UNIDADE um  Espaço geográfico e geopolítica mundial

Fotografia. Destaque para diversas pessoas usando máscaras de proteção sobre boca e nariz, agasalhos e toucas; elas estão na rua, em pé, enfileiradas e seguram uma faixa onde está escrito mensagem no idioma ucraniano; atrás há diversas bandeiras da Ucrânia. Ao fundo há prédios.
Manifestação realizada em 5 de fevereiro de 2022, na Ucrânia, contra a ameaça de invasão da Rússia ao país, que aconteceu 19 dias depois. Eclodiu, assim, uma guerra que provocou mortes, destruição de infraestruturas e deslocamento de grandes levas de ucranianos, que se refugiaram em países vizinhos.

Você verá nesta Unidade:

Principais termos relacionados à geopolítica

Principais organizações multilaterais

ônu, sua importância e suas características

Guerra Fria e suas características

Principais rivalidades étnico-religiosas do mundo

Relação entre recursos naturais e conflitos no mundo

Refugiados

Fotografia. Multidão de pessoas andando com as mãos levantadas; no centro, destaque para um homem usando óculos escuros, boné, com a mão direita fechada e  levantada; atrás dele há diversas bandeiras com listras amarelas e vermelhas.
Manifestantes favoráveis à independência da região da Catalunha em relação à Espanha protestam em Barcelona, Espanha (2018).

A persistência na atualidade de tensões, que eventualmente evoluem para conflitos armados, relacionadas a reivindicações separatistas e à ameaça de anexações territoriais é uma amostra de que a geopolítica mundial é muito dinâmica.

São muitas as razões que levam à reconfiguração dos limites territoriais no mundo. Os interesses em fontes de recursos naturais valiosos ou em áreas geograficamente estratégicas, por exemplo, podem motivar um país a usar a fôrça para tentar se apropriar de territórios controlados por outros países. Já a ocorrência de conflitos étnicos e religiosos entre grupos distintos que ocupam um mesmo país pode alimentar reivindicações de divisão territorial para a criação de novos países.

A independência política possibilita que uma nação seja livre para determinar seu sistema de governo e suas leis, gerenciar seus recursos naturais, buscar melhorias na qualidade de vida de sua população e guiar as relações internacionais de maneira autônoma. Em contrapartida, um país recém-independente enfrenta o grande desafio de construir seu Estado, conseguir reconhecimento internacional e estruturar suas leis e sua economia.

Você acompanha em telejornais ou em portais de notícia na internet casos de conflitos territoriais em curso no mundo? O que você sabe sobre eles e o que pensa sobre esse tema?

CAPÍTULO 1  Geopolítica e relações internacionais

O termo geopolítica foi criado pelo cientista político sueco rúdolf xéliên, entre o final do século dezenove e o início do século vinte, inspirado na obra Geografia política, de frídriqui rátizel, publicada em 1897. Entretanto, foram os trabalhos do geógrafo alemão cál ernest ráusrrófer e do britânico ralfórd djôn maquinder que fundamentaram e delinearam a geopolítica clássica, com base na valorização do território como fórma de exercer a hegemoniaglossário no mundo ou em determinada região.

Pode-se definir geopolítica como a ciência que estuda estratégias do Estado para administrar seu território, visando à sobrevivência de seu povo e a sua melhor inserção no plano internacional.

Além desse termo, Estado, nação, território e país são conceitos-chave da Geografia. Embora às vezes sejam usados como sinônimos, os termos se referem a conceitos distintos, muito importantes para entender o mundo atual. Ao longo deste Capítulo, desenvolveremos essas noções, que serão aprofundadas nos capítulos seguintes.

Fotografia. Três homens em pé, em uma rua de terra e com pouca neve, usando roupa verde do exército, colete preto e touca; um segura uma arma próxima ao ombro, outro segura um cachorro pastor-alemão pela correia e o terceiro está entre os outros dois.  Ao fundo, uma área com muitas árvores, neve, grades e arame farpado.
O forte contrôle que muitos governos exercem em áreas de limite entre países vizinhos demonstra a importância que eles atribuem ao território que dominam. Na fotografia, vigilância no limite entre Polônia e Belarus (2022).

A configuração do mundo

O atual mapa do mundo, ou mapa-múndi, representa um momento da geopolítica internacional, resultado das complexas relações históricas entre territórios, Estados e nações. O mapa-múndi não é imutável; países ainda podem ser criados, extintos ou reorganizados.

Últimos países a serem criados

País

Ano de criação

Bósnia-Herzegovina

1992

Eslováquia

1993

República Tcheca

1993

Eritreia

1993

Palau

1994

Timor Leste

2002

Sérvia

2006

Montenegro

2006

Kosovo*

2008

Sudão do Sul

2011

* País tem reconhecimento internacional limitado

Elaborado com base em dados obtidos em: BERCITO, Diogo. Saiba mais sobre os principais movimentos separatistas em atividade. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 outubro 2017. Mundo. Disponível em: https://oeds.link/11gXD6. Acesso em: 26 abril 2022.

Diversos povos vivem em constantes conflitos para obter autonomia política sobre um território, ou seja, lutam contra o domínio ou a invasão de seu território. Essa luta por autonomia pode levar à criação de países. Outros não buscam, necessariamente, a autonomia, como a população da Guiana Francesa, onde não há movimentos independentistas significativos, apesar de ser considerado um território ultramarino da França. Mesmo tendo interesse em manter-se atrelada à França, a população local realiza protestos reivindicando mais investimentos franceses no território, uma vez que a desigualdade socioeconômica entre o país europeu e a Guiana Francesa é bastante elevada.

Ao longo deste Volume, vamos estudar alguns desses conflitos.

Fotografia. Uma multidão de pessoas em pé, com as mãos levantadas e juntas acima da cabeça. Há uma bandeira verde e amarela com uma estrela vermelha no centro; à direita, algumas pessoas seguram  guarda-chuvas abertos.
Grupo conhecido como “500 irmãos” organiza protesto em Cayena, Guiana Francesa, apoiado pela população local, solicitando aumento de recursos enviados pela França à Guiana Francesa (2017).

O Estado

O Estado é a fórma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que regula os mecanismos de administração do território e dos direitos e deveres dos habitantes de um país. O Estado atua por meio de um conjunto de instituições e de estruturas de poder, que têm no governo a autoridade para tomar decisões que impactam a vida de toda a população que vive no território sob seu contrôle. No Brasil e em muitos outros países, a estrutura de poder é formada pelo Poder Legislativo, responsável pela criação de leis e por medidas de fiscalização dos governantes, pelo Poder Executivo, responsável por aplicar os recursos públicos de acordo com as determinações das leis, e pelo Poder Judiciário, que interpreta as leis para garantir o julgamento justo de divergências e de denúncias de crimes.

Para ser reconhecido e respeitado entre os demais, um Estado busca sua soberania, ou seja, o contrôle efetivo sobre o território e sobre a sociedade sob seu domínio. O Estado soberano é aquele que não tem de reconhecer nenhum poder superior a ele; portanto, não pode ser dependente de outros Estados ou permitir que interfiram em suas questões internas.

A nação

O termo nação pode ser definido como um coletivo humano com características comuns, como a língua e a cultura. Os membros dessa coletividade estão ligados por laços históricos, étnicos ou religiosos.

Há nações com um Estado constituído, como a Alemanha, o Japão ou Portugal, e há nações que almejam constituir-se como Estado, mas ainda não o são, como a dos tibetanos, na China, e a dos curdos, espalhados entre a Turquia, o Irã, o Iraque, o Azerbaijão, a Síria e a Armênia.

O território

O território de um país é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania. O território é delimitado por limites políticosglossário , que podem ser definidos tomando como base referências naturais, como um rio ou uma cordilheira, ou traçados por meio de coordenadas geográficas, compostas de linhas imaginárias.

O território de um país é formado pelo solo continental e insular, pelo subsolo, pelo espaço aéreo e pelo território marítimoglossário .

O país

Podemos definir país como um território politicamente delimitado, com unidades político-administrativas, reconhecimento internacional e, em geral, habitado por uma comunidade com história própria. Todo país tem um Estado constituído e uma Constituição que compõe a base da legislação vigente e orienta a criação de leis.

As relações entre os países e as principais organizações multilaterais

As relações entre os países são regulamentadas por tratados e acordos, que podem ser bilaterais ou multilaterais.

As relações bilaterais ocorrem entre dois Estados e se baseiam em variados interesses: comércio, imigração e segurança internacional, por exemplo. Apesar de resultarem da negociação entre dois Estados, muitas vezes os acordos bilaterais favorecem aqueles com economia mais desenvolvida.

As relações multilaterais, por sua vez, envolvem três ou mais Estados. Geralmente, os acordos multilaterais se caracterizam pela obrigatoriedade de adesão às regras por todos os participantes.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países vencedores do conflito estabeleceram alguns valores considerados fundamentais para garantir a ordem internacional, entre eles a manutenção da paz, a proteção ao meio ambiente e o respeito aos direitos humanos. Para concretizar esses valores, foram criadas importantes organizações multilaterais ainda atuantes.

Banco Mundial e éfe ême í

Em 1944, uma conferência internacional ocorrida na cidade de Bretton Woods (Estados Unidos) estabeleceu os pilares dos atuais sistemas monetário e financeiro internacionais. Nela, foram instituídos o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (bârd), que mais tarde passou a integrar o Banco Mundial, e o Fundo Monetário Internacional (éfe ême í), ambos controlados por países ricos.

O éfe ême í fornece empréstimos a países com dificuldades financeiras, impondo-lhes condições para repassar o dinheiro. O Banco Mundial utiliza critérios próprios para a concessão de recursos destinados a obras e empreendimentos em países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.

Fotografia. Uma rua com um grande prédio espelhado em tons de azul. Há dois carros estacionados em frente ao prédio e outro circulando na rua. Há pessoas na calçada e um semáforo à esquerda.
Edifício que abriga a séde do éfe ême í, em Washington, nos Estados Unidos (2021), país que exerce grande influência sobre a instituição.

Organização das Nações Unidas (ônu)

A Organização das Nações Unidas (ônu) foi criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, com o principal objetivo de manter a paz e a segurança internacionais.

Além de seus órgãos principais, a ônu é formada por programas, fundos e agências especializadas, com escritórios próprios que atuam de fórma interligada. A Assembleia Geral, da qual participam os países-membros da organização, é um espaço de discussão, análise e decisão sobre os mais diversos assuntos de âmbito internacional.

Há ainda o Conselho de Segurança da ônu, que tem 15 membros, cinco deles permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, França e Reino Unido). Os membros permanentes têm poder de veto: mesmo que, inicialmente, uma resolução seja aceita pelo conselho da assembleia, ela não será oficializada em caso de veto de um desses países.

Fotografia. Pátio de um estabelecimento com diversas pessoas. Algumas estão em pé, outras estão sentadas sobre um colchão embalado com plástico. Sobre os colchões há cobertores e caixas brancas empilhadas.
Grupo de refugiados recebe ajuda humanitária da ônu em Haja, Iêmem (2021).
ONU: alguns dos principais programas, agências e órgãos

Órgão

Função

FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

Atua no combate à fome e à pobreza, no desenvolvimento agrícola, na garantia à segurança alimentar e no aproveitamento sustentável dos recursos naturais do planeta.

Unesco: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Atua nas questões de educação, preservação do patrimônio histórico e cultural da humanidade e desenvolvimento científico.

Unicef: Fundo das Nações Unidas para a Infância

Promove a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

OMS: Organização Mundial da Saúde

Atua nas questões relacionadas à saúde da população mundial.

PMA: Programa Mundial de Alimentos

Fornece ajuda alimentar para salvar vidas em campos de refugiados e outras situações emergenciais.

Pnud: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Atua no combate à pobreza e em favor do desenvolvimento humano.

Unfpa: Fundo de População das Nações Unidas

Atua na cooperação internacional para o desenvolvimento das populações.

Pnuma: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Promove a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de seus recursos.

Elaborado com base em dados obtidos em: NAÇÕES UNIDAS. Centro Regional de Informação para a Europa Ocidental. Sistema da ONU. Bruxelas, bê ê: Unric, 29 jan. 2019. Disponível em: https://oeds.link/6kjTTL. Acesso em: 23 março 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição “Em prática” grafada em letras brancas.

Em prática

Atuação da ônu e os recursos financeiros

Uma das principais funções da ônu é promover progresso social e melhores condições de vida por meio de projetos em diversas áreas, a fim de promover igualdade de gênero, desenvolvimento sustentável, ações humanitárias, missões de paz etcétera.

O mapa a seguir apresenta a distribuição dos projetos concebidos pela ônu, bem como o orçamento que possibilita o seu desenvolvimento em cada país.

PLANISFÉRIO: PROJETOS DESENVOLVIDOS PELA ônu (2021)

Mapa. Planisfério: Projetos desenvolvidos pela ONU, 2021. Planisfério com círculos proporcionais sobre alguns países indicando valores de até 400 milhões de dólares. Há predominância de círculos sobre países da América do Sul, América Central, Ásia e África. Os maiores círculos estão sobre a Argentina, o Oriente Médio e o Afeganistão. Não há nenhum círculo sobre Estados Unidos e Canadá, países da Europa Ocidental, Austrália e Japão. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.740 quilômetros
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Projects. New York, NY: ú êne dê pêvírgula 24 março 2022. Disponível em: https://oeds.link/XVZzWq. Acesso em: 26 abril. 2022.

Note que alguns países não apresentam nenhum tipo de projeto. Em contrapartida, outros recebem grandes investimentos, em geral, de fundos internacionais, isto é, de recursos financeiros doados por outros países para a ônu. Observe no quadro os países que mais contribuem para o fundo internacional da ônu.

Países que mais contribuíram para o Fundo Internacional da ONU para o desenvolvimento de projetos, em dólares (2021)

Alemanha

131.364.716

Estados Unidos

81.327.259

Suécia

76.577.124

Japão

65.472.588

Noruega

45.154.343

Suíça

40.297.297

Países Baixos

34.403.670

Canadá

31.347.962

Elaborada com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Contributors to regular resources in 2021. New York, NY: ú êne dê pê, cerca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/aMr5Zt. Acesso em: 26 abril 2022.

  1. Quais regiões do mundo concentram os maiores investimentos em projetos desenvolvidos pela ônu?
  2. Cite três países que não apresentam nenhum tipo de projeto desenvolvido pela ônu.

Organizações mundiais e integração cultural

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Além das organizações multilaterais criadas para garantir a ordem internacional, surgiram organismos intergovernamentais, no período pós-Segunda Guerra Mundial, para promover integração e cooperação cultural entre os países. Alguns deles fazem parte da própria ônu, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que, entre diversos objetivos, atua na preservação do patrimônio histórico e cultural dos países.

Na América, por exemplo, algumas organizações se destacam por implementar projetos e programas intergovernamentais relacionados a temas diversos, abrangendo a difusão de aspectos e elementos culturais entre os países do continente. Entre elas, destacam-se a Organização dos Estados Americanos (ô ê á), a Organização dos Estados Ibero-Americanos (ó ê Í) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Esses projetos e programas têm o caráter de propagar idiomas, facilitar o intercâmbio de pessoas, difundir livros, produções acadêmicas, cinematográficas e televisivas, músicas e festas populares típicas etcétera. Além disso, possuem o importante papel de atuar na cooperação multilateral ou bilateral nos campos da educação, da ciência e da tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social dos países americanos.

Observe a fotografia a seguir, que mostra uma comemoração pelo aniversário de independência da Bolívia, celebrada pela comunidade boliviana que vive em São Paulo como um meio de difundir aspectos da cultura do país no Brasil.

Fotografia. Diversas pessoas usando camisa branca com adornos nas cores azul e verde na parte da barriga e no ombro, calças e sapatos azuis; todos estão enfileirados. No centro, há um homem usando traje verde e dourado e com um apito na boca. Eles saltam juntos, na mesma coreografia.
Celebração de membros da comunidade boliviana, em São Paulo, São Paulo (2017).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Sobre a ônu, responda:
    1. Em que contexto a ônu foi criada?
    2. Qual foi o principal objetivo da criação da ônu?
    3. Compare a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança quanto a seus membros e suas atribuições.
  2. Leia o texto a seguir e analise, no quadro, as informações que acompanham os ícones da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Depois resolva as questões.

Em setembro de 2015, os 193 países membros das Nações Unidas adotaram uma nova política global: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que tem como objetivo elevar o desenvolvimento do mundo e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas. O lema é não deixar ninguém para trás.

Para tanto, foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ó dê ésse) com 169 metas – a serem alcançadas por meio de uma ação conjunta que agrega diferentes níveis de governo, organizações, empresas e a sociedade como um todo nos âmbitos internacional e nacional e também local.

Essa agenda está pautada em cinco áreas de importância [expostas no quadro] (...):

Ilustração. Quadro com cinco elementos ilustrados acompanhados de texto explicativo. De cima para baixo: primeiro elemento: ilustração de duas mãos apertadas em cumprimento. À direita, texto explicativo: Pessoas. Erradicar a pobreza e a fome de todas as maneiras e garantir a dignidade e a igualdade.
Segundo elemento: ilustração do globo terrestre com uma folha de planta sobre ele, no canto esquerdo. À direita, texto explicativo: Planeta. Proteger os recursos naturais e o clima do nosso planeta para as gerações futuras.
Terceiro elemento: ilustração de duas folhas de planta. À direita, texto explicativo: Prosperidade. Garantir vidas prósperas e plenas, em harmonia com a natureza.
Quarto elemento: ilustração de silhueta de uma pomba. À direita, texto explicativo: Paz. Promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas.   
Quinto elemento: ilustração de silhueta de quatro pessoas. À direita, texto explicativo: Parcerias. Implementar a agenda por meio de uma parceria global sólida.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília, Distrito Federal: , cerca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/NmsRLi. Acesso em: 26 abril. 2022.

  1. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi criada para alcançar quais objetivos?
  2. No município em que você mora, há algum projeto ou programa governamental relacionado à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável? Exemplifique.

3. Leia o texto e responda às questões a seguir.

Programa Mundial de Alimentos vence Prêmio Nobel da Paz de 2020

O Programa Mundial de Alimentos (dáblio éfe pê) das Nações Unidas, que fornece assistência alimentar que salva vidas a milhões de pessoas em todo o mundo – muitas vezes em condições extremamente perigosas e de difícil acesso – recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2020.

reticências

Elogiando o trabalho da agência da ônu, a presidente do Comitê do Nobel destacou seu papel em aumentar a resiliência e a sustentabilidade entre as comunidades, ajudando-as a se alimentarem.

A crise da covíd-19 também aumentou a insegurança alimentar global, acrescentou ela, destacando que provavelmente haverá 265 milhões de “pessoas morrendo de fome dentro de um ano”.

Apenas a comunidade internacional pode enfrentar tal desafio, ela insistiu, antes de destacar o fato de que o dáblio éfe pê ajudou milhões de pessoas em países extremamente perigosos e difíceis de alcançar, afetados por conflitos e desastres naturais, incluindo Iêmen, Síria e Coreia do Norte.

NAÇÕES UNIDAS. Programa Mundial de Alimentos vence Prêmio Nobel da Paz de 2020. Brasília, Distrito Federal: ônu Brasil, 9 outubro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/JxU1NS. Acesso em: 26 maio 2022.

  1. Que motivos levaram o Programa Mundial de Alimentos da ônu a conquistar o Prêmio Nobel da Paz?
  2. Por que essa agência da ônu se tornou ainda mais importante durante a pandemia de covíd-19?

4. Analise a charge a seguir.

Charge. Na parte superior, sobre céu noturno, o texto: O Brasil no Conselho de Segurança da ONU; na parte inferior, a ilustração de quatro tanques de guerra, cada um identificado com o nome de um país: Estados Unidos da América,  Rússia, China, França; no centro, entre dois tanques, uma criança de roupa vermelha está em cima de um triciclo de brinquedo.
Charge de Bennett sobre o Brasil em relação ao Conselho de Segurança da ônu. BENNETT. Folha de São Paulo, São Paulo, 28 março 2011. Disponível em: https://oeds.link/cEyXAP Acesso em: 27 abril. 2022.
  1. Descreva a cena representada na charge.
  2. O que ela mostra sobre a pretensão brasileira de se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ônu?

5. Leia o trecho de um artigo transcrito a seguir e responda às questões.

A participação do Brasil em missões da ônu remonta a 1947, quando da primeira vez em que os Estados-membros enviaram seus nacionais ao terreno sob o guarda-chuva da ônu. Mas outro marco temporal importante para a pesquisa é o ano de 1992, quando houve o desdobramento das primeiras brasileiras. Com efeito, entre 1947 e 1992, ou seja, durante 45 anos de participação do Brasil em missões de paz, não houve nenhuma mulher entre os brasileiros. Isso se deve a leis domésticas não inclusivas e à consequente estrutura institucional das fôrças Armadas e de algumas corporações policiais, que não permitiam às mulheres o ingresso ou o acesso a todas as áreas da carreira.

De 1992 a 2019, entre os 48.163 brasileiros (militares, policiais e civis) que serviram em missões de paz, houve apenas trezentas e trinta e oito mulheres (0,7%) – dessas, duzentas e oitenta e seis mulheres eram uniformizadas, ou seja, a imensa maioria (84,6%). reticências

Entre 2003 e 2018, ou seja, em outro recorte temporal, os dados do Ministério da Defesa demonstram que as duzentas e setenta e oito uniformizadas brasileiras registradas no período participaram de um total de doze missões de paz reticênciasponto

ramân, Eduarda; GIANNINI, Renata; PEREIRA, Pérola. Mulheres brasileiras em missões de paz: a coragem em dados e relatos. Instituto Igarapé, artigo estratégico 44, dezembro. 2019. Disponível em: https://oeds.link/ReVpf6 Acesso em: 27 abril. 2022.

  1. De que trata o texto?
  2. Que informação o texto destaca a respeito da participação brasileira em missões de paz da ônu entre 1947 e 1992?
  3. Que fatores podem ser atribuídos ao histórico de baixa participação de brasileiras em missões de paz?

CAPÍTULO 2  Da ordem bipolar à geopolítica atual

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos da América (ê u á) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (u érre ésse ésse), também conhecida apenas como União Soviética, firmaram-se como os Estados mais poderosos do mundo, tanto economicamente quanto militarmente. Essas potências eram governadas sob sistemas sociais e econômicos diferentes, o capitalista e o socialista, e estenderam sua liderança a outros países, formando grandes blocos de influência. Esse processo gerou fortes rivalidades entre os dois países, que foram reconhecidos como grandes potências em disputa pela hegemonia mundial. O período de vigência desse antagonismo ficou conhecido como Guerra Fria, uma vez que as duas potências nunca se enfrentaram diretamente no campo de batalha. O confronto entre elas só ocorreu no campo diplomático e, de maneira indireta, no apoio a lados opostos em guerras regionais, como as guerras da Coreia, do Vietnã e do Afeganistão.

Com o fim da Guerra Fria, em 1989, vários países deixaram o bloco socialista e aderiram à economia de mercado, típica do sistema capitalista. Com isso, os Estados Unidos emergiram como a grande potência mundial, com reflexos na economia, na sociedade e na cultura de todo o planeta.

Fotografia. Destaque para parte de um muro em tons de cinza caindo. Ao redor, diversas pessoas, entre elas soldados com roupas verdes e policiais com quepes.
Queda do Muro de Berlim, em 1989. Esse episódio simbolizou o fim da Guerra Fria.

A Guerra Fria

Depois de quase seis anos de batalhas e um saldo de mais de 50 milhões de mortos e 28 milhões de mutilados, a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, com a derrota dos países que formavam o bloco conhecido como Eixo (liderado por Itália, Japão e Alemanha). O Japão, último a se render, sofreu ainda ataques nucleares dos Estados Unidos, que lançaram duas bombas atômicas, uma sobre a cidade de Hiroshima e outra sobre a de Nagasaki, assombrando o mundo.

Com o fim da guerra, países que formavam o bloco dos Aliados (Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido), vitoriosos, participaram de conferências para reorganizar o espaço europeu de acordo com seus interesses. As conferências de Yalta e Potsdam remodelaram as fronteiras soviéticas e alemãs, expandindo as áreas de influência da União Soviética.

Os Estados Unidos, temendo um avanço soviético, lançaram a Doutrina Truman, em 1947, com o objetivo de colocar os países da Europa Ocidental sob sua influência. Assim teve início o processo de bipolarização mundial, com o mundo dividido em dois polos de poder.

Como consequência, em 1949 os países da Europa alinharam-se ao bloco ocidental (capitalista) ou ao bloco oriental (socialista). No mesmo ano, a Alemanha foi dividida em dois países: a República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental (capitalista) e a República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental (socialista).

Nesse cenário, a corrida espacial foi um marco na disputa entre os blocos capitalista e socialista. Os soviéticos foram os primeiros a lançar um satélite e a enviar uma pessoa ao espaço, enquanto os estadunidenses organizaram a primeira expedição tripulada a aterrissar na Lua. A corrida espacial tinha finalidade científica e fazia parte da competição pelo desenvolvimento de tecnologia militar, mas, sobretudo, era uma maneira de cada bloco fazer propaganda de suas conquistas tecnológicas e de seu modo de vida.

Cartaz. Um soldado de cabelos loiros penteados para trás, usando boina e casaco militar, está segurando uma folha branca com um texto escrito com uma mão e, com a outra, faz o gesto de não para um soldado menor, que usa capacete e roupa militar bege; ele está pressionado entre uma mesa e uma bomba militar.
Cartaz de propaganda comunista retratando um soldado soviético reprovando um soldado estadunidense, pressionado contra uma bomba.

Além da corrida espacial, durante a Guerra Fria ocorreu a chamada corrida armamentista. Estados Unidos e União Soviética esforçavam-se em produzir bombas nucleares com poder de destruição cada vez maior, gerando preocupação em todo o mundo. Acreditava-se que o ataque de um dos dois

lados desencadearia uma guerra total, que poderia pôr em risco a existência humana. Por esse motivo, as duas superpotências tentavam manter os conflitos longe de seus territórios.

Os focos de tensão foram mudando ao longo do tempo, sempre que algum país não deixava claro a qual bloco estava aliado. Soviéticos e estadunidenses financiaram grupos rebeldes, partidos políticos e até artistas e intelectuais para difundir suas ideologias. Por isso, a Guerra Fria não foi um conflito no sentido estritamente militar, de combate armado direto, mas uma guerra tecnológica, ideológica e cultural.

Em 1985, micaíl gorbatchóv assumiu o poder na União Soviética. Nos anos seguintes, ele iniciou um processo de reestruturação econômica (perestroika), com abertura política e transparência das ações do Estado (glasnost).

Entre as ações empreendidas por iniciativa do líder soviético, destacaram-se os acordos entre os blocos socialista e capitalista para a diminuição do arsenal nuclear. Esses acordos diminuíram um pouco a tensão política no mundo, principalmente em relação às consequências de uma eventual guerra nuclear.

PLANISFÉRIO: GUERRA FRIA (1949-1990)

Mapa. Planisfério: Guerra Fria, 1949 a 1990. 
Destaque para países capitalistas e países socialistas no período de 1949 a 1990.
Países socialistas: Angola, Moçambique, Iêmen, União Soviética, China, Mongólia, Vietnã, Camboja, Laos, Taiwan, Cuba, países do Leste Europeu. 
Países capitalistas: todos os demais.
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.420 quilômetros.
Fonte: ATLAS da História do Mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995. página 292-293.

Conflitos e tensões

Devido a uma combinação de fatores sociais, econômicos, militares, territoriais etcétera., os países apresentam capacidades distintas para intervir no cenário mundial. Os países de economia mais forte, com exército mais bem equipado e treinado, e com abundância de recursos energéticos, tendem a ter maior influência em decisões que afetam outros países.

Na primeira década do século vinte e um, o mundo passou a assistir a mudanças geopolíticas que têm definido um novo equilíbrio de fôrças, marcado pela ascensão de alguns Estados e pelo declínio de outros, em diferentes graus. A Rússia, país que encabeçava a antiga União Soviética, manteve o poderio sobre o arsenal nuclear construído durante a Guerra Fria e, principalmente por esse motivo, apresenta-se como um dos poucos países que podem fazer contrapontos à influência dos Estados Unidos no mundo. Por motivos econômicos, a China, que detém o Píbi que mais cresceu nas últimas décadas, é outro país que atualmente ameaça a hegemonia estadunidense.

Nesse cenário, os Estados Unidos começaram a adotar estratégias para conter o avanço dos potenciais competidores, por vezes lançando mão de medidas que os prejudicam economicamente e, em outros casos, apoiando causas de nações vizinhas que mantenham rivalidades locais com esses países.

Fotografia. Grande embarcação no mar com vários aviões militares e pistas de pouso. Sobre 
a embarcação, do lado esquerdo, há uma torre.
A China tem rivalidades históricas com Taiwan, a qual considera uma província rebelde. Após o aumento das tensões entre Estados Unidos e China, os estadunidenses fizeram demonstrações de apoio a Taiwan, como exercícios militares nas proximidades de seu território. Na fotografia, porta-aviões dos Estados Unidos realiza exercício militar no mar das Filipinas, em área próxima a Taiwan (2022).

Questões territoriais

Nos últimos anos, um dos mais importantes exemplos de disputa territorial envolve a Ucrânia e a Rússia e impacta não só as fronteiras regionais, mas toda a geopolítica mundial.

Em 2014, o território da Crimeia, na porção sudeste da Ucrânia e que estava sob o contrôle desse país, foi anexado pela Rússia após um processo conturbado.

A Crimeia já pertenceu à Rússia e foi cedida à Ucrânia na década de 1950, quando ambos os países integravam a União Soviética. Entre 2013 e 2014, grupos de origem russa, predominantes na região, promoveram rebeliões após a queda do então presidente da Ucrânia Viktor ianucóvichi, que era aliado da Rússia e se opunha à aproximação com o Ocidente. Na região de dombás, na porção leste da Ucrânia, outros movimentos revoltosos também promoveram levantes separatistas.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A Rússia forneceu apoio militar aos rebeldes e realizou a anexação da Crimeia, amparada em um plebiscito que confirmou o interesse da população daquele território em pertencer à Rússia. A anexação, porém, não foi reconhecida pela comunidade internacional, e novas tensões se arrastam desde então. Em relação a dombás, representantes dos separatistas, do governo ucraniano e da Rússia aprovaram um cessar-fogo e a descentralização do poder para governantes locais por meio dos chamados Acordos de Minsk.

Reacendendo rivalidades semelhantes às que ocorriam na Guerra Fria, os Estados Unidos e seus aliados na Europa Ocidental passaram a elevar o tom de críticas à postura autoritária do governo russo.

Dando munição aos críticos, a Rússia deu início a uma invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, quando enviou tropas e promoveu ataques aéreos ao país, gerando milhões de refugiados. Para justificar a ação, os russos alegavam a necessidade de garantir os efeitos dos Acordos de Minsk, que estariam sendo desrepeitados pela Ucrânia, e afirmavam que o principal objetivo do país era essencialmente defensivo, pois a Rússia estaria sofrendo um cerco do Ocidente, que cooptava o apoio da Ucrânia.

O governo da Rússia alegava, ainda, que os Estados Unidos utilizavam a questão para reforçar sua hegemonia no mundo, obtendo o pretexto para impor punições econômicas e expandir o conjuto de bases militares ocidentais em direção às bordas do seu território.

A Ucrânia encontra-se em uma posição geográfica estratégica entre a Rússia e a Europa Ocidental. Desse modo, o território do país serviria como uma espécie de escudo para os russos em relação ao Ocidente, o que deixaria de acontecer com o alinhamento dos ucranianos com a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Em contrapartida, o agravamento dos conflitos poderia prejudicar vários países da Europa Ocidental dependentes do gás natural fornecido pela Rússia por meio de uma rede de gasodutos que abrange, inclusive, o território ucraniano.

Além dos fatores regionais, a possibilidade de uma guerra – na Ucrânia ou em qualquer outro lugar – que oponha Estados Unidos e Rússia, as duas maiores potências nucleares do planeta, deixa o mundo todo em alerta pelo potencial catastrófico.

UCRÂNIA: IDENTIDADE LINGUÍSTICA

Mapa. Ucrânia: identidade linguística. 
Mapa da Ucrânia destacando áreas de predomínio da língua ucraniana e da língua russa, além do território ucraniano anexado à Rússia.
Áreas onde a maioria fala ucraniano: Kiev e região oeste da Ucrânia. 
Áreas onde a maioria fala russo: região leste e sul da Ucrânia. 
Território anexado à Rússia:  Crimeia, ao sul da Ucrânia.
Abaixo, rosa dos ventos e escala de 0 a 150 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: Entenda a crise na Ucrânia. Globo News, 18 março 2014. Disponível em: https://oeds.link/24FJuX. Acesso em: 23 março 2022. A maioria da população que fala ucraniano apoia a proximidade da Ucrânia com a Europa Ocidental. A maioria que fala russo defende o vínculo com a Rússia.

Interesses econômicos e recursos naturais

O interesse pelas regiões que apresentam recursos naturais e energéticos de grande valor econômico é uma das principais causas de conflitos armados entre países na atualidade.

O petróleo ainda é a principal fonte de energia utilizada no mundo. Em razão disso, o aumento do consumo mundial, em especial dos países em desenvolvimento, como a China, tende a elevar os preços do produto. Por consequência, o crescimento do interesse pelas reservas disponíveis também eleva as possibilidades de novos conflitos envolvendo as regiões produtoras de petróleo.

As guerras envolvendo o Iraque são um exemplo do passado recente que demonstra o potencial destrutivo das disputas pelo acesso às principais reservas petrolíferas. A busca de uma saída para o golfo Pérsico e a posse de mais reservas de petróleo levaram o presidente iraquiano Saddam russên a ordenar a invasão do cuáit, em agosto de 1990. Em resposta a essa ação, formou-se uma aliança de países ocidentais e do Oriente Médio, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, para pressionar a desocupação do território , dando início à Guerra do Golfo (1991). O conflito se encerrou com a retirada das tropas iraquianas do cuáit.

Em 2003, sob o pretexto de que Saddam russên escondia armas de destruição em massa no Iraque, os Estados Unidos, novamente à frente de uma coalizão, invadiram o país, dando início à Guerra do Iraque (2003-2011). A existência dessas armas, porém, nunca foi comprovada, e muitos analistas consideram que o interesse no petróleo iraquiano tenha sido um dos principais motivos para a invasão do Iraque.

Fotografia. Vista aérea de uma coluna de fumaça alaranjada sobre uma cidade durante a noite. Ao redor há postes de luz e um rio.
As exportações de petróleo e a presença de empresas estadunidenses no território iraquiano interferem diretamente no bom desempenho da economia do país. Na fotografia, coluna de fumaça sobe do palácio presidencial após ataque aéreo à cidade de Bagdá, Iraque (2003).

Rivalidades étnico-religiosas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Diferentes etnias desenvolveram sua cultura, suas tradições, sua língua e seu modo de vida de maneiras diversas. No decorrer da História, a intolerância às diferenças tem provocado conflitos. Dessa fórma, surgem confrontos entre grupos quando, por exemplo, uma das partes busca independência política e econômica ou pretende instaurar um regime político afeito à sua condição étnica. Um exemplo ocorreu na África, em 1994, quando a rivalidade entre povos das etnias tútsi e hutu deu origem a um genocídio em Ruanda, que causou a morte de aproximadamente 1 milhão de tútsis em apenas três meses.

Questões religiosas também motivam discórdias entre seguidores de diferentes crenças. Na Tchetchênia, região situada no norte do Cáucaso, em território russo, perdura um conflito motivado por razões étnico-religiosas. Os tchetchenos, em sua maioria muçulmanos, desejam sua independência e a adoção de um regime com base nas leis islâmicas. Nas últimas décadas, alguns atentados de autoria tchetchena na Rússia e até mesmo nos Estados Unidos atraíram a atenção da mídia internacional para a região.

Fotografia. Vista aérea de uma rua com equipamentos azuis como barracas. Do lado esquerdo há uma arquibancada; no centro e nas laterais há diversas pessoas em pé. Ao fundo, uma cortina de fumaça branca.
Um atentado a bombas ocorrido na Maratona de Boston, em 2013, nos Estados Unidos, que deixou três mortos e centenas de feridos, foi atribuído a dois irmãos tchetchenos.

Tolerância

O termo tolerância denomina a capacidade de aceitar a diferença e conviver com a pluralidade de opiniões, crenças e ideias.

Parece evidente que a tolerância deva sempre acompanhar as relações entre as pessoas; porém, muitos conflitos internacionais refletem a incapacidade dos grupos humanos de conviver de modo pacífico e respeitoso, independentemente de suas diferenças culturais ou religiosas.

É de extrema importância conhecer o que acontece em diversas partes do mundo, colocar-se no lugar de outras pessoas e refletir sobre o respeito à diversidade antes de fazer críticas ou formar opiniões.

Como você exercita a tolerância no seu dia a dia?

Fotografia. Interior de uma ginásio com diversas camas dobráveis e algumas pessoas deitadas e cobertas com cobertores cinzas ou azuis. No centro, uma pessoa em pé e de costas.
Migrantes são acolhidos em ginásio de Paris, França (2019). Essa ação gerou protestos discriminatórios por parte dos moradores locais.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

Conflitos atuais em escala global

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os principais conflitos do mundo atual são causados por fatores religiosos, étnicos, culturais e políticos ligados à afirmação da identidade de um povo e a interesses econômicos, como o contrôle de territórios estratégicos. Eles ocorrem em praticamente todos os continentes, conforme pode ser observado no mapa e no gráfico a seguir.

MUNDO: CONFLITOS ARMADOS (2020)

Mapa. Mundo: conflitos armados, 2020. 
Planisfério com destaque para áreas onde há conflitos armados.
Áreas com conflitos armados em 2020: Colômbia, Mali, Burkina Faso, Benin, Nigéria, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Níger, Chade, Sudão, Moçambique, Burundi, Sudão do Sul, Somália, Etiópia, Egito, Líbia, Palestina, Israel, Turquia, Iraque, Iêmen, Síria, Armênia, Azerbaijão, Ucrânia, Afeganistão, Paquistão, Índia, Mianmar, Tailândia, Filipinas. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.450  quilômetros.

Número de focos de conflitos armados por continente ou região (2020)

Gráfico. NÚMERO DE FOCOS DE CONFLITOS ARMADOS POR CONTINENTE OU REGIÃO,  2020. Gráfico de barras. No eixo vertical, os nomes dos continentes; no eixo horizontal, a quantidade de conflitos. 
América: 1 conflito. 
Europa: 3 conflitos. 
Oriente Médio: 6 conflitos. 
Ásia: 9 conflitos. 
África: 15 conflitos.
Elaborados com base em dados obtidos em: MILIÁN, Iván Navarro et al. Alert 2021! Report on conflicts, human rights and peacebuilding. Barcelona: Icaria, 2021. Disponível em: https://oeds.link/vZKa5C. Acesso em: 23 março 2022.
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A África Subsaariana é uma região que abriga muitos conflitos atualmente. Em muitos casos, as fronteiras traçadas durante o período do colonialismo europeu separaram etnias em Estados diferentes, que passaram a abrigar grupos rivais. As guerras civis e os conflitos armados na Somália, no Sudão, no Sudão do Sul e na Nigéria, muitos deles relacionados à intolerância étnica e religiosa, estão entre os dez mais letais do mundo nos últimos anos.

No Oriente Médio e em outras partes da Ásia, diferentes crenças e religiões e questões estratégicas de ordem política e econômica são fatores relacionados a conflitos armados que perduram há décadas. Um dos principais focos de tensão é a disputa territorial e religiosa entre israelenses e palestinos, desde o pós-guerra. A fundação do Estado de Israel, com forte apoio dos Estados Unidos, encontrou a oposição do mundo árabe. As guerras árabe-israelenses ocorridas a partir de 1948 deixaram o povo palestino sem território. Os conflitos de interesses entre grupos israelenses e palestinos motivam ondas de violência extrema entre os dois povos. Em 2012, a Palestina foi reconhecida como Estado observador não membro da ONU, o que demonstra um reconhecimento implícito ao Estado palestino. Esse státus pode ser visto como simbólico, pois não permite que a Palestina vote em decisões da ONU, por exemplo. Porém, ela pode participar de debates na Assembleia Geral e de outras organizações internacionais, como o Tribunal Penal Internacional.

As intervenções militares estadunidenses no Iraque e no Afeganistão durante os anos 2000 provocaram instabilidade política nesses países e o fortalecimento de grupos fundamentalistas como o autointitulado Estado Islâmico e a Al Caeda.

Na Síria, uma guerra civil teve início em 2011 entre as tropas do presidente Bachár al Assád e os opositores ao governo e os jirradístas, que, associadas aos interesses estratégicos estadunidenses, russos e chineses no Oriente Médio, dificultam a resolução do conflito, com focos ainda ativos na atualidade.

No Paquistão, as tensões estão situadas na fronteira com o Afeganistão, onde o exército paquistanês atua para tentar impedir o avanço de grupos extremistas islâmicos. O país também enfrenta ondas de violência devido às disputas territoriais e religiosas com a Índia.

No continente europeu, muitos focos de tensão estão relacionados às diferenças étnicas, culturais e religiosas. As animosidades ocorrem principalmente na Europa Oriental, onde o fim da Guerra Fria propiciou o fortalecimento de vários movimentos separatistas. Na Europa Ocidental também há grupos que reivindicam a independência da região que ocupam e a criação de um Estado próprio, como os catalães, que lutam pela emancipação política em relação à Espanha. Ainda há histórico de atuação de grupos separatistas em países como a França, a Escócia e a Itália.

De acordo com o mapa, o gráfico e o texto, responda às questões.

  1. Quais conflitos têm a participação significativa dos Estados Unidos e quais estratégias o país adotou para exercer sua hegemonia?
  2. Quais conflitos estão associados às tensões entre diferentes grupos étnicos na disputa por território ou na criação de um Estado próprio?
  3. Em quais regiões do mundo ocorrem conflitos armados na atualidade?

O contexto latino-americano

Embora a América Latina não esteja inserida em zonas de guerra ou conflitos armados, muitas disputas ou tensões territoriais ocorrem nas regiões de fronteira do continente. Nas últimas décadas, alguns impasses entre diferentes Estados da América Latina motivaram processos na côrte Internacional de Haia, situada nos Países Baixos, com o intuito de resolver divergências dessa natureza. A côrte Internacional de Haia, criada logo após a Segunda Guerra Mundial, é o principal órgão judiciário da ônu; seu objetivo é julgar as disputas entre países.

Entre os principais conflitos e tensões, podem-se destacar disputas territoriais entre Chile, Bolívia e Peru. Durante a Guerra do Pacífico, em 1879, os chilenos anexaram uma parcela do território boliviano, retirando do país a saída soberana ao mar. Nesse mesmo conflito, o Chile anexou territórios que pertenciam ao Peru e, desde então, esses países travam uma disputa territorial pela região.

A Bolívia reivindicava na côrte Internacional de Haia o retorno do domínio sobre essa região, que corresponde a 400 quilômetros contínuos de litoral, alegando ser de extrema importância para o desenvolvimento econômico do país. Em 2018, no entanto, a côrte definiu que o Chile não tinha a obrigação de negociar com a Bolívia, esfriando as movimentações em torno da questão.

Chile, Bolívia e Peru: disputa territorial em Haia

Mapa. Chile, Bolívia e Peru: disputa territorial em Haia. 
Mapa com destaque para Bolívia, sul do Peru e norte do Chile, indicando as regiões anexadas ao Chile na Guerra do Pacífico entre 1879 e1884. 
Ao norte, parte sul do território do Peru com a capital: Lima. À leste, território da Bolívia com as capitais: La Paz e Sucre. Ao sul, parte norte do Chile com a capital Santiago. 
Perdas do Peru: parte do norte do atual território do Chile, onde estão as regiões de Arica e Tarapacá. As localidades de Arica e Iquique estão em destaque no mapa.
Perdas da Bolívia: parte do norte do atual território do Chile, onde está a região de Atacama. A localidade de Antofagasta está em destaque no mapa.
Texto explicativo acompanha a legenda do mapa: Em 1904, Chile e Bolívia firmaram um tratado de paz e amizade que consolidou os limites entre os países.
Na parte inferior esquerda,  rosa dos ventos e escala de 0 a 225 quilômetros.
Fonte: férrer, Isabel. Tribunal de Haia analisará disputa de fronteira entre Bolívia e Chile. El país, 25 setembro. 2015. Disponível em: https://oeds.link/13ERS1. Acesso em: 23 março 2022.

O papel da ônu

Além de julgar as disputas entre países, a ônu atua promovendo a manutenção da paz internacional e a segurança em regiões de tensões e conflito armados. As missões de paz são compostas de um exército de homens e mulheres, os chamados “capacetes azuis”, provenientes de diversos países, e servem para proporcionar o diálogo e resolver conflitos por vias pacíficas.

De acordo com os dados da ônu, apesar de a maioria dos conflitos armados estar situada fóra do continente latino-americano, alguns países, entre os quais Brasil, Uruguai, Colômbia e México, destacam-se como aqueles que mais enviaram tropas para missões de paz. O Brasil, por exemplo, já participou de mais de 50 missões de paz e, recentemente, contribuiu com cêrca de 1.300 efetivos em operações realizadas em Angola, em Moçambique, no Timor-Leste, no Haiti e no Líbano.

As missões de paz da ônu foram de extrema importância para a pacificação em áreas de conflito e tensões na América Latina, como as guerras civis travadas na Nicarágua (entre 1979 e 1990), na Guatemala (entre 1960 e 1996) e em él salvador (entre 1980 e 1992).

Nos anos 2000, o Haiti enfrentou graves crises sociais e políticas, terremotos e furacões. A Missão da ONU para a Estabilização no Haiti (Minustah) atuou durante 13 anos e foi liderada pelos militares brasileiros. No fim do ano de 2017, as tropas foram retiradas e a missão de paz foi substituída por operações de segurança menores.

Fotografia. Três tanques de guerra, um atrás do outro, andando em uma rua asfaltada. Eles são guiados por homens usando óculos e capacetes azuis. Na parte da frente dos tanques  está escrita a sigla da Organização das Nações Unidas, em inglês. À esquerda, árvores e dois homens observam a passagem dos tanques. Ao fundo, prédios, alguns carros e pessoas.
Soldados da ônu, conhecidos como “capacetes azuis”, durante a Missão da ônu para a Estabilização no Haiti (mainustá). Porto Príncipe, Haiti (2016).

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. O que pretendiam Estados Unidos e União Soviética com a corrida espacial?
  2. Explique a importância da geopolítica para o entendimento dos conflitos mundiais.
  3. Na sequência, você observa a imagem de um exercício militar liderado pela Rússia nas proximidades do território ucraniano, em 10 de fevereiro 2022. Naquele momento, as tropas ucranianas também recebiam pesado apoio da Europa Ocidental e dos Estados Unidos em várias demonstrações de fôrça. Quais eram os interesses envolvidos e em que resultou a movimentação militar em torno da Ucrânia?
Fotografia.  Quatro soldados segurando armas correm em um campo aberto de vegetação marrom. Acima, há um helicóptero sobrevoando o campo. Ao fundo, diversas árvores.
Exercício de guerra realizado pelos países aliados Rússia e Belarus nas proximidades da fronteira bielorussa com a Ucrânia, em 2022.

4. Leia o trecho a seguir e escreva em seu caderno a alternativa correta ou as alternativas corretas.

As religiões moldaram as sociedades e sua visão do mundo desde o início da história. Elas estão intimamente ligadas aos fenômenos de identidade, cultura e civilização. Portanto, além da dimensão espiritual, elas desempenharam um papel político e geopolítico da maior importância, pacificador ou conflituoso, de acordo com o momento e o local.

. Atlas do mundo global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. página 65.

  1. A religião desempenha papel importante no entendimento do cenário de conflitos no mundo.
  2. É possível afirmar que todos os conflitos ocorrem por motivos religiosos.
  3. As religiões não têm importância na construção da identidade dos povos.
  1. Explique a importância estratégica do petróleo na relação entre os países.
  2. Leia o texto a seguir.

reticências a existência de um país supõe um território. Mas a existência de uma nação nem sempre é acompanhada da posse de um território e nem sempre supõe a existência de um Estado. Pode-se falar, portanto, de territorialidade sem Estado, mas é praticamente impossível nos referirmos a um Estado sem território.

SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século vinte e um. décima edição Rio de Janeiro: Record, 2008. página. 19.

Indique, em seu caderno, o que podemos deduzir das palavras de Milton Santos e María Laura Silveira.

  1. Nação, Estado e território são categorias excludentes.
  2. Não existe nação sem Estado.
  3. O território é imprescindível à existência de um Estado.
  4. As fronteiras delimitam os Estados, mas não os territórios.
  5. Um Estado é sempre composto de uma única nação.

7. Em manifestação feita em 2021, durante a comemoração do Dia do Mar, o presidente da Bolívia, Luis Arce, propôs abrir um novo diálogo com o Chile para tratar das disputas territoriais entre os países. Interprete novamente o mapa Chile, Bolívia e Peru: disputa territorial em Haia e explique as vantagens que a Bolívia teria com a improvável recuperação do território incorporado pelo Chile.

  1. Na América do Sul, estima-se que cêrca de quinhentas mil pessoas foram torturadas ou mortas pelos regimes ditatoriais apoiados pelos Estados Unidos. Em 1968, foi promulgado no Brasil o Ato Institucional nº 5 (á í-5), tido como principal instrumento de repressão aos opositores do regime civil-militar. Considerando a América do Sul uma região de forte influência dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, quais eram os interesses desse país em apoiar os regimes militares? Além do Brasil, pesquise na internet ou nos livros de uma biblioteca os outros países que enfrentaram ditaduras militares na América do Sul. Registre no caderno as principais informações levantadas. Depois, em sala de aula, apresente suas descobertas para a turma e acompanhe as contribuições dos colegas.
  2. Observe a fotografia a seguir.
Fotografia. Duas mulheres usando roupas compridas andam na rua. Uma delas usa um lenço cobrindo a cabeça, a outra usa um lenço cobrindo a cabeça e o rosto. Ao fundo, uma parede branca com duas janelas pequenas. Na parede está escrito, em preto e em francês, a palavra muçulmanos, que está riscada com um xis. Na calçada, em frente à parede, passa um homem usando calça e jaqueta.
Transeuntes em rua da cidade de Saint-Étienne, França (2010). * Tradução da palavra, na língua francesa, presente na parede: muçulmanos.

Que tipo de intolerância é representada na fotografia?

10. Analise as informações do infográfico e, depois, resolva as questões.

Infográfico. Na parte superior, desenho da silhueta de uma mulher e a informação: 338 brasileiras serviram em missões de paz entre 1992 e 2019; apenas 0,7% do total. 
Abaixo, à esquerda, há um gráfico circular, cujo título é: Mundo: pessoal uniformizado em missões de paz 2019: 5.207 mulheres; 80.467 homens. 
À direita, há um gráfico de colunas, cujo título é:  Metas da ONU para mulheres uniformizadas em missões de paz de 2018 a 2028. 
2018: 3,9%. 2019: 5,25%. 2028: 15%.
Elaborado com base em dados obtidos em: ramân, Eduarda; GIANNINI, Renata; PEREIRA, Pérola. Mulheres brasileiras em missões de paz: a coragem em dados e relatos. Instituto Igarapé, artigo estratégico 44, dezembro. 2019. Disponível em: https://oeds.link/ReVpf6. Acesso em: 23 março 2022.
  1. O que o infográfico revela sobre a participação de mulheres, principalmente das brasileiras, em missões de paz?
  2. Como você avalia a importância do estabelecimento de metas pela ônu em relação à participação de mulheres em missões de paz?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

A relação entre os países e a política ambiental climática

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nas últimas décadas, vem crescendo entre cientistas, ônguis e agentes variados da comunidade internacional a preocupação com os efeitos nocivos das mudanças climáticas. Algumas importantes conferências internacionais foram realizadas para encontrar alternativas de enfrentamento do problema, mas a falta de medidas efetivas de grande impacto, sobretudo por parte dos governantes, limita os avanços necessários. Sobre esse tema, leia o texto a seguir e responda às questões.

“Passo importante, mas não o suficiente”, afirma Guterres sobre acordo da cópi26

Após se estender por mais um dia, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, cópi26, com a participação de cêrca de 200 países, chegou a um acordo final.

O secretário-geral da ônu, António Guterres, afirmou que o conteúdo reflete os “interesses, contradições e momento da vontade política do mundo hoje”.

O chefe das Nações Unidas destacou que o acordo é um passo importante, porém não será suficiente. Ele reafirmou a necessidade de acelerar as ações climáticas para manter viva a meta de limitar o aquecimento global em até 1,5 grau Celsius.

Em vídeo enviado para o fechamento do evento que aconteceu em Glasgow, na Escócia, durante as duas últimas semanas, Guterres adicionou que é o momento de entrarmos em “ritmo de emergência”, eliminando os subsídios para todos os combustíveis fósseis.

reticências

Uma emenda de última hora solicitada pela China e Índia modificou o texto preliminar sobre a redução do uso de carvão. Os países pediram que fosse documentado “redução gradual” do recurso no lugar de “eliminação”, como na proposta inicial.

Sobre o financiamento para ação climática, o texto enfatiza a necessidade de levantar os valores “de todas as fontes para atingir o nível necessário e chegar aos objetivos do Acordo de Paris, incluindo um aumento significativo do apoio para países em desenvolvimento, além de cem bilhões de dólares por ano”.

Fotografia. Em uma bancada branca, duas mulheres e um homem estão usando máscara de proteção sobre a boca e o nariz, roupa social e batendo palmas. Atrás, quatro pessoas usando máscaras de proteção estão batendo palmas. Atrás há uma parede azul onde está escrito United Nations Climate Change e a ilustração do planeta.
Encerramento da cópi26, que aconteceu em Glasgow, Reino Unido (2021).
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O acordo pede que os governos antecipem os prazos de seus planos de redução de emissões e convida os 197 países participantes a reportar o progresso sobre as ações climáticas no evento do próximo ano, na COP27, que vai acontecer no Egito.

reticências

NAÇÕES UNIDAS. “Passo importante, mas não o suficiente”, afirma Guterres sobre acordo da cópi26. ônuNews, Brasília, Distrito Federal: ônu, 13 novembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/NyKyto. Acesso em: 23 março 2023.

  1. O resultado alcançado pelos debates ao final da cópi26 indica que o objetivo de evitar o aquecimento global será atingido? Por quê?
  2. Analise o mapa e explique no caderno como as informações nele representadas poderiam contribuir para a redução do aquecimento global.

PLANISFÉRIO: POTENCIAL ENERGÉTICO SOLAR (2021)

Mapa. Planisfério: potencial energético solar, 2021. 
Planisfério mostrando a média de incidência solar, por dia e ano: Total diário. Menor que 2,0 quilowatt-hora ou quilowatt-pico; total anual menor que 730 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: oeste do Canadá, leste da China e norte do Reino Unido. 
Total diário entre 2 e 3,2 quilowatt-hora ou quilowatt-hora; total anual entre 730 e 1.168 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: Rússia, Ucrânia, Finlândia, Suécia Noruega, Alemanha, Polônia, Belarus, Áustria e Hungria. 
Total diário entre 3,2 e 4,0 quilowatt-hora ou quilowatt-pico; total anual entre 1.168 e 1.461 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: parte do Canadá, parte dos Estados Unidos, parte do Brasil, parte central da África, Grécia, Itália, Coreia do Norte e Coreia do Sul, parte do Cazaquistão, Sudeste Asiático; total diário entre 4 e 4,8 quilowatt-hora ou quilowatt-pico; total anual entre 1.461 e 1.753 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: parte oeste dos Estados Unidos, parte leste do Brasil, parte da Argentina, parte central da África, Índia, Turquia, parte da China e Mongólia; total diário entre 4,8 e 6,0 quilowatt-hora ou quilowatt-pico; total anual entre 1.753 e 2.191 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: parte Oeste dos Estados Unidos, México, Angola, África do Sul, Egito, Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, parte da Mongólia, parte da China, Austrália, norte da África.
Total diário entre 6 e mais de 6,4 quilowatt-hora ou quilowatt-pico; total anual entre 2.191 e mais de 2.337 quilowatt-hora ou quilowatt-pico: norte do Chile, sul da Bolívia, sul do Peru,  Namíbia, África do Sul, Sudão, Egito, região sul da China. 
Sem dados: Groenlândia, Alasca, região norte do Canadá e da Rússia, região sul da América Latina. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.250 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLD BANK. Global Solar Atlas. Washington, DC: World Bank, cerca de 2021. Disponível em: https://oeds.link/KlMho6 Acesso em: 27 abril. 2022.
  1. De acordo com o que foi discutido no texto e observado no mapa, você avalia que o Brasil deveria investir mais na produção e no consumo de energia solar?
  2. Na sua opinião, a posição da Índia e da China sobre a utilização de carvão como fonte de energia, conforme apresenta o texto, contribui para o cumprimento das metas da cópi26 ou o dificulta?
  3. Leia a manchete e o ôlho da notícia a seguir e explique a importância de a Califórnia estabelecer a medida citada e o impacto que ela pode gerar.

Na Califórnia, energia solar passa a ser obrigatória em imóveis novos

Nova medida vai valer para imóveis que serão construídos a partir de 2020 e economizar até 80 dólares por mês na conta de luz dos moradores

FLEURY, Fábio. Na Califórnia, energia solar passa a ser obrigatória em imóveis novos. érre sete, 10 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/A51aWc. Acesso em: 23 março 2022.

Glossário

Hegemonia
Do ponto de vista político, é a influência intensa ou a supremacia exercida por uma classe, um povo ou uma nação sobre outros.
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Limite político
Limite do território determinado por acordos políticos, ou seja, por meio de negociações amplas entre as partes envolvidas, e que possui reconhecimento internacional.
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Território marítimo
Área do mar em que o Estado exerce sua soberania. Sua delimitação é determinada por acordos internacionais.
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