Unidade 8 Sol, Terra e Lua

Fotografia. À direita, uma construção em formato de cúpula com uma pequena torre em cima. Ao fundo, céu avermelhado. À esquerda, o Sol parcialmente coberto pelo lado esquerdo, formando um arco dourado.
Eclipse solar parcial visto sôbre o edifício do Capitólio no início da manhã de 10 de junho. (Estados Unidos, 2021.)

Eclipses

Muitos povos antigos associavam os fenômenos celestes a fatores divinos ou mágicos, à boa sorte ou ao presságio de tragédias. Ao mesmo tempo, entretanto, desenvolveram ideias sobre os movimentos dos astros e, com isso, foram capazes de prever alguns dêsses fenômenos.

Descobriu-se, assim, em diversas épocas e regiões do mundo, que os eclipses estão ligados aos movimentos dos astros. Atualmente, compreendemos que, em determinadas posições, os astros têm sua umbra projetada em outros astros, o que causa uma alteração temporária de sua aparência.

Fotografia. Várias pinturas rupestres com diferentes formatos geométricos como círculos concêntricos, curvas e losangos, em pedras que compõem um monte. A partir de cima alguns raios solares se dispersam sobre a cena.
Pinturas rupestres do Sol e da Lua com raios de Sol em Montalvânia, Minas Gerais.

Começando a Unidade

  1. Que razões podem ter estimulado o ser humano a buscar compreender e prever o fenômeno dos eclipses?
  2. Você conhece algum movimento que a Lua realiza? Se sim, qual é sua implicação no cotidiano?
  3. Quando é verão no Brasil, também é verão no Hemisfério Norte? Explique sua resposta.
  4. Qual é a utilidade e a importância da previsão do tempo em diferentes setores da vida humana?

Por que estudar esta Unidade?

Os astros que compõem o Universo influenciam uns aos outros de diferentes maneiras: o Sol ilumina e aquece a Terra com intensidades que variam entre as regiões do globo; as fases da Lua e sua posição no céu influenciam as marés. Conhecer essas relações entre o Sol, a Terra e a Lua ajuda a compreender as condições que favorecem a existência de vida no planeta e a ocorrência de fenômenos naturais como as estações do ano e as características do clima e do tempo, que, por sua vez, influenciam a pesca, a agricultura e outras atividades econômicas.

TEMA 1 Rotação e translação da Terra

O planeta Terra realiza alguns movimentos de fórma simultânea, entre eles a rotação a translação.

O movimento de rotação

A rotação é o movimento que um corpo realiza em torno de seu próprio eixo. O eixo dos corpos celestes corresponde a uma linha reta imaginária que o atravessa do polo Norte ao polo Sul, passando pelo seu centro. No caso da Terra, o eixo está inclinado em relação ao seu plano de órbita ao redor do Sol.

O movimento de rotação é responsável pela sucessão dos dias e das noites. Enquanto em uma face do planeta é dia, pois está sendo iluminada pelo Sol, na face oposta é noite, pois nesse momento o Sol não a ilumina.

Visto de cima do polo Norte, o movimento de rotação da maioria dos planetas se dá no sentido anti-horário com durações variáveis. Vênus e Urano são as exceções, realizando o movimento de rotação de leste para oeste.

Um observador fixo, na superfície terrestre, tem a impressão de que o Sol muda de posição no céu ao longo do dia, indo de leste para oeste. Entretanto, é a Terra que se rotaciona de oeste para leste. Esse fenômeno é conhecido como movimento aparente do Sol.

Inclinação do eixo de rotação da Terra

Ilustração. À esquerda, o planeta Terra com o eixo de rotação inclinado para a direita e uma seta curva indicando o sentido anti-horário de sua rotação. Uma linha perpendicular ao eixo de rotação cruza a Terra e está indicada como linha do Equador. Uma linha tracejada horizontal, indicada como plano de órbita, cruza a Terra e vai até o Sol, à direita. O fundo é escuro com muitas estrelas.
Representação esquemática da Terra, mostrando a inclinação do eixo de rotação em relação ao plano de órbita ao redor do Sol em um solstício. Note que a metade iluminada do planeta não coincide com um plano que passe pelo eixo de rotação. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Precessão do eixo da Terra. Astronomia & astrofísica. Disponível em: https://oeds.link/vUxHtf. Acesso em: 12 julho. 2022.

Movimento aparente do Sol

Ilustração. Uma semiesfera voltada para baixo, com a base preenchida por gramado e algumas árvores, representando um trecho da superfície terrestre, e a parte da abóboda em azul translúcido, representando o céu. Há uma linha horizontal cruzando a base, a ponta esquerda indica Norte e a ponta direita indica Sul. Acompanhando a abóboda há um arco amarelo inclinado para a direita vindo de trás, onde está escrito leste, para a frente, onde está escrito oeste. No meio do arco está o Sol, a meia altura no céu. No centro da base da semiesfera há uma pessoa. Dela sai uma seta que vai até o Sol.
A linha amarela representa a trajetória do Sol, em seu movimento aparente no céu, visto por um observador localizado em uma latitude entre 0 e 90, no Hemisfério Norte, em determinada época do ano. Esse movimento se dá de leste para oeste. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustração elaborada com base em OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Movimento anual do Sol e as estações do ano. . Disponível em: https://oeds.link/2awDoF. Acesso em: 12 julho 2022.

Formato da Terra e incidência luminosa

A Terra tem formato esférico. Assim, os raios solares atingem o planeta com ângulos diferentes, em relação à superfície, fazendo com que a intensidade de luz solar varie de uma região para outra.

Incidência dos raios solares sôbre a Terra

Ilustração A. À frente de um fundo escuro com estrelas está o planeta Terra com a linha do equador e, na parte inferior, o círculo Polar Antártico, um círculo ao redor da Antártica. O eixo de rotação da Terra está inclinado para trás. À direita está o Sol. Dele saem setas amarelas apontadas para a esquerda e indicadas como raios solares.
Ilustração B. Ambiente litorâneo com mar à esquerda e trecho de terra firme com árvores à direita. Acima, setas amarelas verticais apontando para baixo estão indicadas como raios solares.
Ilustração C. Ambiente com montanhas ao fundo, uma montanha no primeiro plano e uma planície no meio, tudo coberto por neve. Acima, setas amarelas diagonais apontando para a esquerda estão indicadas como raios solares.
(A) Representação esquemática da incidência de raios solares sôbre a Terra durante um equinócio. (B) Na linha do Equador, os raios solares incidem em um ângulo de 90graus. (C) Nos círculos polares, esse ângulo diminui, fazendo com que os raios solares atinjam a Terra com menos intensidade. Consequentemente, a energia radiante (luminosidade e calor) recebida em regiões equatoriais é maior em relação às regiões polares. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Ilustrações elaboradas com base em OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Movimento anual do Sol e as estações do ano. . Disponível em: https://oeds.link/2awDoF. Acesso em: 12 julho 2022.

O movimento de translação

O movimento que os corpos celestes realizam ao redor do Sol é denominado translação. A trajetória dêsse movimento, chamada de órbita, ocorre em sentido anti-horário para todos os planetas (conforme vista de cima de seus hemisférios Norte) e é aproximadamente circular, com o Sol ocupando uma posição um pouco deslocada do centro da órbita.

O tempo gasto para completar esse trajeto varia entre os planetas. A Terra demora aproximadamente 365 dias e 6 horas. No entanto, um ano terrestre tem 365 dias. Para compensar as seis horas de diferença, convencionou-se adotar, a cada quatro anos, um dia a mais no calendário, dando origem ao ano bissexto, que é um ano com 366 dias. A cada quatro anos, a soma das seis horas restantes em cada ano fórma um dia completo (4 anos · 6 horas por ano = 24 horas). Por isso, no ano bissexto, o mês de fevereiro tem 29 dias.

As estações do ano

Dependendo da região do planeta, ao longo do ano, podemos verificar as variações de temperatura, do aspecto da vegetação, do vento e da quantidade de chuva. O conjunto dessas características pode identificar as estações do ano.

A sucessão das estações do ano é resultante do movimento de translação da Terra e da inclinação do seu eixo de rotação em relação ao plano de órbita. A inclinação do eixo de rotação e a curvatura da Terra influenciam diretamente na recepção de raios solares, fazendo com que a intensidade de luz varie de uma região para outra ao longo de um ano.

Os raios solares incidem mais intensamente no hemisfério terrestre voltado para o Sol. No hemisfério oposto, como a maior parte não está voltada em direção ao Sol, os raios solares incidem com menos intensidade. dêsse modo, essas diferenças na incidência de raios solares refletem no aquecimento desigual da superfície terrestre, caracterizando as estações do ano.

Assim, quando é verão no Hemisfério Sul, é inverno no Hemisfério Norte. Após seis meses, as estações se invertem. Na região próxima à linha do Equador não há grande diferença na incidência de raios solares ao longo do ano; portanto, não há muitas variações nas características de cada estação.

Incidência de luz nos hemisférios

Ilustração A. O planeta Terra com o eixo de rotação inclinado para a esquerda e com a Linha do Equador perpendicular a este eixo. À direita, setas amarelas apontando para a esquerda e indicadas como raios solares. O lado direito da Terra está iluminado, sendo a maior porção dessa face iluminada o Hemisfério Sul devido à inclinação do eixo de rotação. Ilustração B. A mesma cena, porém com o eixo de rotação da Terra inclinado para a direita e, portanto, com uma porção maior do Hemisfério Norte iluminada pelos raios solares.
Representação esquemática da Terra em dois momentos distintos de seu trajeto ao redor do Sol: (A) inverno no Hemisfério Norte e verão no Hemisfério Sul (quando a incidência de raios solares é maior no Hemisfério Sul) e (B) inverno no Hemisfério Sul e verão no Hemisfério Norte. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: SARAIVA, M. F. O. Movimento anual do Sol e as estações do ano. Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (u éfe érre gê ésse). Disponível em: https://oeds.link/U6nC4i. Acesso em: 12 julho 2022.

Cada estação do ano (verão, outono, inverno e primavera) dura aproximadamente três meses. As datas de passagem de uma estação para outra são definidas pelas posições da Terra em seu trajeto ao redor do Sol denominadas solstícios e equinócios.

Os solstícios correspondem à posição da Terra em que há a maior diferença entre a incidência de raios solares nos hemisférios. Existem dois solstícios por ano: em junho e em dezembro. Os equinócios correspondem à posição da Terra em que os dois hemisférios são igualmente iluminados pelo Sol. Existem dois equinócios por ano: em março e em setembro.

Ciclo das estações do ano

Ilustração. Ao centro, à frente de um fundo escuro com estrelas, o Sol. Ao redor, quatro representações do planeta Terra em diferentes posições de sua órbita com os movimentos de rotação e de translação indicados por setas. Em uma posição há as indicações Solstício de dezembro, inverno no Hemisfério Norte e verão no Hemisfério Sul. Devido à inclinação do eixo de rotação da Terra, há uma porção maior do Hemisfério Sul iluminada pelo Sol. Na posição seguinte da Terra, há as indicações Equinócio de março, primavera no Hemisfério Norte e outono no Hemisfério Sul. Os dois hemisférios estão igualmente iluminados pelo Sol. Na posição seguinte da Terra, há as indicações Solstício de junho, verão no Hemisfério Norte e inverno no Hemisfério Sul. Há uma maior porção do Hemisfério Norte recebendo luz solar. Na posição seguinte da Terra, há as indicações Equinócio de setembro, outono no Hemisfério Norte e primavera no Hemisfério Sul. Os dois hemisférios estão igualmente iluminados pelo Sol.
Representação esquemática da translação da Terra, mostrando os solstícios e os equinócios, que marcam o início das estações. Em razão da perspectiva da ilustração, a órbita terrestre aparenta estar mais alongada. No entanto, ela é aproximadamente circular. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: SARAIVA, M. F. O. Movimento anual do Sol e as estações do ano. Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (u éfe érre gê ésse). Disponível em: https://oeds.link/U6nC4i. Acesso em: 12 julho 2022.

Saiba mais!

O Brasil é um país muito extenso, ultrapassando a linha do Equador ao norte e o Trópico de Capricórnio ao sul. A região do planeta entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio é considerada uma região de clima tropical. Essa faixa, por receber maior incidência de raios solares o ano inteiro, apresenta temperaturas anuais mais elevadas. Dessa fórma, ocorrem menos variações com a mudança das estações. Assim, em algumas localidades do Brasil, sobretudo mais ao norte, é possível identificar apenas duas estações: uma de seca e uma chuvosa. Nas regiões mais ao sul, são registradas as temperaturas mais baixas, e as diferenças entre as estações do ano são mais perceptíveis.

Fotografia A. Ambiente com gramado e muitas árvores. À frente, uma árvore sem folhas e com flores brancas.
Fotografia B. Na mesma cena, a árvore à frente está com folhagem verde.
Fotografia C. Na mesma cena, a árvore à frente está folhagem verde clara e o ambiente está mais iluminado.
Fotografia D. Na mesma cena, a árvore à frente está com folhagem verde escura.
Registros da paisagem no Parque Ibirapuera (São Paulo, São Paulo) nas estações (A) inverno (2014), (B) primavera (2014), (C) verão (2015) e (D) outono (2015).

De ôlho no tema

Explique como a ocorrência das estações do ano está relacionada à incidência de raios solares na superfície do planeta.

TEMA 2 A Lua

A movimentação dos astros e as posições da Terra, do Sol e da Lua no Sistema Solar explicam eventos como as fases da Lua e os eclipses.

Os movimentos da Lua

Desde a Antiguidade, a Lua desperta a curiosidade dos seres humanos e muitos mitos foram criados para tentar explicar a origem dêsse astro. A teoria mais aceita na atualidade é que ela teria se originado da colisão da Terra, que ainda estava em processo de formação, com outro protoplanetaglossário do tamanho de Marte, chamado Teia, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Dos detritos gerados nessa colisão teria se formado a Lua.

Corpos como a Lua, que não possuem luz própria e orbitam outro corpo celeste, como um planeta, são chamados de satélites naturais.

Assim como a Terra, a Lua também realiza alguns movimentos de fórma simultânea, entre eles a rotação e a translação. O movimento de translação ocorre em torno da Terra, e o período que a Lua leva para completá-lo é de aproximadamente 27 dias.

Quanto ao movimento de rotação, o período que a Lua leva para completar uma volta em torno de seu próprio eixo é o mesmo período de sua translação: aproximadamente 27 dias.

O fato de a Lua realizar tanto a translação como a rotação em um mesmo período é responsável por um fenômeno peculiar: o lado da Lua que está voltado para a Terra é sempre o mesmo.

Translação da Lua e da Terra

Ilustração A. Uma placa quadrada azul, indicada como Plano de órbita do planeta Terra. O Sol está ao centro, e a Terra aparece em quatro posições equidistantes ao redor do Sol, numeradas de um a quatro e ligadas por uma linha azul, contínua e circular, indicando o trajeto de sua órbita em torno do Sol. Cada representação da Terra é atravessada por uma placa quadrada cinza, inclinada em relação ao plano de órbita da Terra, indicada como plano de órbita da Lua. Em uma dessas representações há a indicação de um ângulo formado pela intersecção dos dois planos: 5,2 graus. Em cada representação do plano de órbita da Lua há uma representação da Lua próxima à Terra e uma linha pontilhada circular indicando seu trajeto em torno da Terra. Ilustração B. Há uma linha na horizontal por toda a extensão da ilustração indicada como 'Plano de órbita da Terra'. No centro dessa linha há o planeta Terra e, à direita, o Sol. Há uma linha cruzando o plano de órbita da Terra com a indicação de 5,2 graus de inclinação nomeada como 'Plano de órbita da Lua'. Próxima à Terra e sobre essa segunda linha, está a Lua.
(A) Representação esquemática em visão oblíqua do plano de órbita da Terra e sua trajetória ao redor do Sol em quatro posições diferentes (1, 2, 3 e 4) e do plano de órbita da Lua e sua trajetória ao redor da Terra. A linha tracejada representa o movimento de translação realizado pela Lua ao redor da Terra, e a linha contínua, o da Terra ao redor do Sol. (B) Representação esquemática em visão lateral do mesmo contexto, com a Terra na posição 1. Note que o plano de órbita da Lua está inclinado aproximadamente 5,2graus em relação ao plano de órbita da Terra. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. . quarta edição São Paulo: Livraria da Física, 2017.

As fases da Lua

A Lua não possui luz própria. A luz que ela parece emitir é resultado da reflexão da luz que ela recebe do Sol. Para um observador na Terra, a aparência da Lua muda com o passar dos dias: ora está totalmente iluminada, ora parcialmente, e às vezes não está visível. Essas variações, denominadas fases da Lua, são definidas pela posição da Lua em sua órbita em torno da Terra. Destacam-se quatro fases da Lua: nova, quarto crescente, cheia e quarto minguante.

As fases da Lua ocorrem somente na perspectiva de quem está na Terra. Se a Lua for observada a distância, é possível constatar que ela está sempre com o lado voltado para o Sol iluminado.

Fases da Lua

Esquema. Sobre um fundo escuro, há setas amarelas no lado esquerdo apontando para a direita, indicadas como 'raios solares'. Ao centro está o planeta Terra, com a metade esquerda iluminada. Circundando a Terra há uma linha contínua, com setas no sentido anti-horário, sobre a qual há oito representações da Lua em diferentes posições. Em todas o seu lado esquerdo está iluminado e o lado direito, escurecido. Mais externamente há outra linha circundando a Terra, pontilhada. Sobre ela há também oito representações da Lua em diferentes posições. Na posição à direita da Terra, ela está totalmente iluminada e momeada como 'Lua cheia'. Na posição acima, ela está com o lado direito iluminado e o lado esquerdo escurecido, nomeada 'Quarto minguante'. Na posição à esquerda, ela está totalmente escurecida e nomeada como 'Lua nova'. Na posição abaixo, ela está com o lado esquerdo iluminado e o lado direito escurecido, nomeada 'Quarto crescente'.
Representação esquemática da Lua em alguns pontos de sua órbita. As setas indicam o sentido da translação. As representações da Lua mais externas mostram como ela é vista no céu por um observador localizado no Hemisfério Sul da Terra. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: , J. . Porto: Civilização Editora, 1996.

Características das fases da Lua

Fase da Lua

Aspecto

Horário

Lua Nova

Não é visível.

Nasce no início da manhã e se põe no final da tarde.

Quarto crescente (no Hemisfério Sul)

Semicírculo, com a parte iluminada voltada para o oeste.
Fotografia. A Lua com a metade esquerda iluminada e a metade direita não visível.

Nasce por volta do meio-dia e se põe por volta da meia-noite.

Lua Cheia

Disco luminoso
Fotografia. A Lua completamente iluminada.

Nasce no início da noite e se põe no início da manhã.

Quarto minguante (no Hemisfério Sul)

Semicírculo, com a parte iluminada voltada para o leste.
Fotografia. A Lua com a metade direita iluminada e a metade esquerda não visível.

Nasce por volta da meia-noite e se põe por volta do meio-dia.


Entrando na rede

No enderêço https://oeds.link/W85cp8, há um simulador (em inglês) das fases da Lua que facilita a visualização e a compreensão das variações da aparência da Lua. Ele apresenta a perspectiva do Hemisfério Norte. Acesso em: 12 julho 2022.

Vamos fazer

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Como representar as fases da Lua com um modêlo tridimensional?

Material

  • Caixa de sapatos ou caixa similar de papelão
  • Bola de isopor com diâmetro aproximado de 5 centímetros
  • Lanterna
  • Tinta guache preta
  • Pincel
  • Fita adesiva
  • Linha
  • Tesoura com pontas arredondadas
  • Caneta

ATENÇÃO

Tome cuidado ao manipular a tesoura.

Procedimento

  1. Abra um orifício em uma das laterais da caixa. Ele deve ter o mesmo diâmetro da lanterna.
  2. Abra quatro orifícios pequenos, um em cada uma das laterais da caixa e a mesma altura. Na face em que está o orifício maior, faça o orifício pequeno sob ele.
  3. Numere os orifícios pequenos. O orifício que está na mesma face do orifício maior deve ser o 1; gire a caixa para a esquerda e numere os orifícios 2, 3 e 4.
  4. Pinte de preto as faces internas da caixa.
  5. Com a linha e a fita adesiva, fixe a bola de isopor no fundo da caixa, de modo que, ao virar a caixa de cabeça para baixo, a bola fique pendurada e na altura dos orifícios menores.
Ilustração. Uma caixa retangular marrom sem tampa com uma esfera branca presa no centro indicada como 'bola de isopor representando a Lua'. Em cada lateral da caixa há um orifício pequeno. Em uma das laterais menores, há um orifício maior acima do orifício pequeno.
Esquema de montagem do experimento. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
  1. Tampe a caixa, vire-a de cabeça para baixo, encaixe a lanterna no orifício maior, acenda-a e observe a bola a partir de cada um dos orifícios.
  2. Represente o aspecto da face iluminada da bola em cada situação.

Analisar

  1. Relacione o aspecto da face iluminada da bola, em cada um dos orifícios observados, com as fases da Lua.
  2. O modêlo ilustra as fases da Lua a partir de uma perspectiva geocêntrica? Como você testaria essa hipótese?
  3. Quais são as limitações do modêlo construído e como seria possível deixá-lo mais sofisticado?

Eclipses

Eclipse é um fenômeno astronômico que acontece sempre que um corpo celeste é encoberto, total ou parcialmente, pela umbra de outro corpo celeste.

Para entender melhor como os eclipses acontecem, precisamos primeiro compreender os conceitos de umbra e de penumbra.

Ao receber a luz de uma lâmpada, um corpo opaco projeta, em um anteparo, uma umbra, que é uma região sem luminosidade. Ao redor da umbra, existe uma região com o limite difuso que recebe os raios luminosos, mas em menor quantidade. Essa região parcialmente iluminada é chamada de penumbra.

Titulo do carrossel
Imagem meramente ilustrativa

Gire o seu dispositivo para a posição vertical

Formação de umbra e de penumbra

Esquema. À esquerda, uma lâmpada acesa indicada como fonte de luz. Ao centro, uma esfera azul indicada como corpo opaco. À direita, uma parede. Da lâmpada partem linhas retas com setas em direção à esfera e à parede. A esfera opaca projeta um cone escuro, indicado como cone de umbra, que se fecha em direção à parede, formando nela um pequeno círculo indicado como umbra. Na parede também forma-se um círculo maior e menos escuro indicado como penumbra.
Representação esquemática da projeção de umbra e de penumbra de uma esfera opaca em um anteparo (parede). (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: Rrêuit, P. G. . décima segunda edição Porto Alegre: Bookman, 2015.

Eclipse solar

Durante seu movimento de translação, a Lua eventualmente passa entre a Terra e o Sol, projetando sua umbra e penumbra na Terra. Essa situação caracteriza um eclipse solar. Nesse fenômeno, uma pequena porção da superfície terrestre pode ficar encoberta pela umbra da Lua. Um observador que estiver nessa região de umbra presenciará um eclise solar total. Já um observador que estiver na região no entôrno da umbra, a penumbra, presenciará um eclipse solar parcial.

Fotografia. Trecho da superfície da Terra visto do espaço. Há uma sombra escura e arredondada com o limite da borda difuso.
Umbra que a Lua projeta sôbre a Terra durante um eclipse solar. Imagem obtida pela estação espacial russa Mir em 1999.

Formação de um eclipse solar

Ilustração. À esquerda está o Sol, que emite luz em direção, respectivamente, à Lua e à Terra. A Lua projeta um cone de sombra que se abre, nomeado penumbra, que forma uma grande sombra circular na superfície da Terra com a indicação 'eclipse parcial'. A Lua também projeta um cone de sombra por dentro do primeiro, mais escuro e que se fecha, nomeado Umbra. Este forma uma pequena sombra circular na superfície da Terra com a indicação 'eclipse total'.
Representação esquemática de um eclipse solar. O eclipse é total para um observador que se encontra na projeção da umbra, e parcial para quem está na região da penumbra. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. . quarta edição São Paulo: Livraria da Física, 2017.

Entrando na rede

Na página do govêrno do Estado do Amapá disponível em: https://oeds.link/OAQ5Bh, são disponibilizadas informações sobre como observar um eclipse solar com segurança. Acesso em: 12 julho 2022.

Eclipse lunar

Ocasionalmente, quando a Lua se encontra no lado oposto da Terra em relação ao Sol, ela pode atravessar a região de umbra da Terra. Nessa situação, a Lua se encontra em uma região que não recebe a luz do Sol, o que caracteriza um eclipse lunar total. Se parte da Lua passar pela umbra e parte pela penumbra, ocorre então um eclipse lunar parcial. Quando a Lua passa apenas pela penumbra da Terra, sua face voltada para o Sol está totalmente iluminada. Porém, como ela recebe uma quantidade menor de raios solares, ocorrerá uma leve diminuição em seu brilho. Essa situação é denominada eclipse lunar penumbral. A diferença no brilho da Lua entre esse eclipse e a Lua cheia é muito tênue e difícil de ser percebida a ôlho nu.

Formação dos eclipses lunares

Ilustração A. À esquerda está o Sol, que emite luz em direção à Terra. À direita da Terra, projeta-se um cone de sombra que se abre, nomeado penumbra, e, dentro dele, um cone de sombra mais escura que se fecha, nomeado umbra. A Lua está dentro da umbra. Ilustração B. Na mesma cena, a Lua está na divisão entre a umbra e a penumbra. Ilustração C. Na mesma cena, a Lua está na região da penumbra.
Representações esquemáticas da ocorrência de (A) um eclipse lunar total, (B) um eclipse lunar parcial e (C) um eclipse lunar penumbral. No eclipse parcial é possível observar a curvatura da Terra, evidenciada pelo limite da umbra. (Imagens sem escala; cores-fantasia.)

Fonte: OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. . quarta edição São Paulo: Livraria da Física, 2017.

A frequência dos eclipses

Se um eclipse acontece quando ocorre um alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua, por que não vemos eclipses duas vezes a cada ciclo de fases lunares, um quando a Lua está entre a Terra e o Sol, e outro quando a Lua está atrás da Terra em relação ao Sol? Perceba pela imagem , no início deste Tema, que o plano de órbita da Lua não é alinhado com o plano de órbita da Terra. Dessa fórma, quando a Terra está nas posições 1 e 3, não é possível ocorrer eclipses porque a Lua não passa exatamente entre a Terra e o Sol, nem exatamente atrás da Terra em relação ao Sol. Já quando a Terra se encontra nas posições 2 e 4, essas situações podem ocorrer, gerando eclipses. Por isso, de fórma geral, os eclipses ocorrem apenas em duas épocas a cada ano.

De ôlho no tema

Associe seus conhecimentos sôbre as fases da Lua e sôbre os eclipses e responda: em qual fase da Lua ocorrem os eclipses solares? E os eclipses lunares?

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 1 E 2

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Relacione os movimentos dos corpos celestes com os fenômenos naturais indicados.
    1. Translação.
    2. Rotação.
    1. Ocorrência dos dias e das noites.
    2. Alternância das estações.
    3. Eclipses.
    4. Fases da Lua.
  2. Compare os movimentos de rotação e de translação da Terra e da Lua.

ANALISAR

  1. Durante um eclipse solar, em qual região da Terra uma pessoa deve estar para observar a ocultação total do Sol pela Lua?
  2. Se observarmos o céu ao longo de um dia, perceberemos que o Sol nasce aproximadamente na direção leste, se eleva e, depois, se põe aproximadamente na direção oeste. É o Sol que se movimenta ao longo do dia? Explique.
  3. Explique por que a inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita ao redor do Sol está diretamente relacionada à ocorrência das estações do ano.
  4. Leia a tirinha e responda.
Tirinha composta por três quadros que mostra Armandinho, menino pequeno de cabelo azul, usando camiseta de mangas compridas laranja e calça azul. Ao lado dele, vista para pernas de uma pessoa alta que usa calça e sapatos azuis. Quadrinho 1: Fundo escuro com estrelas e o texto: O solstício de inverno marca o início oficial dessa estação... E é quando temos a noite mais longa do ano! Quadrinho 2: A pessoa que está em pé, diz: Daqui até o versão, os dias serão cada vez mais longos! Armandinho, olhando para o alto, pergunta: É mesmo? Quadrinho 3: Armandinho, olhando para frente, diz: Pensei que eles tinham sempre 24 horas...
  1. Armandinho interpretou equivocadamente a fala do pai. Explique qual foi seu equívoco e o que o pai quis dizer.
  2. Qual fenômeno astronômico ocorre no dia mais longo e no dia mais curto do ano? O que ele delimita?
  3. Como podemos identificar a data em que ocorre um equinócio? O que esse fenômeno delimita?
  1. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, as temperaturas médias são elevadas e constantes praticamente o ano todo. Já em outras regiões do Brasil, as temperaturas diminuem no inverno e, algumas vezes, chegam a atingir valores negativos em certos municípios da região Sul. Explique por que existem essas diferenças nas características das estações do ano no território brasileiro.
  2. Identifique e explique o fenômeno que a figura a seguir representa.
Ilustração. À esquerda está o Sol, que emite luz em direção à Terra, que está à direita. À direita da Terra há um cone de sombra, dentro do qual está a Lua.
(Imagem sem escala; cores-fantasia.)

COMPARTILHAR

9. Dividam-se em grupo, conforme as orientações do professor. Cada grupo ficará responsável por um dos seguintes fenômenos: fases da Lua, eclipse solar ou eclipse lunar. Produzam um vídeo curto, de aproximadamente 3 minutos, explicando como esse fenômeno acontece. Não se esqueçam de procurar em fontes confiáveis mais informações e usar recursos que facilitem a compreensão – por exemplo, acessar um simulador virtual, utilizar modelos, maquetes, desenhos, fotos etcétera Apresentem o vídeo para a turma. Após os ajustes sugeridos nesta etapa, conforme orientação do professor, esse vídeo pode ser divulgado nas redes sociais da escola para que outras pessoas possam aprender com vocês também! Mas atenção: se vocês optarem por utilizar fotos e desenhos que não forem produzidos por vocês, é preciso pedir autorização de uso ao autor das imagens ou escolher aquelas que são livres para utilização sem fins comerciais.

Ícone composto pela ilustração de cabeça com engrenagens.

Pensar Ciência

O geocentrismo

O pensamento inicial do Ocidente era moldado por uma ideia de Universo que colocava a Terra no centro de tudo. Esse “modêlo geocêntrico” a princípio parecia enraizado nas observações diárias e no bom senso – não sentimos movimento algum no solo que pisamos, e, superficialmente, tampouco parece haver prova de que nosso planeta esteja em movimento. Certamente a explicação mais simples era de que o Sol, a Lua, os planetas e os [outros] astros estavam girando ao redor da Terra em ritmos diferentes. Esse sistema parece ter sido amplamente aceito no mundo antigo e ficou entranhado na filosofia clássica, através dos trabalhos de Platão e Aristóteles, no século quatro antes de Cristo

No entanto, quando os gregos antigos mediram o movimento dos planetas, ficou claro que o sistema geocêntrico tinha problemas. reticências

Fonte: , A. e outros . São Paulo: Globo Livros, 2014.

Representação do modêlo geocêntrico

Esquema. Sistema com planetas, o Sol e a Lua, com a representação da órbita de cada corpo celeste na forma de linhas concêntricas. No centro está a Terra e, por ordem de proximidade com ela estão: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
Representação artística do modêlo geocêntrico. De acôrdo com esse modêlo, a Terra era o centro do Universo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

ATIVIDADES

REGISTRE EM SEU CADERNO

  1. De acôrdo com o texto:
    1. Qual era o principal argumento científico (dado, conclusão, qualificador, apôio, e garantia) para que se sustentasse a ideia do modêlo geocêntrico? Identifique aqueles elementos que estejam explícitos e elabore outros que estejam implícitos ou simplesmente não estejam presentes.
    2. Você considera que esse argumento científico ainda se sustenta nos tempos atuais? Justifique.
  2. Pesquise sôbre os métodos disponíveis para os cientistas que conceberam o modêlo descrito no texto. Busque também qual era o imaginário sociocultural da época, o conjunto de crenças que eram dominantes etcétera
  3. Elabore hipóteses para explicar o fato de o modêlo geocêntrico perdurar por séculos.

TEMA 3 Clima e tempo

O tempo atmosférico está relacionado à temperatura e à umidade de um local em determinado momento. Já o clima se refere às características do tempo atmosférico ao longo de anos.

O clima é o conjunto de características atmosféricas de uma região registrado por um grande período. Para caracterizar o clima, analisa-se o comportamento de algumas variáveis, como a temperatura, a umidade, as chuvas e os ventos ao longo de muitos anos. Por exemplo: sabe-se que o clima na Antártida é frio e seco, enquanto o clima no Norte do Brasil é quente e úmido.

Um equívoco comum é a confusão entre clima e tempo atmosférico. O tempo representa apenas as condições atmosféricas de uma região em certo instante ou curto período, como horas, dias ou semanas. Um exemplo é a previsão do tempo noticiada pelos jornais diariamente.

Fatores que influenciam o clima

No planeta, há diversos padrões climáticos, com características próprias de temperatura, chuvas e umidade. Diferentes fatores estão relacionados a essa variedade de climas. Entre eles está o aquecimento desigual causado pelo formato e pelos movimentos da Terra. Como estudamos anteriormente, a translação da Terra e a inclinação de seu eixo são responsáveis pela sucessão das estações do ano, cada uma com suas características climáticas próprias, dependendo da região do planeta.

Fatores geográficos também influenciam o clima. A circulação atmosférica e as correntes oceânicas são dois dêsses fatores.

Fotografia A. Em um ambiente com neve, quatro pessoas com roupas de inverno próximas alguns cervos. Ao fundo, montanhas com neve.
Fotografia B. Ambiente de um parque urbano ensolarado, com trecho de água, gramado e muitas árvores.  Há muitas pessoas andando.
(A) A região no norte da Noruega, em 2020, e (B) o Parque Farroupilha na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), em 2021, apresentam características climáticas bem diferentes, por causa de suas localizações no planeta.

Latitude e clima

A latitude é a distância de um ponto da superfície terrestre em relação à linha do Equador. Em geral, quanto mais próximo à linha do Equador for um local, ou seja, quanto menor for sua latitude, maiores serão suas temperaturas ao longo do ano. Esse fato está relacionado ao formato esférico da Terra – na região equatorial, os raios solares incidem com mais intensidade o ano todo. Por outro lado, nas regiões da Terra próximas aos polos, os raios incidem de fórma menos intensa e as temperaturas são mais frias.

A circulação atmosférica

As características climáticas de cada região também estão relacionadas ao deslocamento de massas de ar. Esses deslocamentos ocorrem como resultado de alguns fatores, entre eles as temperaturas mais elevadas nas regiões equatoriais. Nessas regiões o ar é mais aquecido, o que o torna menos denso. Por consequência, ele se eleva na atmosfera, gerando um movimento de ascensão. Esse movimento diminui a quantidade de ar próximo à superfície, gerando nessas regiões o que é chamado de baixa pressão atmosférica. Essa diferença de pressão atmosférica movimenta massas de ar frio das latitudes maiores em direção às regiões equatoriais. As massas de ar quente que ascenderam nas regiões equatoriais, por sua vez, se movimentam para as latitudes maiores, onde descendem para a superfície e geram alta pressão atmosférica. Esse movimento circular das massas de ar é chamado de células de circulação.

Células de circulação atmosférica na Terra

Ilustração. Planeta Terra com uma linha no eixo de rotação e uma seta curva indicando o sentido da rotação. No planeta há divisões horizontais que indicam latitudes: 60 graus ao sul, 30 graus ao sul e 0 grau na linha do Equador. As mesmas marcações estão no Hemisfério Norte. No espaço entre essas latitudes há setas que indicam rotatividade de massas de ar que ascendem a 0° e descendem a 30°, ascendem a 60° e descendem nos polos. Na latitude da linha do Equador há a representação de nuvens.
Representação simplificada e idealizada das células de circulação atmosférica. (Imagem sem escala; cores‑fantasia.)

Fonte: grim, A. M. . Meteorologia Básica. Universidade Federal do Paraná. Disponível em: https://oeds.link/ds3JaX. Acesso em: 11 julho 2022.

Se a Terra não tivesse movimento de rotação, haveria somente duas células de circulação: uma no Hemisfério Norte e uma no Hemisfério Sul. Porém, a Terra gira, e a atmosfera, que não está presa à superfície terrestre, não acompanha totalmente esse movimento, embora sofra sua influência. Como consequência, são geradas três células de circulação em cada hemisfério do planeta: uma entre a região equatorial e, aproximadamente, 30graus de latitude; outra, aproximadamente entre 30graus e 60graus; e a última entre aproximadamente 60graus e o polo.

Na região equatorial, por consequência da a ascensão de ar quente rico em vapor de água, há intensa formação de nuvens nas camadas mais frias da atmosfera em razão da condensação dêsse vapor de água. Isso resulta em grandes volumes de chuvas. Assim, nessa faixa do planeta, há a tendência de alta umidade, o que pode sustentar vastas florestas, como a Amazônica. Após ascender e ir em direção a latitudes maiores, essas massas de ar perdem vapor de água, tornam-se mais densas e acabam descendendo nas regiões a aproximadamente 30graus de latitude, tanto ao norte quanto ao sul. Como consequência, tende a ocorrer desertos nessas regiões.

Correntes oceânicas

As correntes oceânicas são massas de água com densidade característica que se deslocam nos oceanos. Esses fluxos de água salgada distribuem calor e umidade pelo planeta, influenciando o clima das regiões que banham.

Nas regiões menos aquecidas pelo Sol, como as polares, formam-se as correntes frias. As massas de água fria movimentam-se lentamente e costumam ocorrer em regiões profundas dos mares e oceanos. Elas estão associadas a climas mais áridos, pois a água, nas condições em que elas se encontram, evaporam lentamente.

Nas regiões mais aquecidas pelo Sol, principalmente as mais próximas à linha do Equador, formam-se as correntes quentes. Temperaturas mais elevadas proporcionam a formação de uma corrente que circula mais próxima da superfície dos mares e oceanos. A energia fornecida pelo Sol faz essa corrente se deslocar mais rapidamente e apresentar evaporação elevada, o que está associado a climas mais úmidos.

Correntes oceânicas

Mapa. Planisfério com indicação de correntes frias e quentes. Correntes Frias. Na costa nordeste da Ásia: Corrente Oya Shio; na costa oeste América do Norte: Corrente do Alasca e Corrente da Califórnia. Margeando a Antártica: Corrente Circumpolar Antártica. Na costa Oeste da América do Sul: Corrente Peru-Chile (Humboldt). Próximo ao Sul da América do Sul: Corrente das Falkland (Malvinas). Contornando o sul da Groenlândia: Corrente de Labrador. Correntes Quentes. Na costa leste da Austrália: Corrente Leste Australiana. Ao norte da Austrália: Corrente da Indonésia. Ao longo do Oceano Pacífico, entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio: Corrente Sul Equatorial e Contra corrente Norte Equatorial. Ao longo do Oceano Pacífico, entre a linha do Equador e o Trópico de Câncer: Corrente Norte Equatorial. Na costa leste do Japão: Corrente Kuro Shio. Ao longo do Oceano Pacífico, entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico: Corrente Norte Pacífica. Na costa leste dos Estados Unidos: Corrente do Golfo. No Oceano Atlântico, entre a Groenlândia e o norte da Europa: Corrente Norte Atlântica. No Oceano Atlântico, entre os Estados Unidos e o sul da Europa: Corrente dos Açores. No Oceano Atlântico, entre a América Central e a África, na altura do Trópico de Câncer: Corrente Norte Equatorial e Corrente do Caribe. A nordeste da América do Sul: Corrente das Guianas e Corrente Norte Brasileira. Próximo à costa leste do Brasil: Corrente do Brasil. No oceano Atlântico, entre América do Sul e África: Corrente Sul Equatorial. Na costa oeste da África: Corrente de Benguela e Contra corrente Norte Equatorial. Próximo à costa leste da África: Corrente das Agulhas e Corrente da Somália. Ao sul da Ásia: Corrente Sudoeste das Monções. No Oceano Índico, entre a África e a Austrália: Corrente Sul Equatorial. No canto inferior direito, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.030 quilômetros.
O litoral brasileiro é banhado por correntes quentes.

Fonte: í bê gê É. . sétima edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016.

Saiba mais!

ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE El ninho E La Ninha

El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que resultam das interações entre a atmosfera e o oceano. reticências Enquanto o El Niño consiste no aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Tropical, o La Niña provoca o resfriamento dessas mesmas massas.

reticências No Brasil, [o El Niño causa] excesso de chuvas nas regiões Sudeste e Sul, e secas em outras, como na região Nordeste.

reticências Em anos de La Niña, ocorrem chuvas mais abundantes no norte e leste da Amazônia reticências e na região Nordeste reticências. No Sul do país, observa-se a ocorrência de secas severas e aumento das temperaturas reticências.

Fonte: AZEVEDO, J. Entenda a diferença entre El Niño e La Niña. . Disponível em: https://oeds.link/RrEY2t. Acesso em: 11 julho 2022.

Previsão do tempo

A consulta sôbre a previsão do tempo em determinada região para um dia específico auxilia em diversas situações do cotidiano, desde a decisão de qual roupa vestir ou levar para uma viagem até o melhor horário para praticar atividades esportivas. Ela também influi na tomada de decisão em diversos setores econômicos, como o hidrelétrico, a agricultura, a pecuária, a aviação e a navegação.

Algumas das variáveis analisadas pelos meteorologistas para fazer uma previsão do tempo são a temperatura, a pressão atmosférica, a umidade do ar, a formação de nuvens, a direção e a intensidade dos ventos.

Com o auxílio de estações meteorológicas e de satélites artificiais que estão ao redor da Terra coletando informações sôbre a atmosfera, é possível obter um conjunto de informações que, posteriormente, serão analisadas por programas de computador e por uma equipe de meteorologistas. Por exemplo, por meio da medida das variações da pressão atmosférica local realizadas com um barômetro, associada às medidas de umidade relativa do ar feitas com um higrômetro, é possível prever a ocorrência de chuvas (precipitaçõesglossário pluviométricas).

Fotografia A. Instrumento composto por haste com diversos instrumentos apoiados, fios e uma caixa retangular. Ao fundo, muitas árvores.
Fotografia B. Homem de cabelos pretos curtos todo vestido de branco. Agachado no terraço de uma construção, ele mexe em um instrumento composto por uma haste sustentada por um tripé, uma pequena hélice na extremidade superior e fios na parte inferior. Ao fundo, um pequeno prédio, pessoas, carros e um morro coberto com vegetação.
(A) Exemplo de estação meteorológica automatizada (Cunha, São Paulo, 2017). Os sensores são programados para atualizar e enviar os dados para uma central em intervalos regulares de tempo. (B) Embora funcionem de fórma autônoma, os sensores precisam ser rotineiramente inspecionados para garantir a precisão dos dados coletados (China, 2022).

Entrando na rede

Na página do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (cê pê tê ê cê), disponível em: https://oeds.link/IgKN2q, é apresentado um glossário com a explicação sobre os termos mais utilizados na Meteorologia. Acesso em: 11 julho 2022.

Infográfico. Título: Instrumentos utilizados para a previsão do tempo. Texto: Prever as condições do tempo atmosférico depende do monitoramento de diversas variáveis meteorológicas. Para isso, é preciso realizar medições em determinados intervalos de tempo. Os meteorologistas utilizam dados de diversos instrumentos distribuídos pelo planeta e modelos matemáticos para que a previsão seja a mais precisa possível. Ilustração de página inteira: na parte superior, o céu, na parte inferior, à esquerda, o mar, à direita, uma praia. Na região mais alta do céu, um satélite e o texto: Satélites. As movimentações das nuvens, a análise de sua composição e da temperatura de sua superfície são medidas por satélites. Esses dados ajudam a entender a dinâmica de chuvas e temperaturas. Logo abaixo do satélite, um balão com um pequeno objeto retangular pendurado e o texto: Balões. Duas vezes por dia, as estações meteorológicas lançam balões com sensores que registram os dados de temperatura, pressão atmosférica e umidade relativa do ar. Essas informações são essenciais para a segurança das operações de voo dos aeroportos e para a previsão diária do tempo. No meio do céu, próximo a nuvens, um avião e o texto: Aviões. Alguns aeroportos têm um departamento de meteorologia. Certos aviões voam a cerca de 11 mil metros de altura e coletam dados sobre a temperatura, a umidade, o vento, a pressão atmosférica e as nuvens. No solo, ao fundo da praia e próxima a construções, uma torre com uma esfera em cima e o texto: Radares meteorológicos. Precipitações formadas pelos deslocamentos das massas de ar são medidas por radares meteorológicos. Eles têm um transmissor de pulsos e calculam a intensidade da precipitação e suas variáveis. No mar, um navio e uma boia com uma pequena torre e o texto: Navios e boias meteorológicas. Dados sobre os oceanos são coletados por navios e boias meteorológicas, que têm diversos instrumentos. Informações sobre os mares e seus ciclos ajudam a prever fenômenos de grande impacto, como o El Niño, que pode afetar os padrões mundiais de chuvas e de ventos. No canto inferior direito da página: ilustração separada de pessoas em um escritório. Algumas sentadas, outras em pé. Há mapas nas paredes. Há também um painel com visor e botões. Texto: Centros de previsão meteorológica. A coleta dos dados é realizada diariamente, no mundo todo, 24 horas por dia. As informações são enviadas para centros de previsão meteorológica, onde são analisadas, comparadas e traduzidas em previsões e descrições por meteorologistas.
(Imagem sem escala, cores-fantasia.)

Fontes: Instituto Nacional de Meteorologia: https://oeds.link/fJlu3e; Organização Meteorológica Mundial: https://oeds.link/fcGX8M; Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da úspi: https://oeds.link/bPsMQs; Climatempo: https://oeds.link/G0jQML; Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do ínpi: https://oeds.link/6LSr1r. Acessos em: 11 julho 2022.

De ôlho no tema

Qual é a principal diferença entre clima e tempo?

TEMA 4 Fenômenos climáticos e ação humana

É possível constatar as consequências das alterações no clima provocadas pela ação humana em várias regiões do Brasil e do mundo.

Climatologia é o estudo do clima, cientificamente definido como as condições meteorológicas médias de uma região.

Por meio de estudos climatológicos, é possível obter informações sôbre mudança de temperatura, quantidade de chuvas e outras variáveis climáticas de uma região ao longo de um período. Esses estudos analisam diversos dados, como sedimentos de rios e oceanos, fósseis e vestígios de animais e plantas e características do tronco das árvores, buscando conhecer como era o clima do local em épocas passadas.

Fotografia de um tronco de árvore em corte transversal. A parte interna é alaranjada e há círculos concêntricos claros e escuros intercalados, indicados como anéis de crescimento. Ao redor, casca marrom.
A espessura dos anéis de crescimento, estruturas circulares visíveis ao cortar um tronco, pode variar de acôrdo com fatores climáticos. Assim, sua análise pode fornecer dados sôbre o clima em determinado período. Quanto mais anos tem a árvore, maior o período que pode ser estudado.

Cientistas podem obter informações sôbre a composição da atmosfera e a temperatura do planeta, por exemplo, de épocas bastante remotas, por meio da interpretação de elementos presentes na natureza. Isso permite estabelecer comparações com o que acontece hoje e analisar até que ponto as ações do ser humano têm influência no clima do planeta. Muitas pesquisas constataram que, entre a Revolução Industrial e os dias atuais, houve um aumento significativo de temperatura e da quantidade de gás carbônico na atmosfera, e que esse aumento foi causado por atividades humanas que interferiram na dinâmica do clima.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

[Locutor]: [Título] Os impactos climáticos do desmatamento da Amazônia

[Som de passarinhos cantando]

[Locutor]: Esse som que você acaba de ouvir foi gravado na maior floresta tropical do mundo. Ela possui uma biodiversidade riquíssima e abriga a maior bacia hidrográfica do planeta.

[Locutor]: Você sabe a qual bioma eu me refiro?

[vinheta]

[Locutor]: Se você pensou na Amazônia, acertou! Essa gigantesca floresta estende-se por nove países da América do Sul. É no território brasileiro que podemos encontrar a maior parcela desse bioma, que cobre boa parte do noroeste do país.

[Locutor]: [Tom de preocupação] Apesar de imponente, a Amazônia também é frágil, e está sofrendo enorme pressão.

[Locutor]: Conforme dados levantados a partir de imagens de satélites pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, no período de primeiro de agosto de dois mil e vinte a trinta e um de julho de dois mil e vinte e um, foram desmatados treze mil duzentos e trinta e cinco quilômetros quadrados da Amazônia Legal Brasileira.

[Locutor]: Isso equivale a aproximadamente [Tom enfático] onze vezes a área do município do Rio de Janeiro.

[Locutor]: Em dois mil e vinte dois a situação não melhorou. Entre janeiro e março, a Amazônia perdeu [Tom enfático] seiscentos e oitenta e sete quilômetros quadrados de floresta, área que corresponde à metade da cidade do Rio de Janeiro.

[Locutor]: O desmatamento e as queimadas são as principais causas da destruição da floresta e eles estão intimamente relacionados à ocupação irregular das terras e à exploração ilegal das madeiras.

[Locutor]: A destruição da floresta amazônica compromete o próprio ecossistema e a biodiversidade. Isso já seria motivo suficiente para justificar sua conservação. Mas a devastação traz também inúmeros outros impactos, e não apenas locais.

[Locutor]: Todos nós precisamos da floresta em pé. Mesmo aqueles que moram longe dela e nunca sequer ouviram os sons da floresta.

[Locutor]: Um dos papéis [Tom enfático] essenciais da floresta é a regulação do clima regional. As árvores da Amazônia liberam, por meio da evapotranspiração, uma quantidade de vapor de água [Tom enfático] tão grande ou ainda maior que a vazão do próprio Rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume de água. Todo esse vapor aumenta a umidade do ar na região e dá origem a muitas nuvens.

[Locutor]: Além de produzir umidade para a própria floresta, a Amazônia também contribui com as chuvas em regiões distantes do país por meio dos chamados rios voadores.

[Locutor]: Os rios voadores são massas de ar carregadas de água que se deslocam até o Sul, o Sudeste e o Centro-oeste do Brasil, onde precipitam em forma de chuva.

[Locutor]: À medida em que diminui a quantidade de árvores, reduzem-se as taxas de evapotranspiração e a umidade na própria floresta e nas áreas abastecidas pelos rios voadores. Como consequência, os períodos de seca tendem a ser mais frequentes, mais longos e mais severos, tanto local como regionalmente. Isso gera impactos como o aumento de queimadas e a escassez de água para o consumo da população, da indústria, da agricultura e até para a geração de energia em usinas hidrelétricas.

[Locutor]: Reduzir o desmatamento na Amazônia deve, portanto, ser uma meta prioritária no Brasil. E essa questão exige a ação conjunta do Estado, da iniciativa privada e da sociedade civil.

[Locutor]: Ao Estado cabe, por exemplo, a criação de políticas públicas e de áreas de proteção, a fiscalização e o combate a atividades ilegais nessas áreas.

[Locutor]: A iniciativa privada deve adotar práticas sustentáveis de produção e reduzir o impacto sobre os recursos naturais e as florestas.

[Locutor]: E nós, cidadãos, também temos várias maneiras de atuar para a proteção da Amazônia, de forma autônoma ou coletiva, por meio de organizações da sociedade civil.

[Locutor]: É nosso dever cidadão, por exemplo, cobrar das instituições que cumpram suas funções na proteção do nosso patrimônio natural e que garantam o nosso direito a um ambiente saudável e equilibrado.

[Créditos] Todos os áudios inseridos nesse conteúdo são da Freesound.

Influência humana nos fenômenos climáticos

O ser humano é um agente modificador do ambiente em que vive, o que resulta em diferentes graus de impacto no planeta e, em última instância, no próprio ser humano. Diversos estudos indicam que um dêsses impactos é o aumento da temperatura média do planeta como resultado da emissão de gases de efeito estufa. Isso acarreta o risco de elevação do nível do mar por expansão térmica e derretimento de geleiras; e pode, também, alterar o equilíbrio climático global, o que inclui o aumento a frequência de fenômenos climáticos extremos. Essas alterações são denominadas mudanças climáticas.

Os efeitos das mudanças climáticas vêm sendo sentidos em todo o mundo com a ocorrência cada vez mais frequente de fenômenos como tornadosglossário , chuvas torrenciais, secas e ondas de calor e de frio extremos. Por exemplo, nos últimos anos, longos períodos de seca nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país afetaram a disponibilidade de água para consumo humano; chuvas intensas causaram enchentes devastadoras no Sudeste; e na região Sul houve registros de seca extrema, tornados e ciclonesglossário .

Preocupados com essa situação, a comunidade científica e dirigentes de diversas nações têm se mostrado cada vez mais propensos a estudar e elaborar propostas para reduzir ou amenizar as mudanças climáticas e seus efeitos.

Uma das fórmas de minimizar as consequências dêsses eventos é prever sua ocorrência e agir com alguma antecedência. Isso é possível, por exemplo, investindo em equipamentos meteorológicos e na formação de profissionais qualificados, além de informar amplamente a população para que se proteja ou deixe locais de risco antes de o evento acontecer.

Problemas como a falta de água e a elevação da temperatura média global podem ser amenizados com soluções locais. A preservação da vegetação e dos recursos hídricos, a arborização de centros urbanos e o uso racional da água são exemplos dessas ações.

Em nível global, algumas medidas buscam alternativas à queima de combustíveis fósseis para a obtenção de energia, ao descarte de resíduos sólidos e ao desmatamento. Até 2018, uma série de acordos internacionais foi realizada visando reduzir a emissão de gás carbônico, reflorestar e conservar áreas naturais, incentivar o uso de energias renováveis, aumentar a reciclagem de materiais, entre outros objetivos.

Fotografia A. Vista de um chão de terra seca bastante rachada. Ao fundo, trecho com pouca água e um morro coberto com mata.
Fotografia B. Vista aérea de um bairro alagado. A água cobre as ruas, passando por entre as casas e as árvores.
Os efeitos das mudanças climáticas foram percebidos (A) no solo rachado no lago da Barragem do Rio Vacacaí-Mirim (Rio Grande do Sul), em 2022, e (B) na região inundada na cidade de Juatuba (Minas Gerais), em 2022.

De ôlho no tema

Explique a que se refere o termo mudanças climáticas.

Ícone composto pela ilustração de caderno com anotações e caneta.

Atividades

TEMAS 3 E 4

REGISTRE EM SEU CADERNO

ORGANIZAR

  1. Cite os principais fatores que definem o clima de uma região.
  2. Qual é a relação entre latitude e clima?
  3. O que é uma célula de circulação atmosférica? Como esse fenômeno influencia as chuvas das regiões equatoriais?

ANALISAR

4. Analise o mapa a seguir e responda às questões.

Correntes oceânicas – América do Sul

Mapa da América do Sul com correntes oceânicas. Legenda para as correntes oceânicas: seta vermelha: quente; seta azul: fria. À oeste do continente há uma seta azul para cima: Corrente de Humboldt. À sudeste do continente, seta azul para cima: Corrente das Falkland (Malvinas). À leste do continente, seta vermelha para baixo: Corrente do Brasil. Ao norte do continente: duas setas vermelhas e enfileiradas para a esquerda: Corrente das Guianas. Na parte central, à esquerda, rosa dos ventos com o Norte para cima e escala de 0 a 1.400 quilômetros.

Fonte: í bê gê É. . sétima edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2016.

  1. O deserto do Atacama localiza-se no Chile. Como podemos relacioná-lo com a passagem da corrente de rrambolti?
  2. Como é caracterizado o clima do litoral brasileiro?
  3. As correntes frias carregam grande quantidade de plâncton, que serve de alimento e atrai cardumes. Em qual região do Brasil a pesca pode ser favorecida por esse fenômeno? Responda com um argumento científico completo, ou seja, com dados, informações obtidas, no caso da observação do mapa; conclusão, resposta à questão; justificativa, formada por garantia, conexão entre os dados e a conclusão; apoio, conhecimento teórico básico que apoia o argumento, no caso, as correntes frias; e qualificador, grau de certeza que você atribui ao seu argumento científico (exemplo: provavelmente, com certeza, talvez).
  1. Defina o que é uma estação meteorológica. Indique três informações que são necessárias para se realizar uma previsão do tempo e comente duas aplicações práticas dessa atividade de monitoramento.
  2. O gráfico a seguir mostra a variação dos níveis de gás carbônico na atmosfera terrestre ao longo do tempo. Em destaque estão as informações referentes aos últimos 250 anos. Analise o gráfico e, depois, responda à questão.
    • Podemos dizer que o aumento dos níveis de gás carbônico na atmosfera é um fenômeno cíclico, ou seja, que se repete em intervalos regulares?

Variação temporal do gás carbônico atmosférico

Gráfico de linha. No eixo horizontal, milhões de anos; no eixo vertical, níveis de gás carbônico na atmosfera em partes por milhão (ppm). Linha verde oscilando da esquerda para a direita: 0,4 milhão de anos: aproximadamente 280 ppm de gás carbônico. 0,3 milhão de anos: aproximadamente 270 ppm de gás carbônico. 0,2 milhão de anos: aproximadamente 250 ppm de gás carbônico. 0,1 milhão de anos: aproximadamente 230 ppm de gás carbônico. 0 milhão de anos: aproximadamente 280 ppm de gás carbônico. Em 0 milhão de anos, a linha torna-se vermelha, sobe em ângulo reto e depois torna-se azul. Há uma ampliação desse trecho da linha para outro gráfico semelhante, com a variável 'anos' no eixo horizontal. Linha vermelha: 1750: aproximadamente 280 ppm de gás carbônico. 1800: aproximadamente 290 ppm de gás carbônico. 1850: aproximadamente 290 ppm de gás carbônico. 1900: aproximadamente 295 ppm de gás carbônico. 1950: aproximadamente 310 ppm de gás carbônico. A linha torna-se azul. 2000: aproximadamente 360 ppm de gás carbônico.
As linhas verde e vermelha mostram os níveis de gás carbônico na atmosfera determinados por meio de núcleos de gêlo coletados na Antártica. A linha azul mostra os níveis de gás carbônico na atmosfera medidos no observatório Mauna Loa, no Havaí, Estados Unidos.

Fonte: Adaptado de Xâng, R.; , K. A. . décima primeira edição Porto Alegre: á ême gê agá Editora, 2013.

COMPARTILHAR

7. Discuta com os colegas por que a redução de problemas climáticos está fortemente ligada à atuação de líderes mundiais. Em seguida, proponham ações para aumentar a participação da sociedade nas decisões políticas. Pesquisem em sites de organizações da sociedade civil e, se possível, entrevistem ativistas e líderes locais. Por fim, elaborem cartazes físicos e digitais para conscientizar a comunidade escolar das possibilidades de sua atuação como cidadãos e eleitores no que diz respeito às mudanças climáticas. Sigam as instruções do professor para divulgar.

Ícone composto pela ilustração de telescópio e vidraria de laboratório.

Explore

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Construindo um anemômetro

A Meteorologia é a Ciência que estuda a atmosfera e, com isso, auxilia na previsão do tempo. Os estudos conduzidos por essa área da Ciência utilizam diversos instrumentos. O anemômetro, instrumento utilizado para medir a velocidade do vento, é um deles.

Material

  • Palito de madeira (palito de churrasco)
  • duas tiras de papelão ou papel-cartão (18 centímetros de comprimento e 2 centímetros de largura)
  • 4 copos plásticos pequenos (como os de café)
  • Alfinete
  • Tesoura com pontas arredondadas
  • duas miçangas (bolinhas com furo)
  • Fita adesiva ou cola
  • Massa de modelar
  • Caneta que marque em plástico

ATENÇÃO

Somente um adulto deve manipular o alfinete.

Procedimento

  1. Em grupo, sobreponham uma tira de papel à outra, em fórma de cruz. Prendam-nas com fita adesiva ou com cola.
  2. Peçam a um adulto que use o alfinete para prender a cruz na extremidade do palito, passando o alfinete também pelas miçangas (uma por baixo e outra por cima da cruz), conforme mostrado na figura A.
  3. Com a tesoura, façam um córte na lateral de cada um dos copos. O córtedeve ser comprido o suficiente para que as tiras de papelão atravessem o copo (figura B). Encaixem os copos nas extremidades da cruz, passando pelo córte (figura C). Se necessário, fixem os copos nas tiras de papelão com a fita adesiva. Em um dos copos, pintem uma faixa larga ao longo da borda externa.
  4. Usem a massa de modelar para fazer a base e manter o anemômetro em pé. Procurem instalar o anemômetro em um local em que haja vento.
  5. Contem o número de voltas que o aparelho dará em 1 minuto, tendo como referência o copo pintado. Quanto maior o número de voltas, maior é a velocidade do vento.
Ilustração A. Duas tiras de papelão sobrepostas, formando um xis, atravessados por um alfinete no centro com uma miçanga de cada lado. Ilustração B. Uma mão segurando uma tesoura cortando a lateral de um copo. Abaixo, três copos. Ilustração C. Em uma das pontas do xis de papelão há um copo plástico sendo encaixado pelo corte lateral por uma mão. Em cada uma das demais pontas há um copo já encaixado. O xis está preso pelo alfinete no centro a um palito de madeira, que é segurado por uma mão.
Representação esquemática de algumas etapas do procedimento de construção do anemômetro. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)

Organizar e analisar

Usem o equipamento produzido para fazer as medições. Deve ser feita ao menos uma leitura diária, sempre no mesmo horário, durante uma semana.

  1. Façam uma tabela conforme as orientações a seguir.
    1. Descrevam o local onde foi instalado o aparelho.
    2. Criem símbolos para representar as diferentes condições do tempo durante as medições.
    3. Anotem os dados de velocidade do vento.
    4. Procurem relacionar os dados coletados aos dados que são comuns na estação do ano atual.

Pesquisar

2. Conversem em grupos e pesquisem outros dispositivos que poderiam fazer parte de uma estação meteorológica caseira. Produzam um material com instruções e imagens sôbre o instrumento pesquisado e apresentem aos outros grupos.

Ícone composto pela ilustração de um aperto de mãos. Uma das mãos é de uma pessoa negra e a outra é de uma pessoa branca.

Atitudes para a vida

REGISTRE EM SEU CADERNO

reticências cêrca de 80% da poluição da água tem origem nos continentes, de acôrdo com a Unesco, a agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Antes de falar em medidas contra a degradação, precisamos compreender a dimensão do ecossistema marinho. A humanidade tem mais informações sôbre a superfície da Lua do que sôbre as profundezas dos oceanos e mares, mas existem diversas soluções para preservá-los.

reticências “É necessário que as sociedades e os governos, além de empresas da iniciativa privada, trabalhem de fórma articulada, intensiva e intensa para que não haja mais a entrada de poluentes no oceano”, defende o oceanógrafo Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (ihóh-úspi), responsável pela Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos.

reticências Apesar de ser uma solução genérica, ela é adaptável a diferentes tipos de poluentes específicos, como esgôto, agrotóxicos, fertilizantes agrícolas, metais pesados e derivados do petróleo, entre outros.

O exemplo mais simbólico de solução em terra para evitar a sujeira no mar é o da proibição de plásticos de uso único 

Alguns países têm adotado iniciativas interessantes. No Quênia, sacolas descartáveis foram proibidas no país, em 2017, e, desde junho de 2020, os turistas não podem levar garrafas e pratos descartáveis em parques nacionais, florestas, praias e áreas de conservação.

Porém, a contaminação de mares e oceanos vai além dos produtos feitos com plástico. A falta de saneamento básico é uma importante fonte de contaminação. O despejo de esgôto nos rios é o primeiro passo para que a poluição urbana chegue até o mar.

Fonte: Tômas, J. A. Poluição dos oceanos: quais são as possíveis soluções. . 19 junho 2021. Disponível em: https://oeds.link/0Fdcw4. Acesso em: 9 julho 2022.

Fotografia. Vários sacos brancos com grãos amarelos e placas que marcam os preços em uma banca de uma feira livre.
Em diversos mercados, produtos variados não são vendidos em embalagens individuais. O consumidor leva suas próprias embalagens de casa. (Boa Vista, Roraima, 2021.)

Disposição final de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil (toneladas por ano)

Gráfico de setores. Em verde: disposição adequada (aterros sanitários): 45.802.448 toneladas por ano (60%). Em laranja: disposição inadequada (lixões e aterros controlados): 30.277.390 toneladas por ano (40%).

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (abrélpe). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2021. Disponível em: https://oeds.link/zp1EwT. Acesso em: 12 julho 2022.

TROCAR IDEIAS sôbre O TEMA

Em grupo, discutam as seguintes questões:

  1. Falácias se referem a argumentos que dão a impressão de serem corretos e válidos. Analise os argumentos a seguir e explique por que eles são falaciosos.
    1. Dado que eu sou só uma pessoa e não sou responsável por uma indústria de embalagens, e já que (apoio) os mares correspondem a 71% da superfície da Terra, eu concluo que não preciso me preocupar tanto (qualificador) com o meu descarte de plástico causar problemas. Isso pois (garantia) os plásticos que eu jogar fóra são insignificantemente pouco (qualificador) em relação ao tamanho do mar.
    2. Dado que eu não moro numa cidade litorânea eu concluo que não preciso me preocupar nada (qualificador) com o meu descarte de plástico poluir os mares, já que (garantia) os plásticos que eu jogar fóra jamais (qualificador) vão chegar nos mares.
    3. Dado que quando vou para a praia eu recolho o lixo plástico que produzo e jógo nas lixeiras de recicláveis, eu concluo que estou fazendo a minha parte (qualificador), já que (garantia) e daí em diante o problema não é meu e sim do govêrno.
    4. Dado que o tempo de decomposição do plástico é de, em média, 450 anos, eu concluo que a preocupação com seu acúmulo no oceano é desmedida (qualificador), já que (garantia) daqui a 450 anos todo o plástico jogado até hoje já vai ter se decomposto.
  2. Quais são os impactos do consumo individual dos seres humanos sôbre a poluição oceânica?
  3. Vocês notam a presença de embalagens desnecessárias nos produtos que consomem? Dê um exemplo e sugira como poderia ser a embalagem dêsse produto para que gerasse menos poluição.
  4. Na cidade de vocês, o esgôto é jogado diretamente nos corpos de água sem tratamento? Isso acontece em todos os bairros? Reflitam sôbre que fatores políticos, sociais e econômicos poderiam justificar a situação verificada.
  5. sôbre a charge a seguir, responda:
Charge. Cinco traços horizontais lado a lado, cada vez mais altos da esquerda para a direita, com os anos 1600, 1700, 1800, 1900 e 2000. Junto a este último há uma pilha de objetos diversos e, sobre ela, o Planeta Terra. Ao lado, um senhor careca de barba branca, usando túnica amarelada, observa com uma mão no queixo e os olhos arregalados.
  1. O que significam os traços com números sôbre eles?
  2. O que o autor pretende ilustrando a Terra sôbre um monte de objetos descartados?

INTERVIR

6. Em 2017, a Organização das Nações Unidas (ônu) declarou o período de 2021 a 2030 como a Década do Oceano. A iniciativa visa fomentar ao longo destes 10 anos a conscientização sôbre a importância dos oceanos como fonte de recursos e a influência de nossas ações sôbre eles, mesmo se não se vive próximo ao litoral.

   A proposta é que vocês participem dêsse movimento. Assim, façam uma pesquisa com familiares e amigos para verificar quantos deles sabem que:

  1. os oceanos influenciam o clima;
  2. o aquecimento global afeta os oceanos;
  3. o descarte inadequado de lixo e esgôto no interior dos continentes pode poluir os oceanos.

   Depois, juntem os dados coletados individualmente e os organizem em um gráfico de barras para facilitar a análise. Com base nesses dados, elaborem, com a supervisão do professor, o plano de uma campanha de conscientização a ser disponibilizado nos canais digitais de comunicação da escola com a comunidade e também em estabelecimentos próximos à escola em versão impressa, enfatizando ações que podem ser tomadas individual e coletivamente. É importante que as estratégias selecionadas para fazer parte da campanha favoreçam o engajamento das pessoas e entidades no processo.

COMO EU ME SAÍ?

  • Eu soube escutar as contribuições dos colegas durante as atividades?
  • Consegui expressar minhas ideias e meus argumentos de fórma clara?
Ícone composto pela ilustração de uma lupa sobre anotações em uma folha de papel.

Compreender um texto

reticências

Antes de entender as marés, é importante considerar a gravidade, a fôrça através da qual um planeta ou outro corpo atrai objetos Então, quanto mais perto você estiver de um objeto massivo, mais forte será a fôrça gravitacional exercida por ele sôbre você. É importante saber disso porque, assim como a Terra, a Lua também exerce fôrça gravitacional, que “puxa” diferentes regiões do planeta conforme ele gira; por isso, o que está mais perto da Lua é mais afetado pela gravidade.

No caso das marés, a parte do planeta que está voltada para nosso satélite natural é a mais afetada pelas chamadas “forças de maré”. Este efeito também ocorre nas porções sólidas do planeta, mas como a água se move mais facilmente, ela é acumulada em direção à Lua, como se tentasse “alcançá-la”. Quando isso acontece, eis que temos uma maré alta, formada pela proeminência da água acumulada em direção à Lua, já que ali a gravidade é mais forte.

Enquanto tudo isso acontece, a Terra continua girando. Então, no lado afastado do planeta em relação à Lua, a fôrça rotacional do planeta é mais forte que a gravidade lunar, e essa fôrça faz com que a água se acumule ao mesmo tempo em que tenta resistir, formando marés altas. As duas marés altas, em lados opostos, arrastam a água do restante dos oceanos; por isso, entre elas, ocorrem as marés baixas.

reticências Como os continentes do planeta têm diferentes relevos, eles impedem que a água dos oceanos acompanhe totalmente o puxão gravitacional da Lua. Por isso, há lugares em que as diferenças entre as marés altas e baixas é drástica, mas em outros, nem tanto.

Outros efeitos nas marés

As marés também são afetadas pela gravidade do Sol. Embora nosso astro seja muito mais massivo do que a Lua – e, portanto, tem gravidade mais forte –, está bem mais distante que nosso satélite natural. Por isso, a fôrça exercida pelo Sol nas marés não chega à metade da fôrçadaquele da Lua, mas, mesmo assim, os efeitos da gravidade solar existem.

Os efeitos do Sol podem ser percebidos durante as fases lunares “cheia” e “nova”, respectivamente. É que, na fase nova, a Terra, o Sol e a Lua ficam quase alinhados, e a fôrça gravitacional do nosso astro se soma àquela exercida pela Lua na Terra. Com isso, os oceanos se acumulam um pouco mais que o comum; portanto, nestes casos, as marés altas ficam mais altas, e as baixas, mais baixas que a média.

reticências Sete dias depois reticências, o Sol e a Lua ficam em ângulos retos, que permitem que o acúmulo do oceano causado pela gravidade solar cancele, parcialmente, aquele da gravidade lunar Neste caso, as marés altas ficam um pouco mais baixas que o normal, e as baixas, mais altas.

É importante destacar que o vento e padrões climáticos também podem afetar o nível do mar. Por exemplo, ventos costeiros fortes podem “empurrar para trás” a água nos litorais, criando marés baixas mais exageradas – e o contrário também vale para ventos soprando na direção das praias, empurrando a água e tornando as marés baixas menos perceptíveis.

Outro efeito que merece destaque é aquele causado pelos sistemas climáticos de alta pressão, capazes de diminuir os níveis do mar e, assim, criar marés mais baixas. Já os sistemas de baixa pressão, trazidos por fortes tempestades e furacões, são capazes de causar marés bem mais altas do que a média.

Como seriam as marés se a Lua desaparecesse?

É certo que, se a Lua simplesmente desaparecesse, as consequências iriam muito mais além de noites mais escuras. Um dos primeiros efeitos da ausência do nosso satélite natural seria logo percebido nas marés: sem a Lua, as marés iriam subir e descer a cêrca de 30% da taxa atual de flutuação. reticências

Fotografia A. Vista do mar com ondas recobrindo pedras. Ao fundo, montanhas.
Fotografia B. Vista do mesmo cenário. Há menos ondas e o nível da água está mais baixo, com areia da praia e porções maiores das pedras visíveis.
(A) Maré alta e (B) maré baixa em Cornualha, Reino Unido, 2019.

O problema é que as mudanças no nível da água dos oceanos e o ritmo delas causaria efeitos bastante significativos para os ecossistemas costeiros

Além disso, os movimentos das marés ajudam a impulsionar as correntes marítimas. Como as correntes distribuem águas quentes e precipitações para os oceanos, elas têm grande influência nos padrões climáticos de todo o mundo; sem elas, as temperaturas regionais e os eventos climáticos poderiam ser muito mais extremos do que aqueles com os quais convivemos hoje. reticências

Fonte: CASSITA, D. Canaltéqui. Disponível em: https://oeds.link/mv9akc. Acesso em: 12 julho 2022.

ATIVIDADES

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OBTER INFORMAÇÕES

  1. Segundo o texto, que fatores podem afetar o nível dos oceanos?
  2. Com base no texto, nas fotos e em suas experiências, defina maré alta e maré baixa.
  3. Em diferentes pontos do texto são informados os dois fatores que influenciam a intensidade da fôrça gravitacional responsável pelas marés.
    1. Identifique os dois fatores e transcreva os trechos do texto que o ajudaram a chegar a essa resposta.
    2. O aumento de um dêsses fatores faz a intensidade da fôrça gravitacional aumentar e o aumento do outro fator a faz diminuir. Identifique cada caso.
  4. Por que o fenômeno das marés não cessaria mesmo se a Lua deixasse de existir?
  5. Em qual situação a maré alta torna-se a mais alta possível? Responda com um argumento científico (dado, conclusão, qualificador, apôio, e garantia).

INTERPRETAR

6. Analise a charge a seguir.

Charge. À esquerda, um homem dentro de um carro em uma via à beira-mar. Com os olhos arregalados ele olha fixamente para a frente, na direção de vários barcos estacionados lado a lado em terra firme, como se fossem casas. Em frente a cada um, uma caixinha de correio. Ao lado, placa com as informações: Novo empreendimento à beira-mar. Ao fundo, o mar. No céu, nuvens e pássaros.
  1. Como você interpreta a expressão facial da personagem diante da placa?
  2. O que poderia ter levado a personagem a expressar o sentimento identificado no item anterior?
  3. Relacione a charge com o texto.

Glossário

Protoplaneta
: matéria condensada que constitui a fase inicial na evolução de um planeta.
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Precipitação:
queda de água da atmosfera, que pode ser na fórma de chuva, granizo, neve etcétera
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Tornado
: coluna de ar giratória que se fórma nos continentes. Costuma ter poucos quilômetros de diâmetro e percorrer pequenas distâncias, mas pode atingir velocidades de 500 quilômetros por hora.
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Ciclone
: tempestade giratória que se fórma nos oceanos. Pode apresentar centenas de quilômetros de diâmetro, atingir velocidades de 300 quilômetros por hora e percorrer grandes distâncias, se as condições de umidade do ar forem favoráveis.
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