UNIDADE cinco Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste passou por um longo processo de povoamento relacionado à expansão da agropecuária, que impactou o meio ambiente e influenciou o modo de vida local. Esse processo de povoamento foi intensificado com a construção da capital federal, Brasília, que atraiu mão de obra ao longo dos anos 1950.
Na economia do Centro-Oeste, destacam-se a criação extensiva de gado, a mineração, as grandes lavouras comerciais de soja e algodão, os frigoríficos e os curtumes, além da crescente produção industrial, a exemplo dos novos investimentos das indústrias automobilística e farmacêutica.
Como essas atividades econômicas influenciam a paisagem dessa região?
Você verá nesta Unidade:
O clima e a vegetação da Região Centro-Oeste
Desmatamento nas áreas de vegetação do Cerrado e do Pantanal
Ocupação e expansão econômica na Região Centro-Oeste
A produção agropecuária e o transporte das mercadorias
CAPíTULO 12 Aspectos físicos e sociedade
A Região Centro-Oeste é composta de quatro unidades federativas: os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal, onde se localiza a capital do país, Brasília. A paisagem do Brasil central, como são conhecidas essas terras, é marcada pela tropicalidade e pela presença das formações vegetais variadas do Pantanal e da vegetação típica de savana, que compõe o Cerrado.
O relevo do Centro-Oeste apresenta fórmas planálticas, com destaque para as chapadas. Serras e chapadas constituem importantes divisores de águas (linhas que separam uma rede de fluxos hídricos de outra) das principais regiões hidrográficas do Brasil. Também se sobressai a planície do Pantanal, de baixas altitudes, para onde convergem rios vindos de todas as direções.
A maioria dos rios do Centro-Oeste tem elevado potencial para a geração de energia por apresentar corredeiras e quedas-d’água. Os cursos d’água com nascentes no Brasil central compõem importantes regiões hidrográficas do país, como a Amazônica, a do Tocantins-Araguaia e a do Paraná.
CENTRO-OESTE: FÍSICO
O clima
As principais características do clima tropical observadas no Centro-Oeste são as elevadas temperaturas, cujas médias anuais ficam acima de 18 grauscélsius, e a sucessão de períodos de chuva e de estiagem.
A estação chuvosa ocorre entre os meses de outubro e março, durante o verão, período em que as médias térmicas estão bastante elevadas. Já a estiagem se prolonga ao longo do inverno, de abril a setembro, período de temperaturas mais amenas, entre 20 graus Célsius e 24 graus Célsius.
A vegetação
A cobertura vegetal da Região Centro-Oeste é marcada principalmente pelo Cerrado, mas também há ocorrências de Floresta Amazônica, de vegetação do Pantanal e de Mata Tropical (Mata Atlântica). Analise o mapa “Centro-Oeste: vegetação”.
CENTRO-OESTE: VEGETAÇÃO
O Cerrado é uma das principais vegetações originais do Centro-Oeste. Ele apresenta diferentes tipos de formação, conforme pode ser observado na ilustração “As formações do Cerrado”.
AS FORMAÇÕES DO CERRADO
Características do Cerrado e do Pantanal
Embora a vegetação do Cerrado se pareça com as espécies típicas de regiões sêcas, a escassez de água só ocorre nas camadas superficiais do solo, o que exige adaptação das raízes das árvores para buscar água em camadas mais profundas.
O solo do Cerrado é ácido, pobre em nutrientes e com alta concentração de alumínio. Isso restringe bastante o número de espécies que se adaptam às condições ambientais. Para a agricultura, no entanto, empregam-se técnicas de correção de acidez (como o uso da cal) que tornam o solo viável para as atividades de cultivo. Essas técnicas permitiram o estabelecimento de extensas áreas de plantação no Centro-Oeste.
A vegetação do Pantanal ocupa a planície de mesmo nome e corresponde a uma vasta área inundável em porções do sudoeste de Mato Grosso e do oeste de Mato Grosso do Sul, além de terras da Bolívia, da Argentina e do Paraguai (países onde ela recebe a denominação de planície do tcháco). Nessa planície, há áreas frequentemente sujeitas às inundações resultantes das cheias de vários rios que a atravessam, entre eles o rio Paraguai e seus afluentes. Isso é uma consequência da baixa inclinação dos terrenos, que torna lenta a drenagem dos rios e causa a inundação da área no período das chuvas, modificando significativamente a paisagem.
Impactos ambientais no Cerrado
A partir da década de 1960, a ocupação do Centro-Oeste, estimulada principalmente pelo Estado, ocasionou muitas alterações no Cerrado, provocando destruição em larga escala.
O impacto causado pelas atividades agropecuárias somou-se ao provocado pela exploração mineral e vegetal — a madeira é muito usada nas carvoarias da região e na produção de celulose —, pelo crescimento das cidades e pelas queimadas. Analise no mapa “Brasil: áreas remanescentes de Cerrado (1960-2010)” como a área do Cerrado, em um período de 50 anos, foi reduzida.
BRASIL: ÁREAS REMANESCENTES DE CERRADO (1960-2010)
Inúmeras espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que cêrca de 20% das espécies nativas e endêmicas não se encontram em áreas protegidas do Cerrado e que mais de 130 espécies de animais estão ameaçadas de extinção.
As queimadas no Cerrado
As queimadas no Cerrado podem ocorrer de fórma espontânea, isto é, sem ser provocadas pela ação humana. Isso porque, nos períodos de estiagem, a vegetação rasteira fica muito ressecada, podendo incendiar-se facilmente com o calor do Sol.
No entanto, é o ser humano que provoca a maior parte das queimadas, tanto para abrir áreas de plantio quanto para aumentar ou renovar as áreas de pastagem.
Ler o mapa
- Em quais estados brasileiros as áreas remanescentes de Cerrado são maiores?
- O que é possível observar sobre o Cerrado nos estados da Região Centro-Oeste?
Mundo em escalas
Cerrado e Savana
As características do Cerrado – também conhecido como Savana Brasileira, dadas as similaridades com esse tipo de vegetação presente em outras localidades do mundo – não são consideradas muito propícias para o desenvolvimento das atividades agrícolas. Porém, pesquisas vinculadas a esse setor têm permitido um alto aproveitamento econômico do Cerrado, tornando-o uma das áreas de maior produção agrícola no Brasil. Ao mesmo tempo, impactos ambientais vêm ameaçando a existência dessa vegetação no país.
PLANISFÉRIO: LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS RECOBERTAS POR SAVANAS TROPICAIS E CERRADO
Leia o texto e responda às questões.
ProSavana – desenvolvimento da agricultura local ou monoculturas para a exportação?
O projeto dos três governos do Brasil, do Japão e de Moçambique pretende desenvolver a agricultura moçambicana ao longo do corredor de Nacala, no norte do país. reticências
Em Moçambique, existe a preocupação de que o ProSavana implemente o modelo de monoculturas e latifúndios, voltados para o mercado externo. Isto ocorreu no Brasil, onde no Cerrado brasileiro foi implementado, com a ajuda do Japão, o projeto Prodecer, o “pai” do ProSavana. Atualmente, as áreas de implantação do projeto em Moçambique são ocupadas principalmente por pequenos agricultores.
béqui, iorrânes. próssavana: desenvolvimento da agricultura local ou monoculturas para a exportação? dê dábliu, 28 outubro. 2016. Seção Moçambique. Disponível em: https://oeds.link/5IhDtc. Acesso em: 7 março. 2022.
- É possível prever alguns dos impactos ambientais que podem ocorrer na Savana de Moçambique, caso o programa seja implementado? Por quê?
- Por que as monoculturas e os latifúndios são preocupações para Moçambique?
Impactos ambientais no Pantanal
Os impactos ambientais que atingem a vegetação do Pantanal são provocados por diferentes ações humanas. A mais recente está associada ao intenso processo de ocupação nas áreas urbanas, que tem destruído a vegetação e acarretado o aumento da poluição das águas, uma vez que grande quantidade de dejetos domésticos e industriais é lançada nos rios da região.
Apesar de as partes mais baixas estarem menos degradadas, com cêrca de 85% da vegetação preservada, nas áreas elevadas mais da metade das terras foi (e continua sendo) devastada.
O garimpo (com a abertura de enormes áreas de exploração), o turismo (sem contrôle de impactos ambientais) e a agropecuária (que causa compactação do solo pelo pisoteio de animais), praticados de maneira predatória ou inconsequente, além da construção de rodovias e de hidrelétricas, são outros agentes de degradação da vegetação do Pantanal.
Neste século, o Pantanal sofreu com o avanço do desmatamento e até mesmo de grandes queimadas. Nos últimos anos, a pecuária liderou o processo de desmatamento, ficando acima das atividades produtoras de carvão. Uma possível fórma de conter esse problema seria a criação de Unidades de Conservação.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- Sobre as características físicas da Região Centro-Oeste, responda.
- Quais são as características predominantes do clima na região?
- Qual é a principal formação vegetal?
- Quais são os principais impactos ambientais na vegetação do Cerrado e do Pantanal?
- As frases a seguir têm erros. Reescreva-as corretamente no caderno.
- Todas as queimadas no Cerrado ocorrem espontaneamente.
- Não são necessárias técnicas de correção do solo no Cerrado, pois ele é muito fértil.
- Analise as fotografias e responda.
- Quais são as atividades econômicas retratadas nas fotografias?
- Que tipo de impacto ambiental essas atividades podem causar?
5. Leia o texto do geógrafo Aziz ABI SABER sobre a vegetação do Cerrado.
Além de conviver com alguns dos piores solos do Brasil intertropical, a vegetação dos cerrados conseguiu a façanha ecológica de resistir às queimadas, renascendo das próprias cinzas, como uma espécie de fênix dos ecossistemas brasileiros. Não resiste, porém, aos violentos artifícios tecnológicos inventados pelos homens ditos civilizados.
ABI SABER, Aziz N. Os domínios de natureza no Brasil. quinta edição. São Paulo: Ateliê, 2008. página 43.
Agora, responda.- Quais são as limitações naturais para o desenvolvimento da vegetação do Cerrado?
- Como a atuação humana interfere no equilíbrio ecológico do Cerrado?
CAPíTULO 13 Expansão econômica e ocupação
Nas últimas décadas, a economia do Centro-Oeste se diversificou. A região prosperou em todos os setores (primário, secundário e terciário), e sua participação no Píbi brasileiro aumentou de 8,61%, em 2002, para 9,9%, em 2019.
Analise a evolução dos valores referentes ao Píbi da Região Centro-Oeste entre os anos de 2002 e 2019, em comparação à das demais regiões do Brasil.
2002 |
2005 |
2010 |
2015 |
2019 |
|
---|---|---|---|---|---|
Norte |
4,7 |
4,91 |
5,33 |
5,35 |
5,69 |
Nordeste |
13,09 |
13,03 |
13,45 |
14,15 |
14,18 |
Sudeste |
57,38 |
57,51 |
56,3 |
54,02 |
53,02 |
Sul |
16,23 |
15,91 |
15,96 |
16,81 |
17,22 |
Centro-Oeste |
8,61 |
8,64 |
9,13 |
9,67 |
9,9 |
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sidra. Disponível em: https://oeds.link/za5y4G. Acesso em: 7 mar. 2022.
Ler o quadro
• Como se deu a evolução do Píbi no Centro-Oeste?
A região é marcada pelo desenvolvimento das áreas agrícolas, desde a década de 1930, quando o objetivo era atender ao mercado consumidor de outras regiões, especialmente da Região Sudeste, impulsionada pelo crescimento industrial. Junto aos projetos de integração nacional promovidos principalmente pelo Estado, como os investimentos em rodovias e a transferência da capital do país com a construção de Brasília, essa atividade econômica foi importante estimuladora da ocupação espacial da região ao longo do século vinte.
Ao longo dos anos, outras atividades como a indústria e o turismo passaram a ocupar papel de destaque na economia do Centro-Oeste.
O setor primário
O setor primário do Centro-Oeste contribui significativamente para o crescimento econômico brasileiro, sendo um dos fatores responsáveis pelo saldo positivo da balança comercial do país, sustentando um forte ritmo de expansão das exportações de matérias-primas nacionais, principalmente com o agronegócio.
Agricultura
A agricultura é o setor mais importante do Centro-Oeste, responsável pela maior fatia da produção agrícola do país em relação às demais regiões, com destaque para o cultivo de soja, algodão e milho.
Entre os fatores que contribuíram para a expansão da atividade agrícola na região, sobressaem o desenvolvimento da biotecnologia, os incentivos governamentais (isenções fiscais, oferta de terras e investimentos em infraestrutura) e as técnicas de irrigação e correção dos solos.
A técnica de correção de solos compensa a baixa fertilidade natural dos solos do Cerrado. São utilizados fertilizantes em larga escala na preparação de terrenos para cultivo, com o objetivo de torná-los mais produtivos.
A produção regional tem provocado a retirada da vegetação nativa. O uso de produtos químicos e maquinaria pesada tem gerado situações de degradação, principalmente no estado de Mato Grosso, que abriga a zona de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica.
Ler o texto
Centro-Oeste: características básicas da economia regional e alguns desafios ao desenvolvimento
A Região Centro-Oeste vivenciou significativo crescimento econômico nas últimas décadas, uma vez implantado e consolidado o vetor do agronegócio associado à produção de grãos (principalmente à cultura da soja) e à criação de rebanho bovino, com forte vinculação aos mercados externos. De acordo com dados obtidos no portal do Ipeadata, a participação da região no Produto Interno Bruto ( Píbi) brasileiro saltou de 2,5%, na década de 1960, para cêrca de 10%, em 2010, atestando a importância do já mencionado movimento de ocupação demográfica e adensamento econômico do interior do país, inicialmente impulsionado pelos governos de Getúlio Vargas a Juscelino Kubistchek. reticências
É importante sublinhar que a implantação da atividade agropecuária na região só se mostrou exitosa a partir de pioneiros desenvolvimentos tecnológicos aplicados ao cultivo, que permitiram a incorporação das áreas de Cerrado como base agricultável em ampla escala. reticências Por sua constituição original, o solo regional era predominantemente ácido e sem nutrientes, pouco propício à lavoura. A porção de terras férteis no Cerrado era bastante reduzida. As condições naturais foram compensadas ou “corrigidas” pela inserção de fertilizantes químicos e pela adaptação de sementes e culturas às condições locais, elementos de correção desenvolvidos pelas pesquisas agronômicas. Com a expansão das lavouras e os impactos derivados, o desafio que atualmente se impõe passa pelo desenvolvimento tecnológico associado à sustentabilidade ambiental das culturas agrícolas reticências.
CAVALCANTI, I. M. et al. Um olhar territorial para o desenvolvimento: Centro-Oeste. Rio de Janeiro: , 2014. Bê eni dê ê éssi página 250.
• Junte-se a um colega e discutam: Como o agronegócio, nas últimas décadas, alterou a dinâmica socioeconômica e territorial da Região Centro-Oeste?
Pecuária
A pecuária, uma das primeiras atividades econômicas realizadas no Centro-Oeste no período colonial, hoje é muito importante para a região, que concentra o maior rebanho bovino brasileiro.
O desenvolvimento da pecuária na região é favorecido pela disponibilidade de terras e pela proximidade do mercado consumidor da Região Sudeste.
O avanço da pecuária extensiva, no entanto, tem causado uma série de transtornos ambientais, decorrentes, principalmente, do desmatamento de áreas de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. A formação de grandes empresas brasileiras produtoras de carne e a consequente ampliação das exportações levaram à ocupação de novas áreas, acelerando o processo de desmatamento.
Extrativismo
No Centro-Oeste, o extrativismo vegetal e mineral é praticado sobretudo nas áreas mais distantes dos grandes centros urbanos. Da Floresta Amazônica, que recobre a porção norte da região, são extraídas borracha e madeira. O ferro e o manganês são encontrados na serra do Urucum, em Corumbá, Mato Grosso do Sul.
A produção extrativista é escoada por meio dos rios da bacia do Paraná, em direção ao Sudeste e ao Sul. Parte do minério segue para o porto de Santos, em São Paulo, e parte segue para o porto de Paranaguá, no Paraná.
Assim como a pecuária, o extrativismo é uma atividade responsável pelo desmatamento na região.
O transporte da produção agropecuária
Nos anos 2000, com o rápido avanço da produção da soja no Centro-Oeste do Brasil, sobretudo no estado de Mato Grosso, surgiu uma importante questão: Qual é o melhor meio de escoar o produto?
Estima-se que, para cada real gasto no transporte hidroviário, três são gastos no ferroviário, e cinco, no rodoviário. No entanto, atualmente, a maior parte da soja produzida no Brasil é transportada em caminhões, por rodovias, e apenas uma pequena fração, por hidrovias.
O transporte por caminhões enfrenta obstáculos que vão desde as más condições de muitas rodovias brasileiras, passando por pontos de lentidão nas estradas e vias urbanas, até a formação de longas filas na chegada aos portos.
Para superar esses obstáculos e tornar a soja brasileira competitiva internacionalmente, vários investimentos vêm sendo realizados no setor de transportes; porém, com a crise econômica, o setor tem enfrentado dificuldades em manter os investimentos de modo crescente.
A interligação dos diferentes meios de transporte, a exemplo do que ocorre em outros países, facilitaria o transporte hidroviário e rodoviário de cargas pelas regiões Centro-Oeste e Norte do país, aliviando os portos das regiões Sul e Sudeste. Isso também reduziria o consumo de combustíveis, que encarece o preço do transporte e, consequentemente, das mercadorias.
Em prática
Mapas quantitativos
A variável visual “tamanho” é o método mais comum para representar informações quantitativas em mapas. Os símbolos, como os círculos, são proporcionais ao valor dos dados apresentados. Há, portanto, uma relação direta entre o tamanho do símbolo e o valor que ele representa.
Essa variável é comumente aplicada na confecção de mapas que apresentam dados como a população de um país, o valor da produção industrial ou agrícola, o Produto Interno Bruto ( Píbi) ou o rendimento mensal das famílias. Desse modo, ao criar símbolos proporcionais aos valores, é possível comparar como se distribuem os dados espacialmente, bem como as diferenças e as similaridades entre cada localidade analisada.
Analise o mapa a seguir. Ele apresenta diferentes tamanhos de círculos.
BRASIL: PRODUÇÃO DE GRÃOS (SAFRA 2021-2022)
- Que tipo de dado foi utilizado na construção do mapa?
- Qual região apresenta a maior produção de grãos no Brasil?
- Agora, a tarefa é elaborar o mapa da produção de cana-de-açúcar por região do Brasil. Para isso, você precisará de uma folha de papel, compasso e régua. Siga o passo a passo:
- Trace o contorno territorial do Brasil e os limites entre as macrorregiões propostas pelo . Utilize como modelo o mapa “Brasil: macrorregiões”, apresentado no Capítulo 4 da Unidade í bê gê É . um
- Identifique no quadro a seguir os dados da produção de cana-de-açúcar para cada região.
Região |
Produção (milhões de toneladas) |
---|---|
Norte |
3,8 |
Nordeste |
43,7 |
Centro-Oeste |
132,2 |
Sudeste |
356,7 |
Sul |
31,9 |
Fonte: COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (Brasil). Safra brasileira de cana-de-açúcar, Brasília, DF. Seção Informações Agropecuárias. Disponível em: https://oeds.link/1ZHJ51. Acesso em: 7 mar. 2022.
3. Determine a proporção dos círculos a serem inseridos no mapa com o auxílio do quadro a seguir, associando a quantidade de toneladas com o tamanho do raio dos círculos.
Intervalos em milhões de toneladas |
Tamanho do raio do círculo |
---|---|
1 a 10 |
0,4 centímetro |
11 a 50 |
0,8 centímetro |
51 a 150 |
1,2 centímetro |
Acima de 150 |
1,6 centímetro |
Versão adaptada acessível
Os procedimentos listados para realização da atividade de elaboração do mapa podem ser adaptados para a construção de uma versão tátil. Para isso, materiais como papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras e botões, entre outros, podem ser usados. Botões ou outros materiais circulares de diferentes tamanhos podem representar, do menor para o maior, os valores dos intervalos da produção de cana-de-açúcar de cada região.
- Para obter o tamanho do raio, abra o compasso na medida indicada no quadro, com o auxílio de uma régua.
- No mapa, desenhe os círculos em cada região, de acordo com o raio correspondente. Não se esqueça de colorir cada círculo com a mesma cor. Escreva, abaixo dos círculos, o nome de cada região.
- Crie a legenda no canto inferior esquerdo ou direito do mapa. Para isso, trace novamente os círculos – de acordo com seus respectivos raios –, um dentro do outro e do maior para o menor. Anote o intervalo correspondente ao lado de cada um.
- Insira elementos cartográficos como orientação, título, fonte (primeiro quadro) e escala (idêntica à escala de onde o mapa foi extraído).
4. Por fim, analise a participação da Região Centro-Oeste na produção de cana-de-açúcar demonstrada no mapa e compare-a com a das outras regiões do Brasil.
Os setores secundário e terciário
Embora no Centro-Oeste os setores secundário e terciário tenham apresentado crescimento nos anos recentes, ainda não são tão competitivos quanto o setor primário.
O estado de Goiás e o Distrito Federal são as áreas mais industrializadas da região. No eixo que engloba os municípios de Anápolis, Goiânia e a capital federal, Brasília, encontra-se a maior concentração industrial. Destacam-se as indústrias automobilística, farmacêutica e têxtil e os ramos ligados ao setor de alimentos e de bebidas.
Um dos fatores que favorecem o desenvolvimento da indústria nessas áreas é a proximidade tanto de grandes centros de consumo quanto das principais vias de comunicação com estados de outras regiões, como Minas Gerais e São Paulo, no Sudeste.
A existência de ferrovias e hidrovias para o escoamento da produção também tem contribuído para a industrialização do Centro-Oeste. Além disso, a região conta com uma série de incentivos fiscais, como isenção de impostos e redução de tarifas para a instalação de empresas. Outro fator que favorece o desenvolvimento industrial no Centro-Oeste é a disponibilidade energética devido à presença de usinas hidrelétricas, como a de Itumbiara, em Goiás.
O turismo é uma atividade econômica de destaque no Centro-Oeste, especialmente o chamado ecoturismo, praticado de fórma sustentável.
Analise as principais áreas turísticas do Centro-Oeste no mapa a seguir.
CENTRO-OESTE: TIPOLOGIA DOS MUNICÍPIOS TURÍSTICOS
Ler o mapa
• Qual é a principal atividade turística da Região Centro-Oeste?
Ocupação do Centro-Oeste
O interior do Brasil começou a ser explorado mais intensamente no início do século dezessete. A povoação dessas terras foi iniciada por expedições chamadas de entradas e bandeiras.
As entradas eram expedições oficiais, organizadas pelo governo colonial, que saíam do litoral em direção ao interior com o objetivo de reconhecer o território e enviar informações a Portugal, além de reprimir povos indígenas resistentes à ocupação portuguesa. Essas expedições eram formadas por portugueses e colonos.
As bandeiras, organizadas e financiadas especialmente por colonos paulistas, eram expedições particulares que saíam da vila de São Paulo rumo ao interior do Brasil, alcançando a porção central do território. Essas incursões tinham como meta aprisionar indígenas para o trabalho escravo e procurar pedras e metais preciosos.
Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, em 1693, milhares de pessoas se estabeleceram ao redor das áreas de mineração, que também se estendiam por partes da atual Região Centro-Oeste. Com a decadência da atividade mineradora em Minas Gerais, por volta de 1750, a população que havia se estabelecido na porção central do território brasileiro encontrou a pecuária como atividade mais atrativa.
BRASIL: PECUÁRIA E MINERAÇÃO (SÉCULO dezoito)
Ler o mapa
• Como se deu a distribuição de atividades econômicas na Região Centro-Oeste no século dezoito?
Integrar conhecimentos
Geografia e História
Segunda fase de ocupação: marcha para o oeste e projetos de colonização
No final do século dezenove, o Centro-Oeste se tornou palco de muitas batalhas em virtude da Guerra do Paraguai. Nesse conflito militar, ocorrido na América do Sul entre 1864 e 1870, o Paraguai enfrentou a chamada Tríplice Aliança, que reunia forças do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Com o fim do conflito, a economia da região – ainda incipiente – ficou abalada; a solução encontrada foi estruturar cidades, como Cuiabá, e introduzir atividades agrícolas, como a produção de erva-mate e borracha. Essas medidas atraíram fluxos populacionais e econômicos na virada do século dezenovepara o século vinte, e o Centro-Oeste deixou de ser povoado apenas por comunidades indígenas e bandeirantes.
No mesmo período, o governo central implantou linhas telegráficas para reduzir o isolamento e interligar o território com o restante do país. Outros núcleos urbanos foram fundados, especialmente nos estados de Mato Grosso e Goiás.
Mais tarde, na década de 1940, o governo do presidente Getúlio Vargas criou o lema “Marcha para o Oeste” e projetos de colonização cujo intuito era incentivar ainda mais a interiorização do território brasileiro e ocupar áreas inexploradas e pouco povoadas.
Entre os pioneiros desse movimento estavam os irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas. Esses sertanistas lideraram a mais importante das expedições, a Roncador-Xingu, que deu origem a mais de 40 vilas e cidades e ao primeiro parque indígena do Brasil, criado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros. Atualmente, cêrca de 6.000 indígenas de 16 etnias vivem no Parque Indígena do Xingu, situado ao norte do estado de Mato Grosso.
• Quais políticas adotadas entre o final do século dezenove e o início do século vintecontribuíram para a formação socioeconômica e territorial do Centro-Oeste?
A construção da nova capital: Brasília
Brasília foi idealizada em meados dos anos 1950 pelo presidente Juscelino cubishéqui, que queria transferir a capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central, com o objetivo de promover a integração do país. Projetada pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemáier, a cidade foi construída em pouco mais de três anos e inaugurada no dia 21 de abril de 1960.
No ano de sua inauguração, a população de Brasília era de aproximadamente 140 mil habitantes, entre funcionários públicos e operários que trabalharam na sua construção. Atualmente, com mais de 3 milhões de habitantes, é a maior cidade do Centro-Oeste e a terceira maior do país.
A construção de Brasília deu grande impulso para a integração do Centro-Oeste às demais regiões brasileiras. Com a inauguração da cidade, intensificaram-se os investimentos na ampliação das ligações terrestres para promover sua ocupação, que deram origem a problemas sociais, econômicos e ambientais.
Brasília foi concebida para sediar as principais estruturas do funcionalismo público federal e abrigar um número limitado de pessoas. No entanto, com o progressivo aumento da população nas décadas subsequentes à sua inauguração, as áreas periféricas começaram a ser ocupadas sem o devido atendimento do poder público.
Hoje, Brasília é uma das cidades brasileiras nas quais as desigualdades socioeconômicas são mais evidentes. As condições precárias das chamadas cidades-satélites, no entorno de Brasília, contrastam com a situação privilegiada do centro de poder, localizado no Plano Piloto, área central da cidade.
A ocupação recente do Centro-Oeste
O Centro-Oeste é a região de ocupação mais recente no Brasil. Embora sua exploração tenha se iniciado no século dezessete, com as primeiras incursões (entradas e bandeiras) pelo interior do território brasileiro, foi durante o século vinte que seu povoamento se intensificou.
Segunda região menos populosa do Brasil, com pouco menos de 16 milhões de habitantes, o Centro-Oeste abriga apenas duas regiões metropolitanas: a de Goiânia e a de Cuiabá, além da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), onde está situada a capital do país, Brasília.
A maior parte da população do Centro-Oeste é urbana. O uso de tecnologias na produção agropecuária e o crescimento industrial, além da construção de Brasília, influenciaram a migração de milhares de pessoas para as cidades da região. Analise a distribuição da população urbana no Centro-Oeste no mapa a seguir.
CENTRO-OESTE: POPULAÇÃO URBANA EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO TOTAL (2010)
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- De que fórma a expansão agropecuária no Centro-Oeste impactou a vegetação e a vida dos povos originários das áreas do Cerrado?
- Analise os gráficos e faça o que se pede.
BRASIL: PRODUÇÃO DE ALGODÃO EM TONELADAS (2020/2021)
CENTRO-OESTE: ÁREA PLANTADA DE ALGODÃO (1995-2021)
- Qual é a maior região produtora de algodão no Brasil?
- O gráfico de linha indica qual tendência da produção de algodão no Centro-Oeste? Explique.
- A evolução da produção de algodão é semelhante à de outras culturas no Centro-Oeste. Que fatores explicam a evolução da agricultura na região?
3. Leia o texto e faça o que se pede.
A cidade de Brasília registra um dos maiores índices de desigualdade econômica e social do Brasil. reticências
A partir de um medidor inédito, chamado “desigualtômetro”, termo criado pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, o mapa mostra diferenças significativas no acesso a determinados bens e serviços entre os moradores da região central e das áreas periféricas no Distrito Federal.
Na área da saúde, por exemplo, o mapa aponta que o “desigualtômetro” do Plano Piloto, região central de Brasília, chega a ser 19 vezes superior à região da Estrutural, favela periférica situada a aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade.
reticências
A mesma comparação apresentada na saúde foi feita nas áreas da cultura, educação, segurança pública, mobilidade urbana, saneamento básico e trabalho e renda. Em todas elas, a proporção de desigualdade se mantém, mas o indicador de renda é o que apresenta maior disparidade. A renda per cápita no Plano Piloto é de R$ 5.569,46cinco mil quinhentos e sessenta e nove reais e quarenta e seis centavos, enquanto que na Estrutural é de R$ 521,80quinhentos e vinte e um reais e oitenta centavos reticências.
BRITO, Débora. Brasília ostenta altos níveis de desigualdade, diz pesquisa. Agência Brasil, 3 dezembro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/MhVYIT. Acesso em: 7 março. 2022.
- Qual é o principal problema relatado no texto?
- Aponte diferenças entre o Plano Piloto e o entorno.
4. Analise o mapa “Centro-Oeste: população urbana em relação à população total (2010)” e responda: Em quais áreas do Centro-Oeste há maior concentração da população urbana?
Ser no mundo
O Parque Indígena do Xingu
O Parque Indígena do Xingu ( píquis) localiza-se no nordeste do estado de Mato Grosso, em uma área de 2.600 hectares. Abriga uma cobertura vegetal de grande biodiversidade e aproximadamente 6 mil indígenas de etnias diferentes. Entre elas, destacam-se os caiabí e os suiá.
Por meio da iniciativa dos irmãos Villas-Bôas, o parque foi criado em 1961 e se insere em uma categoria diferente das tradicionais que compõem o Sistema Nacional de Unidade de Conservação: apresenta o duplo propósito de proteger as comunidades indígenas e o meio ambiente. O parque é subordinado tanto ao órgão indigenista oficial (Fundação Nacional do Índio – Funái) quanto ao órgão ambiental (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – í cê ême bío).
PARQUE INDÍGENA DO XINGU
Agora, leia a reportagem a seguir.
Atletas indígenas deverão participar de Jogos Olímpicos
Atletas indígenas brasileiros deverão participar de competições internacionais como os Jogos Olímpicos de 2024. O Ministério da Cultura ( mínqui), em parceria com o Ministério do Esporte e com a Fundação Nacional do Índio ( Funái), iniciou um projeto conjunto para apoiar os indígenas nas modalidades canoagem, tiro com arco e lutas.
Responsável pelo projeto, a antropóloga e museóloga Ione Carvalho, assessora especial do ministro da Cultura, explicou que a ideia é trazer a noção dos povos indígenas sobre canoagem e outros esportes para o esporte olímpico.
“O Ministério da Cultura procura tirar os povos indígenas da invisibilidade, fazer com [que] o país conheça, reconheça e mostre ao mundo os indígenas brasileiros”, disse.
O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, João Tomasini chuértiner, informou que, inicialmente, a entidade irá doar, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( Bê eni dê ê éssi), 15 canoas e caiaques para comunidades indígenas do Alto Xingu. Além disso, será enviado um profissional para capacitação de técnicos indígenas na modalidade.
“O projeto é importante para integrar as duas culturas. Estamos pensando na Olimpíada de 2024”, informou. “Queremos dar condições para que os povos indígenas se qualifiquem e promovam o treinamento entre eles”, completou.
O cacique Kanato Iaualapití, da aldeia paluchaiu, no Alto Xingu ( Mato Grosso), comemorou a iniciativa. “Esse projeto é muito importante para nós. Há tempos sonhamos com a oportunidade de colocar nossos atletas para participar de competições internacionais”, afirmou.
“Toda vez que acompanhamos as competições, há várias etnias, mas não têm indígenas. É por isso que luto para dar visibilidade aos nossos atletas. No Xingu, já nascemos remando, o que precisamos é aprender a técnica para competir”, ressaltou.
ATLETAS indígenas deverão participar de Jogos Olímpicos. Amambai Notícias, Dourados, 6 abril. 2017. Disponível em: https://oeds.link/3WonqN. Acesso em: 7 março. 2022.
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