que for submetido à maior fôrça. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

A relação entre a massa de um corpo, sua aceleração e as forças aplicadas sôbre ele é expressa pelo princípio fundamental da Dinâmica, também conhecido como segundo princípio da Dinâmica ou segunda lei de Niutom.

Segunda lei de Newton: a aceleração produzida em um corpo é diretamente proporcional à intensidade da resultante e inversamente proporcional à massa do corpo.

Podemos interpretar essas informações da seguinte maneira: quanto maior for a fôrça aplicada sôbre o objeto, maior será sua aceleração, ou seja, verificaremos uma variação maior em sua velocidade à medida que aumentarmos a intensidade da resultante. No entanto, se a massa do corpo crescer gradativamente, sua aceleração diminuirá cada vez mais se mantivermos a mesma resultante.

A expressão matemática da segunda lei de Niutom

O enunciado da segunda lei de Niutom pode ser expresso por uma relação matemática. Isso é vantajoso, pois, conhecendo o valor de duas das três variáveis – intensidade da resultante

Fr

, massa (ême) e intensidade da aceleração (a) –, é possível calcular a terceira utilizando a equação a seguir.

Força resultante é igual a massa multiplicada pela aceleração.

Voltemos ao exemplo da queda livre. A fôrça pêso

P vetorial

é a resultante que atua sôbre um corpo em queda livre em razão da interação gravitacional do planeta Terra com os objetos ao seu redor. A intensidade da aceleração, portanto, corresponde à da gravidade, representada por . Temos, então, que a intensidade da fôrça pêso () é:

Força resultante é igual a massa multiplicada pela aceleração.

Vamos analisar um exemplo de aplicação da expressão matemática da segunda lei de Niutom.

Considere um carro de Fórmula 1 com massa de 500 quilogramas que arranca com aceleração de 8 metros por segundo ao quadrado. Desejamos conhecer qual é a intensidade da fôrça pêso (P) que a Terra exerce sôbre o carro e qual é a intensidade da fôrça (F) exercida pelo motor do carro.

Representação das forças analisadas

Ilustração de um carro de corrida se movendo para a esquerda com uma pessoa dentro. Acima do carro, há uma seta para a esquerda (vetor F). Ao centro do carro, há uma seta para baixo (vetor P).
 

Direções e sentidos das forças

P vetorial

e

F vetorial

atuantes no carro, de acôrdo com o exemplo. As forças de resistência ao movimento foram desprezadas. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Organizando os nossos dados, temos: m = 500 quilogramas; a = 8 metros por segundo ao quadrado; g = 10 metros por segundo ao quadrado. Assim, obtemos:

Peso é igual a massa multiplicada pela aceleração da gravidade, que é igual a 500 quilogramas multiplicado por 10 metros por segundo ao quadrado. Implica peso igual a 5.000 newtons.
Força é igual a massa multiplicada pela aceleração, que é igual a 500 quilogramas multiplicado por 8 metros por segundo ao quadrado. Implica força igual a 4.000 newtons.

Perceba que a intensidade da fôrça pêso, que pode ser considerada constante nas proximidades da superfície do planeta Terra, é maior neste exemplo do que a fôrça exercida pelo motor do carro. No entanto, vale lembrar que as forças

F vetorial

e

P vetorial

não atuam na mesma direção.

Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/yLJqLP, você encontra um simulador da aplicação da segunda lei de Niutom.

Acesso em: 22 julho 2022.

Saiba mais!

BIOMIMETISMO: TECNOLOGIA INSPIRADA NA NATUREZA

Fotografia. Superfície composta por placas acinzentadas com pontas e alinhadas para o canto inferior esquerdo.
Foto ampliada de pele de tubarão da espécie . (Imagem obtida com microscópio eletrônico, colorizada artificialmente e ampliada cêrca de 60 vezes.)

A criação de artefatos com base no estudo da estrutura e da função de materiais biológicos e de mecanismos e processos que ocorrem em seres vivos vem aumentando, especialmente desde meados do século vinte. Um exemplo de analogia funcional foi a criação de um traje de natação inspirado nas escamas presentes na pele de tubarões, as quais foram identificadas como responsáveis por sua eficiência em deslocar-se em ambiente aquático. Segundo pesquisas, microrranhuras em formato de permitem que a água deslize sôbre a pele do tubarão com menor fricção. A textura de tecidos com base nesse padrão é capaz de aumentar igualmente o desempenho de atletas. Graças a essa tecnologia, nas Olimpíadas de Pequim de 2008, o nadador Maicou Felps conseguiu estabelecer um novo recorde mundial.

Fonte: adaptado de ARRUDA, A.; FREITAS, T. L. Novas estratégias da biomimética: as analogias no biodesign e na bioarquitetura. mix sustentável, Florianópolis, volume 4, número 1, página 73-82, março 2018. Disponível em: https://oeds.link/vMULCg. Acesso em: 22 julho 2022.

A terceira lei de Niutom

Ao tropeçar em uma pedra, sentimos um incômodo decorrente dessa interação. Nessa situação, ao exercer uma fôrça sôbre o objeto, o pé recebe uma fôrça de igual intensidade e mesma direção, mas em sentido oposto à fôrça que ele aplicou. Diversas situações do dia a dia demonstram a ocorrência dêsse princípio.

Ao nadar, uma pessoa realiza um movimento para trás com os braços, no entanto se desloca para a frente. Isso acontece porque a água aplica uma fôrça sôbre o nadador que o faz se movimentar no sentido contrário ao da fôrça realizada por ele, sôbre a água.

Fotografia de uma mulher branca nadando para a direita em uma piscina. Acima da cabeça dela, há uma seta apontada para a direita (vetor F a n); próximo ao quadril, uma seta para a esquerda (vetor F n a).
 

A nadadora aplica uma fôrça horizontal sôbre a água

F vetorial NA

empurrando-a para trás; consequentemente, a água exerce sôbre a nadadora uma fôrça

F vetorial AN

também horizontal que a empurra para a frente. (São Paulo, São Paulo, 2018.)

Com base em fenômenos dêsse tipo, Isaac Niutom postulouglossário que, sempre que um corpo A aplica uma fôrça sôbre um corpo B, o corpo A sofre a ação de uma fôrça de reação de intensidade e direção iguais, mas de sentido oposto. Assim, uma das forças é chamada ação, e a outra, reação, configurando um par de forças ação-reação. É importante destacar que essas forças ocorrem de fórma simultânea, ou seja, a reação surge no mesmo instante que a ação passa a atuar.

Se você precisar fixar um prego na madeira com a ajuda de um martelo, seu movimento fará o martelo realizar uma fôrça sôbre o prego, mas o prego também exercerá uma fôrça sôbre o martelo. Repare que as forças de ação e de reação não atuam sôbre o mesmo corpo.

Fotografia. Uma mão de uma pessoa segurando um prego na vertical sobre uma superfície plana e outra segurando um martelo. A cabeça do martelo está sobre o prego. Do ponto onde o martelo encosta no prego há seta azul para cima (vetor F p m) e texto indica: reação (no martelo); e outra seta vermelha para baixo (vetor F m p) e texto indica: ação (no prego).
 


F vetorial PM

é a fôrça que o prego exerce no martelo e

F vetorial MP

, a fôrça que o martelo exerce no prego a cada martelada. Como indicam os vetores, essas forças atuam na mesma direção, apresentam a mesma intensidade, mas agem em sentidos opostos.

dêsse estudo, resultou o princípio da ação e reação, também conhecido como terceiro princípio da Dinâmica ou terceira lei de Niutom.

Terceira lei de Newton: a toda força de ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade, mesma direção, mas de sentido contrário.

Aplicações da terceira lei de Newton

Ilustração que mostra o planeta Terra com uma seta para cima (vetor F l t). Ao redor da Terra, uma linha redonda e tracejada, com a Lua no topo e uma seta para baixo (vetor F t l), na direção da Terra.

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

A Terra e a Lua atraem-se mutuamente com forças de mesma intensidade e mesma direção, mas com sentidos contrários

F vetorial TL e F vetorial LT

. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)


Ilustração. Parte de uma perna andando para a direita, com vista para o pé. A ponta do pé está apoiada no chão e o calcanhar levantado. Abaixo, uma seta vermelha para a esquerda, indicando ação, e uma seta vermelha para a direita, indicando reação.

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. Física um. décima segunda edição São Paulo: Addison Wesley, 2008. volume 1.

Quando caminhamos, aplicamos uma força de ação sobre o solo. O solo, por sua vez, aplica uma força de reação nos nossos pés, que nos impulsiona para a frente. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Força de atrito

O atrito é uma fôrça que se estabelece entre dois corpos ou meios que estão em contato. O atrito atua no sentido contrário ao movimento que pretende ser estabelecido ou que já se estabeleceu. Sua direção é tangenteglossário às superfícies em contato.

O atrito está presente em muitas situações do dia a dia. Quando uma pessoa empurra um objeto que começa a deslizar pelo piso, nossa experiência diz que sua velocidade diminuirá gradativamente, até o objeto parar. Conforme a primeira lei de Niutom, um movimento só é alterado se uma fôrça for aplicada sôbre o corpo; do contrário, seu estado de repouso ou de movimento se mantém. Assim, no exemplo citado, a fôrça de atrito é a responsável por modificar a velocidade do objeto, tendo em vista o contato entre o objeto que se movimenta e o piso.

Relação entre movimento e atrito

Ilustração A. Um menino branco agachado, com uma das mãos sobre um carrinho verde. Ele usa camiseta verde, calça azul e tênis vermelho. Ilustração B. Ele empurra o carrinho para a direita e, acima há uma seta vermelha para a direita (vetor F); abaixo, seta para a esquerda (vetor F a t). Ilustração C. Ele olha para o carrinho que está parado à direita.
(A) Para que o carrinho entre em movimento, (B) a criança precisa realizar uma fôrça de maior intensidade que o atrito. (C) A fôrça de atrito continua atuando durante o movimento, fazendo com que a velocidade diminua gradualmente, até que o carrinho pare. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: iãng, H. D.; Fríiméãn, R. A. Física um. . edição São Paulo: Addison Wesley, 2008. volume 1.

A intensidade da fôrça de atrito depende de vários fatores, entre os quais as características das superfícies que ficam em contato durante o movimento. A fôrça de atrito dependerá da composição das superfícies em contato e de seus níveis de rugosidade. Se você tentar mudar um armário de lugar sôbre um piso de carpete, verá que a fôrça de atrito nessa situação é maior do que se deslocar o mesmo móvel sôbre um piso de cerâmica, por exemplo. Isso acontece porque a superfície do piso de cerâmica é mais lisa do que a superfície do carpete. No entanto, a intensidade da fôrça de atrito será praticamente a mesma se você tentar empurrar o objeto pela face mais estreita ou mais larga.

Superfície e fôrça de atrito

Esquema. Um homem branco em pé, empurrando uma caixa para a direita. Há um destaque para o contato da caixa com o chão, com um ponto ao centro e uma seta para a direita (vetor F) e uma seta para a esquerda (vetor F a t).
 

A fôrça de atrito

F vetorial at

opõe-se ao deslizamento ou ao rolamento de uma superfície sôbre outra. Quanto mais rugosa for a superfície, maior será a fôrça necessária para movimentar o corpo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Tipler, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros. sexta edição Rio de Janeiro: éle tê cê, 2012. volume 1.

Em várias situações, a presença da fôrça de atrito é indesejável porque, além de se opor ao movimento, provoca o desgaste e o aquecimento das superfícies que estão em contato. Nesses casos, a fôrçade atrito pode ser reduzida com o uso de lubrificantes, como óleos e graxas, que, quando colocados entre as superfícies em contato, preenchem as irregularidades delas, tornando-as mais lisas e, consequentemente, reduzindo o atrito.

Fotografia. Detalhe de um aparelho rotativo voltado para baixo com uma broca na ponta. Ele está em contato com um objeto plano abaixo e, à direita, um aparato comprido e cilíndrico despeja óleo na região de contato.
Óleos derivados do petróleo podem ser usados como lubrificantes, reduzindo o desgaste das partes móveis e o atrito entre elas, como ao cortar metal com uma fresadora.

Em outras situações, o atrito é essencial. Percebemos a importância do atrito quando escorregamos em um piso ensaboado, por exemplo. Também não poderíamos realizar tarefas simples, como segurar um lápis, sem o atrito. Se vestirmos luvas ou utilizarmos algum creme nas mãos, acontece uma diminuição no atrito, e já não conseguimos ter a mesma firmeza para segurar um objeto.

É também graças ao atrito que os veículos param quando são freados. Os freios de uma bicicleta, por exemplo, são formados por um mecanismo que inclui duas sapatas de borracha por roda, que geram o atrito necessário para reduzir o movimento de rotação das rodas quando pressionadas contra elas.

Fotografia. Detalhe da roda de uma bicicleta na região em que fica o freio. No freio há uma borracha preta identificada como sapata, que está encostada no aro da roda.
A velocidade da bicicleta é reduzida quando as sapatas de borracha são acionadas pelo condutor, pressionando o aro da roda e produzindo atrito.

De ôlho no tema

  1. Coloca-se um cartão sôbre a boca de um copo e uma moeda sôbre o cartão. Puxando-se rapidamente o cartão, a moeda cai dentro do copo. Por quê?
  2. Imagine uma pessoa empurrando uma cadeira com rodinhas. Em certo instante, alguém resolve sentar nessa cadeira, e a pessoa que a empurra mantém a mesma fôrça para deslocá-la. Que tipo de mudança devemos notar no movimento comparando as duas situações?
  3. Em um dia de mudança, Marcelo precisava empurrar um móvel pesado de um lado da sala para o outro. Considerando que a base do móvel e o piso são de madeira, qual seria a melhor estratégia para reduzir o atrito e tornar a tarefa mais fácil? Explique a sua proposta.
Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 4 E 5

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ORGANIZAR

  1. Suponha que a resultante das forças aplicadas sôbre um corpo seja nula. O que podemos concluir a respeito do movimento dêsse corpo?
  2. Um carrinho desloca-se em movimento uniforme. A aplicação de uma fôrça na direção de seu movimento provocará que tipo de efeito?
  3. Na brincadeira de cabo de guerra, duas equipes competem com o objetivo de fazer com que os integrantes do outro grupo ultrapassem marcações no solo.
Ilustração. Dois grupos de quatro pessoas puxando uma corda em sentidos opostos. No centro da corda há uma bandeira vermelha e, no chão, três riscos transversais. A bandeira está sobre o risco transversal mais à direita.
Representação esquemática de uma competição de cabo de guerra. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: FREITAS, D. S. e outros Terceira lei de Niutom e “cabo de guerra”: compreendendo a motivação nas aulas de Física. Experiências em Ensino de Ciências, Cuiabá, volume 11, número 2, página 1-10, 2016.

  1. Faça um esboço da situação e desenhe as forças que cada integrante realiza.
  2. Represente a fôrça total de cada equipe e a resultante da disputa, indicando intensidade, direção e sentido.
  3. Indique algum aspecto ou estratégia de jôgo que deve ser levado em conta ao montar dois times que disputarão o cabo de guerra. Justifique recorrendo a pelo menos um elemento das leis de Niutom.

ANALISAR

4. Os pneus dos automóveis merecem atenção dos motoristas, a fim de evitar situações de risco à segurança de todos. Explique qual é o problema relacionado ao uso de pneus "carecas", principalmente em dias de chuva, apresentando um argumento científico completo.

Fotografia A. Parte de um pneu liso. Fotografia B. Parte de um pneu com texturas.
(A) Pneu careca e (B) pneu novo.
  1. Para levantar voo, um avião de 4 000 quilogramas, partindo do repouso, percorre a pista em 20 segundos até atingir a velocidade de 40 métros por segundo. Determine:
    1. a aceleração média até o avião levantar voo;
    2. a intensidade da resultante a que o avião esteve submetido até levantar voo.
  2. Considere a placa a seguir e relacione o texto dela com a primeira lei de Niutom.
Fotografia que mostra, à esquerda, uma estrada com veículos e, à direita, uma placa com a ilustração de dois carros, um atrás do outro. Entre eles há uma seta dupla. Na parte inferior da placa, a informação: Mantenha distância segura.
Placa de trânsito localizada em rodovia do estado de São Paulo (2022).

7. Leia a tirinha a seguir e explique, com base no que você estudou nesta Unidade, o que o gato Garfield quis dizer com sua resposta.

Tirinha composta por três quadrinhos que mostra Garfield, um gato amarelado com detalhes pretos, e Jon, homem de cabelo castanho e camisa azul. Quadrinho 1: Jon, atrás de uma bancada e com os braços cruzados, diz: Você está muito gordo. Ao lado, Garfield em pé na bancada, pensa: Estou ouvindo. Quadrinho 2: Jon, apontando para Garfield, diz: Quero que você perca peso. Ouviu bem? Garfield, com uma das patas na testa, pensa: Falou. Quadrinho 3: Jon, ainda com o dedo apontado para Garfield, pergunta: E aonde você vai? Garfield, se virando, pensa: A um planeta cuja gravidade seja menor.

COMPARTILHAR

8. Um dos esportes presentes nas Olimpíadas de Inverno é o curling Em grupo, pesquisem esse esporte, façam uma maquete para demonstrá-lo e elaborem uma apresentação relacionando-o com o que vocês aprenderam na Unidade. O trabalho pode ser divulgado em um evento cultural da escola sôbre a Ciência por trás das atividades esportivas.

Versão adaptada acessível

3. Na brincadeira de cabo de guerra, duas equipes competem com o objetivo de fazer com que os integrantes do outro grupo ultrapassem marcações no solo.

Ilustração. Dois grupos de quatro pessoas puxando uma corda em sentidos opostos. No centro da corda há uma bandeira vermelha e, no chão, três riscos transversais. A bandeira está sobre o risco transversal mais à direita.

  1. Represente a situação indicando as forças que cada integrante realiza.
  2. Represente a força total de cada equipe e a resultante da disputa, indicando intensidade, direção e sentido.
  3. Indique algum aspecto ou estratégia de jogo que deve ser levado em conta ao montar dois times que disputarão o cabo de guerra. Justifique recorrendo a pelo menos um elemento das leis de Newton.
Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

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Carrinho movido a ar

Para fazer um carrinho de brinquedo se movimentar, devemos empurrá-lo na direção em que queremos que ele se desloque. Nesta atividade prática, veremos uma maneira diferente de movê-lo.

Material

  • Carrinho de brinquedo (sem fricção)
  • Canudo plástico
  • Balão de borracha
  • Fita adesiva

Procedimento

  1. Fixe o canudo plástico no bico do balão usando a fita adesiva. É importante não deixar escapar ar entre o canudo e o balão quando ele estiver cheio.
  2. Prenda o canudo com o balão sôbre o carrinho utilizando a fita adesiva.
  3. Encha o balão com ar e, quando acabar, segure firme a ponta do canudo, impedindo que o ar escape, como mostra a figura.

Aparato experimental

Ilustração. Um carrinho de brinquedo amarelo. Há um canudo preso longitudinalmente acima dele. Na ponta da frente do canudo há uma bexiga vermelha cheia. A ponta de trás está sendo tampada por um dedo de uma mão, que também segura o canudo.
Representação esquemática do carrinho com o balão cheio. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

4. Leve o carrinho para um piso liso e sem nenhum obstáculo. Retire o dedo da ponta do canudo e acompanhe o resultado.

Analisar e discutir

  1. Descreva o movimento do carrinho a partir do instante em que você tirou o dedo da extremidade do canudo.
  2. Que fatores podem facilitar ou dificultar o movimento do carrinho?
  3. Qual princípio explica o movimento do carrinho na montagem realizada? Explique seu raciocínio.
  4. Cite uma situação prática em que o movimento produzido é explicado pela mesma lei da Física que explica o movimento do carrinho.
Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

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Carta aberta do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo sôbre a mobilidade ativa e inclusiva

reticências O conceito atual da mobilidade urbana ultrapassa em muito a visão da simples locomoção das pessoas. reticências

Para aqueles ou aquelas que se deslocam em veículos automotores a combustível, o tempo menor do trajeto reduzirá a geração e exposição aos poluentes e ao estresse térmico das grandes vias de tráfego e seu entôrno. A maior fluidez e o menor custo da mobilidade transformarão o tecido urbano de obstáculo a ponto de encontro reticências. A mobilidade ativa – caminhadas e ciclismo – é um instrumento poderoso para a redução da epidemia de obesidade, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e osteopeniaglossário .

Calçadas mais seguras são o antídoto para atropelamentos e quedas de idosos, além de permitirem a circulação de pessoas com mais restrições de mobilidade como cadeirantes. Sinalização semafórica, calçadas seguras, iluminação pública, estabelecimento de limites de velocidade mais seguros e construção de vias adequadas para bicicletas promovem importante redução de acidentes, incapacidades e mortes, bem como podem atrair mais pessoas para a mobilidade ativa, para andar a pé ou de bicicleta.

O conjunto de informações acima caracteriza a mobilidade eficiente, ativa e inclusiva como um elemento central para a implementação de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades, promoção de qualidade de vida e melhoria da saúde. Os achados são embasados em extensa literatura científica e relatórios sistematizados produzidos pelas universidades paulistas e pela sociedade civil organizada.

São Paulo possui uma extensa lista de universidades e grupos de pesquisa voltados para o estudo dos problemas urbanos, instituições essas que produzem pesquisa de alta qualidade. Por exemplo: a Universidade de São Paulo é a segunda instituição de pesquisa que mais publica no mundo sôbre temas urbanos, suplantada apenas pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América. A sociedade civil em São Paulo tem vários grupos e organizações dedicados a temas urbanos e mobilidade, oferecendo excelentes relatórios sôbre mobilidade ativa, carências do sistema, comparações com outras cidades do mesmo porte e pesquisas do usuário.

reticências Em um cenário como o de São Paulo, é lícito afirmar que o estabelecimento de políticas de mobilidade não depende de produção de novas informações, pois muito do que se necessita para aprimorar a mobilidade já foi produzido. O que é necessário é incorporá-las aos princípios e planejamento por parte das autoridades constituídas. reticências

Fonte: CARTA aberta do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo sôbre a mobilidade ativa e inclusiva. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 25 novembro 2020. Disponível em: https://oeds.link/uXQLBD. Acesso em: 22 julho 2022.

Fotografia de uma rua ampla com alguns carros estacionados e alguns carros andando mais à frente. Há duas placas nas laterais da rua, com a mensagem área calma, início, 30 quilômetros por hora.
Via de um município com velocidade máxima permitida de 30 quilômetros por hora. (São Paulo, São Paulo, 2022.)

A criação de locais nos quais a velocidade máxima permitida é de 30 quilômetros por hora é uma estratégia de priorização de pedestres que tem sido adotada em vários municípios do mundo.

TROCAR IDEIAS sôbre O TEMA

  1. Como você avalia a credibilidade dos argumentos trazidos no texto em defesa da mobilidade ativa e inclusiva? Que critérios você utilizou nessa avaliação?
  2. Compare suas respostas para a questão 1 com as dos colegas. Há um consenso entre a turma?
  3. Classifiquem os critérios apresentados em predominantemente objetivo e predominantemente subjetivo. Em seguida, reflitam sôbre o resultado dessa análise.
  4. Você diria que as autoridades governamentais da sua região levam em conta os dados coletados e analisados pelos institutos de pesquisa e pelas organizações civis? O que leva você a ter essa percepção? Discuta com os colegas.

AGIR

5. Que meios as pessoas, como profissionais e como cidadãos, podem usar para pressionar os governantes a implementar medidas efetivas de promoção da mobilidade ativa e inclusiva? Apresente suas propostas para a turma.

COMO EU ME SAÍ?

  • Consegui avaliar de fórma objetiva as informações apresentadas no texto e pelos colegas?
  • Apresentei argumentos com base em evidências para expressar minha avaliação sôbre a atuação governamental em prol da mobilidade ativa e inclusiva?
  • Fiz propostas de ação compatíveis com a realidade social na qual estou inserido?
Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

Uso do freio a bê ésse

1) O que é o a bê ésse? É um sistema de segurança que impede o bloqueio das rodas durante uma frenagem de emergência, evitando que o motorista perca o contrôle sôbre o veículo.

2) Como funciona o a bê ésse? Em situações de emergência, ao tentar evitar uma colisão, normalmente o condutor atua com fôrça sôbre o pedal de freio, causando o bloqueio total das rodas. O bloqueio das rodas implica perda de aderência do pneu com o solo. Nestas situações, o veículo fica fóra de contrôle, pois não obedece ao comando do volante.

Com o freio a bê ésse, o motorista é capaz de frear e desviar do obstáculo ao mesmo tempo, minimizando a perda de contrôle do veículo. Ao frear no meio de uma curva ou sôbre superfícies escorregadias o sistema atua para que o bloqueio das rodas não aconteça.

3) Devo pressionar o pedal do freio com máxima fôrça, quando em uma frenagem de emergência? E quando o pedal do freio trepidar? Em uma situação de emergência, sim. Nos veículos equipados com o freio a bê ésse o condutor deve pressionar o pedal do freio com a máxima fôrça e manter o pedal pressionado para que o freio a bê ésse possa atuar com efetividade.

A atuação do freio a bê ésse é identificada através de uma leve trepidação nos pedais em decorrência da variação de pressão dos freios para que estes não travem. Portanto, não se deve aliviar a pressão do pedal do freio quando em uma frenagem de emergência em um veículo equipado com freio a bê ésse.

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Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA AUTOMOTIVA. Uso do freio a bê ésse. Disponível em: https://oeds.link/sALoFR. Acesso em: 22 julho 2022.

Fotografia de um disco metálico peso no centro por parafusos. Acima, no lado esquerdo, há uma estrutura vermelha que recobre parcialmente o disco indicada como pastilha.
Os freios de um automóvel funcionam por atrito. As pastilhas pressionam o disco da roda para reduzir a velocidade.

Uso dos air bags

1) Os air bags são dispositivos de segurança complementar ao cinto de segurança. O cinto garante a retenção necessária para que os air bags venham a atuar com eficácia, além de garantir a correta trajetória do ocupante na direção das bolsas de ar.

2) Os air bags não são projetados para acionar em qualquer tipo de colisão. O parâmetro de contrôle de acionamento dos air bags está associado à desaceleração do veículo, ao ângulo de colisão e ao risco de lesão grave ou fatal, entre outros fatores.

3) Devido à alta velocidade de acionamento, os air bags podem causar lesões graves ou fatais caso o ocupante não esteja em uma posição correta. Portanto:

Não dirija muito perto do volante.

Mantenha os braços na posição correta no volante.

Não posicione o banco muito próximo do painel de instrumentos.

Não fique com os pés em cima do painel.

reticências

4) Nunca deixe objetos no colo e/ou na boca, crianças e animais entre você e os air bags, pois no caso de acidente as lesões serão agravadas.

reticências

8) Após o acionamento, não há como recuperar os air bags. O sistema deve ser avaliado por uma oficina autorizada sôbre a possilibilidade de substituição.

reticências

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA AUTOMOTIVA. Uso dos air bags. Disponível em: https://oeds.link/NRzTpf. Acesso em: 22 julho 2022.

Fotografia que mostra a parte frontal de um carro onde estão bonecos com proporções humanas sentados nos bancos, usando cinto de segurança e, à frente deles, o airbag acionado, um grande saco totalmente inflado.
Ao ser acionado, o air bag frontal impede que os ocupantes se choquem contra o painel do carro. O cinto de segurança também tem papel importante para evitar um possível choque.

ATIVIDADES

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OBTER INFORMAÇÕES

1. Em 2014, o freio a bê ésse e o air bag frontal passaram a ser itens obrigatórios em todos os carros de passeio fabricados a partir dessa data. Quais são as evidências que mostram que esses itens contribuem para a segurança no trânsito?

PESQUISAR

2. Outro dispositivo bastante presente nos carros é o encosto de cabeça nos bancos frontais e traseiros. Pesquise esse dispositivo e escreva um ou mais argumentos científicos (com ‘Dados’, ‘Garantia’, ‘apôio’, ‘Qualificador’ e ‘Conclusão’) que demonstrem que ele também está relacionado à segurança dos ocupantes dos veículos. Sob orientação do professor, compartilhe o material produzido com seus colegas.

Glossário

Resistência do ar
: os gases que compõem a atmosfera do planeta Terra oferecem resistência ao deslocamento dos corpos.
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Premissa
: proposição na qual a análise e a conclusão de um evento se baseiam.
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Sinfonia
: fórma de expressão musical surgida no século dezessete, executada por vários instrumentos. betôven introduziu modificações importantes (até mesmo revolucionárias) no conceito de sinfonia.
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Postular:
considerar que algo é um fato sem a necessidade de uma demonstração.
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Tangente
: que toca as superfícies.
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Osteopenia
: perda gradual de massa óssea.
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