UNIDADE seis  Os espaços rural e urbano

Fotografia. Vista aérea de uma ampla área ocupada por cultivos agrícolas. No primeiro plano, há uma rodovia asfaltada de mão simples com um veículo em movimento. Na margem esquerda da rodovia, uma propriedade agrícola coberta por um tipo de cultivo rasteiro e com folhas verdes. Há uma faixa mais escura próxima do limite entre o terreno e a rodovia, indicando a área da propriedade que já passou pela fase da colheita. Na margem direita da rodovia, propriedade agrícola com solo exposto. Ao lado, propriedade agrícola composta por pequenos cultivos, edificações e equipamentos. Ao lado, propriedade agrícola coberta por cultivo rasteiro, solo exposto e com a presença de edificações. No segundo plano, fragmentos florestais, propriedades agrícolas com diferentes estágios de cultivos e uma área urbana adensada. Acima, o céu com nuvens.
Vista de paisagem rural e área urbana ao fundo, em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso (2021).

Você verá nesta Unidade:

As paisagens do espaço rural

As paisagens do espaço urbano

Os problemas ambientais do campo

Os problemas ambientais das cidades

Fotografia. Vista aérea de uma cidade pouco adensada, composta por um traçado de ruas paralelas e perpendiculares e quarteirões com casas e árvores. Entre os quarteirões, ruas asfaltadas com alguns veículos. À esquerda, há galpões brancos e um campo de futebol. Ao fundo, fragmento florestal denso e propriedades agrícolas de diversos tamanhos e estágios de cultivos distintos.
Vista de paisagens urbana e rural em Nova Ubiratã, Mato Grosso (2021).

O espaço rural e o espaço urbano são formados por paisagens diferentes, mas que se relacionam.

A paisagem do campo reflete o trabalho humano no cultivo da terra, na criação de animais, na extração e no processamento de recursos naturais. Além do trabalho e da técnica, as fórmas da paisagem no campo revelam modos de vida próprios, marcados pela cultura local e cada vez mais abertos às influências globais.

As paisagens urbanas resultam de alterações sucessivas do meio natural promovidas pela atividade humana ao longo do processo histórico, ligadas aos sistemas políticos e econômicos dominantes em cada período.

Como é o lugar onde você vive? É mais parecido com o da fotografia de Campo Novo do Parecis ou com o de Nova Ubiratã?

CAPÍTULO 13  O espaço rural e suas paisagens

As paisagens do campo ou rurais formam os espaços onde predominam as atividades do setor primário de produção: agricultura, pecuária e extrativismo.

As paisagens rurais agrícolas são muito influenciadas por elementos naturais, como o clima, o relevo e o solo. O desenvolvimento de técnicas agrícolas busca superar as condições naturais inadequadas para o plantio, como climas muito frios ou solos pouco férteis. Quanto mais sofisticados são os recursos tecnológicos à disposição dos produtores, mais condições eles têm de minimizar os efeitos nocivos e de potencializar os efeitos benéficos dos fenômenos naturais sobre a produção agrícola.

A agropecuária é responsável pela produção da maior parte dos alimentos in natura que consumimos e pelo fornecimento de matérias-primas para diversos tipos de indústria.

A relação das atividades agropecuárias com a indústria integra cada vez mais o campo e a cidade e gera novos elementos na paisagem, como as agroindústrias, que são as indústrias localizadas no meio rural, que fazem o processamento de produtos agrícolas.

Fotografia. Uma mulher usando chapéu, óculos, máscara de proteção, camiseta amarela de mangas longas está embaixo de uma parreira com os braços esticados para cima, cortando um cacho de uva verde com uma tesoura. Ao redor dela, há galhos, folhas e mais cachos de uva verde.
Trabalhadora rural realiza a colheita de uva em Lagoa Grande, Pernambuco (2021).
Fotografia. No primeiro plano, uma plantação de algodão composta por vegetação rasteira com galhos marrons e fibra branca ao redor das sementes. Na porção central da plantação, presença de uma colheitadeira verde, ao lado de uma faixa de terreno em que já passou pela fase da colheita. No segundo plano, fragmentos florestais e propriedades rurais de diversos tamanhos e cultivos agrícolas. Acima, céu azul com poucas nuvens.
Colheita mecanizada de algodão em Cambé, Paraná (2019).

Diferentes paisagens rurais

Em várias partes do mundo é praticada a chamada agricultura tradicional, que se caracteriza por empregar grande número de trabalhadores e um número reduzido de máquinas e equipamentos.

Apesar de a agricultura tradicional continuar importante no século vinte e um, é a chamada agricultura moderna que ganha cada vez mais espaço em todo o planeta com a introdução de técnicas e equipamentos mais avançados. Essa modernização do campo tem trazido duas consequências principais: aumento da produtividade das lavouras e redução do número de trabalhadores rurais, que são substituídos pela tecnologia das máquinas.

Assim, encontramos países com paisagens rurais que se diferenciam por fatores como a tecnologia empregada, o tamanho da propriedade (pequena, média ou grande), o tipo de cultivo (alimentos para seres humanos, pastagens para gado, matéria-prima para a indústria etcétera).

A pecuária também pode ser classificada como moderna (ou intensiva) ou tradicional (ou extensiva). Na pecuária moderna, em geral, a produtividade é alta, obtida por meio de técnicas de inseminação artificial, uso de antibióticos, vacinas e outros medicamentos, acompanhamento veterinário e alimentação controlada. Os cuidados incluem ainda a manutenção do gado em sistema de confinamento, ou seja, preso em estábulos. Na pecuária tradicional, geralmente, há baixa produtividade, o contrôle da reprodução e saúde dos animais não é feito por técnicas de laboratório nem com excesso de medicamentos; utilizam-se processos mais naturais. É chamada de extensiva, pois o gado é criado solto nas propriedades.

A criação de animais no campo compreende também atividades como a piscicultura (criação de peixes) e a avicultura (criação de aves).

As atividades relacionadas ao extrativismo, mobilizadas para a exploração de recursos minerais, vegetais e animais, também estão associadas à dinâmica do espaço rural, contribuindo para a definição das características de suas paisagens. A extração mineral de grande porte, por exemplo, modifica o relevo original, elimina a vegetação e remove camadas do solo.

A tecnologia aplicada ao extrativismo pode variar de instrumentos muito simples a modernos equipamentos.

Fotografia. Vista aérea de um curral, com a presença de um estábulo, um veículo estacionado e um cercado de madeira com alguns gados. Entre o estábulo e o cercado há um pequeno muro com um homem sentado. No cercado, há um homem em pé, carregando um equipamento amarelo nas costas e o braço esticado na direção de um dos animais. Atrás do estábulo, há vegetação rasteira e árvores.
Trabalhador rural durante manejo do gado em Santa Branca, São Paulo (2021).
Fotografia. No primeiro plano, à esquerda, um pequeno monte de minério de cor escura acumulado ao lado de uma superfície plana de solo exposto. No segundo plano, à esquerda, uma máquina de trituração está ligada, por meio de uma extensa estrutura diagonal, a um outro maquinário, localizado à direita da imagem. No terceiro plano, um monte de grande volume de cor escura acumulado. Acima, o céu com nuvens.
Maquinário utilizado na trituração de pedras em mineradora de Taquaritinga, São Paulo (2021).

A modernização da agricultura

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A agropecuária tem relação muito próxima com a indústria, pois, além de fornecer matérias-primas que são processadas em unidades fabris, consome produtos industrializados, como equipamentos agrícolas, fertilizantes químicosglossário , agrotóxicos, rações, medicamentos e vacinas para os animais.

O setor de agronegócio reúne empresas agrícolas e produtores rurais com perfil empresarial, que empregam tecnologia avançada nas atividades produtivas e princípios de organização profissional para gerir todos os aspectos do negócio. Nas propriedades vinculadas ao agronegócio, as técnicas agrícolas incluem a seleção de sementes, a aplicação de fertilizantes, o uso de máquinas no preparo do solo, no plantio e na colheita e o acompanhamento de todas as etapas da produção por técnicos e engenheiros agrícolas, garantindo alta produtividade.

Se atualmente é comum o uso da tecnologia na agropecuária, em um passado não muito distante predominava a fórma de produção tradicional.

O grande salto para a modernização da agricultura ocorreu após a década de 1960, durante um período de grandes avanços científicos, conhecido como Revolução Verde, que provocou várias mudanças na produção agrícola. Entre elas podemos destacar:

  • mecanização da produção, com a substituição do trabalho humano por máquinas;
  • utilização de sistemas de irrigação;
  • utilização em larga escala de fertilizantes químicos, produzidos industrialmente;
  • aplicação de pesticidas químicos para o contrôle de pragas agrícolas;
  • plantio de sementes de alta produtividade, desenvolvidas com técnicas de melhoramento genético.
Fotografia. Vista ampla de uma indústria. No primeiro plano, uma grande área de solo exposto dividido por um traçado de rua de terra no centro. Na margem esquerda, um terreno vazio e na margem direita da rua, um terreno com algumas edificações e diversos veículos estacionados. No segundo plano, tanques, grandes galpões e outras edificações com chaminés soltando fumaça densa. No terceiro plano, fragmentos florestais e cultivos agrícolas. Acima, o céu com nuvens.
Usina de açúcar e etanol instalada em área rural de Morrinhos, Goiás (2021). Nesse tipo de indústria, a matéria-prima (cana-de-açúcar) vem de plantações no entorno.

Revolução genética

O avanço das pesquisas genéticas nas últimas décadas modernizou ainda mais a agricultura e deu início ao uso de sementes transgênicas, que são modificadas geneticamente com o objetivo de melhorar a produtividade agrícola e a resistência dos vegetais cultivados às pragas. Elas são utilizadas em muitos países do mundo, incluindo o Brasil, mas têm seu uso regulamentado em alguns locais, como na Europa, para reduzir o risco de impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.

Fotografia. Ao lado esquerdo, um homem de cabelo curto, usando camisa branca e calça jeans, com o braço esquerdo esticado para frente e com a mão aberta na direção às plantas. Ao lado direito e ao fundo, diversas mudas de plantas com folhas longas, finas e em tons de verde e amarelo.
As espécies transgênicas podem alterar o ecossistema de um lugar, eliminando, por exemplo, populações naturais de insetos e de outras espécies de plantas. Na fotografia, produção de arroz transgênico nas Filipinas (2021).

Efeitos da modernização

A modernização da agricultura representou grande aumento da produtividade agrícola global. No entanto, ela foi prejudicial a pequenos produtores familiares, que não tiveram condições de competir com o agronegócio, que reúne os produtores mais beneficiados pelas novas tecnologias. Esse fato, somado à mecanização do trabalho no campo, contribuiu para o fenômeno do êxodo rural, levando muitas famílias a se mudar para as cidades, o que fez aumentar a população urbana no mundo.

Entretanto, as propriedades familiares ainda são responsáveis pelo abastecimento de alimentos para as pessoas que trabalham no campo e por grande parte da diversidade de cultivos consumidos pela população das cidades em diversos países.

Fotografia. Terreno destinado ao cultivo agrícola, dividido em sulcos e fileiras paralelas cobertas por mudas de pequeno porte e folhas verdes. Entre as fileiras, quatro homens em pé usam boné, blusa, calça e bota e seguram enxadas na direção às mudas e ao solo de cor laranja. Ao fundo, fragmentos florestais, colinas e céu com nuvens.
Trabalhadores rurais preparando o solo em Brazlândia, Distrito Federal (2021).
Fotografia. Vista aérea de plantação. No primeiro plano, diversas fileiras encobertas por arbustos com folhas pequenas e verde escuras. No segundo plano, colinas cobertas por diversos tipos de cultivos agrícolas.
Plantação de café em Tomazina, Paraná (2021).

Uso do solo na agricultura

As atividades agrícolas provocam significativas modificações na paisagem rural ao estabelecer diferentes fórmas de uso do solo, que variam conforme os elementos naturais presentes em cada região. Vamos conhecer algumas das fórmas mais comuns.

Rotação de terras

Essa técnica é utilizada em diversas regiões do mundo, em especial em países onde há a preocupação com a preservação do meio ambiente e a legislação ambiental é mais rigorosa. A rotação de terras visa trocar os cultivos estabelecidos em uma mesma área agrícola, alternando-os a cada novo ciclo. Suas principais vantagens são a oferta de maior variedade de produtos alimentícios e a contribuição para evitar que o solo se esgote rapidamente, mantendo-o fértil por mais tempo. No entanto, trata-se de uma técnica agrícola que exige custos mais elevados e maior planejamento.

ESQUEMA DE ROTAÇÃO DE TERRAS, QUE ALTERNA OS TIPOS DE CULTIVO A CADA CICLO

Esquema. Esquema de rotação de terras, que alterna os tipos de cultivos a cada ciclo. Imagem composta por um círculo no centro dividido em quatro partes iguais. Cada quarto representa um ano e está associado a ilustração de determinado grupo de alimento. As ilustrações estão inseridas nos quatro cantos da imagem. Ano um: apresentado pela cor amarela e associado ao grupo A, representado por duas cebolas. Ano dois: apresentado pela cor verde e associado ao grupo B, representado por uma beterraba e uma cenoura. Ano três: apresentado pela cor laranja e associado ao grupo C, representado por uma maçã, um pimentão amarelo e um vermelho e um pé de alface. Ano quatro: apresentado pela cor azul e associado ao grupo D, representado por ervilhas, vagens e quiabo.
Elaborado com base em dados obtidos em: HOW to start a vegetable crop rotation. Vegetable Growing. Disponível em: https://oeds.link/4kaYfb. Acesso em: 13 abril 2022.

Terraceamento

Técnica realizada em locais cujo relevo é bastante inclinado. Trata-se do parcelamento das encostas de montanhas íngremes em diversos terraços, onde são estabelecidos os cultivos agrícolas. A prática ajuda a conservar os solos ao ampliar o contrôle sobre a erosão provocada pelo escoamento superficial das águas. Essa fórma do uso do solo foi utilizada amplamente pela civilização inca nas encostas da Cordilheira dos Andes, há mais de 500 anos. Atualmente, ainda pode ser encontrada em diversos locais da região, bem como em países do continente asiático onde predominam o relevo montanhoso e elevados índices de pluviosidade, como a China, o Vietnã e a Tailândia.

Fotografia. Vista de uma área de montanhas íngremes em que há terraços em diferentes níveis na encosta, similares a degraus. Os terraços, de cor verde ou marrom claro, estão cobertos de plantações e de espelho d’água. As montanhas possuem algumas árvores esparsas e de pequeno porte. Na base da montanha, rio de águas turvas e marrom.
Cultivo em plataformas (terraceamento) em Lao Cai, Vietnã (2021).

Irrigação na agricultura

Ao longo da história da humanidade, o desenvolvimento das atividades agrícolas foi acompanhado pela criação de sistemas de irrigação por meio de técnicas com variados níveis de sofisticação. A agricultura é, hoje, a atividade econômica que mais consome água doce, e a utilização de sistemas de irrigação é necessária quando a água fornecida pelas chuvas não é suficiente.

Algumas civilizações antigas, como a egípcia, desenvolveram, há cêrca de 7 mil anos, a agricultura irrigada, que contava com diques e canais de irrigação para transportar água de locais distantes até as plantações. Outro exemplo é a civilização inca, no Peru, que também empregava a irrigação.

Ilustração. No primeiro plano, à esquerda, há uma área de plantação agrícola, dividida em seis parcelas. No interior de cada parcela, cultivo de espécie vegetal amarela similar ao trigo. Na borda das parcelas, há cultivo de plantas de cor verde. As parcelas são separadas por diques por onde passa um curso d’água azul. Na parcela situada a frente, há pessoas realizando a colheita da planta amarela, uma carroça puxada por bois e carregada de produtos e pequenas construções ovais e brancas. Nas parcelas ao lado, há também outras pessoas realizando colheita. À direita, presença de algumas edificações e construções ovais e brancas, outro tipo de cultivo agrícola com plantas verdes, coqueiros e pessoas realizando tarefas distintas, como carregar recipientes e mexer na terra. No segundo plano, superfície aplainada coberta por areia, três pirâmides e pássaros pretos voando e céu azul.
Sistema de irrigação da civilização egípcia, composto de diques e canais que transportavam as águas do rio Nilo para as áreas agrícolas do entorno. Ilustração artística para fins didáticos.

Atualmente, em locais onde as chuvas são abundantes, é comum o uso de sistema superficial, que consiste na utilização da água disposta na superfície dos solos. Algumas técnicas de cultivo de arroz, por exemplo, necessitam de solos completamente inundados para prosperar.

Em regiões onde a disponibilidade hídrica é menor, é muito comum o uso do sistema de gotejamento, em que a irrigação é realizada em uma área limitada e o volume de água utilizado é controlado. O uso racional da água é a principal vantagem desse sistema.

É comum também, sobretudo em propriedades agrícolas modernas, o uso de sistemas de irrigação que simulam chuvas, por meio de maquinários que expelem a água e irrigam os solos, obedecendo às necessidades hídricas das plantas. Embora o custo do maquinário e o volume de água utilizado sejam elevados, esse sistema é eficaz para irrigar grandes propriedades monocultoras.

Fotografia. Três mudas de plantas com folhas pequenas e verdes sobre o solo alaranjado. As mudas estão enfileiradas e ligadas por um cano fino e preto. O solo logo abaixo das mudas está molhado e o entono está seco.
Sistema de irrigação agrícola por gotejamento, que consome pouca água. Na fotografia, plantação de mandioca em propriedade localizada em Brazlândia, Distrito Federal (2021).

Problemas ambientais no campo

Desmatamento

Além da exploração da madeira, outra causa de grandes desmatamentos em todo o mundo são as atividades agropecuárias. Atualmente, muitas florestas e outros tipos de vegetação se encontram ameaçados pela expansão dos pastos e plantações.

A degradação dos solos

Manejo inadequado das terras agricultáveis, desmatamento, irrigação excessiva, poluição por agrotóxicos e erosão são alguns dos problemas responsáveis pela degradação dos solos.

As atividades agropecuárias, quando realizadas sem os cuidados necessários, podem deixar o solo mais vulnerável ao efeito da erosão. A preservação da vegetação natural é um importante instrumento para proteger o solo da erosão. Os restos vegetais, como folhas e galhos, também têm papel importante, pois retêm a água e dificultam o escoamento superficial. Com o desmatamento, porém, o solo fica desprotegido, pois o impacto das gotas de chuva sem cobertura vegetal é bastante prejudicial, conforme mostra a ilustração.

AÇÃO DESTRUIDORA DE UMA GOTA DE ÁGUA

Ilustração. Ação destruidora de uma gota de água. Conjunto de três ilustrações representando o impacto de uma gota de água no solo. Da esquerda para a direita, setas azuis indicam a ordem em que os processos representados ocorrem. Ilustração à esquerda: vista de um solo marrom claro com uma mancha de água translúcida por acima. Em cima da mancha, presença de uma gota de água. Ao lado esquerda da ilustração, há uma fotografia que mostra uma vasta área de solo exposto, coberto por poças de água, e céu azul com nuvens. Abaixo da ilustração, uma caixa de texto explicativo: Após o início de uma chuva, o solo, já encharcado, fica exposto ao impacto das gotas de água. Ilustração do meio: vista de um solo marrom claro com uma mancha de água translúcida por acima. No meio da mancha, água e lama espirradas para cima e para o lado. Abaixo da ilustração, uma caixa de texto explicativo: Com o impacto de uma gota, pingos de lama são lançados em todas as direções. Ilustração à direita: vista de um solo marrom claro com uma mancha de água translúcida por acima. No meio da mancha, uma pequena cratera e água e lama espirradas para cima e para o lado ainda mais longe que a ilustração anterior. Abaixo da ilustração, uma caixa de texto explicativo: No local do impacto abre-se uma pequena ‘’cratera’’. Em seguida, com a desagregação do solo, as partículas são facilmente transportadas.
Elaborado com base em dados obtidos em: leins, Viktor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. décima quarta edição revista São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003. página 78.

Se o terreno é inclinado e a chuva é muito intensa, ocorrem as enxurradas, que transportam partículas do solo para áreas situadas em níveis mais baixos do relevo, como o fundo de um vale ou o leito de um rio. A acumulação desse material nos cursos de água provoca o assoreamento, que reduz a profundidade da lâmina d’água.

Outro efeito do desmatamento e da atividade agropecuária é a compactação da camada superficial do solo pelo uso de máquinas pesadas e pelo pisoteamento do gado, o que dificulta a absorção de água e de nutrientes pelos poros do solo.

Efeitos da erosão

A erosão também é responsável pela degradação biológica, isto é, pela eliminação de insetos, minhocas, bactérias e outros pequenos organismos que vivem no solo e são fundamentais para a produção dos nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas.

Em todo o mundo, a erosão traz problemas ambientais para as áreas rurais e ocorre com maior intensidade no norte e no centro da África, nas áreas mais elevadas da América do Sul e em grande parte do sul da Ásia.

Fotografia. No primeiro plano, um terreno aplainado dividido por uma grande fenda, cujas encostas cobertas por solo exposto de cor alaranjada. Na superfície do terreno, há vegetação rasteira e arbustiva densa e verde. No segundo plano, terreno elevado e acidentado, coberto por vegetação verde. Acima, o céu com nuvens.
As voçorocas, como a retratada em Ouro Preto, Minas Gerais (2021), são caracterizadas por grandes buracos resultantes da erosão do solo, em geral aceleradas por ações humanas.

Efeitos da queimada

Em vários locais do mundo, costuma-se queimar a vegetação natural ou as plantas de cultivos temporários para a utilização do solo. Essa técnica é empregada tradicionalmente por diversos povos para beneficiar o solo, pois as cinzas podem propiciar um acréscimo de nutrientes. No entanto, se realizadas de maneira descontrolada e sem respeitar o período de descanso do solo, as queimadas passam a ser prejudiciais, pois o fogo elimina microrganismos, insetos e resíduos vegetais, deixando o solo descoberto e sujeito à erosão. É o caso da queimada na colheita da cana-de-açúcar. Além disso, o fogo pode oferecer risco de acidentes e a fuligem gerada polui o ambiente.

Fotografia. Vista para uma plantação de cana-de-açúcar sendo queimada. À esquerda, pequeno trecho de estrada não asfaltada e a porção do plantio coberto de fogo. À direita, porção do plantio ainda inteiro, composto por plantas de troncos finos e altos e folhas longas e verdes. Acima, fumaça preta e rarefeita e céu com nuvens.
Queimada em canavial no município de Irapuã, São Paulo (2020).

Fertilizantes químicos e agrotóxicos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os agrotóxicos – empregados para combater ou controlar ervas daninhasglossário , insetos, bactérias, fungos e outros seres vivos, chamados popularmente de pragas – têm importante papel na produção agrícola mundial. Mas o uso excessivo ou inadequado de produtos químicos pode degradar o solo e poluir águas subterrâneas e de rios. Além disso, os agrotóxicos podem ser muito prejudiciais para os seres humanos e os animais. Com seu uso contínuo, as pragas tornam-se mais resistentes a eles, aumentando a escala do problema. Tentativas de superar essa resistência levam muitos produtores a aumentar, de tempos em tempos, a dose e a potência desses venenos.

A aplicação inadequada de produtos químicos no campo também pode provocar o surgimento de novas pragas e ervas daninhas, a eliminação de insetos benéficos à agricultura, a morte de aves e outros animais que se alimentam das pragas, além de ampliar o risco de contaminação ambiental.

Em muitos países, os fertilizantes químicos e os agrotóxicos estão dando lugar a novas técnicas e produtos. Adubos orgânicos vêm sendo usados, ainda em pequena escala, para substituir os químicos. Técnicas de contrôle de pragas, por meio da utilização de predadores naturais e de espécies de plantas mais resistentes, também auxiliam na redução do uso de agrotóxicos.

Fotografia. Vista aérea de uma colina coberta por um cultivo agrícola dividido em duas parcelas por uma estrada não asfaltada estreita. O cultivo é composto por uma espécie de planta arbórea de pequeno porte e folhas verdes. Um avião sobrevoa o cultivo, despejando uma substância líquida e de aparência branca na plantação. Ao fundo, presença de árvores de tamanhos distintos, raios solares e céu azul.
Avião agrícola faz a aplicação de agrotóxico em plantação de laranja, em Cristalina, Goiás (2019).

Impactos ambientais resultantes da irrigação

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Há muito tempo os seres humanos empregam recursos hídricos na atividade agrícola. Diferentes sociedades desenvolveram sistemas de irrigação com o objetivo de aumentar a produção de alimentos em áreas com escassez de água. O aperfeiçoamento dessa técnica proporcionou a construção de canais de distribuição que conduzem a água dos rios até as plantações.

Com o avanço da tecnologia, ampliaram-se as áreas irrigadas em todo o mundo e, consequentemente, as agressões ao meio ambiente. Os principais impactos ambientais resultantes da irrigação são:

  • alagamento ou encharcamento de áreas de cultivo, como consequência do uso de técnicas inadequadas;
  • eutrofização, ou seja, acúmulo de fertilizantes nos rios que abastecem as áreas de plantações, favorecendo o aparecimento de certas algas que consomem muito oxigênio e dificultando o desenvolvimento de outras espécies aquáticas;
  • salinização, que consiste no acúmulo de sais minerais no solo, decorrente do excesso de irrigação. Com a evaporação da água, os sais permanecem nas camadas superficiais, inviabilizando o desenvolvimento de certos cultivos;
  • proliferação de insetos e fungos prejudiciais às plantações, como consequência do aumento da umidade, o que leva o agricultor a utilizar mais agrotóxicos;
  • desperdício, pois grande parte da água usada na irrigação é perdida por evaporação ou por infiltração.
Fotografia. Vista para um terreno vasto e plano coberto por cultivo de uma espécie vegetal rasteira e com folhas verdes. Sobre o cultivo, uma estrutura comprida, com partes interligadas e sustentada por uma base triangular ocupa longitudinalmente todo o terreno, jorrando água na plantação. Ao fundo, céu azul com nuvens.
Irrigação por pivô central, em Buritama, São Paulo (2021).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Mudanças climáticas e a produção de ostras no Quilombo de Mandira

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A Comunidade Remanescente de Quilombo de Mandira, em Cananeia, São Paulo, desenvolve atividades econômicas que, além de fonte de renda para os quilombolasglossário mandiranos, são importantes para a preservação do meio ambiente. Entre as atividades praticadas por essa população estão o cultivo de ostras, a extração de caranguejos, a pesca, o turismo comunitário e o artesanato.

Fotografia. No primeiro plano, homem usando boné azul e camiseta escura manuseia ostras que estão em um suporte dentro de um corpo d’água. No segundo plano, outros suportes de cultivo dentro do corpo d’água, fragmento florestal denso e céu azul.
Quilombola em atividade de cultivo de ostras, em Mandira, Cananeia, São Paulo (2014).

Em uma reportagem do Instituto Socioambiental, um dos líderes da comunidade, Francisco Salles Coutinho, conhecido como Chico Mandira, explicou que a produção de ostras iniciou-se na década de 1970 e que, atualmente,

reticências são notórios os fenômenos da natureza que estão ocorrendo em função das mudanças climáticas. “As ostras estão sofrendo com pragas”, conta. “As cracas colam nas conchas. Elas sempre existiram, mas agora a quantidade de mexilhões grudados é muito grande. Quando a gente tira tudo, o que sobra é uma ostra menor, que não cresceu como crescia antes.” Chico nunca tinha visto nada parecido. E ele está no viveiro desde 1978. “Nessa época, julho, agosto, deveriam aparecer os robalos, mas não apareceram.” Ele atribui essas alterações às altas temperaturas e ao excesso de chuvas na região. “Este ano, principalmente, não houve desova de ostras, enquanto a de mexilhões aumentou.” Ninguém sabe explicar por quê.

reticências

QUEM paga a conta das mudanças climáticas? Instituto Socioambiental, 24 agosto 2016. Disponível em: https://oeds.link/bbhdii. Acesso em: 13 abril 2022.

Na mesma reportagem, o Instituto Socioambiental afirma que as metas definidas pelo Acordo do Clima de Paris, assinado por 195 países no fim de 2015, eram muito tímidas para controlar as mudanças climáticas e amenizar suas consequências. Leia a seguir alguns dos argumentos do instituto.

reticências

De fato, ninguém mais tem dúvidas de que o clima mudou. “É o maior desafio que a humanidade terá de enfrentar neste século. O que está em questão é o aumento progressivo da temperatura”, afirmou o sócio fundador do Ísa, Márcio Santilli. Ele explicou que esse aumento da temperatura é consequência direta da poluição que as pessoas jogam na atmosfera, principalmente causada pelos combustíveis fósseis, como o petróleo, e também provocado pelo desmatamento. Daí a necessidade urgente de falar sobre o assunto e propor ações que contribuam para a queda das temperaturas. Uma delas é trabalhar para que a temperatura não aumente 1,5, recomendação do documento final do Acordo do Clima de Paris reticências.

QUEM paga a conta das mudanças climáticas? Instituto Socioambiental, 24 agosto 2016. Disponível em: https://oeds.link/bbhdii. Acesso em: 13 abril 2022.

Em 2017, os Estados Unidos surpreenderam o mundo ao anunciar sua saída do Acordo de Paris. Segundo o então presidente estadunidense, o acordo era desvantajoso para os contribuintes do país. Leia a notícia da Agência Brasil.

Trump anuncia saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acaba de anunciar a decisão de retirar o país do Acordo de Paris, que define os compromissos globais na luta contra os efeitos das mudanças climáticas. reticências

Segundo maior emissor de gases depois da China, os Estados Unidos respondem por 18% do carbono lançado na atmosfera terrestre, ou 6,5 milhões de toneladas por ano. A saída americana torna ainda mais difíceis as metas do acordo, de reduzir o carbono na atmosfera de 69 bilhões de toneladas para 56 bilhões, e negociar novos objetivos para manter, até 2100, o aquecimento global no nível tolerável, inferior a 2 graus Celsius (graus Célsius).

A saída norte-americana poderá levar outros países a rever sua participação no acordo. Pelas metas submetidas, já é incerto que o nível tolerável seja atingido. reticências

De acordo com a previsão de cientistas, as consequências para o clima da Terra poderão ser catastróficas, com o derretimento de geleiras, elevação do nível do mar e maior intensidade de eventos extremos como tempestades, enchentes, secas e furacões.

reticências

TRUMP anuncia saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Agência Brasil, 1º junho 2017. Disponível em: https://oeds.link/gW03an Acesso em: 13 abril 2022.

Depois de ler os textos, responda.

  1. Quais são as mudanças climáticas constatadas pela comunidade quilombola?
  2. Quais podem ser os impactos dessas mudanças para a economia da comunidade?
  3. O que apontou o Instituto Socioambiental sobre o Acordo de Paris?
  4. O que representou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris? Qual é a atual situação do país em relação a esse acordo?
  5. Em que medida uma ação dos Estados Unidos pode afetar a comunidade quilombola mencionada ou outras comunidades tradicionais?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Responda.
    1. Qual é a importância do espaço rural para os seres humanos?
    2. Quais são as atividades econômicas praticadas no campo? Descreva cada uma delas.
    3. Qual é a importância da vegetação para a proteção do solo?
  2. É correto afirmar que a salinização do solo pode funcionar como fertilizante natural?
  3. Cite pelo menos três exemplos de especializações na prática da pecuária.
  4. Copie o quadro em seu caderno e preencha-o com as informações que faltam.

Técnica agrícola

Objetivo

Impactos ambientais

Fertilizantes químicos

Contaminação do solo, de águas subterrâneas e de rios.

Agrotóxicos

Irrigação

5. Observe a fotografia e responda.

Fotografia. Vista aérea para uma superfície plana ocupada por diversos tipos de cultivos agrícolas divididos em parcelas. Algumas parcelas apresentam solo exposto e outras apresentam plantações variadas com diferentes tons de verde. Entre as parcelas, há estradas de terras. Na margem superior dos cultivos, uma vasta área coberta por solo exposto arenoso, amarelo, seco e sem cobertura vegetal. Na margem inferior dos cultivos, solo exposto seco e escuro, associado ao acúmulo de matéria orgânica.
Sistema de irrigação em plantação no estado do Arizona, Estados Unidos (2020).
  1. Quais fatores naturais dificultam a prática da agricultura nesse lugar?
  2. Que técnica foi utilizada para superar essa dificuldade?
  3. Cite dois exemplos de impactos ambientais resultantes dessas técnicas.

6. A fotografia mostra uma atividade que pode ampliar a degradação dos solos.

Fotografia. Vista aérea para um conjunto de morros com algumas vertentes cobertas por fragmentos florestais e outras desmatadas, apenas com a vegetação rasteira. No centro da imagem, uma grande vertente coberta por vegetação rasteira e com a presença de sulcos, ravinas e alguns bois e vacas. Acima, céu com nuvens.
Propriedade rural em Valença, Rio de Janeiro (2021).
  1. Qual é essa atividade?
  2. Quais são as consequências para o solo?

7. Leia o texto e responda.

Os produtores de frutas e hortaliças do Nordeste foram beneficiados com a criação de vários bancos de sementes de plantas utilizadas como adubos verdes. O trabalho foi desenvolvido no interior do Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão, e está ampliando e fortalecendo a fruticultura orgânica na região. A adubação verde é baseada no uso de plantas, especialmente leguminosas, que fornecem nutrientes e melhoram a qualidade do solo. Com maior oferta local de sementes dessas plantas, agricultores nordestinos economizam ao não ter que importar o material de outras regiões.

FRUTICULTURA orgânica ganha bancos de sementes no Nordeste. Nordeste Rural, 17 janeiro 2018. Disponível em: https://oeds.link/P8HdpJ. Acesso em: 13 abril 2022.

  1. De que fórma os produtores de frutas e hortaliças da Região Nordeste foram beneficiados?
  2. Como ocorre a adubação verde?
  3. Por que os agricultores nordestinos estão economizando dinheiro com a fruticultura orgânica?

8. A rotação de terras e o terraceamento são duas fórmas de uso do solo bastante comuns em diversas regiões do mundo. Explique as diferenças entre elas, bem como as vantagens e desvantagens de cada uma.

CAPÍTULO 14  O espaço urbano e suas paisagens

Desde os tempos mais antigos, os diferentes grupos sociais têm explorado os recursos que a natureza oferece. A caça, a pesca e a coleta de frutos silvestres foram as fórmas simples e imediatas usadas pelos seres humanos para sua sobrevivência. Os grupos humanos começaram a deixar o nomadismo por volta do período entre 8000 antes de Cristo e 5000 antes de Cristo Até então, as modificações que essas sociedades realizavam na superfície terrestre eram mínimas, e os elementos naturais predominavam nas paisagens.

Os registros arqueológicos indicam que já havia cidades entre 3500 antes de Cristo e 3000 antes de Cristo Hoje, as transformações nas paisagens urbanas são intensas, com predomínio de elementos culturais, como edifícios, casas, ruas, avenidas, praças e estabelecimentos comerciais.

Na atualidade, o surgimento e a expansão das cidades resultam da urbanização, que é um processo caracterizado, entre outros fatores, pela redução da população rural e pelo crescimento da população urbana. Essa população passa a se concentrar nas cidades e, para atender às suas necessidades, em geral são feitas várias obras de infraestrutura, como as de iluminação, de esgoto, de transporte, entre outras.

Uma transformação estimulada pela urbanização e comum em muitas cidades é a verticalização, ou seja, a construção de edifícios altos para abrigar a população em crescimento, aumentando o adensamento populacional. A verticalização também é uma fórma de as construtoras ampliarem seus lucros ao colocar à venda uma quantidade maior de imóveis nas áreas mais valorizadas das cidades.

Fotografia 1. Vista aérea para uma área urbana adensada. No primeiro plano, diversos edifícios de diferentes alturas e cores. No segundo plano, rio com diversas embarcações. No terceiro plano, área urbana predominantemente horizontal, com a presença de fragmento de vegetação e alguns edifícios. Acima, céu com nuvens.
Fotografia 2. Vista aérea para uma área urbana adensada. No primeiro plano, diversos edifícios de diferentes alturas e cores. No segundo plano, rio com algumas embarcações. No terceiro plano, área urbana densa e verticalizada, com a presença de muitos arranha-céus e torres modernas. Acima, céu azul e nuvens.
Vista de trecho da cidade de Xangai, na China, em dois momentos. Na fotografia 1, de 1987, antes da construção de inúmeros arranha-céus. Anos depois, houve na cidade um grande aumento do número de edifícios, o que se torna evidente na fotografia 2, de 2019.

Um planeta urbano

Em 1950, a população urbana representava menos de 30% da população mundial. Desde então a urbanização vem ocorrendo de modo acelerado em todo o mundo. Atualmente, a população urbana representa mais da metade da população do planeta. Embora em alguns países a população rural ainda supere a urbana, a tendência é de que essa proporção se inverta ainda neste século. No Brasil, oito em cada dez habitantes vivem em áreas urbanas.

O crescimento das cidades

No início do século vinte, havia no mundo 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes, a maioria delas localizada na Europa. Em 2017, as 15 cidades mais populosas do mundo ultrapassavam, cada uma, 9 milhões de habitantes e estavam principalmente no continente asiático. Entre os principais fatores que influenciam o deslocamento da população do campo para as cidades estão as secas, a concentração de terras cultiváveis nas mãos de poucos proprietários e o desemprego no meio rural. Por sua vez, as cidades atraem habitantes pela oferta de serviços essenciais e de trabalho na indústria e no setor terciário.

MUNDO: AGLOMERADOS URBANOS COM MAIS DE 1 MILHÃO DE HABITANTES (1900 E 2020)

Mapa. Mundo: Aglomerados urbanos com mais de 1 milhão de habitantes (1900 a 2020). Dois mapas de círculos proporcionais apresentam a localização dos aglomerados urbanos com mais de 1 milhão de habitantes em 1900 e em 2020, respectivamente. 1900. Alguns aglomerados urbanos com mais de 1 milhão de habitantes são apresentados no leste dos Estados Unidos, Europa e Ásia. O mapa destaca alguns dos aglomerados e sua respectiva população: Chicago: 1,7 milhões de habitantes; Nova York: 4,2 milhões de habitantes; Londres: 6,5 milhões de habitantes; Paris: 3,3 milhões de habitantes; Berlim: 2,7 milhões de habitantes. 2020. Diversos aglomerados urbanos com mais de 1 milhão de habitantes são apresentados na costa leste e oeste da América do Norte, na América Central, na costa leste e oeste da América do Sul e na costa oeste da África, no interior do continente europeu, no Oriente Médio, na Península Indiana, no sul e sudeste da Ásia, na costa leste da Austrália. Aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes: Sudeste do Brasil, norte do México, leste e oeste dos Estados Unidos, nordeste do Egito, várias porções da Índia, leste da Ásia, com destaque para China, Japão e Coreia do Sul. Aglomerados urbanos de 5 a 10 milhões de habitantes: Sul do Brasil, sul da América Latina, norte da América Latina, várias ocorrências no território dos Estados Unidos, oeste da África, sul e norte da Europa, leste do Oriente Médio, oeste da Rússia, sul da Ásia e Austrália. Aglomerados urbanos de 1 a 4,9 milhões de habitantes: nordeste do Brasil, oeste da América Latina, América Central, região leste e central dos Estados Unidos, centro-sul da África, leste europeu, centro-oeste da Rússia, sul do Oriente Médio, sul da Ásia e Nova Zelândia. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.740 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: SETE bilhões: a cidade é a solução. National Geographic Brasil, São Paulo, número 141, dezembro 2011; BRIGHT lights, big cities: urbanisation and the rise of the megacity. The Economist, Londres, 4 fevereiro 2015. Disponível em: https://oeds.link/ZTC8Xv. Acesso em: 21 fevereiro 2022. Dados projetados a partir de 2014.

Diversidade da paisagem urbana

Em determinadas áreas urbanas predominam as atividades industriais (setor secundário). Nessas áreas, destacam-se na paisagem as fábricas e outras infraestruturas, como redes elétricas e vias de circulação, construídas para viabilizar a produção industrial e a circulação de mercadorias. Nas proximidades das fábricas há residências, estabelecimentos comerciais e tráfego de cargas.

Em outras áreas urbanas predominam atividades do setor terciário, ou seja, comércio e serviços em geral (sistema financeiro e bancário, turismo, educação etcétera).

Muitas lojas de produtos diversos e a circulação de pessoas e mercadorias pelas ruas e avenidas indicam paisagens urbanas marcadas pelas atividades comerciais. Observe, na fotografia 1, um exemplo de área urbana comercial.

Fotografia 1. Vista aérea para rua. Ao lado esquerdo, fachada de lojas e muitos pedestres andando na calçada e na via. Ao lado direito, pedestres circulam entre carros e caminhões.
Rua comercial na cidade do Cairo, Egito (2020).

Em grandes cidades é comum a existência de áreas que se destacam pela concentração de instituições financeiras (bancos, seguradoras, bolsas de valores etcétera). Na fotografia 2, observa-se Wall Street, em Nova Iorque, Estados Unidos, onde está a bolsa de valores da cidade.

Fotografia 2. Destaque para a fachada de um prédio em tom bege com a presença de ornamentos em formato triangular e colunas circulares no topo, bandeiras dos Estados Unidos e pequenas sacadas, além de vãos que dão acesso à janelas verticalmente longas e entradas na parte térrea. À direita, há continuação do prédio mostrando uma fachada mais simples com muitas janelas. À esquerda, edifícios modernos e arranha-céus.
Wall Street, em Nova Iorque, Estados Unidos (2021).

Em algumas cidades, podemos observar uma infraestruturaglossário voltada para o turismo. Um exemplo é Ouro Preto (fotografia 3), cidade mineira que recebeu da Unescoglossário o título de “patrimônio cultural da humanidade”. Ela se destaca pelo grande número de construções coloniais, hotéis e pousadas.

Fotografia 3. Vista aérea para uma área urbana situada em um vale. No primeiro plano, igreja e casarões históricos de estilo colonial, brancos e com telhados vermelhos, árvores esparsas e ruas de paralelepípedos. No segundo plano, terrenos cobertos de vegetação e mais elevados em relação ao primeiro plano, além de céu com nuvens.
Construções históricas do século dezoito, em Ouro Preto, Minas Gerais (2021).

Os principais problemas urbanos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Vários problemas atingem o espaço urbano em diversos países, principalmente nas grandes e médias cidades, que concentram parcela significativa da população.

Moradias precárias

Na maioria das grandes e médias cidades do mundo, muitas pessoas vivem em moradias precárias. No Brasil há os exemplos das favelas e dos cortiços. Esse problema é resultado de desigualdades sociais, principalmente nos países pobres, onde as camadas mais desfavorecidas da população contam com pouca ou nenhuma assistência do poder público.

Segundo o í bê gê É, os aglomerados subnormais, mais conhecidos por favelas, são conjuntos de 51 ou mais moradias, construídas precariamente de tijolos, madeira ou qualquer outro tipo de material, e geralmente em terrenos sujeitos a enchentes ou deslizamentos de terra, sobre córregos ou à margem de rios.

De modo geral, as favelas não contam com coleta de lixo, rede de esgoto, ruas asfaltadas etcétera Com a aglomeração de moradias, são também precárias a incidência de luz solar e a circulação de ar, o que gera condições insalubres (prejudiciais à saúde).

Fotografia. Vista de um morro íngreme, com fragmentos de rocha exposta, vegetação rasteira e um adensamento de moradias construídas de forma precária, com materiais de alvenaria, mas sem acabamento.
Moradias precárias em área de risco, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2021).

Os cortiços são habitações ocupadas por várias famílias, que usam banheiros e tanques de lavar roupa coletivos. Concentram-se usualmente em áreas desvalorizadas das cidades, e as condições de saúde e higiene são precárias.

Transporte urbano

O transporte urbano nas grandes e médias cidades envolve três graves problemas: poluição (sonora e do ar), congestionamentos e deficiências no transporte coletivo.

Nos países menos desenvolvidos, os problemas no transporte urbano se agravam, pois faltam recursos financeiros para melhorar a infraestrutura dos coletivos (metrô, trens e ônibus) e dos sistemas viários (avenidas, túneis e viadutos). O transporte público e coletivo pode ajudar a reduzir a emissão de gases poluentes e os congestionamentos causados pela grande circulação de veículos menores.

Ilhas de calor

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nas aglomerações urbanas em que há poucas áreas com vegetação, em geral ocorre maior aquecimento da camada de ar mais próxima ao solo. Por causa desse fenômeno, chamado ilha de calor, os centros urbanos chegam a apresentar diferenças de até 10 graus Célsius em relação às áreas vizinhas.

ILHA DE CALOR

Gráfico. Ilha de calor. O gráfico apresenta a variação de temperatura nas periferias e nas áreas centrais da cidade. No eixo vertical, são apresentadas as temperaturas de 25 a 32 graus Celsius. No eixo horizontal, são apresentadas três ilustrações: as ilustrações das extremidades retratam algumas casas e árvores com texto descritivo 'Periferia da cidade'; a ilustração do meio retrata um adensamento de casas e edifícios com o texto descritivo 'Área central da cidade'. Uma linha vermelha se inicia na ilustração da esquerda, que retrata a periferia da cidade, registrando 26,5 graus Celsius. A linha segue em elevação até a ilustração do meio, que retrata a área central da cidade, registrando 32 graus Celsius. A linha segue em queda até a ilustração da direita, que retrata a periferia da cidade, registrando novamente 26,5 graus Celsius.
Elaborado com base em: cristóferson, róbert W. Geossistemas: uma introdução à Geologia Física. Tradução: Francisco Eliseu Aquino et al. sétima edição Porto Alegre: Bookman, 2012.

A elevação da temperatura explica-se:

  • pela falta de cobertura vegetal, que poderia fornecer sombreamento e umidade, e pela concentração de materiais como o asfalto e superfícies escurecidas, que favorecem a retenção de calor;
  • pela concentração de gases poluentes (lançados na atmosfera por indústrias e automóveis), que contribuem para o aquecimento;
  • pela dificuldade de dissipar os poluentes e o calor acumulado na atmosfera, pois a circulação do ar é barrada pelos prédios.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

O fenômeno das ilhas de calor

[Música instrumental de fundo]

[Maria]: Olá! Eu sou Maria Bontempo...

[Pedro]:

... e eu sou Pedro Rocha...

[Maria]:

...e está no ar a Rádio Geografia!

[Maria]:

Hoje vamos aprender mais sobre as ilhas de calor! Um fenômeno que ocorre quando a temperatura    das áreas urbanas é mais alta que a temperatura das áreas do entorno.

[Pedro]: Esse aumento da temperatura, que afeta as principais metrópoles brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, já atinge grandes cidades da Região Norte, como Manaus e Belém. Em Manaus, a sétima cidade mais populosa do país em 2021, foi constatada uma diferença de mais de 3 graus Celsius entre a área mais urbanizada e uma área de floresta distante cerca de 30 quilômetros!

[Maria]: Parece pouco, Pedro, mas esse aumento de 3 graus Celsius provoca muito desconforto para as pessoas de Manaus, não é mesmo?

[Pedro]: Sim, Maria! Isso faz muita diferença! Manaus já é uma capital bastante quente, imagina quando há o aumento de temperatura causado por uma ilha de calor?

[Pedro]: Mas por que ocorrem as ilhas de calor? Vamos descobrir?

[Maria]: Em áreas mais verticalizadas, os edifícios reduzem a circulação dos ventos e a renovação do ar, facilitando a acumulação de poluentes. Os materiais usados nas construções também absorvem mais a radiação solar e, por isso, demoram mais a esfriar.   

[Pedro]: De modo geral, as superfícies escuras absorvem mais energia, e as claras refletem a energia da radiação solar. Por exemplo, o asfalto absorve a energia da radiação solar e se aquece. Depois, leva mais tempo para esfriar. Já uma superfície não asfaltada, por exemplo, com vegetação ou mesmo com o solo exposto, reflete mais a radiação solar do que absorve e, por isso, não aquece tanto quanto o asfalto.

[Maria]: Além de reter o calor, as superfícies urbanas também são secas, porque, nas cidades, o revestimento do solo é impermeável, ou seja, a água da chuva não penetra no solo e escoa para os bueiros e canais. E isso faz com que as superfícies demorem mais para dissipar a energia que absorveram, mantendo-se aquecidas por mais tempo!

[Pedro]: Para diminuir a temperatura nos grandes centros urbanos, é preciso aumentar a quantidade de áreas verdes, então?

[Maria]: Isso mesmo, Pedro, o aumento de áreas verdes urbanas pode ajudar a diminuir o problema. As árvores fornecem sombras e absorvem poluentes.

[Pedro]: Os mesmos poluentes que, quando se concentram na atmosfera, contribuem para elevar a temperatura local.

[Pedro]: Além disso, as árvores realizam o processo de transpiração, liberando vapor de água na atmosfera e baixando a temperatura ambiente.

[Maria]: Por isso é tão importante preservar as áreas de vegetação, criar parques e praças para reverter esse quadro e trazer mais conforto térmico para quem está nas ruas dos grandes centros urbanos.

[Pedro]: Um passeio no parque ou uma visita a áreas com muitas plantas pode ajudar bastante a aliviar o calorão de quem vive nas grandes cidades!

[Maria]: Bom, com isso ficamos por aqui!

[Pedro]: Esperamos ter ajudado você nos estudos sobre esse fenômeno tão complicado que acontece nos espaços urbanos.

[Maria]: Um grande abraço e até a próxima!

Poluição atmosférica, sonora e visual

A queima de combustíveis é um dos principais fatores que causam a poluição do ar. Em alguns países, utiliza-se o carvão como fonte de energia e concentra-se um grande número de veículos movidos com a queima de derivados de petróleo. Os veículos também contribuem para a poluição sonora, ou seja, o ruído excessivo. Outro elemento prejudicial à população urbana é a enorme quantidade de cartazes e painéis publicitários. Trata-se da poluição visual, que, assim como a sonora, pode agravar certos problemas de saúde, como crises de ansiedade, depressão e irritabilidade.

Lixo urbano

As cidades produzem grande quantidade diária de resíduos sólidos, e o descarte incorreto desse material pode provocar graves problemas ambientais e para a saúde pública, como a poluição de rios e mares, a contaminação de solos e lençóis freáticos e a disseminação de doenças.

Água e esgoto

A carência de saneamento básico é uma realidade para milhões de habitantes das áreas urbanas. O esgoto não tratado contamina córregos, rios e nascentes. O consumo de água contaminada está associado a diversas doenças e é uma das principais causas de morte nessas áreas.

Segundo dados da ônu (2017), cêrca de 4,5 bilhões de pessoas, isto é, mais da metade da população mundial, carecem de saneamento básico seguro. Em geral, os países que enfrentam conflitos, guerras ou escassez de água são mais afetados, e a população desses locais tem menos probabilidade de usar serviços básicos de água e esgosto. Estima-se que na Somália, por exemplo, 4 milhões de pessoas não tiveram acesso à água potável em 2017, em decorrência de um longo período de seca. No Brasil, os números também são insatisfatórios: 45% da população urbana não tem acesso à coleta de esgoto adequada.

O sistema de saneamento básico nas áreas urbanas é composto da rede de tratamento e distribuição de água, da coleta de esgoto e de resíduos sólidos. Para chegar potável aos domicílios, a água é captada de represas, rios, lagos e lagoas e transportada para uma estação de tratamento. Após ser submetida a vários processos físicos e químicos, é levada para grandes reservatórios que abastecem as moradias.

Depois de ser consumida no banho, na descarga do vaso sanitário ou na limpeza das casas, a água deve ser lançada no sistema de esgoto e conduzida por meio de grandes tubulações subterrâneas para uma estação de tratamento de resíduos. Lá, novos processos químicos e físicos têm a função de devolver a água à natureza em boas condições. Observe a ilustração da rede de saneamento básico, com foco no tratamento de água e de esgoto.

TRATAMENTO DE ÁGUA E COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTO

Ilustração. Tratamento de água e coleta e tratamento de esgoto. Ilustração composta por duas imagens. A imagem da esquerda retrata as etapas de tratamento de água e a imagem da direita retrata as etapas da coleta e tratamento de esgoto. Imagem 1. Tratamento de água. À esquerda, um corpo d’água azul cercado por árvores e denominado de represa. Ao lado direito uma superfície plana verde com tanques retangulares e redondos. O primeiro tanque é aberto e retangular, está preenchido da água que recebe diretamente da represa e é denominado de captação ou bombeamento. O segundo tanque é aberto e retangular, está preenchido de água que recebe do primeiro tanque por uma tubulação azul e é denominado de sulfato de alumínio, cal e cloro. O terceiro tanque é aberto e retangular, está preenchido de água que recebe do segundo tanque por uma tubulação azul e é denominado de floculação, decantação e filtração. Além da água, este tanque contem pontos pretos. O quarto tanque é aberto e retangular, está preenchido de água que recebe do terceiro tanque e é denominado de cloro flúor. O quinto tanque é alto, cilíndrico, fechado e está conectado ao quarto tanque por uma tubulação azul e é denominado de reservatório. O sexto tanque é redondo e fechado e está conectado ao quinto tanque por uma tubulação azul e é denominado de distribuição. No fundo da imagem há uma área urbana adensada, cujas edificações de conectam ao sexto tanque por tubulações azuis, que caracterizam a rede de distribuição. Imagem 2. Coleta e tratamento de esgoto. No plano de fundo, uma área urbana adensada com ruas e quarteirões com casas e edifícios conectados a uma tubulação cinza localizada no subsolo e denominada de rede coletora. A conexão entre as edificações e a rede coletora é denominada de ligação domiciliar. No plano da frente, há um recorte da superfície mostrando o subsolo e a rede coletora se conectando com uma tubulação cinza denominada de coletor-tronco. Essa tubulação se conecta a outra, denominada de interceptor, que está ligada à estação de tratamento de esgoto ao lado. A estação de tratamento está apresentada em uma superfície plana e verde e contém quatro tanques abertos e retangulares, dois tanques abertos e redondos e uma tubulação que despeja água diretamente em um curso d’água.
Fonte: SÃO PAULO (Estado). Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. Tratamento de água. [São Paulo, São Paulo: Sabésp.] Disponível em: https://oeds.link/IfPV0n. Acesso em: 13 abril 2022. Esquemas da rede de saneamento básico – representações para fins didáticos. No esquema 1: captação, tratamento e distribuição da água. No esquema 2: coleta e tratamento do esgoto.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Quais são as diferenças entre o espaço rural e o espaço urbano?
  2. Faça o que se pede.
    1. Liste dois problemas ambientais no espaço rural e dois problemas urbanos.
    2. Algum dos problemas mencionados ocorre em seu município? Explique.
  3. Copie o quadro em seu caderno e preencha-o com os problemas que afetam a população urbana, principalmente nas grandes cidades.

Demandas da população

Problemas urbanos

Moradia

Transporte

Água e esgoto

Áreas verdes

4. Leia o texto e depois responda às questões.

Imagine uma estrada que percorresse os mais de 7,4 mil quilômetros do litoral brasileiro. Se todo o lixo urbano descartado em um único dia no país fosse espalhado por uma pista nessa extensão, ter-se-ia um “tapete de resíduos” com altura de 3,5 centímetros. reticências

Mais do que saber separar e destinar corretamente os resíduos, é preciso se preocupar em reduzir o volume do que chamamos de “lixo”. Reciclar é importante, pois reaproveita as matérias-primas, economizando energia e água no processo, mas não basta. É essencial lembrar da importância de reduzir o volume de resíduos descartados. Uma maneira de expressar essa orientação é que “o melhor resíduo é aquele que não é gerado”.

Assim, diminuir a quantidade de resíduos que produzimos é essencial e começa antes mesmo da hora da compra.

RECICLAR é bom, mas reduzir o volume de resíduos é ainda melhor. Akatu, 25 agosto 2017. Disponível em: https://oeds.link/M3dja2. Acesso em: 13 abril 2022.

  1. Explique a frase retirada do texto: “o melhor resíduo é aquele que não é gerado”.
  2. Por que é importante reciclar os resíduos?
  3. Além de evitar o consumo de produtos, reflita sobre outras fórmas de diminuir a quantidade de resíduos que produzimos.
  1. Observe a ilustração.
    1. Qual é o problema urbano representado nela?
    2. Em que parte da paisagem representada na figura as temperaturas são mais elevadas?
    3. Cite três fatores responsáveis por esse problema.
    4. O que poderia ser feito para minimizar esse fenômeno?
Gráfico. Gráfico que apresenta a variação de temperatura entre o campo e a cidade. O gráfico é composto por uma ilustração de uma paisagem no eixo horizontal e ela indicação de temperaturas entre 19 graus Celsius a 25 graus Celsius no eixo vertical esquerdo e direito. Na porção esquerda da ilustração, a paisagem apresenta um fragmento florestal, denominado de campo; no meio; a paisagem apresenta uma área urbana horizontal pouco adensada, denominada de periferia; e na porção direita, a paisagem apresenta uma área urbana vertical muito adensada, denominada de centro urbano. Uma linha parte do eixo vertical esquerdo, sobre o fragmento florestal registrando 20 graus Celsius. A linha se eleva em direção a direita e ao atingir a periferia, registra 21 graus Celsius. Em seguida, a linha permanece subindo até atingir alcançar o centro urbano e registrar 25 graus Celsius.
Elaborado com base em dados obtidos em: gárlãnd, lissa. Ilhas de calor: como mitigar zonas de calor em áreas urbanas. Tradução: Silvia Helena Gonçalves. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. página17.

6. Observe a ilustração e faça o que se pede.

ESCOAMENTO DAS ÁGUAS DA CHUVA NAS ÁREAS RURAIS E URBANAS

Ilustração. Escoamento das águas da chuva nas áreas rurais e urbanas. Ilustração composta por duas ilustrações, uma representando a área rural e a outra representando a área urbana. Área rural: bloco-diagrama mostrando uma superfície inclinada, cujo topo é coberto por fragmentos florestal, a vertente é ocupada por casas com quintal e um lago e a base por um curso d’água. Setas azuis se direcionam da superfície ao subsolo. Área urbana: bloco-diagrama mostrando uma superfície inclinada e impermeabilizada, cujo topo e a vertente são ocupados casas, edifícios e a base por casas alagadas e curso d’água transbordado. Setas azuis se direcionam do topo da inclinação para a área alagada.
Ilustração elaborada com base em: ZAPE, Gina Carla. Avaliação de desempenho hidráulico em projetos de sistemas de macrodrenagem: estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Aribiri – Vila Velha/Espírito Santo. 2020. Monografia (Especialização em Engenharia de Infraestrutura Urbana) – Instituto Federal do Espírito Santo, Espírito Santo, 2020. Disponível em: https://oeds.link/3DDqeu. Acesso em: 13 abril 2022. Ilustração sem escala, para fins didáticos.
  1. Compare as características das paisagens rural e urbana.
  2. Explique como as diferenças na paisagem ajudam a compreender o modo como a água das chuvas escoa no ambiente rural e no ambiente urbano.
  1. O esquema apresentado nesta atividade ilustra o Sistema Cantareira, responsável por parte do abastecimento da região metropolitana de São Paulo (São Paulo). Trata-se de um dos maiores sistemas de abastecimento de água do Brasil. Observe as informações e responda às questões.
    1. De que fórma a água dos reservatórios é levada até os locais de consumo?
    2. O que ocorre com a água após ser consumida nas áreas urbanas? Qual é o destino mais adequado para esse tipo de resíduo?

SISTEMA CANTAREIRA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE SÃO PAULO

Ilustração. Sistema Cantareira de abastecimento de água em São Paulo. Ilustração representando um perfil de relevo montanhoso de cor verde e um conjunto de represas de cor azul, situadas nos vales e interligadas entre si. À esquerda, na porção mais alta do relevo, está situado o primeiro vale com a Represa Jaguari. Uma linha azul, representando a água, segue para a direita da ilustração, cortando a vertente seguinte para indicar que a Represa Jaguari está conectada ao próximo vale, onde está situada a Represa Cachoeira, em uma altitude um pouco mais baixa do relevo. A linha azul corta a vertente seguinte, em uma altitude mais baixa, indicando que a Represa Cachoeira está conectada ao próximo vale, onde está situada a Represa Atibainha. A linha azul corta a vertente seguinte, em uma altitude mais baixa, indicando que a Represa Atibainha está conectada ao próximo vale, onde está situada a Represa Paiva Castro, o ponto mais baixo do relevo. A linha azul, associada à uma seta preta se eleva na direção diagonal até alcançar o ponto mais alto do relevo, representado pela Serra da Cantareira. Na vertente da esquerda da serra, entre o pico da serra e à Represa Paiva Castro, consta a localização da Estação Elevatória Santa Inês, da Sabesp. Da Serra da Cantareira, a linha azul segue na direção horizontal até alcançar a Represa Águas Claras, situada em um vale na mesma altitude. Por fim, a linha azul alcança a Estação de tratamento de água Guaraú, da Sabesp, situada ao lado de diversos edifícios representados pela cidade de São Paulo.
Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Sistema Cantareira. [Brasília, Distrito Federal:ãna]. Disponível em: https://oeds.link/aSfhEY. Acesso em: 21 fevereiro 2022. Representação sem escala, para fins didáticos.

Glossário

Fertilizante químico
Composto químico usado para aumentar a capacidade de produção agrícola do solo.
Voltar para o texto
Erva daninha
Espécie vegetal indesejável que pode crescer em plantações e utilizar a água e os nutrientes do solo, prejudicando o desenvolvimento dos vegetais cultivados.
Voltar para o texto
Quilombola
Descendente de africanos escravizados que, como fórma de resistir à escravidão no Brasil (séculos dezesseis ao dezenove), formaram comunidades com características culturais que se mantêm até hoje.
Voltar para o texto
Infraestrutura
Conjunto de obras e serviços (estradas, escolas, hospitais, hotéis etcétera) que atendem às necessidades sociais e econômicas de uma população.
Voltar para o texto
Unesco
Agência da Organização das Nações Unidas (ônu) voltada para a educação, a ciência e a cultura.
Voltar para o texto