UNIDADE quatro  Relevo e hidrografia

Fotografia. Vista aérea de uma rodovia, cujo primeiro plano apresenta duas estradas erguidas com pilares de concreto. Nela há diversos carros que seguem o mesmo sentido, do canto superior da imagem para o canto inferior. A rodovia ergue-se sobre uma densa vegetação com predominância de árvores e um rio, elementos que se encontram no segundo plano da imagem. No terceiro plano, há um terreno ocupado principalmente por árvores, rios e a continuidade da estrada. No quarto plano, está a paisagem de uma cidade e diversos morros.
Ponte em trecho da rodovia dos Imigrantes entre a planície litorânea (segundo plano) e as ondulações da Serra do Mar (primeiro plano), onde vários rios fluem entre os vales. Fotografia de Cubatão, São Paulo (2020).

Você verá nesta Unidade:

O relevo terrestre

A formação e a transformação do relevo

Os agentes internos e os agentes externos do relevo

As principais fórmas de relevo do Brasil

As águas continentais

A disponibilidade de água e seu consumo

Os principais rios e regiões hidrográficas do Brasil

Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade trabalha as seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: Conexões e escalas; fórmas de representação e pensamento espacial; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

Unidade está em consonância com as seguintes Competências Gerais da Educação Básica: (2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; (4) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo; (9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

As Competências Específicas do Componente Curricular Geografia trabalhadas nesta Unidade são: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza; (7) Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fotografia. Centro da imagem, vista com destaque para um conjunto de quedas de água. No primeiro plano, estão as águas que escorrem da queda de água, além de rochas encobertas por arbustos. Sobre a catarata, também há alguma vegetação sobre as rochas. O céu está azul e possui algumas nuvens.
Cataratas do Iguaçu, em que se observam as águas do rio Iguaçu vertendo pela borda do relevo em formato de degrau. Foz do Iguaçu, Paraná (2021).

O relevo corresponde às fórmas que a superfície terrestre assume em cada localidade do planeta.

Já a hidrografia representa o conjunto formado por cursos de água, lagos, lençóis freáticos e aquíferos e águas oceânicas de uma região. O termo hidrografia também é usado para nomear o ramo da Geografia que estuda essas águas.

O relevo e a hidrografia se influenciam mutuamente de diversas maneiras. As fórmas do relevo podem determinar, por exemplo, o local onde se formam as nascentes dos rios e as características do curso que eles percorrem até desaguar em outro rio, em um lago ou no oceano. Os rios, por sua vez, ajudam a modelar as fórmas do relevo, que se transformam pouco a pouco, adquirindo novas feições com o passar do tempo.

As atividades realizadas pelo ser humano e a maneira como ele ocupa o espaço geográfico também são influenciadas pelas configurações do relevo e da hidrografia. Entre outros fatores, essa influência pode ser constatada pelos condicionantes ambientais que impactam o planejamento das edificações, o qual, entre outros aspectos, deve contemplar a proximidade de cursos de água e as condições do terreno. Portanto, o modo como as construções são realizadas deve considerar o regime de cheias do sistema hidrográfico e os níveis de declividade do relevo.

Você sabe dizer como o comportamento das águas dos rios pode impactar as edificações construídas em suas margens? Como é possível construir em terrenos com grande declividade sem comprometer a segurança das pessoas?

Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

A Unidade trabalha a interdependência entre relevo e hidrografia, considerando as inter-relações entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera nos processos de intemperismo, erosão, formação e transformação do relevo.

A Rodovia dos Imigrantes interliga a capital do estado de São Paulo a municípios do litoral paulista. Nesse percurso, a rodovia corta o Parque Estadual da Serra do Mar, um reduto da Mata Atlântica na região. A Serra do Mar é uma estrutura escarpada formada a partir do soerguimento da placa continental e da reativação de falhamentos pelo menos até o Período Terciário. A Serra do Mar apresenta relevo ondulado e pode ultrapassar os dois mil metros de altitude. Ao redor da Rodovia dos Imigrantes, ela alcança pouco mais de mil metros de altitude. Observe que o curso dos rios segue o relevo da região. Na fotografia das Cataratas do Iguaçu, é possível observar a queda-d’água que se fórma quando o rio Iguaçu passa por uma área com desnível abrupto.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

CAPÍTULO 9  O relevo terrestre

As fórmas do terreno que percebemos na paisagem constituem aquilo que chamamos de relevo. O conjunto de fórmas da superfície terrestre apresenta altitudes e feições variadas, que podem constituir terrenos planos em determinadas regiões e formações irregulares em outras, com a presença de encostas íngremes entre vales e topos arredondados, serrilhados ou aplainados.

O relevo terrestre influencia a ocupação humana do espaço geográfico e a realização das atividades econômicas. Por isso, o estudo do relevo é essencial para o desenvolvimento das sociedades. Com o aprimoramento dos conhecimentos relacionados à ocupação de terrenos com diferentes características, ao longo do tempo foi possível desenvolver técnicas cada vez mais sofisticadas para abrir vias de circulação e levantar edificações em áreas com o relevo acidentado ou com outras limitações.

Na sequência, você vai conhecer as principais fórmas do relevo continental: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

PRINCIPAIS fórmas DE RELEVO

Ilustração. Principais formas de relevo. Bloco diagrama com as principais formas de relevo. Da esquerda para a direita, a primeira formação de relevo é denominada planalto, a qual apresenta uma superfície plana, com encosta rochosa e maior elevação em relação ao terreno localizado de seu lado direito. À direita do planalto, há a formação designada depressão, que apresenta um nível consideravelmente mais baixo do que os dois terrenos que estão em sua volta. Nessa representação, há cobertura vegetal e um pequeno rio na porção pequeno. À direita da depressão, há uma grande formação rochosa, mais alta do que o planalto, designada montanha. Ao contrário do planalto, as montanhas não apresentam superfície plana, mas picos pontiagudos. Ao lado direito da montanha há a quarta forma de relevo designada planície, um terreno plano à beira do mar, em um nível um pouco acima do oceano.
Nesta ilustração, as principais fórmas do relevo continental foram representadas em uma situação hipotética, não retratando nenhuma área específica. Representação artística para fins didáticos. Elaborado com base em dados obtidos em: suertegari, Dirce M. A. (organizador). Terra: feições ilustradas. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2003; FLORENZIANO, Teresa G. (organizador). Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. página 14.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Neste Capítulo, apresentamos as principais fórmas do relevo terrestre: montanhas, planaltos, planícies e depressões.

O estudo das principais fórmas do relevo é enriquecido por ilustrações, blocos-diagramas e fotografias, permitindo aos estudantes a identificação e a diferenciação dessas fórmas.

Os processos de formação e transformação do relevo terrestre são classificados como endógenos (provocados por agentes internos, como placas tectônicas, vulcões e terremotos) e exógenos (provocados por agentes externos, como a água, o vento, as variações de temperatura, os animais e os vegetais, além dos seres humanos), que são responsáveis pela origem e pela modificação do relevo.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

ê éfe zero seis gê ê um zero: Explicar as diferentes fórmas de uso do solo (rotação de terras, terracea­mento, aterros etcétera) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

O relevo

As fórmas do relevo devem ser vistas e entendidas como mais um dos vários componentes da natureza e, na perspectiva humana, como um recurso natural, pois as variações de tipos de fórmas favorecem ou dificultam o uso que as sociedades humanas fazem do relevo. É mais ou menos evidente que as populações preferem os terrenos mais planos, ou pouco inclinados, para desenvolver atividades econômicas como a agricultura ou para construir cidades, aos relevos montanhosos ou, ainda que planos, pantanosos.

Entre os extremos, relevos montanhosos e planos, há uma diversidade infinita de tipologias de fórmas de relevos que facilitam ou dificultam os processos das ações humanas. Na verdade, é um conjunto de fatores que podem ser distinguidos em duas grandes ordens: os fatores naturais e cultural-econômicos reticências.

As fórmas do relevo, em primeiro nível, podem ser facilitadoras ou dificultadoras dos processos de ocupação das terras, de arranjos dos espaços territoriais e da produção. Suas características são importantes para a definição dos traçados de rodovias, ferrovias, implantação de cidades, construção de aeroportos, de barragens para usinas hidrelétricas, distritos industriais, bem como para reticências indicar as áreas de maior interesse para a preservação e conservação dos bens ambientais de valor ecológico.

Rós, Jurandyr L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. página62-64.

Montanhas

O termo montanha costuma ser utilizado para identificar genericamente formações de relevo que se destacam na paisagem pela grande altitude em relação ao entorno, topo mais estreito que a base e encostas íngremes. Considerando as altitudes mais elevadas encontradas no relevo terrestre, as montanhas são associadas a formações geologicamente recentes, como algumas superfícies de origem vulcânica e, principalmente, as cordilheiras.

As cordilheiras, frequentemente definidas como conjuntos de montanhas, são formações de relevo cujos topos podem alcançar vários quilômetros de altitude, onde as baixas temperaturas fornecem condições propícias à formação de neve, que se acumula em camadas na superfície do relevo. Na América do Sul, encontra-se a cordilheira dos Andes, umas das maiores do mundo. Por sua vez, o ponto mais elevado do planeta Terra corresponde ao topo do monte Everest, com 8 848 metros e situado na cordilheira do Himalaia, no continente asiático.

Fotografia. Vista aérea das ruínas de uma cidade, onde predominam construções feitas de pedras em tons acinzentados, muitas delas cobertas por vegetação, como grama e musgo. Esses elementos estão no primeiro plano da fotografia. No segundo plano, há uma área montanhosa, na qual se destaca uma formação rochosa ao centro da imagem, mais alta que as demais e com formato pontiagudo. Há ainda a presença de neblina que se aproxima da elevação montanhosa. No terceiro plano, é possível observar mais montanhas.
Vista de mátchu pítchu, Peru (2021). A cidade pré-colombiana de mátchu pítchu está localizada a 2.400 metros de altitude, no topo de uma montanha que faz parte da cordilheira dos Andes.

Cordilheira dos Andes

A cordilheira dos Andes é uma cadeia de montanhas na costa ocidental da América do Sul, com cêrca de 8 mil quilômetros de extensão e altitude média em torno de 4 mil metros. O pico mais alto dessa cordilheira está na montanha do Aconcágua com .6959 metros.

A diferença entre altitude e altura

A altura é a dimensão de um corpo, de sua base ao topo. Já a altitude é a medida que nos permite determinar uma elevação em relação ao nível médio do mar (altitude zero). Assim, a altitude de uma montanha é medida do nível do mar ao seu topo. Observe a ilustração.

ALTURA E ALTITUDE

Ilustração. Altura e altitude. Na Ilustração esquemática, explica-se a diferença entre altura e atitude. Da parte superior para a inferior, há uma montanha, uma área plana mais abaixo, sobre terreno verde e com duas casas e duas árvores e, por fim, em um terreno ainda mais abaixo, uma praia e o mar.  Há uma linha horizontal tracejada sobre o topo da montanha. Entre a montanha e a superfície da área plana, há uma linha vertical designada Altura. Entre o topo da montanha e o nível do mar, há uma linha vertical chamada de Altitude. Sobre o mar, há uma linha horizontal com o título Nível do mar. Essa linha está em um nível um pouco mais elevado em relação à praia.
Representação artística para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conceito de montanha pode variar de acordo com o critério adotado para sua definição. Algumas definições dão maior importância ao processo de formação orogênica; outras utilizam como base principal a altura e a altimetria. O í bê gê É, por exemplo, considera que as montanhas têm mais de 300 metros de altitude e declividade maior que 15%.

Montanhas são fórmas do relevo que tendem a sofrer desgaste pela ação de agentes externos e a perder materiais. As áreas nas quais se encontram as montanhas geralmente correspondem aos dobramentos modernos: enrugamentos estruturais causados a regiões menos resistentes da litosfera durante o Período Terciário. As cordilheiras são agrupamentos de montanhas e apresentam o mesmo processo de formação.

A altitude é uma característica muito avaliada no estudo do relevo. Altitude se define pela distância vertical entre um certo ponto e o nível do mar.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.

Além disso, conhecer e identificar as fórmas de relevo são pré-requisitos para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

Observe no mapa as principais cadeias de montanhas e alguns dos pontos mais altos da superfície terrestre.

PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS CADEIAS DE MONTANHAS

Mapa. Planisfério: principais cadeias de montanhas Planisfério mostrando as diferentes altitudes e os picos do mundo. As altitudes mais elevadas estão representas em marrom-escuro, enquanto as menos elevadas estão em verde. As depressões estão representadas em verde escuro e os picos por um triângulo preto. As altitudes mais elevadas, de 2.500 metros ou mais, estão: na costa oeste da América, ou seja, na Cordilheira dos Andres e Montanhas Rochosas; Na África, próximo ao Quilimanjaro, na cadeia montanhosa do Atlas e em Drakensberg, à sudeste do continente; Na Europa Ocidental, na região dos Alpes e dos Balcãs; No Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, e ao sul dessa formação; na Ásia central, na extensa região ocupada pelo Himalaia, e no sudoeste do Oriente Médio. As altitudes que variam entre 200 e mais de 500 metros, estão: na América do Norte e na América do Sul, em extensas áreas do norte, do leste e do centro; na África, em praticamente todo o continente, com exceção do litoral e das cadeias montanhosas e montes mais elevados; na Europa, nas porções central, leste e sul do continente, além dos Alpes Escandinavos, ao norte; na Ásia, em extensas porções do centro e do leste do continente, bem como no Oriente Médio e nos Montes Urais, na Rússia; a maior parte da Oceania, com altitudes mais elevadas no litoral leste australiano e em Nova Guiné. As altitudes abaixo de 200 metros, estão: na porção sul e ao norte da América do Sul, na América Central e no litoral da América do Norte; em praticamente todo o litoral da África; na porção norte e litorânea da Europa; uma enorme faixa do nordeste da Europa ao centro-norte da Ásia, ocupando praticamente todo o território russo; em áreas próximas ao litoral asiático e ao sul do Himalaia. Depressão: litoral norte do Mar Cáspio, localizado próximo ao Cáucaso e aos Montes Urais. Picos: Monte Everest 8.848 metros. Aconcágua 6.959 metros. Mackinley 6.194 metros. Quilimanjaro 5.895 metros. Citlaltépetl 5.700 metros. Monte Vinson 5.140 metros . Monte Branco 4.807 metros. Gunbijorn 3.700 metros. Neblina 2.995 metros. Kosciusko 2.230 metros. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.760 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 33.

Planaltos

Os planaltos são superfícies irregulares que podem apresentar formações variadas, como morros, serras e chapadas. Essas áreas sofrem mais a ação de agentes erosivos do que a ação de agentes de sedimentação.

As serras são formações que apresentam superfícies acidentadas com desníveis abruptos e altitudes medianas, as quais, em certos casos, podem chegar a .3000 metros.

As chapadas são formações com topo relativamente aplainado e escarpasglossário com grande declividade. Esse tipo de relevo muitas vezes é avizinhado por vales extensos, o que ressalta o aspecto de degrau que se projeta na paisagem.

Ilustração. Bloco diagrama com representação de uma superfície irregular, sendo a sua parte esquerda mais alta e coberta de verde e a direita mais baixa, com solo bege. Na inclinação rochosa que está entre a região mais alta e a mais baixa, há uma indicação de que esse tipo de formação é designado escarpa.
Representação artística para fins didáticos, sem escala. Fonte: suertegari, Dirce M. A. (organizador). Terra: feições ilustradas. Porto Alegre: u éfe érre gê ésse, 2003. página 107.
Fotografia. Em primeiro plano, paisagem predominantemente dominada por áreas verdes, com vegetação formada por árvores de diferentes tamanhos. Em segundo plano, há serras cobertas por vegetação em tons verde escuro.
Serra Geral no município de Urubici, Santa Catarina (2021).
Fotografia. Em primeiro plano, há um terreno coberto por vegetação densa e verde. Essa vegetação possui declives de ambos os lados, que levam às formações rochosas de planaltos que se localizam no segundo plano. Os planaltos estão tanto do lado direito como do esquerdo da fotografia e se estendem até o fundo da imagem. Os planaltos apresentam cobertura vegetal em suas superfícies e, por isso, possuem coloração verde nesta parte, enquanto as suas escarpas têm tons terrosos.
Vista da Chapada Diamantina em Mucugê, Bahia (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O reconhecimento das fórmas do relevo é essencial para que seja possível compreender seus processos de origem. Os conceitos de erosão e sedimentação serão aprofundados mais adiante neste Capítulo.

É interessante observar que as fórmas do relevo se apresentam de maneira heterogênea no planeta e através dos continentes. Para analisar essa característica, foi apresentado um planisfério altimétrico que, além de nomear as principais cadeias de montanhas do planeta, permite a leitura das altitudes intermediárias e mais rebaixadas do terreno.

Ao ler o mapa com os estudantes, é importante convidá-los a observar as informações e os itens que estão disponíveis, destacando a importância do título e da legenda do mapa, e a presença de linhas imaginárias de localização e da rosa dos ventos ou indicação do norte. No caso dos mapas altimétricos, também chamados de hipsométricos, é interessante apontar que, de modo geral, as cores mais escuras ou mais quentes representam as áreas mais elevadas do terreno, e que as cores mais claras ou mais frias representam as áreas mais rebaixadas do relevo.

Os planaltos são fórmas do relevo que sofrem por processos de desgaste e perda de materiais. Os morros, por exemplo, são fórmas de relevo com topos arredondados e altitudes variáveis, geralmente entre 300 e 900 metros.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Texto complementar

As fórmas do relevo

reticências A superfície da Terra caracteriza-se por elevações e depressões que constituem o relevo terrestre, cujas macroformas são descritas por denominações convencionais como depressões, planícies, planaltos e montanhas reticências.

Depressões: são terrenos situados abaixo do nível do mar (depressões absolutas: como o Mar Morto) ou abaixo do nível altimétrico das regiões adjacentes (depressões relativas: a depressão periférica paulista, por exemplo), que podem ter diferentes origens e fórmas.

Planícies: são terrenos baixos e planos, formados por acumulação de material, que podem ser de origem aluvial ou fluvial, marinha, lacustre, glacial, eólica.

Planaltos: são terrenos altos, variando de planos (chapadas) a ondulados (colinas, morretes e morros). Os planaltos típicos são sedimentares ou basálticos, mas existem os de estrutura dobrada (superfícies aplainadas, soerguidas e pouco reentalhadas).

Montanhas: são terrenos altos e fortemente ondulados.

FLORENZANO, Teresa G. Introdução à geomorfologia. In: Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. página 12-13.

Planícies

As áreas de planície geralmente apresentam superfícies pouco elevadas e sem grandes desníveis no terreno. Esse tipo de relevo está associado a processos de sedimentação, pois sua superfície é formada pela deposição de materiais provenientes da desagregação de rochas que constituem outras formações do relevo em patamares mais elevados.

Fotografia. Vista de um terreno plano, cujo solo apresenta tons terrosos. Nessa paisagem, há vegetação esparsa e de menor porte, composta por arbustos e árvores pequenas.
Vista de área de planície em Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).

Depressões

As depressões são formações de relevo com superfícies que apresentam altitudes inferiores às dos terrenos ao seu redor.

As áreas continentais com desníveis situados abaixo do nível do mar são classificadas como depressões absolutas. A mais conhecida delas é a depressão que compreende o mar Morto, no Oriente Médio. Sua superfície encontra-se cêrca de 400 metros abaixo do nível do mar. Outra área de depressão absoluta bastante conhecida está localizada nos Países Baixos.

Fotografia. Em primeiro plano, mar em tom verde escuro. Em segundo plano, praia com tendas e construções baixas, como prédios e área asfaltada onde se concentram algumas tendas. No terceiro plano, há escarpas de planaltos em tons alaranjados e marrons.
O mar Morto está situado em uma depressão absoluta. Fotografia de Israel (2021).

Já as depressões relativas estão situadas em um patamar de altitude mais baixo que o dos terrenos circundantes, mas acima do nível do mar. Esse é o caso da depressão Sertaneja, no Nordeste brasileiro.

DEPRESSÃO SERTANEJA

Gráfico. Nordeste: perfil do relevo. Gráfico representando um perfil topográfico de formas do relevo da Região Nordeste. O eixo vertical indica os intervalos das cotas de altitudes em metros: 0 (nível do mar), 1.000, 2.000 e 3.000. O início do perfil se encontra a aproximadamente 480 metros de altitude e atravessa a bacia do Rio Parnaíba. Em seguida,  o perfil do relevo varia em terras de altitudes entre 500 e 1.000 metros, até avançar ao longo da Depressão Sertaneja, que se encontra em terras de altitudes que variam entre 450 e 500 metros. Na sequência, ao longo do Planalto da Borborema, as altitudes são mais elevadas, chegando a aproximadamente 1.200 metros. Por fim, em direção ao litoral, as altitudes diminuem até atingir o nível do mar.
Representação para fins didáticos, sem escala. Fonte: Rós, Jurandir L. S. Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: êduspi, 2001. página 55.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As planícies são fórmas do relevo que tendem a receber sedimentos. Em comparação aos planaltos, as planícies são superfícies mais regulares, nas quais não se observam muitas variações da altitude do relevo.

As fotografias são um instrumento de estudo da Geo­grafia, e a leitura delas deve ser proposta para um melhor entendimento do conteúdo. Solicitar aos estudantes que observem as fotografias da Chapada Diamantina e da Serra Geral (na página 106) e a da vista de Aquidauana (nesta página) é importante para que as diferentes feições observadas em planaltos e planícies sejam compreendidas.

A formação das depressões pode estar relacionada aos processos endógenos ou exógenos, que serão trabalhados na sequência.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Perfis topográficos

Os perfis topográficos são representações gráficas traçadas com base em um córte vertical do relevo, que fornece um modelo da silhueta formada pela variação altimétrica. Além da altitude, esse tipo de representação é utilizado para identificar as fórmas de relevo, o grau de declividade em trechos do terreno e a extensão da rede de drenagem. Observe, na representação 1, a variação de altitude ao longo da linha entre os pontos A e B.

PERFIL TOPOGRÁFICO

Gráfico 1. Perfil Topográfico. Gráfico de linha representando um perfil ropográfico. À esquerda, altitudes em metros que variam de 0 a 50. No eixo horizontal, há indicação do ponto A, à esquerda, e do ponto B, à direita. Uma linha verde é traçada sobre o perfil, iniciando em 10 metros, alçando 42 metros, descendo aos 30 metros, subindo novamente, agora ultrapassando os 50 metros e, por fim, descendo para os 10 metros; essa configuração resulta em dois morros, o primeiro mais baixo e o segundo mais alto.

Antes de traçar um perfil topográfico é necessário analisar o mapa topográfico do trecho em estudo, que apresenta as curvas de nível da superfície, isto é, as linhas que representam a altimetria do relevo. No mapa topográfico, cada linha representa determinado patamar de altitude.

O segundo passo é traçar uma linha reta sobre as curvas de nível que desejamos transpor. Assim como um gráfico, o perfil do relevo terá um eixo horizontal e outro vertical. A linha que traçamos será representada pelo eixo horizontal do gráfico e as diferentes altitudes serão transpostas no eixo vertical, conforme mostra a representação 2.

CURVAS DE NÍVEL TRANSPOSTAS PARA O PERFIL

Representação 2. Curvas de nível transpostas para o perfil. Na parte inferior, há as mesmas informações que estavam na representação 1 de Perfil Topográfico. De alguns pontos do perfil, são traçadas linhas pontilhadas e verticais que formam as curvas de nível. Nas curvas de nível do exemplo, há uma linha de forma circular que engloba todas as partes do relevo que possuem pelo menos 10 metros de altitude. Dentro dessa curva de nível, há um circulo menor, que engloba todos os pontos do relevo que têm altitude superior ou igual a 20 metros. Dentro dessa última curva, há dois desenhos menores que representam terrenos mais altos, cuja altitude é maior ou igual a 30 metros. Dentro dos terrenos de 30 metros, há espaços que representam dois pontos com a altura de 40 metros de altitude e, dentro de um deles, há a representação do ponto mais alto desse relevo, de 50 metros de altitude. Assim como o perfil anterior, o perfil apresenta um eixo horizontal que liga os ponto A-B.
As curvas de nível de um mapa foram transpostas para um perfil topográfico que representa a altimetria de uma superfície do ponto A ao ponto B.

Fonte dos gráficos: ALMEIDA, Nadjacleia. Representação do relevo em carta topográfica. Universidade Federal da Paraíba. página12. Disponível em: https://oeds.link/6xeBO4. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Dessa fórma, é possível construir a visão frontal do relevo e reconhecer por meio dela as características de um terreno ou superfície. Essa representação pode auxiliar em diferentes atividades, como a construção de moradias, ruas, avenidas, túneis e viadutos.

  1. Descreva as principais características do relevo que podemos ver no perfil.
  2. Que dificuldades podem ser encontradas para a ocupação humana nesse tipo de relevo?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é fazer com que o estudante compreenda como são elaborados os perfis topográficos, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre. A compreensão do perfil topográfico permite melhorar a leitura dos mapas topográficos e das curvas de nível. Dessa maneira, amplia a capacidade de observar as características do relevo de uma parte da superfície terrestre.

O perfil topográfico é uma modalidade de representação do relevo, assim como o mapa hipsométrico (ou altimétrico), o bloco-diagrama e as curvas de nível.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Respostas

  1. Por meio da análise do perfil é possível perceber que o relevo apresenta duas elevações de topo estreito e base larga, ambas apresentando encostas inclinadas. O topo da primeira elevação se encontra a cêrca de 40 métros do nível do mar e o topo da segunda elevação se encontra a cêrca de 50 métros do nível do mar. As bases de ambas as elevações se encontram a 10 métros do nível do mar.
  2. A ocupação humana pode ser dificultada nesse tipo de relevo devido à inclinação das encostas.

Texto complementar

Perfis topográficos

Os perfis possuem inúmeras aplicações reticências: em locais destinados a implantação de obras, em rodovias, em ferrovias, em canais, etcétera. reticências.

A elaboração dos perfis necessita de dados planimétricos e altimétricos obtidos em campo reticências.

Concluídos os trabalhos de campo, no escritório realizam-se os cálculos estadimétricos determinando-se as distâncias e as alturas (cotas/altitudes) dos pontos levantados em campo. Na sequência são elaborados os perfis de cada irradiação, escolhendo-se adequadamente as escalas horizontal e vertical.

Os desenhos dos perfis reticências serão de grande utilidade por ocasião da elaboração da planta de pontos cotados e a planta de curvas de nível.

Muitas vezes utilizam-se os perfis para se conhecer a declividade do terreno na área de estudos. Para o cálculo da declividade deve-se levar em consideração se estamos utilizando um perfil natural ou realçado.

CORDINI, Jucilei. Altimetria: teoria e métodos visando a representação do relevo. Apostila do curso de Geologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. página 70-71. Disponível em: https://oeds.link/YOhNEy. Acesso em: 30 março 2022.

Transformação do relevo – agentes internos

As forças que atuam do interior para o exterior da Terra, modificando a superfície do planeta, são exercidas pelos agentes internos ou endógenos. Os principais agentes endógenos são os movimentos das placas tectônicas, que provocam fenômenos como o dobramento de camadas rochosas, as erupções vulcânicas e os terremotos. Esses fenômenos podem contribuir para alterar fórmas de relevo já existentes e dar origem a novas montanhas, escarpas e alguns tipos de vales e depressões.

No Capítulo 5 deste livro, estudamos os efeitos dos movimentos das placas tectônicas na configuração atual dos continentes, na expansão dos oceanos, nas erupções vulcânicas e na ocorrência de terremotos.

O choque entre duas placas tectônicas faz com que uma delas mergulhe sob a outra, provocando o dobramento de camadas rochosas na borda dessa placa, originando as cordilheiras, como a do Himalaia (na Ásia), a dos Andes e as Montanhas Rochosas (na América).

As depressões de origem tectônica resultam de falhamentos em camadas de rochas que constituem a superfície terrestre criados por forças de compressão e distensão geradas pela movimentação das placas tectônicas. Esse processo natural pode provocar o rebaixamento ou o soerguimentoglossário de blocos rochosos que se desprendem entre as linhas de falhamento, podendo formar, assim, depressões geralmente alongadas.

As erupções vulcânicas expelem a lava, que se solidifica e se transforma em rocha. O acúmulo de rochas em determinada localidade pode formar novas montanhas. Quando as montanhas vulcânicas crescem a partir do fundo oceânico e o topo delas ultrapassa a linha d’água, surgem novas ilhas.

Os terremotos podem contribuir para a transformação do relevo quando associados a eventos tectônicos de grande intensidade, que abrem fendas ou provocam o afundamento de trechos da superfície terrestre ou ainda o desprendimento de rochas em formações escarpadas do relevo.

FORMAÇÃO DO HIMALAIA

Ilustração. Formação do Himalaia. Sequência de 3 blocos diagramas mostrando a formação do Himalaia. Ilustração 1: na superfície, cadeia montanhosa à direita e oceano ao centro; no subterrâneo, placa Indiana, à esquerda, entrando por baixo da placa Euro-Asiática, à direita. Setas vermelhas indicam o movimento das placas e na área de atrito entre ela, há magma próximo à superfície na altura da cordilheira. Ilustração 2: segunda ilustração, mantem-se uma seta vermelha na superfície da Placa Tectônica Indiana no sentido da esquerda para a direita, indicando que a Placa se move em direção à Placa Euro-Asiática. Nesta figura, o mar não está mais no meio das duas placas tectônicas, mas foi deslocado para o canto superior esquerdo. Agora, a compressão entre as duas placas tectônicas geram novas formações montanhosas que se concentram no centro da figura, onde antes estava o mar. Ilustração 3: Na terceira imagem da série, o mar ocupa a maior parte do canto superior esquerdo, indicando que as terras da Placa Indiana avançaram ainda mais sobre a Placa Euro-Asiática. Há uma seta vermelha na superfície que indica que continua o movimento da Placa Indiana no sentido da esquerda para a direita. Nessa figura, há uma cadeia de montanhas maior do que na segunda imagem, demonstrando que o choque entre as placas foi capaz de gerar uma cordilheira. Nas camadas abaixo da superfície ainda há a seta na diagonal indicando que a placa Indiana está ainda mais curva e a Placa Euro-Asiática está soerguida. Há, ainda, uma quarta ilustração da série, mostrando a distribuição de terras continentais, sendo duas delas a Eurásia e a Índia. Há uma seta que indica que a Índia se move em direção à Eurásia.
Quando duas placas tectônicas se chocam, a extremidade de uma delas pode ser “engolida” pelo manto, enquanto a outra sofre dobramento e dá origem a montanhas. Representações artísticas para fins didáticos, sem escala. Fonte: PLANETA Terra. Rio de Janeiro: Abril: Time Life, 1996. página 35-36. (Coleção Ciência e Natureza).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Destaque que a Terra passa continuamente por mudanças, provocadas por ações naturais e antrópicas.

O relevo do planeta também é dinâmico. Diferentes fenômenos atuam constantemente na formação e na transformação de algumas estruturas do relevo terrestre. Entre os fenômenos que atuam nesse processo estão os agentes internos ou endógenos, fortemente relacionados à ação das placas tectônicas e do magma terrestre.

Caso os estudantes apresentem dificuldade na compreensão do conteúdo, sugerimos uma retomada dos conteúdos centrais da Unidade dois deste Volume, que trabalha aspectos da formação da Terra, da teoria da deriva continental e da tectônica de placas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

O ciclo das rochas

A crosta terrestre é constituída essencialmente de rochas. reticências De acordo com sua origem, distinguem-se três grandes grupos, tais como: rochas magmáticas ou ígneas, rochas sedimentares e rochas metamórficas.

Rochas magmáticas ou ígneas – provêm da consolidação do magma e são, por isso, de origem primária. Delas se derivam por processos vários as rochas sedimentares e metamórficas. reticências

Rochas sedimentares – as rochas sedimentares no senso estrito são aquelas formadas a partir do material originado da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha, material este que deverá ser transportado e posteriormente depositado ou precipitado em um dos muitos ambientes de sedimentação da superfície do globo terrestre. reticências

Rochas metamórficas – tanto as rochas magmáticas como as sedimentares podem ser levadas por processos geológicos a condições diferentes daquelas nas quais se formou a rocha. reticências Estas rochas sofrem então transformações sob ação destas novas condições de temperatura, pressão reticências.

leins, Viktor; AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. décima quarta edição revista São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003. página 40-49.

CICLO DAS ROCHAS

Ilustração. Ciclo das rochas. Esquema evidenciando um corte do relevo, mostrando uma parte na superfície e outra no subsolo. Na superfície, há rochas, vulcão e áreas planas e elevadas. No subsolo, há magma e diferentes tipos de rochas. O esquema liga por meio de textos e setas as informações, de modo a explicar como ocorre o ciclo das rochas. Do magma, saem duas setas que indicam diferentes modos de formação de rochas: 1. Rochas Ígneas intrusivas, que surgem da introdução de magma na crosta terrestre e transformação em cristal de rocha, causando soerguimento e exposição; 2. Rochas ígneas vulcânicas, resultantes do vulcanismo e da solidificação de rochas. A partir desses dois tipos de formação, o ciclo segue para as seguintes etapas: intemperismo, erosão, sedimentos, decomposição de modificação dos sedimentos, rochas sedimentares, alteração das rochas, rochas metamórficas e transição do sólido para o líquido. O esquema evidencia que rochas vulcânicas e intrusivas causam alteração das rochas e, portanto, influenciam na formação das metamórficas. Além disso, mostra que as rochas sedimentares também estão associadas a soerguimentos e exposição, como ocorre a partir de rochas intrusivas.
Fonte: LOPES, Osvaldo R.; CARNEIRO, Celso Dal Ré. O jogo “Ciclo das rochas” para o ensino de Geociências. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, volume 39, número 1, página 30-41, março 2009. Disponível em: https://oeds.link/IloOU7. Acesso em: 12 abril 2022. A ação de agentes internos, como o vulcanismo, o atrito entre placas tectônicas, dobramentos e soerguimentos rochosos, e de agentes externos, como o intemperismo, a erosão e a sedimentação, altera a crosta terrestre. Em meio a esse processo, as rochas estão em constante transformação, como demonstra a ilustração. Representação artística para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O ciclo das rochas é uma evidência do caráter dinâmico da litosfera terrestre e basicamente descreve as transformações sofridas pelas rochas ao longo do tempo geológico, inter-relacionando os três tipos de rochas: sedimentares, metamórficas e ígneas (intrusivas ou vulcânicas).

O ciclo das rochas depende de uma relação entre os agentes endógenos e exógenos de formação e transformação do relevo.

Os agentes endógenos são fundamentais na medida em que deles depende o movimento das placas tectônicas, que pela subducção levam algumas rochas a se aproximar novamente de zonas sob alta pressão e alta temperatura, permitindo a formação das rochas metamórficas e a reciclagem do material rochoso para sua fórma líquida ou pastosa. Ainda aos agentes endógenos se ligam a ação magmática na formação de vesículas ou bolsões, que dão origem às rochas ígneas intrusivas, e o derramamento de lava, que gera as rochas ígneas vulcânicas ou extrusivas.

Os agentes exógenos (apresentados na página seguinte) de formação do relevo são elementares ao ciclo das rochas na medida em que as transformam por meio de processos físicos e ou ouquímicos. Nesse sentido, a ação da água em diferentes estados e dos ventos garante o desgaste das rochas e o transporte dos sedimentos e fragmentos, possibilitando o surgimento de rochas sedimentares e, por desdobramento, de parte das rochas metamórficas.

Nas páginas seguintes, o conceito de erosão será trabalhado de maneira detalhada.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Texto complementar

O motor do Ciclo das Rochas

As rochas dos continentes e dos fundos dos oceanos constituem registros das transformações relacionadas ao Ciclo das Rochas, que funciona desde os primórdios da história geológica da Terra, e acompanham a evolução do planeta. Para entender qual é o motor que realiza as transformações, é preciso tratar das fontes de energia dos processos terrestres.

As fontes são, essencialmente, três: a energia proveniente do Sol, a energia (calor) proveniente do interior do planeta e a gravidade. O ciclo envolve, pois, as três fontes de energia mencionadas.

Os materiais terrestres estão continuamente sob a ação de um ou mais agentes que provocam desequilíbrios. As transformações, por sua vez, representam respostas a fluxos de energia na Terra. Se por um lado é bem aceita a constatação de que o Sol constitui a fonte primária de energia dos processos intempéricos, erosivos e de sedimentação, o reconhecimento da fonte dos processos internos do planeta não foi uma tarefa assim tão simples reticências.

A relação dinâmica entre os agentes e as configurações da parte mais externa do planeta, interligadas naturalmente à Tectônica Global, constitui o motor do Ciclo das Rochas.

CARNEIRO, C. D. R.; GONÇALVES, P. W.; LOPES, O. R. O Ciclo das Rochas na natureza. Terra e Didática, volume 5, número 1, página 50-62, 2009. Disponível em: https://oeds.link/0SOK5O. Acesso em: 30 março 2022.

Transformação do relevo – agentes externos

Os fenômenos químicos, físicos e biológicos que ocorrem na crosta terrestre influenciam os processos de transformação das rochas que a constituem, interagindo com os agentes internos e remodelando as fórmas de relevo. Os fenômenos que atuam na parte externa da crosta terrestre são gerados pelos chamados agentes externos ou exógenos, que incluem a fórça dos ventos e das águas, a ação de seres vivos, as reações químicas e a variação da temperatura ambiente. O processo de alteração das rochas e do solo pela ação dos vários agentes externos denomina-se intemperismo.

Os agentes externos do relevo também são responsáveis pela erosão, processo que promove a retirada e o transporte dos sedimentos formados pela decomposição das rochas que sofrem intemperismo. A erosão atua no deslocamento de materiais de uma área para outra, contribuindo para alterar o relevo tanto das formações que perdem sedimentos como daquelas onde eles se acumulam gerando a sedimentação.

O clima é um dos fatores que mais influenciam a ação dos agentes externos do relevo. Em regiões de clima desértico, por exemplo, a variação da temperatura e os ventos são mais atuantes que a água. Em regiões quentes e úmidas, a ação da água em estado líquido, as reações químicas e os processos biológicos exercem grande impacto sobre o intemperismo. Já em regiões frias, com a ocorrência de neve, a ação do gelo sobressai.

A formação do solo é produto da ação dos agentes externos, que desencadeiam processos físicos, químicos e biológicos atuantes na decomposição das rochas. Envolve, ainda, a adição de matéria orgânica nos sedimentos de origem mineral desprendidos das rochas e a interação contínua com diferentes espécies de seres vivos.

DECOMPOSIÇÃO DA ROCHA E FORMAÇÃO DO SOLO

Ilustração. Decomposição da rocha e formação do Solo. O esquema apresenta quatro figuras em formato retangular, sendo a base mais estreita e a altura maior. Abaixo dessas figuras há uma seta azul que se estende desde a primeira ilustração até a última, da esquerda para a direita, que representa a passagem do tempo. A primeira figura da esquerda para a direita é chamada de 'Rocha recém exposta', e é preenchida integralmente por uma textura de cor cinza. Ao seu lado direito há um colchete evidenciando que a rocha ocupa toda a representação; A segunda figura da esquerda para a direita é designada 'Solo jovem'. Em seu topo, há a formação de uma cobertura vegetal de pequeno porte, com grama e plantas pequenas. Abaixo dessa cobertura, há uma pequena porção de terra que ocupa a parte mais alta da figura. Nessa parte, há um círculo que mostra detalhes mais próximos, com destaque para a vegetação e as suas raízes que se desenvolvem na terra. Abaixo delas, misturam-se terra e algumas rochas menores e, mais abaixo, repete-se a textura rochosa e cinza que ocupa a maior parte da figura. Ao lado direito da segunda figura, há uma indicação em formato de colchete que indica que a rocha acaba na parte em que a terra se mistura com pequenas rochas; A terceira figura da esquerda para a direita é designada 'Solo raso'. O topo dessa figura apresenta vegetação um pouco maior em relação à segunda figura, contendo um arbusto. A parte ocupada integralmente por terra se expande, mas não chega à metade da figura, que ainda é ocupada pela mistura de rochas e terra. A metade inferior desse solo é quase integralmente ocupado por rochas e resíduos maiores de rocha; Na quarta imagem, há a representação de um Solo maduro, cujo topo é ocupado por vegetação de grande porte. Há um círculo que demonstra um detalhe amplificado da imagem, revelando as raízes maiores dessas plantas. Metade da quarta figura é ocupada integralmente por solo, sendo a outra metade ocupada pela mistura de solo e pequenos fragmentos de rocha e de uma pequena parte de rocha. O pequeno colchete que está à direita e na parte inferior da figura indica que apenas uma pequena parte pode ser considerada rocha.
Fonte: fônt altaba, M.; sãn miguél arríbas, A. Atlas de geologia. Rio de Janeiro: Ibero-Americano, 1980. página E-1. Representação artística para fins didáticos.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os processos exógenos de transformação do relevo estão, direta ou indiretamente, relacionados à radiação solar, que fornece energia para o ciclo da água e para a formação dos ventos. Esses processos são reconhecidos por sua ação de esculturação do relevo. “As fórmas do relevo terrestre podem ser vistas como uma vasta peça de escultura, cujo escultor é a atmosfera, com seus diversos tipos climáticos, e o subsolo é sua matéria-prima.” (Rós, Jurandyr. Os fundamentos da Geografia da natureza. In: Geografia do Brasil. quinta edição São Paulo: êduspi, 2011. página 42.)

A relação entre a decomposição das rochas e a formação do solo não é óbvia. Os solos carregam traços de similaridade de composição mineral com as rochas das quais se originam e também possuem características relacionadas ao processo de decomposição pelo qual essas rochas passaram, tornando-as distintas pela sua riqueza em minerais, capacidade de absorção de água, profundidade etcétera.

A fertilidade dos solos se relaciona à quantidade de matéria orgânica encontrada neles, principalmente em suas camadas mais superficiais, característica relacionada ao desenvolvimento da vida e ao ritmo de chuvas de uma região.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

A erosão

Existem diversos tipos de erosão, causados por diferentes agentes externos.

As águas correntes dos rios causam a chamada erosão fluvial. Por esse processo, as águas desgastam e modelam as rochas e transportam esse material particulado rio abaixo, depositando-o ao longo do curso, onde ocorrem os processos de sedimentação.

A erosão pluvial é realizada pelas águas das chuvas, que atuam na desagregação da rocha e no transporte e deposição dos sedimentos.

A erosão glacial ocorre em regiões de clima frio e temperado, onde o gelo acumulado pode deslizar pela declividade do relevo carregando detritos de rocha, que promovem o desgaste da superfície com a fôrça de fricção.

A transformação das rochas pela ação do vento é chamada de erosão eólica. O vento em si tem baixa capacidade de alterar o relevo, mas o atrito gerado pelo impacto das partículas de areia e de outros sedimentos que carrega promove importante desgaste em superfícies rochosas com o passar do tempo. O vento também modifica o relevo ao formar e movimentar dunas em áreas de deposição de areia.

A erosão marinha é causada pela fôrça da água dos mares, que modifica o relevo litorâneo, desgastando paredes rochosas e formando sedimentos. As correntes marinhas movimentam e depositam os sedimentos na zona costeira, formando as praias.

O movimento das correntes marinhas paralelas à costa pode dar origem às restingas, que são depósitos alongados de areia.

A erosão antrópica é causada pelos seres humanos. Para construir edificações e para produzir alimentos e mercadorias em geral, a ação direta ou indireta dos seres humanos promove o deslocamento de sedimentos e a consequente modificação da superfície terrestre.

TIPOS DE EROSÃO

Ilustração. Tipos de Erosão. Bloco-diagrama que apresenta uma paisagem com diferentes formas de relevos, regiões urbanizadas e outras com vegetação conservada. À esquerda, há uma cadeia de montanhas de coloração verde e com o topo branco, representando neve; ao lado, o texto explicativo: Erosão glacial. Mais à esquerda da imagem, há um extenso rio com a nascente próxima às montanhas. Nas margens desse rio, há um solo terroso e várias árvores; ao lado do rio, há a informação de que essa é uma representação da erosão fluvial. Na parte mais à direita, observa-se que esse rio deságua no mar e, mais acima, é possível observar a formação de uma pequena praia, cercada por paredões rochosos. Ao lado dessas rochas, há a informação de que essa é uma representação da Erosão marinha. Próximo à praia, há um planalto da cor marrom, com algumas formações rochosas cujo topo tem uma base plana com algumas rochas aparentes. Nessa parte, está indicado que se trata de um exemplo de Erosão Na parte direita da ilustração, há nuvens de chuva que atingem uma encosta de cor terrosa e que está à margem de um pequeno rio. Nessa parte, há a indicação de que se trata de uma erosão pluvial. Ocupando grande parte da parte direita, há a representação de uma área com muitas construções, configurando uma cidade, representada na imagem como erosão antrópica.
Elaborado com base em: GUERRA, Antônio T.; GUERRA, Antonio José T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. décima primeira edição Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A erosão pode ser um processo natural ou antrópico. Essa informação deve ser esclarecida ao se estudar a temática.

A erosão não é necessariamente negativa ao ambiente, já que é parte da dinâmica natural de transformação dos relevos e de formação dos solos. É pertinente comentar que a erosão natural não destrói elementos naturais; antes, permite a evolução do relevo e a composição de novos elementos naturais.

A erosão antrópica, no entanto, avança em velocidade acelerada em relação aos ritmos naturais. A remoção da vegetação original, as práticas de extração mineral e a terraplanagem são exemplos de ações antrópicas que expõem parcelas de solos e de rochas à ação atmosférica em um ritmo acelerado, aumentando a intensidade da ação dos agentes naturais e causando desequilíbrios.

A leitura coletiva do bloco-diagrama pode reforçar e ilustrar os conteúdos estudados.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

A ação físico-química dos processos exógenos

Os processos exógenos dividem-se em físicos e químicos. A alteração das rochas passa pela ação física e química, denominada intemperismo ou meteorização. A meteorização física das rochas se efetua através da fragmentação progressiva das rochas que estão mais expostas à superfície e à ação dos agentes atmosféricos. Diáclases e fraturas ocorrem tanto nas rochas de áreas frias, quentes e secas quanto nas quentes e úmidas. As linhas de fraqueza são produzidas pela variação térmica da atmosfera, que faz dilatar e contrair os minerais que compõem a massa rochosa, levando-os à fadiga e ao fraturamento; podem ser também produzidas pela descompressão da massa rochosa mais próxima da superfície. Nas áreas frias, a ação do gelo em fraturas e poros das rochas também leva à sua fragmentação progressiva. A presença de raízes nos interstícios e fraturas das rochas também contribui para os processos desagregadores destas.

A meteorização química se processa através da reação química da água das chuvas, que se infiltra no solo, com os minerais das rochas. A ação química da água sobre os minerais primários da rocha os transforma em minerais secundários – os feldspatos tornam-se minerais de argilas, por exemplo. Com isso, ao mesmo tempo que muda a natureza físico-química da rocha, a ação química da água também altera a fórma do relevo.

Rós, Jurandyr L. S. (organizador). Geografia do Brasil. quarta edição São Paulo: êduspi, 2001. página 42-44.

O relevo e as ações antrópicas

As atividades humanas podem acentuar a intensidade dos processos erosivos, acelerando a alteração dos solos e da modelagem do relevo.

Uma das atividades humanas que amplificam os efeitos da erosão é a retirada da cobertura de vegetação natural para a prática agrícola ou a construção de casas. Esse tipo de intervenção é ainda mais grave em superfícies com declividade acentuada. O desmatamento aumenta a instabilidade do solo, favorecendo a degradação de terras agrícolas e o desmoronamento de encostas. Por isso, a construção de moradias em declividades desmatadas sem procedimentos técnicos rigorosos pode submeter a população a grandes riscos de deslizamentos de terra durante os períodos chuvosos, eventos com grande histórico de tragédias no Brasil.

Por sua vez, a remoção das matas ciliares, que ocupam a margem de rios, córregos e lagos, pode provocar acúmulo excessivo de sedimentos nos corpos d’águaglossário , fenômeno conhecido por assoreamento. Os impactos do assoreamento podem alterar o curso dos rios ou até mesmo bloquear sua vazão, prejudicando o ecossistema aquático.

As margens de um curso d’água compõem as várzeas ou planícies de inundação. São áreas que permanecem alagadas naturalmente durante o período das cheias. A construção de moradias, ruas e avenidas em planícies de inundação é uma fórma de ocupação indevida do meio natural. Soma-se ao problema a impermeabilização do solo com asfalto e concreto, restringindo a infiltração da água das chuvas, que escorre rapidamente para os cursos d’água, cuja saturação provoca transbordamentos em direção às áreas urbanizadas e, assim, muitos transtornos à população em virtude da ocorrência de enchentes e alagamentos.

Fotografia. Vista de uma terra seca em tons de marrom claro e verde. No centro há a passagem de um rio com pouco volume de água e uma material semelhante à areia em uma das margens. Ao fundo, algumas árvores e vegetação baixa. Acima, o céu com nuvens.
Rio assoreado em Presidente Prudente, São Paulo (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ao trabalhar o conteúdo, é importante ressaltar que os agentes naturais que formam e transformam o relevo o fazem na escala geológica de tempo, mas, também, podem ocorrer transformações abruptas em eventos naturais, como vulcões, terremotos e chuvas intensas.

A ação humana pode mudar diversas características naturais do relevo em uma escala de tempo bem mais curta.

A remoção da vegetação, principalmente das matas ciliares, deixa o solo desprotegido e, por isso, mais suscetível à ação erosiva das águas. Dessa maneira, a remoção da vegetação se associa à intensificação da erosão, que por fim se associa ao assoreamento.

Atividade complementar

Alterações antrópicas do relevo do bairro

Convide os estudantes a conversar sobre as alterações antrópicas impostas ao relevo no bairro ou comunidade onde está situada a escola. Em um primeiro momento, é possível que eles tenham dificuldades para identificar as alterações, principalmente em bairros mais urbanizados. Medeie a discussão chamando atenção para as regiões de terraplanagem para o cultivo ou para a construção, a canalização de rios e a alteração das áreas de alagamento, os cortes executados para a construção de ruas e avenidas, a existência de túneis etcétera.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

As falésias e as garrafas de areia do Ceará

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

As falésias, fórmas de relevo em escarpa típicas do litoral, são esculpidas pela ação erosiva do mar. Com o tempo, as ondas vão desgastando as encostas, transportando parte da areia para o leito oceânico e depositando outra parte na faixa de praia, entre as falésias e o mar.

Foi utilizando a areia recolhida das falésias que teve início em Aracati (Ceará) uma importante atividade que se espalhou por todo o Nordeste do país: a ciclogravura – artesanato feito com areia colorida em garrafas de vidro. Estima-se que essa atividade tenha começado na década de 1940.

No início, os desenhos reproduziam fórmas geométricas simples, e os artesãos utilizavam palitos de coqueiro e funis de folha de mamona como ferramentas. Com o passar do tempo, as técnicas foram aprimoradas com a utilização de espátulas e a aplicação de mais cores na areia. Os desenhos ganharam múltiplas fórmas, como paisagens típicas da região e temas religiosos.

Atualmente, essa atividade é importante para o desenvolvimento econômico da região e garante o sustento de dezenas de artesãos. Embora as garrafinhas de areia sejam exportadas para diversos países, os artesãos ainda lutam pela valorização de seu trabalho no território nacional.

Por se tratar de uma atividade extrativa, há o risco de degradação ambiental, uma vez que a retirada da areia das falésias pode acelerar os processos erosivos, aumentando o risco de desmoronamentos. Algumas cooperativas do Ceará deixaram de usar as areias coloridas das falésias e passaram a tingir areia branca convencional para ampliar o artesanato local e preservar o relevo.

Fotografia 1. Vista do mar e de uma praia, à esquerda, e de um terreno elevado, irregular e em tons de marrom, à direita.
Na fotografia 1, falésias da praia de Canoa Quebrada, em Aracati, Ceará (2020).
Fotografia 2. Um homem usa roupa cinza e boné. Ele está sentado e, à sua frente, há uma mesa com diversos potes de tamanhos diferentes. Fotografia 3. Uma garrafa transparente com desenhos coloridos feitos de areia formam uma praia e um coqueiro.
Nas fotografias 2 e 3, produção artesanal de garrafas com desenhos feitos com areia em Beberibe, Ceará (2018).
  1. Qual é a importância da areia das falésias para o artesanato do Ceará?
  2. Caso o artesanato continue utilizando a areia das falésias, o que poderá ocorrer à estrutura do relevo? Explique como isso afetaria o trabalho dos artesãos e sugira medidas que podem ser tomadas para dar continuidade ao artesanato da região.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante debater a temática apresentada valorizando tanto a prática artesanal da comunidade de Aracati quanto a necessidade da preservação ambiental. Incentive os estudantes a buscar outras alternativas que permitam a prática artesanal protegendo as falésias.

O conteúdo desta seção trabalha com o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Observação

Este conteúdo possibilita uma análise das relações da sociedade com a natureza considerando aspectos específicos de ambas em dado lugar, desenvolvendo aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Respostas

  1. A areia das falésias fornece para os artesãos cearenses matéria-prima para a fabricação das garrafas de areia colorida.
  2. A retirada da areia das falésias em grandes quantidades pode acelerar o processo erosivo, aumentando o risco de desmoronamentos. Além de comprometer a matéria-prima dos artesãos, a erosão das falésias poderia provocar outras alterações no ambiente. Como alternativa para dar continuidade ao artesanato da região, as cooperativas de artesãos podem passar a tingir areia branca convencional para preservar o relevo natural.

Texto complementar

A evolução dinâmica das falésias

O termo falésia, em linhas gerais, é um conceito morfológico que denota uma vertente escarpada reticências.

Desta fórma, constata-se que há uma grande variedade de perfis de falésias encontrados na natureza, refletindo um grande número de fatores envolvidos no desenvolvimento das mesmas. Estes fatores incluem processos marinhos, processos subaéreos (intemperismo, movimentos de massa, escoamento), tipo de rocha (litologia e estrutura) e história do nível do mar reticências.

Os processos continentais e oceanográficos que afetam as costas rochosas incluem erosão mecânica das ondas, intemperismo físico e químico, bioerosão e movimentos de massa. Estes diferentes processos frequentemente ocorrem concomitantemente e um dos principais problemas associados ao entendimento da morfodinâmica é o de se determinar a importância relativa destes processos, sendo que o papel relativo dos processos marinhos e subaéreos pode variar com o tempo e consequentemente a morfologia da falésia pode mudar de acordo com estas variações.

FURLAN, Adriana. Falésias na formação Barreiras: análise regional e proposta tipológica. 2014. Tese (Doutorado em Geografia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. página 98.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Indique a fórma de relevo à qual cada definição a seguir se refere. Para isso, consulte a ilustração Principais fórmas de relevo”, reproduzida anteriormente.
    1. Superfícies em que os agentes de erosão predominam em relação à sedimentação.
    2. Apresentam superfície mais baixa que a dos terrenos ao seu redor.
    3. São as fórmas de relevo de maior altitude.
    4. São áreas de deposição de sedimentos.
  2. Cite algumas das principais características dos planaltos.
  3. Explique o que são planícies e o que são depressões.
  4. Observe as duas imagens e descreva o tipo de erosão predominante em cada uma das paisagens.
Fotografia A. Uma rua asfaltada com um carro, ao centro. À direita, uma duna de areia em tons claros, muito próxima à estrada. À esquerda, casas e árvores. Ao fundo, morros com vegetação verde.
Dunas invadem rodovia em Garopaba, Santa Catarina (2021).
Fotografia B. Um rio ao centro, cercado por terrenos mais elevados em ambos os lados. A encosta dessas áreas elevadas apresenta tons de marrom e bege, enquanto na área plana há predomínio de verde, já que encoberta por vegetação baixa. Céu com poucas nuvens ao fundo.
Cânion do rio São Francisco, Paulo Afonso, Bahia (2021).
  1. Faça uma pesquisa em livros, revistas ou na internet e responda:
    1. Qual é a altitude média do lugar onde você mora?
    2. Qual é a fórma de relevo que mais se destaca nesse lugar?
  2. Qual é a fórma de relevo brasileiro que a fotografia a seguir retrata? Escreva no caderno uma pequena descrição dessa fórma de relevo.
Fotografia. Em primeiro plano e ocupando a maior parte da imagem, vegetação densa com diversas árvores e poucas construções baixas. Em segundo plano, extensão de uma área de planalto recoberta por vegetação rasteira e escarpas em tons de bege e marrom.
Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Mato Grosso (2021).

7. Leia o texto e resolva as questões a seguir.

O intemperismo e a erosão

Intemperismo

Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra. É um processo importante porque é o início de um processo maior que continua com a erosão e a deposição do material por ele formado, com a posterior diagênese, que leva à formação das rochas sedimentares.

reticências

Erosão

Erosão é o conjunto de processos que promovem a retirada e transporte do material produzido pelo intemperismo, ocasionando o desgaste do relevo. Seus principais agentes são a água, o vento e o gelo.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividades 1, 2, 3, 5 e 6)
  • ê éfe zero seis gê ê um zero (atividades 4, 8 e 9)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 4, 8 e 9)

Respostas

1. a. Planalto; b. Depressão; c. Montanha; d. Planície.

  1. Serras, chapadas e morros.
  2. Planícies são áreas pouco elevadas e sem grandes variações altimétricas no terreno. Depressões são fórmas de relevo mais baixas que os terrenos ao redor e podem ser absolutas ou relativas. As depressões absolutas estão abaixo do nível do mar, e as depressões relativas, em um nível mais baixo que o dos terrenos ao redor.
  3. Fotografia A: erosão eólica; fotografia B: erosão fluvial.
  4. Respostas pessoais. A atividade possibilita desenvolver a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.
  5. A fórma de relevo é um planalto com escarpa e topo plano. Em geral, está acima dos 600 metros de altitude e tem camadas de arenito.

O material transportado recebe o nome de sedimento e vai dar origem aos depósitos sedimentares que, através da diagênese, transformam-se em rochas sedimentares. Chama-se de diagênese um conjunto de transformações que, em resumo, consistem em compactação e cimentação dos sedimentos, dando-lhes a consistência de uma rocha.

BRANCO, Pércio. O Intemperismo e a Erosão. Serviço Geológico do Brasil, 18agosto 2014. Disponível em: https://oeds.link/vRLX5z. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. Explique o conceito de intemperismo e esclareça por que ele integra um “processo maior”, segundo o texto.
  2. Por que o processo de erosão complementa o de intemperismo?
  3. Como as rochas sedimentares são formadas por meio do fenômeno conhecido por diagênese?

8. As praias são locais de intensa erosão e modificação do relevo. Leia o trecho de notícia e observe a fotografia.

Erosão assusta e atrai curiosos na Praia do Riacho, em Guarapari

À medida que a erosão avança na Praia do Riacho, tanto na direção do mar quanto na extensão da orla, mais pessoas visitam o local. Muitos parecem não acreditar no que veem. abre colchetereticênciasfecha colchete“O mar está levando tudo. É a natureza tentando se recuperar de tantas intervenções, da ação do homem. Não sei se um muro irá resolver”, destacou Rodrigo Manso, autônomo.

A erosão já foi muito além da região próxima ao edifício Seaport, onde a rua não existe mais, destruindo parte do calçamento e trechos da ciclovia.

BRASIL, Carolina. Erosão assusta e atrai curiosos na Praia do Riacho, em Guarapari. Folha Vitória, Vitória, 18 abril 2018. Disponível em: https://oeds.link/xA9JP3. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Fotografia. Vista de um mar e de faixa de areia, à esquerda. A areia se estende até uma estrada por onde passam alguns carros, que está à direita. No ponto de contato entre a areia e o asfalto há rochas laranjas fragmentadas e expostas. À direita, há árvores.
Erosão marinha atinge rodovia em Guarapari, Espírito Santo (2019).
  1. Como a erosão está relacionada ao processo de sedimentação?
  2. Como ocorre a erosão marinha? Como ela contribui para a formação das praias?
  3. De acordo com o fragmento de notícia, qual é o problema provocado pela erosão marinha na Praia do Riacho?
  4. Em sua opinião, o que pode ser feito para evitar que os estragos retratados na fotografia continuem se agravando?

9. Observe a imagem e descreva o problema enfrentado pela população que vive no local retratado. Em seguida, converse com os colegas sobre medidas que poderiam reduzir a ocorrência desse tipo problema.

Fotografia. Ao fundo, diversas casas construídas na superfície de um morro, algumas construídas na beirada. Ocupando a maior parte da imagem, aparece a terra do morro cedendo, formando um grande buraco e algumas áreas com vegetação.
Bairro na cidade de Franco da Rocha, São Paulo (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Respostas (continuação)

    1. O intemperismo corresponde ao conjunto de alterações que ocorrem nas rochas expostas na superfície da Terra. Ele faz parte de um “processo maior” porque gera os materiais (sedimentos) que depois serão transportados por meio da erosão.
    2. Porque a erosão é responsável pela retirada e pelo transporte dos materiais (sedimentos) resultantes do intemperismo.
    3. As rochas sedimentares são formadas pela deposição dos sedimentos, que passam por compactação e cimentação.
    1. Após a erosão e o transporte do material desgastado, ocorre o processo de sedimentação, isto é, a deposição desse material em outro local.
    2. A erosão marinha é causada pela fôrça da água dos mares, que modifica o relevo nos litorais, destruindo as paredes de rochas e formando sedimentos. As correntes marinhas movimentam os sedimentos, somados aos provenientes do continente, e os depositam na zona costeira, formando as praias.
    3. A erosão marinha vem contribuindo para a destruição dos elementos construídos pelo ser humano na orla da Praia do Riacho.
    4. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a realização de obras de contenção para diminuir os processos erosivos na rodovia e os impactos da ação marinha.
  1. A população do local enfrenta a destruição de suas moradias em decorrência dos deslizamentos de terras, provocados pelas fortes chuvas. Para solucionar o problema, os estudantes podem citar a assistência às pessoas que ocupam essas áreas para proporcionar condições seguras e minimizar as condições de risco por meio de obras de infraestrutura ou promover a realocação adequada dessas pessoas.

Observação

As atividades permitem aos estudantes descrever o processo de formação dos solos e identificar suas diferentes fórmas de uso. Além disso, eles deverão, de maneira geral, estabelecer relações entre os elementos naturais, isto é, relevo, solos e clima.

CAPÍTULO 10  A água e a hidrografia

Neste Capítulo, você vai estudar os recursos hidrográficos que se encontram nos continentes, entre eles os rios, as águas subterrâneas, os lagos e as geleiras. Você também terá a oportunidade de aprender sobre a disponibilidade e as fórmas de aproveitamento da água doce no mundo.

A água está constantemente passando de um estado físico para outro: sólido, líquido e gasoso. Ao conjunto de fenômenos que geram a constante transformação e circulação da água damos o nome de ciclo da água ou ciclo hidrológico.

O CICLO DA ÁGUA

Ilustração. O Ciclo da Água. Bloco-diagrama que representa, na superfície, uma região com montanhas, nuvens, rios cortando uma extensa área de planície, vegetação e mar. Na parte subterrânea, estão representadas três camadas de rocha sendo que entre elas, em uma pequena faixa, há água acumulada. Sobre a ilustração, textos, palavras e setas explicam as etapas que forma o ciclo da água. 1. O calor irradiado pelo Sol provoca a evaporação de parte das águas dos oceanos, mares, rios e lagos. 2. Ao atingir altas camadas da atmosfera, o vapor de água se condensa em gotículas que formam as nuvens. Quando as nuvens ficam carregadas, a água precipita em direção ao solo na forma de chuva ou neve. 3. Parte das chuvas cai sobre os oceanos e mares. Outra parte atinge os continentes, podendo infiltrar no solo e abastecer os lençóis subterrâneos. 4. Parte da água que infiltrou no solo pode ser absorvida pelas plantas, que depois a devolvem à atmosfera por meio da transpiração. 5. A água da chuva também escoa sobre o solo e abastece os rios, que deságuam em mares e oceanos, reiniciando o ciclo.
Elaborado com base em dados obtidos em: AMARAL, Vêber et al. Como cuidar da nossa água. São Paulo: bei, 2003. página 54-55; prés, frênqui et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2006. página 255-259. A água na atmosfera e na superfície terrestre está em constante circulação e mudança de estado físico. Ilustração artística para fins didáticos, sem escala.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

O Capítulo trabalha a dinâmica da hidrosfera, explorando o tema da distribuição da água nas áreas continentais e no Brasil, considerando os usos dos recursos hídricos e as bacias e regiões hidrográficas brasileiras.

O ciclo da água deve ser abordado a partir dos diferentes processos que o compõem. Esses processos acontecem em uma inter-relação entre os ambientes terrestres, litosfera, atmosfera, biosfera e hidrosfera.

Ao ler o bloco-diagrama desta página, traga mais informações sobre cada um dos processos apresentados.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero quatro: Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.

ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

ê éfe zero seis gê ê zero nove: Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e estruturas da superfície terrestre.

ê éfe zero seis gê ê um dois: Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Os rios

Os rios são cursos naturais de água doce que cortam a superfície de continentes e ilhas. Eles são muito importantes para as sociedades, pois fornecem água e alimento, além de possibilitar, dependendo de suas características, a geração de energia elétrica, a navegação, a irrigação de áreas agrícolas e as práticas recreativas.

Em geral, as águas de um rio se originam das chuvas e do derretimento de geleiras. Durante as chuvas, parte da água cai diretamente nos rios ou escorre superficialmente até eles, outra parte se infiltra no solo e se acumula em reservatórios subterrâneos, de onde a água continua fluindo para os rios por meio de nascentes mesmo quando para de chover.

Após longos períodos sem chuvas, no entanto, os reservatórios subterrâneos perdem volume ou chegam a se esgotar, como ocorre em regiões áridas e semiáridas, provocando o declínio ou secamento temporário dos rios. O contrário acontece na estação chuvosa, quando os reservatórios voltam a se encher e alimentar os rios.

A variação do volume das águas de um rio no período de um ano é chamada de regime fluvial.

No território brasileiro, onde não há geleiras, a maior parte dos rios se origina das fontes subterrâneas. A exceção é o rio Amazonas, que nasce do derretimento do gelo dos Andes peruanos.

O curso dos rios

A nascente dos rios sempre fica em um ponto de maior altitude em relação à foz, no qual ele desemboca em outro rio, em um lago ou no mar, pois a fôrça da gravidade conduz a água pela declividade do relevo.

No curso em direção à foz, os rios podem se encontrar. Nesse caso, um rio principal recebe as águas de outros rios, chamados afluentes. Os rios formam uma rede fluvial, e a área drenada por um rio principal e seus afluentes é chamada de bacia hidrográfica.

REDE FLUVIAL E BACIA HIDROGRÁFICA

Ilustração. Rede Fluvial e Bacia Hidrográfica. O bloco-diagrama representa uma paisagem com uma parte mais alta do relevo, uma mais baixa e um mar. Na parte mais alta do relevo há pequenas linhas azuis que representam as nascentes do rio principal. Essas nascentes têm forma ramificada. Ao lado dessas nascentes, há uma indicação escrito 'Bacia hidrográfica'. Descendo o terreno, há o rio principal, que é representado por uma linha um pouco mais grossa do que as das nascentes. Ao longo do rio principal, o rio deságua para outros caminhos ao lado direito. Esses caminhos são intitulados 'Afluentes da margem direita' e assim como as nascentes, têm forma ramificada. Ao lado esquerdo, há também esses caminhos onde o rio principal deságua, e são chamados 'Afluentes da margem esquerda'. Na parte mais baixa do relevo, há uma pequena elevação onde o rio principal se divide em rios menores e deságua no mar. Essa parte é designada Foz.
Bloco-diagrama ilustrativo para fins didáticos, sem escala. Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico De Agostini. Novara: í gê dê á, 2003. página 242.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Uma bacia hidrográfica é uma área da litosfera com a característica de convergir o escoamento superficial da água para um mesmo local. Essa característica se relaciona diretamente ao relevo da área, que faz com que as águas da superfície e de rios menores desemboquem nos rios principais.

As bacias hidrográficas apresentam um rio principal que recebe água de afluentes, ou tributários; por isso, as bacias hidrográficas são compostas por sub-bacias, que são áreas menores de escoamento dos rios tributários.

É interessante ressaltar que, ao mesmo tempo que têm sua formação dependente do relevo, as bacias e sub-bacias hidrográficas esculpem o relevo por meio da ação de erosão e transporte de sedimentos pela água dos rios.

Os pontos mais altos de relevo das bacias e sub-bacias, aqueles que as delimitam, são chamados de divisores de água e atuam como verdadeiras bordas a partir das quais a água que precipita da atmosfera se divide em caminhos distintos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro e ê éfe zero seis gê ê zero nove.

Rios de planalto e rios de planície

Como os rios descem pela declividade do relevo, as características do curso que eles perfazem são influenciadas pela modelagem do terreno em cada trecho da nascente à foz.

Os trechos de rios que percorrem áreas de planalto podem apresentar forte correnteza quando passam por superfícies com grande declividade, e quedas-d’água ao passar por desníveis. Os cursos de água com essas características são classificados como rios de planalto, muitos dos quais oferecem condições propícias à construção de usinas hidrelétricas.

Já os cursos de rios situados em áreas de planície apresentam águas que tendem a fluir mais lentamente, sem corredeiras ou quedas-d’água, como resultado da influência do relevo com baixa declividade e poucos desníveis. Os cursos de água com trechos inseridos nesse tipo de relevo são denominados rios de planície.

As águas subterrâneas

cêrca de um quarto da água doce existente nos continentes encontra-se no subsolo, onde podem ser formados reservatórios pela infiltração da água das chuvas. Quando a água proveniente dos reservatórios subterrâneos chega à superfície, formam-se as nascentes dos rios e dos lagos.

Existem dois níveis do subsolo nos quais a água subterrânea é encontrada: o lençol freático e o lençol artesiano.

  • O lençol freático é um reservatório de água encontrado na camada do solo mais próxima da superfície. A água ali armazenada é a mais fácil de ser alcançada e retirada.
  • O lençol artesiano é um reservatório de água formado em grandes profundidades, em meio a camadas de rochas situadas sob o solo. Para captar a água no lençol artesiano, são necessárias máquinas capazes de realizar perfurações que atravessem todo o solo e camadas duras de rochas.

LENÇOIS SUBTERRÂNEOS

Ilustração. Lençóis subterrâneos. O bloco-diagrama evidencia uma superfície e diversas camadas do solo. Na superfície há elevações de terra na parte superior direita e, entre elas, passa um rio. Esse rio se torna mais caudaloso a medida que se aproxima do canto inferior esquerdo. Nas margens do rio há algumas casas. Além disso, há algumas árvores além de um poço, na margem esquerda, que capta água do subsolo. Abaixo da superfície, há a primeira camada marrom, pela qual passa o rio. Essa camada é denominada 'Camada permeável' e é atravessada pelo buraco do poço, que chega a uma camada de água abaixo da terra. Essa primeira camada de água é denominada 'Lençol freático'. Abaixo do lençol freático, há uma camada de textura rochosa, denominada 'Camada rochosa impermeável'. Abaixo dessa camada rochosa, há mais uma camada de água, denominada 'Lençol artesiano'. Depois, há mais uma camada rochosa impermeável, outra de lençol artesiano e, por fim, uma camada rochosa impermeável mais funda.
A água dos reservatórios subterrâneos fica armazenada nos pequenos espaços vazios presentes no solo e nas rochas, chamados de poros. Representação artística para fins didáticos, sem escala. Elaborado com base em dados obtidos em: strazacapa, Cristina; MONTANARI, Valdir. Pelos caminhos da água. segunda edição São Paulo: Moderna, 2003. página 19; ABAS. Águas subterrâneas: o que são? Disponível em: https://oeds.link/6YiUPN. Acesso em: 16 março 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As águas de um lençol artesiano se acumulam pela percolação, ou seja, a infiltração de água em camadas mais profundas. Ao percolar, as águas seguem caminhos relacionados à gravidade, e desviam naturalmente de materiais que ofereçam maior resistência a sua passagem. Por serem, por definição, cobertas por uma camada rochosa impermeá­vel, as águas de um lençol artesiano necessariamente percolaram a superfície por áreas vizinhas à capa rochosa, e só posteriormente se movimentaram até se armazenarem sob ela.

Quando perfurados, os lençóis freáticos tendem a elevar o nível de suas águas, através da perfuração, em relação à superfície terrestre. Isso acontece porque, por estarem em áreas mais profundas em relação à superfície terrestre e aprisionadas por camadas de solo e material rochoso, as águas dos lençóis freáticos estão sob maior pressão, o que as faz jorrar ou elevar seus níveis quando encontram uma via de ascensão à superfície que apresente menos resistência do que o solo e as rochas que as encobrem. Essa característica explica o porquê de os poços artesianos apresentarem níveis de água mais próximos à superfície do que aqueles dos lençóis freáticos que permitem sua perfuração.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê zero nove e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Texto complementar

O que é um Aquífero?

Aquífero é toda formação geológica em que a água pode ser armazenada e que possua permeabilidade suficiente para permitir seu escoamento. Portanto, para ser considerado um aquífero, uma rocha ou sedimento deve ter porosidade suficiente para armazenar água, e os poros ou espaços vazios possuírem dimensões suficientes para permitir que a água escoe de um lugar a outro, sob a ação de um diferencial de pressão hidrostática.

Tipos de Aquíferos

Aquífero livre ou freático – é um extrato permeável, parcialmente saturado de água, cuja base é uma camada impermeável ou semipermeável. O topo é limitado pela própria superfície livre da água também chamado de superfície freática, sobre pressão atmosférica. Tende-se a apresentar um perfil semelhante ao da superfície do terreno. O aquífero livre está geralmente perto da superfície, em vales de rios e a maiores profundidades em altos topográficos.

Aquífero confinado ou artesiano – é um aquífero completamente saturado de águas, cujo limite superior (teto) e inferior (piso) são extratos impermeáveis. A água desse aquífero chama-se artesiana ou confinada e sua pressão é, geralmente, mais alta que a pressão atmosférica. Por isso, quando se perfura esse tipo de aquífero, a água sobe para um nível bem superior, podendo até jorrar.

PARANÁ. Instituto Água e Terra. Aquífero. Disponível em: https://oeds.link/wxtKxW. Acesso em: 30 março 2022.

Os lagos

Os lagos são formados pelo acúmulo de água em depressões no relevo que a mantêm represada. Essa água pode provir de rios, de fontes subterrâneas alimentadas pelas chuvas e ou ou do derretimento de geleiras.

A fórma, a profundidade e a extensão dos lagos variam muito. A maioria dos lagos apresenta uma saída de água, que fórmaum rio. Nesse caso, predomina a água doce, já que o excesso de sais diluídos na água é levado pelos rios até o mar.

Existem, porém, lagos fechados, que não apresentam uma passagem por onde a água possa escoar. As águas dos lagos fechados ficam com muitos sais minerais acumulados e, por isso, tornam-se salgadas.

Há também os lagos artificiais, feitos para atividades como a criação de peixes, a irrigação da agricultura ou a geração de hidreletricidade. Os açudes, por exemplo, são um tipo de represa de porte variável, importantes para captar água nas estações chuvosas e abastecer pessoas e animais durante as secas.

Fotografia. Vista de um rio cercado por uma pequena faixa de terras secas. Ao redor há vegetação arbustiva e seca, com poucas árvores. Acima, o céu em tons de azul.
Açude localizado em fazenda no município de Salgueiro, Pernambuco (2020).

As geleiras

As geleiras são massas de gelo formadas em regiões onde a queda de neve é superior ao degelo. Elas são encontradas nas regiões de altitude elevada, como os picos de montanhas, ou nas zonas polares. Nessas áreas, quando a temperatura se eleva nos meses de verão ou quando camadas de neve ou gelo se deslocam para áreas menos frias, ocorrem processos de degelo que alimentam lagos e rios.

Fotografia. Vista de um lago congelado com blocos de gelo na superfície da água. Ao redor há uma rocha e terras em tons escuros. Ao fundo, um terrenos bastante elevado com neve no topo.
Lago formado por derretimento de geleira, Alpes de Stubai, Áustria (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os lagos apresentam formações geomorfológicas variadas e diferentes características hídricas. No entanto, nessa fase do aprendizado, é interessante que os estudantes percebam com clareza que a água em estado líquido tende a se acumular nas regiões mais baixas do terreno e pode sofrer um represamento natural, por morros, montanhas e rochas.

É interessante ressaltar que existem lagos em áreas de altitude; um exemplo sul-americano é o lago Titicaca, que fica na fronteira entre Peru e Bolívia, a uma altitude de quase 4 000 metros.

Os usos dos lagos, naturais ou artificiais, variam de acordo com sua localização, tamanho e profundidade. Além de possibilitarem a realização de atividades de lazer, como o banho e a prática de esportes, os lagos podem servir de via de transporte, quando são navegáveis, de fonte de alimentos e de renda, por meio da pesca.

As geleiras são uma das manifestações naturais da água em estado sólido. Elas se formam pela junção de fenômenos atmosféricos, como baixas temperaturas, precipitação, em áreas de clima frio, polar ou de altas altitudes, onde ocorre o clima conhecido por frio de alta montanha.

Vale observar que nem todas as geleiras derretem completamente durante as estações mais quentes. Existem geleiras que permanecem perenes durante todo o ano. Ao gelo que fórma essas geleiras dá-se o nome de gelo eterno.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Disponibilidade de água doce

Nove países concentram 60% da água doce disponível no mundo: Brasil, Rússia, Canadá, Estados Unidos, China, Indonésia, Índia, Colômbia e Peru. No entanto, diversos fatores podem causar escassez de água potável inclusive nesses países.

Um dos fatores que levam à redução na disponibilidade de água potável é a localização irregular dos recursos hídricos no território. Outros fatores relevantes são a poluição das águas, os baixos índices anuais de chuvas em regiões áridas e semiáridas e o consumo excessivo.

A quantidade elevada de sais dissolvidos nos oceanos e em alguns lagos e lençóis freáticos mantém a água salgada e, portanto, imprópria para o consumo direto pelo ser humano. Em algumas partes do mundo são realizados investimentos na dessalinização, que consiste no processo de retirada de sais da água, tornando-a potável. Esse tratamento, porém, tem custo muito elevado, tornando-se inviável em países mais pobres.

PLANISFÉRIO: DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA DOCE

Mapa. Planisfério: distribuição de água doce. Por meio de cores, são representados os níveis de potencialidade por metro cúbico por habitante ao ano. Bege: menos de 500. Norte da África e parte do Oriente Médio. Amarelo: De 500 a 1.000. Oeste da África, além de países como Índia, Irã, Paquistão, Etiópia, Somália, Nigéria, Alemanha e Polônia. Verde claro: De 1.000 a 2.000. Países como México, Japão, Coreia do Norte, Mauritânia, Senegal, Costa do Marfim, Gana, Espanha, França, Itália, Turquia, Iraque, Ucrânia, Afeganistão e China. Verde escuro: De 2.000 a 10.000. Países como Estados Unidos, Mali, Angola, Zâmbia, Botsuana, Moçambique, Portugal, Grécia, Romênia, Cazaquistão, Indonésia, Vietnã e Tailândia. Marrom: De 10.000 a 100.000. Países como Brasil, Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador, Austrália, Rússia, Finlândia, Suécia, Namíbia, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Camarões, Madagascar, Mianmar, Camboja e Malásia. Marro escuro: Mais de 100.000. Países como Canadá, Noruega, Suriname, Peru, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Nova Zelândia, Libéria, Gabão e Congo. Sem dados: Groenlândia e Antártida. À direita, a rosa dos ventos. Abaixo, a escala de 0 a 2405 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 66.

Ler o mapa

Segundo o mapa, qual é a situação do Brasil quanto à disponibilidade de água?

Ilustração de três ícones: dois livros empilhados indicando sugestão de livro, câmera filmadora com um triângulo indicando sugestão de vídeo, dispositivo eletrônico com um triângulo na tela indicando sugestão de site.
Ícone. Sugestão de livro.
CARDOSO, Cesar. Você pensa que água é agádoisóh? Rio de Janeiro: Garamond, 2013. A falta de tratamento da água e do esgoto é um problema apresentado nessa obra como fórma de demonstrar o impacto das ações humanas no meio ambiente e na qualidade de vida da população.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante ressaltar que a disponibilidade de água doce nem sempre representa a disponibilidade de água potável para a população. A potabilidade da água se relaciona às suas condições para o consumo humano e muitas vezes envolve tratamentos de cunho físico e químico.

Uma atividade de pesquisa sobre os processos de tratamento da água para o consumo humano pode ser proposta de maneira interdisciplinar com o componente curricular Ciências.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Resposta

Ler o mapa: 

De acordo com o mapa, o Brasil apresenta um nível de potencialidade entre 10 000 e 100 000 metros cúbicos por habitante por ano, o que o situa entre os países com maior disponibilidade de água doce por habitante no período de um ano.

Para expandir a atividade, convide os estudantes a pensar sobre a situação dos países que apresentam níveis de potencialidade abaixo de 500 metros cúbicos por habitante por ano. Se julgar oportuno, providencie um planisfério político para observar, com a turma, os nomes desses países.

Texto complementar

Como a água é tratada

reticências Os serviços públicos de abastecimento devem fornecer água sempre saudável e de boa qualidade reticências.

Um tratamento convencional é composto das seguintes etapas:

1. Coagulação e Floculação

Nestas etapas, as impurezas presentes na água são agrupadas reticências em partículas maiores (flocos) que possam ser removidas pelo processo de decantação. reticências.

2. Decantação

Os flocos formados são separados da água pela ação da gravidade em tanques normalmente de formato retangular.

3. Filtração

A água decantada é encaminhada às unidades filtrantes onde é efetuado o processo de filtração reticências.

4. Desinfecção

reticências utiliza-se um agente físico ou químico (desinfetante), cuja finalidade é a destruição de microrganismos reticências.

5. Fluoretação

reticências é efetuada através de compostos à base de flúor. A aplicação destes compostos na água de abastecimento público contribui para a redução da incidência de cárie dentária em até 60% reticências.

COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL. Como a água é tratada. Disponível em: https://oeds.link/4qVojH. Acesso em: 30 março 2022.

O consumo dos recursos hídricos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A água é necessária para a realização de diversas atividades e para a sobrevivência dos seres humanos. Por isso, a carência de água é um dos maiores problemas da humanidade.

A Organização das Nações Unidas (ônu) reconhece que “todos os povos, quaisquer que sejam seus estágios de desenvolvimento e suas condições sociais e econômicas, têm direito ao acesso à água potável em quantidade e qualidade à altura de suas necessidades básicas” e que o saneamento básicoglossário é essencial.

Assim como a ônu, outras organizações lutam pela melhor distribuição da água no mundo. No entanto, órgãos públicos responsáveis por essa distribuição cobram dos consumidores preços elevados para fornecer água tratada.

Outro problema é a realização de atividades agrícolas, industriais e domésticas que podem causar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas.

O consumo excessivo de água também gera preocupação, pois impacta os custos de captação e de tratamento de água e esgoto, encarecendo os serviços de saneamento básico para a população. Em determinados casos, quando a água é retirada de reservatórios subterrâneos, o consumo sem contrôle pode provocar o afundamento do solo e até a abertura de crateras.

Ícone. Sugestão de vídeo.
SANEAMENTO básico, o filme. Direção: Jorge Furtado. Brasil, 2007. Duração: 112 minutos. A comédia conta a história dos moradores da fictícia cidade de Linha Cristal, na serra Gaúcha, que exigem uma obra de saneamento. A prefeitura está sem dinheiro, mas dispõe de quase 10 mil reais, dados pelo governo federal, para a produção de um vídeo. Assim, surge a ideia de usar essa verba para realizar a obra e produzir um vídeo sobre a própria obra.

A água de uso doméstico

cêrca de 12% da água doce disponível para a humanidade é utilizada, segundo a ônu, em higiene pessoal, na lavagem de roupas, na preparação de alimentos e na limpeza das moradias. Os vazamentos em canos de distribuição ou em torneiras são muitas vezes responsáveis pelo desperdício de água para uso doméstico.

Os países mais desenvolvidos investem mais em infraestrutura e alcançam, assim, elevado nível de eficiência na distribuição da água potável. Isso não é comum nos países em desenvolvimento, principalmente nos mais pobres, onde a distribuição de água não atende a toda a população e, muitas vezes, ocorrem escassez e racionamento.

Fotografia. Rua vista por um ângulo perto do chão. O lugar está inundado. Ao lado há terra, postes e carros na rua. Ao fundo, árvores.
Vazamento em tubulação de distribuição de água causa desperdício e alagamento no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro(2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A abordagem sobre o consumo de recursos hídricos possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Educação para o consumo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Texto complementar

Água: sabendo usar não vai faltar

A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem consequências. Cada setor da economia, cada fatia da sociedade tem sua parcela de responsabilidade nessa história.

À semelhança da maioria dos países, no Brasil a agricultura é a que mais consome água – quase 63% do total que é captado vai para a irrigação. O uso doméstico é responsável por 18% do consumo, a indústria fica com 14%. Os 5% restantes são usados para matar a séde dos animais de criação.

Todos esses consumidores tendem a usar a água de modo abusivo. E não é a qualidade de vida que exige isso. Com um bom planejamento, é possível gerar empregos e movimentar a economia mesmo com pequenas quantidades do recurso. reticências

De acordo com as Nações Unidas, crianças nascidas no mundo desenvolvido consomem de 30 a 50 vezes mais água que as dos países pobres. Mas as camadas mais ricas da população brasileira têm índices de desperdício semelhantes, associados a hábitos como longos banhos ou lavagem de quintais, calçadas e carros com mangueiras.

O banheiro é [o local] onde há mais desperdício. A simples descarga de um vaso sanitário pode gastar até 30 litros de água, dependendo da tecnologia adotada.

bei. Como cuidar da nossa água. São Paulo: bei, 2003. página 141; 143-145.

Atividade complementar

Proponha a leitura coletiva do texto a seguir.

Falta água para muitos

A disponibilidade de água é vital para a humanidade.

No final do século vinte, mais de 250 milhões de pessoas no mundo sofriam com escassez crônica de água. reticências Considera-se que mais conflitos entre países possam ocorrer à medida que a disponibilidade de água se torne mais crítica, pois, a exemplo de todos os recursos naturais, sua distribuição no planeta não é regular.

TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. página 526.

Após a leitura do texto, proponha um debate com a turma pedindo aos estudantes que expliquem por que muitas nações sofrem com a “escassez crônica de água” mesmo que 70% da superfície terrestre seja coberta por esse recurso.

A água na agropecuária

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A irrigação agrícola sem o devido contrôle técnico pode provocar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas com a adição de agrotóxicos e fertilizantes carregados pela água que lava as plantações. Além disso, a irrigação em excesso ou realizada com equipamentos inadequados causa desperdício, impactando os reservatórios de água disponíveis.

Fotografia. Uma tubulação grande despeja água em uma canaleta de irrigação. Ao redor, vegetação verde e plantações.
A irrigação é a atividade que mais consome água no mundo. Bomba de água sendo utilizada para irrigação em Nova déli, Índia (2021).

A água na indústria

Segundo a ONU, a indústria consome cêrca de 19% da água doce e, apesar dos avanços tecnológicos no processo de produção, a contaminação das águas por resíduos industriais ainda é muito elevada.

No Brasil, as políticas públicas que impulsionaram o crescimento urbano-industrial não criaram medidas suficientes para evitar a poluição dos rios. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os rios Tietê e Pinheiros estão impregnados de resíduos provenientes do esgoto industrial e residencial, deixando a água com baixíssimo índice de oxigênio. Por isso, na capital paulista, esses rios são considerados “mortos”.

Fotografia. Ao centro, um peixe grande e colorido de borracha pintado de azul e vermelho, com a boca aberta, está sobre as águas de um rio. Na parte de baixo da imagem, em uma ciclovia, dois ciclistas. Ao fundo, área verde com a vegetação baixa.
Uma intervenção do artista Eduardo isrur – um peixe inflável de borracha, com 38 métros de comprimento – foi exposta no rio Pinheiros, em São Paulo, São Paulo, em agosto de 2017. A intenção era sensibilizar a população e o governo sobre os problemas causados pela poluição dos rios, que destrói o abitá de inúmeras espécies aquáticas. Pintado. Inflável, plataforma de flutuação e sistema de energia solar com leds. 38 por 12 por 7 metros. Fotografia de 2017.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O texto complementar “Água: sabendo usar não vai faltar” (na página 122) traz dados sobre a porcentagem de água que é direcionada à agropecuária no Brasil. Se julgar conveniente, compartilhe dados atualizados sobre o uso desse recurso em cada atividade e incentive os estudantes a refletir sobre a distribuição apresentada. O Brasil é um país fortemente agrícola e a maior parte de água consumida pela agropecuária se destina à irrigação das áreas de cultivo. Porém, vale ressaltar que a pecuária também recebe uma parcela desse volume.

O consumo de água no setor industrial não é óbvio. Informe aos estudantes que o uso da água se faz presente em diferentes momentos, seja para o resfriamento e higienização de máquinas, seja para a execução de processos químicos, como o tingimento de tecidos. A água também é utilizada durante os próprios processos produtivos industriais, como na produção de papel, aço, gasolina etcétera.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Recursos hídricos nos espaços rural e urbano

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em grandes centros urbanos, as transformações sucessivas no espaço geográfico, muitas vezes, levam à desconfiguração das características originais da rede hidrográfica.

No Brasil, a canalização e o tamponamento são comuns no processo de urbanização de grandes cidades. A canalização consiste na modificação do traçado de rios e córregos por meio da construção de canais artificiais, geralmente de concreto, e o tamponamento, além da canalização, envolve a construção de vias de circulação e de edificações sobre trechos cortados pelos cursos d’água, que passam a ser drenados por canais subterrâneos. Outra intervenção comum na hidrografia das cidades é a remoção da vegetação das margens (mata ciliar) de rios e córregos. Essas alterações possibilitam ampliar as áreas disponíveis para a construção de novas avenidas, moradias e edifícios comerciais e, consequentemente, a valorização imobiliária do espaço urbano. Mas a contrapartida são os problemas ambientais.

As transformações no curso dos rios e córregos e a ocupação indevida de suas margens podem prejudicar a infiltração das águas pluviais no solo e o escoamento subterrâneo, deixando a população vulnerável a inundações, aumentando a incidência de assoreamento nos rios, além de empobrecer os ecossistemas fluviais.

Ler o texto

Ações em rios dividem gestores e ambientalistas

A intervenção no Jaguaribe segue a mesma linha de canalização de três afluentes que abastecem seu leito: os rios Mangabeira, Passa Vaca e Trobogy. reticências

O principal argumento dos poderes públicos é de que a canalização dos rios tem por objetivo conter os alagamentos ao longo do curso dos corpos hídricos, que, historicamente, tiveram suas margens ocupadas desordenadamente reticências.

Por outro lado, movimentos ambientalistas reticências defendem a preservação dos ecossistemas hídricos, alegam prejuízos ambientais irreparáveis e clamam por saneamento para evitar poluição das águas.

“Os projetos vão na contramão das cidades sustentáveis”, avalia Virgílio Machado, membro do ésse ó ésse Vale Encantado. “Há um ecossistema bem delineado nessa região, com mar, rios, mata atlântica e mangue, que será alterado”, acrescenta.

ADAILTON, Franco. Ações em rios dividem gestores e ambientalistas. A Tarde, 24 abril 2017. Disponível em: https://oeds.link/ANG1hc. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Na sua opinião, é possível resolver os problemas gerados pelo crescimento das cidades preservando a água dos rios, lagos e córregos?

Fotografia. Vista de um rio no centro. Ao redor há uma vegetação verde e baixa. À direita, a construção de dois prédios. À esquerda, algumas árvores de tronco fino. O céu está nublado e sem sol.
Vista de parte do rio Jaguaribe que irá receber calhas de concreto em suas margens, Salvador, Bahia (2017).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A abordagem sobre os recursos hídricos e a seção Ler o texto possibilitam explorar o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Resposta

Ler o texto: Espera-se que os estudantes reflitam e apontem propostas relacionadas ao uso responsável e à gestão sustentável dos recursos hídricos.

Atividade complementar

Consumo de água

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que o consumo mínimo necessário de água é de 0,08 métros cúbicos (equivalente a 80 litros) por pessoa por dia. Solicite a cada estudante que compare o consumo de água de sua moradia com o das moradias de seus colegas da turma e, também, com os valores indicados como mínimos pela ônu. Para isso, solicite a eles que realizem os procedimentos a seguir.

a. Calcule, pela conta de água de sua moradia do último mês, o consumo médio de cada morador. Para isso, basta dividir o valor registrado na conta pelo número de moradores da casa. Se dividir o valor obtido por 30, você saberá o consumo diário por pessoa.

Caso você more em edifício e a conta de água seja coletiva, informe-se sobre o consumo por mês e divida-o pelo total de apartamentos do prédio (nessa situação, você trabalhará com uma média, já que a conta de água do prédio todo dividida pelo número de apartamentos não considera quantas pessoas moram em cada um deles); depois, proceda como indicado no início deste item.

  1. Junte-se a alguns colegas e debatam o resultado obtido: nosso consumo está acima ou abaixo do mínimo necessário? Por quê?
  2. Redijam um texto coletivo com a conclusão dos grupos.

Os rios e as regiões hidrográficas do Brasil

O Brasil possui muitos rios, que formam várias bacias hidrográficas. As principais bacias abrangidas pelo território brasileiro são a Amazônica, a do Paraná, a do Tocantins-Araguaia, a do Paraguai e a do São Francisco.

Em 2008, entrou em vigor o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que agrupou as bacias dos rios principais e dos rios menores próximos em 12 regiões hidrográficas. Observe o mapa.

BRASIL: BACIAS E REGIÕES HIDROGRÁFICAS

Mapa. Brasil: bacias e regiões hidrográficas. Mapa do Brasil representando as áreas de abrangências das bacias e regiões hidrográficas. Cada uma delas está representada com uma cor diferente, além dos rios principais que as compõem. Bacia Amazônica: Rio Negro, Rio Japurá, Rio Solimões, Rio Juruá, Rio Purus, Rio Madeira, Rio Tapajós, Rio Amazonas e Rio Xingu. Localizada na porção norte do país, abrange a maior parte do estados da Região Norte e parte do Mato Grosso Bacia Tocantins-Araguaia: Rio Araguaia e Rio Tocantins. Ocupa uma faixa  da porção centro-norte, passando por estados como Goiás, Tocantins e Maranhão. Bacia Paraná: Rio Paraná, Rio Tietê e Rio Paranapanema. Se estende por estados do centro-sul, como Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Bacia Atlântico Sudeste: Rio Paraíba do Sul. Ocupa o litoral da Região Sudeste. Bacia São Francisco: Rio São Francisco. Abrange parte do interior de estados nordestinos e de Minas Gerais. Bacia Parnaíba: Rio Parnaíba. Abrange parte dos estados de Piauí, Maranhão e Ceará. Bacia Paraguai: Rio Paraguai. Bacia Uruguai: Rio Uruguai. Localizada à oeste do território, em parte do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Bacia Atlântico Nordeste Ocidental. Abrange parte do Maranhão e do Pará. Bacia Atlântico Nordeste Oriental. Ocupa uma área que se estende do extremo litoral do Nordeste para o interior da região Bacia Atlântico Leste: Abrange a faixa litorânea de estados nordestinos, como Bahia, Sergipe e Alagoas. Bacia Atlântico Sul. Localizada na faixa litorânea dos três estados da Região Sul e um trecho do interior do Rio Grande do Sul. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 350 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.

Características das regiões hidrográficas

A região hidrográfica Amazônica abrange cêrca de 45% do território brasileiro, além de áreas do território de vários outros países da América do Sul; são eles a Guiana Francesa, o Suriname, a Guiana, a Venezuela, a Colômbia, o Peru, o Equador e a Bolívia. Entre outras finalidades, os rios dessa região são utilizados para pesca, navegação e para geração de energia elétrica.

Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro, ê éfe zero seis gê ê zero cinco e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Texto complementar

A rede fluvial brasileira

As águas superficiais constituem parte da riqueza dos recursos hídricos de um país. No caso brasileiro, país de extensão continental, a rede fluvial é importante recurso natural, contando em seu território com a maior bacia fluvial do mundo em extensão e em volume de água. A riqueza dos recursos hídricos deve-se à distribuição da pluviosidade no território nacional, onde se registram valores elevados, superiores a 1 500 milímetros anuais e em um terço da área total esse valor atinge mais de 2 000 milímetros. Apenas uma parte do país, situada a Nordeste, recebe menos de 1 000 milímetros anuais e até em algumas regiões menos de 500 milímetros anuais de precipitação.

Os principais rios brasileiros precedem de três grandes centros dispersores de água: planalto das Guianas, cordilheira dos Andes e planalto brasileiro. As demais redes de drenagem têm sua origem no planalto brasileiro.

CUNHA, Sandra Baptista da. Bacias hidrográficas. In: CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antônio J. T. (organizador). Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. página 229.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

xíl, dítric; MASCARENHAS, Sérgio; VALEIRAS, Nora; SANTOS, Sílvia A. M. (organizador). O estudo das bacias hidrográficas: uma estratégia para a educação ambiental. São Carlos: Rima, 2002.

Esse livro apresenta um estudo a respeito da importância das bacias hidrográficas e dos impactos ambientais de sua degradação.

A região hidrográfica do Paraná é formada principalmente pelo rio Paraná e seus afluentes, como os rios Tietê, Paranapanema, Peixe e Iguaçu.

Vários rios dessa região hidrográfica apresentam grande potencial para a produção energética; neles foram construídas dezenas de usinas hidrelétricas que abastecem principalmente o Centro-Sul do Brasil, sendo a principal delas a usina de Itaipu.

A região hidrográfica do Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica totalmente localizada no território brasileiro e a terceira em potencial hidrelétrico do país. Nela, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, no estado do Pará, uma das maiores do país.

O rio Uruguai pertence à região hidrográfica do Uruguai e marca a divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre o Brasil e a Argentina e entre o Uruguai e a Argentina.

O São Francisco é o principal rio da região hidrográfica de mesmo nome, onde o predomínio de planaltos favorece a geração de energia elétrica. É também o maior rio perene (permanente) que cruza a região mais seca do Brasil, o Semiárido, na qual muitos produtores rurais aproveitam suas águas para a irrigação de plantações. O rio também é muito importante para a navegação.

As regiões hidrográficas do Atlântico Sul, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste, Atlântico Nordeste Oriental e Atlântico Nordeste Ocidental abrangem a maior parte das bacias próximas ao oceano Atlântico.

O rio Parnaíba, o principal da região hidrográfica do Parnaíba, compõe uma divisa natural entre os estados do Maranhão e do Piauí.

O principal rio da região hidrográfica do Paraguai, de mesmo nome, é navegável, corta o Pantanal do Mato Grosso e deságua no rio Paraná.

Fotografia. Na parte de baixo, nascente de um rio com fundo encoberto por pedras. Ao redor há vegetação verde e predominantemente formada por arbustos e árvores pequenas. Ao fundo, morros e céu com poucas nuvens.
Nascente do rio São Francisco, em São Roque de Minas, Minas Gerais (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Na região hidrográfica do São Francisco e em outras regiões hidrográficas, principalmente as localizadas no Nordeste brasileiro, concentram-se rios temporários ou intermitentes, aqueles “cujo regime não é permanente. No caso dos rios que atravessam a zona do Sertão nordestino, o leito destes fica seco na época da estiagem. Por ocasião das chuvas, as águas se avolumam com grande rapidez no leito do rio, adquirindo grande correnteza, tendo mesmo características torrenciais, provocando inundações. Regionalmente, o caboclo do interior da caatinga costuma denominar estes rios temporários de rios que cortam, isto é, que deixam de existir periodicamente. reticências”. (GUERRA, Antônio T.; GUERRA, Antônio José T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. quarta edição Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. página 548.)

Observação

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Texto complementar

A Região Hidrográfica São Francisco

A Região Hidrográfica [érre agá] São Francisco possui aproximadamente 638 466 quilômetros² de área (7,5% do território nacional), abrangendo sete unidades da federação: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, e chega a sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cêrca de 2 800 quilômetros de extensão. A região engloba parte da região do Semiárido, que corresponde, aproximadamente, a 58% do território da érre agá reticências.

BRASIL. Agência Nacional de Águas. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: regiões hidrográficas brasileiras. Brasília, Distrito Federal: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, 2015. página 125. Edição Especial.

O aproveitamento dos rios no Brasil

No Brasil, muitos rios são aproveitados como fonte de água para a população, abastecendo residências e estabelecimentos como escolas, hospitais, lojas, restaurantes e locais de lazer. A água proveniente dos rios também pode ser utilizada na fabricação de bebidas, alimentos, remédios e diversos outros produtos.

Com parte significativa das regiões hidrográficas situada em áreas de planalto, também são muitos os rios que tiveram trechos represados para a instalação de usinas hidrelétricas, formando grandes lagos artificiais.

Nas usinas hidrelétricas, a água represada fornece a pressão necessária para movimentar as turbinas que colocam em funcionamento os geradores de eletricidade. A barragem de muitas usinas hidrelétricas conta com comportasglossário , que podem ser abertas nos períodos chuvosos, quando a capacidade de armazenamento se aproxima do nível máximo, liberando o excesso de água para o curso do rio. Observe a fotografia 1.

Fotografia 1. Vista de uma barragem. Grandes quantidades de água atravessam estruturas de concreto e metal, em um movimento de queda que faz com que a água tenha aparência branca.
Barragem da usina hidrelétrica de Tucuruí, Pará (2022), vertendo água pelas comportas.

Dependendo das características, os rios ainda podem ser utilizados como vias de circulação de pessoas e cargas por meio de embarcações. A navegação fluvial é muito desenvolvida nas regiões que abrangem rios volumosos, com leito profundo, e que percorrem longos trechos de planície, sem desníveis abruptos.

Em alguns rios de planalto no Brasil e em outros países, mesmo em trechos onde foram instaladas usinas hidrelétricas, a navegação se torna possível com a construção de eclusas, que funcionam como “elevadores” de embarcações. Observe a fotografia 2.

Fotografia 2. Vista de embarcação pequena com algumas pessoas dentro, localizada em um canal cercado por duas estruturas verticais de concreto. Acima dessas estruturas, outras construções, feitas de ferro.
Barco turístico em eclusa na barragem de Barra Bonita, São Paulo (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Em uma usina hidrelétrica, o potencial hídrico de um rio é aproveitado para a geração de energia elétrica.

Quando represada, a água possui um grande potencial energético, que se transforma em energia cinética quando em queda e é transformada em energia elétrica ao movimentar as turbinas.

A cada turbina é acoplado um gerador, que tem a capacidade de transformar o movimento giratório em energia elétrica, por gerar um campo magnético.

É interessante observar que não há tecnologia capaz de armazenar o montante de energia elétrica gerada através das hidrelétricas. Por isso, é necessário que essa energia seja encaminhada rapidamente para o sistema de transmissão e posta à disposição para o consumo.

Observação

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Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor:

BRASIL. Itaipu Binacional.Disponível em: https://oeds.link/2ijEXD. Acesso em: 30 março 2022.

O site traz informações específicas sobre a geração e a transmissão da energia gerada na usina hidrelétrica de Itaipu.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Maquetes de argila

Nesta Unidade, estudamos a hidrografia e o relevo característicos de diversas regiões. Agora, você vai construir uma maquete com o objetivo de demonstrar a relação entre as fórmas do relevo e a rede fluvial.

Para representar os elementos de uma bacia hidrográfica, é necessário o seguinte material:

  • um tampo de madeira ou uma folha de isopor ou papelão, que será a base da maquete;
  • argila;
  • palito de madeira;
  • pincel;
  • tinta guache de cores variadas.

Em grupo, retomem o que aprenderam sobre as bacias hidrográficas, relembrando os conceitos de nascente, foz, rio principal e rio afluente.

Com a argila, construam as fórmas de relevo simulando a superfície de planaltos, planícies, depressões e ou oumontanhas sobre a base da maquete.

Ilustração 1. Pedaço de argila cinza sobre uma tábua branca, com duas mãos manuseiam o material. A argila se estende por quase toda a tábua. Do lado esquerdo, a argila é mais elevada do que o lado direito.

Com um palito de madeira, façam sulcos na argila para desenhar os rios da bacia hidrográfica. Lembrem-se de que os rios percorrem o relevo das porções mais elevadas em direção às mais baixas.

Ilustração 2. A segunda imagem mostra o pedaço de argila modelado na imagem 1 com relevo mais alto do lado esquerdo e superfície plana do lado esquerdo. Há uma mão que segura um palito de madeira que perfura a argila formando o desenho de uma linha que vem da superfície mais alta até a superfície plana, representando o rio principal, e várias ramificações a partir desse rio, representando os afluentes.

Depois que a argila secar, usem a tinta guache para pintar as fórmas de relevo e os rios da bacia hidrográfica representados na maquete. Utilizem a cor azul para representar a água.

Posteriormente, usem a criatividade para representar outros elementos da paisagem, como cobertura vegetal, pequenos povoados, propriedades agrícolas e estradas.

Finalizadas as maquetes, com a orientação do professor, organizem uma exposição na sala de aula, junto com os demais grupos.

Por fim, retomem o conteúdo sobre blocos-diagramas desenvolvido no Capítulo 5 e, em uma folha à parte, elaborem um bloco-diagrama para representar a maquete produzida pelo grupo.

Ilustração 3. A terceira ilustração apresenta a maquete pintada, predominantemente de marrom. Ao redor da nascente, a maquete está pintada de verde e o rio e seus afluentes estão representados em azul claro. Há destaque para a mão direita que segura um pincel.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A atividade proposta nesta seção traz ferramentas para consolidar algumas relações entre as fórmas de relevo e a hidrografia, além de proporcionar experiência com modelos tridimensionais para a representação de elementos da superfície terrestre.

Caso julgue conveniente, providencie um mapa topográfico de uma bacia hidrográfica de sua preferência e oriente os estudantes a estudar esse material.

Essa mesma atividade pode ser desenvolvida com base em uma sub-bacia, caso julgue conveniente trabalhar em uma escala mais local.

Antes de iniciar a modelagem, revise os conteúdos com os estudantes e certifique-se de que as relações entre o relevo e a formação dos cursos de água dos rios estão claras para eles.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero quatro e ê éfe zero seis gê ê um dois.

Texto complementar

Maquete de relevo

reticências a maquete deve fazer parte de um projeto de aprendizado, definido previamente pelo professor mediador. Tendo em vista um objetivo a ser alcançado, os materiais de apoio (mapas temáticos, documentos históricos) devem ser cuidadosamente selecionados e providenciados para que se efetivem aprendizados significativos a partir do uso da maquete de relevo reticências.

A maquete contribui para a representação tridimensional do relevo à medida que registra e dá visibilidade às fórmas topográficas que são identificadas nas bases cartográficas pela distribuição diferenciada das curvas de nível. É importante que no momento em que os alunos estejam trabalhando com a maquete de relevo consigam, de acordo com as habilidades e competências que possuem, produzir conhecimento geográfico. Essa produção se faz a partir das informações que os elementos da maquete em si traduzem, assim como de informações que possam ser sobrepostas à maquete e trabalhadas para a elaboração de conceitos e para a compreensão de fenômenos em suas interações com o relevo. A maquete de relevo não é um fim didático e sim um meio didático através do qual vários elementos da realidade devem ser trabalhados em conjunto.

SIMIELLI, Maria Elena; GIRARDI, Gisele Girardi; MORONE, Rosemeire. Maquete de relevo: um recurso tridimensional. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, número 87, página 131-148, 2007.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Dê exemplos para demonstrar como o relevo e a hidrografia se influenciam mutuamente.
  2. Indique situações que ilustram a importância dos rios para a realização de atividades:
    1. na sua casa;
    2. na agricultura;
    3. na indústria.
  3. As usinas hidrelétricas são apontadas como uma fonte de energia limpa. Isso significa que o funcionamento de uma usina hidrelétrica não produz poluentes atmosféricos, algo importante para minimizar o aquecimento global. Porém, a alternativa não está isenta de problemas ambientais. Leia o texto.

Enquanto os países mais desenvolvidos têm diminuído nas últimas décadas a construção de grandes hidrelétricas, nações em desenvolvimento começaram a construir no mesmo período barragens ainda maiores. É o caso do Brasil.

Impactos ambientais – como o desmatamento e a perda da biodiversidade – e sociais – como o deslocamento de milhares de pessoas e os prejuízos econômicos causados a elas – não têm sido levados em conta e incluídos no custo total desses projetos. Além disso, esses empreendimentos têm ignorado os cenários de mudanças climáticas, que preveem a diminuição da oferta de água e, consequentemente, da geração de energia hidroelétrica.

ALISSON, Elton. Custos sociais e ambientais de usinas hidrelétricas são subestimados, aponta estudo. Agência Fapesp. 7 novembro 2018. Disponível em: https://oeds.link/W7DKue. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

  1. Quais são os pontos negativos da construção de uma usina hidrelétrica?
  2. Na sua opinião, a construção de uma usina hidrelétrica pode trazer mais benefícios ou mais problemas? Justifique.

4. Analise as figuras e leia as legendas explicativas que demonstram o funcionamento de uma eclusa. Depois, esclareça qual é a utilidade de uma eclusa.

FUNCIONAMENTO DE UMA ECLUSA

Ilustração. Funcionamento de um eclusa. Duas ilustrações, A e B, mostrando o funcionamento de uma eclusa. Ilustração A: no centro, estão representados um rio e uma embarcação com a frente direcionada para a esquerda, com o texto Água baixando e uma seta para baixo. À esquerda e à direita, há duas estruturas que impedem a passagem das águas das margens para a área central do rio. Na margem direita, há indicação de que o curso do rio se dá da direita para a esquerda. Abaixo, canais ligam as águas das margens por meio da válvula de dreno, que está aberta, e da válvula de enchimento, que está fechada. Textos explicativos acompanham a ilustração: As eclusas são como 'elevadores' de embarcações, que facilitam a navegação. Na descida, em direção à foz, a embarcação entra na eclusa. A válvula de dreno é aberta e a eclusa começa a esvaziar. Quando a água alcança o nível do rio abaixo, a porta da eclusa é aberta para a passagem da embarcação. Ilustração B: Trata-se de uma ilustração parecida com a ilustração A. Entretanto, a embarcação segue o sentido contrário, ou seja, está com a frente para a direita, e há uma seta para cima indicando que a água subindo. Alem disso, a válvula de dreno está fechada e a válvula de enchimento está aberta. Texto explicativo acompanha a ilustração: Na subida, em direção à nascente, a válvula de enchimento é aberta e a eclusa começa a encher. Quando a água alcança o nível do rio acima, a porta da eclusa é aberta e a embarcação pode seguir viagem.
Fonte: CURITIBA. Secretaria da Educação do Paraná. Eclusa: perfil. Dia a Dia Educação. Disponível em: https://oeds.link/NJIU4o. Acesso em: 12 abril 2022. Representação artística para fins didáticos.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero quatro (atividades 1, 5 e 7)
  • ê éfe zero seis gê ê zero cinco (atividades 1, 5 e 7)
  • ê éfe zero seis gê ê zero nove (atividade 4)
  • ê éfe zero seis gê ê um dois (atividades 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9)

Respostas

  1. O relevo influencia a hidrografia à medida que dita o sentido do curso dos rios e fórma as bacias e regiões hidrográficas. A hidrografia influencia o relevo pela capacidade erosiva dos cursos de água.
    1. Em ambientes domésticos, a água proveniente dos rios é utilizada para a hidratação, a higiene e o preparo de alimentos, entre outros usos.
    2. Na agricultura, a água é utilizada para a irrigação das áreas de cultivo.
    3. Na indústria, a água é utilizada para o processo de produção.
    1. Os pontos negativos são o alagamento de grandes áreas para a construção das barragens, o desmatamento, a perda da biodiversidade, o deslocamento de pessoas e os prejuízos econômicos causados a elas.
    2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apresentem justificativas plausíveis para suas opiniões, tendo como base os pontos positivos e negativos trabalhados neste Capítulo.
  2. Eclusas são construídas para permitir a passagem de embarcações em cursos d’água que apresentem desníveis, como em barragens e quedas-d’água.

5. Desde a década de 2010, o Brasil vem passando por períodos de grande declínio na disponibilidade de água para o consumo da população. Entre 2014 e 2015, por exemplo, a população do estado de São Paulo enfrentou racionamento hídrico em decorrência da drástica diminuição do nível dos reservatórios de água potável que abastecem a cidade. Leia o fragmento de entrevista para compreender melhor o problema.

O senhor afirma que não é possível falar em fim da água. Mesmo se considerarmos apenas as reservas de água doce, não estamos em uma situação preocupante?

A água não é um recurso finito – pelo contrário, trata-se do recurso mais abundante do planeta, lembra Luis Antonio Bittar Venturi, do Departamento de Geografia. reticências Enquanto a terra girar, o sol brilhar e a lei da gravidade estiver “vigorando”, as recargas de água nos continentes estarão asseguradas. Não há como interromper o ciclo hidrológico. E o que existe de água doce disponível na superfície e nos subsolos é muito mais do que a capacidade humana de utilizá-la.

Na sua visão, então, o que provocou a crise?

Ocorreram dois problemas, ambos de caráter gerencial: poluiu-se os recursos hídricos disponíveis e não se desenvolveu capacidade técnica para despoluir numa velocidade suficiente para atender à demanda.

VENTURI, L. A. B. Geógrafo da éfe éfe éle cê agá alerta sobre noção equivocada de “falta de água”. [Entrevista cedida a] Universidade de São Paulo, São Paulo, 24 agosto 2015. Disponível em: https://oeds.link/SZCPUb. Acesso em: 12 abril 2022.

  1. Por que o geógrafo afirma que a água não é um recurso finito?
  2. De acordo com o geógrafo, o que levou à escassez de água na cidade de São Paulo?
  3. Com base na experiência verificada na cidade de São Paulo, a qual conclusão é possível chegar em relação à disponibilidade e à qualidade da água?

6. Analise o gráfico e indique as atividades econômicas que mais captam água doce no mundo.

MUNDO: TOTAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DOCE (2016)

Gráfico. Mundo: total de captação de água doce (2016). Gráfico de setores com os seguintes dados: Atividades agrícolas (incluindo irrigação, pecuária e aquacultura): 70 por cento. Atividades industriais: 19 por cento. Atividades urbanas (incluindo uso doméstico): 11 por cento.
Elaborado com base em dados obtidos em: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA. Aquastat. Disponível em: https://oeds.link/LMR4TF. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

7. Em determinados países, como o Brasil, a água é um dos principais agentes externos do relevo cuja atuação contribui para alterar profundamente as característica de vastos trechos da superfície terrestre. Com base nos termos apresentados, elabore um texto de pelo menos oito linhas explicando a relação entre a rede hidrográfica e a superfície terrestre.

rede fluvial – nascente – foz – rio principal – afluentes – erosãosuperfície terrestre – bacia hidrográfica

8. O gráfico a seguir demonstra a quantidade de pessoas sem acesso a fontes de água potável em diversas regiões do mundo ao longo das últimas décadas.

Interprete os dados do gráfico e indique a afirmação verdadeira. Em seguida, reescreva as afirmações incorretas, corrigindo os erros encontrados.

a) Ao analisar os dados globais, o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável aumentou entre 1990 e 2015.

Orientações e sugestões didáticas

Respostas (continuação)

    1. Porque não há como interromper o ciclo hidrológico, e as recargas de água nos continentes estarão asseguradas enquanto os processos da Terra ocorrerem naturalmente. Desse modo, a água doce disponível na superfície e nos subsolos é muito maior do que a capacidade humana de utilizá-la.
    2. De acordo com o geógrafo, poluíram-se os recursos hídricos disponíveis e não foram desenvolvidas capacidades técnicas para despoluí-los em velocidade suficiente para atender à demanda.
    3. A escassez de água doce pode ocorrer devido à falta de investimentos para evitar sua contaminação ou para torná-la potável, e não por interrupção do ciclo hidrológico, estabelecida, por exemplo, por períodos de forte estiagem. Esclareça aos estudantes que algumas áreas da Terra possuem menos disponibilidade hídrica do que outras, como as áreas desérticas. Nesses locais, os investimentos para produzir água potável devem ser maiores.
  1. De acordo com o gráfico, as atividades agrícolas eram aquelas que mais captavam água doce no mundo em 2016, isto é, 70% do total captado no mundo todo.
  2. Resposta pessoal. Sugestão: “A bacia hidrográfica é composta de uma rede fluvial e sua área drenada. Ao longo de seu percurso, desde a nascente até a foz, o rio principal e seus afluentes provocam erosão no terreno, com a fragmentação das rochas pela fôrça das águas. O material desgastado é transportado e depositado em outros locais, modelando, assim, a superfície terrestre”.

8. a) Incorreta. Ao analisar os dados globais, o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável diminuiu entre 1990 e 2015.

Atividade complementar

Bacias e regiões hidrográficas brasileiras

Proponha aos estudantes que se reúnam em pequenos grupos e solicite a cada grupo que pesquise uma das bacias e regiões hidrográficas brasileiras. Os grupos devem levantar as seguintes informações:

  • Principal rio.
  • Extensão territorial.
  • Principais atividades humanas desenvolvidas.
  • Condições de uso das águas.

É possível organizar seminários para que os estudantes apresentem as informações que obtiverem através da pesquisa. A prática de seminários favorece o desenvolvimento da linguagem oral, além de fomentar a troca de experiências e saberes entre os estudantes. Com esta atividade os estudantes irão trabalhar observação, tomada de nota e construção de relatórios como práticas de pesquisa.

  1. A Europa e a Ásia Central são regiões que apresentaram aumento no número de pessoas sem acesso a fontes de água potável.
  2. Embora o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável venha diminuindo no Leste Asiático e no Pacífico, em 2015 a quantidade ainda era bastante elevada.

MUNDO: MERO DE PESSOAS SEM ACESSO A FONTES DE ÁGUA POVEL (1990-2015)

Gráfico. Mundo: número de pessoas sem acesso a fontes de água potável (de 1990 a 2015) Gráfico de linhas mostrando, no eixo vertical esquerdo, dados em milhões de pessoas: 0, 50, 100, 150, 200, 250, 300, 350, 400, 450, 500, 550. No eixo horizontal inferior, estão as informações dos anos: 1990, 1995, 2000, 2005, 2010, 2015. Dentro do gráfico, linhas representando como vario nesse período o número de pessoas sem acesso a fontes de água potável. América do Norte é representada pela linha azul. Durante todo o período, esteve próximo a zero pessoas sem acesso. Europa e Ásia Central é representada pela linha roxa. De 1990 a 1995 atingiu o número de 40 milhões de pessoas e, partir desse ano, diminuiu a quantidade de pessoas sem acesso, chegando a aproximadamente 15 milhões em 2015. América Latina é representada pela linha vermelha. Em 1990 atingiu o número de 60 milhões se acesso, de 1995 a 2000 chegou a 50, e de 2000 a 2015, abaixou para 40 milhões de pessoas sem acesso. Oriente Médio e Norte da África é representado pela linha verde. De 1990 a 2015 se manteve em 40 milhões de pessoas sem acesso. Sul da Ásia é representado pela linha marrom. Em 1990 contava com em 320 milhões de pessoas sem acesso, em 2000 abaixou para 290, em 2005 para 250, em 2010 para 180, e em 2015 para 130. Ásia Oriental e Pacífico é representado pela linha azul. Em 1990 contava com 520 milhões de pessoas sem acesso, em 1995 abaixou para 450, em 2000 para 350, em 2005 para 280, em 2010 para 200, e em 2015 para 130. África Subsaariana é representada pela linha laranja: em 1990 contava com 270 milhões de pessoas sem acesso, em 1995 aumentou para 290, em 2000 para 300, e entre 2005 e 2015 passou de 310 para 330 milhões de pessoas sem acesso.
Elaborado com base em dados obtidos em: rit, rãna; róser, mács. Water Use and Stress. Our World in Data, julho 2018. Disponível em: https://oeds.link/t8dcCL. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

9. A bacia hidrográfica do São Francisco é uma das maiores do Brasil. O rio principal, conhecido popularmente pelo nome de Velho Chico, atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco e demarca a divisa entre Alagoas e Sergipe.

Resolva as questões.

  1. De acordo com o mapa, quais são as principais fórmas de utilização da bacia hidrográfica do São Francisco?
  2. Cite o nome três afluentes do rio São Francisco.
  3. Você já observou a fórma como os rios e córregos próximos ao local em que você vive são utilizados? Conte para os colegas.

BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO

Mapa. Bacia hidrográfica do Rio São Francisco. Mapa com destaque para a região da bacia do São Francisco, que abrange áreas dos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas. Estão representadas áreas de barragens e indicados os cursos navegáveis dos rios. Barragens: Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso, em Pernambuco, e na Represa Três Marias, em Minas Gerais. Rio navegáveis: São Francisco, que atravessa os quatro estados, além de trechos dos rios Corrente e Grande, na Bahia Rio navegáveis nas cheias: Paracatu, em Minas Gerais. Rios com navegação inexpressiva: Rio das Velhas e Rio Paraopeba, em Minas Gerais; parte dos rios Corrente e Rio Grande, na Bahia. À direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.
Fonte: CURITIBA. Secretaria da Educação do Paraná. Rio São Francisco. Dia a Dia Educação. Disponível em: https://oeds.link/1tma55. Acesso em: 12 abril 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

    1. Incorreta. A África Subsaariana é a única região que apresentou aumento no número de pessoas sem acesso à água potável.
    2. Correta.
    1. A bacia hidrográfica do rio São Francisco é utilizada, predominantemente, para a navegação e para a produção de energia elétrica, com a construção de diversas barragens ao longo do eixo principal.
    2. Entre os afluentes representados no mapa: Rio Paraopeba, Rio das Velhas, Rio Paracatu, Rio Corrente e Rio Grande.
    3. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a observar a paisagem do entorno do local onde vivem para que possam identificar os usos dados aos recursos hídricos lá presentes. Para estimular o debate em sala de aula, peça-lhes que, se possível, levem fotografias tiradas por eles mesmos para que todos possam identificar os principais usos e discutir os pontos positivos e negativos.

Observação

As atividades desta seção permitem que os estudantes compreendam o ciclo da água e descrevam as fórmas de escoamento superficial, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e sua localização no modelado da superfície terrestre. Além disso, deverão identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações presentes nos lugares onde vivem.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

O uso dos recursos hídricos e as populações afetadas por barragens

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Como estudamos anteriormente, uma parcela importante dos rios no Brasil é utilizada para a produção de energia por meio de usinas hidrelétricas instaladas no seu curso. Essa fonte de energia é uma das mais exploradas no país, o que resulta em sérios problemas ambientais e sociais que atingem diversas comunidades de norte a sul do país. Os grupos populacionais mais afetados pelos efeitos negativos da construção de usinas hidrelétricas são os que vivem nas proximidades dos rios represados.

Leia as reportagens que exemplificam esses dados e analise o mapa Brasil: deslocamento de população motivado pela construção de barragens (2000-2017).

Texto 1

O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro

Uma das principais causas da migração forçada no Brasil são as barragens, especialmente aquelas destinadas à construção de usinas hidrelétricas (ú agá ês). O Instituto Igarapé analisou os custos socioeconômicos de cêrca de 80 barragens construídas no Brasil desde os anos 2000. Após avaliar os dados, o Instituto estima que entre 150 e 240 mil brasileiros foram forçados a deixar suas casas em função da instalação dessas barragens. E é possível que cêrca de 75 mil outras pessoas sejam forçadas a abandonar seus lares por conta de 11 novas usinas e centrais hidrelétricas que podem ser construídas nos próximos anos.

É indiscutível que usinas hidrelétricas desempenham um papel central no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro. Desde meados da década de 1970, mais de 60% da oferta interna de energia é sustentada pela energia hidráulica. Embora, por um lado, o investimento estatal na construção de grandes centrais hidrelétricas tenha reduzido drasticamente a dependência externa de energia, por outro, teve custos econômicos, sociais e ambientais muito elevados.

Tome-se, como exemplo, o caso de Itá, uma das maiores hidrelétricas brasileiras. Estabelecida no ano 2000 no rio Uruguai, a usina gera 1 450 Megawatts (ême dáblio) de energia por ano. O reservatório de 140 quilômetros quadrados teve impacto sobre 11 municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Estima-se que a usina provocou o deslocamento de 11 a 17 mil pessoas. A mobilização e os protestos contrários à construção da ú agá ê Itá levaram, inclusive, à consolidação do Mábi (Movimento dos Atingidos por Barragens), que atua em defesa de pessoas afetadas por esses empreendimentos.

reticências

A marca de uma sociedade avançada está na fórma como trata suas populações mais vulneráveis. Embora o Brasil tenha se tornado um país urbanizado, são normalmente as populações rurais e comunidades indígenas – que dependem da terra para sobreviver – as

Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com as Competências Específicas de Geografia da Bê êne cê cê, esta seção tem por objetivos es­timular os estudantes a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Habilidade

ê éfe zero seis gê ê um dois: Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as transformações nos ambientes urbanos.

Orientações

O mapa apresentado nesta seção é composto de símbolos proporcionais que avaliam o deslocamento de populações, em vista da construção de barragens para a produção de energia elétrica. O estudo que originou o mapa considerou, dentro da população atingida pela construção de barragens, três categorias: 1. populações já deslocadas, por barragens já concluídas; 2. populações em deslocamento, por barragens em construção; e 3. populações com potencial de deslocamento, por barragens em projeto.

Oriente a leitura do mapa, solicitando aos estudantes que observem atentamente o título, a legenda e a distribuição dessas populações pelo território nacional.

Explique que essas populações sofrem o deslocamento compulsório para liberar os terrenos em áreas destinadas às obras e que, na maioria dos casos, as áreas onde essas pessoas viviam terminam submersas. Muitas dessas populações são tradicionais, ribeirinhas e ou ou indígenas e têm seus modos de vida completamente atrelados ao rio; por isso, a construção das barragens destrói não apenas a moradia dessas pessoas, mas também a possibilidade de reprodução de seus modos de vida.

O conteúdo desta seção explora o tema contemporâneo Educação em direitos humanos.

que acabam forçadas a se deslocar em nome de um pretenso progresso sobre o qual não foram consultadas.

Múga érre fóli, M. O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro. Nexo, 16 setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/k976wZ. Acesso em: 16 fevereiro. 2022.

Texto 2

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

reticências No caso de Belo Monte, mais de .8000 famílias – cêrca de .40000 pessoas – foram arrancadas – ou ainda serão – do lugar onde vivem, trabalham, têm laços de parentesco e vizinhança, memória e cotidiano. reticências

Aqueles que foram “realocados” ou “reassentados” estão distantes de seu modo de vida, de seu trabalho, de seus laços de afeto e de solidariedade, da única vida que conheciam. Muitos deles são reticências pescadores sem rio e sem peixe, arrancados de suas ilhas e jogados num conjunto habitacional distante de tudo e no qual não se reconhecem. reticências

BRUM, Eliane. Belo Monte, empreiteiras e espelhinhos. El País, 7 julho 2015. Seção Opinião. Disponível em: https://oeds.link/eJvz6q. Acesso em: 22 janeiro 2022.

BRASIL: DESLOCAMENTO DE POPULAÇÃO MOTIVADO PELA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS (2000-2017)

Mapa. Brasil: deslocamento de população motivado pela construção de barragens (de 2000 a 2017) Mapa do Brasil mostrando a situação das barragens (em estudo, em execução e concluída) e a estimativa média de pessoas deslocadas no país. A situação é representada por cores, enquanto a estimativa é indicada por círculos proporcionais. Alguns estados apresentam áreas com diferentes situações e com quantidades diversas de deslocados. Em estudo (laranja). Rio Grande do Sul, porção central da Região Nordeste e leste do Pará com estimativas acima de 40.000 pessoas deslocadas; oeste do Pará, com estimativa de pouco mais de 10.000 pessoas deslocadas, Rio de Janeiro, Bahia Piauí e Rio Grande do Sul com estimativas de 10.000 ou menos pessoas deslocadas. Concluída (verde). Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Pará com estimativas de mais de 40.000 pessoas deslocadas; Rondônia, Maranhão, Ceará Tocantins, Minas Gerais e Paraná com estimativas de aproximada 20.000 pessoas deslocadas; estados do Centro-Oeste e do Nordeste com estimativas de 10.000 ou menos pessoas deslocadas. Em execução (rosa). Piauí com estimativa de 20.000 pessoas deslocadas; Rio de Janeiro, estados da Região Sul e Piauí com estimativas de 10.000 pessoas deslocadas. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso com estimativas de menos de 10.000 pessoas deslocadas Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 505 quilômetros.
Fonte: muga, R.; fóli, M. O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro. Nexo, 16 setembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/k976wZ. Acesso em: 16 fevereiro 2022.

Após a leitura dos textos e a observação do mapa, responda às questões.

  1. De acordo com o texto 1, qual é a atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens (Mábi)? Em sua opinião, movimentos como esse são importantes? Por quê?
  2. Quais transformações ocorreram no modo de vida dos povos da região com a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, de acordo como texto 2?
  3. Segundo as informações do mapa, quais estados registravam a maior parcela de população deslocada pela construção de barragens concluídas até 2017?
  4. Na unidade da federação em que você mora houve saída de moradores por causa da construção de barragens?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. O Movimento dos Atingidos por Barragens protesta em defesa das pessoas atingidas pela construção de barragens para a geração de energia elétrica. Espera-se que os estudantes percebam a importância desses movimentos para a proteção de populações vulneráveis e a garantia de direitos.
  2. As pessoas foram transferidas para um novo local, deixando para trás os laços de afetividade, de identidade e fonte de renda. Por exemplo, os pescadores estão distantes do rio e encontram dificuldade para pescar.
  3. Pará, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.
  4. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a pesquisar se existem barragens nos lugares nos quais eles vivem e, se for o caso, procurar notícias sobre os impactos sociais associados à construção dessas barragens.

Questões para autoavaliação

Professor: as questões aqui sugeridas podem servir para que os estudantes realizem uma autoavaliação sobre o que apreenderam ao estudar os conteúdos da Unidade. Eles podem respondê-las de fórma escrita, individualmente, ou podem conversar sobre elas em duplas ou em grupos, de maneira a incentivar a oralidade e a troca de ideias na sala de aula.

A seu critério, estas questões também podem servir para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes.

  1. Qual é o processo que transforma a água dos rios em nuvens?
  2. Em qual processo a água das nuvens retorna à superfície?
  3. O que são bacias hidrográficas?
  4. Qual é a maior bacia hidrográfica do Brasil?
  5. Qual é a relação do relevo com a hidrografia?
  6. O que são afluentes?
  7. Qual é a importância de conhecer a dinâmica interna do planeta para a ocupação do espaço?
  8. Qual é a relação do clima com o relevo?

Glossário

Escarpa
Desnível muito acentuado no relevo terrestre, lembrando um degrau.
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Soerguimento
Fenômeno que provoca o deslocamento de blocos rochosos para cima.
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Corpo d’água
Elemento hidrográfico formado por volumes significativos de água parada ou corrente, tais como mares, oceanos, lagos, rios ou córregos.
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Saneamento básico
Conjunto de medidas de preservação da saúde pública, incluindo tratamento de água e esgoto, despoluição e coleta de lixo.
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Comporta
Porta móvel que regula o escoamento de água de uma represa.
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