UNIDADE um  A Geografia e a compreensão do mundo

Fotografia. Vista aérea de uma cidade na beira de um rio. Ao centro está o rio de águas com tonalidade escura, ondulado por causa de uma pequena embarcação que deixou rastro ao se movimentar. Ao lado esquerdo do rio, há a presença de densa vegetação verde. Ao lado direito, grande concentração de construções baixas, sobretudo casas, além de área asfaltada e barcos ancorados na margem do rio.
Vista aérea de Barreirinhas, Maranhão (2019), mostrando aspectos urbanos e da natureza no município.

Você verá nesta Unidade:

A paisagem e seus elementos

A transformação e a preservação dos elementos das paisagens

O espaço geográfico

O lugar e a identidade

A divisão social e territorial do trabalho

A orientação pelo Sol e pela bússola

As coordenadas geográficas

A noção de escala

Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Base Nacional Comum Curricular: O sujeito e seu lugar no mundo; Mundo do trabalho; fórmas de representação e pensamento espacial; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

A Unidade trabalha as seguintes Competências Gerais da Educação Básica: (1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; (6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade; (8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas; (10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Em consonância com as Competências Específicas de Geo­grafia, os conteúdos trabalhados nesta Unidade buscam levar os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Identidade sociocultural.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
Fotografia. Vista de uma praça onde algumas pessoas estão sentadas em primeiro plano em um pequeno muro. Ao centro e em segundo plano, outras pessoas estão sentadas no chão. Elas assistem um homem que está em pé e apresenta a peça de teatro. O dia está ensolarado e a praça contém diversas árvores.
Pessoas assistem a apresentação teatral em praça da cidade de São Paulo, São Paulo (2021). Observe como o artista se apropriou do formato da praça para envolver o público. Note também que a maioria das pessoas está usando máscara em decorrência da pandemia de Covid-19.
Fotografia. Vista de uma concentração de prédios e casas. Na parte superior o céu está nublado. Ao centro há a presença de uma área arborizada.
Área urbana do município de Belo Horizonte, Minas Gerais (2021).

A Geografia nos ajuda a conhecer melhor o mundo em que vivemos, a entender como as sociedades se relacionam com a natureza, a compreender o lugar onde moramos...

Por meio do estudo da Geografia, aprendemos que as paisagens são produzidas e modificadas pelos seres humanos e pela natureza. O que vemos em cada paisagem é uma mistura de variados processos naturais e de intervenções humanas realizadas ao longo do tempo.

Observe a fotografia de Barreirinhas (Maranhão) identificando as características da paisagem e o modo como o espaço geográfico está sendo ocupado. Repita o procedimento com as imagens de São Paulo (São Paulo) e de Belo Horizonte (Minas Gerais). Quais elementos da paisagem mais chamam a sua atenção nas fotografias? Que atividades as pessoas podem realizar nos espaços retratados?

Agora pense no lugar onde você mora. Que paisagens você identifica nele? Como as pessoas utilizam os espaços coletivos?

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

A Unidade apresenta importantes conceitos da Geo­grafia – paisagem, espaço geográfico e lugar –, considerando a centralidade do trabalho e das relações humanas na produção, na transformação e na apropriação espacial.

A paisagem é abordada a partir dos elementos que a compõem.

O espaço geográfico é abordado a partir de suas características, considerando suas diversas escalas, fórmas e funções.

O conceito de lugar está atrelado ao ambiente de convívio, fração do espaço geográfico onde as relações pessoais e os vínculos afetivos ocorrem e são projetados.

Compreendendo a cartografia como linguagem e instrumento da Geografia, a Unidade também trabalha com as bases da orientação e da localização geográfica, aborda elementos cartográficos convencionais e apresenta noções de representação do espaço geográfico.

A abertura da Unidade apresenta uma fotografia aérea oblíqua do município de Barreirinhas, no estado do Maranhão, na qual um trecho do município é visível às margens do rio. Outra fotografia retrata o uso de uma praça pela população no município de São Paulo, estado de São Paulo. A abertura também apresenta a fotografia de uma área urbana do município de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. A análise das fotografias permite debater com os estudantes como o meio natural e fatores culturais atuam na formação, na transformação e na apropriação do espaço geográfico. Se julgar conveniente, solicite à turma que diferencie, nas fotografias, elementos naturais e culturais (aqueles criados e transformados pelo ser humano).

CAPÍTULO 1  Paisagem, espaço e lugar

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Observação e comparação da paisagem sonora

[Locutora]: Uma paisagem é composta de elementos naturais ou culturais, que podem ser identificados em determinado local e em dado momento. Essa identificação pode ser visual, olfativa ou sonora.

A paisagem sonora se constitui de sons de diversas intensidades.

Agora vamos ouvir alguns registros de paisagens sonoras.

[Fundo sonoro de pássaros e de automóveis]

[Locutora]: Quais elementos podemos perceber e identificar no áudio que acabamos de ouvir?

Canto dos pássaros...

[Fundo sonoro de pássaros]

[Locutora]:

... e barulho gerado por automóveis.

[Fundo sonoro de automóveis]

[Locutora]:

Escutamos os sons de uma rua, como os gerados por carros, caminhões e motocicletas, próximo a um parque.

Na sequência, vamos escutar outra paisagem. Quais sons e elementos podemos identificar nela?

[Fundo sonoro de pássaros, de grilos e de cachorros]

[Locutora]:

Conseguimos escutar sons de pássaros – com cantos diversos –, de grilos e de cachorros...

Os sons que acabamos de ouvir nos remetem a uma paisagem com predomínio de elementos naturais.

[Fundo sonoro de uma área urbana. Veículos circulando e vozes]

Você consegue perceber a diferença entre os elementos naturais e os elementos culturais nas paisagens?

[Fundo sonoro de pessoas conversando]

[Locutora]:

As paisagens e seus elementos são diversos. Nesses diferentes registros, é possível escutar as pessoas conversando.

[Fundo sonoro de pessoas conversando]

É possível ainda diferenciar outros sons, tais como os de um sítio, os de uma granja...

[Fundo sonoro de um sítio e de uma granja]

[Locutora]:

Os de um rio, ou os de uma floresta...

[Fundo sonoro de um rio e de uma floresta]

[Locutora]:

Os barulhos de uma fazenda com animais pastando...

[Fundo sonoro de animais pastando]

[Locutora]:

Ou os de uma fábrica, em que se percebe claramente o ritmo intenso do funcionamento das máquinas.

[Fundo sonoro de uma fábrica e de máquinas em funcionamento]

[Locutora]:

Podemos distinguir muitos fenômenos do tempo atmosférico somente pelos sons: as chuvas e as trovoadas...

[Fundo sonoro de chuva e trovoada]

[Locutora]:

E uma ventania que agita as folhas das árvores!

[Fundo sonoro de ventania e da agitação das folhas das árvores]

[Locutora]:

Em um ambiente litorâneo, que elementos sonoros podemos reconhecer?

[Fundo sonoro de ondas do mar e de vozes]

[Locutora]:

Esses sons nos remetem a um dia agradável na praia, com crianças e adultos desfrutando de um dia de lazer.

Na exposição que fizemos, foi possível identificar sons de animais, de um rio, da chuva, do vento e de ondas do mar...

Ouvimos também sons que se originam de objetos construídos pelos seres humanos, como veículos e máquinas, além de sons que nós próprios emitimos, ao falar, caminhar, correr, cantar, tocar um instrumento musical...

[Fundo sonoro de um instrumento musical e de palmas]

No seu dia a dia, você convive com diferentes paisagens: a da sua casa, a da rua onde mora, a da escola em que estuda, entre outras. Você também pode observar paisagens de outros locais do Brasil e do mundo quando viaja, ou em imagens de jornais e revistas, na televisão, no computador, no celular e até mesmo neste livro.

Em geral, as pessoas chamam de paisagem o que consideram bonito, como uma cachoeira ou uma praia ensolarada. Para a Geografia, porém, paisagem não é apenas um belo panorama natural; é o conjunto dos elementos naturais e culturais que podem ser vistos e percebidos no espaço.

Os elementos naturais que compõem a paisagem são aqueles formados pela ação da natureza: fórmas de relevo (montanhas, serras, planaltos e planícies), hidrografia (rios, lagos, oceanos e mares), vegetação original etcétera.

Os elementos culturais ou humanizados são aqueles construídos pelos seres humanos, como casas, prédios, pontes, rodovias e plantações.

A paisagem pode ser percebida por outros sentidos além da visão, como a audição, por meio da qual é possível perceber os sons produzidos pelas pessoas, pelos automóveis ou pelos pássaros, e o olfato, por meio do qual as pessoas podem notar os cheiros das flores ou das comidas. 

Fotografia 1. Em primeiro plano há um pequeno córrego com árvores e arbustos de intensa cor verde, com flores em tons de roxo. Em segundo plano, um campo aberto sem vegetação, e morros ao fundo.
Fotografia 2. Vista aérea de uma zona urbana litorânea. A fotografia em primeiro plano evidencia o mar, a faixa de areia e a concentração de diversos prédios e casas que compõem a paisagem. Ao fundo, há um rio ao lado esquerdo que desemboca no mar, com uma vegetação densa e verde ao entorno, e as construções se tornam mais escassas. Na parte superior, nuvens se concentram no céu.
Na fotografia 1, elementos naturais, como morros e vegetação, na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, Goiás (2021). Na fotografia 2, elementos culturais, como construções, e elementos naturais, como o mar, no Recife, Pernambuco (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Inicialmente, trabalhamos o conceito geográfico de paisagem, indicando os diferentes elementos que contribuem para a existência das mais diversas paisagens no globo terrestre. Em seguida, classificamos os elementos que compõem as paisagens em duas categorias: elementos naturais e elementos culturais. Essas categorias têm como principal critério a intervenção do ser humano sobre o espaço geográfico.

Sempre que possível, identifique os processos de transformação atuantes nas paisagens estudadas, de fórma a favorecer o desenvolvimento do pensamento geográfico.

O conteúdo do Capítulo é pré-requisito para o trabalho com a habilidade da Bê êne cê cê ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero um: Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.

ê éfe zero seis gê ê zero dois: Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

ê éfe zero seis gê ê zero seis: Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero um.

Texto complementar

A paisagem

A paisagem revela a realidade do espaço em um determinado momento do processo. O espaço é construído ao longo do tempo de vida das pessoas, considerando a fórma como vivem, o tipo de relação que existe entre elas e que estabelecem com a natureza. Dessa fórma, o lugar mostra, através da paisagem, a história da população que ali vive, os recursos naturais de que dispõe e a fórma como se utiliza de tais recursos.

A paisagem é o resultado do processo de construção do espaço. reticências

Cada um vê a paisagem a partir de sua visão, de seus interesses, de sua concepção.

A aparência da paisagem, portanto, é única, mas o modo como a apreendemos poderá ser diferenciado. Embora na aparência as fórmas estejam dispostas e apresentadas de modo estático, não são assim por acaso. A paisagem, pode-se dizer, é um momento do processo de construção do espaço. O que se observa é, portanto, resultado de toda uma trajetória, de movimentos da população em busca de sua sobrevivência e da satisfação de suas necessidades (que são historicamente situados), mas também pode ser resultante de movimentos da natureza. Esta paisagem precisa ser apreendida para além do que é visível, observável. Esta apreensão é a busca das explicações do que está por detrás da paisagem, a busca dos significados do que aparece. reticências

CALLAI, H. C. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, A. C. (organizador). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. terceira edição Porto Alegre: Mediação, 2000. página 96-97.

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Elementos da paisagem

Em algumas paisagens são observados poucos elementos culturais ou apenas elementos naturais. Ainda hoje há paisagens onde predominam elementos naturais, como trechos de florestas de difícil acesso, áreas desérticas, áreas montanhosas e algumas porções das regiões polares. Mas, mesmo nessas áreas que parecem intocadas, existe algum grau de interferência do ser humano.

Fotografia. O ângulo da imagem evidencia em primeiro plano a faixa de areia de uma praia onde há diversos galhos de árvore quebrados e a presença de lixo e resíduos plásticos entre eles. Ao fundo, à direita, está o mar e o céu. à esquerda, vegetação arbustiva e um morro.
Praia da Indonésia com lixo levado pelas correntes oceânicas (2019).

Em outras paisagens, é possível identificar o predomínio de elementos culturais. Essas paisagens são resultantes da transformação da natureza pelo trabalho humano.

A paisagem é muito importante para a compreensão do mundo e do lugar onde vivemos: além de apresentar aspectos da natureza, ela reúne registros da história, do modo de vida das pessoas e das atividades realizadas.

Fotografia. Em primeiro plano, vista de uma pequena escada constituída de largas e densas rochas cortadas em retângulos e quadrados. Alguns degraus estão destruídos, desgastados, ou com rochas faltantes. Ao fundo, há a presença de casas, árvores e prédios da cidade, além de um monumento em pilastra.
Cais do Valongo, descoberto em 2011 durante obras de requalificação do porto da cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Foi o principal local de desembarque de navios que traziam africanos escravizados ao Brasil nas primeiras décadas do século dezenove e, por isso, foi reconhecido como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco). Fotografia de 2021.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A partir da observação da predominância de elementos naturais ou culturais nas paisagens, é possível identificar os elementos que as compõem e as alterações nelas provocadas pela ação humana e pelos fenômenos naturais.

Incentive os estudantes a observar a paisagem do lugar onde vivem, buscando analisar a combinação de elementos naturais e culturais que a compõem e o acúmulo de “tempos desiguais” desses elementos, associados a diferentes momentos da história, como discutiu o geógrafo Milton Santos.

Ao concluir o Capítulo, espera-se que os estudantes sejam capazes de definir a paisagem e analisá-la pelo viés da Geografia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1988.

As categorias paisagem e configuração territorial são destacadas nessa obra como fundamentais para o entendimento do espaço construído.

Atividade complementar

Elementos da paisagem

Selecione diferentes imagens de paisagens e, em sala de aula, converse com os estudantes sobre os elementos que compõem as paisagens retratadas.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Os planos das paisagens

As fotografias podem registrar aspectos visuais da paisagem que revelam características do espaço geográfico. Cada fotografia marca um momento determinado da interação da sociedade com o espaço, mostrando fatos de sua origem, evolução, permanência ou mudança.

Para analisar a paisagem, podemos decompor a fotografia em planos sucessivos. Esses planos podem ser identificados de acordo com a proximidade do observador.

Fotografia. A imagem das cataratas
Turista observa as cataratas no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná (2019).

Por exemplo, a fotografia do Parque Nacional do Iguaçu pode ser dividida em três planos. No primeiro plano (1), há uma pessoa em uma plataforma observando as cataratas. No segundo plano (2), estão as cataratas. No terceiro plano (3), vemos o céu.

Agora, vamos ler a fotografia.

Fotografias. Uma foto maior, ao centro, reproduz imagem das cataratas com os numerais um, dois e três, evidenciando os seus três planos. Abaixo, três fotos menores. Na foto à esquerda, reprodução da imagem das cataratas com o número um, onde o homem observando a cena está em destaque. Os outros planos estão desfocados. Na foto ao centro, reprodução da imagem das cataratas com o número dois, onde as quedas dágua estão em destaque. Os outros planos estão desfocados. Na foto à esquerda, reprodução da imagem das cataratas com o número três, onde o céu está em destaque. Os outros planos estão desfocados.
  1. Que elementos, naturais e culturais, podem ser observados em cada um dos três planos da fotografia?
  2. Que elementos predominam na paisagem?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é analisar a paisagem a partir de planos fotográficos.

O trabalho por meio de fotografias permite o contato dos estudantes com possibilidades de observação (mesmo que indireta) de diferentes paisagens, além de apresentar elementos da paisagem nem sempre presentes nos lugares onde eles vivem.

Para que o trabalho seja bem aproveitado, é importante garantir que os estudantes analisem a fotografia por meio da observação, da descrição e da interpretação da paisagem retratada, considerando, inclusive, as informações presentes na legenda. Esse procedimento permitirá que eles reconheçam que as paisagens não são homogêneas.

A organização da paisagem fotografada em planos pode permitir a análise da concentração de seus elementos. Como o observador é a referência para esse procedimento, o primeiro plano é sempre aquele mais próximo de quem observa a fotografia, no caso, a área em que está o turista que observa as cataratas do Parque Nacional do Iguaçu.

Os demais planos são consecutivos, sempre orientados do mais próximo do observador até o mais distante, que pode coincidir com o horizonte.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero um.

Respostas

  1. Como elementos naturais os estudantes podem mencionar as quedas-d’água, o rio (plano 2) e o céu (plano 3). Como elemento cultural, eles podem mencionar a plataforma para observação (plano 1).
  2. Espera-se que os estudantes reconheçam que, apesar de a paisagem retratada ser composta de elementos naturais e culturais, predominam os elementos naturais.

As transformações da paisagem

As paisagens são dinâmicas, estão em constante transformação pela ação da natureza e do ser humano.

A ação da natureza na modificação das paisagens pode ser lenta, como o desgaste de uma rocha pela ação das águas ou do vento, ou rápida, como uma erupção vulcânica.

Fotografia. Uma rocha triangular grande e desgastada em vários pontos se equilibra em pé por meio da sua parte mais estreita. Ao fundo, uma área árida, marrom e sem vegetação se estende até uma região montanhosa. Na parte superior, o céu está azul e sem nuvens.
Resquício de rocha desgastada pela ação do vento, na região de Sur Lípez, Bolívia (2019). Essa transformação na paisagem ocorre ao longo de milhares de anos.

Os seres humanos também transformam as paisagens ao criar um campo de cultivo, abrir ou asfaltar uma rua, construir ou derrubar casas e edifícios.

As transformações pela ação humana estão relacionadas ao desenvolvimento tecnológico das sociedades e ocorrem em diferentes graus de intensidade. Nas paisagens ficam registrados a história e o modo de vida das sociedades que vivem ou viveram em determinados locais. As construções que observamos nos centros históricos de algumas cidades, erguidas em diferentes épocas, comprovam que os elementos do passado e do presente podem coexistir na mesma paisagem.

Fotografia 1. Fotografia em preto e antiga de uma zona urbanizada, capturada de um ângulo panorâmico. Uma avenida principal e larga corta a paisagem ao centro, e de ambos os lados há construções, em sua maioria casas, que não ultrapassam dois andares. No canto inferior, à direita, está escrito Santos Avenida Ana Costa F.B.
Fotografia 2. Vista panorâmica do mesmo local representado na fotografia 1, mas com mudanças na paisagem. A avenida aparece ao centro, cercada de ambos os lados por diversas construções, sobretudo prédios de diferentes tamanhos, inclusive alguns muito altos. Ao fundo está o mar, com algumas embarcações.
Visão panorâmica da Avenida Ana Costa (direção centro-praia), em Santos, São Paulo. A fotografia 1 é de 1940 e a fotografia 2 é de 2021.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante compreender que a paisagem não é estática; pelo contrário, está em permanente transformação, seja pela ação dos seres humanos, seja pelos fenômenos da natureza.

É relevante que os estudantes percebam que os fenômenos naturais de alteração da paisagem têm origens distintas e podem se desenvolver ao longo de diferentes escalas geológicas.

Também é importante que eles considerem que os seres humanos alteram a paisagem por meio do trabalho, com o objetivo de atender às suas necessidades e interesses.

É pertinente ressaltar que as transformações impostas à paisagem ficam registradas em um mosaico de informações espacializadas. De acordo com Milton Santos, “uma paisagem é uma escrita sobre a outra, é um conjunto de objetos que têm idades diferentes, é uma herança de muitos diferentes momentos. reticências A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resultado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas. reticências mas ela não mostra todos os dados, que nem sempre são visíveis”.

SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1988. página 23-24.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero um.

Texto complementar

A transformação natural das paisagens

As paisagens evoluem por meio de lentas transformações, à medida que processos como soerguimento, intemperismo, erosão, transporte e deposição combinam-se para esculpir a superfície terrestre.

reticências O conhecimento de como as paisagens evoluem pode ajudar-nos no gerenciamento dos recursos do terreno e na análise das interligações da tectônica e do clima. Entender o desenvolvimento das paisagens representa um grande desafio reticências, pois exige a integração de muitas áreas de conhecimento das Ciências da Terra.

Num sentido mais amplo, as paisagens podem ser consideradas como resultado da competição entre os processos que provocam o levantamento da crosta terrestre e aqueles que causam seu rebaixamento. A crosta terrestre é soerguida e se formam cadeias de montanhas, devido à atuação do geossistema das placas tectônicas. As rochas soerguidas são expostas aos processos intempéricos e erosivos, conduzidos pelo geossistema do clima. reticências

PRESS, F. et al. Para entender a Terra. Tradução: Rualdo Menegat. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2013. página 629.

Impactos das intervenções humanas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Além de modificar a paisagem, as intervenções humanas podem gerar impactos ambientais e sociais.

O desmatamento, por exemplo, faz com que os animais que vivem na região impactada tenham de buscar alimento em outras áreas, nem sempre o encontrando. Assim, há o risco de espécies animais e vegetais desaparecerem antes mesmo de serem conhecidas ou estudadas.

Com a retirada da vegetação, o solo também fica mais exposto à ação das águas e do vento. As enxurradasglossário , por exemplo, além de retirar nutrientes do solo, carregam detritos (fragmentos de rochas, solo) que preenchem o leito dos rios (assoreamento), causando o transbordamento de suas águas – as inundações.

Fotografia. Vista aérea de uma área desmatada. A área está dividida: há vegetação verde restante concentrada na parte inferior da fotografia, enquanto as partes desmatadas, evidenciadas pelo tom marrom claro e árido, ocupam de forma ampla a parte superior da imagem.
Vista de área desmatada em Nova ubiratã, Mato Grosso (2021).

Para realizar atividades agrícolas, os seres humanos exploram o solo de extensas áreas do planeta; a vegetação original é derrubada para uma lavoura ser plantada em seu lugar. Outro problema é a degradação dos solos, que podem perder a fertilidade ou ser contaminados pelo uso excessivo de produtos químicos (fertilizantes e agrotóxicosglossário ). Esses produtos também podem se infiltrar no solo, contaminar a água subterrânea e chegar aos rios, afetando a água usada para abastecer populações humanas ou os locais de reprodução de peixes.

Outras atividades de exploração do solo que causam grandes impactos ambientais e sociais são a criação extensiva de gado e a extração de recursos minerais.

O represamento de rios para gerar energia elétrica ou irrigar plantações e a mudança dos cursos de água para favorecer a ocupação humana também são exemplos de intervenção antrópicaglossário nas paisagens. Além disso, resíduos lançados por indústrias e empresas mineradoras, assim como esgoto e lixo domésticos, podem poluir as águas da superfície e do subsolo terrestre.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante que os estudantes considerem as interações entre os diferentes seres vivos e os ambientes nos quais eles se desenvolvem. É possível introduzir a ideia de que as atividades humanas, no campo e na cidade, podem afetar essas interações de diversas maneiras.

Apesar do desenvolvimento de algumas tecnologias que visam permitir o trabalho humano com um menor impacto ambiental, as atividades humanas têm gerado consequências negativas ao meio ambiente: a retirada da vegetação original, a exploração intensiva do solo e dos recursos naturais e o uso das águas são exemplos de ações humanas que modificam a paisagem gerando impactos ambientais.

É pertinente correlacionar, neste momento, as atividades de desmatamento e retirada da vegetação original às demandas da produção agrícola e pecuária.

Também é válido mencionar que o desenvolvimento das indústrias e das grandes cidades e os hábitos de vida e consumo das pessoas nos centros urbanos relacionam-se a um uso maior de recursos naturais, como os hidrocarbonetos e a água, e à concentração de dejetos provenientes de diferentes atividades.

Pensar alternativas sustentáveis e conciliadoras entre exploração dos recursos naturais e desenvolvimento é um desafio da atualidade. Se julgar conveniente, apresente aos estudantes técnicas que buscam suprir as necessidades humanas causando menores impactos ambientais, como os sistemas agroecológicos de plantio, a bioconstrução, a reutilização de materiais, a reciclagem e a coleta seletiva. Esta página aborda o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero um e ê éfe zero seis gê ê um um.

A preservação de paisagens naturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Paisagens predominantemente naturais ou que sofreram poucas intervenções humanas precisam ser preservadas. Isso é importante porque:

  • apresentam espécies vegetais e animais em risco de extinção;
  • são fontes de pesquisas científicas;
  • reúnem espécies vegetais que podem ser empregadas pela medicina para a cura de doenças;
  • abrigam comunidades tradicionais, cujos modos de vida são intimamente ligados à natureza e contribuem para sua conservação.

Essas paisagens podem estar em áreas particulares, cujos uso e proteção são responsabilidade do proprietário, ou em terras do Estado, que deve assegurar a conservação e a preservação desses locais, restringindo sua utilização.

Para que as paisagens sejam preservadas, cabe ao Estado garantir leis de proteção ambiental, bem como estabelecer mecanismos de fiscalização e de contrôle das áreas naturais protegidas.

As áreas naturais protegidas são superfícies de terra ou mar dedicadas à proteção e à manutenção da diversidade da flora e da fauna, assim como da população e da cultura locais. São as chamadas Unidades de Conservação. Elas podem ser divididas em dois grupos:

  • unidades de uso sustentável, cujo objetivo principal é combinar a conservação da natureza e o uso sustentávelglossário de parte de seus recursos;
  • unidades de proteção integral, cujo objetivo principal é preservar a natureza, sendo proibida a exploração de seus recursos.
Fotografia. Um mico-leão-da-cara-preta está se apoiando entre troncos de uma árvore. Ele foi fotografado bem de perto, e olha diretamente para a câmera. Ele tem uma pelagem composta por uma faixa escura ao redor da face, e uma pelagem marrom-castanho no restante do corpo.
Mico-leão-da-cara-preta, espécie em risco de extinção. Fotografia realizada no Parque Nacional de superágui, Paraná (2019).
Fotografia. Vista aérea de uma vegetação densa, fechada e verde. Ao fundo, o relevo apresenta declives e morros. Na parte superior, o céu está com algumas nuvens.
Vista de área de floresta no Parque Nacional da Serra do Divisor, em Mâncio Lima, Acre (2021). Administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, é uma Unidade de Conservação de proteção integral.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O modelo urbano, industrial e agropecuário atual impôs um ritmo acelerado às transformações na paisagem, impactando fortemente o meio ambiente. O desenvolvimento desse modelo raramente observou as características e fragilidades dos ambientes nos quais era aplicado.

A necessidade da preservação ambiental é um importante tema a ser debatido em sala de aula. Neste momento, é possível despertar o interesse dos estudantes para a temática e abordar a interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente.

As fórmas de vida que se desenvolvem em determinado lugar apresentam uma gama de complexas relações com outros seres vivos e com o meio ambiente. Esse é um importante motivo para preservar áreas ambientais mais abrangentes, de modo a garantir que a teia mínima de interações entre seres vivos e o meio ambiente esteja protegida.

Um instrumento central para a garantia da preservação e da conservação ambiental é a ação do Estado na criação de áreas de proteção parcial ou total. Também é necessário que sejam fomentadas práticas da educação cidadã visando à conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental, disseminando a possibilidade de relações menos predatórias entre o desenvolvimento humano e o meio ambiente. Esta página aborda o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero um e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

Unidades de Conservação

A fauna e a flora, os rios, os mares, as montanhas. Cada um dos elementos da natureza tem um papel a desempenhar. E para que isso ocorra é preciso haver equilíbrio. reticências

Com o passar do tempo, muitas áreas naturais foram sendo destruídas para dar lugar à ocupação humana. Animais e plantas foram eliminados, alguns desapareceram e outros, até os dias atuais, ainda correm risco de extinção.

Nosso país é considerado megabiodiverso. Aqui se encontra uma grande variedade de espécies da fauna e da flora, compondo importantes ecossistemas reticências.

O governo brasileiro protege as áreas naturais por meio de Unidades de Conservação (ú cê) – estratégia extremamente eficaz para a manutenção dos recursos naturais em longo prazo.

Para atingir esse objetivo de fórma efetiva e eficiente, foi instituído o Sistema Nacional de Conservação da Natureza (isnuqui), com a promulgação da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. A Lei do isnuqui representou grandes avanços à criação e gestão das ú cê nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), pois ela possibilita uma visão de conjunto das áreas naturais a serem preservadas. Além disso, estabeleceu mecanismos que regulamentam a participação da sociedade na gestão das ú cê, potencializando a relação entre o Estado, os cidadãos e o meio ambiente.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Unidades de Conservação 2012. Disponível em: https://oeds.link/dKEuaC. Acesso em: 17 abril. 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Poluição dos rios e mares por mercúrio

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A contaminação das águas dos rios por metais pesados provenientes da mineração pode afetar as águas dos oceanos e, consequentemente, atingir outras áreas do planeta.

Qual o quadro do garimpo ilegal no rio Madeira e na Amazônia

O garimpo traz prejuízos ambientais, sociais e de saúde pública para a Amazônia. Do ponto de vista ambiental, por exemplo, a atividade causa desmatamento, tira alimentos de peixes nos rios, provoca assoreamento (acúmulo de terra ou lixo no fundo de um rio) e contamina a água com metais pesados, como o mercúrio.

VICK, Mariana. Qual o quadro do garimpo ilegal no rio Madeira e na Amazônia. néquisso, 27 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/dmF2dG. Acesso em: 9 abril 2022.

Fotografia. Vista aérea de um rio. As águas apresentam uma tonalidade marrom escuro e estão turvas. No centro do rio, diversas jangadas se agrupam bem próximas umas das outras, formando fileiras. No canto direito e ao fundo, há uma vegetação verde, sem construções ou habitações.
Jangadas de drenagem realizam garimpo ilegal para exploração de ouro no rio Madeira, Autazes, Amazonas (2021).

Contaminação por mercúrio dobra nos mares em cem anos, diz estudo

Em cem anos, ao longo do século 20, a poluição na superfície dos mares pelo metal mais do que dobrou, apontam as pesquisas reticências.

A poluição por mercúrio é resultado de ações como mineração, queima de carvão e outros processos industriais reticências.

reticências As pesquisas sugerem que o mercúrio lançado no ar acaba se depositando na água dos oceanos e em regiões costeiras, contaminando animais marinhos.

CONTAMINAÇÃO por mercúrio dobra nos mares em cem anos. G1, 5 dezembro 2012. Seção Natureza. Disponível em: https://oeds.link/a4SbD7. Acesso em: 9 abril 2022.

  1. Qual atividade ilegal tem sido praticada nos rios da Amazônia? Essa atividade pode produzir impactos em áreas mais distantes?
  2. Faça uma pesquisa em livros, revistas, jornais e na internet e responda:

Como o mercúrio pode intoxicar os animais? Que problemas a ingestão de mercúrio pode causar aos seres humanos?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Garimpo é o nome dado à extração mineral manual ou mecânica de pedras e metais preciosos.

O mercúrio é um metal que tem a característica de formar amálgamas, isto é, ligas com outros metais. É amplamente utilizado no garimpo para facilitar a separação entre ouro e outras partículas.

Apesar de seu uso comum, o mercúrio é um metal tóxico que, quando associado a compostos orgânicos, adquire a característica de se acumular nos indivíduos das cadeias alimentares: se um peixe contaminado com mercúrio serve de alimento a outro peixe, os níveis de mercúrio do primeiro peixe se somam aos níveis de mercúrio do segundo, gerando uma contaminação cumulativa.

Mencione aos estudantes que não só a mineração, mas também a queima de carvão e outros produtos industriais são responsáveis pela poluição por mercúrio.

Ao encaminhar a atividade 2, oriente os estudantes a selecionar fontes confiáveis e a coletar as informações pertinentes para o desenvolvimento da atividade, que propicia trabalhar a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Esta seção trabalha o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Respostas

  1. Atividades de garimpo utilizando mercúrio. A atividade pode gerar impactos em áreas mais distantes à medida que o metal é carregado pelas águas e se dissipa pelas cadeias alimentares.
  2. O mercúrio pode intoxicar os animais quando se associa a compostos orgânicos e passa a se acumular nos diferentes níveis da cadeia alimentar. A intoxicação por mercúrio pode causar sérios danos ao sistema neurológico.

Texto complementar

Mercúrio metálico

O mercúrio metálico (agá gê), ou também chamado de elementar reticências, é classificado como uma substância perigosa, portanto, seu uso deve estar cercado de cuidados extremos em ações relacionadas ao armazenamento, à sua utilização e à sua disposição final devido à toxicidade, à capacidade de bioacumulação em sua fórma metilada e também à sua característica poluente persistente.

É encontrado na natureza em vários tipos de minerais e nas erupções vulcânicas e depositado nos oceanos. As emissões e liberações antropogênicas estão relacionadas com os vários processos produtivos que utilizam mercúrio em qualquer de suas fórmas. reticências

reticências

Em nosso país, por determinação da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto nº 97.634, de 10 de abril de 1989, cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o contrôle do comércio, da produção e da importação de mercúrio metálico.

reticências

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ibama. Mercúrio metálico. Diretoria de Qualidade Ambiental do Ibama. 2016. Disponível em: https://oeds.link/TlOkCK. Acesso em: 17 abril 2022.

O espaço geográfico

A palavra espaço tem vários significados, entre eles o de espaço sideral, que se refere ao conjunto de estrelas, planetas, satélites, cometas etcétera

O espaço geográfico é o conjunto integrado de paisagens resultantes de fenômenos naturais e da ação humana ao longo do tempo.

Cada espaço pode ter diferentes fórmas ou funções, conforme a atividade principal que nele se desenvolve: lazer, comércio, habitação etcétera

Os espaços também podem mudar de fórmas e funções. Por exemplo, um bairro que tem função predominantemente industrial pode, anos depois, ser majoritariamente residencial.

A Geografia estuda os espaços ocupados e transformados pelos seres humanos, ou seja, o espaço geográfico que é construído e reconstruído constantemente pelo trabalho humano e pela natureza.

Fotografia 1. A imagem apresenta a vista a partir de um ângulo superior de uma multidão de pessoas usando agasalhos e máscaras em uma área comercial. Mercadorias são expostas em balcões, e ao fundo há barracas com diversos produtos à mostra.
Fotografia 2. A imagem é ampla e apresenta grande extensão de vários campos de plantio, delimitados por marcações no terreno. Ao fundo há algumas construções baixas e relevo formado por morros.
O ser humano, ao se apropriar do espaço geográfico, atribui a ele diferentes fórmas e funções. Na fotografia 1, rua comercial em Hong Kong, China (2021). Na fotografia 2, área rural em Ímola, Itália (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A Geografia estuda o espaço geográfico. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, o espaço é uma preocupação antiga dos filósofos e matemáticos, “reticências porém, a preocupação da Geografia é com o espaço terrestre e a fórma como a sociedade se apropria dele. Assim, é na construção do território como parte integrante da sociedade humana e em suas interações dinâmicas que se fundamenta o conceito de espaço geográfico como uma categoria no interior das ciências humanas ou sociais”. (BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia. Brasília, Distrito Federal: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1998. página 38.)

Para a Geografia, o espaço geográfico é um conceito central que tangencia ou abarca os demais conceitos estudados até o momento, como a paisagem. O espaço geográfico contém o ambiente, as pessoas, as relações existentes entre ambos e em cada um desses grupos. Por isso, o espaço geográfico é considerado dinâmico, permanentemente construído e reconstruído.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

O lugar

Pode-se dizer que lugar é uma porção ou parte do espaço onde estabelecemos vínculos no dia a dia, em uma interação em que nós influenciamos e transformamos a paisagem.

Nossa casa, nossa escola, a casa de um amigo, o bairro são exemplos de lugares com os quais criamos uma identidade, ou seja, que têm importância e significado para nós.

Ao mudarmos de casa, de escola ou de bairro, nos adaptamos a outros espaços e estabelecemos vínculos com a nova localização e com as pessoas que dela fazem parte.

Observe as imagens. Os locais apresentados podem ser identificados como lugares, pois seus habitantes estão em interação com o espaço. Para eles, há uma relação de identidade entre sua vivência e o espaço que habitam ou frequentam.

Fotografia. Pessoas reunidas em uma praça. Elas estão sentadas ao entorno de duas mesas, e duas pessoas estão em pé observando o restante do grupo. Ao fundo há árvores e uma grande construção branca.
Grupo de pessoas reunidas em praça de Barbacena, Minas Gerais (2021).
Fotografia. Duas crianças indígenas brincam de peteca em um pátio, enquanto outra aparece mais ao fundo. O chão é de terra batida. Em segundo plano, há construções entre árvores com paredes de pau a pique.
Crianças indígenas da etnia Pataxó brincam de peteca. Reserva da Jaqueira, Terra Indígena Pataxó, Porto Seguro, Bahia (2018).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conceito de lugar está associado ao espaço de convívio, fração do espaço geográfico em que as relações pessoais e os vínculos afetivos ocorrem e são projetados.

Por apresentar uma definição associada à vida cotidiana, o lugar é um grande aliado das práticas pedagógicas que buscam efetivar conexões entre a prática escolar e a experiência de vida dos estudantes.

Oriente os estudantes na observação das fotografias – elas mostram exemplos de relações entre as pessoas e os lugares.

Atividade complementar

A vida no meu lugar

Promova uma roda de conversa como uma oportunidade para aprofundar os conhecimentos sobre o conceito de lugar.

Convide os estudantes a compartilhar informações sobre o lugar de vivência de cada um deles, solicitando que apontem características da paisagem, da vida escolar, de trabalho, das atividades que realizam nos espaços de convívio etcétera.

Além de ajudar a consolidar o conceito de lugar como porção do espaço geográfico no qual se desenvolve a vida cotidiana, essa atividade trabalha noções de pertencimento e identidade.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero um.

Texto complementar

Definir o lugar?

O lugar é a base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar. A cidade, por exemplo, produz-se e revela-se no plano da vida e do indivíduo. Este plano é aquele do local. As relações que os indivíduos mantêm com os espaços habitados se exprimem todos os dias nos modos do uso, nas condições mais banais, no secundário, no acidental. É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo.

Como o homem percebe o mundo? É através de seu corpo, de seus sentidos, que ele constrói e se apropria do espaço e do mundo. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida – apropriada através do corpo – dos sentidos – dos passos de seus moradores, é o bairro é a praça, é a rua, reticências.

O lugar é o mundo do vivido, é onde se formulam os problemas da produção no sentido amplo, isto é, o modo em que é produzida a existência social dos seres humanos.

As novas fórmas urbanas e os modos de apropriação do lugar aparecem no miúdo, no banal, no familiar, refletindo e explicando as transformações ou a sociedade urbana que se constitui nesse final de século. O lugar aparece como um desafio à análise do mundo moderno, exigindo um esforço analítico muito grande que tente abordá-lo em sua multiplicidade de fórmas e conteúdos, em sua dinâmica histórica.

CARLOS, Ana Fani A. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. página 16-20.

Lugar, identidade e cultura

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O lugar engloba o espaço construído pelos indivíduos e grupos humanos e faz parte do seu cotidiano. Por exemplo, o lugar em que vive uma comunidade ribeirinha na Floresta Amazônica abrange o centro onde se encontram as moradias e seu entorno, que são as áreas onde o grupo realiza suas atividades cotidianas (de lazer, subsistência etcétera).

É possível dizer que os lugares fazem parte das referências culturais dos grupos que se apropriam deles e que contribuem para a construção da identidade desses grupos. Ao mesmo tempo, os lugares refletem a identidade desses grupos.

As referências culturais refletem o modo como determinado grupo se organiza e modifica o lugar em que vive; consequentemente, é possível analisar a relação de cada sociedade com a natureza (como as características e a organização das moradias, o respeito pelo meio ambiente e a dependência em atividades como a pesca).

Fotografia. Vista aérea da margem de um rio. Na parte inferior está o rio de água escura e marrom, com algumas embarcações pequenas ancoradas. Logo acima, em um terreno um pouco mais elevado, estão seis construções baixas de madeira e formato retangular. Algumas delas estão erguidas do chão por meio de estacas e pilares. Ao fundo, vegetação verde e densa composta por árvores altas.
Vista aérea da Comunidade de Santa Maria, na margem do rio aripuánã. Novo aripuánã, Amazonas (2020).

Além disso, as paisagens refletem a cultura compartilhada pelos indivíduos, ou parte deles, que vivem em determinado lugar. As fórmas de construir, os monumentos e as obras de arte, por exemplo, costumam revelar a identidade cultural das sociedades que habitam cada lugar.

Fotografia. Vista de um caminho largo e coberto por neve ao centro, onde uma pessoa agasalhada caminha. As casas à beira desse caminho são coloridas, revestidas de madeira, e possuem o telhado íngreme. Acima, o céu está azul e sem nuvens.
Pessoa caminha em região polar na Groenlândia (2020). Note que os telhados das construções são inclinados, para evitar o acúmulo de neve.
Fotografia. Ao fundo, grande construção nas cores branco e vermelho, com telhado íngreme. Em primeiro plano, há duas fileiras de postes com lustres esféricos e um corredor por onde pessoas transitam.
Templo religioso construído no século doze, atualmente em meio a arranha-céus, na cidade de Tóquio, Japão (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Considerando aspectos da cultura e do lugar onde vivem, os grupos humanos se desenvolvem em forte relação com essa porção do espaço. É de acordo com as características do lugar que se dão as relações de trabalho e de convívio.

Ao desenvolver atividades cotidianas, os indivíduos desenvolvem também os sentidos de pertencimento e de identidade, diretamente relacionados às memórias pessoais.

Identidade e pertencimento devem ser trabalhados a partir da perspectiva dos estudantes. Convide-os a conversar sobre seu lugar de vivência, incentivando-os a compartilhar memórias que relacionem a história pessoal deles a esse lugar.

A própria escola pode ser utilizada para trabalhar identidade e pertencimento. É possível conversar com os estudantes a respeito da rotina escolar e de como eles se sentem integrados a esse espaço, demonstrando que são agentes de transformação desse lugar. O conteúdo desta página aborda o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

A arte e o trabalho nas margens do rio São Francisco

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nas cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), separadas pelo rio São Francisco, peças artesanais conhecidas como carrancas expressam a história e a identidade de parte da população.

As carrancas são esculturas talhadas em madeira e têm como principal característica a fisionomia que mistura traços humanos e animais. As primeiras carrancas, surgidas no final do século dezenove, adornavam a proa (parte dianteira) das embarcações que percorriam o rio São Francisco.

Há pelo menos duas versões para explicar a origem dessas cabeças esculpidas. A primeira sugere que eram utilizadas como elementos decorativos para chamar a atenção da população para os barcos que se aproximavam levando mercadorias. A segunda versão afirma que sua função era proteger as embarcações dos perigos e dos maus espíritos dos rios, que supostamente tombavam canoas e navios.

Hoje, as carrancas permanecem na cultura popular em fórma de objetos artísticos de decoração. O artesanato é uma das fontes de renda da população da região e um modo de preservar sua identidade.

Fotografia 1. Fotografia em preto e branco de uma embarcação de madeira no rio. Em sua proa, ou seja, na parte frontal, está uma carranca esculpida em madeira. Sua face é branca, possui dentes pontiagudos, nariz pequeno e olhos grandes e pretos.
Fotografia 2. Um homem de cabelos grisalhos, usando óculos, camisa azul e shorts, esculpe um tronco de madeira com um martelo e um cinzel, instrumento de metal utilizado especificamente para entalhar.
As primeiras carrancas adornavam a proa das embarcações e eram diferentes das atuais. Na fotografia 1, carranca de proa em um barco no rio São Francisco, Bahia (1946). Na fotografia 2, artesão esculpe carranca de madeira em Petrolina, Pernambuco (2019).
  1. Que elementos naturais e culturais contribuíram para a origem das carrancas?
  2. Atualmente, qual é a importância das carrancas para as comunidades que as produzem?
  3. Tente se lembrar de algum tipo de artesanato que você já tenha visto. Indique o lugar de origem dessa peça artesanal e reflita sobre possíveis aspectos culturais envolvidos no seu processo de produção.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é associar práticas culturais tradicionais das pessoas ao seu lugar de ocorrência.

Ao trabalhar este tópico com os estudantes, ressalte a pluralidade e a diversidade dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas, evitando incorrer em preconceitos.

O conteúdo desta seção aborda o tema contemporâneo Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero um, ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê um um.

Respostas

  1. A origem das carrancas está ligada ao rio São Francisco (elemento natural) e às crenças populares de que tais esculturas protegiam as embarcações dos maus espíritos e do risco de naufrágio ou chamavam a atenção da população para os barcos que traziam mercadorias (elemento cultural).
  2. A produção das carrancas constitui fonte de renda para os artesãos, além de ser um elemento de preservação da cultura das comunidades que vivem à margem do rio São Francisco.
  3. Resposta pessoal. O objetivo é relacionar o objeto ao lugar de origem e a aspectos de sua população, como os bonecos de barro de Caruaru (Pernambuco), as galinhas-d’angola do Vale do Paraíba (São Paulo), os bordados de Ibitinga (São Paulo) e peças de cerâmica do Nordeste.

Texto complementar

Carrancas do São Francisco

Segundo os historiadores, as barcas que circulavam pelo rio São Francisco foram as únicas embarcações primitivas de povos ocidentais que usaram figuras de proa ou carrancas.

Essas esculturas surgiram na cultura nordestina, mais propriamente no meio da civilização ribeirinha do Médio São Francisco por volta de 1875/1880 e durou até o ano de 1940 reticências.

reticências Cabe aos artesãos nordestinos da região do Médio São Francisco o mérito pela criação de uma imaginária popular, de aspecto mítico e decorativo, baseada na cultura regional, porém com fortes influências da arte peninsular da Idade Média.

Com o declínio do ciclo das barcas no Brasil, em 1940, essas esculturas artesanais deixaram de ser figuras de proa e passaram a ser objetos de arte popular presentes nos museus, exposições, feiras artesanais e coleções.

MACHADO, Regina Coeli Vieira. Carrancas do São Francisco. Pesquisa Escolar. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 2003. Disponível em: https://oeds.link/8nJJiN. Acesso em: 11 maio 2022.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Para a Geografia, o que é paisagem?
  2. Imagine uma paisagem com elementos transformados por atividades humanas: um bairro, uma plantação, uma casa no campo etcétera
    • Faça um desenho da paisagem que você imaginou.
    • Em seguida, imagine como era a paisagem antes de ser transformada por atividades humanas.
    • Faça um novo desenho da paisagem, agora representando os elementos naturais existentes antes das transformações decorrentes das atividades humanas.
    • Por fim, compare os seus desenhos com os dos colegas e converse com eles sobre as semelhanças e as diferenças que vocês encontraram entre os desenhos.
Versão adaptada acessível

2. Imagine uma paisagem com elementos transformados por atividades humanas: um bairro, uma plantação, uma casa no campo etc.

  • Faça uma representação da paisagem que você imaginou.
  • Em seguida, imagine como era a paisagem antes de ser transformada por atividades humanas.
  • Faça uma nova representação da paisagem, agora representando os elementos naturais existentes antes das transformações decorrentes das atividades humanas.
  • Por fim, compare as suas representações com os dos colegas e converse com eles sobre as semelhanças e as diferenças que vocês encontraram entre as representações.
Orientação para acessibilidade

Reforce que a percepção da paisagem não ocorre apenas por meio da visão. A audição, o olfato e o tato também são sentidos que permitem a percepção da paisagem, considerando-se os movimentos, os odores e os sons presentes em um determinado local. Com base nisso é possível que os alunos imaginem e descrevam uma paisagem, identificando seus elementos naturais e humanos. Essa descrição pode ser feita oralmente ou por escrito.

Outra opção, é solicitar aos alunos a criação da representação com base nos seguintes materiais: caneta ou lápis, prancheta de madeira, um pedaço de tela do tipo mosquiteira ou de outro material com textura semelhante, fita adesiva e papel sulfite. Prenda o pedaço de tela na prancheta, de modo que fique bem esticado, e fixe-o com a fita. Sobreponha o papel à tela e deixe-o fixo ao prendedor da prancheta. Com o lápis ou a caneta, incentive os estudantes na produção, orientando-os quanto à pressão aplicada sobre a folha para que ela não rasgue. Caso julgue necessário ou seja solicitado pelos alunos, disponibilize materiais com diferentes formatos (retangular, circular, quadrangular etc.) para que eles tracem os contornos para representar os diferentes elementos da paisagem. Por fim, eles devem virar a folha e notar a formação das linhas em alto-relevo.

3. Observe as imagens a seguir. Depois, responda às questões no caderno.

Fotografia 1. Fotografia antiga em tons de sépia de uma igreja católica. A construção possui dois andares, janelas com vitrais e seu formato é retangular, além de possuir  uma torre mais alta em destaque, com uma cruz no topo. Ao redor, ruas e casas, sem a presença de construções altas ou prédios.
Igreja Nossa Senhora da Penha de França, São Paulo, São Paulo (1925).
Fotografia 2. Imagem de uma igreja. As paredes são verdes com listras amarelas, e há uma estrutura retangular com a torre e janelas com vitrais. Faróis de trânsito, postes de luz, casas e prédios estão presentes ao seu redor.
Igreja Nossa Senhora da Penha de França, São Paulo, São Paulo (2020).
  1. Há predominância de elementos naturais ou culturais nas imagens?
  2. Que elementos podem ser observados em cada uma das paisagens retratadas?
  3. Identifique as transformações ocorridas na paisagem e os principais elementos que permaneceram.
  4. Pelas características observadas nas paisagens das fotografias, pode-se dizer que houve uma mudança na vida das pessoas que vivem no bairro?
Versão adaptada acessível

3. A partir da descrição das imagens a seguir, responda às questões no caderno.

Fotografia 1. Fotografia antiga em tons de sépia de uma igreja católica centralizada na paisagem. A construção possui dois andares, janelas com vitrais e seu formato é retangular, além de possuir uma torre mais alta em destaque, com uma cruz no topo. Ao redor, ruas não pavimentadas, casas térreas e com dois andares e algumas árvores ao fundo, na parte direita da imagem. Não há presença de construções altas ou prédios.
Igreja Nossa Senhora da Penha de França, São Paulo, São Paulo (1925).
Fotografia 2. Imagem de uma igreja. As paredes são verdes com listras amarelas, e há uma estrutura retangular com uma torre e janelas com vitrais. Faróis de trânsito, vias asfaltadas, postes de luz com fiação elétrica, casas e prédios estão presentes ao redor da igreja.
Igreja Nossa Senhora da Penha de França, São Paulo, São Paulo (2020).

a. Há predominância de elementos naturais ou culturais nas imagens?

b. De acordo com a análise das fotografias, quais elementos estão representados em cada uma das paisagens?

c. Identifique as transformações ocorridas na paisagem e os principais elementos que permaneceram.

d. Com base nas características audiodescritas das imagens, pode-se dizer que houve uma mudança na vida das pessoas que vivem no bairro?

Orientação para acessibilidade

Incentive os alunos a ouvir com atenção as descrições das duas imagens, se necessário fazendo anotações sobre as características das paisagens representadas. Desse modo, a análise das transformações ocorridas ao longo do tempo será facilitada. Se julgar conveniente, peça à turma que responda oralmente as questões, expondo quais mudanças e permanências são percebidas entre as paisagens retratadas. A audiodescrição é um recurso de tecnologia assistiva utilizada para garantir maior acessibilidade à informação visual para pessoas com deficiência visual, justamente por ser uma ferramenta que consiste na tradução de uma imagem em palavras. Isso permite ao estudante receber a informação representada nas fotografias e, assim, compreender o que não pode ser compreendido sem o uso da visão.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Identidade sociocultural.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero um (atividades 1, 2, 3, 4 e 5)
  • ê éfe zero seis gê ê zero dois (atividade 4)
  • ê éfe zero seis gê ê zero seis (atividades 2, 4 e 5)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 2, 6 e 7)

Respostas

  1. Paisagem é tudo o que podemos perceber por meio dos sentidos, como a visão, o olfato e a audição. Ela é composta de elementos naturais e culturais.
  2. Espera-se que os estudantes demonstrem, por meio das representações, ter compreendido as diferenças entre elementos culturais e elementos naturais da paisagem e a relação entre o trabalho humano e as transformações da paisagem. O primeiro desenho deve mostrar na paisagem ao menos um elemento cultural. O segundo deve mostrar apenas elementos naturais da paisagem do mesmo lugar, isto é, como os estudantes imaginam que a paisagem era antes das ações de transformação do trabalho humano.
    1. É possível observar a predominância de elementos culturais.
    2. Na fotografia 1, há construções baixas, a rua não está asfaltada, há arborização em meio às construções e a igreja se destaca na paisagem. Na 2, é possível observar a igreja, a presença de prédios e construções mais altas, o asfaltamento da rua e semáforos para a circulação dos veículos.
    3. A derrubada de algumas construções para dar lugar a edifícios, a instalação de semáforos e o asfaltamento da rua podem ser apontados como mudanças. A igreja é um elemento que permanece entre os dois momentos fotografados.
    4. As mudanças nas paisagens podem revelar que as construções e as funções do bairro se alteraram, gerando também mudanças na vida das pessoas.
  1. Converse com seus familiares e com pessoas de sua comunidade sobre as transformações ocorridas na paisagem do lugar onde você mora ou estuda. De acordo com as pessoas com quem você conversou, responda às questões.
    1. O que mudou nessa paisagem ao longo dos anos?
    2. Quais elementos da paisagem existiam antes e agora não existem mais? Quais elementos passaram a existir?
    3. Algum lugar teve sua função alterada? Por exemplo, uma construção residencial no passado se transformou em um comércio hoje?
    4. As transformações alteraram a rotina das pessoas?
    5. Se possível, pesquise uma fotografia da sua comunidade no passado e uma na atualidade. Compare as duas e, depois, escreva no caderno as transformações observadas na paisagem. Se não for possível encontrar uma imagem antiga, faça um desenho com base nas respostas que você obteve para representar a paisagem do passado da sua comunidade. Depois, faça um desenho da paisagem atual e compare-as.
Versão adaptada acessível
  1. Converse com seus familiares e com pessoas de sua comunidade sobre as transformações ocorridas na paisagem do lugar onde você mora ou estuda. De acordo com as pessoas com quem você conversou, responda às questões.
    1. O que mudou nessa paisagem ao longo dos anos?
    2. Quais elementos da paisagem existiam antes e agora não existem mais? Quais elementos passaram a existir?
    3. Algum lugar teve sua função alterada? Por exemplo, uma construção residencial no passado se transformou em um comércio hoje?
    4. As transformações alteraram a rotina das pessoas?
    5. Se possível, pesquise uma fotografia da sua comunidade no passado e uma na atualidade. Compare as duas e, depois, escreva no caderno as transformações observadas na paisagem. Se não for possível encontrar uma imagem antiga, faça uma representação com base nas respostas que você obteve sobre a paisagem do passado da sua comunidade. Depois, faça uma representação da paisagem atual e compare-as. Para fazer representações táteis, podem ser utilizados materiais com diferentes formas, tamanhos e texturas.
Orientação para acessibilidade

Se julgar conveniente, peça aos alunos que descrevam as paisagens por meio de um relato oral, a partir das entrevistas e das respostas a que chegaram. Outra opção é solicitar a criação da representação com base nos seguintes materiais: caneta ou lápis, prancheta de madeira, um pedaço de tela do tipo mosquiteira ou de outro material com textura semelhante, fita adesiva e papel sulfite. Prenda o pedaço de tela na prancheta, de modo que fique bem esticado, e fixe-o com a fita. Sobreponha o papel à tela e deixe-o fixo ao prendedor da prancheta. Com o lápis ou a caneta, incentive os estudantes na produção, orientando-os quanto à pressão aplicada sobre a folha para que ela não rasgue. Caso julgue necessário ou seja solicitado pelos alunos, disponibilize materiais com diferentes formatos (retangular, circular, quadrangular etc.) para que eles tracem os contornos para representar os diferentes aspectos da paisagem. Por fim, eles devem virar a folha e notar a formação das linhas em alto-relevo.

  1. Os espaços têm diferentes fórmas ou funções de acordo com as atividades que neles se desenvolvem. Por exemplo, a casa pode ser espaço de moradia, ter a fórma de um sobrado e a função de oferecer abrigo e conforto. Com base nessa ideia, responda:
    1. Quais são as funções das fábricas, dos hospitais e das praças? Em geral, qual é afórma de cada um desses espaços?
    2. Cite outro espaço que você frequenta. Na sua opinião, para que ele foi criado?
  2. Cite três motivos que justifiquem a preservação de áreas naturais.
  3. Observe a fotografia e responda às questões.
Fotografia. Vista aérea de construções indígenas, cobertas com folhas e palha. A coloração do telhado é marrom claro, e as construções estão localizadas no centro da paisagem. Ao entorno, densa vegetação verde, com grande variedade de tipos de árvores.
Vista aérea da Aldeia apiútcha, Marechal Thaumaturgo, Acre (2021).
  1. Que elementos naturais e culturais é possível identificar na paisagem retratada?
  2. De que fórma podemos observar a interação do ser humano com a natureza?
Orientações e sugestões didáticas
  1. Respostas pessoais. Os entrevistados podem relatar transformações resultantes da ação da natureza e dos seres humanos na paisagem, apontando as influências dessas transformações na vida das pessoas. Esta atividade trabalha observação, tomada de nota e construção de relatórios como prática de pesquisa.
    1. As fábricas têm a função de produzir mercadorias e produtos e costumam ocupar extensos galpões e grandes edificações. Os hospitais são espaços para prestação de serviços de saúde, estão localizados em edifícios e têm quartos para acomodar os pacientes. Já as praças são espaços públicos geralmente ocupados por atividades de lazer e de convívio entre as pessoas, ficam em espaços abertos, costumam ser arborizadas e podem ter equipamentos de lazer, como quadras esportivas.
    2. Resposta pessoal. São muitos os espaços que frequentamos em nosso dia a dia. Por exemplo, escolas (para prestação de serviços de educação), lojas e supermercados (para comércio de mercadorias), ruas, estradas e avenidas (utilizadas para o transporte de pessoas e mercadorias).
  2. A preservação de áreas naturais é importante para a conservação da biodiversidade; para garantir a manutenção das populações que tradicionalmente ocupam locais que sofreram poucas intervenções humanas (e, consequentemente, para a manutenção de suas referências culturais); para o desenvolvimento da atividade turística; para a preservação de espécies que podem ser aproveitadas pela medicina para a cura de doenças; e para o desenvolvimento de pesquisas científicas.
    1. É possível observar a densa vegetação que fórma a floresta como elemento natural. Como elementos culturais, foram retratadas as construções e a plantação de mandioca.
    2. A fotografia retrata a interação dos indígenas Ashaninka com a Floresta Amazônica por meio da criação de áreas de cultivo de mandioca de fórma integrada com a floresta, mantendo preservada grande parte da vegetação original.

CAPÍTULO 2  O trabalho e a transformação do espaço geográfico

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

É por meio do trabalho que as pessoas modificam a natureza e constroem o espaço geográfico.

Podemos afirmar que, com o trabalho humano, o espaço geográfico está em contínua transformação. Isso fica claro quando observamos a paisagem do lugar onde moramos e percebemos as transformações ao longo do tempo: casas ou edifícios sendo construídos ou reformados, novos estabelecimentos comerciais, derrubada da vegetação e criação de novos cultivos, por exemplo.

Fotografia 1. Fotografia de uma obra escavada diretamente em uma rocha muito grande. Essa rocha compõe uma parede de um penhasco e possui coloração avermelhada. O monumento é a fachada de um palácio, composta pelo térreo e mais um andar acima. No térreo está a porta de entrada principal, onde colunas altas e ornamentadas sustentam a marquise do andar. Já neste andar, estão três torres decoradas com esculturas. Na frente do palácio, turistas tiram fotos e transitam pelo local. O tamanho das pessoas retratadas na fotografia é muito pequeno em relação ao tamanho do monumento, evidenciando a sua grandiosidade.
Fotografia 2. Em primeiro plano está um campo de plantio repartido com marcações no terreno e com a coloração amarronzada. Há alguns agricultores à cavalo trabalhando no local. Em segundo plano está uma concentração de construções baixas e quadriculares ao pé de um área mais elevada.
Nas fotografias desta página, o resultado do trabalho humano pode ser observado nas paisagens: tanto as lavouras quanto os monumentos esculpidos na rocha compõem paisagens. Na fotografia 1, construção esculpida em rocha, em Petra, Jordânia (2021). Na fotografia 2, agricultores arando a terra no vale de Todra, no Marrocos (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

O Capítulo objetiva aprofundar a compreensão das relações entre o trabalho humano e as transformações da paisagem e do espaço geográfico ao longo do tempo. Enfatize que, de acordo com o espaço ocupado, cada grupo social desenvolve atividades de trabalho específicas que transplantam elementos também específicos para o espaço geográfico. Pode ser interessante abordar o trabalho de maneira diversa, sempre elucidando as feições que embute ao espaço geográfico: em uma comunidade pesqueira será possível encontrar com facilidade barcos, redes e outros elementos da paisagem que remetam à pesca; e, em uma área industrial, certamente serão visíveis elementos relacionados a produção, estoque e transporte de mercadorias, por exemplo.

O trabalho é uma atividade humana histórica e, à medida que as sociedades se tornam complexas, o trabalho também se torna complexo, sendo catalisado pelo desenvolvimento tecnológico.

Destacam-se no Capítulo a divisão social do trabalho, que reúne os trabalhadores em diferentes funções, e a divisão territorial do trabalho, que caracteriza algumas regiões ou países do mundo pela principal atividade econômica que desenvolvem. Esta página explora elementos do tema contemporâneo Trabalho.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero dois: Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

ê éfe zero seis gê ê zero seis: Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

ê éfe zero seis gê ê zero sete: Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Os seres humanos e as alterações na paisagem ao longo do tempo

Os cientistas estimam que os primeiros humanos modernos surgiram durante o Período Paleolítico ou Idade da Pedra, há cêrca de 200 mil anos. Se pensarmos na escala de tempo geológico, perceberemos que a história da humanidade é recente. No entanto, desde os primórdios, os seres humanos participam do processo de modificação das paisagens ao estabelecer relações com a natureza.

Mapa. Recorte da região do Oriente Médio, Europa e norte da África. O mapa destaca a Mesopotâmia por meio de um retângulo vermelho, e evidencia a passagem nessa região dos rios Eufrates e Tigre.

Vamos conhecer algumas informações sobre a transformação da paisagem da Mesopotâmia, uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, onde atualmente estão situados Iraque, cuáit e partes da Síria, da Turquia e do Irã.


pré-história

Paleolítico (até c. 10000 a.c.)

Durante o Paleolítico, os seres humanos eram predominantemente nômades e migravam periodicamente de um lugar para outro em busca de água e alimentos. Eles utilizavam elementos naturais para a confeccção de ferramentas e instrumentos de pedra, osso e madeira, viviam da coleta de plantas silvestres, da pesca e da caça de animais. Desse período remontam muitas pinturas e gravuras feitas em rochas para registrar cenas da vida cotidiana e diferentes representações, chamadas de arte rupestre.

Ilustração. Representação de um grupo humano pré-histórico. Estão abrigados à margem de um rio e cada um exerce uma atividade diferente. Um deles desenha na parede da entrada de uma caverna. Outro empunha uma lança para pescar no rio e uma dupla retorna por um caminho carregando um animal abatido.
Os grupos humanos do Paleolítico dependiam dos elementos da natureza para sobreviver e provocavam poucas modificações nas paisagens.

NEOLÍTICO (de c. 10000 a.C. a c. 4000 a.C.)

As primeiras grandes modificações nas paisagens ocorreram durante o Período Neolítico (Idade da Pedra Polida). Os grupos humanos começaram a domesticar algumas espécies de plantas e a estabelecer os primeiros cultivos agrícolas. Já fixados em aldeias, passaram a utilizar outros recursos da natureza e, com os materiais extraídos, faziam objetos de cerâmica, tecidos e cestos. O sedentarismo também possibilitou a domesticação de animais e a abertura de áreas destinadas à pastagem.

Ilustração. Grupo de humanos usam roupas de tecido verde em uma pequena aldeia. Em primeiro plano, alguns cultivam a terra usando ferramentas, como foice e enxada. Ao fundo, um deles confecciona vasos de cerâmica. Porcos e cavalos estão em frente a uma construção feita de madeira.
No Neolítico, o sedentarismo e a domesticação de animais e plantas provocaram as primeiras grandes modificações nas paisagens.

antiguidade

AntigUIDADE (de c. 4000 a.C. a 476)

Acredita-se que um dos assentamentos humanos mais antigos se localizava na Mesopotâmia, onde a presença dos rios Tigre e Eufrates foi fundamental para o estabelecimento dos grupos humanos. A paisagem da Mesopotâmia passou por grandes modificações com o crescimento de pequenas vilas e cidades, e o desenvolvimento da agricultura, da navegação, da metalurgia, do comércio e de outras atividades econômicas. Por exemplo, a cidade da Babilônia se tornou um grande império por volta de 1900 a.C.

Ilustração. Vista de uma cidade na antiguidade. As construções apresentam formas regulares, muito similares entre si e geométricas, com muros e paredes beges e marrons.
A Antiguidade é caracterizada pelo crescimento de pequenas vilas e cidades e pelas diversas atividades econômicas, que provocaram transformações mais perceptíveis nas paisagens.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As noções de temporalidade cronológica ainda podem ser incipientes para estudantes desta faixa etária, principalmente quando exercitamos a leitura de acontecimentos distantes do presente.

Ressalte que o tempo histórico é complexo, pois o que está acontecendo num local pode ser totalmente diferente em outro. Este infográfico trabalha especificamente a região da Mesopotâmia.

Leia o infográfico com os estudantes. Você pode optar por fazer a leitura desde o acontecimento mais antigo até o mais recente ou desde o mais recente até o mais antigo.

Faça intervalos durante a leitura para orientar sobre possíveis termos desconhecidos. Aproveite para ressaltar as características da relação da humanidade com o espaço geográfico, explicitando as transformações impostas à paisagem pelo trabalho humano.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê zero sete.

Texto complementar

O tempo e os estudos históricos

Para os historiadores, tempo é tanto o elemento de articulação da/na narrativa historiográfica como é vivência civilizacional e pessoal. Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, fórma de apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a compreensão da relação homem-natureza e homem-sociedade na perspectiva ocidental.

Tempo é palavra de muitos significados, e em alguns deles empregado como sinônimo de passado, ciclos, duração, eras, fases, momentos ou mesmo história reticências.

Da noção de tempo civilizacional derivaram filosofias, teorias, historiografias, com seus calendários, cronologias, periodizações por momentos, seleções de fatos marcantes – elementos mutáveis a cada leitura, a cada narrativa historiográfica reticências.

GLEZER, Raquel. Tempo e História. Ciência e Cultura, São Paulo, volume54, número 2, outubro a dezembro 2002. Disponível em: https://oeds.link/d1ugxx. Acesso em: 8 abril 2022. (Título adaptado.)

Idade Média

Idade Média (de 476 a 1453)

Após um longo período de efervescência econômica, política e cultural, a região da Mesopotâmia foi invadida por diversos povos, como os persas e os árabes, que promoveram novas transformações na paisagem. As grandes cidades da Antiguidade foram destruídas e, com o passar do tempo, os vestígios foram abandonados e acabaram cobertos pela areia do deserto.

Ilustração. Ruínas de uma cidade da antiguidade, onde blocos que compunham paredes e muralhas estão erodidos e despedaçados. A paisagem é árida e desértica, sem a presença de vegetação ou de grupos humanos.
Nesse período, houve a ascensão e o declínio de diversos povos. Algumas cidades da região da Mesopotâmia foram abandonadas e expostas às intempéries.

Idade Moderna

Idade Moderna (de 1453 a 1789)

Durante a Idade Moderna, a região se tornou parte do Império Turco-Otomano e um local de disputa comercial entre as principais potências mundiais daquele período. A paisagem continuou se modificando. Novas cidades se desenvolveram à medida que o comércio se intensificava.

Ilustração. Área comercial de uma cidade. Homens com vestes longas e brancas, usando tecidos de diferentes cores e formatos em suas cabeças, trafegam pela rua. Outros comercializam produtos, como tapetes e alimentos, e conversam entre si. Ao fundo, construções com paredes claras compõem a paisagem.
O desenvolvimento das cidades e do comércio também modificou as paisagens na Idade Moderna.

Idade Contemporânea

Idade Contemporânea (de 1789 aos dias atuais)

Com o desenvolvimento da industrialização iniciada na Europa, a região passou a receber investimentos em infraestrutura para escoar a produção, como ferrovias e portos. A descoberta de jazidas de petróleo levou à construção de estruturas para sua exploração, e a região se tornou uma das principais produtoras dessa matéria-prima no mundo.

Ilustração. Vista de uma cidade com grande concentração de construções retangulares em tons marrons. Em primeiro plano, um palácio com torres e teto circular. A ilustração mostra uma paisagem ensolarada, com céu azul na parte superior.
Ilustração. Vista de uma área altamente urbanizada em escombros. A paisagem é cinza, o céu está nublado, e a concentração de prédios e casas apresentam paredes caídas, derrubadas.
A industrialização e o crescimento da urbanização na Idade Contemporânea transformam intensamente a natureza e estabelecem paisagens bastante modificadas.

Ler o infográfico

  1. Quais foram as mudanças na paisagem ocorridas a partir do processo de sedentarização dos seres humanos, durante o Período Neolítico?
  2. De que maneira a industrialização intensificou as modificações na paisagem?
Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê zero sete.

Respostas

Ler o infográfico:
  1. No Período Neolítico, aconteceram as primeiras grandes modificações da paisagem impostas pelo trabalho humano. É nesse período que os grupos humanos passam a cultivar algumas espécies de plantas, o que permite a sedentarização e a fixação desses grupos em aldeias. Além de estabelecer áreas de cultivo e passar a construir moradias, esses grupos humanos passam a utilizar elementos da natureza para construir objetos de cerâmica, tecidos e cestos. Além disso, o sedentarismo possibilitou a domesticação de animais e a abertura de áreas destinadas à pastagem.
  2. Por necessitar de abundância de mão de obra, a industrialização induziu o crescimento das áreas urbanas; por precisar de matérias-primas em maior quantidade, gerou um crescimento das áreas de extração, cultivo e criação; por fomentar a circulação de matérias-primas e mercadorias, a industrialização influenciou também na abertura de vias de circulação.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

Os primeiros povos que habitaram o litoral de Santa Catarina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Leia o texto a seguir, a respeito dos sambaquis e dos povos que os habitavam – os sambaquieiros.

O município de Laguna, no estado de Santa Catarina, foi habitado por diversos povos. Alguns compartilharam o mesmo ambiente, outros não. Os primeiros povos que ocuparam o território litorâneo do município foram os sambaquieiros, que ali permaneceram pelo menos .4000 anos.

Os sambaquis são [foram] construídos pelos sambaquieiros, também conhecidos como pescadores-coletores, que viveram há muito tempo, principalmente no litoral sul brasileiro. Nesta região, há sambaquis que foram construídos há mais de .6500 anos. É muito tempo, não é mesmo? São os sítios arqueológicosglossário mais antigos do litoral sul de Santa Catarina.

Sua principal característica são as muitas conchas que os compõem, por isso sua denominação originada do tupi-guarani: Tamba = conchas e Ki = amontoado.

Normalmente, estes sítios possuem fórma arredondada e são de vários tamanhos – alguns chegam a ter mais de 30 metros de altura, como o sambaqui da Carniça, no bairro de Campos Verdes, Laguna. Os sambaquis, geralmente, eram construídos ao redor da lagoa, pois os povos que os habitaram eram pescadores-coletores e viviam dos recursos alimentares oferecidos por este ambiente.

Os povos sambaquieiros viviam em sociedade e produziam seus artefatos a partir de ossos de animais, como anzóis, espátulas, agulhas etcétera Um artefato que se destaca nesta cultura é o zoólitoglossário , valorizado por sua beleza e raridade.

Uma das funções do sambaqui era servir para o desenvolvimento de cerimônias, pois lá sepultavam seus mortos. Também serviam para marcar território.

CLAUDINO, Daniela da Costa; FARIAS, Deisi S. Eloy de. Arqueologia e preservação: sambaqui do Morro do Peralta. Florianópolis: Samec, 2009. página 11.

Fotografia. Em primeiro plano está um pequeno morro de coloração esbranquiçada, com vegetação rala e rasteira em seu topo. Ao fundo, vegetação rasteira e algumas árvores e construções.
Sambaqui localizado no sítio arqueológico Elefante Branco, em Jaguaruna, Santa Catarina (2021).
  1. De acordo com o texto, há quantos anos os povos sambaquieiros habitaram a região Sul do Brasil?
  2. O que são os sambaquis? Quais características dos sambaquis descritas no texto podemos observar na fotografia de Jaguaruna?
  3. Quais eram as funções dos sambaquis?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A seção relaciona o trabalho e a transformação do espaço de maneira integrada, contemplando História e Geografia. Nesse momento, é possível enfatizar que a paisagem permite a observação do acúmulo de elementos de diferentes tempos. No caso, os sambaquis de Santa Catarina, resquícios do trabalho dos povos sambaquieiros, permaneceram na paisagem do município de Laguna e se tornaram testemunhos históricos dessa sociedade. O conteúdo desta seção aborda o tema contemporâneo Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê um um.

Respostas

  1. Os povos sambaquieiros habitaram a Região Sul do Brasil há aproximadamente 6 500 anos.
  2. Os sambaquis são sítios arqueológicos construídos pelos sambaquieiros, grupos humanos que viveram há muito tempo, principalmente, no litoral sul brasileiro. A principal característica dos sambaquis são as muitas conchas que os compõem. Normalmente, apresentam fórma arredondada e são de vários tamanhos.
  3. Os sambaquis eram utilizados para a realização de cerimônias rituais e para marcar território.

O trabalho, as atividades econômicas e as paisagens

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os seres humanos trabalham para garantir a satisfação de suas necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário e transporte), produzindo grande quantidade e variedade de produtos, assim como para procurar ampliar seu acesso a bens materiais e culturais.

Você já parou para pensar na quantidade de pessoas que trabalharam na construção da sua escola? Ou em quantas pessoas trabalharam no plantio, na colheita, no transporte e na comercialização das frutas que você consome?

Os produtos que consumimos e os lugares que frequentamos no nosso dia a dia são o resultado do trabalho de muitas pessoas em diferentes atividades.

Fotografia. Grupo de homens operários utilizam equipamentos de proteção, como luvas, máscaras e capacetes. Alguns misturam e assentam a argamassa cinza com enxadas para compor o chão, enquanto outros estão em pé observando. Ao fundo, há materiais de ferro, madeira, estacas, e a área está cercada por tapumes e por uma tela laranja.
Operários trabalham em construção de edifício, São Paulo, São Paulo (2021).
Fotografia. Três homens estão curvados e trabalhando em uma pequena plantação verde, em fileiras. Em segundo plano, pequenas casas se localizam entre numerosas árvores. Ao fundo, morro com vegetação densa e verde.
Agricultores trabalham na colheita de alho-poró em Mogi das Cruzes, São Paulo (2021).

O trabalho se caracteriza, entre outros elementos, pela diversidade de atividades e de profissionais: em uma mesma sociedade, encontramos dentistas, secretários, padeiros, agricultores, motoristas, pedreiros, advogados, professores etcétera Chamamos essa divisão dos trabalhadores em diferentes funções de divisão social do trabalho.

Há também uma divisão territorial do trabalho. Podemos afirmar, por exemplo, que em algumas regiões do Brasil predomina a agricultura e, em outras, a indústria. Ou seja, ocorre uma organização espacial das atividades econômicas.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O trabalho é visto, entre outras definições, como prática social. Com o desenvolvimento das tecnologias, as práticas do trabalho também ganharam maior complexidade. O trabalho continua sendo a atividade humana que permite a sobrevivência social por meio da alteração de características do espaço geográfico, porém, com o desenvolvimento das atividades econômicas, se somam necessidades novas àquelas da sobrevivência, como de auferir renda.

Compreende-se a divisão social do trabalho como a maneira como ele se distribui na estrutura de uma sociedade. Basicamente, a divisão social do trabalho compreende que cada indivíduo ou grupo de indivíduos deve desempenhar uma função no processo produtivo. Geralmente, essa função é associada ao nível de especialização da mão de obra e às necessidades do mercado.

A mundialização da produção, por sua vez, dá luz a outro fenômeno ligado à prática do trabalho: a divisão territorial do trabalho. Basicamente, o nível de acesso às tecnologias e aos capitais de produção tende a gerar uma especialização territorial do trabalho, na qual determinadas porções do espaço geográfico são caracterizadas por tipos específicos de produção. Essa especialização acontece em diferentes escalas e gera, por exemplo, cidades e regiões predominantemente associadas a um único tipo de produção. Em escala mundial, à maior parte dos países considerados emergentes, como o Brasil, couberam as atividades do setor primário. Esta página explora elementos do tema contemporâneo Trabalho.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê zero sete.

As atividades econômicas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

As principais atividades econômicas da sociedade são o extrativismo, a agropecuária, a indústria, o comércio e a prestação de serviços. Muitas paisagens se diferenciam de acordo com a presença ou a fórma de realização dessas atividades.

Há paisagens onde as atividades extrativistas são predominantes e outras em que áreas rurais podem ser marcadas pela presença de máquinas e pessoas trabalhando na lavoura ou no trato de animais. Há paisagens de áreas urbanas que se caracterizam pela concentração de atividades comerciais e de pessoas circulando nas ruas e outras em que predominam as indústrias.

Fotografia. Vista aérea de uma indústria composta por galpões brancos e laranjas, além de chaminés e tubulações. Ao centro há um maquinário com as principais chaminés. Ao fundo, uma paisagem árida em campo, de tonalidade marrom.
Algumas paisagens têm predominância de atividades agrícolas, mas a atividade industrial também está presente no campo. Usina produtora de açúcar e álcool em Planalto, São Paulo (2021).

Além de o espaço geográfico ser constantemente transformado pelo trabalho humano, as paisagens podem se diferenciar conforme o poder aquisitivoglossário das pessoas, quando os rendimentos são muito discrepantes.

Fotografia 1. Fotografia de uma viela, sem calçada para pedestres e com alguns buracos. Um homem de camisa listrada anda de bicicleta, enquanto uma mulher mais ao fundo trafega pelo lugar. As casas são pequenas, com fachadas deterioradas, além de estarem muito próximas uma das outras. Diversos fios de energia elétrica aparecem e se ligam entre os postes.
Fotografia 2. Vista aérea de um bairro composto por casas amplas, térreas ou com dois andares, e ruas asfaltadas, largas e arborizadas.
As desigualdades sociais de uma sociedade podem ser percebidas na paisagem. Na fotografia 1, moradias precárias na Comunidade Gardênia Azul, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2020). Na fotografia 2, condomínio residencial de alto padrão no município de Foz do Iguaçu, Paraná (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Entendem-se por atividades econômicas os processos do trabalho que visam originar produtos, oferecer serviços e auferir renda.

É conveniente ressaltar que, ainda que existam exceções, as atividades econômicas também ocorrem de acordo com uma lógica territorial; por exemplo, atividades da agropecuária e do extrativismo tendem a encontrar maior expressão nas áreas rurais, assim como atividades da indústria, do comércio e da prestação de serviços tendem a encontrar maior expressão nas áreas urbanas.

Se julgar pertinente, retome a abordagem dos elementos naturais ou culturais da paisagem. Originando-se do trabalho da sociedade sobre o espaço geográfico, os elementos naturais e culturais da paisagem revelam aspectos sobre o tipo de sociedade, de trabalho e de relação sociedade-natureza atrelada a esta. Assim sendo, a cada tipo de atividade econômica se associam alguns elementos naturais e culturais específicos da paisagem: às atividades da agropecuária se associam áreas de cultivo, de pastagem e de criação de gado, e às atividades industriais se associam galpões de beneficiamento e estruturas para o escoamento da produção, por exemplo. Esta página explora elementos do tema contemporâneo Trabalho.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê zero sete.

Atividade complementar

As atividades econômicas e as paisagens

É importante ressaltar que cada tipo de atividade econômica imprime elementos específicos ao espaço geográfico. Nesse momento, trabalhar com fotografias e ilustrações pode ser uma boa maneira de reforçar os conteúdos já abordados e fomentar a participação dos estudantes na aula.

Solicite aos estudantes que procurem em revistas, jornais e na internet fotografias de paisagens nas quais se percebam as diferentes atividades econômicas estudadas: agropecuária, extrativismo, indústria, comércio e prestação de serviços.

Combine uma data para que eles levem os materiais encontrados e oriente a turma a observar os elementos presentes nas paisagens selecionadas. Incentive-os a conversar sobre as características desses elementos, verificando se é observável uma tendência de concentração de determinados elementos de acordo com a atividade econômica representada. As atividades rurais, por exemplo, tendem a apresentar áreas de cultivo, pastagem e tratamento dos animais; já as atividades de comércio tendem a se concentrar em áreas urbanas que apresentem melhor estrutura para a circulação de produtos e pessoas.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Em grupo, façam uma pesquisa seguindo o roteiro.
    1. Comecem elaborando uma lista com dez profissões comuns no lugar onde vocês vivem e busquem informações sobre elas.
    2. Agrupem-nas de acordo com as principais atividades econômicas de extrativismo, agropecuária, indústria, comércio e prestação de serviços.
    3. Respondam:
    • De que grupo de atividades econômicas faz parte a maioria das profissões que vocês listaram?
    • Como essa atividade ou essas atividades transforma(m) a paisagem do lugar onde vocês vivem?
    • Qual é a importância dos profissionais que realizam essa atividade ou essas atividades?
  2. No poema “Canto à minha cidade”, Adélia Prado descreve as transformações que ocorreram em Divinópolis, sua cidade natal. Leia o poema e observe a fotografia da cidade de Divinópolis (Minas Gerais) nos dias atuais. Depois, responda às questões.

. .Canto à minha cidade

Minha cidade hoje é grande,

mas começou pequenina.

Não tinha prédios, nem fábricas,

não possuía oficinas.

O seu nome é Divinópolis,

seu apelido é princesa,

seu povo é trabalhador,

o trabalho é a sua riqueza.

As nossas siderurgias

furam o céu de chaminés

e esta é a melhor paisagem

da terra de Candidé reticências.

PRADO, Adélia. Canto à minha cidade. In: MARQUES, Y. L. (organizador). Centenário de Divinópolis 1912-2012: 100 anos + 20. Belo Horizonte: Roma Editora, 2012. página5.

Fotografia. Vista de uma zona urbana com diversos prédios. Ao centro, duas avenidas largas se cruzam e cortam a paisagem. Acima, o céu está azul e sem nuvens.
Vista da cidade de Divinópolis, Minas Gerais (2020).
  1. Segundo o poema, quais foram as transformações ocorridas na cidade de Divinópolis?
  2. Qual é a atividade econômica citada no poema? Aponte o verso que justifica sua resposta.
  3. Em sua opinião, como a transformação da paisagem retratada no poema interferiu na relação das pessoas com a natureza em Divinópolis?

3. Observe a fotografia do Porto de Suape, inaugurado em 1983 no litoral do estado de Pernambuco.

Fotografia. Vista aérea de uma zona portuária onde, em primeiro plano, dois grandes navios estão ancorados próximos à construção em forma de barreira, chamada de quebra-mar. O quebra-mar é composto por paredes de rochas que impedem que a área do porto seja afetada por ondas. As águas do mar são verdes e transparentes. Ao fundo, no canto direito, há uma pequena mancha verde indicando a vegetação do local.
Vista aérea do Porto de Suape, Pernambuco (2019).
  1. Identifique os elementos naturais percebidos na paisagem.
  2. Quais são as principais transformações da paisagem provocadas pelo trabalho humano?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Identidade sociocultural.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero um (atividade 2)
  • ê éfe zero seis gê ê zero seis (atividades 1, 2 e 3)
  • ê éfe zero seis gê ê zero sete (atividade 2)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividade 3)

Respostas

    1. Os estudantes podem encontrar informações sobre as profissões em jornais, revistas, internet ou conversando com adultos.
    2. De acordo com as informações pesquisadas pelos estudantes, verifique os agrupamentos realizados de acordo com as atividades econômicas e solucione eventuais dúvidas.
    3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem a atividade predominante ou as atividades predominantes em que se situa ou situam as profissões listadas. Oriente-os a indicar as principais transformações na paisagem decorrentes dessas atividades.

Esta atividade trabalha observação e tomada de nota como práticas de pesquisa.

    1. A cidade de Divinópolis, antigamente caracterizada por ser pequena, transformou-se em uma cidade grande, com edifícios, fábricas e oficinas.
    2. O poema retrata a atividade industrial: “As nossas siderurgias / furam o céu de chaminés”.
    3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a intensificação da transformação da natureza pelos seres humanos com o desenvolvimento das atividades industriais e a crescente presença dessas atividades na vida das pessoas, seja por meio do trabalho, seja na paisagem urbana.
    1. Entre os elementos naturais percebidos, destacam-se os fragmentos de vegetação, o rio e o mar.
    2. Com a construção do Porto de Suape, a paisagem litorânea foi ocupada por infraestruturas portuárias, isto é, dique, edificações, armazéns, locais de carga e descarga, navios etcétera.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Usinas hidrelétricas e as transformações na paisagem

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A construção de uma hidrelétrica muitas vezes afeta não somente as condições naturais da região, como também o modo de vida dos povos que a habitam. A seguir, conheça o exemplo da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Construída no rio Xingu, no estado do Pará, a usina hidrelétrica de Belo Monte estava, em 2021, entre as maiores do mundo. Quando a vazão do rio está alta e a usina opera em sua capacidade máxima, ela pode gerar energia para 60 milhões de pessoas. Apesar de sua importância energética, sua construção foi bastante controversa. Observe as fotografias.

Fotografia. Vista aérea de região plana, com densa vegetação fechada e preservada, onde ao centro há um extenso rio.
Volta Grande do Xingu antes da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, Pará (2012).
Fotografia. Vista aérea de uma grande área desmatada e alagada, com solo exposto e áreas conectadas por caminhos de terra. Há alguns pontos com vegetação preservada, sobretudo ao fundo, à esquerda, onde a formação vegetal está mais adensada.
Volta Grande do Xingu durante a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, Pará (2014).
Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com as Competências Específicas de Geografia da Bê êne cê cê, esta seção tem por objetivos estimular os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. Nesta seção é trabalhado o tema contemporâneo Educação ambiental.

Habilidade

ê éfe zero seis gê ê zero dois: Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

Orientações

Esta seção tem como objetivo analisar transformações da paisagem relacionadas à construção de uma hidrelétrica.

Caso considere pertinente, realize a leitura coletiva do texto e busque sanar possíveis dúvidas.

O Brasil apresenta grande potencial hídrico, o que é uma vantagem quando se pensa na instalação de usinas hidrelétricas, consideradas fontes de energia limpa e renovável. Porém, o processo de construção de uma usina hidrelétrica gera importantes impactos sociais e ambientais, o que pode limitar sua capacidade de ser considerado sustentável.

A construção da usina hidrelétrica de Belo Monte teve início no ano de 2011 e, desde o princípio, foi acompanhada por polêmicas, contradições e descontentamento por parte de ambientalistas e movimentos sociais ligados a grupos prejudicados nesse processo, como a população que precisa deixar o lugar de moradia e migrar para outras áreas.

Texto complementar

Uma permanente mudança

Em cada momento histórico os modos de fazer são diferentes, o trabalho humano vai tornando-se cada vez mais complexo, exigindo mudanças correspondentes às inovações. Através das novas técnicas vemos a substituição de uma fórma de trabalho por outra, de uma configuração territorial por outra. Por isso, o entendimento do fato geográfico depende tanto do conhecimento dos sistemas técnicos. O homem vai construindo novas maneiras de fazer coisas, novos modos de produção que reúnem sistemas de objetos e sistemas sociais. Cada período se caracteriza por um dado conjunto de técnicas reticências.

A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resultado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas. Por isso, ela própria é parcialmente trabalho morto, já que é formada por elementos naturais e artificiais. A natureza natural não é trabalho. Já o seu oposto, a natureza artificial, resulta de trabalho vivo sobre trabalho morto. Quando a quantidade de técnica é grande sobre a natureza, o trabalho se dá sobre o trabalho. É o caso das cidades, sobretudo as grandes. reticências a paisagem é um conjunto de fórmas heterogêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço.

SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. São Paulo: Hucitec, 1988.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Agora, leia os trechos da reportagem.

A vistoria realizada na Volta Grande do Xingu pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Pará, dez anos depois do licenciamento ambiental que autorizou a construção da hidrelétrica de Belo Monte, “permite observar uma contínua precarização dos modos de vida na região”, diz Sadi Machado, procurador da República em Altamira. reticências

De acordo com o procurador, a análise conjunta de documentos, audiências públicas, ações judiciais e a própria vistoria da região do Xingu dez anos depois permitem afirmar que existem “impactos evidentes sobre o meio ambiente e as condições de vida, muitas situações de penúria e carência material”. reticências

Entre as consequências sociais identificadas pela vistoria, Machado também menciona o quadro de insegurança alimentar. “A primeira consequência social, que salta aos olhos, é a insegurança alimentar, seja pela redução do volume de peixes, seja pelas dificuldades de navegação e locomoção, que afetam o escoamento de produtos da região, como o cacau e a farinha. Também há impactos na geração de renda, decorrentes da alteração dos modos tradicionais de produção. Comunidades cujas práticas anteriores estavam associadas à pesca e à colheita tradicional, hoje apresentam hábitos alimentares fundamentalmente baseados em produtos industrializados. À insegurança alimentar se soma a dificuldade de acesso à água potável”.

reticências

í agá ú On-Line – O Relatório também aponta um esvaziamento populacional na Volta Grande do Xingu. Como compreende esse processo? É possível e desejável reverter esse quadro?

Sadi Machado – Pudemos observar que a precarização das condições de vida tem levado algumas comunidades da Volta Grande do Xingu a deixar para trás sua história, suas relações familiares e de vizinhança, e com isso suas tradições, seus vínculos de afeto e de referência, como um mecanismo de sobrevivência. Algumas comunidades vivem um estrangulamento econômico e, sobretudo, no caso dos indígenas, dependem hoje fundamentalmente de subsídios externos, tendo perdido grande parte de sua autonomia. Os planos de mitigação de impactos previam o fomento de atividades produtivas para as comunidades indígenas na região da Volta Grande, mas o que se observa é a precariedade de sua execução, objeto inclusive de ação judicial do ême pê éfe. Além disso, diversas comunidades sequer foram consideradas impactadas e não receberam qualquer tratamento.

MACHADO, S. [Entrevista cedida a] João Vitor Santos e Patrícia faquin. Belo Monte dez anos depois e a contínua precarização dos modos de vida. Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, 29 julho 2019. Seção Entrevistas. Disponível em: https://oeds.link/O0Un0v. Acesso em: 10 abril 2022.

  1. Observando as fotografias da Volta Grande do Xingu, responda: a construção da barragem causou que tipo de transformação na paisagem?
  2. Além da transformação da paisagem, que impactos sociais estão relacionados à construção da barragem? Utilize as informações fornecidas no texto e faça uma pesquisa para complementar sua resposta.
  3. Podemos dizer que algumas transformações na paisagem podem impactar a identidade de grupos que vivem em um lugar?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Para funcionar, uma hidrelétrica exige o alagamento de algumas áreas que antes tinham outras funções, sociais e ambientais. Além disso, a construção de uma usina hidrelétrica exige quantidades enormes de concreto e estruturas metálicas, também retiradas da natureza. Outros impactos são relativos ao afogamento da flora e de parte da fauna, ao deslocamento de fauna e à alteração do curso natural do rio.

As obras para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte afetaram não somente as condições naturais, como também o modo de vida dos povos da região.

Fique atento às eventuais dúvidas que surgirem a respeito das usinas hidrelétricas e evidencie os aspectos positivos da utilização desse tipo de fonte de energia, em detrimento do uso dos combustíveis fósseis.

Respostas

  1. Com a observação das fotografias é possível perceber que a construção da barragem retirou a cobertura vegetal, removeu porções de solo e inundou uma grande área.
  2. É possível destacar impactos sociais expressivos. As populações indígenas e ribeirinhas tiveram seus modos de vida precarizados, bem como suas relações com a natureza, e enfrentam a insegurança alimentar por causa das dificuldades para navegar e pescar e da perda de renda, além da dificuldade de acesso à água potável. A atividade possibilita desenvolver a revisão bibliográfica como prática de pesquisa.
  3. Sim. A transformação da paisagem pode mudar a fórma como seus habitantes interagem com o espaço onde vivem. Então, podemos afirmar que as transformações da paisagem podem impactar a identidade dos grupos que vivem em um lugar.

CAPÍTULO 3  Orientação e localização no espaço geográfico

Desde o início de sua história, os seres humanos criam mecanismos de orientação no espaço geográfico para se deslocarem de um local para outro.

Quando queremos nos orientar em relação às pessoas e aos objetos, é comum que no dia a dia usemos noções como “à frente”, “atrás”, “à direita”, “à esquerda”, “para cima”, “para baixo”, entre outras. Também utilizamos elementos das paisagens como pontos de referência: “atrás da igreja”, “na frente do supermercado”, “vire à direita depois da ponte”, “à esquerda depois da praça”.

Mas como nos orientar em áreas maiores, como em alto-mar, em um deserto ou em uma floresta densa, quando não existem pontos de referência? Há muito tempo, observando os astrosglossário , os seres humanos perceberam que é possível se orientar em áreas onde não existem pontos de referência conhecidos. Atualmente, além da observação dos astros pelos navegadores, as grandes embarcações contam com equipamentos tecnológicos de orientação, como gê pê ésse.

Fotografia. Dois navios compridos flutuam nas águas de um mar. Acima, o céu está cinza e nublado.
Para o deslocamento em áreas onde não há muitos pontos de referência, é necessária a utilização de instrumentos de orientação específicos. Na fotografia, navios cargueiros na Baía de Todos os Santos, Salvador, Bahia (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

A habilidade de orientação pelo Sol é trabalhada nos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas é importante ser relembrada, em função de seu grau de abstração.

Saber orientar-se no espaço geográfico é muito importante. Iniciamos o estudo deste Capítulo explicando as técnicas tradicionais de orientação pelo Sol e a determinação dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais (pontos de orientação), além de sua representação na rosa dos ventos.

Os conteúdos terão andamento por meio da apresentação de instrumentos antigos (bússola) e de técnicas modernas de orientação (Sistema de Posicionamento Global) e abordarão o sistema de localização embasados nos paralelos e meridianos para, finalmente, trabalhar as coordenadas geográficas.

Também serão abordadas algumas possibilidades de representação do espaço geográfico, convidando o estudante a conhecer mais profundamente os croquis, as plantas, os mapas e o conceito de escala cartográfica.

Serão feitas atividades de cálculos de escala partindo da representação para encontrar a distância real e da distância real para encontrar a medida da representação.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero oito: Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.

ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero oito e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

A orientação pelo Sol

Observando o Sol, o ser humano percebeu que esse astro aparece (ao amanhecer) e desaparece (ao anoitecer) aproximadamente nas mesmas direções todos os dias. Com base nessa observação, foi determinado um conjunto de pontos de orientação, chamados pontos cardeais: leste (éle), oeste (óh), norte (êne) e sul (ésse).

A direção do Sol ao nascer ficou determinada como leste ou oriente (que significa nascente). A direção oposta, em que o Sol desaparece, ficou determinada como oeste ou ocidente (que significa poente).

Foram também estabelecidos o norte, ou setentrional ou boreal, e o sul, ou meridional ou austral. Observe a seguir.

Ilustração. Uma mulher está em pé, com os braços abertos, e posicionada ao centro de uma cruz vermelha desenhada no chão com setas em suas extremidades. À sua frente, a seta aponta para a palavra Norte. Em suas costas, a seta aponta para a palavra Sul. À sua esquerda, a seta aponta para a palavra Oeste, e à direita, a seta aponta para a palavra Oeste. Também ao seu lado direito está a ilustração de uma esfera amarela e brilhante, com a palavra Sol. Uma linha forma uma abóbada sobre a personagem, ligando o sol, à leste, até a outra extremidade, à oeste, indicando o caminho diário percorrido no céu pelo Sol.
Estendendo o braço direito para a direção onde o Sol nasce, encontraremos o leste (éle). O braço esquerdo indicará o oeste (óh). À frente teremos o norte (êne) e atrás, o sul (ésse). Representação para fins didáticos, sem escala.

A construção de moradias

A construção de um imóvel requer muita atenção. Por exemplo: nas áreas do Brasil em que predominam temperaturas mais elevadas, é conveniente que os quartos e as salas sejam voltados para leste, onde o Sol aparece; assim, eles são menos aquecidos por receberem apenas a irradiação da manhã.

Na maior parte do território brasileiro, as janelas das casas voltadas para o sul não recebem luz direta; portanto, recebem menos calor. Já as janelas das casas voltadas para o norte recebem maior incidência de Sol durante o ano todo, especialmente no inverno.

A rosa dos ventos

Com base nos pontos cardeais, foram determinadas direções intermediárias, conhecidas como pontos colaterais: nordeste (êne ê), noroeste (êne ô), sudeste (ésse ê) e sudoeste (ésse ô).

Existem ainda os pontos subcolaterais, localizados entre os cardeais e os colaterais: norte-nordeste (êne êne ê), norte-noroeste (êne êne ó), sul-sudeste (ésse ésse ê), sul-sudoeste (ésse ésse ó), leste-nordeste (éle êne ê), leste-sudeste (éle ésse ê), oeste-noroeste (ó êne ó) e oeste-sudoeste (ó ésse ó).

Os pontos de orientação (cardeais, colaterais e subcolaterais) compõem uma figura denominada rosa dos ventos.

Ilustração. Representação de uma rosa dos ventos indicando as direções cardeais, colaterais e subcolaterais. Direções cardeais: norte, sul, leste, oeste. Direções colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste. Direções subcolaterais: norte-nordeste, norte-noroeste, sul-sudeste, sul-sudoeste, leste-nordeste, leste-sudeste, oeste-noroeste, oeste-sudoeste.
A rosa dos ventos funciona como um conjunto de referências a partir do ponto onde o observador se encontra.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comente que a observação do Sol e de outros astros foi um dos principais métodos utilizados pelos viajantes no passado para se localizarem e se orientarem na superfície terrestre.

Após apresentar aos estudantes a orientação pelo Sol, sugerimos que comente que o movimento executado pelo Sol na esfera celeste é um movimento aparente, isto é, temos a impressão de que o Sol se move na esfera celeste, mas, na verdade, o corpo que está em movimento é o corpo terrestre. Também é necessário esclarecer que o ponto da alvorada e do pôr do sol se alteram ao longo do ano.

Cabe lembrar aos estudantes que a aplicação prática dos pontos de orientação depende de um ponto de referência. A direção leste, onde nasce o Sol a cada dia, será sempre o leste para o observador, e não necessariamente o ponto cardeal leste.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero oito e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Instrumentos de orientação

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A orientação pela bússola

A bússola é um instrumento de orientação que se parece com um relógio. Inventada pelos chineses há muito tempo, ela possui uma agulha imantadaglossário , que gira sobre um eixo, e um mostrador, no qual está desenhada a rosa dos ventos.

A agulha imantada aponta sempre para o norte, atraída pelo polo magnético da Terra, que atua como um grande ímã. Esse polo magnético, porém, não corresponde exatamente ao polo norte geográfico, apresentando uma diferença de cêrca de .1400 quilômetros em relação a ele.

Para não se desviar da direção norte geográfica, aviões e embarcações que empregam a bússola como instrumento de orientação usam também mapas especiais, chamados cartas de navegação. Essas cartas corrigem a diferença entre os polos magnético e geográfico, permitindo que os deslocamentos a longas distâncias ocorram de maneira mais precisa, com erros mínimos.

Fotografia. Bússola de cor preta com duas pontas no centro. Ao fundo estão as direções cardeais, colaterais e subcolaterais, indicadas em inglês. Na diagonal superior direita: W para representar o Oeste. Na diagonal inferior esquerda: E para representar o Leste. Na diagonal superior esquerda: S para representar o Sul. Na diagonal inferior direita: N para representar o Norte. Ao redor há um círculo com números e linhas pequenas.
Bússola (ilustrativa, sem data). A maior parte das bússolas apresenta as direções cardeais e colaterais com base nos termos em inglês, como ê (East) para representar o leste e dáblio (West) para representar o oeste.

NORTE GEOGRÁFICO E POLO MAGNÉTICO

Mapa. Norte geográfico e polo magnético. Mapa com destaque para a América do Norte, América Central, Polo Norte, além de parte dos territórios da Rússia, Finlândia, Suécia, Noruega e Islândia. Uma pequena bússola está posicionada sobre o território de Cuba. Dessa bússola saem duas linhas. A primeira linha é preta, e ela liga a bússola ao polo norte geográfico, situado na extremidade do globo. Já a linha vermelha liga a bússola ao polo magnético do norte, localizado entre o polo norte e a área do Canadá. A bússola aponta a sigla N para o polo magnético do norte. Abaixo, escala de 0 para 1.480 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. Caracas: Cultural Venezolana, 1975.

A orientação pelo gê pê ésse

Hoje é cada vez mais comum a utilização de instrumentos, como radares, rádios e o sistema gê pê ésse, para uma orientação mais precisa no espaço geográfico.

A sigla gê pê ésse vem da expressão em inglês Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global). Esse sistema permite a localização de pontos sobre a superfície da Terra. Os receptores gê pê ésse recebem os sinais dos satélites artificiais na órbita da Terra e calculam a própria posição.

O uso do gê pê ésse tem sido cada vez mais comum em celulares e automóveis, para auxiliar pedestres e motoristas em seus deslocamentos, e é muito frequente nas navegações marítima e aérea.

Fotografia. Uma pessoa dirige um maquinário agrícola. Para se orientar, utiliza um aparelho GPS. Uma de duas mãos está sobre o volante, e a outra sobre a tela do aparelho.
Produtor rural utiliza gê pê ésseem Cruzília, Minas Gerais (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Fontes históricas, como os primeiros mapas e os primeiros instrumentos de orientação, apontam para uma antiga preocupação humana em se localizar e registrar espaços novos e conhecidos.

As primeiras bússolas foram encontradas com os chineses, desde o século umDepois de Cristo O uso do instrumento se espalhou rapidamente pelo norte da África árabe e pela Europa Ocidental durante os séculos onze e doze, que posteriormente a utilizaram largamente nas navegações.

malalieu, H. História ilustrada das antiguidades. São Paulo: Nobel, 1999. página 274.

As técnicas de orientação avançaram e atualmente é possível acessar equipamentos de orientação com alguma facilidade. Se possível, leve para a sala de aula uma bússola e ou ou um gê pê ésse para mostrar aos estudantes. O conteúdo desta página trabalha com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Atividade complementar

Construção de uma bússola

Os materiais necessários para a construção da bússola são: agulha imantada, rolha, ímã, prato fundo com água, fita adesiva.

Leve os materiais para a sala de aula e confeccione a bússola de fórma que todos os estudantes possam observar o processo. Esfregue várias vezes uma agulha de costura em um ímã, sempre no mesmo sentido. Com a fita adesiva, fixe a agulha sobre a rolha e coloque-a no prato com água. A agulha vai se movimentar e apontar para a direção norte-sul. Marque a direção norte no prato com a fita adesiva e, depois, determine os outros pontos cardeais.

Você pode utilizar uma bússola para orientar os mapas de seu livro didático. Para isso, coloque sua bússola no centro do livro. Em seguida, gire o livro didático até que o eixo norte-sul da rosa dos ventos fique alinhado com o da bússola.

Texto complementar

A rosa dos ventos

reticências A rosa dos ventos pode ser explorada de diversas fórmas. Uma delas é a verificação, no decorrer do ano, da posição do nascimento e pôr do Sol. Essa atividade trará elementos para desmistificar a concepção de que o Sol sempre nasce exatamente no leste e se põe exatamente no oeste. Os alunos poderão identificar esta variação no decorrer do ano, comparando os pontos do nascente e do poente com as datas do solstício e do equinócio, por exemplo. Algumas relações significativas podem ser obtidas a partir desta observação.

Outra possibilidade é a identificação da direção de certos locais de referência em sua própria cidade. Dispondo de um mapa da cidade que tenha uma rosa dos ventos, os alunos devem estendê-lo no chão e alinhar a rosa dos ventos desenhada na escola com a que está impressa no mapa. Assim, terão a real orientação geográfica da cidade a partir daquele local. Por meio do mapa orientado, o professor pode pedir que os alunos localizem a direção de determinados pontos estratégicos da cidade, como uma igreja, uma praça ou outro qualquer. Os alunos devem, então, visualizar aqueles pontos da cidade e comparar com as direções descobertas por eles no mapa.

LONGHINI, Marcos Daniel; SILVESTRE, Roberto Ferreira; VIEIRA, Flávio César Freitas. Uma estratégia para construção de rosa dos ventos envolvendo geometria, arte, astronomia e tecnologia. A Física na Escola, volume 11, número 1, 2010, página 20-23. Disponível em: https://oeds.link/V0z8VG. Acesso em: 8 abril 2022. (Título adaptado.)

Localização no espaço geográfico

Os pontos de orientação são muito importantes para indicar as direções e localizações a partir de um ponto de referência. Por exemplo, quando queremos indicar a alguém a localização da nossa casa, podemos usar um ponto de referência, como uma avenida. Porém, se queremos localizar na superfície do planeta uma cidade ou um navio em alto-mar, precisamos de orientações mais precisas.

Para localizar lugares ou objetos com exatidão na superfície terrestre, usa-se um conjunto de linhas imaginárias traçadas sobre os mapas e globos. Essas linhas são denominadas paralelos e meridianos.

Os paralelos são linhas imaginárias horizontais que circundam o planeta. O principal é a linha do Equador, que divide a Terra em duas partes iguais chamadas hemisférios: o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul.

Os paralelos são indicados por graus e determinados a partir da linha do Equador (0grau), podendo atingir o valor máximo de 90graus a norte ou a sul. Os principais paralelos recebem denominações específicas: Círculo Polar Ártico e Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte; Círculo Polar Antártico e Trópico de Capricórnio, no Hemisfério Sul.

Os meridianos são linhas imaginárias verticais traçadas do Polo Norte ao Polo Sul e também são medidos em graus. Têm o valor máximo de 180graus nos hemisférios Leste e Oeste.

Todos os meridianos são medidos a partir do meridiano de Greenwich, que corresponde a 0grau e divide a Terra em dois hemisférios: o Hemisfério Leste e o Hemisfério Oeste.

PRINCIPAIS PARALELOS

Mapa. Principais paralelos. O globo terrestre está dividido em Hemisfério Norte, pela cor laranja, e Hemisfério Sul, pela cor amarela. Na extremidade de cima está escrito Polo Norte, e na extremidade de baixo, Polo Sul. Os paralelos de cima para baixo são representados na ordem com seus respectivos graus: Círculo Polar Ártico com 66 graus e 33 minutos norte, Trópico de Câncer, com 23 graus e 27 minutos norte, Equador, com 0 graus, Trópico de Capricórnio, com 23 graus e 27 minutos sul, e Círculo Polar Antártico, com 66 graus e 33 minutos sul. Abaixo, escala de 0 a 2.070 quilômetros, e rosa dos ventos.

MERIDIANOS

Mapa. Meridianos. O globo está dividido em Hemisfério Oeste, com a área em verde, e em Hemisfério Leste, com a área em rosa. Ao centro está o Meridiano de Greenwich. A representação dos graus de cada meridiano é feita do grau 0 partindo do meridiano de Greenwich até o grau 90 à oeste e a leste. à Oeste: 90 graus oeste, 80 graus oeste, 60 graus oeste, 40 graus oeste, 20 graus oeste. À Leste: 90 graus leste, 80 graus leste, 60 graus leste, 40 graus leste, 20 graus leste. Abaixo, escala de 0 a 2.910 quilômetros, e rosa dos ventos.

Elaborados com base em dados obtidos em: NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY. Atlas National Geographic: a Terra, o Universo. Portugal, 2005.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O domínio da orientação, da localização e da leitura de mapas é um processo composto de diversas etapas que englobam desde a capacidade de abstração da realidade até a dominação da linguagem cartográfica.

A linguagem cartográfica é composta, entre outras coisas, de convenções que buscam padronizar estilos de representação e orientação para todos.

Indique aos estudantes que parte considerável da linguagem cartográfica provém de convenções. O meridiano de Greenwich, por exemplo, foi apontado por uma convenção como meridiano principal em 1884. Nenhuma característica natural faz desse meridiano especial, porém, até aquele ano, vários meridianos foram usados ao mesmo tempo como referenciais, dificultando a localização e a orientação.

Caso julgue conveniente, comente com os estudantes que a linha do Equador também é tida como uma convenção cartográfica, mas que, ao contrário do meridiano de Greenwich, ela foi determinada através de cálculos matemáticos que a apontam com a característica de dividir o planeta em dois hemisférios iguais.

Observação

O conteúdo desta página e da anterior possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero oito e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

A latitude e a longitude

Quando observamos os paralelos e os meridianos em um mapa ou globo, temos a impressão de que a Terra está envolta em uma rede. Essa rede permite localizar com precisão qualquer lugar ou objeto na superfície terrestre por meio da indicação da latitude e da longitude.

A latitude é a distância em graus de qualquer ponto na superfície terrestre em relação à linha do Equador. Todos os pontos que estão sobre o mesmo paralelo têm a mesma latitude. As latitudes variam entre 0grau, na linha do Equador, e 90graus, ao norte ou ao sul desse paralelo.

A longitude é a distância em graus de qualquer ponto na superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich. Todos os pontos situados sobre o mesmo meridiano têm a mesma longitude. As longitudes variam entre 0grau, no meridiano de Greenwich, e 180graus, para leste ou oeste dele.

As coordenadas geográficas

Quando estamos em uma cidade, podemos localizar alguns lugares tendo como referência, por exemplo, o cruzamento de duas ruas ou avenidas.

Podemos fazer o mesmo com os paralelos (latitudes) e os meridianos (longitudes). O cruzamento ou encontro dessas linhas determina uma coordenada geográfica que nos permite localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre.

PLANISFÉRIO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Mapa. Planisfério: coordenadas geográficas. O mapa contém os pontos A, B, C, D, E, F e G. O ponto A está a 60 graus de latitude norte e a 30 graus de longitude leste. O ponto B está a 20 graus de latitude norte e a 30 graus de longitude leste. O ponto C está a 40 graus de latitude norte e a 60 graus de longitude leste. O ponto D está a 60 graus de latitude sul e a 150 de longitude leste. O ponto E está a 40 graus de latitude norte e a 90 graus de longitude oeste. O ponto F está a 20 graus de latitude sul e a 120 de longitude oeste. O ponto G está a 40 graus de latitude sul e a 90 graus de longitude leste. Abaixo, escala de 0 a 2.900 quilômetros, e rosa dos ventos.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 34.

Ler o mapa

  1. O ponto A está a 60graus de latitude norte e a 30graus de longitude leste. Indique as coordenadas geográficas dos pontos B, C, D, E, F e G.
  2. Quais pontos têm latitudes repetidas? E longitudes?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os paralelos e os meridianos formam um sistema de linhas imaginárias que percorrem todo o globo terrestre: o sistema de coordenadas geográficas. Usando esse sistema é possível localizar qualquer ponto da superfície terrestre.

Evidencie para os estudantes que o sistema de coordenadas geográficas trabalha a partir da linha do Equador com o meridiano de Greenwich. Desde esse ponto, tido como 0grau de latitude e 0grau de longitude, derivam as demais coordenadas.

Trabalhe o sistema de coordenadas geográficas por meio de exercícios que localizem, de maneira aproximada, o Brasil, a unidade federativa na qual se encontra a escola e, se possível, o município no qual se encontra a escola.

Caso seja viável, providencie um aparelho gê pê ésse ou demonstre em um smartphone a localização precisa da escola.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero oito e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Resposta

Ler o mapa:

  1. Ponto B: 20graus êne; 30graus éle. Ponto C: 40graus êne; 60graus éle. Ponto D: 60graus ésse; 150graus éle. Ponto E: 40graus êne; 90graus óh. Ponto F: 20graus ésse; 120graus óh.
  2. Pontos repetidos na vertical: A e B; repetidos na horizontal: E e C.

Atividade complementar

Jogo “batalha naval”

Esse jogo emprega o mesmo princípio das coordenadas geográficas.

Cada participante joga com uma frota de 11 elementos – 4 corvetas (ocupam 2 quadrados cada), 4 submarinos (ocupam 3 quadrados cada), 2 fragatas (ocupam 4 quadrados cada) e 1 porta-aviões (ocupa 5 quadrados) – e mantém consigo um esquema de quadrículas, que pode ser um papel quadriculado, com cada fileira de quadrados identificada, verticalmente, com números de 1 a 26 e, horizontalmente, com as letras do alfabeto.

Passo 1. Solicite aos estudantes que desenhem suas frotas no esquema, sem deixar que o outro competidor o veja. Os 11 elementos devem ser posicionados nos quadradinhos, respeitando o espaço que cada um deve ocupar.

Passo 2. Cada jogador deverá tentar adivinhar a localização da frota do adversário. Para isso, “disparará tiros” por meio das “coordenadas”, visando “acertar” algum elemento da frota. Caso não haja nenhuma embarcação na coordenada indicada, a resposta será “Água!”. Caso haja, a resposta será “Acertou!”; nesse caso, cabe a quem acertou tentar descobrir onde está o restante do elemento.

Passo 3. O jogo prossegue com os competidores alternando as jogadas. Vence quem conseguir “afundar” primeiro toda a frota do adversário. É possível organizar os estudantes em duplas e realizar um campeonato de “batalha naval”.

Representações do espaço geográfico

Croqui. Desenho esquemático ou esboço, à mão livre, dos principais elementos de uma paisagem. Em geral, o esboço é chamado de croqui cartográfico quando representa o espaço visto de cima, em visão vertical.

CROQUI

Croqui cartográfico. O croqui representa uma vista de cima das ruas, que são representadas por linhas brancas, evidenciando os quarteirões de uma cidade. Ao centro, uma área verde e extensa que representa um parque. Há também perto do parque a representação de uma área residencial, um estádio de futebol, uma quadra esportiva e uma piscina.
Croqui de parte da cidade de Curitiba, Paraná (2017). Representação sem escala.

Planta. Representação plana e detalhada de um objeto, de um imóvel ou de parte da superfície terrestre – por exemplo, um bairro.

PLANTA DE IMÓVEL

Planta de um imóvel. Representação de um imóvel com visão de cima. A planta apresenta um espaço dividido em diferentes cômodos. Há dois quartos, um maior que o outro, dois banheiros, cozinha integrada à sala de estar e uma varanda.
Planta do interior de um imóvel em escala 1para140.

Carta. Representação do espaço geográfico visto de cima. Trata-se de uma representação plana de uma porção pouco extensa da superfície terrestre, com detalhamento mediano dos elementos presentes nessa área.

CARTA

Carta. Os elementos que compõem a carta são representados graficamente da seguinte forma: Rios, por meio de linhas azuis. Rio Tietê, Rio Verde e Córrego do Juá. Picos, sinalizado por um pequeno triângulo preto: Pico do Jaraguá, ao centro da carta. Parques, por meio de uma mancha verde: Parque Estadual do Jaraguá, ao centro da carta, Parque Estadual da Cantareira, na extremidade leste da carta, e Parque Anhanguera, na extremidade norte da carta. Estradas, por meio de linhas contínuas vermelhas: Rodovia Presidente Castelo Branco, Rodovia Anhanguera, Rodovia dos Bandeirantes. Rodoanel, sinalizado por meio de duas linhas paralelas vermelhas: Rodoanel Mario Covas. Túneis, evidenciados por colchetes nos trechos do Rodoanel Mário Covas, à oeste da carta. Ferrovia, representada por um traço preto, paralela à Rodovia dos Bandeirantes. O limite entre os municípios de Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo e Mairiporã está sinalizado por meio de uma linha preta tracejada. Abaixo, escala de 0 a 1.270 quilômetros, e rosa dos ventos.
Exemplo de carta da região do Parque Estadual do Jaraguá, em São Paulo, São Paulo (2017).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Antes de iniciar o conteúdo, retome o significado da palavra “representação”. Comente que a representação de um objeto não é o objeto real, mas sim a interpretação desse objeto, dadas as possibilidades de captura e reprodução de seus aspectos reais. Se julgar conveniente, proponha um exercício: solicite aos estudantes que desenhem, individualmente, a sala de aula; posteriormente, solicite a eles que compartilhem os desenhos produzidos; por fim, explique à turma que nenhum dos desenhos produzidos é a sala de aula, mas todos a representam.

Apresente o croqui, a planta e a carta como possibilidades da representação do espaço geográfico, chamando atenção para as diferenças técnicas e os limites de cada uma dessas representações. Caso tenha optado por trabalhar com o exercício de representação da sala de aula, solicite aos estudantes que retomem esses desenhos e os avaliem buscando compreender se algum deles contempla a definição de croqui cartográfico.

Observação

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Mapa. Representação do espaço geográfico visto de cima. Trata-se de uma representação plana e reduzida de toda a superfície terrestre (chamada de planisfério ou mapa-múndi) ou de uma superfície definida por uma unidade político-administrativa (país, estado etcétera) ou por uma divisão temática (bacias hidrográficas, áreas de proteção ambiental etcétera).

ACRE: POLÍTICO

Mapa. Acre: Político. O estado do Acre está divido em municípios. Cada região municipal apresenta uma cor diferente. As sedes dos municípios são representadas pelo elemento gráfico de um ponto preto. São elas: Acrelândia, Plácido de Castro, Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia, Assis Brasil, Senador Guiomard, Bujari, Porto Acre, Sena Madureira, Manuel Urbano, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima. Já o elemento gráfico de um ponto circulado representa a capital de estado: Rio Branco. A escala é de 0 a 85 quilômetros, com a rosa dos ventos.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Mapa político do estado do Acre. Mapas. Disponível em: https://oeds.link/M5tvYm. Acesso em: 10 abril 2022.

Bloco-diagrama. Representação em três dimensões (comprimento, largura e altura) de parte da superfície da Terra.

Ilustração. Bloco-diagrama mostrando as áreas superficial e subterrânea de um local. Na parte superficial, há um rio ao cetro, margeado dos dois lados por construções baixas, poucas árvores e vegetação rasteira, além de uma área montanhosa, ao fundo. A parte subterrânea é formada por camadas. A primeira é uma camada argilosa, representada pela cor marrom. A segunda, uma fina camada azul representando o lençol freático. e a última, camada rochosa impermeável de aspecto rochoso, representada em tom marrom escuro.
Fonte: STRAZZACAPPA, Cristina; MONTANARI, Valdir. Pelos caminhos da água. segunda edição São Paulo: Moderna, 2003. página 19. Exemplo de bloco-diagrama: lençóis subterrâneos. Representação para fins didáticos.

Maquete. Modelo em miniatura de uma construção civil ou de parte restrita da superfície da Terra.

Maquete. A imagem mostra uma maquete, construída com peças de montar, que representa a orla da praia da cidade do Rio de Janeiro, ou seja, com presença de mar, praia e prédios. Ao fundo, morros com construções na encosta.
Maquete do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, feita para comemorar a realização dos Jogos Olímpicos na cidade, em 2016.

Ler as imagens

  1. Observe as representações do espaço geográfico apresentadas anteriormente. Qual delas permite ver mais detalhes da área representada?
  2. Duas das representações mostradas não são planas, isto é, representam o espaço em três dimensões. Quais são elas?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Apresente aos estudantes o mapa, o bloco-diagrama e a maquete como outras possibilidades de representação do espaço geográfico. Comente que o bloco-diagrama e a maquete apresentam uma característica peculiar: são representações tridimensionais da realidade. As representações tridimensionais da realidade têm uma grande importância no processo de alfabetização cartográfica porque permitem alterar o ponto de vista sobre o espaço representado, possibilitando a migração da visão frontal e da visão oblíqua à visão vertical.

Pode ser conveniente ressaltar que, entre essas representações, o mapa e a carta são aquelas utilizadas com mais frequência nos estudos geográficos.

Respostas

Ler as imagens:

  1. A planta. Observe, junto aos estudantes, que o nível de detalhamento das representações do espaço geográfico apresentadas deve variar de acordo com a escala utilizada por eles. Aproveite a oportunidade para iniciar a familiarização da noção de escala com os estudantes. Além disso, cada uma dessas representações é mais adequada a um tipo de análise.
  2. O bloco-diagrama e a maquete são representações tridimensionais do espaço geográfico, ou seja, não são planas.
Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

CARMO, Waldirene Ribeiro do. Cartografia tátil escolar: experiências com a construção de materiais didáticos e com a formação continuada de professores. 2010. Dissertação (Mestrado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: https://oeds.link/RKnpAT. Acesso em: 29 março 2022.

Dissertação de mestrado que aborda o uso de mapas táteis no ensino de Geografia para pessoas com deficiência visual.

Observação

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Texto complementar

A maquete na representação do espaço

O uso de maquete favorece a passagem da representação tridimensional para a bidimensional, por possibilitar domínio visual do espaço, a partir de um modelo reduzido. reticências essa redução, apesar de não conservar as mesmas relações de comprimento, área e volume do real (ou seja, apesar de não seguir uma escala única), permite ao estudante ver o todo e, portanto, refletir sobre ele. Além disso, as maquetes são conhecidas das crianças, acostumadas com brinquedos que são miniaturas de objetos reais.

O principal objetivo do trabalho com a maquete é chegar ao ponto de vista vertical reticências.

reticências o mais importante quanto ao domínio sobre o espaço é que o uso da maquete projeta o observador fóra do contexto espacial no qual ele se insere, permitindo-lhe estabelecer, inicialmente, relações espaciais topológicas entre a sua posição e os elementos da maquete. Porém, com seu deslocamento ao redor do modelo, deverá assumir perspectivas diferentes. Terá que se descentrar ao estabelecer referenciais na própria maquete, referenciais que definirão a localização dos objetos.

ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa: iniciação cartográfica na escola. segunda edição São Paulo: Contexto, 2003. página 77-78.

Escala

Para representar o espaço geográfico de fórma proporcional à realidade, é preciso usar uma relação matemática chamada escala.

A escala é a relação entre a medida de um elemento em uma representação e a medida desse mesmo elemento em seu tamanho real. Assim, a escala expressa o número de vezes que a realidade foi reduzida para caber na representação. Ela pode ser expressa nas fórmasgráfica ou numérica.

Representação de escala gráfica. Quadros que mostram os três tipos de representação possíveis de escala gráfica. No primeiro, há uma barra e, sobre ela, há o valor 100 centímetros. No segundo, uma barra um pouco menor e, sobre ela, o valor varia de 0 a 100 centímetros. No terceiro, há uma barra formada por duas linhas e com gradação nas cores preto e branco e, sobre ela, os valores variam de 0 para 100, de 100 para 200 e de 200 para 300 centímetros.

A escala gráfica é representada na fórma de uma linha graduada, na qual são apresentadas as proporções de redução das medidas reais em relação à representação. No exemplo anterior, a medida real é cem vezes maior que a medida representada, isto é, cada 1 centímetro da representação equivale a 100 centímetros na realidade.

Representação de escala numérica. Quadro que mostra a representação de uma escala numérica. Está escrito um, dois pontos e 100. Essa sequência expressa-se oralmente da seguinte forma: um para 100.

A escala numérica é expressa por uma proporção que relaciona a medida representada (1 centímetro) com a medida real (100 centímetros).

Quanto maior for a escala de um mapa, maior será o nível de detalhamento dos elementos e menor será a área representada. Por sua vez, quanto menor for a escala de um mapa, menor será o nível de detalhamento e maior será sua área de abrangência.

Observe as duas fotografias. Os dois trens estão em tamanhos reduzidos, mas o da fotografia 1 leva pessoas, enquanto o da fotografia 2 carrega morangos. Portanto, se comparados a um trem em escala real, o trem que leva pessoas apresenta uma escala maior do que o que leva morangos.

Fotografia 1. Diversos adultos e crianças agasalhados com casacos estão sentados sobre um trem pequeno de brinquedo, com as cores em tons de vermelho e azul. Eles estão sorrindo e com os braços levantados. Ao fundo há pessoas em pé e sentadas, árvores e pequenas construções.
Fotografia 2. Um trem cinza em miniatura está sobre os trilhos e carrega uma carga de três morangos grandes.
Na fotografia 1, trem em miniatura em Barcelona, Espanha (2021), e, na fotografia 2, trem carregando morangos para comparação de tamanho (2009).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A escala é entendida como uma estratégia de aproximação do real; afinal, o processo de representação de fenômenos reais em tamanho diminuto é inerente à Geografia.

É interessante observar que a variação de escalas se relaciona diretamente à possibilidade de estudar, avaliar e representar um fenômeno específico. Trabalhar com escalas diferentes consiste em uma estratégia geográfica para a apreensão da rea­lidade.

A análise cartográfica de um fenômeno exige que o espaço geográfico seja representado em um nível específico de detalhamento. Esse nível de detalhamento necessário à visualização do fenômeno norteará a definição de uma escala que o privilegie.

Assim, a análise de um fenômeno de ocorrência global, como o movimento das massas de ar em grandes áreas, pode ser feita por meio do uso de pequenas escalas, aquelas que reduzem muito a realidade para representá-la, como um para oitenta milhões. Já a análise do tráfego em uma cidade pode ser feita em representações de grandes escalas, aquelas que reduzem menos a realidade para representá-la, como um para dez mil.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Matemática

Escala

Criado em 1981, o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense tem 95% de seus .1350 quilômetros² em áreas alagáveis. Encravado no chamado Complexo do Pantanal, o parque abriga paisagens diversificadas, como campos e florestas.

Observe a representação desse parque nos mapas A e B. Note que o mapa A apresenta detalhes da região do parque que não estão visíveis no mapa B. Isso se explica pelas diferentes escalas dos dois mapas.

Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense (Mato Grosso)

Mapa A. Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense (MT). O mapa compreende a região sul do estado do Mato Grosso, evidenciada em laranja. O limite do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense está representado pelo elemento gráfico de uma linha vermelha, e toma grande parte do sul do estado, coincidindo com o rio Paraguai. As áreas inundáveis são representadas por hachura azul, e ocupam a maior parte representada dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A escala é de 0 a 10 quilômetros, e acima está a rosa dos ventos.
Fonte: GUIA Fílipis: parques nacionais. São Paulo: Horizonte Geográfico, 2002. página 209. (Série Guias Philips de Turismo Ecológico do Brasil).

parques nacionais na Região Centro-Oeste

Mapa B. Parques Nacionais na Região Centro-Oeste. Nos três estados estão representados os parques por meio de um elemento gráfico de uma árvore verde. No Mato Grosso estão os parques Chapada dos Guimarães, ao centro do estado, e o parque Pantanal Mato-Grossense ao sul. No Mato Grosso do Sul está o Parque da Bodoquena. Em Goiás está o parque Chapada dos Veadeiros e Emas. A escala é de 0 a 250 quilômetros. A distância em centímetros no mapa entre as capitais Campo Grande, do estado do Mato Grosso do Sul, e Cuiabá, do Mato Grosso, é de 2,20. Já a distância no mapa em centímetros entre Brasília e o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense é de 4 centímetros.
Fonte: GUIA Fílipis: parques nacionais. São Paulo: Horizonte Geográfico, 2002.página 168-169. (Série Guias Philips de Turismo Ecológico do Brasil).

Como calcular as distâncias usando a escala do mapa

Para saber a distância real, em linha reta, entre dois locais, você precisa medir a distância entre eles no mapa, em centímetros. Utilize uma régua. Depois, observe na indicação da escala a correspondência, no terreno, de cada centímetro do mapa.

Por exemplo, meça no mapa B a distância entre o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e o Parque Nacional das Emas, em Goiás. Você obterá 2 centímetros, aproximadamente.

A escala do mapa é 1para.25000.000, ou seja, 1 centímetro no mapa é igual a ..25000000 centímetros no terreno, ou 250 quilômetros. Logo, a distância entre os parques é de ..50000000 centímetros(..25000000 por 2), que corresponde a 500 quilômetros.

  1. Qual dos mapas desta seção tem a maior escala? E qual tem a menor escala? Explique sua resposta.
  2. Cite dois detalhes que você consegue perceber no mapa de escala maior.
  3. Com base no mapa B, calcule a distância aproximada em linha reta entre:
    1. as capitais Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e Cuiabá (Mato Grosso);
    2. Brasília e o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é levar o estudante a conhecer as relações entre escala numérica e escala geográfica.

Os mapas apresentados podem ser usados para reforçar a definição de escala e para relembrar que as escalas variam de acordo com o nível de detalhamento dos fenômenos estudados. Lembre aos estudantes que os mapas de menos detalhamento, aqueles que representam maiores porções da realidade, usam escalas menores e que os mapas de mais detalhamento, ou seja, aqueles que representam porções menores do território, usam escalas maiores.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito.

Respostas

  1. O mapa A tem maior escala (1para1 000 000), pois representa uma área menor e apresenta mais detalhes. O mapa B tem a menor escala (1para25 000 000). Neste, a área representada é mais abrangente, porque cada centímetro no mapa corresponde a 25 milhões de centímetros no terreno (enquanto no mapa A cada centímetro corresponde a 1 milhão de centímetros). Para facilitar essa interpretação, esclareça aos estudantes que o que determina a comparação das escalas é o denominador: quanto maior o valor do denominador, menor é o resultado de uma divisão e, consequentemente, menor é a escala (exemplo: a divisão 1para2 resulta em um valor maior do que a divisão 1para100; da mesma fórma, uma escala 1para2 é maior do que uma escala 1para100).
  2. É possível observar a hidrografia do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e as áreas inundáveis.
    1. A distância aproximada entre Campo Grande (Mato Grosso do Sul) e Cuiabá (Mato Grosso) é de 550 quilômetros.
    2. A distância aproximada entre Brasília e o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense é de 1.000 quilômetros.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Qual ponto cardeal é determinado pelo nascer do Sol? Descreva como podemos identificar os pontos cardeais com base na observação do Sol.
  2. Observe o mapa e responda.
    1. Por que os paralelos e os meridianos são chamados de linhas imaginárias? Como é feita a distribuição dessas linhas pelo globo?
    2. Por que o meridiano de Greenwich é considerado uma referência geográfica?

PLANISFÉRIO: Hemisférios Norte e Sul

Mapa. Planisfério: Hemisférios Norte e Sul. A legenda evidencia os elementos gráficos dos paralelos e meridianos, além de dividir o mapa em Hemisfério Norte, em verde, e Hemisfério Sul, em laranja. O Círculo Polar Ártico, Trópico de Câncer, Equador, Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico cortam horizontalmente o Planisfério. Já ao centro está o Meridiano de Greenwich, dividindo o globo verticalmente. Abaixo está a escala de 0 a 3.105 quilômetros e a rosa dos ventos.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 34.

3. Observe a fotografia.

Maquete. Representação de uma maquete de prédios com janelas e telhados. No centro há um prédio com a inscrição ESCOLA em uma placa. Ao redor, ruas com faixas de pedestre, carros e árvores nas calçadas.
  1. Indique o tipo de representação retratada e suas principais características.
  2. Como estão representados os elementos da paisagem?
  3. Siga o exemplo e construa uma representação do lugar em que você mora.
  1. Para interpretar um mapa, é preciso estar atento aos elementos da representação cartográfica. Sobre a escala, indique no caderno a alternativa correta.
    1. Indica as direções cardeais.
    2. Mostra quanto a superfície foi deformada no plano.
    3. Identifica os hemisférios Leste e Oeste.
    4. Expressa uma relação entre dimensões.
    5. Localiza um fenômeno na superfície terrestre.
  2. Observe novamente o mapa Acre: político deste capítulo e responda.
    1. Compare-o ao planisfério apresentado na atividade 2. Qual deles tem a menor escala? Justifique.
    2. Qual é a distância aproximada, em linha reta, entre a séde do município de Porto Walter e a de Feijó?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objeto de conhecimento

Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero oito (atividades 4 e 5)
  • ê éfe zero seis gê ê zero nove (atividade 3)

Respostas

  1. O ponto cardeal determinado pelo nascer do Sol é o leste. O Sol nasce (aparece) na direção leste. Se apontarmos o braço direito para a direção na qual o Sol apareceu, temos o leste à nossa direita, o oeste à nossa esquerda, o norte à nossa frente e o sul atrás de nós.
    1. Porque essas linhas não existem na realidade, de fórma concreta. Trata-se de uma criação do ser humano. O traçado dessas linhas tem como referência o meridiano de Greenwich, no sentido leste-oeste (meridianos), e a linha do Equador, no sentido norte-sul (paralelos).
    2. Porque foi determinado que a partir dele fossem traçados todos os outros meridianos. O meridiano de Greenwich, que passa sobre o Observatório de Greenwich, próximo a Londres, no Reino Unido, foi adotado como inicial após acordo internacional estabelecido em 1884.
    1. Trata-se de uma maquete, que representa objetos ou áreas em miniatura, construídos em três dimensões. Pode representar elementos naturais, como montanhas e florestas, e culturais, como construções e cidades.
    2. Em Geografia, de maneira geral, as áreas e os elementos representados nas maquetes são reduzidos de fórma proporcional, compondo uma miniatura da realidade.
    3. Os estudantes podem utilizar materiais diversos para construir a maquete, como isopor, papelão, cartolina, embalagens e materiais recicláveis em geral, além de cola e guache. É importante que os estudantes expressem livremente suas percepções e pontos de vista e explorem a criatividade para dar fórma à representação tridimensional do lugar onde vivem. A abrangência desse lugar também deve ser definida pelos estudantes: casa, rua, vizinhança, bairro etcétera. Se preferir, proponha a atividade em grupo com o objetivo de representar a escola e seu entorno.
  2. Alternativa d.
    1. O mapa “Planisfério: Hemisférios Norte e Sul” tem a menor escala. Ele representa uma área maior e apresenta menos detalhes que o mapa “Acre: Político”.
    2. A distância aproximada é 80 quilômetros.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Quais são os aspectos positivos e negativos das ações humanas na transformação das paisagens, em diferentes tempos?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Estudamos, ao longo dos capítulos anteriores, que as paisagens estão em constante transformação, tanto pela ação da natureza quanto pela ação do ser humano. O resultado dessa interação entre natureza e sociedade constitui o espaço geográfico, que pode ser registrado e representado de diferentes fórmas.

As reconstituições da paisagem (na sequência de imagens) e o texto desta seção permitem reconhecer algumas das transformações ocorridas no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro (érre jóta) ao longo dos anos.

Ilustração 1. Vista panorâmica de uma região litorânea com faixa de areia branca. Há declives acentuados ao fundo. A vegetação está preservada, e não há habitações ou outras construções urbanas.
Ilustração 2. Mesma vista panorâmica da região litorânea representada na ilustração um. Algumas construções, como casas e uma avenida na orla, perto da faixa de areia, surgem na paisagem. Há apenas uma grande construção, com vários andares, além de outras construções menores, e o tráfego de carros na avenida não é intenso. Há algumas áreas com a vegetação preservada.
Ilustração 3. Mesma vista panorâmica da região litorânea representada nas ilustrações um e dois. A orla apresenta muitos prédios, encobrindo grande parte da paisagem do segundo plano. A faixa de areia contém diversos banhistas e há apenas uma avenida, na qual transitam alguns carros
Orientações e sugestões didáticas

Seção Para refletir

Em consonância com a Competência Específica de Geografia número 1, a seção estimula os estudantes a: Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

Habilidade

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Orientações

O objetivo desta seção é estimular os estudantes a reconhecer as modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos, tomando como base a observação do processo de ocupação e transformação que ocorreu na praia de Copacabana, no município do Rio de Janeiro, durante um período aproximado de 120 anos. O estudante poderá levantar os aspectos positivos e negativos dessas transformações, problematizando os conflitos presentes no espaço geográfico.

Incentive os estudantes a conversar sobre os aspectos das mudanças percebidas, considerando o papel delas na vida cotidiana das pessoas. Por exemplo, a construção de avenidas pode ter facilitado a circulação de pessoas e de mercadorias.

As imagens também podem ser usadas como um instrumento para percepção do acúmulo de trabalhos de diferentes épocas em uma mesma paisagem: aponte, por exemplo, a alteração dos modelos de automóveis e das técnicas de construção civil, principalmente entre as fotografias 2, 3 e 4.

Nesta seção é trabalhado o tema contemporâneo Educação ambiental.

Ilustração 4. Vista panorâmica da região litorânea com ângulo semelhante ao representado nas ilustrações um, dois e três. A faixa de areia é grande e ocupa uma extensa área, antes de chegar a um calçadão no qual transitam pessoas. Há duas faixas na avenida, nas quais alguns carros trafegam em sentidos opostos. Ao lado da avenida, grande quantidade de prédios, que ocupam a maior parte do lado direito da imagem.
Nas reconstituições 1 a 4, vemos transformações na paisagem da praia de Copacabana, no município do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, ao longo de 114 anos (1893 a 2007).

Copacabana faz 120 anos e ganha de presente declarações de amor

Nos últimos 120 anos, o areal inóspito que ficava entre o mar e a montanha deu lugar a centenas de prédios ocupados por 161 mil habitantes que Copacabana possui hoje em dia.

reticências

Natural da cidade do Porto, em Portugal, Fernando Polónia chegou ao Rio de Janeiro em 1953, uma semana antes do carnaval. Aos 23 anos e com inúmeros sonhos, Fernando se apaixonou por Copacabana à primeira vista. “A beleza da sua praia e seu contorno geográfico eram um desenho tão perfeito que só podiam ser traçados pelas mãos de Deus”, afirma Polónia, lembrando que o ritmo do carnaval de rua foi o princípio do seu encantamento por Copa.

Naquela época, Fernando lembra que a Avenida Atlântica só tinha o Copacabana Palace e algumas casas, e os namorados costumavam passear de mãos dadas pela orla. “Conheci minha mulher em Copacabana. A maior diversão na época era passear no calçadão e ir aos famosos cinemas do bairro. Um dos mais frequentados era o Metro, não só por quem ia assistir aos filmes, mas também para as pessoas que queriam se refrescar. Naquele tempo, poucas casas tinham ar-condicionado e o do Metro era um dos melhores”, diz Fernando. Em função disso, a porta dos cinemas acabava virando ponto de encontro de jovens, segundo ele.

CARVALHO, Janaína. Copacabana faz 120 anos e ganha de presente declarações de amor. G1, 6 julho 2012. Seção Rio de Janeiro. Disponível em: https://oeds.link/WIdWFz. Acesso em: 10 abril 2022.

  1. Quais elementos naturais desapareceram na paisagem entre a imagem número 1 e a número 4?
  2. Quais elementos culturais foram construídos na paisagem entre as imagens 1 e 4?
  3. Qual das imagens melhor representa a praia de Copacabana retratada na declaração de Fernando Polónia?
  4. Com base nas imagens do bairro de Copacabana e no relato, é possível perceber que o bairro de Copacabana sofreu grandes transformações. Em sua opinião, quais são os aspectos positivos e negativos dessas transformações?
  5. Existem semelhanças entre o bairro de Copacabana e o lugar onde você mora? Você tem conhecimento de relatos de outras pessoas sobre transformações na paisagem do lugar onde vive? Se sim, quais?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. A vegetação natural e alguns morros próximos à praia foram elementos naturais que desapareceram da paisagem entre as imagens 1 e 4.
  2. Entre os elementos culturais que foram construídos na paisagem entre as imagens 1 e 4, podem ser listados as ruas e avenidas, os calçadões, os diferentes tipos de construções e edifícios, além da faixa de areia da praia que foi ampliada.
  3. A imagem 2 é a que melhor representa a praia de Copacabana retratada na declaração de Fernando Polónia porque apresenta a Avenida Atlântica rodeada por poucas construções.
  4. Resposta pessoal. É possível que os estudantes apontem como transformações positivas da paisagem a ampliação das vias de circulação e o crescimento das estruturas de moradia, comércio e serviço, e como transformações negativas a excessiva verticalização e a destruição da cobertura vegetal original.
  5. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam algumas transformações ocorridas no lugar de vivência considerando o protagonismo do trabalho humano nessas transformações.

Questões para autoavaliação

Professor: na página final de cada Unidade deste livro, incluímos questões que podem, a seu critério, ser apresentadas aos estudantes para que realizem uma autoavaliação sobre o que apreenderam ao estudar os conteúdos da Unidade. Eles podem respondê-las de fórma escrita, individualmente, ou conversar sobre elas em duplas ou em grupos, de maneira a incentivar a oralidade e a troca de ideias na sala de aula.

A seu critério, as questões aqui apresentadas também podem servir para o diagnóstico da aprendizagem dos estudantes.

Nesta primeira Unidade do livro, as questões sugeridas são as seguintes:

  1. O que são os elementos naturais e culturais das paisagens?
  2. Qual é a importância da transformação e da preservação dos elementos das paisagens?
  3. O que é o espaço geográfico?
  4. Qual é a importância do trabalho para o espaço geográfico?
  5. O que é o lugar?
  6. Como se diferenciam as paisagens do espaço rural e do espaço urbano?
  7. Existem problemas ambientais nas paisagens rurais?
  8. Quais são os problemas comuns nas paisagens urbanas?

Glossário

Agrotóxico
 Produto usado na agricultura para combater e controlar insetos, ácaros, fungos, bactérias, ervas daninhas e doenças; é também chamado de defensivo agrícola e pesticida.
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Antrópico
 Relativo às alterações promovidas pela ação humana.
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Enxurrada
 Evento associado a chuvas fortes, que intensificam o escoamento de água na superfície.
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Uso sustentável
 Exploração dos recursos naturais que respeita as condições de conservação da natureza e considera o tempo de renovação dos recursos aproveitados pelos seres humanos, com o intuito de resguardá-los para as futuras gerações.
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Sítio arqueológico
 Local onde foram encontrados vestígios de seres humanos.
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Zoólito
 Escultura em fórma de animal feita de pedra.
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Poder aquisitivo 
Poder de compra; capacidade de comprar ou adquirir bens e serviços.
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Astro
Nome dado a todos os corpos celestes: planetas, estrelas, cometas etcétera
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Imantado
Que tem as características de um ímã; que pode atrair o ferro.
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