UNIDADE oito  Indústria, comércio e prestação de serviços

Fotografia. Vista para uma linha de produção industrial com automóveis enfileirados. No primeiro plano, um veículo prateado sendo montado, com as portas abertas e sem as peças internas. Ao lado da porta esquerda dianteira, um homem usando capacete, máscara e uniforme branco está agachado. No segundo plano, outros veículos enfileirados. À esquerda, escada com corrimão amarelo.
Homem trabalha em indústria automobilística em Betim, Minas Gerais (2020).

Você verá nesta Unidade:

A produção dos itens que consumimos

O artesanato, a manufatura e a indústria

Como a indústria se desenvolveu nos últimos séculos

Os diferentes tipos de comércio

O setor de serviços

O crescimento do turismo

Fotografia. No primeiro plano, um cruzamento de avenida com linhas amarelas de sinalização de trânsito e ciclovia vermelha. Alguns motociclistas usando capacetes e mochilas atravessam o cruzamento. No segundo plano, há outros motociclistas enfileirados, postes, árvores, relógio eletrônico de rua e edifícios altos e espelhados. Acima, o céu azul.
Entregadores trabalham nas ruas de São Paulo, São Paulo (2020).

No dia a dia, consumimos alimentos, roupas, utensílios e outros produtos.

Cada um desses produtos tem uma história: muitos passaram por um longo percurso para chegar até nós; alguns vieram de outros países e, certamente, envolveram várias pessoas em sua fabricação, no transporte e no fornecimento de matérias-primas.

Você pode identificar as atividades econômicas retratadas nas fotografias de Betim e de São Paulo? Existem indústrias instaladas na região em que você mora? Que produtos são comercializados e que serviços são oferecidos nas proximidades de sua casa? Os adultos que você conhece trabalham em quais atividades econômicas?

CAPÍTULO 17  O artesanato, a manufatura e a indústria

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Ao longo de sua evolução, o ser humano desenvolveu técnicas para transformar os recursos naturais para suprir suas necessidades de sobrevivência e para atender a seus interesses econômicos.

O desenvolvimento dos métodos de transformação dos recursos naturais já passou por diferentes estágios, dando origem ao artesanato, à manufatura e à indústria. O artesanato é conhecido há milhares de anos e foi o principal sistema de produção até o surgimento da manufatura, que reorganizou a fórma como o trabalho era feito até então.

O crescimento das manufaturas e o avanço das tecnologias permitiram o surgimento da indústria. A partir da Revolução Industrial ocorreram mudanças profundas não apenas na maneira de produzir os bens, mas também no espaço geográfico e na organização das sociedades em todo o mundo.

Fotografia. Vista para uma linha de produção da indústria têxtil, composta por uma via de passagem dos funcionários com o piso verde no centro e diversas baias com máquinas de fiação nas laterais direita e esquerda. Duas pessoas usando touca, máscara e camiseta estão em pé, uma de frente para uma baia da lateral direita e outra de frente para a baia da lateral esquerda. As duas pessoas manuseiam os novelos das máquinas e possuem uma cesta com diversos novelos já produzidos.
Mulheres trabalham em linha de produção de indústria têxtil na China (2022).

O artesanato

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A produção artesanal é a fórma mais antiga de transformação dos recursos naturais, realizada há milhares de anos por meio de processos essencialmente manuais. O artesanato foi a atividade de transformação predominante até meados do século dezesseis e ainda é praticado em todo o mundo, constituindo a principal fonte de renda de muitos artesãos e comunidades.

Roupas, panelas, ferramentas, instrumentos musicais, cadeiras, mesas e barcos são exemplos de objetos e utensílios que podem ser produzidos artesanalmente, isto é, de modo manual e com o auxílio de ferramentas simples. Nesse sistema, geralmente, o artesão realiza sozinho todas as etapas do processo de produção. Assim, na fabricação de um sapato artesanal, uma única pessoa pode executar todas as tarefas necessárias, como o córte do couro, a costura, a colagem da sola etcétera

Fotografia. Vista para um ambiente fechado. À esquerda um homem usando chapéu redondo, camisa xadrez e calça escura está em pé na frente de um equipamento manuseando algum objeto. Ao lado dele, uma vassoura e outro equipamento, semelhante a um bastão comprido. À direita, uma pilha de palha de junco amarrada. Ao fundo, um ambiente com tapete no chão, mesas, cadeira e outros objetos de madeira.
Artesão confecciona esteira com palha de junco em Garopaba, Santa Catarina (2020).

A manufatura

Com o crescimento das cidades europeias no final da Idade Média, o artesanato não conseguia atender às necessidades cada vez maiores da população urbana em expansão.

Por volta do século quinze, na Europa, a ampliação da oferta de mercadorias para acompanhar a demanda teve como base os aprimoramentos tecnológicos e a reorganização do trabalho, possibilitando, de um lado, o surgimento de ferramentas mais complexas e as primeiras máquinas e, de outro, a divisão de tarefas entre vários trabalhadores de uma mesma unidade produtiva. Nasciam, desse modo, as manufaturas, nas quais os trabalhadores se tornaram assalariados e puderam se especializar em funções específicas, o que elevou o patamar de eficiência da produção.

Houve, então, o aumento da quantidade de mercadorias e da variedade de produtos e a diminuição do tempo de produção. Em outras palavras, produzia-se mais em menos tempo, mas o trabalho ainda era predominantemente manual.

Ainda hoje, muitos locais de trabalho se organizam como as manufaturas. Observe, na fotografia, a produção manual de um vaso de cristal em uma fábrica.

Fotografia. Destaque para um homem de camiseta laranja, sentado e manuseando um bastão fino com uma ponta de metal fundido arredondado e de tons de amarelo e vermelho. Abaixo do bastão, há um suporte que mantem o objeto na horizontal. Ao lado do homem, há uma mesa com diversas peça, como tesoura e um grande cilindro de metal. Ao fundo, diversos equipamentos industriais e suportes de armazenamento.
Produção manual de cristal em Gramado, Rio Grande do Sul (2019).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

As panelas de barro de Vitória

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em Vitória, capital do estado do Espírito Santo, a arte de confeccionar panelas de barro é uma herança das culturas indígenas tupis-guaranis que tem sido transmitida por várias gerações. As mulheres compõem a maior parte das pessoas envolvidas nessa atividade e repassam esse saber no meio familiar, principalmente para as filhas.

As panelas são peças fundamentais da culinária típica do estado, pois nelas são preparadas e servidas as tradicionais moqueca e torta capixabas.

Para realizar a produção, as paneleiras, como são conhecidas as artesãs, recolhem argila do Vale do Mulembá e do manguezal do bairro de Goiabeiras, ambos situados no município de Vitória. Atualmente, essa prática é realizada de maneira sustentável.

A preservação do mangue é fundamental para a manutenção dessa tradição, que garante às artesãs um meio de sobrevivência. Além de constituir uma importante atividade econômica do município de Vitória, o trabalho das paneleiras está culturalmente enraizado no modo de vida da população envolvida.

A modelagem da cerâmica é feita manualmente, com o auxílio de ferramentas simples. Em seguida, as peças são deixadas ao sol para secar e depois são polidas. Após a secagem e o polimento, as artesãs realizam a queima das peças em uma fogueira. Essa fase garante que o barro se transforme em cerâmica, adquirindo resistência, principalmente em relação à água. Sem a queima, a panela racha e se desmancha quando molhada. A etapa final é a de impermeabilização.

Desde 2002, o ofício de fazer panelas de barro é reconhecido nacionalmente como um bem cultural de natureza imaterial e titulado como Patrimônio Cultural Brasileiro.

Fotografia 1. No primeiro plano, uma mulher de óculos e roupa florida está de pé manuseando uma panela de barro marrom sobre a mesa. Ao fundo, diversas panelas de barro marrom estão enfileiradas em bancadas.
Fotografia 2. Diversas panelas de barro marrom estão dispostas em uma bancada.
Na fotografia 1, artesã modelando panela de barro. Na fotografia 2, panelas de barro em processo de secagem. Fotografias de Vitória, Espírito Santo (2018).
  1. Qual é a origem da tradição das panelas de barro no Espírito Santo?
  2. Por que a preservação dos mangues de Vitória é importante para a população envolvida na produção das panelas de barro?
  3. Além do barro, que outros materiais podem ser usados na fabricação de utensílios domésticos? Como esses materiais são obtidos?

A indústria e as revoluções industriais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Com o aumento da demanda, as oficinas manufatureiras começaram a investir em novas tecnologias de produção, o que levou ao desenvolvimento de equipamentos como a máquina a vapor e o tear mecânicoglossário .

A introdução cada vez maior de máquinas nas oficinas manufatureiras europeias provocou uma revolução na produção de mercadorias. Foi assim que, no século dezoito, surgiu a indústria moderna, atividade econômica que aprofundou a divisão do trabalho e alterou a essência da produção manual para a mecanizada, com o emprego de máquinas movidas, de início, pela fôrça do vapor gerado com a queima de carvão mineral. A difusão da produção industrial também consolidou o trabalho assalariado e a fabricação em massa de mercadorias padronizadas.

A partir do século dezoito, a industrialização continuou se desenvolvendo com sucessivos aprimoramentos tecnológicos e novas fórmas de organizar o trabalho, configurando diferentes fases da Revolução Industrial.

Primeira Revolução Industrial

A revolução no modo de produzir mercadorias processadas teve início na Inglaterra, na segunda metade do século dezoito, e ficou conhecida como Primeira Revolução Industrial. O destaque nesse período foi a indústria têxtil.

A partir da Primeira Revolução Industrial, a influência do desenvolvimento científico e tecnológico se estendeu para além da produção de bens, transformando, por exemplo, os sistemas de transportes e de comunicações e as relações sociais.

Fotografia em preto e branco. Vista para uma linha de produção industrial têxtil. No centro, via dos trabalhadores com diversas máquinas de fiação nas laterais esquerda e direita. O teto da fábrica possui lustres, lâmpadas e uma grade de proteção. Seis mulheres usando vestidos e avental branco, cabelo preso, estão em pé dispostas em frente de máquinas manuseando o equipamento.
Teares mecânicos em Kidderminster, Inglaterra (1902).

Segunda Revolução Industrial

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A partir da segunda metade do século dezenove, a industrialização já havia se expandido para a França, a Alemanha, a Rússia, o Japão e os Estados Unidos, ameaçando a hegemoniaglossário inglesa. Iniciava-se uma nova fase da produção nas indústrias, que ficou conhecida como Segunda Revolução Industrial.

A nova etapa da industrialização caracterizou-se pelo advento da eletricidade, pela invenção do motor a combustão, do automóvel, do telefone e do telégrafo, inovações tecnológicas que possibilitaram um grande aumento da produção industrial.

Na Segunda Revolução Industrial, o carvão mineral foi, em grande medida, substituído pelo petróleo, que se tornou a fonte de energia mais usada no mundo. Observe, na fotografia 1, a extração de petróleo nos Estados Unidos. As indústrias petroquímica, siderúrgica e automobilística superaram em importância a indústria têxtil. Desse modo, o minério de ferro, o aço e o petróleo tornaram-se mais importantes que as matérias-primas têxteis (algodão, lã etcétera).

Fotografia em preto e branco 1. Vista aérea de um parque industrial, composto por diversas torres altas, tanques, chaminés soltando fumaça e vias internas de passagem de veículos.
Indústria petrolífera em Venice, próximo a Los Angeles, Estados Unidos (cêrca de 1930).

A especialização do trabalhador ampliou-se com a criação da linha de montagem, na qual cada operário realiza uma tarefa específica e complementar à dos demais. Observe, na fotografia 2, os trabalhadores em torno da linha de montagem em uma fábrica de automóveis.

Fotografia em preto e branco 2. Vista para uma linha de produção de automóveis, com diversos veículos antigos enfileirados e em cima de um trilho. Nas laterais, homens manuseiam peças de montagem junto aos automóveis. Acima, o teto com o encanamento aparente, lustres e lâmpadas.
Indústria automobilística em Dearborn, Michigan, Estados Unidos (1928). A indústria automobilística é símbolo da produção em linha de montagem.
Ícone. Sugestão de vídeo.
TEMPOS modernos. Direção: Tcharls Tcháplin. Estados Unidos, 1936. Duração: 87 minutos Tcharls Tcháplin (Carlitos, para nós, brasileiros) interpreta um operário que enlouquece com a rotina do trabalho na linha de montagem de uma indústria, no período da Segunda Revolução Industrial.

Terceira Revolução Industrial

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A partir da década de 1970, o desenvolvimento da eletrônica e da informática iniciou uma nova fase da indústria. Conhecida como Terceira Revolução Industrial, ela se caracteriza pela grande importância da tecnologia avançada ou de ponta, pelo uso do silício (material de origem mineral empregado na fabricação de placas de computador) e pela substituição da mão de obra humana por robôs e outros sistemas automatizados. Observe a fotografia.

Fotografia. Vista aérea para uma linha de produção de veículos robotizada. No centro, carroceria de veículos enfileirados. Nas laterais esquerda e direita da linha de montagem, diversas máquinas laranjas manuseando as carrocerias. Diversos cabos e equipamentos estão junto às máquinas laranjas. Ao redor, um ambiente fechado, iluminado e amplo.
Robôs montam carroceria de carros em Munique, Alemanha (2021).

Nessa fase da industrialização, passa a se destacar o desenvolvimento das telecomunicações e da biotecnologia, além da busca por fontes alternativas de energia, como a nuclear, a solar e a eólica.

A partir das últimas décadas do século vinte, foram criados novos polos industriais no mundo. Muitas fábricas de empresas sediadas em países ricos, que passaram pelos primeiros estágios da industrialização, transferiram-se para países, até então, considerados subdesenvolvidos. Apesar das economias mais frágeis, esses países se tornaram atraentes aos investimentos industriais estrangeiros pela grande disponibilidade de mão de obra barata e pela presença de fontes abundantes de matérias-primas e recursos energéticos.

PLANISFÉRIO: REALOCAÇÃO DA INDÚSTRIA

Mapa. Planisfério: realocação da indústria. O planisfério representa a dinâmica do setor industrial no espaço mundial em diferentes tempos. As categorias e localização das informações são as seguintes: Polo tradicional em recuo da hegemonia (séculos 19 e 20) representado por uma mancha verde translúcida: Canadá, Estados Unidos, Europa, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Leste da Austrália. Grande polo emergente (fim do século 20 e início do século 21) representado por uma mancha laranja translúcida: China, Taiwan e Índia. Polo secundário emergente (início do século 21) representado por uma mancha amarela translúcida: Costa oeste do México, porções leste e sul da América do Sul (abrangendo sobretudo Brasil e Argentina), Marrocos, Tunísia, Egito, Leste Europeu, Turquia, Oriente Médio, Paquistão, Bangladesh, Vietnã, Tailândia, Filipinas, Indonésia e Malásia. Relocalização das indústrias representada por setas verdes: do Canadá em direção à Índia e China. Estados Unidos em direção à Brasil, Argentina e México. Da Europa em direção à Marrocos, Tunísia, Leste Europeu, Turquia, Oriente Médio, China e Índia. Coreia do Sul e Taiwan em direção à China. Austrália em direção à Indonésia. Nova relocalização das indústrias representada por setas vermelhas: da Índia em direção ao Paquistão, Bangladesh e Indonésia. Da China em direção ao interior de seu território, à Malásia e à Filipinas. De Taiwan em direção à Filipinas. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.420 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 50.

Ler o mapa

Ao observar o mapa, podemos dizer que a atividade industrial é bem distribuída entre os países? Onde estão localizadas as principais regiões industriais?

O trabalho humano na produção de mercadorias

Séculos XII-XIV

Artesanato

Os artesãos eram donos dos instrumentos de trabalho, dos materiais, do produto e, principalmente, do seu tempo. Eles dividiam o tempo entre o trabalho, o convívio familiar, o lazer e outras tarefas voltadas para a família. Podiam trabalhar sozinhos ou em corporações de artesãos. Em geral, produziam para o mercado local, mas também podiam vender seus artigos a algum comerciante, que os revenderia em outros lugares. O volume da produção era limitado por sua habilidade, energia ou capacidade física.

Ilustração. Cinco homens estão em pé no entorno de uma bancada, com algumas rodas marrons sobre ela. Dois homens manuseiam uma das rodas. Outro homem segura ferramentas próximo a uma das rodas. Os outros dois homens conversam entre si, um deles segurando uma prancheta.

Séculos XV-XVII

Manufatura

Com as manufaturas, a produção passou a ser realizada em grandes galpões, cujos donos se tornaram proprietários dos instrumentos e das matérias-primas e também patrões dos artesãos contratados como mão de obra assalariada, exercendo o controle sobre a organização e o tempo do trabalho. A produção já não se limitava ao mercado local, avançando para a escala nacional e até internacional. No entanto, o volume da produção, ainda muito dependente das tarefas manuais, continuou limitado pelo fator humano, apesar da introdução de algumas máquinas simples.

Ilustração. Três homens estão em pé no entorno de uma bancada e uma máquina a vapor ao lado dela. Sobre a bancada, há algumas peças e ferramentas. Um homem em frente a bancada segura uma ferramenta. Dois homens mexem na máquina a vapor, um deles segurando uma ferramenta.

Séculos XVIII-XIX

Indústria mecanizada

A indústria mecanizada surgiu como uma evolução das manufaturas, com a introdução de motores a vapor para movimentar as máquinas, que até então dependiam da força humana, de animais, do vento ou da água. Isso aumentou a velocidade e o volume da produção, cujo desempenho não estava mais restrito à habilidade ou à condição física do artesão.

O trabalhador passou a complementar a máquina, a controlar sua velocidade e a zelar por sua manutenção.

O controle do tempo de trabalho tornou-se mais rígido: quanto menor fosse o tempo gasto na produção, mais barato seria o produto; quanto mais barato fosse esse produto, maiores seriam o volume de venda e o lucro. Analise os gráficos.

Ilustração. Três homens estão em pé no entorno de uma bancada e um veículo antigo sobre ela. Ao lado da bancada, uma mesa apoiando algumas ferramentas. Os três homens manuseiam o veículo nas laterais da bancada.

REINO UNIDO: PRODUÇÃO DE HULHAasterisco (1820 A 1900)

Gráfico. Reino Unido: produção de hulha - de 1820 a 1900. Gráfico de colunas mostrando a produção de hulha do Reino Unido no período retratado. Há uma informação textual que explica que a hulha é um tipo de carvão mineral largamente utilizado nas máquinas a vapor. A quantidade de hulha produzida em milhões de toneladas está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. Todas as colunas estão na cor roxa. 1820: 12,5 milhões de toneladas. 1840: 30 milhões de toneladas. 1860: 80 milhões de toneladas. 1880: 149 milhões de toneladas. 1900: 230 milhões de toneladas.

REINO UNIDO: PRODUTIVIDADE DA INDÚSTRIA TÊXTIL DE ALGODÃO (1829 A 1882)

Aplicar descrição do gráfico: Gráfico. Reino Unido: produtividade da indústria têxtil de algodão - de 1829 a 1882. Gráfico de linha mostrando a produção de tecido do Reino Unido no período retratado. A produção de tecido por trabalhador a cada 100 horas em metros está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. de 1829 a 1831: 100 metros por trabalhador a cada 100 horas. de 1844 a 1846: 427 metros por trabalhador a cada 100 horas. de 1859 a 1861: 814 metros por trabalhador a cada 100 horas. de 1880 a 1882: 1.156 metros por trabalhador a cada 100 horas.
Fonte dos gráficos: IANNONE, Roberto Antonio. A Revolução Industrial. São Paulo: Moderna, 1993. página 58-59.
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

1914

Indústria com linha de montagem

Em 1914, o empresário estadunidense Henry Ford aplicou um novo modelo de trabalho em sua fábrica de automóveis. O chamado fordismo racionalizou ainda mais o trabalho e, principalmente, o tempo do trabalhador, o que aumentou muito a produtividade. Esse modelo tem os seguintes princípios:

  • para evitar passos desnecessários, peças e componentes devem chegar prontos para a montagem;
  • as operações devem ser dispostas em sequência, em uma linha de montagem, para eliminar a perda de tempo;
  • produção sem variedade, com apenas um modelo e cor;
  • maior especialização do trabalhador, que realiza uma pequena parte do trabalho, de maneira repetitiva e contínua, aumentando sua eficiência nessa função.
    Ilustração. Três homens de capacete amarelo estão em pé no entorno de um suporte de ferro e um veículo amarelo sobre ele. Nas laterais do suporte, um homem manuseia o veículo, o outro segura uma prancheta e o outro manuseia um totem com um dispositivo eletrônico.

A partir de 1970

Indústria automatizada

Nesta fase da indústria, parte dos trabalhadores é substituída por máquinas e robôs. Isso resulta em um enorme aumento da produtividade. Agora, ao contrário do que ocorria no fordismo, as empresas necessitam de trabalhadores com maior nível de escolaridade, que conheçam todo o processo de produção e façam sugestões para aumentar a competitividade da empresa.

Ilustração. Um homem de capacete amarelo está em pé ao lado de esteira mecânica e um veículo vermelho moderno sobre ela. Nas laterais da esteira, duas máquinas modernas constroem o veículo. O homem segura um equipamento com botões, ligado à uma das máquinas.

Ler o infográfico

Depois de ler o infográfico, responda:

  1. Quais fatores explicam o aumento na produção de hulha no Reino Unido?
  2. O que aconteceu com a produtividade da indústria têxtil de algodão no mesmo período?
  3. Qual relação pode ser feita entre o uso de carvão mineral e a produtividade?
  4. Escreva, em seu caderno, um pequeno parágrafo comparando o início da indústria mecanizada ao da indústria automatizada.

Tipos de indústria

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

As indústrias podem ser classificadas segundo a fórma de produção, a quantidade e os tipos de matéria-prima e de energia utilizados, o nível de desenvolvimento tecnológico empregado e o destino da produção.

A fórma de produção

De acordo com a fórma de produção, as indústrias podem ser divididas em extrativas, de beneficiamento, de construção e de transformação.

  • A indústria extrativa retira os recursos da natureza para que sejam usados por outras indústrias. A extração de minérios, a exploração de florestas e a pesca são alguns exemplos desse tipo de indústria.
  • A indústria de beneficiamento processa ou refina um produto primário para que possa ser aproveitado por outras indústrias ou destinado aos consumidores finais. Essa modalidade inclui a indústria petroquímica, a de curtume (processamento do couro) e a de beneficiamento de grãos, por exemplo.
  • A indústria de construção é responsável pelo planejamento e pela construção de edifícios, residências, estradas, usinas hidrelétricas, navios, pontes etcétera, usando diferentes matérias-primas.
  • A indústria de transformação produz, por meio de diferentes processos de fabricação, bens variados que podem servir de insumos para outras indústrias ou ser destinados ao mercado consumidor. Os ramos de papel e celulose, têxtil e automobilístico estão entre os que compõem a indústria de transformação.
Fotografia. Vista para um ambiente fechado com diversos equipamentos e máquinas industriais. Entre as máquinas, três homens em pé, usando camiseta e calça, estão ao redor de uma bancada uma peça em tom azul claro. À frente, duas bancadas com uma pilha de peças do mesmo tom. Outras peças estão penduradas em um suporte instalado na parte superior do local.
Trabalhadores em curtume, em Presidente Prudente, São Paulo (2019). Nesse tipo de indústria, o couro é beneficiado – preparado para a fabricação de roupas, sapatos, bolsas e outros artigos.

Indústria pesada e indústria leve

Considerando as características dos bens produzidos e a demanda por matéria-prima e energia, podemos dividir as indústrias em pesadas e leves.

  • A indústria pesada é especializada na extração e/ou no processamento de matéria-prima. Dividida em diferentes ramos, esse tipo de indústria consome grande quantidade de energia e atua como fornecedor de materiais para outros setores industriais.
  • A indústria leve produz mercadorias para abastecer os consumidores finais e demanda menos energia que a indústria pesada.

Os bens de produção, de capital e de consumo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Quanto ao destino da produção, as indústrias podem ser de bens de produção, de bens de capital ou de bens de consumo.

  • As indústrias de bens de produção transformam a matéria-prima que está em estado bruto (por exemplo, o minério de ferro) em matéria-prima secundária (por exemplo, o aço) para ser aproveitada por outras indústrias. As mineradoras e as siderúrgicas são exemplos desse tipo de indústria.
  • As indústrias de bens de capital produzem equipamentos, como máquinas, peças e motores, para outras indústrias.
  • As indústrias de bens de consumo produzem bens que serão consumidos pela população. Os bens de consumo são classificados em duráveis, quando têm relativa durabilidade, como os automóveis e as geladeiras, e não duráveis, quando são de consumo ou desgaste rápido, como roupas, cosméticos e alimentos.

As indústrias tradicionais e de alta tecnologia

Do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, as indústrias podem ser classificadas como tradicionais ou de alta tecnologia.

  • As indústrias tradicionais apresentam padrões tecnológicos mais antigos e equipamentos menos avançados. Algumas delas, como a indústria naval e a siderúrgica, estão passando por um processo de transformação e modernização, com o objetivo de se adaptar às novas necessidades do mercado e melhorar a produtividade.
  • As indústrias de alta tecnologia são características da Terceira Revolução Industrial. No processo de produção, elas empregam mão de obra qualificada, equipamentos tecnológicos e métodos inovadores que permitem maior rendimento e produtividade. Os ramos de telecomunicações, informática, biotecnologia, engenharia aeroespacial e genética são exemplos compreendidos pelas indústrias de alta tecnologia.
Fotografia. Ao lado esquerdo, destaque para uma chama alta em tons intensos de amarelo e laranja. Há faíscas nas laterais da chama. Ao lado direito, uma pessoa usando capacete azul e roupa de proteção preta está próximo à chama.
Homem trabalha em fundição na China (2022). Nesse tipo de indústria são produzidos artefatos de metal.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Para onde vai o lixo eletrônico?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nos últimos anos, o aumento da quantidade de lixo eletrônico, causado pela alta no consumo e pela substituição rápida de equipamentos, como aparelhos celulares, por outros mais modernos, tornou-se um grave problema. Você já se perguntou onde esse material é depositado depois de ser descartado? O lixo eletrônico, composto de computadores, laptops, smartphones, tablets, baterias, eletrodomésticos, rádios e outros equipamentos elétricos e eletrônicos, pode ser depositado em qualquer lugar?

Descartados sem contrôle no meio ambiente, os restos de equipamentos eletrônicos oferecem risco para a natureza e para a população, pois, entre outros danos, podem provocar a contaminação por metais pesados e outras substâncias tóxicas. Além disso, o aumento da produção de lixo eletrônico não está sendo acompanhado pela ampliação da capacidade de reciclagem dos materiais. Sobre o tema, leia o texto e analise o gráfico.

O novo relatório sobre lixo eletrônico no mundo revela o descarte de um recorde de 53,6 milhões de toneladas em 2019. O Global E-Waste Monitor 2020, que contou com a participação da ônu, sublinha que apenas 17,4% dessa quantidade foi reciclada.

reticências

De fórma geral, o mundo gerou 53,6 megatoneladas de lixo eletrônico, uma média de 7,3 quilogramas por pessoa. O total do lixo eletrônico gerado aumentou 9,2 megatonelada desde 2014 e deve crescer para 74,7 megatonelada em 2030. Esse crescimento corresponde a quase o dobro em 16 anos.

A tendência de aumento da quantidade de lixo eletrônico deve-se principalmente às altas taxas de consumo de equipamentos elétricos e eletrônicos, ciclos de vida curtos e poucas opções de reparo.

Em termos de continentes, a Ásia liderou a produção de lixo eletrônico em 2019 com 24,9 megatoneladas. A seguir estão as Américas com 13,1 megatoneladas e a Europa com 12 megatoneladas. África gerou 2,9 megatoneladase Oceania 0,7 megatonelada.

A Europa ocupa o primeiro lugar global em termos de geração de lixo eletrônico por indivíduo, com 16,2 quilogramas. Neste parâmetro, a Oceania ficou em segundo com 16,1 quilogramas, seguida pelas Américas com 13,3 quilogramas pêr cápita.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. China e Estados Unidos lideram lista de países que mais geram lixo eletrônico. ônu News, 6 julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/T8J9p3. Acesso em: 14 abril 2022.

MUNDO: PRODUÇÃO DE LIXO ELETRÔNICO (2019)

Gráfico. Mundo: produção de lixo eletrônico - 2019. Gráfico de setor mostrando o percentual de produção de lixo eletrônico por continente. Ásia: 24,9 por cento. América: 13,1 por cento. Europa: 12 por cento. África: 2,9 por cento. Oceania: 0,7 por cento.
FORTI, V. êti ól The Global E-waste Monitor 2020 reticências. Bonn (Alemanha): UNU, 2020. Disponível em: https://oeds.link/zwdkSS. Acesso em: 14 abril 2022.
  1. Por que os dados revelados pelo relatório sobre o lixo eletrônico no mundo podem ser considerados preocupantes?
  2. Quais continentes concentram a maior parte da produção de lixo eletrônico?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Sobre o artesanato, responda.
    1. Até que época o artesanato foi a principal atividade de transformação dos recursos naturais?
    2. Existem atividades artesanais hoje? Qual é a sua importância?
    3. Como o artesão realiza o processo produtivo? Cite exemplos de produção artesanal.
  2. Com base no que você aprendeu sobre a história do trabalho humano na indústria, responda.
    1. Como ocorreu a evolução do artesanato para as manufaturas?
    2. Como ocorreu a evolução das manufaturas para as indústrias?
  3. Copie o modelo do quadro e preencha-o em seu caderno com as principais informações sobre as revoluções industriais.
Icone. Modelo
Principais características das revoluções industriais

Revolução Industrial

Primeira

Segunda

Terceira

Origem

Principais indústrias

Fontes de energia

Matérias-primas

  1. Em relação ao destino da produção, identifique os tipos de indústria descritos a seguir.
    1. Fabricam produtos para o consumo da população, que precisam ser repostos constantemente.
    2. Realizam a transformação da matéria-prima em estado bruto para que seja utilizada por outras indústrias.
    3. Produzem bens que serão consumidos pela população e que demoram para ser substituídos.
    4. Produzem equipamentos, como máquinas e peças, que serão utilizados em outras indústrias.
  2. Leia o texto e responda às questões.

Quando montamos os primeiros carros, o sistema consistia em reticências peças trazidas manualmente à medida das necessidades, tal como na construção de uma casa. O aumento rápido da produção nos obrigou a pensar um sistema no qual um operário não estorvasse outro. reticências

Nosso primeiro passo consistiu reticências em trazer o trabalho ao operário em vez de levar o operário ao trabalho. Hoje todas as operações se inspiram no princípio de que nenhum operário deve ter mais que um passo a dar; nenhum operário deve ter que se abaixar. reticências

Trabalhadores e ferramentas devem ser dispostos na ordem natural da operação, de modo que cada componente tenha a menor distância possível a percorrer da primeira à última fase.

FORD, Henry. Minha vida e minha obra. São Paulo: Monteiro Lobato, 1925.

  1. O tipo de produção descrito caracteriza que fase da Revolução Industrial?
  2. Que característica dessa fase o texto destaca?

6. A Revolução Industrial levou à ampliação da exploração dos recursos naturais do planeta. Para aprofundar os estudos sobre esse assunto, forme dupla com um colega de classe e pesquisem as consequências da Revolução Industrial para o meio ambiente. Façam um registro das descobertas e o apresentem aos colegas.

CAPÍTULO 18  O comércio e a prestação de serviços

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O setor terciário, como estudamos na Unidade anterior, abrange as atividades de comércio e serviços, que vamos estudar no decorrer deste Capítulo.

O comércio envolve atividades de compra e venda ou até mesmo a troca de mercadorias entre pessoas físicas (em geral, no mercado de produtos usados) ou, mais comumente, entre empresas e consumidores.

Nas feiras livres, por exemplo, comercializa-se uma grande quantidade de mercadorias, que mobilizam um expressivo fluxo de pessoas. Essas feiras possibilitam o contato entre os consumidores e os comerciantes, que algumas vezes são os produtores daquilo que vendem.

Nas feiras ocorre, principalmente, a comercialização de alimentos de origem vegetal e animal, como frutas, legumes e peixes. Também podem ser encontrados utensílios domésticos, como panelas, panos de prato ou carrinhos para carregar as compras.

Fotografia. Vista para o interior de uma feira livre. No primeiro plano, duas barracas paralelas com diversos tipos de frutas e legumes, como maracujá, banana, manga, batata, entre outros. Entre as duas barracas, uma mulher usando avental está de costas e em pé, manuseando os alimentos, ao lado de uma balança. No segundo plano, diversas pessoas circulando ao lado de outras barracas de frutas e legumes.
Frutas e legumes à venda em feira livre de Petrolina, Pernambuco (2021).

O comércio

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

No mundo atual, o comércio é uma atividade que absorve grande parcela da população economicamente ativaglossário , contribuindo de modo significativo para o desenvolvimento econômico dos países.

O comércio pode ser classificado como interno ou externo.

No comércio interno, a compra e a venda de mercadorias são feitas dentro de um mesmo país, em lojas, mercados, centros comerciais, no campo ou feiras, por exemplo.

Já o comércio externo ou internacional define-se como a compra e a venda de mercadorias entre países. Como nenhum país é autossuficiente nas matérias-primas e nos bens de produção e de consumo indispensáveis para atender as demandas da população, o comércio externo é fundamental para evitar desabastecimento.

A venda de mercadorias a compradores situados em países estrangeiros é classificada como exportação. Por sua vez, a compra de mercadorias provenientes do exterior é conhecida como importação.

O comércio internacional caracteriza-se pela ocorrência de desigualdades nas trocas comerciais entre os países. As nações com maior desenvolvimento exportam com mais frequência produtos industrializados, com maior valor agregado, e importam dos países em desenvolvimento produtos de baixo valor, como alimentos, matérias-primas e combustíveis.

PLANISFÉRIO: ESTRUTURA DAS EXPORTAÇÕES (2018)

Mapa. Planisfério: estrutura das exportações - 2018. Mapa mostrando o percentual de alimentos, matérias-primas vegetais, combustíveis, minerais, metais e manufaturas exportadas por países. Parte do total em percentual de alimentos e matérias-primas vegetais Menos de 50: Brasil, Madagascar, Senegal, Afeganistão, Mianmar, Guatemala, Somália, Islândia, Moldávia e Zimbabué. De 50 a 75: Paraguai, Argentina, Equador, Guiana, Cuba, Honduras, Nicarágua, Nova Zelândia, Gana, Costa do Marfim, Comores, Tanzânia, Quênia, Ruanda e Uganda. Mais de 75: Uruguai, Jamaica, Camarões, Mali, Burkina Fasso, Serra Leoa, Benin, Guiné-Bissau, Burundi, Seychelles, Malauí, Etiópia e Laos. Parte do total em percentual de combustíveis, minerais e metais. Menos de 50: Suriname, Papua Nova Guiné. De 50 a 75: Chile, Peru, Colômbia, Rússia, Noruega, Cazaquistão, Mongólia, Coreia do Norte, Austrália, Síria, Moçambique, Zâmbia, Congo, República Centro-Africana, Chade, Níger, Mauritânia. Mais de 75: Bolívia, Venezuela, Angola, República Democrática do Congo, Nigéria, Argélia, Líbia, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Angola, Gabão, Arábia Saudita, Iraque, Omã, Iêmen, Turcomenistão e Irã. Parte do total em percentual de manufaturas. Menos de 50: Ucrânia, África do Sul, Namíbia, Geórgia, Tajiquistão e Indonésia. De 50 a 75: Canadá, Estados Unidos, Haiti, República Dominicana, Costa Rica, Marrocos, Egito, Jordânia, Nepal, Índia, Vietnã, Butão, Quirguistão, Bulgária, Macedônia do Norte, Albânia, Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Bielorrússia, Lituânia, Estônia, Letônia, Espanha, Grécia, Países Baixos, Noruega, Suécia e Finlândia. Mais de 75: México, Panamá, Tunísia, Botsuana, Portugal, Reino Unido, Irlanda, Itália, Alemanha, Romênia, Bélgica, Áustria, Suíça, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Polônia, Turquia, Paquistão, China, Japão, Coreia do Sul, Brunei, Camboja, Cingapura e Tailândia. Sem dados: Groenlândia e Uzbequistão. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.125 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 53.

Ler o mapa

No mapa, cada tipo de produto exportado é representado por uma faixa de cores. Quanto maior a participação nas exportações do país, mais escura é a cor da faixa em questão.

Liste os principais tipos de produto exportados pela China, pelo Japão, pelos Estados Unidos, pelo Brasil e pelo Paraguai.

Comércios varejista e atacadista

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O comércio está organizado em modalidades de varejo e de atacado.

No comércio varejista, as mercadorias são vendidas diretamente ao consumidor final em estabelecimentos como supermercados, hipermercados, lojas de departamentos e centros comerciais. No Brasil, nos últimos anos, verifica-se a expansão do comércio varejista informal, constituído por estabelecimentos comerciais que não pagam impostos e por vendedores ambulantes, fato impulsionado sobretudo por altas taxas de desemprego.

Fotografia. Vista oblíqua para uma rua ocupada por uma multidão de pessoas caminhando na via e na calçada. Há também diversas tendas azuis com mercadorias diversificadas e veículos entre as pessoas. Nas laterais, postes e fachadas de comércios e casas.
Vista de rua comercial, em São Paulo, São Paulo (2021).

No comércio atacadista, as mercadorias são vendidas em grandes quantidades aos varejistas, que revendem aos consumidores finais. No Brasil, uma tendência crescente no ramo de supermercados é o surgimento de estabelecimentos que integram as modalidades de atacado e varejo, oferecendo descontos para compras em grande quantidade.

Fotografia. Vista vertical de feira livre situada em um local aberto, cujos produtos estão ensacados e empilhados no chão. Há sacos brancos, amarelos, laranjas e vermelhos. Entre as pilhas dos produtos, algumas pessoas circulam na área.
Vendedores atendem clientes em comércio atacadista, em Laore, Paquistão (2021).

Atualmente, tanto o comércio varejista quanto o atacadista estão sendo influenciados por importantes inovações tecnológicas, principalmente nas áreas de comunicação e de informática, viabilizando a expansão dos negócios virtuais, que oferecem ao consumidor a oportunidade de adquirir mercadorias sem sair de casa, utilizando sites e aplicativos de e-commerce (comércio eletrônico). A popularização de cartões de crédito e de novas ferramentas de pagamento digital tem tornado esse tipo de comércio mais seguro e atrativo.

A prestação de serviços

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em comparação a outros setores da economia, o de prestação de serviços – que compreende áreas diversas, como saúde, educação, transporte e lazer – vem apresentando crescimento acentuado na oferta de empregos nas últimas décadas e se diversificando, principalmente nos países mais industrializados.

O setor terciário passou a absorver trabalhadores que anteriormente atuavam na agropecuária (setor primário) e na indústria (setor secundário), que substituíram parte da mão de obra pelo uso de novas tecnologias. Apesar do crescimento do setor de serviços, a abertura de vagas de trabalho formal não acompanha o número de trabalhadores disponíveis, tornando o desemprego inevitável.

Além da mecanização da agricultura e da automação industrial, outros fatores explicam a expansão das atividades relacionadas à prestação de serviços. Em alguns países, o aumento da renda de parte da população elevou o poder de compra e fez crescer a procura por serviços como turismo e lazer.

O desenvolvimento da informática e das telecomunicações nas últimas décadas também proporcionou uma enorme expansão de serviços relacionados à internet, à telefonia móvel (celular), aos jogos digitais, por exemplo, e à organização do cotidiano por meio de aplicativos e inteligência artificial.

A internet e os aplicativos de celular também propiciaram o surgimento de empresas que oferecem alternativas a determinados serviços tradicionais, como os de hotelaria, transporte e entregas, criando mecanismos que buscam conectar diretamente prestadores de serviços a consumidores.

Fotografia. Vista para o cruzamento de duas ruas. No primeiro plano, uma mulher usando capacete, camiseta, calça e bosta está montada em uma bicicleta com uma cesta de flores. No segundo plano, veículos cruzando a rua, uma fachada de um edifício espelhado, postes e árvore.
Alguns serviços, como a entrega de flores, podem ser encomendados por aplicativo ou pela internet. Ciclista faz entrega em São Paulo, São Paulo (2014).

A terceirização

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Empresas da indústria e do comércio passaram a terceirizar diversas atividades e etapas do processo produtivo. A terceirização tem crescido em razão das condições proporcionadas pelo avanço da tecnologia e por mudanças nas leis trabalhistas. Atualmente, cada vez mais pessoas prestam serviços a distância, muitas vezes trabalhando em casa. Com a pandemia de Covid-19 e a consequente necessidade de distanciamento social, houve esforços para organizar o trabalho remoto de funcionários de uma grande variedade de empresas, muitas das quais, identificando uma oportunidade de economia de custos, decidiram instituir essa opção como definitiva.

É também comum algumas empresas contratarem outras empresas para a prestação de serviços especializados, como os de limpeza, segurança e telemarketing. Muitas vezes, as empresas prestadoras estão sediadas em outro município ou até mesmo em outro país.

Um dos principais motivos para a crescente tendência de terceirização é a redução de custos. A criação de empresas que agrupam prestadores de serviços específicos pode facilitar a execução de determinadas atividades, além de gerar economia com o compartilhamento de equipamentos, ferramentas e estruturas de trabalho.

Observa-se ainda o crescimento do número de empresas que têm optado pela contratação de trabalhadores autônomos, sem vínculo empregatício e sem remuneração assalariada, que muitas vezes atuam em serviços temporários.

Fotografia. Perfil de uma mulher de cabelos pretos e curtos, usando óculos e blusa de lã cinza, digitando em um computador notebook. Ao fundo, uma luminária preta.
Trabalhadora prestando serviços em sua residência, em Zagreb, Croácia (2020).

Ler o texto

Leia um texto que trata da terceirização.

A terceirização nada mais é do que a prestação autônoma de serviços. Um exemplo disso ocorre com serviços de contabilidade. Há alguns anos, as empresas costumavam ter contadores próprios para cuidar de seus balanços e contrôles financeiros. Hoje, boa parte desse trabalho é produzida por profissionais liberais (pessoas que trabalham por conta própria, sem vínculo de emprego com as empresas). Assim, o autônomo consegue trabalho e as empresas diminuem seus custos de produção.

strazacapa, Cristina; MONTANARI, Valdir. Globalização: o que é isso, afinal? segunda edição São Paulo: Moderna, 2003. página 42-43.

Quais são os principais motivos para a terceirização de serviços? Por quem esses serviços podem ser prestados?

O turismo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Entre as atividades econômicas que constituem a prestação de serviços, o turismo tem destaque e projeção em todo o mundo. É uma atividade de grande importância econômica em muitos países, pois aumenta o consumo e a produção de bens e de serviços, gerando empregos diretos e indiretos.

Diversas atividades econômicas se beneficiam com o turismo. Os turistas consomem alimentos em restaurantes, bares e lanchonetes; usam os serviços de transporte, os hotéis e as pousadas; fazem compras no comércio local.

No mapa a seguir, percebemos que em muitos países o turismo representa entre 3% e 20% da receita de exportação de bens e serviços, e pode chegar a mais de 20% em alguns países.

PLANISFÉRIO: RECEITA DO TURISMO INTERNACIONAL (2018)

Mapa. Planisfério: receita do turismo internacional - 2018. Mapa mostrando o percentual das exportações de bens e serviços representadas pelo turismo nos diferentes países. Menos de 3,0 por cento: Venezuela, Guiana Suriname, México, Guatemala, Cuba, Canadá, a maior parte dos países do centro e Norte da África, parte dos países do Leste Europeu, interior da Ásia, China, Mongólia e Japão. De 3,0 a 10,0 por cento: Brasil, Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Namíbia, Egito África do Sul e outros países da costa leste da África, Rússia, Cazaquistão, maior parte dos países da Europa Ocidental, Índia e a maior parte dos países do Oriente Médio e Sudeste Asiático. De 10,1 a 20,0 por cento: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Portugal, Espanha, Uruguai, Botsuana, Turquia, Tailândia e alguns países da América Central. de 20,1 a 40,0 por cento: Sudão, Tanzânia, Etiópia, Madagascar, Marrocos, Grécia, Islândia, Geórgia, Armênia, Butão, Camboja. De 40,1 a 91,0 por cento Jamaia, Croácia e Albânia. Sem dados: Groenlândia e Saara Ocidental. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.730 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 41.

As principais razões que levam as pessoas a praticar o turismo são: lazer, compras, cultura, ciência, religião, tratamento de saúde, negócios e congressos.

Fotografia. Vista para uma sala de museu. No primeiro plano, um banco com cinco pessoas sentadas de frente para um grande quadro pendurado no fundo da sala. Uma delas, aponta uma máquina fotográfica para o quadro. No segundo plano, o grande quadro pendurado na parede da sala, com moldura dourada e uma pintura retratando uma cerimônia de coroamento. Quatro pessoas estão em pé, observado a obra de arte de perto.
Turismo cultural no Museu do Louvre, em Paris, França (2021).
Fotografia. Vista oblíqua para um galpão com diversos estandes, entrecortados por passagem de circulação de pessoas com piso vermelho. Algumas pessoas circulam pela passagem e outras estão dentro dos estandes. Cada estande possui características de iluminação e decoração próprias.
Turismo de negócios na Feira Internacional de Calçados realizada em Milão, Itália (2019).

O crescimento do setor turístico

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nas duas primeiras décadas do século vinte e um, o turismo vivenciou um período de importante expansão no mundo. No Brasil, esse processo foi marcado pelo aumento de viagens domésticas (entre localidades do próprio país) e internacionais. Destacaram-se como motivos desse crescimento do turismo:

  • aumento do nível de renda em alguns países, especialmente entre os considerados em desenvolvimento;
  • redução no custo de passagens e ampliação de serviços turísticos direcionados a consumidores de renda média baixa;
  • ampliação das opções de viagem.

O setor do turismo, no entanto, foi um dos mais impactados pela crise econômica mundial que acompanhou a pandemia de Covid-19. Com a imposição de quarentenas, regras de distanciamento social e barreiras sanitárias para conter a circulação do novo coronavírus, restringindo o deslocamento das pessoas em todo o mundo, o número de viagens caiu drasticamente desde o final de 2019. O gráfico demonstra o desempenho do turismo internacional de 2000 a 2019 e uma projeção para 2020 feita após a eclosão da pandemia.

MUNDO: CIRCULAÇÃO DE TURISTAS INTERNACIONAIS, EM MILHÕES DE PESSOAS (2000-2020)

Gráfico. Mundo: circulação de turistas internacionais, em milhões de pessoas – de 2000 a 2020. Gráfico de linhas mostrando a quantidade apurada e projetada de turistas internacionais nos últimos anos. O número de turistas está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. Dados apurados 2000: 690 milhões de pessoas. 2002: 694 milhões de pessoas. 2004: 700 milhões de pessoas. 2006: 810 milhões de pessoas. 2008: 890 milhões de pessoas. 2010: 900 milhões de pessoas. 2012: 1.000 milhões de pessoas. 2014: 1.100 milhões de pessoas. 2016: 1.250 milhões de pessoas. 2018: 1.400 milhões de pessoas. Dados projetados 2020: 457 milhões de pessoas.
WORLD TOURISM ORGANIZATION. Tourism facing an unprecedented challenge. In: Committee for the Coordination of Statistical Activities. How COVID-19 is changing the worldreticências. []: CCSA, 2020. página 28-29. Disponível em: https://oeds.link/mAFehb. Acesso em: 14 abril 2022.

Ler o quadro

A queda do turismo internacional

Os dados coletados durante os anos de 2020 e 2021 confirmaram as projeções a respeito do fluxo global de viajantes traçadas no início da pandemia. O declínio na atividade turística foi avassalador em todos os continentes.

O quadro apresentado possibilita a comparação entre a chegada de turistas internacionais em cada continente em 2021 e a que ocorreu em 2019, antes da pandemia. Note que, considerando a média mundial, a queda na movimentação de turistas internacionais foi de 76%.

Mundo: variação na chegada de turistas internacionais entre 2019 e 2021

Destino

Variação em %

África

−77

América

−65

Ásia

−91

Europa

−69

Oceania

−93

Mundo

−76

WORLD TOURISM ORGANIZATION. WORLD TOURISM ORGANIZATION. UNWTO Tourism Recovery Tracker, apr. 2022. Disponível em: https://oeds.link/reDNZP. Acesso em: 14 abril 2022.

  1. Em quais continentes houve a maior redução na chegada de turistas internacionais entre 2019 e 2021?
  2. Em quais continentes essa redução ficou abaixo da média mundial?

Ler o infográfico

Turismo no Brasil

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O desenvolvimento do turismo como atividade econômica é uma alternativa à necessidade de criar empregos, reduzir as desigualdades regionais e distribuir melhor a renda em nosso país. Em 2003, criou-se o Ministério do Turismo, com a intenção de organizar e desenvolver a atividade no país.

A diversidade natural, cultural e histórica e a hospitalidade do povo caracterizam o Brasil como um país de grande potencial para o turismo.

Nos gráficos, você conhecerá alguns dados sobre a atividade turística no Brasil antes do início da pandemia de Covid-19.

Infográfico. Infográfico composto por um mapa das regiões do Brasil, um gráfico de linha, ilustração de bagagens e ilustração quantificando o total de desembarques de voos nacionais e internacionais por região brasileira em 2018. Mapa das regiões do Brasil: Cada Grande Região do Brasil é representada por uma cor. Ao lado do mapa, texto informativo: O Nordeste é a região que mais recebe investimentos para o turismo. Gráfico de linha. Brasil: chegada de turistas em milhões de pessoas (de 2011 a 2019) 2011: 5,4 milhões de pessoas. 2012: 5,6 milhões de pessoas. 2013: 5,8 milhões de pessoas. 2014: 6,4 milhões de pessoas. 2015: 6,3 milhões de pessoas. 2016: 6,5 milhões de pessoas. 2017: 6,6 milhões de pessoas. 2018: 6,6 milhões de pessoas. 2019: 6,3 milhões de pessoas. Ao lado do gráfico, texto informativo: Entre 2011 e 2019, a chegada de turistas estrangeiros ao Brasil mais que triplicou. Ilustração de bagagens, com texto informativo dentro de uma das malas: O Sudeste é a região que mais fatura e a que mais recebe turistas. Ilustração de ícones pequenos em formato de malas de viagem, quantificando o total de desembarques de voos nacionais e internacionais por região brasileira em 2018. Cada mala equivale a 1 milhão de visitantes. Norte: 5.146.636 milhão de visitantes. Nordeste: 18.585.984 milhão de visitantes. Sudeste: 57.565.664 milhão de visitantes. Centro-Oeste: 13.029.127 milhão de visitantes. Sul: 12.968.119 milhão de visitantes.

BRASIL: CHEGADA DE TURISTAS POR VIAS DE ACESSO (2019)

Gráfico. Brasil: chegada de turistas por via de acesso – 2019. Gráfico de colunas mostrando a quantidade de turistas que chegaram no Brasil pelas vias aérea, terrestre e aquática em 2019. O número de turistas está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. Via aérea: 4.288.528 milhões de turistas. Via terrestre: 1.839.451 milhões de turistas. Via marítima: 123.127 milhões de turistas. Via fluvial: 102.035 milhões de turistas
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério do Turismo. Anuário estatístico de turismo 2019 e Anuário estatístico de turismo 2020. Brasília: ême túr, 2019 e 2020. Disponíveis em: https://oeds.link/ZTRthN. Acesso em: 14 abril 2022.
  1. Liste alguns motivos pelos quais o Brasil é considerado um país com bom potencial para o turismo.
  2. Quantos turistas internacionais visitaram o Brasil em 2019?
  3. Observe o gráfico “Brasil: chegada de turistas por vias de acesso (2019)” e responda.
    1. Qual foi o meio de transporte mais utilizado pelos turistas internacionais que vieram ao Brasil em 2019?
    2. Na sua opinião, por que esse meio de locomoção é o mais utilizado?
  4. O que significa dizer que o turismo é uma “indústria sem chaminé”?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Interpretação de imagens de satélite

As fotografias aéreas e as imagens de satélites são usadas para medições (fotogrametria) e para interpretação da área registrada (fotointerpretação) por um grande número de profissionais, como cartógrafos, geógrafos, geólogos, urbanistas, agrônomos, entre outros, o que amplia a importância desse recurso.

Para interpretar essas imagens é necessário observar as características dos elementos registrados, que nos permitem identificar os aspectos da área retratada. No estudo de áreas urbanas, podemos destacar alguns elementos que auxiliam a análise e o planejamento do espaço urbano. Leia as informações do quadro.

Elementos da paisagem

Como aparecem na fotografia

Lagos e rios

Superfícies lisas e escuras. Podem aparecer pontes, docas e portos.

Área industrial – fábricas, pátios ferroviários, portos, galpões de estocagem

Formas geométricas, com elementos retilíneos e/ou curvos.

Centro comercial – prédios de escritórios, hotéis

Formas compactas, prédios altos (geralmente com grandes sombras).

Área de recreação – parques, pistas de corrida, arenas esportivas, praças

Grandes áreas cobertas com grama, caminhos sinuosos, pistas ovais, lagos, edifícios com formas e tamanhos variados.

Área residencial e comercial – edifícios, lojas, shoppings

Construções baixas (com pequenas sombras), ruas com padrão retangular, construções espaçadas.

Com base no quadro, identifique os elementos da paisagem presentes na área urbana retratada.

Imagem de satélite. Vista vertical de uma cidade, com uma grande área verde na porção central, rodeada de quarteirões densamente ocupados por edificações, ruas e avenidas. Na porção direita inferior, presença de grandes galpões rodeados de áreas verdes.
Imagem de satélite de parte da região central da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (2022).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Qual é o tipo de atividade econômica descrito em cada item? .um Transformação da matéria-prima em outros bens ou em objetos úteis aos seres humanos. .dois Conjunto de atividades que visa a atender necessidades como transporte, lazer, educação e saúde. .três Atividade que abrange a venda e a compra de mercadorias.
  2. Transcreva as frases em seu caderno, substituindo as lacunas pelos termos corretos.
Retângulos com contorno em cor laranja com os termos: desemprego, informal, externo, importações, exportações, consumidor, impostos, atacadista, varejistas.
  1. Os principais clientes do comércio lacuna são os lacuna, que compram as mercadorias em grandes quantidades para revendê-las ao lacuna final.
  2. O comércio varejista lacuna no Brasil está ligado ao aumento do lacuna. Essa fórma de comércio é praticada sem o pagamento de lacuna.
  3. A venda de ferro, açúcar, carne bovina e soja representa uma grande parte das lacuna brasileiras. Já a compra de produtos eletrônicos de outros países representa grande parte das lacuna do Brasil. Essas são características do comércio lacuna brasileiro.
  1. Responda às questões sobre o turismo.
    1. Como um país pode ser beneficiado com o turismo?
    2. Cite três atividades econômicas que se beneficiam com o turismo.
    3. Como alterações na dinâmica climática podem interferir no turismo em diferentes partes do mundo?
  2. Faça uma pesquisa e indique lugares turísticos do Brasil onde há:
    1. praias limpas e com paisagens atrativas;
    2. arquitetura histórica;
    3. cavernas ou sítios arqueológicos;
    4. trilhas e campings em parques ecológicos;
    5. turismo rural;
    6. turismo religioso.
  3. A Torre Eiffel é um dos pontos turísticos mais visitados do mundo. Localizada em Paris, começou a ser construída em 1887 e foi inaugurada para a comemoração do centésimo aniversário da Revolução Francesa, ocorrida em 1789. Observe as imagens e responda às questões.
Fotografia em preto e branco. Conjunto de seis fotografias antigas que retratam as fases de construção da Torre Eiffel. As três primeiras fotografias retratam a construção da base da Torre Eiffel, composta por quatro pilares de ferro que se juntam na porção intermediária. As duas outras fotografias retratam a construção da porção intermediária da Torre Eiffel, onde os quatro pilares se tornam uma única estrutura de ferro. A última direita retrata a Torre Eiffel finalizada.
Fases de construção da Torre Eiffel, entre 1887 e 1889.
  1. O que a Torre Eiffel significa para a atividade turística em Paris?
  2. Que tipo de indústria foi responsável pela materialização da torre, de acordo com a classificação por fórma de produção?
  3. Pesquise informações sobre um monumento no Brasil que seja um importante ponto turístico e descubra a origem do principal material utilizado em sua construção.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Como identificar características de paisagens transformadas?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Uma das principais regiões industriais do mundo está situada na Europa central, no vale do rio Reno.

Toda a região vivenciou uma forte efervescência econômica durante a Primeira Revolução Industrial, em razão da presença de grandes reservas minerais e energéticas, matérias-primas imprescindíveis para o desenvolvimento desse setor. Esse processo implicou transformações sociais e profundas alterações na paisagem.

Atualmente, toda a região passa por um processo de modificação das atividades econômicas e industriais, o que ocasiona novas alterações na paisagem. É o caso do vale do rio rúr, um afluente do Reno, onde, recentemente, foram encerradas as atividades de exploração do carvão mineral.

Leia um texto sobre a região.

Durante quase 200 anos, a região no oeste alemão foi o centro industrial do país. Hoje, várias ruínas industriais são usadas como centros culturais.

Quando em fins de 2018 a última mina, de nome Prosper-Haniel, for fechada, a Alemanha selará o fim da era da exploração de carvão no país. Durante quase 200 anos, ou seja, desde o início do século 19, o Vale do rúr, situado no estado da Renânia do Norte-Vestfália, permaneceu sendo o centro industrial da Alemanha e uma das regiões industriais mais importantes do mundo.

Ali produzia-se aço e eram construídas máquinas, armas e locomotivas – tudo isso em centenas de minas. Um lugar onde era extraído o minério que possibilitou a industrialização: o carvão mineral. Em 1956, quase meio milhão de pessoas trabalhavam na indústria da mineração no Vale do rúr. Em 2019, depois do fechamento da última mina, serão apenas trezentaspessoas – as responsáveis pelos processos de encerramento da extração mineral no lugar.

lorrãn stéfãn. Reutilização de instalações industriais no Vale do rúr. Tradução: Soraia Vilela. Copyright: Goethe-Institut. Publicação original: siteGoethe-Institut, janeiro. 2016. Seção Cultura. Disponível em: https://oeds.link/x3QtQA. Acesso em: 14 abril 2022.

Fotografia. Vista aérea para um parque industrial situado em uma superfície plana. No centro, uma via asfaltada. Na margem esquerda da via, uma área ocupada por casas. Na margem direita, um grande estacionamento de veículos coloridos ao lado de uma indústria composta por diversos galpões, reservatórios e muitas chaminés lançando fumaça densa na atmosfera. Acima, o céu nublado.
Centro industrial localizado na região oeste da Alemanha, no vale do rio Reno (1989).

1. Quais características presentes no texto e na imagem ilustram as transformações da paisagem decorrentes do processo de industrialização?

O vale do Ruhr, na Alemanha, abriga a maior concentração demográfica e as principais cidades industriais do país, tais como Dortmund, Duisburg e Essen. Nas últimas décadas, com a passagem da economia baseada na indústria pesada para a alta tecnologia e para atividades ligadas à prestação de serviços, as paisagens características da indústria sofreram novas transformações. Leia, agora, outro trecho do mesmo texto abordando a reutilização das instalações e paisagens.

Instalações industriais transformam-se em centros socioculturais

reticências as minas e outras instalações industriais continuam exercendo um papel importante na região. Tanto os gasômetros (recipientes enormes de gás natural) quanto os altos-fornos para produção de aço e as torres para extração de carvão, todas essas antigas instalações industriais, entre elas duzentas e noventa e seis minas, vêm sendo reutilizadas desde o fim dos anos 1970 como centros culturais.

Os exemplos mais conhecidos disso são a Zeche Zollverein, a Jahrhunderthalle de Bochum e o Landschaftspark do Norte de Duisburg. reticências

A Jahrhunderthalle de Bochum é conhecida sobretudo como séde dos espetáculos da Trienal do Ruhr, um festival internacional de artes. Diversos projetos e apresentações são desenvolvidos levando em consideração a arquitetura espetacular dos monumentos industriais. reticências Uso semelhante tem o Landschaftspark do Norte de Duisburg – um amplo espaço destinado antigamente à produção de aço e usado hoje principalmente como parque de lazer e diversão.

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Os moradores da região do Vale do Ruhr estimam os conceitos de uso cultural das antigas instalações industriais e minas, mesmo que isso acabe não solucionando os problemas da região reticências. Mesmo assim, a valorização e o apreço pelo próprio passado cultural, ou seja, pela singular cultura industrial local, só vêm a fortalecer a autoestima da região.

lorrãn stéfãn. Reutilização de instalações industriais no Vale do Ruhr. Tradução: Soraia Vilela. Copyright: Goethe-Institut. Publicação original: siteGoethe-Institut, janeiro 2016. Seção Cultura. Disponível em: https://oeds.link/x3QtQAl. Acesso em: 14 abril 2022.

Fotografia. Vista oblíqua para uma pista de gelo situada na área externa de uma antiga fábrica. A pista é ocupada por diversas pessoas patinando sobre ela. À direita da pista, uma passarela localizada no piso superior com uma parede de ferros avermelhados e uma grade de proteção. À esquerda da pista, uma edificação e uma passarela com diversas pessoas observando os patinadores. Ao fundo, o pátio aberto da fábrica com bancos, áreas verdes, estrutura verticais e horizontais de ferro e a base de torres e chaminés.
A antiga fábrica de Zollverein recebe milhares de visitantes todos os anos e foi transformada em patrimônio da humanidade. Na fotografia, patinação no gelo em Essen, Alemanha (2015).
  1. As paisagens já transformadas pelas pessoas podem adquirir novos usos e novas características? Como podemos identificar características das paisagens transformadas?
  2. Você considera que o Parque Paisagístico do Norte de Duisburg é um exemplo que pode ser utilizado em outras regiões que passam por processos semelhantes?

Glossário

Tear mecânico
Máquina destinada à produção de tecidos.
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Hegemonia
Domínio; supremacia de um povo sobre outros.
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População economicamente ativa (PEA)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É), trata-se do grupo de habitantes aptos a trabalhar como mão de obra para os setores produtivos, considerando trabalhadores empregados ou que estão em busca de emprego.
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