UNIDADE quatro Relevo e hidrografia
Você verá nesta Unidade:
O relevo terrestre
A formação e a transformação do relevo
Os agentes internos e os agentes externos do relevo
As principais fórmas de relevo do Brasil
As águas continentais
A disponibilidade de água e seu consumo
Os principais rios e regiões hidrográficas do Brasil
Orientações e sugestões didáticas
Apresentação
Esta Unidade trabalha as seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: Conexões e escalas; fórmas de representação e pensamento espacial; Natureza, ambientes e qualidade de vida.
Unidade está em consonância com as seguintes Competências Gerais da Educação Básica: (2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; (4) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; (9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
As Competências Específicas do Componente Curricular Geografia trabalhadas nesta Unidade são: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza; (7) Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
O relevo corresponde às fórmas que a superfície terrestre assume em cada localidade do planeta.
Já a hidrografia representa o conjunto formado por cursos de água, lagos, lençóis freáticos e aquíferos e águas oceânicas de uma região. O termo hidrografia também é usado para nomear o ramo da Geografia que estuda essas águas.
O relevo e a hidrografia se influenciam mutuamente de diversas maneiras. As fórmas do relevo podem determinar, por exemplo, o local onde se formam as nascentes dos rios e as características do curso que eles percorrem até desaguar em outro rio, em um lago ou no oceano. Os rios, por sua vez, ajudam a modelar as fórmas do relevo, que se transformam pouco a pouco, adquirindo novas feições com o passar do tempo.
As atividades realizadas pelo ser humano e a maneira como ele ocupa o espaço geográfico também são influenciadas pelas configurações do relevo e da hidrografia. Entre outros fatores, essa influência pode ser constatada pelos condicionantes ambientais que impactam o planejamento das edificações, o qual, entre outros aspectos, deve contemplar a proximidade de cursos de água e as condições do terreno. Portanto, o modo como as construções são realizadas deve considerar o regime de cheias do sistema hidrográfico e os níveis de declividade do relevo.
Você sabe dizer como o comportamento das águas dos rios pode impactar as edificações construídas em suas margens? Como é possível construir em terrenos com grande declividade sem comprometer a segurança das pessoas?
Orientações e sugestões didáticas
Apresentação
A Unidade trabalha a interdependência entre relevo e hidrografia, considerando as inter-relações entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera nos processos de intemperismo, erosão, formação e transformação do relevo.
A Rodovia dos Imigrantes interliga a capital do estado de São Paulo a municípios do litoral paulista. Nesse percurso, a rodovia corta o Parque Estadual da Serra do Mar, um reduto da Mata Atlântica na região. A Serra do Mar é uma estrutura escarpada formada a partir do soerguimento da placa continental e da reativação de falhamentos pelo menos até o Período Terciário. A Serra do Mar apresenta relevo ondulado e pode ultrapassar os dois mil metros de altitude. Ao redor da Rodovia dos Imigrantes, ela alcança pouco mais de mil metros de altitude. Observe que o curso dos rios segue o relevo da região. Na fotografia das Cataratas do Iguaçu, é possível observar a queda-d’água que se fórma quando o rio Iguaçu passa por uma área com desnível abrupto.
São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:
- Relações entre os componentes físico-naturais.
- Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
- Biodiversidade e ciclo hidrológico.
CAPÍTULO 9 O relevo terrestre
As fórmas do terreno que percebemos na paisagem constituem aquilo que chamamos de relevo. O conjunto de fórmas da superfície terrestre apresenta altitudes e feições variadas, que podem constituir terrenos planos em determinadas regiões e formações irregulares em outras, com a presença de encostas íngremes entre vales e topos arredondados, serrilhados ou aplainados.
O relevo terrestre influencia a ocupação humana do espaço geográfico e a realização das atividades econômicas. Por isso, o estudo do relevo é essencial para o desenvolvimento das sociedades. Com o aprimoramento dos conhecimentos relacionados à ocupação de terrenos com diferentes características, ao longo do tempo foi possível desenvolver técnicas cada vez mais sofisticadas para abrir vias de circulação e levantar edificações em áreas com o relevo acidentado ou com outras limitações.
Na sequência, você vai conhecer as principais fórmas do relevo continental: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
PRINCIPAIS fórmas DE RELEVO
Orientações e sugestões didáticas
Sobre o Capítulo
Neste Capítulo, apresentamos as principais fórmas do relevo terrestre: montanhas, planaltos, planícies e depressões.
O estudo das principais fórmas do relevo é enriquecido por ilustrações, blocos-diagramas e fotografias, permitindo aos estudantes a identificação e a diferenciação dessas fórmas.
Os processos de formação e transformação do relevo terrestre são classificados como endógenos (provocados por agentes internos, como placas tectônicas, vulcões e terremotos) e exógenos (provocados por agentes externos, como a água, o vento, as variações de temperatura, os animais e os vegetais, além dos seres humanos), que são responsáveis pela origem e pela modificação do relevo.
Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo
ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.
ê éfe zero seis gê ê um zero: Explicar as diferentes fórmas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etcétera) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.
Texto complementar
O relevo
As fórmas do relevo devem ser vistas e entendidas como mais um dos vários componentes da natureza e, na perspectiva humana, como um recurso natural, pois as variações de tipos de fórmas favorecem ou dificultam o uso que as sociedades humanas fazem do relevo. É mais ou menos evidente que as populações preferem os terrenos mais planos, ou pouco inclinados, para desenvolver atividades econômicas como a agricultura ou para construir cidades, aos relevos montanhosos ou, ainda que planos, pantanosos.
Entre os extremos, relevos montanhosos e planos, há uma diversidade infinita de tipologias de fórmas de relevos que facilitam ou dificultam os processos das ações humanas. Na verdade, é um conjunto de fatores que podem ser distinguidos em duas grandes ordens: os fatores naturais e cultural-econômicos reticências.
As fórmas do relevo, em primeiro nível, podem ser facilitadoras ou dificultadoras dos processos de ocupação das terras, de arranjos dos espaços territoriais e da produção. Suas características são importantes para a definição dos traçados de rodovias, ferrovias, implantação de cidades, construção de aeroportos, de barragens para usinas hidrelétricas, distritos industriais, bem como para reticências indicar as áreas de maior interesse para a preservação e conservação dos bens ambientais de valor ecológico.
Rós, Jurandyr L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. página62-64.
Montanhas
O termo montanha costuma ser utilizado para identificar genericamente formações de relevo que se destacam na paisagem pela grande altitude em relação ao entorno, topo mais estreito que a base e encostas íngremes. Considerando as altitudes mais elevadas encontradas no relevo terrestre, as montanhas são associadas a formações geologicamente recentes, como algumas superfícies de origem vulcânica e, principalmente, as cordilheiras.
As cordilheiras, frequentemente definidas como conjuntos de montanhas, são formações de relevo cujos topos podem alcançar vários quilômetros de altitude, onde as baixas temperaturas fornecem condições propícias à formação de neve, que se acumula em camadas na superfície do relevo. Na América do Sul, encontra-se a cordilheira dos Andes, umas das maiores do mundo. Por sua vez, o ponto mais elevado do planeta Terra corresponde ao topo do monte Everest, com 8 848 metros e situado na cordilheira do Himalaia, no continente asiático.
Cordilheira dos Andes
A cordilheira dos Andes é uma cadeia de montanhas na costa ocidental da América do Sul, com cêrca de 8 mil quilômetros de extensão e altitude média em torno de 4 mil metros. O pico mais alto dessa cordilheira está na montanha do Aconcágua com .6959 metros.
A diferença entre altitude e altura
A altura é a dimensão de um corpo, de sua base ao topo. Já a altitude é a medida que nos permite determinar uma elevação em relação ao nível médio do mar (altitude zero). Assim, a altitude de uma montanha é medida do nível do mar ao seu topo. Observe a ilustração.
ALTURA E ALTITUDE
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
O conceito de montanha pode variar de acordo com o critério adotado para sua definição. Algumas definições dão maior importância ao processo de formação orogênica; outras utilizam como base principal a altura e a altimetria. O í bê gê É, por exemplo, considera que as montanhas têm mais de 300 metros de altitude e declividade maior que 15%.
Montanhas são fórmas do relevo que tendem a sofrer desgaste pela ação de agentes externos e a perder materiais. As áreas nas quais se encontram as montanhas geralmente correspondem aos dobramentos modernos: enrugamentos estruturais causados a regiões menos resistentes da litosfera durante o Período Terciário. As cordilheiras são agrupamentos de montanhas e apresentam o mesmo processo de formação.
A altitude é uma característica muito avaliada no estudo do relevo. Altitude se define pela distância vertical entre um certo ponto e o nível do mar.
Observações
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.
Além disso, conhecer e identificar as fórmas de relevo são pré-requisitos para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
Observe no mapa as principais cadeias de montanhas e alguns dos pontos mais altos da superfície terrestre.
PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS CADEIAS DE MONTANHAS
Planaltos
Os planaltos são superfícies irregulares que podem apresentar formações variadas, como morros, serras e chapadas. Essas áreas sofrem mais a ação de agentes erosivos do que a ação de agentes de sedimentação.
As serras são formações que apresentam superfícies acidentadas com desníveis abruptos e altitudes medianas, as quais, em certos casos, podem chegar a .3000 metros.
As chapadas são formações com topo relativamente aplainado e escarpasglossário com grande declividade. Esse tipo de relevo muitas vezes é avizinhado por vales extensos, o que ressalta o aspecto de degrau que se projeta na paisagem.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
O reconhecimento das fórmas do relevo é essencial para que seja possível compreender seus processos de origem. Os conceitos de erosão e sedimentação serão aprofundados mais adiante neste Capítulo.
É interessante observar que as fórmas do relevo se apresentam de maneira heterogênea no planeta e através dos continentes. Para analisar essa característica, foi apresentado um planisfério altimétrico que, além de nomear as principais cadeias de montanhas do planeta, permite a leitura das altitudes intermediárias e mais rebaixadas do terreno.
Ao ler o mapa com os estudantes, é importante convidá-los a observar as informações e os itens que estão disponíveis, destacando a importância do título e da legenda do mapa, e a presença de linhas imaginárias de localização e da rosa dos ventos ou indicação do norte. No caso dos mapas altimétricos, também chamados de hipsométricos, é interessante apontar que, de modo geral, as cores mais escuras ou mais quentes representam as áreas mais elevadas do terreno, e que as cores mais claras ou mais frias representam as áreas mais rebaixadas do relevo.
Os planaltos são fórmas do relevo que sofrem por processos de desgaste e perda de materiais. Os morros, por exemplo, são fórmas de relevo com topos arredondados e altitudes variáveis, geralmente entre 300 e 900 metros.
Observação
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Texto complementar
As fórmas do relevo
reticências A superfície da Terra caracteriza-se por elevações e depressões que constituem o relevo terrestre, cujas macroformas são descritas por denominações convencionais como depressões, planícies, planaltos e montanhas reticências.
Depressões: são terrenos situados abaixo do nível do mar (depressões absolutas: como o Mar Morto) ou abaixo do nível altimétrico das regiões adjacentes (depressões relativas: a depressão periférica paulista, por exemplo), que podem ter diferentes origens e fórmas.
Planícies: são terrenos baixos e planos, formados por acumulação de material, que podem ser de origem aluvial ou fluvial, marinha, lacustre, glacial, eólica.
Planaltos: são terrenos altos, variando de planos (chapadas) a ondulados (colinas, morretes e morros). Os planaltos típicos são sedimentares ou basálticos, mas existem os de estrutura dobrada (superfícies aplainadas, soerguidas e pouco reentalhadas).
Montanhas: são terrenos altos e fortemente ondulados.
FLORENZANO, Teresa G. Introdução à geomorfologia. In: Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. página 12-13.
Planícies
As áreas de planície geralmente apresentam superfícies pouco elevadas e sem grandes desníveis no terreno. Esse tipo de relevo está associado a processos de sedimentação, pois sua superfície é formada pela deposição de materiais provenientes da desagregação de rochas que constituem outras formações do relevo em patamares mais elevados.
Depressões
As depressões são formações de relevo com superfícies que apresentam altitudes inferiores às dos terrenos ao seu redor.
As áreas continentais com desníveis situados abaixo do nível do mar são classificadas como depressões absolutas. A mais conhecida delas é a depressão que compreende o mar Morto, no Oriente Médio. Sua superfície encontra-se cêrca de 400 metros abaixo do nível do mar. Outra área de depressão absoluta bastante conhecida está localizada nos Países Baixos.
Já as depressões relativas estão situadas em um patamar de altitude mais baixo que o dos terrenos circundantes, mas acima do nível do mar. Esse é o caso da depressão Sertaneja, no Nordeste brasileiro.
DEPRESSÃO SERTANEJA
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
As planícies são fórmas do relevo que tendem a receber sedimentos. Em comparação aos planaltos, as planícies são superfícies mais regulares, nas quais não se observam muitas variações da altitude do relevo.
As fotografias são um instrumento de estudo da Geografia, e a leitura delas deve ser proposta para um melhor entendimento do conteúdo. Solicitar aos estudantes que observem as fotografias da Chapada Diamantina e da Serra Geral (na página 106) e a da vista de Aquidauana (nesta página) é importante para que as diferentes feições observadas em planaltos e planícies sejam compreendidas.
A formação das depressões pode estar relacionada aos processos endógenos ou exógenos, que serão trabalhados na sequência.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.
Em prática
Perfis topográficos
Os perfis topográficos são representações gráficas traçadas com base em um córte vertical do relevo, que fornece um modelo da silhueta formada pela variação altimétrica. Além da altitude, esse tipo de representação é utilizado para identificar as fórmas de relevo, o grau de declividade em trechos do terreno e a extensão da rede de drenagem. Observe, na representação 1, a variação de altitude ao longo da linha entre os pontos A e B.
PERFIL TOPOGRÁFICO
Antes de traçar um perfil topográfico é necessário analisar o mapa topográfico do trecho em estudo, que apresenta as curvas de nível da superfície, isto é, as linhas que representam a altimetria do relevo. No mapa topográfico, cada linha representa determinado patamar de altitude.
O segundo passo é traçar uma linha reta sobre as curvas de nível que desejamos transpor. Assim como um gráfico, o perfil do relevo terá um eixo horizontal e outro vertical. A linha que traçamos será representada pelo eixo horizontal do gráfico e as diferentes altitudes serão transpostas no eixo vertical, conforme mostra a representação 2.
CURVAS DE NÍVEL TRANSPOSTAS PARA O PERFIL
Fonte dos gráficos: ALMEIDA, Nadjacleia. Representação do relevo em carta topográfica. Universidade Federal da Paraíba. página12. Disponível em: https://oeds.link/6xeBO4. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
Dessa fórma, é possível construir a visão frontal do relevo e reconhecer por meio dela as características de um terreno ou superfície. Essa representação pode auxiliar em diferentes atividades, como a construção de moradias, ruas, avenidas, túneis e viadutos.
- Descreva as principais características do relevo que podemos ver no perfil.
- Que dificuldades podem ser encontradas para a ocupação humana nesse tipo de relevo?
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
O objetivo desta seção é fazer com que o estudante compreenda como são elaborados os perfis topográficos, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre. A compreensão do perfil topográfico permite melhorar a leitura dos mapas topográficos e das curvas de nível. Dessa maneira, amplia a capacidade de observar as características do relevo de uma parte da superfície terrestre.
O perfil topográfico é uma modalidade de representação do relevo, assim como o mapa hipsométrico (ou altimétrico), o bloco-diagrama e as curvas de nível.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.
Respostas
- Por meio da análise do perfil é possível perceber que o relevo apresenta duas elevações de topo estreito e base larga, ambas apresentando encostas inclinadas. O topo da primeira elevação se encontra a cêrca de 40 métros do nível do mar e o topo da segunda elevação se encontra a cêrca de 50 métros do nível do mar. As bases de ambas as elevações se encontram a 10 métros do nível do mar.
- A ocupação humana pode ser dificultada nesse tipo de relevo devido à inclinação das encostas.
Texto complementar
Perfis topográficos
Os perfis possuem inúmeras aplicações reticências: em locais destinados a implantação de obras, em rodovias, em ferrovias, em canais, etcétera. reticências.
A elaboração dos perfis necessita de dados planimétricos e altimétricos obtidos em campo reticências.
Concluídos os trabalhos de campo, no escritório realizam-se os cálculos estadimétricos determinando-se as distâncias e as alturas (cotas/altitudes) dos pontos levantados em campo. Na sequência são elaborados os perfis de cada irradiação, escolhendo-se adequadamente as escalas horizontal e vertical.
Os desenhos dos perfis reticências serão de grande utilidade por ocasião da elaboração da planta de pontos cotados e a planta de curvas de nível.
Muitas vezes utilizam-se os perfis para se conhecer a declividade do terreno na área de estudos. Para o cálculo da declividade deve-se levar em consideração se estamos utilizando um perfil natural ou realçado.
CORDINI, Jucilei. Altimetria: teoria e métodos visando a representação do relevo. Apostila do curso de Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. página 70-71. Disponível em: https://oeds.link/YOhNEy. Acesso em: 30 março 2022.
Transformação do relevo – agentes internos
As forças que atuam do interior para o exterior da Terra, modificando a superfície do planeta, são exercidas pelos agentes internos ou endógenos. Os principais agentes endógenos são os movimentos das placas tectônicas, que provocam fenômenos como o dobramento de camadas rochosas, as erupções vulcânicas e os terremotos. Esses fenômenos podem contribuir para alterar fórmas de relevo já existentes e dar origem a novas montanhas, escarpas e alguns tipos de vales e depressões.
No Capítulo 5 deste livro, estudamos os efeitos dos movimentos das placas tectônicas na configuração atual dos continentes, na expansão dos oceanos, nas erupções vulcânicas e na ocorrência de terremotos.
O choque entre duas placas tectônicas faz com que uma delas mergulhe sob a outra, provocando o dobramento de camadas rochosas na borda dessa placa, originando as cordilheiras, como a do Himalaia (na Ásia), a dos Andes e as Montanhas Rochosas (na América).
As depressões de origem tectônica resultam de falhamentos em camadas de rochas que constituem a superfície terrestre criados por forças de compressão e distensão geradas pela movimentação das placas tectônicas. Esse processo natural pode provocar o rebaixamento ou o soerguimentoglossário de blocos rochosos que se desprendem entre as linhas de falhamento, podendo formar, assim, depressões geralmente alongadas.
As erupções vulcânicas expelem a lava, que se solidifica e se transforma em rocha. O acúmulo de rochas em determinada localidade pode formar novas montanhas. Quando as montanhas vulcânicas crescem a partir do fundo oceânico e o topo delas ultrapassa a linha d’água, surgem novas ilhas.
Os terremotos podem contribuir para a transformação do relevo quando associados a eventos tectônicos de grande intensidade, que abrem fendas ou provocam o afundamento de trechos da superfície terrestre ou ainda o desprendimento de rochas em formações escarpadas do relevo.
FORMAÇÃO DO HIMALAIA
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Destaque que a Terra passa continuamente por mudanças, provocadas por ações naturais e antrópicas.
O relevo do planeta também é dinâmico. Diferentes fenômenos atuam constantemente na formação e na transformação de algumas estruturas do relevo terrestre. Entre os fenômenos que atuam nesse processo estão os agentes internos ou endógenos, fortemente relacionados à ação das placas tectônicas e do magma terrestre.
Caso os estudantes apresentem dificuldade na compreensão do conteúdo, sugerimos uma retomada dos conteúdos centrais da Unidade dois deste Volume, que trabalha aspectos da formação da Terra, da teoria da deriva continental e da tectônica de placas.
Observação
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O ciclo das rochas
A crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas. reticências De acordo com sua origem, distinguem-se três grandes grupos, tais como: rochas magmáticas ou ígneas, rochas sedimentares e rochas metamórficas.
Rochas magmáticas ou ígneas – provêm da consolidação do magma e são, por isso, de origem primária. Delas se derivam por processos vários as rochas sedimentares e metamórficas. reticências
Rochas sedimentares – as rochas sedimentares no senso estrito são aquelas formadas a partir do material originado da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha, material este que deverá ser transportado e posteriormente depositado ou precipitado em um dos muitos ambientes de sedimentação da superfície do globo terrestre. reticências
Rochas metamórficas – tanto as rochas magmáticas como as sedimentares podem ser levadas por processos geológicos a condições diferentes daquelas nas quais se formou a rocha. reticências Estas rochas sofrem então transformações sob ação destas novas condições de temperatura, pressão reticências.
leins, Viktor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. décima quarta edição revista São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003. página 40-49.
CICLO DAS ROCHAS
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
O ciclo das rochas é uma evidência do caráter dinâmico da litosfera terrestre e basicamente descreve as transformações sofridas pelas rochas ao longo do tempo geológico, inter-relacionando os três tipos de rochas: sedimentares, metamórficas e ígneas (intrusivas ou vulcânicas).
O ciclo das rochas depende de uma relação entre os agentes endógenos e exógenos de formação e transformação do relevo.
Os agentes endógenos são fundamentais na medida em que deles depende o movimento das placas tectônicas, que pela subducção levam algumas rochas a se aproximar novamente de zonas sob alta pressão e alta temperatura, permitindo a formação das rochas metamórficas e a reciclagem do material rochoso para sua fórma líquida ou pastosa. Ainda aos agentes endógenos se ligam a ação magmática na formação de vesículas ou bolsões, que dão origem às rochas ígneas intrusivas, e o derramamento de lava, que gera as rochas ígneas vulcânicas ou extrusivas.
Os agentes exógenos (apresentados na página seguinte) de formação do relevo são elementares ao ciclo das rochas na medida em que as transformam por meio de processos físicos e ou ouquímicos. Nesse sentido, a ação da água em diferentes estados e dos ventos garante o desgaste das rochas e o transporte dos sedimentos e fragmentos, possibilitando o surgimento de rochas sedimentares e, por desdobramento, de parte das rochas metamórficas.
Nas páginas seguintes, o conceito de erosão será trabalhado de maneira detalhada.
Observação
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Texto complementar
O motor do Ciclo das Rochas
As rochas dos continentes e dos fundos dos oceanos constituem registros das transformações relacionadas ao Ciclo das Rochas, que funciona desde os primórdios da história geológica da Terra, e acompanham a evolução do planeta. Para entender qual é o motor que realiza as transformações, é preciso tratar das fontes de energia dos processos terrestres.
As fontes são, essencialmente, três: a energia proveniente do Sol, a energia (calor) proveniente do interior do planeta e a gravidade. O ciclo envolve, pois, as três fontes de energia mencionadas.
Os materiais terrestres estão continuamente sob a ação de um ou mais agentes que provocam desequilíbrios. As transformações, por sua vez, representam respostas a fluxos de energia na Terra. Se por um lado é bem aceita a constatação de que o Sol constitui a fonte primária de energia dos processos intempéricos, erosivos e de sedimentação, o reconhecimento da fonte dos processos internos do planeta não foi uma tarefa assim tão simples reticências.
A relação dinâmica entre os agentes e as configurações da parte mais externa do planeta, interligadas naturalmente à Tectônica Global, constitui o motor do Ciclo das Rochas.
CARNEIRO, C. D. R.; GONÇALVES, P. W.; LOPES, O. R. O Ciclo das Rochas na natureza. Terra e Didática, volume 5, número 1, página 50-62, 2009. Disponível em: https://oeds.link/0SOK5O. Acesso em: 30 março 2022.
Transformação do relevo – agentes externos
Os fenômenos químicos, físicos e biológicos que ocorrem na crosta terrestre influenciam os processos de transformação das rochas que a constituem, interagindo com os agentes internos e remodelando as fórmas de relevo. Os fenômenos que atuam na parte externa da crosta terrestre são gerados pelos chamados agentes externos ou exógenos, que incluem a fórça dos ventos e das águas, a ação de seres vivos, as reações químicas e a variação da temperatura ambiente. O processo de alteração das rochas e do solo pela ação dos vários agentes externos denomina-se intemperismo.
Os agentes externos do relevo também são responsáveis pela erosão, processo que promove a retirada e o transporte dos sedimentos formados pela decomposição das rochas que sofrem intemperismo. A erosão atua no deslocamento de materiais de uma área para outra, contribuindo para alterar o relevo tanto das formações que perdem sedimentos como daquelas onde eles se acumulam gerando a sedimentação.
O clima é um dos fatores que mais influenciam a ação dos agentes externos do relevo. Em regiões de clima desértico, por exemplo, a variação da temperatura e os ventos são mais atuantes que a água. Em regiões quentes e úmidas, a ação da água em estado líquido, as reações químicas e os processos biológicos exercem grande impacto sobre o intemperismo. Já em regiões frias, com a ocorrência de neve, a ação do gelo sobressai.
A formação do solo é produto da ação dos agentes externos, que desencadeiam processos físicos, químicos e biológicos atuantes na decomposição das rochas. Envolve, ainda, a adição de matéria orgânica nos sedimentos de origem mineral desprendidos das rochas e a interação contínua com diferentes espécies de seres vivos.
DECOMPOSIÇÃO DA ROCHA E FORMAÇÃO DO SOLO
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Os processos exógenos de transformação do relevo estão, direta ou indiretamente, relacionados à radiação solar, que fornece energia para o ciclo da água e para a formação dos ventos. Esses processos são reconhecidos por sua ação de esculturação do relevo. “As fórmas do relevo terrestre podem ser vistas como uma vasta peça de escultura, cujo escultor é a atmosfera, com seus diversos tipos climáticos, e o subsolo é sua matéria-prima.” ( Rós, Jurandyr. Os fundamentos da Geografia da natureza. In: Geografia do Brasil. quinta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 42.)
A relação entre a decomposição das rochas e a formação do solo não é óbvia. Os solos carregam traços de similaridade de composição mineral com as rochas das quais se originam e também possuem características relacionadas ao processo de decomposição pelo qual essas rochas passaram, tornando-as distintas pela sua riqueza em minerais, capacidade de absorção de água, profundidade etcétera.
A fertilidade dos solos se relaciona à quantidade de matéria orgânica encontrada neles, principalmente em suas camadas mais superficiais, característica relacionada ao desenvolvimento da vida e ao ritmo de chuvas de uma região.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.
A erosão
Existem diversos tipos de erosão, causados por diferentes agentes externos.
As águas correntes dos rios causam a chamada erosão fluvial. Por esse processo, as águas desgastam e modelam as rochas e transportam esse material particulado rio abaixo, depositando-o ao longo do curso, onde ocorrem os processos de sedimentação.
A erosão pluvial é realizada pelas águas das chuvas, que atuam na desagregação da rocha e no transporte e deposição dos sedimentos.
A erosão glacial ocorre em regiões de clima frio e temperado, onde o gelo acumulado pode deslizar pela declividade do relevo carregando detritos de rocha, que promovem o desgaste da superfície com a fôrça de fricção.
A transformação das rochas pela ação do vento é chamada de erosão eólica. O vento em si tem baixa capacidade de alterar o relevo, mas o atrito gerado pelo impacto das partículas de areia e de outros sedimentos que carrega promove importante desgaste em superfícies rochosas com o passar do tempo. O vento também modifica o relevo ao formar e movimentar dunas em áreas de deposição de areia.
A erosão marinha é causada pela fôrça da água dos mares, que modifica o relevo litorâneo, desgastando paredes rochosas e formando sedimentos. As correntes marinhas movimentam e depositam os sedimentos na zona costeira, formando as praias.
O movimento das correntes marinhas paralelas à costa pode dar origem às restingas, que são depósitos alongados de areia.
A erosão antrópica é causada pelos seres humanos. Para construir edificações e para produzir alimentos e mercadorias em geral, a ação direta ou indireta dos seres humanos promove o deslocamento de sedimentos e a consequente modificação da superfície terrestre.
TIPOS DE EROSÃO
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
A erosão pode ser um processo natural ou antrópico. Essa informação deve ser esclarecida ao se estudar a temática.
A erosão não é necessariamente negativa ao ambiente, já que é parte da dinâmica natural de transformação dos relevos e de formação dos solos. É pertinente comentar que a erosão natural não destrói elementos naturais; antes, permite a evolução do relevo e a composição de novos elementos naturais.
A erosão antrópica, no entanto, avança em velocidade acelerada em relação aos ritmos naturais. A remoção da vegetação original, as práticas de extração mineral e a terraplanagem são exemplos de ações antrópicas que expõem parcelas de solos e de rochas à ação atmosférica em um ritmo acelerado, aumentando a intensidade da ação dos agentes naturais e causando desequilíbrios.
A leitura coletiva do bloco-diagrama pode reforçar e ilustrar os conteúdos estudados.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.
Texto complementar
A ação físico-química dos processos exógenos
Os processos exógenos dividem-se em físicos e químicos. A alteração das rochas passa pela ação física e química, denominada intemperismo ou meteorização. A meteorização física das rochas se efetua através da fragmentação progressiva das rochas que estão mais expostas à superfície e à ação dos agentes atmosféricos. Diáclases e fraturas ocorrem tanto nas rochas de áreas frias, quentes e secas quanto nas quentes e úmidas. As linhas de fraqueza são produzidas pela variação térmica da atmosfera, que faz dilatar e contrair os minerais que compõem a massa rochosa, levando-os à fadiga e ao fraturamento; podem ser também produzidas pela descompressão da massa rochosa mais próxima da superfície. Nas áreas frias, a ação do gelo em fraturas e poros das rochas também leva à sua fragmentação progressiva. A presença de raízes nos interstícios e fraturas das rochas também contribui para os processos desagregadores destas.
A meteorização química se processa através da reação química da água das chuvas, que se infiltra no solo, com os minerais das rochas. A ação química da água sobre os minerais primários da rocha os transforma em minerais secundários – os feldspatos tornam-se minerais de argilas, por exemplo. Com isso, ao mesmo tempo que muda a natureza físico-química da rocha, a ação química da água também altera a fórma do relevo.
Rós, Jurandyr L. S. ( organizador). Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: êduspi, 2001. página 42-44.
O relevo e as ações antrópicas
As atividades humanas podem acentuar a intensidade dos processos erosivos, acelerando a alteração dos solos e da modelagem do relevo.
Uma das atividades humanas que amplificam os efeitos da erosão é a retirada da cobertura de vegetação natural para a prática agrícola ou a construção de casas. Esse tipo de intervenção é ainda mais grave em superfícies com declividade acentuada. O desmatamento aumenta a instabilidade do solo, favorecendo a degradação de terras agrícolas e o desmoronamento de encostas. Por isso, a construção de moradias em declividades desmatadas sem procedimentos técnicos rigorosos pode submeter a população a grandes riscos de deslizamentos de terra durante os períodos chuvosos, eventos com grande histórico de tragédias no Brasil.
Por sua vez, a remoção das matas ciliares, que ocupam a margem de rios, córregos e lagos, pode provocar acúmulo excessivo de sedimentos nos corpos d’águaglossário , fenômeno conhecido por assoreamento. Os impactos do assoreamento podem alterar o curso dos rios ou até mesmo bloquear sua vazão, prejudicando o ecossistema aquático.
As margens de um curso d’água compõem as várzeas ou planícies de inundação. São áreas que permanecem alagadas naturalmente durante o período das cheias. A construção de moradias, ruas e avenidas em planícies de inundação é uma fórma de ocupação indevida do meio natural. Soma-se ao problema a impermeabilização do solo com asfalto e concreto, restringindo a infiltração da água das chuvas, que escorre rapidamente para os cursos d’água, cuja saturação provoca transbordamentos em direção às áreas urbanizadas e, assim, muitos transtornos à população em virtude da ocorrência de enchentes e alagamentos.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Ao trabalhar o conteúdo, é importante ressaltar que os agentes naturais que formam e transformam o relevo o fazem na escala geológica de tempo, mas, também, podem ocorrer transformações abruptas em eventos naturais, como vulcões, terremotos e chuvas intensas.
A ação humana pode mudar diversas características naturais do relevo em uma escala de tempo bem mais curta.
A remoção da vegetação, principalmente das matas ciliares, deixa o solo desprotegido e, por isso, mais suscetível à ação erosiva das águas. Dessa maneira, a remoção da vegetação se associa à intensificação da erosão, que por fim se associa ao assoreamento.
Atividade complementar
Alterações antrópicas do relevo do bairro
Convide os estudantes a conversar sobre as alterações antrópicas impostas ao relevo no bairro ou comunidade onde está situada a escola. Em um primeiro momento, é possível que eles tenham dificuldades para identificar as alterações, principalmente em bairros mais urbanizados. Medeie a discussão chamando atenção para as regiões de terraplanagem para o cultivo ou para a construção, a canalização de rios e a alteração das áreas de alagamento, os cortes executados para a construção de ruas e avenidas, a existência de túneis etcétera.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.
Lugar e cultura
As falésias e as garrafas de areia do Ceará
As falésias, fórmas de relevo em escarpa típicas do litoral, são esculpidas pela ação erosiva do mar. Com o tempo, as ondas vão desgastando as encostas, transportando parte da areia para o leito oceânico e depositando outra parte na faixa de praia, entre as falésias e o mar.
Foi utilizando a areia recolhida das falésias que teve início em Aracati ( Ceará) uma importante atividade que se espalhou por todo o Nordeste do país: a ciclogravura – artesanato feito com areia colorida em garrafas de vidro. Estima-se que essa atividade tenha começado na década de 1940.
No início, os desenhos reproduziam fórmas geométricas simples, e os artesãos utilizavam palitos de coqueiro e funis de folha de mamona como ferramentas. Com o passar do tempo, as técnicas foram aprimoradas com a utilização de espátulas e a aplicação de mais cores na areia. Os desenhos ganharam múltiplas fórmas, como paisagens típicas da região e temas religiosos.
Atualmente, essa atividade é importante para o desenvolvimento econômico da região e garante o sustento de dezenas de artesãos. Embora as garrafinhas de areia sejam exportadas para diversos países, os artesãos ainda lutam pela valorização de seu trabalho no território nacional.
Por se tratar de uma atividade extrativa, há o risco de degradação ambiental, uma vez que a retirada da areia das falésias pode acelerar os processos erosivos, aumentando o risco de desmoronamentos. Algumas cooperativas do Ceará deixaram de usar as areias coloridas das falésias e passaram a tingir areia branca convencional para ampliar o artesanato local e preservar o relevo.
- Qual é a importância da areia das falésias para o artesanato do Ceará?
- Caso o artesanato continue utilizando a areia das falésias, o que poderá ocorrer à estrutura do relevo? Explique como isso afetaria o trabalho dos artesãos e sugira medidas que podem ser tomadas para dar continuidade ao artesanato da região.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
É interessante debater a temática apresentada valorizando tanto a prática artesanal da comunidade de Aracati quanto a necessidade da preservação ambiental. Incentive os estudantes a buscar outras alternativas que permitam a prática artesanal protegendo as falésias.
O conteúdo desta seção trabalha com o tema contemporâneo Diversidade cultural.
Observação
Este conteúdo possibilita uma análise das relações da sociedade com a natureza considerando aspectos específicos de ambas em dado lugar, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.
Respostas
- A areia das falésias fornece para os artesãos cearenses matéria-prima para a fabricação das garrafas de areia colorida.
- A retirada da areia das falésias em grandes quantidades pode acelerar o processo erosivo, aumentando o risco de desmoronamentos. Além de comprometer a matéria-prima dos artesãos, a erosão das falésias poderia provocar outras alterações no ambiente. Como alternativa para dar continuidade ao artesanato da região, as cooperativas de artesãos podem passar a tingir areia branca convencional para preservar o relevo natural.
Texto complementar
A evolução dinâmica das falésias
O termo falésia, em linhas gerais, é um conceito morfológico que denota uma vertente escarpada reticências.
Desta fórma, constata-se que há uma grande variedade de perfis de falésias encontrados na natureza, refletindo um grande número de fatores envolvidos no desenvolvimento das mesmas. Estes fatores incluem processos marinhos, processos subaéreos (intemperismo, movimentos de massa, escoamento), tipo de rocha (litologia e estrutura) e história do nível do mar reticências.
Os processos continentais e oceanográficos que afetam as costas rochosas incluem erosão mecânica das ondas, intemperismo físico e químico, bioerosão e movimentos de massa. Estes diferentes processos frequentemente ocorrem concomitantemente e um dos principais problemas associados ao entendimento da morfodinâmica é o de se determinar a importância relativa destes processos, sendo que o papel relativo dos processos marinhos e subaéreos pode variar com o tempo e consequentemente a morfologia da falésia pode mudar de acordo com estas variações.
FURLAN, Adriana. Falésias na formação Barreiras: análise regional e proposta tipológica. 2014. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. página 98.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- Indique a fórma de relevo à qual cada definição a seguir se refere. Para isso, consulte a ilustração “Principais fórmas de relevo”, reproduzida anteriormente.
- Superfícies em que os agentes de erosão predominam em relação à sedimentação.
- Apresentam superfície mais baixa que a dos terrenos ao seu redor.
- São as fórmas de relevo de maior altitude.
- São áreas de deposição de sedimentos.
- Cite algumas das principais características dos planaltos.
- Explique o que são planícies e o que são depressões.
- Observe as duas imagens e descreva o tipo de erosão predominante em cada uma das paisagens.
- Faça uma pesquisa em livros, revistas ou na internet e responda:
- Qual é a altitude média do lugar onde você mora?
- Qual é a fórma de relevo que mais se destaca nesse lugar?
- Qual é a fórma de relevo brasileiro que a fotografia a seguir retrata? Escreva no caderno uma pequena descrição dessa fórma de relevo.
7. Leia o texto e resolva as questões a seguir.
O intemperismo e a erosão
Intemperismo
Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É um processo importante porque é o início de um processo maior que continua com a erosão e a deposição do material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das rochas sedimentares.
reticências
Erosão
Erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus principais agentes são a água, o vento e o gelo.
Orientações e sugestões didáticas
Seção Atividades
Objetos de conhecimento
- Relações entre os componentes físico-naturais.
- Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
- Biodiversidade e ciclo hidrológico.
Habilidades
São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:
- ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividades 1, 2, 3, 5 e 6)
- ê éfe zero seis gê ê um zero (atividades 4, 8 e 9)
- ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 4, 8 e 9)
Respostas
1. a. Planalto; b. Depressão; c. Montanha; d. Planície.
- Serras, chapadas e morros.
- Planícies são áreas pouco elevadas e sem grandes variações altimétricas no terreno. Depressões são fórmas de relevo mais baixas que os terrenos ao redor e podem ser absolutas ou relativas. As depressões absolutas estão abaixo do nível do mar, e as depressões relativas, em um nível mais baixo que o dos terrenos ao redor.
- Fotografia A: erosão eólica; fotografia B: erosão fluvial.
- Respostas pessoais. A atividade possibilita desenvolver a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.
- A fórma de relevo é um planalto com escarpa e topo plano. Em geral, está acima dos 600 metros de altitude e tem camadas de arenito.
O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando-lhes a consistência de uma rocha.
BRANCO, Pércio. O Intemperismo e a Erosão. Serviço Geológico do Brasil, 18 agosto 2014. Disponível em: https://oeds.link/vRLX5z. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
- Explique o conceito de intemperismo e esclareça por que ele integra um “processo maior”, segundo o texto.
- Por que o processo de erosão complementa o de intemperismo?
- Como as rochas sedimentares são formadas por meio do fenômeno conhecido por diagênese?
8. As praias são locais de intensa erosão e modificação do relevo. Leia o trecho de notícia e observe a fotografia.
Erosão assusta e atrai curiosos na Praia do Riacho, em Guarapari
À medida que a erosão avança na Praia do Riacho, tanto na direção do mar quanto na extensão da orla, mais pessoas visitam o local. Muitos parecem não acreditar no que veem. abre colchete reticências fecha colchete“O mar está levando tudo. É a natureza tentando se recuperar de tantas intervenções, da ação do homem. Não sei se um muro irá resolver”, destacou Rodrigo Manso, autônomo.
A erosão já foi muito além da região próxima ao edifício Seaport, onde a rua não existe mais, destruindo parte do calçamento e trechos da ciclovia.
BRASIL, Carolina. Erosão assusta e atrai curiosos na Praia do Riacho, em Guarapari. Folha Vitória, Vitória, 18 abril 2018. Disponível em: https://oeds.link/xA9JP3. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
- Como a erosão está relacionada ao processo de sedimentação?
- Como ocorre a erosão marinha? Como ela contribui para a formação das praias?
- De acordo com o fragmento de notícia, qual é o problema provocado pela erosão marinha na Praia do Riacho?
- Em sua opinião, o que pode ser feito para evitar que os estragos retratados na fotografia continuem se agravando?
9. Observe a imagem e descreva o problema enfrentado pela população que vive no local retratado. Em seguida, converse com os colegas sobre medidas que poderiam reduzir a ocorrência desse tipo problema.
Orientações e sugestões didáticas
Respostas (continuação)
-
- O intemperismo corresponde ao conjunto de alterações que ocorrem nas rochas expostas na superfície da Terra. Ele faz parte de um “processo maior” porque gera os materiais (sedimentos) que depois serão transportados por meio da erosão.
- Porque a erosão é responsável pela retirada e pelo transporte dos materiais (sedimentos) resultantes do intemperismo.
- As rochas sedimentares são formadas pela deposição dos sedimentos, que passam por compactação e cimentação.
-
- Após a erosão e o transporte do material desgastado, ocorre o processo de sedimentação, isto é, a deposição desse material em outro local.
- A erosão marinha é causada pela fôrça da água dos mares, que modifica o relevo nos litorais, destruindo as paredes de rochas e formando sedimentos. As correntes marinhas movimentam os sedimentos, somados aos provenientes do continente, e os depositam na zona costeira, formando as praias.
- A erosão marinha vem contribuindo para a destruição dos elementos construídos pelo ser humano na orla da Praia do Riacho.
- Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a realização de obras de contenção para diminuir os processos erosivos na rodovia e os impactos da ação marinha.
- A população do local enfrenta a destruição de suas moradias em decorrência dos deslizamentos de terras, provocados pelas fortes chuvas. Para solucionar o problema, os estudantes podem citar a assistência às pessoas que ocupam essas áreas para proporcionar condições seguras e minimizar as condições de risco por meio de obras de infraestrutura ou promover a realocação adequada dessas pessoas.
Observação
As atividades permitem aos estudantes descrever o processo de formação dos solos e identificar suas diferentes fórmas de uso. Além disso, eles deverão, de maneira geral, estabelecer relações entre os elementos naturais, isto é, relevo, solos e clima.
CAPÍTULO 10 A água e a hidrografia
Neste Capítulo, você vai estudar os recursos hidrográficos que se encontram nos continentes, entre eles os rios, as águas subterrâneas, os lagos e as geleiras. Você também terá a oportunidade de aprender sobre a disponibilidade e as fórmas de aproveitamento da água doce no mundo.
A água está constantemente passando de um estado físico para outro: sólido, líquido e gasoso. Ao conjunto de fenômenos que geram a constante transformação e circulação da água damos o nome de ciclo da água ou ciclo hidrológico.
O CICLO DA ÁGUA
Orientações e sugestões didáticas
Sobre o Capítulo
O Capítulo trabalha a dinâmica da hidrosfera, explorando o tema da distribuição da água nas áreas continentais e no Brasil, considerando os usos dos recursos hídricos e as bacias e regiões hidrográficas brasileiras.
O ciclo da água deve ser abordado a partir dos diferentes processos que o compõem. Esses processos acontecem em uma inter-relação entre os ambientes terrestres, litosfera, atmosfera, biosfera e hidrosfera.
Ao ler o bloco-diagrama desta página, traga mais informações sobre cada um dos processos apresentados.
Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo
ê éfe zero seis gê ê zero quatro: Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.
ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.
ê éfe zero seis gê ê um dois: Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.
Os rios
Os rios são cursos naturais de água doce que cortam a superfície de continentes e ilhas. Eles são muito importantes para as sociedades, pois fornecem água e alimento, além de possibilitar, dependendo de suas características, a geração de energia elétrica, a navegação, a irrigação de áreas agrícolas e as práticas recreativas.
Em geral, as águas de um rio se originam das chuvas e do derretimento de geleiras. Durante as chuvas, parte da água cai diretamente nos rios ou escorre superficialmente até eles, outra parte se infiltra no solo e se acumula em reservatórios subterrâneos, de onde a água continua fluindo para os rios por meio de nascentes mesmo quando para de chover.
Após longos períodos sem chuvas, no entanto, os reservatórios subterrâneos perdem volume ou chegam a se esgotar, como ocorre em regiões áridas e semiáridas, provocando o declínio ou secamento temporário dos rios. O contrário acontece na estação chuvosa, quando os reservatórios voltam a se encher e alimentar os rios.
A variação do volume das águas de um rio no período de um ano é chamada de regime fluvial.
No território brasileiro, onde não há geleiras, a maior parte dos rios se origina das fontes subterrâneas. A exceção é o rio Amazonas, que nasce do derretimento do gelo dos Andes peruanos.
O curso dos rios
A nascente dos rios sempre fica em um ponto de maior altitude em relação à foz, no qual ele desemboca em outro rio, em um lago ou no mar, pois a fôrça da gravidade conduz a água pela declividade do relevo.
No curso em direção à foz, os rios podem se encontrar. Nesse caso, um rio principal recebe as águas de outros rios, chamados afluentes. Os rios formam uma rede fluvial, e a área drenada por um rio principal e seus afluentes é chamada de bacia hidrográfica.
REDE FLUVIAL E BACIA HIDROGRÁFICA
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Uma bacia hidrográfica é uma área da litosfera com a característica de convergir o escoamento superficial da água para um mesmo local. Essa característica se relaciona diretamente ao relevo da área, que faz com que as águas da superfície e de rios menores desemboquem nos rios principais.
As bacias hidrográficas apresentam um rio principal que recebe água de afluentes, ou tributários; por isso, as bacias hidrográficas são compostas por sub-bacias, que são áreas menores de escoamento dos rios tributários.
É interessante ressaltar que, ao mesmo tempo que têm sua formação dependente do relevo, as bacias e sub-bacias hidrográficas esculpem o relevo por meio da ação de erosão e transporte de sedimentos pela água dos rios.
Os pontos mais altos de relevo das bacias e sub-bacias, aqueles que as delimitam, são chamados de divisores de água e atuam como verdadeiras bordas a partir das quais a água que precipita da atmosfera se divide em caminhos distintos.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro e ê éfe zero seis gê ê zero nove.
Rios de planalto e rios de planície
Como os rios descem pela declividade do relevo, as características do curso que eles perfazem são influenciadas pela modelagem do terreno em cada trecho da nascente à foz.
Os trechos de rios que percorrem áreas de planalto podem apresentar forte correnteza quando passam por superfícies com grande declividade, e quedas-d’água ao passar por desníveis. Os cursos de água com essas características são classificados como rios de planalto, muitos dos quais oferecem condições propícias à construção de usinas hidrelétricas.
Já os cursos de rios situados em áreas de planície apresentam águas que tendem a fluir mais lentamente, sem corredeiras ou quedas-d’água, como resultado da influência do relevo com baixa declividade e poucos desníveis. Os cursos de água com trechos inseridos nesse tipo de relevo são denominados rios de planície.
As águas subterrâneas
cêrca de um quarto da água doce existente nos continentes encontra-se no subsolo, onde podem ser formados reservatórios pela infiltração da água das chuvas. Quando a água proveniente dos reservatórios subterrâneos chega à superfície, formam-se as nascentes dos rios e dos lagos.
Existem dois níveis do subsolo nos quais a água subterrânea é encontrada: o lençol freático e o lençol artesiano.
- O lençol freático é um reservatório de água encontrado na camada do solo mais próxima da superfície. A água ali armazenada é a mais fácil de ser alcançada e retirada.
- O lençol artesiano é um reservatório de água formado em grandes profundidades, em meio a camadas de rochas situadas sob o solo. Para captar a água no lençol artesiano, são necessárias máquinas capazes de realizar perfurações que atravessem todo o solo e camadas duras de rochas.
LENÇOIS SUBTERRÂNEOS
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
As águas de um lençol artesiano se acumulam pela percolação, ou seja, a infiltração de água em camadas mais profundas. Ao percolar, as águas seguem caminhos relacionados à gravidade, e desviam naturalmente de materiais que ofereçam maior resistência a sua passagem. Por serem, por definição, cobertas por uma camada rochosa impermeável, as águas de um lençol artesiano necessariamente percolaram a superfície por áreas vizinhas à capa rochosa, e só posteriormente se movimentaram até se armazenarem sob ela.
Quando perfurados, os lençóis freáticos tendem a elevar o nível de suas águas, através da perfuração, em relação à superfície terrestre. Isso acontece porque, por estarem em áreas mais profundas em relação à superfície terrestre e aprisionadas por camadas de solo e material rochoso, as águas dos lençóis freáticos estão sob maior pressão, o que as faz jorrar ou elevar seus níveis quando encontram uma via de ascensão à superfície que apresente menos resistência do que o solo e as rochas que as encobrem. Essa característica explica o porquê de os poços artesianos apresentarem níveis de água mais próximos à superfície do que aqueles dos lençóis freáticos que permitem sua perfuração.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um dois.
Texto complementar
O que é um Aquífero?
Aquífero é toda formação geológica em que a água pode ser armazenada e que possua permeabilidade suficiente para permitir seu escoamento. Portanto, para ser considerado um aquífero, uma rocha ou sedimento deve ter porosidade suficiente para armazenar água, e os poros ou espaços vazios possuírem dimensões suficientes para permitir que a água escoe de um lugar a outro, sob a ação de um diferencial de pressão hidrostática.
Tipos de Aquíferos
Aquífero livre ou freático – é um extrato permeável, parcialmente saturado de água, cuja base é uma camada impermeável ou semipermeável. O topo é limitado pela própria superfície livre da água também chamado de superfície freática, sobre pressão atmosférica. Tende-se a apresentar um perfil semelhante ao da superfície do terreno. O aquífero livre está geralmente perto da superfície, em vales de rios e a maiores profundidades em altos topográficos.
Aquífero confinado ou artesiano – é um aquífero completamente saturado de águas, cujo limite superior (teto) e inferior (piso) são extratos impermeáveis. A água desse aquífero chama-se artesiana ou confinada e sua pressão é, geralmente, mais alta que a pressão atmosférica. Por isso, quando se perfura esse tipo de aquífero, a água sobe para um nível bem superior, podendo até jorrar.
PARANÁ. Instituto Água e Terra. Aquífero. Disponível em: https://oeds.link/wxtKxW. Acesso em: 30 março 2022.
Os lagos
Os lagos são formados pelo acúmulo de água em depressões no relevo que a mantêm represada. Essa água pode provir de rios, de fontes subterrâneas alimentadas pelas chuvas e ou ou do derretimento de geleiras.
A fórma, a profundidade e a extensão dos lagos variam muito. A maioria dos lagos apresenta uma saída de água, que fórmaum rio. Nesse caso, predomina a água doce, já que o excesso de sais diluídos na água é levado pelos rios até o mar.
Existem, porém, lagos fechados, que não apresentam uma passagem por onde a água possa escoar. As águas dos lagos fechados ficam com muitos sais minerais acumulados e, por isso, tornam-se salgadas.
Há também os lagos artificiais, feitos para atividades como a criação de peixes, a irrigação da agricultura ou a geração de hidreletricidade. Os açudes, por exemplo, são um tipo de represa de porte variável, importantes para captar água nas estações chuvosas e abastecer pessoas e animais durante as secas.
As geleiras
As geleiras são massas de gelo formadas em regiões onde a queda de neve é superior ao degelo. Elas são encontradas nas regiões de altitude elevada, como os picos de montanhas, ou nas zonas polares. Nessas áreas, quando a temperatura se eleva nos meses de verão ou quando camadas de neve ou gelo se deslocam para áreas menos frias, ocorrem processos de degelo que alimentam lagos e rios.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Os lagos apresentam formações geomorfológicas variadas e diferentes características hídricas. No entanto, nessa fase do aprendizado, é interessante que os estudantes percebam com clareza que a água em estado líquido tende a se acumular nas regiões mais baixas do terreno e pode sofrer um represamento natural, por morros, montanhas e rochas.
É interessante ressaltar que existem lagos em áreas de altitude; um exemplo sul-americano é o lago Titicaca, que fica na fronteira entre Peru e Bolívia, a uma altitude de quase 4 000 metros.
Os usos dos lagos, naturais ou artificiais, variam de acordo com sua localização, tamanho e profundidade. Além de possibilitarem a realização de atividades de lazer, como o banho e a prática de esportes, os lagos podem servir de via de transporte, quando são navegáveis, de fonte de alimentos e de renda, por meio da pesca.
As geleiras são uma das manifestações naturais da água em estado sólido. Elas se formam pela junção de fenômenos atmosféricos, como baixas temperaturas, precipitação, em áreas de clima frio, polar ou de altas altitudes, onde ocorre o clima conhecido por frio de alta montanha.
Vale observar que nem todas as geleiras derretem completamente durante as estações mais quentes. Existem geleiras que permanecem perenes durante todo o ano. Ao gelo que fórma essas geleiras dá-se o nome de gelo eterno.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.
Disponibilidade de água doce
Nove países concentram 60% da água doce disponível no mundo: Brasil, Rússia, Canadá, Estados Unidos, China, Indonésia, Índia, Colômbia e Peru. No entanto, diversos fatores podem causar escassez de água potável inclusive nesses países.
Um dos fatores que levam à redução na disponibilidade de água potável é a localização irregular dos recursos hídricos no território. Outros fatores relevantes são a poluição das águas, os baixos índices anuais de chuvas em regiões áridas e semiáridas e o consumo excessivo.
A quantidade elevada de sais dissolvidos nos oceanos e em alguns lagos e lençóis freáticos mantém a água salgada e, portanto, imprópria para o consumo direto pelo ser humano. Em algumas partes do mundo são realizados investimentos na dessalinização, que consiste no processo de retirada de sais da água, tornando-a potável. Esse tratamento, porém, tem custo muito elevado, tornando-se inviável em países mais pobres.
PLANISFÉRIO: DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DOCE
Ler o mapa
• Segundo o mapa, qual é a situação do Brasil quanto à disponibilidade de água?
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
É interessante ressaltar que a disponibilidade de água doce nem sempre representa a disponibilidade de água potável para a população. A potabilidade da água se relaciona às suas condições para o consumo humano e muitas vezes envolve tratamentos de cunho físico e químico.
Uma atividade de pesquisa sobre os processos de tratamento da água para o consumo humano pode ser proposta de maneira interdisciplinar com o componente curricular Ciências.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.
Resposta
Ler o mapa:De acordo com o mapa, o Brasil apresenta um nível de potencialidade entre 10 000 e 100 000 metros cúbicos por habitante por ano, o que o situa entre os países com maior disponibilidade de água doce por habitante no período de um ano.
Para expandir a atividade, convide os estudantes a pensar sobre a situação dos países que apresentam níveis de potencialidade abaixo de 500 metros cúbicos por habitante por ano. Se julgar oportuno, providencie um planisfério político para observar, com a turma, os nomes desses países.
Texto complementar
Como a água é tratada
reticências Os serviços públicos de abastecimento devem fornecer água sempre saudável e de boa qualidade reticências.
Um tratamento convencional é composto das seguintes etapas:
1. Coagulação e Floculação
Nestas etapas, as impurezas presentes na água são agrupadas reticências em partículas maiores (flocos) que possam ser removidas pelo processo de decantação. reticências.
2. Decantação
Os flocos formados são separados da água pela ação da gravidade em tanques normalmente de formato retangular.
3. Filtração
A água decantada é encaminhada às unidades filtrantes onde é efetuado o processo de filtração reticências.
4. Desinfecção
reticências utiliza-se um agente físico ou químico (desinfetante), cuja finalidade é a destruição de microrganismos reticências.
5. Fluoretação
reticências é efetuada através de compostos à base de flúor. A aplicação destes compostos na água de abastecimento público contribui para a redução da incidência de cárie dentária em até 60% reticências.
COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL. Como a água é tratada. Disponível em: https://oeds.link/4qVojH. Acesso em: 30 março 2022.
O consumo dos recursos hídricos
A água é necessária para a realização de diversas atividades e para a sobrevivência dos seres humanos. Por isso, a carência de água é um dos maiores problemas da humanidade.
A Organização das Nações Unidas ( ônu) reconhece que “todos os povos, quaisquer que sejam seus estágios de desenvolvimento e suas condições sociais e econômicas, têm direito ao acesso à água potável em quantidade e qualidade à altura de suas necessidades básicas” e que o saneamento básicoglossário é essencial.
Assim como a ônu, outras organizações lutam pela melhor distribuição da água no mundo. No entanto, órgãos públicos responsáveis por essa distribuição cobram dos consumidores preços elevados para fornecer água tratada.
Outro problema é a realização de atividades agrícolas, industriais e domésticas que podem causar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas.
O consumo excessivo de água também gera preocupação, pois impacta os custos de captação e de tratamento de água e esgoto, encarecendo os serviços de saneamento básico para a população. Em determinados casos, quando a água é retirada de reservatórios subterrâneos, o consumo sem contrôle pode provocar o afundamento do solo e até a abertura de crateras.
A água de uso doméstico
cêrca de 12% da água doce disponível para a humanidade é utilizada, segundo a ônu, em higiene pessoal, na lavagem de roupas, na preparação de alimentos e na limpeza das moradias. Os vazamentos em canos de distribuição ou em torneiras são muitas vezes responsáveis pelo desperdício de água para uso doméstico.
Os países mais desenvolvidos investem mais em infraestrutura e alcançam, assim, elevado nível de eficiência na distribuição da água potável. Isso não é comum nos países em desenvolvimento, principalmente nos mais pobres, onde a distribuição de água não atende a toda a população e, muitas vezes, ocorrem escassez e racionamento.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
A abordagem sobre o consumo de recursos hídricos possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Educação para o consumo.
Observação
O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.
Texto complementar
Água: sabendo usar não vai faltar
A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem consequências. Cada setor da economia, cada fatia da sociedade tem sua parcela de responsabilidade nessa história.
À semelhança da maioria dos países, no Brasil a agricultura é a que mais consome água – quase 63% do total que é captado vai para a irrigação. O uso doméstico é responsável por 18% do consumo, a indústria fica com 14%. Os 5% restantes são usados para matar a séde dos animais de criação.
Todos esses consumidores tendem a usar a água de modo abusivo. E não é a qualidade de vida que exige isso. Com um bom planejamento, é possível gerar empregos e movimentar a economia mesmo com pequenas quantidades do recurso. reticências
De acordo com as Nações Unidas, crianças nascidas no mundo desenvolvido consomem de 30 a 50 vezes mais água que as dos países pobres. Mas as camadas mais ricas da população brasileira têm índices de desperdício semelhantes, associados a hábitos como longos banhos ou lavagem de quintais, calçadas e carros com mangueiras.
O banheiro é [o local] onde há mais desperdício. A simples descarga de um vaso sanitário pode gastar até 30 litros de água, dependendo da tecnologia adotada.
bei. Como cuidar da nossa água. São Paulo: bei, 2003. página 141; 143-145.
Atividade complementar
Proponha a leitura coletiva do texto a seguir.
Falta água para muitos
A disponibilidade de água é vital para a humanidade.
No final do século vinte, mais de 250 milhões de pessoas no mundo sofriam com escassez crônica de água. reticências Considera-se que mais conflitos entre países possam ocorrer à medida que a disponibilidade de água se torne mais crítica, pois, a exemplo de todos os recursos naturais, sua distribuição no planeta não é regular.
TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. página 526.
Após a leitura do texto, proponha um debate com a turma pedindo aos estudantes que expliquem por que muitas nações sofrem com a “escassez crônica de água” mesmo que 70% da superfície terrestre seja coberta por esse recurso.
A água na agropecuária
A irrigação agrícola sem o devido contrôle técnico pode provocar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas com a adição de agrotóxicos e fertilizantes carregados pela água que lava as plantações. Além disso, a irrigação em excesso ou realizada com equipamentos inadequados causa desperdício, impactando os reservatórios de água disponíveis.
A água na indústria
Segundo a ONU, a indústria consome cêrca de 19% da água doce e, apesar dos avanços tecnológicos no processo de produção, a contaminação das águas por resíduos industriais ainda é muito elevada.
No Brasil, as políticas públicas que impulsionaram o crescimento urbano-industrial não criaram medidas suficientes para evitar a poluição dos rios. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os rios Tietê e Pinheiros estão impregnados de resíduos provenientes do esgoto industrial e residencial, deixando a água com baixíssimo índice de oxigênio. Por isso, na capital paulista, esses rios são considerados “mortos”.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
O texto complementar “Água: sabendo usar não vai faltar” (na página 122) traz dados sobre a porcentagem de água que é direcionada à agropecuária no Brasil. Se julgar conveniente, compartilhe dados atualizados sobre o uso desse recurso em cada atividade e incentive os estudantes a refletir sobre a distribuição apresentada. O Brasil é um país fortemente agrícola e a maior parte de água consumida pela agropecuária se destina à irrigação das áreas de cultivo. Porém, vale ressaltar que a pecuária também recebe uma parcela desse volume.
O consumo de água no setor industrial não é óbvio. Informe aos estudantes que o uso da água se faz presente em diferentes momentos, seja para o resfriamento e higienização de máquinas, seja para a execução de processos químicos, como o tingimento de tecidos. A água também é utilizada durante os próprios processos produtivos industriais, como na produção de papel, aço, gasolina etcétera.
Observação
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Recursos hídricos nos espaços rural e urbano
Em grandes centros urbanos, as transformações sucessivas no espaço geográfico, muitas vezes, levam à desconfiguração das características originais da rede hidrográfica.
No Brasil, a canalização e o tamponamento são comuns no processo de urbanização de grandes cidades. A canalização consiste na modificação do traçado de rios e córregos por meio da construção de canais artificiais, geralmente de concreto, e o tamponamento, além da canalização, envolve a construção de vias de circulação e de edificações sobre trechos cortados pelos cursos d’água, que passam a ser drenados por canais subterrâneos. Outra intervenção comum na hidrografia das cidades é a remoção da vegetação das margens (mata ciliar) de rios e córregos. Essas alterações possibilitam ampliar as áreas disponíveis para a construção de novas avenidas, moradias e edifícios comerciais e, consequentemente, a valorização imobiliária do espaço urbano. Mas a contrapartida são os problemas ambientais.
As transformações no curso dos rios e córregos e a ocupação indevida de suas margens podem prejudicar a infiltração das águas pluviais no solo e o escoamento subterrâneo, deixando a população vulnerável a inundações, aumentando a incidência de assoreamento nos rios, além de empobrecer os ecossistemas fluviais.
Ler o texto
Ações em rios dividem gestores e ambientalistas
A intervenção no Jaguaribe segue a mesma linha de canalização de três afluentes que abastecem seu leito: os rios Mangabeira, Passa Vaca e Trobogy. reticências
O principal argumento dos poderes públicos é de que a canalização dos rios tem por objetivo conter os alagamentos ao longo do curso dos corpos hídricos, que, historicamente, tiveram suas margens ocupadas desordenadamente reticências.
Por outro lado, movimentos ambientalistas reticências defendem a preservação dos ecossistemas hídricos, alegam prejuízos ambientais irreparáveis e clamam por saneamento para evitar poluição das águas.
“Os projetos vão na contramão das cidades sustentáveis”, avalia Virgílio Machado, membro do ésse ó ésse Vale Encantado. “Há um ecossistema bem delineado nessa região, com mar, rios, mata atlântica e mangue, que será alterado”, acrescenta.
ADAILTON, Franco. Ações em rios dividem gestores e ambientalistas. A Tarde, 24 abril 2017. Disponível em: https://oeds.link/ANG1hc. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
• Na sua opinião, é possível resolver os problemas gerados pelo crescimento das cidades preservando a água dos rios, lagos e córregos?
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
A abordagem sobre os recursos hídricos e a seção Ler o texto possibilitam explorar o tema contemporâneo Educação ambiental.
Observação
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Resposta
Ler o texto: Espera-se que os estudantes reflitam e apontem propostas relacionadas ao uso responsável e à gestão sustentável dos recursos hídricos.
Atividade complementar
Consumo de água
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que o consumo mínimo necessário de água é de 0,08 métros cúbicos (equivalente a 80 litros) por pessoa por dia. Solicite a cada estudante que compare o consumo de água de sua moradia com o das moradias de seus colegas da turma e, também, com os valores indicados como mínimos pela ônu. Para isso, solicite a eles que realizem os procedimentos a seguir.
a. Calcule, pela conta de água de sua moradia do último mês, o consumo médio de cada morador. Para isso, basta dividir o valor registrado na conta pelo número de moradores da casa. Se dividir o valor obtido por 30, você saberá o consumo diário por pessoa.
Caso você more em edifício e a conta de água seja coletiva, informe-se sobre o consumo por mês e divida-o pelo total de apartamentos do prédio (nessa situação, você trabalhará com uma média, já que a conta de água do prédio todo dividida pelo número de apartamentos não considera quantas pessoas moram em cada um deles); depois, proceda como indicado no início deste item.
- Junte-se a alguns colegas e debatam o resultado obtido: nosso consumo está acima ou abaixo do mínimo necessário? Por quê?
- Redijam um texto coletivo com a conclusão dos grupos.
Os rios e as regiões hidrográficas do Brasil
O Brasil possui muitos rios, que formam várias bacias hidrográficas. As principais bacias abrangidas pelo território brasileiro são a Amazônica, a do Paraná, a do Tocantins-Araguaia, a do Paraguai e a do São Francisco.
Em 2008, entrou em vigor o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que agrupou as bacias dos rios principais e dos rios menores próximos em 12 regiões hidrográficas. Observe o mapa.
BRASIL: BACIAS E REGIÕES HIDROGRÁFICAS
Características das regiões hidrográficas
A região hidrográfica Amazônica abrange cêrca de 45% do território brasileiro, além de áreas do território de vários outros países da América do Sul; são eles a Guiana Francesa, o Suriname, a Guiana, a Venezuela, a Colômbia, o Peru, o Equador e a Bolívia. Entre outras finalidades, os rios dessa região são utilizados para pesca, navegação e para geração de energia elétrica.
Orientações e sugestões didáticas
Observação
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Texto complementar
A rede fluvial brasileira
As águas superficiais constituem parte da riqueza dos recursos hídricos de um país. No caso brasileiro, país de extensão continental, a rede fluvial é importante recurso natural, contando em seu território com a maior bacia fluvial do mundo em extensão e em volume de água. A riqueza dos recursos hídricos deve-se à distribuição da pluviosidade no território nacional, onde se registram valores elevados, superiores a 1 500 milímetros anuais e em um terço da área total esse valor atinge mais de 2 000 milímetros. Apenas uma parte do país, situada a Nordeste, recebe menos de 1 000 milímetros anuais e até em algumas regiões menos de 500 milímetros anuais de precipitação.
Os principais rios brasileiros precedem de três grandes centros dispersores de água: planalto das Guianas, cordilheira dos Andes e planalto brasileiro. As demais redes de drenagem têm sua origem no planalto brasileiro.
CUNHA, Sandra Baptista da. Bacias hidrográficas. In: CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antônio J. T. ( organizador). Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. página 229.
Sugestão para o professor:
xíl, dítric; MASCARENHAS, Sérgio; VALEIRAS, Nora; SANTOS, Sílvia A. M. ( organizador). O estudo das bacias hidrográficas: uma estratégia para a educação ambiental. São Carlos: Rima, 2002.
Esse livro apresenta um estudo a respeito da importância das bacias hidrográficas e dos impactos ambientais de sua degradação.
A região hidrográfica do Paraná é formada principalmente pelo rio Paraná e seus afluentes, como os rios Tietê, Paranapanema, Peixe e Iguaçu.
Vários rios dessa região hidrográfica apresentam grande potencial para a produção energética; neles foram construídas dezenas de usinas hidrelétricas que abastecem principalmente o Centro-Sul do Brasil, sendo a principal delas a usina de Itaipu.
A região hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica totalmente localizada no território brasileiro e a terceira em potencial hidrelétrico do país. Nela, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará, uma das maiores do país.
O rio Uruguai pertence à região hidrográfica do Uruguai e marca a divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre o Brasil e a Argentina e entre o Uruguai e a Argentina.
O São Francisco é o principal rio da região hidrográfica de mesmo nome, onde o predomínio de planaltos favorece a geração de energia elétrica. É também o maior rio perene (permanente) que cruza a região mais seca do Brasil, o Semiárido, na qual muitos produtores rurais aproveitam suas águas para a irrigação de plantações. O rio também é muito importante para a navegação.
As regiões hidrográficas do Atlântico Sul, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste, Atlântico Nordeste Oriental e Atlântico Nordeste Ocidental abrangem a maior parte das bacias próximas ao oceano Atlântico.
O rio Parnaíba, o principal da região hidrográfica do Parnaíba, compõe uma divisa natural entre os estados do Maranhão e do Piauí.
O principal rio da região hidrográfica do Paraguai, de mesmo nome, é navegável, corta o Pantanal do Mato Grosso e deságua no rio Paraná.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Na região hidrográfica do São Francisco e em outras regiões hidrográficas, principalmente as localizadas no Nordeste brasileiro, concentram-se rios temporários ou intermitentes, aqueles “cujo regime não é permanente. No caso dos rios que atravessam a zona do Sertão nordestino, o leito destes fica seco na época da estiagem. Por ocasião das chuvas, as águas se avolumam com grande rapidez no leito do rio, adquirindo grande correnteza, tendo mesmo características torrenciais, provocando inundações. Regionalmente, o caboclo do interior da caatinga costuma denominar estes rios temporários de rios que cortam, isto é, que deixam de existir periodicamente. reticências”. (GUERRA, Antônio T.; GUERRA, Antônio José T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. quarta edição Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. página 548.)
Observação
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Texto complementar
A Região Hidrográfica São Francisco
A Região Hidrográfica [ érre agá] São Francisco possui aproximadamente 638 466 ² quilômetros de área (7,5% do território nacional), abrangendo sete unidades da federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, e chega a sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cêrca de 2 800 quilômetros de extensão. A região engloba parte da região do Semiárido, que corresponde, aproximadamente, a 58% do território da érre agá reticências.
BRASIL. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: regiões hidrográficas brasileiras. Brasília, Distrito Federal: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, 2015. página 125. Edição Especial.
O aproveitamento dos rios no Brasil
No Brasil, muitos rios são aproveitados como fonte de água para a população, abastecendo residências e estabelecimentos como escolas, hospitais, lojas, restaurantes e locais de lazer. A água proveniente dos rios também pode ser utilizada na fabricação de bebidas, alimentos, remédios e diversos outros produtos.
Com parte significativa das regiões hidrográficas situada em áreas de planalto, também são muitos os rios que tiveram trechos represados para a instalação de usinas hidrelétricas, formando grandes lagos artificiais.
Nas usinas hidrelétricas, a água represada fornece a pressão necessária para movimentar as turbinas que colocam em funcionamento os geradores de eletricidade. A barragem de muitas usinas hidrelétricas conta com comportasglossário , que podem ser abertas nos períodos chuvosos, quando a capacidade de armazenamento se aproxima do nível máximo, liberando o excesso de água para o curso do rio. Observe a fotografia 1.
Dependendo das características, os rios ainda podem ser utilizados como vias de circulação de pessoas e cargas por meio de embarcações. A navegação fluvial é muito desenvolvida nas regiões que abrangem rios volumosos, com leito profundo, e que percorrem longos trechos de planície, sem desníveis abruptos.
Em alguns rios de planalto no Brasil e em outros países, mesmo em trechos onde foram instaladas usinas hidrelétricas, a navegação se torna possível com a construção de eclusas, que funcionam como “elevadores” de embarcações. Observe a fotografia 2.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
Em uma usina hidrelétrica, o potencial hídrico de um rio é aproveitado para a geração de energia elétrica.
Quando represada, a água possui um grande potencial energético, que se transforma em energia cinética quando em queda e é transformada em energia elétrica ao movimentar as turbinas.
A cada turbina é acoplado um gerador, que tem a capacidade de transformar o movimento giratório em energia elétrica, por gerar um campo magnético.
É interessante observar que não há tecnologia capaz de armazenar o montante de energia elétrica gerada através das hidrelétricas. Por isso, é necessário que essa energia seja encaminhada rapidamente para o sistema de transmissão e posta à disposição para o consumo.
Observação
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Sugestão para o professor:
BRASIL. Itaipu Binacional.Disponível em: https://oeds.link/2ijEXD. Acesso em: 30 março 2022.
O site traz informações específicas sobre a geração e a transmissão da energia gerada na usina hidrelétrica de Itaipu.
Em prática
Maquetes de argila
Nesta Unidade, estudamos a hidrografia e o relevo característicos de diversas regiões. Agora, você vai construir uma maquete com o objetivo de demonstrar a relação entre as fórmas do relevo e a rede fluvial.
Para representar os elementos de uma bacia hidrográfica, é necessário o seguinte material:
- um tampo de madeira ou uma folha de isopor ou papelão, que será a base da maquete;
- argila;
- palito de madeira;
- pincel;
- tinta guache de cores variadas.
Em grupo, retomem o que aprenderam sobre as bacias hidrográficas, relembrando os conceitos de nascente, foz, rio principal e rio afluente.
Com a argila, construam as fórmas de relevo simulando a superfície de planaltos, planícies, depressões e ou oumontanhas sobre a base da maquete.
Com um palito de madeira, façam sulcos na argila para desenhar os rios da bacia hidrográfica. Lembrem-se de que os rios percorrem o relevo das porções mais elevadas em direção às mais baixas.
Depois que a argila secar, usem a tinta guache para pintar as fórmas de relevo e os rios da bacia hidrográfica representados na maquete. Utilizem a cor azul para representar a água.
Posteriormente, usem a criatividade para representar outros elementos da paisagem, como cobertura vegetal, pequenos povoados, propriedades agrícolas e estradas.
Finalizadas as maquetes, com a orientação do professor, organizem uma exposição na sala de aula, junto com os demais grupos.
Por fim, retomem o conteúdo sobre blocos-diagramas desenvolvido no Capítulo 5 e, em uma folha à parte, elaborem um bloco-diagrama para representar a maquete produzida pelo grupo.
Orientações e sugestões didáticas
Orientações
A atividade proposta nesta seção traz ferramentas para consolidar algumas relações entre as fórmas de relevo e a hidrografia, além de proporcionar experiência com modelos tridimensionais para a representação de elementos da superfície terrestre.
Caso julgue conveniente, providencie um mapa topográfico de uma bacia hidrográfica de sua preferência e oriente os estudantes a estudar esse material.
Essa mesma atividade pode ser desenvolvida com base em uma sub-bacia, caso julgue conveniente trabalhar em uma escala mais local.
Antes de iniciar a modelagem, revise os conteúdos com os estudantes e certifique-se de que as relações entre o relevo e a formação dos cursos de água dos rios estão claras para eles.
Observação
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Texto complementar
Maquete de relevo
reticências a maquete deve fazer parte de um projeto de aprendizado, definido previamente pelo professor mediador. Tendo em vista um objetivo a ser alcançado, os materiais de apoio (mapas temáticos, documentos históricos) devem ser cuidadosamente selecionados e providenciados para que se efetivem aprendizados significativos a partir do uso da maquete de relevo reticências.
A maquete contribui para a representação tridimensional do relevo à medida que registra e dá visibilidade às fórmas topográficas que são identificadas nas bases cartográficas pela distribuição diferenciada das curvas de nível. É importante que no momento em que os alunos estejam trabalhando com a maquete de relevo consigam, de acordo com as habilidades e competências que possuem, produzir conhecimento geográfico. Essa produção se faz a partir das informações que os elementos da maquete em si traduzem, assim como de informações que possam ser sobrepostas à maquete e trabalhadas para a elaboração de conceitos e para a compreensão de fenômenos em suas interações com o relevo. A maquete de relevo não é um fim didático e sim um meio didático através do qual vários elementos da realidade devem ser trabalhados em conjunto.
SIMIELLI, Maria Elena; GIRARDI, Gisele Girardi; MORONE, Rosemeire. Maquete de relevo: um recurso tridimensional. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, número 87, página 131-148, 2007.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- Dê exemplos para demonstrar como o relevo e a hidrografia se influenciam mutuamente.
- Indique situações que ilustram a importância dos rios para a realização de atividades:
- na sua casa;
- na agricultura;
- na indústria.
- As usinas hidrelétricas são apontadas como uma fonte de energia limpa. Isso significa que o funcionamento de uma usina hidrelétrica não produz poluentes atmosféricos, algo importante para minimizar o aquecimento global. Porém, a alternativa não está isenta de problemas ambientais. Leia o texto.
Enquanto os países mais desenvolvidos têm diminuído nas últimas décadas a construção de grandes hidrelétricas, nações em desenvolvimento começaram a construir no mesmo período barragens ainda maiores. É o caso do Brasil.
Impactos ambientais – como o desmatamento e a perda da biodiversidade – e sociais – como o deslocamento de milhares de pessoas e os prejuízos econômicos causados a elas – não têm sido levados em conta e incluídos no custo total desses projetos. Além disso, esses empreendimentos têm ignorado os cenários de mudanças climáticas, que preveem a diminuição da oferta de água e, consequentemente, da geração de energia hidroelétrica.
ALISSON, Elton. Custos sociais e ambientais de usinas hidrelétricas são subestimados, aponta estudo. Agência Fapesp. 7 novembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/W7DKue. Acesso em: 16 fevereiro 2022.
- Quais são os pontos negativos da construção de uma usina hidrelétrica?
- Na sua opinião, a construção de uma usina hidrelétrica pode trazer mais benefícios ou mais problemas? Justifique.
4. Analise as figuras e leia as legendas explicativas que demonstram o funcionamento de uma eclusa. Depois, esclareça qual é a utilidade de uma eclusa.
FUNCIONAMENTO DE UMA ECLUSA
Orientações e sugestões didáticas
Seção Atividades
Objetos de conhecimento
- Relações entre os componentes físico-naturais.
- Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
- Biodiversidade e ciclo hidrológico.
Habilidades
São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:
- ê éfe zero seis gê ê zero quatro (atividades 1, 5 e 7)
- ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividades 1, 5 e 7)
- ê éfe zero seis gê ê zero nove (atividade 4)
- ê éfe zero seis gê ê um dois (atividades 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9)
Respostas
- O relevo influencia a hidrografia à medida que dita o sentido do curso dos rios e fórma as bacias e regiões hidrográficas. A hidrografia influencia o relevo pela capacidade erosiva dos cursos de água.
-
- Em ambientes domésticos, a água proveniente dos rios é utilizada para a hidratação, a higiene e o preparo de alimentos, entre outros usos.
- Na agricultura, a água é utilizada para a irrigação das áreas de cultivo.
- Na indústria, a água é utilizada para o processo de produção.
-
- Os pontos negativos são o alagamento de grandes áreas para a construção das barragens, o desmatamento, a perda da biodiversidade, o deslocamento de pessoas e os prejuízos econômicos causados a elas.
- Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem justificativas plausíveis para suas opiniões, tendo como base os pontos positivos e negativos trabalhados neste Capítulo.
- Eclusas são construídas para permitir a passagem de embarcações em cursos d’água que apresentem desníveis, como em barragens e quedas-d’água.
5. Desde a década de 2010, o Brasil vem passando por períodos de grande declínio na disponibilidade de água para o consumo da população. Entre 2014 e 2015, por exemplo, a população do estado de São Paulo enfrentou racionamento hídrico em decorrência da drástica diminuição do nível dos reservatórios de água potável que abastecem a cidade. Leia o fragmento de entrevista para compreender melhor o problema.
O senhor afirma que não é possível falar em fim da água. Mesmo se considerarmos apenas as reservas de água doce, não estamos em uma situação preocupante?
A água não é um recurso finito – pelo contrário, trata-se do recurso mais abundante do planeta, lembra Luis Antonio Bittar Venturi, do Departamento de Geografia. reticências Enquanto a terra girar, o sol brilhar e a lei da gravidade estiver “vigorando”, as recargas de água nos continentes estarão asseguradas. Não há como interromper o ciclo hidrológico. E o que existe de água doce disponível na superfície e nos subsolos é muito mais do que a capacidade humana de utilizá-la.
Na sua visão, então, o que provocou a crise?
Ocorreram dois problemas, ambos de caráter gerencial: poluiu-se os recursos hídricos disponíveis e não se desenvolveu capacidade técnica para despoluir numa velocidade suficiente para atender à demanda.
VENTURI, L. A. B. Geógrafo da éfe éfe éle cê agá alerta sobre noção equivocada de “falta de água”. [Entrevista cedida a] Universidade de São Paulo, São Paulo, 24 agosto 2015. Disponível em: https://oeds.link/SZCPUb. Acesso em: 12 abril 2022.
- Por que o geógrafo afirma que a água não é um recurso finito?
- De acordo com o geógrafo, o que levou à escassez de água na cidade de São Paulo?
- Com base na experiência verificada na cidade de São Paulo, a qual conclusão é possível chegar em relação à disponibilidade e à qualidade da água?
6. Analise o gráfico e indique as atividades econômicas que mais captam água doce no mundo.
MUNDO: TOTAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DOCE (2016)
7. Em determinados países, como o Brasil, a água é um dos principais agentes externos do relevo cuja atuação contribui para alterar profundamente as característica de vastos trechos da superfície terrestre. Com base nos termos apresentados, elabore um texto de pelo menos oito linhas explicando a relação entre a rede hidrográfica e a superfície terrestre.
8. O gráfico a seguir demonstra a quantidade de pessoas sem acesso a fontes de água potável em diversas regiões do mundo ao longo das últimas décadas.
Interprete os dados do gráfico e indique a afirmação verdadeira. Em seguida, reescreva as afirmações incorretas, corrigindo os erros encontrados.
a) Ao analisar os dados globais, o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável aumentou entre 1990 e 2015.
Orientações e sugestões didáticas
Respostas (continuação)
-
- Porque não há como interromper o ciclo hidrológico, e as recargas de água nos continentes estarão asseguradas enquanto os processos da Terra ocorrerem naturalmente. Desse modo, a água doce disponível na superfície e nos subsolos é muito maior do que a capacidade humana de utilizá-la.
- De acordo com o geógrafo, poluíram-se os recursos hídricos disponíveis e não foram desenvolvidas capacidades técnicas para despoluí-los em velocidade suficiente para atender à demanda.
- A escassez de água doce pode ocorrer devido à falta de investimentos para evitar sua contaminação ou para torná-la potável, e não por interrupção do ciclo hidrológico, estabelecida, por exemplo, por períodos de forte estiagem. Esclareça aos estudantes que algumas áreas da Terra possuem menos disponibilidade hídrica do que outras, como as áreas desérticas. Nesses locais, os investimentos para produzir água potável devem ser maiores.
- De acordo com o gráfico, as atividades agrícolas eram aquelas que mais captavam água doce no mundo em 2016, isto é, 70% do total captado no mundo todo.
- Resposta pessoal. Sugestão: “A bacia hidrográfica é composta de uma rede fluvial e sua área drenada. Ao longo de seu percurso, desde a nascente até a foz, o rio principal e seus afluentes provocam erosão no terreno, com a fragmentação das rochas pela fôrça das águas. O material desgastado é transportado e depositado em outros locais, modelando, assim, a superfície terrestre”.
8. a) Incorreta. Ao analisar os dados globais, o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável diminuiu entre 1990 e 2015.
Atividade complementar
Bacias e regiões hidrográficas brasileiras
Proponha aos estudantes que se reúnam em pequenos grupos e solicite a cada grupo que pesquise uma das bacias e regiões hidrográficas brasileiras. Os grupos devem levantar as seguintes informações:
- Principal rio.
- Extensão territorial.
- Principais atividades humanas desenvolvidas.
- Condições de uso das águas.
É possível organizar seminários para que os estudantes apresentem as informações que obtiverem através da pesquisa. A prática de seminários favorece o desenvolvimento da linguagem oral, além de fomentar a troca de experiências e saberes entre os estudantes. Com esta atividade os estudantes irão trabalhar observação, tomada de nota e construção de relatórios como práticas de pesquisa.
- A Europa e a Ásia Central são regiões que apresentaram aumento no número de pessoas sem acesso a fontes de água potável.
- Embora o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável venha diminuindo no Leste Asiático e no Pacífico, em 2015 a quantidade ainda era bastante elevada.
MUNDO: NÚMERO DE PESSOAS SEM ACESSO A FONTES DE ÁGUA POTÁVEL (1990-2015)
9. A bacia hidrográfica do São Francisco é uma das maiores do Brasil. O rio principal, conhecido popularmente pelo nome de Velho Chico, atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco e demarca a divisa entre Alagoas e Sergipe.
Resolva as questões.
- De acordo com o mapa, quais são as principais fórmas de utilização da bacia hidrográfica do São Francisco?
- Cite o nome três afluentes do rio São Francisco.
- Você já observou a fórma como os rios e córregos próximos ao local em que você vive são utilizados? Conte para os colegas.
BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO
Orientações e sugestões didáticas
Respostas
-
- Incorreta. A África Subsaariana é a única região que apresentou aumento no número de pessoas sem acesso à água potável.
- Correta.
-
- A bacia hidrográfica do rio São Francisco é utilizada, predominantemente, para a navegação e para a produção de energia elétrica, com a construção de diversas barragens ao longo do eixo principal.
- Entre os afluentes representados no mapa: Rio Paraopeba, Rio das Velhas, Rio Paracatu, Rio Corrente e Rio Grande.
- Resposta pessoal. Incentive os estudantes a observar a paisagem do entorno do local onde vivem para que possam identificar os usos dados aos recursos hídricos lá presentes. Para estimular o debate em sala de aula, peça-lhes que, se possível, levem fotografias tiradas por eles mesmos para que todos possam identificar os principais usos e discutir os pontos positivos e negativos.
Observação
As atividades desta seção permitem que os estudantes compreendam o ciclo da água e descrevam as fórmas de escoamento superficial, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e sua localização no modelado da superfície terrestre. Além disso, deverão identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações presentes nos lugares onde vivem.
Ser no mundo
O uso dos recursos hídricos e as populações afetadas por barragens
Como estudamos anteriormente, uma parcela importante dos rios no Brasil é utilizada para a produção de energia por meio de usinas hidrelétricas instaladas no seu curso. Essa fonte de energia é uma das mais exploradas no país, o que resulta em sérios problemas ambientais e sociais que atingem diversas comunidades de norte a sul do país. Os grupos populacionais mais afetados pelos efeitos negativos da construção de usinas hidrelétricas são os que vivem nas proximidades dos rios represados.
Leia as reportagens que exemplificam esses dados e analise o mapa “Brasil: deslocamento de população motivado pela construção de barragens (2000-2017)”.
Texto 1
O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro
Uma das principais causas da migração forçada no Brasil são as barragens, especialmente aquelas destinadas à construção de usinas hidrelétricas ( ú agá ês). O Instituto Igarapé analisou os custos socioeconômicos de cêrca de 80 barragens construídas no Brasil desde os anos 2000. Após avaliar os dados, o Instituto estima que entre 150 e 240 mil brasileiros foram forçados a deixar suas casas em função da instalação dessas barragens. E é possível que cêrca de 75 mil outras pessoas sejam forçadas a abandonar seus lares por conta de 11 novas usinas e centrais hidrelétricas que podem ser construídas nos próximos anos.
É indiscutível que usinas hidrelétricas desempenham um papel central no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro. Desde meados da década de 1970, mais de 60% da oferta interna de energia é sustentada pela energia hidráulica. Embora, por um lado, o investimento estatal na construção de grandes centrais hidrelétricas tenha reduzido drasticamente a dependência externa de energia, por outro, teve custos econômicos, sociais e ambientais muito elevados.
Tome-se, como exemplo, o caso de Itá, uma das maiores hidrelétricas brasileiras. Estabelecida no ano 2000 no rio Uruguai, a usina gera 1 450 Megawatts ( ême dáblio) de energia por ano. O reservatório de 140 quilômetros quadrados teve impacto sobre 11 municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Estima-se que a usina provocou o deslocamento de 11 a 17 mil pessoas. A mobilização e os protestos contrários à construção da ú agá ê Itá levaram, inclusive, à consolidação do Mábi (Movimento dos Atingidos por Barragens), que atua em defesa de pessoas afetadas por esses empreendimentos.
reticências
A marca de uma sociedade avançada está na fórma como trata suas populações mais vulneráveis. Embora o Brasil tenha se tornado um país urbanizado, são normalmente as populações rurais e comunidades indígenas – que dependem da terra para sobreviver – as
Orientações e sugestões didáticas
Seção Ser no mundo
Em consonância com as Competências Específicas de Geografia da Bê êne cê cê, esta seção tem por objetivos estimular os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
Habilidade
ê éfe zero seis gê ê um dois: Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.
Orientações
O mapa apresentado nesta seção é composto de símbolos proporcionais que avaliam o deslocamento de populações, em vista da construção de barragens para a produção de energia elétrica. O estudo que originou o mapa considerou, dentro da população atingida pela construção de barragens, três categorias: 1. populações já deslocadas, por barragens já concluídas; 2. populações em deslocamento, por barragens em construção; e 3. populações com potencial de deslocamento, por barragens em projeto.
Oriente a leitura do mapa, solicitando aos estudantes que observem atentamente o título, a legenda e a distribuição dessas populações pelo território nacional.
Explique que essas populações sofrem o deslocamento compulsório para liberar os terrenos em áreas destinadas às obras e que, na maioria dos casos, as áreas onde essas pessoas viviam terminam submersas. Muitas dessas populações são tradicionais, ribeirinhas e ou ou indígenas e têm seus modos de vida completamente atrelados ao rio; por isso, a construção das barragens destrói não apenas a moradia dessas pessoas, mas também a possibilidade de reprodução de seus modos de vida.
O conteúdo desta seção explora o tema contemporâneo Educação em direitos humanos.
que acabam forçadas a se deslocar em nome de um pretenso progresso sobre o qual não foram consultadas.
, M. Múga érre fóli O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro. Nexo, 16 setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/k976wZ. Acesso em: 16 fevereiro. 2022.
Texto 2
reticências No caso de Belo Monte, mais de .8000 famílias – cêrca de .40000 pessoas – foram arrancadas – ou ainda serão – do lugar onde vivem, trabalham, têm laços de parentesco e vizinhança, memória e cotidiano. reticências
Aqueles que foram “realocados” ou “reassentados” estão distantes de seu modo de vida, de seu trabalho, de seus laços de afeto e de solidariedade, da única vida que conheciam. Muitos deles são reticências pescadores sem rio e sem peixe, arrancados de suas ilhas e jogados num conjunto habitacional distante de tudo e no qual não se reconhecem. reticências
BRUM, Eliane. Belo Monte, empreiteiras e espelhinhos. El País, 7 julho 2015. Seção Opinião. Disponível em: https://oeds.link/eJvz6q. Acesso em: 22 janeiro 2022.
BRASIL: DESLOCAMENTO DE POPULAÇÃO MOTIVADO PELA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS (2000-2017)
Após a leitura dos textos e a observação do mapa, responda às questões.
- De acordo com o texto 1, qual é a atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens ( Mábi)? Em sua opinião, movimentos como esse são importantes? Por quê?
- Quais transformações ocorreram no modo de vida dos povos da região com a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, de acordo como texto 2?
- Segundo as informações do mapa, quais estados registravam a maior parcela de população deslocada pela construção de barragens concluídas até 2017?
- Na unidade da federação em que você mora houve saída de moradores por causa da construção de barragens?
Orientações e sugestões didáticas
Respostas
- O Movimento dos Atingidos por Barragens protesta em defesa das pessoas atingidas pela construção de barragens para a geração de energia elétrica. Espera-se que os estudantes percebam a importância desses movimentos para a proteção de populações vulneráveis e a garantia de direitos.
- As pessoas foram transferidas para um novo local, deixando para trás os laços de afetividade, de identidade e fonte de renda. Por exemplo, os pescadores estão distantes do rio e encontram dificuldade para pescar.
- Pará, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.
- Resposta pessoal. Incentive os estudantes a pesquisar se existem barragens nos lugares nos quais eles vivem e, se for o caso, procurar notícias sobre os impactos sociais associados à construção dessas barragens.
Questões para autoavaliação
Professor: as questões aqui sugeridas podem servir para que os estudantes realizem uma autoavaliação sobre o que apreenderam ao estudar os conteúdos da Unidade. Eles podem respondê-las de fórma escrita, individualmente, ou podem conversar sobre elas em duplas ou em grupos, de maneira a incentivar a oralidade e a troca de ideias na sala de aula.
A seu critério, estas questões também podem servir para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes.
- Qual é o processo que transforma a água dos rios em nuvens?
- Em qual processo a água das nuvens retorna à superfície?
- O que são bacias hidrográficas?
- Qual é a maior bacia hidrográfica do Brasil?
- Qual é a relação do relevo com a hidrografia?
- O que são afluentes?
- Qual é a importância de conhecer a dinâmica interna do planeta para a ocupação do espaço?
- Qual é a relação do clima com o relevo?
Glossário
- Escarpa
- Desnível muito acentuado no relevo terrestre, lembrando um degrau.
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- Soerguimento
- Fenômeno que provoca o deslocamento de blocos rochosos para cima.
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- Corpo d’água
- Elemento hidrográfico formado por volumes significativos de água parada ou corrente, tais como mares, oceanos, lagos, rios ou córregos.
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- Saneamento básico
- Conjunto de medidas de preservação da saúde pública, incluindo tratamento de água e esgoto, despoluição e coleta de lixo.
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- Comporta
- Porta móvel que regula o escoamento de água de uma represa.
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