UNIDADE dois  População Brasileira

Fotografia. Em uma área aberta, pessoas usando máscaras de proteção para nariz e boca, carregando sacolas e mochilas, atravessam uma faixa de pedestres em primeiro plano. Ao fundo, árvore, carro, semáforo, poste e construções com dois andares, nas quais a parte térrea conta com estabelecimentos comerciais.
Pedestres atravessando avenida no centro da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais (2021).

Você verá nesta Unidade:

Características demográficas do Brasil

Dados socioeconômicos da população brasileira

í dê agá no Brasil

Formação da população brasileira

Migrações no Brasil

O mercado de trabalho e o trabalhador brasileiro

A mulher no mercado de trabalho

Novas profissões

Fotografia em preto e branco. Vários indígenas reunidos em um espaço fechado. Em primeiro plano, alguns deles estão sentados atrás de uma bancada que leva a bandeira do Brasil. Ao fundo muitos indígenas em pé, de frente para o ângulo da fotografia. Ao fundo, uma faixa com os dizeres: 'CONSTITUINTES: QUEREMOS NOSSOS DIREITOS. NÃO À ACULTURAÇÃO'.
Lideranças indígenas no Congresso Nacional, em Brasília, Distrito Federal, em 1988, durante a Assembleia Constituinte.
Fotografia. Ao centro da imagem e em primeiro plano, mãos de uma pessoa amarrando uma fita colorida do Senhor do Bonfim no topo de uma estrutura. Ao fundo, multidão reunida trajando roupas predominantemente brancas, além de árvores e poucas construções baixas.
Celebração do Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia, em 2019.

Você sabe o que é censo demográfico? Trata-se de um dos principais levantamentos estatísticos sobre a população de um país. No Brasil, é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É), convencionalmente, a cada 10 anos. Em 2010, foi contabilizada no país uma população total de 190.755.799 habitantes. Em 2020, a realização do censo foi cancelada por causa da pandemia de Covid-19. Segundo as estimativas anuais feitas pelo í bê gê É, naquele ano a população brasileira era de 211,7 milhões de habitantes e, em 2021, chegava a 213,3 milhões de pessoas.

Quais são as características da população brasileira? Pode-se afirmar que o Brasil é um país diverso em termos populacionais? Como as estatísticas populacionais podem ser úteis à sociedade?

CAPÍTULO 5  Aspectos demográficos e sociais

Em 2021, a população absoluta ou total do Brasil passava de 213 milhões de habitantes, o que fazia do país o quinto mais populoso do mundo.

A tendência para os próximos anos é de que a população brasileira continue aumentando até 2047, passando então a decrescer. Observe a projeção no gráfico.

BRASIL: POPULAÇÃO TOTAL, HOMENS E MULHERES (2000-2030)

Gráfico. Brasil: população total, homens e mulheres (2000 a 2030). Gráfico de linhas para representar a evolução do número de homens, de mulheres e total de habitantes ao longo dos anos. No eixo vertical está o número de habitantes, de 0 a 240.000.000. No eixo horizontal, os anos. População total (linha vermelha): 2000: 179.000.000. 2003: 180.000.000. 2006: 185.000.000. 2009: 190.000.000. 2012: 200.000.000. 2015: 210.000.000. 2018: 215.000.000. 2021: 210.000.000. 2024: 220.000.000. 2027: 225.000.000. 2030: 230.000.000. Homens (linha verde): 2000: 65.000.000. 2003: 70.000.000. 2006: 75.000.000. 2009: 78.000.000. 2012: 80.000.000. 2015: 90.000.000. 2018: 95.000.000. 2021: 100.000.000. 2024: 110.000.000. 2027: 115.000.000. 2030: 115.000.000. Mulheres (linha laranja): 2000: 80.000.000. 2003: 84.000.000. 2006: 85.000.000. 2009: 90.000.000. 2012: 95.000.000. 2015: 100.000.000. 2018: 105.000.000. 2021: 110.000.000. 2024: 115.000.000. 2027: 118.000.000. 2030: 118.000.000.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://oeds.link/0UaoZi. Acesso em: 24 fevereiro. 2022.

Ler o gráfico

Analise os dados apresentados no gráfico. O que se pode constatar em relação ao número de homens e mulheres no Brasil?

A população brasileira se distribui irregularmente pelo território. Para saber qual é a concentração de habitantes em determinada área, divide-se o número de pessoas pela medida dessa área, geralmente expressa em quilômetros quadrados quilômetros quadrados.

O resultado representa a população relativa ou a densidade demográfica da área que está sendo analisada. Quanto maior for a densidade demográfica, maior será o número de habitantes por quilômetro quadrado.

Densidade demográfica

O Brasil apresenta baixa densidade demográfica: cêrca de 24 habitantes por quilômetro quadrado. Apesar de possuir uma grande população absoluta, seu território é bastante extenso, o que resulta nessa baixa densidade. É considerado, assim, um país pouco povoado.

De modo geral, a densidade demográfica no Brasil é maior nas áreas litorâneas ou próximas ao litoral, onde já nos primeiros séculos da colonização foram estabelecidos os núcleos de povoamento mais estáveis. Na atualidade, essas áreas correspondem aos espaços mais intensamente urbanizados do país e nelas se situam algumas das maiores metrópoles brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Observe, no mapa a seguir, que a densidade populacional da classe mais elevada, de 100 habitantes ou mais por quilômetro quadrado, concentra-se na faixa litorânea. Em direção ao interior a densidade em geral decresce, chegando a 1 habitante por quilômetro quadrado.

BRASIL: DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2010)

Mapa. Brasil: densidade demográfica (2010). Mapa do Brasil com a divisão política e a distribuição da densidade demográfica. Menos de 1,0 habitante por quilômetro quadrado, em amarelo: predomina nos estados de Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Mato Grosso. 1,1 a 10,0 habitantes por quilômetro quadrado, em laranja claro: predomina no Acre, Rondônia, Amapá, leste do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul do Maranhão, sul do Piauí, leste e norte de Goiás e sul do Rio Grande do Sul. 10,1 a 25,0 habitantes por quilômetro quadrado, em laranja: presente no sul do Rio Grande do Sul, centro e leste de Goiás, centro e sul da Bahia, sul do Mato Grosso do Sul, centro de Maranhão, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. 25,1 a 100,0 habitantes por quilômetro quadrado, em marrom-claro: predomina no nordeste do Pará, norte do Maranhão, áreas em Ceará, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, litoral da Bahia, sul de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro,  e nos estados de Santa Catarina, Paraná, porção central de São Paulo e norte do Rio Grande do Sul. Mais de 100 habitantes por quilômetro quadrado, em marrom: predomina no Distrito Federal e nas áreas próximas às capitais Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Goiânia, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza, Palmas, Cuiabá e Manaus. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 320 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 112.

Natalidade e mortalidade

O crescimento natural ou vegetativo de uma população é determinado pela diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade.

A taxa de natalidade representa o número de nascimentos em cada grupo de mil habitantes, em determinado período. Assim, uma taxa de natalidade de quatro por mil (lê-se quatro por mil) indica que houve quatro nascimentos para cada mil habitantes.

A taxa de mortalidade representa o número de óbitos em cada grupo de mil habitantes em determinado período. A taxa de mortalidade infantil refere-se somente aos óbitos de crianças com até 1 ano de idade por mil nascidos vivos.

Quando a população de um país cresce, significa que a taxa de natalidade é superior à taxa de mortalidade, descontados os movimentos migratórios.

BRASIL: TAXAS DE NATALIDADE E MORTALIDADE (1881-2020)

Gráfico. Brasil: taxas de natalidade e mortalidade (de 1881 a 2020). Gráfico de linhas que representa as taxas de natalidade e mortalidade em porcentagem no Brasil ao longo do período. No eixo vertical estão as taxas, que variam de 0 a 50%. No eixo horizontal estão os anos, de 1881 a 2020. Natalidade (linha laranja): 1881: 47 por cento. 1890: 46,5 por cento. 1900: 46 por cento. 1910: 45,5 por cento. 1920: 45 por cento. 1930: 44,8 por cento. 1945: 44,4 por cento. 1955: 42,3 por cento. 1965: 38,7 por cento. 1975: 34,2 por cento. 1985: 28,99 por cento. 1995: 21,93 por cento. 2000: 21,13 por cento. 2010: 15,08 por cento. 2020: 13,99 por cento. Mortalidade (linha verde): 1881: 32,5 por cento. 1890: 30,2 por cento. 1900: 27,8 por cento. 1910: 27 por cento. 1920: 26,4 por cento. 1930: 26 por cento. 1945: 20,9 por cento. 1955: 14,2 por cento. 1965: 9,8 por cento. 1975: 9,3 por cento. 1985: 7,68 por cento. 1995: 6,55 por cento. 2000: 6,34 por cento. 2010: 6,36 por cento. 2020: 6,56 por cento.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://oeds.link/0UaoZi; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Séries históricas e estatísticas. Disponível em: https://oeds.link/n2bu0M. Acessos em: 24 fevereiro. 2022.

Crescimento populacional em queda

Nas últimas décadas, a popularização de métodos contraceptivos, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho (que levou muitas a adiar a maternidade por priorizar sua carreira profissional) e o planejamento familiar contribuíram para a diminuição da taxa de natalidade e de fecundidade da população brasileira. A taxa de fecundidade indica o número médio de filhos por mulher (considerando mulheres entre 15 e 49 anos).

BRASIL: TAXA DE FECUNDIDADE (1960-2020)

Gráfico. Brasil: taxa de fecundidade (de 1960 a 2020). Gráfico de linha que especifica o número médio de filhos por mulher ao longo dos anos. No eixo vertical estão os números de filhos, de 0 a 7. No eixo horizontal, os anos, de 1960 a 2020. 1960: média de 6,3 filhos. 1970: média de 5,8 filhos. 1980: média de 4,4 filhos. 1991: média de 2,9 filhos. 2000: média de 2,35 filhos. 2010: média de 1,75 filhos. 2020: média de 1,76 filhos.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://oeds.link/0UaoZi; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama. Disponível em: https://oeds.link/sCTmKs. Acessos em: 23 fevereiro. 2022.

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Mapas de taxas de mortalidade infantil e de fecundidade no Brasil

O mapa representa as taxas de mortalidade infantil por unidade da federação, calculadas com base no número de óbitos de crianças com até 1 ano a cada mil nascidos vivos. Trata-se de um importante indicador demográfico para avaliar a qualidade de vida da população.

BRASIL: TAXAS DE MORTALIDADE INFANTIL (2015)

Mapa. Brasil: taxas de mortalidade infantil (2015). Mapa do território brasileiro com as taxas de mortalidade infantil em porcentagem, especificadas por meio do uso de cores. Os tons mais claros representam valores menores e os tons mais escuros, valores maiores. 9,20 a 10,00 por cento (amarelo): Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. 10,01 a 15,00 por cento (laranja claro): Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Geras, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pernambuco. 15,01 a 20,00 por cento (laranja escuro): Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Sergipe. 20,01 a 23,50 por cento (vermelho): Rondônia, Amapá, Maranhão e Alagoas. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 490 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 116.

Ao interpretar o mapa, observe que as taxas de mortalidade infantil, expressas em porcentagem, estão agrupadas em quatro classes, cada qual identificada por uma cór, facilitando a visualização do fenômeno.

  1. Como podemos descrever a distribuição espacial da mortalidade infantil no Brasil? Em qual intervalo está a taxa de mortalidade infantil da unidade da federação onde você mora?
  2. Agora é a sua vez de praticar utilizando taxas de fecundidade. Siga o roteiro.
    • Em uma folha de papel, trace um mapa político do país e identifique cada unidade da federação por sua sigla.
    • Faça um levantamento das taxas de fecundidade das unidades federativas do Brasil.
    • Com os dados obtidos, crie quatro intervalos de modo que cada um apresente valores próximos.
    • Crie a legenda com os intervalos no canto inferior esquerdo do mapa. A variação de cores deve ser harmônica, usando os tons mais claros para os valores mais baixos e os mais escuros para os valores mais altos.
    • Pinte cada unidade federativa de acordo com o valor correspondente ao intervalo estabelecido na legenda.
    • Insira elementos cartográficos, como orientação, título, fonte e escala.
    • Analise a distribuição espacial desse indicador .
Versão adaptada acessível
  1. Agora é a sua vez de praticar utilizando taxas de fecundidade. Siga o roteiro de elaboração de um mapa tátil.
    • Em uma folha de papel, trace um mapa político do país e identifique cada unidade da federação por sua sigla. O contorno do país e as divisas entre as unidades da federação podem ser feitos com barbante ou outros materiais maleáveis e as siglas dos estados indicadas em alto-relevo, facilitando a percepção dos alunos.
    • Faça um levantamento das taxas de fecundidade das unidades federativas do Brasil.
    • Com os dados obtidos, crie quatro intervalos de modo que cada um apresente valores próximos.
    • Crie a legenda com os intervalos no canto inferior esquerdo do mapa. Cada intervalo pode ser representado por uma textura, usando as texturas mais lisas para os valores mais baixos e as mais ásperas para os valores mais altos.
    • Preencha cada unidade federativa de acordo com o valor correspondente ao intervalo estabelecido na legenda.
    • Insira elementos cartográficos, como orientação, título, fonte e escala.
    • Analise a distribuição espacial desse indicador.

A pirâmide etária brasileira

A pirâmide etária é um tipo de gráfico que representa os dados sobre as populações masculina e feminina por idades. Por isso, é também denominada pirâmide de idades.

O formato de uma pirâmide de idades pode nos revelar alguns aspectos sobre a população de um país. Uma base larga indica elevado número de jovens na população, enquanto um topo estreito indica pequena quantidade de idosos.

A pirâmide etária brasileira de 1980 tem base larga, revelando um grande número de jovens, o que indica elevada natalidade. O topo estreito da pirâmide mostra o pequeno número de idosos, revelando uma baixa expectativa de vida, relacionada a fatores como pouca oferta ou má qualidade de serviços de saúde.

Já a pirâmide etária do Brasil de 2020 aponta o predomínio de pessoas na faixa etária de 20 a 44 anos, que faz parte do segmento economicamente ativo da população. Isso pode representar problemas relacionados ao sistema de previdência socialglossário , ligado às aposentadorias e aos trabalhadores afastados por doenças ou gravidez.

BRASIL: PIRÂMIDE ETÁRIA (1980)

Gráfico. Brasil: pirâmide etária (1980). Gráfico de barras que representa em porcentagem a população de homens e de mulheres por faixas de idade no Brasil no ano de 1980. No eixo vertical, ao centro, estão as faixas de idade. No eixo horizontal, a população em porcentagem, de 0 à 7,5 por cento. Do lado esquerdo, porcentagem de homens (barras na cor roxa). Do lado direito, porcentagem de mulheres (barras na cor verde) Homens 0 a 4 anos: 7,0 por cento; 5 a 9 anos: 6,8 por cento; 10 a 14 anos: 6,5 por cento; 15 a 19 anos: 6,0 por cento; 20 a 24 anos: 4,9 por cento; 25 a 29 anos: 4,0 por cento; 30 a 34 anos: 3,2 por cento; 35 a 39 anos: 2,8 por cento; 40 a 44 anos: 2,5 por cento; 45 a 49 anos: 2 por cento; 50 a 54 anos: 1,7 por cento; 55 a 59 anos: 1,4 por cento; 60 a 64 anos: 1,2 por cento; 65 a 69 anos: 1,0 por cento; 70 a 74 anos: 0,7 por cento; 75 a 79 anos: 0,5 por cento; 80 ou mais: 0,4 por cento. Mulheres 0 a 4 anos: 6,7 por cento; 5 a 9 anos: 6,1 por cento; 10 a 14 anos: 6 por cento; 15 a 19 anos: 5,8 por cento; 20 a 24 anos: 4,9 por cento; 25 a 29 anos: 3,5 por cento; 30 a 34 anos: 3,3 por cento; 35 a 39 anos: 2,7 por cento; 40 a 44 anos: 2,2 por cento; 45 a 49 anos: 1,9 por cento. 50 a 54 anos: 1,6 por cento; 55 a 59 anos: 1,3 por cento; 60 a 64 anos: 1,0 por cento; 65 a 69 anos: 0,9 por cento; 70 a 74 anos: 0,6 por cento; 75 a 79 anos: 0,4 por cento; 80 ou mais: 0,3 por cento.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário estatístico do Brasil 2007. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2008. volume 67.

BRASIL: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico. Gráfico de barras que representa a população em porcentagem de homens e de mulheres por faixas de idade no Brasil no ano de 2020. No eixo vertical, ao centro, estão as faixas de idade. No eixo horizontal, a população em porcentagem, de 0 a 15 por cento. Do lado esquerdo, porcentagem de homens (barras na cor roxa): Do lado direito, porcentagem de mulheres (barras na cor verde). Homens. 0 a 4 anos: 3,9 por cento; 5 a 9 anos: 3,9 por cento; 10 a 14 anos: 3,9 por cento; 15 a 19 anos: 4,2 por cento; 20 a 24 anos: 4,4 por cento; 25 a 29 anos: 4,3 por cento; 30 a 34 anos: 4,3 por cento; 35 a 39 anos: 4,2 por cento; 40 a 44 anos: 4 por cento; 45 a 49 anos: 3,5 por cento; 50 a 54 anos: 3,4 por cento; 55 a 59 anos: 3,2 por cento; 60 a 64 anos: 3 por cento; 65 a 69 anos: 2,5 por cento; 70 a 74 anos: 1,6 por cento; 75 a 79 anos: 1 por cento; 80 a 84 anos: 0,7 por cento; 85 a 89 anos: 0,3 por cento; 90 ou mais: 0,1 por cento. Mulheres 0 a 4 anos: 3,9 por cento; 5 a 9 anos: 3,9 por cento; 10 a 14 anos: 3,9 por cento; 15 a 19 anos: 4,1 por cento; 20 a 24 anos: 4,2 por cento; 25 a 29 anos: 4, 2 por cento; 30 a 34 anos: 4,3 por cento; 35 a 39 anos: 4,3 por cento; 40 a 44 anos: 4 por cento; 45 a 49 anos: 3,8 por cento; 50 a 54 anos: 3,4 por cento; 55 a 59 anos: 3,6 por cento; 60 a 64 anos: 2,8 por cento; 65 a 69 anos: 2,3 por cento; 70 a 74 anos: 1,8 por cento; 75 a 79 anos: 1,2 por cento; 80 a 84 anos: 0,8 por cento; 85 a 89 anos: 0,5 por cento; 90 ou mais: 0,3 por cento.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://oeds.link/0UaoZi. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Ler os gráficos

O que ocorreu, entre os anos 1980 e 2020, com a quantidade de pessoas da faixa etária de seus pais? E de seus avós?

Análise socioeconômica da população

Para que os governos atendam à população, é necessário que conheçam seus problemas e suas necessidades. Investimentos em educação, infraestrutura, saúde etcétera. podem ser planejados com base em indicadores sociais, dados que traduzem em números características como escolaridade, acesso a bens e serviços, renda, entre outras.

PIB per cápita e concentração de renda

Uma das formas usadas para avaliar a riqueza de um país, estado ou município é analisar o Píbiper cápita(por pessoa) de seus habitantes. Para calcular esse índice econômico, divide-se o Produto Interno Bruto (PIB)glossário pelo total da população.

Em 2020, o Píbi per cápitaanual do brasileiro foi de R$ 35.172,00trinta e cinco mil cento e setenta e dois reais. Entretanto, esse valor é uma média e não traduz a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. No que se refere à distribuição da renda, o Brasil estava entre os dez países mais desiguais do mundo.

A pobreza no Brasil

O número de brasileiros em situação de extrema pobreza ou de pobreza diminuiu progressivamente desde a década de 2000, mas voltou a crescer a partir de 2016. O aumento do desemprego e a redução dos benefícios em programas sociais destinados às pessoas de baixa renda explica esse cenário.

De acordo com o í bê gê É, em 2020 havia no país 12 milhões de pessoas (5,7% da população total) vivendo em situação de extrema pobreza, ou seja, dispondo de menos de R$155,00cento e cinquenta e cinco reais por mês. Na situação de pobreza, definida por ganhos limitados a R$450,00quatrocentos e cinquenta reais por mês, havia 50,9 milhões de pessoas (24,1% da população do país). A proporção de indivíduos vivendo em extrema pobreza varia entre os estados e as regiões, mas é maior no Norte e no Nordeste do que no restante do país.

BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DE RENDA (2019)

Gráfico. Brasil: distribuição de renda (2019). Gráfico de barras indicando em porcentagem a distribuição da riqueza entre os mais ricos e os mais pobres. No eixo vertical estão as porcentagens dos mais ricos em relação à riqueza e dos mais pobres em relação à riqueza. No eixo horizontal, as porcentagens, de 0 a 100 por cento. Mais ricos: 1 por cento da população com 28,3 por cento da riqueza. Mais pobres: 40 por cento da população com 10,4 por cento da riqueza.
Fonte: SASSE, Cíntia. Recordista em desigualdade, país estuda alternativas para ajudar os mais pobres. Agência Senado, 12 março. 2021. Disponível em: https://oeds.link/FXRqJd. Acesso em: 22 março. 2022.

Educação

A educação é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de uma população. Embora o Brasil tenha avançado nesse campo nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito.

A taxa de analfabetismo é o percentual de pessoas com 15 anos de idade ou mais que não sabem ler nem escrever. No ano de 2019, no Brasil, essa taxa era de 6,6%. Observe a evolução no gráfico 1.

BRASIL: TAXA DE ANALFABETISMO DAS PESSOAS DE 15 ANOS OU MAIS (2012-2019)

Gráfico 1. Brasil: taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais (de 2012 a 2019). Gráfico de colunas para representar as taxas de analfabetismo em porcentagem do número total de habitantes, de homens e de mulheres do Brasil ao longo do período. No eixo vertical, estão as taxas em porcentagem, que variam de 0 a 12 por cento. No eixo horizontal, os anos, de 2012 a 2019. Número total (representado por colunas na cor vermelha): 2012: 8,6 por cento. 2013: 8,4 por cento. 2014: 8,2 por cento. 2015: 8 por cento. 2016: 7,1 por cento. 2017: 7,0 por cento. 2018: 6,9 por cento. 2019: 6,7 por cento. Número de homens (representado por colunas na cor laranja): 2012: 9 por cento. 2013: 8,7 por cento. 2014: 8,5 por cento. 2015: 8,2 por cento. 2016: 7,4 por cento. 2017: 7,1 por cento. 2018: 7,0 por cento. 2019: 70 por cento. Número de mulheres (representado por colunas na cor verde): 2012: 8,2 por cento. 2013: 8,0 por cento. 2014: 7,8 por cento. 2015: 7,7 por cento. 2016: 7,0 por cento. 2017: 6,9 por cento. 2018: 6,6 por cento. 2019: 6,3 por cento.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais. Brasil em síntese, Rio de Janeiro, 2022. Seção Educação. Disponível em: https://oeds.link/mExPl3; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por sexo e grupo de idade. sídra. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://oeds.link/BRK4NZ. Acessos em: 23 fevereiro. 2022.

Apesar da redução gradativa nos índices de analfabetismo, as diferenças regionais no país ainda são grandes, conforme mostra o gráfico 2.

BRASIL: TAXA DE ANALFABETISMO (2019)

Gráfico 2. Brasil: taxa de analfabetismo (2019). Gráfico de colunas com as taxas de analfabetismo em porcentagem do Brasil e de cada Grande Região. No eixo vertical, as taxas de analfabetismo em porcentagem, variando 0 a 20 por cento. No eixo horizontal, dados do Brasil e das regiões. Brasil: 6,6 por cento. Norte: 7,6 por cento. Nordeste: 13,9 por cento. Sudeste: 3,3 por cento. Sul: 3,3 por cento. Centro-Oeste: 4,9 por cento.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. sídra. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Disponível em: https://oeds.link/WfBB9Z. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Expectativa de vida

A esperança de vida ao nascer aumentou continuamente para a população brasileira nas últimas décadas. De acordo com estudos do í bê gê É, uma pessoa nascida em 1940 tinha uma expectativa de vida de 45,5 anos. Nos anos seguintes, com a melhoria dos serviços de saúde e a progressiva redução das taxas de mortalidade adulta e infantil, a expectativa de vida cresceu e, em 1960, chegou a 52,5 anos. Em 2019, a esperança de vida ao nascer era de 76,6 anos.

Esse processo, no entanto, não ocorreu de fórma homogênea em todo o país. Observe o mapa.

BRASIL: EXPECTATIVA DE VIDA POR UNIDADE FEDERATIVA (2019)

Mapa. Brasil: expectativa de vida por unidade federativa (2019). Mapa do Brasil com a divisão política e as faixas de expectativa de vida por unidade da federação. Acima de 78 anos (em amarelo): Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal. De 75 a 78 anos (em laranja claro): Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Norte. De 73 a 75 anos (em laranja escuro): Mato Grosso, Goiás, Acre, Tocantins, Bahia, Sergipe, Paraíba, Ceará e Amapá. De 70 a 73 anos (em vermelho): Rondônia, Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão, Piauí e Alagoas. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 540 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População: projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: https://oeds.link/buielp. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Ler o mapa

Em 2019, em quais unidades da federação a expectativa de vida ao nascer era maior? Em quais era menor? Em sua opinião, por que há essa diferença?

Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá)

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) de um município, estado ou país leva em consideração, para ser calculado, a renda, a educação e a saúde (medida pela expectativa de vida) de uma população. Seu valor varia entre 0 e 1: quanto mais próximo estiver de 1, melhor será a qualidade de vida. Os índices variam entre: í dê agá baixo, médio, elevado ou muito elevado.

O í dê agá do Brasil evoluiu nas últimas décadas e, em 2018, alcançou o valor de 0,761, que é considerado elevado e corresponde a um crescimento de 21% em relação ao í dê agá de 1990.

BRASIL: EVOLUÇÃO DO í dê agá (1990-2018)

Gráfico. Brasil: evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (de 1990 a 2018). Gráfico de linha que evidencia a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano ao longo do período. No eixo vertical, os índices variam de 0,400 a 0,800. No eixo horizontal, os anos de 1990 a 2018. 1990: 0,590. 2000: 0,669. 2005: 0,699. 2007: 0,710. 2010: 0,726. 2011: 0,728. 2012: 0,730. 2015: 0,755. 2018: 0,761.

Fonte: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Human Development Report 2019. New York: ú êne dê pê: 2019. Disponível em: https://oeds.link/VAqo5l. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Ícone. Seção Lugar e cultura. Composto por um vaso colorido.

Lugar e cultura

Os idosos e as tradições culturais

Cidadania e civismo.

A população do Brasil está passando por um processo de envelhecimento. Isso significa que a quantidade relativa de idosos está crescendo. O acúmulo de experiências dessas pessoas tem servido como instrumento de preservação cultural em algumas comunidades, como ocorre com os integrantes da Portela, escola de samba da cidade do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro).

Fundada nas comunidades de Oswaldo Cruz e Madureira, a Portela é uma das primeiras escolas de samba da cidade e uma das fundadoras do Carnaval carioca.

Na década de 1970, quando o Carnaval do Rio passou a ser mais explorado comercialmente, Paulinho da Viola e outros sambistas criaram o grupo musical Velha Guarda da Portela, com a intenção de estimular o renascimento de antigos sambas e preservar a memória das comunidades, evitando que o pensamento comercial se sobrepusesse aos valores tradicionais do samba. Além de manter vivas as tradições, a iniciativa buscou estabelecer o diálogo entre os setores mais jovens da escola e os integrantes mais antigos, agora agrupados no que se passou a chamar de “velha guarda”.

A valorização dos idosos garante a preservação da memória das comunidades, além de mantê-los com participação ativa na sociedade. Essa valorização é um passo importante, considerando que a expectativa de vida no Brasil vem aumentando.

Fotografia. Pessoas uniformizadas e sentadas em cadeiras azuis. As mulheres usam um vestido bege com detalhes azuis e os homens camisas brancas com detalhes azuis e chapéu branco. No fundo, duas bandeiras em tons de branco e azul e, entre elas, a bandeira do Brasil. Também ao fundo, há um círculo e listras azuis e brancas radiais, que partem da borda do círculo.
Registro histórico da Velha Guarda da Portela em evento realizado no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 2015.
  1. Qual foi a motivação para a criação do grupo Velha Guarda da Portela? Qual é sua importância para as comunidades de Madureira e Oswaldo Cruz?
  2. Por que é importante estimular a participação do idoso na sociedade?
  3. Em seu município há algum grupo ou movimento cultural ou esportivo destinado aos idosos? Se há, procure saber como e por que ele foi organizado.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. O ritmo de crescimento da população brasileira tem diminuído desde a década de 1960. Aponte dois fatores que contribuíram para a queda da taxa de natalidade no Brasil.
  2. Caracterize a distribuição da população no território brasileiro.
  3. Em grupo, analisem a charge e a mensagem que ela transmite. Ouçam com atenção a opinião de cada um e, depois dessa conversa, respondam às questões.
Charge. Na imagem, um homem descalço, de calça azul, camiseta laranja e com boné amarelo, puxa um carro de mão cheio de entulho e segura e lê um jornal. Atrás dele, sentada no carro de mão, há uma mulher descalça e de vestido verde. O homem diz: 'Aqui tá escrito que subimos um ponto no Índice de Desenvolvimento Humano mundial!'. A mulher responde: 'Deve ter sido naquele dia que a gente almoçou!'

PELICANO. Desigualdade socioeconômica. 2011. Charge. Originalmente publicada em 5 de novembro nos jornais da rede Bom dia.

  1. Qual é a mensagem transmitida na charge?
  2. Com base na charge, pode-se afirmar que o Brasil é um país pobre e de baixo desenvolvimento humano? Justifiquem sua resposta.
  3. Na opinião de vocês, os direitos sociais são garantidos a grupos que tradicionalmente são marginalizados no Brasil, como indígenas e negros? Justifiquem sua resposta.
  1. Analise os gráficos Brasil: pirâmide etária (1980) e Brasil: pirâmide etária (2020) e cite três possíveis causas do estreitamento da base da pirâmide etária brasileira e do alargamento do seu topo.
  2. Considere os dados apresentados nos mapas e gráficos deste Capítulo e responda: que fatores podem ser considerados responsáveis pelas alterações nas taxas de natalidade e de mortalidade no Brasil nas últimas décadas?
  3. Em 2003, foi instituído o Estatuto do Idoso. Qual é a importância desse estatuto?
  4. Leia o texto e responda à questão proposta.

A proporção de trabalhadores em ocupações por tempo parcial (até 30 horas semanais) é maior entre as mulheres (28,2%) do que entre os homens (14,1%). Isso pode estar relacionado à predominância feminina nos cuidados de pessoas e afazeres domésticos, aos quais as mulheres trabalhadoras dedicavam 73% mais horas do que os homens.

reticências

Em relação aos rendimentos médios do trabalho, as mulheres seguem recebendo, em média, cêrca de três quartos do que os homens recebem. Em 2016, enquanto o rendimento médio mensal dos homens era de R$ 2.306dois mil trezentos e seis reais, o das mulheres era de um mil setecentos e sessenta e quatro reais.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas de gênero: responsabilidade por afazeres afeta inserção das mulheres no mercado de trabalho. Agência í bê gê É Notícias, 7 março. 2018. Seção Releases. Disponível em: https://oeds.link/0e873w Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Apesar do crescente número de mulheres no mercado de trabalho, ainda há desigualdade. De acordo com o texto, de que maneira essa desigualdade pode ser identificada?

CAPÍTULO 6  A heterogeneidade da população brasileira

Multiculturalismo.

A diversidade da população brasileira resulta de séculos de miscigenação entre diversos povos, principalmente indígenas, africanos e europeus, que aos poucos incorporaram características físicas e culturais uns dos outros.

Essa diversidade se expressa em aspectos culturais, como a língua oficial do país (que é portuguesa, mas possui muitas palavras de origem indígena e africana), as religiões, a culinária e a música, e nas características físicas das pessoas, como a cor da pele e dos cabelos e a fisionomia.

A composição da população é diferente em cada estado do Brasil. Ela reflete o processo de ocupação que ocorreu em diferentes partes do território brasileiro.

BRASIL: DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL POR COR E RAÇA (2017)

Mapa. Brasil: distribuição populacional por cor e raça (2017). Mapa do território brasileiro no qual cada unidade da federação apresenta um gráfico de setores estimando a população total e a distribuição da população por cor e raça. Rio Grande do Sul: mais de 75% de população branca, seguida de parda e preta. Santa Catarina: mais de 75% de população branca, seguida de parda e preta. Paraná: aproximadamente 60% de população branca, seguida de parda, preta e indígena. São Paulo: mais de 70% de população branca, seguida de parda, preta e indígena. Rio de Janeiro: aproximadamente 45% de população branca e 45% de parda, seguida de preta. Minas Gerais: aproximadamente 50% de população parda, seguida de branca e de preta. Espírito Santo: aproximadamente 50% de população parda, seguida de branca e de preta Mato Grosso do Sul: aproximadamente 50% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Goiás: aproximadamente 60% de população parda, seguida de branca e preta. Distrito Federal: aproximadamente 50% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Mato Grosso: aproximadamente 60% de população parda, seguida de branca e de preta. Rondônia: aproximadamente 60% de população parda, seguida de branca e de preta. Acre: aproximadamente 75% de população parda, seguida de branca e de preta. Amazonas: mais de 75% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Roraima: aproximadamente 70% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Amapá: aproximadamente 70% de população parda, seguida de preta, de branca e de indígena. Pará: aproximadamente 75% de população parda, seguida de branca e de preta. Tocantins: aproximadamente 70% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Maranhão: aproximadamente 70% de população parda, seguida de branca e de preta. Piauí: aproximadamente 75% de população parda, seguida de branca e de preta. Bahia: aproximadamente 60% de população parda, seguida de preta e de branca. Sergipe: aproximadamente 75% de população parda, seguida de branca e de preta. Alagoas: aproximadamente 75% de população parda, seguida de branca e de preta. Paraíba: aproximadamente 65% de população parda, seguida de branca, de preta e de indígena. Rio Grande do Norte: mais de 50% de população parda, seguida de branca e de preta. Ceará: aproximadamente 70% de população parda, seguida de branca e de preta. O tamanho dos círculos representa a população total das unidades da federação, destacando-se São Paulo (45.228 milhões de habitantes) e Minas Gerais (21.155 milhões de habitantes), além de Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná (todos com mais de 10 milhões de habitantes). Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 425 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 114. Nas pesquisas censitárias realizadas pelo í bê gê É, na categoria “raça ou cor”, cada pessoa pode se autodeclarar branca, parda, preta, amarela ou indígena.

Ler o mapa

Compare a composição da população do Amazonas e de Santa Catarina. Elabore hipóteses para explicar as diferenças.

Povos indígenas

Os indígenas que vivem no Brasil são descendentes dos antigos habitantes das terras que foram ocupadas pelos europeus a partir do século dezesseis.

De acordo com os dados censitários, em 2010 a população indígena ultrapassava 896 mil indivíduos, pertencentes a 305 etniasglossário , e se concentrava, principalmente, na Região Norte do país.

BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA (2010)

Gráfico. Brasil: distribuição da população indígena (2010). Gráfico de colunas que representa a quantidade de habitantes do Brasil e das regiões que residem em Terras Indígenas e fora delas. No eixo vertical está a população indígena, de 0 a 1.000.000. No eixo vertical, a localização, no Brasil e nas regiões. Nas Terras Indígenas (cor azul das colunas): Brasil: 520.000 habitantes. Norte: 210.000 habitantes. Nordeste: 120.000 habitantes. Sudeste: 10.000 habitantes. Sul: 30.000 habitantes. Centro-Oeste: 110.000 habitantes. Fora das Terras Indígenas (cor amarela das colunas): Brasil: 900.000 habitantes. Norte: 370.000 habitantes. Nordeste: 210.000 habitantes. Sudeste: 100.000 habitantes. Sul: 90.000 habitantes. Centro-Oeste: 170.000 habitantes.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2013. página 55.

Preservando a cultura indígena

Aproximadamente 58% dos indivíduos que se declararam indígenas no censo de 2010 habitavam Terras Indígenas, áreas reconhecidas pelo governo brasileiro como de ocupação legítima dos grupos indígenas que sobre elas detêm autonomia.

Entre os indivíduos que viviam fóra de Terras Indígenas, parcela significativa habitava áreas urbanas em 2010, onde, em geral, é mais difícil preservar a língua e a cultura tradicional, sobretudo entre os jovens. Nos últimos anos, observa-se que um dos efeitos da migração para as cidades é a crescente entrada de indígenas no Ensino Superior.

Fotografia. Em um espaço com paredes e pilares brancos e posicionados em fileiras, indígenas estão em pé e vestem cocar colorido e beca preta com detalhes vermelhos. Todos erguem a mão direita em frente ao corpo. Na primeira fileira, uma mulher indígena de cabelos longos e pretos olha para frente; ela está sentada em uma cadeira.
Cerimônia de colação de grau de indígenas da etnia Kaiapó em curso superior. São Félix do Xingu, Pará (2018).
Ícone. Sugestão de livro.
cân, Marina. á bê cêdos povos indígenas do Brasil. São Paulo: ésse eme, 2007.  Livro com informações sobre grupos indígenas brasileiros, como aspectos culturais, modo de vida e relação com a natureza.

Povos africanos

Entre os séculos dezesseis e dezenove, cérca de 4 milhões de africanos de diversos grupos étnicos foram escravizados e trazidos para o Brasil para trabalhar nas lavouras de cana­‑de­‑açúcar e tabaco, na mineração e em outras atividades econômicas.

Muitos aspectos do cotidiano dos brasileiros são legados desses povos que vieram da África, incluindo estilos musicais e artísticos, costumes culinários, manifestações culturais e religiosas, além de diversas palavras que usamos no dia a dia.

Também existem centenas de comunidades quilombolas no Brasil, que são grupos de ancestralidade africana que vivem em terras de quilombos formados nos três séculos de vigência do regime escravocrata ou após o fim da escravidão. A luta atual desses povos é pelo reconhecimento do direito às terras que habitam e à preservação de seu modo de vida.

Fotografia. Em primeiro primeiro plano, meninas usando saia rodada, vermelha e estampada e blusa azul e branca, dançam e giram em um terreno de terra batida. Dois meninos também participam da atividade. Ao fundo, diversas árvores e uma casa branca, onde algumas pessoas observam as crianças.
Apresentação de carimbó em comunidade quilombola de Mangabeira, Mocajuba, Pará (2020).

Os imigrantes

Uma parcela significativa da população brasileira é formada por descendentes de pessoas vindas de diferentes partes do mundo. A chegada de imigrantes ao Brasil, principalmente em busca de trabalho e melhores condições de vida, ocorreu de maneira particularmente intensa entre meados do século dezenove e meados do século vinte, quando grandes fluxos de europeus (principalmente portugueses, italianos, espanhóis, alemães) e asiáticos (sírios, libaneses, japoneses, entre outros) dirigiram-se ao país.

Nos últimos anos, muitos imigrantesglossário provenientes dos países vizinhos, principalmente Bolívia, Argentina e Uruguai, vêm se fixando no Brasil. Em contrapartida, muitos brasileiros são emigrantesglossário , pois se mudam para outros países.

Ícone. Seção Integrar conhecimentos. Composto por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

Cidadania e civismo.

Fluxos de africanos escravizados para o Brasil

Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente.

ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. terceira edição. Belo Horizonte: Itatiaia: êduspi, 1982.

Estima-se que, entre os séculos quinze e dezenove, quase 10 milhões de africanos foram trazidos forçadamente para a América, dos quais cêrca de ..3650000 chegaram ao Brasil.

O tráfico de escravizados era uma prática bastante lucrativa para as principais potências europeias da época. Os escravizados eram capturados com violência ou negociados diretamente com os chefes dos grupos, que capturavam pessoas em troca de objetos e ferramentas.

ÁREAS DE ORIGEM E DESTINO DOS AFRICANOS ESCRAVIZADOS (SÉCULOS quinze A dezenove)

Mapa. Áreas de origem e destino dos africanos escravizados (séculos 15 a 19). Mapa com foco na América do Sul, com destaque para o Brasil, e na África. São representados os fluxos de africanos escravizados para outros continentes. Esses fluxos estão associados a três informações na legenda e no mapa: Clico da Guiné, Área de bantos (ciclo de Angola) e Área dos sudaneses (ciclo da Costa da Mina). Ciclo de Guiné, em rosa: fluxos que saem da região da Guiné, localizada no norte da costa oeste africana, para Cabo Verde, para Açores, para Portugal para a América do Norte e para o Caribe. Área dos bantos (ciclo de Angola), em laranja: ocupa grande faixa de toda a porção centro sul da África, com fluxos que saem de Angola para Recife e da porção sul do continente africano para Recife e para o Rio de Janeiro. Na costa leste, há fluxos que saem de Moçambique para o Mundo Árabe e Moçambique e Madagascar para os territórios franceses no Oceano Índico. Área dos sudaneses (ciclo da Costa da Mina), em verde: localizada na feixa central da costa oeste africana, abrange Nigéria e Benin, de onde sai um fluxo para Salvador. Da Nigéria, saem setas para Marrocos, para o Império Otomano e para o Mundo Árabe. Abaixo, rosa dos ventos e escala 0 a 1.730 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história. segunda edição revista São Paulo: Ática, 2003.

Ao chegar às colônias, depois de serem transportados em navios em condições insalubres, os escravizados eram levados para o mercado, onde eram negociados com os proprietários de terras.

O preço dos escravizados era determinado, sobretudo, pelas características de cada um, como idade, sexo e porte físico. Em seguida, eram levados para trabalhar nas atividades agrícolas, na mineração ou nos serviços domésticos.

A escravidão durou até o fim do século dezenove, marcando fortemente nossa sociedade. Ainda hoje, os brasileiros afrodescendentes, que são a maioria da população no país (53%), sofrem com o preconceito racial e lutam pelo respeito e pela recuperação de sua identidade cultural.

  1. De acordo com o mapa, quais foram as principais áreas de origem dos africanos trazidos para o Brasil? Para quais regiões do Brasil foram levados?
  2. Como é possível relacionar a frase do padre jesuíta André João Antonil com a estrutura social do Brasil colonial?
  3. O texto indica que a população afrodescendente ainda sofre com o preconceito racial no Brasil. Na sua opinião, como isso se manifesta em nossa sociedade?

Migrações externas no Brasil

Como mencionado anteriormente, um grande número de imigrantes europeus e asiáticos aportou no Brasil nos séculos dezenove e vinte com a expectativa de encontrar trabalho e melhores condições de vida no país.

Dos estrangeiros que vivem no Brasil, também há os que fugiram de conflitos em seu país, como os angolanos, que se concentram no estado do Rio de Janeiro.

Nas últimas décadas, aumentou o número de imigrantes que tiveram o Brasil como destino. Entre os principais grupos, estão os haitianos, venezuelanos, bolivianos, colombianos, argentinos e chineses, muitos buscando oportunidades de trabalho e melhores condições de vida.

Fotografia.  Destaque para duas bonecas pequenas e arredondadas que estão dentro de embalagens de plástico transparente. Elas estão sobre um pano em tons de rosa e estampado. Ao lado e no segundo plano, há brincos e pulseiras pendurados em pequenas prateleiras
Objetos à venda em feira de produtos bolivianos realizada em bairro da cidade de São Paulo, São Paulo (2019).

Em contrapartida, muitos brasileiros também se tornaram emigrantes nas últimas décadas e se mudaram para outros países. Observe o gráfico a seguir.

BRASILEIROS RESIDENTES NO EXTERIOR (2020)

Gráfico. Brasileiros residentes no exterior (2020). Gráfico de colunas que evidencia o número de brasileiros residentes em diferentes países no ano de 2020. No eixo vertical está o número de brasileiros, que varia de 0 a 2.000.000. No eixo horizontal, os países: Estados Unidos, Portugal, Paraguai, Reino Unido, Japão, Itália, Espanha e Alemanha. Estados Unidos: 1.775.000. Portugal: 276.200. Paraguai: 240.000. Reino Unido: 220.000. Japão: 211.138. Itália: 161.000. Espanha: 156.439. Alemanha: 144.120.
Fonte: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania. Comunidade brasileira no exterior: estatísticas referentes ao ano de 2020. Brasília, Distrito Federal: ême érre ê, 2021. Disponível em: https://oeds.link/FaM08l. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Ler o gráfico

Identifique os principais países escolhidos pelos brasileiros como local de residência. Na sua opinião, por que há uma diferença tão grande entre o primeiro e o segundo lugares?

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A migração e a busca por oportunidades de trabalho  

[Locutora]: [Tom de apresentação] Os processos migratórios sempre fizeram parte da história do Brasil, exercendo grande influência na formação da população e da cultura brasileiras.

[Locutora]: Nas últimas décadas deste século, as imigrações para o Brasil ganharam novo destaque. Problemas econômicos, políticos e sociais e catástrofes naturais levaram muitas pessoas a migrarem para cá em busca de emprego e de melhores condições de vida.

[Locutora]: O aumento da entrada de imigrantes em nosso país reacende o debate sobre questões humanitárias, econômicas e culturais.

[Locutora]: O caso dos haitianos é um dos que mais chamam a atenção, por serem eles o segundo maior grupo nacional que mais tem se deslocado para o Brasil nos últimos anos, atrás apenas dos venezuelanos, segundo pesquisa realizada pelo Observatório das Migrações Internacionais, de 2021. 

[Locutora]: [Tom de explicação] O Haiti é um país da América Central que apresenta sérios problemas sociais, intensificados após um forte terremoto ocorrido em 2010.

[Locutora]: Desde então, dezenas de milhares de haitianos deixaram o país para tentar uma vida melhor no Brasil, a maioria deles homens jovens.  

[Locutora]: Para falar um pouco sobre a experiência de deixar sua terra natal e viver no Brasil, entrevistamos Jean Caleb Tibert, imigrante haitiano que chegou ao país em 12 de julho de 2016.

[Locutora]: [Tom de convite] Vamos ouvi-lo?

[Entrevistado]: [Tom de apresentação] [Fala com sotaque haitiano] Eu sou Jean Caleb Tibert, que é meu nome completo. Eu sou haitiano, sou do Haiti.

[Entrevistado]: No Haiti, eu era professor, durante dois anos. Depois, eu era diretor da escola. Eu dirigi uma escola com meu pai.

[Entrevistado]: É um pouco complicada lá a vida, porque lá você pode fazer faculdade, você pode estudar, mas ficar ruim para você achar emprego. Por exemplo, eu estudei contabilidade lá, mas depois de quatro anos ficou difícil, para mim, achar emprego.

[Entrevistado]: Estou morando com meu irmão aqui no Brasil. Ele veio primeiro, depois eu vim. Mas, quando cheguei aqui, tinha muita dificuldade, porque tem que falar a língua portuguesa. Você não pode achar emprego se você não fala mais ou menos a língua portuguesa.

[Entrevistado]: Ficou muito complicado para mim, porque quando eu cheguei no lugar mais ou menos eu não consegui entender nada.

 [Entrevistado]: Meu primeiro trabalho foi na Lapa. Foi a primeira empresa que eu trabalhei, e é uma empresa que faz reparação de aparelhos eletrônicos. E eu trabalhava lá, eu lixava peça, eu polia peça também, eu ajudava também na pintura. Eu trabalhava como auxiliar de produção, na Lapa.

[Entrevistado]: Mas agora estou trabalhando perto da minha casa, aqui em Itapevi. Agora estou trabalhando como auxiliar de pintura. Estou trabalhando no setor da pintura, mas, às vezes, eu ajudo em outros setores também.

[Entrevistado]: Desde a minha chegada aqui no Brasil, me sinto na minha casa, me sinto no Haiti, porque os brasileiros e as brasileiras são muito legais. Eu posso falar isso, porque eles me trataram como brasileiro.

[Entrevistado]: Eu me sinto – posso falar isso – me sinto como brasileiro, porque eu tenho o mesmo direito. Posso fazer documento, posso trabalhar como todo mundo.

[Entrevistado]: Quando eu vou lá, em qualquer lugar, o atendimento é igual como um brasileiro. Mas tem lugar, aqui no Brasil, que tem racista, porque tem gente que não gosta de estrangeiro, mas aqui onde eu estou morando tem muita gente boa.

[Entrevistado]: Eu pretendo fazer faculdade aqui. Por isso que estou fazendo aula agora. Estou fazendo aula de português agora. Por isso que meu plano no futuro é fazer faculdade aqui, porque eu gosto de estudar.

[Entrevistado]: Aqui, no Brasil, tem pessoas de várias nacionalidades. Tem japonês, tem haitiano, tem africano, muitas pessoas de nacionalidade diferente.

[Entrevistado]: O problema é que nós não falamos a mesma língua, por exemplo, eu tenho alguns amigos que são da África. Infelizmente não posso conversar com eles, porque eles não falam a mesma língua que eu.

[Entrevistado]: E é só a língua portuguesa. Se eu quero conversar com alguém deles, é só na língua portuguesa, porque eu não consigo entender a língua deles. Eles também não conseguem entender a minha língua também, é bem diferente. Mas, socialmente, a gente vive e tem uma boa relação.

[Entrevistado]: Falta a minha família aqui na verdade, porque a minha família está lá e tenho só irmão aqui no Brasil e minha mulher, que está aqui comigo. É difícil viver longe da sua família.

[Entrevistado]: É quase igual à cultura do Brasil. Lá tem carnaval, aqui também tem. As praias bonitas do Haiti, que aqui também tem. As comidas são iguais: arroz, feijão, feijoada, são iguais.

[Entrevistado]: [Tom enfático] Eu gosto, eu gosto do país. Na verdade, eu gosto do país, eu gosto do tratamento dos estrangeiros. Eu gosto das praias, eu gosto do país inteiramente. Eu gosto!

Migrações internas

A migração interna ocorre quando a população se desloca dentro de um país. Assim, as migrações internas podem ocorrer, por exemplo, de um estado para outro ou de um município para outro dentro de um mesmo estado.

Na sua família, já aconteceram migrações? Você ou seus pais nasceram na localidade (município, estado ou país) onde vivem atualmente? E seus avós, bisavós e tataravós?

Atualmente, milhões de brasileiros vivem fóra de seu estado ou município de nascimento, pois muitas migrações internas ocorreram no Brasil ao longo do século vinte.

Diversos motivos levam as pessoas a migrar: dificuldades econômicas, guerras, perseguição política ou religiosa, adversidades naturais, como clima extremamente frio ou quente, sêcas frequentes e prolongadas, entre outros. O principal objetivo dos migrantes, independentemente da causa, é a busca por melhores condições de vida.

Conheça a seguir os principais aspectos das migrações internas no Brasil.

Entre 1940 e 1990

Entre as décadas de 1940 e 1950, ocorreram diversos deslocamentos populacionais do Nordeste para o Sudeste.

A partir da década de 1950, com a aceleração do processo de industrialização, muitos moradores da zona rural deixavam o campo rumo à cidade. Os trabalhadores rurais buscavam emprego e condições de vida melhores. Além disso, o acesso à propriedade da terra era muito difícil no campo. Esse movimento migratório do campo para a cidade é denominado êxodo rural.

Da década de 1960 à de 1980, esses deslocamentos aconteceram principalmente em direção às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que concentravam o maior número de indústrias e oportunidades de trabalho.

Entre 1960 e 1990, as regiões Centro-Oeste e Norte também receberam nordestinos, atraídos pelas atividades extrativistas ou pela esperança de adquirir lotes de terra na região da Amazônia. Um grande número de agricultores provenientes do sul do país se estabeleceu nos estados do Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, com a promessa de incentivos do governo e de doações de lotes de terra para moradia e cultivo.

A construção da nova capital do país, Brasília (inaugurada em 1960), localizada no Distrito Federal, e a criação da Zona Franca de Manaus, localizada no estado do Amazonas, contribuíram para o crescimento dos fluxos migratórios em direção a essas duas cidades.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, um grupo de homens usando chapéu, camisa de botão e calça comprida. Estão em pé em uma estrada de terra; alguns olham em direção à câmera e alguns têm malas a seu lado. Ao fundo, paisagem ampla com estrada de terra. Acima, céu com nuvens.
Grupo de homens chega para trabalhar na construção de Brasília, Distrito Federal (1959).

De 1990 aos dias atuais

A partir da década de 1990, o fluxo de migrantes provenientes do Nordeste em direção ao Sudeste se manteve, embora em número menor do que nas décadas anteriores. Além disso, muitos nordestinos passaram a voltar ao seu estado de origem, caracterizando a migração de retorno, impulsionada, principalmente, pelo desenvolvimento econômico da região nas últimas décadas.

Durante esse período também aumentaram as migrações intrarregionaisglossário , sobretudo em direção às cidades com até 5 milhões de habitantes, as que mais crescem no Brasil atualmente. Também se tornaram mais frequentes as migrações sazonaisglossário , que ocorrem quando as pessoas migram para se dedicar a tarefas temporárias, como a colheita agrícola.

Além desses tipos de migração, existe a migração pendular, que é o movimento diário de vaivém da população que se desloca de uma localidade a outra para trabalhar ou estudar.

BRASIL: MIGRAÇÃO (DÉCADA DE 2000)

Mapa. Brasil: migração (década de 2000). Mapa do Brasil com a divisão política e a representação, por meio de setas vermelhas mais largas ou finas, da intensidade dos principais fluxos migratórios na década de 2000. Setas mais largas (fluxos intensos): de São Paulo para estados da Região Nordeste, de estados do Nordeste para São Paulo e entre os estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Setas intermediárias (fluxos médios): de São Paulo para Minas Gerais e de Minas Gerais para São Paulo, do Rio Grande do Sul para Paraná e do Paraná para o Rio Grande do Sul, do Pará para o Amazonas e do Amazonas para o Pará e do Mato Grosso para o Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso do Sul para o Mato Grosso. Setas finas (fluxos menores): de São Paulo para Paraná, de Rio de Janeiro para a Bahia, do Pará para o Maranhão, do Piauí para o Pará, de Goiás para o Piauí, do Ceará para Mato Grosso. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala 0 a 510 quilômetros.
Fonte: SIMIELLI, Maria E. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2009.

Ler o mapa

Analisando o mapa, co­mo é possível caracterizar os fluxos migratórios no Brasil na primeira década do século vinte e um?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que a população brasileira é marcada pela diversidade?
  2. Leia o texto a seguir e, depois, responda à questão proposta.

O que são Terras Indígenas

reticências A definição de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios encontra-se no parágrafo primeiro do artigo 231 da Constituição Federal: são aquelas “por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”.

reticências Grande parte das Terras Indígenas no Brasil sofre invasões de mineradores, pescadores, caçadores, madeireiras e posseiros. Outras são cortadas por estradas, ferrovias, linhas de transmissão ou têm porções inundadas por usinas hidrelétricas. reticências

Instituto Socioambiental. O que são Terras Indígenas? São Paulo, Ísa. Disponível em: https://oeds.link/YJ8NRR. Acesso em: 5 fevereiro. 2022.

O que são Terras Indígenas e que problemas os povos que nelas vivem enfrentam?

  1. Muitas palavras de origem indígena foram incorporadas à língua portuguesa falada no Brasil. Faça uma pesquisa para encontrar exemplos para os itens abaixo e explique seus significados.
    1. Nomes de municípios, estados, rios, bairros de sua cidade etcétera.
    2. Nomes de animais e plantas.
  2. Leia o texto e responda às questões propostas.

Longos 13 anos. É o tempo que as trezentas e oitenta e sete famílias quilombolas de Brejo dos Crioulos, em Minas Gerais, aguardam pela conclusão do processo de titulação de suas terras no Incra. reticências

Os obstáculos para a concretização das titulações são muitos e diversos. A titulação das terras quilombolas envolve, em muitos casos, contrariar interesses de setores do agronegócio e mesmo do governo.

TITULAÇÃO fóra do horizonte: mais de uma.quinhentas comunidades quilombolas esperam pelo título de suas terras. Comissão Pró-Índio de São Paulo, 20 novembro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/bMyMtE. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

  1. O que são comunidades quilombolas?
  2. Qual é o problema enfrentado pelos grupos quilombolas e quais são suas causas?

5. Interprete a charge a seguir. Que crítica ela faz?

Charge. Feriado: dia da consciência negra. Em uma praia, a faixa de areia está ocupada por uma multidão de pessoas. Elas estão em trajes de banho, viradas de de frente para o mar, sorrindo e se divertindo. No primeiro plano, perto da água, há quatro pessoas negras carregando sacolas e bandejas com produtos. Elas estão anunciando seus produtos em voz alta para as pessoas que se divertem.
ANGELI. Feriado: dia da consciência negra. 2006. Charge. Originalmente publicada na Folha de São Paulo, em 20 de novembro de 2006.

6. Leia novamente o gráfico "Brasileiros residentes no exterior (2020)" e responda: o que motiva os brasileiros a buscarem melhores condições de vida no exterior?

CAPÍTULO 7  População e trabalho

A População Economicamente Ativa (péa) corresponde à população com 16 anos ou mais de idade que está trabalhando ou procurando emprego. A maioria dos integrantes da população economicamente ativa apresenta entre 16 e 64 anos.

Segundo o í bê gê É, o crescimento da parcela da população em idade ativa, previsto até 2030, tende a gerar um bônus demográfico, que ocorre quando a população economicamente ativa é maior do que o número de dependentes (crianças e idosos). Essa situação representa um período favorável para o crescimento econômico do país.

Estima-se que na segunda metade do século vinte e um, no entanto, o Brasil deixará de apresentar a situação de bônus demográfico, e a maioria da população será composta de dependentes, o que deve alterar a situação econômica do país e exigir que o governo invista em políticas voltadas aos dependentes.

Os empregos formaisglossário , que vinham crescendo no Brasil nas últimas décadas, passaram a decair a partir de 2015, como podemos observar no gráfico a seguir.

BRASIL: EMPREGOS FORMAIS (2003-2016)

Gráfico. Brasil: empregos formais (2003 a 2016). Gráfico de colunas representando o estoque de empregos formais no Brasil, de 2003 a 2016. No eixo vertical estão os valores do estoque, em milhares, de 0 a 50.000. No eixo horizontal estão os anos. Dezembro de 2003: 24.090; Dezembro de 2004: 25.887; Dezembro de 2005: 27.448; Dezembro de 2006: 28.998; Dezembro de 2007: 30.941; Dezembro de 2008: 32.648; Dezembro de 2009: 34.046; Dezembro de 2010: 36.270; Dezembro de 2011: 38.296; Dezembro de 2012: 39.669; Dezembro de 2013: 40.807; Dezembro de 2014: 41.228; Dezembro de 2015: 39.693; Dezembro de 2016: 38.371. Estoque de referência: primeiro de janeiro de 2016.
Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho. Evolução de Emprego do cágédi . Portal Emprego. Brasília, Distrito Federal, 2020. Disponível em: https://oeds.link/sD1pox. Acesso em: 20 abril. 2022.

O desemprego e a economia informal

Economia.

A maioria dos países enfrenta o problema do desemprego, situação que ocorre quando uma pessoa disposta a trabalhar não encontra ocupação. São diversos os fatores que levam um indivíduo à condição de desocupado, como as crises econômicas, que resultam, entre outras consequências, em demissões nas empresas.

A crise econômica mundial, iniciada entre os anos de 2008 e 2009 nos Estados Unidos – ainda a maior economia do mundo –, afetou rapidamente outros países, e os reflexos chegaram ao Brasil após alguns anos. Para entender melhor essa crise, faça a leitura do trecho a seguir.

Em 15 setembro de 2008, marco da crise, um dos bancos de investimentos mais tradicionais dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, foi à falência, e as Bolsas do mundo todo despencaram. reticências

Em seguida, outros bancos anunciam perdas bilionárias. Foram meses de muita instabilidade no mercado. Para tentar evitar quebradeiras em série, governos de vários países anunciam planos de socorro à economia, injetando bilhões em bancos.

reticências Mesmo assim, a crise não ficou só no setor financeiro.

Os Estados Unidos e outros países, incluindo o Brasil, entraram em recessão. O desemprego disparou, sobretudo entre os mais jovens, e muitas empresas faliram.

Os efeitos da crise de 2008 foram sentidos no mundo todo durante anos. Até hoje, oito anos depois, o nível de emprego em vários países não retornou aos patamares anteriores ao colapso.

ENTENDA o que causou a crise financeira de 2008. uól, 27 fevereiro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/3sPqNa. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Apesar de a quantidade de desempregados no Brasil ter diminuído no início deste século, ela passou a crescer a partir de 2015, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (pê nádi), chegando, em 2020, a 13,9% da população. Observe a evolução da taxa de desocupação dos últimos anos no gráfico.

BRASIL: TAXA DE DESOCUPAÇÃO (2014-2020)

Gráfico. Brasil: taxa de desocupação (2014 a 2020). Gráfico de linha para representar a evolução da taxa de desocupação em porcentagem. No eixo vertical estão as taxas, de 0 a 15 por cento. No eixo vertical, os períodos. Primeiro trimestre de 2014: 7,1 por cento; Primeiro trimestre de 2015: 8,0 por cento; Primeiro trimestre de 2016: 9,6 por cento; Primeiro trimestre de 2017: 13,3 por cento; Primeiro trimestre de 2018: 13,2 por cento; Primeiro trimestre de 2019: 12,8 por cento; Primeiro trimestre de 2020: 13,9 por cento.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Séries históricas. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Disponível em: https://oeds.link/GFoTM0. Acesso em: 23 fevereiro. 2022. Com a elevação das taxas de desocupação, o número de trabalhadores informais também aumenta, principalmente nas áreas urbanas.

Trabalho infantil

Cidadania e civismo.

É considerado trabalho infantil aquele realizado por menores de 16 anos ou que tenham entre 14 e 16 anos, mas não estejam na condição de aprendizes. No Brasil, assim como em muitos outros países em que a desigualdade social é alta, existem muitas crianças nessas condições. Na maioria dos casos, elas trabalham para ajudar no sustento de sua família, recebendo valores irrisórios ou trocando o trabalho por alimentos. Em 2019, havia 1.768 milhão de crianças em situação de trabalho infantil. Observe, no gráfico, a distribuição dessas crianças por idade.

BRASIL: PESSOAS EM SITUAÇÃO DE TRABALHO INFANTIL (2019)

Gráfico. Brasil: pessoas em situação de trabalho infantil (2019). Gráfico de colunas para representar o número de pessoas em situação de trabalho infantil de acordo com a faixa etária. No eixo vertical, o número de pessoas, de 0 a 1.000. No eixo horizontal, a faixa etária. 5 a 13 anos: 337 mil; 14 e 15 anos: 442 mil; 16 e 17 anos: 950 mil.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Trabalho de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade: pê nádi contínua. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2020. Disponível em: https://oeds.link/EDOiGL. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

De acordo com o Censo, em 2010 o número absoluto de crianças de 10 a 17 anos que trabalhavam era bastante variável entre as unidades federativas. Também se observavam diferenças regionais entre as atividades desenvolvidas: nas regiões Norte e Sul, por exemplo, as crianças desempenhavam atividades mais ligadas à exploração dos recursos naturais; já no Sudeste, havia mais crianças trabalhando no setor industrial e no de serviços.

O trabalho infantil constitui uma violação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele prejudica os estudos, reduz a frequência do estudante às aulas e aumenta a chance de abandono escolar, especialmente entre os adolescentes.

BRASIL: TRABALHO INFANTIL (2010)

Mapa. Brasil: trabalho infantil (2010). Mapa do Brasil com a divisão política e os dados de número de pessoas de 10 a 17 anos ocupadas por unidade da federação. Até 37.244 (verde-claro): Acre, Roraima, Amapá, Tocantins, Distrito Federal e Sergipe. De 37.245 até 63.703 (amarelo): Mato Grosso do Sul, Rondônia, Piauí, Rio Grande do Norte e Alagoas. De 63.704 até 138.701 (laranja claro): Amazonas, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraíba. De 138.702 a 180.088 (laranja escuro): Santa Catarina, Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco. Acima de 180.088 (vermelho): Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 510 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Trabalho infantil. Censo Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2010. Disponível em: https://oeds.link/H4RGUu. Acesso em: 23 fevereiro. 2022. Para interpretar os dados representados no mapa, considere que o total da população brasileira, de acordo com o Censo de 2010, somava 190.732.694 pessoas.

A mulher no mercado de trabalho

Economia.

A participação da mulher no mercado de trabalho cresceu muito nas últimas décadas. No entanto, o tratamento desigual entre homens e mulheres persiste. Muitas mulheres recebem salários menores que os dos homens na mesma função profissional. Além disso, há casos de desrespeito aos direitos garantidos pelas leis trabalhistas, como a licença-maternidade e a licença para amamentar.

Em momentos de crise econômica, historicamente, as mulheres eram as primeiras a ser demitidas. O percentual de mulheres desocupadas ainda é superior ao percentual de homens, conforme pode ser percebido no gráfico.

BRASIL: TAXA DE DESOCUPAÇÃO POR GÊNERO (2004-2019)

Gráfico. Brasil: taxa de desocupação por gênero (2004 a 2019). Gráfico de linhas com as taxas de desocupação total, de homens e de mulheres ao longo dos anos. No eixo vertical estão as taxas em porcentagem, de 0,0 à 18,0. No eixo horizontal, os anos, de 2004 a 2019. Total (linha azul): 2004: 8,5 por cento. 2005: 9 por cento. 2006: 8 por cento. 2007: 8 por cento. 2008: 7 por cento. 2009: 8 por cento. 2011: 6,5 por cento. 2012: 6 por cento. 2013: 6,3 por cento. 2014: 6,5 por cento. 2017: 14 por cento. 2018: 13 por cento. 2019: 12,5 por cento. Mulheres (linha vermelha). 2004: 11,8 por cento. 2005: 12 por cento. 2006: 11 por cento. 2007: 10,5 por cento. 2008: 9,8 por cento. 2009: 11 por cento. 2011: 9 por cento. 2012: 8 por cento. 2013: 8,2 por cento. 2014: 8,5 por cento. 2017: 16 por cento. 2018: 15,5 por cento. 2019: 15 por cento. Homens (linha verde). 2004: 6,5 por cento. 2005: 7 por cento. 2006: 6,1 por cento. 2007: 6 por cento. 2008: 5,5 por cento. 2009: 6 por cento. 2011: 5 por cento. 2012: 4,2 por cento. 2013: 5 por cento. 2014: 5,5 por cento. 2017: 12 por cento. 2018: 11,5 por cento. 2019: 11 por cento.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Taxa de desocupação da população de 16 anos ou mais de idade, por sexo. Séries históricas. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Disponível em: https://oeds.link/pUmGkb. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

De acordo com estudo sobre estatísticas de gênero publicado pelo í bê gê É em 2018, as mulheres, mesmo tendo um nível educacional mais alto que o dos homens, ganham, em média, 76% do que eles ganham. Além disso, elas trabalham mais do que eles, em média, três horas por semana, acumulando trabalho remunerado com afazeres domésticos e cuidados com as pessoas.

Ler o texto

Os planos de recuperação do mundo do trabalho após a pandemia da Covid-19 na América Latina e no Caribe devem incluir medidas especiais que favoreçam a reincorporação ao mercado de trabalho das mulheres, especialmente atingidas por uma crise que provocou fortes saídas da fôrça de trabalho, desemprego e grandes demandas por cuidados não remunerados reticências.

reticências

Outro fator que tem afetado e pode seguir condicionando as perspectivas de recuperação do emprego das mulheres diz respeito às crescentes dificuldades de conciliar o trabalho remunerado com as responsabilidades familiares.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Dia Internacional da Mulher: 13 milhões de mulheres viram seus empregos desaparecerem devido à pandemia na América Latina e no Caribe. ó í tê Brasília, Brasília, Distrito Federal, 5 março 2021. Seção Notícias. Disponível em: https://oeds.link/w9bPPC. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Como a pandemia de Covid-19 afetou as mulheres no lugar onde você vive?

Novas profissões

Ciência e Tecnologia.

Ao longo do tempo, algumas profissões são substituídas por outras ou passam a ser realizadas por máquinas. Isso ocorre em função do desenvolvimento de novas tecnologias e da busca pelo aumento da produtividade e pela redução de custos em setores como a indústria e a agricultura.

Diversos tipos de atividades que eram desenvolvidas por muitas pessoas foram totalmente automatizadas ou empregam apenas operadores de equipamentos modernos – profissionais com formação especializada.

Trabalhadores com baixa qualificação profissional, em especial aqueles que procuram o primeiro emprego, são os mais prejudicados pela especialização e pela mecanização da produção, pois não conseguem assumir funções nas atividades modernizadas e tendem a migrar para as atividades de mais baixa remuneração.

Conhecimentos sobre computação e informática também são cada vez mais valorizados no mercado de trabalho, com a ascensão de novos profissionais ligados às Tecnologias da Informação e Comunicação (tiquis), como os web designers (que desenvolvem páginas da internet) e os voltados à criação de ferramentas nas redes sociais. Mas não é somente no campo da tecnologia que novas profissões estão surgindo. Entre os chamados profissionais do futuro, podemos destacar:

  • advogado especializado em combate à pirataria industrial;
  • engenheiro de segurança digital;
  • desenvolvedor de aplicativos;
  • especialista em marketing digital;
  • controlador de mídias sociais;
  • bioinformacionista (profissional da área de saúde que reúne conhecimentos de tecnologia e genética);
  • gerontologista (especialista no estudo do envelhecimento, em seus aspectos biológico, social e psicológico);
  • programador de internet;
  • arquiteto de realidades virtuais aumentadas, entre outras.
Fotografia. Em um escritório, uma mulher negra sentada em uma cadeira digita em um notebook. Ela tem cabelos longos trançados, veste uma blusa rendada na cor branca e usa um brinco de prata. Ao fundo, outra mulher trabalha em um notebook. Nas paredes há prateleiras com objetos de escritório.
Participante do projeto Pretalab, que atua em todo o Brasil com o objetivo de incentivar a participação de mulheres negras e indígenas no mercado de trabalho focando a inovação e a produção tecnológica. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2018).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Reescreva corretamente em seu caderno as frases apresentadas a seguir.
    1. De acordo com o í bê gê É, a população economicamente ativa compreende parcela da população entre 18 e 59 anos que está trabalhando ou procurando emprego.
    2. A população feminina no mercado de trabalho vem crescendo a cada ano, e as mulheres recebem salários mais altos que os dos homens.
  2. O que é economia informal e qual é a principal distinção entre os trabalhadores informais e formais?
  3. Indique em seu caderno a afirmativa correta. Os trabalhadores na economia informal:
    1. não possuem nenhum registro nem direitos garantidos, a não ser pela carteira de trabalho.
    2. comercializam apenas produtos importados, considerados ilegais, sem pagar impostos.
    3. são ligados somente ao setor primário, não são registrados nem possuem carteira de trabalho.
    4. prestam serviços e produzem bens, sem nenhum tipo de registro, carteira de trabalho nem direitos trabalhistas garantidos.
  4. Em grupos, retomem o gráfico “Brasil: pessoas em situação de trabalho infantil (2019)” e o mapa “Brasil: trabalho infantil (2010)”. Depois, pesquisem medidas de enfrentamento ao trabalho infantil adotadas no Brasil. Por fim, com a ajuda do professor, exponham os resultados da pesquisa para a turma.
  5. Leia a notícia e indique, em seu caderno, a alternativa correta.

Um dos fatores estruturais que explicam o otimismo dos investidores internacionais com o Brasil atende por uma expressão ainda pouco conhecida que, à primeira vista, soa quase como charada de jogo de tabuleiro: bônus demográfico.

reticências Trata-se de um período no qual a população economicamente ativa supera largamente a de dependentes, composta por idosos e crianças. Segundo especialistas, é uma condição propícia ao desenvolvimento de uma economia. reticências

Dados compilados pela professora do instituto ínspêr ( São Paulo) Regina Madalozzo, a pedido do Estado, mostram que, em 1950, as crianças e os idosos, juntos, representavam 44,6% da população brasileira. Os adultos (pessoas entre 15 e 60 anos) eram 55,4%. Em 2010, a proporção é de 32,4% e 67,6%, respectivamente. O auge do bônus demográfico deve ocorrer por volta de 2020, quando a proporção de adultos deve alcançar 70,4% do total.

modê, Leandro. País alcança situação demográfica ideal para crescimento econômico. Estadão, São Paulo, 2 janeiro. 2010. Disponível em: https://oeds.link/rT9T6r. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

  1. O bônus demográfico ocorre quando a população economicamente ativa é superada pela de dependentes, sendo propício para o desenvolvimento econômico.
  2. O Brasil chegou ao auge do bônus demográfico em 1950 e depois disso a proporção de adultos diminuiu progressivamente.
  3. O bônus demográfico é um momento propício ao desenvolvimento econômico em função das altas taxas de natalidade.
  4. O bônus demográfico ocorre quando a população economicamente ativasupera a de dependentes, sendo um momento propício para o desenvolvimento econômico.

6. Escolha uma das profissões que surgiram graças ao desenvolvimento das novas tecnologias e faça uma pesquisa sobre ela. Depois, organize as informações obtidas em um texto e o apresente aos colegas de classe.

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

A população indígena urbana

Multiculturalismo

Quando se trata de temas ligados à população indígena brasileira, alguns estereótipos e preconceitos ainda persistem. Faça a leitura dos textos, do quadro e da charge a seguir para avaliar essa questão.

Texto 1

O índio na metrópole

Há hoje, dentro do imaginário da sociedade brasileira atual, certo estereótipo arbitrário acêrca da definição sobre “quem é” e “quem não é” índio. Esse estereótipo, surgido nos tempos coloniais e reforçado ao longo da história, carrega consigo uma concepção de índio na qual alguns de seus traços culturais foram selecionados pela sociedade nacional como verdadeiros do ser indígena. Tais traços, enrijecidos no imaginário brasileiro, identificam como índio apenas aquele indivíduo que mora em aldeia e que se parece, nas suas representações estéticas, com um índio de tempos passados.

Mas, por incrível que pareça, há também índios que vivem em cidades. De acordo com o Censo 2010 do í bê gê É, mais de 324 mil indígenas (36% do total) vivem em áreas urbanas no Brasil. reticências

ríchiter, Andrezza; SILVA, Carolina R.; GUIRAU, Kárine M. O índio na metrópole. Carta Capital, 19 abril. 2013. Seção Sociedade. Disponível em: https://oeds.link/SYTI10. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

Texto 2

Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condição de vida

Há muito tempo, a Floresta Amazônica deixou de ser o lar de milhares de indígenas. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades sobre as matas são alguns fatores que motivaram povos tradicionais a migrar para áreas urbanas. reticências

Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. reticências

Preconceito ainda é entrave

Morar em centros urbanos sem ocultar a ancestralidade e as próprias referências é ainda uma luta para mais de 315 mil indígenas reticências.

“Há ainda forte preconceito e discriminação. E os indígenas que moram nas cidades são realmente os que enfrentam a situação assim no dia a dia, constantemente” reticências.

PAIVA, Bianca; HEINEN, Maria. Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condição de vida. Agência Brasil, 19 abril. 2017. Disponível em: https://oeds.link/OL56Cm. Acesso em: 23 fevereiro. 2022.

BRASIL: ÁREAS URBANAS COM AS MAIORES POPULAÇÕES INDÍGENAS (2010)

CIDADE

POPULAÇÃO INDÍGENA

São Paulo

11.918

São Gabriel da Cachoeira

11.016

Salvador

7.560

Rio de Janeiro

6.764

Boa Vista

6.072

Brasília

5.941

Campo Grande

5.657

Pesqueira

4.048

Manaus

3.837

Recife

3.665

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indígenas. Rio de Janeiro: í bê gê É: 2022. Disponível em: https://oeds.link/m4SV1B. Acesso em: 23 fev. 2022.

Charge. Debaixo de um viaduto desenhado na cor cinza e preta, um homem com roupa e boné cinzas e um indígena estão sentados diante de uma fogueira. Em cima do viaduto, linhas pretas simulam o movimento de passagem de um trem. Ao fundo, apenas linhas que lembram edifícios de uma cidade. Toda a cena está na cor cinza, com exceção do indígena, que tem a pele rosada, e da fogueira, branca e amarela.
Latúfi, Carlos Henrique. Sem-tetos e povos originários. 2011. Charge.
  1. Você concorda com a afirmação feita no texto 1 de que existem estereótipos relacionados à população indígena brasileira? Quais seriam esses estereótipos?
  2. O trecho destacado no texto 2 aponta para qual problema social? Qual é a causa desse problema?
  3. O que é retratado na charge? Como é possível relacioná-la com o trecho de notícia reproduzido no texto 2?
  4. Quais são os principais desafios enfrentados pela população indígena que vive nas cidades brasileiras?

Glossário

Previdência social
Sistema de proteção social que visa garantir ao trabalhador pagamento de aposentadorias e pensões quando ele não puder trabalhar em razão de doença ou acidente grave, gravidez, prisão ou velhice. Os brasileiros economicamente ativos devem contribuir mensalmente para a previdência com parte de seu salário.
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Produto Interno Bruto (PIB)
Soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços produzidos em uma área, durante determinado período (mês, trimestre, semestre, ano etcétera.).
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Etnia
Grupo humano que compartilha afinidades linguísticas, culturais e genéticas.
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Imigrante
Pessoa que chega para viver em um lugar diferente de seu lugar de origem.
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Emigrante
Pessoa que sai de seu lugar de origem para viver em outro lugar.
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Migração intrarregional
Deslocamento populacional que pode ocorrer: entre os estados da mesma região; dentro dos estados, em direção a algumas capitais ou da capital em direção ao interior do mesmo estado.
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Migração sazonal
Deslocamento populacional que ocorre em determinados períodos do ano para locais onde há trabalhos temporários.
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Emprego formal
Emprego com carteira de trabalho assinada e garantia de direitos trabalhistas.
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