UNIDADE sete  Região Sudeste

Fotografia. Vista de  uma praia. No primeiro plano, a água do mar e a areia com diversos banhistas. No segundo plano, uma avenida com quiosques, árvores e postes de iluminação e do outro lado da rua diversos prédios altos. Ao fundo, os topos de outros prédios, moradias no morro à esquerda e mata fechada à direita.
Vista da cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2020).

Você verá nesta Unidade:

A exploração dos recursos naturais

O aproveitamento econômico das bacias hidrográficas

As atividades de mineração e os impactos ao meio ambiente

A importância do café no processo de industrialização do Sudeste

A formação do complexo metropolitano do Sudeste

Industrialização concentradora

Setores econômicos e o atual processo de desconcentração industrial

Fotografia. Uma multidão de pessoas espremidas em uma plataforma de estação de trem. Dois trens cinzas com linhas vermelhas estão parados com as portas abertas, um de cada lado da plataforma.
Estação de trem em São Paulo, município com a maior densidade populacional do país. Estação Luz, São Paulo, São Paulo (2022).
Fotografia. Vista de um porto, com um grande navio cargueiro no centro da fotografia. Ao lado do navio, e sobre o mar, uma estrutura linear para despejo de produtos. Ao fundo, a parte continental do porto, com estruturas cinzas de armazenamento. À esquerda e em último plano, o horizonte com  vegetação, algumas chaminés e áreas construídas; à direita, o mar.
Porto de Tubarão, em Vitória (Espírito Santo), o maior terminal de exportação do minério de ferro produzido em Minas Gerais. Fotografia de 2016.

A Região Sudeste se destaca por concentrar grande parte da população brasileira e da produção de riqueza no país, agregando o maior parque industrial e as duas maiores metrópoles nacionais.

Assim como nas outras regiões do Brasil, no Sudeste há profundas desigualdades sociais, visíveis nas paisagens do campo e da cidade. Nos grandes núcleos urbanos, em geral se observa uma organização espacial predominante: as áreas centrais apresentam maior infraestrutura e as periféricas são mais carentes de serviços urbanos.

O que você sabe sobre o dinamismo econômico e populacional dessa região? Na sua opinião, como essa região se relaciona com as demais regiões brasileiras? Que tipo de influência ela exerce?

CAPíTULO 16  Paisagem, exploração dos recursos e ocupação territorial

A Região Sudeste, com superfície de .924596 quilômetros quadrados, é formada pelos estados do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Entre os elementos naturais que caracterizam as paisagens da região, destacam-se as fórmas do relevo. As elevações do terreno nessa porção do território brasileiro se configuram principalmente por altitudes médias e fórmas arredondadas, compondo o domínio dos “mares de morros”. Morros, colinas e serras prolongam-se pelo litoral das regiões Nordeste e Sul, mas na Região Sudeste ocorrem também no interior.

REGIÃO SUDESTE: FÍSICO

Mapa. Região Sudeste: físico. Mapa do território da região Sudeste do Brasil representando  aspectos físicos: altitude (em metros), picos e principais rios. As áreas com altitudes mais elevadas compreendem áreas da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais; áreas da Serra do Mar, na porção leste do estado de São Paulo e parte do Rio de Janeiro; áreas da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais; áreas da Serra do Espinhaço, na faixa central do estado de Minas Gerais, com altitudes entre 800 e 1.200 metros, com pontos que apresentam 1.800 metros ou mais de altitude. As áreas mais baixas do Sudeste compreendem a planície costeira, na faixa litorânea, desde o norte do Espírito Santo até o sul do estado de São Paulo, com altitudes entre zero e 200 metros. Trechos do oeste e do centro dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo apresentam altitudes entre 200 e 500 metros. Pico da Bandeira, com 2.891 metros de altitude, na divisa entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Pico das Agulhas Negras, com 2.731 metros de altitude, no sul do estado do Rio de Janeiro. Principais rios do Sudeste: Rio Paranapanema, Rio Paraná, Rio Tietê, Rio Grande, Rio Paranaíba, Rio Paraíba do Sul, Rio Doce, Rio São Francisco, Rio Jequitinhonha, Rio Pardo, Rio Cariranha. Represas indicadas: Porto Primavera e  Três Marias. Abaixo à direita, rosa dos ventos e escala de zero a 115 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 88. Na Região Sudeste, o estado de Minas Gerais, entrecortado por diversas elevações e serras, destaca­‑se por abrigar nascentes de importantes rios, sendo o principal deles o rio São Francisco.

Vegetação

O domínio dos “mares de morros” era originalmente coberto por matas tropicais, que receberam a denominação de Mata Atlântica. Atualmente, como você já estudou, a ocorrência de Mata Atlântica se resume a uma pequena fração da cobertura que existia à época da ocupação portuguesa da América e, na Região Sudeste, localiza-se principalmente ao longo das Serras do Mar e da Mantiqueira.

Analise, nos mapas a seguir, como a vegetação original foi devastada na Região Sudeste.

REGIÃO SUDESTE: VEGETAÇÃO ORIGINAL E ÁREAS DEVASTADAS (2019)

Mapa. Região Sudeste: vegetação original e áreas devastadas (2019). Mapa da região Sudeste do Brasil representando áreas com vegetação original preservada e, com hachuras, as áreas devastadas. Área devastada: predominantemente em toda a área territorial do Sudeste, com exceção do noroeste de Minas Gerais, litoral paulista, pequeno trecho no centro do Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais. A mancha se sobrepõe e quase totalidade da área de Mata Atlântica/Mata Tropical, de Cerrado no oeste paulista e centro-oeste de Minas Gerais e toda a área de vegetação litorânea no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Mata Tropical/Mata Atlântica: Predomina na faixa litorânea do estado de São Paulo, pequenos trechos no norte e sul e Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro. Cerrado: parte da região central do estado de São Paulo; parte da região central e Oeste de Minas Gerais. Caatinga: pequena porção no norte de Minas Gerais. Vegetação Litorânea: porção norte do litoral do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Acima à direita, rosa dos ventos e escala de zero a 155 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página 121.

REGIÃO SUDESTE: REMANESCENTES DA MATA ATLÂNTICA (2016)

Mapa. Região Sudeste: remanescentes da Mata Atlântica (2016). Mapa do território da região Sudeste do Brasil, representando  áreas com ocorrência de mata atlântica remanescentes em 2016. Mata original: predominante na porção oeste, sul e leste do estado de São Paulo; porção leste de Minas Gerais; predominante em quase todo o estado do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Mata: predominantemente na porção sul paulista e faixa litorânea dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo; zonas espalhadas na parte centro-oriental  e norte de Minas Gerais. Área natural não florestal: Região central de Minas Gerais e oeste de São Paulo. Mangue: pequenos trechos no litoral  de São Paulo e Rio de Janeiro. Restinga: trechos litorâneos de São Paulo e Espírito Santo. Área urbana: concentração no entorno das capitais estaduais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória e em pontos do interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na parte superior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.
Fonte: FUNDAÇÃO ésse ó ésse MATA ATLÂNTICA. Mapas, São Paulo, 2016. Disponível em: https://oeds.link/NXFQbt. Acesso em: 7 março. 2022.

Ler o mapa

Comente a distribuição dos remanescentes de Mata Atlântica destacados no mapa.

Clima

Na Região Sudeste, o clima predominante é o tropical, que se manifesta de diversas fórmas nas distintas áreas. Na área litorânea, a proximidade do oceano torna o clima mais úmido e as temperaturas mais amenas. Na porção sul do estado de São Paulo ocorre o clima subtropical, caracterizado pela ocorrência de temperaturas mais frias no inverno, comparadas às do clima tropical.

Nas áreas de altitudes mais elevadas do Sudeste ocorre o clima tropical de altitude, que apresenta as temperaturas mais baixas se comparado às demais variantes do clima tropical. Em algumas cidades localizadas na serra da Mantiqueira, por exemplo, as médias mensais de temperatura variam entre cêrca de 15 graus Célsius e 20 graus Célsius ao longo do ano.

O clima tropical típico se estende por vastas áreas dos estados de Minas Gerais e São Paulo, onde os invernos são secos, os verões são úmidos e as temperaturas médias anuais são superiores a 18 graus Célsius.

A alternância entre as estações seca e chuvosa está relacionada a importantes problemas vivenciados pela população da Região Sudeste. Por falta de investimentos públicos adequados, as tempestades de verão provocam alagamentos e deslizamentos de terra em muitas cidades. Já o período sêco provoca a redução dos reservatórios de água, exigindo, em situações mais críticas, o racionamento no abastecimento da população.

Fotografia. Dentro de uma propriedade, destaque para quatro homens enfileirados ao centro, enchendo galões com água de torneiras da área externa. As paredes onde as torneiras estão fixadas são de azulejo e, atrás dos homens, há uma parede a meia altura, um galão azul com água, sacolas plásticas e caixa branca.
Parte da população da Região Sudeste sofreu com problemas de abastecimento de água em 2014, quando o nível das represas desceu a níveis críticos durante os meses mais secos do ano. Na fotografia, pessoas afetadas pela falta de água em Itu, São Paulo (2014).
Fotografia. Vista para um conjunto de morros altos com vegetação densa em tons de verde-escuro. Em segundo plano, morros com superfícies abertas, cobertura de grama e mais montanhas de mata fechada. Acima, destaque para nuvens carregadas despejando chuva.
A Região Sudeste é comumente acometida por chuvas intensas durante o verão. Na fotografia, chuva e paisagem tomada por nuvens carregadas em São José dos Campos (São Paulo) em dezembro de 2020.

Hidrografia e relevo

A Região Sudeste abrange parte das regiões hidrográficas constituídas pelas bacias de dois extensos e importantes rios: o Paraná e o São Francisco. Nessa região também estão situadas as bacias que formam as regiões hidrográficas Atlântico Sudeste e Atlântico Leste, de grande relevância regional.

Os rios das regiões hidrográficas do Paraná e do São Francisco correm em áreas de planalto, apresentando extensas corredeiras e quedas-d’água. Essa característica favorece o aproveitamento hidroelétrico e dificulta a navegação, embora muitos trechos fluviais sejam utilizados como vias de transporte. O rio Tietê, por exemplo, foi a primeira rota de expedições para o interior do continente, no século dezesseis.

Ele tem um curso atípico, pois nasce na Serra do Mar, a apenas 22 quilômetros do litoral, e corre em direção ao interior até desaguar no rio Paraná.

Na atualidade, os rios Tietê e Paraná compõem uma hidrovia de mais de 1.800 quilômetros, desempenhando um papel de grande importância no transporte regional.

O rio São Francisco, por sua vez, foi a via utilizada no período colonial para a interiorização do povoamento e ainda hoje é fundamental na conexão sociocultural e econômica das regiões Sudeste e Nordeste.

REGIÃO SUDESTE: REGIÕES HIDROGRÁFICAS

Mapa. Região Sudeste: regiões hidrográficas. Mapa do território do Sudeste do Brasil representando regiões hidrográficas da região. Região hidrográfica do Paraná: abrange quase todo o território do estado de São Paulo e parte sul e oeste de Minas Gerais. Região hidrográfica do São Francisco: abrange a porção oeste  de Minas Gerais. Região hidrográfica do Atlântico Leste: abrange a porção nordeste de Minas Gerais e extremo norte do  Espírito Santo. Região hidrográfica do Atlântico Sudeste: abrange todo o estado do  Rio de Janeiro, quase todo o estado do Espírito Santo; porção leste de Minas Gerais; e, faixa leste próxima ao litoral do estado de São Paulo. Na parte inferior direita do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 105.

Ler os mapas

Analise os mapas “Região Sudeste: regiões hidrográficas” e “Região Sudeste: físico” e responda.

  1. Qual é a relação entre a hidrografia e o relevo?
  2. É possível associar as áreas de maior altitude aos limites das regiões hidrográficas?
Meio ambiente.

Os processos erosivos e a ação humana

A presença de fórmas arredondadas no relevo, muito comuns na Região Sudeste do Brasil, é uma evidência dos processos erosivos, responsáveis pelo transporte dos sedimentos resultantes da decomposição das rochas. Trata-se de uma combinação de fenômenos químicos, que têm a água como principal agente, e a ação física, realizada pelos inúmeros cursos de água existentes nessa região. Os elevados volumes pluviométricos, característicos do clima tropical que predomina na Região Sudeste, e os acentuados declives de morros e serras aceleram os processos erosivos no domínio dos “mares de morros”.

A ação humana vem intensificando esses processos por meio do desmatamento e da ocupação das vertentes por obras de construção mal executada, que tornam os solos instáveis. A cada ano, durante a estação chuvosa, são frequentes os registros de movimentos de solos, como deslizamentos de terra e desmoronamentos em margens de córregos e rios, muitas vezes inúmeros impactos para os moradores dessas áreas de risco — assim classificadas por não apresentarem condições de segurança para moradia em razão dos processos erosivos.

Outro problema decorrente da intervenção humana é a impermeabilização dos solos, muito frequente nas áreas urbanas pela necessidade de pavimentação das ruas. Nessas condições, as águas das chuvas não podem se infiltrar no solo, o que eleva demasiadamente o volume dos rios e córregos, intensificando a ação erosiva nos trechos não canalizados, o que pode causar desbarrancamentos das margens.

Fotografia. Vista aérea de um morro com diversas construções, desde a parte mais baixa até a parte mais alta, onde há vegetação de aspecto verde-escuro. Um trecho vertical do morro tem solo exposto, sem construções e sem vegetação. Ao fundo, parte de outro morro com vegetação densa e poucas construções.
Vista aérea de deslizamento de terra ocorrido em Petrópolis, Rio de Janeiro (2022).

A mineração no Sudeste no período colonial

A decadência da economia do açúcar no Nordeste e a descoberta de ouro e pedras preciosas em áreas do atual estado de Minas Gerais, em meados do século dezessete, fizeram com que muitas pessoas se dirigissem a essas terras em busca da riqueza que a atividade mineradora prometia.

Com a exploração do ouro, a região das minas tornou-se a principal área econômica da colônia. Surgiram ali vários núcleos urbanos, e no século dezoito o centro político-administrativo do Brasil foi deslocado de Salvador, no Nordeste, para a cidade do Rio de Janeiro, mais próxima da área de mineração.

As cidades históricas

Muitas cidades do estado de Minas Gerais têm origem no período de exploração de ouro da fase colonial, chamado de ciclo do ouro. Com o desenvolvimento dessa atividade, no decorrer do século dezoito, muitas cidades e vilas foram fundadas. Entre elas, destacam-se Mariana, Sabará, Congonhas, Ouro Preto, Tiradentes e São João dél rei, cidades que preservam um rico patrimônio cultural, marcando a paisagem da região. Nessas cidades, bens culturais imateriais e materiais, como as festividades religiosas, o toque dos sinos, o casario e as igrejas, guardam um pouco da história do período colonial brasileiro.

Em algumas das cidades históricas de Minas Gerais, o ano de 2015 ficou marcado pelo rompimento da barragem de rejeitos de uma empresa mineradora em Mariana (Minas Gerais), que derramou toneladas de lama tóxica nas áreas próximas e no rio Doce. Esse desastre tirou a vida de pessoas, destruiu parte do patrimônio cultural e degradou seriamente o meio ambiente da região. Poucos anos depois desse desastre socioambiental, em 2019, outra cidade histórica mineira, Brumadinho, foi atingida pelo rompimento de outra barragem de rejeitos de mineração. Os danos humanos e ambientais foram também incalculáveis.

Fotografia. Vista aérea de uma área plana totalmente alagada por lama marrom, com telhados de casas e  topo de árvores aparecendo em meio a lama. Ao redor, diversos morros arredondados com vegetação baixa e poucas árvores
Área arrasada logo após o rompimento de barragem de rejeitos de empresa mineradora, no subdistrito Bento Rodrigues, no município de Mariana, Minas Gerais (2015).

Ícone. Seção Lugar e cultura. Composto por um vaso colorido.

Lugar e cultura

Multiculturalismo

Sabores da tradição

O texto a seguir trata da formação da culinária mineira, revelando como a comida sintetizou o encontro das culturas na região mineradora do território colonial português.

O feijão era parte da dieta africana. Misturado ao dendê, cozinhavam-no até virar uma pasta espessa e comiam-no acompanhado de farinha, uma fórma de pirão escaldado, como o dos indígenas. Feijão e farinha misturados, utilizando a técnica do cozimento na panela, habitual entre portugueses, provavelmente constituem a origem do tutu, com os acréscimos do alho e toucinho que eles nos ensinaram. reticências

Um estudo da refeição básica servida aos escravos no período colonial indica a presença do feijão com farinha e angu de norte a sul, muitas vezes acompanhados de laranja ou banana. Em Minas não era diferente, o arroz era bem raro e só foi popularizado no século dezenove. Ainda hoje laranja e farinha são acompanhamentos indispensáveis de uma feijoada mineira. Banana na comida também é costume do interior de Minas. reticências

Reinventando hábitos

Na cozinha mineira que foi criada durante o período de ocupação do território e de extração mineradora, se os indígenas nos ensinaram a sobrevivência, deixando-nos alimentos que seriam decisivamente incorporados ao cardápio nacional, se os africanos recriaram pratos de sua terra com os elementos nativos, a influência portuguesa determinou a definitiva composição de pratos nacionais, acrescentando técnicas e ingredientes de sua tradição. reticências A presença portuguesa valorizou o sal e revelou o açúcar aos indígenas e africanos. Introduziu a fritura, inicialmente feita com azeite português. Introduziu a banha de porco, a manteiga, os queijos e o leite de vaca ou de cabra. Dela proveio também a utilização do ovo da galinha, que propiciou um farto rendimento culinário: fritadas, doces, bolos, ovos cozidos, estrelados, quentes, moles, baba de moça, doce de ovos, fios de ovos, gemada com vinho do Porto e, nos pratos indígenas, canjicas, mingaus, papas. O açúcar conquistou a todos. Escravos, sertanejos, caçadores, romeiros tinham na rapadura com farinha uma provisão nacional. Em Minas, melado com farinha e, mais tarde, com queijo tornou-se receita consagrada de geração em geração.

Inaugurou-se a sobremesa, que nativos e africanos desconheciam, reproduzindo-se e recriando-se doces que já eram parte da tradição portuguesa, adicionados a elementos nacionais como amendoins e castanhas nativas, pacovas (bananas-da-terra), cajus, araçás e ananases. As compotas aproveitaram as frutas nativas e aquelas que o português trouxe para os quintais brasileiros. Os engenhos locais forneceram a rapadura, melado ou açúcar. A preferência pelo doce em relação às frutas foi influência lusa.

ABDALA, Mônica Chaves. Sabores da tradição. Revista do Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, volume 42, número2, página 121-124, julho a dezembro 2006.

Fotografia. Destaque para tijelas de barro preenchidas por feijões, saladas, frutas, farinha e carnes.
  1. Qual produto alimentar era conhecido e amplamente utilizado pelos povos africanos?
  2. Quais são as principais contribuições portuguesas à culinária mineira?

A cafeicultura e a organização do espaço

Na segunda metade do século dezoito, a produção auríferaglossário estava em decadência e uma parte da população da região mineradora migrou para áreas que hoje correspondem aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro em busca de terras férteis para a agricultura. Nessa época, o cultivo do café começava a despontar na região e utilizava mão de obra escravizada.

As primeiras plantações de café no Sudeste foram cultivadas no Rio de Janeiro. Depois, o cultivo se expandiu, principalmente para São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, chegando até o atual Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste. No Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, a cafeicultura prosperou, já no século dezenove, e se espalhou para o Oeste Paulista. Impulsionou, então, a economia brasileira, estagnada pelo declínio da cultura de cana-de-açúcar, especialmente no Nordeste, e da mineração.

A produção de café modificou profundamente o espaço geográfico da Região Sudeste, dinamizando a economia, promovendo o crescimento das cidades (intensificando a urbanização), estimulando a construção de ferrovias para escoar a produção, ampliando as migrações internas e de estrangeiros e as casas comerciais.

O chamado “ouro verde” enriquecia barões do café, empresários e banqueiros. Foi essa riqueza que deu impulso à industrialização na região. Os lucros obtidos na cafeicultura foram investidos no setor industrial, que também se beneficiou da mão de obra e da infraestrutura provenientes das atividades ligadas à produção e à exportação do café.

Fotografia. Em sépia. No primeiro plano, margem de uma área marítima arenosa com estruturas de madeira no chão e diversas embarcações a vela estacionadas ao fundo e ao lado direito, por toda extensão. Há uma ponte conectando a costa aos navios. Às margens, na parte continental,  há uma linha férrea. Ao lado da linha férrea há diversos trabalhadores e pessoas em pé. À esquerda, construções em forma de sobrados, comércios e charretes.
Porto de Santos, em São Paulo, por volta de 1880. O movimento no porto cresceu após a construção de ferrovias destinadas a escoar a produção cafeeira nas últimas décadas do século dezenove. Fotografia de márc ferrês.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. A respeito da mineração e da ocupação do Sudeste, responda.
    1. As cidades históricas de Minas Gerais estão ligadas a qual atividade econômica do período colonial? Cite algumas dessas cidades.
    2. Você sabia que algumas cidades mineiras já receberam um título internacional por sua importância histórica e cultural? Pesquise qual é esse título e o que ele significa.
  2. Explique a relação entre o declínio da cafeicultura e a intensificação do processo de industrialização brasileiro.
  3. Leia o texto e responda à questão proposta.

Não fosse um tal frutinho redondo, do tamanho de uma bola de gude, verde de início, vermelho depois e negro quando maduro, seria o que, de São Paulo? Difícil imaginar.

TOLEDO, Roberto Pompeu de. Café foi o grande responsável pelo crescimento de São Paulo. Veja São Paulo, São Paulo, 22 outubro. 2010. Seção Cidades. Disponível em: https://oeds.link/Wi1xx3//vejasp.abril.com.br/cidades/veja-sao-paulo-25-anos-cafe/. Acesso em: 7 março. 2022.

Quais mudanças a cafeicultura promoveu na organização do espaço geográfico da Região Sudeste?

4. Interprete a fotografia e depois responda às questões propostas.

Fotografia. Na parte superior de um morro, destaque para diversas casas construídas em sua vertente. No centro, uma área em que houve deslizamento de terra e casas encobertas por lama e terra na base. Ao redor há diversas pessoas reunidas. Em parte do morro há buracos de solo exposto na superfície e pouca vegetação.
Deslizamento de terra em Franco da Rocha, São Paulo (2022).
  1. Quais fatores agravam os processos erosivos na área retratada?
  2. Como a ação humana pode intensificar esses fenômenos?
  1. Quais são as razões da concentração populacional na Região Sudeste?
  2. O litoral da Região Sudeste abriga os povos tradicionais denominados caiçaras, que vivem da pesca artesanal e dos recursos oferecidos pelo extrativismo vegetal na Mata Atlântica. Leia o trecho de notícia apresentado a seguir e, depois, responda à questão proposta.

Os guapuruvus, que floresciam nos finais de inverno, sempre foram muito apreciados pelos indígenas. Para os primeiros habitantes desta região o próprio significado da palavra em tupi-guarani era “canoa que brota da terra”.

A cultura caiçara incorporou a tradição de fazer canoas de guapuruvu às técnicas da pesca artesanal e à produção de peças com as “flechas” (talos das folhas) que caíam dessas árvores. reticências Entretanto, em 2001, no litoral do Rio de Janeiro, uma mortalidade em massa afetou estas árvores. Por volta de 2012 e 2013 já eram vistos grandes troncos secos também no litoral de São Paulo reticências

PINA, Patrick Inácio. Afinal, do que morreram os Guapuruvus na Serra do Mar e suas Ilhas? Revista Ilhabela, Ilhabela, 11 julho. 2018. Seção Meio Ambiente. Disponível em: https://oeds.link/qk8u0S. Acesso em: 7 março. 2022.

De acordo com as informações do texto, como a devastação da vegetação pode afetar o modo de vida dos caiçaras?

7. Analise as fotografias da cidade de Barra Longa (Minas Gerais), antes e depois do rompimento da barragem de rejeitos de mineração ocorrida em 2015 em Mariana (Minas Gerais).

Fotografia 1. Destaque para portal de entrada de uma cidade, de estrutura retangular sobre a passagem, onde se lê: Barra Longa. No centro da parte superior do portal está um brasão composto por uma estrela de cinco pontas na cor verde e amarelo, com um círculo azul com estrelas brancas no centro; de cada lado da estrela há folhagens verdes e, na parte inferior, uma cruz.  Atrás do portal há uma praça com grama e bancos de madeira. Ao fundo, algumas árvores e um morro com vegetação rasteira.
Fotografia 2. Destaque para uma área plana, com uma parte coberta de lama úmida, seguida por outra de lama mais endurecida, na qual há um portal de entrada de uma cidade onde se lê "Barra Longa". No centro da parte superior está um brasão na forma de estrela na cor verde e azul. Há escavadeiras dos dois lados do portal, à frente e atrás dele. Um trabalhador com botas de borracha preta, de cano longo, calça azul, blusa verde, colete laranja e capacete está passando em frente ao portal. Ao fundo, algumas árvores e um morro com vegetação rasteira.
Barra Longa, Minas Gerais, em 2009 (fotografia 1) e em 2015 (fotografia 2).
  1. Esse acontecimento poderia ter sido evitado? Como?
  2. Como o meio ambiente foi impactado?

8. Interprete os mapas e responda às questões.

REGIÃO SUDESTE: MATA ATLÂNTICA ORIGINAL

Mapa. Região Sudeste: Mata Atlântica Original. Mapa da região Sudeste do Brasil representando as áreas de ocorrência original da Mata Atlântica. Vegetação original: abrangendo todo o território dos estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, parte leste e oeste de São Paulo e parte leste de Minas Gerais; trechos do centro do estado de São Paulo, trechos no norte e na porção oeste de Minas Gerais. Na parte superior esquerda, rosa dos ventos e escala de zero a 210 quilômetros.

REGIÃO SUDESTE: MATA ATLÂNTICA REMANESCENTE

Mapa. Região Sudeste: mata atlântica remanescente. Mapa da região Sudeste do Brasil representando as áreas remanescentes da Mata Atlântica nos territórios de seus estados. Vegetação remanescente: parte  leste e litorânea de São Paulo; sudeste do estado de São Paulo e pontos esparsos no centro e no oeste de São Paulo; parte central, litoral e oeste do Rio de Janeiro; parte centro-sul e pontos espalhados no norte do Espírito Santo; zonas espalhadas na porção leste e norte de Minas Gerais. Na parte superior esquerda do mapa, rosa dos ventos e escala de zero a 210 quilômetros.
Elaborados com base em dados obtidos em: FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica: 2016-2017. São Paulo: Fundação ésse ó ésse Mata Atlântica: ínpi, 2018. Disponível em: https://oeds.link/4WZnhF. Acesso em: 7 março. 2022.
  1. Qual tipo de vegetação foi degradado?
  2. Quais fatores provocaram a devastação dessa formação vegetal na Região Sudeste?

CAPíTULO 17  Organização do espaço, urbanização e atividades econômicas

Segundo o í bê gê É, em 2020 a Região Sudeste concentrava mais de 89 milhões de habitantes, ou seja, mais de 42% da população brasileira. A região apresenta a maior densidade demográfica do país e 93% do total de sua população vive em áreas urbanas.

Imagem de satélite. Imagem de satélite da Região Metropolitana de São Paulo. Destaque para uma grande mancha cinza no centro da imagem, onde estão indicadas as localidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Suzano, Mauá, São Bernardo do Campo, Taboão da Serra, Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba. Ao redor há tons de verde. Há várias linhas finas e amarelas, algumas entrelaçadas, com maior concentração na mancha cinza, sendo mais esparsas nas adjacências.
Imagem de satélite abrangendo a Região Metropolitana de São Paulo, São Paulo (2018). Na imagem, vemos a mancha urbana compartilhada pelos municípios e as principais vias de circulação (linhas amarelas).

Nas metrópoles, o aumento da densidade demográfica exerce pressão sobre a infraestrutura urbana e o meio ambiente, o que obriga os governos a organizar o espaço geográfico de maneira a minimizar possíveis problemas e garantir os direitos dos cidadãos.

As migrações de indivíduos de outras regiões para o Sudeste e as migrações pendulares que ocorrem nas áreas metropolitanas influenciam a vida nas metrópoles, como você estudará neste Capítulo.

O setor primário

A agropecuária da Região Sudeste é moderna, intensiva, ligada à agroindústria e tem grande importância na economia regional e nacional.

Embora a agricultura seja o setor econômico menos expressivo da região, o Sudeste possui forte herança agrícola. Os cultivos predominantes são cana-de-açúcar, algodão, café e laranja.

A utilização de maquinário moderno, fertilizantes químicos e sementes selecionadas, além do trabalho de agrônomos qualificados, elevou a produtividade e a rentabilidade agrária da região. O estado de São Paulo responde por cêrca de três quartos da produção nacional de laranja e mais da metade da cana-de-açúcar produzida no país. Minas Gerais e Espírito Santo são responsáveis por mais da metade da produção nacional de café.

A maior parte das atividades pecuárias se desenvolve de fórma intensiva e com espécies selecionadas, o que garante a alta produtividade. A região tem o segundo maior rebanho bovino do Brasil (menor apenas que o da Região Centro-Oeste) e a maior produção de leite do país, concentrada principalmente em Minas Gerais e parte de São Paulo. As unidades produtivas desses estados abastecem as indústrias de laticínios.

Com relação à extração de recursos minerais, na região são exploradas jazidas de níquel, cobre, prata, cromo, zinco, calcário, chumbo, urânio, cassiterita, manganês, bauxita, diamante e ouro, entre outras. Destaca-se a extração de petróleo e minério de ferro.

Explorado principalmente no chamado Quadrilátero Ferrífero, o minério de ferro abastece tanto o mercado interno quanto o externo. Atualmente, o Brasil é grande exportador dessa matéria-prima, especialmente para a China.

REGIÃO SUDESTE: PRODUÇÃO DE LARANJA

Mapa. Região Sudeste: produção de laranja. Mapa da região Sudeste do Brasil representando a produção municipal de laranja, em mil toneladas, por meio de círculos proporcionais na cor laranja. 10,0 a 50,0 mil toneladas: predominante na porção noroeste e  central e leste de São Paulo; parte central, noroeste  e sudoeste de Minas Gerais; parte litorânea do Rio de Janeiro. 50,01 a 200,0 mil toneladas: predominante na região central e norte do estado de São Paulo, com ocorrência no sudoeste; parte oeste de Minas Gerais. 200,1 a 693,7 mil toneladas: predominante na região sudoeste, central e norte do estado de São Paulo; parte do sudoeste de Minas Gerais. Abaixo, à direita, rosa dos ventos e escala de zero a 130 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 127.

O petróleo

Além de concentrar a maior parte da produção de petróleo e a maioria das refinarias do país, o Sudeste é o maior consumidor nacional de produtos derivados do petróleo, principalmente combustíveis.

As grandes reservas de petróleo da camada pré-sal, descobertas em 2008 na Bacia de Campos e em 2009 na Bacia de Santos, também estão localizadas na região. Entre 2013 e 2021, foram realizados 17 leilões que concederam permissões de exploração dos blocos do pré-sal a empresas públicas e privadas. Esses eventos costumam ser identificados como “rodadas de partilha”.

Ler os textos

Os textos a seguir referem-se à 4ª rodada de partilha do pré-sal, realizada em 2018 sob a justificativa de arrecadar recursos financeiros para o governo brasileiro, o que gerou protestos de diversas pessoas e de diferentes organizações.

Governo leiloa 3 dos 4 blocos do pré-sal e arrecada três vírgula quinze bilhões de reais

O novo leilão de áreas do pré-sal garantiu nesta quinta-feira [7 de junho de 2018] uma arrecadação de três vírgula quinze bilhões de reais ao governo federal. A disputa foi marcada por oferta de até 75% da produção para a União e pela derrota da Petrobras, que foi superada por petroleiras estrangeiras em duas áreas.

reticências

Os leilões de áreas de exploração de petróleo representam um respiro para o governo, que depende de aumentar suas receitas para compensar o ritmo lento da economia, que indica menor consumo e produção no país e se reflete em menor arrecadação.

SILVEIRA, Daniel; MENDONÇA, Alba Valéria; ALVARENGA, Darlan. Governo leiloa 3 dos 4 blocos do pré-sal e arrecada três vírgula quinze bilhões de reais. gê um, 7 junho. 2018. Seção Economia. Disponível em: https://oeds.link/c8BHYc. Acesso em: 7 março. 2022.

America first”: Sob protestos, 3 setores do pré-sal são vendidos a empresas estrangeiras

reticências Realizada a partir das desta quinta, a 4ª rodada de Partilha de Produção aconteceu em um hotel 5 estrelas na Barra da Tijuca e foi transmitida ao vivo em inglês e português, terminando ao meio-dia. Do lado de fóra, entidades como a Federação Única dos Petroleiros (fúpi) e o sindipétro-Rio de Janeiro protestavam contra a realização do evento.

reticências

Entre os críticos da partilha do pré-sal estão representantes dos petroleiros, políticos e engenheiros. reticências Segundo [o diretor de Finanças do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias], os protestos vão continuar, pois os petroleiros de sua organização não concordam com a fórma como estão sendo tratadas as riquezas do pré-sal.

"AMERICA first": Sob protestos, 3 setores do pré-sal são vendidos a empresas estrangeiras. Sputnik News, 7 junho. 2018. Seção Notícias do Brasil. Disponível em: https://oeds.link/LeblJJ. Acesso em: 7 março. 2022.

Após a leitura dos textos, discuta com os colegas:

  1. Quais são os argumentos favoráveis e contrários à comercialização dos blocos do pré-sal?
  2. Você concorda com o leilão dos blocos do pré-sal? Justifique sua resposta.

O setor secundário

Como você estudou anteriormente, a concentração econômica e industrial na Região Sudeste foi alavancada pelo acúmulo de riqueza resultante da cafeicultura.

O processo de industrialização encontrou na região condições favoráveis ao seu desenvolvimento em razão da disponibilidade de recursos e mão de obra, da existência de mercado consumidor interno e da ação do Estado provendo infraestrutura adequada à implantação de indústrias.

O atual parque industrial é bastante diversificado, com forte presença das indústrias têxtil, de vestuário e de calçados, química e sucroalcooleira (açúcar e álcool).

Em 2019, de acordo com o í bê gê É, o Sudeste era responsável por 52% do Píbi brasileiro, ou seja, mais da metade de toda a riqueza do país era produzida na região. No entanto, mesmo entre os estados do Sudeste há desequilíbrio na geração de bens e serviços.

Industrialização concentradora

Grande parte das indústrias se localiza em áreas próximas às capitais estaduais.

REGIÃO SUDESTE: CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL

Mapa. Região Sudeste: concentração industrial. Mapa da região Sudeste do Brasil representando a concentração industrial nos estados da região. As empresas são representadas por círculos proporcionais na cor verde, indicando número de empresas industriais extrativas ou de transformação, por município. Até 1.000 empresas: ocorrência em todas as regiões do estado de São Paulo e predominante na porção leste do estado, na capital (São Paulo) e em torno dela; ocorrência na parte sul e costa litorânea do Rio de Janeiro, na capital do estado (Rio de Janeiro) e ao redor dela; no sul e norte do Espírito Santo, mas principalmente na capital do estado (Vitória) e em torno dela; parte leste, sul e noroeste de Minas Gerais e, principalmente na capital do estado (Belo Horizonte) e ao redor dela. De 1.001 a 5.000 empresas: ocorrência no noroeste e norte de São Paulo; parte  central do Rio de Janeiro; sul e centro do Espírito Santo; porção central, sul e leste e oeste de Minas Gerais. De 5.001 a 10.000 empresas: ocorrência nas capitais do Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mais de 10.000 empresas: na capital do estado de São Paulo (São Paulo) No alto, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 130 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 134.

No estado de São Paulo, formaram-se alguns centros industriais e de desenvolvimento tecnológico nas regiões do a bê cê dê (municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema), do Vale do Paraíba, da Baixada Santista e nos municípios de Campinas, Jundiaí, Ribeirão Preto e São José dos Campos. Grande parte das indústrias de base – a exemplo das siderúrgicas – encontra-se em Minas Gerais, como a Usiminas, e no Rio de Janeiro, como a Companhia Siderúrgica Nacional (cê ésse êne).

Consequências socioeconômicas

Apesar de ser a região brasileira de maior concentração econômica, o Sudeste apresenta desigualdades socioeconômicas decorrentes da má distribuição de renda. As periferias das metrópoles abrigam núcleos de extrema pobreza, nos quais parte dos moradores não tem acesso a serviços básicos de saúde, educação e saneamento básico.

O Sudeste reúne o maior nú­mero de pessoas sem teto e em situação de rua. Também registra altos índices de violência urbana. No entanto, as desigualdades não afetam toda a região da mesma maneira. A exclusão social, embora esteja presente nos grandes centros urbanos, atinge principalmente as áreas mais distantes das grandes cidades.

REGIÃO SUDESTE: EXCLUSÃO SOCIAL

Mapa. Região Sudeste: exclusão social. Mapa da região Sudeste do Brasil representando o grau de exclusão social observado no território. O índice de exclusão social é representado por manchas de cores e tonalidades diferentes que indicam quatro índices: 0,4; 0,5; 0,6 e 'melhor situação social'.  Quanto maior o índice, melhor a situação social, representada por tonalidades mais escuras. Índice de exclusão social 0,4: predominante no norte do estado de Minas Gerais e pequena mancha na capital e no leste desse estado. Índice de exclusão social 0,5: predominante na região central e sul de Minas Gerais; predominante no Espírito Santo; parte norte e central do Rio de Janeiro; parte sul e extremo oeste de São Paulo. Índice de exclusão social 0,6: predominante na região central, oeste, norte e leste de São Paulo; parte sul, sudoeste e central de Minas Gerais; predominante no estado do Rio de Janeiro; ocorrência de manchas no sul e parte central do Espírito Santo. Melhor situação social: manchas na porção oeste, central e leste do estado de São Paulo, incluindo a capital do estado; manchas na capital do Rio de Janeiro e no norte do estado; mancha em Vitória, capital do Espírito Santo. À esquerda, no alto, rosa dos ventos e escala de 0 a 160 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019.página128. O índice de exclusão social é calculado com base em indicadores de renda familiar, emprego formal, desigualdade de renda, alfabetização e escolaridade, porcentagem de jovens na população e número de homicídios por 100 mil habitantes. Varia de 0 a 1: as piores condições correspondem aos menores valores.

Ler os mapas

Ao comparar o mapa de exclusão social com o mapa “Região Sudeste: concentração industrial”, que relações é possível estabelecer?

Desconcentração industrial

Para incentivar a instalação de indústrias em diferentes regiões do país, promover maior integração territorial e melhorar a distribuição de riquezas, o governo federal adotou algumas medidas em parcerias com estados e municípios, como isenção ou redução de impostos e doação de terrenos.

Esses incentivos contribuíram para impulsionar um movimento contínuo de migração da atividade industrial do Sudeste para as demais regiões do país, especialmente o Sul e o Nordeste. No decorrer das primeiras décadas do século vinte e um, esse movimento tem sido guiado pela expansão do mercado consumidor em outras regiões, por facilidades tributárias e pelas diferenças de salário entre as regiões.

Embora a pressão dos custos alimente o processo de desconcentração da produção industrial, a maioria das sédes e dos escritórios administrativos permanece no Sudeste.

Urbanização e formação de metrópoles

O crescimento das cidades do Sudeste foi uma das consequências da concentração populacional nessa região do país. À medida que o setor industrial se desenvolvia no Brasil, formaram-se importantes fluxos migratórios com destino às cidades do Sudeste, em especial São Paulo e Rio de Janeiro.

Essas cidades se expandiram continuamente ao longo do século vinte, conurbando-se com cidades vizinhas. Em algumas décadas, transformaram-se em metrópoles, com áreas de influência cada vez mais extensas. Na década de 1970, foram instituídas as regiões metropolitanas, com o objetivo de propiciar a resolução dos problemas dos municípios das áreas metropolitanas de fórma integrada.

Complexo metropolitano e megalópole

No estado de São Paulo, as três primeiras regiões metropolitanas instituídas foram São Paulo (1973), Baixada Santista (1996) e Campinas (2000). A proximidade entre essas regiões e sua articulação viária são apontadas como evidências da formação de um complexo metropolitano, ou seja, um espaço composto de diversas metrópoles em processo de integração física e econômica.

Esse espaço metropolitano paulista também se articula à outra importante metrópole: o Rio de Janeiro. A região assim formada é denominada megalópole por alguns estudiosos. Muitos especialistas, contudo, avaliam que a área não está conurbada, considerando-a uma megalópole em formação.

REGIÃO SUDESTE: EIXO METROPOLITANO RIO DE JANEIRO-SÃO PAULO

Mapa. Região Sudeste: eixo metropolitano Rio de Janeiro-São Paulo. Mapa de parte dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, representando as concentrações urbanas entre as duas capitais (mancha lilás, no mapa) e as principais rodovias (em linhas vermelhas, no mapa). Concentrações urbanas: Ao redor da capital São Paulo: Itapevi, Jandira, Barueri, Santana de Parnaíba, Carapicuíba, Osasco, Taboão da Serra, Diadema, Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires, Mauá, São Caetano do Sul, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Guarulhos; na área litorânea paulista: São Vicente, Santos, Praia Grande e Guarujá; regiões no interior do estado de São Paulo: Franco da Rocha, Campo Limpo Paulista, Jundiaí, Campinas, Amparo; Jacareí, São José dos Campos, Taubaté, Aparecida, Campos do Jordão, Guaratinguetá, Lorena; região no interior do Rio de Janeiro: Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Itaguaí. No entorno da capital Rio de Janeiro: São João de Meriti, Niterói, Maricá, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo, Nova Iguaçu, Queimados, Magé, Itaboraí, Petrópolis e Teresópolis. Rodovias entre Rio de Janeiro e São Paulo, representadas por linhas vermelhas, passam por São José dos Campos, Taubaté, Aparecida, Guaratinguetá, Lorena, Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Queimados e cidade do Rio de Janeiro; rodovias conectam as cidades de São Paulo e do interior  às cidades litorâneas paulistas; rodovia conecta o litoral de São Paulo à cidade do Rio de Janeiro; rodovias conectam a cidade de São Paulo às cidades de Jundiaí e Campinas e ao sudoeste do estado; rodovias conectando a cidade do Rio de Janeiro às cidades de Petrópolis, Teresópolis, Magé, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e Maricá; rodovias conectando a cidade de Campinas às cidades de  Campo Limpo Paulista e São José dos Campos. À direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 26 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 144. Na segunda década do século vinte e um, mais três regiões metropolitanas foram criadas no estado de São Paulo: Vale do Paraíba e Litoral Norte (2012), Ribeirão Preto (2016) e Sorocaba (2016).

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Mapas e gráficos de setores: população rural e urbana

Para visualizarmos informações estatísticas espacialmente, podemos associar gráficos a mapas.

Os gráficos circulares ou de setores permitem fácil compreensão de dados percentuais, nos quais o círculo é dividido em parcelas de tamanho proporcional à quantidade representada. Ao relacionarmos os gráficos de setores às áreas ou às regiões, podemos aprofundar nossa compreensão sobre os locais onde ocorre determinado fenômeno e compará-los a outros locais.

Analise, no quadro, os dados da porcentagem das populações rural e urbana no Brasil. Esses dados foram utilizados para construir o mapa, que associa os gráficos de setores às macrorregiões do Brasil.

BRASIL: PORCENTAGEM DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL (2015)

Urbana

Rural

Norte

75,01

24,99

Nordeste

73,12

26,88

Sudeste

93,14

6,86

Sul

85,61

14,39

Centro-Oeste

89,81

10,19

Brasil

84,72

15,28


BRASIL: PORCENTAGEM DAS POPULAÇÕES URBANA E RURAL (2015)

Mapa. Brasil: porcentagem das populações urbana e rural (2015). Mapa do território brasileiro representando, por gráficos circulares sobre cada região, os índices das populações rural e urbana, em porcentagem. Região Sul: população urbana: 85,61%; população rural: 14,39%. Região Sudeste: população urbana: 93,14%; população rural: 6,86%. Região Centro-Oeste: população urbana: 89,81%; população rural: 10,19%. Região Nordeste: população urbana: 73,12%; população rural: 26,88%. Região Norte: população urbana: 75,01%; população rural: 24,99%. Na parte inferior do mapa, gráfico circular representando as populações urbana e rural do Brasil: população urbana: 84,72%; população rural: 15,28%. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de zero a 490 quilômetros.

Quadro e mapa elaborados com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema í bê gê É de Recuperação Automática, Rio de Janeiro: í bê gê É, 2015. Disponível em: https://oeds.link/zs7XHp. Acesso em: 7 mar. 2022.

Depois de ler o quadro e observar o mapa, responda.

  1. Quais regiões apresentam percentual de população rural maior que a média brasileira?
  2. Qual região apresenta o maior percentual de população urbana? Cite alguns dos motivos que influenciam o elevado percentual de população urbana na região.
  3. Faça uma pesquisa na internet sobre a porcentagem de populações rural e urbana da unidade federativa onde você vive. Faça um gráfico circular com a informação obtida e indique em um mapa do Brasil onde você poderia posicionar o gráfico.

O setor terciário

O setor terciário representa mais da metade do Produto Interno Bruto (Píbi) dos estados que compõem a Região Sudeste. Além disso, é o setor que concentra o maior volume de recursos e no qual há maior oferta de empregos.

Comércio e serviços

O Sudeste agrupa importantes empresas de importação e exportação de mercadorias. Além disso, a presença de setores atacadistas, responsáveis pela distribuição dos produtos industrializados para as redes comerciais, impulsiona o comércio da região.

Algumas das grandes companhias que prestam serviços para todo o país estão sediadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nesses centros de decisão, são estabelecidas as principais estratégias empresariais, como investimentos, aquisições e fusões entre instituições.

Fotografia. Vista aérea de uma avenida longa, reta, com árvores dos dois lados duas pistas separadas por um canteiro central, cujo solo é coberto  por grama, algumas árvores de porte médio e uma faixa vermelha no meio. A pista do lado direito tem quatro faixas de tráfego e em três delas há muitos carros parados, um atrás do outro. A pista do lado esquerdo tem três faixas de tráfego, nas quais circulam poucos veículos.  Na parte superior da fotografia, prédios altos e espelhados em ambos os lados da avenida. Na parte inferior direita, um estacionamento com vários veículos e uma área gramada. À esquerda, um prédio baixo e largo vermelho e algumas árvores de porte médio e grande.
Região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, um dos centros empresariais que, juntamente com as avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima, entre outras, concentram sédes de grandes empresas na cidade de São Paulo, São Paulo (2018).

O setor financeiro

O setor financeiro engloba bancos, empresas de prestação de serviços bancários e um número expressivo de empresas financeiras que trabalham com aplicações na bolsa de valoresglossário .

Fotografia. De costas, um homem de camisa branca e cabelos grisalhos no lado direito da cabeça observa uma tela de computador retangular com várias colunas e, ao fundo, uma tela maior exibindo diversas colunas com muitas siglas, números e um gráfico de linha à direita.
Área interna da bolsa de valores, São Paulo, São Paulo (2019).

Ícone. Seção Mundo em escalas. Composto por dois pinos de localização conectados por setas.

Mundo em escalas

Imigração e trabalho

Cidadania e civismo.

Analise as informações do infográfico e, na sequência, leia o texto e responda às questões propostas.

Infográfico. Os principais países que participam da cadeia produtiva da moda. Do lado esquerdo, um planisfério ilustrado sem escala e sem rosa dos ventos,  com símbolos geométricos sobre o território de alguns países, representando a participação de países na cadeia produtiva da moda, de acordo com o tipo de serviço que oferecem (terceirização, quarteirização ou empresas de fast fashion), matéria-prima que exportam e mercados consumidores. Do lado direito, textos explicativos relacionados aos respectivos símbolos geométricos. Matéria-prima: representada por círculo preto, indicado sobre a Índia, Paquistão, China, Estados Unidos e Brasil. Texto explicativo: Índia e China são os maiores produtores de algodão do mundo – o Brasil possui a quinta maior lavoura. Há casos de exploração de trabalho em plantações. Empresas de fast fashion: representadas por um losango preto, indicado sobre Estados Unidos, Suécia, Portugal e Espanha, Japão. Texto explicativo: As principais marcas de redes de varejo de moda estão sediadas em países europeus, além dos Estados Unidos e Japão. Terceirização e Quarteirização: representadas por um triângulo preto, indicado sobre Brasil, Etiópia, sul da Europa, China, Bangladesh e Sudeste Asiático. Textos explicativos: Terceirização. Após a concepção do produto e o planejamento comercial, as empresas solicitam encomendas das peças de roupas para as confecções. Quarteirização. Para conseguir atender ao grande volume de pedidos, as confecções repassam o trabalho para oficinas menores. Aqui há riscos de trabalho análogo à escravidão. Consumidor:  representadas por um losango preto, indicado sobre Estados Unidos, Suécia, Portugal e Espanha, Japão. Texto explicativo: O mercado bilionário de vendas é alimentado anualmente por conta do descarte de roupas: só nos Estados Unidos são produzidas 11 milhões de toneladas de lixo têxtil.
Fonte: TANJI, Thiago. Escravos da moda: os bastidores nada bonitos da indústria fashion. Galileu, 23 junho. 2016. Seção Revista Digital. Disponível em: https://oeds.link/qxoyM4. Acesso em: 8 março. 2022. *Fast fashion (moda rápida): produção de baixo custo e pouca qualidade de roupas e calçados que deverão ser consumidos e descartados rapidamente.

A possibilidade de emprego nas confecções brasileiras atraiu um grande número de trabalhadores de países americanos, sobretudo da Bolívia, da Venezuela, do Peru e do Haiti. Muitos deles, com baixa qualificação profissional, encontram um meio de sobrevivência nas oficinas de confecção de algumas das principais marcas de roupas presentes no país.

A mão de obra estrangeira, porém, tem sido utilizada pelas empresas para baratear seus custos de produção. É comum a presença de imigrantes em oficinas de costura clandestinas, em condições análogas à escravidão, obrigados a se submeter a uma jornada de muitas horas de trabalho sem descanso, em regime de reclusão em alojamentos insalubres e recebendo pagamentos muito baixos.

Por causa da fragilidade econômica de seus países de origem, o que os levou a migrar em busca de trabalho, e por estarem em situação irregular no Brasil, a maioria desses trabalhadores imigrantes se sujeita a condições precárias, que podem até levar à coerção física e psicológica, retenção de salário e cobrança de dívidas ilegais.

Em todo o Brasil, as autoridades têm investigado várias denúncias desse tipo de prática.

  1. Qual é a participação do Brasil na cadeia produtiva mundial de vestuário? Quais são os impactos dessa cadeia produtiva no país?
  2. Na sua opinião, o que pode ser feito para evitar situações de trabalho análogo à escravidão?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Dê exemplos dos tipos de empresas do setor terciário instaladas no Sudeste.
  2. Quais são os principais recursos naturais explorados pela atividade extrativista na Região Sudeste? Indique as principais áreas de extração.
  3. Analise o gráfico e responda às questões.

BRASIL E MACRORREGIÕES: Píbi (2004-2019)

Gráfico. Brasil e macrorregiões: PIB  (2004 a 2019). Gráfico de linha mostrando a evolução do PIB do Brasil e de cada região brasileira, de 2004 a 2019. No eixo vertical, o PIB em bilhões de reais; no eixo horizontal os anos, de 2004 a 2019. O gráfico tem seis linhas coloridas, cada uma representando informações do Brasil e de cada região. PIB (em bilhões de reais) Brasil. 2004: 2.000. 2005: 2.100. 2006: 2.500. 2007: 2.800. 2008: 3000. 2.009: 3200. 2.010: 3.900. 2011: 4.300. 2012: 4.900. 2013: 5.200. 2014: 5.800. 2015: 6.000. 2016: 6.200. 2017: 6.600. 2018: 7.000. 2019: 7.200. Sudeste. 2004: 1.000. 2005: 1.200. 2006: 1.400. 2007: 1.500. 2008: 1.800. 2009: 1.900. 2010: 2.100. 2011: 2.350. 2012: 2.600. 2013: 3.000. 2014: 3.050. 2015: 3.150. 2016: 3.200. 2017:3.400. 2018: 3.800. 2019: 3.950. Sul. 2004: 300. 2005: 300. 2006: 350. 2007: 450. 2008: 550. 2009: 650. 2010: 700. 2011: 800. 2012: 900. 2013: 950. 2014: 1.000. 2015: 1.050. 2016: 1.100. 2017: 1.150. 2018: 1.200. 2019: 1.250. Nordeste. 2004: 200. 2005: 200. 2006: 250. 2007: 350. 2008: 450. 2009: 550. 2010: 650. 2011: 700. 2012: 800. 2013: 850. 2014: 900. 2015: 950. 2016: 960. 2017: 980. 2018: 1.000. 2019: 1.050. Centro-Oeste. 2004: 200. 2005: 200. 2006: 290. 2007: 350. 2008: 350. 2009: 400. 2010: 450. 2011: 500. 2012: 500. 2013: 550. 2014: 600. 2015: 650. 2016: 700. 2017: 750. 2018: 780. 2019: 800. Norte. 2004: 100. 2005: 150. 2006: 200. 2007: 220. 2008: 250. 2009: 280. 2010: 300. 2011: 320. 2012: 370. 2013: 400. 2014: 420. 2015: 470. 2016: 500. 2017: 500. 2018: 520. 2019: 550
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema í bê gê É de Recuperação Automática, Rio de Janeiro: í bê gê É, 2019. Disponível em: https://oeds.link/za5y4G. Acesso em: 7 março. 2022.
  1. Qual região apresenta o maior Píbi do país? Explique.
  2. Compare os dados de 2004 e 2019 e avalie a participação do Sudeste no Píbi nacional.
  3. A respeito da desconcentração industrial na região, para quais localidades as indústrias têm se deslocado?

4. Nas duas primeiras décadas do século vinte e um, cresceu no Brasil o número de imigrantes solicitantes de refúgio e refugiados, muitos deles provenientes de países da América Latina. Analise o mapa e, depois, responda às questões propostas.

BRASIL: NÚMERO DE HAITIANOS VIVENDO NO PAÍS (2000-2014)

Mapa. Brasil: número de haitianos vivendo no país (2000 a 2014). Mapa do território brasileiro representando o número de haitianos vivendo no Brasil entre 2000 e 2014. A quantidade de haitianos é representada por círculos proporcionais. De 1 a 50 haitianos: Roraima, Bahia, Acre, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Maranhão, Tocantins, Pará. De 51 a 500 haitianos: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá. De 5.001 a 1.000 haitianos: Rondônia. De 1.001 a 2.500 haitianos: Amazonas, Santa Catarina. De 2.501 a 5.000 haitianos: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais. Na parte inferior à direita, rosa dos ventos e escala de zero a 475 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FIORAVANTI, Carlos. As raízes da resistência. Pesquisa fapésp, São Paulo, número 236, outubro. 2015. Disponível em: https://oeds.link/N15HFu; CAVALCANTI, L; OLIVEIRA, T.; MACEDO, M. Imigração e Refúgio no Brasil. Relatório Anual 2020. Série Migrações. Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/Conselho Nacional de Imigração e Coordenação Geral de Imigração Laboral. Brasília, Distrito Federal: óbêmigra, 2020. Disponível em: https://oeds.link/e6Z7kM. Acessos em: 7 março. 2022.
  1. Qual era a região do Brasil com o maior número de imigrantes haitianos no período retratado?
  2. Como os haitianos estavam distribuídos nos estados da região Sudeste?

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

Pré-sal e os impactos ambientais

Meio ambiente.

Leia os textos a seguir e, depois, responda às questões propostas.

A camada de pré-sal no Brasil e sua relação com o meio ambiente

reticências

Mesmo com os benefícios previstos para o desenvolvimento de setores de fundamental importância para a sociedade, especialistas em energia e meio ambiente questionam a escolha do governo brasileiro em investir na exploração de uma fonte energética poluente e finita, enquanto o restante do mundo direciona esforços para a ampliação do uso de fontes alternativas limpas e renováveis.

Fotografia. Vista aérea de um navio plataforma em alto-mar. Na superfície do navio há diversas estruturas metálicas, máquinas e uma área para pouso de helicópteros. À direita da área de pouso, uma estrutura branca com antenas e uma torre inclinada para o mar, de onde saem labaredas de fogo. Ao redor do navio, o mar azul.
Vista da plataforma no campo de Jubarte, Espírito Santo (2008), no dia da inauguração da extração de petróleo da camada pré-sal.

Além dos prejuízos da utilização de combustíveis fósseis, há uma grande preocupação com possíveis impactos ambientais durante o processo de exploração. No pré-sal, por serem perfurações feitas a grandes profundidades, os riscos de vazamentos são grandes. Tais acidentes são, independente das proporções, considerados catástrofes ambientais, dados os danos causados e a complexidade de sua contenção.

Se por um lado o pré-sal representa uma importante fonte de geração de capital para o desenvolvimento do país – capital este que também pode ser aplicado para fomentar pesquisas científicas no setor de energia renovável –, por outro, os riscos envolvidos na atividade podem acarretar grandes prejuízos ambientais.

Estes contrapontos geram uma discussão que não pode ser ignorada: afinal, os riscos da exploração do pré-sal valem a pena?

A CAMADA de pré-sal no Brasil e sua relação com o meio ambiente. Pensamento Verde, 24 janeiro. 2014. Seção Meio Ambiente. Disponível em: https://oeds.link/OhycrZ. Acesso em: 7 março. 2022.

Na mira do pré-sal

Exploração do pré-sal no Espírito Santo ameaça áreas preservadas de litoral e coloca em risco a cultura e sobrevivência das comunidades tradicionais, especialmente no norte capixaba

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De norte a sul, o Espírito Santo vem passando por um processo de transformação e de mudança de territorialidade intensificado a partir da descoberta do petróleo e gás na camada do pré-sal, anunciada reticências em 2006. reticências

A extração comercial de petróleo e gás do pré-sal é feita desde 2010 na Bacia de Campos, ao sul do Estado, no chamado Parque das Baleias. reticências Mas as mudanças trazidas pela exploração a grande profundidade (chega a 7 mil metros) no oceano afetam todo o território capixaba, uma vez que a extração de petróleo e gás gera uma extensa cadeia de produção e necessita de uma infraestrutura complexa – industrial, ferroviária, rodoviária, portuária.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (á êne pê), a demanda de investimentos para o pré-sal deverá superar 400 bilhões de dólares em materiais, sistemas, equipamentos e serviços até 2020. O impacto produzido pelos empreendimentos, porém, afeta de fórma diferente a costa capixaba, menos explorada do que a dos outros estados, e com uma extensa área ocupada por indígenas, pescadores e quilombolas reticências.

Desde os estudos de implantação do projeto os pescadores reclamam de limitações à pesca e denunciam a destruição de corais e outras alterações no mar provocadas pelo gasoduto, com profundidade média de 60 metros.

BESSI, R. Na mira do pré-sal. Pública, 4 março. 2015. Disponível em: https://oeds.link/yfInjj. Acesso em: 7 março. 2022.

  1. De acordo com a primeira reportagem, quais prejuízos podem ocorrer com a exploração do pré-sal?
  2. Quais impactos sociais foram relatados pelas comunidades tradicionais do litoral do Espírito Santo, provocados a partir da exploração do pré-sal?

Glossário

Aurífero
Relativo a ouro.
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Bolsa de valores
Instituição onde se efetuam transações de compra e venda de ações de empresas privadas e estatais.
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