UNIDADE sete  Extrativismo e agropecuária

Fotografia. No primeiro plano, superfície plana coberta por plantação de cana-de-açúcar, com caules de pequeno porte, finos e secos e folhas longas verdes e amarelas. No segundo plano, superfície sem cobertura vegetal, árvores esparsas de médio porte com folhas verdes e um caminhão branco estacionado entre elas. No terceiro plano, usina de cana-de-açúcar composta por uma grande edificação com estruturas metálicas, escadaria, telhado, reservatório e duas chaminés com fumaça. Acima, o céu azul sem nuvens.
O cultivo da cana-de-açúcar ganhou destaque no campo brasileiro, pois é matéria-prima importante para a fabricação de açúcar e etanol e fonte de energia termelétrica. As usinas de processamento de cana-de-açúcar geralmente são instaladas nas proximidades das áreas de plantio, como esta em Monte Aprazível, São Paulo (2019).

Você verá nesta Unidade:

Os recursos naturais e sua importância econômica

Os tipos de recurso natural

As fontes de energia

O extrativismo, a agricultura e a pecuária

Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

A Unidade sete deste volume trabalha as seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: Conexões e escalas; Mundo do trabalho; Natureza, ambientes e qualidade de vida.

A Unidade está em consonância com as seguintes Competências Gerais da Educação Básica: (1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; (2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas; (6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade; (10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Os conteúdos trabalhados no texto principal, nas seções e nas atividades propostas também buscam propiciar aos estudantes o desenvolvimento das seguintes Competências Específicas do Componente Curricular Geografia: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza; (7) Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fotografia. Vista para uma superfície plana coberta por um espelho de água à esquerda e uma fileira de sal marinho à direita. Sobre o espelho de água, um caminhão branco e sobre a fileira de sal, uma colheitadeira. O caminhão e a colheitadeira estão ligados a um suporte que transporta o sal de um veículo para outro. Acima, o céu azul com nuvens.
Maquinário realiza extração de sal marinho em Macau, Rio Grande do Norte (2019).

Você já pensou sobre a origem dos produtos que consumimos? Muitos deles vêm da indústria e resultam do processamento de matérias-primas variadas.

Mas nem todos os produtos que consumimos são transformados na indústria. Alguns são provenientes diretamente de uma atividade econômica cujo objetivo é fornecer alimentos e outros recursos dos quais necessitamos. Você sabe que atividade econômica é essa?

Você já pensou que, sem energia, a realização dessas atividades, bem como as de nosso dia a dia, não seria possível?

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

Na Unidade anterior discutiu-se a respeito das diferentes configurações entre o espaço rural e o urbano, tanto no que se refere às paisagens encontradas como às atividades que influenciaram as transformações percebidas. Nesta Unidade, nos aprofundaremos nas temáticas que envolvem as atividades econômicas realizadas no espaço rural, com foco no extrativismo, na pecuária e na agricultura. No decorrer do trabalho, destacaremos a importância dessas atividades no atendimento das necessidades humanas e também os recursos naturais a elas relacionados, estimulando os estudantes a refletir sobre o impacto da exploração desses recursos na natureza, na economia e no desenvolvimento da sociedade. Explore as fotografias da abertura da Unidade com os estudantes. Chame a atenção deles para as informações das legendas e destaque as atividades econômicas retratadas.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Relações entre os componentes físico-naturais.
  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

CAPÍTULO 15  Recursos naturais e atividades econômicas

Os alimentos que consumimos, as roupas que vestimos e todos os bens que usamos são provenientes de recursos da natureza – os seres humanos extraem, transformam e utilizam os recursos naturais.

Ao longo deste Capítulo, vamos aprender sobre a disponibilidade dos recursos naturais e seus usos nos variados setores econômicos, em especial sobre o extrativismo e a utilização de recursos naturais como fonte de energia. Essas atividades transformam as paisagens e o espaço geográfico, gerando, muitas vezes, problemas ambientais.

Observe a fotografia de São Luís (Maranhão) e procure refletir: você conhece alguma paisagem parecida com a retratada na imagem? Você considera que o nível de transformação da paisagem nesse local é alto ou baixo? Onde são utilizados os produtos extraídos desse local?

Fotografia. Vista aérea de uma superfície plana, dividida em parcelas longitudinais, ocupadas por minério de cores, granulometrias e volumes distintos. Entre as parcelas de extração, os maquinários que extraem o minério, constituídos por grandes estruturas longas e metálicas, que se movimentam sobre  linhas férreas instaladas paralelamente.
Extração de minério de ferro em São Luís, Maranhão (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Os recursos naturais desempenham papel fundamental na vida humana e na dos demais seres vivos, como a água, para hidratação ou como fonte de geração de energia. Assim, abordaremos neste Capítulo a relação entre os recursos naturais e as atividades econômicas, permitindo que os estudantes trabalhem as características dos recursos quanto às suas utilizações, as alternativas energéticas e a apropriação desses recursos de modo a reduzir o impacto negativo no meio ambiente, com foco nas atividades extrativas.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero seis: Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

ê éfe zero seis gê ê um zero: Explicar as diferentes fórmas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etcétera.) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

INSTITUTO Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Brasil). Disponível em: https://oeds.link/6L5pgy. Acesso em: 17 abril 2022.

No site do Ibama é possível acessar notícias, imagens, vídeos, legislação e dados a respeito da proteção ao meio ambiente. Sugerimos que você acesse a plataforma com os estudantes para explorar os recursos oferecidos.

Os recursos naturais

Recursos naturais são materiais encontrados na natureza que podem ser aproveitados pelos seres humanos como fontes de alimentos ou matérias-primas. As jazidas minerais, as bacias petrolíferas, as florestas, o solo e os rios são recursos naturais.

As sociedades humanas sempre dependeram desses recursos, que podem ser usados para múltiplas finalidades. Após a Revolução Industrial, a exploração dos recursos da natureza foi intensificada com a ampliação das atividades econômicas e o aumento do consumo.

Das jazidas são extraídos importantes recursos minerais – cobre, ferro, zinco, manganês, bauxita, ouro e outros –, empregados na fabricação de vários produtos que fazem parte do nosso dia a dia, como automóveis, panelas, talheres, latas etcétera

Os recursos naturais podem ser classificados como inesgotáveis, renováveis e não renováveis.

Os recursos naturais inesgotáveis ou permanentes são os que, mesmo usados em grande escala, não se esgotam. A energia solar e o vento são exemplos desses recursos. Observe a fotografia 1.

Fotografia 1. Vista aérea para o topo de uma superfície montanhosa, ocupada por uma plantação cercada à esquerda e vegetação rasteira à direita. Sobre a vegetação rasteira, placas solares cinzas paralelas e voltadas para cima, na direção do sol. Ao fundo, algumas casas e árvores de grande porte.
Em áreas com predomínio de dias ensolarados, a energia solar vem sendo utilizada para o benefício da população. Painéis solares em Rio Rufino, Santa Catarina (2020).

Os recursos naturais renováveis são os que, se usados de fórma adequada, podem ser repostos pela natureza ou pela ação humana, como as florestas, os animais e a água. Observe a fotografia 2.

Fotografia 2. Vista para uma estrada não asfaltada com a traseira de um caminhão sendo carregado de troncos. Na caçamba do caminhão, um homem está em cima dos troncos carregados. Ao lado esquerdo e direito, um monte de troncos cortados e empilhados. No fundo, diversas árvores de grande porte. Acima, o céu azul.
Carregamento de madeira de reflorestamento em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul (2020).

Os recursos naturais não renováveis são os que, uma vez esgotados, não podem ser repostos ou têm um ritmo de reposição muito lento. É o caso do ferro, do petróleo e do carvão mineral, entre outros. Observe a fotografia 3.

Fotografia 3. Vista aérea para um depósito de carvão mineral embaixo de uma grande esteira metálica de transporte do material. Ao fundo, solo exposto, uma via asfaltada e fragmentos florestais.
Extração de carvão mineral em Siderópolis, Santa Catarina (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Apoie-se nas imagens desta página para iniciar uma conversa com os estudantes sobre a classificação dos recursos naturais em inesgotáveis, renováveis e não renováveis. Ao explorar a fotografia que retrata a extração do carvão mineral, destaque os usos e a importância econômica desse recurso não renovável.

Comente com os estudantes que o Brasil é rico em recursos minerais, hídricos, biológicos e energéticos. Peça exemplos de cada um desses recursos e atente para o fato de que os estudantes podem não associar, a princípio, os animais ou o solo a recursos naturais; se for o caso, ressalte que “recurso” é o que pode ser utilizado pelos seres humanos como fonte de alimentos ou matérias-primas. O solo, por exemplo, pode ser usado para a formação de pastagens ou para o cultivo de produtos agrícolas, em ambos os casos com valor econômico; antes da exploração de recursos para geração de energia, uma das técnicas empregadas era justamente a tração animal. Solicite aos estudantes que apresentem outros exemplos.

Se na região onde se localiza a escola houver plantações, jazidas minerais, bacias petrolíferas ou usinas eólicas e hidrelétricas, explore as atividades que acontecem nesses espaços.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Atividade complementar

Para que os estudantes compreendam as relações de dependência entre os seres humanos e a natureza, é possível utilizar as fotografias 2 e 3 desta página para perguntar:

Quais são as possíveis utilizações dos recursos naturais representados nas fotografias?

A madeira pode ser usada na fabricação de papel, móveis, material de construção e de carvão vegetal, entre outras possibilidades. O carvão mineral pode ser usado na geração de energia em termelétricas e na fabricação de aço.

Recursos naturais e setores da economia

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os recursos naturais são vistos pelos seres humanos como bens que podem ser usados ou trocados como mercadorias para suprir suas necessidades, como moradia, alimentação, vestuário etcétera Eles costumam ser empregados como matérias-primas ou fontes de energia em diferentes atividades econômicas.

As atividades econômicas estão agrupadas em três setores: primário, secundário e terciário.

O setor primário reúne as atividades de agricultura, pecuária e extrativismo.

O setor secundário abrange a produção de bens pela transformação de matérias-primas por meio do trabalho humano e com o auxílio de máquinas e ferramentas. Reúne as atividades industriais e a construção civil.

O setor terciário abrange o comércio e a prestação de serviços: transporte, setor bancário, saúde, educação, fornecimento de energia e de água, tratamento de esgoto, administração pública, entre outros.

As atividades econômicas são interdependentes, ou seja, dependem umas das outras. Vamos usar como exemplo o café, produto consumido diariamente por milhões de brasileiros. A plantação e a colheita do café são atividades relacionadas à agricultura, que faz parte do setor primário. A indústria onde o café é torrado, moído e embalado pertence ao setor secundário. Os serviços de transporte dos grãos colhidos no campo até a indústria e do café já processado até o comércio, além da venda do produto aos consumidores, fazem parte das atividades do setor terciário.

Fotografia 1. Um homem usando chapéu, camisa e calça azul está segurando uma peneira grande com diversos grãos de café sendo arremessados para cima. O homem está sobre um depósito de grãos de café a céu aberto. Ao fundo, árvores de diversos portes.
Fotografia 2. Destaque para uma pessoa usando avental e camiseta preta, segurando uma chaleira inclinada para baixo e despejando água sobre um suporte com pó de café. Embaixo do suporte, um bule sendo preenchido pelo líquido do café.
Quando o café chega aos consumidores, ele já passou por um longo processo, que se iniciou na agricultura, com a preparação da terra e a plantação das sementes. Observe na fotografia 1 a separação manual de café em Águas da Prata, São Paulo (2020). Quando é servido, o café já foi moído; a bebida pode ser preparada em um ponto comercial, como se vê na fotografia 2, em uma cafeteria de São Paulo, São Paulo (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante reforçar com os estudantes que os produtos que utilizamos no cotidiano relacionam-se a recursos naturais que podem ter passado por transformações no setor industrial ou não, como os alimentos que consumimos in natura, provenientes do setor primário. Mas vale ressaltar que mesmo a água que ingerimos, na maioria das vezes, passa pelos serviços de tratamento do setor terciário.

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Trabalho.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero seis.

Atividade complementar

Proponha aos estudantes que elaborem a linha produtiva de outros recursos naturais transformados, passando pelos três setores da economia, optando, preferencialmente, por produtos finais de uso na vida cotidiana deles. Questione se esses produtos poderiam existir em civilizações antigas, considerando que os recursos naturais estavam disponíveis. Peça-lhes que justifiquem explicando que relação essas civilizações tinham com a natureza.

A atividade complementar proposta pode contribuir para trabalhar alguns aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um zero.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

MESQUITA, Carlos Magno de et al. Manual do café: colheita e preparo (Coffea arábica L.). Belo Horizonte: Emater-Minas Gerais, 2016. Disponível em: https://oeds.link/dVH2Wf. Acesso em: 17 abril 2022.

O link permite acessar um dos cadernos da série Manuais do Café, produzidos pela Emater-Minas Gerais (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), vinculada à Secretaria do Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Recursos naturais e fontes de energia

As principais fontes de energia, até o surgimento da indústria, no século dezoito, eram a fórçamuscular dos seres humanos e dos animais, o vento, a queima de madeira e a correnteza de rios.

Com a industrialização, novas fontes de energia passaram a ser usadas, como o carvão mineral e, mais tarde, o petróleo, o gás natural e a energia nuclear.

O carvão mineral foi empregado durante séculos como fonte de calor e, no século dezenove, tornou-se a principal fonte de energia. A queima do material era usada como fonte de calor para gerar o vapor que fazia funcionar as máquinas nas primeiras indústrias.

Até hoje o carvão mineral é usado para produzir energia elétrica e também para fabricar aço nas siderúrgicas.

O petróleo foi descoberto como fonte de energia em 1859, nos Estados Unidos, e rapidamente superou o carvão mineral, tornando-se a principal fonte de energia utilizada pelos seres humanos.

O petróleo é também uma importante matéria-prima para a produção de vários itens presentes em nosso dia a dia. Com ele, as indústrias petroquímicas produzem borracha sintética, plástico, tintas, fertilizantes, gasolina, asfalto, querosene, óleos etcétera

Fotografia. Vista aérea de grande refinaria composta por tanques de armazenamento e galpões, estruturas metálicas, chaminés liberando fumaça e outros tipos de edificações entrecortadas por vias internas. Ao fundo, superfície plana urbanizada. Acima, o céu com nuvens.
Nas refinarias ocorre o processo de refino do petróleo bruto para que ele possa ser utilizado na produção de derivados de petróleo. Na fotografia, refinaria na Califórnia, Estados Unidos (2020).

Por ser uma fonte de energia não renovável e de grande consumo mundial, o petróleo poderá se esgotar no futuro. A iminência da redução na oferta de petróleo e os impactos ambientais a ele associados têm motivado pesquisas para desenvolver alternativas ao recurso.

Observe, no quadro, onde estão localizadas as principais reservas de petróleo.

RESERVAS MUNDIAIS DE PETRÓLEO (2020)

Região

Participação nas reservas mundiais

Oriente Médio

48,3%

Américas do Sul e Central

18,7%

América do Norte

14%

Europa e Eurásia

9,2%

África

7,2%

Ásia-Pacífico

2,6%

Elaborado com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. septuagésima edição Londres: British petroleum, 2021. Disponível em: https://oeds.link/ZD24M7. Acesso em: 14 abril 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Procure introduzir, ainda que de fórma superficial, a questão da disputa em torno dos recursos energéticos. O consumo desses recursos na sociedade moderna, em especial o do petróleo, faz com que a maioria dos países não seja autossuficiente, dependendo da importação. Alguns países na região do Oriente Médio, por exemplo, são alvos de constantes conflitos e invasões por possuírem importantes bacias petrolíferas.

No Brasil, em 2008 e 2009, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, respectivamente, foi descoberta uma grande quantidade de reserva de petróleo no chamado pré-sal, que se localiza abaixo de uma camada de sal, em subsolo marinho. Estima-se que essa camada, no Brasil, alcance 800 quilômetros de extensão.

Se julgar interessante, explique aos estudantes como se formou a camada pré-sal.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um. 

Texto complementar

Entenda como foi formado o pré-sal

O pré-sal é uma sequência de rochas sedimentares formadas há mais de 100 milhões de anos, no espaço geográfico criado pela separação do antigo continente gôndwãna. Mais especificamente, pela separação dos atuais continentes Americano e Africano, que começou há cêrca de 150 milhões de anos. Entre os dois continentes formaram-se, inicialmente, grandes depressões, que deram origem a grandes lagos. Ali foram depositadas, ao longo de milhões de anos, as rochas geradoras de petróleo do pré-sal. Como todos os rios dos continentes que se separavam correram para as regiões mais baixas, grandes volumes de matéria orgânica foram ali depositados.

À medida que os continentes se distanciavam, os materiais orgânicos então acumulados nesse novo espaço foram sendo cobertos pelas águas do Oceano Atlântico, que então se formava. Dava-se início, ali, à formação de uma camada de sal que atualmente chega a 2 mil metros de espessura. Essa camada de sal depositou-se sobre a matéria orgânica acumulada, retendo-a por milhões de anos, até que processos termoquímicos transformassem a camada orgânica em hidrocarbonetos (petróleo e gás natural).

PETROBRAS (Brasil). Nossas atividades. Áreas de atuação. Pré-sal. Disponível em: https://oeds.link/PmZLsv. Acesso em: 11 abril 2022.

O gás natural, por ser facilmente transportado e menos poluente que o petróleo e o carvão mineral, é empregado como fonte de energia em muitos países. O recurso é utilizado como fonte de calor em fogões domésticos e em altos-fornos industriais, como combustível automotivo e como combustível de geradores elétricos em usinas termelétricas.

O Brasil importa da Bolívia grande quantidade de gás natural, que é transportado por um sistema de tubulações chamado gasoduto.

Confira no gráfico onde se encontram as maiores reservas mundiais de gás natural.

MUNDO: RESERVAS DE GÁS NATURAL (2020)

Gráfico. Mundo: reservas de gás natural,  2020. Gráfico de colunas mostrando o volume de gás natural de algumas regiões e continentes e o volume total no mundo. O volume, em trilhões de metros cúbicos, está no eixo vertical e, as regiões, continentes e o total estão no eixo horizontal. Todas as colunas estão na cor laranja. Américas do Sul e Central: 7,9 trilhões de metros cúbicos. África: 12,9 trilhões de metros cúbicos. América do Norte: 15,2 trilhões de metros cúbicos. Ásia-Pacífico: 16,6 trilhões de metros cúbicos. Europa e Eurásia: 59,8 trilhões de metros cúbicos. Oriente Médio: 75,8 trilhões de metros cúbicos. Total: 188,1 trilhões de metros cúbicos.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. Londres: British petroleum, 2021. Disponível em: https://oeds.link/7c3NzV. Acesso em: 14 abril 2022.

A energia nuclear é usada para gerar eletricidade, para mover embarcações e também para desenvolver medicamentos e tratamentos medicinais. Além das finalidades pacíficas, a tecnologia nuclear pode ser utilizada para a construção de bombas atômicas.

A instalação de uma usina nuclear exige pesados investimentos financeiros e o domínio de tecnologias avançadas; por isso, apenas alguns países do mundo, principalmente os mais ricos, produzem esse tipo de energia.

O Brasil possui duas usinas nucleares: Angra um, em funcionamento desde 1985, e Angra dois. Elas foram instaladas no município de Angra dos Reis (Rio de Janeiro). A construção de uma terceira usina, a Angra três, foi iniciada em 2010, no mesmo município, com previsão para o início de suas atividades no final de 2026.

Fotografia. Vista aérea de uma usina nuclear. No primeiro plano,  diversos galpões, edifícios, reservatórios redondos e brancos, vias internas e uma torre. No segundo plano, o mar azul com quebra-mar, morros cobertos de vegetação densa e verde e céu azul.
Usina nuclear localizada em Angra dos Reis, Rio de Janeiro (2019).

A hidreletricidade é obtida pela fôrça do movimento da água represada por barragens em área de desnível. Se comparada às outras fontes, é barata, não poluente e renovável. Os maiores impactos ambientais e sociais ocorrem na construção da usina hidrelétrica, com o alagamento de grandes áreas.

Entre os países que mais produzem hidreletricidade estão Canadá, Brasil e China.

Fotografia. Vista aérea de uma usina hidrelétrica. No primeiro plano, a margem esquerda do rio, ocupada edificações, geradores e linhas de transmissão, vias internas e árvores esparsas. No segundo plano, rio e a barragem da usina. No terceiro plano, margem direita do rio, coberta pro fragmento florestal, vegetação rasteira e algumas edificações.
Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Piraju, São Paulo (2019).

A termeletricidade é obtida do calor resultante da queima de petróleo, carvão mineral, gás natural ou outros combustíveis nas usinas termelétricas.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ao abordar as fontes de energia apresentadas nesta página, reforce que a maior parte delas é obtida de recursos não renováveis, como o gás natural, a energia nuclear e a termeletricidade. É importante que os estudantes percebam que o desenvolvimento das atividades econômicas e das cidades está relacionado à produção e ao consumo de energia. Chame atenção para os aspectos positivos e negativos na produção de cada tipo de fonte de energia apresentado no conteúdo.

Atividade complemenar

Para aprofundarem o tema sobre as principais fontes de energia usadas atualmente, os estudantes podem se dividir em grupos para pesquisar a participação de cada uma na composição energética brasileira, assim como as vantagens e desvantagens. Se possível, montem uma tabela em conjunto, para facilitar a visualização das comparações. Esta atividade trabalha a análise documental como prática de pesquisa.

A atividade proposta pretende abordar a Competência Específica de Geografia n. 1: Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

As fontes de energia alternativas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Existem alternativas para a obtenção de energia por meio da exploração de recursos naturais renováveis.

A energia solar pode ser utilizada como fonte de calor para aquecer a água de chuveiros ou pode ser convertida em energia elétrica por meio de painéis de silício. Esse tipo de energia ainda é pouco aproveitado no Brasil. Em 2022, apenas cêrca de 2,5% da energia consumida no país era solar.

A energia aproveitada da fôrça do vento é conhecida como energia eólica, gerada pela movimentação de aerogeradores. Em 2016, o Brasil foi o 5º país que mais investiu nesse tipo de energia, atrás de China, Estados Unidos, Alemanha e Índia.

Fotografia. Vista aérea de uma usina eólica. No primeiro plano, superfície plana de solo arenoso, ocupada por coqueiros e outros tipos de árvores, vegetação rasteira e algumas casas. No segundo plano, superfície plana de solo arenoso, diversos aerogeradores e céu azul.
Aerogeradores de energia eólica em Camocim, Ceará (2020).

Observe, no gráfico, a quantidade de usinas eólicas em operação no Brasil no ano de 2020.

BRASIL: USINAS EÓLICAS EM OPERAÇÃO (2020)

Gráfico. Brasil: usinas eólicas em operação, 2020. Gráfico de colunas mostrando o número de usinas eólicas nos estados brasileiros. O número de usinas está no eixo vertical e os estados no eixo horizontal. Todas as colunas estão na cor laranja. Bahia: 204 usinas eólicas. Rio Grande do Norte: 201 usinas eólicas. Ceará: 94 usinas eólicas. Piauí: 81 usinas eólicas. Rio Grande do Sul: 80 usinas eólicas. Pernambuco: 34 usinas eólicas. Paraíba: 25 usinas eólicas. Maranhão: 15 usinas eólicas. Santa Catarina: 14 usinas eólicas. Sergipe: uma usina eólica. Rio de Janeiro: uma usina eólica. Paraná: uma usina eólica.
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA. InfoVento. [São Paulo, São Paulo]: Abê eólica, 23 novembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/xchQQF. Acesso em: 14 abril 2022.

A geração de energia por meio da biomassa se dá pela queima de material orgânico. O exemplo mais comum é o da cana-de-açúcar, da qual se obtém o etanol (observe no gráfico os principais produtores de etanol no Brasil). Outra opção é o biogás metano resultante da decomposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários.

BRASIL: PRODUÇÃO DE ETANOL (2020)

Gráfico. Brasil: produção de etanol, 2020. Gráfico de colunas mostrando a quantidade de produção de etanol em mil metros cúbicos nos estados brasileiros. A quantidade de produção de etanol está no eixo vertical e os estados no eixo horizontal. Todas as colunas estão na cor verde. São Paulo: 5 milhões de metros cúbicos. Goiás: 1 milhão de metros cúbicos. Minas Gerais: 964 mil metros cúbicos. Mato Grosso: 918 mil metros cúbicos. Mato Grosso do Sul: 667 mil metros cúbicos. Paraná: 540 mil metros cúbicos. Paraíba: 198 mil metros cúbicos. Alagoas: 187 mil metros cúbicos. Maranhão 159 mil metros cúbicos. Bahia: 117 mil metros cúbicos.
Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Anuário Estatístico 2021. [Brasília, Distrito Federal]: á êne pê, página 180. Disponível em: https://oeds.link/Lig8DJ. Acesso em: 14 abril 2022.

As fontes geotérmicas fornecem energia proveniente do calor natural abaixo da superfície terrestre, em locais do planeta suscetíveis a atividades vulcânicas. Para obter energia desses locais, o chão é perfurado, às vezes por centenas de metros de profundidade, até chegar à zona de calor.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Este tópico possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Esclareça que os custos da extração, a possível finitude de recursos naturais, como o petróleo, e os impactos ambientais levaram os países e as organizações a investir em pesquisa e produção de energia baseada na exploração de recursos naturais renováveis.

Contextualize, com o auxílio dos gráficos, a situação brasileira em relação a essas fontes de energia alternativas. A tecnologia para a produção de etanol, a partir da biomassa, é bastante avançada no país. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos (que produzem etanol a partir do milho).

É importante ressaltar que, apesar de serem obtidas de recursos renováveis, algumas fontes de energia alternativa também impactam negativamente o meio ambiente. É o caso do desmatamento para o plantio de cana-de-açúcar e a contaminação de bacias fluviais pelo despejo de resíduos da produção do etanol, ainda que provoquem menos impacto do que a utilização de combustíveis fósseis.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Texto complementar

O trecho do artigo a seguir discorre sobre a necessidade de investir em fontes de energia renováveis:

Os padrões atuais de produção e consumo de energia são baseados nas fontes fósseis, o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e põe em risco o suprimento de longo prazo no planeta. É preciso mudar esses padrões estimulando as energias renováveis, e, nesse sentido, o Brasil apresenta uma condição bastante favorável em relação ao resto do mundo.

GOLDEMBERG, José; LUCON, Oswaldo. Energia e meio ambiente no Brasil.Estudos Avançados, São Paulo, volume 21, número 59, página 59, abril 2007.

Maiores produtores e consumidores de energia no mundo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Este infográfico mostra quais são os países que mais produzem e consomem energia no mundo. Observa-se que, tanto em produção como em consumo, os combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão mineral – são as principais fontes de energia no planeta.

Gráfico. Participação no consumo mundial de energia por região, 2016. Gráfico de setor mostrando o percentual de cada região no consumo de energia. Os setores são representados por diferentes tons de cinza. África: 3,3%. Ásia-Pacífico: 42%. Europa e Eurásia: 21,6%. América do Norte: 21%. Oriente Médio: 6,8%. Américas do Sul e Central: 5,3%.
Mapa. Principais produtores de energia no mundo (2016). Mapa mostrando os principais produtores de energia no continente americano. Canadá: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Estados Unidos: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Ao lado, texto informativo: Aqui estão 20% do consumo mundial de petróleo, mas menos de 14% da produção. A diferença tem de vir de outros países. México: petróleo, gás natural, carvão mineral. Brasil: petróleo, gás natural, carvão mineral, hidreletricidade e outras renováveis. Ao lado, texto informativo: Por causa da considerável participação de hidreletricidade e do etanol, a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo.
Mapa. Principais produtores de energia no mundo (2016). Mapa mostrando os principais produtores de energia na África, Europa, Ásia e Oceania. Alemanha: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Reino Unido: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear e outras renováveis. França: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Arábia Saudita: petróleo e gás natural. Irã: petróleo e gás natural. Rússia: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear e hidreletricidade. Índia: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Coreia do Sul: petróleo, gás natural, carvão mineral e energia nuclear. Japão: petróleo, gás natural, carvão mineral hidreletricidade e outras renováveis. China: petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear, hidreletricidade e outras renováveis. Ao lado, texto informativo: Apesar de ser a maior consumidora de carvão mineral no mundo, a China investe mais que qualquer outro país em fontes renováveis. Indonésia: petróleo, gás natural e carvão mineral. Gráfico. Consumo mundial de energia, 2016. Em milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). Unidade de medida de energia que corresponde à queima de uma tonelada de petróleo bruto. Gráfico de setor com o volume de consumo por fonte de energia. Ao lado do gráfico, texto informativo: Os combustíveis fósseis geram mais de 85% da energia consumida no mundo. Energia nuclear: 592,1 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Hidreletricidade: 910,3 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Carvão mineral: 3.732,0 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Gás natural: 3204,1 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Petróleo: 4418,2 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Hidreletricidade: China: 1.126,4 bilhões de terawatts por hora. Brasil: 382,0 bilhões de terawatts por hora. Canadá: 375,6 bilhões de terawatts por hora. EUA: 250,1 bilhões de terawatts por hora. Rússia: 160,1 bilhões de terawatts por hora. Outros países: 1,6 trilhões de terawatts por hora. Produção mundial: 3,9 trilhões de terawatts por hora. Energia nuclear. Estados Unidos: 798,0 bilhões de quilowatts por hora. Japão: 434,6 bilhões de quilowatts por hora. França: 419,0 bilhões de quilowatts por hora. Rússia: 182,8 bilhões de quilowatts por hora. Coreia do Sul: 157,1 bilhões de quilowatts por hora. Outros países: 450,4 bilhões de quilowatts por hora. Produção mundial: 2,4 trilhões de quilowatts por hora.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2017. Londres: British petroleum, 2017. Disponível em: https://oeds.link/UmueNI. Acesso em: 14 abril 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O infográfico possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Educação para o consumo.

Estimule os estudantes a explorar o infográfico reproduzido nesta e na próxima páginas e a expor as relações que observaram, tanto no Brasil quanto em outros paí­ses do mundo. Peça-lhes que pensem a relação entre a produção e o consumo de cada país. Observamos, por exemplo, que a Arábia Saudita e o Irã, que aparecem entre os principais produtores de petróleo, não têm participação de fontes de energia renovável em seus consumos. Outro ponto a observar é o fato de o Brasil aparecer como o segundo maior produtor de energia hidrelétrica, porém ainda ter grande parte do seu consumo energético atrelado ao petróleo.

Peça aos estudantes que indiquem os países com maior necessidade de energia e ajude-os a relacionar o consumo ao modo de vida desses lugares.

Note que, neste infográfico, optamos por usar um mapa com menor rigor cartográfico para privilegiar o efeito visual.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

goldi ismíti, éduard. Desafios ecológicos. Lisboa: Instituto piagê, 1996.

Nesse livro, o autor propõe reflexões a respeito da relação dos seres humanos com a natureza.

smif nil. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bêrtrãn Brasil, 1987.

Esse livro aborda a relação entre natureza e espaço e analisa o desenvolvimento desigual desencadeado pelo sistema capitalista.

Gráfico. Consumo mundial de energia, 2016. Em milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep). Unidade de medida de energia que corresponde à queima de uma tonelada de petróleo bruto. Gráfico de setor com o volume de consumo por fonte de energia. Ao lado do gráfico, texto informativo: Os combustíveis fósseis geram mais de 85% da energia consumida no mundo. Energia nuclear: 592,1 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Hidreletricidade: 910,3 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Carvão mineral: 3.732,0 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Gás natural: 3204,1 milhões de toneladas equivalentes de petróleo. Petróleo: 4418,2 milhões de  toneladas equivalentes de petróleo. Hidreletricidade: China: 1.126,4 bilhões de terawatts por hora. Brasil: 382,0 bilhões de terawatts por hora. Canadá: 375,6 bilhões de terawatts por hora. EUA: 250,1 bilhões de terawatts por hora. Rússia: 160,1 bilhões de terawatts por hora. Outros países: 1,6 trilhões de terawatts por hora. Produção mundial: 3,9 trilhões de terawatts por hora. Energia nuclear. Estados Unidos: 798,0 bilhões de quilowatts por hora. Japão: 434,6 bilhões de quilowatts por hora. França: 419,0 bilhões de quilowatts por hora. Rússia: 182,8 bilhões de quilowatts por hora. Coreia do Sul: 157,1 bilhões de quilowatts por hora. Outros países: 450,4 bilhões de quilowatts por hora. Produção mundial: 2,4 trilhões de quilowatts por hora.

Ler o infográfico

  1. De acordo com o infográfico, quais países têm a menor variedade de fontes de energia?
  2. Que país da América do Sul está entre os maiores consumidores mundiais de energia? Em que fonte de energia sua produção se destaca?
  3. O que se pode afirmar a respeito do consumo mundial de energia retratado no infográfico?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

Ler o infográfico:
  1. O Irã e a Arábia Saudita são os países com menor variedade de fontes de energia, utilizando majoritariamente petróleo e gás natural. Depois vem o México, que consome principalmente petróleo, gás natural e carvão mineral.
  2. O país sul-americano que aparece entre os maiores consumidores é o Brasil, que se destaca na produção hidrelétrica e de energia renovável, com forte participação do etanol.
  3. Sabe-se que houve aumento no consumo mundial de energia, e algumas fontes responderam por um consumo maior; é o caso do carvão. Isso reflete o grande crescimento da China nos últimos anos, pois é o país que mais produz e consome esse tipo de energia. Porém, há um aspecto positivo, que é o aumento, ainda que pouco expressivo, das fontes renováveis.

Observação

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Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

PUMP – Histórias do petróleo. Direção: Josh Tickell, Rebecca rarel Ticou. Estados Unidos, 2014.Duração: 1hora28.

Sugerimos exibir trechos do documentário para apresentar a dependência estadunidense do petróleo e os impactos ambientais em escala global, além de incitar a discussão a respeito de fontes alternativas de energia.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Gráfico de setores

O gráfico de setores, também conhecido como gráfico circular (ou “gráfico de pizza”), é empregado para representar parcelas de um total. Ele tem a fórma de um círculo subdividido em setores. O círculo inteiro representa o valor total, e os setores têm tamanhos proporcionais ao valor de cada parcela representada.

Imagine que devemos representar a distribuição da população ocupada nos setores da economia, em que, de cada grupo de 100 pessoas, 25 trabalham no setor primário, 25 no secundário e 50 no terciário.

O círculo inteiro representa um grupo de 100 trabalhadores.

1. Passo a passo, temos o todo, ou seja, um grupo de 100 trabalhadores.

Ilustração. Um círculo de fundo branco com um texto indicativo no centro: 100 trabalhadores.

Meio círculo (metade desse total) corresponde a 50 pessoas. Metade dessa metade (um quarto do círculo) corresponde a 25 trabalhadores.

2. Representamos cada quarta parte de 25 trabalhadores.

Ilustração. Um círculo de fundo branco  dividido em quatro setores. Cada setor com um texto indicativo no centro: 25 trabalhadores.

Pensando dessa maneira, podemos repartir o círculo completo (ou cada grupo de 100 trabalhadores) da seguinte fórma: um quarto do círculo corresponde aos 25 que trabalham no setor primário; outro quarto do círculo, aos que trabalham no setor secundário; e meio círculo, aos que trabalham no setor terciário.

3. Finalizamos o gráfico de setores, intitulado “População ocupada por setores da economia”.

POPULAÇÃO OCUPADA POR SETORES DA ECONOMIA

Gráfico. População ocupada por setores da economia. Gráfico de setores mostrando o percentual de trabalhadores por setor econômico. O setor terciário está representado pela cor verde, o setor secundário está representado pela cor rosa e o setor primário está representado pela cor amarela. Setor terciário: 50 trabalhadores. Setor secundário: 25 trabalhadores. Setor primário: 25 trabalhadores.

Segundo o Balanço Energético Nacional publicado em 2020 pelo Ministério de Minas e Energia, em 2019, aproximadamente 82% da energia elétrica produzida no Brasil era proveniente de fontes renováveis, como energia hidráulica, lenha e biomassa de cana-de-açúcar, e cêrca de 18% tinha origem em fontes não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão mineral. Em seu caderno, faça um gráfico de setores para representar essa informação. Não se esqueça de dar um título a ele e de registrar a fonte das informações.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O auxílio de recursos gráficos facilita a compreensão de determinados fenômenos estudados ou dados estatísticos. O gráfico de setores, também conhecido como gráfico de pizza, é elaborado com um círculo e repartido conforme as diferentes categorias. Esse tipo de gráfico permite que se tenha noção das proporções dessas categorias entre si, sendo mais indicado quando o número de categorias é pequeno.

Comentários sobre a atividade

Sugestão de título: Brasil: produção de energia por tipos de fonte – 2019. Fonte: BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional 2020. Brasília, Distrito Federal: ême ême ê, 2020.

O círculo do gráfico deve ser dividido em duas partes, representando a proporção da energia elétrica proveniente de fontes renováveis (82%) e de fontes não renováveis (18%). O uso de uma cor para cada parte facilita a visualização das informações.

Observação

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O extrativismo

O extrativismo, como é chamada a retirada de recursos disponíveis na natureza, é a mais antiga atividade econômica desenvolvida pelos seres humanos.

Existem três tipos de extrativismo: o animal, o mineral e o vegetal.

O extrativismo animal

Esse tipo de extrativismo consiste na caça ou pesca de animais para o consumo humano ou para a fabricação de diversos produtos à base de carne, peles, óleos, ossos e chifres.

A pesca é a atividade extrativista pela qual é feita a coleta de peixes e organismos de diferentes espécies que vivem nas águas de rios, lagos, mares e oceanos. Apesar da oferta mundial estável nas últimas décadas, a pesca tem perdido espaço para a criação em cativeiro no fornecimento de peixes. Observe o gráfico.

MUNDO: PRODUÇÃO DE PEIXES (1986-2018)

Gráfico. Mundo: produção de peixes – 1986 a 2018. Gráfico de linhas mostrando o crescimento da produção a partir da criação de peixes e da pesca. A criação de peixes está representada por uma linha de cor vermelha e a pesca está representada por uma linha de cor azul. Criação de peixes. 1986 a 1995: 14,9. 1996 a 2005: 34,2. 2006 a 2015: 59,7. 2016: 76,5. 2017: 79,5. 2018: 82,1. Pesca: 1986 a 1995: 86,9. 1996 a 2005: 91,4. 2006 a 2015: 89,8. 2016: 89,6. 2017: 93,1. 2018: 96,4.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. The state of world fisheries and aquaculture 2020. Roma: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, 2020. Disponível em: https://oeds.link/Z8QEu2. Acesso em: 14 abril 2022.

A atividade pesqueira é importante para a economia de vários países. No Brasil, essa atividade é pouco significativa para a economia, mas fundamental para a sobrevivência de muitas pessoas.

Existem dois tipos de pesca: a artesanal e a industrial. A pesca artesanal é praticada com instrumentos e técnicas artesanais. Já a pesca industrial é geralmente realizada com grandes embarcações e uso de tecnologia, como os sonares, que localizam cardumes no oceano.

China, Peru, Chile, Japão e Estados Unidos são os maiores produtores de pescado no mundo.

Fotografia. No primeiro plano, dois homens seguram uma rede extensa de pesca dentro do mar, com a água na altura do joelho. No segundo plano, faixa de areia e edifícios e casas na orla da praia.
Pescadores em João Pessoa, Paraíba (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ainda que o extrativismo animal não esteja entre as principais atividades econômicas do país, é importante abordar o conteúdo de fórma mais aprofundada caso a escola esteja em uma região com forte dependência do extrativismo. Informe aos estudantes que atualmente, no Brasil, a pesca é legalizada e discuta com eles a necessidade de respeitar a piracema, que é o período de reprodução das espécies.

Atividade complementar

Sugerimos que seja realizado um debate entre os estudantes. As questões aqui apresentadas podem ser adaptadas de acordo com a realidade da turma.

  • Vocês consideram importante respeitar o período de reprodução dos peixes? Por quê?
  • Essa postura pode afetar a renda das populações que praticam e da pesca?
  • Há outros exemplos de extrativismo animal, além da caça e da pesca?
  • Existe caça ilegal no Brasil?
  • Quais são os possíveis meios de garantir que o extrativismo animal não se torne predatório?
  • Os impactos ambientais (desmatamento, poluição, contaminação de bacias fluviais etcétera.) podem influenciar na atividade extrativa?

Observações

O debate proposto favorece o desenvolvimento das Competências Específicas de Geografia número 6 (Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza) e número 7 (Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários).

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O extrativismo mineral

Esse tipo de extrativismo tem por objetivo retirar produtos de origem mineral do solo ou do mar.

Por meio do extrativismo mineral, os seres humanos obtêm importantes recursos, como o ferro, o cobre, o estanho, o carvão mineral, o petróleo, o ouro e o sal, usados como matéria-prima na indústria, na geração de energia e até na alimentação humana.

Essa atividade pode ser realizada de fórma tradicional, isto é, com o emprego de equipamentos simples e trabalhadores sem especialização, ou por indústrias extrativas, que usam equipamentos sofisticados e realizam grandes investimentos.

O extrativismo vegetal

Consiste na retirada de produtos vegetais disponíveis em ambientes naturais. A retirada de árvores para o aproveitamento da madeira, a extração do látex de seringueiras e a coleta de frutos nativos são exemplos de atividades do extrativismo vegetal.

A exploração das florestas para obter e destinar madeira, celulose, resinas, produtos medicinais e matéria-prima às indústrias de bebidas e de cosméticos é uma das principais atividades desenvolvidas nesse tipo de extrativismo.

Fotografia. À esquerda, homem de cabelo curto usando máscara de proteção no rosto e camiseta de manga longa está segurando um objeto pontiagudo com as duas mãos e na direção da árvore. À direita, o tronco da árvore com a face da frente coberta por ranhuras por onde escorre a seiva branca. O homem está dentro de uma floresta densa e rodeado de árvores e vegetação arbustiva e rasteira.
Extração de látex em Novo Aripuanã, Amazonas (2020).
Explorar sem destruir

Nas últimas décadas, algumas medidas foram tomadas para combater a degradação das florestas, como a criação de órgãos de fiscalização, a adoção de leis mais rigorosas e o estabelecimento de reservas extrativistas.

As reservas extrativistas são fruto da reivindicação de seringueiros e castanheiros da Amazônia, que obtiveram do governo federal o direito de explorar os recursos da floresta em uma área delimitada, cabendo-lhes a organização e a comercialização da extração, bem como a proteção da reserva contra desmatamentos e queimadas.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Para o geógrafo Jurandyr Rós, diante do cenário de degradação ambiental que vivemos atualmente, é necessário um planejamento físico territorial:

Em função de todos os problemas ambientais decorrentes das práticas econômicas predatórias, que têm marcado a história deste país, e que obviamente tem implicações para a sociedade a médio e longo prazos, face ao desperdício dos recursos naturais e a degradação generalizada com perda de qualidade ambiental e de vida, é que torna-se cada vez mais urgente o Planejamento Físico Territorial não só com a perspectiva econômica-social mas também ambiental. Assim sendo, a preocupação dos planejadores, políticos e a sociedade como um todo ultrapassa os limites dos interesses meramente do desenvolvimento econômico e tecnológico, mas sim devem preocupar-se com o desenvolvimento que leve em conta não só as potencialidades dos recursos, mas sobretudo as fragilidades dos ambientes naturais face as diferentes inserções dos homens na natureza.

Rós, Jurandyr L. S. Análise empírica da fragilidade dos ambientes naturais antropizados. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, volume 8, novembro 2011. página 64.

Observação

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Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

As consequências da industrialização do açaí para o extrativismo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A reportagem trata das consequências da produção em larga escala e da industrialização do açaí para o extrativismo. O aumento do consumo em sua fórma congelada e pasteurizadaglossário gerou a diminuição da oferta do açaí in naturaglossário nos mercados regionais. Tal situação pode impulsionar a sua produção em grandes plantações e o aumento do número de agroindústrias.

Como a onda “fitness” do açaí nos Estados Unidos da América afeta o Brasil

Empresa americana lidera exportações da fruta. População local teme que produção, majoritariamente extrativista, migre para grandes plantações.

Restaurantes de comida saudável na Califórnia e em outras partes do país, que hoje servem tigelas de açaí, passaram a “depender” dos ribeirinhos que colhem a fruta do alto das palmeiras, a mais de 8 mil quilômetros ao sul, na bacia do rio Amazonas. reticências

As exportações passaram de um vírgula zero quatro milhões de dólares, em 2002, para vinte e quatro milhões de dólares, em 2009, e o crescimento da venda de polpas congeladas e pasteurizadas para outras regiões e países fez com que a oferta do fruto para o mercado local diminuísse, e, consequentemente, o preço subisse. reticências

A renda gerada para a população que vive na região da foz do rio Amazonas com a valorização do açaí é bem-vinda. No entanto, caso a população local não tenha acesso às fórmasde exploração sustentável do açaí, o boom se resumirá a um ciclo econômico de vida curta, em vez de se reverter em uma fonte de renda a longo prazo. reticências

LIMA, J. D. de. Como a onda “fitness” do açaí nos Estados Unidos da América afeta o Brasil. néquisso, 4 maio 2017. Disponível em: https://oeds.link/JJoWGe. Acesso em: 14 abril 2022.

Fotografia. Vista para um ambiente industrial. No primeiro plano, um homem usando luvas de plástico nas mãos e touca na cabeça, calça vermelha e camiseta branca está em pé, na frente de um tanque industrial, segurando uma mangueira e lavando os frutos escuros do açaí. No segundo plano, diversos maquinários industriais e duas pessoas manuseando equipamentos.
Trabalhadores utilizando maquinários para o processamento industrial de açaí, em Belém, Pará (2019).

Quais transformações podem ocorrer em algumas paisagens brasileiras caso haja crescimento da produção e do consumo do açaí congelado?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção possibilita o trabalho com os temas contemporâneos Trabalho, Educação ambiental e Educação para o consumo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê zero seis.

Atividade complementar

Se for possível, exiba todo o documentário indicado abaixo, ou trechos que julgar mais pertinentes, e peça aos estudantes que respondam às questões:

1. Quais atividades extrativas são apresentadas?

 Extrativismo de coco, mel, madeira, látex, peixe e caranguejo.

2. Qual é a importância do extrativismo para as comunidades retratadas?

As atividades ligadas ao extrativismo são a fonte de renda das famílias.

3. Qual conflito as quebradeiras de coco-babaçu enfrentam com os latifundiários?

O conflito é em torno do território; enquanto as quebradeiras de coco-babaçu dependem das palmeiras, os latifundiários querem utilizar as terras onde existem as palmeiras para criação de animais.

4. Escreva os pontos apresentados que você considera mais relevantes.

Resposta pessoal.

A atividade complementar proposta possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

CIDADÃOS extrativistas – da luta pelo território ao empoderamento comunitário. Direção: Sérgio Lélis. Bra­sil: Coordenação de Educação Ambiental (Coedu/Disat/í cê ême bio), 2015. Duração: 33 minutos.

O documentário aborda a luta pelo território, a regularização fundiária e o manejo sustentável dos recursos naturais pelas comunidades extrativistas.

Resposta

Com o crescimento do consumo do açaí em sua fórma congelada, o extrativismo pode não ser suficiente para abastecer o mercado consumidor. Assim, é possível que haja o desmatamento de regiões para a plantio do açaizeiro, transformando a paisagem natural.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

1. Classifique em seu caderno as seguintes fontes de energia em inesgotável, renovável e não renovável.

Energia hidráulica

Petróleo

Energia eólica

Gás natural

Biomassa

Energia solar

Carvão mineral

  1. Cite usos:
    1. do petróleo;
    2. do carvão mineral;
    3. do gás natural.
  2. Cite dois objetos usados em seu dia a dia fabricados com recurso natural que tenha sido extraído da natureza:
    1. por meio do extrativismo animal;
    2. por meio do extrativismo mineral;
    3. por meio do extrativismo vegetal.
  3. Leia este trecho de um trabalho científico e depois responda às questões.

A maior figura no comércio de animais selvagens é a pele de répteis, tanto em termos de quantidade como em valor monetário. As peles de crocodilos, cobras e lagartos são utilizadas para uma variedade de artigos: sapatos, bolsas, roupas, malas, pulseiras de relógio, cintos e outros. O couro dos répteis é considerado fino e seus produtos alcançam alto valor no mercado, sendo por isso uma atividade muito lucrativa. Centros de couro exótico importam, anualmente, milhões de peles de cobras e lagartos, e nenhuma das espécies, por eles utilizadas, é criada em cativeiro em números comerciais.

SILVEIRA, Marcelo Teixeira da. Comércio legal e ilegal do meio ambiente: o tráfico de couros e peles. 2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Econômicas) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2003. Disponível em: https://oeds.link/iCZiUU. Acesso em: 18 abril 2022.

  1. Que tipo de extrativismo é apresentado no texto?
  2. Por que a atividade econômica mencionada no texto é ilegal?
  3. Por que essa atividade econômica é tão lucrativa?
  4. Apresente duas propostas para combater esse crime.

5. O gráfico representa a produção de energia elétrica nos Estados Unidos até 2016 e as projeções para até 2040. Analise-o e, em seguida, responda às questões.

ESTADOS UNIDOS: GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (1980-2040)

Gráfico. Estados Unidos: geração de energia elétrica 1980 a 2040. Gráfico de linhas mostrando o volume de energia elétrica gerada e projetada pelos Estados Unidos ao longo do período. O volume de energia elétrica em bilhões de quilowatts por hora está apresentado no eixo vertical e os anos estão apresentados no eixo horizontal. A energia elétrica gerada pelo carvão mineral está representada por uma linha cinza; a energia elétrica gerada pelo gás natural está representada por uma linha azul; a energia elétrica gerada pela energia nuclear está representada por uma linha roxa; a energia elétrica gerada pelas energias renováveis está representada por uma linha verde; e a energia elétrica gerada pelo petróleo está representada por uma linha laranja. No ano de 2016, há uma linha tracejada e vertical, dividindo o período retratado em histórico, representado pelos anos de 1980 a 2016, e projeções, representadas pelos anos de 2016 a 2040. Período Histórico. Petróleo: 1980: 300 bilhões de quilowatts por hora. 1990: 200 bilhões de quilowatts por hora. 2000: 200 bilhões de quilowatts por hora. 2010: 50 bilhões de quilowatts por hora. Energias renováveis. 1980: 300 bilhões de quilowatts por hora. 1990: 300 bilhões de quilowatts por hora. 2000: 350 bilhões de quilowatts por hora. 2010: 450 bilhões de quilowatts por hora. Energia nuclear: 1980: 300 bilhões de quilowatts por hora. 1990: 550 bilhões de quilowatts por hora. 2000: 700 bilhões de quilowatts por hora. 2010: 800 bilhões de quilowatts por hora. Gás natural: 1980: 350 bilhões de quilowatts por hora. 1990: 300 bilhões de quilowatts por hora. 2000: 600 bilhões de quilowatts por hora. 2010: 1.000 bilhões de quilowatts por hora. Carvão mineral: 1980: 1.200 bilhões de quilowatts por hora. 1990: 1.600 bilhões de quilowatts por hora. 2000: 1.900 bilhões de quilowatts por hora. 2010: 1.500 bilhões de quilowatts por hora. Período Projeções. Petróleo: 2016: 50 bilhões de quilowatts por hora. 2020: 50 bilhões de quilowatts por hora. 2030: 50 bilhões de quilowatts por hora. 2040: 50 bilhões de quilowatts por hora. Energias renováveis. 2016: 550 bilhões de quilowatts por hora 2020: 700 bilhões de quilowatts por hora. 2030: 1.100 bilhões de quilowatts por hora. 2040: 1.350 bilhões de quilowatts por hora. Energia nuclear: 2016: 800 bilhões de quilowatts por hora 2020: 800 bilhões de quilowatts por hora. 2030: 800 bilhões de quilowatts por hora. 2040: 700 bilhões de quilowatts por hora Gás natural: 2016: 1.400 bilhões de quilowatts por hora. 2020: 1.250 bilhões de quilowatts por hora. 2030: 1.500 bilhões de quilowatts por hora. 2040: 1.800 bilhões de quilowatts por hora. Carvão mineral: 2016: 1.250 bilhões de quilowatts por hora 2020: 1.300 bilhões de quilowatts por hora. 2030: 1.000 bilhões de quilowatts por hora. 2040: 950 bilhões de quilowatts por hora.
Fonte: U.S. ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION. Annual Energy Outlook 2017: with projections to 2050. [Estados Unidos da América]: Estudo de Impacto Ambiental, 2017. Disponível em: https://oeds.link/oRadaQ. Acesso em: 14 abril 2022.
  1. Quais são as principais fontes de energia utilizadas para a produção de eletricidade nos Estados Unidos? Elas são muito ou pouco poluentes?
  2. Os Estados Unidos são mais dependentes de fontes renováveis ou de fontes não renováveis para a geração de energia elétrica?
  3. Quais são as projeções para as fontes renováveis?
  4. Aponte um risco do uso da energia nuclear.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidade

São trabalhados aspectos relacionados à habilidade:

ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 1, 2, 3, 4 e 5)

Respostas

  1. Inesgotável: energia eólica, energia solar; renovável: energia hidráulica, biomassa; não renovável: petróleo, gás natural, carvão mineral.
    1. Produção de borracha sintética, tintas, fertilizantes, gasolina, asfalto, querosene, óleos, entre muitos outros.
    2. Fonte de calor e energia, usado para gerar energia elétrica, movimentar máquinas em siderúrgicas (principalmente para a produção do aço).
    3. Pode ser usado como fonte de calor em fogões domésticos e em altos-fornos industriais, e como combustível de automóveis e de geradores elétricos em usinas termelétricas.
  2. Respostas pessoais. Espera-se que o estudante, a partir do que foi estudado nesta Unidade, reflita sobre seus hábitos de consumo. Como as respostas podem ser muito variadas, serão dados exemplos a seguir.
    1. Alimentos da caça e da pesca (enlatados como atum e sardinha), objetos feitos de couro de determinados animais etcétera. Aproveite a questão para verificar se os estudantes diferenciam extrativismo de atividades econômicas que envolvam criadouro de animais.
    2. Água, sal de cozinha, gás de cozinha, objetos metálicos como panelas, aparelhos eletrônicos com componentes cuja composição é de metal etcétera.
    3. Móveis de madeira, objetos de borracha, alimentos como frutos nativos (açaí), papel, produtos medicinais etcétera.
    1. Extrativismo animal.
    2. Porque, conforme a legislação vigente, a retirada de animais de seu ambiente natural (hábitat) é crime.
    3. Porque são produtos raros e considerados sofisticados por uma parcela da sociedade.
    4. Aumentar a vigilância e a fiscalização em portos e aeroportos; oferecer melhores condições de vida para os povos locais que realizam esse tipo de extrativismo; punir aqueles que compram os produtos fabricados com essa matéria-prima; realizar campanhas publicitárias contra essa prática ilegal.
    1. O carvão mineral e o gás natural. O primeiro é muito poluente; o segundo, menos.
    2. Mais dependentes das fontes não renováveis.
    3. As projeções mostram que aumentará a produção de energia gerada por fontes renováveis, chegando a talvez até ultrapassar o carvão mineral.
    4. Há o risco de acidentes com vazamento de radioatividade, que pode contaminar o solo, o ar, a água, os animais, os alimentos e os seres humanos, causando sérios problemas de saúde.

CAPÍTULO 16  A agricultura e a pecuária

A agricultura e a pecuária são praticadas de diversas fórmase com diferentes objetivos.

Há países com capacidade de investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico que apresentam atividades agrícola e pecuária modernas, com altos índices de produtividade. Esses países empregam cada vez menos mão de obra no setor primário. Parte dos trabalhadores que deixam de atuar no campo é, então, incorporada pelo setor secundário e, principalmente, pelo terciário.

A implantação de processos de modernização em países em desenvolvimento que destinam a maior parte de sua produção agropecuária para a exportação tem acelerado o desemprego no campo, agravando a pobreza e a desigualdade social.

Há também regiões onde a base da agricultura é obtida por meio de técnicas e sabedorias tradicionais. Nesses casos, muitos agricultores lutam contra as adversidades financeiras e climáticas para garantir uma produção suficiente para o sustento da família.

Fotografia. Vista para um terreno agrícola com solo marrom, e plantação de mudas dispostas em faixas paralelas e separadas por sulcos. À direita, duas pessoas de bermuda, camiseta e chapéu aram a terra com enxadas. À esquerda, cerca viva composta de vegetação arbustiva, delimitando o terreno. Ao fundo, fragmento de floresta densa e verde e céu azul.
Agricultores familiares em Agudo, Rio Grande do Sul (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Na Unidade seis os estudantes puderam iniciar os estudos referentes às atividades rurais, englobando a agricultura e a pecuária. Neste momento, aprofundaremos esses conteúdos, trabalhando as características das produções agropecuárias, a relação entre as áreas de desenvolvimento dessas atividades e os fatores naturais, além de abordar essas práticas no cenário brasileiro.

Orientações

É interessante reforçar com os estudantes a relação de interdependência entre as atividades agropecuárias (setor primário) e as dos demais setores da economia. A mão de obra excedente a partir da modernização do campo é absorvida pelos outros dois setores. Além disso, grande parte da produção agrícola é destinada ao setor secundário, como é o caso da cana-de-açúcar na fabricação de etanol. Comente que as propriedades que não se modernizam acabam por ficar em posição desfavorável em um mercado cada vez mais competitivo. Porém, ao investirem em maquinários e insumos agrícolas, alimentam o fenômeno da migração campo-cidade. Saliente que no Brasil a maior parte dos alimentos que consumimos, ou seja, que são destinados ao mercado interno, tem origem em pequenas propriedades, sendo o mercado externo o destino da produção de grandes propriedades, em geral.

Observação

O conteúdo desta página permite trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um zero.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero seis gê ê zero cinco: Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.

ê éfe zero seis gê ê zero seis: Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do processo de industrialização.

ê éfe zero seis gê ê um zero: Explicar as diferentes fórmas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etcétera.) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

ê éfe zero seis gê ê um um: Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

O uso da irrigação na agricultura

[Locutor]:

A água é um dos elementos fundamentais para o desenvolvimento da agricultura. Juntamente com o solo e a luz solar, a água proporciona as condições básicas para que os vegetais cresçam e se desenvolvam, possibilitando a produção agrícola. Cada espécie vegetal necessita de uma quantidade diferente de água para o seu crescimento. Mas essa quantidade também varia de acordo com as fases de desenvolvimento da planta. O arroz, por exemplo, precisa de muita água para se desenvolver. Por isso, nas paisagens onde há cultivo de arroz, é comum ver campos alagados. Em alguns casos, como em áreas com abundância de chuvas, ou quando elas coincidem com o período de cultivo, a obtenção da água para a produção agrícola é natural. Quando suficientes, as chuvas garantem a produção agrícola. Por outro lado, a falta de chuvas pode comprometer todo o cultivo.

Por isso, em regiões com poucas chuvas, ou que passam por longos períodos de estiagem, a água usada na agricultura é obtida artificialmente, isto é, por meio de irrigação. Irrigar é regar o solo. Quando usamos um regador, por exemplo, estamos adotando um método de irrigação. Em áreas de cultivo muito extensas, com relevos irregulares ou cujas plantações exijam grande quantidade de água, pode ser necessário utilizar sistemas de irrigação. Atualmente, a agricultura é o setor econômico que mais consome água no mundo. Um dos grandes desafios impostos a essa atividade é a redução do desperdício da água utilizada nos sistemas de irrigação. O custo dos sistemas pode variar bastante, a depender do tipo de plantação em que são aplicados e do seu nível tecnológico. Grandes terrenos, por exemplo, podem requerer tecnologias complexas, enquanto a irrigação de terrenos menores pode ser feita com materiais muito simples e acessíveis, como uma mangueira. Um dos sistemas de irrigação mais antigos e frequentes é a irrigação por superfície. Por esse método, os cultivos são inundados por lâminas de água, que é em parte drenada ou totalmente absorvida pelo solo.

A irrigação por superfície também pode ser feita por canais escavados no terreno, que retêm a água, mantendo os cultivos regados. No entanto, uma das limitações para a irrigação por superfície é a declividade do terreno, que não pode ser muito elevada. Além disso, esse sistema requer grande quantidade de água e pode causar desperdício.  Outro sistema de irrigação é a aspersão. Nesse caso, emissores projetam jatos de água no ar, fazendo-os cair no solo de forma parecida com a chuva. A microaspersão irriga as plantas de forma semelhante, mas nesse caso a precipitação da água é mais suave e uniforme que na aspersão. Esse tipo de irrigação é mais usado em estufas e viveiros cobertos por telas.  Há, ainda, a irrigação localizada, em que a água é aplicada por gotejamento. Dessa forma, as gotas de água molham o solo e as raízes lentamente. É um sistema usado principalmente para a produção de hortaliças, de algumas espécies de frutas e de legumes.

A irrigação localizada tem um custo de instalação relativamente alto, devido à grande quantidade de tubulações necessárias para o seu funcionamento. Apesar disso, o método costuma ser bastante eficiente, dada a baixa perda de água por evaporação.

A escolha de um sistema de irrigação depende de vários fatores, como sua topografia, o tipo de solo, o tamanho do terreno, as condições das fontes de água disponíveis, a espécie cultivada e o clima local. Quanto mais adequada for a escolha do sistema, maiores serão os benefícios trazidos pela irrigação e menor será o desperdício de água.

Condições naturais necessárias para o desenvolvimento da agricultura

Apesar do grande desenvolvimento tecnológico e científico ocorrido nos últimos anos, elementos naturais como o relevo, o clima, o solo e a água ainda influenciam diretamente o desenvolvimento da agricultura.

O relevo pode facilitar ou dificultar a prática agrícola. As áreas mais planas, por exemplo, favorecem a agricultura por facilitar a mecanização e o escoamento da produção. Nas áreas com superfícies irregulares, formadas por morros ou montanhas, a realização de determinadas atividades, como o uso de máquinas e o transporte da produção agrícola, é mais difícil ou mesmo inviável. Nessas áreas, a ação da erosão também tende a ser mais intensa, pois a inclinação do terreno aumenta a velocidade de escoamento da água.

O clima é um fator que influencia significativamente a agricultura, porque restringe ou favorece o plantio de determinados vegetais em cada local e época do ano. A laranja, por exemplo, tem melhor desenvolvimento em locais de clima quente, enquanto a maçã se adapta melhor a áreas de clima frio.

Os solos mais apropriados para a agricultura são os ricos em húmus, matéria orgânica em decomposição importante para a fertilidade do terreno.

A água, proveniente de rios ou da chuva, é um elemento cuja falta ou excesso pode inviabilizar determinados cultivos. Em muitos casos, a falta de chuva pode ser solucionada com a irrigação. Já o excesso de água no solo pode ser resolvido com sistemas de drenagem, que consistem na abertura de valas ou drenos.

Fotografia. No primeiro plano, duas mulheres usando camiseta, saia e lenço amarrado no tronco estão agachadas colhendo as folhas do arroz em uma superfície alagada, cujo nível de água alcança o tornozelo. Atrás delas, outra mulher de pé, segurando as folhas. No segundo plano, superfície plana coberta por vegetação rasteira, fragmento florestal e céu com nuvens.
Mulheres realizando plantio de arroz em Assam, Índia (2021). O cultivo de arroz necessita de bastante água.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Para auxiliar os estudantes a relacionar os fatores naturais às práticas agrícolas, estimule-os a pensar sobre as condições para a agricultura no município no qual a escola está situada. Pergunte como é o relevo, o regime das chuvas, a temperatura, a disponibilidade de água, e ajude-os a traçar as dificuldades e facilidades para o cultivo. Caso a escola se localize em espaço rural e tenha parte de suas atividades atrelada à agricultura, explore as condições da região.

Texto complementar

O texto a seguir trata do avanço nas técnicas de produção:

Apesar de os processos de inovação tecnológica na agricultura terem possibilitado grandes avanços, é importante reconhecer que convivem no Brasil uma agricultura tecnificada e dinâmica e outra ainda muito carente, à margem do mercado. Os pequenos agricultores brasileiros precisam, mais que nunca, ter acesso a informações, conhecimentos e inovações tecnológicas. E as instituições de fomento, pesquisa e extensão devem atuar de fórma inteligente e concertada para desenvolvimento de soluções que viabilizem a elevação do desempenho e a inserção econômica dos pequenos agricultores, respeitando as diversidades regionais e culturais que marcam o nosso país continental.

LOPES, M. A.; CONTINI, E. Agricultura, Sustentabilidade e Tecnologia. agroanálizis, São Paulo, Fundação Getulio Vargas, volume 32, número 2, página 30, fevereiro 2012.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero cinco, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Produção agrícola

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A agricultura pode ser classificada conforme o sistema de produção utilizado, que varia de acordo com as técnicas, os instrumentos e a mão de obra empregados.

A agricultura extensiva caracteriza-se geralmente pelo uso de técnicas tradicionais na produção, com predomínio de mão de obra humana, baixa mecanização e produtividade pouco elevada.

A agricultura intensiva usa máquinas, fertilizantes, sistemas de irrigação, sementes selecionadas e modernas técnicas agrícolas. Nesse tipo de agricultura são empregados poucos trabalhadores e obtém-se alta produtividade.

As atividades agrícolas também podem ser agrupadas segundo as características da mão de obra empregada, o tamanho da propriedade e a escala de produção.

Agricultura familiar

Essa modalidade produtiva é praticada em pequenas propriedades e tem como base o trabalho dos membros de uma família. Presente em muitos países, uma das principais características da agricultura familiar é o cultivo de grande variedade de alimentos.

No Brasil, a agricultura familiar está organizada em sistemas extensivos ou intensivos e é a principal fonte de alimentos do mercado interno do país.

As pequenas produções cultivadas como fórma de suprir as necessidades alimentares da própria família de agricultores são chamadas de agricultura familiar de subsistência.

PLANISFÉRIO: AGRICULTURA E PECUÁRIA (2011)

Mapa. Planisfério: agricultura e pecuária, 2011. Planisfério com destaque para os tipos de agricultura e pecuária praticados no mundo. Agricultura comercial de produtos tropicais: pequenos fragmentos no sul dos Estados Unidos, América Central, norte e oeste da América Latina, oeste e centro da África, sul da Ásia e nordeste da Austrália. Agricultura mediterrânea: oeste dos Estados Unidos, norte da África, sul da Europa e norte do Oriente Médio. Agricultura comercial de cereais: região central dos Estados Unidos, região central da Argentina, região central da Ásia e sul oeste da Austrália. Agricultura associada à criação de gado: região central, sul e leste do Brasil, região leste dos Estados Unidos, região oeste e central da Europa, região central da Rússia. Agricultura intensiva de subsistência: Japão, sul e sudeste da Ásia. Agricultura de subsistência: norte e oeste da América Latina, região central da África e região central da Ásia. Áreas utilizadas principalmente pela pecuária: Região central e sul dos Estados Unidos, região do Alasca e norte do Canadá, América Central, porção norte da América do Sul, região central e sul do Brasil, região sul da América Latina, norte e sul da África, grande parte do Oriente Médio, região norte da Europa, norte e leste da Rússia, centro e sul da Ásia e interior da Austrália. Áreas não utilizadas pela agropecuária: norte do Canadá, Groenlândia, porção norte da Europa, centro da Rússia, sul da China, oeste da América Latina, fragmentos do norte e sul da África, centro do Oriente Médio e centro da Austrália.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página 46.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Trabalho.

Explore o planisfério apresentado nesta página e solicite aos estudantes que identifiquem os tipos de agricultura e pe­cuária representados e as áreas em que predominam. Peça-lhes que examinem mais detidamente o Brasil e ressalte a grande porção de terras destinadas à pecuária e as terras de agricultura associadas a essa atividade. Destaque também a relevância da agricultura de subsistência, destinada a suprir as necessidades alimentares da própria família de agricultores.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

AGRICULTURA tamanho família. Direção: Silvio tendler. Brasil: Caliban, 2014. Duração: 55 minutos.

O filme mostra as diversas fórmas de agricultura familiar e o quanto ela cria e impulsiona a cultura e a produção, além de enfatizar o papel desse modelo no abastecimento interno do país.

Observação

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Agricultura comercial

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A agricultura comercial e o agronegócio são praticados em grande escala para abastecer mercados consumidores nacionais e internacionais. Em geral, a produção é intensiva e se baseia em grandes empresas agrícolas, as quais produzem em amplas propriedades e utilizam tecnologia avançada. Boa parte da produção proveniente da agricultura comercial no Brasil é destinada à indústria e à exportação.

Como estudamos na Unidade seis, muitas empresas agrícolas transformam o produto que cultivam em bens industrializados no próprio local de cultivo, na chamada agroindústria. É o que ocorre, por exemplo, com a laranja, transformada em suco, ou com a cana-de-açúcar, transformada em etanol e açúcar.

Atualmente, grande parte dos produtos agrícolas passa por algum processo industrial – por exemplo, legumes e verduras pré-cozidos, polpas de frutas processadas ou até refeições completas prontas, que precisam apenas ser descongeladas para o consumo.

Os produtos da agroindústria abastecem os supermercados de todo o país e também do exterior.

Observe o infográfico.

Origem e produção dos alimentos

Infográfico. Origem e produção dos alimentos. Infográfico composto por gráficos de setor que mostram a origem dos alimentos consumidos por pessoa por dia e a produção de café, frutas e cereais por país em 2014. Gráfico. Mundo: origem dos alimentos consumidos por pessoa por dia, em 2014. Média mundial em percentual. Círculo externo: Produtos de origem animal: 17,9 por cento. Produtos de origem vegetal: 82, por cento. Círculo interno: Cereais: 44,8 por cento. Ao lado, texto informativo: Os cereais correspondem a quase 45 por cento do consumo de calorias de uma pessoa por dia, chegando a 57 por cento na Ásia Meridional e somente 22 por cento na América do Norte, onde o maior consumo é de produtos de origem animal. Óleos e gorduras vegetais: 11,5 por cento. Açúcares e adoçantes: 8,3 por cento. Tubérculos e raízes: 4,9 por cento. Frutas: 4,0 por cento. Verduras: 3,3 por cento. Bebidas alcoólicas: 2,4 por cento. Legumes: 2,4 por cento. Carnes: 8,2 por cento. Leite: 4,8 por cento. Gorduras animais: 2,1 por cento. Peixes: 1,2 por cento. Outros: 2,8 por cento. No centro do círculo, texto informativo: A diferença entre o consumo de produtos de origem vegetal ou animal varia conforme a área geográfica: 90 por cento na África e menos de 70 por cento na Oceania. Gráfico. Mundo: produção de algumas culturas, por país - 2014. Café. Brasil: 31,9 por cento. Vietnã: 16 por cento. Colômbia: 8,3 por cento. Indonésia: 7,3 por cento. Etiópia: 4,8 por cento. Índia: 3,5 por cento. Honduras: 3,2 por cento. Outros: 25 por cento. No centro do círculo, texto informativo: Mundo: 8.920.840 toneladas. toneladas Frutas: China: 23 por cento. Índia: 12,8 por cento. Brasil: 5,4 por cento. Estados Unidos: 3,8 por cento. México: 2,6 por cento. Espanha: 2,6 por cento. Indonésia: 2,5 por cento. Outros: 43,7 por cento. No centro do círculo, texto informativo: Mundo: 689.893.076 toneladas. Cereais: China: 19,8 por cento. Estados Unidos: 15,7 por cento. Índia: 10,5 por cento. Rússia: 3,7 por cento. Brasil: 3,6 por cento. Indonésia: 3,2 por cento. Outros: 43,5por cento. No centro do círculo, texto informativo: Mundo: 2.818.540.931 toneladas.
Elaborado com base em dados obtidos em: ISTITUTO GEOGRAFICO DE AGOSTINI. Atlante geografico metodico. Novara: í gê dê á, 2017. página E50-E53.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Como fórma de aproximar conteúdos do componente curricular Geografia e a realidade vivida pelos estudantes, é possível propor que eles tragam exemplos de alimentos agrícolas que consomem in natura e os que são transformados industrialmente. Depois, peça a eles que reflitam a respeito da origem dos alimentos consumidos in natura, questionando se são produzidos por eles, por outros produtores locais ou se são comprados em supermercados e não sabem a origem.

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Trabalho.

Atividade complementar

Para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um, sugerimos que os estudantes realizem uma pesquisa a respeito do município ou da unidade da federação onde residem, em busca de informações sobre cultivos orgânicos. É possível direcionar a pesquisa, procurando saber se existem cooperativas de agricultores orgânicos, quais produtos cultivam e se existem locais de comercialização direta desses produtos, como feiras. Caso a pesquisa mostre a falta desse tipo de agricultura, aproveite para explorar esse resultado e buscar incidência de agricultura tradicional. Esta atividade trabalha a observação como prática de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis, ê éfe zero seis gê ê um zero e ê éfe zero seis gê ê um um.

Agricultura orgânica

O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo em sua produção agrícola. A agricultura comercial de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar é a principal consumidora desse tipo de produto.

Os agrotóxicos também são usados por muitos agricultores familiares para tentar garantir sua produção agrícola e a renda da família.

Estima-se que mais da metade dos alimentos consumidos pela população brasileira esteja contaminada com resíduos de agrotóxicos empregados de modo excessivo e indiscriminado. Infelizmente, não há uma fiscalização rigorosa para controlar os agrotóxicos adquiridos e a maneira como eles são utilizados pelos produtores rurais.

Como contraponto, nos últimos anos, vem crescendo a prática da agricultura orgânica, realizada principalmente por pequenos agricultores. Ela segue um conjunto de ações, como usar adubos feitos de matéria orgânica, em vez de fertilizantes químicos; fazer uso racional da água; levar em conta as características da região, produzindo culturas conforme a época etcétera Apesar de vantajosos para o meio ambiente e para a saúde humana, muitos produtos orgânicos ainda são mais caros que os da agricultura convencional, tanto pela produção mais trabalhosa como pelo aumento da procura por esse tipo de produto.

MUNDO: AGRICULTURA ORGÂNICA (2019)

Gráfico. Mundo: agricultura orgânica, 2019. Gráfico de setor dos percentuais da produção de orgânicos, por regiões do mundo. Oceania: 49,6 por cento. Europa: 22,9 por cento. América do Sul: 11,5 por cento. Ásia: 8,2 por cento. América do Norte: 5 por cento. África: 2,8 por cento. No centro do círculo, texto informativo: Mundo: 72,3 milhões de hectares.
éfe í bê éle e ifoãm Organics International. The world of organic agriculture: statistics & emerging trendstuên tuên uãn. Disponível em: https://oeds.link/TNJYgC. Acesso em: 14 abril 2022.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2021 havia cêrca de 25 mil produtores cadastrados e reconhecidos como orgânicos no país. O Mapa estima que esse número tende a crescer e parte da produção orgânica pode ser destinada à exportação.

Fotografia. No primeiro plano, destaque para uma barraca de frutas, legumes, sucos e outros produtos. A base da barraca está coberta por uma lona marrom. Atrás da barraca, um homem de avental laranja e máscara de proteção manuseia os produtos. Atrás do homem, diversas caixas de frutas e legumes. Na frente da barraca, corrente para delimitar a passagem dos clientes. A barraca está em um espaço semiaberto, sem portas e com telhado sustentado por vigas de madeira e chão de paralelepípedo. No segundo plano, outras barracas e pessoas circulando entre elas. Ao lado do espaço, veículos estacionados.
As feiras agroecológicas são espaços nos quais os produtos orgânicos são comercializados, muitas vezes, pelo próprio produtor. Para vender orgânicos no Brasil é necessário ter uma certificação reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Fotografia de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Para Adilson Pasqual, pê agá dê em ecologia e recursos naturais, o agrotóxico deve ser a última opção para contrôle de pragas e doenças, devendo ser priorizadas as técnicas de contrôle genético, biológico e de cultura:

reticências À medida em que a agricultura industrial foi avançando pelas fronteiras, a agricultura orgânica foi ocupando aquilo que foi deixado. Porque ela recupera o solo. Essa é a missão da agricultura orgânica: recuperar o que foi destruído. Porque a meta principal da agricultura orgânica é o solo. Recuperando o solo, você produz sem agrotóxico, sem adubo mineral solúvel, com variedades até mesmo convencionais. reticências Para encarar a agricultura como ecossistema, você precisa entender todas as partes: físicas, químicas, biológicas. Isso requer um entendimento profundo de relações. Quem domina isso domina a agricultura. Para nós, é importante buscar causas, e não combater efeitos.

NETO, Nelson Niero; GALERA, Vinicius. Agrotóxico deve ser a última opção no contrôle de pragas e doenças. Globo Rural (on-line), 20 junho 2018. Seção Agricultura. Disponível em: https://oeds.link/2oZNQV. Acesso em: 17 abril 2022.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero seis gê ê um um.

Produtos agrícolas no Brasil

Os produtos agrícolas brasileiros costumam ser divididos em dois grupos: as culturas destinadas ao fornecimento de alimentos para a população, como mandioca, feijão, arroz, frutas, verduras e legumes, e as culturas destinadas à exportação ou à indústria, com destaque para as plantações de soja, café, algodão, trigo e cana-de-açúcar.

Essa divisão, porém, não é uma regra. Por um lado, muitos produtos voltados para atender ao consumo interno podem ser exportados em grandes quantidades, como é o caso da laranja. Por outro, os produtos voltados para a exportação também são consumidos internamente. Na maioria das vezes, são exportados prioritariamente os produtos de melhor qualidade, sobrando para o mercado interno os produtos de qualidade inferior ou menos valorizados.

Geralmente, os produtos mais consumidos no país são cultivados pela agricultura familiar em pequenas propriedades, e os de exportação, nas médias e grandes propriedades, pelo agronegócio.

O agronegócio é responsável por boa parte das exportações do Brasil e tem destaque no cenário mundial por causa da alta produtividade. O país figura entre os maiores produtores de soja e de milho do planeta.

BRASIL: PRINCIPAIS CULTURAS PRODUZIDAS (2016)

Mapa. Brasil: principais culturas produzidas, 2016. Mapa mostra a distribuição dos principais cultivos agrícolas no território brasileiro. Algodão: Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, Piauí e Bahia. Banana: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Roraima, Acre, Amazonas, Rondônia, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Batata: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Goiás. Cacau: Bahia e Espírito Santo. Café: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cana de açúcar: Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pará, Tocantins. Feijão: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Ceará, Alagoas, Bahia e Tocantins. Laranja: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Pará e Minas Gerais. Maçã: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais. Manga: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Piauí. Milho: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Sergipe, Maranhão, Ceará, Paraíba. Soja: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia. Uva: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Goiás. No canto direito inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 345 quilômetros.
Fonte: í bê gê É. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 126-128.
Ícone. Sugestão de livro.
AMADO, Jorge. Cacau. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Narrado em primeira pessoa por um lavrador, o romance constitui um manifesto pela consciência social e política que envolve as relações de trabalho nas fazendas de cacau do sul da Bahia.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Apesar de o Brasil ocupar posição de destaque nas exportações agrícolas, é importante que os estudantes compreendam que o país não é autossuficiente no cultivo de alguns produtos, entre eles o trigo. Também é importante abordar o fato de que o país importa a maior parte dos fertilizantes que utiliza no agronegócio, sendo, portanto, dependente de outros países para assegurar a alta produtividade de seus principais itens de exportação.

Atividade complementar

Com o auxílio do mapa disponível nesta página, peça aos estudantes que separem os produtos agrícolas de acordo com a finalidade de destino: abastecimento do mercado interno ou externo. Caso a finalidade do produto seja a exportação, oriente-os a pesquisar os principais países de destino. Depois, peça a eles que localizem as regiões brasileiras que se destacam na produção de cada alimento representado. Esta atividade trabalha a análise documental como prática de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

PRADO JUNIOR, Caio. A questão agrária no Brasil. quarta edição São Paulo: Brasiliense, 1979.

A obra é considerada um clássico para o debate da questão agrária brasileira.

Pecuária

A pecuária é uma atividade econômica que consiste na criação e na reprodução de animais com o objetivo de fornecer matéria-prima para a indústria e alimentos para a população.

A pecuária e a agricultura tiveram origem praticamente ao mesmo tempo, há cêrca de 10 mil anos, no Oriente Médio e no Egito, e desenvolveram-se paralelamente.

Os animais criados pelos seres humanos precisam de alimentos produzidos pela agricultura para viver, assim como a agricultura, em determinados sistemas produtivos, necessita de animais para o fornecimento de esterco usado na adubagem orgânica. E em algumas localidades, os animais ainda são utilizados para arar o solo e transportar a colheita.

Na atividade pecuária, podem ser criados animais de diferentes portes: os de grande porte incluem o boi (bovino), o cavalo (equino), o búfalo (bufalino) e a mula (muar); os de médio porte compreendem o porco (suíno), a cabra (caprino) e a ovelha (ovino); e os de pequeno porte incluem as aves (avícolas), os peixes e as abelhas (apícolas).

O principal objetivo da pecuária é obter carne, leite, ovos, gordura, couro, ossos, penas, mel e cera, que, dependendo do caso, podem ser usados como alimentos e ou ou como matéria-prima para a indústria.

Evidenciando a importância da criação de animais para as sociedades humanas, a produção mundial de peixes em cativeiro cresceu substancialmente nos últimos anos, principalmente na Ásia.

MUNDO: PRODUÇÃO DE CARNE BOVINA (2010-2021)

Gráfico. Mundo: produção de carne bovina – 2010 a 2021. Gráfico de colunas mostrando o volume de carne produzida no mundo nos últimos anos. Todas as colunas estão na cor azul. 2010: 56,9. 2011: 56,4. 2012: 56,7. 2013: 57,6. 2014: 57,6. 2015: 57,5. 2016: 58,0. 2017: 59,2. 2018: 60,6. 2019: 61,5. 2020: 60,6. 2021: 61,5.

MUNDO: MAIORES PRODUTORES DE CARNE BOVINA (2010-2021)

Gráfico. Mundo: maiores produtores de carne bovina – 2010 a 2021. Gráfico de linhas mostrando a participação dos quatro principais produtores de carne bovina nos últimos anos. Estados Unidos. 2010: 12,0. 2011: 12,0. 2012: 11,8. 2013: 11,6. 2014: 11,3. 2015: 11,0. 2016: 11,6. 2017: 12,0. 2018: 12,1. 2019: 12,2.  2020: 12,2. 2021: 12,3. Brasil. 2010: 9,0. 2011: 9,0. 2012: 9,5. 2013: 9,8. 2014: 9,8. 2015: 9,5. 2016: 9,4. 2017: 9,7. 2018: 10. 2019: 10.  2020: 10. 2021: 10,1. China. 2010: 6,1. 2011: 6,0. 2012: 6,0. 2013: 6,0. 2014: 6,0. 2015: 6,0. 2016: 6,0. 2017: 6,2. 2018: 6,3. 2019: 6,2. 2020: 6,5. 2021: 6,5. Índia. 2010: 3,0. 2011: 3,3. 2012: 3,5. 2013: 4,0. 2014: 4,0. 2015: 4,0. 2016: 4,0. 2017: 4,1. 2018: 4,1. 2019: 4,1. 2020: 3,9. 2021: 4,0.

Fonte dos gráficos: Brasil responderá por 17% da produção mundial de carne bovina em 2021. ágrosabêr, 30 agosto 2021. Disponível em: https://oeds.link/hAgzEp. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

MUNDO: MAIORES PRODUTORES DE CARNE DE FRANGO (2019)

Gráfico. Mundo: maiores produtores de carne de frango, 2019. Gráfico de barras mostrando os países que mais produziram frango em 2019. Todas as colunas estão na cor vermelha. Estados Unidos: 19.941. China: 13.750. Brasil: 13.245. União Europeia: 12.460. Rússia: 4.671. Outros: 34.527.
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Relatório anual 2020. Disponível em: https://oeds.link/s4DmOn. Acesso em: 14 abril 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comumente a pecuária é associada à criação de gado e de aves com a finalidade de fornecer alimentos para a população. Explore com os estudantes a utilização dos animais para finalidades diferentes do consumo da carne. A gelatina, por exemplo, é obtida por meio de uma substância chamada colágeno, extraída dos ossos e da pele do boi. Outros exemplos são a lã feita do pelo de ovelha para a indústria têxtil e o leite destinado à fabricação de variados tipos de queijo.

Destaque as relações entre a pecuária e a agricultura, lembrando aos estudantes que os animais criados pelos seres humanos precisam de produtos da agricultura para se alimentar.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Sistemas de produção pecuária

Como estudamos na Unidade seis, há dois sistemas de produção pecuária: o extensivo e o intensivo.

Na pecuária extensiva, os animais são criados soltos em grandes áreas, com técnicas tradicionais, e se alimentam nas pastagens.

Na pecuária intensiva, os animais são confinados em estruturas planejadas, como granjas, estábulos e currais, onde recebem alimentação controlada. Nesse caso, não há necessidade de grandes extensões de terra. Em geral, a pecuária intensiva emprega técnicas modernas, como a inseminação artificial, e adota o uso de antibióticos e a aplicação de vacinas.

A pecuária no Brasil

Entre os rebanhos de grande porte, o de bovinos é o mais numeroso no Brasil e está concentrado no Centro-Sul do país. De acordo com o í bê gê É, o rebanho de bovinos em 2020 era superior a 218 milhões de cabeças. Observe no gráfico a evolução do rebanho bovino no Brasil de 1976 a 2020.

No país, a pecuária bovina é predominantemente realizada na fórma extensiva quando destinada à produção de carne (córte) e de matéria-prima para a indústria. A pecuária intensiva, mais comum nas regiões Sudeste e Sul, é destinada principalmente à produção de leite.

A criação de suínos (suinocultura) é a terceira do país em volume de produção, atrás da avicultura e da pecuária bovina, com destaque para a criação intensiva nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A criação de aves (avicultura) é uma das atividades agropecuárias mais importantes do Brasil, onde a maior parte da produção é praticada no sistema intensivo. Nas granjas, por exemplo, os ovos são chocados por incubadoras ou chocadeiras elétricas, que possibilitam controlar a temperatura ambiente e o tempo de incubação. A alimentação das aves é controlada e constituída somente de rações que estimulam a produção de ovos, aceleram o processo de crescimento para o abate e ajudam a prevenir doenças.

BRASIL: EVOLUÇÃO DO REBANHO BOVINO (1976-2020)

Gráfico. Brasil: evolução do rebanho bovino, 1976 a 2020. Gráfico de colunas mostrando a quantidade do rebanho bovino brasileiro nas últimas décadas. A quantidade de gado em milhões de cabeças está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. 1976: 105 milhões de cabeças. 1980: 120 milhões de cabeças. 1984: 150 milhões de cabeças. 1988: 180 milhões de cabeças. 1992: 155 milhões de cabeças. 1996: 160 milhões de cabeças. 2000: 170 milhões de cabeças. 2004: 205 milhões de cabeças. 2008: 200 milhões de cabeças. 2012: 210 milhões de cabeças. 2016: 215 milhões de cabeças. 2020: 225 milhões de cabeças.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Sistema í bê gê É de Recuperação Automática (sídra). Pesquisa da Pecuária Municipal. [Rio de Janeiro]: í bê gê É, 2020. Disponível em: https://oeds.link/9bYJAQ. Acesso em: 14 abril 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante que os estudantes associem as práticas extensivas de pecuária à necessidade de utilizar grandes áreas, o que ocasiona, muitas vezes, o desmatamento para a formação de pastagens, além de conflitos com populações que ocupam originalmente as terras.

Durante a abordagem desse conteúdo, é fundamental que os estudantes compreendam a prática da criação de animais como atividade realizada por civilizações antigas e possam analisar as mudanças pelas quais passou no decorrer do tempo. A criação de aves é um bom exemplo das transformações das técnicas utilizadas, do sistema produtivo e das relações de trabalho.

Reforce que os seres humanos, ao dominar determinadas técnicas, criam condições para alterar o tempo de produção natural – nesse caso, dos ovos.

É possível, ainda, analisar o gráfico desta página com os estudantes, pedindo a eles que identifiquem o período em que a evolução do rebanho bovino se intensificou no país.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero seis gê ê zero seis e ê éfe zero seis gê ê um um.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

í bê gê É. Censo Agropecuário. Disponível em: https://oeds.link/zb9qdE. Acesso em: 11 abril 2022.

Nas publicações do Censo Agropecuário, feito pelo í bê gê É, é possível ter acesso às informações sobre os estabelecimentos agropecuários e as características da produção, como práticas agrícolas, uso de agrotóxicos, agricultura orgânica e utilização das terras. Sugerimos que você acesse a plataforma com os estudantes para explorar os dados disponíveis.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

  1. Quais são os elementos naturais fundamentais para o desenvolvimento da agricultura? Explique.
  2. Quais são os tipos de produção agrícola existentes? Explique.
  3. Quais são os principais sistemas de produção pecuária? Explique.
  4. Indique a atividade econômica relacionada a cada um dos seguintes produtos.
    1. Cana-de-açúcar.
    2. Carne de frango.
    3. Petróleo.
    4. Látex.
    5. Carne de porco.
    6. Carvão mineral.
  5. De acordo com o mapa Brasil: principais culturas produzidas (2016), faça, em seu caderno, uma lista de produtos que são cultivados na unidade da federação em que você vive.
  6. Observe o mapa e responda.

PLANISFÉRIO: USO DA TERRA (2015)

Mapa. Planisfério: uso da terra, 2015. Mapa do mundo mostrando os percentuais de áreas cultivadas nos países. Menos de 5 por cento: Peru, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa e Guiana, maior parte dos países africanos da África, Mongólia e Turcomenistão. De 5 a 15 por cento: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Equador, México, Canadá, África do sul e alguns países vizinhos, Austrália, Rússia e China. De 15 a 25 por cento: Estados Unidos, Alasca, Mianmar, alguns países do Sudeste Asiático, alguns países da costa oeste da África, Marrocos, Tanzânia e Etiópia. De 25 a 35 por cento: Gana, alguns países da Europa, Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Turquia, Síria e alguns países do Sudeste Asiático. Mais de 35 por cento: Nigéria, França, Romênia, Ucrânia, Polônia, Índia, Tailândia e Paquistão. Abaixo, à esquerda,rosa dos ventos. À direita, escala de 0 a 3.415 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil) Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 65.
  1. Cite dois países que possuem maior porcentagem de áreas cultivadas.
  2. Cite dois países onde é baixa a porcentagem de áreas cultivadas.
  1. Observe a fotografia e responda.
    1. A imagem mostra um exemplo de agricultura extensiva ou intensiva? Justifique sua resposta.
    2. Considerando a escala de produção, como podemos classificar o modelo de agricultura apresentado na fotografia?
Fotografia. Vista aérea para uma vasta superfície plana coberta de plantação de milho, com de máquinas colheitadeiras paralelas e dispostas em V. Ao fundo, terreno com plantação já foi colhida. Acima, céu azul.
Máquinas colhem milho em Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Transformação das paisagens naturais e antrópicas.
  • Biodiversidade e ciclo hidrológico.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero seis gê ê zero seis (atividade 7)
  • ê éfe zero seis gê ê um zero (atividades 6 e 7)
  • ê éfe zero seis gê ê um um (atividades 1 e 7)

Respostas

  1. Relevo, clima, solos e água. O relevo pode facilitar ou dificultar a prática agrícola. Em áreas planas, a mecanização e o escoamento da produção são facilitados. O clima determina os cultivos adequados para cada área, pois algumas culturas se desenvolvem melhor em locais quentes, enquanto outras, em locais frios. Os solos podem ser mais férteis, o que também ajuda no desenvolvimento da atividade agrícola. A falta ou o excesso de água pode inviabilizar a agricultura.
  2. Agricultura familiar e agricultura comercial ou agronegócio. A agricultura familiar tem como base a mão de obra familiar. É praticada em pequena escala de produção e em pequenas propriedades, com técnicas tradicionais ou rudimentares ou com o emprego de insumos, como fertilizantes e agrotóxicos. Pode ser de subsistência quando a produção é essencialmente voltada para suprir as necessidades alimentares da família. A agricultura comercial é praticada em grande escala para abastecer grandes mercados nacionais e internacionais; emprega máquinas e tecnologia; utiliza fertilizantes, agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas.
  3. Sistemas extensivo e intensivo. Na pecuária extensiva os animais são criados soltos em grandes áreas, com técnicas tradicionais, e se alimentam em pastagens. Na pecuária intensiva os animais são confinados em locais como granjas, estábulos e currais, onde recebem alimentação controlada. Esse sistema não requer grandes extensões de terra e em geral emprega técnicas modernas, como a inseminação artificial.

4. a) Agricultura. b) Pecuária. c) Extrativismo mineral. d) Extrativismo vegetal. e) Pecuária. f) Extrativismo mineral.

5. Resposta pessoal.

6. a) Pode-se citar: Nigéria, Uganda, Índia, Bangladesh, Paquistão, Tailândia, França, Polônia, Ucrânia, Lituânia, Romênia, Hungria. b) Pode-se citar: Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Mongólia, Papua-Nova Guiné, Nova Zelândia, Islândia, Noruega, Turcomenistão, Jordânia, Arábia Saudita, Iêmen, Omã, Mauritânia, Argélia, Líbia, Egito, Chade, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, Angola, Namíbia, Botsuana, Somália.

7. a) Agricultura intensiva, porque se observa o uso de maquinário agrícola para a produção em larga escala. b) Agricultura comercial ou agronegócio.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Agricultura na cidade: as hortas urbanas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Quando pensamos em espaço urbano, quais elementos da paisagem vêm à nossa cabeça? Edifícios, casas, ruas, avenidas, carros, pessoas. As áreas verdes de uma cidade são geralmente pouco lembradas, muito menos aquelas destinadas ao cultivo de alimentos.

O espaço urbano é primeiramente associado às atividades industriais, comerciais, de serviços, enquanto relacionamos o predomínio das atividades agrícolas ao espaço rural.

No entanto, o espaço urbano em várias cidades do mundo, inclusive no Brasil, vem ganhando novas funções com o cultivo de hortas em terrenos ociosos ou embaixo de grandes linhas de energia elétrica, por exemplo.

Leia o texto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (fáo) sobre hortas no perímetro urbano.

Segurança alimentar e nutricional

O cultivo de frutas e hortaliças nas cidades e seus arredores aumenta a oferta de produtos frescos e nutritivos e melhora o acesso econômico dos pobres aos alimentos.

reticências

A horticultura urbana e periurbana ajuda as cidades em desenvolvimento a enfrentar desafios. Primeiro, contribui para o fornecimento de produtos frescos, nutritivos e disponíveis o ano todo. Segundo, melhora o acesso econômico dos pobres aos alimentos quando a produção familiar de frutas e hortaliças reduz os gastos com alimentos e quando os produtores obtêm renda com as vendas.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E A AGRICULTURA. Criar cidades mais verdes. [Roma]: fáo, 2012. Disponível em: https://oeds.link/S0o5X2. Acesso em: 14 abril 2022.

As hortas urbanas podem ser encontradas em vários países. Leia sobre a experiência realizada em Detroit, nos Estados Unidos.

Bairro renasce das cinzas com agricultura urbana nos Estados Unidos da América

Moradores de North End, na castigada Detroit, se uniram para criar o primeiro bairro urbano agrícola do país, que alimenta gratuitamente duas mil famílias

Você já sonhou em plantar sua própria horta caseira? Pois um bairro inteiro na cidade de Detroit, nos Estados Unidos, resolveu arregaçar as mangas e pôr as mãos na terra. Os moradores de North End, região central da cidade, se uniram para criar o primeiro bairro urbano agrícola dos Estados Unidos.

Projetos de horta urbana têm ganhado fôlego no país, mas em North End o negócio ganhou contornos mais radicais, baseado em um modelo alternativo de crescimento de bairros que posiciona a agricultura no centro do desenvolvimento de uso misto. O foco é unir agricultura local, residências, lazer, trabalho e todas as amenidades da vida em cidade.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Durante o trabalho com a seção, os estudantes podem aprimorar a Competência Geral da Educação Básica número 6 (Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade), bem como a Competência Específica de Geografia número 2 (Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história).

Habilidade

ê éfe zero seis gê ê um zero: Explicar as diferentes fórmas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etcétera.) e de apropriação dos recursos hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.

O conteúdo desta seção possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

BANDEIRA, Pedro. O mistério da fábrica de livros. São Paulo: Moderna, 2010. Ao contar o que ocorre em uma fábrica de livros, o autor mostra a inter-relação entre as atividades econômicas.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

ASSOCIAÇÂO de Agricultura Orgânica. Disponível em: https://oeds.link/Eub90K. Acesso em: 11 abril 2022.

Organização não governamental sobre agricultura orgânica (que não usa produtos químicos). Apresenta informações sobre horta caseira, minhocultura, plantas medicinais, alimentação saudável, entre outras.

No coração do bairro, em meio ao que antes eram casas abandonadas e terra vaga, cresce uma horta de 30 mil metros quadrados, o equivalente a quatro campos de futebol. Dessa estrutura verdejante saem trezentas variedades de vegetais frescos, que abastecem gratuitamente .2000 famílias e igrejas locais.

reticências Além do desenvolvimento da área de cultivo, a empreitada também envolveu a reforma de dois prédios da região que agora servem de centro de educação sobre agricultura urbana e projetos socioculturais voltados para a vida comunitária.

BARBOSA, Vanessa. Bairro renasce das cinzas com agricultura urbana nos Estados Unidos da América. Exame, 11 dezembro2016. Seção Mundo. Disponível em: https://oeds.link/LjFSUm. Acesso em: 14 abril 2022.

Fotografia. No primeiro plano, terreno com uma horta, cujas mudas estão dispostas em fileiras paralelas.  Os cultivos são diversificados e apresentam cores e portes distintos. Ao lado esquerdo do terreno, há árvores de grande porte e postes. No segundo plano, área urbana adensada, composta por edifícios e casas.
Espaço destinado ao cultivo de alimentos na cidade de Detroit, Estados Unidos (2021). A cidade teve seu auge econômico vinculado ao setor automobilístico e enfrenta profunda crise, que se agravou a partir de 2008.
  1. Quais são as vantagens proporcionadas pelas hortas urbanas?
  2. Você vive na área urbana de um município? Se sim, há alguma horta perto de sua moradia?
  3. Pesquise informações sobre hortas caseiras e leve à sala de aula o material encontrado (imagens, relatos, entrevistas) para mostrar aos seus colegas.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

1. As hortas urbanas podem proporcionar produtos frescos e nutritivos aos moradores das cidades, reduzindo os gastos com alimentação e transporte. Em geral, os alimentos cultivados nessas hortas são mais saudáveis, pois não se utilizam agrotóxicos e demais insumos químicos. Muitos produtores podem obter renda com a venda dos produtos excedentes.

O objetivo desta seção é mostrar as hortas urbanas como uma diferente fórma de uso do solo que vem ganhando espaço em muitas cidades do mundo. Levante os benefícios proporcionados por essa atividade, como a produção de alimentos mais saudáveis, o envolvimento da comunidade e a promoção de cidades mais sustentáveis, tomando como base a experiência da cidade de Detroit.

  1. Resposta pessoal.
  2. Elaboração pessoal. A atividade trabalha a observação e as entrevistas como práticas de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspecto da habilidade ê éfe zero seis gê ê um zero.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, as questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem, a seu critério, ser utilizadas para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são as seguintes:

  • A realização das atividades econômicas depende da exploração de quais tipos de recurso? Como eles são utilizados?
  • Como são classificados os recursos naturais?
  • Quais são os três setores da economia?
  • Quais são as principais fontes de energia?
  • O que é extrativismo?
  • Do que a agricultura depende para se desenvolver?
  • Quais são os sistemas e tipos de produção agrícola?
  • Que tipo de agricultura vem sendo desenvolvido no Brasil sem utilização de agrotóxicos?
  • Quais são os sistemas de produção pecuária e como se caracterizam?

Glossário

Pasteurização
Processo de esterilizar alimentos com o objetivo de eliminar microrganismos nocivos à saúde.
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In natura
 Em estado natural; sem processamento.
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