UNIDADE dois  O planeta Terra

Ilustração. Representação do Sistema Solar, composto pelos 8 planetas, cada um com um traçado branco e circular caracterizando suas órbitas e com seus respectivos nomes: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O Sol, esfera amarela e brilhante, está posicionado no canto esquerdo superior. Em seguida, o planeta Mercúrio, o menor quando comparado aos demais, é amarronzado e está posicionado próximo ao Sol. Vênus possui a superfície avermelhada e se posiciona em seguida. A Terra apresenta tamanho similar à Vênus, possui a superfície representada pelas cores azul para os oceanos e verde para os continentes. Marte tem a superfície acobreada e um tamanho ligeiramente menor quando comparado à Terra. Júpiter contém listras em diferentes tons de marrons representando a sua superfície e é o maior planeta. Saturno é amarelado e em volta de si contém anéis o circundando. Urano está posicionado em seguida, e possui a superfície azul acinzentada. Netuno, o último planeta em relação ao Sol, está disposto no canto direito inferior da ilustração, representado em tons de azul.
Representação do Sol e dos oito planetas que compõem o Sistema Solar. Ilustração artística para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: Conexões e escalas; Mundo do trabalho; fórmas de representação e pensamento espacial; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

Os conteúdos desta Unidade possibilitam trabalhar as seguintes Competências Gerais da Educação Básica: (2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; (10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Em consonância com as Competências Específicas do Componente Curricular Geografia, os conteúdos trabalhados nesta Unidade objetivam orientar os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade e natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Fotografia. Vista de um vale descampado e rochoso, onde ao centro há uma fenda escura. Uma ponte cinza liga as extremidades dessa fenda e se conecta a uma estrada localizada na parte esquerda da imagem. Ao fundo está o mar e o céu acima está cinza e nublado.
Vale formado pelo processo de separação entre placas tectônicas na Península de Reykjane, Islândia (2021).

O Sistema Solar é formado pelo Sol e pelos astros que giram ao seu redor. A Terra, planeta onde vivemos, é um corpo celeste que orbita nesse sistema.

O Sol é uma estrela que irradia luz e calor, fundamentais para o surgimento e a manutenção da vida na Terra.

Assim como qualquer astro, o planeta Terra está em constante movimento no espaço sideral.

Como a Terra se movimenta no espaço? Quais são as principais características do planeta? Como essas características influenciam as paisagens e a vida?

Você verá nesta Unidade:

Os movimentos do planeta Terra

As zonas térmicas

As estações do ano

Os fusos horários

O tempo geológico e a formação da Terra

A estrutura interna do planeta Terra

A deriva continental

As placas tectônicas

Vulcões e terremotos

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

A Unidade dois traz uma breve apresentação do Sistema Solar, mostra a importância do Sol para a existência da vida na Terra e, também, explica os principais movimentos realizados pelo planeta Terra (rotação e translação).

São trabalhados conceitos e temas necessários à com­preensão de fenômenos terrestres, como a localização do planeta no Sistema Solar, sua fórma, a irregularidade de sua superfície, a inclinação de seu eixo, a distribuição das zonas climáticas e das estações do ano.

O conceito de tempo geológico é importante para explicar a origem do planeta e do Universo a partir da teoria científica do Big Bang.

Os aspectos da formação geológica e da estrutura interna da Terra também são recuperados como subsídios para o trabalho com as teorias das placas tectônicas e da deriva continental.

Esta Unidade explora os impactos desses fenômenos na formação da paisagem, permitindo a compreensão da relação entre esses fenômenos e a sociedade.

A representação do Sistema Solar fornece subsídios para o trabalho com as características terrestres a partir de seu contexto astronômico. É interessante mencionar que todos os planetas do Sistema Solar recebem luz e calor da mesma estrela, o Sol. A outra imagem mostra a separação entre placas tectônicas. A partir da leitura e da análise dessas imagens, é possível introduzir alguns dos temas que serão explorados ao longo da Unidade.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

CAPÍTULO 4  Características gerais do planeta Terra

A Terra está localizada no Sistema Solar, entre os planetas Vênus e Marte: é o terceiro planeta mais próximo do Sol e o quinto maior desse sistema.

A localização do planeta Terra no Sistema Solar favorece a existência e o desenvolvimento de diferentes fórmas de vida. É o único planeta conhecido com essa característica.

O avanço da ciência permitiu compreender que a Terra é um corpo de formato similar ao esférico, e não uma superfície plana, como se acreditou por muito tempo. Geoide é o nome utilizado para descrever seu formato arredondado, irregular e ligeiramente achatado nos polos, que foi evidenciado, principalmente, pela análise de dados obtidos por meio de satélites artificiaisglossário .

Na superfície terrestre estão os elementos que garantem a existência da vida, como água, gases, rochas e minerais. Essa superfície é irregular: existem áreas planas e elevadas, áreas mais baixas, montanhas, vales e outras fórmas.

O SISTEMA SOLAR

Ilustração. O Sistema Solar. Representação do Sistema Solar com enfoque nas órbitas dos planetas, representadas por um traçado branco e elíptico em volta do Sol. Cada planeta está sinalizado com seu nome: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. O fundo da ilustração é escuro e com pequenos pontos de luz.
Representação para fins didáticos, sem escala. Elaborado com base em dados obtidos em: NASA. Nasa Science. Solar Sistem Exploration. Our Solar System. Disponível em: https://oeds.link/INZJLZ. Acesso em: 11 abril 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Apesar de necessitar de algum grau de abstração, a localização do planeta Terra no Sistema Solar é uma temática que desperta a curiosidade dos estudantes.

O Sistema Solar é um conjunto complexo formado pelo Sol e por todos os corpos celestes que estão sob seu domínio gravitacional. Por isso, ele engloba mais do que planetas, abrangendo também asteroides, cometas e satélites naturais. Entre a multiplicidade de corpos que compõem o Sistema Solar está o planeta Terra.

Inicialmente, converse sobre o que os estudantes já conhecem sobre a Terra perguntando qual é a aparência do planeta, quais componentes ele apresenta, quais características permitem que abrigue vida, entre outras questões. Convidar os estudantes a participar é uma oportunidade de aproximá-los dos conteúdos trabalhados, de incentivá-los a compartilhar seus conhecimentos prévios e de construir novas percepções.

O globo terrestre é uma ferramenta que pode ser utilizada de maneira representativa neste momento.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero três: Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões climáticos.

ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero três e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Texto complementar

Rotação

O mais básico dos movimentos da Terra é a rotação, que se dá em torno de um eixo imaginário que liga os polos Norte e Sul geográficos e passa pelo centro da Terra.

Se orientarmos a Terra com o hemisfério Norte para cima (o que é apenas uma convenção antiga), a rotação ocorre da esquerda para a direita; se olharmos a Terra por cima, a partir do polo Norte, a rotação segue o sentido anti-horário (outra convenção que teve origem nas cátedras setentrionais e nós, habitantes do hemisfério Sul, acabamos adotando por imposição cultural) reticências.

A rotação é responsável pelo nascer dos astros no horizonte leste (não exatamente no ponto cardeal leste) e pelo ocaso no horizonte oeste. Um ciclo completo do movimento de rotação é chamado, na astronomia, de “dia sideral”. Um dia sideral pode ser medido por meio da observação de um astro distante que não tenha um movimento próprio perceptível (por exemplo, qualquer estrela que vemos à noite) reticências.

chérman, Alexandre; VIEIRA, Fernando. O tempo que o tempo tem. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. página 18-19.

Os movimentos do planeta Terra

A rotação e a translação são os movimentos mais importantes do planeta. Eles influenciam diretamente o dia e a noite, o clima e as paisagens.

A rotação

A rotação é o movimento que a Terra realiza em torno do seu eixo, ou seja, em torno de si mesma. Esse movimento ocorre de oeste para leste e dura cêrca de 24 horas (ou, mais precisamente, 23 horas, 56 minutos e 4 segundos).

INCLINAÇÃO DO EIXO TERRESTRE

Ilustração. Inclinação do eixo terrestre. Globo terrestre representado por uma esfera transparente, mostrando o grau de inclinação da Terra. O grau de inclinação entre o plano da órbita terrestre e o eixo terrestre, que se estende de Polo Norte ao Polo Sul, é de 23 graus e 27 minutos.
Elaborado com base em dados obtidos em: MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. Caracas: Cultural Venezolana, 1975. página 39. O eixo terrestre corresponde à linha reta imaginária que passa pelo centro da Terra e une os polos Norte e Sul. Esse eixo é inclinado em relação ao plano de órbita da Terra ao redor do Sol. Representação sem escala.

Graças à rotação, o Sol aparece em uma direção (aproximadamente no leste) e desaparece na outra (aproximadamente no oeste). Para um observador fixo, parece que ele está se movimentando, quando na verdade é a Terra que se move. Esse fenômeno é chamado de movimento aparente do Sol. Ao longo do dia, o Sol é percebido em posições diferentes com o passar das horas. Observe os horários das fotografias a seguir, obtidas do mesmo local, para perceber esse movimento.

A principal consequência do movimento de rotação é a sucessão dos dias e das noites. Em determinado momento, enquanto em uma face do planeta é dia, pois está sendo iluminada pelo Sol, na face oposta é noite.

Fotografia. Vista de uma uma paisagem com declives, gramado verde e algumas árvores na parte inferior. Na parte superior, o céu está azul e o Sol desponta por trás de um morro ao lado direito. A paisagem apresenta apenas alguns pontos iluminados pela luz solar, permanecendo a maioria com sombras. No topo da imagem, um visor de relógio digital indica o horário: 7 horas.
Fotografia. Vista de uma uma paisagem com declives, gramado verde e algumas árvores na parte inferior. Na parte superior, o sol está posicionado no centro do céu azul. A vegetação e o gramado estão completamente iluminados pela luz solar e não há áreas de sombras. No topo da imagem, um visor de relógio digital indica o horário: 12 horas.
Fotografia. Vista de uma uma paisagem com declives, gramado verde e algumas árvores na parte inferior. Na parte superior, o céu está azul e o sol está posicionado ao lado esquerdo, quase oculto pelo declive e morros presentes na paisagem. A vegetação está em sua maioria sombreada. No topo da imagem, um visor de relógio digital indica o horário: 17 horas.
Sequência do movimento aparente do Sol ao nascer, ao meio-dia e ao se pôr, em Santo Antônio do Pinhal, São Paulo (2017).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O movimento de rotação é característico de todos os planetas.

Ressalte a relação entre os movimentos da Terra e a percepção da passagem de tempo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero três e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Atividade complementar

O movimento aparente do Sol

O movimento aparente do Sol é um fenômeno que pode ser observado no cotidiano dos estudantes; por isso, sugerimos que você convide a turma a observá-lo. É possível estabelecer dois momentos de observação com a turma: ao entrar na escola e ao sair da escola. Após as observações, solicite aos estudantes que compartilhem entre si o que perceberam e, ao final, reafirme que o movimento aparente do Sol é um dos fatores que indicam a rotação do planeta Terra.

A translação

A translação é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol. Esse movimento completo dura 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos, o que, como unidade de medida de tempo, é chamado de ano solar. Para facilitar, o nosso calendário arredonda o ano para 365 dias, e de quatro em quatro anos é acrescentado um dia ao mês de fevereiro (o ano com esse dia a mais é chamado de bissexto).

A distribuição desigual de luz e calor do Sol nos dois hemisférios (Norte e Sul) ao longo de um ano resulta nas quatro estações (primavera, verão, outono e inverno), que têm início nos equinóciosglossário e solstíciosglossário . Essa variação se deve principalmente à inclinação do eixo terrestre associada ao movimento de translação.

Observe na ilustração que, quando é verão no Hemisfério Norte, é inverno no Hemisfério Sul. O Hemisfério Norte é o mais iluminado e aquecido entre junho e setembro. A partir de então, começam o outono no Hemisfério Norte e a primavera no Hemisfério Sul. Em 21, 22 ou 23 de dezembro começam o verão no Hemisfério Sul e o inverno no Hemisfério Norte.

Como a maior parte do Brasil está no Hemisfério Sul, o verão no país começa em dezembro, e o inverno, em junho.

ESTAÇÕES DO ANO

Ilustração. Estações do ano. O planeta Terra foi reproduzido quatro vezes em diferentes posições de sua órbita elíptica em volta do Sol, que por sua vez, está posicionado ao centro do esquema. O movimento de rotação é sinalizado por uma seta vermelha do lado esquerdo de todos os quatro planetas ilustrados, e aponta para a direita, indicando o sentido que o planeta gira. O movimento de translação é representado por uma seta amarela que acompanha o traço da órbita da Terra. A seta aponta para o lado direito. Em cada planeta também foi reproduzido o seu eixo de inclinação. Cada posição do planeta Terra em seu movimento de translação indica uma data específica do ano e suas características, da seguinte forma: 21, 22 ou 23 de dezembro: início do inverno no Hemisfério Norte; início do verão no Hemisfério Sul. A posição do planeta relacionada a essa data está na extremidade da elipse à direita. 20 ou 21 de março: início da primavera no Hemisfério Norte; início do outono no Hemisfério Sul. A posição do planeta Terra relacionada a essa data está na parte superior da ilustração. 20 ou 21 de junho: início do verão no Hemisfério Norte; início do inverno no Hemisfério Sul. A posição do planeta relacionada a essa data está na extremidade do elipse à esquerda. 22 ou 23 de setembro: início do outono no Hemisfério Norte; início da primavera no Hemisfério Sul. A posição do planeta Terra relacionada a essa data está na parte inferior da ilustração.
Elaborado com base em dados obtidos em: boem rítchard. et al. World Geography and cultures. Ohio: Glencoe: McGraw-Hill: National Geographic, 2008. página 52. Para fins didáticos, os astros e a distância entre eles não foram representados proporcionalmente.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A translação terrestre remete ao processo de formação do planeta: antes de as partículas de poeira que o formaram se aglutinarem, elas já estavam sob influência da atração gravitacional solar, o que as fazia girar ao redor do Sol.

A órbita terrestre apresenta pequenas variações quanto à distância entre o planeta e o Sol, mas os períodos de afélio (ponto de maior distância orbital entre o planeta e o Sol) e periélio (ponto de menor distância orbital entre o planeta e o Sol) não são predominantes sobre as variações de luminosidade perceptíveis em diferentes áreas do globo terrestre. Por isso, afirma-se que a inclinação do eixo do planeta é responsável pela incidência desigual dos raios solares na superfície terrestre.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero três e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Texto complementar

Por que o planeta Terra gira ao redor do Sol?

A Terra gira em torno do Sol porque continua mantendo o movimento da nuvem de partículas que a formou e porque tem uma órbita estável, graças ao equilíbrio existente entre sua velocidade e a fôrça gravitacional exercida sobre ela pelo sol.

A nuvem de partículas que formou a Terra tinha um momento angular, que é a quantidade de movimento de um objeto que executa uma rotação em torno de um ponto fixo. De acordo com a lei da Inércia, explicada pelo físico e filósofo izáqui nílton, o momentum (quantidade de movimento) de um corpo é constante, a menos que uma fôrça externa aja sobre ele. Isso significa que se um corpo estiver parado, ele continuará parado até que alguma fôrça o desloque. Por outro lado, se o corpo estiver em movimento, ele permanecerá em movimento indefinidamente, em linha reta. O momento angular da nuvem de partículas que formou nosso Sistema Solar resultou no movimento dos planetas, e por isso eles continuam se movendo até hoje.

Esse processo permitiu que a Terra se mantivesse em sua órbita. Depois de muitos choques, os planetas que giravam muito devagar caíram no Sol, e os que giravam muito depressa escaparam para o espaço. Somente os que tinham a velocidade tangencial adequada ficaram em seus lugares até hoje.

POR QUE o planeta Terra gira ao redor do Sol? Empresa Brasileira de Comunicação, 6 maio 2016. Disponível em: https://oeds.link/iGkmye. Acesso em: 29 março 2022.

As zonas térmicas

Por causa do eixo inclinado e da fórma arredondada do planeta, os raios solares não incidem com a mesma intensidade em todas as áreas da Terra.

SUPERFÍCIE TERRESTRE: DISTRIBUIÇÃO DE CALOR

Ilustração. Superfície terrestre: distribuição de calor. O planeta Terra está representado de acordo com a inclinação do seu eixo. Sobre o planeta há linhas horizontais pontilhadas brancas que sinalizam os principais paralelos terrestres. Há setas vermelhas sobre linhas amarelas partindo da direita para a esquerda e apontando para a superfície do planeta. A parte direita da Terra está iluminada. À esquerda, sombra.
Observe o formato da Terra, seu eixo imaginário e a incidência dos raios solares sobre a superfície. A inclinação do eixo é de aproximadamente 23graus27minutos. Representação para fins didáticos, sem escala. Elaborado com base em dados obtidos em: MARRERO, Levi. La Tierra y sus recursos. Caracas: Cultural Venezolana, 1975. página 34.

As diferenças na fórma com que cada faixa da superfície da Terra recebe a radiação solar possibilitam dividir o planeta em zonas térmicas, utilizando os principais paralelos. Essas divisões nos ajudam a compreender, por exemplo, os climas, as paisagens e a ocupação humana.

  • A Zona tropical é formada pela faixa entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, onde os raios solares chegam com pouca inclinação durante todo o ano, proporcionando temperaturas elevadas.
  • Dos trópicos até os círculos polares estão as Zonas temperadas do sul e do norte, onde os raios solares chegam mais inclinados no inverno (provocando baixas temperaturas) e menos inclinados no verão (provocando temperaturas elevadas).
  • Nas Zonas polares, delimitadas pelos círculos polares, os raios solares atingem a superfície terrestre com grande inclinação o ano todo, o que resulta em temperaturas muito baixas.

PLANISFÉRIO: ZONAS TÉRMICAS

Mapa. Planisfério: zonas térmicas. Planisfério representando as zonas térmicas da Terra, evidenciadas por cores e segmentadas de acordo com principais paralelos. A divisão é feita da seguinte forma: Zona polar ártica: sinalizada pela cor roxa, é limitada pelo círculo polar ártico. Zona temperada do norte: sinalizada pela cor amarela, estende-se do Círculo Polar Ártico ao trópico de Câncer. Zona tropical: sinalizada pela cor laranja, estende-se do trópico de Câncer ao trópico de Capricórnio, dividida pela linha do Equador. Zona temperada do sul: sinalizada pela cor amarela, estende-se do trópico de Capricórnio ao círculo polar antártico. Zona polar antártica: sinalizada pela cor roxa, é limitada pelo círculo polar antártico. O Meridiano de Greenwich divide o mapa. Ao lado, rosa dos ventos e escala 0 a 3.470 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 58.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ao desenvolver estes conteúdos, é importante que os estudantes observem com atenção as imagens, pois elas possibilitam visualizar alguns fenômenos.

A incidência desigual dos raios solares sobre a superfície terrestre cria zonas diferenciais de iluminação e radiação solar, chamadas zonas térmicas. Caso os estudantes apresentem dificuldade ao observar a imagem que representa a distribuição desigual de radiação solar sobre o planeta, trabalhe com uma esfera de isopor e uma lanterna: incline a esfera em relação ao ângulo de incidência do feixe de luz da lanterna para simular a inclinação do eixo terrestre e permita que os estudantes observem se algumas regiões da esfera de isopor recebem o feixe de luz da lanterna com maior ou menor incidência.

Comente com os estudantes que a distribuição desigual da luz solar pelo planeta interfere nas temperaturas que ocorrem em cada uma das zonas térmicas, influenciando na formação das paisagens. Pode ser interessante convidá-los a conversar sobre quais eles acreditam ser as características predominantes da paisagem, em termos gerais, em cada uma das zonas térmicas apresentadas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero três, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

As estações do ano

Em algumas áreas do globo terrestre, principalmente nas Zonas temperadas, as quatro estações do ano apresentam características bem definidas.

  • No verão, os dias são mais quentes e longos, em consequência do maior tempo de exposição aos raios solares, e as noites são mais curtas.
  • No outono e na primavera, as temperaturas tornam-se mais amenas. O dia e a noite apresentam duração semelhante, já que a iluminação é equilibrada nos dois hemisférios.
  • No inverno, a temperatura do ar é mais baixa. Faz mais frio, as noites são mais longas e os dias são mais curtos, em razão da menor exposição aos raios solares.

Na Zona tropical, essas características das quatro estações não são tão bem definidas, por isso é mais difícil diferenciá-las ao longo do ano. Em algumas regiões tropicais e cidades do Brasil, como Fortaleza, no Ceará, e Cuiabá, em Mato Grosso, predominam duas estações: a seca e a chuvosa.

Fotografia A. Vista de um caminho estreito de concreto que passa por entre árvores. O terreno em que as árvores estão é composto por um gramado verde, mesma tonalidade de suas copas. A luz do sol atravessa as folhas e incide no caminho e na grama. Fotografia B. Vista de um caminho estreito de concreto que passa por entre árvores. O terreno em que as árvores estão é composto por um gramado verde e as copas das árvores estão amareladas. Folhas das árvores estão caídas sobre o gramado e não há luz solar tão presente incindindo na vegetação. Fotografia C. Vista de um caminhos e árvores ao redor, ambos quase totalmente encobertos por neve. As árvores não possuem folhas, apenas galhos. Fotografia D. Vista de um caminho estreito de concreto que passa por entre árvores. Uma neblina turva o fundo da paisagem. O gramado verde em que as árvores estão é ralo e as suas copas têm poucas folhas.
Nas fotografias, podemos ver características do verão (A), do outono (B), do inverno (C) e da primavera (D), em uma Zona temperada. Rússia, 2021.

Ler as fotografias

O outono e o inverno no Hemisfério Norte começam em setembro e em dezembro, respectivamente. Nessa época, as temperaturas costumam ser mais frias e pode ocorrer precipitação de neve. Faça uma pesquisa sobre os períodos de férias escolares prolongadas nos hemisférios Norte e Sul. Quais são as diferenças entre eles e sua relação com as estações do ano? Comente com os colegas.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A inclinação do eixo da Terra, o movimento de translação ao redor do Sol e a fórma de geoide da Terra explicam a ocorrência da insolação desigual na superfície terrestre. No decorrer dos 12 meses do ano, essa insolação desigual determina as estações do ano. Estimule os estudantes a observar ou reconhecer mudanças que ocorrem ao longo do ano no lugar onde eles vivem. Apesar de essas mudanças serem mais perceptíveis nas localidades de maior latitude do território nacional, algumas alterações podem ser observadas também nas baixas latitudes, como a existência de uma temporada mais seca e de uma temporada mais chuvosa.

Desse modo, também ficará destacado que a variação na intensidade da incidência dos raios solares, além de provocar alterações na temperatura média, é um dos fatores que influenciam alterações no regime de chuvas e de ventos, o que pode se relacionar ao comportamento de espécies animais e vegetais.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco.

Resposta

Ler as fotografias: Espera-se que os estudantes notem que, nos países do Hemisfério Sul, as férias escolares mais longas se concentram entre novembro e janeiro; porém, nos países do Hemisfério Norte, as férias escolares mais longas costumam se concentrar entre os meses de junho e agosto. Essa diferença acontece para que as férias escolares sejam compatíveis com o período de verão. É interessante mencionar que, em determinados locais, também existem outras suspensões pontuais no calendário escolar que se relacionam à ocorrência de fenômenos naturais, como fortes nevascas.

Os fusos horários

Para facilitar as relações políticas e comerciais entre os países, o deslocamento das pessoas pelo globo e outras atividades, foi realizada, em 1884, nos Estados Unidos, uma convenção internacional que padronizou a contagem do tempo. A padronização permite saber o horário preciso em uma localidade e a posição aproximada do Sol em relação a outros locais.

O meridiano de Greenwich (0grau) se tornou, então, a referência mundial na determinação das horas. A partir desse meridiano, o globo terrestre foi dividido em 24 faixas de 15graus, segundo a longitude; cada uma dessas faixas corresponde a uma hora e é chamada de fuso horário.

Observe no mapa a seguir que as localidades a leste do fuso horário deGreenwich têm a hora adiantada em relação a esse fuso, e as localidades a oeste têm a hora atrasada em relação a Greenwich.

O meridiano de 180graus, oposto ao meridiano de Greenwich no globo terrestre, foi estabelecido como a linha internacional que marca a mudança de data, chamada de Linha Internacional de Data. Ao cruzar essa linha em uma viagem, devemos atrasar um dia, se estivermos indo de oeste a leste, ou adiantar um dia, se estivermos indo no sentido contrário, de leste a oeste.

PLANISFÉRIO: FUSOS HORÁRIOS

Mapa. Planisfério: fusos horários. Mapa-múndi segmentado por meridianos e seus respectivos graus à leste e a oeste, tendo como grau 0 Greenwich. De oeste para leste, têm-se: 180 graus, 150 graus oeste, 120 graus oeste, 90 graus oeste, 60 graus oeste, 30 graus oeste, 0 graus, 30 graus leste, 60 graus leste, 90 graus leste, 120 graus leste, 150 graus leste, 180 graus. A área do Horário universal de Greenwich está representada pela cor rosa. Os países e áreas que possuem o horário fracionado em meia hora são representados pela cor marrom, e são eles: Índia, Sri Lanka Irã, Afeganistão Nepal, Myanmar, parte oeste da Malásia, faixa ao centro da Austrália e pequenos pontos nos oceanos Pacífico e Índico. A Linha Internacional da Data está representada graficamente por uma linha vermelha tracejada que contorna o planisfério nas extremidades ao oeste e leste, fazendo na parte oeste um recorte pequeno na altura da linha do Equador. Abaixo do planisfério está uma sequência de números indicando as horas atrasadas e adiantadas em relação ao Meridiano de Greenwich: menos 12 à 0 à oeste, e 0 à mais 12 à leste. Algumas cidades são destacadas no planisfério e possuem a seguinte relação com os fusos horários: Vancouver e Los Angeles menos 8, Cidade do México menos 6, Ottawa, Washington, Nova York, Bogotá e Lima menos 5, Georgetown menos 4, Brasília e Buenos Aires menos 3, Reykjavik, Londres e Dacar 0, Berlim, Paris, Argel, Niamei e Luanda mais 1. Bucareste, Trípoli, Cairo e Maputo mais 2, Moscou, Riad, Adis Abeba e Naióbi mais 3, Teerã horário fracionado, Astana mais 6, Nova Délhi horário fracionado, Beijing, Hong Kong e Manila mais 8, Seul e Tóquio mais 9, Sydney e Melbourne mais 10. Abaixo e à direita, rosa dos ventos e escala 0 a 2.460 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 35. Observe que os fusos horários adotados pelos países não obedecem rigorosamente às faixas lineares dos meridianos. Os países adotam desvios práticos em relação às linhas dos meridianos para que não tenham muitos horários diferentes em seu território.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Antes de estudar este conteúdo, é importante que os estudantes tenham se familiarizado com o movimento de rotação terrestre e que identifiquem bem as orientações Leste e Oeste em um mapa. Caso julgue necessário, retome esses conteúdos antes de prosseguir.

Por sua extensão longitudinal, o Brasil se espalha por uma região relativa a quatro fusos horários teóricos – ou seja, aqueles definidos pelas faixas de 15graus a partir do meridiano de Greenwich –, desde as ilhas do oceano Atlântico (fuso –2), mais a leste, até o estado do Acre (fuso –5), mais a oeste. A partir de 2008 foi estabelecido que o país deve se submeter a apenas três fusos horários práticos no território nacional, levando o estado do Acre a submeter-se ao fuso –4. Ao final de 2013, o governo brasileiro voltou a considerar o estado do Acre (além de parte do território do estado do Amazonas) sob o fuso –5, admitindo a incidência de 4 fusos horários sobre o território nacional.

A hora oficial do Brasil continua sendo definida por Brasília, capital do país, e corresponde a três horas de atraso (fuso –3) em relação a Greenwich.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero três.

Atividade complementar

Atravessando a Linha Internacional de Data (LID)

Para esta atividade, projete/leve um planisfério para a sala de aula. Indique a localização de Bora Bora, na Polinésia Francesa (à direita da LID), e das ilhas Fiji (à esquerda da LID).

Um turista embarca na quinta-feira, às 8 horas, em Bora Bora (fuso –10) com destino às ilhas Fiji (fuso +12), no Hemisfério Leste. Sabendo que o tempo de voo é de 5 horas, em que dia da semana e horário ele desembarcará em Fiji?

O principal objetivo da atividade é exercitar o raciocínio sobre o mecanismo da mudança de data. Como o turista viajará do Hemisfério Oeste para o Hemisfério Leste, a data será adiantada em um dia; logo, ele chegará na sexta-feira. Provavelmente os estudantes calcularão o horário de chegada às 13 horas, considerando a hora do embarque e o tempo de voo. Contudo, Bora Bora está no fuso –10 e as ilhas Fiji estão no fuso +12. Portanto, o turista deverá chegar às 11 horas da sexta-feira.

O tempo geológico e a formação da Terra

Para estudar o tempo de formação da Terra, utilizamos uma escala temporal que se refere a milhões e bilhões de anos, chamada de tempo geológico.

FASES

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS NA TERRA

ÉON

ERA

PERÍODO

Fanerozoico
(significa “vida visível”)

Cenozoica (significa “vida recente”)

Quaternário

Estamos vivendo hoje na Era Cenozoica: a Terra e suas espécies continuam em constante transformação.
Desenvolvimento de várias espécies de mamíferos, entre eles o ser humano.

Neógeno

Entre os períodos Neógeno e Quaternário, o clima da Terra resfria-se e ocorrem glaciações (fases de expansão de geleiras).

Paleógeno

Definição dos contornos dos atuais continentes e oceanos; formação das grandes cadeias de montanhas (Andes, Himalaia etc.)
Começou ± 66 milhões de anos atrás
Ilustração. Um elefante e um cavalo aparecem em uma paisagem com vegetação formada por árvores de diferentes portes.Ilustração. Dois humanos pré-históricos. Um está em pé e segura uma lança, enquanto o outro está ajoelhado diante de uma fogueira e posiciona um pedaço de carne sobre uma chama para assá-la. Ao fundo, um morro.

Mesozoica
(significa “vida intermediária”)

No final da Era Mesozoica, a Terra é habitada por mamíferos, aves e enormes répteis, como os dinossauros, extintos na passagem para a Era Cenozoica.
Aparecimento das primeiras espécies de aves e dos primeiros mamíferos.
Desenvolvimento de vegetação de grande porte.
Começou ± 251 milhões de anos atrás
Ilustração. À esquerda e em primeiro plano, um dinossauro de pescoço alongado, cabeça fina e corpo arredondado de cor em tons de vermelho e laranja. Ao fundo, um dinossauro de cabeça arredondada, focinho largo e pele de cor verde. À direita e em primeiro plano, um dinossauro de pele cinza, cabeça pequena, focinho fino com uma crista nas costas. Um dinossauro em cor marrom e com asas sobrevoa o local. Ao fundo há árvores, arbustos e pequenos morros.

Paleozoica
(significa “vida antiga, primitiva”)

No final da Era Paleozoica, surgem os primeiros anfíbios e répteis.
Aparecimento das primeiras espécies vegetais, que se diversificam e se espalham pela Terra.
Formam-se os ambientes terrestres.
Surgem moluscos e as primeiras espécies de peixes nos oceanos.
Começou ± 540 milhões de anos atrás
Ilustração. Do lado esquerdo há um lago onde um peixe de corpo alongado e esverdeado está próximo à superfície. Do lado direito, na margem do lago, está um animal de corpo esverdeado e redondo, com cauda e quatro patas, em uma área com algumas plantas.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O processo de datação da idade do planeta Terra advém de métodos estratigráficos, que buscam desvendar a idade, a composição e o contexto de formação das rochas que compõem a litosfera terrestre. Já o estudo do surgimento e do desenvolvimento da vida no planeta advém da datação relativa proporcionada pelo princípio da datação fóssil.

Pela datação fóssil, observaram-se continuidades e descontinuidades na análise de rochas de diferentes épocas e admitiram-se evidências da presença da hidrosfera, da atmosfera e mesmo da existência dos primeiros seres vivos. A análise datada dos diferentes fósseis encontrados nas rochas da litosfera levou à descoberta de uma lenta sucessão da vida na Terra, permitindo o estabelecimento e o arranjo das eras, dos períodos e das épocas.

Oriente os estudantes a ler a escala do tempo geológico do final para o começo, ou seja, do intervalo de tempo mais antigo ao mais recente. Acompanhe-os na leitura dos textos e das ilustrações, esclarecendo as dúvidas que possam surgir.

A escala de tempo geológico não deve ser memorizada, e sim entendida, pois seu objetivo é levar os estudantes a compreender a sucessão de processos dos quais ela trata.

Crie oportunidades para discutir outras explicações sobre o surgimento do Universo. Elas serão diversas, dependendo da cultura a que pertencem os estudantes e suas famílias, da eventual orientação religiosa etcétera.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco.

Texto complementar

A Terra ao longo do tempo geológico

Compreender a imensidão do tempo geológico pode ser um desafio para os leigos. reticências os geólogos olham para o “tempo profundo” do universo (medido em bilhões de anos-luz).

reticências [o período dos] primeiros 500 milhões de anos da história da Terra reticências pode ser chamado de idade geológica “das trevas”, porque muito pouco do registro geológico foi capaz de sobreviver ao período do Bombardeamento Pesado. As rochas mais antigas encontradas atualmente na superfície terrestre têm cêrca de 4 bilhões de anos. Rochas muito antigas, com idade de 3,8 bilhões de anos, mostram evidências de erosão pela água, indicando a existência da hidrosfera. Há 2,5 bilhões de anos, reuniu-se suficiente crosta de baixa densidade na superfície terrestre para formar massas continentais. Os processos geológicos que subsequentemente modificaram esses continentes foram muito similares àqueles que hoje vemos atuando nas placas tectônicas.

A partir de cêrca de 2,5 bilhões de anos atrás, o registro fóssil da vida primitiva da Terra tornou-se progressivamente mais rico, revelando um conjunto diverso de comportamentos adaptativos dos pioneiros da vida no planeta. Alguns desses comportamentos tiveram influência global, resultando em uma progressiva oxigenação da atmosfera e do oceano durante os 2 bilhões de anos seguintes. Ao decifrar esse registro geológico, podemos reconstruir a história da evolução biológica.

PRESS, F. êti ól Para entender a Terra. Tradução: Rualdo Menegat. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 40-41.

Pré-Cambriano*

ÉON

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS NA TERRA

Proterozoico
(significa “vida elementar”)

Gases importantes para o desenvolvimento da vida no planeta concentram-se na atmosfera – a camada gasosa que envolve a Terra.
Desenvolvimento da vida nos oceanos em forma de bactérias e algas.
Começou ± 2,5 bilhões de anos atrás
Ilustração. Diversos algas de cor em tons de verde, cinza, bege e esverdeadas estão no fundo de um oceano. O fundo do oceano está representado por tons de marrom. Acima, na água, há bactérias e algas com formatos irregulares e em tons de amarelo, laranja, verde e roxo.

Arqueano
(significa “vida arcaica”)

A superfície da Terra segue resfriando-se e as porções rochosas se ampliam.
Formam-se os oceanos, onde surgem as primeiras formas de vida.
Começou ± 4 bilhões de anos atrás
Ilustração. Estruturas rochosas e esbranquiçadas emergem do fundo de uma área alagada.

Hadeano
(ou Era Azoica, “sem vida”)

Resfriamento da Terra e formação das primeiras rochas.
Não há vida.
Começou ± 4,6 bilhões de anos atrás
Ilustração. Céu vermelho com raios e rastros de rochas incandescentes caindo em direção a superfície. Estruturas rochosas aparecem no solo, soltando lava avermelhada.

* O conjunto dos éons anteriores ao Fanerozoico é conhecido como Pré-Cambriano, que significa ‘‘antes da vida primitiva’’. Isso porque, a partir da Era Paleozoica, surgiram diversas espécies primitivas de animais e vegetais.

A melhor maneira de estudar esse quadro é lendo-o de baixo para cima; ou seja, dos primeiros acontecimentos para os mais recentes, que estão no topo. Os “éons” são os maiores intervalos do tempo geológico. Daí em diante, os cientistas que estudam a história da Terra – os geólogos – subdividem o tempo em “Eras”, “Períodos”, “Épocas” ou “Idades”. Representações artísticas para fins didáticos.

Elaborado com base em dados obtidos em: TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. segunda edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. página 292; 621-623; prés, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Tradução: Rualdo Menegat. Porto Alegre: Bookman, 2006. página 255-259; COMISSÃO INTERNACIONAL DE ESTRATIGRAFIA. Tabela cronoestratigráfica, fevereiro 2017. Disponível em: https://oeds.link/8c4f2X Acesso em: 11 abril 2022.

A maior parte dos cientistas que estudam o passado da Terra associa a origem do planeta à teoria do Big Bang (Grande Explosão). De acordo com essa teoria, há aproximadamente 15 bilhões de anos o Universo era um único ponto muito quente e com muita energia, que, por razões ainda pouco conhecidas, explodiu, dando origem a todos os astros.

A Terra, dessa fórma, seria resultado do acúmulo de poeira cósmica e de fragmentos gerados pelo Big Bang. Esses materiais se atraíram e se compactaram, formando o planeta em que vivemos. Estudos geológicos indicam que a Terra surgiu há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.

A análise de rochas e a descoberta de vestígios muito antigos de animais e vegetais, chamados de fósseisglossário , permitiram compreender as mudanças que ocorreram no planeta e estudar sua história. No quadro da escala do tempo geológico apresentado, você pôde conhecer os principais eventos da história da Terra desde a sua formação.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Segundo o Dicionário Uáis da Língua Portuguesa eletrônico, a palavra “fóssil” deriva do latim fossilis, que significa “ser extraído da terra”.

Entre os vestígios de seres vivos que podem ser encontrados fossilizados estão partes de vegetais, de animais, pegadas e marcas decorrentes da existência desses seres vivos, partes dos corpos de indivíduos da fauna e da flora e mesmo fezes de animais.

Para que um fóssil resista ao tempo, é necessário que fique preso entre camadas de rochas, o que limita o contato do fóssil com o oxigênio e com a luz, garantindo melhor preservação do material.

É interessante observar que os vestígios de seres vivos não suportam ser submetidos a altas temperaturas ou pressão; por isso, os fósseis podem ser encontrados entre as camadas das rochas sedimentares. As rochas metamórficas e as rochas ígneas não abrigam fósseis.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Ciências

Riquezas paleontológicas no GeoPark Araripe

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

reticências Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) desenterraram fósseis de duas espécies de ouriços e comprovaram que o Sertão, sim, já foi um imenso mar.

“Se restava alguma dúvida sobre a inundação do oceano no interior do Nordeste, agora isso está enterrado”, diz o geólogo Alexandre Feitosa Sales. É que os ouriços são animais aquáticos exclusivos de água salgada.

O Atlântico começou a banhar o Nordeste há cêrca de 120 milhões de anos. Na região do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e Piauí, os fósseis marinhos foram datados em 110 milhões [de anos].

O mar entrou pelo caminho aberto no meio de um antigo continente, chamado Gondwana, que estava se partindo ao meio. A separação deu origem à América e à África, além de criar o Atlântico Sul.

“Durante tempestades o mar depositava os organismos marinhos, que posteriormente eram fossilizados”, descreve Sales, que realizou a pesquisa reticências.

Além dos ouriços-do-mar, a equipe de Sales se deparou com mais de cinco tipos de gastrópodes (búzios) e mais de 10 bivalves, moluscos formados por duas conchas.

O levantamento da Urca, realizado em 2005, foi uma das pesquisas apresentadas à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco, na sigla em inglês) para a transformação da área num geoparque.

Geoparques são áreas que têm suas riquezas geológicas e paleontológicas reconhecidas pela unêsco. reticências

“Há ainda sapos, tartarugas, crocodilos, escorpiões, aranhas e invertebrados marinhos, como os equinoides”, afirma Sales. reticências

Um terço de todos os pterossauros descritos no planeta tiveram seus fósseis descobertos no local, que abriga mais de 20 ordens de insetos fossilizados, com idade estimada entre 70 e 120 milhões de anos.

Os fósseis se concentram na chamada Formação Santana, que se espalha por 250 quilômetros de extensão por 50 quilômetros de largura. A camada onde os animais e plantas petrificados são achados alcança 200 metros. reticências

A proposta da Urca, que tem apoio do Governo do Ceará e prefeituras, é fazer do turismo científico um instrumento de geração de renda na região.

“No lugar de comprar fósseis, que é uma atividade ilegal, o visitante agora pode contemplar a área e adquirir suvenires.”

FÓSSEIS provam que o Sertão já foi oceano. Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 22 out. 2007. Disponível em: https://oeds.link/erpZ6q. Acesso em: 11 abr. 2022.

  1. De acordo com o texto, que descoberta feita por pesquisadores comprova que o Sertão brasileiro já foi um mar?
  2. É possível que algum dia a região volte a ser mar? Justifique.
  3. O GeoPark Araripe foi reconhecido em 2006 como o primeiro das Américas. Explique a importância de um geoparque nessa região.
  4. Crie uma história em quadrinhos sobre a formação e o desaparecimento do mar na região do Araripe.
Versão adaptada acessível

4. Crie uma história em quadrinhos sobre a formação e o desaparecimento do mar na região do Araripe. Uma versão tátil pode ser realizada com uso de materiais com diferentes formas, tamanhos e texturas.

Orientação para acessibilidade

Caso possível, sugira o uso de materiais de diferentes texturas para a elaboração da história em quadrinhos. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Dessa forma, podem ser utilizados para criação da história em quadrinhos material emborrachado, diversos tipos de papéis, palitos, linhas, botões, retalhos de tecidos etc. Os contornos dos elementos da história podem ser representados por materiais maleáveis, como linhas de barbante. Pode-se sugerir que os estudantes criem associações entre a textura de determinado material e a personagem ou processo representado. Oriente que os textos sejam inseridos próximos aos quadros de cada cena. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade. Os estudantes também podem descrever aos colegas a história criada, favorecendo o exercício da imaginação e da criatividade. Eles podem indicar a caracterização das personagens e suas expressões, o cenário principal, o plano de fundo, os diálogos, entre outros elementos possíveis.

Ícone. Sugestão de site.
GEOPARK Araripe. Disponível em: https://oeds.link/jJ4UV8. Acesso em: 16 fevereiro 2022. Site que disponibiliza diferentes informações científicas e turísticas sobre o GeoPark Araripe.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção está em consonância com a Competência Geral da Educação Básica número2: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. Pode ser trabalhada em conjunto com a Unidade Temática Terra e Universo, do componente curricular Ciências, contida na Bê êne cê cê.

Esta seção possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco.

Respostas

A teoria da Pangeia e da formação dos blocos de Laurásia e gôndwãna, bem como da origem dos atuais continentes, será estudada no início do próximo Capítulo.

  1. A descoberta de fósseis de duas espécies de ouriços, animais aquáticos exclusivos de água salgada.
  2. Espera-se que os estudantes embasem suas respostas no conteúdo apresentado no texto, considerando alguns aspectos da teoria da deriva continental, ainda que de fórma incipiente. Este conteúdo será aprofundado ainda nesta Unidade.
  3. O reconhecimento da região como um geoparque é importante por incentivar a preservação da área onde foram encontrados os fósseis e o incentivo ao seu estudo para a compreensão da origem dos continentes e da história da vida local em diferentes períodos geológicos.
  4. Espera-se que os estudantes representem a formação dos continentes americano e africano e a abertura da porção sul do oceano Atlântico, que, nesse momento, banhava o atual Nordeste brasileiro. Posteriormente, os estudantes devem retratar o soerguimento do atual Nordeste brasileiro e o recuo do oceano nessa região.

Texto complementar

Geopark Araripe

A Bacia do Araripe é multi‑histórica, com uma área de cêrca de 12 000 quilômetros quadrados, cujos depósitos relacionam‑se especialmente com os primeiros estágios de evolução do Oceano Atlântico. As sucessões sedimentares de maior relevância internacional possuem quantidade e qualidade de preservação de seus fósseis, que a transformaram em um dos principais depósitos fossilíferos do mundo reticências.

A diversidade de fósseis representa um aspecto importante para o reconhecimento do geopark Araripe. Em suas rochas carbonáticas de 110 milhões de anos, são encontradas as primeiras plantas com flores e uma profusão de invertebrados e vertebrados fósseis. Deve‑se dar destaque para os insetos, peixes, pterossauros e dinossauros, por vezes com seus tecidos moles ainda preservados.

Outro fator importante em termos geológicos é o registro das primeiras ingressões marinhas que deram posteriormente origem ao Oceano Atlântico e que compreendem os maiores depósitos de gesso do Brasil. Esse recurso mineral é explorado industrialmente e possui influência na economia nacional.

GEOPARK Araripe: o único das Américas reconhecido pela Unesco. Oficina de textos, 30 outubro 2019. Disponível em: https://oeds.link/7Vm1Yw. Acesso em: 29 março 2022.

A estrutura interna do planeta Terra

O interior da Terra ainda é pouco conhecido por causa das dificuldades em alcançar suas camadas mais profundas.

As escavações e sondagens no interior do planeta chegaram a apenas 13 quilômetros de profundidade, enquanto o raio da Terra (distância entre o centro do planeta e sua parte mais externa) mede aproximadamente .6400 quilômetros. Mesmo assim, há maneiras de obter dados e pesquisar sobre as camadas mais internas sem examinar diretamente esses locais.

A Terra é formada por três camadas principais: a crosta terrestre, o manto e o núcleo.

A crosta terrestre é a camada externa, formada por rochas e minerais, também chamada de litosfera. Trata-se da camada mais fina e mais importante para os seres vivos, pois a vida se desenvolve sobre ela.

A crosta está dividida em duas partes, que têm espessuras diferentes: a crosta oceânica e a crosta continental. A crosta oceânica situa-se abaixo dos oceanos e mares. A crosta continental, mais espessa que a oceânica, fica acima do nível das águas, formando os continentes e as ilhas.

O manto é a camada intermediária, situada entre a crosta e o núcleo, e divide-se em duas partes: manto superior e manto inferior, que apresentam temperaturas diferentes. O manto também é composto de rochas sólidas; porém, em condições especiais, pode se tornar uma massa pastosa e extremamente quente, formando o magma.

O núcleo é o centro da Terra. Ele é composto principalmente de ferro e níquel e apresenta temperaturas muito elevadas: cêrca de .6000 graus Célsius.

A TERRA POR DENTRO

Ilustração. A Terra por dentro. Representação do planeta Terra com um corte triangular até o seu centro, exibindo as suas camadas internas. A primeira é a crosta terrestre, representada por uma linha fina e azul no corte. Em seguida, a camada do manto é dividida em duas tonalidades de laranja, sendo o manto externo mais fino e representado por uma tonalidade de laranja mais intensa, e o manto inferior mais próximo ao núcleo, com maior espessura e representado por uma tonalidade de laranja mais clara. Por fim, o núcleo está ao centro do esquema, e possui a cor amarela. Os seguintes textos explicativos estão relacionados à ilustração: As temperaturas do planeta aumentam de fora para dentro, ou seja, da crosta terrestre para o núcleo, o que torna impossível a presença humana nas profundidades do interior da Terra. A crosta terrestre é a camada externa da Terra. Sua espessura varia de 25 a 90 quilômetros, aproximadamente. O manto é a camada intermediária da Terra. Ele se localiza entre a crosta e o núcleo e tem uma espessura de aproximadamente 2.900 quilômetros. Manto superior: Temperatura de 2.000 graus celsius. Manto inferior: Temperatura de 3.000 graus celsius. O núcleo é a parte central da Terra, e sua espessura é de aproximadamente 3.470 quilômetros, com temperatura de cerca de 6.000 graus celsius.
Elaborado com base em dados obtidos em: ENCYCLOPÉDIE géographique. Paris: Librairie Générale Française, 1994. Representação para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

As camadas da Terra

É possível trabalhar as camadas internas do planeta Terra a partir de uma atividade simples e com o uso de materiais de baixo custo. Os materiais necessários são: esferas de isopor cortadas ao meio (meia esfera para cada estudante) e canetinhas hidrográficas coloridas.

Convide os estudantes a representar os continentes e oceanos na parte convexa da meia esfera. Eles podem utilizar a cor azul para representar os oceanos e diferentes cores para representar os continentes, como verde, amarelo e marrom. Neste momento, não é necessário que os estudantes se preocupem com a exatidão das fórmas continentais; ressalte apenas que a crosta terrestre, também conhecida como litosfera, apresenta duas partes: os fundos oceânicos e a crosta continental.

Na parte plana da meia esfera, ou seja, na seção de córte, os estudantes devem representar de fóra para dentro: uma fina camada relativa à crosta terrestre; duas camadas mais espessas relativas ao manto terrestre superior e ao manto terrestre inferior, e uma camada central, circular, correspondente ao núcleo terrestre.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que a superfície da Terra é iluminada e aquecida de fórma desigual pela energia solar? Esse processo influencia as características climáticas?
  2. Explique o fenômeno conhecido como movimento aparente do Sol.
  3. Durante as comemorações de Ano-Novo, muitas imagens compartilhadas na internet abordam o fato de a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro acontecer no Japão, na Austrália ou na Nova Zelândia entre 11 e 15 horas antes de ocorrer no Brasil.
Fotografia. Vista a noite de uma ponte no mar, que está iluminado por uma série de fogos de artifício que estouram no céu. Diversas embarcações flutuam no mar. Sobre a imagem, em letras brancas, aparece a seguinte frase: Já é ano novo na Austrália.
Fogos de artifício na baía de Sydney, Austrália (2022).
  1. Qual é o movimento da Terra responsável pela unidade de tempo denominada ano?
  2. Por que as comemorações de Ano-Novo na Austrália acontecem cêrca de 13 horas antes em relação às do Brasil? Qual movimento do planeta influencia no início da festividade?
  3. Você já viu ou soube de alguma imagem na internet desse tipo? Comente com os colegas.

4. A Lua é um satélite, porque, além do movimento de rotação (em torno do próprio eixo), realiza o movimento de translação ao redor de um planeta – a Terra. O tempo de duração desses dois movimentos é praticamente o mesmo (cêrca de 29 dias). É por isso que sempre vemos a mesma face (o lado visível) da Lua. No entanto, a quantidade da superfície que podemos ver – a fase da Lua – depende da posição desse astro em relação à Terra e ao Sol.

FASES DA LUA

Ilustração. Fases da lua. Esquema onde o planeta Terra está ao centro e, em volta, a Lua é representada quatro vezes, em diferentes posições no elipse que sinaliza o seu percurso de movimento de translação. Cada reprodução da Lua recebe uma letra diferente: A, B, C e D. Setas brancas acompanham a elipse, e apontam no sentido anti-horário. No canto direito, diversas setas pequenas e amarelas, enfileiradas na vertical, apontam para a Terra e a Lua, simbolizando a luz do Sol. A Lua A está posicionada na extremidade direita do elipse, mais próxima das setas amarelas, ao lado direito. A parte voltada para a Terra está escura. A Lua B está posicionada no eixo mais estreito da elipse, e a face dela voltada para a Terra está metade iluminada, metade escurecida. A Lua C está posicionada na extremidade esquerda da elipse, e a face voltada para a Terra está completamente iluminada. A Lua D está posicionada no eixo mais estreito da elipse, e a face dela voltada para a Terra está metade iluminada, metade escurecida. Abaixo, as quatro Luas desse esquema  são reproduzidas de acordo com a iluminação que elas recebem do Sol, e nomeadas conforme suas fases. Lua A - Lua nova. Sua face é totalmente escurecida pela sombra. Lua B - Quarto crescente. Sua face está dividida na vertical: o lado esquerdo está iluminado, e o direito, com sombra. Lua C - Lua cheia. Sua face é totalmente iluminada. Lua D - Quarto minguante. Sua face está dividida na vertical: o lado direito está iluminado, e o esquerdo, com sombra.
Fonte: CIÊNCIAS da Terra e do Universo. Tradução: Jesus Paula Assis. São Paulo: Moderna, 2009. página 241. (Enciclopédia do Estudante, volume 3). Representação para fins didáticos, sem escala.
  1. No início deste Capítulo, você conheceu a definição de satélite artificial. Por que a Lua é considerada um satélite natural da Terra?
  2. Quantas são as fases da Lua? Quais são elas?
  3. Em qual das fases a Lua não é visível? Por quê?
  4. Por que motivo sempre vemos a mesma face da Lua?

5. Quais são as camadas da estrutura interna da Terra? Descreva as principais características de cada uma delas.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero três (atividades 1, 2 e 3)
  • ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividade 5)

Respostas

  1. Porque a Terra tem fórma esférica e eixo inclinado em relação ao plano de órbita ao redor do Sol. Esse processo influencia a ocorrência de diferentes zonas térmicas e, consequentemente, de diferentes padrões climáticos.
  2. Trata-se do movimento que o Sol parece fazer ao longo do dia, “nascendo” aproximadamente a leste e “se pondo” aproximadamente a oeste. Na realidade, porém, esse movimento é apenas aparente, pois é a Terra que se move. Isso acontece em virtude do movimento de rotação do planeta, que ocorre de oeste para leste.
    1. O movimento de translação.
    2. As comemorações de Ano-Novo começam com 13 horas de antecedência na Austrália por conta dos diferentes fusos horários da Terra. O movimento do planeta que influencia no início da festividade é o movimento de rotação.
    3. Respostas pessoais.
    1. A Lua é um satélite natural da Terra porque sua formação decorre de fenômenos naturais e ela orbita ao redor do planeta.
    2. São quatro fases: nova, crescente, cheia e minguante.
    3. A Lua não se mostra visível para nós durante a fase da Lua nova, quando está alinhada entre o Sol e a Terra, de fórma que somente sua face voltada para o Sol é iluminada.
    4. Vemos sempre a mesma face da Lua, já que o tempo de duração de seu movimento de rotação é praticamente igual ao tempo de duração de seu movimento de translação.
  3. Para a realização desta atividade, oriente os estudantes a consultar o bloco-diagrama que representa a Terra por dentro, na página 57. A crosta é a camada externa da Terra, e também a mais fina, com uma espessura máxima aproximada de 70 quilômetros. É na superfície da crosta que os seres humanos habitam e atuam, construindo o espaço geográfico. A camada mais espessa é o manto, constituído por rochas sólidas e material pastoso. É composto de duas partes (manto superior e manto inferior), tem espessura total de quase 2 900 quilômetros e temperatura de cêrca de 3 000 graus Célsius. O núcleo é composto de elementos metálicos e sua temperatura pode chegar a 6 000 graus Célsius.

CAPÍTULO 5  A deriva continental e as placas tectônicas

Neste Capítulo, vamos estudar de que modo as estruturas internas da Terra influenciam as formações existentes na superfície do planeta.

Nas diferentes paisagens que compõem o mundo em que vivemos, podemos observar grandes cadeias de montanhas e vulcões. A formação deles é associada aos processos de tectonismo e de vulcanismo.

Para compreender esses processos, vamos imaginar que a crosta terrestre é dividida em diversos pedaços que se encaixam como peças de um grande quebra-cabeça. Cada “peça” desse quebra-cabeça é chamada de placa tectônica. As placas tectônicas se deslocam sobre o manto, movendo-se lentamente como se estivessem em uma esteira rolante, ora se aproximando, ora se afastando uma da outra.

Fotografia. Em primeiro plano extenso campo de coloração amarelada. Em segundo plano, algumas construções com o telhado vermelho, além de torres arredondados à direita. Ao fundo, cadeia de montanhas em tons amarronzados e cume com neve. Acima, o céu está azul e a paisagem é iluminada pela luz do sol.
Cadeia montanhosa do vulcão êia fiátla riuúclôt, Islândia (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Observe que os conceitos de crosta continental, crosta oceânica, manto, litosfera e magma são pré-requisitos para o entendimento deste conteúdo. Por isso, antes de iniciar o estudo do Capítulo, é importante assegurar que os estudantes tenham se familiarizado e compreendido bem a estrutura interna do planeta Terra. Se necessário, retome os conteúdos do Capítulo 4 desta Unidade.

Este Capítulo trabalha com ilustrações e blocos-diagramas; a leitura e a compreensão de cada um deles são importantes para a progressão do aprendizado, além de fornecer ferramentas para que os estudantes se familiarizem com as diferentes possibilidades das representações geográficas.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero sete: Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor e o estudante:

í bê gê É. Atlas Geográfico Escolar. Disponível em: https://oeds.link/KZaEHX. Acesso em: 29 março 2022.

Atlas geográfico disponível para acesso virtual, que reúne representações cartográficas do Brasil e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Como se formaram os continentes da Terra

No início do século vinte, o cientista alemão Álfred Véguenar desenvolveu uma teoria chamada deriva continental, que originou os estudos sobre os movimentos das placas tectônicas. Segundo essa teoria, os continentes atuais são originários de um único e gigantesco continente que existiu há centenas de milhões de anos, denominado pangéia.

Véguenar chegou a essa conclusão depois de observar, por exemplo, que a costa leste da América do Sul parecia se encaixar na costa oeste do continente africano. Além disso, alguns fósseis de animais e vegetais que viveram na mesma época, há milhões de anos, foram encontrados tanto na América quanto na África e em outros continentes.

cêrca de 230 milhões de anos, o continente Pangeia teria começado a se dividir em dois grandes blocos: Laurásia e gôndwãna. Esses blocos também teriam se afastado lentamente um do outro e se fragmentado. Esse processo, de milhões de anos, teria dado origem aos atuais continentes.

No final da década de 1960, a ciência propôs a teoria das placas tectônicas para explicar os movimentos dos continentes.

CONTINENTES EM FORMAÇÃO

Ilustração. Continentes em formação. A superfície da Terra é representada em quatro momentos distintos: Há 230 milhões de anos, 200 milhões de anos, 135 milhões de anos e formação atual. A representação há 230 milhões de anos está no canto superior à esquerda, e mostra um bloco marrom representando um continente sobre o oceano, que está em azul. No centro desse continente está escrito Pangeia, em preto. Texto explicativo: Há 230 milhões de anos, o continente único, chamado Pangeia, começou a se dividir. A representação há 200 milhões de anos está no canto superior à direita e mostra o continente dividido em dois blocos sobre os oceano. No bloco acima e ao centro está escrito Laurásia, em preto. O bloco da parte de baixo tem o nome de Gondwana. Texto explicativo: Há 200 milhões de anos, a fragmentação de Pangeia deu origem a dois blocos de terra: Laurásia e Gondwana. A representação há 135 milhões de anos mostra a fragmentação do bloco em 7 partes que ainda estão próximas umas das outras. Texto explicativo: Há 135 milhões de anos Laurásia e Gondwana também se desintegraram. Nesse momento já é possível identificar contornos das atuais América do Norte (1), Eurásia ou bloco Europa-Ásia (2), América do Sul (3) e África (4). 1: América do Norte 2: Eurásia 3: América do Sul 4: África 5: Austrália 6: Antártida 7: Índia A formação atual mostra os continentes numerados da mesma forma que a representação há 135 milhões de anos. Porém, a posição de cada continente é a mesma verificada atualmente. Texto explicativo: Nos últimos milhões de anos, a Índia (7) colidiu com a Eurásia (2), que, por sua vez, separou-se da América do Norte (1).
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 12. Representações para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante ressaltar que o planeta Terra nem sempre apresentou a mesma disposição continental que apresenta atualmente.

Os continentes atuais serão estudados na Unidade três deste livro.

Os conteúdos abordados neste percurso podem ser explorados intensamente e ampliados, já que despertam a curiosidade e a atenção dos estudantes.

Acompanhe-os na leitura dos textos e das ilustrações, esclarecendo as dúvidas que surgirem.

É importante que os estudantes analisem as ilustrações com o objetivo de compreender os processos que elas representam. Tome o tempo que julgar necessário para garantir essa compreensão.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

O NÚCLEO: missão ao centro da Terra. Direção: djon amiel. Estados Unidos: Paramount, 2003. Duração: 135 minutos.

Filme de ficção em que um cientista percebe que o planeta parou de girar e que os seres vivos podem ser extintos em poucos meses. Para reativar o movimento de rotação, ele reúne uma equipe que parte em direção ao núcleo da Terra.

Observação

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As placas tectônicas em movimento

A litosfera (ou crosta terrestre) é composta de materiais rochosos, denominados placas tectônicas. Essas placas flutuam sobre o material do manto e movem-se muito lentamente, cêrcade alguns centímetros por ano.

Esse movimento é causado pelas correntes de convecção, por meio das quais os materiais mais quentes do manto sobem para perto da base da litosfera. Ao chegar, eles perdem calor e descem, dando lugar aos materiais mais quentes que estão subindo. As correntes causam o deslocamento das placas, como podemos observar na ilustração.

CORRENTES DE CONVECÇÃO

Ilustração. Correntes de convecção. Um bloco-diagrama mostra, na superfície, um oceano com uma fenda em seu assoalho. Nas margens do oceano, cordilheiras. Na área subterrânea está o manto, representado pela cor laranja. Há dois círculos no manto, ao lado direito e esquerdo, compostos por setas, que indicam as correntes de convecção. O círculo do lado esquerdo mostra um movimento no sentido anti-horário, e o círculo direito, no sentido horário. Na parte central, entre os círculos e o oceano da superfície, estão duas camadas marrons representando as placas tectônicas. Setas indicam que elas estão se afastando e, entre elas, magma emerge alcançando o limite da fenda. Ao se afastar, essas placas se deslocam para baixo de outras duas placas que estão nas extremidades da ilustração, logo abaixo das cordilheiras. Textos relacionados à ilustração explicam os processos representados: A matéria quente do manto sobe movimentando das placas tectônicas e separando-as. Quando as placas se chocam, uma delas é arrastada para baixo da placa vizinha, mergulha, se aquece e, novamente, sobe.
Fonte: PRESS, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Tradução: Rualdo Menegat. Porto Alegre: Bookman, 2006. página39. Representação para fins didáticos, sem escala.

Os limites entre as placas tectônicas em movimento podem ser convergentes (quando as placas se chocam), divergentes (quando as placas se afastam) ou transformantes (quando as placas se movimentam lateralmente). Esses movimentos contribuem para a modificação contínua da superfície terrestre.

Observe no mapa as principais placas tectônicas e a direção de seus deslocamentos.

PLANISFÉRIO: PLACAS TECTÔNICAS

Mapa. Placas tectônicas. Planisfério com o contorno dos continentes e a divisão das placas tectônicas, mostrando os limites entre elas e sinalizando as áreas de convergência, divergência ou local de falha transformante. As placas são: placa norte-americana, placa do caribe, placa de cocos, placa do pacífico, placa de nazca, placa sul-americana, placa africana, placa arábica, placa euro-asiática, placa indiana, placa das filipinas, placa australiana e placa antártica. Áreas de linha divergente de placas, sinalizadas por setas vermelhas: placa do pacífico em relação à placa de nazca; placa sul-americana em relação à placa africana; placa australiana em relação à placa africana; placa norte-americana em relação à placa euro-asiática. Áreas de linha convergente ou encontro de placas, sinalizadas por setas verdes: placa antártica com sul-americana; placa do pacífico com as placas norte-americana e australiana; placa euro-asiática com as placas africana, indiana, australiana e das filipinas; placa sul-americana com as placas de nazca e do caribe; placa do caribe com a placa de cocos; placa de cocos com a placa norte-americana. Áreas de linha de falha transformante, sinalizadas por ícones roxos: placa norte-americana em relação a placa do pacífico e do caribe, placa antártica em relação as placas do pacífico, nazca, sul-americana e australiana, placa africana em relação a placa sul-americana, placa arábica em relação a placa indiana. placa indiana em relação a placa euro-asiática, e placa australiana em relação a placa do pacífico. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.460 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 17. Note que a disposição das placas dá à superfície do planeta a aparência de um enorme quebra-cabeça.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

De acordo com a teoria das placas tectônicas, a crosta terrestre não é contínua; ela é quebrada em grandes placas que se movimentam alguns centímetros por ano sobre o manto terrestre.

É válido lembrar que a descoberta das placas tectônicas possibilitou a compreensão da distribuição mundial dos terremotos e vulcões.

O calor do núcleo terrestre atua como uma espécie de motor das placas tectônicas. Quanto mais perto do núcleo encontra-se o magma, mais calor ele recebe, tornando-se menos denso e tendendo a se mover para regiões superiores do manto. Ao chegar ao manto superior, o magma começa a perder calor, tornando-se mais denso e tendendo a se mover para regiões inferiores do manto. Esse processo gera plumas de convecção no manto terrestre, e a movimentação do manto termina por “arrastar” a crosta, tanto em suas parcelas continentais quanto em suas parcelas oceânicas.

Cada uma das placas tectônicas terrestres está sob a influência de diferentes plumas convectivas de magma. Essa variação determina o sentido de movimento de cada uma das placas e os tipos de contato que cada uma delas tem com as placas vizinhas.

É pertinente ressaltar a localização da América do Sul na placa Sul-Americana, observando, ainda, a centralidade do Brasil nessa placa. Essa característica será importante para o futuro estudo de algumas temáticas.

Observação

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Texto complementar

O movimento das placas

Deriva “continental” é um termo equivocado, pois na realidade o que está à deriva são as placas que estão flutuando, com as porções mais elevadas ficando expostas ao ar enquanto se deslocam sobre as placas que estão em grande medida submersas, em um processo dinâmico graças ao qual a superfície da Terra é continuamente redesenhada.

Em uma borda de cada placa, uma rocha derretida nova sobe do manto terrestre e empurra as placas, separando-as. Esse é o espalhamento do assoalho oceânico reticências. Na outra borda da placa, uma rocha antiga está sendo empurrada para baixo, para zonas mais profundas, onde ela é novamente derretida ou colide diretamente com a borda da placa oposta.

Há 50 milhões de anos, a Índia era uma ilha que se movia lentamente na direção da Ásia. Embora hoje seja parte do continente asiático, a Índia na verdade é a ponta setentrional da Placa Australiana, que foi empurrada para cima ao colidir com a Placa Eurasiana.

A Cordilheira do Himalaia emergiu ao longo da linha onde essas massas de terra se encontram. No decorrer dos últimos 40 milhões de anos, o Monte Everest, feito de material que outrora jazia no calmo fundo do mar, foi empurrado para cima e se tornou o ponto mais alto da Terra.

bródi dêivid éliot; bródi árnold ár. As sete maiores descobertas científicas da História e seus autores. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. página 290-298.

A formação das montanhas e a expansão dos oceanos

Nos locais onde as placas tectônicas colidem, formam-se dobramentos, dando origem às grandes cadeias de montanhas. Muitas vezes, quando duas placas se chocam, ambas se dobram, elevando-se – a Cordilheira do Himalaia, na Ásia, surgiu dessa maneira. Em outros casos, a borda de uma das placas afunda embaixo da outra, que sofre dobramento, como nos Andes, na América do Sul. Na ilustração da Cordilheira dos Andes, vemos um exemplo de atuação de placas convergentes.

CORDILHEIRA DOS ANDES

Ilustração. Cordilheira dos Andes. Representação do planeta Terra no canto esquerdo, onde duas setas pequenas e brancas apontam uma para a outra na área da Cordilheira dos Andes. Dessa região desponta uma seta grande e amarela indicando um bloco diagrama. Na parte superior do bloco está uma cadeia de montanhas indicando a Cordilheira dos Andes. Abaixo, a placa de nazca é evidenciada por uma camada marrom com uma seta para baixo, indicando seu movimento descendente. Ao lado, a placa sul-americana, também representada em marrom, aparece com uma seta na direção da placa de nazca. Na parte inferior, uma camada vermelha com nome manto.
Fonte: prés, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 57. A representação, sem escala, mostra a área de choque entre a Placa de Nazca e a Placa Sul­‑Americana. A Placa de Nazca é “engolida” pelo manto, e ocorre o dobramento da Placa Sul-Americana, formando a Cordilheira dos Andes.

As áreas onde ocorre o afastamento de placas são marcadas pela ocorrência de terremotos e pela atividade vulcânica. Isso acontece, por exemplo, no meio do oceano Atlântico, na Cordilheira Mesoceânicaglossário . A pressão exercida pelo magma na crosta oceânica gera falhamentos e afastamento das placas. O magma sai pelas fendas entre essas placas e se solidifica, formando novas rochas na crosta terrestre. Dessa maneira, ocorre a expansão do fundo oceânico, caracterizando a atuação divergente das placas.

CORDILHEIRA MESOCEÂNICA

Ilustração. Cordilheira Mesoceânica. Representação do planeta Terra no canto esquerdo, onde duas setas pequenas e brancas apontam uma para a outra na área de uma falha no oceano Atlântico. Dessa região desponta uma seta grande e amarela indicando um bloco diagrama. Na parte superior, no assoalho do oceano está indicada a Cordilheira Mesoceânica, composta por uma divisão elevada no meio de um oceano. Abaixo, há uma camada marrom dividida ao meio: à esquerda, placa norte-americana e uma seta branca para a esquerda; à direita, placa euro-asiática e uma seta para a direita. Na parte inferior, uma camada vermelha com o nome manto. No centro do manto há três setas vermelhas apontadas para cima indicando o movimento de convecção do manto.
Fonte: prés, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 57. A existência, no fundo oceânico, de rochas mais recentes que as localizadas perto dos continentes comprova a ampliação do oceano Atlântico. Representação para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O relevo terrestre é influenciado por alguns agentes, sendo dois dos principais os externos e os internos. Os agentes externos de formação do relevo consistem em alguns fenômenos que acontecem na atmosfera e na hidrosfera e na ação de alguns seres vivos, como as plantas, animais e seres humanos. Os agentes internos de formação do relevo se relacionam ao vulcanismo, ao ciclo de formação das rochas e aos movimentos das placas tectônicas.

Por se tratar de fenômenos majoritariamente ligados a uma escala de tempo geológica, ou seja, longa, as ações dos agentes internos de formação do relevo são menos percebidas pelos seres humanos e exigem um grau de abstração maior para o desenvolvimento do processo de aprendizagem.

Observação

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Texto complementar

Tectônica de placas e ocorrências geográficas

Um breve resumo da tectônica atual em território brasileiro reticências poderá nos ajudar a entender importantes ocorrências geográficas. A Dorsal Meso-Atlântica reticências é responsável pelo afastamento da América do Sul e da África reticências. A Dorsal empurra a grande placa sul-americana para oeste, enquanto mecanismos semelhantes empurram a placa de Nazca para leste, provocando um choque entre elas. Desse choque decorrem três fatos: o dobramento da crosta na área de choque, levantando a cordilheira dos Andes (orogênese); o levantamento, do lado oriental de grandes porções territoriais (epirogênese) formando os planaltos brasileiros; e o rebaixamento das áreas intermediárias (subsidência), fazendo com que as águas se concentrem no centro do continente.

reticências A tectônica atual também é responsável pelas plataformas continentais (partes da crosta que estão submersas), muitas das quais apresentam grande potencial de exploração de petróleo (bacias de Campos, Rio de Janeiro, e Santos, São Paulo).

É bom lembrar, aqui, que o grande volume de sedimentos depositados pelos rios na margem continental (além dos sedimentos marinhos) explica o fato de o Brasil possuir praias arenosas em quase todo o seu litoral, favorecendo o aproveitamento turístico.

VENTURI, Luis Antônio Bittar; VENTURI, Maria Alice. Escassez e conservação dos recursos naturais do planeta. In: BUITONI, Marísia Margarida Santiago (organizador). Geografia: ensino fundamental. Brasília, Distrito Federal: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Básica, 2010. (Título adaptado.)

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

O bloco-diagrama

Você já estudou que o bloco-diagrama é um recorte esquemático que reproduz parte da superfície terrestre em três dimensões.

Esse tipo de representação mostra a paisagem em uma visão oblíqua segundo a posição do observador, dando a ideia de volume.

De maneira geral, a interpretação de um bloco-diagrama é simples, pois não exige o conhecimento de convenções cartográficas ou a consulta a uma legenda. Por meio de blocos-diagramas, é possível criar esquemas explicativos da dinâmica interna do planeta ou de processos como a formação das montanhas.

Um bloco desse tipo pode ser elaborado respeitando as proporções reais ou com exageros verticais para destacar as fórmas representadas.

No exemplo da ilustração a seguir, as proporções reais não são respeitadas.

Desenhar manualmente uma paisagem exige muita habilidade. Hoje, contudo, há programas de computador especializados que produzem blocos-diagramas digitais com base em informações obtidas de satélites.

REPRESENTAÇÃO DA FORMAÇÃO DA CORDILHEIRA DO HIMALAIA

Ilustração. Representação da formação da Cordilheira do Himalaia. Bloco-diagrama que contém em sua parte superior uma cadeia de montanhas indicando a Cordilheira do Himalaia. Abaixo, à esquerda, a placa indo-australiana é evidenciada por uma camada marrom com uma seta para baixo no sentido esquerda para direita, indicando seu movimento descendente. À direita, a placa euro-asiática composta por uma camada marrom com uma seta na direção da placa indo-australiana. Na parte inferior, uma camada vermelha com nome manto.
Fonte: prés, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 57. Representação para fins didáticos, sem escala.
  1. Quais informações sobre a estrutura representada podemos extrair desse bloco-diagrama? Essas informações estariam visíveis em um mapa?
  2. Que fenômeno esse bloco-diagrama representa? Explique-o e indique suas possíveis consequências.
  3. Quais são as vantagens do uso de blocos-diagramas para representar determinada porção do espaço?
  4. Se você elaborasse um bloco-diagrama da região do seu município, quais elementos representaria?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É possível apoiar-se nos blocos-diagramas para apresentar as cordilheiras e os ocea­nos como características do relevo terrestre. Essa prática pode ajudar os estudantes na compreensão dos processos de formação dessas feições e na correlação desses processos à movimentação das placas tectônicas.

Observação

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Respostas

  1. Além de mostrar as fórmas superficiais em três dimensões (cadeia de montanhas, vales e rios), esse bloco-diagrama traz as camadas inferiores da área representada e o sentido de movimento das placas tectônicas. As características das camadas inferiores na área representada não estariam em um mapa.
  2. O bloco-diagrama representa a área de encontro entre as placas tectônicas Indo-Australiana e Euro-Asiática. O choque entre essas duas placas faz com que elas se deformem, formando a Cordilheira do Himalaia.
  3. Os blocos-diagramas possibilitam a relação entre a superfície e a estrutura da área representada. Seu uso proporciona a visualização das fórmas de maneira clara e direta, mesmo para os olhos menos treinados.
  4. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem os elementos visíveis nas camadas superficiais e imaginem os possíveis elementos das camadas inferiores do município onde vivem.

O vulcanismo

Quando a placa tectônica sofre uma ruptura, o material do manto tende a escapar por ela. Se esse material transborda até a superfície na fórma de fragmentos de rochas, gases, lavas e cinzas, ocorre o fenômeno do vulcanismo, isto é, a erupção de vulcões.

Quando um vulcão está em erupção ou mostra sinais de instabilidade, como emissão de gás e tremores, dizemos que ele é ativo. Vulcão inativo ou dormente é aquele que não se encontra em atividade, mas que poderá entrar novamente em erupção (e por isso costuma ser constantemente monitorado). Há também vulcões extintos, ou seja, que provavelmente não entrarão em erupção.

O território brasileiro está situado no centro da Placa Sul-Americana, portanto distante das áreas de choque de placas tectônicas. Isso explica por que não existem atualmente no Brasil vulcões que apresentem erupções. Mas já ocorreram atividades vulcânicas, por exemplo, em Poços de Caldas (Minas Gerais), no Atol das Rocas (Rio Grande do Norte) e no Arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco).

Na região da Amazônia, há vulcões extintos que podem estar entre os mais antigos do mundo.

ESTRUTURA DE UM VULCÃO

Ilustração. Estrutura de um vulcão. A partir de um corte em um vulcão são evidenciadas as suas estruturas internas. Na parte inferior, em laranja, está a câmara magmática. Um pouco acima, filetes laranjas ramificados, chamados fraturas, saem da câmara em direção à superfície, por onde sai a fumarola. A água subterrânea está entre a camada laranja e a superfície. Na superfície uma fina camada laranja indica o derramamento de lava. No topo do vulcão em erupção aparecem as cinzas vulcânicas e a coluna eruptiva.
Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. segunda edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. página 176. Representação para fins didáticos, sem escala.

PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS VULCÕES (2018)

Mapa. Planisfério: principais vulcões (2018). Mapa contendo todos os continentes. Os principais vulcões estão representados pelo elemento gráfico de um ponto vermelho. Eles estão concentrados em países banhados pelo Oceano Pacífico. Divididos por continentes, estão listados alguns vulcões: América: Tanaga, Pavlov, Katmai, Santa Helena, Lassen Park, Paricutin, Popocatépetl, Monte Pelée, Fuego, Irazú, Misti, Chimborazo, Kilauea, Mauna Loa. África: Fogo, Cameroon, Nyiarogongo, Quilimanjaro. Europa: Askja, Hekla, Vesúvio, Etna. Ásia: Fuji, Sakurajima, Pinatubo, Mayon, Apo, Cracatoa. Oceania: Ngauruhoe. Antártica: Erebus Abaixo, rosa dos ventos e escala o a 2.950 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018.página13. Os limites entre placas tectônicas vistos anteriormente são áreas mais sujeitas à ocorrência de vulcões e terremotos.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O vulcanismo é um fenômeno diretamente relacionado ao extravasamento do material existente no manto terrestre. A partir do momento no qual esse material entra em contato com a atmosfera ou a água, ele pode receber o nome de lava.

Parte do material do manto terrestre pode formar bolsões ou vesículas dentro da crosta, sem extravasar, formando as intrusões magmáticas.

Correlacionar o magma e a lava à formação das rochas é fundamental. Explicitar essa relação é possível ao analisar o processo de resfriamento da lava na superfície terrestre ou em contato com a água. A lava resfriada se solidifica, formando rochas com diferentes características. As intrusões magmáticas igualmente podem passar pelo processo de resfriamento e formar rochas.

A formação de diferentes rochas, por sua vez, estará intimamente ligada à formação e ao desenvolvimento dos solos.

É interessante comparar o mapa “Planisfério: Placas tectônicas”, da página 61, com o mapa “Planisfério: Principais vulcões (2018)”, desta página. Observar a coincidência entre a presença de vulcões e o limite entre as placas tectônicas é importante para reforçar a origem tectônica do vulcanismo. Nesse momento, também é importante retomar a posição da América do Sul e do Brasil na placa Sul-Americana, relacionando essa característica à ausência de vulcões ativos no Brasil na atualidade.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

Vulcões

A origem e distribuição dos vulcões estão relacionadas com a distribuição das placas tectônicas, massas rochosas rígidas que formam a crosta terrestre e que deslizam sobre o manto, material subjacente de consistência plástica.

reticências Embora pouco comum (só 5% dos vulcões), há também vulcanismo no interior das placas tectônicas, não só nas bordas. Isso ocorre quando existe, no manto terrestre, um ponto quente (hot spot), local onde o magma se concentra e ascende até a superfície, se encontrar uma brecha para tanto. Nessa situação, como a placa está se movendo, mas o ponto quente permanece fixo, aparecem na superfície da Terra vários vulcões ao longo de uma linha, que são cada qual mais jovem que o que lhe antecede, seguindo em um determinando rumo geográfico. Exemplo desse tipo de vulcanismo são as ilhas vulcânicas do Havaí. reticências pode-se ver como aquela área vulcânica fórma uma faixa, com vulcões cada vez mais antigos, de Noroeste (5,1 milhões de anos) para Sudeste (400 mil anos ou menos).

A localização dos pontos quentes pode ter pouca ou nenhuma relação com as placas tectônicas, mas alguns cientistas acreditam que muitas dessas áreas marcam os antigos limites de placas.

BRANCO, Pércio de Moraes. Vulcões. [Brasília, Distrito Federal]: Serviço Geológico do Brasil – cê pê érre ême, 2014. Disponível em: https://oeds.link/4YGfLw. Acesso em: 29 março 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

Encostas do vulcão Vesúvio

Quase dois mil anos depois de ter sepultado as cidades de Pompeia e Herculano [no sul da Itália], o Vesúvio ainda representa uma perigosa ameaça para os moradores de Nápoles e seus arredores, e exige vigilância contínua, com sofisticados sistemas.

“O Vesúvio é um vulcão ativo, um dos mais perigosos do mundo; em caso de erupção, afetaria diretamente .600000 pessoas, pelo que é vigiado permanentemente”, explicou o vulcanólogo Claudio Scarpati, professor da Universidade de Nápoles, sul da Itália.

Situado em frente à baía de Nápoles, a nove quilômetros de distância da capital, ao sul dos Apeninos, tem .1300 metros e se apresenta coberto por centenas de aparelhos que medem cada minúsculo movimento.

A atividade sísmica, a temperatura do gás, qualquer deformação do terreno são escrupulosamente observadas.

Os aparelhos reticências transmitem durante 24 horas sinais sobre sua atividade, monitorados pelo Observatório do Vesúvio, em Nápoles. reticências

O Vesúvio, famoso pela erupção do ano 79, que permitiu tornar conhecidos detalhes surpreendentes da cultura e da vida romana na Idade Antiga, conservados sob a lava solidificada, entrou em erupção muitas vezes.

Desde o século dezenove é estudado; o primeiro observatório foi construído em 1845 por ordem do rei da Sicília, Fernando segundo de Bourbon. reticências

O Vesúvio tem estado inativo desde 1944 e o período atual de calma é o mais longo dos últimos 500 anos, o que aumenta o temor sobre futuras erupções.

“O magma está a 10 quilômetros de profundidade e apresenta atividade sísmica normal”, tranquiliza o vulcanólogo Scarpati.

Para Francesco Russo, presidente do Colégio de Geólogos da região de Nápoles, existe “27% de risco” de que se produza uma erupção nos próximos 100 anos.

ENCOSTAS do vulcão Vesúvio são vigiadas permanentemente. Rádio Italiana. Seção Notícias. Disponível em: https://oeds.link/tgQAdT/. Acesso em: 12 abril 2022.

Fotografia 1. Fotografia de construções antigas em tons de marrom. Ao fundo, uma monte. Acima, o céu com algumas nuvens.
Fotografia 2. Um corpo humano em tons de cinza dentro de uma caixa de vidro. Ao redor há diversos vasos e objetos de cerâmica em tons amarronzados.
Na fotografia 1, Pompeia e o Monte Vesúvio ao fundo, na Itália (2020). A cidade foi redescoberta no final do século dezoito. Na fotografia 2 (2020), conservados pelas cinzas e pela lama, construções, utensílios e corpos humanos permaneceram do modo exato em que foram atingidos pela erupção vulcânica.
  1. Pompeia é um Patrimônio da Humanidade e um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo. Qual é a importância dos estudos arqueológicos em Pompeia e Herculano?
  2. Explique como se origina o fenômeno natural responsável pela catástrofe em Pompeia e Herculano.
  3. Atualmente, o Vesúvio representa algum risco para os moradores da cidade de Nápoles?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Após a leitura do texto, explique aos estudantes que o termo vulcanólogo se refere ao cientista que estuda o vulcanismo, suas causas e fenômenos correlatos, e o termo sísmico se refere àquilo que é relativo a sismos, ou seja, terremotos.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero sete e ê éfe zero seis gê ê um um.

Esta seção também se relaciona com o Componente Curricular História, pois mostra a importância das pesquisas arqueológicas para a compreensão das alterações das paisagens ao longo do tempo, e a interação entre seres humanos e as dinâmicas internas do planeta.

Respostas

  1. O descobrimento das cidades e de seus habitantes, que estavam enterrados e petrificados. Além disso, é possível saber mais detalhadamente sobre o modo de vida e a organização daquela sociedade por meio dos vestígios arqueológicos encontrados.
  2. A placa tectônica sofre uma ruptura e o material do manto tende a escapar por ela. Se esse material transborda até a superfície na fórma de fragmentos de rochas, gases, lavas e cinzas, ocorre a erupção.
  3. Segundo o texto, apesar da inatividade atual do vulcão, ainda há risco de que ocorra uma erupção nos próximos 100 anos.
Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

GANERI, Anita. Vulcões violentos. São Paulo: Melhoramentos, 2005. (Coleção Saber Horrível).

Esse livro possibilita aos estudantes ampliar os conhecimentos sobre vulcões de uma fórma divertida.

Os terremotos

Os terremotos ou abalos sísmicos ocorrem há bilhões de anos. Eles são vibrações que acontecem a todo momento na crosta terrestre, causadas pelo movimento das placas tectônicas. Todos os dias ocorrem milhares de pequenos terremotos que as pessoas não percebem. Quando essas vibrações são mais intensas, podem provocar transformações nas paisagens, causar a destruição de construções e vitimar a população.

Um forte terremoto na crosta oceânica pode levar ao deslocamento de uma enorme massa de água do oceano, gerando um tsunami – onda gigantesca, de grandes proporções, que pode ser catastrófica ao invadir áreas ocupadas pelas pessoas.

Os abalos sísmicos são registrados por equipamentos conhecidos como sismógrafos. Graças a esses equipamentos, e com base em estudos sobre os movimentos das placas tectônicas, é possível estimar onde existe maior risco de terremotos e prevenir a população contra possíveis tragédias.

PLANISFÉRIO: ÁREAS DE MAIOR OCORRÊNCIA DE TERREMOTOS

Mapa. Planisfério: áreas de maior ocorrência de terremotos. O planisfério apresenta, em manchas laranjas, as áreas de maior atividade sísmica. As manchas estão concentradas nas regiões a oeste de todo o continente americano, entre o continente americano e africano, entre Antártida e  América, África e Austrália, e se estende pelo continente europeu até a extremidade da Ásia. As porções de áreas evidenciadas pela mancha laranja também tomam grande extensão do oceano Pacífico nos países asiáticos. Abaixo, rosa dos ventos e escala o a 2.465 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 19.

Ler o mapa

Observe o mapa Planisfério: áreas de maior ocorrência de terremotos e compare-o com os mapas Planisfério: placas tectônicas e Planisfério: principais vulcões (2018) apresentados anteriormente. Qual é a relação entre a ocorrência de terremotos, a presença de vulcões e a movimentação das placas tectônicas?

Ícone. Sugestão de site.
MONITOR Global. Disponível em: https://oeds.link/JfQTRk. Acesso em: 20 abril 2022. Site mostra um planisfério com monitor sismográfico em tempo real, indicando os pontos com terremotos, suas magnitudes e outras características.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Incentive os estudantes a comparar os mapas “Planisfério: Placas tectônicas”, da página 61, “Planisfério: Principais vulcões (2018)”, da página 64, e “Planisfério: Áreas de maior ocorrência de terremotos”, desta página, para observar a coincidência entre a existência de vulcões e das áreas de maior ocorrência de terremotos e os limites entre as placas tectônicas. Isso é importante para reforçar a origem tectônica dos terremotos e tsunamis. Nesse momento, também é relevante retomar a posição da América do Sul e do Brasil na placa Sul-Americana, relacionando a localização à menor ocorrência de abalos sísmicos no Brasil.

É importante ressaltar que abalos sísmicos de menor magnitude podem ocorrer no território brasileiro. No geral, esses abalos ocorrem em decorrência de abalos mais significativos, que geralmente têm epicentros na Cordilheira dos Andes, ou de pequenos tremores ocasionados pelo atrito entre falhas geológicas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Resposta

Ler o mapa: Os eventos citados ocorrem em maior número e intensidade nas bordas das placas tectônicas, nas áreas de colisão ou afastamento.

Texto complementar

Como os terremotos causam danos

Os terremotos podem causar destruição de diversas maneiras. As ameaças primárias são as rupturas do chão, que ocorrem quando as falhas se rompem, a permanente subsidência e o soerguimento da superfície terrestre, causados pelo falhamento, e o tremor de terra, originado pelas ondas sísmicas irradiadas durante a ruptura. As vibrações do solo podem sacudir tanto as estruturas que elas chegam a colapsar. As acelerações do terreno próximas ao epicentro de um grande terremoto podem se aproximar ou até exceder a aceleração da gravidade, de modo que um objeto em repouso na superfície pode literalmente ser arremessado ao ar. Poucas estruturas construídas pelo homem podem suportar um tremor tão intenso, e aquelas que o conseguem são seriamente danificadas. O colapso de prédios e de outras estruturas é a principal causa de danos econômicos e perdas humanas durante os terremotos reticências.

Os terremotos frequentemente ocorrem como reações em cadeia. Os efeitos primários do falhamento e do tremor de terra geram perigos secundários, como desmoronamentos, deslizamentos de terra e outras fórmas de avarias no chão. Quando as ondas sísmicas sacodem intensamente os solos saturados em água, eles comportam-se como líquidos e podem tornar-se instáveis. O chão simplesmente flui, levando prédios, pontes e qualquer outra coisa consigo.

PRESS, F. êti áli. Para entender a Terra. Tradução: Rualdo Menegat. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 486-487.

Os tsunamis

Os tsunamis (termo em japonês) ou maremotos (termo de origem latina) são ondas gigantes que podem se propagar em velocidade superior a 800 quilômetros por hora. Esses movimentos da água do mar são provocados por terremotos ou tremores que ocorrem no fundo dos oceanos.

Em grandes profundidades, as ondas viajam em altas velocidades, mas não têm altura significativa. Quando chegam próximo à costa, em áreas de águas rasas, os tsunamis perdem velocidade, mas ganham altura: algumas ondas podem alcançar 20 metros, causando muita destruição.

FORMAÇÃO DE TSUNAMI

Ilustração. Formação de tsunami. Bloco-diagrama com corte no relevo mostrando o epicentro, na parte subterrânea, que origina um tsunami e, na superfície, ondas que avançam até o litoral, onde estão localizadas construções à beira do mar. Perto da área litorânea está escrito Águas rasas, evidenciando que a profundidade do oceano nessa parte é menor em relação à área do epicentro.
Fonte: prés, F. et al. Para entender a Terra. quarta edição Porto Alegre: Bookman, 2006. página 488. Representação para fins didáticos, sem escala.

Escalas ríchiter e de Mercalli

A magnitude de um terremoto pode ser medida por dois tipos de escala: a ríchiter e a de Mercalli.

  • A escala ríchiter vai de 0 a 9 de magnitude. Mede a fôrça e a intensidade de destruição de um terremoto.
  • A escala de Mercalli vai de 1 a 12 pontos. Mede as consequências dos abalos sísmicos em construções e objetos e considera a percepção do tremor pela população.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Quando projetam ondas para áreas habitadas, os tsunamis podem gerar grande perda humana e de estruturas; por isso, existem algumas tentativas de prevenção. Alguns equipamentos podem ser adotados para monitorar a ocorrência de abalos sísmicos capazes de formar as ondas gigantes, buscando garantir tempo e indicar melhores rotas de escape para as pessoas em áreas de risco. Além disso, os cidadãos de países assolados por esse fenômeno costumam ser instruídos a reagir de fórma preventiva em caso de necessidade. Entre as ações recomendadas está preparar-se para a ocorrência de mais de uma onda e buscar por locais altos, para fugir das inundações.

É interessante observar que não há registros de tsunamis na costa brasileira: como o Brasil se encontra no centro da placa tectônica Sul-Americana, não sofre com abalos sísmicos significativos e também é livre da ocorrência de tsunamis.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.

Os terremotos e a sociedade

É impossível evitar terremotos e tsunamis. Mesmo com o avanço da ciência, é muito difícil saber com precisão quando e onde eles vão acontecer e qual será sua intensidade. Assim, o que se pode fazer é procurar minimizar os possíveis danos.

Uma das estratégias para isso é orientar a população sobre os procedimentos que deve seguir em eventos como esses. Em muitos países que podem ser afetados, a população recebe treinamento para evacuar os prédios ou se abrigar embaixo de estruturas mais resistentes em caso de abalos.

No Japão, por exemplo, país muito afetado por tremores, diversos edifícios foram construídos de fórma a permitir que sua estrutura oscile, evitando o desabamento.

Fotografia. Pessoas usando capacetes, macacões azuis e faixas brancas nos braços. Elas estão segurando uma maca sobre a qual está um boneco em tamanho de um adulto.
No Japão, anualmente, toda a população participa de um treinamento sobre os procedimentos que deve seguir em caso de terremoto. Esse treinamento acontece no dia do aniversário do grande terremoto de 1923, que matou mais de 140 mil pessoas na região de Tóquio. Na fotografia, socorristas carregam manequim durante treinamento realizado em 2019, em Tóquio, Japão.

As técnicas que tornam as construções mais resistentes têm custos elevados. Por isso, são raras em países mais pobres, o que pode ocasionar grandes tragédias, mesmo quando os abalos não são muito fortes.

Em janeiro de 2010, um terremoto causou a morte de mais de duzentas e cinquenta mil pessoas no Haiti. O epicentro do terremoto, de 7 pontos na escala ríchiter, foi próximo a Porto Príncipe, a capital do país.

Pouco mais de dez anos depois, a crise humanitária se agravou com outros dois terremotos que atingiram o país em 2021, com, respectivamente, 7,2 e 4,9 pontos na escala ríchiter. Nesse ano, a cidade mais afetada foi Les Cayes, localizada no sul do Haiti.

Fotografia. Vista de uma construção destruída. Ao redor há diversos bombeiros, alguns em pé e outros se protegem do sol em uma pequena varanda de uma casa que está ao lado dos escombros. Ao centro, um trator amarelo com a pá em direção aos entulhos. Ao fundo há casas intactas.
Equipe de resgate busca sobreviventes após terremoto de 7,2 pontos na escala ríchiter em Les Cayes, Haiti (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Além da qualidade das construções, a densidade populacional das áreas atingidas e o treinamento da população são fatores que influenciam o número de vítimas de terremotos.

Em regiões que sofrem com abalos sísmicos com alguma frequência busca-se garantir um reforço antissísmico nas construções, promovendo a fixação de móveis e o uso de películas especiais que impeçam o estilhaçamento de vidros, por exemplo.

Alguns cuidados também são tomados no que diz respeito ao armazenamento de água e de alimentos: quando se vive em um local de ocorrência frequente de tremores, as pessoas são orientadas a manter estoques de mantimentos que sejam suficientes para pelo menos três dias.

Outra orientação diz respeito a ter sempre à mão um rádio e uma lanterna com bateria, caso seja necessário receber informações ou se locomover sem o funcionamento do sistema de energia elétrica.

Nas ruas, as pessoas são orientadas a se afastar de centrais de distribuição de energia e de redes de cabos elétricos, além de buscar por áreas que mantenham uma distância segura de edificações.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

Preparando-se para aguentar o tranco

Técnicas de construção antissísmica têm sido desenvolvidas tornando os edifícios mais resistentes e ao mesmo tempo permitindo que oscilem com o abalo, sem rupturas que possam provocar desabamento reticências. Naturalmente, construções mais resistentes são muito mais caras, e países com menos recursos financeiros nem sempre podem se preparar adequadamente para os terremotos.

Diante do alto custo de construções antissísmicas, uma maneira de otimizar os investimentos em segurança é fazer levantamentos detalhados do solo de cidades inteiras. Um mesmo terremoto pode fazer o chão vibrar mais ou menos dependendo da constituição e espessura do solo. reticências

Todas as grandes cidades em regiões de alta sismicidade já fizeram ou estão fazendo esses levantamentos de precisão, chamados de “microzonificação” reticências.

ASSUMPÇÃO, Marcelo. Terremotos e a convivência com as incertezas da natureza. Revista USP, São Paulo, número 91, página 76-89, setembro a novembro 2011.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Com base em quais evidências o cientista Álfred Véguenar chegou à conclusão de que os continentes atuais são originários de um único e gigantesco continente?
  2. Como os movimentos das placas tectônicas podem expandir os oceanos e formar montanhas?
  3. Observe a ilustração da panela e responda.
    1. No planeta Terra, como ocorre esse movimento de convecção?
    2. Qual é a importância desse movimento no planeta Terra?
Ilustração. Uma panela grande com água fervente dentro está posicionada sobre a boca de um fogão. Dentro, há dois círculos, um do lado do outro, compostos por setas que indicam movimentos contrários. Há textos explicando os processos representados: A convecção move a água quente do fundo para o topo onde ela se resfria, move-se lateralmente, afunda, se aquece e, novamente, sobe.
Representação esquemática para fins didáticos, sem escala.
  1. Observe novamente o mapa Planisfério: principais vulcões (2018). Em que parte da América do Sul há maior concentração de vulcões ativos? Por quê?
  2. Os eventos naturais podem desencadear graves problemas sociais. Sobre os terremotos, responda às questões.
    1. Como seus efeitos podem ser minimizados?
    2. Todas as sociedades têm condições de tomar medidas para reduzir os danos causados por abalos sísmicos? Justifique sua resposta.
  3. O vulcão Cumbre Vieja, na ilha La Palma (Espanha), entrou em erupção em 2021.
Fotografia. Em primeiro plano, vista de uma área com muita lama escura, na qual aparecem construções parcialmente encobertas. Em segundo plano, uma área mais elevada com alguns montes.
Área afetada pela erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, Espanha. Fotografia de 2022.
  1. Como ocorre esse fenômeno?
  2. A erupção do vulcão afetou áreas rurais e urbanas da ilha, causando a destruição de plantações, casas e edifícios, e obrigando o confinamento da população de algumas cidades em razão dos gases tóxicos emitidos. Esse tipo de fenômeno pode ser evitado? Por quê?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneira.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero sete (atividade 6)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 5 e 6)

Respostas

  1. Wegener observou a fórma da costa leste da América do Sul e a da costa oeste da África e a existência, em continentes distintos, dos mesmos tipos de rochas e fósseis.
  2. À medida que algumas placas tectônicas se afastam umas das outras, como ocorre com as placas Sul-Americana e Africana, o material que está no manto chega ao piso oceânico, se solidifica e se integra a ele.

Onde há choque de placas tectônicas pode ocorrer a formação de montanhas. As placas podem se chocar e ambas podem se erguer, como ocorre entre a Placa Indo-Australiana e a Placa Euro-Asiática, ou uma placa pode entrar debaixo da outra, empurrando-a para cima, como ocorre no limite das placas Sul-Americana e de Nazca.

    1. No planeta Terra as placas tectônicas se movimentam impulsionadas pelas correntes de convecção no interior do manto. Como o magma se desloca verticalmente, por causa das diferenças de temperatura e densidade, a parte inferior das placas é pressionada, gerando movimento.
    2. Essa movimentação resulta, entre outros fenômenos, no deslocamento das placas tectônicas.
  1. Na Cordilheira dos Andes, próximo ao encontro das placas Sul-Americana e de Nazca.
    1. Por meio da melhoria das construções, do treinamento da população em caso de terremoto e do desenvolvimento de tecnologias antissísmicas.
    2. Não. Os custos elevados para adotar essas medidas fazem com que os desastres naturais tenham efeitos mais devastadores para as sociedades mais pobres.
    1. O fenômeno ocorre quando a placa tectônica sofre uma ruptura e o material do manto escapa para a superfície.
    2. Não, pois se trata de um fenômeno natural, resultante da dinâmica interna do planeta. Porém, com o auxílio de aparelhos que detectam rapidamente os tremores de terra – os sismógrafos –, pode-se minimizar seus impactos destrutivos tanto nas áreas rurais quanto nas áreas urbanas.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Preparando cidades para os desastres naturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Certamente a cultura solidária do povo japonês o ajudou a superar a grande tragédia que assolou o país em março de 2011, provocada pelo terremoto de magnitude 8,9 e pelo tsunami, que causaram enormes danos. Além de ter provocado a destruição de edifícios e da infraestrutura urbana e de ter vitimado milhares de pessoas, o tsunami provocou um grande desastre nuclear. A Usina de Fukushima, localizada no nordeste do país, foi inundada pelas ondas, colapsando o reator nuclear e liberando materiais radioativos no meio ambiente.

Depois de alguns anos, as paisagens devastadas pelo terremoto e pelo tsunami deram lugar a um processo intenso de reconstrução do país.

Antes mesmo desse desastre, o Japão já buscava melhorar sua condição de grande vulnerabilidade aos abalos sísmicos, criando mecanismos mais eficientes de proteção contra desastres naturais e rediscutindo a dependência da energia nuclear.

Fotografia. Vista de um muro branco e extenso ao centro. À esquerda está o mar com águas verdes e claras e, à direita, uma estrada se estende desde o primeiro plano até o fundo. Há uma porção de vegetação verde concentrada do lado direito da fotografia. O segundo plano é cortado por algumas estradas e outras construções humanas. Ao fundo, uma cadeia de morros cobertos por vegetação verde.
Vista aérea de uma parede de concreto construída na costa de ícuzên tá cá tá, Japão (2021). Em 2011, essa região foi atingida por um tsunami que matou milhares de pessoas.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com a Competência Específica de Geografia número 1, esta seção auxilia o estudante a Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

Habilidade

ê éfe zero seis gê ê zero sete: Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.

Orientações

O terremoto seguido por um tsunami que assolou o Japão em 2011 gerou comoção mundial.

Além da grande perda humana e da condenação de uma série de estruturas locais, ocorreu um desastre ambiental incalculável; isso porque rachaduras atingiram os tanques de descanso da usina nuclear sediada na cidade. Um vazamento dos tanques de descanso foi responsável pela contaminação radioativa por césio.

Essa série de acontecimentos levou o acidente de Fukushima a ocupar na época o lugar de acidente mais grave desde a tragédia de Chernobyl, na atual Ucrânia, em 1986.

Sensibilize os estudantes para a questão da importância dos estudos, da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologias para a melhor interação entre ser humano e natureza e, consequentemente, ocupação do espaço.

Esta seção possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Leia a reportagem a seguir.

10 anos de Fukushima: o dia em que o Japão foi atingido por terremoto, tsunami e acidente nuclear

O Japão é considerado o país mais bem preparado do mundo contra terremotos. Depois da tragédia de 1923, que matou 140 mil pessoas, os edifícios japoneses passaram a ser construídos para absorver a energia de um abalo sísmico e, assim, são capazes de manter-se de pé. O processo, chamado de “isolamento sísmico”, envolve a presença de proteções na base das construções, como blocos de borracha, e amortecedores na estrutura dos edifícios. reticênciasA partir de 2011, as defesas japonesas contra tsunamis, ao longo do litoral leste do país, foram ampliadas. Em vez de 5 metros de altura, os muros para conter futuras ondas gigantes passaram a ter cêrca de 13 metros. A geografia da cidade de ícuzên tá cá tá, uma das mais atingidas pelo tsunami, foi reformulada, como parte de sua reconstrução. O centro da cidade, completamente destruído pelo mar, foi refeito sobre um imenso aterro que cobriu a antiga estrutura. A área, com isso, foi elevada em 10 metros, tornando-a muito mais segura, mais protegida do alcance de possíveis ondas gigantes. Além de tsunamis, o Japão segue se preparando para uma outra grande tragédia: um novo terremoto, possivelmente em sua capital, Tóquio – uma região metropolitana com 37 milhões de habitantes. reticências Enquanto seus prédios estão preparados para resistir a um forte tremor, um terremoto em Tóquio seria um desafio enorme para os serviços de socorro e resgate, seu sistema de transporte e para a população. Por isso a cidade testa regularmente sua estrutura de comunicação, que envolve centenas de alto-falantes espalhados em espaços públicos. reticências A certeza de que o Japão continuará a ser alvo de tremores de terra, alguns graves, faz com que a população no país esteja sempre a postos para uma emergência.reticências Os inúmeros desastres naturais da história japonesa ficam sempre na memória de todos no país – especialmente o tsunami de 2011. Cada terremoto representa um novo teste de sobrevivência. Com sua tecnologia, sua arquitetura e a resistência de sua população, o Japão está em constante aprendizado, até porque não tem escolha. Seu permanente e eterno embate com a natureza é uma realidade da qual o país não pode fugir.

SIMÕES, Rogério. 10 anos de Fukushima: o dia em que o Japão foi atingido por terremoto, tsunami e acidente nuclear. BBC News Brasil, 10 março 2021. Disponível em: https://oeds.link/nSajDt. Acesso em: 20 abril 2022.

  1. A partir de 1923, quando o Japão enfrentou um grande terremoto, os japoneses começaram a desenvolver uma série de ações protetivas, entre elas o chamado isolamento sísmico. Em que consiste essa ação?
  2. Como a sociedade japonesa se mobilizou para superar a tragédia de 2011?
  3. Segundo o texto, quais são os atuais desafios do Japão em relação ao enfrentamento de um terremoto?
  4. Explique por que o Japão está tão suscetível a eventos como terremotos e tsunamis. Utilize as informações dos mapas apresentados ao longo do Capítulo para responder.
  5. O Brasil é um país suscetível à ocorrência de tragédias decorrentes de eventos naturais? Em caso afirmativo, comente sobre elas com os colegas.
  6. No município onde você mora, já aconteceu algum desastre natural que tenha afetado a vida da população? Se aconteceu, houve mobilização da comunidade para superar os danos causados?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. O “isolamento sísmico” consiste na construção de prédios que absorvam a energia de abalos sísmicos.
  2. Construindo estruturas que ajudem a minimizar os impactos de eventos como os que ocorreram em Fukushima.
  3. Segundo o texto, os desafios do Japão no enfrentamento de terremotos estão nos serviços de socorro, transporte e comunicação.
  4. O Japão está localizado na zona de convergência entre as placas do Pacífico e Australiana, o que causa a ocorrência de terremotos e tsunamis com frequência e intensidade.
  5. Espera-se que os estudantes mencionem eventos como os deslizamentos de terra e inundações decorrentes das chuvas.
  6. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar inundações, deslizamentos de terra, ocorrência de geadas e chuvas de granizo, que são fenômenos mais comuns no Brasil.

Caso desconheçam desastres naturais em seu município, sugira a pesquisa de desastres naturais em outros municípios da unidade federativa ou da região onde vivem. A atividade possibilita trabalhar com práticas de pesquisa como revisão bibliográfica e análise documental.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, os estudantes puderam ampliar os conhecimentos sobre vários aspectos do planeta Terra, seus movimentos e características.

As questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são as seguintes:

  • Quais são os movimentos que o planeta Terra realiza?
  • Quais são as zonas térmicas da Terra e quais são as suas características?
  • Como a fórma esférica da Terra, a inclinação do eixo de rotação em relação ao plano de órbita e a translação definem as zonas térmicas e as estações do ano?
  • Por que a padronização mundial da contagem das horas criou os 24 fusos horários?
  • Qual é a função do meridiano de Greenwich para os fusos?
  • Qual é a importância da teo­ria da deriva continental?
  • Como as camadas internas do planeta e seus movimentos influenciam a formação das paisagens?
  • Que tipos de fenômeno os movimentos das placas tectônicas podem causar?

Glossário

Satélite artificial
Equipamento colocado em órbita ao redor da Terra com a ajuda de foguetes. Há diversos tipos de satélite artificial cumprindo funções diferentes – alguns, por exemplo, registram imagens da superfície terrestre ou coletam dados da atmosfera, enquanto outros facilitam as telecomunicações.
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Equinócio
Momento em que os dias e as noites têm a mesma duração. Ocorre geralmente em 20 ou 21 de março – e marca o início do outono no Hemisfério Sul e da primavera no Hemisfério Norte – e em 22 ou 23 de setembro – marcando o início da primavera no Hemisfério Sul e do outono no Hemisfério Norte.
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Solstício
Momento em que há a maior diferença de duração entre o dia e a noite. Ocorre em 20 ou 21 de junho – e marca o início do inverno no Hemisfério Sul e do verão no Hemisfério Norte – e de 21 a 23 de dezembro – marcando o início do verão no Hemisfério Sul e do inverno no Hemisfério Norte.
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Fóssil
Conjunto de restos ou vestígios de um ser vivo que fica preservado em diversos materiais, principalmente nas rochas que compõem a crosta terrestre.
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Cordilheira Mesoceânica 
Cadeia montanhosa submarina. Muitas ilhas são os pontos mais altos dessas montanhas, que se elevam acima do nível do mar.
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