UNIDADE um  O Território Brasileiro

Imagem de satélite. A imagem enfoca a América do Sul e os oceanos que a margeiam, evidenciando as fronteiras dos países, a divisa entre as unidades da federação e o relevo oceânico. Na parte continental, há áreas em tons de verde, marrom e bege. As águas oceânicas são representadas em tons de azul. Uma linha vermelha contorna a fronteira terrestre do Brasil, destacando o país em relação às outras porções do território
Imagem de satélite com destaque para os atuais limites do território brasileiro e de países vizinhos (2021).

Você verá nesta Unidade:

A influência da localização geográfica nas paisagens brasileiras

A relação entre os elementos naturais e culturais na paisagem

Políticas energéticas brasileiras e ações sustentáveis

Formação territorial brasileira

Regionalização do espaço brasileiro

Fotografia. Na parte inferior, vista para um rio margeado por areia e com águas escuras desembocando no mar. À esquerda, vegetação com muitos coqueiros. Ao centro, extensa faixa de areia e, à direita, o mar em tons de verde claro.
Encontro do mar com o rio Oritibe em Cairu, Bahia (2021).

Ao observar a representação do território brasileiro na imagem de satélite, percebemos como o país é extenso, ocupando parte significativa do continente. Quando os portugueses chegaram a estas terras, em 1500, encontraram diversos povos que viviam nelas havia muitos anos e, com o tempo, impressionaram-se com a vastidão do território e a quantidade de recursos minerais.

Você sabe como o território brasileiro foi formado, estabelecendo o contorno de seus limites ao longo da história? Você conhece os fatores considerados na regionalização atual do território brasileiro? Como os avanços tecnológicos contribuíram para os conhecimentos relacionados ao território brasileiro?

CAPÍTULO 1  A localização e as paisagens do território brasileiro

O Brasil é o quinto maior país do mundo, com uma área de ..8515759 quilômetros quadrados. Atente que no mapa a seguir que os únicos países com área superior à do Brasil são Rússia, Canadá, Estados Unidos e China.

PLANISFÉRIO: PAÍSES MAIS EXTENSOS

Mapa. Planisfério: países mais extensos. Planisfério destacando os países com a maior extensão do mundo. Rússia, com 17.098.250 quilômetros quadrados. Canadá, com 9.984.670 quilômetros quadrados. Estados Unidos, com 9.831.510 quilômetros quadrados. China, com 9.600.010 quilômetros quadrados. Brasil, com 8.515.759 quilômetros quadrados. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 2.395 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 34.

O Brasil está localizado na América do Sul, região formada por uma grande porção territorial ao sul do continente americano.

Além de ter um litoral extenso banhado pelo oceano Atlântico, o Brasil tem quase 16 mil quilômetros de fronteira terrestre, limitando-se com a maioria dos países da América do Sul.

A localização geográfica e a vasta extensão territorial são fatores que ajudam a entender a grande diversidade de paisagens no país. No Brasil, são variadas as formações do relevo e os tipos de clima e são ricos os biomas e ecossistemas, compondo ambientes que são impactados pela atividade humana, mas que também influenciam o modo de vida de grupos sociais igualmente diversos.

Onde o Brasil se localiza no mundo?

A resposta para essa pergunta depende dos referenciais que podemos levar em consideração. Podemos verificar, por exemplo, a localização do território brasileiro em relação aos hemisférios, que dividem o globo terrestre em metades, ou em relação às zonas térmicas.

Os hemisférios

As representações a seguir mostram a divisão do mundo entre os hemisférios Norte e Sul e Leste e Oeste.

HEMISFÉRIOS NORTE E SUL

Mapa. Hemisférios norte e sul. O globo terrestre está dividido em Hemisfério Norte, pela cor laranja, e Hemisfério Sul, pela cor amarela. Na extremidade de cima está escrito Polo Norte, e na extremidade de baixo, Polo Sul. Os paralelos, de cima para baixo, são representados na ordem com seus respectivos graus: Círculo Polar Ártico com 66 graus e 33 minutos norte, Trópico de Câncer, com 23 graus e 27 minutos norte, Equador, com 0 graus, Trópico de Capricórnio, com 23 graus e 27 minutos sul, e Círculo Polar Antártico, com 66 graus e 33 minutos sul. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.895 quilômetros.

HEMISFÉRIOS LESTE E OESTE

Mapa. Hemisférios leste e oeste. O globo está dividido em Hemisfério Oeste, com a área em verde, e em Hemisfério Leste, com a área em rosa. Ao centro está o Meridiano de Greenwich. A representação dos graus de cada meridiano é feita do grau 0 partindo do Meridiano de Greenwich até o grau 90 à oeste e o grau 90 à leste. À Oeste: 90 graus oeste, 80 graus oeste, 60 graus oeste, 40 graus oeste, 20 graus oeste. À Leste: 90 graus leste, 80 graus leste, 60 graus leste, 40 graus leste, 20 graus leste. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.895 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 34.

Com base nas representações podemos identificar que a maior parte do território brasileiro está situada no Hemisfério Sul – ao sul da linha do Equador – e que todo o território do país encontra-se no Hemisfério Oeste – a oeste do meridiano de Greenwich.

Adiante, neste Capítulo, você estudará a influência da localização do território brasileiro nas atividades e no dia a dia da população.

As zonas térmicas

Analise o mapa a seguir, procurando identificar a localização do Brasil nas zonas térmicas do planeta.

POSIÇÃO DO BRASIL EM RELAÇÃO ÀS ZONAS TÉRMICAS

Mapa. Posição do Brasil em relação às zonas térmicas. Mapa-múndi representando todos os continentes, os principais paralelos e o Meridiano de Greenwich, com destaque para o Brasil. As zonas térmicas são evidenciadas por cores, e são segmentadas de acordo com principais paralelos. A divisão é feita da seguinte forma: Zona Polar Ártica: sinalizada pela cor roxa, é limitada pelo círculo polar ártico. Zona Temperada do Norte: sinalizada pela cor amarela, estende-se do Círculo Polar Ártico ao Trópico de Câncer. Zona Tropical: sinalizada pela cor laranja, estende-se do trópico de Câncer ao trópico de Capricórnio, dividida pela linha do Equador. Zona Temperada do Sul: sinalizada pela cor amarela, estende-se do trópico de Capricórnio ao Círculo Polar Antártico. Zona Polar Antártica: sinalizada pela cor roxa, é limitada pelo Círculo Polar Antártico. O território do Brasil está situado em sua maioria na zona tropical. Apenas a região Sul está ao sul do Trópico de Capricórnio e se situa na Zona Temperada do Sul. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala 0 a 3.175 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 58.

O mapa demonstra que o Brasil tem a maior parte de seu território situada na Zona Tropical, compreendida entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Essa localização influencia a ocorrência predominante de climas tropicais (com temperaturas mais elevadas) no Brasil. Uma porção mais ao sul do território, no entanto, encontra-se na Zona Temperada, onde as temperaturas médias são inferiores às dos territórios abrangidos pela Zona Tropical.

Essas características impactam diretamente a vida das pessoas. O inverno na Zona Temperada, por exemplo, tende a ser mais rigoroso que na Zona Tropical, exigindo que as pessoas fiquem mais agasalhadas, utilizando roupas apropriadas para baixas temperaturas, como casacos, toucas, luvas e cachecóis.

Fotografia. Pessoas estão agasalhadas em uma praça. Em destaque, duas crianças se encontram ao lado de uma árvore coberta por gelo, e uma mulher as fotografa usando um celular. Ao fundo, outras árvores encobertas por gelo e um grande relógio termômetro de rua indicando que a temperatura no local é de um grau Celsius.
Na Região Sul do Brasil, durante o inverno, as baixas temperaturas podem provocar geadas e até neve. Na fotografia, São Joaquim, Santa Catarina (2021).

Extensão latitudinal e longitudinal

O território brasileiro apresenta grande extensão latitudinal (de norte a sul) e longitudinal (de leste a oeste).

Identifique no mapa os pontos extremos do território brasileiro e a distância entre eles. As fotografias reproduzidas na sequência mostram a paisagem em cada ponto extremo.

BRASIL: PONTOS EXTREMOS E EXTENSÕES

Mapa. Brasil: pontos extremos e extensões. Mapa do Brasil onde setas pretas apontam os extremos do território brasileiro, de norte a sul e de leste a oeste, além dos quilômetros entre esses pontos. Norte: Nascente do rio Ailã (Roraima). Sul: Arroio Chuí (Rio Grande do Sul). Distância: 4.394,7 quilômetros. Leste: Ponta do Seixas (Paraíba). Oeste: Nascente do rio Moa (Acre). Distância: 4.319,4 quilômetros. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala 0 a 570 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página91.
Fotografia. Vista de densa vegetação verde em uma área com declives, na qual a área mais alta é bastante plana. Ao fundo, silhueta de outra forma de relevo elevada e, acima, o céu com nuvens.
Vista do Monte Caburaí, onde se encontra a nascente do rio Ailã, ponto extremo norte do Brasil. Uiramutã, Roraima (2014).
Fotografia. Vista aérea de um rio com curvas e de águas turvas cortando uma planície. A vegetação em volta é densa e verde.
Rio Moa, no estado do Acre, próximo à fronteira com o Peru (2021). A nascente desse rio corresponde ao ponto extremo oeste do Brasil.
Fotografia. Vista aérea de uma área litorânea. À esquerda, árvores, casas, trecho de uma via e carros estacionados. Ao centro, faixa de areia com guarda-sóis de diversas cores. À direita, mar com uma embarcação. Acima, o céu azul com nuvens.
Vista da Ponta do Seixas, ponto extremo leste do Brasil, em João Pessoa, Paraíba (2021).
Fotografia. Da parte inferior até o centro, um rio com águas escuras corta a areia de uma praia, que está à direita, e deságua no mar. À esquerda, vegetação baixa e verde e algumas construções baixas. À direita, areia e o mar. Acima, o céu em tons de azul.
Barra do Chuí, situado na desembocadura do Arroio Chuí, ponto extremo sul do Brasil. Barra do Chuí, Rio Grande do Sul (2020). Arroio é a denominação dada aos pequenos rios na Região Sul do Brasil.

A latitude e as paisagens

A grande extensão do Brasil no sentido norte-sul influencia a diversidade de paisagens no país por abranger diferentes condições naturais e fórmas de ocupação do espaço geográfico pelos agrupamentos sociais e atividades econômicas. Entre os fatores naturais que mais influenciam as paisagens no Brasil estão os relacionados ao clima e à vegetação.

Assim, enquanto no sul do país encontramos paisagens compostas de formações vegetais adaptadas à ocorrência de invernos rigorosos, no restante do território brasileiro predominam formações vegetais adaptadas a climas com temperaturas médias anuais mais elevadas.

Fotografia. Em um terreno inclinado com vegetação rasteira, há árvores de troncos finos e galhos longos e curvos em sua parte superior.
Paisagem de Mata das Araucárias, típica de regiões onde ocorrem baixas temperaturas. Município de São José dos Ausentes, Rio Grande do Sul (2021).
Fotografia. Imagem de um rio e uma vegetação verde e arbustiva em primeiro plano. Em segundo plano, conjunto de palmeiras altas e verdes.
Vegetação de babaçu, adaptada a locais onde predominam temperaturas elevadas, em Alcântara, Maranhão (2019).

As condições também podem influenciar a composição das paisagens urbanas. Em grandes cidades localizadas em regiões de clima tropical, uma iniciativa ainda pouco comum propõe a junção entre edificações de concreto e vegetação como fórma de aliviar o calor. Trata-se do telhado verde.

Fotografia. Imagem de um prédio visto de cima, onde o telhado é plano e contém vegetação em tons verdes, vermelho e marrom. Ao redor, vias com faixas de pedestre, além de árvores e outros prédios.
Telhado verde em São Paulo, São Paulo (2020). O telhado verde faz parte de um projeto arquitetônico moderno que, além de ampliar espaços com áreas verdes, reduz a temperatura dos ambientes internos.
Ícone. Sugestão de site
O QUE é e para que serve o telhado verde? Agência Brasil, 29 julho. 2015. Disponível em: https://oeds.link/PffxgH. Acesso em: 24 fevereiro. 2022. Com um texto de fácil compreensão e um vídeo explicativo, o material disponível no site apresenta o que é e quais são as vantagens do telhado verde, que vão além do conforto térmico.

A longitude e os horários

A grande extensão territorial do Brasil no sentido longitudinal faz com que o país seja abrangido por quatro fusos horários, o que leva a uma diferença que pode chegar a 3 horas entre diferentes pontos do território – como ocorre entre Fernando de Noronha (Pernambuco) e Acre, por exemplo.

Para evitar horários diferentes dentro de uma mesma unidade federativa, foi estabelecido um desvio nos limites teóricos dos fusos para adaptá-los ao limite de vários estados; são os chamados limites práticos.

As coordenadas geográficas são compostas de linhas imaginárias, chamadas latitudes (distâncias, medidas em graus, de determinados pontos da Terra em relação à linha do Equador) e longitudes (distâncias, medidas em graus, de determinados pontos da Terra em relação ao meridiano de Greenwich).

BRASIL: FUSOS HORÁRIOS

Mapa. Brasil: fusos horários. Mapa do Brasil dividido de acordo com os seus quatro fusos horários a partir do limite teórico, representado por uma linha contínua rosa, e do limite prático, representado por uma linha azul tracejada. O limite teórico apresenta desvios que englobam a totalidade do território de cada unidade da federação, enquanto o limite prático atravessa os territórios das unidades da federação. As áreas de fuso demarcadas pelos limites práticos são, de leste para oeste: Fuso menos duas horas: Arquipélago Penedos de São Pedro e São Paulo, Arquipélago de Fernando de Noronha, Ilha Martin Vaz. Fuso menos três horas: Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santos, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Fuso menos quatro horas: Roraima, Amazonas (com exceção da porção sudoeste), Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Fuso menos 5 horas: Acre, sudoeste do Amazonas. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 91.

Ler o mapa

  1. Faça a leitura do mapa. Nele, você notará que há diferenças entre os limites teóricos dos fusos e os limites práticos. Na sua opinião, por que isso ocorre?
  2. Há diferença de horário entre o município onde você mora e a capital do país?

Em 2019, o Brasil deixou de adotar o horário de verão, que vigorou em diferentes momentos desde 1931, incluindo um período de três décadas entre os séculos vinte e vinte e um. Quando em vigor, o horário de verão exigia que os relógios fossem atrasados em uma hora em algumas unidades da federação, geralmente entre os meses de outubro e fevereiro. Nessa época do ano, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, propiciando melhor aproveitamento da luz natural e, assim, economia de energia. Com essa medida era possível reduzir o pico de consumo de energia elétrica em determinados horários, evitando sobrecargas no fornecimento.

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

As zonas térmicas, o clima e o tempo atmosférico

Como vimos, a maior parte do Brasil está situada na Zona Tropical e uma porção do território se localiza na Zona Temperada do Sul.

Vamos, agora, analisar a influência da localização e da extensão latitudinal do país no tempo atmosférico e no clima.

Enquanto o tempo atmosférico pode ser definido pelo estado geral e momentâneo da atmosfera em determinado local, o clima se define pelas condições gerais médias da atmosfera verificadas em longos períodos. Por padrão, a constatação das condições climáticas que vigoram em uma região é feita por meio de medições meteorológicas ao longo de pelo menos 30 anos.

As medições das condições atmosféricas (pluviosidade e temperatura do ar) feitas ao longo de um ano ou das médias levantadas historicamente em determinado local podem ser representadas em um gráfico composto de barras e de linhas chamado climograma. Nesse gráfico, são apresentadas a precipitação média (colunas) e a temperatura média (linhas) da atmosfera mês a mês.

Analise os dois climogramas: um de uma localidade em uma Zona Tropical e o outro de uma localidade situada em Zona Temperada.

MANAUS: CLIMOGRAMA (1981-2010)

Gráfico. Manaus: climograma (de 1981 a 2010). Climograma mostrando as precipitações, por meio de colunas azuis, e temperaturas em graus Celsius, por meio de uma linha vermelha. Os valores das precipitações estão no eixo vertical esquerdo, variando de 0 a 350 milímetros. Os valores das temperaturas estão no eixo vertical direito, variando de 0 a 35 graus. No eixo horizontal, estão indicados os meses do ano. Janeiro: Precipitação 280 milímetros. Temperatura 26 graus Celsius. Fevereiro: Precipitação 290. Temperatura 26 graus Celsius. Março: Precipitação 300 milímetros. Temperatura 26 graus Celsius. Abril: Precipitação 320 milímetros. Temperatura 26 graus Celsius. Maio: Precipitação 245 milímetros. Temperatura 27 graus Celsius. Junho: Precipitação 120 milímetros. Temperatura 27 graus Celsius. Julho: Precipitação 75 milímetros. Temperatura 27 graus Celsius. Agosto: Precipitação 65 milímetros. Temperatura 28 graus Celsius. Setembro: Precipitação 75 milímetros. Temperatura 28 graus Celsius. Outubro: Precipitação 105 milímetros. Temperatura 28 graus Celsius. Novembro: Precipitação 170 milímetros. Temperatura 27 graus Celsius. Dezembro: precipitação 245 milímetros. Temperatura 26 graus Celsius.

PORTO ALEGRE: CLIMOGRAMA (1981-2010)

Gráfico. Porto Alegre: climograma (1981 a 2010). Climograma mostrando as precipitações, por meio de colunas azuis, e temperaturas em graus Celsius, por meio de uma linha vermelha. Os valores das precipitações estão no eixo vertical esquerdo, variando de 0 a 350 milímetros. Os valores das temperaturas estão no eixo vertical direito, variando de 0 a 35 graus. No eixo horizontal, estão indicados os meses do ano. Janeiro: Precipitação 110 milímetros. Temperatura 25 graus Celsius. Fevereiro: Precipitação 105. Temperatura 25 graus Celsius. Março: Precipitação 90 milímetros. Temperatura 24 graus Celsius. Abril: Precipitação 110 milímetros. Temperatura 20 graus Celsius. Maio: Precipitação 120 milímetros. Temperatura 17 graus Celsius. Junho: Precipitação 140 milímetros. Temperatura 14 graus Celsius. Julho: Precipitação 140 milímetros. Temperatura 14 graus Celsius. Agosto: Precipitação 120 milímetros. Temperatura 15 graus Celsius. Setembro: Precipitação 140 milímetros. Temperatura 16 graus Celsius. Outubro: Precipitação 135 milímetros. Temperatura 19 graus Celsius. Novembro: Precipitação 110 milímetros. Temperatura 22 graus Celsius. Dezembro: Precipitação 100 milímetros. Temperatura 24 graus Celsius.
Elaborados com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instituto Nacional de Meteorologia. Clima, Brasília, Distrito Federal: Mapa: inmét. Disponível em: https://oeds.link/WmugxG. Acesso em: 22 fevereiro. 2022.
  1. Após analisar cada um dos climogramas, identifique suas principais características.
    1. Em quais meses há mais e em quais meses há menos precipitação?
    2. Como é a variação da temperatura média em cada uma das localidades?
    3. No caderno, escreva uma pequena comparação entre o clima das duas localidades.

2. Analise as fotografias. Em seguida, aponte qual delas está relacionada a cada um dos climogramas (Manaus e Porto Alegre) apresentados anteriormente, justificando sua escolha.

Fotografia 1. Ao centro, pessoas caminhando em um local aberto e largo. Ao redor, há barracas vermelha, postes, algumas árvores e gramado. Ao fundo, prédios. O céu, acima, está nublado e cinza
Pessoas caminham por calçadão em Manaus, Amazonas, dezembro de 2019.
Fotografia 2. Pessoas agasalhadas com jaquetas grossas e toucas, utilizando máscaras de proteção no nariz e boca, trafegam por uma via em um local aberto. Há a presença da luz do sol.
Pessoas caminham por rua de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, julho de 2020.
  1. Agora, faça uma pequena pesquisa sobre o município onde você mora e responda.
    1. Em qual zona térmica o município se localiza?
    2. Em quais meses faz mais frio e mais calor? Em quais meses chove mais e menos?
    3. No município onde você mora existem paisagens parecidas com alguma das retratadas nas imagens da atividade anterior?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Analise novamente as ilustrações e os mapas deste Capítulo para responder às questões a seguir.
    1. Quais são as principais linhas imaginárias que passam pelo Brasil?
    2. Identifique as zonas térmicas abrangidas pelo território brasileiro e os paralelos que as delimitam.
  2. Explique como a extensão do território brasileiro no sentido norte-sul (latitudinal) pode influenciar a grande diversidade das paisagens naturais e os distintos modos de vida.
  3. Cite uma característica decorrente da extensão leste-oeste do território brasileiro.
  4. Qual é a posição geográfica do Brasil em relação aos hemisférios da Terra?
  5. A respeito da posição do Brasil em relação às zonas térmicas, indique:
    1. a zona térmica da Terra em que se localiza a maior parte do território brasileiro.
    2. a outra zona térmica que compreende o território brasileiro.
    3. a principal diferença climática entre essas duas zonas.
  6. Em 2019, o governo brasileiro interrompeu o horário de verão que vigorava havia várias décadas no país, gerando discussões sobre os impactos da decisão, como é possível ler no texto a seguir.

Horário de verão: as vantagens e desvantagens da polêmica mudança do relógio

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi à televisão em 31 de agosto [de 2021] dizer aos brasileiros, em rede nacional, que a sêca que o Brasil tem enfrentado é a pior da história e que a condição hidroenergética do país se agravou.

Diante do baixo nível dos reservatórios hidrelétricos, o ministro pediu a colaboração da população para redução do consumo de energia, sugerindo entre as medidas a serem adotadas um maior aproveitamento da luz natural.

reticências Com o adiantamento dos relógios em uma hora, as regiões que adotam o horário especial ganham uma hora adicional de luminosidade no fim da tarde, adiando o acionamento de lâmpadas e de eletrodomésticos na volta para casa depois do trabalho. Historicamente, a economia era de cêrca de 4% a 5% da demanda no horário de pico.

O governo argumenta, porém, com base em dados do [Operador Nacional do Sistema Elétrico], que o pico de demanda no verão mudou ao longo dos anos do fim da tarde, para o meio dela, devido ao acionamento dos aparelhos de ar condicionado nas empresas.

Os especialistas do setor elétrico que defendem a volta do horário de verão, no entanto, argumentam que, diante da gravidade da crise atual, qualquer economia de energia, mesmo que menor do que a histórica, é bem-vinda.

HORÁRIO de verão: as vantagens e desvantagens da polêmica mudança do relógio. bê bê cê, 17 setembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/1o7bTr. Acesso em: 24 . 2022.

  1. No texto, o que os defensores da volta do horário de verão argumentam?
  2. Contrariando os defensores da volta do horário de verão, o que o governo sustenta?
  1. Analise as afirmações apresentadas e escreva, em seu caderno, a alternativa correta.
    1. Os horários em todo o Brasil seguem a hora da capital, Brasília, o chamado limite ­prático.
    2. O limite prático divide o Brasil em quatro zonas de fusos horários.
    3. O Brasil está localizado em apenas uma zona de fuso horário, sem a necessidade do chamado limite prático.
    4. O Brasil apresenta diferença de até duas horas entre fusos divididos por um limite prático.

CAPÍTULO 2  Características do território brasileiro

Neste Capítulo, você vai estudar os diferentes aspectos naturais que marcam o território brasileiro, como relevo, hidrografia, clima e tipos de vegetação, compreendendo como cada um deles influencia o modo de vida das pessoas e o desenvolvimento das atividades econômicas.

Localizado em uma área considerada tectonicamente estável, o relevo brasileiro é bastante antigo, tendo sido desgastado por processos erosivos durante milhões de anos. Ao longo do tempo geológico, o território sofreu efeitos de mudanças climáticas, alternando períodos de glaciação com períodos interglaciais. Como resultado dessa longa evolução, o relevo brasileiro apresenta altitudes médias inferiores a 1.000 metros.

BRASIL: FÍSICO

Mapa. Brasil: físico Mapa físico do Brasil indicando as altitudes em metros, os picos mais elevados, os terrenos sujeitos à inundação e os rios permanentes e perenes. A altitudes são representadas por diferentes cores. Os tons mais claros representam altitudes menores e os tons mais escuros representam altitudes maiores. Altitudes (metros): representação da variação altimétrica do relevo continental do Brasil; ao longo da extensa faixa litorânea, predomínio de altitudes inferiores a 100 metros, que perfazem a planície costeira; Ainda próximo à costa, a maior parte das terras do país se encontra em altitudes entre 200 e 500 metros. Adentro um pouco o território encontra-se algumas das maiores altitudes, representadas por serras que atingem mais de 800 metros, podendo chegar, em alguns pontos, a mais de 1.200 metros. Na porção central do território e no extremo norte de Roraima. Em extensas áreas do interior da região nordeste, do Pará, do Acre, de Rondônia, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e do oeste de São Paulo e dos estados sulistas, predominam altitudes entre 200 e 500 metros; em vastas porções das regiões nordeste e norte, margeando essa área dentre 200 e 500 metros, as altitudes diminuem ainda mais, chegando, na planície do rio amazonas, em altitudes que não ultrapassam 100 metros. Os picos são representados pelo elemento gráfico de um triângulo preto com suas respectivas altitudes. São eles: Monte Caburaí (1.456 metros), Monte Roraima (2.734 metros), Pico Guimarães Rosa (2.105 metros), Pico 31 de Março (2.974 metros), Pico da Neblina (2.995 metros), Monte Pascoal (536 metros), Pico da Bandeira (2.891 metros) e Pico das Agulhas Negras (2.790 metros). Os terrenos sujeitos à inundação são destacados por meio de hachura, e estão entre o território a oeste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, noroeste do Amazonas, extremo norte do Pará e Maranhão e entre Goiás e Tocantins. Os rios permanentes percorrem várias partes do território, com destaque para os rios da planície amazônica. Os rios temporários predominam na Região Nordeste. Represas: itaipu, Serra da mesa, Sobradinho, Tucuruí e Balbina. Áreas alagadas: Lagoa dos Patos, Planície do Pantanal, Ilha do Bananal, Baia do Marajó. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 88. Ao ler o mapa, note que o tom esverdeado corresponde às áreas mais baixas, enquanto os tons amarronzados representam as áreas mais elevadas.

Ler o mapa

  1. Com o auxílio da rosa dos ventos, indique a porção do território brasileiro em que se encontram as maiores áreas com altitude abaixo de 100 metros.
  2. Considere um rio que percorra um trecho do relevo representado no mapa com a cor marrom e outro, com a cor verde. Em qual dos trechos o curso do rio está mais perto da nascente? Por quê?

As principais unidades de relevo

De acordo com a classificação proposta pelo geógrafo Jurandyr Ross, as principais fórmas de relevo existentes no Brasil são os planaltos, as depressões e as planícies. Observe no mapa que, de acordo com essa classificação, os planaltos abrangem a maior área do território nacional e somam onze unidades. No território brasileiro, foram identificadas também onze unidades de depressões e seis de planícies.

BRASIL: UNIDADES DE RELEVO

Mapa. Brasil: unidades de relevo. Mapa do Brasil representando a distribuição e a nomenclatura das principais formas de relevo do país. Planaltos 1- Planalto da Amazônia Oriental: localizado na porção norte da região norte, em duas faixas que margeiam rios amazônicos localizados em área de planície. 2 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba: estendem-se de Minas Gerais e Tocantins ao interior da região nordeste, nos estados do Maranhão, Piauí e Bahia. 3 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná: ocupam a região da bacia do paraná, na porção centro-sul do território, em áreas dos estados sulistas, de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso 4 - Planaltos e Chapadas dos Parecis: faixa horizontal localizados no oeste do território, ocupando grande parte do norte do Mato Grosso e um trecho de Rondônia. 5 - Planaltos Residuais Norte-Amazônicos: extremo norte da região norte, com predominância nos estados de Roraima, Amazonas e Pará. 6 - Planaltos Residuais Sul-Amazônicos: ocorrem na porção sul do estado do Pará. 7 - Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste: ocorrem na faixa litorânea de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, estendendo-se para o interior do território e chegando em Minas Gerais e no sul da Bahia. 8 - Planaltos e Serras de Goiás-Minas: da faixa sul e oeste de Minas Gerais ao sudeste de Goiás. 9 - Serras Residuais do Alto Paraguai: estão em uma estreita faixa do sul do Mato Grosso do Sul. 10 - Planalto da Borborema: ocorre no interior dos estados Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. 11 - Planalto Sul-Rio-Grandense: localiza-se no sudeste do Rio Grande do Sul. Depressões 12 - Depressão da Amazônia Ocidental: ocorre da porção oeste da região norte, no Amazonas e no Acre, em duas faixas que margeiam rios amazônicos localizados em área de planície. 13 - Depressão Marginal Norte-Amazônica: ocupa grande parte da faixa norte da região norte, cruzando os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapa. 14 - Depressão Marginal Sul-Amazônica: abrange uma extensa área que ocupa partes do Pará, do Amazonas, de Rondônia e de Mato Grosso. 15 - Depressão do Araguaia: predomina no estado de Tocantins, atravessando-o de norte a sul, e estendendo-se por Mato Grosso e Goiás. 16 - Depressão Cuiabana: abrange parte do sul do Mato Grosso. 17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé: estende-se do sudoeste mato-grossense a uma pequena área do noroeste sul mato-grossense. 18 - Depressão do Miranda: está em uma estreita faixa do sul do Mato Grosso do Sul. 19 - Depressão Sertaneja e do São Francisco: estende-se de Minas Gerais ao interior dos estados nordestinos, com exceção do Maranhão. 20 - Depressão do Tocantins: corta áreas do interior do país, abrangendo estados como Minas Gerais, Bahia e Tocantins. 21 - Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná: abrange uma faixa do interior dos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. 22 - Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense: ocupa parte da porção sudeste do Rio Grande do Sul. Planícies 23 - Planície do Rio Amazonas: extensa faixa dos estados do Pará e do Amazonas que abrange os rios amazônicos. 24 - Planície do Rio Araguaia: margeada pela Depressão do Araguaia, entre Tocantins e Goiás. 25 - Planície e Pantanal do Rio Guaporé: faixa que ocupa a porção oeste de Rondônia e o sudoeste de Mato Grosso. 26 - Planície e Pantanal Mato-Grossense: estende-se do sul do Mato Grosso ao oeste do Mato Grosso do Sul. 27 - Planície da Lagoa dos Patos e da Lagoa Mirim: ocupa a faixa leste do Rio Grande do Sul. 28 - Planícies e Tabuleiros Litorâneos: ocupa uma extensa faixa litorânea contínua, da costa do Rio de Janeiro, passando pela região nordeste, até o noroeste do Pará. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 335 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: . Sanches (Organização.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005. página 53.

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O município onde você vive está localizado em qual unidade de relevo?

Planícies

As planícies são terrenos relativamente planos formados pela deposição de sedimentos de origem fluvial, marinha ou lacustre. A Planície do Rio Amazonas, por exemplo, é resultado do acúmulo de sedimentos transportados pelo rio.

Fotografia. Vista de um extenso rio ao centro da imagem. À esquerda, vegetação baixa em tons de verde na margem do rio e, em seguida, vegetação densa formada por árvores. À direita, vegetação densa em tons de verde-escuro.
Área de planície às margens do rio Juruá, Carauari, Amazonas (2021).

Depressões

São terrenos rebaixados em relação ao entorno, que podem se formar pela atividade tectônica ou pela ação de processos erosivos.

As depressões brasileiras são todas relativas, isto é, apesar de estarem em nível mais baixo que o dos terrenos que as cercam, ficam acima do nível do mar.

Nas principais depressões brasileiras, como as amazônicas, a Sertaneja e do São Francisco e a Periférica Sul-Rio-Grandense, os terrenos não costumam ultrapassar os 200 metros de altitude. A Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná é a que alcança as maiores altitudes.

Fotografia. Vista de uma área de relevo baixo, entre duas regiões mais elevadas à direita e à esquerda da fotografia. Toda a paisagem é coberta por uma vegetação verde, baixa em alguns pontos e densa em outros.
Área de depressão localizada em Pindorama do Tocantins, Tocantins (2019).

Planaltos

Os planaltos são terrenos com altitudes variáveis nos quais ocorrem fórmas variadas de relevo, como chapadas, morros, colinas e serras.

Os planaltos brasileiros sofreram muito des­gas­te em consequência da ação dos agentes externos, ou seja, das águas das chuvas e dos rios e também dos ventos. Os planaltos mais extensos são os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste.

Fotografia. Vista de uma região acidentada formada por um conjunto de serras. No fundo, à direita, área de planícies. Toda a paisagem é coberta por uma vegetação verde.
As serras são conjuntos de morros com relevo desgastado, muito influenciadas por processos tectônicos do passado geológico e esculpidas pela erosão. Na fotografia, Serra do Rio do Lastro, em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina (2021).

Os rios brasileiros

O Brasil possui a maior rede fluvial do mundo. Milhões de brasileiros dependem dos rios para sobreviver, utilizando suas águas para diversos fins, como irrigação agrícola, pesca, produção de energia elétrica, navegação e abastecimento residencial, comercial e industrial.

Em função das variações do relevo, alguns rios drenam todos os cursos de água de uma bacia hidrográfica, área que compreende o rio principal e todos os afluentes, ribeirões e córregos que o alimentam.

BRASIL: BACIAS E REGIÕES HIDROGRÁFICAS

Mapa. Brasil: bacias e regiões hidrográficas. Mapa do território brasileiro dividido de acordo com suas bacias hidrográficas, rios principais e seus afluentes: Amazônica: ocupa territórios dos estados da Região Norte e o norte do Mato Grosso. Principais rios: Amazonas, Purus, Madeira, Tapajós, Xingu e Negro. Tocantins-Araguaia: predominante nos estados de Tocantins, Maranhão e Goiás. Principais rios: Tocantins e Araguaia. São Francisco: Minas Gerais, Bahia e interior de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Principal rio: São Francisco. Atlântico Sudeste: predominante na região litorânea do Rio de Janeiro e São Paulo. Principal rio:  Paraíba do Sul. Paraná: predominante na região oeste e central de São Paulo, Paraná e Santa. Principais rios: Paraná, Paranapanema e Tietê. Paraguai: predominante no Mato Grosso do Sul. Principal rio: Paraguai. Uruguai: predominante no oeste do Rio Grande do Sul. Principal rio: Uruguai. Atlântico Sul: predominante no leste e litoral do Rio Grande do Sul. Atlântico Leste, predominante na região litorânea da Bahia. Atlântico Nordeste Oriental: região litorânea de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Atlântico Nordeste Ocidental, região norte do Maranhão. Parnaíba: abrange Maranhão, Ceará e Piauí. Principal rio: Parnaíba. As bacias Amazônica, Tocantins-Araguaia, São Francisco, Paraguai e Paraná estão indicadas, respectivamente, pelos números um, dois, três, quatro e cinco. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 280 km.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.

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Localize, no mapa, o município onde você vive e, em seguida, identifique a região hidrográfica à qual pertence.

Em 2008, entrou em vigor o Plano Nacional de Recursos Hídricos, produzido pelo Ministério do Meio Ambiente, que delimitou doze regiões hidrográficas. Vamos conhecer as características de algumas delas.

Infográfico. Boxes coloridos com texto, enumerados.
Boxe 1, verde, com o texto:
Região hidrográfica Amazônica
Abrangendo 45% do território brasileiro e partes do território de outros
oito países sul-americanos, a região hidrográfica Amazônica é composta
da maior bacia hidrográfica do planeta. Seu principal rio é o Amazonas.
Os rios dessa região são bastante utilizados para a navegação e o nível
de suas águas sobe durante os meses mais chuvosos, alagando áreas de
várzea. As cheias influenciam fortemente a vida da população que vive
nessas áreas, pratica a criação de animais ou a agricultura próximo às
margens.
Boxe 2, rosa, com o texto:
Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia
É composta da maior bacia hidrográfica totalmente localizada dentro
das fronteiras do Brasil, formada pelos rios Tocantins e Araguaia.
Essa é a terceira região com maior potencial hidrelétrico no país e abriga
a Usina de Tucuruí, no Pará. Seus principais rios apresentam elevada
biodiversidade e são utilizados para navegação, turismo e pesca.
Boxe 3, laranja, com o texto:
Região hidrográfica do São Francisco
O principal rio dessa região é o São Francisco, que cruza o semiárido
nordestino. Nos trechos mais planos, o São Francisco é utilizado para o
transporte de cargas e de passageiros e, ao longo de seu curso, há várias
usinas hidrelétricas, como as do Complexo Paulo Afonso, Sobradinho,
Xingó e Luiz Gonzaga, que fornecem energia, principalmente, para a
Região Nordeste do país.
O projeto de transposição do rio São Francisco já foi iniciado e
inaugurado em alguns trechos, cuja totalidade prevê a construção de
470 quilômetros de canais para levar as águas do rio às regiões mais
secas do semiárido, nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte.
Boxe 4, marrom, com o texto:
Região hidrográfica do Paraguai
A região hidrográfica formada pelo rio Paraguai e seus afluentes
engloba partes de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, incluindo o
Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense.
Além de grande potencial para a navegação, os rios da região
hidrográfica do Paraguai possuem enorme biodiversidade e alguns
deles integram importantes polos turísticos, atraindo milhares de
visitantes todos os anos.
Boxe 5, amarelo, com o texto:
Região hidrográfica do Paraná
Essa região é formada pelo rio Paraná e seus afluentes, alguns dos quais
são importantes vias de navegação nas regiões Centro-Oeste, Sul e
Sudeste do país, como os rios Tietê e Paranapanema.
A Bacia do Paraná é parte da Bacia do Prata, ou Platina, que, além do
Brasil, abrange Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina. É importante
destacar que 32% da população brasileira habita nos estados
compreendidos nessa região hidrográfica e que ela abriga grandes
centros urbanos. É onde ocorre a maior demanda de recursos hídricos.
Nessa região, existem diversas usinas hidrelétricas, incluindo a de Itaipu,
a maior do país.
Boxe sem numeração, ao lado direito dos demais, azul, com o texto:
Regiões hidrográficas
secundárias
Outras regiões menores
originam-se nas serras e
chapadas brasileiras, próximas
ao litoral, e deságuam
diretamente no oceano
Atlântico. Devido às estiagens,
parte dos rios dessas regiões
seca temporariamente.
As regiões do Atlântico Leste
e Sudeste incluem os rios
localizados entre Sergipe e
Paraná, com destaque para o
rio Paraíba do Sul (cujo vale se
estende pelo eixo econômico
Rio -São Paulo) e o rio Doce
(que, em 2016, foi gravemente
impactado por um desastre
ambiental provocado pelo
rompimento da barragem de
uma mineradora; uma lama
altamente tóxica soterrou
vegetações, animais, moradias
e até pessoas, poluindo – de
forma alarmante – boa parte do
curso do rio até sua foz).
As regiões do Atlântico Sul e do
Atlântico Sudeste são formadas
pelos rios Itajaí, em Santa
Catarina, e Jacuí, no Rio Grande
do Sul.

Os climas do Brasil

Os fenômenos climáticos, como a variação da temperatura atmosférica e as precipitações, estão associados aos processos de transformação e modelagem do relevo. O clima também exerce importante influência sobre as características da vegetação natural e da hidrografia, sobre a prática da agricultura e sobre o cotidiano das pessoas.

Há inúmeros fatores que interferem no clima. Entre os mais importantes, destacam-se a pressão atmosférica, a radiação solar, as massas de ar e a altitude, que se refletem, por exemplo, nas condições da temperatura ambiente, no deslocamento dos ventos, na umidade do ar e na ocorrência das chuvas.

No Brasil, país localizado na Zona Tropical, onde os raios solares incidem com pouca inclinação, predominam climas quentes e úmidos. Observe no mapa, a seguir, os seis principais tipos climáticos brasileiros.

BRASIL: CLIMAS

Mapa. Brasil: climas. Mapa do território brasileiro com os climas representados por diferentes cores. Clima equatorial: ocorre em todos os estados da Região Norte, exceto Tocantins, em parte norte do Mato Grosso e em pequena faixa oeste do Maranhão. Clima tropical: ocorre nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão, além do Distrito Federal. Clima tropical semiárido: ocorre no interior do Nordeste, abrangendo parte dos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Clima tropical litorâneo: abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, parte do litoral norte de São Paulo, e litoral dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Clima tropical de altitude: abrange áreas de elevada altitude dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Clima subtropical: abrange todos os estados da Região Sul e trechos dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 390 quilômetros
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página119.

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Que tipo ou tipos de clima ocorre ou ocorrem na unidade da federação onde você mora?

Clima equatorial

Clima que predomina em áreas próximas à linha do Equador. No Brasil, ocorre em quase toda a Região Norte e em parte da Região Centro-Oeste. É caracterizado pela incidência de radiação solar na superfície terrestre com pouca inclinação, o que faz com que as temperaturas sejam elevadas o ano todo, apresentando médias anuais superiores a 25 graus Célsius. Em função desse aquecimento, há maior evaporação, o que provoca abundância de chuvas e alta umidade.

Essas condições favorecem a existência de florestas densas e de grande biodiversidade, como a própria Floresta Amazônica, maior floresta equatorial do mundo. Por outro lado, o desmatamento da floresta por ações antrópicas, principalmente pela pecuária e pelas frentes de expansão para o cultivo de soja (destinada à exportação), resulta em solos pouco férteis.

Fotografia. Vista do encontro de dois rios em uma planície coberta por vegetação densa e verde. A água do rio à esquerda é turva e marrom claro. Já o rio à direita é escuro. Ao fundo, grandes nuvens cinzas no céu e ocorrência de chuva em dois pontos.
Precipitação intensa em Apuí, AM (2021), área da Floresta Amazônica.

Clima tropical

No Brasil, o clima tropical predomina no Centro-Oeste, no Sudeste e em parte do Nordeste, apresentando temperaturas médias anuais superiores a 18 graus Célsius.

Nas áreas centrais do país, esse clima sofre pouca ação das massas de ar úmidas do oceano e as chuvas são, em geral, mal distribuídas ao longo do ano, com verões chuvosos e invernos secos. As terras dessas áreas são bastante utilizadas para o cultivo de vegetais como o algodão, o milho e a soja.

Os raios no Brasil

Saúde.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cêrca de 50 milhões de raios atingem o território brasileiro todos os anos. Isso se explica pelo fato de o Brasil ser o país com a maior extensão territorial na Zona Tropical do planeta, onde o clima é mais quente e, portanto, propício à formação de tempestades e de raios.

Pesquise e responda em seu caderno: Que cuidados podemos tomar para nos proteger de raios em caso de tempestade?

Clima tropical semiárido

Ocorre na região conhecida como semiárido nordestino, onde os índices anuais de chuvas são baixos, e as temperaturas, altas.

O clima tropical semiárido apresenta períodos prolongados de sêca, e a falta de água dificulta a prática da agricultura e a criação de animais para subsistência.

Apesar das dificuldades relativas ao clima, que afetam principalmente os pequenos agricultores, cresceu nas últimas décadas a agricultura comercial irrigada, que transformou a região de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) em polo de produção de frutas e hortaliças de alta qualidade.

Fotografia. Ao centro da imagem e em primeiro plano há um mecanismo infiltrado no solo, composto por um barril comprido e azul, de onde sai um cano com torneiras. A vegetação ao redor e ao fundo é seca, árida, composta por galhos retorcidos e cactos.
O semiárido nordestino concentra grande parcela da população rural brasileira. Na fotografia, poço semiartesiano utilizado para irrigação em Canudos, Bahia (2021).

Clima tropical litorâneo

Clima marcado por altas temperaturas e pela influência das massas de ar úmidas do Atlântico. Ocorre nas áreas costeiras do território brasileiro.

Devido à maritimidade, esse tipo de clima apresenta baixa amplitude térmica (pouca diferença de temperatura entre o dia e a noite) e a influência de massas de ar oceânicas leva à ocorrência de elevados índices anuais de chuvas.

O clima tropical litorâneo favorece os cultivos adaptados à alta umidade, como o da banana, e a prática do turismo de verão.

Clima tropical de altitude

Clima característico de áreas situadas em regiões tropicais e com altitudes superiores a 800 metros. Ocorre em formações serranas do Sudeste, principalmente na Serra da Mantiqueira. Nessas áreas, as temperaturas médias anuais são relativamente baixas e é comum a prática da pecuária familiar e da piscicultura.

Clima subtropical

Ocorre em áreas situadas ao sul do trópico de Capricórnio, abrangendo a Região Sul e uma pequena porção do Sudeste e do Centro-Oeste. Nessas regiões, os verões são quentes e chuvosos e os invernos são os mais rigorosos do país. Há ocorrência de geadas e, em casos menos comuns, de neve.

Tipos de vegetação do Brasil

O Brasil apresenta extensas formações vegetais, que abrigam grande diversidade de espécies. Os principais tipos de vegetação no país podem ser observados no mapa.

BRASIL: VEGETAÇÃO ORIGINAL

Mapa. Brasil: vegetação original. Mapa do território brasileiro, dividido por cores de acordo com a vegetação original. Floresta Amazônica: predominante na região Norte, parte do Maranhão e norte do Mato Grosso. Mata Atlântica: grande parte da região litorânea do país, predominante na região Sudeste Mata dos Pinhais: predominante na Região Sul, sobretudo no Paraná. Cerrado: predominante na região Centro-Oeste, interior do Sudeste e alguns estados nordestinos. Caatinga: predominante na Região Nordeste, com destaque para o interior dos estados. Campos: predominante na região Sul, com destaque para o sul do Rio Grande do Sul. Complexo do Pantanal: concentrado entre os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, à oeste. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 435 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página 121. É importante saber que a vegetação nativa do território brasileiro foi bastante modificada e, em parte, destruída pelas atividades humanas.

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Qual é a formação vegetal original do município onde você mora?

Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica apresenta vegetação densa, composta de árvores de grande porte e extratos vegetais mais baixos. Na região amazônica, a vegetação compreende trechos com matas de inundação (mata de igapó, permanentemente alagada, e mata de várzea, periodicamente alagada), matas de terra firme, onde as cheias não alcançam, e áreas de campinas.

A enorme biodiversidade da Floresta Amazônica torna possível a oferta de alimentos com grande potencial econômico (como o açaí, o babaçu, o cupuaçu e a castanha), além de remédios e matérias-primas para a criação de produtos.

Muitas famílias e comunidades ribeirinhas, grupos indígenas e quilombolas dependem dos recursos da floresta, como alimentos e ervas me­dicinais, para sua sobrevivência.

Fotografia. Vista aérea de uma área retangular e desmatada ao centro da paisagem. Em sua volta, extensa vegetação preservada, densa e verde.
Hoje o desmatamento é o principal problema da Floresta Amazônica. A fotografia mostra área desmatada no estado de Rondônia (2021).

Mata Atlântica

Vegetação densa e com grande diversidade de espécies endêmicasglossário , a Mata Atlântica é uma floresta tropical que, no passado, recobria extensa faixa do litoral brasileiro, estendendo-se do Nordeste ao Sul do país e avançando, em algumas faixas, centenas de quilômetros em direção ao interior.

Pelo fato de ocorrer em áreas litorâneas, que concentram cêrca de 70% da população, a Mata Atlântica foi quase totalmente devastada, dando lugar à agricultura e à expansão urbana.

Segundo a Fundação ésse ó ésse Mata Atlântica, somadas as áreas remanescentesglossário superiores a 100 hectares, hoje restam apenas cêrca de 12,4% da mata original. Dessa fração, a maior parte está restrita a áreas de proteção ambiental.

Fotografia. Paisagem de uma área litorânea, onde um rio, ao centro, corre acompanhando a faixa de areia. Ao fundo, relevo com muitos morros cobertos por vegetação densa e verde. À direita, mar com águas verdes.
Vista de área que integra o Parque Estadual Serra do Mar, Ubatuba, São Paulo (2020).

Mata dos Pinhais

Floresta subtropical localizada nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a Mata dos Pinhais foi bastante devastada ao longo do tempo, principalmente em virtude da exploração de madeira, restando apenas cêrca de 3% de sua área original. No Paraná, cêrca de metade do estado era recoberta originalmente por essa vegetação.

A Mata dos Pinhais é composta de uma variedade restrita de espécies vegetais, das quais a predominante é a araucária (pinheiro-do-paraná), motivo pelo qual também é conhecida como Mata de Araucárias.

Fotografia. Paisagem onde em primeiro plano um cavalo está pastando em um terreno plano. Ao fundo, concentração de árvores altas com o tronco fino e galhos longos e curvos.
O pinheiro-do-paraná é uma árvore de folhas grossas, resistentes às baixas temperaturas. Na fotografia, Mata dos Pinhais em Urubici, Santa Catarina (2021).

Cerrado

Segunda maior formação vegetal do Brasil, o Cerrado ocupa mais de 20% do território nacional, predominando na Região Centro-Oeste. Daí se estende de fórma contínua para os estados das regiões Nordeste e Sudeste, atingindo uma pequena área da Região Sul e apresentando algumas manchas menores dispersas na Amazônia.

Há predomínio de vegetação de pequeno porte e árvores isoladas. A duração da estação sêca é de seis meses, período em que as plantas aproveitam a reserva hídrica existente no subsolo e, dependendo do seu sistema de raízes (superficiais ou profundas), secam ou se mantêm verdejantes.

Fotografia. Em primeiro plano e ao centro está uma árvore alta, de tronco fino e com a copa tomada por flores amarelas. Ao redor, um campo com vegetação rasteira, arbustiva e seca, em tons amarronzados. Ao fundo, pequenas árvores verdes e um morro.
O Cerrado brasileiro é o tipo de Savana com a maior biodiversidade do planeta. No entanto, em função da expansão agropecuária, cêrca de 50% de sua área original foi devastada. Na fotografia, paisagem do município de Nova Roma, Goiás (2021).

Caatinga

Ocorre na Zona Semiárida mais populosa do planeta e ocupa parte da Região Nordeste. O nome “Caatinga”, que em tupi-guarani significa “floresta branca”, deve-se ao fato de, na maior parte do ano, esse tipo de vegetação apresentar aspecto esbranquiçado.

As plantas dessa vegetação são adaptadas à falta de chuvas, como os cactos e arbustos que perdem suas folhas durante longos períodos.

Fotografia. Destaque para vegetação cactácea ocupando o centro da imagem. Ao redor, o solo é árido e assume tons claros. Ao fundo, morro coberto por vegetação seca e arbustiva
Os cactos da Caatinga armazenam água em seu caule e algumas espécies de arbusto extraem águas profundas, alcançando o lençol freático. Na fotografia, espécies vegetais da Caatinga, em Petrolina, Pernambuco (2021).

Campos

A vegetação dos Campos caracteriza-se pela predominância de gramíneas. No Brasil, é encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul. Essa formação vegetal, que engloba mais de 150 mil quilômetros quadrados de pastagens naturais, é bastante utilizada para a alimentação do gado bovino na pecuária extensiva.

Fotografia. Paisagem de uma área plana e aberta, com vegetação rasteira encobrindo toda a sua extensão. Ao fundo, o relevo apresenta morros com poucas árvores.
Os Campos ocupam quase metade do território do Rio Grande do Sul e estendem-se para outros países, como Uruguai e Argentina. O relevo pouco íngreme favorece a pecuária extensiva. Fotografia em Alegrete, Rio Grande do Sul (2020).

Complexo do Pantanal

Localizado na Região Centro-Oeste do Brasil, entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (estendendo-se também à Bolívia e ao Paraguai), esse tipo de vegetação apresenta formações diversas e, por isso, é chamado de complexo. O Pantanal apresenta áreas que ficam alagadas durante a época das cheias, quando os rios transbordam.

Fotografia. Vista aérea de uma área plana, com uma lagoa de águas escuras ao centro. Ao redor, vegetação verde, densa, e outros pontos alagados.
Desde o ano de 2001, o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense é considerado Patrimônio Natural da Humanidade. Na fotografia, vista aérea de lagoas do Pantanal em Corumbá, Mato Grosso do Sul (2019).

Vegetação litorânea

Os principais tipos de vegetação litorânea são a vegetação de Restinga e os Manguezais, cujas características você observa nas fotografias a seguir.

Fotografia. Vista de uma paisagem litorânea. A faixa de areia está coberta em alguns pontos por uma vegetação rasteira e verde, sem a presença de arbustos ou árvores. Ao fundo, o mar e um relevo com morros.
A vegetação de Restinga caracteriza-se pela presença de árvores baixas, arbustos e vegetação rasteira, adaptadas aos solos arenosos ao longo da costa brasileira. Na fotografia, Restinga na Praia da Joaquina, em Florianópolis, Santa Catarina (2021).
Fotografia. Numerosas raízes cinzas se bifurcam e saem da água de um rio, concentrando-se na margem. Ao fundo, vegetação verde.
Os Manguezais apresentam árvores com raízes expostas, que escoram a planta em solos lamacentos e são fundamentais para a sobrevivência de muitos animais marinhos, que neles se reproduzem ou encontram alimento. Na fotografia, área de mangue em Cururupu, Maranhão (2019).

Tanto a vegetação de Restinga quanto os Manguezais sofrem com a ameaça da expansão urbana e a poluição dos rios e do oceano. Atualmente, as áreas remanescentes estão sendo degradadas em ritmo acelerado.

Ícone. Seção Lugar e cultura. Composto por um vaso colorido.

Lugar e cultura

Multiculturalismo

A dinâmica da natureza e o tempo no Pantanal Mato-Grossense

No Pantanal, grande planície de inundação que abrange o sul do estado de Mato Grosso e o noroeste de Mato Grosso do Sul, as evidências históricas da relação do ser humano com a natureza são marcantes.

Para se adaptar ao meio ambiente, os habitantes desenvolveram modos de vida particulares. No século dezesseis, portugueses e espanhóis cruzaram as planícies pantaneiras, inicialmente ocupadas por indígenas, em busca de metais preciosos. Contudo, foi no século dezoito, com a expansão da colonização europeia para o interior, que a ocupação ocorreu de fórma mais intensa.

Para praticar a pecuária, os habitantes precisaram conhecer a sazonalidade do regime fluvial, que modifica significativamente a paisagem local. No Pantanal, as épocas chuvosas e sêcas condicionam a movimentação do gado pelas planícies. Para não colocar os animais em risco, o pantaneiro se tornou um profundo conhecedor da fauna e da flora locais, unindo a sabedoria herdada dos indígenas com a dos paraguaios e a dos sulistas.

Fotografia. Um rebanho de gados em segundo plano atravessa um rio raso, que está à direita. Atrás e na frente do rebanho, homens a cavalo conduzem os gados. A vegetação é rasteira e, ao fundo, há árvores maiores e verdes.
Gado sendo conduzido no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).

Essas heranças se manifestam também na culinária, com grande variedade de pratos típicos, como o peixe na brasa, o caldo de piranha, o sarrabulho (feito com miúdos de bovinos), o tereré (chá de erva-mate gelado) e a carne de jacaré. A música e as festas, como a do Touro Candil, foram influenciadas por diferentes povos que habitaram o Pantanal. Ritmos como cururu, polca e rasqueado guardam traços dessa diversidade cultural.

As festas religiosas, como a de Nossa Senhora de Caacupé, receberam influência de países vizinhos, como Bolívia e Paraguai. O Pantanal é uma região de forte preservação das tradições.

  1. Quem foram os primeiros ocupantes do Pantanal?
  2. Por que é importante o conhecimento dos ritmos da natureza no Pantanal?

Brasil: vegetação original e área antropizada

Meio ambiente.

O processo de colonização do território brasileiro teve início há mais de 500 anos e foi responsável por profundas alterações na vegetação original do país.

As diversas atividades que foram desenvolvidas de modo predatório, como algumas fórmas de agricultura e pecuária, além da mineração e da indústria, degradaram e reduziram a cobertura vegetal nativa.

Entre as ações de desmatamento, estão as atividades agropecuárias comerciais, praticadas em larga escala e com a remoção de grandes áreas de vegetação nativa. Também contribuem ainda hoje para a degradação das formações vegetais no Brasil a atividade industrial e a expansão das cidades.

O desmatamento impactou com diferentes níveis de intensidade as formações vegetais brasileiras. As áreas de Mata Atlântica, por exemplo, devastada no processo inicial de ocupação do território, correspondem atualmente a 12,4% da mata original. Os Campos e o Cerrado são, respectivamente, a segunda e a terceira formações vegetais mais devastadas do país, com apenas 18% e 34% dos remanescentes originais. A Caatinga e o Complexo do Pantanal são formações vegetais cujos índices de preservação estão acima dos 45%. Já a Floresta Amazônica, apesar da forte pressão exercida pela fronteira agropecuária, é a mais preservada, com 81,5% dos remanescentes originais.

BRASIL: RETRAÇÃO DA VEGETAÇÃO ORIGINAL (2016)

Mapa. Brasil: retração da vegetação original (2016). Mapa do território brasileiro onde estão representadas, por meio de diferentes cores, as áreas de vegetação remanescente e as áreas antropizadas. Floresta: Predominante na região Norte. Savana (Cerrado): manchas em vários estados, com destaque para Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais e Maranhão. Savana estépica: parte do Piauí, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Campinarana (Campinas do Vale do Rio Negro): norte do Amazonas e sul de Roraima Estepe: sudoeste do Rio Grande do Sul. Áreas pioneiras: áreas pequenas na região litorânea do Rio de Janeiro, do Espirito Santo e dos estados nordestinos. Área antropizada: predominante em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Rondônia; parte do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Ceará, Piauí, Tocantins, Distrito Federal. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 390 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018.página 100.

Ler o mapa

Considerando a ação antrópica, quais são as áreas bra­si­lei­ras de maior retração da vegetação nativa?

Ícone. Sugestão de site
ésse ó ésse Mata Atlântica. Disponível em: https://oeds.link/nFzZxY. Acesso em: 22 fevereiro 2022. Site da Fundação ésse ó ésse Mata Atlântica, organização não governamental criada em 1986 e dedicada à preservação desse tipo de vegetação.

Impactos ao meio ambiente

A retirada da cobertura vegetal original por meio de ações antrópicas gera diferentes impactos no meio ambiente. Entre os principais prejuízos ambientais, podemos destacar:

  • Perda de abitá e redução da biodiversidade: O desmatamento elimina, muitas vezes de fórma irreversível, o abitá de muitas espécies de fauna e flora, provocando a extinção de formações vegetais e a perda de variabilidade genética, além de poder impactar atividades econômicas relacionadas ao setor de medicamentos e de cosméticos.
  • Degradação dos solos e aumento da erosão: A cobertura vegetal tem a capacidade de proteger naturalmente os solos da ação dos agentes externos (por exemplo, a água das chuvas) e, consequentemente, dos processos erosivos. A vegetação preservada também favorece a infiltração da água nos poros do solo, abastecendo as reservas do lençol freático. Por outro lado, a intensificação da erosão após o desmatamento permite que os sedimentos sejam carregados em grande quantidade, promovendo a perda de camadas férteis, a abertura de crateras e outras fórmas de deterioração dos solos.
  • Degradação de corpos dágua: A retirada da cobertura vegetal, em especial da mata ciliar, situada no entorno de rios, lagos e lagoas, torna esses corpos dágua mais suscetíveis ao assoreamento pelo acúmulo de sedimentos levados pela erosão.
  • Alterações climáticas: A cobertura vegetal tem a capacidade de absorver energia solar e influenciar a umidade do ar, contribuindo para manter o equilíbrio atmosférico, podendo interferir no regime de chuvas e nas temperaturas médias de determinadas localidades.
Fotografia. Vista aérea com destaque para uma área desmatada, que aparece em tons de verde claro e marrom. Ao redor há vegetação densa em tons de verde-escuro
Vista aérea de parte da Floresta Amazônica, com área desmatada para criação de pastagens, em Altamira, Pará (2020).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Pesquise o motivo por que, em comparação com a maioria dos países sul-americanos, o relevo brasileiro não apresenta grandes altitudes.
  2. Faça a leitura do mapa e, em seguida, responda ao que se pede.

AMÉRICA DO SUL: BRASIL

Mapa. América do Sul: Brasil
Mapa com foco na América do Sul, com destaque para o Brasil, representado em verde, e sua capital Brasília. Ao redor, os países e capitais dos demais países: Uruguai, Montevidéu; Argentina, Buenos Aires; Chile, Santiago; Bolívia, La Paz; Paraguai, Assunção; Peru, Lima; Equador, Quito; Colômbia, Bogotá; Venezuela, Caracas; Guiana, Georgetown; Suriname, Paramaribo. A Guiana Francesa também está representada. Apenas Chile e Equador não fazem fronteira com o Brasil.  Abaixo, a rosa dos ventos e escala de 0 a 755 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 41.
  1. Que países fazem fronteira com o Brasil?
  2. Na sua opinião, que vantagens o Brasil pode obter por fazer fronteira com diversos países?
  1. Qual é o tipo de vegetação que fórma áreas de pastagens naturais, sendo bastante explorado pela atividade pecuária? Em que estado brasileiro é mais comum esse tipo de vegetação?
  2. Com base na leitura do texto, indique a alternativa que melhor traduz as ideias apresentadas.

reticências A Região Nordeste caracteriza-se na­tu­ralmente como de alto potencial para evaporação da água em função da enorme disponibilidade de energia solar e altas temperaturas. Aumentos de temperatura associados à mudança de clima decorrente do aquecimento global, independente do que possa vir a ocorrer com as chuvas, já seriam suficientes para causar maior evaporação dos lagos, açudes e reservatórios e maior demanda evaporativa das plantas. Isto é, a menos que haja aumento de chuvas, a água se tornará um bem mais escasso, com sérias consequências para a sustentabilidade do desenvolvimento regional reticências.

MARENGO, José A. Possíveis impactos da mudança de clima no Nordeste. ComCiência, Campinas, 10 março. 2007. Disponível em: https://oeds.link/kVfkon. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

  1. Caso não ocorra aumento na precipitação, elevações de temperatura associadas ao aquecimento global podem tornar o clima da Região Nordeste mais árido.
  2. Caso ocorra elevação na temperatura e na quantidade de chuvas, o clima da Região Nordeste tende a ficar mais árido em determinadas regiões.
  3. O clima da Região Nordeste não deve sofrer consequências em caso de uma elevação na temperatura, causada pelo aquecimento global.
  4. Caso ocorra aumento da precipitação na Região Nordeste, em função do aquecimento global, o clima deverá se tornar mais árido.
  5. Uma elevação na temperatura provocada pelo aquecimento global deve tornar o clima do Nordeste mais úmido, porque a evaporação tende a aumentar.

5. A Região Nordeste é muito procurada por turistas brasileiros e estrangeiros. As praias estão entre os principais destinos desses turistas, mas existem outros atrativos turísticos na região. Junte-se a um colega e façam uma pesquisa sobre esse tema. Depois, compartilhem as descobertas com os colegas.

CAPÍTULO 3  Meio ambiente, sustentabilidade e fontes de energia

Meio ambiente.

Um dos principais desafios da atualidade é garantir o desenvolvimento sustentável, ou seja, um modelo de desenvolvimento global capaz de satisfazer as necessidades da população sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

Para assegurar a sustentabilidade, é preciso combater a pobreza e reduzir drasticamente as desigualdades sociais, garantindo oportunidades iguais a todos, frear o crescimento do ritmo médio de consumo e buscar meios de reduzir os impactos do sistema produtivo.

Boa parte da população mundial atual consome muito mais do que necessita para sua sobrevivência, causando a redução dos recursos naturais do planeta. Ao mesmo tempo, a pobreza impede que parte significativa da população tenha acesso a bens e serviços básicos, como água tratada e alimentos.

Na Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 1992, foi estabelecido que os países que mais emitiram gases de efeito estufaglossário ao longo da história devem reduzir essa emissão de fórma mais relevante do que os demais, colocando o conceito de sustentabilidade em destaque nos debates mundiais.

Fotografia. Barraca de feira onde estão expostos legumes e frutas, como abacaxi, mamão, batatas, mandiocas e abóboras. Uma mulher de vestido e um homem de camiseta azul aparecem de cada lado da barraca. Ao fundo, caixas de plástico e gramado.
Feira de produtos orgânicos no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2020).
Meio ambiente.

Megadiversidade

Os países que abrigam grande diversidade de espécies em seu território são denominados megadiversos. O Brasil é o primeiro colocado entre os 17 países mais ricos em biodiversidade do planeta. Observe quais são esses países no mapa a seguir.

PLANISFÉRIO: PAÍSES MEGADIVERSOS

Mapa. Planisfério: países megadiversos. Mapa-múndi com destaque em laranja para os países megadiversos: Estados Unidos (incluindo o Alasca), México, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, República Democrática do Congo, África do Sul, Madagascar, Índia, China, Filipinas, Malásia, Indonésia, Papua Nova Guiné e Austrália. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 2.385 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ônu. BIODIVERSITY A-Z. Megadiverse countries. Disponível em: https://oeds.link/fmhj5j. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

A biodiversidade envolve toda a variedade de espécies de flora, fauna e microrganismos e a relação entre os organismos vivos.

Países localizados em áreas de climas quentes e úmidos, com vastas florestas e variedade de espécies, concentram a maior parcela dessa megadiversidade, embora enfrentem dificuldades para explorá-la de fórma sustentável. Isso ocorre, em parte, porque a maioria desses países, em desenvolvimento, possui menos recursos financeiros e tecnológicos do que os países mais ricos, além de apresentar grandes desigualdades sociais.

Para muitos países em desenvolvimento, um dos principais desafios é explorar comercialmente suas grandes áreas florestais de fórma sustentável.

Na contramão da sustentabilidade, há a biopirataria, uma atividade ilegal comum no Brasil e em outros países megadiversos. Trata-se da apropriação indevida de recursos biológicos e de conhecimentos tradicionais por grupos econômicos internacionais que desejam a rápida obtenção de lucro. São exemplos dessas atividades a exploração de plantas medicinais e aromáticas e o tráfico de animais silvestres.

Ler o mapa

Em que zona climática se localiza a maior parte dos países megadiversos? Por que isso ocorre?

Meio ambiente.

A política e a legislação ambiental no Brasil

Em 1985 foi criado o Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, que, na década seguinte, deu origem ao atual Ministério do Meio Ambiente (ême ême á).

Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (ibâma), que tem a responsabilidade de executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, conceder licenças ambientais e promover a fiscalização ambiental, entre outras competências. Em 2012, foi aprovado o Novo Código Florestal brasileiro, com o objetivo de aperfeiçoar os métodos de fiscalização das áreas de preservação permanente e de recursos legais.

As Unidades de Conservação

No Brasil, o governo criou as Unidades de Conservação:

“espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, abitás e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente”.

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Unidades de Conservação. Disponível em: https://oeds.link/WTYE5T. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Unidades de Proteção Integral

Nas Unidades de Proteção Integral, o principal objetivo é manter a área praticamente intacta. Apresentam normas mais restritivas, não permitindo o consumo, a coleta ou qualquer tipo de intervenção nos recursos naturais. Dividem-se em:

  • Estação Ecológica – área de preservação, com realização de pesquisas científicas e visitação com objetivo educacional.
  • Reserva Biológica – área de preservação e recuperação dos ecossistemas alterados, permitindo apenas visitas com objetivo educacional.
  • Parque Nacional – área de preservação e de beleza cênica, com realização de pesquisas científicas, atividades recreativas e educativas.
  • Monumento Natural – área de preservação de lugares raros e de grande beleza cênica, com atividades de visitação.
  • Refúgio da Vida Silvestre – área de preservação para a existência e a reprodução de espécies, com atividades de visitação.
Unidades de Uso Sustentável

Nas Unidades de Uso Sustentável, a conservação da natureza é conciliada com o uso sustentável dos recursos naturais, sendo permitidas algumas atividades e fórmas de ocupação. As categorias são:

  • Área de Proteção Ambiental – área pública ou particular com proteção da biodiversidade e organização da ocupação humana.
  • Área de Relevante Interesse Ecológico – área pública ou particular com preservação de ecossistemas e baixa ocupação humana.
  • Floresta Nacional – área com floresta nativa que permite a permanência de população tradicional e a realização de visitas e pesquisas.
  • Reserva Extrativista – área com população extrativista tradicional que permite visitação pública e realização de pesquisa científica.
  • Reserva de Fauna – área natural que abriga animais nativos.
  • Reserva de Desenvolvimento Sustentável – área natural com população tradicional que permite visitação pública e realização de pesquisa científica.
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural – área particular de conservação da biodiversidade na qual são permitidas atividades diversas.

BRASIL: UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (2018)

Mapa. Brasil: unidades de conservação (2018). Mapa do território brasileiro que evidencia por meio de elementos gráficos em formato de árvores a concentração de unidades de conservação. Elas são divididas em Proteção integral e Uso Sustentável As áreas de proteção integral são: Parque Nacional: Predominante no Amazonas; em seguida: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais; por fim: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Rondônia, Roraima e Maranhão. Monumento Natural: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, além de uma ilha localizada no Oceano Atlântico, próximo ao norte do Trópico de Capricórnio. Estação Ecológica: Ocorre praticamente em todos os estados do país, com destaque para a porção centrol-sul, Pará e Amazonas. Reserva Biológica: Ocorre sobretudo na faixa litorânea e em estados da Região Norte Refúgio de Vida Silvestre: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Bahia. As áreas de Uso Sustentável são: Área de Proteção Ambiental: Todos os estados das regiões Sul e Sudeste, além de Goiás, Distrito Federal, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Pará, Amazonas. Floresta Nacional: Todas as unidades da federação, com exceção de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Maranhão e Tocantins Área de Relevante Interesse Ecológico: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraíba, Acre e Amazonas. O mapa também indica a extensão das áreas por meio do tamanho dos elementos gráficos em formato de árvores: Área: Até 300.000 hectares: predominante nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, sobretudo na faixa litorânea, além da região Centro-Oeste De 300.001 a 500.000 hectares: predominante nas regiões Norte e Nordeste. Acima de 500.001 hectares: predominante na Região Norte. Abaixo, a rosa dos ventos e escala de 0 a 300 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 108-110.

Ler o mapa

  1. Indique em quais formações vegetais há mais áreas protegidas.
  2. Com base no mapa, pesquise na internet sobre uma Unidade de Conservação existente no município onde você vive ou próximo a ele.

Ícone. Seção Mundo em escalas. Composto por dois pinos de localização conectados por setas.

Mundo em escalas

Impactos ambientais da produção de carne bovina

Meio ambiente.

Devido à sua elevada produção, o Brasil se destaca no mercado internacional de car­ne bovina. De acordo com os dados levantados em 2021, o país exportou naquele ano 2,57 milhões de toneladas, ocupando a primeira posição do ranking de exportação. Esse montante corresponde a cêrca de 20% da produção mundial.

Os maiores exportadores mundiais de carne bovina (em milhões de toneladas)

2020

2021

Brasil

2,53

2,57

Austrália

1,47

1,29

Índia

1,28

1,55

Estados Unidos

1,33

1,54

Argentina

0,81

0,72

Outros

3,10

3,37

Total

11,23

11,72

Fonte: MAIORES exportadores mundiais de carne bovina de 2017 a 2022. Farmnews, 13 outubro. 2021. Seção Mercado.Disponível em: https://oeds.link/ziBtda. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Fotografia. Em primeiro plano, pasto ressecado. Em segundo plano, numeroso rebanho de gado ao centro da imagem. Ao fundo, vegetação composta por árvores verdes.
Pastagem destinada à criação de gado bovino em Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (ó ême ésse), estima-se que o consumo excessivo de carne bovina pode aumentar o risco de contrair determinadas doenças. A ingestão diária desse tipo de alimento não só afeta a saúde, como prejudica a natureza: a produção local pode acarretar uma série de impactos ambientais de abrangência global. Leia o texto.

Existem quatro variáveis ambientais que limitam a produção de carne em escala global: a superfície ocupada pelas pastagens; a água consumida, tanto por parte dos animais como no processo de produção; os gases do efeito estufa provocados pela flatulência do gado – atualmente 14,5% do que é lançado na atmosfera, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (fáo) –; e a energia necessária durante o processo. reticências Será que o mundo come carne para além de suas possibilidades? reticências

lêon, Pablo. O mundo come carne além de suas possibilidades. El País, 29 outubro. 2015. Seção Ciência. Disponível em: https://oeds.link/sH7dd7. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

  1. Por que a pecuária de córte estabelecida no Brasil provoca impactos ambientais em escala global? Como podemos contribuir para minimizá-los?
  2. Como a redução no consumo de carne bovina pode impactar nossa saúde?

Recursos estratégicos

O contrôle dos recursos naturais, especialmente os energéticos, é uma questão territorial estratégica. Cabe ao governo, por exemplo, regular a participação de empresas nacionais e estrangeiras na exploração desses recursos e estabelecer políticas que garantam o fornecimento de energia para a população e para o setor produtivo.

No decorrer do processo histórico de formação do território brasileiro, as obras de infraestrutura voltadas para a produção e a transmissão de energia foram fundamentais para integrar as áreas menos povoadas no interior do país às áreas de maior densidade demográfica e ocupação mais antiga, localizadas sobretudo na faixa próxima ao litoral.

Vamos conhecer como é feita a exploração dos recursos naturais brasileiros destinados à geração de energia.

Hidreletricidade

A geração de energia hidrelétrica está condicionada, principalmente, à quantidade disponível de água em um rio em determinado período e aos desníveis do relevo (os planaltos, por exemplo, são áreas mais favoráveis à construção de hidrelétricas do que as planícies). Esses fatores determinam o potencial hidráulico do rio, indicando a viabilidade da construção de uma usina hidrelétrica.

O Brasil apresenta extensas áreas planálticas cortadas por rios volumosos, fato que favorece a construção de hidrelétricas. A maior parte da oferta interna de energia elétrica no país é oriunda desse tipo de infraestrutura.

BRASIL: PERCENTUAL DE OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA (2020-2021)

Gráfico. Brasil: percentual de oferta interna de energia elétrica (2020 e 2021). Gráfico em barras que demonstra a oferta em porcentagem de cada tipo de energia elétrica nos anos de 2020 e 2021. No eixo vertical à esquerda está quantificada a oferta em porcentagem, que varia de 0 a 80. No eixo horizontal inferior, o tipo de fonte de energia. Para cada fonte de energia, estão as barras que indicam os valores obtidos nos anos de 2020 e 2021. Hidro: 2020 65,2. 2021 56,7. Gás natural: 2020 8,3. 2021 12,3. Derivados de petróleo: 2020 1,2. 2021 2,4. Nuclear: 2020 2,2. 2021 2,2. Carvão: 2020 1,8. 2021 2,6. Biomassa: 2020 9,1. 2021 8,5. Gás industrial: 2020 1,7. 2021 2,0. Eólica: 2020 8,8. 2021 10,7. Solar: 2020 1,7. 2021 2,7.
Fonte: Brasil. Ministério de Minas e Energia. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético. Boletim mensal de energia, Brasília, Distrito Federal: ême ême ê ésse pê ê, novembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/RqpnQY. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

No final da primeira década do século vinte e um, o Brasil já havia se tornado o terceiro maior produtor mundial de energia hidrelétrica. Esse tipo de energia é considerado renovável, contribuindo para seu elevado índice de oferta. Apesar disso, a construção de hidrelétricas pode trazer prejuízos ao meio ambiente e à população que vive próximo aos rios represados.

Na década de 1970, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu para o aproveitamento do potencial hidráulico do rio Paraná. No ano seguinte, os dois países iniciaram a construção da usina Itaipu Binacional, que foi inaugurada em 1982.

A energia produzida em Itaipu representa cêrca de 17% do consumo brasileiro e 75% do consumo paraguaio. No entanto, o Paraguai, cuja população é inferior à do município de São Paulo, utiliza menos de 10% da energia de Itaipu, vendendo o restante para o Brasil.

Fotografia. Vista de uma barragem grande e cinza em um rio. Suas estruturas são pilares erguidos sobre a água, e acima, formadas por grandes tubulações. Nas margens do rio há uma vegetação verde e rasteira, composta por grama e arbustos.
A Usina de Itaipu, em fós do Iguaçu, Paraná, é uma das maiores geradoras de energia elétrica limpa e renovável do mundo. Fotografia de 2021.

Impactos socioambientais das hidrelétricas

A produção de energia em usinas hidrelétricas não polui a atmosfera e traz benefícios à sociedade ao garantir o abastecimento para populações numerosas. Porém, a construção de hidrelétricas pode exigir a inundação de grandes áreas para a criação dos reservatórios de água, provocando diversos impactos socioambientais. Além de afetar a flora e a fauna locais, o alagamento das áreas represadas pode implicar o deslocamento da população que vive nas proximidades. Dessa fórma, cidades, vilarejos e áreas destinadas à produção agropecuária podem ficar submersas.

As obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte encontraram forte oposição de ambientalistas e comunidades indígenas desde o início de seu projeto, pois essa usina provoca impactos diretos nas populações indígenas que vivem próximo ao rio Xingu, no Pará.

Os povos indígenas têm forte ligação com o meio em que vivem. De que maneira a construção de uma usina hidrelétrica pode afetar a vida desses povos?

Combustíveis fósseis

Meio ambiente.

Os combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral e petróleo) são as fontes de energia mais utilizadas no mundo e estão entre os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa.

Gás natural

A produção de gás natural tem crescido consideravelmente no Brasil. A previsão é de que, até o ano de 2024, o consumo desse recurso se expandirá em até 47%.

Observe a produção brasileira de gás no gráfico.

BRASIL: PRODUÇÃO DE GÁS NATURAL (2017-2021)

Gráfico. Brasil: produção de gás natural (de 2017 a 2021). Gráfico em barras que representa a produção de gás natural em milhões de metros cúbicos por dia. No eixo vertical, a informação sobre a produção (em milhões de metros cúbicos por dia), que varia de 0 a 140. No eixo horizontal, os anos, de 2017 a 2021. 2017: 110 metros cúbicos por dia. 2018: 112 metros cúbicos por dia. 2019: 122 metros cúbicos por dia. 2020: 127 metros cúbicos por dia. 2021: 134 metros cúbicos por dia.
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (Brasil). Superintendência de Desenvolvimento e Produção. Boletim da produção de petróleo e gás natural. Brasília, Distrito Federal: , 2021. Disponível em: https://oeds.link/puMbQ9. Acesso em: 22 fevereiro 2022.

Além de ser menos agressivo ao meio ambiente quando comparado ao petróleo, o gás natural é bastante versátil, pois pode ser utilizado em residências, na indústria, no transporte e na produção de energia elétrica, por exemplo.

A importação de gás natural da Bolívia aumentou significativamente a oferta desse recurso energético no Brasil. Em 1999, entrou em operação o Gasoduto Bolívia-Brasil (gásból), que abastece o Sudeste e o Sul do Brasil. Nos últimos anos, outros de menor extensão, porém de grande importância local e regional, têm sido inaugurados, como o Gasoduto Belo Jardim-Caruaru (em 2016), que abastece o agreste pernambucano, e o Gasoduto Ponta Grossa-Castro (em 2017), no Paraná.

Carvão mineral

O carvão mineral é a fonte de energia mais empregada na geração de eletricidade no mundo e um dos principais poluentes da atmosfera. Esse recurso também é utilizado em atividades industriais, como a produção de aço nas siderúrgicas.

O Brasil possui poucas reservas de carvão mineral, cêrca de apenas 0,1% do total mundial, e são de baixa qualidade. Nas proximidades das maiores jazidas carboníferas brasileiras, localizadas no sul do país, foram instaladas termelétricas a partir da década de 1960.

Petróleo

O petróleo é a principal fonte primária de energia no Brasil e no mundo. O querosene de aviação, a gasolina e o óleo diesel são combustíveis produzidos pelo refinamento do petróleo. No Brasil, o alto consumo interno decorre, principalmente, do predomínio do transporte rodoviário.

As opiniões sobre a exploração do petróleo no Brasil são divergentes: enquanto alguns afirmam que o país vai na contramão do desenvolvimento sustentável, outros defendem que essa exploração traz avanços para o setor industrial e cria postos de trabalho, alavancando o desenvolvimento econômico.

A exploração de petróleo pode ser feita em terra (onshore) ou no mar (offshore). No Brasil, as maiores reservas se encontram no mar, na área da plataforma continental. Atualmente, a maior exploração em território nacional é feita na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro.

Na Bacia de Santos, em 2008, foi anunciada a descoberta de grandes reservas de petróleo no pré-salglossário . Hoje, a produção de petróleo nessa área já supera a da região do pós-sal. Em 2020 o Brasil ocupava a 9ª posição no ranking mundial dos maiores produtores de petróleo.

Infográfico. A província do pré-sal. Bloco-diagrama, textos e mapa contendo as informações da exploração do pré-sal de acordo com a localização, área explorada e quilômetros de profundidade. Essas informações aparecem sobre um mapa focalizando o litoral dos estados do Sudeste e do Sul (Paraná e Santa Catarina) e o Oceano Atlântico No bloco-diagrama, à esquerda, está ilustrada uma plataforma petrolífera, e as camadas estão especificadas de acordo com as profundidades aproximadas: 0 a 2 quilômetros: oceano. 2 a 3,5 quilômetros: camada pós-sal. 3,5 a 5,5 quilômetros: camada de sal. 5,5 a 8 quilômetros: camada pré-sal. As informações textuais sobre as áreas de reservas são: Área total: 149.000 quilômetros quadrados. Área já concedida: 41.772 quilômetros quadrados (28 por cento) Área concedida com participação da Petrobras: 35.739 quilômetros quadrados (24 por cento) Área sem concessão: 107.228 quilômetros quadrados. O mapa, sobre o oceano, à direita, demonstra os reservatórios do pré-sal por uma área tracejada em branco, e os blocos de exploração representados por áreas verdes, concentrados no litoral dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As principais bacias são Bacia do Espírito Santo, Bacia de Campos e Bacia de Santos. As áreas de campos de produção são evidenciadas por áreas amarelas, e as principais são: Parque das Baleias, Iara, Tupi e Guará. Abaixo, escala gráfica de 0 a 100 quilômetros e de 100 a 200 quilômetros.
Fonte: RESERVAS atuais de petróleo devem se esgotar em 40 anos. Em Discussão, Brasília, Distrito Federal, ano 1, número 1, abril. 2010. Disponível em: https://oeds.link/pS27v2. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Energia nuclear

A energia nuclear é produzida em usinas termonucleares pela fissãoglossário do átomo de urânio, elemento químico radioativo extraído de algumas rochas.

As usinas termonucleares podem atingir alta produção de energia sem a emissão de gases poluentes. Entretanto, apresentam uma série de desvantagens: sua implantação é cara, há geração de lixo nuclear (elementos radioativos descartados) e risco de acidentes nucleares.

Atualmente, encontram-se em operação no Brasil as usinas de Angra um e Angra dois (responsáveis pela produção de cêrcade 3% do total da energia nuclear do país). O início do funcionamento de Angra três está previsto para 2026. Todas essas usinas estão localizadas em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.

Fontes alternativas

Meio ambiente.

A crescente preocupação em relação aos impactos provocados pelo uso excessivo dos combustíveis fósseis, sobretudo petróleo e carvão mineral, tem impulsionado os investimentos em fontes alternativas de energia (como a energia eólica, a solar e a biomassa). No entanto, o uso dessas fontes ainda é restrito devido aos altos custos de produção, que as tornam menos competitivas do ponto de vista comercial.

Energia eólica

O Brasil possui condições naturais favoráveis à produção de energia eólica, pois no território brasileiro a velocidade dos ventos é duas vezes superior à média mundial. Entretanto, a energia produzida por uma central eólica custa entre 60% e 70% a mais do que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica, o que reduz os investimentos em parques eólicos, embora eles apresentem as vantagens de utilizar uma fôrça inesgotável (a dos ventos) e de causar baixo impacto ambiental. No Brasil, a limitação na disponibilidade de fontes hídricas no Nordeste é responsável por alavancar essa modalidade de geração de energia.

Fotografia. Em primeiro plano, grupo de pessoas em faixa de areia e de uma embarcação no mar. Ao fundo, sobre a área e em terreno mais elevado, enormes estruturas verticais com três hélices na ponta em posições diferentes, indicando que estão em movimento.
Parque eólico em Galinhos, Rio Grande do Norte (2020).
Energia solar

Além de ser usada para aquecimento da água do chuveiro, a energia solar tem sido explorada para a produção de eletricidade. O Brasil apresenta condições favoráveis à captação da radiação solar, e o Nordeste é a região mais beneficiada nesse aspecto.

A energia solar é uma alternativa para levar eletricidade a milhões de domicílios localizados em áreas isoladas do território brasileiro, não contempladas pela rede de distribuição de energia elétrica.

Biomassa

A biomassa é um recurso renovável proveniente de matéria orgânica – de origem animal ou vegetal –, utilizado para a produção de energia elétrica e de combustíveis (os biocombustíveis).

Apesar de o recurso ser renovável, o uso indiscriminado de biomassa florestal para obtenção de madeira e carvão vegetal promove o desmatamento e compromete a biodiversidade.

Com a modernização do parque industrial, o Brasil reduziu o uso da lenha. No entanto, ainda há perdas consideráveis de vegetação nativa em regiões onde as carvoarias utilizam lenha como matéria-prima.

A cultura da cana-de-açúcar é muito importante para o aproveitamento da biomassa como combustível. A partir de 1975, com a implantação do Programa Nacional do Álcool (proálcol), a cana passou a ser também destinada à produção de etanol (álcool combustível). A iniciativa do governo brasileiro de produzir uma alternativa à gasolina foi, em grande parte, influenciada por crises mundiais do petróleo ocorridas na década de 1970.

Espécies vegetais, como o milho, a beterraba açucareira e o trigo, também podem servir de matéria-prima para a produção de biocombustíveis. O chamado biôdízel, alternativa ao óleo dieselderivado do petróleo, é produzido com plantas como a mamona, o dendê, o milho, a soja e o girassol, entre outras.

BRASIL: PRODUÇÃO DE biôdízel POR REGIÃO (2020)

Gráfico. Brasil: produção de biodiesel por região (2020). Gráfico de setores com as respectivas porcentagens que representam a produção de biodiesel. Centro-Oeste: 41 por cento; Sul: 36 por cento; Sudeste: 11 por cento. Nordeste: 10 por cento. Norte: 2 por cento.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Corredores Logísticos Estratégicos: Petróleo e Combustíveis. Brasília, Distrito Federal: mínfra, 2020. Disponível em: https://oeds.link/VBWXAA. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que a biopirataria deve ser combatida pelo governo brasileiro?
  2. De que maneira o desmatamento de extensas áreas de vegetação nativa representa ameaça ao patrimônio ambiental brasileiro?
  3. Que aspectos do quadro físico e territorial são comuns ao grupo de países megadiversos?
  4. Imagine que gostaríamos de preservar determinada área florestal para a manutenção e a reprodução de espécies silvestres, permitindo acesso a ela apenas para fins de pesquisa. Em qual grupo de Unidade de Conservação essa área deveria ser incluída?
  5. Analise a charge e responda à questão.

De que problema ambiental a charge trata e quais são suas causas?

Charge. A imagem mostra caminhões posicionados em duas fileiras. Na primeira fileira, em primeiro plano, os caminhões estão com a carroceria vazia e se direcionam para a direita. Um personagem, com o corpo para fora da cabine do caminhão que está à frente da fila, aponta para frente e diz: "Olha a Amazônia aí, gente!". Os caminhões ao fundo se direcionam para a esquerda, e estão com a carroceria cheia de troncos de árvores cortados.
JUNIÃO. Folia. Diário do Povo, Campinas, 1º fevereiro 2008.

6. Leia o texto.

reticências Podemos resumir assim de fórma sintética as causas genéricas que levaram à aceleração da degradação ambiental a partir dos anos de 1960 no Brasil:

As teorias econômicas dos anos 1950 que preconizavam a maximização do benefício monetário, sem preocupação com a renovação dos recursos.

O predomínio do interesse privado de curto prazo sobre o interesse público de longo prazo.

A planificação e a gestão fragmentária e setorial dos recursos naturais sem levar em conta suas interações com todos os níveis: ecológico, social e econômico.

A não inclusão do homem no ecossistema reticências.

CONTI, José B.; FURLAN, Sueli A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: Rós Jurandir L. Sanches (Organização.). Geografia do Brasil. quinta edição. São Paulo: êduspi, 2005. página. 200.

  • Com base no texto e no conteúdo apresentado, copie a alternativa correta em seu caderno.
    1. As interações entre os níveis ecológico, social e econômico no Brasil não foram levadas em conta no planejamento e na gestão dos recursos naturais do território.
    2. No Brasil, as teorias dos anos 1950 se preocuparam mais com a questão ambiental do que com os ganhos econômicos.
    3. Os governos não desenvolveram nenhuma ação concreta para evitar perdas ambientais no Brasil.
    4. Houve participação intensa da população nos debates sobre as questões ambientais no Brasil.

7. Faça a leitura do gráfico e da notícia.

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA: MEDIÇÃO ANUAL (1988-2019)

Gráfico. Desmatamento da Amazônia: medição anual (de 1988 a 2019). Gráfico de linha que especifica a área desmatada em quilômetros quadrados de acordo com a passagem dos anos.  No eixo vertical, a informação: Área desmatada (em quilômetros quadrados), que varia de 1 a 30.000. No eixo horizontal, os anos do período de 1988 e 2019. 1988: 21.050 quilômetros quadrados; 1989: 18.500 quilômetros quadrados; 1990: 14.500 quilômetros quadrados; 1991: 11.030 quilômetros quadrados; 1992: 13.000 quilômetros quadrados; 1993: 14.000 quilômetros quadrados; 1994: 15.000 quilômetros quadrados; 1995: 29.059 quilômetros quadrados; 1996: 18.500 quilômetros quadrados; 1997: 13.227 quilômetros quadrados; 1998: 17.500 quilômetros quadrados; 1999: 17.900 quilômetros quadrados; 2000: 18.000 quilômetros quadrados; 2001: 18.500 quilômetros quadrados; 2002: 22.000 quilômetros quadrados; 2003: 25.000 quilômetros quadrados; 2004: 27.423 quilômetros quadrados; 2005: 18.000 quilômetros quadrados; 2006: 13.000 quilômetros quadrados; 2007: 11.500 quilômetros quadrados; 2008: 12.911 quilômetros quadrados; 2009: 9.000 quilômetros quadrados; 2010: 8.500 quilômetros quadrados; 2011: 6.000 quilômetros quadrados; 2012: 4.571 quilômetros quadrados; 2013: 5.200 quilômetros quadrados; 2014: 5.000 quilômetros quadrados; 2015: 5.500 quilômetros quadrados; 2016: 5.900 quilômetros quadrados; 2017: 5.600 quilômetros quadrados; 2018: 7.000 quilômetros quadrados; 2019: 9.762 quilômetros quadrados.
Elaborado com base em dados obtidos em: MOREIRA, Matheus; uátanabe fílip. Desmatamento na Amazônia bate recorde e cresce 29,5% em 12 meses. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 novembro. 2019.

O desmatamento na Amazônia atingiu em abril [de 2021] o pior índice para o mês já registrado na série histórica desde 2015, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (ínpi). Os alertas abrangeram uma área de 580,55 quilômetros quadrados, equivalente a 58 mil campos de futebol, conforme medições do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (detér).

NIKLAS, Jan; GRANDELLE, Renato. Desmatamento recorde na Amazônia: 2021 teve pior abril da série histórica, mostra ínpi. O Globo, Rio de Janeiro, 7 maio 2021. Disponível em: https://oeds.link/Rr6EIt. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

  1. Ao comparar as informações, é correto dizer que apresentam dados positivos em relação ao meio ambiente? Justifique.
  2. Quais medidas podem ser tomadas para combater o problema?

8. Leia o trecho da reportagem e, depois, responda ao que se pede.

Segundo um estudo divulgado pela dáblio dáblio éfe Brasil em novembro de 2016, Brasília é uma das cidades com maior potencial no país para produção de energia solar. Enquanto o Brasil já apresenta uma irradiação mínima maior do que a de países que investem pesado na tecnologia (Japão, Inglaterra e Alemanha, por exemplo), o Distrito Federal desponta acima da média nacional em poder de captação. De acordo com a pesquisa, se apenas 0,41% da área da cidade fosse coberta com módulos fotovoltaicos, a energia produzida seria suficiente para alimentar a cidade inteira.

CONTAIFER, Juliana. Embaixada da Suíça instala 700 metros quadrados de placas de energia solar no Distrito Federal. Metrópoles, Brasília, Distrito Federal, 5 agosto. 2017. Seção Vida e Estilo. Disponível em: https://oeds.link/LVlCTv. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

  1. A reportagem faz referência a qual tipo de produção de energia?
  2. Com base em seus conhecimentos, cite dois pontos favoráveis à instalação desse tipo de infraestrutura na cidade citada.

9. Forme grupo com cinco colegas e façam uma pesquisa sobre as Unidades de Conservação existentes no município ou na unidade federativa onde vocês vivem. Depois, respondam: qual é a importância delas? Compartilhem as descobertas com os outros grupos.

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

Multiculturalismo

Valorização do lugar por meio dos saberes dos habitantes

Leia os trechos das reportagens a seguir. Elas demonstram a importância da cultura, das práticas e dos saberes das comunidades quilombolas e indígenas. Esse tipo de informação contribui para o reconhecimento das territorialidades desses povos e para a compreensão de tais manifestações como patrimônio histórico-cultural do Brasil.

A interação histórica entre os negros e indígenas no Brasil deu origem a modos singulares de ver o mundo, enriquecidos com elementos das duas culturas. Isso pode ser visto em uma antiga comunidade rural do município de Carnaubeira da Penha, no sertão de Pernambuco, intitulada Tiririca dos Crioulos. Um pouco da diversidade cultural dessa localidade pode ser visto na exposição Tiririca dos Crioulos: pessoas fortes na luta reticências.

reticências Durante três anos, foi realizado um levantamento dos bens patrimoniais da comunidade quilombo-indígena e os moradores passaram a registrar as memórias de suas vivências neste lugar. A isso, foram adicionados e levados para a mostra objetos e registros de lugares marcantes para eles, como a primeira casa de alvenaria do quilombo, além da primeira máquina de costura, desenhos feitos pelas crianças, vídeos, antigos ferros de passar roupa a carvão e peças de vestuário, como saias de caroá usadas nos rituais do toré e da gira. 

A coleta desses objetos também dá aos habitantes de Tiririca dos Crioulos uma sensação de pertencimento e orgulho da própria identidade, mesmo com variadas ameaças à existência desse lugar. reticências

MUSEU da Abolição recebe mostra sobre comunidade quilombo-indígena do Sertão. Diário de Pernambuco, Recife, 5 agosto. 2017. Seção Viver. Disponível em: https://oeds.link/zKI18h. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Fotografia. Em um espaço fechado, exposição formada por fotografias e outros objetos. Ao centro, representação de uma pessoa de estatura pequena utilizando saia, camiseta branca e capuz vermelho. No teto, em varais, estão penduradas fotografias de pessoas. As paredes do local são pretas e vermelhas e nelas estão pendurados quadros e fotos. Também há três blocos vermelhos e baixos nos quais estão apoiados outros objetos, como flores.
Objetos quilombo-indígenas presentes na exposição “Tiririca dos Crioulos: Pessoas Fortes na Luta”, realizada em João Pessoa, na Paraíba, em 2017.

A tradição dos mutirões está retomando lentamente seu lugar na vida das comunidades do Vale do Ribeira. Depois do mutirão da colheita de arroz no quilombo Morro sêco, em maio de 2015, o pessoal de Pedro Cubas decidiu organizar um, este ano, para a colheita do arroz e convidar amigos e vizinhos. reticências

Atividades de trabalho coletivo como os mutirões ou puxirões, como são conhecidos regionalmente, desempenham papel fundamental para a vitalidade da agricultura quilombola, promovendo a transmissão do conhecimento, a celebração da colheita e mantendo as práticas do Sistema Agrícola Quilombola. reticências

Suzana Maria Pereira, do quilombo Morro sêco, em Iguape, destaca o lado companheiro e fraterno do mutirão. “Esse resgate é uma experiência incrível, além de você ter uma fôrça maior, onde todos juntos rapidamente conseguem executar um trabalho que uma pessoa sozinha executaria em uma semana, quinze dias ou mais. Isso é de uma importância muito grande, porque a gente vê o lado fraternal que o povo quilombola tem um com o outro”.

NASCIMENTO, Juliano Silva do. 40 anos depois, o quilombo de Pedro Cubas resgata o tradicional mutirão. Instituto Socioambiental, São Paulo, 5 junho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/HyiCqK. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Fotografia. Ao centro, um menino usando camiseta, bermuda e chinelo andando de bicicleta sobre uma rua de terra. Do lado esquerdo, próximo à rua, há duas casas de tijolos expostos e com telhados avermelhados, além de cercas de bambu. Em frente a uma das casas, duas pessoas estão conversando. À direita, outras cercas e gramado ralo. Ao fundo, continuação do caminho de terra, algumas árvores, postes de energia elétrica e peças de roupa de diferentes cores penduradas em um varal
Comunidade quilombola de Pedro Cubas, no município de Eldorado, São Paulo (2013).
  1. Faça uma pesquisa (na internet, em bibliotecas ou com familiares e moradores) e descubra algumas das referências culturais históricas do lugar onde você vive. Se possível, troque informações com os demais colegas sobre o que eles encontraram.
  2. Qual é a importância dos mutirões para as comunidades quilombolas?
  3. Qual é a importância da valorização das referências culturais dessas comunidades?
  4. Quais são os principais obstáculos enfrentados por comunidades quilombolas e indígenas para conseguirem o reconhecimento de suas territorialidades?

CAPÍTULO 4  Formação e regionalização do território brasileiro

A formação do extenso território brasileiro é consequência de um longo processo de expansão, resultante do contato entre povos locais e colonizadores europeus.

Ao estudar esse processo, devemos lembrar que os colonizadores portugueses foram se apropriando das terras que hoje constituem o Brasil e conquistando a área onde viviam cêrca de 4 milhões de pessoas distribuídas entre mais de mil povos diferentes: os indígenas.

Observe, no mapa, a distribuição dos povos indígenas no período de chegada dos europeus.

BRASIL: PRINCIPAIS POVOS INDÍGENAS (1500)

Mapa. Brasil: principais povos indígenas (1500). Mapa do território brasileiro com a representação por cores dos principais povos indígenas. Amarelo: Tupi. Laranja: Jê. Verde escuro: Aruaque. Verde-claro: Caribe ou Caraíba. Roxo: Cariri. Ocre: Pano. Rosa: Tucano. Vermelho: Charrua. Marrom: Outros grupos. Linha cinza: Limite atual do território brasileiro. No mapa, os povos Tupi estão localizados no Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul, em uma extensa faixa que se estende do centro do Rio Grande do Sul ao interior da Bahia, passando pelo Sudeste, e na porção litorânea do Nordeste. A área correspondente ao povo Jê a região central do Paraná e de São Paulo, sul de Minas Gerais e porções de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí. O povo Aruaque localiza-se em áreas descontínuas das regiões Centro-Oeste e Norte. O povo Caribe ou Caraíba localiza-se em uma extensa faixa no norte da Região Norte e em uma pequena área no interior da Região Nordeste. O povo Cariri localiza-se principalmente no interior da Região Nordeste. O povo Pano localiza-se no sudoeste da Região Norte. O povo Tucano localiza-se na Região Norte, em área próximo ao Rio Negro, no noroeste do Amazonas. O povo Charrua localiza-se no extremo sul da Região Sul. Outros grupos estão localizados em áreas descontínuas em todas as regiões do país, com exceção da Região Sul. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 370 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério da Educação. Fundação de Assistência ao Estudante. Atlas histórico escolar. oitava edição. Brasília, Distrito Federal: Méqui; Rio de Janeiro: fei , 1991. página. 12. Em 2020, estimava-se que no território brasileiro vivessem aproximadamente 900 mil indígenas, divididos em 305 diferentes povos.

Formação do território

Em fins do século quinze, portugueses e espanhóis, entre outros povos europeus, lançavam-se em busca de novas terras para colonização. Chegaram às terras atualmente chamadas de América, onde estabeleceram tratados para dividir o território. Mais tarde, as terras ocupadas pelos portugueses formariam o Brasil.

Como os portugueses não conheciam o território que colonizariam, as fronteiras ainda não estavam muito bem definidas. Para garantir o poder sobre as terras ocupadas, explorá-las e protegê-las da invasão de outros povos, como franceses, holandeses e espanhóis, em 1534 a Coroa portuguesa dividiu o território em capitanias hereditárias, lotes de terras entregues pelo rei de Portugal à administração de nobres ou funcionários de sua confiança.

Expansão territorial

O território inicialmente dominado pelos portugueses expandiu-se significativamente, ultrapassando a linha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, que tinha delimitado as terras que cabiam aos espanhóis (a oeste) e aos portugueses (a leste). Muitos fatores contribuíram para a ocupação e a expansão do território desde então, entre os quais as bandeiras, incursões dos bandeirantes ao interior da colônia para aprisionar indígenas (que seriam escravizados) e buscar metais preciosos (ouro e prata), nos séculos dezesseis e dezessete.

BRASIL: FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO (SÉCULOS dezesseis A vinte)

Mapa. Brasil: formação do território (séculos 16 a 20). Mapa do Brasil representando o Tratado de Tordesilhas, a direção das bandeiras, as principais ocupações territoriais portuguesas ao longo dos séculos 16 a 19 (representadas por diferentes tons de verde e por amarelo), os fortes portugueses e os ganhos territoriais obtidos por arbitragem no final do século 19 e início do 20. Por meio de uma linha tracejada roxa, o Tratado de Tordesilhas é representado cortando o território, dividindo o território de norte a sul. As principais bandeiras são representadas por setas vermelhas. Da porção nordeste, partem do litoral dos atuais estados de Pernambuco e Bahia, e se espraiam em direção ao interior nordestino. Já da área da porção sudeste do território, várias setas partem de áreas próximas à atual cidade de São Paulo, em direção às porções sul, central e norte, indicando avanço por terras localizadas no interior do território. Ha também uma seta em direção ao litoral nordestino. As regiões formadas pela América portuguesa no século 16 ocupam parte da região litorânea do nordeste, do sudeste e do sul do território. As regiões formadas pela América portuguesa no século 17 se estendem por porções próximas ao litoral nordestino e sulista, faixas da porção central e uma faixa ao norte do território. As regiões formadas pela América portuguesa no século 18 estão concentradas em faixas do interior do território, no oeste da atual Região Sul, em áreas que atualmente correspondem ao oeste de Mato Grosso do Sul e o sudoeste do Mato Grosso, além de uma extensa faixa que abrange a porção norte do território e o interior da porção nordeste. Os territórios ocupados no século 19 são representados por manchas no interior do território que margeiam algumas das áreas ocupadas no século 18. Os territórios ainda não ocupados no século 19 correspondem à porções dos atuais estados das regiões Centro-Oeste e Norte, além da faixa oeste de Santa Catarina, Paraná e São Paulo e um área do interior nordestino. Os fortes portugueses, representados pelo elemento gráfico de pontos triangulares no mapa, estão localizados nos atuais territórios dos seguintes estados: Amapá, Roraima, Amazonas, Rondônia,  Mato Grosso do Sul, Paraná. Os ganhos territoriais obtidos por arbitragem no final do século 19 e início do século 20, representados por hachuras, estão localizados em porções do noroeste e do norte do território Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 415 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: têrrí, ervê; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: êduspi, 2005. página 33.

Ler o mapa

De modo geral, a partir de onde se deu a ocupação territorial do Brasil?

Exploração econômica do território

A exploração econômica do território teve grande importância para a ocupação realizada pelos colonizadores.

Nas primeiras décadas de colonização das terras sul-americanas, os colonos portugueses não encontraram metais preciosos; assim, começaram a explorar o pau-brasil ao longo do litoral para comercializá-lo na Europa.

No século dezesseis, além da exploração do pau-brasil, a produção de cana-de-açúcar, principalmente no nordeste do território, começou a ganhar importância. Nesse período, a ocupação colonial se concentrava no litoral.

A partir do século dezessete, a expansão da colônia acompanhou o crescimento das principais atividades econômicas: a produção de cana-de-açúcar em algumas áreas do sudeste; a pecuária, em direção ao interior; e a busca pelas drogas do sertão – guaraná, urucum, cravo, canela, salsa, entre outras – na Amazônia.

A expansão da pecuária pelo território e a exploração de ouro e diamantes foram as principais atividades que favoreceram o domínio das terras a oeste, já no século dezoito. No ano de 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, delimitando fronteiras bastante semelhantes às atuais. Esse tratado levou em conta o princípio da posse de terras, de modo que as terras ocupadas por Portugal passaram a lhe pertencer.

No século dezenove, desenvolvia-se no território um conjunto de atividades econômicas importantes, como a produção de café no sudeste, de cacau e de algodão no nordeste e de borracha na Amazônia. Com a formação da nação após a independência, essas atividades ampliaram o território do Brasil.

Ao longo do século dezenove e início do vinte, os limites do território brasileiro consolidaram-se.

BRASIL: EXPLORAÇÃO ECONÔMICA (SÉCULO dezenove)

Mapa. Brasil: exploração econômica (século 19). Mapa do território brasileiro com a representação por cores das principais atividades econômicas e as cidades e vilas do período. Café: concentrado na porção sudeste do território, com destaque para áreas próximas à São Paulo. Mate: manchas na porção sul do território. Cacau: macha no litoral ao sul de Salvador. Fumo: porção territorial próxima à Ouro Preto e região bem próxima ao litoral nordestino. Algodão: Região central do Nordeste; região central de Minas Gerais, próxima à Ouro Preto. Ouro e Diamantes: pequenas manchas esparsas a região central do território, em áreas que atualmente correspondem aos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia. Drogas do sertão e borracha: uma extensa faixa que recobre o norte do território, e que atualmente abrange sobre tudo os estados do Amazonas e do Pará. Cana-de-açúcar: pequenas manchas no litoral sudeste, próximas ao Rio de Janeiro, Vitória e Santos. Pecuária: Manchas extensas e esparsas no interior nordestino e na porção centro-oeste, além de ocorrências menores ao sul do território. As ferrovias estão concentradas na porção sudeste, com destaque para São Paulo, Santos, Rio de Janeiro e Ouro Preto, Também há linhas férreas saindo de Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Paraíba, Natal e Fortaleza. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 420 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: têrrí, ervê; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: êduspi, 2005. página 35-41; BRASIL. Ministério da Educação. Fundação de Assistência ao Estudante. Atlas histórico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: fei , 1991. página 20-38.

Regionalização

Cada uma das partes de um território tem necessidades distintas quanto a sua gestão, pois as atividades exercidas em cada uma delas dependem de infraestruturas e investimentos diferentes. O mesmo ocorre com a população que habita esses lugares – ela também depende de uma atuação atenta dos gestores para ter suas distintas necessidades atendidas.

Para aperfeiçoar a gestão do território, é possível regionalizá-lo de acordo com determinado ou determinados critério ou critérios , isto é, delimitar áreas que reúnem características semelhantes em relação ao critério adotado. Cada uma dessas áreas é denominada região.

Os critérios que definem a regionalização podem ser escolhidos de acordo com os objetivos ou os interesses de quem a propõe. Podem ser naturais, históricos, culturais, políticos, sociais, econômicos ou, ainda, uma composição de vários desses aspectos.

Proposta de regionalização brasileira

Historicamente, os governos recorrem a divisões territoriais para administrar o território de modo mais eficiente. No caso brasileiro, há pesquisadores que desenvolvem regionalizações, contribuindo para aprofundar os conhecimentos sobre o território e sua administração. Os geógrafos Milton Santos e María Laura Silveira, por exemplo, com base em vários anos de pesquisa, sugeriram uma divisão do país em “quatro Brasis.

A divisão proposta por esses geógrafos considerou o desenvolvimento técnico de uma região em relação às outras, levando em conta a urbanização, o emprego da ciência na agricultura e na indústria, a presença de centros de pesquisa, a quantidade de ferrovias e rodovias para escoar a produção de bens, a intensidade da ação humana sobre a natureza etcétera. Por exemplo, na Região Concentrada, o investimento em desenvolvimento científico e tecnológico, aplicado em agricultura, indústria e serviços, é maior que nas demais regiões.

BRASIL: REGIONALIZAÇÃO SEGUNDO MILTON SANTOS E MARÍA LAURA SILVEIRA (2002)

Mapa. Brasil: regionalização segundo Milton Santos e María Laura Silveira (2002). Mapa do território brasileiro dividido em cores segundo quatro regiões, diferenciadas por cores: Região Amazônica (verde): Acre, Amazonas Roraima, Rondônia, Pará e Amapá. Região Nordeste (laranja): Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia. Região Centro-Oeste (rosa): Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Tocantins. Região Concentrada (roxo): Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 485
Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século vinte e um. quarta edição. Rio de Janeiro: Record, 2002. Encarte 2, páginasessenta e quatro.

Regionalização brasileira oficial

A regionalização é usada para descentralizar a administração e, dessa fórma, planejar melhor as ações governamentais, e ainda para coletar dados e realizar estudos sobre determinado território.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É) já realizou algumas regionalizações do território brasileiro (a mais recente é de 1990).

A regionalização oficial do Brasil divide o território em cinco grandes regiões, também chamadas macrorregiões.

É importante lembrar que as regiões se relacionam entre si e não devem ser consideradas unidades isoladas.

BRASIL: MACRORREGIÕES

Mapa. Brasil: macrorregiões. Mapa do território brasileiro dividido entre as cinco Grandes Regiões por meio de cores: Norte (verde): Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, Rondônia. Nordeste (laranja): Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe. Centro-Oeste (rosa): Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Sudeste (amarelo): Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo. Sul (roxo): Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 340 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 94.

Ler o mapa

A unidade da federação onde você mora pertence a qual das macrorregiões?

Para essa divisão, o í bê gê É agrupou os estados segundo uma combinação de aspectos naturais, sociais e econômicos.

Note que os limites das regiões coincidem com os limites dos estados. Isso visa facilitar os estudos estatísticos e a destinação de verbas governamentais para o desenvolvimento de projetos regionais específicos.

As regionalizações do í bê gê É

A primeira regionalização oficial do Brasil, elaborada pelo í bê gê É e estabelecida em 1942, delimitava as regiões de acordo com a localização e com suas características naturais. Ela foi modificada em anos posteriores por causa de alterações na configuração territorial do país, pois foram criados e extintos territórios federais.

Em 1970, tomando-se como base a localização e critérios naturais e econômicos, foi divulgada uma nova divisão oficial, com regiões que se assemelham às que conhecemos hoje. Depois, algumas regiões sofreram modificações por causa de alterações na divisão política do país: união dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (1974), formando o atual estado do Rio de Janeiro; criação dos estados de Mato Grosso do Sul (1977) e do Tocantins (1988); elevação dos territórios federais de Rondônia (1981), Amapá e Roraima (1988) à categoria de estado; anexação do território de Fernando de Noronha ao estado de Pernambuco (1988).

Os complexos regionais

Além da regionalização oficial do í bê gê É, outra bastante conhecida é a que divide o território brasileiro em complexos regionais ou regiões geoeconômicas: o Nordeste, a Amazônia e o Centro-Sul.

Essa regionalização do Brasil considera as características históricas e econômicas diferenciadas entre as regiões, sem se ater às delimitações das fronteiras políticas interestaduais. Observe o mapa.

BRASIL: COMPLEXOS REGIONAIS

Mapa. Brasil: complexos regionais. Mapa do Brasil mostrando as regiões que formam os complexos regionais, diferenciados por cores. Amazônia (verde): todo o território da região norte (com exceção do sudeste do Tocantins), Mato Grosso (com exceção da porção sul), oeste do Maranhão. Nordeste (laranja): Piauí, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí (com exceção de um pequeno trecho do sudoeste), Bahia (com exceção da porção oeste), leste do Maranhão, norte de Minas Gerais. Centro-Sul (roxo): Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais (com exceção da porção norte), Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, sudeste do Tocantins, oeste da Bahia, sudoeste do Piauí, sul do Maranhão. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 400 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 150. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais foi incorporado ao complexo regional do Nordeste por apresentar mais semelhanças com aquela região do que com o Centro-Sul. Já o norte de Mato Grosso, do Tocantins e a parte ocidental do Maranhão têm uma economia mais integrada à região da Amazônia.

Ler o mapa

Identifique em qual ou em quais complexos regionais a unidade da federação em que você vive está situada.

O Nordeste

Desde o início da colonização do território brasileiro, no século dezesseis, até meados do século dezoito, o Nordeste foi a região mais rica do país. A partir desse período, houve uma redução do pêso político e econômico da região no país.

O maior símbolo desse processo foi a transferência da capital da colônia, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro. Economicamente, a produção de açúcar entrou em declínio, o que fez com que o Nordeste perdesse sua principal fonte de produção de riqueza. Como consequência, muitas pessoas passaram a migrar para outras regiões em busca de melhores condições de vida. Associados a isso, observamos, ao longo dos séculos, investimentos pouco diversificados e baixa disponibilidade hídrica, agravando mais esse cenário.

Apesar de apresentar indicadores sociais ainda insatisfatórios, é necessário desmistificar imagens historicamente construídas, principalmente pela mídia, do Nordeste como um espaço sêco, pobre e de repulsão populacional.

O Nordeste é um complexo regional cujo crescimento se destaca no atual cenário econômico, especialmente no que se refere ao desenvolvimento industrial e ao setor turístico, impulsionado por investidores brasileiros e estrangeiros que constroem rressórts e redes hoteleiras em áreas litorâneas.

Fotografia. Ocupando a parte inferior da imagem, vista de um conjunto de casas grandes, com telhados amarronzados, cercadas por piscinas, campos, quadras, área asfaltada, carros e árvores. No entorno desse conjunto, área verde formada por árvores de diferentes portes e que se estende até a parte superior da fotografia. À esquerda, uma extensa faixa do mar e, no topo, céu com poucas nuvens.
Na fotografia, área de resort em Mata de São João, Bahia (2021).
A Amazônia

Considerando o povoamento do território desde a colonização europeia, a Amazônia teve uma ocupação bastante tardia em comparação às demais regiões.

A partir da década de 1960, os governos implantaram diversos projetos na região – por exemplo, a instalação de empresas agropecuárias e de mineração, incentivando a ocupação e a integração da Amazônia à economia nacional. Também foi criada a Zona Franca de Manaus, na capital do estado do Amazonas, onde se desenvolveu um polo industrial produtor de bens de consumo duráveisglossário , principalmente eletroeletrônicos.

Grande parte do aproveitamento econômico da Amazônia e da expansão de sua ocupação provocou a devastação de grandes extensões de floresta, ignorando ou degradando o modo de vida dos povos indígenas, ribeirinhosglossário e seringueiros, os chamados povos da floresta.

Fotografia. Em primeiro plano há um rio de águas escuras e uma embarcação. Em segundo plano, casas de construídas sobre uma plataforma de madeira e elevadas em relação ao plano do rio. Há varais com peças de roupa coloridas estendidas à frente e na lateral das casas. Em terceiro plano, vegetação verde e abundante. No topo, céu azul sem nuvens.
Comunidade ribeirinha em Iranduba, Amazonas (2020).
O Centro-Sul

O Centro-Sul é um complexo regional de grande pêso político e econômico no Brasil. Nele estão situadas a capital federal (Brasília) e as duas maiores metrópoles do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Esse complexo regional também reúne a maior parte da população e da produção industrial e agropecuária, além dos principais portos e aeroportos, bem como as sédes de importantes empresas e variado setor de serviços.

Apesar do desenvolvimento, há muitos problemas urbanos, como a violência e condições precárias de moradia, que atingem parte significativa da população.

Políticas regionais no Brasil

Com o objetivo de diminuir as desigualdades socioeconômicas entre as regiões brasileiras e estimular o desenvolvimento regional, foram criadas instituições governamentais, chamadas de agências de desenvolvimento regional.

Entre essas agências, destacam-se a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (sudêne), a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (sudã), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (codevasfi), o Departamento Nacional de Obras contra as sêcas (dênóquis) e a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (sudéco).

Infográfico. Boxes de cores diversas com texto interno.
Boxe verde: Sudam
A Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia atua com o objetivo de propor políticas e ações para o desenvolvimento regional e busca financiamentos e investimentos para a região.

Boxe roxo: Codevasf
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento de projetos agroindustriais e agropecuários por meio do aproveitamento dos recursos hídricos e dos solos dos vales do São Francisco e do Parnaíba.

Boxe laranja: Sudene
A missão da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é promover o crescimento econômico e o progresso social dos estados onde atua e a integração desses estados com outras regiões, com base no desenvolvimento sustentável.

Boxe azul: Dnocs
Criado em 1909, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas é o mais antigo órgão governamental de políticas regionais. Atua na região do
semiárido brasileiro, realizando obras de proteção contra as secas e inundação e implantação de projetos de irrigação.

Boxe vermelho: Sudeco
A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste visa alavancar o desenvolvimento econômico por meio de inovações tecnológicas, investimentos públicos e privados e políticas públicas. Tem também como objetivo reduzir as desigualdades sociais da região e fomentar a geração de emprego e renda.

BRASIL: PRINCIPAIS AGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Mapa. Brasil: principais agências de desenvolvimento regional. Mapa do território brasileiro dividido por meio de traços e hachuras de acordo com as cinco agências de desenvolvimento: Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (traço vermelho): engloba os testados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (traço verde): centro-oeste do Maranhão, Mato Grosso, Tocantins, Roraima, Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá e Pará. Departamento Nacional de Obras contra as Secas (hachura azul): Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e porção norte de Minas Gerais. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (traço roxo): parte do centro-oeste de Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Piauí e estreitas faixas de Ceará e Maranhão. Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (área preenchida em laranja): todos os estados da Região Nordeste e porção norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 430 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Brasília, Distrito Federal: ême dê érre. Disponível em: https://oeds.link/KYFgla; Brasil. Ministério do Desenvolvimento Regional. Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. Brasília, Distrito Federal: ême dê érre: sudã. Disponível em: https://oeds.link/3RGuRx; COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E DA PARAÍBA (Brasil). Brasília, Distrito Federal: codevasfi. Disponível em: https://oeds.link/x5QwR7; BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Departamento Nacional de Obras contra as sêcas. Brasília, Distrito Federal: ême dê érre: dênóquis. Disponível em: https://oeds.link/WyU4Vw. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste. Brasília, Distrito Federal: ême dê érre: sudéco. Disponível em: https://oeds.link/POtZJh. Acessos em: 23 fevereiro 2022.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Sobre a formação do território brasileiro, responda:
    1. Quais povos já habitavam as terras que hoje são o Brasil antes da chegada dos colonizadores portugueses?
    2. Como o governo português dividiu o território para organizar sua exploração?
  2. Com base nos mapas deste Capítulo, identifique as principais atividades econômicas desenvolvidas no território brasileiro e suas respectivas áreas de ocorrência:
    1. no século dezesseis.
    2. no século dezessete.
    3. no século dezoito.
    4. no século dezenove.
  3. Leia o texto e, depois, responda à questão proposta.

A história do povoamento indígena no Brasil é, antes de tudo, uma história de despovoamento reticências eis o primeiro grande traço da história indígena no Brasil, como de resto ocorreu nas Américas em proporções gigantescas. reticências

VAINFAS, Ronaldo. História indígena: 500 anos de despovoamento. In: : INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2007.página37.

Por que o trecho afirma que a história do povoamento indígena no Brasil é uma história de despovoamento? Você concorda com essa afirmação?

  1. Responda:
    1. O que significa regionalizar?
    2. O que é região?
    3. Qual é a finalidade de regionalizar o território?
  2. Com base na regionalização brasileira proposta por Milton Santos e María Laura Silveira, indique qual é a região descrita em cada item:
    1. É caracterizada pela concentração da ciência, da técnica e da informação. Trata-se da área mais desenvolvida economicamente do território nacional.
    2. É uma área de ocupação periférica recente, que se destaca pela agricultura moderna, mecanizada e com intensa utilização de insumos agrícolas (fertilizantes, adubos químicos, agrotóxicos etcétera.).
    3. É caracterizada pelo povoamento antigo, com precária circulação de pessoas, produtos e informações. Trata-se da região com mais problemas sociais no Brasil.
    4. O processo de ocupação é recente, e o desmatamento da extensa cobertura vegetal é caracterizado como um dos principais problemas dessa região.
  3. Leia o texto e responda à questão proposta.

Povoar ou perder

Franceses e espanhóis enchiam suas embarcações de pau-brasil, jacarandá e outras madeiras de lei, além de pimentas-de-cheiro, animais de boa pele, papagaios, araras, macacos e, até mesmo, de índios!

Estava na hora de o reino de Portugal tomar uma atitude: povoar ou perder as terras do Brasil.

Só havia uma maneira de garantir a fixação das pessoas à terra: plantar.

RODRIGUES, Rosicler Martins. Cidades brasileiras: o passado e o presente. São Paulo: Moderna, 1992. página 18.

Quais foram as medidas políticas e econômicas implementadas por Portugal para garantir a posse das terras ocupadas na América?

  1. É possível utilizar diversos critérios para elaborar uma regionalização ou há apenas um critério válido? Justifique sua resposta e dê exemplos.
  2. Sobre as macrorregiões brasileiras, responda:
    1. Na atualidade, o Brasil está dividido em quantas macrorregiões? Quais são elas?
    2. Em qual macrorregião você mora? Que características específicas dessa região estão relacionadas ao seu modo de vida?

Ícone. Seção Para refletir. Composto por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior.

Para refletir

Os meios de comunicação veiculam imagens estereotipadas do semiárido nordestino?

Leia com atenção os trechos de reportagens reproduzidos nesta seção e observe as fotografias.

Texto 1

A gente almoça no meio da tarde para comer uma vez só

Quando crescer quero ser doutor – diz o franzino Marcos Antônio, que cursa a quarta série do Ensino Fundamental.

O menino está ao lado do primo Tiago Paiva Chaves de Souza, de 11 anos, que trabalha para os pais, donos das cabeças de gado. Os dois acordam todos os dias às cinco horas para pastorear. Por enquanto, trabalho não falta, mas é possível que no futuro eles sejam obrigados a buscá-lo em outro lugar. O próprio Tiago tem oito irmãos que migraram para cidades como Rio [de Janeiro] e São Paulo.

reticências Apesar da existência de açudes na região, como o de Araras, o clima semiárido limita o trabalho nas áreas rurais à pecuária e à agricultura de subsistência (basicamente milho, feijão e mandioca).

O GLOBO. 90 anos: noventa reportagens. Rio de Janeiro: Infoglobo, 2015. Livro digital.

Fotografia. A imagem dá destaque para uma porção do solo ressecado e com tons de marrom claro ao centro, Ao redor, a vegetação é seca, retorcida e arbustiva. Acima, ampla faixa de céu azul com algumas nuvens.
Solo sêco devido aos baixos índices de pluviosidade na região do semiárido nordestino, em Petrolina, Pernambuco (2021).

1. Como é retratado o semiárido nordestino no texto 1 e na fotografia apresentada? Como essa característica influencia a população que vive na região?

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A disseminação de estereótipos sobre as regiões brasileiras

[Locutora]:

[Tom de apresentação]

Os estereótipos são impressões alimentadas por conceitos preconcebidos sobre algo, mas que não representam a própria realidade do que se define.

[Locutora]: Quando se trata de um lugar, os estereótipos distorcem a compreensão sobre a sua paisagem e sobre as pessoas que vivem ali.

[Locutora]: O Brasil apresenta grande diversidade de paisagens e populações, mas muitos meios de comunicação reforçam imagens limitadas ou equivocadas sobre as regiões brasileiras.

[Locutora]: Para falar mais sobre o assunto, entrevistamos Pablo Ortellado, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

 [Locutora]: [Tom de convite] Vamos ouvi-lo?

 [Entrevistado]: [Tom de explicação] Os estereótipos e os preconceitos normalmente são uma ou duas coisas. Ou elas são reduções, da qual se pega uma pequena característica e se generaliza para uma realidade mais complexa. Ou uma distorção. Ou uma combinação de redução com distorção.

[Entrevistado]: Então, quando a gente vê os estereótipos que são utilizados para descrever regiões brasileiras, às vezes a gente vê reduções e às vezes a gente vê distorções.

[Entrevistado]: Por exemplo, a gente olha para o Nordeste e a gente caracteriza ou representa o Nordeste por meio do Sertão. O Sertão é um [Tom enfático] pedaço do Nordeste, um pedaço que recebe muita atenção, porque tem seca, porque tem muita pobreza.

[Entrevistado]: Às vezes, a gente combina essa redução com uma distorção, na qual, por exemplo, a gente diz que a pobreza é causada por falta de trabalho, porque as pessoas são preguiçosas, porque as pessoas não se empenham.

[Entrevistado]: [Tom de explicação] Isso é uma distorção, porque o fenômeno da pobreza está muito ligado à falta de recursos educacionais, à falta de acesso à empregos qualificados, que são muito mal distribuídos pelo país.

[Entrevistado]: Então, muitas vezes, esse fenômeno dos estereótipos é uma combinação de redução, na qual eu pego uma determinada característica, que é pequena, e transponho para o conjunto da região. A Região Nordeste não é o Sertão.

[Entrevistado]: [Tom enfático] A gente termina reduzindo aquela diversidade, que é sertão, que é praia, que é região metropolitana, a uma só delas e, às vezes, combina isso com uma distorção.

[Pequena pausa]

[Entrevistado]: Os estereótipos estão disseminados por toda a sociedade. As pessoas usam dessas reduções e dessas distorções para simplificar o nosso entendimento do mundo.

[Entrevistado]: Mas esses estereótipos passam a ter grandes efeitos quando eles são veiculados pelos meios de comunicação de massa, quando eles aparecem na televisão, em um filme, nos jornais, porque daí eles terminam informando as pessoas, fazendo com que as pessoas assimilem esse processo de redução de uma característica, pequena, tomando essa parte pelo todo.

[Entrevistado]: Isso acontece por exemplo quando as novelas caracterizam uma região por um aspecto que nem sempre é o mais relevante.

 [Entrevistado]: [Tom de exemplificação] Então, a gente vai tratar, por exemplo, a Região Norte, que tem uma região de floresta [Tom enfático] muito grande, que de fato é muito importante, e passa a representar a Região Norte como a Amazônia.

 [Entrevistado]: Quanto à Região Norte, embora ela tenha também a Amazônia, ela tem uma das regiões industriais mais importantes do país, que é Manaus, que é uma região muito urbana. Um dos grandes centros urbanos do país.

 [Entrevistado]: E, quando a gente olha para esse estereótipo, e pensa a Região Norte como floresta, a gente esquece da região metropolitana. Às vezes esses estereótipos também são utilizados porque facilitam. Eles são um ponto de apoio para construção de narrativas dramáticas.

[Entrevistado]: Então, as novelas usam os estereótipos para facilitar o entendimento, e elas exploram esses estereótipos.

[Entrevistado]: Então, a gente vai ver muitas novelas sobre o sertão do Nordeste. Muitas novelas caracterizando Minas pelo interior.

[Entrevistado]: E elas terminam consolidando e reforçando esse processo de formação de estereótipos, esse processo de redução, e muitas vezes de redução associada com distorção.

[Entrevistado]: Quando a gente não só reduz uma diversidade para uma só característica, mas a gente ainda interpreta essa característica como que tenha sido autoinfligida, então, que a pobreza é fruto da falta de trabalho, ou, então, uma cultura rural muito forte é falta de desenvolvimento econômico e coisas assim.

[Pequena pausa]

[Entrevistado]: Sempre que a gente escuta uma representação de uma determinada região, a gente tem que pensar que é um retrato, que alguém construiu esse retrato. E normalmente ele pegou um pedaço, até porque construir um retrato completo é muito complexo.

[Entrevistado]: Então, eu acho que a principal atitude que um estudante pode ter quando ele recebe a representação de uma região que ele não conhece, que ele não conhece a sua diversidade, é estar alerta de que quem está representando está apresentando só um pedacinho e que não deve tomar esse pedacinho pelo todo.

[Entrevistado]: Às vezes, essas representações são econômicas, dizem respeito à pobreza. Às vezes essas representações dizem respeito a características culturais.

[Entrevistado]: [Tom de exemplificação] Então, a gente pega uma região como a região de Goiás, que é muito apresentada por uma cultura sertaneja, com grandes cantores sertanejos que vem de lá, mas ela também tem uma cultura urbana muito forte. Ela tem companhias de dança contemporânea muito fortes, um circuito de rock muito forte.

[Entrevistado]: Então, quando a gente vê a representação daquela região como uma região rural, voltada para o agronegócio, com uma cultura sertaneja muito forte, a gente tem que entender que às vezes aquilo pode até ser verdade, mas há outras coisas que não estão presentes nessa representação.

[Entrevistado]: [Tom de exemplificação] Da mesma maneira, como a realidade na qual o próprio estudante vive. Às vezes, ele vive em uma cidade que aparece no noticiário, ou aparece na novela, representada só uma partezinha.

[Entrevistado]: Do mesmo jeito que ele sabe que essa realidade é mais complexa, porque ele vive nessa realidade, ele deve imaginar que a representação de outras regiões que ele não conhece também passaram por esse processo aí de redução.

Agora leia a reportagem a seguir.

Texto 2

Potencialidades da vegetação da Caatinga

reticências É possível que o pouco conhecimento que temos de nossa flora deva ser decorrente do “preconceito” histórico de que ambientes não florestais não sejam ricos em biodiversidade e apresentam pouco potencial econômico. Felizmente, tal pensamento vem mudando nas últimas décadas, pois estão sendo realizados mais estudos reticências, os quais mostram diversas utilidades de maneira sustentável para a vegetação da Caatinga.

Exemplos dessas utilidades seriam as plantas medicinais; as forrageiras, que são utilizadas para alimentação animal; frutíferas, as quais fornecem frutos com sabores apreciados por muitos e que são transformados nos mais diversos alimentos; fontes de óleo, cera e fibra reticências.

LEMOS, Viviane O. T.; OLIVEIRA, Nádia O.; CHAVES, Bruno E. Potencialidades da vegetação da Caatinga. O Estado, Fortaleza, 29 dezembro. 2015. Caderno O Estado Verde. Disponível em: https://oeds.link/siCKTU. Acesso em: 23 fevereiro 2022.

Fotografia. Em primeiro plano, imagem de uma área alagada formando uma pequena lagoa. Ao redor, em suas margens, a vegetação é verde, de porte médio e rasteira. Em segundo plano, uma pequena casa e um terreno um pouco elevado coberto por uma vegetação ressecada. Ao fundo, planície com vegetação verde e espaçada.
Açude em área de Caatinga na zona rural de Penaforte, Ceará (2018).

2. Quando comparada ao primeiro texto, o texto 2 apresenta uma visão diferente do semiárido nordestino? Isso pode indicar que os meios de comunicação, eventualmente, acabam por divulgar, mesmo que de fórma não deliberada, uma imagem estereotipada da região? Justifique.

Glossário

Endêmico
Que se desenvolve exclusivamente em determinada região.
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Remanescente
Restante.
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Efeito estufa
Retenção de parte do calor irradiado pela superfície terrestre nas camadas inferiores da atmosfera por causa da presença de dióxido de carbono, vapor de água e outros gases. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a temperatura do ar em condições adequadas à manutenção da vida no planeta.
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Pré-sal
Camada situada abaixo da camada de sal, podendo chegar a 7 mil metros de profundidade desde a superfície do mar. Essas reservas se estendem do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo.
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Fissão
Quebra do núcleo do átomo que resulta na liberação de grande quantidade de energia.
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Bem de consumo durável
Produto com vida útil relativamente duradoura, podendo ser utilizado por alguns anos, como automóveis, televisores, geladeiras e roupas.
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Ribeirinho
Pessoa que vive às margens de rios, onde desenvolve atividades econômicas e sociais e estabelece contato com outros grupos.
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