UNIDADE cinco  Região Centro-Oeste

Fotografia. Vista horizontal de um parque. No primeiro plano, um lago com pedalinhos estacionados próximos à beirada. No segundo plano, áreas do parque cobertas por vegetação rasteira, solo exposto e árvores. No terceiro plano, prédios residenciais altos.
Vista de Goiânia, Goiás (2021), cidade que tem a maioria de suas ruas arborizada.
Fotografia. Vista de cima de área com algumas construções com espaço aberto entre elas. No primeiro plano, vista de 3 pistas para carros na horizontal. Elas estão vazias. Há outra pista de carros na perpendicular, no lado esquerdo da foto. Do lado direito, uma construção em formato circular erguida com pilares de concreto brancos e pontiagudos e em formato semelhante a boomerangs. Entre os pilares, há vitrais brancos e azulados. Atrás dessa construção há um prédio grande com muitas janelas de vidro. No alto da foto, céu alaranjado pelo pôr-do-sol com nuvens.
Vista de Brasília, Distrito Federal (2021).

A Região Centro-Oeste passou por um longo processo de povoamento relacionado à expansão da agropecuária, que impactou o meio ambiente e influenciou o modo de vida local. Esse processo de povoamento foi intensificado com a construção da capital federal, Brasília, que atraiu mão de obra ao longo dos anos 1950.

Na economia do Centro-Oeste, destacam-se a criação extensiva de gado, a mineração, as grandes lavouras comerciais de soja e algodão, os frigoríficos e os curtumes, além da crescente produção industrial, a exemplo dos novos investimentos das indústrias automobilística e farmacêutica.

Como essas atividades econômicas influenciam a paisagem dessa região?

Você verá nesta Unidade:

O clima e a vegetação da Região Centro-Oeste

Desmatamento nas áreas de vegetação do Cerrado e do Pantanal

Ocupação e expansão econômica na Região Centro-Oeste

A produção agropecuária e o transporte das mercadorias

CAPíTULO 12  Aspectos físicos e sociedade

A Região Centro-Oeste é composta de quatro unidades federativas: os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, onde se localiza a capital do país, Brasília. A paisagem do Brasil central, como são conhecidas essas terras, é marcada pela tropicalidade e pela presença das formações vegetais variadas do Pantanal e da vegetação típica de savana, que compõe o Cerrado.

O relevo do Centro-Oeste apresenta fórmas planálticas, com destaque para as chapadas. Serras e chapadas constituem importantes divisores de águas (linhas que separam uma rede de fluxos hídricos de outra) das principais regiões hidrográficas do Brasil. Também se sobressai a planície do Pantanal, de baixas altitudes, para onde convergem rios vindos de todas as direções.

A maioria dos rios do Centro-Oeste tem elevado potencial para a geração de energia por apresentar corredeiras e quedas-d’água. Os cursos d’água com nascentes no Brasil central compõem importantes regiões hidrográficas do país, como a Amazônica, a do Tocantins-Araguaia e a do Paraná.

CENTRO-OESTE: FÍSICO

Mapa. Centro-Oeste: físico. Mapa representando o território da Região Centro-Oeste do Brasil, as faixas de altitude, picos, áreas alagadas, rios e represas. Altitude (em metros). A oeste, noroeste, norte e sul, predominam áreas com altitudes abaixo de 500 metros, com exceção da Chapada dos Parecis, próximo à divisa de Mato Grosso com Rondônia e da fronteira desse estado com a Bolívia, e da Serra Formosa, ao norte de Mato Grosso, que possuem altitudes entre 500 e 800 metros. Na direção oeste da região Centro-Oeste, há a Serra das Araras, a Serra de São Lourenço e a Chapada dos Parecis com altitudes entre 200 e 500 metros. A oeste e sudoeste encontra-se a Planície do Pantanal, na faixa de 0 a 100 metros de altitude. Ao sul, há a Serra de Maracaju, a Serra de São Jerônimo e a Serra Amambaí, com altitudes entre 200 e 500 metros. A leste e sudeste da Região Centro-Oeste, predominam altitudes de mais de 500 e 800 metros na Serra Dourada, Chapada dos Veadeiros, Serra Geral de Goiás, Serra dos Pirineus, Chapada da Contagem, Serra das Divisões e Serra do Caiapó. Na Serra dos Pirineus, há o pico Pirineus, com 1.395 metros, e, na Chapada dos Veadeiros, um pico com 1.691 metros. Alagados: presente na Planície do Pantanal, área drenada pelos rios Paraguai, Cuiabá, Taquari, Negro, Miranda e Paraguai.  Na porção nordeste da região, há alagados próximos aos rios das Mortes e Araguaia. Represa: no sudeste da região, há as represas Porto Primavera, Jupiá e Ilha Solteira no Rio Paraná e as represas São Simão, Itumbiara e  Emborcação no Rio Paranaíba. Na parte inferior à direita,  rosa dos ventos e escala de zero a 190 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página 156.

O clima

As principais características do clima tropical observadas no Centro-Oeste são as elevadas temperaturas, cujas médias anuais ficam acima de 18grauscélsius, e a sucessão de períodos de chuva e de estiagem.

A estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro e março, durante o verão, período em que as médias térmicas estão bastante elevadas. Já a estiagem se prolonga ao longo do inverno, de abril a setembro, período de temperaturas mais amenas, entre 20 graus Célsius e 24 graus Célsius.

A vegetação

A cobertura vegetal da Região Centro-Oeste é marcada principalmente pelo Cerrado, mas também há ocorrências de Floresta Amazônica, de vegetação do Pantanal e de Mata Tropical (Mata Atlântica). Analise o mapa “Centro-Oeste: vegetação”.

CENTRO-OESTE: VEGETAÇÃO

Mapa. Centro-Oeste: vegetação. Mapa representando a região centro-oeste do Brasil e as áreas de ocorrência dos diferentes tipos de vegetação. Floresta Amazônica, em verde-escuro: porção norte do Mato Grosso. Vegetação do Pantanal, em lilás: porção oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso. Cerrado, em amarelo: área central, leste e sudeste de Mato Grosso, área na porção oeste, norte, nordeste e leste de Goiás e porção central, norte e nordeste do Mato Grosso do Sul. Mata Tropical/Mata Atlântica, em verde-claro: porção oeste do Mato Grosso, porção central e sul de Goiás e faixa no leste e sudeste do Mato Grosso do Sul. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 270 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página 119.

O Cerrado é uma das principais vegetações originais do Centro-Oeste. Ele apresenta diferentes tipos de formação, conforme pode ser observado na ilustração As formações do Cerrado.

AS FORMAÇÕES DO CERRADO

Ilustração. As formações do Cerrado. Ilustração com dois eixos de informação. No eixo vertical, as medidas, em metros, de zero a 25 metros de altura. No eixo horizontal, uma ilustração é dividida em cinco partes para representar solo e características dos principais tipos de formação do Cerrado. Campo limpo (formação de campo) predomínio de gramíneas. Há presença de gramíneas Campo sujo: predomínio de gramas verdes e pequenas, com alguns pequenos arbustos marrons espaçados com alturas inferiores a cinco metros. Campo cerrado: gramíneas verdes e pequenas e alguns arbustos; uns com menos de 5 metros, outros com mais. Cerrado típico: gramíneas, um arbusto com menos de 5 metros e duas árvores com cerca de 10 metros de altura. Cerradão (formação florestal); há grande quantidade de árvores, que atingem até 15 metros de altura: menos ocorrência de gramíneas, alguns arbustos e árvores com troncos mais grossos e altos, com menos ramificações, com alturas que passam dos 10 metros.
Fonte: CONTI, José B.; FURLAN, Sueli A. Geoecologia: o clima, o solo e a biota. In: Rós Jurandir L. S. (Organização.). Geografia do Brasil. quinta edição. São Paulo: êduspi, 2005. página 179. A principal diferença entre as formações do Cerrado está na presença maior ou menor (e até mesmo na ausência) de espécies arbustivas e arbóreas. As queimadas e a baixa fertilidade do solo são as principais causas da variação no porte da vegetação.

Características do Cerrado e do Pantanal

Embora a vegetação do Cerrado se pareça com as espécies típicas de regiões sêcas, a escassez de água só ocorre nas camadas superficiais do solo, o que exige adaptação das raízes das árvores para buscar água em camadas mais profundas.

Fotografia. Numa área aberta de cerrado, destaque para gramíneas e arbustos verde-escuro em primeiro plano. Ao lado e mais ao fundo, há árvores de troncos finos. No céu, lua cheia em tons amarelados.
Vegetação do Cerrado em Alto Paraíso de Goiás, Goiás (2021).

O solo do Cerrado é ácido, pobre em nutrientes e com alta concentração de alumínio. Isso restringe bastante o número de espécies que se adaptam às condições ambientais. Para a agricultura, no entanto, empregam-se técnicas de correção de acidez (como o uso da cal) que tornam o solo viável para as atividades de cultivo. Essas técnicas permitiram o estabelecimento de extensas áreas de plantação no Centro-Oeste.

A vegetação do Pantanal ocupa a planície de mesmo nome e corresponde a uma vasta área inundável em porções do sudoeste de Mato Grosso e do oeste de Mato Grosso do Sul, além de terras da Bolívia, da Argentina e do Paraguai (países onde ela recebe a denominação de planície do tcháco). Nessa planície, há áreas frequentemente sujeitas às inundações resultantes das cheias de vários rios que a atravessam, entre eles o rio Paraguai e seus afluentes. Isso é uma consequência da baixa inclinação dos terrenos, que torna lenta a drenagem dos rios e causa a inundação da área no período das chuvas, modificando significativamente a paisagem.

Fotografia. Vista de cima de uma extensa área com solo exposto, em tons de bege e marrom. No primeiro plano, duas áreas com folhas secas e cinzas no chão. Do lado esquerdo da foto, alguns arbustos e algumas árvores verdes.
A sêca no Pantanal ocorre no período de maio a outubro. As lagoas secam e os rios ficam contidos em suas calhas. Vista aérea do Pantanal em Poconé, Mato Grosso (2021).
Fotografia. Vista de uma extensa área com terreno plano, coberto em grande parte por vegetação densa e com muitas árvores. Há algumas áreas circulares sem árvores, só com gramíneas. À direita e no alto, um rio com alguns pontos de terras emersas. Céu com nuvens.
As cheias acontecem na época de novembro a abril. Os rios transbordam e as planícies ficam submersas. Vista aérea de área alagada em Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021).

Impactos ambientais no Cerrado

Meio ambiente.

A partir da década de 1960, a ocupação do Centro-Oeste, estimulada principalmente pelo Estado, ocasionou muitas alterações no Cerrado, provocando destruição em larga escala.

O impacto causado pelas atividades agropecuárias somou-se ao provocado pela exploração mineral e vegetal — a madeira é muito usada nas carvoarias da região e na produção de celulose —, pelo crescimento das cidades e pelas queimadas. Analise no mapa “Brasil: áreas remanescentes de Cerrado (1960-2010) como a área do Cerrado, em um período de 50 anos, foi reduzida.

BRASIL: ÁREAS REMANESCENTES DE CERRADO (1960-2010)

Mapa. Brasil: Áreas remanescentes de Cerrado (1960 a 2010) Mapa de parte da América do Sul com o Brasil e sua divisão política e a representação das áreas de Cerrado e das áreas de Cerrado que foram transformadas pela ação humana. Cerrado (em amarelo): manchas maiores no centro-sul do Maranhão; no sudoeste do Piauí, no norte, nordeste, leste, sudeste e sul de Tocantins, na porção oeste da Bahia, na porção nordeste de Goiás e na porção noroeste de Minas Gerais. Há algumas áreas de Cerrado menores no centro e na porção oeste de Mato Grosso e na porção nordeste de Mato Grosso do Sul. Área antropizada (em vermelho): porção oeste de Tocantins, porção leste, sudeste e central de Mato Grosso, centro, sudoeste e leste de Mato Grosso do Sul, faixa no centro do estado de São Paulo, em praticamente todo o  Distrito Federal, nas porções central e sudoeste de Minas Gerais, nas porções sudoeste, oeste, noroeste, norte, nordeste e leste de Goiás e pequeno trecho no nordeste do Paraná. No canto inferior direito do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 365 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quarta edição. São Paulo: Moderna, 2013. página 124.

Inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que cêrca de 20% das espécies nativas e endêmicas não se encontram em áreas protegidas do Cerrado e que mais de 130 espécies de animais estão ameaçadas de extinção.

As queimadas no Cerrado

As queimadas no Cerrado podem ocorrer de fórma espontânea, isto é, sem ser provocadas pela ação humana. Isso porque, nos períodos de estiagem, a vegetação rasteira fica muito ressecada, podendo incendiar-se facilmente com o calor do Sol.

No entanto, é o ser humano que provoca a maior parte das queimadas, tanto para abrir áreas de plantio quanto para aumentar ou renovar as áreas de pastagem.

Ler o mapa

  1. Em quais esta­dos­ brasileiros as áreas remanescentes de Cerrado são maiores?
  2. O que é possível observar sobre o Cerrado nos estados da Região Centro-Oeste?

Ícone. Seção Mundo em escalas. Composto por dois pinos de localização conectados por setas.

Mundo em escalas

Cerrado e Savana

Meio ambiente.

As características do Cerrado – também conhecido como Savana Brasileira, dadas as similaridades com esse tipo de vegetação presente em outras localidades do mundo – não são consideradas muito propícias para o desenvolvimento das atividades agrícolas. Porém, pesquisas vinculadas a esse setor têm permitido um alto aproveitamento econômico do Cerrado, tornando-o uma das áreas de maior produção agrícola no Brasil. Ao mesmo tempo, impactos ambientais vêm ameaçando a existência dessa vegetação no país.

PLANISFÉRIO: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS RECOBERTAS POR SAVANAS TROPICAIS E CERRADO

Mapa. Planisfério: localização das áreas recobertas por savanas tropicais e cerrado. Planisfério representando a ocorrência de savanas tropicais e cerrado nos continentes, por meio de manchas alaranjadas. Savana Tropical e Cerrado: porção central, norte e parte da costa leste da América do Sul; pequena mancha no sul da América do Norte; faixa no centro do continente africano na direção leste-oeste, no sudoeste da África e na ilha de Madagascar e pequeno trecho no sudoeste da África; porção norte da Austrália, na Oceania. À direita, a rosa dos ventos e à esquerda escala de 0 a 3.080 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 61.

Leia o texto e responda às questões.

ProSavana – desenvolvimento da agricultura local ou monoculturas para a exportação?

O projeto dos três governos do Brasil, do Japão e de Moçambique pretende desenvolver a agricultura moçambicana ao longo do corredor de Nacala, no norte do país. reticências

Em Moçambique, existe a preocupação de que o ProSavana implemente o modelo de monoculturas e latifúndios, voltados para o mercado externo. Isto ocorreu no Brasil, onde no Cerrado brasileiro foi implementado, com a ajuda do Japão, o projeto Prodecer, o “pai” do ProSavana. Atualmente, as áreas de implantação do projeto em Moçambique são ocupadas principalmente por pequenos agricultores.

béqui, iorrânes. próssavana: desenvolvimento da agricultura local ou monoculturas para a exportação? dê dábliu, 28 outubro. 2016. Seção Moçambique. Disponível em: https://oeds.link/5IhDtc. Acesso em: 7 março. 2022.

  1. É possível prever alguns dos impactos ambientais que podem ocorrer na Savana de Moçambique, caso o programa seja implementado? Por quê?
  2. Por que as monoculturas e os latifúndios são preocupações para Moçambique?

Impactos ambientais no Pantanal

Meio ambiente.

Os impactos ambientais que atingem a vegetação do Pantanal são provocados por diferentes ações humanas. A mais recente está associada ao intenso processo de ocupação nas áreas urbanas, que tem destruído a vegetação e acarretado o aumento da poluição das águas, uma vez que grande quantidade de dejetos domésticos e industriais é lançada nos rios da região.

Apesar de as partes mais baixas estarem menos degradadas, com cêrca de 85% da vegetação preservada, nas áreas elevadas mais da metade das terras foi (e continua sendo) devastada.

O garimpo (com a abertura de enormes áreas de exploração), o turismo (sem contrôle de impactos ambientais) e a agropecuária (que causa compactação do solo pelo pisoteio de animais), praticados de maneira predatória ou inconsequente, além da construção de rodovias e de hidrelétricas, são outros agentes de degradação da vegetação do Pantanal.

Neste século, o Pantanal sofreu com o avanço do desmatamento e até mesmo de grandes queimadas. Nos últimos anos, a pecuária liderou o processo de desmatamento, ficando acima das atividades produtoras de carvão. Uma possível fórma de conter esse problema seria a criação de Unidades de Conservação.

Fotografia. Vista de uma área de mineração. Na parte superior ao centro, um lago artificial esverdeado e uma área aplainada com alguns morros mais altos e vegetação dispersa. À esquerda do lago, uma área acinzentada e plana com vias de acesso ao redor. No centro da foto,  uma área com galpões e outras construções. No primeiro plano da foto, área com estradas de terra ao redor de topos aplainados na cor cinza. Do lado esquerdo da foto, uma área com muitas árvores.
Vista aérea de empresa de mineração com usina de beneficiamento de nióbio e fosfato em Ouvidor, Goiás (2021). A mineração devasta a vegetação de uma enorme área, afetando outros elementos naturais, como os rios e a fauna.
Fotografia. Vista de frente de um rio e de um rebanho de bois atravessando o rio. Atrás deles, há uma cerca feita com pequenos troncos de madeira e, ao fundo, árvores de cor verde-acinzentado.
Gado atravessa açude em Aquidauana, Mato Grosso do Sul (2021). A pecuária, quando associada a práticas inadequadas, pode se tornar um meio de degradação do meio ambiente. O desmatamento e as queimadas para abrir campos de pastagem e o pisoteio do gado em solos frágeis são alguns dos problemas ambientais relacionados à pecuária.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Sobre as características físicas da Região Centro-Oeste, responda.
    1. Quais são as características predominantes do clima na região?
    2. Qual é a principal formação vegetal?
  2. Quais são os principais impactos ambientais na vegetação do Cerrado e do Pantanal?
  3. As frases a seguir têm erros. Reescreva-as corretamente no caderno.
    1. Todas as queimadas no Cerrado ocorrem espontaneamente.
    2. Não são necessárias técnicas de correção do solo no Cerrado, pois ele é muito fértil.
  4. Analise as fotografias e responda.
    1. Quais são as atividades eco­nômicas retratadas nas fotografias?
    2. Que tipo de impacto ambiental essas atividades podem causar?
Fotografia. Em uma área plana de piso de grama e terra, destaque para um homem montado em um cavalo. Ele veste calça e camiseta de mangas compridas azuis e um chapéu. No segundo plano, um rebanho de bois e vacas brancas e marrons.
Fotografia de Poconé, Mato Grosso (2019).
Fotografia. Vista de uma área com solo exposto na cor marrom claro e cinza e com algumas vias de terra para acesso de veículos. Do lado esquerdo e abaixo, contornando a área, vegetação verde e densa.
Fotografia de Poconé, Mato Grosso (2019).

5. Leia o texto do geógrafo Aziz ABI SABER sobre a vegetação do Cerrado.

Além de conviver com alguns dos piores solos do Brasil intertropical, a vegetação dos cerrados conseguiu a façanha ecológica de resistir às queimadas, renascendo das próprias cinzas, como uma espécie de fênix dos ecossistemas brasileiros. Não resiste, porém, aos violentos artifícios tecnológicos inventados pelos homens ditos civilizados.

ABI SABER, Aziz N. Os domínios de natureza no Brasil. quinta edição. São Paulo: Ateliê, 2008. página 43.

Agora, responda.
  1. Quais são as limitações naturais para o desenvolvimento da vegetação do Cerrado?
  2. Como a atuação humana interfere no equilíbrio ecológico do Cerrado?

CAPíTULO 13  Expansão econômica e ocupação

Nas últimas décadas, a economia do Centro-Oeste se diversificou. A região prosperou em todos os setores (primário, secundário e terciário), e sua participação no Píbi brasileiro aumentou de 8,61%, em 2002, para 9,9%, em 2019.

Analise a evolução dos valores referentes ao Píbi da Região Centro-Oeste entre os anos de 2002 e 2019, em comparação à das demais regiões do Brasil.

Brasil: participação do Produto Interno Bruto (PIB) por regiões (%)

2002

2005

2010

2015

2019

Norte

4,7

4,91

5,33

5,35

5,69

Nordeste

13,09

13,03

13,45

14,15

14,18

Sudeste

57,38

57,51

56,3

54,02

53,02

Sul

16,23

15,91

15,96

16,81

17,22

Centro-Oeste

8,61

8,64

9,13

9,67

9,9

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sidra. Disponível em: https://oeds.link/za5y4G. Acesso em: 7 mar. 2022.

Ler o quadro

Como se deu a evolução do Píbi no Centro-Oeste?

A região é marcada pelo desenvolvimento das áreas agrícolas, desde a década de 1930, quando o objetivo era atender ao mercado consumidor de outras regiões, especialmente da Região Sudeste, impulsionada pelo crescimento industrial. Junto aos projetos de integração nacional promovidos principalmente pelo Estado, como os investimentos em rodovias e a transferência da capital do país com a construção de Brasília, essa atividade econômica foi importante estimuladora da ocupação espacial da região ao longo do século vinte.

Ao longo dos anos, outras atividades como a indústria e o turismo passaram a ocupar papel de destaque na economia do Centro-Oeste.

O setor primário

O setor primário do Centro-Oeste contribui significativamente para o crescimento econômico brasileiro, sendo um dos fatores responsáveis pelo saldo positivo da balança comercial do país, sustentando um forte ritmo de expansão das exportações de matérias-primas nacionais, principalmente com o agronegócio.

Agricultura

A agricultura é o setor mais importante do Centro-Oeste, responsável pela maior fatia da produção agrícola do país em relação às demais regiões, com destaque para o cultivo de soja, algodão e milho.

Entre os fatores que contribuíram para a expansão da atividade agrícola na região, sobressaem o desenvolvimento da biotecnologia, os incentivos governamentais (isenções fiscais, oferta de terras e investimentos em infraestrutura) e as técnicas de irrigação e correção dos solos.

A técnica de correção de solos compensa a baixa fertilidade natural dos solos do Cerrado. São utilizados fertilizantes em larga escala na preparação de terrenos para cultivo, com o objetivo de torná-los mais produtivos.

A produção regional tem provocado a retirada da vegetação nativa. O uso de produtos químicos e maquinaria pesada tem gerado situações de degradação, principalmente no estado de Mato Grosso, que abriga a zona de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica.

Fotografia. Vista de uma área rural. No primeiro plano, há um trator com uma máquina de arado na traseira. Ele está sobre um terreno com vegetação baixa. Ao fundo, separando o primeiro do segundo plano, uma área de árvores altas e densas e, mais ao fundo, área coberta por plantação na cor verde-claro e verde. Há duas torres de transmissão de energia elétrica no centro da plantação. No lado esquerdo da foto, um pequeno avião vermelho faz um voo rasante e despeja um líquido sobre a plantação.
A soja, destinada principalmente para a alimentação animal e para a produção de óleo, está entre os principais produtos agrícolas do Centro-Oeste. No primeiro plano da fotografia, área de plantação de soja em Goiatuba, Goiás (2020).

Ler o texto

Centro-Oeste: características básicas da economia regional e alguns desafios ao desenvolvimento

A Região Centro-Oeste vivenciou significativo crescimento econômico nas últimas décadas, uma vez implantado e consolidado o vetor do agronegócio associado à produção de grãos (principalmente à cultura da soja) e à criação de rebanho bovino, com forte vinculação aos mercados externos. De acordo com dados obtidos no portal do Ipeadata, a participação da região no Produto Interno Bruto (Píbi) brasileiro saltou de 2,5%, na década de 1960, para cêrca de 10%, em 2010, atestando a importância do já mencionado movimento de ocupação demográfica e adensamento econômico do interior do país, inicialmente impulsionado pelos governos de Getúlio Vargas a Juscelino Kubistchek. reticências

É importante sublinhar que a implantação da atividade agropecuária na região só se mostrou exitosa a partir de pioneiros desenvolvimentos tecnológicos aplicados ao cultivo, que permitiram a incorporação das áreas de Cerrado como base agricultável em ampla escala. reticências Por sua constituição original, o solo regional era predominantemente ácido e sem nutrientes, pouco propício à lavoura. A porção de terras férteis no Cerrado era bastante reduzida. As condições naturais foram compensadas ou “corrigidas” pela inserção de fertilizantes químicos e pela adaptação de sementes e culturas às condições locais, elementos de correção desenvolvidos pelas pesquisas agronômicas. Com a expansão das lavouras e os impactos derivados, o desafio que atualmente se impõe passa pelo desenvolvimento tecnológico associado à sustentabilidade ambiental das culturas agrícolas reticências.

CAVALCANTI, I. M. et al. Um olhar territorial para o desenvolvimento: Centro-Oeste. Rio de Janeiro: Bê eni dê ê éssi, 2014. página 250.

Junte-se a um colega e discutam: Como o agronegócio, nas últimas décadas, alterou a dinâmica socioeconômica e territorial da Região Centro-Oeste?

Fotografia. Vista de cima de uma área de plantação na cor bege. No centro e no alto da foto, há duas colheitadeiras, cada uma próxima a um caminhão com dois depósitos. De uma colheitadeira, sai um tubo que despeja soja no depósito do caminhão.
Caminhões sendo carregados com soja em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso (2022).
Ícone. Sugestão de vídeo.
SAGA do grão – História da soja no Mato Grosso. Direção: Cosme Heinar. Brasil, 2005. Duração: 52 minutos. O documentário narra o processo de imigração para o Centro-Oeste na década de 1970, quando milhares de pessoas deixaram sua terra natal em busca de trabalho no território ainda desconhecido de Mato Grosso.

Pecuária

A pecuária, uma das primeiras atividades econômicas realizadas no Centro-Oeste no período colonial, hoje é muito importante para a região, que concentra o maior rebanho bovino brasileiro.

O desenvolvimento da pecuária na região é favorecido pela disponibilidade de terras e pela proximidade do mercado consumidor da Região Sudeste.

O avanço da pecuária extensiva, no entanto, tem causado uma série de transtornos ambientais, decorrentes, principalmente, do desmatamento de áreas de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. A formação de grandes empresas brasileiras produtoras de carne e a consequente ampliação das exportações levaram à ocupação de novas áreas, acelerando o processo de desmatamento.

Fotografia. Vista de uma extensa área de floresta densa, plana e verde. No centro da foto, há uma grande área com solo exposto, na cor marrom clara. No lado direito, há uma área com grama.
Fotografia aérea de trecho do Pantanal desmatado para atividade pecuária em Alta Floresta, Mato Grosso (2019).

Extrativismo

No Centro-Oeste, o extrativismo vegetal e mineral é praticado sobretudo nas áreas mais distantes dos grandes centros urbanos. Da Floresta Amazônica, que recobre a porção norte da região, são extraídas borracha e madeira. O ferro e o manganês são encontrados na serra do Urucum, em Corumbá, Mato Grosso do Sul.

A produção extrativista é escoada por meio dos rios da bacia do Paraná, em direção ao Sudeste e ao Sul. Parte do minério segue para o porto de Santos, em São Paulo, e parte segue para o porto de Paranaguá, no Paraná.

Assim como a pecuária, o extrativismo é uma atividade responsável pelo desmatamento na região.

O transporte da produção agropecuária

Nos anos 2000, com o rápido avanço da produção da soja no Centro-Oeste do Brasil, sobretudo no estado de Mato Grosso, surgiu uma importante questão: Qual é o melhor meio de escoar o produto?

Estima-se que, para cada real gasto no transporte hidroviário, três são gastos no ferroviário, e cinco, no rodoviário. No entanto, atualmente, a maior parte da soja produzida no Brasil é transportada em caminhões, por rodovias, e apenas uma pequena fração, por hidrovias.

O transporte por caminhões enfrenta obstáculos que vão desde as más condições de muitas rodovias brasileiras, passando por pontos de lentidão nas estradas e vias urbanas, até a formação de longas filas na chegada aos portos.

Para superar esses obstáculos e tornar a soja brasileira competitiva internacionalmente, vários investimentos vêm sendo realizados no setor de transportes; porém, com a crise econômica, o setor tem enfrentado dificuldades em manter os investimentos de modo crescente.

A interligação dos diferentes meios de transporte, a exemplo do que ocorre em outros países, facilitaria o transporte hidroviário e rodoviário de cargas pelas regiões Centro-Oeste e Norte do país, aliviando os portos das regiões Sul e Sudeste. Isso também reduziria o consumo de combustíveis, que encarece o preço do transporte e, consequentemente, das mercadorias.

Fotografia. Vista para uma área com diversos galpões de cor banca. Essa área está contornada por árvores altas e, ao fundo, há terra sem vegetação. À esquerda, uma estrada de terra com caminhões enfileirados.
A alta dos preços dos combustíveis contribui ainda mais para aumentar o preço do transporte de produtos da Região Centro-Oeste aos portos. Na fotografia, caminhões graneleiros em Sapezal, Mato Grosso (2021).

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Mapas quantitativos

A variável visual “tamanho” é o método mais comum para representar informações quantitativas em mapas. Os símbolos, como os círculos, são proporcionais ao valor dos dados apresentados. Há, portanto, uma relação direta entre o tamanho do símbolo e o valor que ele representa.

Essa variável é comumente aplicada na confecção de mapas que apresentam dados como a população de um país, o valor da produção industrial ou agrícola, o Produto Interno Bruto (Píbi) ou o rendimento mensal das famílias. Desse modo, ao criar símbolos proporcionais aos valores, é possível comparar como se distribuem os dados espacialmente, bem como as diferenças e as similaridades entre cada localidade analisada.

Analise o mapa a seguir. Ele apresenta diferentes tamanhos de círculos.

BRASIL: PRODUÇÃO DE GRÃOS (SAFRA 2021-2022)

Mapa. Brasil: produção de grãos (Safra 2021 e 2022) Mapa de parte da América do Sul com o Brasil, sua divisão política e sua divisão em regiões. Cada região está em uma cor diferente. Para cada região, há um círculo que representa a produção de grãos em milhões de toneladas. Produção de grãos em milhões de toneladas em círculos proporcionais. Região Sul: 68,1 milhões de toneladas. Região Sudeste: 27,2 milhões de toneladas. Região Centro-oeste: 134,4 milhões de toneladas. Região Nordeste: 25,7 milhões de toneladas. Região Norte: 12,6 milhões de toneladas. Abaixo, rosa dos ventos e escala de zero a 360 quilômetros.
Fonte: COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (Brasil). Safra brasileira de grãos, Brasília, Distrito Federal. Seção Informações Agropecuárias. Disponível em: https://oeds.link/pNrlVE. Acesso em: 7 março. 2022.
  1. Que tipo de dado foi utilizado na construção do mapa?
  2. Qual região apresenta a maior produção de grãos no Brasil?
  1. Agora, a tarefa é elaborar o mapa da produção de cana-de-açúcar por região do Brasil. Para isso, você precisará de uma folha de papel, compasso e régua. Siga o passo a passo:
    1. Trace o contorno territorial do Brasil e os limites entre as macrorregiões propostas pelo í bê gê É. Utilize como modelo o mapa “Brasil: macrorregiões”, apresentado no Capítulo 4 da Unidade um.
    2. Identifique no quadro a seguir os dados da produção de cana-de-açúcar para cada região.
Macrorregiões: produção de cana-de-açúcar (Safra 2021-2022)

Região

Produção (milhões de toneladas)

Norte

3,8

Nordeste

43,7

Centro-Oeste

132,2

Sudeste

356,7

Sul

31,9

Fonte: COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (Brasil). Safra brasileira de cana-de-açúcar, Brasília, DF. Seção Informações Agropecuárias. Disponível em: https://oeds.link/1ZHJ51. Acesso em: 7 mar. 2022.

3. Determine a proporção dos círculos a serem inseridos no mapa com o auxílio do quadro a seguir, associando a quantidade de toneladas com o tamanho do raio dos círculos.

Intervalos da produção de cana-de-açúcar e tamanho do raio do círculo

Intervalos em milhões de toneladas

Tamanho do raio do círculo

1 a 10

0,4 centímetro

11 a 50

0,8 centímetro

51 a 150

1,2 centímetro

Acima de 150

1,6 centímetro

Versão adaptada acessível

Os procedimentos listados para realização da atividade de elaboração do mapa podem ser adaptados para a construção de uma versão tátil. Para isso, materiais como papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras e botões, entre outros, podem ser usados. Botões ou outros materiais circulares de diferentes tamanhos podem representar, do menor para o maior, os valores dos intervalos da produção de cana-de-açúcar de cada região.

  1. Para obter o tamanho do raio, abra o compasso na medida indicada no quadro, com o auxílio de uma régua.
  2. No mapa, desenhe os círculos em cada região, de acordo com o raio correspondente. Não se esqueça de colorir cada círculo com a mesma cor. Escreva, abaixo dos círculos, o nome de cada região.
  3. Crie a legenda no canto inferior esquerdo ou direito do mapa. Para isso, trace novamente os círculos – de acordo com seus respectivos raios –, um dentro do outro e do maior para o menor. Anote o intervalo correspondente ao lado de cada um.
  4. Insira elementos cartográficos como orientação, título, fonte (primeiro quadro) e escala (idêntica à escala de onde o mapa foi extraído).

4. Por fim, analise a participação da Região Centro-Oeste na produção de cana-de-açúcar demonstrada no mapa e compare-a com a das outras regiões do Brasil.

Os setores secundário e terciário

Embora no Centro-Oeste os setores secundário e terciário tenham apresentado crescimento nos anos recentes, ainda não são tão competitivos quanto o setor primário.

O estado de Goiás e o Distrito Federal são as áreas mais industrializadas da região. No eixo que engloba os municípios de Anápolis, Goiânia e a capital federal, Brasília, encontra-se a maior concentração industrial. Destacam-se as indústrias automobilística, farmacêutica e têxtil e os ramos ligados ao setor de alimentos e de bebidas.

Um dos fatores que favorecem o desenvolvimento da indústria nessas áreas é a proximidade tanto de grandes centros de consumo quanto das principais vias de comunicação com estados de outras regiões, como Minas Gerais e São Paulo, no Sudeste.

A existência de ferrovias e hidrovias para o escoamento da produção também tem contribuído para a industrialização do Centro-Oeste. Além disso, a região conta com uma série de incentivos fiscais, como isenção de impostos e redução de tarifas para a instalação de empresas. Outro fator que favorece o desenvolvimento industrial no Centro-Oeste é a disponibilidade energética devido à presença de usinas hidrelétricas, como a de Itumbiara, em Goiás.

O turismo é uma atividade econômica de destaque no Centro-Oeste, especialmente o chamado ecoturismo, praticado de fórma sustentável.

Analise as principais áreas turísticas do Centro-Oeste no mapa a seguir.

CENTRO-OESTE: TIPOLOGIA DOS MUNICÍPIOS TURÍSTICOS

Mapa. Centro-Oeste: tipologia dos municípios turísticos. Mapa representando o território da Região Centro-Oeste do Brasil e as principais áreas de ocorrência de turismo, de acordo com sua função. Principais funções turísticas. Diversificadas, em vermelho: nas cidades e no entorno de Cuiabá, Goiânia e Campo Grande e no Distrito Federal. Praias (lacustres e fluviais), em verde: porção sudoeste e sul de Mato Grosso e porções noroeste, oeste e norte de Mato Grosso do Sul, e pequenas áreas no sudeste de Mato Grosso e norte de Goiás. Serranas, em marrom: porção no centro de Mato Grosso e pequenas áreas no centro e no nordeste de Goiás. Estâncias hidrominerais, em roxo: pequena área no sul de Goiás. Histórico-culturais, em rosa: duas pequenas áreas na porção central de Goiás. Rurais e ecoturismo, em amarelo: na porção central de Mato Grosso do Sul e no sudoeste de Goiás. Abaixo, à direita, rosa dos ventos e escala de zero a 200 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 137. São exemplos de atrativos naturais da Região Centro-Oeste a Chapada dos Guimarães, a Chapada dos Veadeiros, o Pantanal e o município de Bonito. Goiás oferece um circuito de águas termais, no qual se destacam Caldas Novas e Rio Quente.

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Qual é a principal atividade turística da Região Centro-Oeste?

Ocupação do Centro-Oeste

O interior do Brasil começou a ser explorado mais intensamente no início do século dezessete. A povoação dessas terras foi iniciada por expedições chamadas de entradas e bandeiras.

As entradas eram expedições oficiais, organizadas pelo governo colonial, que saíam do litoral em direção ao interior com o objetivo de reconhecer o território e enviar informações a Portugal, além de reprimir povos indígenas resistentes à ocupação portuguesa. Essas expedições eram formadas por portugueses e colonos.

As bandeiras, organizadas e financiadas especialmente por colonos paulistas, eram expedições particulares que saíam da vila de São Paulo rumo ao interior do Brasil, alcançando a porção central do território. Essas incursões tinham como meta aprisionar indígenas para o trabalho escravo e procurar pedras e metais preciosos.

Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, em 1693, milhares de pessoas se estabeleceram ao redor das áreas de mineração, que também se estendiam por partes da atual Região Centro-Oeste. Com a decadência da atividade mineradora em Minas Gerais, por volta de 1750, a população que havia se estabelecido na porção central do território brasileiro encontrou a pecuária como atividade mais atrativa.

BRASIL: PECUÁRIA E MINERAÇÃO (SÉCULO dezoito)

Mapa. Brasil: pecuária e mineração (século dezoito) Mapa de parte da América do Sul com destaque para o Brasil, as áreas de ocorrência de pecuária e mineração no século dezoito e a direção das bandeiras. Pecuária, em laranja: predomínio de ocorrência em áreas nas porções nordeste, central, sudoeste e sul do Brasil. Mineração, em lilás: predomínio de ocorrência na porção centro oeste do Brasil e alguns trechos no interior do sudeste. Bandeiras Apresamento (captura de indígenas), seta vermelha: setas partem do atual estado de São Paulo em direção aos atuais estados do Rio Grande do Sul (Bandeiras Antonio Raposo Tavares, A. Fernandes e Fernão Dias Pais), Paraná (Bandeiras Manoel Padre e Antonio Raposo Tavares), Mato Grosso do Sul (Bandeira Antonio Raposo Tavares) e Pará (bandeira Antonio Raposo Tavares). Mineração, seta verde: setas partem do atual estado de São Paulo em direção ao norte do atual estado de Minas Gerais (Bandeira Fernão Dias Pais e Manuel Borba Gato), em direção a Cuiabá (Bandeira Pascoal Moreira Cabral), ao norte do atual estado de Goiás (Bandeira Bartolomeu Bueno da Silva) e à foz do rio Amazonas. Abaixo, a rosa dos ventos e a escala de 0 a 350 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério da Educação. Fundação de Assistência ao Estudante. Atlas histórico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: fei , 1991. página 24, 32. Para fins didáticos, os atuais limites dos estados brasileiros estão representados neste mapa histórico.

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Como se deu a distribuição de atividades econômicas na Região Centro-Oeste no século dezoito?

Ícone. Seção Integrar conhecimentos. Composto por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

Segunda fase de ocupação: marcha para o oeste e projetos de colonização

No final do século dezenove, o Centro-Oeste se tornou palco de muitas batalhas em virtude da Guerra do Paraguai. Nesse conflito militar, ocorrido na América do Sul entre 1864 e 1870, o Paraguai enfrentou a chamada Tríplice Aliança, que reunia forças do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Com o fim do conflito, a economia da região – ainda incipiente – ficou abalada; a solução encontrada foi estruturar cidades, como Cuiabá, e introduzir atividades agrícolas, como a produção de erva-mate e borracha. Essas medidas atraíram fluxos populacionais e econômicos na virada do século dezenovepara o século vinte, e o Centro-Oeste deixou de ser povoado apenas por comunidades indígenas e bandeirantes.

No mesmo período, o governo central implantou linhas telegráficas para reduzir o isolamento e interligar o território com o restante do país. Outros núcleos urbanos foram fundados, especialmente nos estados de Mato Grosso e Goiás.

Mais tarde, na década de 1940, o governo do presidente Getúlio Vargas criou o lema “Marcha para o Oeste” e projetos de colonização cujo intuito era incentivar ainda mais a interiorização do território brasileiro e ocupar áreas inexploradas e pouco povoadas.

Entre os pioneiros desse movimento estavam os irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas. Esses sertanistas lideraram a mais importante das expedições, a Roncador-Xingu, que deu origem a mais de 40 vilas e cidades e ao primeiro parque indígena do Brasil, criado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros. Atualmente, cêrca de 6.000 indígenas de 16 etnias vivem no Parque Indígena do Xingu, situado ao norte do estado de Mato Grosso.

Fotografia em preto e branco. 
Em um lugar aberto, há três homens conversando e sorrindo entre si no primeiro plano. Um deles está de terno, camisa e gravata e usa óculos redondo. Os outros dois vestem uma camisa com cor clara e têm barba. Um deles usa óculos. Ao fundo, quatro pessoas. Duas delas usam bonés militares.
Getúlio Vargas e os irmãos Orlando e Cláudio Villas-Bôas na época em que se desenvolvia o projeto para a criação do Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso. Fotografia de ênrí balô, cêrca de 1953.

Quais políticas adotadas entre o final do século dezenove e o início do século vintecontribuíram para a formação socioeconômica e territorial do Centro-Oeste?

A construção da nova capital: Brasília

Brasília foi idealizada em meados dos anos 1950 pelo presidente Juscelino cubishéqui, que queria transferir a capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central, com o objetivo de promover a integração do país. Projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemáier, a cidade foi construída em pouco mais de três anos e inaugurada no dia 21 de abril de 1960.

No ano de sua inauguração, a população de Brasília era de aproximadamente 140 mil habitantes, entre funcionários públicos e operários que trabalharam na sua construção. Atualmente, com mais de 3 milhões de habitantes, é a maior cidade do Centro-Oeste e a terceira maior do país.

A construção de Brasília deu grande impulso para a integração do Centro-Oeste às demais regiões brasileiras. Com a inauguração da cidade, intensificaram-se os investimentos na ampliação das ligações terrestres para promover sua ocupação, que deram origem a problemas sociais, econômicos e ambientais.

Brasília foi concebida para sediar as principais estruturas do funcionalismo público federal e abrigar um número limitado de pessoas. No entanto, com o progressivo aumento da população nas décadas subsequentes à sua inauguração, as áreas periféricas começaram a ser ocupadas sem o devido atendimento do poder público.

Hoje, Brasília é uma das cidades brasileiras nas quais as desigualdades socioeconômicas são mais evidentes. As condições precárias das chamadas cidades-satélites, no entorno de Brasília, contrastam com a situação privilegiada do centro de poder, localizado no Plano Piloto, área central da cidade.

Imagem de satélite. Na imagem, ao centro, há uma área urbana disposta na forma de um avião com um eixo e duas asas. Nos lados esquerdo e direito da imagem, contornando as asas, há uma superfície com água e a área urbana continua. Nos cantos da imagem, há áreas sem ocupação urbana, com solo exposto ou com vegetação.
Imagem de satélite do Plano Piloto da capital do país, Brasília, em 2022. O projeto urbanístico buscou tornar o formato da cidade semelhante ao de um avião.

A ocupação recente do Centro-Oeste

O Centro-Oeste é a região de ocupação mais recente no Brasil. Embora sua exploração tenha se iniciado no século dezessete, com as primeiras incursões (entradas e bandeiras) pelo interior do território brasileiro, foi durante o século vinte que seu povoamento se intensificou.

Segunda região menos populosa do Brasil, com pouco menos de 16 milhões de habitantes, o Centro-Oeste abriga apenas duas regiões metropolitanas: a de Goiânia e a de Cuiabá, além da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), onde está situada a capital do país, Brasília.

A maior parte da população do Centro-Oeste é urbana. O uso de tecnologias na produção agropecuária e o crescimento industrial, além da construção de Brasília, influenciaram a migração de milhares de pessoas para as cidades da região. Analise a distribuição da população urbana no Centro-Oeste no mapa a seguir.

CENTRO-OESTE: POPULAÇÃO URBANA EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO TOTAL (2010)

Mapa. Centro-Oeste: população urbana em relação à população total (2010) Mapa com destaque para a região Centro-Oeste do Brasil, representando a população urbana em relação à população total no ano de 2010, em porcentagem. De 4,18 a 50,00 por cento da população urbana em relação à população total, em amarelo: em municípios na porção norte, nordeste, leste, sul e sudoeste de Mato Grosso, em municípios na porção norte e nordeste de Goiás e em alguns municípios na porção central, sul e leste do Mato Grosso do Sul. De 50,01 a 65,00 por cento da população urbana em relação à população total, em laranja claro: em diversos municípios de todo o estado de Mato Grosso; em municípios de Mato Grosso do Sul, sobretudo em sua porção central, e na porção leste, noroeste e nordeste de Goiás. De 65,01 a 80,00 por cento, em laranja: parte da região central e sul do Mato Grosso; parte da região norte e sul do Mato Grosso do Sul; parte da região sul e leste de Goiás. De 80,01 a 95,00 por cento, em laranja escuro: presente em todo o estado de Goiás e de Mato Grosso, com exceção da porção nordeste do Mato Grosso, e em todo o estado do Mato Grosso do Sul. De 95,01 a 100,00 por cento, em marrom: em todo o Distrito Federal, em áreas que englobam as cidades de Cuiabá, Campo Grande e Goiânia e em alguns municípios no sul de Mato Grosso, leste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás. todo o Distrito Federal. População nas maiores cidades, em mil habitantes. De 253 a 500 mil habitantes: ao redor de Goiânia. De 501 a 1.000.000 de habitantes: em Cuiabá e Campo Grande. De 1.001.000 a 2.675.000 habitantes: Goiânia e Brasília. À esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 170 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 143.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. De que fórma a expansão agropecuária no Centro-Oeste impactou a vegetação e a vida dos povos originários das áreas do Cerrado?
  2. Analise os gráficos e faça o que se pede.

BRASIL: PRODUÇÃO DE ALGODÃO EM TONELADAS (2020/2021)

Gráfico. Brasil: produção de algodão em toneladas (2020, 2021). Gráfico de colunas. No eixo vertical, a quantidade de toneladas, de zero até 2.000. No eixo horizontal, as regiões do Brasil: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. Centro-Oeste: 1.923,7 toneladas. Nordeste: 668,6 toneladas. Norte: 137,5 toneladas. Sul: 506,8 toneladas. Sudeste: 7,3 toneladas.

CENTRO-OESTE: ÁREA PLANTADA DE ALGODÃO (1995-2021)

Gráfico. Centro-Oeste: área plantada de algodão (1995 a 2021). Gráfico de linha. O eixo vertical representa a área plantada, em mil hectares; o eixo horizontal representa os anos das safras, de 1995 a 2021. 1995/96: 200 mil hectares. 1996/97: 190 mil hectares. 1997/98: 310 mil hectares. 1998/99: 350 mil hectares. 1999/00: 400 mil hectares. 2000/01: 400 mil hectares. 2001/02: 450 mil hectares. 2002/03: 440 mil hectares. 2003/04: 610 mil hectares. 2004/05: 650 mil hectares. 2005/06: 450 mil hectares. 2006/07: 650 mil hectares. 2007/08: 640 mil hectares. 2008/09: 450 mil hectares. 2009/10: 500 mil hectares. 2010/11: 900 mil hectares. 2011/12: 890 mil hectares. 2012/13: 590 mil hectares. 2013/14: 750 mil hectares. 2014/15: 650 mil hectares. 2015/16: 680 mil hectares. 2016/17: 690 mil hectares. 2017/18: 900 mil hectares. 2018/19: 1.150.000 hectares. 2019/20: 1.250.000 hectares. 2020/21: 1.050.000 hectares.
Fonte dos gráficos: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE ALGODÃO. Algodão no Brasil. Disponível em: https://oeds.link/iggLyB. Acesso em: 7 março. 2022.
  1. Qual é a maior região produtora de algodão no Brasil?
  2. O gráfico de linha indica qual tendência da produção de algodão no Centro-Oeste? Explique.
  3. A evolução da produção de algodão é semelhante à de outras culturas no Centro-Oeste. Que fatores explicam a evolução da agricultura na região?

3. Leia o texto e faça o que se pede.

A cidade de Brasília registra um dos maiores índices de desigualdade econômica e social do Brasil. reticências

A partir de um medidor inédito, chamado “desigualtômetro”, termo criado pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, o mapa mostra diferenças significativas no acesso a determinados bens e serviços entre os moradores da região central e das áreas periféricas no Distrito Federal.

Na área da saúde, por exemplo, o mapa aponta que o “desigualtômetro” do Plano Piloto, região central de Brasília, chega a ser 19 vezes superior à região da Estrutural, favela periférica situada a aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade.

reticências

A mesma comparação apresentada na saúde foi feita nas áreas da cultura, educação, segurança pública, mobilidade urbana, saneamento básico e trabalho e renda. Em todas elas, a proporção de desigualdade se mantém, mas o indicador de renda é o que apresenta maior disparidade. A renda per cápita no Plano Piloto é de R$ 5.569,46cinco mil quinhentos e sessenta e nove reais e quarenta e seis centavos, enquanto que na Estrutural é de R$ 521,80quinhentos e vinte e um reais e oitenta centavos reticências.

BRITO, Débora. Brasília ostenta altos níveis de desigualdade, diz pesquisa. Agência Brasil, 3 dezembro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/MhVYIT. Acesso em: 7 março. 2022.

  1. Qual é o principal problema relatado no texto?
  2. Aponte diferenças entre o Plano Piloto e o entorno.

4. Analise o mapa Centro-Oeste: população urbana em relação à população total (2010) e responda: Em quais áreas do Centro-Oeste há maior concentração da população urbana?

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

O Parque Indígena do Xingu

Meio ambiente.
Multiculturalismo

O Parque Indígena do Xingu (píquis) localiza-se no nordeste do estado de Mato Grosso, em uma área de 2.600 hectares. Abriga uma cobertura vegetal de grande biodiversidade e aproximadamente 6 mil indígenas de etnias diferentes. Entre elas, destacam-se os caiabí e os suiá.

Por meio da iniciativa dos irmãos Villas-Bôas, o parque foi criado em 1961 e se insere em uma categoria diferente das tradicionais que compõem o Sistema Nacional de Unidade de Conservação: apresenta o duplo propósito de proteger as comunidades indígenas e o meio ambiente. O parque é subordinado tanto ao órgão indigenista oficial (Fundação Nacional do Índio – Funái) quanto ao órgão ambiental (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – í cê êmebío).

PARQUE INDÍGENA DO XINGU

Mapa. Parque indígena do Xingu. Mapa dos limites e das partes que compõem o Parque Indígena do Xingu. À esquerda, há um mapa do estado de Mato Grosso com a localização do Parque, que está na porção sudeste do estado, próximo à divisa de Mato Grosso com os estados do Pará e de Tocantins. À direita, no mapa principal, há o traçado dos limites do parque com linha verde e o parque está colorido em verde-claro. É atravessado pelo rio Xingu e seus afluentes. O Parque é dividido em 3 partes: Baixo Xingu: porção mais ao norte, mais próxima da cidade São José do Xingu. Médio Xingu: porção do parque que tem a leste a cidade de União do Sul. Alto Xingu: porção mais ao sul, mais próxima às cidades de Gaúcha do Norte, ao sul, e Querência, a leste. No centro do parque, destaque para o percurso do Rio Xingu e seus afluentes. Sedes municipais na área representada, que engloba o Parque e área do entorno: São José do Xingu ao norte, Feliz Natal e União do Sul a oeste, Gaúcha do Norte ao sul e Querência a leste. À esquerda e abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 30 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Cabeceiras do Rio Xingu – Desmatamento 2015. São Paulo,ISA: 2016. Seção Mapas. Disponível em: https://oeds.link/tUVlYA. Acesso em: 7 mar. 2022. 

Agora, leia a reportagem a seguir.

Atletas indígenas deverão participar de Jogos Olímpicos

Atletas indígenas brasileiros deverão participar de competições internacionais como os Jogos Olímpicos de 2024. O Ministério da Cultura (mínqui), em parceria com o Ministério do Esporte e com a Fundação Nacional do Índio (Funái), iniciou um projeto conjunto para apoiar os indígenas nas modalidades canoagem, tiro com arco e lutas.

Responsável pelo projeto, a antropóloga e museóloga Ione Carvalho, assessora especial do ministro da Cultura, explicou que a ideia é trazer a noção dos povos indígenas sobre canoagem e outros esportes para o esporte olímpico.

“O Ministério da Cultura procura tirar os povos indígenas da invisibilidade, fazer com [que] o país conheça, reconheça e mostre ao mundo os indígenas brasileiros”, disse.

O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini chuértiner, informou que, inicialmente, a entidade irá doar, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bê eni dê ê éssi), 15 canoas e caiaques para comunidades indígenas do Alto Xingu. Além disso, será enviado um profissional para capacitação de técnicos indígenas na modalidade.

“O projeto é importante para integrar as duas culturas. Estamos pensando na Olimpíada de 2024”, informou. “Queremos dar condições para que os povos indígenas se qualifiquem e promovam o treinamento entre eles”, completou.

O cacique Kanato Iaualapití, da aldeia paluchaiu, no Alto Xingu (Mato Grosso), comemorou a iniciativa. “Esse projeto é muito importante para nós. Há tempos sonhamos com a oportunidade de colocar nossos atletas para participar de competições internacionais”, afirmou.

“Toda vez que acompanhamos as competições, há várias etnias, mas não têm indígenas. É por isso que luto para dar visibilidade aos nossos atletas. No Xingu, já nascemos remando, o que precisamos é aprender a técnica para competir”, ressaltou.

ATLETAS indígenas deverão participar de Jogos Olímpicos. Amambai Notícias, Dourados, 6 abril. 2017. Disponível em: https://oeds.link/3WonqN. Acesso em: 7 março. 2022.

Fotografia. Em uma área no interior de uma floresta de copas altas, destaque para uma canoa de madeira feita com parte do tronco de uma árvore. Ao fundo, uma árvore com o tronco cortado no meio. Ao redor há vegetação rasteira e árvores altas.
Canoa construída com madeira de jatobá por indígenas da etnia Iaualapití, em Querência, Mato Grosso (2017).
  1. Existe alguma Unidade de Conservação próxima de onde você vive? Pesquise quais são e as suas principais características. Em seguida, compare-as com os objetivos propostos pelo Parque Indígena do Xingu.
  2. Qual é a importância da participação dos povos indígenas nos Jogos Olímpicos?