UNIDADE seis Região Sul
Na Região Sul do Brasil, devido à localização latitudinal, predominam o clima subtropical e a vegetação composta principalmente da Mata dos Pinhais e dos Campos, cuja ocorrência está vinculada a boa parte das atividades econômicas primárias.
A região é caracterizada por bons indicadores socioeconômicos em relação às médias brasileiras.
Sua ocupação espacial, por sua vez, foi fortemente marcada pela presença de imigrantes, que influenciaram a cultura, as tradições locais e as edificações.
O que você conhece sobre a cultura das populações que vivem na Região Sul do Brasil?
Você verá nesta Unidade:
A formação e a ocupação da Região Sul
Os principais grupos de imigrantes que se direcionaram para a região
Características do clima, do relevo, da vegetação e da hidrografia
Principais atividades econômicas
CAPíTULO 14 Organização do espaço, população e paisagem
A Região Sul é formada pelos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
As cidades com maior população e densidade demográfica são Curitiba e Porto Alegre, respectivas capitais do Paraná e do Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a cidade de Joinville tem população e Píbi maiores do que os da capital do estado, Florianópolis.
Assim como nas outras regiões do país, a população da Região Sul é predominantemente urbana.
Em 2021, a população estimada pelo í bê gê É para os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná era de pouco mais de 11 milhões de habitantes em cada um. Já em Santa Catarina, a população estimada era de pouco mais de 7 milhões de habitantes.
REGIÃO SUL: DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2010)
Ocupação da Região Sul
Dois grandes movimentos influenciaram a ocupação do território e deram origem à diversidade cultural da Região Sul: as missões jesuíticas e a imigração europeia.
No território originalmente ocupado por povos indígenas, as missões se espalharam e implantaram diversos núcleos de ocupação, que ainda preservam traços culturais dos colonizadores.
As missões jesuíticas
Até a metade do século dezoito, grande parte das terras que atualmente formam o Sul do Brasil pertencia oficialmente à Espanha. Os missionários jesuítas espanhóis ocuparam uma vasta área no sudoeste da região, concentrando-se no atual estado do Rio Grande do Sul, onde fundaram um conjunto de sete povoamentos que ficaram conhecidos como Sete Povos das Missões.
Nesse período, nas aldeias (ou missões), jesuítas e grupos indígenas catequizados praticavam a agricultura e a criação de bovinos e equinos, além do artesanato. Os trabalhos eram realizados de fórma coletiva, e os resultados, compartilhados entre a comunidade.
Com a assinatura do Tratado de Madri, em 1750, os espanhóis cederam a área dos Sete Povos aos portugueses em troca das terras da Colônia do Sacramento, que atualmente integram o território do Uruguai.
A assinatura desse acordo e a oposição dos jesuítas às Coroas portuguesa e espanhola deram origem a conflitos que resultaram na destruição de missões e no extermínio de muitos indígenas.
REGIÃO SUL: MISSÕES JESUÍTICAS (SÉCULOS dezesseisA dezoito)
Ler o mapa
• Identifique no mapa os povoamentos estabelecidos no atual território do Rio Grande do Sul.
A criação de gado e os tropeiros
O gado foi um elemento importante no processo de ocupação das terras do Sul. Além de fornecer carne, leite e couro para as populações locais e de outras áreas, o comércio do rebanho era fonte de renda para os tropeirosglossário .
A resistência de jesuítas e indígenas em abandonar as áreas ocupadas pelas missões levou a conflitos que ocasionaram a destruição das aldeias. Com isso, o gado nelas criado foi abandonado, e os rebanhos passaram a viver livremente pelos campos, o que atraiu para a região indivíduos de outras localidades em busca dos animais dispersos para abastecer de carne e couro a população. A pecuária que se desenvolveu no atual estado do Rio Grande do Sul é caracterizada pela presença de estânciasglossário e pelo uso das invernadasglossário .
O Caminho Real Viamão-Sorocaba, também conhecido como Caminho de Tropa, foi uma rota comercial que ajudou a consolidar a ocupação portuguesa dos territórios situados no sul do Brasil. O couro e o charqueglossário produzidos na região atraíam inúmeros tropeiros, cujos locais de pouso atualmente são importantes cidades, como Ponta Grossa ( Paraná) e São Joaquim ( Santa Catarina).
REGIÃO SUL: CAMINHO DAS TROPAS (SÉCULOS dezoito E dezenove)
A imigração alemã
No século dezenove, grupos de imigrantes provenientes da Europa se fixaram na Região Sul. Nesse período, a primeira corrente imigratória foi constituída de alemães, que se estabeleceram em diversas localidades, entre elas São Leopoldo, no Rio Grande do Sul; Rio Negro, no Paraná; Mafra e São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina. Entre 1850 e 1860, os imigrantes alemães fundaram várias cidades no estado de Santa Catarina, como Blumenau, Brusque e Pomerode.
A imigração italiana
Na segunda metade do século dezenove, o ritmo da imigração alemã no Brasil diminuía, e intensificava-se a chegada de imigrantes italianos.
Na Região Sul, os italianos ocuparam áreas das serras Gaúcha e Catarinense e do oeste paranaense.
O Rio Grande do Sul abrigou a maior parte desses imigrantes, que foram responsáveis pela fundação de cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi. Uma grande comunidade italiana se consolidou em pequenas propriedades que produziam uva e vinho, além de culturas de subsistência, como milho e trigo. A vitiviniculturaglossário se tornou uma especialidade da Serra Gaúcha, constituindo uma atividade importante para a economia, que conta com feiras e festas tradicionais.
Analise os núcleos de imigração alemã e italiana no mapa.
REGIÃO SUL: PRINCIPAIS NÚCLEOS IMIGRANTES (SÉCULO dezenove)
Outros imigrantes
Em menor quantidade que italianos e alemães, imigrantes poloneses e ucranianos se estabeleceram no final do século dezenove e no início do século vinte, principalmente nas partes central e leste do estado do Paraná. Os japoneses marcaram presença no norte do Paraná, onde inicialmente se fixaram famílias vindas das fazendas de café do oeste do estado de São Paulo.
Além de imigrantes de outros países, a expansão do café para o norte do Paraná atraiu migrantes paulistas, mineiros e nordestinos.
Embora pouco mencionadas nos meios de comunicação, há mais de cem comunidades com população remanescente de quilombos no Sul do país.
Em prática
Gaúchos migrantes
A participação da população da Região Sul do Brasil em relação ao número total de habitantes do país tem diminuído nas últimas décadas. Entre as razões, destaca-se a migração de um grande número de habitantes para outros estados.
Analise o mapa, que indica a população natural do Rio Grande do Sul que residia em outras unidades federativas em 2010.
BRASIL: POPULAÇÃO NATURAL DO RIO GRANDE DO SUL RESIDENTE EM OUTRAS UNIDADES FEDERATIVAS (2010)
- Quais unidades federativas apresentavam um elevado número de habitantes que nasceram no Rio Grande do Sul?
- Qual variável visual foi utilizada na elaboração do mapa para a representação dos dados?
- Na sua opinião, quais razões podem justificar a elevada presença de gaúchos em outros estados e nas regiões do Brasil?
Diversidade
Atualmente, a Região Sul é a segunda região brasileira com o maior número de habitantes de outras nacionalidades e a primeira em número de estrangeiros naturalizados, ou seja, que obtiveram nacionalidade brasileira.
A população da Região Sul é composta de um número expressivo de descendentes de imigrantes europeus e um menor percentual de indígenas e afrodescendentes. Isso pode ser explicado pelas políticas ao longo do século dezenove na região, que incentivavam a exclusão desses grupos das atividades econômicas.
Na Região Sul, parte dos ex-escravizados não conseguiu participar das atividades oriundas dos novos mercados de trabalho assalariado, sendo relegada à economia informal. Os grupos indígenas foram sendo reduzidos ao longo do tempo, por conta de conflitos com colonizadores, trabalhos forçados e epidemias.
Reconhecer os grupos indígenas e afrodescendentes na Região Sul, sua contribuição histórica, política, cultural e econômica é fundamental para combater a ideia equivocada de que a participação desses grupos na população da região seja irrelevante. Esse reconhecimento também é importante para fazer valer os direitos desses grupos.
Lugar e cultura
Comunidades quilombolas no sul do Brasil
Apesar do predomínio dos grupos imigrantes europeus, o Sul do Brasil abriga cêrca de 4% da população afrodescendente do país. A maioria vive nas áreas urbanas, porém uma parcela significativa vive nas áreas rurais, em comunidades quilombolas que se formaram ao longo dos séculos dezessete e dezoito, durante o período de escravidão no Brasil.
No Rio Grande do Sul, havia 146 comunidades quilombolas identificadas até 2020, distribuídas por todo o estado.
Com o intuito de valorizar e dar mais visibilidade a essa cultura, o jornalista Eduardo Tavares e o historiador Gabriel díenstmãn criaram a exposição fotográfica Quilombos rurais e o gaúcho negro. Sobre o projeto, leia o trecho do texto a seguir.
reticências Para construir essa exposição, o jornalista e o historiador percorreram mais de 5 mil quilômetros pelo interior do Rio Grande do Sul, visitando 15 comunidades quilombolas. O objetivo do projeto é dar visibilidade aos quilombos rurais no Estado, valorizando a luta das comunidades negras por melhores condições de vida e contra o preconceito. reticências
Gabriel díenstmãn: “ reticências O que nós percebemos nos quilombos que visitamos é que, apesar do processo de titulação estar travado, eles conseguiram conquistar muitos avanços através da mobilização quilombola. reticências
Mesmo não possuindo a titulação, quando eles se reconhecem como quilombolas e recebem o certificado de reconhecimento da Fundação Palmares, eles conseguem comprovar a posse da terra, o que já permite acessar uma série de políticas públicas e dar um salto de qualidade de vida muito grande. reticências”
vaisraimer, Marco. Exposição resgata história dos quilombos rurais no Rio Grande do Sul. sul vinte e um, 29 outubro. 2016. Seção Cultura. Disponível em: https://oeds.link/wUDfuI. Acesso em: 7 março. 2022.
- Qual é a importância da titulação das comunidades quilombolas?
- Na sua opinião, como projetos como o apresentado no texto contribuem para a valorização das comunidades remanescentes de quilombos?
Clima e relevo
Enquanto as demais regiões do país apresentam variações do clima tropical, no Sul predomina o clima subtropical. Nessa região, as chuvas são regulares e abundantes, com precipitações entre 1. 250 e 2. 000 milímetros anuais.
A variação sazonal de luminosidade constitui um dos principais aspectos das paisagens naturais sulistas. Além disso, durante o ano há expressiva diferença entre as temperaturas mais baixas e as mais elevadas (amplitude térmica). No inverno ocorrem geadas e, eventualmente, neve nas partes altas dos planaltos.
O relevo é caracterizado pela presença de serras e chapadões ondulados que compõem os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Na porção oriental da divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina se destacam os paredões verticais.
No período colonial, os planaltos da Região Sul foram vias de acesso utilizadas por jesuítas e bandeirantes, que, ao longo dos caminhos trilhados, fundaram aldeias e vilas, algumas das quais se transformaram em grandes cidades.
Alguns problemas ambientais afetam a Região Sul, como os deslizamentos de encostas em Santa Catarina, as inundações no vale do Itajaí e ao longo do rio Iguaçu, os vendavais frequentes em determinadas áreas, o risco de arenização na Campanha Gaúcha e os processos erosivos em trechos do noroeste do Paraná.
REGIÃO SUL: FÍSICO
Vegetação e hidrografia
As elevações planálticas da Região Sul também abrigam um tipo de vegetação bastante específico: a Mata dos Pinhais — ou Mata das Araucárias —, que, em geral, se desenvolve em áreas onde predomina o clima subtropical, com verões quentes e invernos mais rigorosos.
As araucárias tiveram sua área de abrangência bastante reduzida pela ação humana, restando de sua formação nativa apenas trechos pequenos e isolados.
A Mata Atlântica, que originalmente cobria boa parte da Região Sul, hoje se encontra quase totalmente devastada.
A expansão agrícola e a urbanização foram os fatores responsáveis pela devastação da cobertura vegetal no Sul. Se, por um lado, a ocupação da região em pequenas unidades fundiárias foi um fator positivo para a economia, por outro, acabou reduzindo drasticamente a vegetação nativa.
Os rios da região são aproveitados para navegação, irrigação de áreas agrícolas, abastecimento urbano e geração de energia. Destacam-se, entre eles, o Jacuí e o Uruguai, no Rio Grande do Sul; o Itajaí, em Santa Catarina; e o Paraná e o Iguaçu, no Paraná (analise o mapa “Região Sul: físico”).
Utilizado como via de navegação desde o início da colonização da América, atualmente o rio Paraná tem um importante papel na integração dos países sul-americanos. Há uma expressiva movimentação comercial entre os estados da Região Sul e os países vizinhos — especialmente Argentina, Uruguai e Paraguai, fundadores do Mercosul com o Brasil —, que tende a aumentar com os investimentos em hidrovias e rodovias ligando portos e áreas de produção agropecuária.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- Sobre as missões jesuíticas no Brasil, responda.
- Quais eram seus objetivos?
- Por que e como elas foram destruídas?
- Aponte três peculiaridades da Região Sul em relação às outras regiões do Brasil.
- Interprete o mapa “Região Sul: vegetação”.
- Se você percorresse um trajeto do ponto A ao ponto B do mapa, quais tipos de vegetação encontraria?
- Indique as principais características dessas formações vegetais.
REGIÃO SUL: VEGETAÇÃO
4. Interprete o gráfico e responda às questões.
BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR REGIÃO, SEGUNDO COR OU RAÇA (2019)
- De acordo com o gráfico, como é composta a população da Região Sul do Brasil?
- Quais são os grupos de população minoritária? Quais problemas sociais, em geral, são enfrentados por alguns desses grupos?
CAPíTULO 15 Aspectos econômicos
Em 2019, o Píbi da Região Sul representava aproximadamente 17% do Píbi brasileiro, caracterizando-a como a segunda região mais rica do Brasil. Observe os percentuais no gráfico “Brasil: percentual do Píbi* por região (2019)”.
No estado do Paraná, há cidades de economia bastante dinâmica, como Curitiba, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais e Fós do Iguaçu. O município de Paranaguá destaca-se por seu porto, um dos mais importantes do Brasil.
Em Santa Catarina, o nordeste do estado e o vale do rio Itajaí concentram as principais indústrias e as cidades mais populosas, como Joinville, Blumenau, Itajaí e Jaraguá do Sul. No oeste estão localizadas outras cidades importantes, como Chapecó, que abriga sédes de grandes grupos frigoríficos.
No Rio Grande do Sul, a maioria da população se concentra no nordeste do estado, próximo à capital. A região metropolitana de Porto Alegre é a maior do sul do Brasil. Outras cidades importantes do estado são Caxias do Sul, Pelotas, Canoas e Santa Maria.
BRASIL: PERCENTUAL DO Píbi* POR REGIÃO (2019)
Extrativismo e silvicultura
A Região Sul é a principal produtora de carvão mineral do Brasil e concentra a maior parte de sua produção em Santa Catarina, principalmente nos municípios de Criciúma, Lauro Müller, Siderópolis e Urussanga, no vale do rio Tubarão.
O carvão produzido em Santa Catarina é o mais usado nos altos-fornos das siderúrgicas pelo fato de deixar pouco resíduo na queima. O Rio Grande do Sul, embora abrigue as maiores reservas de carvão mineral do país, tem menor produção em razão da menor qualidade do produto.
Outro produto obtido pela prática extrativista na região é a erva-mate, arbusto cujas folhas são utilizadas para a produção de chá e a preparação do chimarrão, bebida muito consumida no Sul.
A produção de erva-mate no Brasil é realizada tanto por atividades extrativistas quanto pela agricultura. Quando é obtida por meio da poda de ervais nativos, está associada ao extrativismo. Quando é realizado o cultivo da erva-mate para colheita, a produção está associada à agricultura.
Parte da extração de madeira ocorre sob rigorosa fiscalização, com o objetivo de preservar a vegetação remanescente da Mata dos Pinhais, bastante devastada. Atualmente, a madeira obtida é proveniente de grandes áreas de silvicultura, atividade que consiste no cultivo de espécies florestais por meio da ação humana.
Agropecuária
Com a modernização das atividades agrícolas, a partir da década de 1960, a Região Sul passou por um intenso processo de mecanização da produção do campo.
A integração dos setores agropecuário e industrial, que deu origem às agroindústrias, alterou a base do trabalho nas pequenas e médias lavouras, aumentando a produção com o uso de maquinários, insumos agrícolas e beneficiamento de produtos primários.
Atualmente, a Região Sul destaca-se no setor agropecuário brasileiro pela grande produtividade por unidade agrícola. A maior parte da produção destina-se ao abastecimento das agroindústrias da própria região.
Produção agrícola
A produção agrícola da Região Sul é uma das mais diversificadas do país, devido ao grande número de pequenas e médias propriedades rurais de base familiar, que, em geral, praticam a policultura. As cooperativas, que mantêm relações com o agronegócio e a agroindústria, também exercem um importante papel na agricultura da região.
O clima subtropical favorece culturas como milho, aveia, cevada, centeio, uva, maçã e trigo. Em 2020, a região era responsável por 85% da produção nacional de trigo em função, principalmente, das condições climáticas.
A produção de soja também ocupa posição de destaque no Sul, ficando atrás somente da do Centro-Oeste, o maior produtor do Brasil.
BRASIL: PRODUÇÃO DE SOJA (2020)
Pecuária
A pecuária, historicamente, contribuiu para dinamizar a economia da Região Sul. É, ainda hoje, uma atividade importante, intimamente relacionada com a indústria. O Sul é responsável por quase metade da produção nacional de suínos e aves.
O Rio Grande do Sul concentra o maior rebanho bovino da região. A existência de extensas áreas de campos é um dos principais fatores que favorecem a formação de pastagens para a pecuária no estado.
As grandes cadeias agroindustriais e frigoríficas, especialmente em Santa Catarina, abastecem o mercado interno brasileiro e exportam parte de sua produção.
Indústria
A Região Sul é a segunda mais industrializada do Brasil, atrás apenas do Sudeste.
O desenvolvimento de pequenas unidades agrícolas familiares deu origem a pequenas e médias indústrias. Inicialmente ligadas ao setor de transformação e beneficiamento de produtos primários, elas passaram a se associar às indústrias metalúrgicas e de máquinas agrícolas.
Além de um parque industrial diversificado, o Sul conta com boas condições de infraestrutura — como rodovias e ferrovias — e fontes de energia, que favorecem seu desenvolvimento. Destacam-se os setores metalúrgico, alimentício, calçadista, têxtil e de bebidas.
Também contribui para o desenvolvimento industrial da Região Sul a proximidade com o grande mercado consumidor do Sudeste, o que gera integração entre as duas regiões.
Áreas de concentração industrial
As áreas de maior concentração industrial do Sul são a região metropolitana de Porto Alegre e a região metropolitana de Curitiba, que apresentam grande mercado consumidor, mão de obra qualificada e polos industriais bastante diversificados.
No Rio Grande do Sul, os municípios de Caxias do Sul e Rio Grande se destacam pelo forte crescimento industrial com base na produção de óleos vegetais, no refino do petróleo e na fabricação de fertilizantes.
No Paraná, os municípios de Londrina, Maringá, Cianorte, Ponta Grossa e Fós do Iguaçu são outros importantes centros industriais da Região Sul.
No estado de Santa Catarina, as atividades industriais se concentram nas cidades de Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul, Gaspar e Brusque.
Comércio e serviços
Assim como nas demais regiões do Brasil, no Sul o setor terciário é o que mais contribui no Píbi.
O turismo se destaca entre as atividades de prestação de serviços, devido aos muitos atrativos que a região oferece. No Paraná, os turistas encontram paisagens de grande beleza natural, como as cataratas do Iguaçu, e imponentes obras de engenharia, como a usina de Itaipu, relevante fonte de geração de energia para o Brasil e que se tornou também um atrativo para visitação turística. Em Santa Catarina, há belas praias, como as de Florianópolis, e festas regionais, como a óquitorberfest, em Blumenau. No Rio Grande do Sul, ocorrem importantes festas regionais, como a Festa do Vinho de Caxias do Sul. A região conhecida como Serra Gaúcha está entre os pontos turísticos mais visitados, especialmente no inverno, quando são registradas baixas temperaturas e a ocorrência ocasional de geadas e neve.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
1. Interprete o gráfico a seguir e responda às questões.
REGIÃO SUL: CABEÇAS DE GADO (2017)
- Qual estado apresentava o maior número de cabeças de gado bovino em 2017?
- Por que a pecuária é favorecida nesse estado?
2. Interprete o mapa a seguir e responda às questões.
REGIÃO SUL: TIPOLOGIA DOS MUNICÍPIOS TURÍSTICOS (2017)
- Onde se localizam os principais núcleos turísticos da Região Sul e quais são suas principais funções?
- Na sua opinião, como a atividade turística pode contribuir para a economia de um município?
- Como o clima subtropical favorece a produção de determinados tipos de cultivos agrícolas na Região Sul?
- Dê exemplos de alguns produtos que apresentam grande produtividade nos estados da Região Sul.
- Leia a notícia e em seguida responda à questão.
Um dos pontos turísticos mais encantadores do sul do Brasil agora tem um roteiro especial para unir a beleza natural dos Parques Nacionais Aparados da Serra e Serra Geral às delícias gastronômicas produzidas na comunidade local: é a Rota Sabores dos Canyons.
reticências
No roteiro estão 12 famílias que têm na agricultura familiar e na agroecologia sua maior renda. A Rota Sabores dos Canyons oferece vivências nas propriedades cadastradas no projeto com diversas atividades como degustação de produtos agroecológicos, interação e experiências envolvendo a sabedoria popular, interação com a comunidade quilombola São Roque, gastronomia típica rural, artesanato que valoriza a flora e fauna da região e muitas outras opções tendo os canyons como paisagem principal.
Rota Sabores dos Canyons é apresentada em Porto Alegre. Sabores do Sul, 16 agosto. 2017. Seção Notícias. Disponível em: https://oeds.link/nnoS1X. Acesso em: 7 março. 2022.
• De acordo com o texto e com os seus conhecimentos, explique a importância da inserção das comunidades quilombolas no roteiro turístico.
Para refletir
Por que as religiões afro-brasileiras sofrem mais discriminação?
Os rituais religiosos trazidos pelos povos africanos eram praticados no Brasil de fórma secreta nos períodos colonial e imperial. Ao longo dos 300 anos de escravidão, esses rituais foram se consolidando de fórmas diferentes, à medida que eram influenciados pela cultura e pela religiosidade dos colonizadores europeus. Esse sincretismo deu origem ao que atualmente chamamos de religiões de matriz africana ou afro-brasileiras, como candomblé, umbanda, catimbó, cabula, entre outras, que fazem parte da rica diversidade religiosa do Brasil.
Observe a distribuição das religiões praticadas pela população brasileira de acordo com o Censo Demográfico realizado em 2010 pelo í bê gê É.
Religião |
População |
---|---|
Católica apostólica romana |
123.280.172 |
Evangélicas |
42.275.440 |
Espírita |
3.848.876 |
Umbanda, candomblé e religiões afro-brasileiras |
588.797 |
Outras religiões |
5.185.065 |
Sem religião |
15.335.510 |
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Censo Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: , 2010. Disponível em: í bê gê É https://oeds.link/V4gaeS. Acesso em: 7 mar. 2022.
As pessoas que praticam religiões de matriz africana sofrem intolerância religiosa desde o período colonial. Leia o texto a seguir.
Embora exista intolerância a outras religiões no Brasil, as religiões de matriz africana acabam por receber outras dimensões justamente por serem oriundas da África. Desde sua chegada ao Brasil, os praticantes de religiões de matrizes africanas foram alvo de perseguições por manifestarem a sua fé.
No continente de origem, o culto à ancestralidade é realizado em espaço público. No Brasil, os seus aspectos foram modificados como fórma de proteção para evitar perseguições, por isso o motivo do sincretismo da Umbanda, por exemplo, com a religião cristã.
Mesmo modificando os ritos, os praticantes não conseguiram evitar perseguição e violência. Dados levantados pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos apontam 697 casos de intolerância religiosa entre 2011 e 2015, sendo 71% contra praticantes de religiões de matrizes africanas. Muitas das agressões são verbais, incluindo postagens na internet. Mas também são registradas agressões mais graves, como incêndios nos terreiros, agressões físicas e quebra de símbolos sagrados.
RAÍZES – A mulher nas religiões de matriz africana. Anú – Laboratório de Jornalismo Social, Porto Alegre, 28 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/WV8bcy Acesso em: 4 agosto. 2022.
O Rio Grande do Sul é um dos estados com o maior número de praticantes de religiões de matrizes africanas no Brasil.
Os dados sobre religião do Censo 2010, divulgados reticências pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( í bê gê É), consagram o Rio Grande do Sul como o estado dos extremos religiosos. Estão em território gaúcho o município mais católico, o mais evangélico, o mais umbandista, o mais islâmico e o mais mórmon do país.
reticências
A principal explicação para a diversidade está na formação histórica do Estado. Imigrantes europeus de forte religiosidade, especialmente italianos, fundaram pelo interior comunidades que hoje são os municípios brasileiros com maior proporção de católicos. A imigração europeia também explica a liderança gaúcha no ranking dos municípios mais evangélicos. São cidades fundadas por luteranos vindos da Alemanha, que mantêm a tradição do credo de seus ancestrais.
Mas surpreendente é a fôrça das religiões afro-brasileiras. Apesar de ser o segundo estado mais branco do país, o Rio Grande do Sul tem a maior proporção nacional de adeptos da umbanda e do candomblé – 1,47%, quase cinco vezes o percentual da Bahia. Estão em terra gaúcha as 14 cidades com mais seguidores dessas religiões, a começar por Cidreira.
MELO, Itamar. Dados do í bê gê É colocam municípios do Estado como campeões em credos. , Porto Alegre, 30 gê zê agá . 2012. junho
- Como surgiram as religiões afro-brasileiras?
- De acordo com o texto, por que as religiões afro-brasileiras sofrem discriminação? Quais são as fórmas mais comuns de intolerância religiosa?
- Na sua opinião, o que pode ser feito para combater a intolerância religiosa no Brasil?
Glossário
- Charque
- Carne bovina salgada e sêca ao Sol.
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- Estância
- Grande propriedade rural, típica da Região Sul, geralmente associada à criação extensiva de gado bovino.
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- Invernada
- Pasto destinado à engorda do gado nos períodos de inverno.
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- Tropeiro
- Responsável pelo transporte e pela comercialização de mercadorias em diversas regiões da colônia.
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- Vitivinicultura
- Relacionada à produção de uvas e do vinho.
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