UNIDADE três  As esferas da Terra, os continentes, as ilhas e os oceanos

Fotografia. Vista aérea de um resort à beira do mar. Na parte inferior da imagem, aparecem os telhados de dois edifícios, um maior e outro menor. O telhado do edifício maior tem cor avermelhada e o do menor é cinza escuro. Na parte superior da fotografia, há o mar dividido em duas cores, sendo mais cristalina aquela que é próxima a areia e de tons mais escuros conforme se afasta da praia. No centro, há uma passarela que passa pela parte cristalina e vai até a parte mais escura do mar.
Vista aérea de resort instalado em praia do arquipélago das Maldivas, no oceano Índico (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

A terceira Unidade deste volume relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: O sujeito e seu lugar no mundo; Conexões e escalas; Mundo do trabalho; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

As Competências Gerais da Educação Básica trabalhadas nessa Unidade são: (1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; (3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Em consonância com as Competências Específicas do Componente Curricular Geografia, os conteúdos trabalhados nesta Unidade (no texto principal, nas seções e nas atividades propostas) buscam levar os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (7) Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fotografia. No primeiro plano, há a silhueta de árvores, gramado e um poste de energia elétrica. No segundo plano, que ocupa a maior parte da imagem, destaque para o céu noturno, que apresenta tons esverdeados e estrelas.
Registro do fenômeno aurora boreal na região da Carélia, Rússia (2020).

Ao sobrevoar a superfície terrestre de avião, é possível constatar o que muitos de nós já sabemos: que ela é formada por extensas massas de água e de terra. Dependendo do trajeto, será possível ver vastas porções de terra, com fórmas de relevo e aspectos bem variados: áreas planas, montanhosas, secas, com rios, florestas, grandes cidades ou muitas plantações... Dependendo do percurso, será possível observar até mesmo um oceano!

Você tem ideia de quanto da superfície terrestre está coberta pelos oceanos? Você sabia que, para estudá-la, normalmente a dividimos em diferentes categorias de ambientes naturais? Sabe quais são elas?

Essa é uma maneira de compreender um pouco melhor como se dá a relação de vários elementos sobre a superfície terrestre. Nesta Unidade, vamos conhecer um pouco mais sobre isso e descobrir como podemos estudar e classificar as grandes massas de terra e de água.

Você verá nesta Unidade:

Litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera

As terras emersas: os continentes, as ilhas e os arquipélagos

Os oceanos e os mares, seus usos e riscos ambientais

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

Na Unidade três, são trabalhadas as grandes esferas ou ambientes naturais que compõem o globo terrestre: a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera. É abordada também a biosfera: a esfera da vida, que estabelece relações complexas nos diferentes ambientes naturais apresentados.

Cada uma das grandes unidades de ambientes naturais é abordada de acordo com suas características, considerando suas formações específicas, suas características naturais, as apropriações sociais às quais são submetidas e os impactos ambientais antrópicos aos quais estão expostas. Os continentes, os arquipélagos e os oceanos serão apresentados considerando seus aspectos históricos, culturais, econômicos e políticos.

A primeira fotografia reproduzida na abertura mostra uma praia das Ilhas Maldivas, região do continente asiático considerada instável do ponto de vista geológico. Na outra fotografia, é possível ver a aurora boreal, fenômeno que ocorre em regiões próximas ao polo norte da Terra. Explore as imagens e promova um momento de levantamento de conhecimentos prévios com os estudantes.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Identidade sociocultural.
  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.
  • Atividades humanas e dinâmica climática.

CAPÍTULO 6  As diferentes esferas da Terra e a ação dos seres humanos

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A ação dos seres humanos sobre as esferas da Terra

[Música instrumental de fundo]

[Locutor]: [Tom de voz explicativo]

Existe uma teoria que aborda o planeta Terra como se ele fosse formado por quatro esferas, ou camadas: litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera.     

[Locutor]: [Tom de voz explicativo e tranquilo]

De todos os seres vivos, os seres humanos são os que mais transformam essas esferas da Terra.

Utilizamos os recursos naturais dessas camadas para atender às nossas necessidades de alimentação, moradia, transporte, entre tantas outras.

[Locutor]: [Tom de voz explicativo]

A litosfera é a camada da Terra onde a humanidade vive e existem as diferentes paisagens, como as urbanas e agrícolas. A litosfera é composta por diferentes tipos de rochas, pelo solo e os minerais.

Os continentes, que concentram a maioria das atividades humanas, estão em uma parte da litosfera chamada crosta continental. É nela que são praticadas muitas atividades, como a agricultura e a mineração. Atividades assim utilizam recursos naturais e transformam as paisagens quase todos os dias.

[Fundo sonoro de uma área urbana. Destaque para vozes, veículos e buzinas]

[Locutor]: [Tom de voz explicativo e tranquilo]

A maior parte da população mundial vive em áreas urbanas. As cidades possuem muitos objetos artificiais, criados e aperfeiçoados para oferecer melhorias nas condições de vida das pessoas, como ruas, praças e edifícios.

[Música instrumental de fundo]

É importante lembrar que os habitantes das cidades dependem dos recursos produzidos e coletados no campo. Por isso, o avanço das tecnologias fez com que um volume maior de recursos naturais passasse a ser necessário e, por consequência, as paisagens naturais se tornaram alvo de alterações cada vez mais extensas e profundas, já que foi necessário produzir uma maior quantidade de alimentos para uma população mundial em crescimento.

Além disso, as indústrias passaram a produzir cada vez mais para atender às necessidades e aos anseios das pessoas. Isso levou ao aumento do uso dos recursos minerais em todo o mundo, o que provocou importantes mudanças na relação do ser humano com a litosfera.

[Fundo sonoro de chuva e trovoada]

[Locutor]: [Tom de voz explicativo e tranquilo]

[Música instrumental de fundo]

A hidrosfera é outra camada essencial para a vida, não apenas por causa da água que bebemos. A produção de objetos, o transporte de mercadorias, as plantações, a criação de gado e a produção de energia estão entre as muitas atividades que dependem da água.

As águas salgadas dos oceanos, mares, e as águas doces dos rios, lagos, lagoas, geleiras, das chuvas e até as águas subterrâneas fazem parte dessa camada terrestre.

Sem contar que os oceanos e os rios são usados para a pesca, uma atividade fundamental para a segurança alimentar de diversas populações.

[Locutor]: [Tom de voz indagativo e explicativo]

Você já parou para pensar que, mesmo para ouvir esse áudio, o aparelho que você está usando precisou de água para ser fabricado?

As indústrias utilizam a água em diversas etapas da produção, como na composição de tintas que colorem os objetos ou no sistema que esfria as máquinas das fábricas.

Isso significa que, se o consumo de produtos for cada vez maior, o de água também será.

[Locutor]: [Tom de voz explicativo]

Apesar da importância da hidrosfera, as tecnologias humanas causam impactos ambientais negativos para as águas.

Em muitas cidades, o esgoto é lançado sem tratamento nos rios, córregos ou no mar. A produção crescente de lixo está se acumulando até no fundo dos oceanos.

[Locutor]: [Tom de voz explicativo]

A atmosfera, camada na qual estão presentes os gases da Terra, principalmente o oxigênio e o nitrogênio, tem sido atingida pelos efeitos da poluição provocada pela queima de combustíveis fósseis, de florestas e de atividades como a produção industrial e agrícola.

Além do ar que respiramos, a atmosfera é importante também para filtrar a radiação ultravioleta do Sol, que é nociva para a vida.

Usamos a atmosfera para diversas finalidades, como o transporte e a comunicação. Os aviões e as ondas de rádio são exemplos de tecnologias que ocorrem nessa esfera da Terra.

[Locutor]: [Tom de voz explicativo]

Todas as esferas estão interligadas, como acontece com o funcionamento do seu corpo. Essas conexões possibilitam a existência da biosfera, a camada onde a vida se desenvolve.

Os seres vivos dependem do equilíbrio entre as esferas da Terra. Modificações nessas camadas que formam o nosso planeta podem gerar desequilíbrios ambientais e impactar negativamente os ecossistemas, trazendo consequências negativas para os seres humanos.   

[Locutor]: [Tom de voz informativo]

O nosso grande desafio é utilizar os recursos de cada uma dessas esferas de forma sustentável, sem causar prejuízos que comprometam a vida das gerações futuras, e garantir, assim, a harmonia entre os seres humanos e a natureza.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em Capítulos anteriores, você estudou a origem da Terra, a estrutura interna do planeta e a dinâmica das placas tectônicas. Agora você vai estudar os ambientes naturais que, inter-relacionados, permitem o desenvolvimento da vida. Esses ambientes são divididos em litosfera, hidrosfera e atmosfera. Ao se relacionarem, eles dão origem à biosfera.

Por serem interdependentes, a modificação em um dos ambientes da biosfera provoca alterações nos demais. Essa modificação pode ser ocasionada por algum fenômeno natural, como a erupção de um vulcão, que lança gases tóxicos na atmosfera e põe em risco os seres vivos que estão em seu entorno. Pode, também, ser provocada por ação do ser humano (ação antrópica). Muitas vezes, ela pode gerar sérios problemas, como a poluição do ar e das águas. A poluição do ar, por exemplo, pode provocar doenças respiratórias, entre outras consequências. Já a poluição das águas pode causar a morte de animais aquáticos, além de impossibilitar a utilização dos recursos hídricos pela sociedade para abastecimento.

Fotografia. Imagem tirada de ângulo superior que retrata águas acinzentadas, nas quais há vários peixes sem vida boiando junto a galhos de árvore, folhas, sacos plásticos, redes, garrafas e outros tipos de lixo.
A poluição das águas afeta intensamente o meio ambiente e pode levar muitos animais à morte, em especial os peixes, como ocorrido em ráiderbéd, Índia (2021), retratado na fotografia.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera são grandes divisões que propõem uma compreensão geral dos ambientes naturais da Terra. Neste Capítulo, cada uma das esferas terrestres é descrita e discute-se o risco de degradação dos ambientes pela ação antrópica. Nesse contexto, é importante ressaltar a inter-relação entre as esferas terrestres e os problemas ambientais que afetam o equilíbrio entre elas.

Destaque os fenômenos que se originam em camadas internas e os fenômenos que acontecem em camadas externas da litosfera. Relembre a teoria da deriva continental. Enfatize a escala de tempo geológica, relacionada à movimentação das massas continentais, e comente que diferentes forças atuam na conformação do planeta como o conhecemos, inclusive a ação antrópica.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero dois: Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.

ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais. (Parcialmente.)

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Orientações

A mortandade de peixes nos rios pode ser compreendida como decorrente da ação humana, que dispensa diversas substâncias neste trecho de hidrosfera. Este conteúdo relaciona-se com o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

A litosfera

A litosfera é a parte rígida da esfera terrestre, compreendendo a crosta e a parte mais externa do manto. Sua origem está associada ao processo de formação da Terra. Inicialmente, o planeta era muito quente e gasoso, mas, com seu resfriamento ao longo de milhões de anos, a camada mais superficial se solidificou.

A crosta é constituída de duas partes com diferentes espessuras, constituições rochosas e fórmas: a crosta continental, que é a estrutura terrestre mais superficial, composta de camadas de rochas que configuram os continentes e as zonas de baixa profundidade nas costas, e a crosta oceânica, que é a do fundo dos oceanos, mais fina que a crosta continental.

Esse conjunto das partes sólidas da Terra é formado por diversos tipos de rocha. Em sua superfície e em seu interior existem vários tipos de minerais, que são explorados pelos seres humanos no desenvolvimento das atividades econômicas e, por isso, são chamados de recursos minerais (como a areia, utilizada na construção civil, e o petróleo, óleo natural com o qual é possível produzir gasolina, nafta, asfalto, querosene, solventes etcétera).

A LITOSFERA

Ilustração. A litosfera. Bloco-diagrama que possui na camada superior montanhas e um oceano. Abaixo do oceano, há uma camada cinza denominada crosta oceânica. Abaixo das montanhas há uma camada cinza mais grossa que a oceânica acompanhando o nível das montanhas, denominada crosta continental. Abaixo da camada das crostas, há uma camada de cor marrom denominada litosfera. Mais abaixo, há presença uma camada avermelhada.
Fonte: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. segunda edição São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. página 66. Representação para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A litosfera, ou crosta terrestre, é extremamente importante para a humanidade porque, além de ser a base do estrato geográfico, nela se encontram recursos minerais e energéticos e outros elementos importantes ao cultivo.

A litosfera “reticências está para a Terra na mesma proporção que a casca de um ovo está para o ovo. O ovo tem a casca, que apesar de rígida é muito pouco espessa, mas extremamente necessária. A clara e a gema do ovo podem ser comparadas às camadas internas da Terra, representadas pelo manto e pelo núcleo. Estes perfazem a quase totalidade da massa terrestre, da mesma fórma que a clara e a gema correspondem à quase totalidade do ovo. Entretanto, ao contrário da casca do ovo, que guarda uma certa homogeneidade e espessura igual em toda a sua extensão, a crosta terrestre é extremamente rugosa e sua espessura muito variável”. (ROSS, Jurandyr. Os fundamentos da geografia da natureza. In: Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. página 20.)

Quanto à distinção entre crosta terrestre e crosta oceânica, sabe-se que a primeira é basicamente composta de rochas basálticas, ricas em silicatos de magnésio e ferro; já as rochas da crosta oceânica apresentam em sua composição majoritária silicatos de alumínio. Outro fator a se observar é a diferença de idade entre as rochas: enquanto as da crosta oceânica não ultrapassam 250 milhões de anos, as continentais podem chegar a 4,5 bilhões de anos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco.

A atmosfera

A atmosfera é a camada de ar que envolve a Terra. O ar, por sua vez, é uma mistura de gases, constituída de 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio, 0,03% de gás carbônico e o restante de outros gases. Outros planetas do Sistema Solar também possuem atmosfera, mas com características diferentes das da atmosfera terrestre.

Ao longo da evolução da Terra, a atmosfera passou por modificações que possibilitaram o desenvolvimento e a proliferação da vida. Entre elas, estão a redução de gases venenosos aos seres vivos, como o cloro, e a formação de uma camada de gás ozônio, que protege a superfície terrestre da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

A atmosfera também regula a temperatura da superfície terrestre: ela retém parte do calor proveniente do Sol, mantendo a temperatura ideal para o desenvolvimento dos seres vivos.

Após avanços nos estudos da atmosfera terrestre, os seres humanos passaram a utilizá-la para diferentes finalidades. O desenvolvimento dos sistemas de comunicação e de transporte aéreo ocorreu graças ao conhecimento detalhado da atmosfera. Além disso, a realização de algumas atividades esportivas e de lazer depende de condições atmosféricas apropriadas.

Ícone. Sugestão de livro.
BRANCO, Samuel Murgel. Uma aventura no ar. São Paulo: Moderna, 2014. O livro apresenta as aventuras de seus personagens tendo como pano de fundo a camada de ar que envolve o planeta Terra, a atmosfera.
Fotografia. Paisagem montanhosa com balões de ar quente no ar. O primeiro plano destaca os balões coloridos que variam entre as cores verde, vermelho, preto, amarelo, branco e azul. Eles são decorados com diferentes padrões geométricos, como zigue-zague e listras horizontais. No segundo plano, encontra-se um terreno com encostas rochosas, árvores, gramado e algumas construções humanas, como um prédio e estradas com veículos. No terceiro plano é possível observar as montanhas, que estão sob um céu azul claro.
Balões sobrevoam o céu da Capadócia, Turquia (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Apresentar a atmosfera considerando sua dinamicidade pode auxiliar a compreensão do desenvolvimento conjunto das estruturas terrestres e da vida no planeta. Para tanto, vale observar que a atmosfera terrestre está em intensa relação com os demais ambientes terrestres e com a biosfera; por isso, ao longo da formação e da conformação do planeta, a atmosfera também sofreu alterações de composição e temperatura média.

Registros fósseis mostram que as primeiras evidências de microrganismos datam de 3,5 bilhões de anos. Nessa época, a atmosfera terrestre não apresentava oxigênio, mas abundância de gases como metano, gás carbônico, nitrogênio e amônia, além de quantidades significativas de sulfetos e cianetos. As temperaturas também eram mais elevadas.

A vida também se correlaciona com a atmosfera terrestre, inclusive alterando a sua composição por consumir alguns compostos e produzir outros. Para o aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera, as cianobactérias foram primordiais, já que liberavam oxigênio gasoso à medida que consumiam dióxido de carbono.

É interessante ressaltar que, na mesma medida em que o aumento dos níveis de gás oxigênio na atmosfera permitiu o desenvolvimento de algumas formas de vida, impossibilitou o desenvolvimento de outras.

Observação

O conteúdo das páginas 76 e 77 é pré-requisito para o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero três e possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

A composição da atmosfera

A atmosfera compreende uma mistura mecânica estável de gases, sendo que os mais importantes são o nitrogênio, o oxigênio, o argônio, o dióxido de carbono, o ozônio e o vapor-dágua. Outros gases ocorrem em proporções muito pequenas reticências. O conteúdo de vapor-dágua na atmosfera está estreitamente relacionado com a temperatura do ar e com a disponibilidade de água na superfície terrestre reticências.

O ozônio está concentrado entre as altitudes de 15 e 35 quilômetros da atmosfera reticências. O ozônio é formado quando, sob a influência da radiação ultravioleta, as moléculas de oxigênio se rompem e os átomos separados combinam-se em outras moléculas de oxigênio reticências.

O dióxido de carbono (cê ó dois) entra na atmosfera principalmente pela ação dos organismos vivos nos oceanos e continentes. A fotossíntese ajuda a manter o equilíbrio da quantidade de dióxido de carbono reticências.

O vapor-dágua, o ozônio, o dióxido de carbono e os aerossóis desempenham papéis importantes na distribuição e nas trocas de energia dentro da atmosfera e entre a superfície da Terra e a atmosfera. Suas quantidades e padrões de distribuição dentro da atmosfera devem, portanto, ser cuidadosamente estudados.

AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os trópicos. Tradução: Maria Juraci Zani dos Santos. quarta edição Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. página 15-17.

A estrutura da atmosfera

A atmosfera pode ser subdividida em camadas de acordo com suas características. À medida que se distanciam da superfície do planeta, as concentrações e características de gases, vapor-dágua e partículas das camadas da atmosfera variam. Quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar (com baixa concentração de gases e menor pressão atmosférica), o que, para os seres vivos, torna a respiração mais difícil.

A camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre é chamada troposfera, onde há condições ideais ao desenvolvimento dos seres vivos. Nessa camada ocorrem os principais fenômenos meteorológicos.

Acima da troposfera, encontra-se a estratosfera. A partir dessa camada, a quantidade de gases que permitem a respiração dos seres vivos torna-se menor. Nela, encontra-se a camada de gás ozônio, que filtra parte dos raios ultravioleta e diminui seus efeitos nocivos à saúde humana.

A mesosfera é uma camada muito fria, uma vez que não possui nuvens nem gases capazes de absorver o calor do Sol.

A termosfera é a camada mais extensa e mais quente da atmosfera por absorver mais facilmente a radiação solar. Nela, foram colocadas em órbita estações espaciais, onde se realizam pesquisas científicas, e também os satélites artificiais, responsáveis pela coleta de dados da superfície terrestre e pela transmissão de sinais de comunicação.

A exosfera, parte externa da atmosfera, encontra-se no limite com o espaço sideral.

CAMADAS DA ATMOSFERA

Ilustração. Camada da atmosfera. Ilustração esquemática das cinco camadas da atmosfera. Na parte inferior, há a representação da troposfera, que está a 0 a 12 quilômetros da superfície terrestre. Nessa camada, encontram-se as ilustrações de uma pessoa usando um paraquedas e, à sua direita há um helicóptero. A camada acima da troposfera é denominada estratosfera e está entre 12 e 50 quilômetros da superfície terrestre. Nesta parte, há a ilustração de um balão meteorológico branco à esquerda e, ao lado direito, um avião de passageiros. Acima da Estratosfera há a representação da Mesosfera, que está entre 50 e 80 quilômetros da superfície terrestre.  Acima da Mesosfera, há a representação da  Termosfera, que está entre 80 a 500 quilômetros da superfície terrestre. Nessa camada há  ilustrações de uma estação espacial com formato retangular e duas asas cinzas, um satélite de comunicações retangular e um ônibus espacial branco. Acima da Termosfera encontra-se a representação da Exosfera, que está entre 500 a 800 quilômetros da superfície terrestre.

Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico moderno. Novara: í gê dê á, 1998. página35. Representação para fins didáticos, sem escalas.

Ler a ilustração

Observe as representações na ilustração. Quais delas contribuem para suas atividades no dia a dia?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A atmosfera prende-se ao planeta Terra em razão da gravidade.

A atração gravitacional sobre os gases atmosféricos é uma explicação para a maior concentração deles nas baixas altitudes. Em geral, os gases mais densos, como o oxigênio, tendem a se concentrar próximo à superfície, enquanto gases menos densos, como o gás hélio, tendem a ocupar as camadas superiores da atmosfera. A baixa densidade do gás hélio é o que leva um balão preenchido com esse gás a flutuar: sendo pouco denso, tende a buscar uma região atmosférica de equilíbrio para as características dele.

Também é pertinente comentar que a densidade dos gases pode variar de acordo com a sua temperatura. Os gases que compõem a atmosfera terrestre na troposfera, por exemplo, se tornam menos densos quando aquecidos, característica que ajuda a entender como os balões voam.

Na ilustração, optou-se por não manter a proporção na espessura das camadas para facilitar a visualização e a compreensão dos elementos que as compõem.

Respostas

“Ler a ilustração”: Um balão meteorológico é um equipamento pequeno, que carrega equipamentos que colhem dados para o estudo da alta atmosfera.

Uma estação espacial é uma estrutura orbital ao planeta, que contém equipamentos laboratoriais e com capacidade para o recebimento de seres humanos. Para chegar a uma estação espacial é necessário um ônibus espacial.

A hidrosfera

Ao conjunto das águas do planeta damos o nome de hidrosfera. Ela é formada pelas águas subterrâneas, pela água existente na atmosfera, pelas geleirasglossário e pelas águas de oceanos, mares, rios e lagos.

Devido às condições de temperatura na superfície terrestre, a água em estado líquido é encontrada em abundância. Sem água, não haveria vida: além de fazer parte da composição dos corpos dos seres vivos, ela é o ambiente de desenvolvimento e reprodução de muitos deles.

Os seres humanos utilizam a água para satisfazer diversas necessidades. A água que bebemos é proveniente de rios e reservatórios subterrâneos. Oceanos, mares e rios muitas vezes servem como via de transporte de pessoas e de mercadorias.

A biosfera

A biosfera é o resultado da interconexão entre a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera. Ela é a menor das esferas, formada pelos seres vivos e sua interação com os elementos que propiciam as condições necessárias para o desenvolvimento da vida (solo, ar, água etcétera). Observe a ilustração.

BIOSFERA

Ilustração. Biosfera. Ilustração esquemática da composição de uma biosfera. Há a representação do céu, de um rio e da superfície terrestre, onde se encontram diferentes seres vivos. No centro da ilustração, há um círculo transparente com setas que formam um círculo e o nome Biosfera. Na parte superior do círculo, há uma seta apontada para cima e o nome Atmosfera (ar). Na parte da ilustração caracterizada como atmosfera, encontra-se a representação de um céu azul com nuvens brancas, o Sol amarelo e uma ave. Na parte inferior esquerda, há uma seta apontada para baixo e o nome Hidrosfera (água). Na parte da ilustração caracterizada como Hidrosfera, há um rio com peixes de diferentes tamanhos, além de um pato. No canto inferior direito, há uma seta apontada para baixo e o nome Litosfera (terra). Na parte da ilustração caracterizada como Litosfera, há representação do subsolo e, na superfície, uma vaca e árvores com folhas verdes e raízes marrons infiltradas na terra.
A ilustração representa o ambiente da biosfera, onde as fórmas de vida se desenvolvem por meio da interconexão da litosfera, da atmosfera e da hidrosfera. Representação para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Diferentes teorias buscam explicar a presença da água na Terra. Uma delas indica que a água teria se formado junto com o planeta, ou seja, estaria presente na nuvem de partículas que se aglutinou, até formar o planeta. Posteriormente, a água apareceria em fórma de vapor, liberada pelos vulcões.

Outra explicação propõe que cometas e meteoros bombardearam a Terra trazendo água e gelo ao planeta. Já a água que compõe esses corpos celestes teria sido formada a partir da junção do hidrogênio e do oxigênio presentes no Universo.

A água, mesmo na atmosfera, é encontrada nos estados gasoso, líquido e sólido. Além de vapor de água, a água líquida ou sólida fica em suspensão nas nuvens e pode precipitar como chuva, granizo ou neve.

A biosfera apresenta um altíssimo grau de organização ecológica e envolve todos os ecossistemas da Terra. É uma esfera de inter-relações extremamente complexas entre a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera e entre os próprios seres vivos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

BRANCO, Samuel Murgel. Natureza e seres vivos. São Paulo: Moderna, 2013.

O livro mostra a importância de diferentes elementos para o equilíbrio da natureza.

As reservas da biosfera

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (unêsco), em 2021, mapeou 686 reservas da biosfera em 122 países. Nesse levantamento, o Brasil apresentou oito reservas da biosfera, que abrangem a grande diversidade de paisagens do nosso país.

As reservas da biosfera espalhadas ao redor do planeta constituem a Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Elas são reconhecidas como áreas que devem ser conservadas, pois reúnem ecossistemas e biodiversidade (diversidade de espécies) com características consideradas importantes para toda a humanidade.

Há populações que, para viver, dependem dos recursos naturais encontrados nessas áreas. Assim, é necessário criar, junto com as comunidades locais, condições sociais, econômicas e culturais favoráveis ao desenvolvimento sustentável e que melhorem seu modo de vida.

Segundo a Unesco, é indispensável a participação das comunidades locais na administração das reservas, assim como a promoção da educação sustentável. A instituição também recomenda que as experiências vivenciadas nessas áreas sejam compartilhadas com outras comunidades.

Fotografia. Em destaque, uma cachoeira cercada por paredões rochosos e vegetação verde. No primeiro plano, há uma grande quantidade de água que deriva da cachoeira.
Cachoeira em cânion da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, Goiás (2021). Essa área integra a Reserva da Biosfera do Cerrado.
Ícone. Sugestão de site.
VOCÊ sabe o que é uma reserva da biosfera? dáblio dáblio éfe-Brasil, unêsco e União Europeia. Brasil, 2019. Duração: 3minutos20. Disponível em: https://oeds.link/YV9mIR. Acesso em: 16 fevereiro 2022. Vídeo que explica o que são as reservas da biosfera, sua importância e suas fórmas de gestão.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Objetivando a formação cidadã, a conservação e a preservação ambiental devem ser trabalhadas ao longo de todo o percurso escolar.

É essencial criar condições de aprendizado que possibilitem aos estudantes pensar sobre a complexidade dos ambientes terrestres, sobre a importância e a necessidade de conservação e preservação ambiental, considerando o alto grau de organização das relações ecológicas estabelecidas entre todos os seres vivos e entre os seres vivos e os demais elementos da biosfera.

Ao discutir essa temática, incentive os estudantes a se posicionar e compartilhar suas ideias. Ao mediar a discussão, aponte o valor das reservas da biosfera por si mesmas antes de apontar as possibilidades econômicas de seu aproveitamento, enfatizando os aspectos do equilíbrio ambiental em diferentes escalas.

É possível trabalhar esse conteúdo em paralelo ao componente curricular Ciências, acionando a interdependência entre os seres vivos para exemplificar o grau de organização e complexidade da biosfera.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

Reserva da Biosfera

Reserva da Biosfera é um instrumento de conservação que favorece a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, a desertificação, a poluição atmosférica, o efeito estufa, entre outros. A Reserva privilegia o uso sustentável dos recursos naturais nas áreas assim protegidas e tem por objetivo promover o conhecimento, a prática e os valores humanos para implementar as relações entre as populações e o meio ambiente em todo o planeta.

Cada Reserva da Biosfera é uma coleção representativa dos ecossistemas característicos da região onde se estabelece. Terrestre ou marinha, busca otimizar a convivência homem-natureza em projetos que se norteiam pela preservação dos ambientes significativos, pela convivência com áreas que lhe são vizinhas, pelo uso sustentável de seus recursos.

A Reserva é um centro de monitoramento, pesquisas, educação ambiental e gerenciamento de ecossistemas, bem como centro de informação e desenvolvimento profissional dos técnicos em seu manejo. Seu gerenciamento é o trabalho conjunto de instituições governamentais, não governamentais e centros de pesquisa reticências.

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação – isnuqui (Lei 9985 de 18 de julho de 2000), em seu capítulo onze, reconhece a Reserva da Biosfera como “um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais”.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Reserva da Biosfera. 2012. Disponível em: https://oeds.link/Fz9Vax. Acesso em: 29 março 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Ciências

A conservação e o extrativismo na Chapada Limpa

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Além das reservas da biosfera estabelecidas pela Unesco, a criação de reservas extrativistas pelo governo brasileiro é um meio de conservar a biodiversidade e promover o sustento de comunidades tradicionais.

No Brasil, entre as Reservas Extrativistas (rêsécs) existentes, destaca-se a de Chapada Limpa, situada na porção leste do estado do Maranhão. Criada em 2007, essa rêsécs abrange .12000 hectares de Cerrado. Ela está situada em uma área onde também é possível encontrar espécies típicas da Floresta Amazônica e da Caatinga.

Para garantir o sustento, as comunidades tradicionais de Chapada Limpa utilizam o bacuri, o buriti e o babaçu como principais produtos do extrativismo vegetal. Além disso, a agricultura é praticada para suprir os alimentos básicos dos moradores, como milho, feijão e mandioca.

Fotografia. No primeiro plano, encontra-se às águas de tons escuros de um rio. No segundo plano, há uma vegetação baixa e árvores, predominantemente palmeiras de troncos compridos e finos em tons de marrom. A maior parte delas possui copa volumosa e verde e, logo abaixo, folhas secas, mais acinzentadas. Ao fundo, há um céu limpo e azul claro.
Palmeiras de buriti às margens do Rio Preguiças, Barreirinhas, Maranhão (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é discutir sobre áreas destinadas à conservação do meio ambiente, abordando conteúdos relacionados aos componentes curriculares Geografia e Ciências. O exemplo dado pela Reserva Extrativista Chapada Limpa mostra a importância de uma Unidade de Conservação de uso sustentável, onde é possível estabelecer atividades extrativistas como um meio de prover o sustento das populações tradicionais do estado do Maranhão.

Uma reserva extrativista (Resex) é uma área utilizada de maneira sustentável por uma população tradicional, cuja subsistência se embase no extrativismo e cujas práticas de trabalho, vida e cultura sejam amplamente relacionadas à reserva.

O trabalho extrativista dentro de uma reserva deve observar atentamente um plano de manejo para garantir que os tempos de recuperação natural do recurso extraído sejam respeitados, minimizar os possíveis impactos ambientais da prática e possibilitar a exploração sustentável do recurso pelas gerações futuras.

O conteúdo desta seção explora o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

Esta seção (páginas 80 e 81) possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero dois e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor:

INSTITUTO Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Disponível em: https://oeds.link/nZo0eE. Acesso em: 29 março 2022.

Página do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (í cê ême bio), que integra o Ministério do Meio Ambiente e disponibiliza informações sobre as Unidades de Conservação instituídas no Brasil.

Texto complementar

Reserva Extrativista Chapada Limpa

Na Reserva Extrativista Chapada Limpa, no Maranhão, a população tradicional faz o extrativismo sustentável do babaçu, buriti e bacuri reticências.

O babaçu é uma planta altamente resistente. Seu fruto, de fórma oval, alongada e de cor castanha – daí o nome “castanha” – floresce numa palmeira. A extração é manual, por comunitários e famílias nativas. As mulheres são as figuras representativas da atividade extrativista – conhecidas como as “quebradeiras de coco”.

O buriti é uma fonte de alimento privilegiada. Rico em vitamina A, B e C, ainda fornece cálcio, ferro e proteínas. Consumido tradicionalmente ao natural, o fruto do buriti também pode ser transformado em doces, sucos, picolés, licores, sobremesas de paladares peculiares e na alimentação de animais. O óleo extraído da fruta é rico em caroteno. É utilizado como vermífugo, cicatrizante e energético natural reticências.

O bacuri é uma das frutas mais populares da região amazônica. Essa fruta, pouco maior que uma laranja, contém polpa agridoce rica em potássio, fósforo e cálcio, sendo consumida diretamente ou utilizada na produção de doces reticências e de outras iguarias. Sua casca também é aproveitada na culinária regional e o óleo extraído de suas sementes é usado como anti-inflamatório e cicatrizante na medicina popular e na indústria de cosméticos.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. í cê ême bio. Reserva Extrativista da Chapada Limpa. Disponível em: https://oeds.link/Vhk9YV. Acesso em: 29 março 2022.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.
Fotografia. Há três mulheres negras de diferentes idades sentadas em um círculo. Elas usam cabelos preso, regatas e estão sentadas no chão de terra, cada uma segurando nas mãos um objeto semelhante a um bastão e um coco. No centro há diversos cocos empilhados e ao lado das mulheres encontram-se baldes e sacos. Ao fundo, há um terreno com algumas árvores, folhas caídas no chão e cercas feitas de tela.
Quebradeiras de coco-babaçu no município de Viana, Maranhão (2019).

Leia o trecho de reportagem a seguir e, depois, responda às questões.

Criação da rêsécs Chapada Limpa põe fim a conflitos na região

Uma floresta com árvores frutíferas resiste imponente no coração do cerrado maranhense. O bacurizeiro alcança o teto da mata e se mostra superior em meio à vegetação retorcida de Chapada Limpa, no leste do Maranhão. Este imenso pomar selvagem por muito pouco não desapareceu para dar lugar ao agronegócio. Em vinte anos, 70 mil hectares de cerrado foram desmatados na região do baixo Parnaíba para o plantio de soja.

Os sertanejos tiveram que se unir e reagir para manter o cerrado em pé. Há oito anos uma área com 11 977 hectares foi considerada unidade de conservação federal e passou a ser de uso das populações tradicionais da região.

O bacuri acabou se tornando o fruto símbolo da Reserva Extrativista (rêsécs) Chapada Limpa. A reserva foi criada para proteger o modo de vida dos extrativistas e uso sustentável do cerrado. Foi um alívio para cêrca de 120 famílias. A criação da rêsécs Chapada Limpa foi estratégica para a conservação de um dos biomas mais ameaçados do país, sobretudo neste canto do leste maranhense. E a primeira a ser criada no bioma cerrado no Maranhão. Serviu também para pôr fim a um longo período de tensão social na região. A chapada esteve durante anos no meio de um conflito entre fazendeiros e camponeses.

As populações tradicionais agora podem transitar livremente e usar de modo sustentável tudo que o cerrado oferece.

CRIAÇÃO da rêsécs Chapada Limpa põe fim a conflitos na região. Seção Maranhão. G1, 9 junho 2015. Disponível em: https://oeds.link/5jEspE. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. Faça uma pesquisa para descobrir quais são as principais matérias-primas derivadas das espécies de palmeiras presentes nessa rêsécs.
  2. De acordo com o trecho da reportagem, como as populações tradicionais foram beneficiadas com a criação da rêsécs?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

1. Do bacurizeiro, mencionado no texto, deriva o bacuri, que pode ser consumido in natura ou ser beneficiado para a produção de doces e manteiga. Da semente do bacuri é extraído um óleo de propriedades medicinais.

Além dele, é possível destacar o buriti e o babaçu. Do buriti deriva seu fruto, que pode ser ingerido in natura ou servir de matéria-prima para doces, para a extração de um óleo com propriedades medicinais e para a indústria de cosméticos. Do babaçu deriva sua amêndoa, que é usada como matéria-prima para as indústrias alimentícia, cosmética e de produtos de limpeza. Esta atividade trabalha a análise documental como prática de pesquisa.

2. A reserva protege o modo de vida das populações tradicionais extrativistas e é estratégica para a conservação de um dos biomas mais ameaçados do país, o Cerrado. Ela também pôs fim a um conflito entre fazendeiros e camponeses, garantindo que as populações tradicionais possam transitar livremente e usar de modo sustentável tudo o que o Cerrado oferece.

Pode ser interessante ampliar o trabalho, convidando os estudantes a pesquisar outros produtos provenientes do extrativismo vegetal sustentável. São alguns exemplos desses produtos a castanha-do-brasil, o pequi, o capim dourado, o umbu e o jatobá.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Relacione os ambientes terrestres identificados a seguir a suas definições.
    1. Biosfera
    2. Atmosfera
    3. Hidrosfera
    4. Litosfera
    1. Trata-se da porção mais rígida do planeta, constituída por crosta e parte superior do manto.
    2. É resultado da interligação de todos os outros ambientes e é nela que os seres vivos se desenvolvem.
    3. Contém os gases necessários para o desenvolvimento da vida.
    4. É formada por geleiras, oceanos, mares, rios, lagos, águas subterrâneas, vapor-dágua e água retida nos seres vivos.
  2. Escolha dois ambientes da Terra retratados na fotografia e cite exemplos de atividades humanas relacionadas a eles.
Fotografia. A imagem apresenta uma praia com embarcações no mar e duas crianças na faixa de areia. No canto inferior esquerdo, as crianças estão de costas com os braços esticados para empinar duas pipas coloridas que estão no canto esquerdo da imagem. As duas crianças estão vestidas com camiseta e bermuda. No segundo plano encontra-se o mar com quatro barcos brancos e no terceiro plano é possível avistar uma ilha coberta por vegetação verde. O céu da paisagem é azul e com poucas nuvens.
Crianças brincando em praia, em Ipswich, Estados Unidos (2017).

3. Leia o texto a seguir para responder às questões.

Pesquisadores encontraram, em uma região que fazia parte da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), peixes contaminados por mercúrio. reticências

Os dados – reticências fruto de pesquisa do dáblio dáblio éfe-Brasil e do í cê ême bio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) – apontam que, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Flona (Floresta Nacional) do Amapá, que não fazia parte da Renca, em 81% dos espécimes investigados há contaminação por mercúrio.

A substância é um metal pesado utilizado no processo de extração do ouro. Paulo Cesar Basta, médico da Fiocruz, diz que não há níveis seguros de exposição à substância. reticências

Segundo Marcelo Oliveira, do dáblio dáblio éfe-Brasil, oito espécies foram investigadas reticências. Cinco espécies tinham mais de 50% dos indivíduos com níveis de mercúrio superiores a 0,5 miligrama por kilograma – limite de tolerabilidade da ó ême ésse (Organização Mundial da Saúde) para consumo humano. reticências

“São espécies consumidas pela população da região e obtivemos esses números alarmantes. É um problema de saúde pública”, diz Oliveira. “Se começar a juntar os pontos, você vê que o cenário é bastante preocupante.”

Paulo Basta afirma que “o mercúrio é um metal pesado com fácil difusão no corpo e que altera o metabolismo celular. O sistema nervoso central, principalmente, é vulnerável à substância”.

Oliveira e Basta, na segunda etapa do projeto, estudam a saúde das populações dos arredores. reticências Oliveira diz que, durante a nova etapa, já foram encontrados indígenas com sintomas de contaminação. reticências

uátanabe fílip. Reserva extinta por Temer tem áreas contaminadas por mercúrio. Folha de São Paulo, São Paulo, 25 agosto 2017. página B9.

  1. De qual problema o texto trata?
  2. Com base no texto, é possível constatar que a biosfera é a interligação de todos os ambientes da superfície terrestre? Explique.
  3. Por que esse problema é considerado de saúde pública? O que pode ser feito para amenizá-lo?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Identidade sociocultural.
  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividade 1)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 1, 2 e 3)

Respostas

1. a) quatro; b) um; c) dois; d) três.

  1. Na litosfera, o ser humano atua transformando a paisagem e construindo o espaço geográfico por meio do trabalho. Na atmosfera, as atividades humanas são determinadas pelas altitudes. O ser humano pode circular em aviões e realizar algumas práticas esportivas, lançar equipamentos para comunicação e pesquisas. Na hidrosfera, o ser humano faz uso da água para garantir a sobrevivência da espécie e desenvolver atividades econômicas. Da biosfera, o ser humano utiliza os animais e as formas vegetais para garantir sua alimentação e obter medicamentos, por exemplo.
    1. O texto trata da disseminação da contaminação de peixes por mercúrio no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Floresta Nacional do Amapá.
    2. Sim. O texto elucida a interligação de ambientes na biosfera na medida em que aponta que o uso indevido de mercúrio no extrativismo de ouro contamina os corpos-dágua e os peixes, inclusive em regiões distantes. O consumo de peixes contaminados, por sua vez, pode levar à contaminação dos seres humanos, trazendo diversos problemas.
    3. O problema da contaminação por mercúrio é considerado de saúde pública porque as populações dos arredores consomem peixes contaminados com mercúrio.

A maneira mais efetiva de amenizar o problema é fiscalizar o uso e o descarte indevido de mercúrio nos garimpos de ouro e dar apoio médico às populações já contaminadas.

CAPÍTULO 7  Continentes e ilhas

As terras emersas (acima do nível do mar) são divididas em seis continentes: América, África, Europa, Ásia, Oceania e Antártida. Essa divisão foi criada considerando critérios históricos, culturais, econômicos e políticos, por isso é chamada de divisão política.

Esses continentes reúnem diferentes aspectos físicos, como clima, relevo e vegetação, muito variados. Entretanto, não é apenas nos aspectos físicos que existem diferenças. Nos aspectos econômicos e sociais, os países desses continentes apresentam muitas disparidades e desigualdades.

Observe no mapa a área de cada um desses continentes e a estimativa de habitantes em 2020.

PLANISFÉRIO: ÁREA E POPULAÇÃO* DOS CONTINENTES (2020)

Mapa. Planisfério: área e população dos continentes (2020). Destaque para as diferentes cores que indicam os continentes. A África está representada em vermelho, tem a população estimada em 1.340.000.000 e a área de 30.335.000 quilômetros quadrados. A América está representada em amarelo, e tem a população estimada em 1.022.000.000 e a área de 42.960.000 quilômetros quadrados. A Ásia está representada na cor verde, tem a população estimada em 4.641.000.000 e a área de 43.608.000 quilômetros. A Europa está representada na cor rosa, tem a população estimada em 747.000.000 e a área de 10.498.000 quilômetros quadrados. A Oceania está representada em laranja, tem população estimada em 42.000.000 e área de 8.923.000 quilômetros quadrados. A Antártida está representada na cor cinza e tem a área de 13.340.000 quilômetros quadrados. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.410 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 34; UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Population Division (2019). World Population Prospects 2019, Online Edition. revista 1. Disponível em: https://oeds.link/aS0gaJ. Acesso em: 12 abril 2022.

* Projeção.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Neste Capítulo, são apresentadas algumas informações gerais e os principais aspectos de cada continente, para que os estudantes possam comparar esses dados e obter uma visão panorâmica do tema.

É importante ressaltar que a divisão do mundo em continentes é um tipo de regionalização do espaço geográfico, ou seja, de conformação de conjuntos espaciais que apresentem, entre seus membros, fenômenos similares. As regionalizações não se embasam apenas em dados da natureza. São um esforço didático de compreensão do mundo, uma interpretação do pensamento humano e, por isso, relacionadas aos diferentes sujeitos e contextos sociais que as produzem.

Experimente perguntar aos estudantes o que são continentes e quais continentes eles conhecem. A palavra continente origina-se do latim cum tenere, que significa “contínuo”, “ininterrupto”; assim sendo, os continentes seriam as terras emersas contínuas.

Além dos critérios naturais, a regionalização do mundo por continentes considera aspectos políticos, históricos e sociais: apesar de contínuas em território, Europa e Ásia, por exemplo, são continentes diferentes.

Habilidade trabalhada ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimen­to de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

A América

A América é o continente mais extenso no sentido norte-sul, com aproximadamente .17000 quilômetros. Compreende desde o extremo norte do Canadá e da Groenlândia até o extremo sul do Chile e da Argentina. É também o segundo maior continente do planeta em área territorial.

O continente pode ser dividido em três regiões, de acordo com a distribuição geográfica de suas terras: América do Norte, América Central e América do Sul.

Atualmente, a maior parte da população da América vive em áreas urbanas. Os países americanos, no entanto, não são homogêneos no que se refere à economia e às condições de vida da população, e muitos são marcados por enormes diferenças econômicas e sociais.

O Canadá e os Estados Unidos estão entre os países com maior desenvolvimento mundial. Possuem produção agropecuária moderna e ampla rede de transportes e de serviços.

O Brasil, o México e a Argentina têm desenvolvimento industrial e grande dinamismo econômico, mas apresentam enormes desigualdades sociais.

Em países como Haiti, Equador, Bolívia e Guatemala, a agricultura e a extração de minérios são as principais atividades econômicas, e a pobreza é marcante.

Muitos desses países têm o turismo como importante setor da economia.

AMÉRICA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. América: Divisão Política. Representação do continente americano dividido em três partes. A América do Norte possui terras que se estendem acima do Círculo Polar ártico ao sul do Trópico de Capricórnio; a América Central se encontra entre o Trópico de Câncer e o Equador; e a América do Sul se encontra entre o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Antártico. A América do Norte é composta por: Groenlândia (território dinamarquês), Alasca (território estadunidense), Canadá, Estados Unidos e México. A América Central é composta por Bahamas, Cuba, Antígua e Barbuda, Guatemala, República Dominicana, Haiti, Jamaica, Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, além de outras ilhas. Na região da América Central, há um destaque no canto inferior esquerdo do mapa para as ilhas menores dessa região, que são reconhecidas como países. São elas, em ordem de cima para baixo, Porto Rico (território estadunidense), Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, Dominica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Barbados, Granada, Trinidad e Tobago e Antilhas Holandesas. A América do Sul é composta por Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa (território francês), Equador, Brasil, Peru, Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai. Os países estão representados por diferentes cores. O Oceano Atlântico, à leste da América, e o Oceano Pacífico, à oeste, também estão representados. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.025 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 32.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante observar que o nome América foi dado ao continente em homenagem a Américo Vespúcio, navegador que desenvolveu expedições de exploração ao continente entre 1499 e 1502.

Ao trabalhar a América é importante ressaltar a localização do Brasil no continente e, especificamente, na América do Sul.

Entre as características históricas comuns aos países que formam o continente está a colonização europeia a partir do século quinze. As navegações impulsionaram a colonização e isso acarretou o genocídio dos povos originários que habitavam o continente.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Atividade complementar

Trabalho em grupo – Continentes

Organize os estudantes em seis grupos e sorteie um continente para cada grupo.

Os integrantes do grupo irão pesquisar informações sobre o continente sorteado. Também deverão recortar, de jornais e revistas, imagens variadas sobre os temas apurados. Ao final da pesquisa, o grupo irá montar um cartaz com alguns textos selecionados na pesquisa e as imagens recortadas.

Na data combinada, os grupos apresentarão seus cartazes para toda a turma, explicando os resultados das pesquisas.

Após a exposição de todos os materiais, cada grupo se reunirá novamente para discutir os trabalhos dos colegas e escrever um relatório destacando os pontos que acharam mais interessantes em cada apresentação.

Nesta atividade é possível explorar com os estudantes a análise documental como prática de pesquisa.

A África

O continente africano possui o maior número de países e é o segundo mais populosoglossário do mundo. Apesar de ser o continente com menor proporção de habitantes nas cidades, é onde a urbanização avança em ritmo mais acelerado. Há grandes áreas urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, como Cairo, capital do Egito, e Lagos, na Nigéria.

O continente possui muitos recursos minerais. Contudo, foi intensamente explorado pelos europeus no seu passado colonial e, atualmente, por empresas estrangeiras, como as chinesas.

Há países que se destacam economicamente, como África do Sul, Nigéria e Egito, cuja economia está baseada nos serviços e na indústria. A Nigéria destaca-se ainda por ser grande produtora de petróleo e fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (ôpép).

Muitos dos países africanos detêm baixos índices de desenvolvimento econômico e social. A fome atinge boa parte da população, principalmente na Etiópia, na Somália e em Serra Leoa. Estima-se que milhões de africanos vivam com o equivalente a menos de 1 dólar por dia.

No entanto, ao longo dos últimos anos, os países do continente africano vêm apresentando melhoras nos índices de desenvolvimento econômico.

ÁFRICA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. África: Divisão política. O mapa apresenta os países do continente africano. Estão representados: Marrocos, Tunísia, Argélia, Saara Ocidental, Líbia, Egito (parte africana), Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Eritreia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné, Burkina Faso, Djibuti, Serra Leoa, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin, Nigéria, Camarões, República Centro-Africana, Sudão do Sul, Etiópia, Somália, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Gabão, Congo, República Democrática do Congo, Uganda, Quênia, Ruanda, Seychelles, Burundi, Tanzânia, Angola, Zâmbia, Malawi, Moçambique, Comores, Madagascar, Namíbia, Botsuana, Zimbábue, Maurício, África do Sul, Essuatíni e Lesoto. Os países estão representados por diferentes cores. O Oceano Atlântico, à oeste da África, o Oceano Índico, à leste, e os mares Mediterrâneo e Vermelho, à norte e noroeste, também estão representados. No canto inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 640 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 45.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

No final do século dezenove, o continente africano passou pela legalização do imperialismo europeu a partir da Conferência de Berlim (1884-1885).

Esse processo histórico, além de outros, trouxe conse­quências ao desenvolvimento político, social e econômico do continente, uma vez que se embasou na exploração e na retirada de recursos minerais dos países do continente, na formação de fronteiras arbitrárias entre os Estados nacionais, desconsiderando as etnias e relações de pertencimento preexistentes e fomentando guerras civis e empobrecimento dos Estados nacionais.

Apesar das dificuldades, alguns países que compõem o continente vêm apresentando dados de crescimento econômico e propondo políticas sociais para garantir melhorias às suas populações.

Informe aos estudantes que, segundo a ônu, estão abaixo da linha da pobreza os cidadãos que vivem com o equivalente a menos de 1,9 dólar por dia, valor considerado o mínimo necessário para a sobrevivência.

Ao trabalhar o continente africano, é interessante questionar os estereótipos relacionados a ele.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

Pode-se reconhecer que o continente africano assiste a uma transição positiva para um novo patamar de inserção internacional no início do novo século. Em três linhas reticências:

avanço gradual dos processos de democratização dos regimes políticos e contenção dos conflitos armados;

crescimento econômico associado a performances macroeconômicas satisfatórias e alicerçadas na responsabilidade fiscal e na preocupação social;

elevação da autoconfiança das elites por meio de novas fórmas de renascimentos culturais e políticos reticências.

SARAIVA, José Flávio Sombra. A África no século vinte e um: um ensaio acadêmico. Brasília, Distrito Federal: funág , 2015. página 25-26.

A Europa

A Europa é um continente em que a maioria dos países apresenta grande desenvolvimento econômico e boa qualidade de vida, com destaque para o Reino Unido, a Alemanha e a França. No entanto, também há problemas sociais no continente, como conflitos entre povos de diferentes culturas, religiões e etniasglossário , além de elevados índices de desemprego e de parte da população em situação de pobreza.

A partir do século quinze, os europeus colonizaram a maioria dos países da América e da África e parte da Ásia, controlando os territórios e impondo seus valores, línguas e modos de vida.

A Europa possui um bloco político e econômico denominado União Europeia (u ê), em que não há barreiras para o comércio entre os países que dele fazem parte. Alguns países que o integram adotam uma moeda única e comum, o euro. Até 2021 participavam desse bloco 27 países. O Reino Unido saiu do bloco em 2020.

EUROPA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. Europa: Divisão Política. O mapa apresenta os países do continente europeu. Estão representados: Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia (parte europeia), Irlanda, Reino Unido, Dinamarca, Estônia, Letônia, Lituânia, Países Baixos, Alemanha, Polônia, Belarus, Bélgica, França, Luxemburgo, República Tcheca, Eslováquia, Ucrânia, Suíça, Liechtenstein, Áustria, Hungria, Romênia, Moldávia, Espanha, Andorra, Mônaco, Itália,  Eslovênia, Croácia, Sérvia,  Romênia, Portugal, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, San Marino, Vaticano, Montenegro, Bulgária, Geórgia, Azerbaijão, Albânia, Macedônia, Turquia (parte europeia), Armênia, Grécia e Malta. Os países estão representados por diferentes cores. O Oceano Atlântico, à oeste da Europa, os mares Mediterrâneo e Negro, ao sul, além de outros mares, também estão representados. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 355 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Sobre os problemas sociais vivenciados por países do continente europeu, é interessante lembrar aqueles decorrentes da crise internacional iniciada em 2008 nos Estados Unidos. Na Europa, a raiz da crise se relaciona ao descontrole sobre as contas públicas e a dívida pública de países como Grécia, Espanha, Portugal e Itália. A crise acarretou alta inflacionária e grande desemprego na Europa.

Em alguns casos, a crise econômica na região do euro se desdobrou de maneira inesperada. O Reino Unido, que não sofreu grande abalo, interpretou que seria prejudicado ao arcar com os custos da crise em países menos abastados da União Europeia. Em um plebiscito realizado em 2016, o Reino Unido optou por deixar a União Europeia, processo que foi concluído em janeiro de 2020 e ficou conhecido como Brexit.

Esse conteúdo será aprofundado no 8º ano desta Coleção.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor e o estudante:

VERNE, Júlio. A volta ao mundo em 80 dias. quinta edição São Paulo: Melhoramentos, 2008.

O livro relata a história de um aventureiro inglês que faz uma viagem ao redor do mundo, durante a qual conhece as paisagens e culturas de vários continentes.

A Ásia

O continente asiático tem a maior área territorial e concentra 60% da população mundial. Nele estão os dois países mais populosos do mundo: China e Índia.

Os níveis de desenvolvimento na Ásia são diversificados. Alguns países apresentam grande desenvolvimento industrial, como Japão e Coreia do Sul, mas muitos outros enfrentam graves problemas sociais, como Paquistão, Índia e Bangladesh.

Na região asiática chamada Oriente Médio, há países que possuem cêrca de 50% das reservas de petróleo do mundo e concentram povos de diferentes etnias e religiões. No entanto, alguns países enfrentam problemas como escassez de água e tensões e conflitos por motivos econômicos ou pela intolerância étnica e religiosa.

O sul e o sudeste da Ásia são áreas muito instáveis do ponto de vista geológico, com áreas sujeitas à ocorrência de erupções vulcânicas, terremotos e maremotos, que podem provocar muita destruição.

ÁSIA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. Ásia: Divisão Política. O mapa apresenta os países do continente asiático. Estão representados: Rússia (parte asiática), Turquia (parte asiática), Cazaquistão, Mongólia, China (República Popular), Japão, Chipre, Síria, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Quirguistão, Coreia do Norte, Líbano, Jordânia, Iraque, Coreia do Sul, Egito (parte asiática), Israel, Jordânia, Iraque, Tadjiquistão, Arábia Saudita, Kuwait, Afeganistão, Barein, Catar, Emirados Árabes, Paquistão, Índia, Nepal, Butão, Taiwan (território da República da China Nacional), Iêmen, Omã, Bangladesh, Mianmar, Vietnã, Filipinas, Laos, Tailândia, Camboja, Maldivas, Sri Lanka, Malásia, Brunei, Cingapura, Indonésia e Timor Leste. Os países estão representados por diferentes cores. O Oceano Índico, ao sul da Ásia, o Oceano Glacial Ártico, ao norte, o Oceano Pacífico, à leste, além de outros mares, também estão representados. Na parte direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 775 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 47.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante observar que o continente asiático abrange uma grande porção do planeta, com áreas ao norte do Círculo Polar Ártico e ao sul do Equador. Sua abrangência longitudinal também é considerável: o continente apresenta terras em 10 fusos horários diferentes.

O termo Oriente Médio se refere a uma região localizada a sudoeste da Ásia, abrangendo desde a Turquia (a oeste) até o Afeganistão (a leste). São considerados países do Oriente Médio: Afeganistão, Arábia Saudita, Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, cuáit, Líbano, Omã, Síria e Turquia.

Em algumas situações, usa-se o termo Grande Oriente Médio, que soma aos países asiáticos alguns países norte-africanos, sendo eles Egito, Sudão, Marrocos, Argélia, Líbia, Tunísia e Somália.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

SAID, W. Edward. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução: Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

O livro trabalha a construção do termo Oriente, interpretando o caráter ideológico de seu nascimento e trazendo detalhes sobre a cultura e as sociedades orientais.

A Oceania

A Oceania é formada pelo território da Austrália, por grandes ilhas – Nova Zelândia e Papua Nova Guiné – e por inúmeras pequenas ilhas.

OCEANIA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. Oceania: Divisão política. O mapa apresenta os países do continente asiático. Estão representados: Ilhas Marshall, Estados Federados da Micronésia, Palau, Nauru, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Kiribati, Polinésia Francesa, Vanuatu, Samoa, Nova Caledônia, Fiji, Tonga, Austrália e Nova Zelândia. À oeste, na coordenada 180 graus, está a linha internacional de data. Os países estão representados por diferentes cores. O Oceano Índico, à sudoeste da Oceania, e o Oceano Pacífico, à leste, também estão representados. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.120 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 53.

A Austrália e a Nova Zelândia se destacam pelo padrão de vida elevado. Os demais países são considerados em desenvolvimento e apresentam economia baseada na agricultura, na pesca e no turismo.

A Antártida

A Antártida está localizada na região mais fria do planeta Terra. Sobre esse continente encontra-se uma enorme camada de gelo, com espessura média de 2 quilômetros, que concentra o equivalente a 70% da água doce do mundo.

Há no continente estações de pesquisas (bases científicas) de diversos países, entre eles o Brasil. A Antártida não possui população residente, as pessoas que lá transitam são cientistas e turistas autorizados a permanecer por tempo determinado.

A ANTÁRTIDA E AS BASES CIENTÍFICAS (2016)

Mapa. A Antártida e as bases científicas (2016). O mapa da Antártida é representado com a cor branca e as bases científicas são representadas pelo elemento gráfico de um ponto vermelho. No centro, há o Polo Sul. No círculo menor e mais próximo ao Polo Sul, encontra-se a base de Amundsen-Scott (pertencente aos Estados Unidos) e o Monte Kirkpatrick, com 4.258 metros de altitude. No segundo círculo, mais afastado do Polo Sul e denominado Círculo Polar Ártico, encontra-se as bases pertencentes aos Estados Unidos, Nova Zelândia, França, Itália, Rússia, Austrália, China, Japão, Índia, África do Sul, Alemanha, Reino Unido e Argentina. Nesse círculo, localiza-se a Terra Vitória, a Terra de Wilkes, o Planalto Americano, a Terra de Enderby, a Terra da Rainha Maud, a Terra de Marie Byrd e o Monte Vinson, de 5.140 metros de altitude. No círculo maior e mais afastado do Polo Sul, encontra-se as bases do Brasil, Coreia do Sul, Uruguai, Chile, Rússia, Estados Unidos, Ucrânia, Argentina, Reino Unido, Polônia e China. Nessa parte, encontra-se o Polo Magnético do Sul e a Terra de Graham. Abaixo, escala de 0 a 1.040 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 110.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante observar que a Oceania apresenta terras em uma grande amplitude latitudinal, desde o sul do Trópico de Câncer, passando pela linha do Equador, até o sul do Trópico de Capricórnio. Essa característica faz com que os países do continente apresentem uma considerável variação climática entre si.

A Antártida (também chamada de Antártica) é um continente rochoso recoberto por uma espessa camada de gelo. Essa característica a diferencia da região Ártica.

Perante as dificuldades de se ocupar o continente e buscando garantir sua preservação, foi assinado, em 1959, o Tratado da Antártica, que hoje conta com 53 países signatários.

Em 1991, foi assinado o Protocolo ao Tratado da Antártica, que busca garantir a preservação ambiental do continente.

O Brasil possui uma estação científica de pesquisas na Antártida. Ela passou por uma reconstrução após um incêndio que a destruiu em 2012.

Observações

Nos mapas em projeção azimutal polar utilizados nesta Coleção não há rosa dos ventos – como pode ser observado no segundo mapa desta página e nos mapas das páginas 93 e 99.

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

MACHADO, Maria Cordélia S.; BRITO, Tânia coordenação. Antártica: ensino fundamental e ensino médio. Brasília, Distrito Federal: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. Disponível em: https://oeds.link/pYSWTW. Acesso em: 29 março 2022.

A publicação reúne informações sobre as características naturais e a presença humana na Antártida.

Texto complementar

O Tratado da Antártica

O Tratado da Antártica foi assinado em Washington, em 1º de dezembro de 1959. A partir desse Acordo, os países que desenvolvem atividades na Antártica se comprometem a dialogar sobre o uso do continente, com o propósito de preservá-lo e de não permitir que se torne objeto de discórdia internacional.

reticências O Tratado da Antártica:

a) estipula que a Antártica só pode ser utilizada para propósitos pacíficos, proibindo atividades militares, como o estabelecimento de bases militares ou testes de armamento;

b) garante a liberdade para a continuidade da pesquisa científica reticências.

Atualmente, o Tratado da Antártica conta com 53 países signatários e prevê, ainda, a adesão de qualquer país-membro das Nações Unidas. Dos países signatários, 29 são considerados membros consultivos reticências e 24 são considerados membros não consultivos, aqueles que são convidados a participar das reuniões sem, no entanto, tomar parte no processo de tomada de decisões sobre o futuro da Antártica. Cabe ressaltar que o Brasil figura entre os membros consultivos.

Desde 23 de junho de 1961, data em que passou a vigorar, o Tratado da Antártica tem sido reconhecido como um dos mais bem-sucedidos acordos internacionais reticências.

MARINHA DO BRASIL. Comissão Interministerial para os Recursos do Mar. Secretaria da Comissão. Tratado da Antártica e Protocolo de Madri. segunda edição Brasília, Distrito Federal: SECIRM, 2016. página 3-4. (Título adaptado.)

As ilhas e os arquipélagos

As ilhas são porções de terra emersas cercadas pelas águas de um oceano, mar, rio ou lago. Elas podem ter pequenas ou grandes dimensões.

Já os arquipélagos são conjuntos de ilhas próximas umas das outras. O Arquipélago de Abrolhos, no litoral da Bahia, é formado por cinco ilhas. O Japão, outro exemplo de arquipélago, reúne quatro ilhas grandes e milhares de ilhas pequenas.

Ilhas continentais e ilhas oceânicas

As ilhas são continentais quando se localizam nas proximidades de um continente. Um exemplo no Brasil é a Ilha de Santa Catarina, onde está a cidade de Florianópolis.

As ilhas são oceânicas quando não têm ligação com os continentes. Há dois tipos de ilhas oceânicas:

  • ilhas coralíneasglossário (atol);
  • ilhas vulcânicas.

As ilhas oceânicas localizam-se em alto-mar e fazem parte do relevo submarino. Contudo, levando-se em consideração a divisão política dos continentes, elas são consideradas parte do continente do qual estão mais próximas.

Fotografia. No primeiro plano, o mar com águas em tons de azul. No segundo plano, é possível avistar um rochedo em tons de cinza e verde, devido à cobertura vegetal rasteira em alguns trechos. Ao fundo, na parte direita do rochedo, há um farol e poucas construções. A paisagem foi fotografada durante o dia e o céu está claro.
Farol na ilha de Santa Bárbara, a única habitada no Arquipélago de Abrolhos, Bahia (2017). As ilhas desse arquipélago são oceânicas e coralíneas.
Ícone. Sugestão de site.
FERNANDO de Noronha. Disponível em: https://oeds.link/dJKZD5 Acesso em: 16 fevereiro 2022. Site oficial do Arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha. Reúne diversos conteúdos, como acervo documental histórico, características ambientais e outras informações.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As ilhas podem se formar por diferentes processos, entre eles os vulcânicos, relativos à tectônica de placas, e os sedimentares.

Se julgar oportuno, comente que as ilhas fluviais geralmente se formam pelo acúmulo de sedimentos carregados pelas águas dos rios.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Fotografia. Vista aérea de uma ilha cujo centro é ocupado por um vulcão com a superfície rochosa em tons de cinza escuro. O centro do vulcão possui uma grande cavidade arredondada. Ao redor do vulcão, o terreno apresenta um tom de cinza mais claro. Ao redor da ilha há água em tons de azul. O céu, igualmente azul, apresenta algumas nuvens.
Vista aérea de nixinoximá (2021), ilha vulcânica localizada no Japão.
Ilustração. Formação de atol. Ilustração esquemática mostrando três momentos da formação de um atol. 
Na primeira ilustração, ilha rochosa com o centro marcado por uma elevação pontiaguda em tons escuros. As extremidades da ilha formam um círculo com rochas mais claras e de menor elevação. Texto explicativo: O atol é um recife coralíneo circular que se origina em regiões quentes da Terra, sobre um vulcão ou um pico submarino.
Na segunda ilustração, parte do centro da ilha encontra-se imersa na água. A parte mais elevada desse centro ainda é aparente e as extremidades de rochas mais claras aparecem parcialmente, enquanto o seu interior submerge, formando um anel de massa rochosa sobre o oceano. Texto explicativo: Os sedimentos dos corais vão se acumulando, ganhando altura e formando um anel, que pode ser visto através da água, enquanto a massa rochosa vai sendo desgastada.
Na terceira ilustração. aparecem apenas as extremidades da ilha, em formato circular, sendo o centro deste círculo ocupado por água. A região de terra firme é coberta por vegetação, tornando-a esverdeada, e com presença de algumas árvores. Texto explicativo: A água dentro do atol forma o que chamamos de laguna e abriga grande variedade de peixes. Ilustração. Formação de ilha vulcância. Trata-se de uma série de três ilustrações que representam a formação de uma ilha vulcânica. Na primeira ilustração, há a representação de um vulcão ativo que se encontra no fundo do oceano. Na imagem, o vulcão está em erupção, expelindo lava de seu interior. Texto explicativo: As ilhas vulcânicas são formadas por vulcões que emergem do fundo dos oceanos. Na segunda ilustração, o topo do vulcão está acima do nível do mar. O vulcão está em erupção, expelindo lava como na primeira imagem, desta vez fora do mar. Texto explicativo: Os vulcões submarinos entram em erupção e as lavas formam camadas de rocha, que vão se acumulando a cada nova erupção. Na terceira ilustração, o topo do vulcão está acima do nível do mar, parcialmente encoberto por vegetação rasteira e não está em erupção. Texto explicativo: O vulcão fica cada vez maior e pode chegar até a superfície, formando uma ilha de origem vulcânica.
Representações elaboradas com base em dados obtidos em: CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: introdução à Geografia Física. sétima edição Porto Alegre: Bookman, 2012. Ilustrações artísticas para fins didáticos.
Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Atividade complementar

Tipos de ilha

Convide os estudantes a fazer uma pesquisa sobre os diferentes tipos de ilhas, buscando conhecer aspectos de suas formações e pesquisando exemplos de cada uma delas no Brasil e no restante do mundo. Também é possível solicitar que busquem as principais atividades desenvolvidas em cada uma das ilhas que forem usadas de exemplo.

Alguns tipos de ilha que podem ser pesquisados são:

  • continentais;
  • oceânicas coralíneas;
  • oceânicas vulcânicas;
  • fluviais.

Com esta atividade é possível explorar com os estudantes a revisão bibliográfica como prática de pesquisa.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Escreva o nome do continente ao qual corresponde cada uma das características apresentadas a seguir.
    1. É o continente mais extenso no sentido norte-sul.
    2. Atualmente, possui um bloco político e econômico que permite o livre-comércio e a livre circulação de pessoas entre os países-membros.
    3. A maioria de seus países é formada por ilhas.
    4. Possui o maior número de países e uma grande variedade de paisagens.
    5. Apresenta baixíssimas temperaturas e não possui uma população fixa.
    6. Possui a maior população total e a maior área territorial.
  2. Defina com apenas uma palavra:
    1. Conjunto de ilhas próximas umas das outras.
    2. Ilha sem ligação com o continente.
    3. Ilha próxima ao continente.
    4. Recife coralíneo circular.
  3. Leia o texto a seguir e observe o mapa. Depois, responda às questões.

Sobre a chegada do ser humano à América, cientistas propõem algumas teorias. A mais aceita diz que, durante as glaciações, os primeiros seres humanos teriam chegado à América atravessando o estreito de Béring. Uma dúvida que ainda não foi esclarecida é a época em que isso teria ocorrido. Alguns pesquisadores sugerem que a passagem pode ter ocorrido há 14 mil ou 15 mil anos.

PLANISFÉRIO: PROVÁVEIS ROTAS DE POVOAMENTO DA AMÉRICA

Mapa. Planisfério: prováveis rotas de povoamento da América. A legenda apresenta três possíveis rotas, representadas graficamente por setas coloridas, sendo a primeira a terrestre, de cor verde. No mapa, essa rota é representa junto à desenhos de figuras humanas caminhando. Essa rota se inicia na África partindo do centro do continente em direção ao Norte da África. Em seguida, as setas se direcionam para a parte ocidental e norte da Europa; outra seta verde vai em direção ao continente asiático, passa pela Península Arábica e chega até a Sibéria, no nordeste asiático; A seta que passa pela Península Arábica se bifurca e a sua segunda ponta encaminha-se para o sudeste asiático; da Sibéria, saem duas setas verdes, sendo que a segunda se encaminha para o Estreito de Bering, localizado entre a Sibéria e o Alasca, no Noroeste do continente americano; do Alasca saem duas setas direcionadas ao Sul, chegando à região onde hoje se encontra o México e, daí, para a região que atualmente forma a América do Sul. A segunda rota é representada por setas vermelhas que indicam a navegação por cabotagem, feita no Oceano Pacífico. Há duas setas vermelhas que saem do sudeste asiático e se encaminham para a Oceania. Uma dessas setas sai das Filipinas, passa pela Terra de Sunda e por Nova Guiné, e chega à Austrália. A outra seta passa pela Indonésia e vai até a Austrália. Do Sudeste Asiático sai outra seta vermelha inclinada na diagonal em direção ao Estreito de Bering, na direção Noroeste. Desse estreito, saem setas que percorrem o litoral do Alasca, da América do Norte, da América Central e da América do Sul. Por fim, a terceira rota provável é de navegação direta pelo Oceano Atlântico e é representada por setas de cor roxa. A rota se inicia na costa Ocidental do continente africano, na altura do deserto do Saara, e se direciona para o nordeste do atual território brasileiro. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.790 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: DUBY, Georges. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 14-15.
  1. Entre quais continentes está localizado o estreito de Bering?
  2. Você já soube de alguma hipótese que relacionasse esse estreito com a chegada do ser humano à América?
  3. Quais alterações nas paisagens podem ter sido observadas após a migração dos primeiros seres humanos?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objeto de conhecimento

Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidade

São trabalhados aspectos relacionados à habilidade:

ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 1, 2 e 3)

Respostas

1. a) América. b) Europa. c) Oceania. d) África. e) Antártida. f) Ásia.

2. a) Arquipélago. b) Oceânica. c) Continental. d) Atol.

    1. O Estreito de Bering está localizado entre a Ásia (Sibéria, na Rússia) e a América (Alasca, nos Estados Unidos).
    2. Resposta pessoal. Uma das hipóteses para a chegada do ser humano à América é sua travessia pelo Estreito de Bering, há 14 mil ou 15 mil anos. É importante notar que a região está localizada em altas latitudes e que o texto introdutório menciona que a passagem pode ter ocorrido durante as glaciações. Supõe-se que o rebaixamento do nível do mar, nessa região, facilitou a passagem dos primeiros seres humanos de um continente para o outro.
    3. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a ocorrência de vestígios que apontassem para a rotina dos humanos há 14 mil ou 15 mil anos atrás, como a presença de pinturas rupestres ou de artefatos de uso cotidiano.

Observação: O Planisfério da atividade 3 não apresenta data, por se tratar de uma estimativa histórica.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

FUNARI, Pedro Paulo; NOELLI, Francisco Silva. Pré-história do Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.

Livro sobre os povoamentos ocorridos nas terras que atualmente formam o território brasileiro.

CAPÍTULO 8  Oceanos e mares

Os oceanos são grandes extensões de água salgada que cobrem 70,8% da superfície da Terra, envolvendo e separando os continentes. Já os mares são partes dos oceanos localizadas próximo aos continentes ou em seu interior.

Assim como a superfície dos continentes, o fundo dos oceanos possui diferentes fórmas, destacando-se as extensas cadeias montanhosas, também denominadas dorsais, e as áreas rebaixadas e aplainadas, chamadas de planícies abissais.

As águas oceânicas estão em constante movimento por influência da rotação da Terra. Somadas a ela, as diferenças de temperatura e salinidade das águas provocam o deslocamento de massas de água nos oceanos, conhecidas como correntes marítimas. Esses movimentos interferem nas condições climáticas de todo o mundo, podendo ocasionar, nos continentes, períodos de seca ou chuvas, além de influenciar as médias de temperatura.

PLANISFÉRIO: CORRENTES MARÍTIMAS

Mapa. Planisfério: Correntes Marítimas. O mapa representa as correntes marítimas quentes por setas vermelhas e as correntes marítimas frias por setas azuis. Oceano Pacífico: Correntes marítimas quentes. Corrente do Pacífico Norte, Corrente Norte Equatorial, Corrente Sul Equatorial, Corrente do Japão e Corrente Australiana. Correntes marítimas frias: Corrente da Califórnia, Corrente Oia Sivo, Corrente de Humboldt e Corrente Antártica. Oceano Atlântico: Correntes marítimas quentes. Corrente Norte Atlântica, Corrente do Golfo, Corrente Sul Equatorial, Corrente das Guianas  e Corrente da Guiné. Correntes marítimas frias:  Corrente do Labrador, Corrente da Groenlândia, Corrente das Canárias, Corrente de Benguela, Corrente das Falklands, Corrente do Atlântico Sul e a Corrente Antártica. Oceano Índico: Correntes marítimas quentes. Corrente das Monções, Corrente Sul Equatorial e Corrente de Madagascar. Corrente marítima fria. Corrente Antártica. Oceano Ártico: Corrente marítima quente. Norte Atlântica Correntes marítimas frias: Corrente do Labrador e Corrente da Groenlândia. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.410 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 33; 58.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Neste Capítulo, apresentamos as principais características dos quatro oceanos: Pacífico, Atlântico, Índico e Glacial Ártico.

Também chamamos a atenção dos estudantes para a importância econômica dos oceanos, destacando atividades como a pesca, a navegação e a extração de petróleo, gás natural e sal marinho. São destacados, ainda, os tipos de mares: aberto, fechado e interior.

O Capítulo também aborda os riscos ambientais aos quais as atividades humanas expõem os mares e oceanos, chamando atenção, entre outros aspectos, aos possíveis problemas trazidos pelo aquecimento global.

É interessante destacar que, assim como os continentes, a configuração dos oceanos no planeta Terra nem sempre foi a mesma e segue em transformação: a tectônica de placas também se associa à formação dos fundos oceânicos.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero seis: Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

A importância dos oceanos

Nas últimas décadas, o oceano passou a receber maior atenção, à medida que a sociedade foi adquirindo uma consciência mais profunda sobre a importância desse ambiente para a humanidade. O comércio e as comunicações internacionais, reticências a biodiversidade, as fontes de energia, a exploração de combustíveis e minerais, a modulação do clima, entre outros, são temas da maior importância reticências para todo o planeta reticências.

O conhecimento do ambiente marinho ainda é limitado, já que, diferentemente dos ambientes continentais emersos, que têm os seus componentes visíveis, o mar mostra apenas as suas interfaces água-costa e água-atmosfera, compreendendo uma superfície aparentemente monótona. No entanto, é abaixo da superfície que ocorrem processos complexos, que condicionam em grande parte a vida nos oceanos e no planeta reticências.

O homem não é alheio ao mar, de fórma que as suas motivações sociais e econômicas devem ser consideradas como mais um elemento/ator do ecossistema marinho, notadamente porque a sua capacidade de impactar e alterar os ambientes e mesmo esgotar os recursos não pode ser ignorada. Assim, aspectos sociais, econômicos e jurídicos das populações humanas reticências devem ser levados em consideração para entender melhor o funcionamento e a sustentabilidade do sistema.

CASTELLO, Jorge; KRUG, Luiz C. As Ciências do Mar. In: CASTELLO, Jorge; KRUG, Luiz C. (organizador). Introdução às Ciências do Mar. Pelotas: Textos, 2015. página 10-12.

Os oceanos

Existem quatro oceanos: Pacífico, Atlântico, Índico e Glacial Ártico.

O oceano Pacífico é o maior de todos e cobre cêrca de um terço da superfície terrestre. Nas suas fossas marinhas, encontram-se as áreas mais profundas dos oceanos. A fossa das Marianas, nas proximidades das ilhas da Micronésia, ao norte da Austrália, alcança 11.000 metros de profundidade.

Ele tem importância estratégica comercial e militar, sobretudo para os países da Ásia, da Oceania e para os Estados Unidos. Alguns países asiáticos voltados para o Pacífico se tornaram grandes exportadores de produtos industrializados, utilizando seus portos marítimos como porta de saída para as mercadorias.

  • O oceano Atlântico é o segundo maior oceano do mundo. Divide-se em Atlântico Norte e Atlântico Sul e banha o maior número de países e territórios. Em razão do grande fluxo de navegação e de comunicação entre a Europa e a América, o Atlântico assumiu, historicamente, fundamental importância estratégica. No meio desse oceano, de norte a sul, há uma ampla cordilheira submarina, a Dorsal Atlântica. Há ocorrência de ilhas vulcânicas nessa área, como a Islândia.
  • O oceano Índico é o terceiro maior do mundo e tem sua maior parte localizada no Hemisfério Sul. O Índico é a rota de muitos navios que saem da Ásia rumo a outros pontos do mundo. Atualmente, mais de um bilhão de pessoas vivem às margens dele e importantes atividades se desenvolvem em suas águas, como a pesca de atum e a exploração de petróleo.
  • As águas do oceano Glacial Ártico apresentam baixas temperaturas e permanecem congeladas durante grande parte do ano. Nesse oceano se localiza o Polo Norte (observe o mapa). A região ártica é habitada por uma variedade de animais, como ursos-polares, morsas, focas e baleias. No entanto, o degelo vem impactando a fauna, levando ao desaparecimento do hábitat desses animais. Vivem nessa área muitos povos nativos, como os lapões, no norte da Europa, os nenets, no norte da Rússia, e os inuítes, na América do Norte.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Mapa. Oceano Glacial Ártico. Projeção em que é possível observar, ao centro e em destaque, o Polo Norte e o Oceano Glacial Ártico. Próximo ao centro estão as áreas da Groenlândia, do Canadá, da Rússia, do Alasca, da Noruega e da Islândia, abrangidos pelo Círculo Polar Ártico. Esses países e territórios estão representados por cores. Nas extremidades da representação, se afastando do centro, se encontram, em amarelo claro, países banhados pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Abaixo, escala de 0 a 1.515 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 55.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante observar que as fossas oceânicas atingem uma profundidade de 11 000 metros, enquanto o pico de maior altitude da superfície terrestre, o Everest, na Cordilheira do Himalaia, alcança 8 848 metros de altura. Em caráter de comparação, pode-se dizer que é possível submergir mais que o equivalente a um Everest dentro da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico.

Na porção sul do oceano Atlântico, a Dorsal Atlântica corresponde ao limite de separação entre as placas tectônicas Sul-Americana (a oeste) e Africana (a leste). Na porção norte do oceano Atlântico, a cordilheira submarina ocorre na separação entre as placas tectônicas Norte-Americana e Sul-Americana, a oeste, e Euro-Asiática e Africana, a leste. É importante ressaltar que a Dorsal Atlântica se relaciona à formação do assoalho oceânico atlântico.

Alguns estudiosos admitem a existência de um quinto oceano, com características específicas: o oceano Glacial Antártico. Não há consenso sobre essa questão, pois muitos consideram que ele é apenas a junção das águas de outros oceanos. Nesta obra, optou-se por empregar a classificação em quatro oceanos.

Sugerimos reforçar que, como foi estudado no Capítulo 7 desta Unidade, as águas oceânicas são parte da hidrosfera, juntamente com as águas subterrâneas, a água da atmosfera, as geleiras e as águas de mares, rios e lagos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Os mares

Os mares, em relação aos oceanos, apresentam menor profundidade, além de maior variação de quantidade de sal, temperatura e transparência das águas. Classificam-se em mar aberto, mar fechado e mar interior.

O mar aberto, também denominado mar costeiro, é aquele que se comunica com o oceano por largas passagens, a exemplo do Mar do Norte, na Europa (observe o mapa 1).

MAR DO NORTE

Mapa 1. Mar do Norte. O mapa foca no norte da Europa, destacando o esse mar ao centro. À oeste do mar estão representados o Reino Unido e a Irlanda. Ao sul do mar, estão porções dos territórios da Bélgica, dos Países Baixo e da Alemanha. À leste do mar, estão Dinamarca e partes da Suécia e da Noruega. Na parte esquerda, rosa dos ventos, e, na parte superior, escala de 0 a 305 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 42-43.

O mar fechado, também denominado mar isolado, não possui comunicação com um oceano ou outro mar. Localiza-se dentro das terras continentais, como um grande lago salgado, a exemplo do mar Morto, entre Israel e Jordânia, na Ásia (observe o mapa 2).

MAR MORTO

Mapa 2. Mar Morto.  O mapa foca uma região do Oriente Médio, com destaque para o Mar Morto, ao centro. À leste do mar, parte do território da Jordânia. À oeste do mar, Palestina (Cisjordânia) e Israel. O Rio Jordão, que deságua no Mar Morto, também está representado. Na parte esquerda, rosa dos ventos escala de 0 a 35 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 48-49.

Para manter seu volume, os mares fechados dependem das chuvas e da água de rios. O mar Morto, por exemplo, tem como principal fonte o rio Jordão. A utilização das águas desse rio para a prática da irrigação na agricultura tem contribuído para a diminuição drástica da superfície do mar Morto nas últimas décadas.

O mar interior, também denominado mar continental, comunica-se com o oceano por estreitos ou canais. O mar Mediterrâneo, por exemplo, comunica-se com o oceano Atlântico pelo estreito de Gibraltar (observe o mapa 3).

MAR MEDITERRÂNEO

Mapa 3. Mar Mediterrâneo. O mapa foca em regiões do continente europeu, da Península Arábica e do Norte da África banhadas pelo Mar Mediterrâneo. São banhados pelo Mar Mediterrâneo países como Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Turquia, Chipre, Síria, Líbano, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito. No canto superior esquerdo, rosa dos ventos e escala de 0 a 450 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 43.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Utilize os mapas apresentados para retomar o conceito de escala, que favorece o trabalho com a habilidade ê éfe zero seis gê ê zero oito. Se julgar pertinente, incentive os estudantes a classificar os mapas da página da escala maior para a escala menor, comparando os diferentes níveis de detalhamento.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Atividade complementar

Pesquisa em grupo – Oceanos e mares

Organize os estudantes em grupos, que deverão selecionar uma área litorânea como tema de trabalho. Na pesquisa, buscarão informações sobre localização, atividades econômicas, fluxos comerciais e condições de preservação de suas águas.

A apresentação será realizada em fórma de noticiário: cada integrante do grupo se apresentará como um jornalista comentando a situação do oceano ou mar escolhido. Ao final da apresentação, a ficha de informações dos apresentadores será entregue ao professor.

Verifique as informações apresentadas pelo grupo. A ficha de informações servirá de exercício de síntese e poderá ser utilizada como fórma de avaliação da aprendizagem. Esta atividade trabalha a observação, tomada de nota e construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

SCHMIEGELOW, João Miragaia. O planeta azul: uma introdução às ciências marinhas. Rio de Janeiro: Interciência, 2004.

Esse livro possibilita uma ampliação dos conhecimentos a respeito do ambiente marinho.

Usos dos oceanos e mares

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

cêrca de 45% da população mundial concentra-se em áreas costeiras ou ribeirinhas. E muitas pessoas dependem dos oceanos e mares para tirar seu sustento, principalmente pela prática da pesca.

A pesca é uma das mais antigas atividades humanas e pode ser classificada em artesanal ou industrial. Nos oceanos e mares, a pesca artesanal é praticada nas proximidades do litoral, em pequenas embarcações. Já a pesca industrial é realizada em alto-mar com embarcações equipadas com instrumentos que facilitam a localização dos cardumes.

Alguns países, como o Japão, possuem frota de navios-fábrica que navegam a longas distâncias, muitas vezes longe do litoral do país, e nos quais os pescados podem ser processados, conservados, armazenados e até enlatados. Peixes como o atum, a sardinha e o bacalhau são industrializados.

Outra atividade muito antiga é a exploração do sal marinho. No passado, por causa de sua escassez, o sal chegou a ter elevado valor comercial. Atualmente, existem áreas onde a produção de sal marinho é feita em larga escala.

Em águas marinhas também é realizada a exploração de petróleo, como se observa na fotografia, e de gás natural. No Brasil, nos últimos anos, a exploração desses recursos tem representado uma importante fonte de riqueza.

Fotografia. Em primeiro plano, extenso trecho de água do mar. No segundo plano, plataforma constituída de uma estrutura de ferro sobre quatro pilares no mar. Em terceiro plano, algumas construções baixas e morros parcialmente recobertos por vegetação rasteira.
Plataforma de exploração de petróleo em águas marítimas brasileiras. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O estudo das possibilidades de uso dos mares e oceanos pode ser amplamente desenvolvido de modo interdisciplinar com o componente curricular História, já que o transporte de pessoas e mercadorias está vinculado ao comércio internacional e à formação dos povos.

Historicamente, o desenvolvimento do transporte através do mar possibilitou a chegada de portugueses e espanhóis à atual América desde os séculos quinze e dezesseis. Igualmente, o transporte ultramarino se associou ao comércio de especiarias, às práticas de exploração colonial e ao tráfico de pessoas escravizadas. Mais recentemente, o transporte marítimo permitiu outras ondas de migração, como as dos trabalhadores europeus e asiáticos até o Brasil nos séculos dezenove e vinte.

Entre outros usos comuns dos mares e dos oceanos estão a pesca, a prática do turismo e o lançamento de dejetos urbanos e industriais.

As águas marinhas são um recurso muito importante para o Brasil, que tem mais de 7 mil quilômetros de costa, banhada pelo oceano Atlântico. A ocupação do território brasileiro e sua exploração se iniciaram pelo litoral, e até hoje a população brasileira se concentra nas áreas litorâneas, resultado também das condições naturais do território.

O conteúdo desta página aborda o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Importantes atividades são praticadas nos oceanos e mares, além da pesca. Entre elas destacam-se a instalação de parques de energia eólica (moinhos geradores de energia), o turismo e a obtenção de algas. Estas são usadas por indústrias cosméticas, químicas (na fabricação de pigmentos), farmacêuticas (na fabricação de medicamentos), de alimentos e de ração animal.

Águas marítimas e oceânicas também têm sido utilizadas, em alguns países, como meios alternativos de geração de eletricidade. Embora os custos de desenvolvimento sejam elevados, pode-se obter energia dos oceanos e mares de três maneiras, por meio da movimentação de suas águas:

  • pela ação das ondas (a usina de ondas instalada em 2012 no Porto do Pecém, no estado do Ceará, foi a primeira da América Latina);
  • pela oscilação das marés (mais conhecida como energia maremotriz, é utilizada em países como França, Japão, Reino Unido e Rússia);
  • pela diferença térmica entre as águas quentes superficiais e as águas frias mais profundas (um projeto-piloto está em desenvolvimento nos Estados Unidos, no estado do Havaí, localizado em um arquipélago no oceano Pacífico).
Fotografia. Em primeiro plano, uma estrutura erguida sobre dois pilares grossos e parcialmente enferrujados dentro das águas do mar. No centro dessa estrutura, há uma peça grande em formato circular e estruturas metálicas finas no entorno. No segundo plano, há um morro coberto por vegetação com coloração verde e marrom.
Estrutura para converter a movimentação das marés em energia elétrica instalada no mar perto das Ilhas Orkney, Reino Unido (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A matriz que usa o movimento das ondas e das marés para gerar energia elétrica é chamada de maremotriz.

Aproveitar a energia dos oceanos é um debate que ganha espaço atualmente, e é interessante observar as condições do Brasil perante esse cenário.

Em função de sua costa e do mar territorial sob o poder político da União, o país pode beneficiar-se do desenvolvimento tecnológico nesse setor. Ao pensar o litoral brasileiro, observamos que o mar ao norte apresenta significativa variação de nível das marés; já ao sul, o mar apresenta potencial de aproveitamento das ondas.

O Brasil tem tradição no desenvolvimento de tecnologias para o uso em ambientes marinhos, como as de extração de petróleo em alto-mar e a grandes profundidades. Nesse sentido, o desenvolvimento de tecnologias nacionais para o aproveitamento da energia dos oceanos se apresenta como uma grande oportunidade científica, além de manter o posicionamento do país entre os protagonistas das iniciativas de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis.

O conteúdo desta página aborda o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Observação

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Texto complementar

Energia das marés

As marés são movimentos oscilatórios do nível do mar, devidos à atração gravitacional da Lua e do Sol e ao efeito da rotação da Terra. A fôrça geradora da maré consiste primordialmente na resultante gravitacional do sistema Sol-Terra-Lua, a qual depende diretamente das massas dos corpos celestes e inversamente do cubo da distância entre eles. Outros fatores influenciam as marés, como a fórma do litoral, o fundo do mar e os fenômenos meteorológicos.

Como resultado do movimento periódico dos astros, as marés apresentam recorrência entre 12 e 24 horas, em função da localização no globo terrestre. Com comprimento de ordens continentais, a maré configura a maior onda oceânica existente. A amplitude da maré também varia com o tempo e em função da periodicidade e da intensidade dos fenômenos astronômicos envolvidos. As maiores variabilidades, contudo, estão relacionadas à posição e às características da costa. Ao alcançar a plataforma continental e a área costeira adjacente, a onda de maré sofre transformações tais como refração, reflexão e difração. Também sofre efeitos causados pelo fundo, acarretando redução de sua celeridade e aumento da amplitude. Em estuários estreitos há uma tendência de maior concentração de energia por unidade de largura e ressonância na reflexão da onda de maré, ocasionando o aumento de sua amplitude.

CENTRO DE EXCELÊNCIA PARA O MAR BRASILEIRO. O Brasil e o mar no século vinte e um reticências. segunda edição Niterói, Rio de Janeiro: bê agá ême êne, 2012. página 87.

Exploração e riscos ambientais

Diversas ações humanas põem em risco a biodiversidade dos mares e oceanos. Entre elas, estão a exploração de petróleo e gás natural em plataformas marítimas e a pesca predatória.

A sobrepesca ocorre quando a pesca ultrapassa a capacidade da natureza de repor as espécies, alterando a dinâmica do ambiente marinho e colocando em risco a existência de outras espécies.

Um exemplo disso é a pesca excessiva de tubarões: como predadores naturais, eles ajudam a controlar as populações de diversas espécies marinhas; porém apresentam crescimento mais lento e demoram mais para procriar em comparação a outros peixes. Por isso, sua pesca excessiva representa a diminuição relativa de predadores e desregula a dinâmica de crescimento populacional de outras espécies.

Costuma-se associar apenas a pesca industrial à sobrepesca; entretanto, se a pesca artesanal não respeitar os limites do ambiente, também pode causar desequilíbrios.

A poluição das águas, que abrange o despejo de lixo, esgoto e efluentes industriais, o derramamento de óleo – sobretudo o petróleo – e o vazamento de radioatividade em decorrência de acidentes em usinas nucleares, afeta intensamente a vida e a qualidade dos recursos marinhos.

Vários projetos e parcerias entre países têm sido bem-sucedidos em amenizar impactos ambientais decorrentes da poluição das águas, mas não têm sido suficientes para evitar a degradação marinha.

Observe no mapa os principais focos de poluição dos mares e oceanos.

PLANISFÉRIO: POLUIÇÃO DOS MARES E OCEANOS

Mapa. Planisfério: poluição dos mares e oceanos. As cores rosa e roxa são usadas para indicar, respectivamente, os mares e lagos poluídos e os mares e lagos bastante poluídos. A representação mostra também as áreas poluídas pela circulação de petroleiros e a descarga no mar de dejetos industriais e urbanos. Mares e lagos poluídos: extensas faixas que recobrem praticamente todo o litoral dos continentes, com destaque para países do Hemisfério Norte banhados pelos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. Mares e lagos bastante poluídos: América. Estão sobretudo na costa leste da América do Norte e da América do Sul. Também há duas manchas na costa oeste sul-americana. Europa. As manchas estão no Mar Mediterrâneo, ao sul, e entre os países do norte e da Europa Ocidental. África. Estão em parte das costas mediterrânea, ocidental, oriental e do sul. Ásia. há manchas no litoral do Oriente Médio e das regiões sul e leste. Oceania. Manchas no litoral sudeste da Austrália. Áreas poluídas pela circulação de petroleiros: se concentram nos oceanos Atlântico e Pacífico, sobretudo no Hemisfério Norte , além de trechos que ligam os oceanos Atlântico e Índico por meio do sul da África. Descarga no mar de dejetos industriais e urbanos: estão principalmente na costa leste da América do Norte, no norte da Europa, no litoral sul da África ena costa leste da Ásia No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.410 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 28.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os mares e oceanos formam um ambiente propício para comportar cêrca de 30% de toda a biodiversidade do planeta Terra.

Os impactos mais evidentes acarretados aos ambientes marinhos pelas ações antrópicas se relacionam à destruição dos ecossistemas e à ameaça à biodiversidade, à elevação dos níveis de poluição associada ao lançamento de rejeitos nos corpos-dágua e no mar e à degradação de áreas costeiras, manguezais e estuários.

Outro problema ambiental bastante divulgado é a ingestão, por animais marinhos, de plásticos e outros materiais indevidamente descartados nos mares.

Enfatize que o sistema de circulação das correntes oceânicas faz com que a poluição despejada em um local possa percorrer extensos caminhos e acarretar problemas globais. É muito importante despertar o olhar dos estudantes para a responsabilidade coletiva da conservação dos mares e oceanos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. De acordo com as descrições a seguir, escreva o nome do oceano ao qual cada item se refere.
    1. Possui grande fluxo de navegação, por localizar-se entre a América e a Europa.
    2. É o menor dos quatro oceanos e possui as águas mais aquecidas.
    3. Tem a maior extensão, além de apresentar as maiores profundidades.
    4. Suas águas permanecem congeladas por um longo período do ano.
  2. Analise as fotografias e, depois, responda às questões.
Fotografia 1. Quatro homens em pé sobre uma canoa de cor azul. Três deles seguram uma rede de pesca com boias laranjas em suas extremidades. O quarto homem está atrás dos demais e se apoia em uma das beiradas do barco. Ao fundo está o mar.
Homens pescam em Garopaba, Santa Catarina (2021).
Fotografia 2. No primeiro plano, ocupando a maior parte da imagem, águas do mar. No segundo plano, há uma embarcação com a parte debaixo preta, e com a parte de cima na cor branca. Nela, há diversos cabos que ligam os mastros e os guinchos do barco. Ao fundo, céu com poucas nuvens.
Barco pesqueiro no Golfo do México, Texas, Estados Unidos (2019).
  1. Que tipo de pesca está retratado em cada fotografia?
  2. Onde se pratica cada uma delas?
  3. Qual delas utiliza mais equipamentos?

3. Leia o texto sobre a poluição do litoral brasileiro por petróleo em 2019 e responda às questões propostas.

O vazamento de cinco mil toneladas de óleo foi um dos maiores desastres ambientais do litoral brasileiro. Atingiu mais de 130 municípios em 11 estados, sendo nove do Nordeste e dois no Sudeste (Rio de Janeiro e Espírito Santo). Raquel Souto [professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro] explica que atualmente tem a oportunidade de falar sobre um trabalho que foi desenvolvido no ano passado como piloto, que é o mapa participativo do derrame do petróleo. Segundo ela, esse derrame ainda não acabou, continua acontecendo. Ela afirma que ainda continuam chegando manchas em algumas praias. reticências

Raquel explica que essas localidades foram assumidas pelo ibâma como um espaço de 100 m na linha de costa nas praias, nos manguezais, bancos de corais, etcétera Ela diz que o desastre também atingiu aproximadamente 300 mil trabalhadores do mar. “Esse número ainda está subestimado porque isso na verdade foram aqueles trabalhadores que têm a carteirinha de pescador, mas a gente sabe que há uma série de outros trabalhadores, mais humildes muitas vezes, ou mais isolados que dependem do mar, mas que não têm a carteirinha, então eles não estão nessa conta dos 300 mil afetados”.

MAIS de um ano após vazamento de óleo em praias do Nordeste, danos ainda são sentidos. Brasil de Fato, 13 outubro 2020. Disponível em: https://oeds.link/UjCy2t. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. Qual é o impacto ambiental mencionado no trecho? Como ele pode afetar os oceanos e os ambientes costeiros?
  2. De que maneira esse impacto ambiental causa problemas econômicos e sociais?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Transformações das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero seis (atividade 3)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 2, 3, 4 e 5)

Respostas

    1. Oceano Atlântico.
    2. Oceano Índico.
    3. Oceano Pacífico.
    4. Oceano Glacial Ártico.
    1. A primeira fotografia mostra a pesca artesanal. A segunda, a pesca industrial.
    2. Em geral, a pesca artesanal é realizada em áreas mais próximas ao litoral. A pesca industrial, em alto-mar.
    3. A pesca industrial.
    1. Um grande vazamento de petróleo que atingiu o litoral brasileiro em 2019. O derrame de petróleo causou a degradação de praias, bancos de corais, atingiu a fauna, a flora e as pessoas nas áreas afetadas.
    2. O derrame de petróleo causou problemas econômicos porque impediu a atividade pesqueira e turística nas áreas atingidas e gerou gastos para o contrôle do desastre. Como problemas sociais decorrentes do desastre, é possível citar a perda da fonte de renda das pessoas que trabalhavam com pesca ou turismo, problemas de saúde decorrentes do contato direto com o petróleo ou com alimentos contaminados, entre outros.
Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor e o estudante:

VIDAS sob o mar de petróleo. Realização: dáblio dáblio éfe-Brasil. Produção: Cuíca Filmes. Brasil: dáblio dáblio éfe-Brasil, 2021. Série de vídeos on-line. Disponível em: https://oeds.link/abNWrp. Acesso em: 29 março 2022.

Série de vídeos que aborda os diferentes impactos do vazamento de petróleo ocorrido em 2019 no litoral brasileiro.

4. Desde 1996, Rússia, Noruega, Islândia, Dinamarca, Canadá, Estados Unidos, Finlândia e Suécia compõem os oito Estados-membros do Conselho do Ártico. Esses países discutem e decidem sobre pesquisas e conservação na região ártica. Observe o mapa.

CÍRCULO POLAR ÁRTICO: TERRITÓRIOS

Mapa. Círculo polar ártico: territórios. Mapa com destaque para o Oceano Glacial Ártico ao centro e países e territórios abrangidos por ele: Rússia, Alasca (Estados Unidos), Canadá, Groenlândia (Dinamarca), Islândia e Noruega. Fronteiras nacionais aceitas estão representadas graficamente por uma linha cinza contínua, linhas de equidistância estão representadas por uma linha cinza pontilhada (entre Noruega e Rússia e Canadá e Alasca). Há uma linha roxa representando o limite de 200 milhas náuticas ao redor do oceano glacial ártico em contato com Rússia, Alasca, Canadá, Groenlândia, Noruega. À direita, escala de 0 a 770 quilômetros. Abaixo, a rosa dos ventos.

Elaborado com base em dados obtidos em: A WARMER welcome. The Economist, 18 maio 2013. Seção Internacional. Disponível em: https://oeds.link/rCqYbr. Acesso em: 12 abril 2022.

  1. Quais países têm território no Círculo Polar Ártico?
  2. Cite um motivo do interesse dos países representados no mapa pelo oceano Glacial Ártico.

5. Leia a seguir um fragmento da obra Moby Dick, escrita no século dezenove pelo estadunidense Herman Melville.

reticências Para qualquer feiticeiro, andarilho e pensativo, este Pacífico, uma vez contemplado, deve se tornar para sempre seu mar de adoção. Agita-se em meio às águas mais centrais do mundo, com o Índico e o Atlântico formando meramente seus braços. Essas mesmas ondas levam os quebra-mares das recém-construídas cidades da Califórnia [Estados Unidos da América], somente ontem fundadas pela mais nova estirpe de homens, e banham as fronteiras apagadas, porém maravilhosas, das terras asiáticas, mais antigas do que Abraão; enquanto ao centro tudo flutua entre as vias das ilhas de corais, e os planos, infinitos e desconhecidos arquipélagos e os insondáveis japoneses. Assim esse misterioso e divino Pacífico cinge quase toda a vastidão do mundo; faz de todas as costas uma única baía; parece a maré pulsante do coração da terra reticências.

MELVILLEHerman. Moby Dick. Tradução: Irene rirch e Alexandre Barbosa de Souza. São Paulo: Cosac naíf, 2010. página 500-501.

. Indique a que o autor faz referência nesse trecho.
  1. Ao oceano Índico e a seus corais.
  2. À grandiosidade do oceano Atlântico e a suas riquezas naturais.
  3. À imensidão do oceano Índico em relação ao Atlântico e ao Pacífico.
  4. À grandiosidade do oceano Pacífico em relação ao Atlântico e ao Índico.
  5. À imensidão do oceano Atlântico e sua maré pulsante.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

    1. Estados Unidos (Alasca), Canadá, Dinamarca (Groenlândia), Islândia, Noruega, Rússia, Finlândia e Suécia.
    2. O degelo do oceano Glacial Ártico tem aberto novas rotas de navegação e acelerado a exploração econômica na região.

Se julgar pertinente, comente que o mapa “Círculo Polar Ártico: Territórios” usa a projeção cartográfica azimutal equidistante, que tem como característica apresentar o foco em sua região central. Nesse tipo de projeção, as fórmas sofrem muita deformação, porém as distâncias são representadas com maior fidedignidade. Esse tipo de projeção é muito utilizado para a representação das áreas polares. Se julgar oportuno, leve um globo terrestre para a sala de aula para que os estudantes o manuseiem e compreendam melhor o ponto de vista da projeção adotada.

5. Alternativa d.

Texto complementar

Mapas em projeção azimutal equidistante e oblíqua

O primeiro mapa desenhado em projeção azimutal equidistante apareceu em 1510, quando o matemático Henrique Lorits, sob o nome de Glareanus, publicou seus planiglobos. Também a João vêspúti (1524) e a Geraldo Mercator (1569) são atribuídos mapas desse tipo. Em 1581, o francês Guilherme Postei publicou mapas nessa mesma projeção, que passou a ser conhecida, em França, pelo nome de “projeção de Postei”.

Nos séculos seguintes, a projeção azimutal equidistante não caiu no esquecimento: em 1772, o grande matemático alsaciano João Henrique Lambert, que deu à cartografia um fundamento matemático, empregou-a como projeção oblíqua. Antônio Caguoli desenhou mapas nesta projeção, a que deu seu nome, julgando tratar-se de um invento seu. Em fins do século dezenove, seu emprego tornou-se bastante frequente para as regiões polares e em cartas celestes, na variante de polar equidistante.

A partir do início do século vinte reticências o número de mapas desenhados na projeção azimutal equidistante e oblíqua tem aumentado cada vez mais, em consequência do notável desenvolvimento da aviação e do extraordinário aumento das estações rádio-emissoras de ondas-curtas, o que veio dar a esse tipo de projeção um inestimável valor no terreno prático reticências.

sôu cup, João. Mapas em projeção azimutal equidistante e oblíqua. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, número 3, página 3-20, 1949. Disponível em: https://oeds.link/mNvmR7. Acesso em: 11 maio 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Quais são as consequências das mudanças climáticas nos mares e oceanos?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

As mudanças climáticas e a elevação da temperatura global podem causar impactos como o aumento do nível dos mares e da temperatura das águas, ameaçando de extinção algumas espécies.

Os recifes de coral constituem ecossistemas que podem ser afetados pelas mudanças climáticas. São estruturas rochosas rígidas e submersas nos oceanos formadas por organismos marinhos (animais e vegetais) portadores de esqueletos calcários. Leia o texto a seguir e observe a fotografia.

Os recifes de coral são ecossistemas marinhos encontrados em regiões de águas quentes e claras e formados pela deposição do esqueleto calcário de organismos como corais, algas e moluscos. reticências

Por abrigarem uma extraordinária variedade de plantas e animais são considerados como o mais diverso habitat marinho do mundo. Essa enorme diversidade de vida pode ser medida quando constatamos que uma, em cada quatro espécies marinhas, vive nesses ambientes, incluindo 65% dos peixes. São considerados, juntamente com as florestas tropicais, as duas mais diversas comunidades naturais do planeta. São também um dos ambientes mais frágeis e ameaçados do mundo.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conduta consciente em ambientes recifais. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, [dois mil e dois data provável]. Disponível em: https://oeds.link/T7teAy. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Fotografia. A imagem foi capturada no fundo do mar e apresenta um recife de corais. No canto direito encontra-se uma formação com corais finos nas cores verde, azul e roxo. Próximo a essa formação, há algumas anêmonas que estão sobre a areia. Ao lado esquerdo, há outros corais nas cores amarelo, verde, azul, cinza, laranja e violeta. Ao redor desses corais, há diversos peixes pequenos, predominantemente das cores amarelo e azul.
Trecho da Grande Barreira de Coral, situada no litoral nordeste da Austrália (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Seção Para refletir

Em consonância com a Competência Específica de Geografia número 1, esta seção au­xilia o estudante a Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exerci­tar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

Habilidades

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

ê éfe zero seis gê ê um três: Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etcétera.).

O objetivo desta seção é problematizar a efetividade das conferências climáticas, que buscam limitar as emissões dos gases que provocam o efeito estufa e contribuir para a diminuição das alterações climáticas (o aquecimento global) proporcionadas, sobretudo, por determinadas práticas humanas. Tais alterações vêm provocando uma série de impactos ambientais em escala global, como a redução de extensas áreas da Grande Barreira de Coral, explicitada na reportagem.

O conteúdo desta seção explora o tema contemporâneo educação ambiental.

Texto complementar

O aquecimento marinho pode prejudicar o desenvolvimento dos corais

Ao contrário do que se pensa, não são as florestas, mas sim os oceanos que absorvem a maior parte do carbono da atmosfera. “Quanto mais fria a água, mais eficiente é o processo de sequestro de carbono”, explica Gilvan Sampaio, do Inpe. “Se os oceanos aquecem, diminui sua eficiência de fixação de carbono reticências.”

Mas esse não é o único aspecto da interação das águas do mar com o cê ó dois da atmosfera. Os oceanos vêm sofrendo um processo acelerado de acidificação reticências.

Emiliano Calderón, biólogo e professor do Museu Nacional, explica que acidificação e aumento de temperatura agem de fórma complementar reticências, diz ele, citando o exemplo dos corais. “Eles têm uma relação simbiótica com uma alga unicelular chamada zooxantela. Ela faz a fotossíntese e produz os nutrientes e o coral lhe dá um local para viver. Para que essa relação seja harmônica, é preciso manter as temperaturas. Além disso, os corais se desenvolvem secretando carbonato de cálcio. Águas ácidas corroem essas estruturas reticências”, afirma ele. Em última instância, isso afeta a pesca, pois os recifes de coral são ilhas de biodiversidade em um oceano, no mais das vezes, pobre. “Boa parte da pesca acontece próxima a recifes”, diz.

“MARES são os pulmões do mundo”, diz cientista. Instituto Humanitas Unisinos, 30 agosto 2011. Disponível em: https://oeds.link/NkNkm0. Acesso em: 3 agosto 2022.

Quais medidas podem ser tomadas para proteger os mares e oceanos e amenizar os problemas causados pelas mudanças climáticas?

Sediada na cidade de Glasgow, na Escócia, em 2021, a 26ª Conferência do Clima (cópi-26) continuou o debate das conferências anteriores sobre a limitação das mudanças climáticas.

Os acordos visaram estabelecer limites de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera para evitar ultrapassar o aumento de 1,5 graus Célsius na temperatura global em relação aos níveis da era pré-industrial. Apesar de metas como essa serem visadas desde o Acordo de Paris em 2015, as medidas ainda foram vistas como insuficientes por governos e ambientalistas de diferentes países.

Na prática, como as mudanças climáticas afetam os recifes de coral? Leia a reportagem.

Branqueamento já atinge 98% da Grande Barreira de Coral, diz estudo

O branqueamento da Grande Barreira de Coral na Austrália afetou, desde 1998, 98% do maior recife do mundo, afirma um estudo publicado nesta quinta-feira [04/11/2021].

reticências

A frequência, intensidade e magnitude das ondas de calor marítimo que provocam o branqueamento do coral não pararam de aumentar, destaca o principal autor do estudo, Terry Hugues, do centro de excelência do Australian Research Council (ARC), da Universidade James Cook.

Inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco desde 1981, a Grande Barreira sofreu três grandes episódios de clareamento durante as ondas de calor de 2016, 2017 e 2020.

O branqueamento é um fenômeno de enfraquecimento dos corais produzido pelo aumento da temperatura da água, o que expulsa as algas e nutrientes dos quais o coral necessita, provocando a sua descoloração.

BRANQUEAMENTO já atinge 98% da Grande Barreira de Coral, diz estudo. tílt uól, 4 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/SpMtZx. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. Qual é a importância dos recifes de coral para os mares e oceanos?
  2. De acordo com a reportagem, quais são os impactos das mudanças climáticas na Grande Barreira de Coral australiana?
  3. Em sua opinião, como podemos contribuir para a diminuição do aquecimento global, de fórma a minimizar as consequências das mudanças climáticas nos mares e oceanos?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Os recifes de coral são importantes porque são o hábitat de um grande número de espécies marinhas.
  2. O aquecimento da água dos oceanos provocado pelas mudanças climáticas globais provoca o enfraquecimento dos corais, expulsando as algas e nutrientes de que necessitam para manter-se vivos.
  3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem pequenas ações que podem auxiliar na diminuição da emissão de gases que aumentam o efeito estufa, como a opção pelo consumo de produtos de empresas ambientalmente responsáveis, a escolha de meios não poluentes de transporte, como a bicicleta, e a cobrança da aplicação dos acordos realizados nas conferências climáticas.

Questões para autoavaliação

Nesta terceira Unidade do livro, as questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são as seguintes:

  • Qual é a importância da bios­fera e sua interação com os seres humanos?
  • O que são terras emersas e em que categorias se dividem?
  • Por que a poluição dos oceanos afeta os seres humanos?

Glossário

Geleira
 Massa de gelo formada em ambientes com temperaturas muito baixas, onde a queda de neve é maior que o derretimento de gelo.
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Populoso
Território com grande número de habitantes.
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Etnia
Comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais e semelhanças genéticas.
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Coralíneo
Formado por corais, que são minúsculos animais invertebrados marinhos que se fixam muito próximos uns aos outros.
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