UNIDADE dois  População e regionalização do espaço mundial

Fotografia. Vista de um palco com luzes nas cores azul e verde; em cima dele há diversas pessoas vestindo roupas brancas, vermelhas e pretas, segurando pequenas bandeiras vermelhas. No segundo plano, o símbolo das Olimpíadas, composto por cinco aros interligados.
Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim (China), destacando parte dos atletas e o símbolo das Olimpíadas, que representa a união entre os continentes.
Fotografia. Vista noturna onde se observam vários prédios muito próximos uns dos outros. Há muitas janelas umas de frente para as outras.
Vários países em desenvolvimento apresentam hoje cidades superpovoadas, que concentram parte significativa da população mundial. Róng Kóng, China (2018).

A população mundial cresceu vertiginosamente ao longo do século vinte, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Porém, isso não proporcionou à maior parte das pessoas acesso a condições dignas de vida, com alimentação, moradia, segurança, saúde e educação. Além das características socioeconômicas, cada país tem os próprios aspectos naturais, históricos e culturais.

Estudar os países com base nesses critérios nos possibilita agrupá-los de vários modos, a fim de que possamos compreender suas semelhanças e diferenças, obtendo, assim, diversas regionalizações do espaço geográfico mundial.

Você sabe de quais regiões do mundo o Brasil faz parte?

Você verá nesta Unidade:

Distribuição e crescimento da população mundial

População nas cidades

Sociedades urbano-industriais e produção agropecuária

Pirâmides etárias

Migrações

Diversidade étnica e cultural

Diferentes tipos de regionalização mundial

Indicadores socioeconômicos

CAPÍTULO 3  Aspectos demográficos

Chamamos população ao conjunto de indivíduos que habitam determinado local, região, país ou o mundo. A população mundial, por exemplo, apresenta como principais características a diversidade e a distribuição desigual pela superfície terrestre.

Observe no mapa de densidade demográfica a concentração da população mundial em determinadas regiões do planeta.

PLANISFÉRIO: DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2017)

Mapa. Planisfério: densidade demográfica 2017. 
Planisfério mostrando o nível de densidade demográfica em 2017, representado por cores cujas tonalidades mais claras representam níveis mais baixos de densidade demográfica e tonalidades mais escuras representam níveis mais altos. 
Nível baixo de densidade demográfica: Alasca, região norte do Canadá, região norte da  Rússia, Austrália, sul da Argélia, da Líbia e do Egito, porção oeste da China. 
Nível médio de densidade demográfica: costa leste dos Estados Unidos, México, costa do Brasil, norte da Colômbia e da Venezuela, região central da África, Portugal, Espanha, França, Arábia Saudita, Irã. 
Nível alto de densidade demográfica: norte do Egito, norte da Itália, Reino Unido, Alemanha, Índia, Bangladesh, Indonésia, região leste da China e Japão. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.670 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 70.

Atualmente, a maior parte da população mundial vive nas cidades. Porém, ainda há países cuja população é, em sua maioria, rural. Muitos desses países apresentam baixos índices econômicos e, principalmente, sociais.

Para compreender melhor certos aspectos demográficosglossário mundiais, como densidade, crescimento vegetativoglossário , estrutura da faixa etária e composição por sexo, analisam-se dados representados em mapas e gráficos. Um gráfico muito utilizado para o estudo das populações é a pirâmide etária, como estudaremos no decorrer deste Capítulo.

População: crescimento e distribuição

No começo do século dezenove, o número de habitantes no planeta atingiu a marca de 1 bilhão de pessoas. Com a melhora do padrão de vida, as inovações na medicina e na saúde pública e a urbanização, a população mundial aumentou consideravelmente, atingindo 2 bilhões no final de 1920. Atualmente, ela se aproxima de 8 bilhões de pessoas e, segundo projeções, deve chegar a 9 bilhões em 2044, quando a taxa de crescimento deve começar a se estabilizar.

Observe, no quadro, quais eram os países mais populosos em 2021.

No mapa a seguir, que representa a população mundial em 2021, as informações da legenda nos possibilitam identificar a China e a Índia como os dois países mais populosos. No continente americano, Estados Unidos e Brasil são os países com mais habitantes. Na África, por sua vez, a Nigéria é o país com maior população.

Mundo: países mais populosos, em milhões de habitantes (2021)

China

1.407

Índia

1.381

Estados Unidos

332

Indonésia

275

Paquistão

238

Nigéria

219

Brasil

216

Bangladesh

164

Rússia

142

10º

México

128

Elaborada com base em dados obtidos em: UNITED STATES CENSUS BUREAU. U. S. and world population clock. Washington, DC: Census Bureau, cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/Lk74o1. Acesso em: 27 abril. 2022.

PLANISFÉRIO: PAÍSES MAIS POPULOSOS E MENOS POPULOSOS (2021)

Mapa. Planisfério: países mais populosos e menos populosos, 2021. 
Planisfério mostrando os países mais populosos e os países menos populosos.
Países mais populosos, representados por cores de tonalidade escura:  China e Índia, seguidos de Estados Unidos, Rússia, Indonésia, México, Brasil, Nigéria, Bangladesh, Paquistão.
Países menos populosos, representados por cores de tonalidades mais claros: países da América Central, Paraguai, Uruguai, Guiana, Suriname, Gabão, Namíbia, Botsuana, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia, Macedônia do Norte, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turcomenistão e Mongólia.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS POPULATION FUND. World Population Dashboard. New York, NY: UNFPA, cêrca de 2021. Disponível em: https://oeds.link/ernHrj. Acesso em: 24 março. 2022.

Concentração da população nas cidades

O aumento relativo da população urbana e a concentração populacional em cidades com mais de 1 milhão de habitantes foram particularmente notáveis a partir da década de 1970. No fim dos anos 2000, a população urbana mundial ultrapassou a das áreas rurais.

A aplicação de tecnologia na agricultura, que liberou a mão de obra do campo, e a expectativa de melhores condições de vida nas cidades foram fatores que estimularam o êxodo das áreas rurais, contribuindo para o crescimento econômico e industrial das cidades.

Ao mesmo tempo, muitas cidades cresceram demasiadamente e não conseguiram absorver toda a mão de obra proveniente do campo. Acentuaram-se as desigualdades sociais nas áreas urbanas, especialmente em países em desenvolvimento.

PLANISFÉRIO: POPULAÇÃO URBANA (1970 E 2017)

Mapas. Planisfério: população urbana em 1970 e 2017. 
Sequência de dois planisférios representando a população urbana dos países por faixas percentuais, em 1970 e em 2017, respectivamente. As faixas percentuais são representadas por diferentes tonalidades da cor verde, cujas mais escuras indicam faixas mais elevadas e tonalidades mais claras indicam faixas mais baixas. 
No primeiro mapa, população urbana em 1970, por faixa percentual.
Menos de 20 porcento: China, Índia, região central e leste da África, Indonésia. 
De 20 a 40 porcento: Bolívia, Paraguai, Namíbia, Marrocos, Argélia, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Paquistão.
De 40 a 60 porcento: México, Brasil, Peru, Colômbia, Egito, Líbia, Arábia Saudita, Cazaquistão, Mongólia, Ucrânia, Belarus, Polônia, Romênia, Bulgária, Irã. 
De 60 a 80 porcento: Argentina, Chile, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Itália, Grécia, Alemanha, Rússia e Reino Unido. 
Mais de 80 porcento: Suécia, Austrália, Nova Zelândia.
Ao lado esquerdo desse mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.760 quilômetros. 
No segundo mapa, população urbana em 2017, por faixa percentual.
Menos de 20 porcento: Níger, Uganda, Ruanda e Burundi.
De 20 a 40 porcento: região leste da África, Índia, Paquistão, Afeganistão, Vietnã, Laos.
De 40 a 60 porcento: República Democrática do Congo, Nigéria, Namíbia, China, parte da América Central, Cazaquistão, Indonésia.
De 60 a 80 porcento: Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, México, África do Sul, Argélia, Arábia Saudita, Irã, Turquia, Síria, Itália, Grécia, Rússia, Ucrânia, Polônia, Alemanha, Belarus, Mongólia. 
Mais de 80 porcento: Canadá, Estados Unidos, Brasil, Chile, Uruguai, Argentina, Líbia, Espanha, França, Reino Unido, Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, Austrália, Nova Zelândia.
À esquerda desse mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.760 quilômetros.
Elaborados com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. World Urbanization Prospects 2018. Disponível em: https://oeds.link/UtKYbq. Acesso em: 24 março. 2022. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 69.

Sociedades urbano-industriais e produção agropecuária

Atualmente, embora haja o predomínio da população urbana no mundo, a população rural ocupa um lugar de destaque. Os recursos produzidos no campo, isto é, alimentos e matérias-primas, são imprescindíveis para as atividades industriais e o abastecimento daqueles que vivem nas cidades.

Para prover as necessidades estabelecidas pela sociedade urbano-industrial, foi necessário o desenvolvimento de uma agricultura moderna, cuja produção em larga escala é pautada na mecanização agrícola, na produção monocultora, na concentração de terra e no uso intensivo de fertilizantes, agrotóxicos e outros produtos químicos.

Tal modelo contribui para o aumento da desigualdade de acesso a alimentos e matéria-prima em âmbito mundial: a concentração da população em grandes centros urbanos, como observado nos mapas Planisfério: população urbana (1970 e 2017), e a má distribuição de renda em escala global dificultam esse acesso, sobretudo em regiões mais pobres, que sofrem com o risco de escassez de recursos.

É comum, também, a população de grandes cidades estar inserida em um modelo insustentável do ponto de vista ambiental, incapaz de garantir a segurança alimentar daqueles que vivem nesses locais. No entanto, as agriculturas urbana e periurbana vêm ganhando fôrça, por meio de iniciativas que incentivam a agricultura familiar e a gestão urbana, social e ambiental das cidades. Essas alternativas já podem ser encontradas em vários países como tentativa de minimizar os problemas socioambientais relacionados à produção de alimentos e ao acesso a eles.

Fotografia. Em primeiro plano há uma área rural, com campos de plantação e árvores. No segundo plano, há uma área urbana com diversos prédios e casas.
Ao fundo, área urbana, e, no primeiro plano, área do Banhado, em São José dos Campos, São Paulo (2017), onde são cultivados diversos tipos de hortaliças.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Representação cartográfica de população em anamorfoses

Há diversas fórmas de representação cartográfica, como você sabe. Uma delas é o mapa anamórfico (disforme ou distorcido), em que as unidades métricas que correspondem às áreas territoriais dos países são inexatas.

Anamorfose é o material cartográfico que representa a área dos territórios de maneira proporcional à grandeza do dado considerado.

No exemplo a seguir, o mapa não representa a realidade geográfica territorial, e sim a realidade do fenômeno – no caso, a população mundial em 2018. Os países foram redimensionados de acordo com o tamanho de sua população. Observe como o mapa provoca um impacto imediato.

Na anamorfose, é possível observar grandes contrastes entre as populações do mundo. O continente mais populoso, de maneira geral, é a Ásia. Além disso, ele abriga os dois países mais populosos do mundo: China e Índia.

Os continentes europeu e africano aparecem bastante disformes, diferentemente do americano, no qual só o Canadá aparece muito reduzido, principalmente quando comparado com os Estados Unidos.

Já a Oceania e a Antártida aparecem muito reduzidas, indicando uma baixíssima população.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: POPULAÇÃO (2018)

Mapa. Planisfério em anamorfose: população 2018. 
Anamorfose dos continentes com a representação dos países em cores variadas. Na anamorfose, o continente americano está menor em relação à sua representação nos planisférios. Nesse sentido, merece destaque o Canadá, com uma dimensão muito menor na  anamorfose. Alguns países da África estão com dimensões maiores.  Na Ásia, Índia e China estão com área muito maior do que a que possuem nos planisférios, assim como o Japão, e a Rússia, ao contrário, está com área muito reduzida, aparecendo pequena e fina. Oceania e Antártida também estão com área bastante reduzida. Na anamorfose, não há indicação de paralelos e meridianos, escala e rosa dos ventos.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLDMAPPER. The world intuenti eitim . Oxford, UK, 1 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/a9fQoT. Acesso em: 24 março. 2022. Nesse mapa, as cores servem apenas para auxiliar a visualização da separação territorial, não representando, portanto, índices nem valores absolutos.
  1. Por que a Rússia, país com a maior extensão territorial, aparece pequena no mapa?
  2. Qual país aparecia entre os mais populosos do mundo no período considerado?
  3. Que referências geográficas mantidas na anamorfose nos possibilitam reconhecer os países representados?

Agora, observe outro fenômeno na anamorfose a seguir. Como você estudou neste Capítulo, a população rural decresceu nas últimas décadas, e cada vez mais pessoas vivem nas cidades.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: POPULAÇÃO RURAL (2016)

Mapa. Planisfério em anamorfose: população rural 2016. 
Na anamorfose, o continente americano está muito mais fino em relação à sua representação nos planisférios.  Diversos países da África estão com dimensões maiores, com destaque para o Egito e Nigéria.   Na Ásia, Índia e China estão com área muito maior do que a que possuem nos planisférios e a Rússia, ao contrário, está com área muito reduzida, aparecendo pequena e fina. A Oceania, com destaque para a Austrália, e a Antártida também estão com área muito reduzida. 
A anamorfose representa a população rural, em faixas percentuais indicadas por diferentes tonalidades da cor verde, cujas tonalidades mais escuras representam faixas percentuais mais altas e tonalidades mais claras representam faixas mais baixas.
Mais de 70%: destaque para a região leste da África, com dimensões grandes.
Entre 60 e 70%: destaque para a Índia, sendo o país que apresenta a maior dimensão no mapa.
Entre 50 e 60%: destaque para região oeste e nrcentuais mais altas e tonalidades mais claras representam faixas mais baixas.
Mais de 70%: destaque para a região leste da África, com dimensões grandes.
Entre 60 e 70%: destaque para a Índia, sendo o país que apresenta a maior dimensão no mapa.
Entre 50 e 60%: destaque para região oeste e norte da África, com dimensões grandes. 
Entre 40 e 50%: destaque para a região da América Central, China, Indonésia e Malásia com dimensões grandes. 
Na anamorfose, não há indicação de paralelos e meridianos, escala e rosa dos ventos.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLDMAPPER. Country File: Mapping rural-to-urban migration. Oxford, UK, 18 fev. 2017. Disponível em: https://oeds.link/a9fQoT. Acesso em: 27 abril. 2022.

Essa anamorfose destaca os países com as maiores populações rurais em 2016. Além de representar proporcionalmente a população rural dos países no mundo, ela detalha uma informação na legenda: a porcentagem da população rural do país em relação ao total.

O cartógrafo optou por adicionar essa informação porque a anamorfose representa a população rural absoluta de cada país. As cores complementam a informação, indicando a população rural relativa.

Observe que o país mais populoso do mundo não está entre os que possuem mais de 70% da sua população em áreas rurais. Isso ocorre porque a sua população total absoluta é muito grande. Já em números relativos, observa-se que o continente africano se destaca. Isso indica que a economia de vários países desse continente ainda depende muito da agricultura e que eles não possuem altos índices de urbanização.

  1. Com base nos mapas, responda: qual país do mundo tem a maior população rural em termos absolutos?
  2. O Brasil possui grande população rural? Justifique.
  3. É possível estabelecer uma relação entre desenvolvimento dos países e população rural? Em caso afirmativo, explique.
  4. Ao analisar o mapa “Planisfério em anamorfose: população rural (2016)”, é correto afirmar que, no período representado, a África:
    1. apresentava uma população majoritariamente rural.
    2. tinha uma população urbana superior à da Europa.
    3. tinha uma porcentagem de população rural inferior à da América.
    4. apresentava população rural maior na faixa próxima à Europa.

Pirâmides etárias

Para conhecer a população de um país, um pesquisador coleta dados como: número de habitantes, composição por sexo e idade e fatos históricos que marcaram a evolução dessa população (guerras e êxodos, por exemplo). A pirâmide etária é um gráfico que possibilita visualizar a diferença na estrutura etária por gênero da população de uma região ou país em determinado momento.

A pirâmide etária pode revelar se a população de um país é jovem, adulta, idosa, ou se os índices de natalidade e de expectativa de vida são altos ou baixos, por exemplo. Analisando-a, também é possível identificar a fase demográfica vigente e alguns aspectos socioeconômicos dessa população.

A pirâmide etária é composta de dois gráficos de barras horizontais: um representa o gênero feminino; o outro, o masculino. O eixo vertical indica as faixas de idade, com valores ascendentes; o eixo horizontal informa o número de habitantes, com valores que aumentam em direção às bordas. Observe os exemplos a seguir.

MÉXICO: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. México: pirâmide etária 2021. Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de  mulheres, em milhões. 
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 5,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 5,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 5,6 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 5,6 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 5,5 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 5,3 milhões; mulheres: 5,3 milhões.
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 5 milhões; mulheres: 5,0 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 4,5 milhões; mulheres: 4,7 milhões.
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 4 milhões; mulheres: 4,4 milhões.
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 3,8 milhões; mulheres: 4,2 milhões.
Faixa etária 50 a 54 anos: homens: 3,3 milhões; mulheres: 3,7 milhões.
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 2,7 milhões; mulheres: 3,3 milhões.
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 2,2 milhões; mulheres: 2,7 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 1,6 milhão; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 1,1 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,8 milhão; mulheres: 1 milhão. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 0,7 milhão. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,2 milhão; mulheres: 0,3 milhão.
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,1 milhão; mulheres: 0,2 milhão. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: 0,1 milhão. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

ESTADOS UNIDOS: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Estados Unidos: pirâmide etária 2021.
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de população de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de população de mulheres, em milhões. 
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 10,5 milhões; mulheres: 10 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 9,8 milhões.
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 10,5 milhões; mulheres: 10,1 milhões.
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 10,7 milhões; mulheres: 10,3 milhões.
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 11,2 milhões; mulheres: 10,7 milhões.
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 11,9 milhões; mulheres: 11,2 milhões.
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 11,9 milhões; mulheres: 11,5 milhões.
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 10,8 milhões; mulheres: 11 milhões.
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 10,3 milhões; mulheres: 10,5 milhões.
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 9,7 milhões; mulheres: 9,8 milhões.
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 10,5 milhões. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 10,3 milhões; mulheres: 10,9 milhões.
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 11 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 8,7 milhões; mulheres: 9,7 milhões.
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 7,3 milhões; mulheres: 8,5 milhões.
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 4,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões.
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 2,8 milhões; mulheres: 3,8 milhões.
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 1,6 milhão; mulheres: 2,5 milhões. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,8 milhão; mulheres: 1,2 milhão. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,2 milhão; mulheres: 0,6 milhão. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: 0,1 milhão.
Elaborados com base em dados obtidos em: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The World Factbook. Washington, DC: CIA, 2021. Disponível em: https://oeds.link/pbGQyR; https://oeds.link/IaUAOs. Acessos em: 27 abril. 2022.

Ler os gráficos

  1. Qual dos países representados tem população mais numerosa?
  2. Que país apresenta maior participação de população economicamente ativa (péa) na população total? Quais são as consequências desse fato?

Pirâmides etárias e o desenvolvimento dos países

As pirâmides etárias também ajudam a compreender a realidade socioeconômica e os aspectos demográficos de um país. Analise estes exemplos.

HAITI: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Haiti: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhares, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhares.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 560 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 550 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 570 mil; mulheres: 550 mil. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 570 mil; mulheres: 580 mil. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 560 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 520 mil; mulheres: 520 mil. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 450 mil; mulheres: 460 mil. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 380 mil; mulheres: 400 mil. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 320 mil; mulheres: 320 mil. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 260 mil; mulheres: 270 mil. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 210 mil; mulheres: 220 mil. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 160 mil; mulheres: 170 mil. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 120 mil; mulheres: 130 mil.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 90 mil; mulheres: 100 mil. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 70 mil; mulheres: 70 mil. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 30 mil; mulheres: 50 mil. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 20 mil; mulheres: 30 mil.
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 5 mil; mulheres: 10 mil. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: zero; mulheres: 5 mil. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: zero. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

COLÔMBIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Colômbia: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhões.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 2,1 milhão; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 1,9 milhão. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 1,8 milhão. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2,1 milhões. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 1,7 milhão; mulheres: 1,7 milhão. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,6 milhão. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 1,3 milhão; mulheres: 1,4 milhão. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 1,1 milhão; mulheres: 1,2 milhão.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 0,7 milhão; mulheres: 0,9 milhão. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 0,65 milhão. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,3 milhão; mulheres: 0,5 milhão. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,18 milhão; mulheres: 0,3 milhão. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,12 milhão; mulheres: 0,2 milhão. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,10 milhão; mulheres: 0,15 milhão.
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: 0,10 milhão.
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

NOVA ZELÂNDIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Nova Zelândia: pirâmide etária 2021. Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhares, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhares. Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 160 mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 170 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 155 mil; mulheres: 155 mil. Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 170 mil; mulheres: 170 mil. Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 180 mil; mulheres: 180 mil. Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 150 mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 45 a 49 anos: 160 homens: mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 150 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 130 mil; mulheres: 140 mil. Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 120 mil; mulheres: 130 mil. Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 100 mil; mulheres: 120 mil. Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 70 mil; mulheres: 75 mil. Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 40 mil; mulheres: 60 mil. Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 25 mil; mulheres: 30 mil. Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 15; mulheres: 20 mil. Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 5 mil; mulheres: 10 mil. Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

JAPÃO: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Japão: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhões.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 2,4 milhões; mulheres: 2,3 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 2,8 milhões; mulheres: 2,6 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 2,7 milhões. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 2,7 milhões. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 2,8 milhões. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 2,9 milhões. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 3,3 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,7 milhões; mulheres: 3,8 milhões. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 4 milhões; mulheres: 4,1 milhões. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 4,6 milhões; mulheres: 4,8 milhões. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 4,4 milhões; mulheres: 4,4 milhões. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 3,8 milhões; mulheres: 3,9 milhões. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 3,7 milhões; mulheres: 3,7 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 3,9 milhões; mulheres: 4,0 milhões. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 4,5 milhões; mulheres: 5 milhões. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 3,8 milhões. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 2,2 milhões; mulheres: 3,2 milhões. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 1,7 milhão; mulheres: 2,4 milhões. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 1,4 milhão.
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,2 milhão. Mulheres: 0,5 milhão.
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: 0,1 milhão; mulheres: 0,2 milhão.
Elaborados com base em dados obtidos em: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The World Factbook. Washington, DC: CIA, 2021. Disponíveis em: https://oeds.link/To4Ch9; https://oeds.link/hStQdD; https://oeds.link/BDm0LZ; https://oeds.link/cS5c4k. Acessos em: 19 abr. 2023.

O Haiti apresenta uma população majoritariamente jovem, com uma base de pirâmide larga e um topo muito estreito. Isso indica uma taxa de natalidade alta e menor expectativa de vida. No geral, países em desenvolvimento, com baixos índices sociais e econômicos, apresentam pirâmides parecidas.

A Colômbia está em transição demográfica. A base está se estreitando em relação à faixa central da pirâmide, o que indica uma tendência de queda nas taxas de natalidade. O topo tende a se alargar com o crescimento da população adulta e idosa.

A Nova Zelândia apresenta uma situação comum em países desenvolvidos. Comparado à Colômbia, o país apresenta menor proporção de crianças e jovens e maior proporção de adultos em faixas etárias mais elevadas. O topo largo da pirâmide indica a alta expectativa de vida dos neozelandeses.

O Japão é um país conhecido por seu alto desenvolvimento e pela grande taxa de população idosa. Sua pirâmide indica baixas taxas de natalidade e decréscimo de população para os próximos anos. Observe como as faixas etárias mais elevadas se destacam em relação ao conjunto da população, o que indica a alta expectativa de vida no país.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Matemática

Construção de pirâmides etárias

Como estudamos, as pirâmides etárias são gráficos de barras que representam a estrutura etária de uma população, com base na distribuição por gênero, desta maneira: jovens (0 a 14 anos), adultos (15 a 64 anos), idosos (65 anos ou mais) e gênero (feminino e masculino).

Para construir a pirâmide etária do município onde você vive, siga as orientações:

  1. Organize os dados no quadro com base no censo demográfico do município. Acesse o site do í bê gê É para obter os dados do último censo por meio do link: https://oeds.link/EmfSKk (acesso em: 24 março. 2022). No espaço para buscas, escreva o nome do seu município. Esses dados devem ser organizados como no exemplo do quadro desta página, do município de Manaus, no Amazonas.
  2. Na parte central de um papel milimetrado, trace dois eixos verticais paralelos e separados por 1 centímetro de distância. Cada 0,5 centímetro desses eixos verticais corresponde a uma faixa etária.
  3. Trace os eixos horizontais: um para a esquerda, representando o gênero masculino; outro para a direita, representando o gênero feminino.
  4. Marque os números absolutos das faixas etárias nos dois eixos horizontais. Escreva também um título e indique a fonte dos dados.
  5. Por fim, compare a pirâmide etária do seu município com a de alguns países. Em sala de aula, discuta com os colegas os resultados obtidos.
POPULAÇÃO DE MANAUS, AM (2010)

Idade

Homens

Mulheres

100 ou mais

61

111

95 a 99

151

400

90 a 94

501

1.056

85 a 89

1.731

2.502

80 a 84

2.922

4.716

75 a 79

4.894

7.254

70 a 74

7.964

10.483

65 a 69

11.484

14.158

60 a 64

17.532

20.521

55 a 59

25.738

28.589

50 a 54

35.802

38.942

45 a 49

45.309

47.683

40 a 44

56.625

58.283

35 a 39

67.048

71.694

30 a 34

81.086

86.810

25 a 29

89.991

95.173

20 a 24

88.051

92.632

15 a 19

85.459

90.056

10 a 14

90.583

89.948

5 a 9

84.622

81.289

0 a 4

82.548

79.972

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). í bê gê É Cidades. Disponível em: https://oeds.link/vj8AcY. Acesso em: 28 abril 2022.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Os últimos 100 anos marcaram o maior crescimento populacional da história da humanidade. Por que isso ocorreu?
  2. Indique a alternativa correta sobre a população mundial.
    1. É cada vez mais urbana e tende a crescer em ritmo mais lento.
    2. É cada vez mais rural e tende a crescer em ritmo mais lento.
    3. Cresce em ritmo mais acelerado e diminui nas áreas urbanas.
    4. Cresce em ritmo mais acelerado e aumenta nas áreas rurais.
  3. Segundo estimativas da ônu, em 2013 a população mundial era de 7,2 bilhões de pessoas e, em 2050, chegará a 9,6 bilhões. Na África, onde hoje vive 1 bilhão de pessoas, estima-se que em 2100 a população atinja 4,2 bilhões. Para a Europa, há expectativa de decréscimo de 14% da população. No Brasil, deverá haver queda de crescimento populacional em virtude da baixa média de filhos por mulher. Sobre o tema, indique a alternativa que completa corretamente a frase a seguir. Conhecer as tendências demográficas no mundo é importante para:
    1. estimular o crescimento da população africana.
    2. planejar obras para enfrentar o imediato declínio da população em todos os continentes.
    3. planejar medidas que atendam aos efeitos do crescimento da natalidade no Brasil.
    4. elaborar políticas públicas que assegurem a boa qualidade de vida em todos os países.
  4. Leia os trechos do texto a seguir.

No Níger, as mulheres têm, em média, 7,6 filhos cada reticências E as próprias crianças têm filhos – mais da metade das mulheres se casa antes de completar 15 anos de idade.

À medida que as economias crescem, tanto os países quanto suas populações se enriquecem e as taxas de natalidade se reduzem gradativamente. Mas o Níger é um dos países mais pobres do mundo.

“No Níger, nós temos uma característica nacional de ser pró-reprodução. Ter filhos é considerado, tradicionalmente, sinal de riqueza e poder”, explica o Doutor Hassane Atamo reticências.

A taxa acelerada de natalidade provoca graves problemas, tanto de curto quanto de longo prazo.

“A consequência imediata de uma taxa de natalidade tão alta é que é impossível alimentar, educar e cuidar de todas essas crianças no curto prazo. No longo prazo, a própria sobrevivência do país é ameaçada, a não ser que usemos essa janela de oportunidade para aproveitar ao máximo esse dividendo jovem”, afirma Atamo. reticências

lairrrédi, álastêr. O país cuja população deve triplicar até 2050 reticências. bê bê cê News, 22 setembro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/8Rjt2d. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. De acordo com o texto, como deve ser a pirâmide etária do Níger?
  2. Por que a grande proporção de jovens na população pode ser considerada um problema?

5. De acordo com o gráfico a seguir, o período em que a população mundial saltará de 8 bilhões para 9 bilhões de habitantes será maior que aquele em que ela passará de 7 bilhões para 8 bilhões. Por que isso ocorrerá?

MUNDO: CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO (1950-2050)

Gráfico. Mundo: crescimento da população, 1950 a 2050. 
Gráfico de linha, cujo eixo vertical indica a quantidade de população em bilhões de habitantes;  o eixo horizontal indica os anos, de 1950 a 2050. Os valores referentes aos anos de 2020 a 2050 são projetados.
1950: 2,5 bilhões de habitantes. 
1960: 3 bilhões de habitantes. 
1970: 3,7 bilhões de habitantes. 
1975: 4 bilhões de habitantes. 
1980: 4,5 bilhões de habitantes. 
1988: 5 bilhões de habitantes. 
1990: 5,1 bilhões de habitantes. 
2000: 6 bilhões de habitantes.
2010: 6,9 bilhões de habitantes. 
2012: 7 bilhões de habitantes. 
2020: 7,6 bilhões de habitantes. 
2025: 8 bilhões de habitantes. 
2030: 8,2 bilhões de habitantes. 
2040: 9 bilhões de habitantes. 
2050: 9,3 bilhões de habitantes.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED STATES CENSUS BUREAU. World Population: 1950-2050. Washington, DC: U. S. Census Bureau, outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/i6VQ3e. Acesso em: 24 março. 2022.

CAPÍTULO 4  Migrações, refugiados e diversidade

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A população mundial é marcada pela diversidade religiosa, étnica e linguística, entre outras. Isso reforça a importância de ações que combatam a discriminação (cultural, étnica ou de qualquer outra natureza), uma vez que a diversidade é uma característica constitutiva dos aspectos demográficos no mundo.

A diversidade mundial tem relação com os movimentos migratórios que marcam a história dos povos e das nações. Desde a Pré-História ocorrem migrações, por razões variadas, como a busca por melhores condições de vida e a fuga de guerras e conflitos.

No fim do século dezenove e no início do vinte, muitos europeus emigraram de seu continente e foram, em grande parte, para as Américas do Norte e do Sul em busca de uma vida melhor e com mais oportunidades. O Brasil é um dos países que receberam muitos desses migrantes, principalmente italianos.

A partir da segunda metade do século vinte e do início do vinte e um, muitas migrações ocorreram em consequência de conflitos e guerras civis.

Fotografia. Diversos homens, mulheres e crianças juntos, usando máscaras, casacos e  toucas; eles estão atrás de uma barreira de arame farpado.
Refugiados, majoritariamente afegãos, que tentavam se estabelecer na Europa, ficaram retidos na fronteira entre a Turquia e a Grécia (2020).

Um mundo diverso

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A diversidade do modo de vida das populações em todo o mundo pode ser constatada por inúmeros aspectos, como os culturais, religiosos, históricos, artísticos, políticos e econômicos.

Conhecendo esses aspectos, temos condições de compreender melhor cada sociedade e de valorizar a diferença, procurando superar preconceitos e difundir a solidariedade.

A língua é um dos principais aspectos que diferenciam as sociedades humanas, pois está relacionada à identidade dos povos. A língua pode, inclusive, revelar a expansão cultural de um povo quando identificamos o seu uso em países onde ela não corresponde a um idioma oficial ou nativo.

Para avaliar o grau de influência de uma língua, é preciso levar em conta não apenas o número de falantes no país de origem, mas seu uso ao redor do planeta. O mandarim, por exemplo, embora seja a língua falada pelo maior número de pessoas, é pouco difundido em outros países além da China. Atualmente, o inglês é considerado a língua internacional em áreas como comércio, ciência, tecnologia, turismo e comunicações. Observe o mapa e o gráfico a seguir.

PLANISFÉRIO: COMUNIDADES LINGUÍSTICAS DE INGLÊS, FRANCÊS E PORTUGUÊS

Mapa. Planisfério: comunidades linguísticas de inglês, francês e português.  
Planisfério com destaque para países de comunidades linguísticas de inglês, francês e português.
Commonwealth (países que pertenciam ao Império Britânico): Canadá, Reino Unido, Bahamas, Jamaica, República Dominicana, Porto Rico,  Nigéria, Namíbia, África do Sul, Botsuana, Zâmbia, Tanzânia, Quênia, Uganda, Moçambique, Camarões, Togo, Índia, Paquistão, Bangladesh, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Papua Nova Guiné, Sri Lanka, Ilhas Salomão.
Organização Internacional da Francofonia (OIF): Canadá,  Haiti, Guiana Francesa, Egito, Tunísia, Marrocos, Madagascar, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Congo, Costa do Marfim, Guiné, Senegal, Camarões, França, Bélgica, Suíça, Bulgária, Romênia, Moldávia, Vietnã, Laos, Camboja, Catar.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CCPLP): Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Portugal.
À esquerda do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.765 quilômetros.
Mapa elaborado com base em dados obtidos em: durên, M. et al. Atlas de la mondialisation: comprendre l’espace mondial contemporain. Paris: SCIENCESPO, 2013.

LÍNGUAS MAIS FALADAS NO MUNDO POR NATIVOS E NÃO NATIVOS (2021)

Gráfico. Línguas mais faladas no mundo por nativos e não nativos, 2021. Gráfico de barras. No eixo vertical, as línguas mais faladas; no eixo horizontal, a quantidade de pessoas que falam essas línguas, em milhões. Francês: 267 milhões de pessoas. Bengali: 268 milhões de pessoas. Árabe: 274 milhões de pessoas. Espanhol: 543 milhões de pessoas. Hindi: 600 milhões de pessoas. Mandarim: 1 bilhão e 200 mil pessoas. Inglês: 1 bilhão e 348 mil pessoas.
ETHNOLOGUE: Languages of de World. What is the most spoken language? Disponível em: https://oeds.link/R8IDNg. Acesso em: 27 abril. 2022.

A diversidade étnica e cultural

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O atual processo da globalização e os consequentes movimentos migratórios têm possibilitado a ampliação da diversidade étnica e cultural no mundo. Entende-se por etnia determinado grupo de população que se reconhece e está integrado por tradições, modos de vida, costumes, referências e símbolos próprios. 

Com os avanços tecnológicos, o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação e o aumento da circulação de informações, bens, serviços e pessoas, cada vez mais vem ocorrendo a socialização entre diversos grupos étnicos e culturais distintos.

Como resultado, o que se vê, atualmente, é um grande intercâmbio entre povos e o multiculturalismo, isto é, a convivência de pessoas e grupos com identidades culturais diferentes em um mesmo território, região ou país ou ainda nos ambientes virtuais.

O mapa a seguir ilustra os países do mundo de acordo com o grau de diversidade étnica presente em seus territórios. Observe que o Brasil está entre os países mais etnicamente diversos do mundo, fruto do convívio entre as muitas etnias indígenas, uma grande população descendente de povos africanos e um grupo numeroso formado por imigrantes e descendentes de povos de outros continentes.

PLANISFÉRIO: DIVERSIDADE ÉTNICA

Mapa. Planisfério: diversidade étnica. 
Planisfério mostrando os países mais etnicamente diversos e os menos etnicamente diversos.
Países mais etnicamente diversos, em ordem crescente de diversidade: Brasil, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Guiana, México, Mauritânia, Cazaquistão, Mianmar, Laos, Malásia, Equador, Peru, Bolívia, Suriname, Canadá, Mali, Níger, Senegal, Guiné, Burkina Faso, Eritréia, Etiópia, Tanzânia, Moçambique, Namíbia, Irã, Paquistão, Tailândia, Líbia, Chade, República Centro Africana, Camarões, Nigéria, Benin, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, Angola, África do Sul, Madagascar, Quênia, Somália, Afeganistão.
Países menos eticamente diversos, em ordem decrescente de diversidade:  
Estados Unidos, Venezuela, Honduras Espanha, Marrocos, Ucrânia, Bulgária, Turcomenistão, Uzbequistão, Índia, Omã, Botsuana, Zimbábue, Nova Zelândia, Argentina, Uruguai, Argélia, Mongólia, Turquia, Iraque, Papua Nova Guiné, Paraguai, Guatemala, Chile, Alemanha, Egito, Arábia Saudita, Rússia, China, Vietnã, Camboja, Filipinas, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Noruega, França, Itália, Polônia, Tunísia, Austrália.
Sem dados: Groenlândia, Antártida, Sudão, Sudão do Sul, Iêmen.
Na parte inferior, rosa dos ventos; abaixo e escala de 0 a 2.620 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: fícher, máquis A revealing map of the world’s most and least ethnically diverse countries. The Washington Post, 16 may 2013. Disponível em: https://oeds.link/jvi7Gk. Acesso em: 24 março. 2022.
Ícone. Sugestão de livro.
OLIC, Nelson Bacic. Retratos do mundo contemporâneo. São Paulo: Moderna, 2008. Ao abordar questões políticas, ambientais, econômicas e culturais, o livro apresenta ao leitor alguns temas básicos para a compreensão do atual cenário internacional.
Na contramão da diversidade
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Como estudamos, existe uma grande diversidade étnica e cultural no mundo. Porém, infelizmente, muitos grupos sociais e até Estados adotam posturas preconceituosas e intolerantes em relação a determinados grupos étnicos, como ocorre, por exemplo, com os curdos, espalhados por países que abrangem o Cáucaso e o Oriente Médio, os rorrínguiá, em Mianmar, ou os indígenas, que vivem em diversas regiões do mundo. Esses grupos são perseguidos, sofrem discriminação e são privados de direitos que cabem a outros cidadãos.

Outro problema relacionado ao preconceito e à intolerância, que vem ganhando fôrça principalmente em países desenvolvidos do continente europeu, é a xenofobia, que pode ser entendida como a aversão ao cidadão estrangeiro. O estranhamento da população local em relação aos imigrantes pode gerar intolerância social em relação àqueles que não têm a mesma identidade, ou seja, que não compartilham a mesma cultura, língua, etnia e religião, por exemplo.

Alguns governos adotam medidas radicais de restrição à permanência dos imigrantes, forçando-os a retornar a seus países de origem. Parte da população local apoia as restrições governamentais e expressa seu descontentamento por meio de manifestações públicas.

Governos e populações xenófobos tentam justificar sua intolerância alegando que a permanência dos imigrantes agrava os problemas urbanos e a situação econômica do país. Outra justificativa é o temor de parte da população de perder seu emprego.

Fotografia. Diversas pessoas em pé segurando uma faixa com uma frase no idioma italiano. Ao fundo, há diversas bandeiras da Itália. Ao redor, prédios.
Manifestação xenófoba em Roma, Itália (2017). Na faixa, os dizeres stop invasione (“pare a invasão”, em tradução de palavras do inglês e do italiano) estão relacionados aos refugiados que procuram abrigo na Itália.

Migrações

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Um aspecto importante no que diz respeito à distribuição populacional são as migrações. Essas movimentações de entrada (imigração) ou saída (emigração) de população podem ser internacionais (de um país para outro) ou internas (dentro de um mesmo país).

Fluxos migratórios até o século dezenove

Os fluxos migratórios fazem parte da história da humanidade. Ao longo do tempo, foram motivados pelas mais diversas razões, de acordo com o contexto histórico, social, político e territorial.

A teoria mais aceita no meio científico indica que as primeiras migrações, durante a Pré-História, partiram da África, onde surgiu o Homo sapiens, há cêrca de 200 mil anos. Os primeiros migrantes teriam deixado o continente há aproximadamente 60 mil anos, em direção ao Oriente Médio e, em seguida, a diversas regiões da Ásia. O povoamento da América ocorreu graças às migrações de nômades asiáticos, que cruzaram os dois continentes por meio do estreito de Bering (de acordo com uma das hipóteses mais aceitas). Acredita-se que as condições climáticas e a busca por alimentos tenham sido as principais motivações dos fluxos migratórios que ocorreram durante esse período.

PLANISFÉRIO: PROVÁVEIS ROTAS DE POVOAMENTO DA AMÉRICA

Mapa. Planisfério: prováveis rotas de povoamento da América. 
Planisférios mostrando as prováveis rotas de povoamento na América. Do lado esquerdo aparecem os continentes África, Ásia e Oceania e do lado direito aparece o continente América.
Prováveis rotas terrestres: A silhueta de um homem com uma seta apontada para o Norte da África, em seguida com setas para a Europa, para a Ásia, uma seta na direção da Sibéria, duas setas para o Alasca  passando pelo Estreito de Bering, uma seta para a América do Norte, uma seta para a América Central e uma seta para a América do Sul. Prováveis rotas por navegação de cabotagem (Pacífico): A silhueta de dois homens dentro de um barco no Oceano Índico e duas setas apontadas para a Oceania, em seguida há duas setas na costa da Ásia, ao lado, uma seta na costa do Alasca, há duas setas na costa da América do Norte, e três setas na direção da América do Sul. 
Prováveis rotas por navegação direta (Atlântico): a silhueta de dois homens dentro de um barco na costa do deserto do Saara no Oceano Atlântico, uma seta para o leste que chega até à América do Sul. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e  escala de 0 a 2.630 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página. 14-15.

Já entre os séculos dezesseis e dezenove, grande parte dos fluxos migratórios ocorreu no contexto do colonialismo europeu. A expansão e a exploração territorial, bem como a busca por fontes de riquezas naturais e novos mercados consumidores, impulsionaram fluxos migratórios das potências europeias da época para os continentes americano, asiático e africano. Nesse período, ocorreu a migração forçada para o continente americano de uma grande população de africanos escravizados.

Fluxos migratórios no fim do século dezenove e no início do século vinte

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Um dos fluxos migratórios que mais se destacaram no contexto mundial nos séculos dezenove e vinte foi o de europeus. Do fim do século dezenove às primeiras décadas do século vinte, cêrca de 60 milhões de pessoas deixaram a Europa e se dirigiram para os Estados Unidos. Observe o mapa a seguir, com dados desse fluxo migratório.

EUROPA: EMIGRAÇÃO (FIM DO SÉCULO dezenove AO INÍCIO DO SÉCULO vinte)

Mapa. Europa: emigração (fim do século dezenove ao início do século vinte).
Mapa mostrando o número de migrantes saindo da Europa para a América. Setas de espessura grossa, média e fina, na cor rosa, representam o número de migrantes.
17.500.000 de migrantes: da Europa para os Estados Unidos. 
5 milhões de migrantes: da Grã-Bretanha para os Estados Unidos; da Itália para Brasil e Argentina.
2 milhões de migrantes: da Rússia e Escandinávia para o Canadá. 
Menos de 500 mil migrantes: da França para os Estados Unidos. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 1.895 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: SCIENCESPO. Atelier de Cartographie. La grande migration transatlantique, fin XIXe-début XXe siècle. Disponível em: https://oeds.link/APgJVj. Acesso em: 27 abril. 2022.

Fluxos migratórios contemporâneos

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo se inverteu: a Europa se tornou um dos principais destinos de imigrantes, provenientes das mais diversas partes do mundo, em busca de melhores condições de vida e de emprego. Outros fluxos também ganharam destaque, como o de imigrantes latino-americanos, principalmente mexicanos, que se dirigiram para os Estados Unidos. Em 2020, o censo do país estimou que cêrca de 18,5% da população já era de origem latina.

São vários os fatores que podem levar as pessoas a migrar. Um deles é o êxodo rural, quando há o deslocamento em massa de pessoas que deixam o campo para viver nas cidades. As pessoas também podem mudar de país em busca de emprego e uma vida melhor. Há, ainda, em diversas partes do mundo, grupos numerosos obrigados a abandonar os locais de origem para fugir de conflitos internos e guerras.

Refugiados e deslocados internos
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Atualmente, um fluxo que tem ganhado cada vez mais destaque e preocupado governos de países do mundo todo é o de refugiados e deslocados internos.

Quando as pessoas se deslocam dentro do próprio país, fugindo de conflitos, são denominadas pela Organização das Nações Unidas (ônu) deslocadas internas. Quando saem do país, são chamadas de refugiadas.

A ônu tem uma agência para os deslocados internos e os refugiados, conhecida como Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (áquinur). Em 2021, segundo estimativa do Acnur, havia no mundo mais de 48 milhões de deslocados internos e 26,6 milhões de refugiados, dos quais 68% partiam de apenas cinco países: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar. Entre os países que mais recebiam refugiados estavam a Turquia, a Colômbia, o Paquistão, Uganda e a Alemanha.

Os refugiados enfrentam muitos desafios: da arriscada fuga do país de origem a perseguições políticas, religiosas e étnicas. Muitos migrantes pagam a traficantes para tentar entrar ilegalmente em países europeus ou a agentes (conhecidos como “coiotes”) para se dirigir aos Estados Unidos, mas não recebem nenhuma garantia. As travessias geralmente são perigosas, feitas em péssimas condições e com risco de morte. Para tentar entrar na Europa, por exemplo, muitos refugiados navegam pelo mar Mediterrâneo em embarcações sem nenhuma segurança e com lotação superior à que comportam.

PLANISFÉRIO: PRESENÇA DE REFUGIADOS (2020)

Mapa. Planisfério: presença de refugiados, 2020. 
Planisfério mostrando a presença de refugiados nos países. Círculos de variados tamanhos indicam a presença de refugiados. Há círculos maiores sobre Oriente Médio, Sudão, Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, República Democrática do Congo, Chade, Camarões, Irã, Paquistão, Turquia, Bangladesh, Alemanha. 
Há círculos médios sobre Estados Unidos, França, China, Níger.
Há círculos pequenos sobre países da América Latina, região norte e sul da África, Rússia, região leste da Europa, Austrália, Indonésia, Japão. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.800 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE UN REFUGEE AGENCY. Global Report 2020. Genève, SWI: UNHCR,cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/b1XHlc. Acesso em: 24 março. 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

Os fluxos migratórios para o Brasil

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O Brasil recebeu muitos imigrantes europeus entre o século dezenove e o início do século vinte. Os principais grupos que chegaram naquele período foram portugueses, espanhóis, italianos, alemães, turcos, libaneses e japoneses.

Grande parte desses grupos de imigrantes se dirigiu para as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Muitos municípios dessas regiões são conhecidos pela forte influência da cultura europeia. Cidades como Blumenau, Joinville e Pomerode, situadas no estado de Santa Catarina, abrigam diversos elementos da cultura de origem alemã, que podem ser observados na arquitetura, na culinária, nas festas típicas, nos costumes e até nos aspectos linguísticos. Sobre tais peculiaridades, leia o texto a seguir.

O alemão lusitano do Sul do Brasil

Embora não exista entre os descendentes de alemães no Sul do Brasil qualquer unidade linguística, cidadãos bilíngues oscilam entre o uso do português e do alemão, criando vocábulos híbridos e uma sintaxe própria.

O apanhado de diferentes dialetos falados no Sul do Brasil chega a ser chamado por alguns teóricos de riograndenser hunsrückisch”: o runsruquiche é uma região do oeste alemão, localizada perto dos rios Reno e Mosela e próxima à atual fronteira com Luxemburgo.­ “Riograndenser” significa “do Rio Grande”.

Apesar dos 180 anos em solo brasileiro, da mistura de diferentes dialetos entre imigrantes e do contato destes com a língua portuguesa, essa “variação intra e interlinguística”, como define o teórico Cléo altenrôfen, continua viva. Estima-se que haja um milhão de bilíngues nesta região.

reticências

VILELA, Soraia. O alemão lusitano do Sul do Brasil. Deutsche Welle, 20 abril. 2014. Disponível em: https://oeds.link/Q9SKs3. Acesso em: 24 março. 2022.

Fotografia. Homens e mulheres usando camiseta branca, coletes vermelhos ou azuis, saias e bermudas pretas, meias brancas altas e sapatos pretos, desfilam na rua segurando a bandeira do Brasil, a bandeira da Alemanha e outras bandeiras. Ao redor, há diversas pessoas em pé observando o desfile e tirando fotos com o celular.
Festa típica de origem alemã na cidade de Blumenau, Santa Catarina (2019).

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Como fazer uma entrevista sobre seu município

[Narradora 1]  

[tom de voz animado] Olá, ouvintes! Decidi gravar este podcast para contar a vocês sobre a entrevista que pretendo fazer com moradores do município onde moro: Pomerode, em Santa Catarina. Para me ajudar a fazer uma boa entrevista, convidei a dona Ana, uma senhora muito simpática que já trabalhou na biblioteca de Pomerode. Tudo bem, dona Ana? Posso gravar a nossa conversa?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Oi, Fernanda, eu vou bem. Claro, será um prazer participar deste podcast, com dicas para você e para todos os ouvintes sobre como fazer uma entrevista.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Obrigada por participar, dona Ana. Para este podcast ficar ainda mais legal, vou colocar uma música de fundo durante a nossa conversa.

[Narradora 2]

[tom de voz empolgado] Eu adoro ouvir podcasts. Na biblioteca municipal, adorava estudar ouvindo os áudios e ver os filmes sobre a cidade de Pomerode. Conheci muitas histórias lendo os livros sobre a cidade e conversando com os frequentadores da biblioteca.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Eu fiz pesquisas lá na biblioteca, dona Ana. Consegui diversas informações e aprendi muitas coisas.

[Narradora 2]

[tom de voz empolgado e curioso] Muito bem! Me conte o que você aprendeu na sua pesquisa.

[Narradora 1]

[tom de voz animado e explicativo] Aprendi que o município se chama Pomerode porque muitos imigrantes da Pomerânia, região histórica que se localiza no norte da Alemanha e no norte da Polônia, vieram para cá. Isso aconteceu há muito tempo, em 1861. Encontrei essas informações em livros e em uma pesquisa que fiz no computador da biblioteca, no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

[Narradora 2]

[tom de voz animado e explicativo] O IBGE é uma excelente fonte de informações sobre os municípios brasileiros. O que mais você descobriu sobre Pomerode?

[Narradora 1]

[tom de voz de empolgado] Descobri, também, que em 1915 foi feita a primeira ponte da cidade. Antes disso, as pessoas tinham que atravessar de balsa o rio que atravessa o município.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Isso mesmo, a ponte coberta é feita de madeira, seguindo a tradição alemã. A arquitetura da cidade é uma evidência das origens dos imigrantes que fundaram Pomerode.

[Narradora 1]

[tom de voz de curiosidade] Fui também ao Museu Pomerano, para saber como era a vida dos primeiros moradores.

[Narradora 2]

[tom de voz animado e pensativo ] Visitar museus é essencial para entender a história. Você deve ter visto muitas coisas interessantes lá.

[Narradora 1]

[tom de voz alegre e explicativo] Vi como eram as camas, os guarda-roupas, os brinquedos e diversos objetos dos imigrantes alemães que vieram para Pomerode.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Você já descobriu muitas coisas na sua pesquisa. Agora, o que acha de entrevistar algumas pessoas aqui do município? Posso apresentar a você diversas pessoas que têm muitas histórias para contar sobre os antigos imigrantes, sobre as festas tradicionais de Pomerode...

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Vou adorar entrevistar essas pessoas, mas não sei como fazer uma entrevista. Quais dicas a senhora pode me dar, dona Ana?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Será um prazer explicar a você como fazer uma boa entrevista. Ainda está gravando? Essas informações podem ajudar a você e a todos os seus ouvintes.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Sim, o gravador está ligado. Eu e os ouvintes estamos muito curiosos, dona Ana!

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Vamos lá! A primeira etapa para fazer uma boa entrevista começa antes da conversa com as pessoas. É a pesquisa, tarefa que você já começou a fazer. É importante pesquisar sobre a história do município em sites, como o IBGE, visitar museus e ir a bibliotecas.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Que bom que estou no caminho certo!

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Sim, está. Com o que aprendeu na pesquisa, você poderá elaborar boas perguntas para os seus entrevistados.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] É verdade, pois a pesquisa me deu várias ideias de temas que desejo aprofundar, de pessoas com quem seria interessante conversar...

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] É por isso que, durante a pesquisa, é importante anotar as dúvidas e perguntas que forem surgindo. Essas anotações vão ajudar você a investigar mais informações com os entrevistados.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Tenho um caderninho com várias dúvidas e informações que ainda não consegui encontrar. Então, já sei o que posso perguntar para os meus entrevistados.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Outra etapa importante é fazer uma lista de pessoas que possam responder às suas perguntas. Tudo bem se não conhecer muitas pessoas, mas saber, por exemplo, que você precisará conversar com um morador mais antigo, com algum professor, já é um bom começo para encontrar as pessoas certas.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Tive a ideia de procurar um parente de algum trabalhador que construiu a primeira ponte da cidade. O que acha?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Boa ideia. Talvez minha mãe conheça algum descendente dos construtores da ponte coberta.

[tom de voz explicativo] Após definir todas as pessoas que for entrevistar, você deve perguntar se elas querem ser entrevistadas, e se tem disponibilidade para isso.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Vou usar um gravador igual a este com que estou gravando o podcast para fazer as entrevistas, assim eu posso ouvir várias vezes e não perder nenhuma informação.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Você também pode filmar a entrevista com o celular, pois assim pode mostrar as pessoas, claro, se houver permissão para isso. Assim, também poderá mostrar a ponte e outros locais interessantes da cidade.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Boa ideia!

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Algo muito importante a fazer antes de entrevistar as pessoas é criar um roteiro da entrevista. Ele vai ajudar a iniciar as conversas, além de guiar as perguntas que devem ser feitas, de modo que você não esqueça de nenhuma questão. 

[Narradora 1]

[tom de voz curioso] O que devo escrever nesse roteiro, dona Ana?

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Uma breve apresentação sobre você, sobre a pessoa entrevistada e o assunto da entrevista. Além, é claro, das perguntas que você irá fazer.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Adorei as suas dicas, dona Ana! Estou animada para fazer o roteiro das entrevistas e conversar com muitas pessoas para descobrir ainda mais coisas sobre Pomerode.

[Narradora 2]

[tom de voz afável] Tenho certeza de que você fará um excelente trabalho! Fico feliz em ajudar.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Muito obrigada, dona Ana! Tchau, ouvintes.

No município em que você vive é possível observar influência da cultura alemã ou de qualquer outro fluxo migratório ocorrido anteriormente para a região? Faça um levantamento dessas informações e organize-as para serem discutidas em sala de aula.

Conflitos e refugiados no mundo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A história da humanidade registra diversos conflitos por motivações econômicas, desigualdades sociais e intolerância étnica e religiosa. Como consequência, podemos observar um enorme contingente de pessoas obrigadas a abandonar seus lares em busca de sobrevivência.

A multiplicação do número de refugiados é um dos problemas humanitários mais graves relacionados aos conflitos que ocorrem em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.

A solução para os conflitos – e para o drama dos refugiados – passa pela consolidação do diálogo nas relações internacionais. Apenas pela via da negociação, com respeito à vida humana e às leis do direito internacional, será possível criar condições justas para todos os envolvidos.

Nos gráficos a seguir, você pode verificar a distribuição dos refugiados em diferentes continentes e regiões do mundo. Note que o território da África – dividido em duas regiões, África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara) e o Norte da África (somada ao Oriente Médio) – tem grande participação no total de pessoas forçadas a se deslocar no mundo.

MUNDO: TOTAL DE REFUGIADOS (2020)

Gráfico. Mundo: total de refugiados, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando o total de refugiados por regiões ou continentes.
No eixo vertical: total de refugiados. No eixo horizontal: regiões e  continentes. 
África Subsaariana: 6.585.719 refugiados. 
Oriente Médio e Norte da África: 2.483.780 refugiados. 
Europa: 6.673.149 refugiados. 
América: 650.932 refugiados. 
Ásia e Pacífico: 3.968.708 refugiados.

MUNDO: TOTAL DE DESLOCADOS INTERNOS (2020)

Gráfico. Mundo: total de deslocados internos, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando o total de deslocados internos por regiões e continentes.
No eixo vertical: total de refugiados. No eixo horizontal: regiões ou  continentes. 
África Subsaariana: 22.249.094 deslocados. 
Oriente Médio e Norte da Europa: 1.985.782 deslocados.
África: 12.206.269 deslocados. 
América: 8.517.378 deslocados. 
Ásia e Pacífico: 3.544.916 deslocados.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: THE UN REFUGEE AGENCY. Global Report 2020. Genève, SWI: UNHCR, cêrca de2022. página10. Disponível em: https://oeds.link/du2sJO. Acesso em: 24 março. 2022.

Os dados do segundo gráfico demonstram que o volume de deslocados internos é ainda maior que o dos refugiados, o que gera grandes dificuldades para os governos locais, pobres em sua maioria, no enfrentamento dos problemas sociais decorrentes dessa situação.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em 2019, o Brasil recebeu oitenta e duas.quinhentas e cinquenta e duas solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Esse número sofreu uma redução de 65% em 2020 como resultado da pandemia de covíd-19.

BRASIL: PAÍS DE ORIGEM DOS GRUPOS QUE SOLICITAM REFÚGIO (2020)

Mapa. Brasil: país de origem dos grupos que solicitam refúgio. 2020. 
Planisfério mostrando os países de origem das solicitações de refúgio no Brasil, em 2020.
Colômbia, Cuba, Haiti, Venezuela, Senegal, Nigéria, Angola, Síria, Bangladesh, China.
Abaixo e à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.670 quilômetros.

BRASIL: SOLICITAÇÕES DE REFÚGIO, POR PAÍS DE ORIGEM (2020)

Gráfico. Brasil: solicitações de refúgio, por país de origem, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando a quantidade de solicitações de refúgio por país de origem.
No eixo vertical, a quantidade de solicitações. No eixo horizontal, os países. 
Venezuela: 17.385 solicitações. 
Haiti: 6.613 solicitações.
Cuba: 1.347 solicitações. 
China: 568 solicitações. 
Angola: 359 solicitações. 
Bangladesh: 329 solicitações. 
Nigéria: 213 solicitações. 
Senegal: 209 solicitações. 
Colômbia: 182 solicitações. 
Síria: 129 solicitações. 
Outros países: 1.565 solicitações.
Gráfico e mapa elaborados com base em dados obtidos em: SILVA, G. J. et al. Refúgio em Números. sexta edição Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/Comitê Nacional para os Refugiados. Brasília, Distrito Federal: óbêmigra, 2021. Disponível em: https://oeds.link/i1YcAT. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o gráfico e o mapa

  1. Por que houve queda no número de solicitações de refúgio no Brasil em 2020 em relação ao ano anterior?
  2. Identifique o país de origem do grupo mais numeroso que solicitou refúgio no Brasil em 2020. A localização desse país facilita ou dificulta o deslocamento até o Brasil? Justifique.

Migrações por desastres naturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Desastres ou condições naturais severas, como furacões, tufões, terremotos, alagamentos e secas prolongadas, também geram fluxos migratórios, pois acabam obrigando muitas pessoas a mudar de sua região, às vezes até mesmo para outro país. As enchentes provocadas pelas monções na Ásia, por exemplo, obrigam milhões de pessoas a se mudar todos os anos.

Em consequência das mudanças climáticas, essa situação deve se agravar, pois, além das alterações na dinâmica das chuvas, por exemplo, o nível do mar tende a subir e obrigar millhões de pessoas a se mudar de áreas costeiras.

Brasileiros no mundo

Se até o início do século vinte o Brasil foi um grande receptor de imigrantes, hoje, destaca-se a emigração de brasileiros em direção a países mais desenvolvidos.

Um fluxo que teve muito destaque nas décadas de 1980 e 1990 foi o de descendentes de japoneses para o Japão. Eles foram trabalhar principalmente em fábricas em busca de melhores salários por causa das crises econômicas pelas quais o Brasil passava. Esses imigrantes ficaram conhecidos como decasséguis.

Atualmente, os brasileiros estão espalhados por todos os continentes. Em 2020, viviam ..1775000 brasileiros nos Estados Unidos, .276200 em Portugal, .240000 no Paraguai, .220000 no Reino Unido e .211138 no Japão.

Observe o mapa a seguir, que mostra a quantidade de brasileiros vivendo em outras regiões ou continentes em 2020.

PLANISFÉRIO: OS BRASILEIROS RESIDENTES NO EXTERIOR (2020)

Mapa. Planisfério: os brasileiros residentes no exterior, 2020. 
Planisfério mostrando a quantidade de brasileiros residindo em outras regiões ou continentes em 2020.
América do Norte: 1.941.950 brasileiros. 
América do Sul: 589.737 brasileiros. 
América Central e Caribe: 9.681 brasileiros. 
Europa: 1.300.525 brasileiros. 
África: 26.506 brasileiros. 
Oriente Médio: 56.264 brasileiros. 
Ásia: 227.864 brasileiros. 
Oceania: 63.273 brasileiros. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.440 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Comunidade brasileira no exterior: estimativas referentes ao ano de 2020. Brasília, Distrito Federal: ême érre ê, junho. 2021. Disponível em: https://oeds.link/FaM08l. Acesso em: 24 março. 2022.

Comunidades imigrantes nos locais de destino

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

São muitos os imigrantes que enfrentam situações de grande vulnerabilidade social, em decorrência das dificuldades de adaptação ao local de destino. Entre os principais obstáculos, podem-se destacar a incorporação de hábitos e costumes de uma nova cultura, o aprendizado de uma nova língua, a necessidade de enfrentar os processos burocráticos para conquistar determinados direitos etcétera.

Para enfrentar as dificuldades, é muito comum que os imigrantes se integrem em comunidades formadas por pessoas da mesma nacionalidade como uma estratégia para trocar experiências, proporcionar ajuda mútua e manter vivos os aspectos culturais do local de origem.

Fotografia. Em uma rua, em primeiro plano, portal tradicional japonês na cor vermelha de um lado a outro da rua. Diversas pessoas caminhamnas calçadas e pela rua. Nas calçadas, em ambos os lados, há postes vermelhos com lâmpadas tradicionais japonesas e placas de sinalização de trânsito. Em segundo plano, diversos prédios.
O bairro da Liberdade, em São Paulo, São Paulo, abriga tradicionalmente uma grande comunidade japonesa que imigrou para o Brasil durante o fim do século dezenove e o início do vinte. Fotografia de 2021.

Cidades que receberam intensos fluxos migratórios de outras nacionalidades, como Nova iórque, São Paulo e Buenos Aires, possuem comunidades ou até mesmo bairros, com características culturais, como arquitetura e restaurantes típicos, bastante perceptíveis na paisagem.

Nos últimos anos, com o aumento dos fluxos de refugiados de determinadas regiões do mundo, como do continente africano e do Oriente Médio, as cidades que estão recebendo parcelas significativas dessa população vêm se transformando e se estabelecendo como novos centros multiculturais.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Observe o gráfico e responda às questões.

AS DEZ LÍNGUAS MAIS FALADAS NA INTERNET, EM MILHÕES DE USUÁRIOS (2020)

Gráfico. As dez línguas mais faladas na internet, em milhões de usuários,
2020.
Gráfico de barras cujo eixo vertical indica as línguas mais faladas. No eixo horizontal, a quantidade de falantes, em milhões de usuários.
Inglês: 1.531.179.460 usuários. 
Mandarim: 1.477.137.209 usuários. 
Espanhol: 516.655.099 usuários. 
Árabe: 447.572.891 usuários. 
Português: 290.939.425 usuários. 
Malaio: 306.327.093 usuários. 
Francês: 431.503.032 usuários. 
Japonês: 126.476.461 usuários. 
Russo: 145.934.462 usuários. 
Alemão: 98.654.451 usuários. 
Outras: 2.522.890.578 usuários.
Elaborado com base em dados obtidos em: INTERNET Word Stats. Internet World Users By Language. Disponível em: https://oeds.link/2PzsBU. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. O mandarim é a língua mais falada do mundo. Porém, na internet, predominava o inglês em 2020. Por que isso ocorria?
  2. Por que línguas como o japonês e o alemão estão entre as mais faladas se Japão e Alemanha não estãos entre os países populosos?
  1. O município em que você vive se caracteriza como origem de fluxos migratórios em direção a outras localidades? Faça uma pesquisa com seus familiares e amigos, procurando informações em sites oficiais para indicar os fluxos migratórios que partem desse município.
  2. Os gráficos aqui apresentados mostram os principais países de emigração em dois momentos históricos diferentes.

PRINCIPAIS PAÍSES DE EMIGRAÇÃO (1846-1924)

Gráfico. Principais países de emigração, de 1846 a 1924. 
Gráfico de barras mostrando os principais países de emigração e a quantidade de população do país de saída, no período de 1846 a 1924.
No eixo vertical, os países. No eixo horizontal, a população do país de saída (em porcentagem). 
Ilhas Britânicas: 40,9%. 
Noruega: 35,9%. 
Portugal: 30,1%. 
Itália: 29,2%. 
Espanha: 23,2%. 
Suécia: 22,3%. 
Áustria-Hungria: 10,4%. 
Alemanha: 8%. 
Rússia: 2%. 
França: 1,3%.

PRINCIPAIS PAÍSES DE EMIGRAÇÃO (2004)

Gráfico. Principais países de emigração, 2004. 
Gráfico de barras mostrando os principais países de emigração e a quantidade de população do país de saída, em 2004.
No eixo vertical, os países; no eixo horizontal, o percentual da população do país de saída. 
Cazaquistão: 23,7%. 
Ucrânia: 12,5%. 
México: 9,5%. 
Rússia: 8,4%. 
Reino Unido: 7%. 
Bangladesh: 4,9%. 
Alemanha: 4,9%. 
Paquistão: 2,2%. 
Índia: 0,8%. 
China: 0,4%.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: SCIENCESPO. Atelier de Cartographie. Principaux pays d'émigration, fin XIXe-début XXIe siècle. Disponível em: https://oeds.link/YL4vvk. Acesso em: 27 abril. 2022.
  1. De qual continente a maioria dos migrantes provinha entre 1846 e 1924? E em 2004?
  2. Explique por que ocorreu essa mudança de origem dos emigrantes.
  3. No município em que você vive, há descendentes de grupos europeus que vieram ao Brasil no fim do século dezenove e no início do vinte? De quais países eles eram? Você tem familiares descendentes de imigrantes europeus?

CAPÍTULO 5  Diferentes fórmas de regionalização

Chamamos de região uma porção de território que apresenta características semelhantes, de acordo com determinados critérios e classificações. Para estudar o mundo do ponto de vista físico, por exemplo, é feita uma regionalização, ou seja, uma divisão do território com base em elementos como solo, relevo e vegetação. Já para estudar as sociedades e os povos, podemos classificá-los com base em países ou Estados, religiões, línguas, etnias, culturas, desenvolvimento, entre muitos outros aspectos.

A regionalização pode ser feita com base em critérios naturais (clima, hidrografia, vegetação), econômicos (produção industrial ou agrícola, renda per cápita, uso de tecnologia), políticos (regimes de governo), sociais (taxas de mortalidade e de fecundidade, í dê agá) e culturais (religiões, etnias), entre outros.

Por meio das regionalizações, podemos estudar um conjunto de países comparando diferenças e semelhanças e analisando aspectos gerais e particulares.

PLANISFÉRIO: DIVISÃO EM SEIS CONTINENTES

Mapa. Planisfério: divisão em seis continentes.
Planisfério mostrando os continentes. Cada continente aparece com uma cor diferente.
África: na região central do planisfério. 
América: na região esquerda do planisfério. 
Antártida: na região inferior extrema do planisfério. 
Ásia: na região direita do planisfério. 
Europa: na região central e superior do planisfério. 
Oceania: na região inferior direita do planisfério. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 2.440 quilômetros.
Uma das fórmas de regionalização mais conhecidas é o agrupamento dos países em continentes. O principal critério é a extensão contínua das grandes porções de terras emersas. No entanto, aspectos de caráter histórico, cultural e social também são considerados em sua formulação. Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 34.

Grandes áreas geoculturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Outra possibilidade de regionalização do espaço mundial é pelo agrupamento de países por conta de suas características culturais e históricas. Assim, as regiões são formadas com base em aspectos como etnias, línguas, religiões, tradições, hábitos alimentares, costumes, economia etcétera., comuns a uma sociedade ou a um grupo de países.

O geógrafo íve lacóste divide o espaço mundial nas seguintes grandes áreas geoculturais, que podem ser observadas no mapa a seguir:

  • América do Norte: Canadá e Estados Unidos.
  • América Latina: México, países da América Central, do Caribe e da América do Sul.
  • Europa: todos os países da porção ocidental e parte dos países orientais desse continente.
  • Mundo islâmico: Norte da África, Oriente Médio e alguns países da Ásia Central onde predomina a religião islâmica.
  • Mundo africano: África Subsaariana.
  • Mundo indiano: Índia, Paquistão, Bangladesh e Síri Lanca.
  • Russos ortodoxos: Rússia, Ucrânia e Belarus, onde predomina a religião cristã ortodoxa.
  • Extremo Oriente: China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Mongólia.
  • Ásia de Sudeste: ilhas e países como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Camboja e Laos.
  • Austrália e Oceania: Austrália, Nova Zelândia e as diversas ilhas e arquipélagos do entorno.

PLANISFÉRIO: GRANDES ÁREAS GEOCULTURAIS

Mapa. Planisfério: grandes áreas geoculturais. 
Planisfério mostrando as grandes áreas geoculturais, delimitadas por uma linha vermelha.
Área geocultural América do Norte: Estados Unidos e Canadá. 
Área geocultural América Latina: México, países da América Central e América do Sul. 
Área geocultural Mundo Africano: países africanos; exceto os do norte do continente.  
Área geocultural Mundo Islâmico: países do norte da África. 
Área geocultural Europa: países europeus. 
Área geocultural Russos Ortodoxos: Rússia, Ucrânia, Belarus, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão.  
Área geocultural Extremo Oriente: Mongólia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Taiwan.
Área geocultural Mundo Indiano: Índia, Paquistão, Nepal, Banglaesh, Butão
Área geocultural Ásia de Sudeste: países do Sudeste Asiático.
Área geocultural Austrália e Oceania: países da Oceania. 
Àbaixo, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.415 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. 5. 9.

Regionalização por critérios ambientais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os critérios ambientais podem ser utilizados para regionalizar e identificar espacialmente as semelhanças e as desigualdades no uso de recursos naturais, nos impactos ambientais e na vulnerabilidade ambiental de diferentes regiões.

O uso intensivo e indiscriminado dos recursos naturais tem agravado os problemas ambientais do século vinte e um. Entre os principais problemas ambientais da atualidade, destacam-se a ameaça à biodiversidade, a degradação e consequente perda de fertilidade dos solos, a desertificação, o estresse hídrico e o aquecimento global.

Regiões de biodiversidade ameaçada

Em grande parte dos países com maior desenvolvimento, extensas áreas de florestas e de vegetação nativa já foram intensamente devastadas. O elevado consumo de recursos naturais nesses países estimula a busca em outras regiões do mundo.

Como resultado, nos países em desenvolvimento, a exploração de recursos naturais tem colocado em risco áreas com elevada diversidade ambiental.

Podemos utilizar a biodiversidade ameaçada como critério de regionalização. Repare no mapa como muitas dessas áreas se localizam em territórios de países em desenvolvimento e como grandes áreas dos oceanos também estão ameaçadas.

PLANISFÉRIO: BIODIVERSIDADE AMEAÇADA (2016)

Mapa. Planisfério: biodiversidade ameaçada, 2016. 
Planisfério mostrando as áreas com biodiversidade ameaçada, tanto nos continentes quanto nos oceanos.
Áreas com biodiversidade ameaçada no centro e no litoral do Brasil (cerrado e mata atlântica).
Áreas com biodiversidade ameaçada no oeste da América do Sul (chuvas chilenas de inverno; florestas de Valdívia; Tumbes-Chocó-Magdalena; Andes tropicais). Áreas com biodiversidade ameaçada em toda a América Central, parte sul e central do México (Mesoamérica; Florestas de pinheiros-carvalhos de Serra Madre). Áreas com biodiversidade ameaçada na costa oeste dos Estados Unidos (província florística da Califórnia).
Áreas com biodiversidade ameaçada no extremo norte da África, parte de Portugal, Espanha, Itália e Bacia do Mediterrâneo.
Áreas com biodiversidade ameaçada em porções do Oeste da África (Florestas Guineanas da África de Oeste), no sul da África (Karoo Suculento, Região Florística do Cabo, Maputaland-Pondoland-Albany) e leste da África (Chifre da África, Florestas Costeiras da África do Leste, Leste Afromontano).
Áreas com biodiversidade ameaçada em Madagascar (Madagascar e Ilhas do Oceano Índico).
Áreas com biodiversidade ameaçada na região da Turquia e oeste do Irã (Irano-Anatoliano).
Áreas com biodiversidade ameaçada no sul do Oriente Médio.
Áreas com biodiversidade ameaçada na região da Geórgia e Armênia (Cáucaso).
Áreas com biodiversidade ameaçada na Ásia Central (montanhas da Ásia Central), na região do Himalaia, no oeste da China  China (Montanhas do Sudoeste da China) e Sudeste Asiático (Indo Burma, Terras de Sonda, Filipinas). Áreas com biodiversidade ameaçada no Japão. Áreas com biodiversidade ameaçada no oeste da Índia (Gates do Oeste e Siri Lanka).
Áreas com biodiversidade ameaçada no sudoeste da Austrália, Nova Zelândia, Nova Caledônea. Ilhas da melanésia do leste, Polinésia-Micronésia.
Áreas com biodiversidade ameaçada em forma de linhas sobre os oceanos pacífico, atlântico e índico.
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.430 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 23.

Regiões por uso dos recursos hídricos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A água é fundamental para as atividades agrárias e industriais e, sobretudo, para a sobrevivência do ser humano.

A distribuição dos recursos hídricos pela superfície terrestre é irregular. Alguns países têm menor disponibilidade de água do que outros. O aumento do consumo e a contaminação aumentam a vulnerabilidade hídrica de muitos países.

Segundo relatório de 2021 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (fáo), atualmente cêrca de 70% da água disponível para consumo é usada na irrigação. Para suprir o aumento da demanda por água, aumenta-se a captação e muitos rios passam a ser desviados.

Para quantificar a escassez de água de um país, também chamada de estresse hídrico, é utilizada uma taxa determinada pela relação entre o uso, a disponibilidade e a capacidade de reposição de água pelo ambiente. Nos países em condição de estresse hídrico extremamente alto, o uso de recursos hídricos é superior a 80% da disponibilidade anual.

No mapa a seguir, podemos observar a regionalização dos países de acordo com sua vulnerabilidade em relação ao estresse hídrico. Ressalta-se uma grande área de países que apresentam estresse hídrico alto e extremamente alto.

PLANISFÉRIO: ESTRESSE HÍDRICO (2021)

Mapa. Planisfério: estresse hídrico 2021. 
Planisfério mostrando os níveis de estresse hídrico dos países.
Países sem estresse hídrico (abaixo de 25%): Canadá, todos os países da América Central e da América do Sul, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Senegal, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Camarões, República Cento Africana, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Angola, Namíbia, Botsuana, Moçambique, Madagascar, Somália, Congo, Gabão, França, Reino Unido, Rússia, Suécia, Finlândia, Noruega, Ucrânia, Romênia, Hungria, Vietnã, Camboja, Laos, Mianmar, Malásia, Austrália, Nova Zelândia, Mongólia.
Países com estresse hídrico baixo (25 a 50%): Estados Unidos, México, Etiópia, Quênia, Zimbábue, Espanha, Alemanha, Polônia, Itália, Grécia, Turquia, Iraque, Cazaquistão, China, Japão, Indonésia. 
Países com estresse hídrico médio (50 a 75%):  África do Sul, Índia, Afeganistão, Marrocos, Quirguistão.
Países com Estresse hídrico alto (75 a 100%): Irã, Tunísia, Coreia do Sul. 
Países com estresse hídrico crítico (mais de 100%): Argélia, Líbia, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Jordânia, Síria, Iraque, Iêmen, Emirados Árabes, Catar, Omã, Paquistão, Turcomenistão, Uzbequistão. 
Não Aplicável: Groenlândia, Antártida e Saara Ocidental. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. The State of the World’s Land and Water Resources for Food and Agriculture: Systems at breaking point. Synthesis report. Rome, Italy: fáo, 2021. página. 16. Disponível em: https://oeds.link/et0tjX. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Que regiões do mundo se destacam pela baixa disponibilidade de água para consumo?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Gestão dos recursos hídricos na América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Pode-se afirmar que a América Latina é privilegiada no que se refere à abundância de recursos hídricos, pois em seu território estão presentes algumas das principais bacias hidrográficas do mundo, como as dos rios Amazonas, Orinoco e da Prata, demonstradas no mapa América Latina: principais bacias hidrográficas. Os países dessa região enfrentam muitos desafios relacionados à gestão desse recurso.

AMÉRICA LATINA: PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS

Mapa. América Latina: principais bacias hidrográficas. Mapa da América Latina com destaque para: Bacia hidrográfica do Amazonas, abrangendo parte noroeste do Brasil, quase todo o território do Peru e Bolívia e parte sudeste da Colômbia; Bacia hidrográfica do Prata: abrangendo parte centro-sul do Brasil, todo o território do Paraguai, parte oeste do Uruguai, norte da Argentina e sudeste da Bolívia; Bacia hidrográfica do Orinoco: abrangendo quase todo o território da Venezuela e nordeste da Colômbia.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 40; VILLAR, Pilar C. Governança da água na América Latina. Disponível em: https://oeds.link/WS66AR. Acesso em: 24 março. 2022.

Entre os principais desafios, os países que fazem parte da mesma bacia hidrográfica têm de considerá-la como um sistema físico único e dinâmico, e não de fórma fragmentada, isto é, apenas como parte do território de cada país.

Impactos ambientais, como a contaminação dos rios em determinado ponto, a montante, podem atravessar os limites internacionais e prejudicar as populações de locais a jusante. Leia a reportagem.

Derramamento de óleo ameaça rios na Amazônia

Vazamentos de petróleo em grandes proporções na Amazônia peruana, desde janeiro, disparam um alerta para os impactos negativos aos rios e à população. O óleo atingiu os rios Chiriaco e Morona, no Noroeste do país, prejudicando comunidades ribeirinhas e indígenas.

reticências

“Não importa muito onde a gente tenha um desafio ambiental. Ainda que esse acidente esteja ocorrendo no Peru ele vai afetar o ambiente como um todo”, afirmou [Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (inpa)].

reticências

No final do mês passado, o governo peruano decretou situação de emergência em 16 comunidades amazônicas por causa do vazamento de petróleo nos rios que são fornecedores de água potável.

PAIVA, Bianca. Derramamento de óleo ameaça rios na Amazônia. Agência Brasil, 2 março. 2016. Disponível em: https://oeds.link/5e2iQt. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. Como é possível avaliar a América Latina no que se refere à disponibilidade de água doce?
  2. Na sua opinião, como deve ser realizada a gestão das bacias hidrográficas quando abrangem países diferentes?
  3. De acordo com a reportagem apresentada, como um impacto local no meio ambiente pode se tornar regional ou global?

Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos

Levando em consideração critérios econômicos e o grau de influência das nações no sistema econômico mundial, foi possível regionalizar o mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.

De acordo com essa classificação, passaram a ser considerados desenvolvidos os países com grande acumulação de riquezas, elevado padrão de vida, domínio tecnológico e significativa influência na economia mundial. Já o grupo dos subdesenvolvidos englobou os países mais atrasados economicamente, dependentes de tecnologia estrangeira e com elevados níveis de pobreza.

Essa classificação atualmente é criticada por se entender que a denominação países subdesenvolvidos traria embutida a noção de que esses países conseguiriam superar o estágio de subdesenvolvimento e atingir o nível econômico dos países considerados modelo. Por isso, surgiram novas propostas para classificar o nível de desenvolvimento dos países com base em critérios mais diversificados.

PLANISFÉRIO: PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS (1950)

Mapa. Planisfério: países desenvolvidos e subdesenvolvidos, 1950. 
Planisférios mostrando os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
Países desenvolvidos: países da América do Norte (Estados Unidos e Canadá); países da Europa; Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Japão, Austrália, Nova Zelândia. 
Países subdesenvolvidos: México, países da América Central, países da América do Sul,  países da África, Turquia, países do Oriente Médio, Afeganistão, China, Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal, Butão,   países do Sudeste Asiático, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Papua Nova Guiné. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: kidron, maicou; sigal, rônaldi. Atlas del estado del mundo. Barcelona: Serval, 1982. página 43.

Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo

Após a Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, o mundo se encontrava bipolarizado entre os Estados Unidos, capitalista, e a União Soviética, socialista. A rivalidade entre os países capitalistas e socialistas baseava-se, em grande parte, no desenvolvimento de suas economias e de seus modelos de produção, o que impulsionou as corridas armamentista e espacial.

Nesse contexto de Guerra Fria, o demógrafo francês álfred sôví utilizou o termo Terceiro Mundo, em artigo escrito em 1952, para se referir aos países economicamente mais frágeis e com pouca influência política nas decisões mundiais. Com base nesse conceito, teve origem uma nova regionalização do mundo, que classificou os países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo.

O Primeiro Mundo correspondia aos países capitalistas desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental e Japão. O Segundo Mundo era formado pelos países socialistas, como União Soviética, China, Cuba e países do Leste Europeu. E o Terceiro Mundo, pelos países capitalistas subdesenvolvidos.

Fotografia. Interior de uma loja de departamentos com três andares, escadas rolantes, balcões com produtos no andar térreo, diversos manequins com roupas.
A população dos países classificados como de Primeiro Mundo apresenta altos níveis de consumo. Na fotografia, o interior de uma loja de departamentos de alto padrão em Reims, França (2021).
Fotografia. Mulher carregando um pequeno menino nas costas, amarrado ao corpo dela com um tecido azul. Ela está subindo um terreno pedregoso. Ao fundo e abaixo, diversas casas precárias e próximas umas das outras.
Entre as características dos países do Terceiro Mundo, estão as más condições de moradia e a baixa renda da população. Na fotografia vista de área com moradias precárias em Lima, Peru (2021).

A dissolução do Segundo Mundo

A partir da segunda metade do século vinte, as expressões Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo se popularizaram e passaram a ser utilizadas nos meios de comunicação e em estudos sobre a desigualdade entre os países.

Entretanto, com a desestruturação da União Soviética, no início da década de 1990, a expressão Segundo Mundo tornou-se obsoleta. Muitos países socialistas passaram a adotar o capitalismo como sistema econômico. A maior parte desses países passou a apresentar, após a dissolução da União Soviética, níveis de desenvolvimento econômico e social comparáveis aos dos países do Primeiro Mundo. A Hungria é um exemplo.

Fotografia. No primeiro plano, telhados de casas. No segundo plano, um rio. No terceiro plano, edifícios de arquitetura clássica com várias torres e uma abóboda; no entorno, outras construções. Ao fundo, céu azul.
Até o fim da década de 1980, a Hungria, sob influência política e econômica da União Soviética, fazia parte do Segundo Mundo. Na fotografia, vista da cidade de Budapeste (2021).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

A Conferência de bandúngui

Em 1955, o termo Terceiro Mundo foi oficialmente adotado durante a Conferência de bandúngui, realizada na Indonésia. Nesse encontro, reuniram-se 29 países asiáticos e africanos subdesenvolvidos, muitos deles herdeiros de um passado de dominação colonial. Em plena Guerra Fria, esses países buscavam afirmar sua soberania política diante das potências mundiais, rejeitando o racismo e o colonialismo e colocando-se como não alinhados aos Estados Unidos ou à União Soviética.

Qual foi a importância da Conferência de bandúngui na formulação de uma regionalização dividida em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo?

Fotografia. Em preto e branco. Um homem vestindo roupa clara está à direita, em pé, atrás de um púlpito com microfones. Ao lado dele, um homem de pé. À esquerda, três pessoas entadas atrás de uma bancada. Atrás delas, diversas pessoas sentadas em uma longo bancada. Ao fundo, diversos mastros com bandeiras.
Fotografia da Conferência de bandúngui, Indonésia, em 1955. Ao fundo, bandeiras de países participantes.

Países do Norte e países do Sul

Com o fim da Guerra Fria e da bipolarização entre Estados Unidos e União Soviética, as contradições econômicas e sociais entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos tornaram-se mais evidentes, acirrando a relação entre eles.

Nesse novo cenário internacional, criou-se outra regionalização para o mundo. De acordo com o nível de desenvolvimento, as nações foram classificadas em países do Norte e países do Sul.

Essa classificação foi criada considerando o fato de que o hemisfério norte concentra a maior parte dos países que até então faziam parte do Primeiro e do Segundo Mundo, enquanto o hemisfério sul abriga a maioria dos países do Terceiro Mundo, considerados subdesenvolvidos.

Essa regionalização não utiliza a linha do Equador como divisória entre Norte e Sul. A Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, situadas no hemisfério sul, foram agregadas ao Norte em função da similaridade de suas condições de vida e de desenvolvimento econômico às das nações desenvolvidas.

Por outro lado, no hemisfério norte há vários países considerados pobres ou subdesenvolvidos, principalmente na Ásia. Por esses motivos, a divisão do mundo em países do Norte e países do Sul caiu em desuso.

A regionalização do mundo em Norte-Sul gera imprecisões na classificação dos países, pois há muitas diferenças econômicas e sociais entre eles. Atualmente, países ex-socialistas, como o Cazaquistão, o Turcomenistão, o Quirguistão, o Tadjiquistão e o Uzbequistão, apresentam problemas sociais comparáveis aos dos países do Sul.

PLANISFÉRIO: PAÍSES DO NORTE E PAÍSES DO SUL

Mapa. Planisfério: países do Norte e países do Sul.  
Planisfério com uma linha roxa delimitando os países do Norte e os países do Sul.
Países do Norte: Estados Unidos, Canadá, todo os países da Europa, Rússia, Cazaquistão, Turcomenistão, Uzbequsitão, 
Quirguistão, Tadjiquistão,  Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Japão, Austrália, Nova Zelândia. 
Países do Sul: México, todos os países da América Central e da América do Sul, todos os países da África, todos os países do Oriente Médio, Turquia,   Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Mongólia, países do Sudeste Asiático,  Papua Nova Guiné. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.420 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Geografia em mapas: países do Sul. segunda edição São Paulo: Moderna, 2005. página. 3.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

O auxílio dos Sistemas de Informações Geográficas (sig) na regionalização

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os Sistemas de Informações Geográficas (sig) são um conjunto de ferramentas, como softwares, hardwares, bancos de dados, equipamentos e demais recursos tecnológicos, que atuam de fórma integrada para produzir, armazenar, processar e representar informações sobre o espaço geográfico.

Os produtos finais desses recursos são mapas temáticos, imagens de satélites, cartas topográficas, gráficos, quadros e tabelas que podem ser utilizados, por exemplo, para geolocalização ou como ferramentas de análise de órgãos públicos ou instituições responsáveis pelo planejamento territorial.

Os sig são capazes de processar um número grande de informações e possibilitam construir diferentes fórmas de regionalização do espaço geográfico. Ao fazer o cruzamento entre dados selecionados e os limites territoriais de cada país, é possível, por exemplo, construir anamorfoses geográficas, como no mapa a seguir.

Dessa maneira, é possível exacerbar e diminuir o tamanho dos países e das regiões com o intuito de visualizar mais facilmente a distribuição espacial de informações sobre a situação da população em diferentes partes do mundo em relação a determinado fenômeno.

Observe atentamente o mapa e, em seguida, responda às questões.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: TAMANHO DA RIQUEZA ECONÔMICA DOS PAÍSES (2016)

Mapa. Planisfério em anamorfose: tamanho da riqueza econômica dos países,  2016. 
Estados Unidos e China apresentam as maiores dimensões, seguidos de Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Espanha.
Países da América Central, da América do Sul e alguns países da Ásia apresentam dimensões reduzidas.
Os países da África apresentam as menores dimensões.
PIB dos países.
PIB até 500 bilhões de dólares: países da América Central, Chile, Uruguai, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela;  todos os países do continente africano, Portugal, Bélgica, Irlanda, Paquistão, Afeganistão, Malásia, Vietnã, Camboja. 
PIB de 500,01 bilhões a 1 trilhão de dólares: Suíça, Arábia Saudita, Turquia, Países Baixos, Suécia, Argentina, Indonésia. 
PIB de 1,001 trilhão a 5 trilhões de dólares: Brasil, México, Canadá, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Índia, Rússia, Coreia do Sul, Japão, Austrália. 
PIB de 5,001 a 18,6 trilhões de dólares: Estados Unidos e China.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION. National Accounts: Analysis of Main Aggregates Database. New York, NY: UNSD, dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/p5hwsV. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. Além de apresentar o contorno de fórma distorcida, em função do tamanho da riqueza econômica de cada país, qual é a outra variável visual utilizada na anamorfose?
  2. Quais regiões do mundo apresentam os menores níveis de riqueza? Quais fatores influenciam a distribuição espacial desses dados apresentados?

Um mundo multipolar

Com a desestruturação do socialismo e a expansão do capitalismo, as fôrças internacionais, antes representadas pelos Estados Unidos e pela União Soviética, modificaram-se.

Os Estados Unidos se consolidaram como a grande potência mundial. Em um patamar inferior, outros países desenvolvidos, como Japão e Alemanha, passaram a ganhar relevância no cenário internacional amparados na robustez da economia e na capacidade de desenvolvimento tecnológico. Os países da União Europeia atuando em bloco também ocuparam um espaço de protagonismo mundial.

Países emergentes como o Brasil e a Índia também conseguiram ganhar mais fôrça nas relações internacionais e crescer economicamente, sobretudo na primeira e na metade da segunda décadas do século vinte e um. A Rússia, que também é um país emergente, destaca-se ainda pela capacidade bélico-militar.

Já a China despontou nas últimas décadas como o maior competidor dos Estados Unidos em termos econômicos. Em 2010, a China tornou-se a segunda maior economia do planeta e desde então vem diminuindo a distância para os Estados Unidos em relação ao tamanho do Píbi.

Fotografia. Vista aérea de uma cidade com casas e prédios baixos à esquerda. No centro, há uma rua.  À direita, um parque arborizado e a parte superior de uma edificação tradicional chinesa, retangular com telhados triangulares em tons de vermelho e marrom. Ao fundo, há casas e prédios altos.
Impulsionada pelo grande crescimento econômico nas últimas décadas, a China tornou-se um dos países de maior influência no mundo. Na fotografia (2020), é possível notar a presença de prédios modernos contrastando com edificações tradicionais na cidade de urran, uma das mais antigas do país.

Para classificar um país com base em critérios econômicos e sociais, devemos analisar um conjunto de indicadores, como a renda percápita, os índices de violência, o desemprego, a dependência econômica e tecnológica, e a parcela da população que tem acesso minimamente satisfatório a moradia, educação, nutrição e saúde.

Países ricos e países pobres

Os processos de industrialização e desenvolvimento econômico que marcaram o século vinte levaram a uma fórma de regionalização em que os países passaram a ser classificados como ricos ou pobres.

Semelhante à regionalização bipolar que divide os países entre Norte e Sul, os países ricos são considerados centrais no âmbito das decisões econômicas mundiais, concentram grande parte da riqueza mundial, são avançados tecnologicamente e suas populações apresentam índices mais elevados de condições de vida.

Por sua vez, os países pobres são considerados periféricos, dependentes economica e tecnologicamente, instáveis no aspecto político, além de apresentar grande parte da população submetida a condições de vida precárias.

Tal como outras regionalizações do mundo, essa divisão é criticada por ser simplista e generalista, focada nos graus de riqueza e de pobreza como critério para classificar os países. Desse modo, a regionalização desconsidera desigualdades dentro de cada grupo, pois mesmo entre os países considerados ricos, por exemplo, há muitas diferenças importantes em relação ao nível de desenvolvimento.

Observe no mapa a concentração de pessoas em situação de pobreza por país de acordo com o Índice de Pobreza Multidimensional.

PLANISFÉRIO: POBREZA (2021)

Mapa. Planisfério: pobreza 2021.
Planisfério mostrando o índice de pobreza  multidimensional no mundo. Países com índice abaixo de 0,05: México, Cuba, Suriname, Paraguai, Equador, República Dominicana, Guiana, África do Sul, Líbia, Argélia, Egito, Tunísia,  Jordânia, Síria, Iraque, Ucrânia, Cazaquistão, China, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Siri Lanka, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Geórgia, Armênia.
Países com índice 0,05 a 0,1: Colômbia, Brasil, Marrocos, Mongólia. 
Países com índice 0,1 a 0,2: Peru, Bolívia, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Botsuana, Zimbábue, Índia, Nepal, Bangladesh, Laos, Camboja.
Países com índice 0,2 a 0,3: Namíbia, Quênia, gabão, congo, Paquistão, Papua Nova Guiné, Mianmar, Vietnã. 
Países com índice 0,3 a 0,4: Sudão, Tanzânia, Zâmbia, Nigéria, Camarões, Iêmen, Afeganistão, Mauritânia, Senegal, Costa do Marfim, 
Países com índice 0,4 a 0,5: República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Serra Leoa, Benin. 
Países com índice acima de 0,5: Angola, Moçambique, Guiné, Níger, Chade, Burkina Faso, Sudão do Sul, República Centro-Africana.
Sem dados: Canadá. Estados Unidos, Venezuela, Argentina, países da Europa, Rússia, Arábia Saudita, Turquia, Irã, Turcomenistão, Omã, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Antártida.
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de a 0 2.430 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ALKIRE, S.; KANAGARATNAM, U.; SUPPA, N. (2021). The Global Multidimensional Poverty Index (MPI) 2021, OPHI MPI Methodological Note 51. Oxford, UK: University of Oxford, 2021. Disponível em: https://oeds.link/GPUH3s. Acesso em: 25 março. 2022.

Regionalização por níveis de desenvolvimento

A ônu passou a classificar os países de acordo com seus diferentes níveis de desenvolvimento. Segundo a organização, apenas por conveniência, e não por juízo sobre o estágio alcançado nesse processo, as regiões podem ser denominadas com maior desenvolvimento, em desenvolvimento e menos desenvolvidas.

Países com maior desenvolvimento

As regiões com maior desenvolvimento abrangem grande parte dos países da Europa, o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.

A economia forte e dinâmica dos países com maior desenvolvimento garante a eles alto Produto Interno Bruto (Píbi). Dos dez países com maior Píbi, sete estão entre os considerados com maior desenvolvimento: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

PLANISFÉRIO: Píbi per cápita (2022)

Mapa. Planisfério: PIB per capita, 2022. 
Planisfério mostrando o PIB per capita dos países.
Países com PIB per capita de 25.000 dólares ou mais: Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, República Tcheca, Áustria, Reino Unido, Suécia, Finlândia, Noruega, Itália, Portugal, Catar, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia. 
Países com PIB per capita de 10.000 a 25.000 dólares: México, Argentina, Chile, Uruguai, Arábia Saudita, Omã, Rússia, Cazaquistão, China, Irã, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária.
Países com PIB per capita de 2.500 a 10.000 dólares: Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Equador, Suriname, Líbia, Argélia, Egito, Marrocos, Namíbia, África do Sul, Nigéria, Botsuana, Gabão, Congo, Costa do Marfim, Gana, Turquia, Síria, Ucrânia, Belarus, Mongólia, Vietnã, Indonésia, Tailândia. 
Países com PIB per capita de 500 a 2.500 dólares: Angola, Moçambique, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Camarões, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Quênia, Madagascar, Índia, Iêmen, Bangladesh, Nepal, Uzbequistão, Quirguistão, Venezuela, Camboja. 
Países com PIB per capita de Menos de 500 dólares: Sudão do Sul e Somália. 
Sem dados: Antártida, Groenlândia, Etiópia, Afeganistão, Paquistão, Síria, Saara Ocidental.
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.450 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INTERNATIONAL MONETARY FUND. Real GDP growth: Annual percent change. Washington, DC: IMF, cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/zHQ797. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler os mapas

Compare os mapas Planisfério: países do Norte e países do Sul e Planisfério: Píbi per cápita (2022). A regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul reflete a atual distribuição do Píbi per cápita nos países? Justifique.

Qualidade de vida

Nos países com maior desenvolvimento, a qualidade de vida, em geral, é boa, e a maior parte da população tem supridas suas necessidades básicas, como educação, moradia, saneamento básico e assistência à saúde.

Embora a distribuição de renda não seja igualitária, ela não é tão desigual quanto nos países em desenvolvimento ou nos menos desenvolvidos.

Domínio econômico e tecnológico

Os países com maior desenvolvimento sediam a maior parte das empresas transnacionais e efetuam grandes investimentos em pesquisas científicas, o que proporciona o avanço das tecnologias usadas para aprimorar os processos de produção e gerar retorno financeiro.

Cabe destacar que o grupo dos países com maior desenvolvimento não é homogêneo. Alguns deles atingiram um alto nível de desenvolvimento tecnológico, principalmente nas áreas de informática, aeroespacial, nuclear e de biotecnologia. Outros apresentam menor desenvolvimento tecnológico e economia menos expressiva, exercendo menor influência na economia mundial.

Países em desenvolvimento

As regiões em desenvolvimento abrangem os países da África, grande parte da Ásia, a América Latina e as regiões da Oceania formadas pela Micronésia, Melanésia e Polinésia.

Em sua maioria, esses países foram colônias de metrópoles europeias responsáveis pela extração de madeiras e minérios (principalmente ouro, prata e pedras preciosas) e aquisição de produtos agrícolas em condições desvantajosas para a população local. Mesmo após conquistar a independência, a maior parte desses países continuou com o mesmo modelo econômico, ou seja, de abastecimento do mercado internacional com commodities.

As principais características dos países em desenvolvimento são:

  • grande desigualdade social, má distribuição e concentração de renda;
  • dependência econômica, política e tecnológica em relação aos países com maior desenvolvimento;
  • economia primário-exportadora (países pouco industrializados e exportadores de matérias-primas);
  • população empregada, em grande parte, nos setores primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e terciário (comércio e serviços) da economia e no mercado informal;
  • altos índices de analfabetismo, mortalidade infantil e natalidade;
  • baixa expectativa de vida;
  • média de ingestão diária de calorias abaixo do mínimo recomendado;
  • grande parcela de pessoas vivendo em moradias precárias;
  • proliferação de grandes centros urbanos com infraestrutura insuficiente.
Países em desenvolvimento considerados emergentes

Os países emergentes são aqueles que apresentam expressivo crescimento econômico, mas dificuldade para superar desigualdades sociais e para oferecer um padrão de vida elevado à maioria da população.

Esses países se encontram em um patamar socioeconômico mais elevado em relação aos demais países em desenvolvimento e são capazes de atrair investimentos internacionais em razão das vantagens competitivas que oferecem, como mão de obra barata e abundância de matérias-primas, incentivos fiscais e legislação ambiental pouco rigorosa.

China, Turquia, Indonésia, Malásia, Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia são exemplos de países emergentes. Pelo fato de oferecerem recursos naturais e fôrça de trabalho a baixo custo e disporem de grande mercado consumidor, esses países atraíram empresas transnacionais, principalmente a partir das últimas décadas do século vinte, o que lhes garantiu grande desenvolvimento econômico. Entre os países emergentes, as matérias-primas continuaram importantes na pauta de exportações, mas os produtos industrializados passaram a ganhar cada vez mais participação. A China, em especial, tornou-se o país que mais exporta produtos industrializados em volume de produção.

Apesar da industrialização e do significativo crescimento econômico, a maior parte desses países não conseguiu solucionar problemas como o analfabetismo, a mortalidade infantil elevada, a carência de moradias e o pouco acesso ao saneamento básico.

Fotografia. Vista aérea de uma região com muitas construções populares, a maioria delas em tons de cinza, todas próximas umas das outras. Há algumas ruas e algumas árvores.
Considerado um país de economia emergente, o México ainda apresenta elevados níveis de pobreza. Área ocupada por população de baixa renda nos arredores de uêishiculuquên , México (2020).

Países menos desenvolvidos

A expressão países menos desenvolvidos é adotada pela ônu para os países com baixo nível de desenvolvimento econômico, índices pouco elevados de escolaridade, alta taxa de mortalidade infantil e outros problemas sociais, como carência de moradias e de saneamento básico.

Na América, apenas o Haiti entra nessa classificação. A partir de 2004, o país passou por grande instabilidade política, que levou à ocupação militar por missão da ônu (mainustá, como estudamos na Unidade um, Capítulo 2). Em 2010, uma sequência de terremotos agravou a situação do Haiti.

Fotografia. Um homem usando boné vermelho, camiseta bege e calça azul está em pé e segura um carrinho de mão com diversos blocos de concreto dentro; ao redor dele há muitos blocos de concreto empilhados e diversas crianças usando uniforme escolar em tons de azul.
Esforços para a reconstrução do Haiti após um período de instabilidade política e uma sequência de terremotos. Porto Príncipe, Haiti (2010).

PLANISFÉRIO: PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS (2021)

Mapa. Planisfério: países menos desenvolvidos 2021. 
Planisfério com destaque para os países menos desenvolvidos em 2021: Haiti, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Burkina Faso, São Tomé e Príncipe, Togo, Benin, República Centro-Africana, Mali, Níger, Chade, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, República Democrática do Congo, Angola, Zâmbia, Moçambique, Lesoto, Comores, Madagascar, Tanzânia, Malauí, Ruanda, Burundi, Uganda, Somália, Iêmen, Djibuti, Afeganistão, Nepal, Butão, Bangladesh, Mianmar, Laos, Camboja, Ilhas Salomão, Quiribati, Vanuatu, Tuvalu e Timor Leste.
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e  escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Map of the least developed countries. Geneva, SWI: UNCTADvírgula cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/sk0Jzh. Acesso em: 24 março. 2022.

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá)

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) é um indicador criado pela ônu que avalia a qualidade de vida das pessoas em praticamente todos os países. Em sua composição consideram-se a expectativa de vida, a escolaridade e o rendimento per cápita da população.

O í dê agá varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano do país. A classificação é feita dividindo os países em quatro grupos:

  • desenvolvimento humano muito elevado;
  • desenvolvimento humano elevado;
  • desenvolvimento humano médio;
  • desenvolvimento humano baixo.

Essa classificação determina limites relativos. Por exemplo: em 2019, a lista de classificação do í dê agá contava com 189 países. Assim, 66 países estavam classificados com desenvolvimento humano muito elevado; 53 com desenvolvimento humano elevado; 37 com desenvolvimento humano médio; e 33 países com desenvolvimento humano baixo.

PLANISFÉRIO: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (2019)

Mapa. Planisfério: índice de desenvolvimento humano, 2019. 
Planisfério mostrando o índice de desenvolvimento humano dos países em quatro classes.
Índice de desenvolvimento humano muito elevado: Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Panamá, Arábia Saudita, Omã, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Itália, Grécia, Suécia, Noruega, Finlândia, Rússia, Belarus, Polônia, Romênia, Bulgária, República Tcheca, Áustria, Hungria, Eslováquia, Turquia, Emirados Árabes, Catar, Cazaquistão, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Austrália, Nova Zelândia. 
Índice de desenvolvimento humano elevado: México, Colômbia, Venezuela, Suriname, Peru, Bolívia, Paraguai, Equador, Brasil, África do Sul, Botsuana, Líbia, Argélia, Tunísia, Egito, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Azerbaijão, Sérvia, Ucrânia, Mongólia, China, Tailândia, Indonésia, Sri Lanka, Filipinas.
Índice de desenvolvimento humano médio: Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Suriname, Angola, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue, Quênia, Marrocos, Congo, Camarões, Gana, Índia, Iraque, Síria, Paquistão, Nepal, Butão, Bangladesh, Papua Nova Guiné, Camboja, Laos, Tadjiquistão, Quirguistão.
Índice de desenvolvimento humano baixo: Moçambique, Madagascar, Tanzânia, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Nigéria, Benin, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné, Senegal, Iêmen, Afeganistão. 
Sem dados: Groenlândia, Somália, Vietnã, Saara Ocidental, Antártida.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Verifique no mapa a localização dos países com índices muito elevados e também a dos países com índices baixos de í dê agá. Depois responda: Quais são as regiões que possuem índices médios e elevados?

Ícone. Sugestão de site.
PROGRAMA das Nações Unidas para o Desenvolvimento (penúdi). Disponível em: https://oeds.link/h8iEEi. Acesso em: 24 março. 2022. No site do penúdi é possível aprofundar os conhecimentos sobre o desenvolvimento humano e o í dê agá, bem como consultar rankings e relatórios municipais, estaduais e globais sobre os temas.

Novos índices de desenvolvimento humano

A noção de desenvolvimento humano ficou muito associada ao í dê agá. Porém, esse índice representa uma interpretação simplificada do desenvolvimento humano, que deve envolver outros aspectos, como liberdade política, segurança física das pessoas e igualdade de gênero e entre etnias.

A partir de 2010, a Organização das Nações Unidas, em seu Relatório de Desenvolvimento Humano publicado todos os anos, criou outros índices para tentar se aproximar mais da realidade dos países avaliados. Esses índices são:

  • Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (í dê agá á dê);
  • Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême);
  • Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê);
  • Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í).
Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (í dê agá á dê)

O í dê agá á dê utiliza os três componentes de avaliação do í dê agá, porém ajustados a um índice de desigualdade. O í dê agá á dê indica as desigualdades existentes entre as pessoas, pois não é toda a população que tem acesso a uma renda que garanta minimamente suas necessidades, bem como o acesso à educação e a um sistema de saúde de qualidade. Como o í dê agá, quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento. Quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento.

Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême)

O Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême) indica as privações individuais quanto à escolaridade, à saúde (nutrição e mortalidade infantil) e às condições de vida da população (água, eletricidade, combustível para cozinhar, entre outros).

Fotografia. Vista de um morro com diversas casas de madeira construídas. Algumas casas estão sobre estacas de madeira. Do lado esquerdo há algumas moradias cobertas por lona e vários tapumes jogados no chão. Há algumas árvores e torres de transmissão no topo do morro.
Vista de moradias precárias em Santiago, Chile (2021).
Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê)

O Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê) mede as disparidades entre mulheres e homens. Ele utiliza os mesmos indicadores do í dê agá: saúde, escolarização e condições de vida. O cálculo é feito separadamente para mulheres e homens, a fim de chegar a uma medida proporcional. Como resultado, obtém-se uma medida direta da diferença de gênero em que o í dê agá feminino é expresso como uma porcentagem do í dê agá masculino.

Fotografia. Diversas mulheres no interior de um galpão usando máscaras de proteção cobrindo o nariz e a boca. A maioria delas está em pé e ao lado de mesas com máquinas de costura e tecidos brancos empilhados.
No Brasil, apesar de o í dê gê das mulheres ser superior ao dos homens, é possível notar a desigualdade de gênero e de oportunidades no mercado de trabalho por meio do gê í í. Em 2019, o país foi o 95º colocado do ranking. Na fotografia, mulheres trabalhando em indústria têxtil em Guaranésia, Minas Gerais (2020).
Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í)

O Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í) usa como indicadores a saúde reprodutiva da mulher e a comparação entre mulheres e homens referente à capacitação e à taxa de participação no mercado de trabalho. Varia de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, mais igualdade existe entre homens e mulheres. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.

Observe o quadro com dados de alguns países selecionados.

Países selecionados: IDH – IDHAD – IDG – GII (2019)

Classificação do IDH

País

IDH

IDHAD

IDG

Classificação do GII

GII

1

Noruega

0,957

0,899

0,99

6

0,045

2

Irlanda

0,955

0,885

0,981

23

0,093

43

Chile

0,851

0,709

0,963

55

0,247

84

Brasil

0,765

0,570

0,993

95

0,408

88

Azerbaijão

0,756

0,684

0,943

73

0,323

102

Jordânia

0,729

0,622

0,875

109

0,45

131

Índia

0,645

0,475

0,82

123

0,488

148

Angola

0,581

0,397

0,903

132

0,536

170

Haiti

0,51

0,303

0,875

152

0,636

182

Serra Leoa

0,452

0,291

0,884

155

0,644

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o quadro

Apesar do í dê agá menor, quais países têm o í dê agá á dê superior ao do Brasil? O que esse dado sugere?

Produto Interno Bruto (Píbi)

O crescimento econômico dos países é um dos aspectos considerados pelos indicadores socioeconômicos. Ele pode ser medido pelo Produto Interno Bruto (Píbi). O Píbi é a soma de tudo o que é produzido em um país (bens e serviços) durante determinado período. Quanto maior o Píbi, maior a quantidade de riqueza gerada no país.

O Píbi per cápitaé o Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes de um país e indica a parte que corresponde a cada indivíduo, em média, do total produzido no país.

O problema desse indicador econômico é que ele não considera as diferenças de rendimento entre as pessoas, pois é calculado por meio de uma média, e não pelo valor que cada pessoa produziu ou recebeu, o que omite a concentração de riqueza nas mãos de uma minoria.

Gini

Para medirmos o nível de concentração de renda em determinado país ou grupo, utilizamos um índice conhecido como Gini, que apresenta o rendimento entre a população mais pobre e a mais rica. Esse índice tem como referência valores de zero a cem; quanto mais próximo de cem for o índice, maior será a desigualdade apresentada naquela população.

PLANISFÉRIO: GINI (INÍCIO DO SÉCULO vinte e um)

Mapa. Planisfério: Gini (início do século vinte e um). 
Planisfério mostrando o índice de Gini dos países, em uma escala de 28,4 a 65,77.
Países com índices próximos a 28,42: Suécia, Noruega, Finlândia, Ucrânia, Belarus, Romênia, República Tcheca, Cazaquistão, Mianmar, Afeganistão.
Países com índices próximos a 65,77: destaque para África do Sul, Namíbia, Botsuana, Zâmbia, Zimbábue e República Centro-Africana, seguidos de países como Brasil, México, Estados Unidos,  Rússia, Colômbia, Peru. 
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.460 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INDEXMUNDI. GINI index (World Bank estimate). Disponível em: https://oeds.link/lqxUO3. Acesso em: 24 março. 2022.

Outros indicadores

Os indicadores relacionados ao acesso à internet e ao telefone móvel revelam as condições de infraestrutura e o nível de consumo da população de um país. O número de usuários da internet está em crescimento em todo o mundo. O mesmo ocorre em relação à telefonia móvel. A cada ano, aumenta o número de celulares ativos ao redor do planeta.

Também existem indicadores relacionados à saúde. Avaliar o acesso à água potável e a um sistema de saneamento básico adequado, por exemplo, é fundamental para compreender as condições de vida da população e o desenvolvimento social dos países. A ingestão de água não tratada e a exposição ao esgoto a céu aberto são responsáveis pela contração de muitas doenças, como hepatite e cólera.

Os indicadores de saúde apresentam dados contrastantes quando se trata de taxas como mortalidade infantil, expectativa de vida ao nascer e exposição a doenças.

Na área da saúde, as principais diferenças entre os países dizem respeito a políticas públicas, quantidade de médicos e hospitais e programas de prevenção de doenças.

Nos países com maior desenvolvimento, a mortalidade infantil é baixa e a expectativa de vida é alta. Em países com baixo í dê agá, a falta de infraestrutura médica adequada resulta em desnutrição generalizada e na disseminação de doenças que aumentam a mortalidade.

PLANISFÉRIO: MORTALIDADE NA INFÂNCIA (2020)

Mapa. Planisfério: mortalidade na infância, 2020. 
Planisfério mostrando a taxa de mortalidade infantil, para cada mil nascidos vivos.
Menos de 10 mortes por mil nascidos vivos: Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Canadá, todos os países da Europa; Turquia, Arábia Saudita, China, Rússia, Japão, Cazaquistão, Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Malásia.
De 10 a 25 mortes por mil nascidos vivos: México, todos os países da América Central, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Brasil, Paraguai, Suriname, Egito, Argélia, Líbia, Marrocos, Tunísia, Mongólia, Indonésia, Vietnã, Filipinas, Turcomenistão, Quirguistão, Síria, Jordânia.
De 25 a 45 mortes por mil nascidos vivos: Bolívia, África do Sul, Namíbia, Botsuana, Quênia, Uganda, Gabão, Congo, Senegal, Iraque, Turcomenistão, Índia, Nepal, Bangladesh, Mianmar, Turcomenistão, Camboja. 
De 45 a 65 mortes por mil nascidos vivos: Madagascar, Sudão, Etiópia, Zimbábue, Zâmbia, Tanzânia, Afeganistão, Iêmen. 
De 65 a 100 mortes por mil nascidos vivos:  Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, Mali, Sudão do Sul, Camarões, Níger,  Mauritânia, Burkina Faso, Costa do marfim, Libéria, Guiné, Benin, Paquistão. 
Mais de 100 mortes por mil nascidos vivos: Nigéria, Chade, República Centro Africana, Somália e Serra Leoa. 
Sem dados: Groenlândia, Antártida. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.800 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UN INTER-AGENCY GROUP FOR CHILD MORTALITY ESTIMATION. Map estimate. New York, NY: í gê ême ê, 2021. Disponível em: https://oeds.link/DMxlTa. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Em qual continente há os maiores índices de taxa de mortalidade infantil? Em qual área do continente isso ocorre? Quais as causas desse fator?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. O mapa a seguir representa as emissões de cê ó dois no mundo em 2020. Considerando a regionalização por nível de desenvolvimento, como pode ser classificada a maioria dos principais países emissores?

PLANISFÉRIO: EMISSÕES DE cê ó dois (2020)

Mapa. Planisfério: emissões de dióxido de carbono, em 2020. 
Planisfério representando quantidade de emissão de dióxido de carbono dos países, em milhões de toneladas, por meio de círculos proporcionais.
10.668 bilhões de toneladas:  China. 
4.700 bilhões de toneladas: Estados Unidos.
Mais de 750 milhões a menos de 4,7 bilhões de toneladas: Índia, Rússia, Japão. 
750 milhões de toneladas: Canadá, México, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, Irã, Alemanha, México, Brasil, África do Sul. 
150 milhões de toneladas ou menos: Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela,  Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Uruguai, países da América Central, Portugal, Espanha, Turquia, Itália, Reino Unido,   Cazaquistão, Mongólia, Omã, Turcomenistão, Uzbequistão, Egito, Argélia, Líbia, Marrocos, Suécia, Noruega, Finlândia, Mauritânia, Chade, Níger, Sudão, Sudão do Sul, Quênia, Moçambique, Angola, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Zâmbia, Zimbábue, Somália, Madagascar, Botsuana.
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.920 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: GLOBAL Carbon Atlas. Disponível em: https://oeds.link/alz1ta. Acesso em: 24 março. 2022.

2. O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) é usado para classificar a qualidade de vida em um país. Analise os dados de alguns países no quadro a seguir.

Classificação do IDH

País

IDH

Expectativa de vida (anos)

Expectativa de vida escolar (anos)

Média de anos de estudo

Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita (em dólares)

1

Noruega

0,957

82,4

18,1

12,9

66,494

17

Estados Unidos

0,955

78,9

16,3

13,4

63,826

46

Argentina

0,851

76,7

17,7

10,9

21,19

70

Cuba

0,783

78,8

14,3

11,8

8,621

84

Brasil

0,765

75,9

15,4

8,0

14,263

150

Zimbábue

0,571

61,5

11

8,5

2,666

173

Etiópia

0,485

66,6

8,8

2,9

2,207

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Com base no quadro, indique em seu caderno a alternativa correta.

  1. A Etiópia, por contar com excelentes serviços de saúde e rede hospitalar, apresenta elevada expectativa de vida em comparação aos demais países selecionados.
  2. Cuba, apesar de ter Rendimento Nacional Bruto elevado, não investe no setor educacional e na saúde de sua população.
  3. Zimbábue apresenta a média de anos de escolaridade igual à do Brasil e tem Rendimento Nacional Bruto per cápita superior ao da Etiópia.
  1. Os Estados Unidos, país mais rico do planeta, apresentam o melhor desempenho em todos os componentes do í dê agá.
  2. A oferta de educação de qualidade contribuiu para que o í dê agá da Noruega alcançasse a primeira posição.
  1. Após a Segunda Guerra, a regionalização do espaço mundial passou por algumas alterações. Como a situação do Brasil evoluiu com essas mudanças?
  2. Qual é a importância de identificar regiões de biodiversidade ameaçada?
  3. As fotografias a seguir mostram duas reali­dades diferentes na Índia. Com base na realidade que se identifica ao comparar as imagens, como você classificaria o país em relação ao nível de desenvolvimento? Por quê?
Fotografia. Vista de uma cidade; no primeiro plano, casas, construções baixas e árvores. No segundo plano há prédios muito altos, sendo que um deles está em construção; também há muitas árvores. Ao fundo, aparecem vários prédios altos.
Vista de Mumbai, Índia (2019).
Fotografia. Duas mulheres usando vestidos longos andam sobre um trilho de trem. Uma delas carrega uma trouxa na cabeça. À esquerda do trilho há casas pequenas, precárias e muito lixo no chão.
Vista de Nova Delhi, Índia (2020).

6. Leia o texto a seguir e responda às questões.

China é referência em fórum sobre desenvolvimento tecnológico

Sem dúvidas, 2017 já é o ano da China no mundo dos negócios. reticências

Garantindo o tripé inovação, energia limpa e infraestrutura, o país avança rumo a um desenvolvimento altamente sustentável. reticências

O grande calo da segunda maior economia do mundo é, no entanto, a inclusão. O atraso do país em educação coloca em xeque sua capacidade de manter esse ritmo de inovação por muito tempo.

CHINA é referência em fórum sobre desenvolvimento tecnológico. Exame, 27 junho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/kyDpaJ. Acesso em: 24 março. 2022. cópiráiti Exame Hoje/Abril Comunicações S.A.

  1. De acordo com a classificação das regiões do mundo por níveis de desenvolvimento, elaborada pela ônu, em qual grupo podemos inserir a China atualmente?
  2. De acordo com o texto, qual setor deve ser prioritário para que a China mantenha o ritmo de desenvolvimento?

7. Observe a charge e responda.

Charge. O globo terrestre está dividido na metade; a metade superior do globo é coberta com um toldo de listras verticais vermelhas e brancas e dentro dessa metade do globo há muitos equipamentos eletrônicos e um homem de terno com a boca aberta segurando um celular. 
Na metade inferior do globo, coberta com um toldo de listras verticais brancas e verdes; dentro dessa metade do globo há diversas frutas e legumes e um homem usando chapéu de palha segurando uma espiga de milho.
Charge que ilustra uma das regionalizações do espaço mundial. Elaborada por Moisés, em 2018.
  1. Que tipo de regionalização é ilustrada na charge?
  2. De acordo com a regionalização ilustrada na charge, em qual grupo de países podemos inserir o Brasil? E os Estados Unidos?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Quais são os obstáculos encontrados pelos imigrantes haitianos no Brasil?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Leia os textos e o mapa; em seguida, faça as atividades.

A República do Haiti sofreu, no dia 12 de janeiro de 2010, um abalo sísmico de grandes proporções cujo epicentro próximo da capital, Porto Príncipe, implicou consequências catastróficas para a população do país. reticências

O Haiti é um dos países mais pobres do planeta e com baixo patamar de desenvolvimento humano, o que faz com que sua resiliência em relação a esse tipo de fenômeno natural seja muito baixa. Diante das restrições impostas ao país para sua plena recuperação, o volume de haitianos que deixaram o país em busca de melhores condições de vida aumentou consideravelmente. reticências

O Brasil foi um dos principais destinos dos haitianos a partir de 2010. Se observarmos os mesmos dados do áquinur (2015), vemos que o número de haitianos que entraram no país sob condição de refúgio ou similar saiu de 7 em 2009 para 595 em 2010, chegando, em 2014, a .29241. 

OLIVEIRA, Wagner. Haitianos no Brasil: hipóteses sobre distribuição espacial dos imigrantes pelo território brasileiro. fundação getulio vargas Diretoria de Análise de Políticas Públicas, maio 2017. Disponível em: https://oeds.link/dHgKAX. Acesso em: 24 março. 2022.

BRASIL: CONCENTRAÇÃO DE POPULAÇÃO HAITIANA (2014)

Mapa. Brasil: concentração de população haitiana, em  2014. Mapa do Brasil representando com círculos proporcionais a quantidade de imigrantes haitianos no território, variando de um a mil. Alta concentração de círculos representando até mil imigrantes: nas cidades de São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília, Porto Velho e Manaus. Concentração entre 100 e menos de mil e um a 100 imigrantes haitianos: em áreas de todos os estados do Brasil, exceto os estados de Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí. Na parte inferior direta, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.
Fonte: fundação getulio vargas Diretoria de Análise de Políticas Públicas. Disponível em: https://oeds.link/dHgKAX. Acesso em: 24 março. 2022.

Região abre os braços

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Merci. Au revoir! (do francês, obrigada. Até logo!)” Foi assim que ême êne ê1nota de rodapé , 7 anos, se despediu reticências. Educada, grata e amorosa, a pequena haitiana se sente parte do povo brasileiro, e deixa claro que não quer mais sair do país. E o que ela mais gostou? “De tudo mesmo.” Mas há duas coisas em especial: futebol e chocolate.

ême êne ê2nota de rodapé está entre os 268 alunos estrangeiros que estudam em escolas públicas de cidades do Grande á bê cê, a maior parte haitianos. reticências

Todas as unidades de ensino trabalham com políticas inclusivas e priorizam o acolhimento, também das famílias. reticências

A história da família reticências não difere de tantas outras de haitianos que estão no Brasil. Os pais de ême êne ê3nota de rodapé vieram há cinco anos, dois após o terremoto que devastou o país da América Central, em 12 de janeiro de 2010, ter tirado dela e de sua família o pouco que tinham. Seu pai logo conquistou um trabalho por aqui e, em abril deste ano, já estruturado, decidiu que era o momento de trazer a filha para perto dele e da mãe.

reticências

A simpatia da haitiana conquista. reticências. Por onde passava, ela fazia um coração com as mãos, para funcionários e alunos, e parecia até uma celebridade.

A diretora da unidade reticências lembra que a pequena haitiana demonstrou ser muito carinhosa com todos logo que chegou na escola. Daí, só poderia mesmo conquistar a todos. “Ela foi um presente para nós, além de nos ensinar muito reticências é muito especial para todos aqui da escola e do bairro”, comenta.

Para integrar a menina, que não falava e não entendia nada em português, a diretora buscou em toda a rede municipal uma professora capacitada em francês para poder ajudá-la a aprender. “No começo ela rejeitou, pois dizia que queria aprender o português. Quando entendeu que a professora iria ajudar, inclusive a aprender, adorou.”

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A psicopedagoga Marisa Domingos explica que o envolvimento dos profissionais é indispensável nesse momento, tanto para o aprendizado quanto para o psicológico dessas crianças, que naturalmente chegam abaladas. “Os profissionais têm se esforçado para receber os haitianos e realizar a integração e troca de cultura de fórma educacional. Essa troca de saberes, o acolhimento e o envolvimento são os princípios para assegurar uma boa educação básica.”

MOÇO, Bia. Região abre os braços. Diário do Grande á bê cê, 16 outubro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/BMxArS. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. O que motivou a migração de haitianos para o Brasil?
  2. De acordo com o mapa, qual região apresenta o maior número de imigrantes haitianos? Em sua opinião, por que isso ocorre?
  3. O município em que você vive recebeu ou ainda recebe imigrantes haitianos?
  4. Na escola em que você estuda há imigrantes haitianos ou outros estrangeiros? Quais são os obstáculos enfrentados por eles no Brasil?

Glossário

Demografia
O estudo das populações principalmente por processos estatísticos.
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Crescimento vegetativo
Diferença entre o número de nascimentos e mortes em um local, em determinado período.
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Nota de rodapé
1
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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2
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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3
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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