UNIDADE três  O continente americano

Fotografia. Duas fileiras de  pessoas usando uma túnica listrada em tons de vermelho e preto, com um tipo de cocar de penas vermelhas na cabeça; elas  seguram um andor apoiado nos ombros, sobre o qual há um homem usando túnica vermelha com diversos desenhos e capacete dourado enfeitado com duas penas na cabeça e alguns enfeites na perna, logo abaixo do joelho; ele está com uma mão erguida acima da cabeça e, com a outra, segura uma lança dourada. Todos eles desfilam por uma rua estreita cujas laterais estão cheias de pessoas assistindo ao desfile.
O ínti ráimi (Festival do Sol, na língua quíchua) é uma celebração realizada em homenagem ao povo inca, que habitava a área da Cordilheira dos Andes – situada entre o Equador e o Chile – até a chegada dos espanhóis à América. Originalmente, era celebrado em reverência a Inti, o Sol, no solstício de inverno no Hemisfério Sul. Cuzco, Peru (2021).
Fotografia. No centro da foto, uma mulher usando camiseta rosa estanpada com flores e um avental roxo estampado com flores também. Ela está sentada no chão e tece um tecido vermelho. Ao fundo há mulheres sentadas ao lado de teares.
Mulher indígena usa tear para produzir tecido, Zinacantán, México (2021).

Os países do continente americano compartilham um passado colonial que lhes conferiu grande diversidade cultural. Colonizadores europeus, nativos indígenas, africanos escravizados e imigrantes de diversas partes do mundo deram origem a uma população miscigenada.

Há no continente uma série de práticas culturais ligadas às tradições indígenas. Em países como Bolívia e México, línguas nativas são faladas por boa parte de seus habitantes.

Você conhece outros aspectos culturais dos povos da América?

Levando em conta a diversidade cultural do continente americano, como poderíamos subdividi-lo em regiões?

Você verá nesta Unidade:

Características físicas do continente americano

Regionalizações da América

Povos pré-colombianos e diversidade cultural

Características sociais e atividades econômicas

CAPÍTULO 6  Quadro natural e regionalização

Com uma área de ..42209248 quilômetros quadrados, o continente americano é o segundo maior do mundo. Suas terras estão localizadas totalmente no Hemisfério Ocidental – isto é, a oeste do meridiano de Greenwich –, limitadas a norte pelo oceano Glacial Ártico, a leste pelo oceano Atlântico e a oeste pelo oceano Pacífico.

A América é cortada por quatro paralelos principais: Círculo Polar Ártico, Trópico de Câncer, Equador e Trópico de Capricórnio, como pode ser observado no mapa a seguir.

PLANISFÉRIO: AMÉRICA NO MUNDO

Mapa. Planisfério: América no mundo. 
Planisfério em que aparece colorido na cor laranja o continente americano sobre o qual está escrito em destaque a palavra América. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.440 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 34.

O relevo e a hidrografia foram fatores muito importantes no processo de ocupação do continente americano e exercem grande influência na distribuição atual da população.

Relevo

Na América, destacam-se quatro grandes conjuntos de relevo, que se distinguem uns dos outros pelas fórmas da superfície e pelas altitudes predominantes: as altas cordilheiras do oeste, as planícies e depressões centrais e os planaltos (formações antigas e desgastadas) do leste.

Na costa oeste do continente, banhada pelo oceano Pacífico, predominam formações montanhosas jovens, ou seja, de idade geológica recente. Essas cadeias de montanhas se estendem por cêrca de .15000 quilômetros, desde o Alasca até o extremo sul do Chile, recebendo diferentes denominações locais: Montanhas Rochosas, no Canadá e nos Estados Unidos; Serra Madre, no México; e Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Essas montanhas apresentam grandes altitudes, onde encostas íngremes e o frio intenso inibem a ocupação humana.

Tanto na costa do Atlântico quanto na costa do Pacífico existem as chamadas planícies litorâneas ou costeiras, formadas pela deposição de sedimentos marinhos e fluviais. Na costa oeste, elas são estreitas, enquanto na costa leste costumam ser mais amplas.

A costa do Atlântico, a leste do continente americano, é constituída de planaltos bastante desgastados pelos agentes erosivos (ventos, chuvas etcétera.). Os principais planaltos são: Planalto Laurenciano, no Canadá; Montes Apalaches, nos Estados Unidos; Planalto das Guianas e Planalto Brasileiro, na América do Sul.

Na parte central da América, encontram-se grandes planícies e depressões, como a Planície Central, na América do Norte; e as planícies e depressões da Amazônia, a Planície do Pantanal e a Depressão do Chaco, na América do Sul.

AMÉRICA: FÍSICO

Mapa. América: físico.
Mapa da América mostrando as altitudes do território, o nome de algumas formações de relevo e a altitude de alguns picos.
Altitudes acima de 4.000 metros: Montanhas Rochosas na região oeste da América do Norte; Cordilheira dos Andes, na região oeste da América do Sul.
Altitudes de 1.000 a 4.000 metros:  Cadeia da Costa, Cadeia das Cascatas, Planalto do Colorado, Grande Bacia, Planalto do México, na região oeste da América do Norte; Montes Apalaches na região leste dos Estados Unidos. 
Altitudes de 500 a 1.000 metros: Planalto Laurenciano na região leste do Canadá; faixa centro-oeste do Canadá e dos Estados Unidos; Serra do Mar e Serra do Espinhaço na região leste do Brasil; Planalto Brasileiro na região central do Brasil; Planalto das Guianas, no norte da América do Sul; e faixa ocidental da América do Sul.
Atitudes de 200 a 500 metros: Grande Planície Central, na região central e leste do Canadá e dos Estados Unidos;estreita faixa leste e oeste do México; áreas centrais da América do Sul, de norte a sul; faixas do leste do Brasil. 
Altitudes de 0 a 200 metros: trechos na região do litoral atlântico da América do Norte; Planície Amazônica, no norte da América do Sul; Planície Platina, na parte centro-sul da América do Sul.
Picos localizados na América do Norte: McKinley (Alasca, Estados Unidos): 6.194 metros de altitude; Logan (Canadá): 6.050 metros de altitude;  Blanca (Estados Unidos): 4.372 metros de altitude; Whitney (Estados Unidos): 4.418 metros de altitude; Popocatepetl (México): 5.452 metros de altitude; Citlaltepetl (Orizaba): 5.700 metros de altitude.
Picos localizados na América do Sul:
Neblina (Brasil): 2.994 metros e altitude; Cotopaxi (Equador): 5.897 metros de altitude; Chimborazo (Equador): 6.267 metros de altitude;
Huascarán (Peru): 6.768 metros de altitude; Ojos del Salado (Chile): 6.863 metros de altitude; Aconcágua (Argentina): 6.959 metros de altitude.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.025 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 36-40; FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 68.

A ocupação do continente americano

A costa leste foi a primeira a ser ocupada e explorada pelos colonizadores europeus.

Quando os exploradores europeus chegaram ao continente americano, passaram a colonizar os territórios que conquistaram dos habitantes originários, como os astecas, no México, e os quéchuas e mapuches, na América do Sul.

Atualmente, a população estabelecida na costa oeste concentra-se em áreas de baixas altitudes, mas sujeitas a vulcões ativos e terremotos, visto que estão localizadas na zona de choque de placas tectônicas.

As regiões de planície situadas no norte do continente assumiram grande importância econômica. No Canadá, por exemplo, há intensa concentração urbana e industrial. Já na América do Sul, as principais planícies e depressões centrais – Amazônica e Platina – são pouco povoadas, e nelas se destacam a pesca, o extrativismo e a pecuária.

Hidrografia

Muitos rios americanos nascem nas áreas montanhosas do oeste e desembocam no litoral atlântico. Os cursos dos rios do continente americano podem ser agrupados segundo o trecho da costa onde desembocam: do Ártico, do Pacífico, do Golfo do México e do Atlântico.

Na Planície Central dos Estados Unidos, há um sistema hidroviário englobando os rios Mississípi e Missouri. Esse sistema é muito importante para o transporte de mercadorias no país.

Podem-se observar também conjuntos de bacias hidrográficas cujos rios correm para um mesmo trecho da margem litorânea. Alguns dos principais cursos de água percorrem longos trechos do continente até sua foz, destacando-se o rio Amazonas, cuja nascente se localiza nos Andes, próximo à costa pacífica, e a foz, no oceano Atlântico, onde se destaca a Ilha de Marajó.

Fotografia. Vista aérea de uma área atravessada por diversos cursos de água e muita vegetação de médio porte,cujas copas das árvores têm cor verde-escuro. No primeiro plano, há algumas casas e construções baixas às margens de um rio.
Vista do rio Amazonas, Iquitos, Peru (2019).

Clima

O continente americano apresenta grande variedade climática, conforme pode ser observado no mapa a seguir.

AMÉRICA: CLIMA

Mapa. América: clima. Mapa do continente americano representando a distribuição dos tipos de clima. Na legenda do mapa, cada tipo de clima é acompanhado de texto com suas principais características. Clima equatorial. Clima quente e úmido característico das áreas próximas à linha do Equador. Apresenta alta pluviosidade e chuvas distribuídas regularmente por todos os meses do ano. O clima equatorial predomina na América Central, no norte do Brasil, Suriname e Guiana Francesa, e em partes de Colômbia, Venezuela, Peru e Guiana. Clima Tropical Apresenta temperatura média anual superior a 18 graus celsius, chuvas concentradas no verão e inverno seco. É influenciado pelas massas de ar úmido vindas do oceano. Predomina no sul do México, na parte oeste da América Central; na porção central e leste do Brasil e em partes de Venezuela, Peru e Colômbia. Clima Subtropical Tipo climático de transição entre as Zonas Temperadas, mais frias, e as Tropicais, mais quentes. Com invernos amenos para o continente e verões quentes, registra temperatura média anual em torno de 18 graus celsius e chuvas bem distribuídas durante todo o ano. Predomina no oeste dos Estados Unidos e no sul da América do Sul. Clima Desértico Suas principais características são a escassez de chuvas, as altas temperaturas durante o dia, superiores a 30 graus celsius, e o extremo frio à noite. O clima desértico predomina em trecho oeste dos Estados Unidos e do México, no litoral do Peru e do Chile e em faixa central da Argentina. Clima Semiárido Geralmente é um tipo climático de transição entre o clima Desértico e o Temperado ou Subtropical. Exceção ocorre no Semiárido do Brasil, onde não há deserto. É um clima quente, com temperatura média anual superior a 25 graus celsius. As chuvas são escassas e muito mal distribuídas. Predomina na porção centro-oeste dos Estados Unidos e no norte do México; na parte central da Argentina e em parte do Nordeste brasileiro. Clima Mediterrâneo Ocorre em uma estreita faixa na Califórnia e outra no litoral do Chile. Suas principais características são invernos chuvosos e verões secos. Clima Temperado Em geral, nesse tipo de clima, o verão é quente e o inverno, muito frio. As estações do ano são bem definidas, com chuvas concentradas no verão e na primavera. É encontrado no noroeste dos Estados Unidos e no sudoeste do Canadá, e no sul do Chile e da Argentina. Clima Frio Próprio das altas latitudes, esse tipo de clima se caracteriza pelas temperaturas médias anuais muito baixas, abaixo de 10 graus celsius no verão, e inverno longo e rigoroso. Durante a maior parte do ano, o solo fica coberto por neve. Predomina no Canadá, no Alasca e no extremo norte dos Estados Unidos. Clima Polar Caracteriza-se por temperatura média anual muito baixa (menos 10 graus celsius). As precipitações ocorrem em forma de neve e o solo é coberto de gelo e neve em todas as estações do ano. Predominante no Alasca e no norte do Canadá. Clima Frio de Montanha Predomina no oeste do continente, nas áreas mais elevadas das Montanhas Rochosas e da Cordilheira dos Andes. Apresenta baixas temperaturas durante todo o ano. É encontrado nas porções na região central dos Estados Unidos, do Canadá, do México, da América Central; e região Leste da América do Sul, da Colômbia até sul da Argentina. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.300 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 58.

Rios voadores – sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes

O clima de diversos locais do mundo é influenciado por fluxos de água atmosféricos, também conhecidos como rios voadores. Trata-se de imensas massas de umidade alimentadas pela evaporação dos oceanos, nas faixas próximas às áreas quentes do planeta. Essas massas de umidade são transportadas pelas correntes de ar em alta velocidade por longas distâncias, precipitando em outras regiões, distantes da área de origem.

A América do Sul é influenciada pelo rio voador que tem origem nas áreas equatoriais do oceano Atlântico. Ao se deslocarem para o interior do continente, os rios voadores ganham fôrça com a umidade que se evapora das árvores da Floresta Amazônica. Estima-se que eles circulem na atmosfera a uma altura de até dois quilômetros. Ao adentrar pela porção norte da América do Sul, encontram a Cordilheira dos Andes e, em decorrência da redução da pressão atmosférica conforme aumenta a altitude do relevo, precipitam nas cabeceiras da bacia hidrográfica do rio Amazonas, retroalimentando o sistema de umidade da região.

Eles também provocam chuvas a grandes distâncias, como na bacia do rio da Prata, que abrange a porção sul do Brasil, o norte da Argentina, o Uruguai e o Paraguai. Essa fonte de umidade é extremamente importante para as produções agrícola e industrial e para o abastecimento de água das cidades.

Analise o infográfico para compreender melhor o funcionamento dos rios voadores na América do Sul.

Infográfico. O caminho dos rios voadores. 
Infográfico mostrando imagem de satélite da América do Sul, com textos explicativos de 1 a 6, setas azuis, amarelas e desenhos de nuvens.
Do Oceano Atlântico, próximo à linha do Equador, saem setas azuis curtas que se encontram com setas amarelas, representando a evaporação. Texto explicativo 1: Na faixa equatorial do Oceano Atlântico ocorre intensa evaporação. É lá que o vento fica carregado de umidade. Fim do texto 1.
Sobre a imagem de satélite da América do Sul há setas azuis curtas na região da Amazônia  e uma seta azul longa e fina apontada para a parte oeste da América do Sul e, sobre a qual estão nuvens cinzas carregadas de umidade, chuva, 
representando a evapotranspiração e os transporte das nuvens carregadas (rios voadores) para o interior do continente. Texto explicativo 2: A intensa evapotranspiração e condensação sobre a  Amazônia produz sucção dos alíseos, bombeando esses ventos para o interior do continente, gerando chuvas e fazendo mover os rios voadores. 
Texto explicativo 3: Essa umidade avança em sentido oeste até atingir a Cordilheira dos Andes. Durante essa trajetória, o vapor de água sofre uma recirculação ao passar sobre a floresta. Fim do texto 3. 
No extremo oeste da América do Sul, região  montanhosa dos Andes, há uma seta azul curva e fina proveniente da  Amazônia e no meio dela há nuvens carregadas. Texto explicativo 4: Quando a umidade encontra a Cordilheira dos Andes, parte dela se precipita novamente, formando as cabeceiras dos rios da Amazônia. Fim do texto 4. 
Sobre a imagem da América do Sul, a seta azul curva toma a direção leste, voltando-se para o interior do continente e se divide em três outras setas azuis  com nuvens carregadas de umidade: uma seta em direção ao sudeste do Brasil, outra em direção ao sul do Brasil e outra em direção à Argentina e ao Paraguai. Sobre essas três regiões há presença de chuva. Texto explicativo 5:  
A umidade que  atinge a região andina em parte retorna ao Brasil por meio dos rios voadores e pode precipitar em outras regiões. Texto explicativo 6: Na fase final, os rios voadores ainda podem alimentar os reservatórios de água do Sudeste e da Região Sul, dispersando-se pelos países fronteiriços, como Paraguai e Argentina.
Fonte: FENÔMENO dos rios voadores. Expedição Rios Voadores – Brasil das águas. Disponível em: https://oeds.link/M0uKRU. Acesso em: 24 março. 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Comercialização da água e conflitos na América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Saúde’, composto de uma tarja retangular de fundo vermelho, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Saúde’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Por se tratar de uma importante fonte de riqueza, a disputa pela água é um dos motivos que têm provocado tensões entre diferentes países. Assim, a política adotada por um governo local para realizar a gestão e a comercialização da água pode prejudicar outros, contribuindo para a ocorrência de conflitos.

Um dos conflitos mais importantes relacionados à disputa e à comercialização da água ocorreu na América Latina, nos anos 2000. Foi deflagrado na cidade de Cochabamba, na Bolívia, e envolveu grandes empresas multinacionais, o governo local e movimentos populares de camponeses e trabalhadores urbanos.

Leia o texto a seguir.

Os movimentos sociais da Bolívia passaram a influir na formulação e execução das políticas públicas de água e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela água travada em Cochabamba, entre 4 e 11 de abril de 2000. Opondo milhares de camponeses e trabalhadores das áreas urbanas ao governo do departamento de Cochabamba e à multinacional Bechtel, dos Estados Unidos – que assumira no início de 1999 o serviço de água e esgoto do departamento –, o conflito civil provocou uma morte e dezenas de feridos.

Com a entrada da béchitel na Bolívia, as tarifas de fornecimento de água subiram de 150% a 180%, e os tradicionais comitês comunitários de água potável foram obrigados a pagar para utilizar água. No dia 11 de abril de 2000, após uma semana de uma verdadeira guerra pela água, o governo de Cochabamba cancelou o contrato de concessão com a Bechtel. Com a vitória do movimento popular, o serviço de água e esgoto de Cochabamba baixou a tarifa ao patamar anterior à privatização. O serviço, vinculado ao governo do departamento, também passou a contar com a participação de três membros de organizações não governamentais em sua diretoria, para promover o contrôle social da empresa.

reticências

FIORI, Mylena; GONÇALVES, José Alberto. Exportação pode gerar 2ª “Guerra da Água”. Gestão Ambiental. Disponível em: https://oeds.link/LdO0Gl Acesso em: 10 agosto. 2022.

  1. De acordo com o texto, como a água pode se tornar o motivo de um conflito entre países que estão situados na mesma rede hidrográfica?
  2. Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água, em Cochabamba no ano 2000?
  3. Como podemos observar a relação local-global no conflito da água em Cochabamba?
Fotografia. Multidão de pessoas segurando bandeiras da Bolívia.
Manifestações populares durante a Guerra da Água, na cidade de Cochabamba, Bolívia (2000).

Vegetação

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Alguns tipos de vegetação do continente americano sofreram grandes alterações e significativa redução de sua extensão original em decorrência de ações humanas voltadas ao desenvolvimento econômico, como a derrubada de trechos de mata nativa para construir estradas, ferrovias e hidrelétricas, para extrair os recursos das florestas ou para expandir áreas agrícolas ou cidades.

Um exemplo é a Floresta de Coníferas, também conhecida como Taiga, formação bastante homogênea que recobre boa parte do Canadá, cujos pinheiros são explorados para a produção de madeira e papel. Atualmente, a atividade é acompanhada de reflorestamento das áreas anteriormente desmatadas.

As Pradarias são muito utilizadas em atividades agrícolas – como cultivo de grãos e cereais (trigo, soja, milho, sorgo) – e na prática da pecuária. A região central dos Estados Unidos, que era recoberta por Pradarias, apresenta atualmente uma das agriculturas mais produtivas do mundo.

A Savana tropical, que no Brasil é denominada Cerrado, foi extensamente devastada para dar lugar à agricultura (principalmente de soja) e à pecuária, resultando em muitos conflitos entre posseiros indígenas e latifundiários.

Nos últimos anos, grandes áreas de florestas tropicais da América também foram eliminadas em virtude da intensa exploração econômica, que se traduz em desmatamento, seja para extração da madeira de alta qualidade, seja para abertura de espaços voltados à pecuária e, posteriormente, à agricultura.

AMÉRICA: VEGETAÇÃO

Mapa. América: vegetação. 
Mapa da América mostrando os tipos de vegetação do território.
Vegetação de deserto gelado polar e montanhoso: extremo norte do Canadá e na quase totalidade da Groenlândia. 
Vegetação de Tundra ártica: região norte do Canadá e extremo sul da Groenlândia. 
Vegetação de Floresta de Coníferas do norte (Taiga): região central e sul do Canadá; extremo norte dos Estados Unidos. 
Vegetação de floresta montanhosa, principalmente de Coníferas: região oeste dos Estados Unidos, Canadá, e México. 
Vegetação de Floresta Decidual Temperada e Prado: região Leste dos Estados Unidos. 
Vegetação de Estepe e Tundra de alto platô: faixa leste da América do Sul. 
Vegetação de Pradarias e Estepes Temperadas: região central dos Estados Unidos; sul da América do Sul. 
Vegetação de Floresta Mediterrânea e arbustos: pequena área na região oeste dos Estados Unidos. 
Vegetação de Floresta pluvial Subtropical e Temperada: na parte sul da América do Sul, trechos a oeste e a leste; trecho sudeste dos Estados Unidos.
Vegetação de Floresta pluvial Tropical: sul do México, países da América Central, parte norte da América do Sul, costa leste  do Brasil. 
Vegetações tropicais complexas: pequena porção na região centro-oeste da América do Sul; nordeste do Brasil, região do litoral atlântico e pacífico do México. 
Vegetação de Savana Tropical e Cerrado: região central do Brasil; trechos do extremos norte da América do Sul. 
Vegetação Arbustiva desértica: região central dos Estados Unidos, norte do México. 
Vegetação de transição da Savana para o Semidesértico: trechos do sul dos Estados Unidos. 
Vegetação de Estepe desértica e Vegetação Arbustiva: pequena faixa no extremo norte da América do Sul e parte sul da América do Sul. 
Vegetação de Deserto: costa oeste da América do Sul. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.425 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 61.

A regionalização por critério geográfico

Assim como ocorre com o espaço mundial, há diferentes critérios de regionalização da América.

Os dois critérios mais comuns levam em conta a localização das terras do continente americano no mundo (critério geográfico) ou a colonização e o desenvolvimento econômico e social dos países (critérios histórico, cultural e socioeconômico).

A configuração territorial do continente americano, formada por duas grandes massas de terra unidas por uma estreita faixa, possibilita distinguir do ponto de vista geográfico três regiões: a América do Norte, a América Central e a América do Sul.

AMÉRICA: REGIONALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Mapa. América: regionalização geográfica. 
Mapa da América indicando os países que fazem parte da América do Norte, da América Central e da América do Sul, além das respectivas capitais.
América do Norte: Canadá, capital Ottawa; Estados Unidos, capital Washington,DC; México, capital Cidade do México; Groenlândia (Dinamarca); Alasca (Estados Unidos). 
Texto explicativo: América do Norte. Representa 55% do continente e localiza-se totalmente no hemisfério norte. Essa porção do continente é formada por três países independentes e por uma possessão europeia, a Groenlândia, administrada pela Dinamarca.
América Central: Guatemala, capital Guatemala; Belize, capital Belmopan; El Salvador, capital San Salvador; Nicarágua, capital Manágua; Costa Rica,  capital São José; Panamá, capital Panamá; Honduras,  capital Tegucigalpa; Jamaica, capital Kingston; Cuba, capital Havana; Bahamas, capital Nassau; Haiti, capital Porto Príncipe; República Dominicana, capital Santo Domingo; Porto Rico (Estados Unidos); Trinidad e Tobago, capital Por of Spain. 
Texto explicativo América Central. Com 2% do continente, a região é constituída por uma parte continental e outra insular. A primeira, o istmo, liga a América do Sul à América do Norte e abriga sete países independentes; a outra parte consiste em um conjunto de ilhas, o Caribe.
América do Sul: Colômbia, capital Bogotá; Venezuela, capital Caracas; Guiana, capital Georgetown; Suriname, Paramaribo, Guiana Francesa (França); Equador, capital Quito; Peru, capital Lima; Chile,  capital Santiago; Argentina,  capital Buenos Aires; Uruguai, capital Montevidéu; Paraguai, capital Assunção; Bolívia, duas capitais: La Paz e Sucre; Brasil, capital Brasília. 
Texto explicativo América do Sul. Corresponde a 43% do continente e apresenta porções territoriais nos hemisférios norte e sul, por ser cortada pela linha do Equador. Sua área continental é composta de 12 países independentes e uma possessão europeia, a Guiana Francesa, administrada pela França.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 950 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 37-41.

A regionalização por critérios históricos, culturais e socioeconômicos

Uma das principais regionalizações do continente americano tem como base a origem dos colonizadores, a cultura e o desenvolvimento econômico dos países. Essa proposta divide o continente em América Latina e América Anglo-Saxônica.

América Latina

Sob o nome de América Latina, foram inicialmente agrupadas as sociedades em que a língua oficial dominante tem origem no latim, como o português e o espanhol. Portugueses e espanhóis foram os principais colonizadores da porção continental, cujo território compreende desde o México até o sul da América do Sul.

A América Latina, contudo, também abrange países onde se fala inglês, como a Jamaica, ou holandês, como o Suriname. Isso acontece porque o critério passou a levar em conta outros aspectos, como predominância da religião católica e desequilíbrio das condições socioeconômicas da população, boa parte da qual vive abaixo da linha de pobreza.

Os países da América Latina caracterizam-se, em geral, pelo baixo nível de desenvolvimento econômico. Muitos deles produzem e exportam matérias-primas agropecuárias ou minerais para países considerados mais desenvolvidos e importam tecnologia e produtos industrializados. Apesar disso, alguns países latino-americanos, como o Brasil, a Argentina e o México, têm importantes parques industriais e economia diversificada. Em contrapartida, países como Haiti, Honduras e Nicarágua têm economia baseada em produtos primários, como minérios e itens agropecuários.

Gravura. Um homem negro de barba, usando camisa branca, colete, lenço no pescoço, chapéu, calça azul, está em pé no centro de uma construção, com os braços cruzados e uma das mãos segurando um chicote; à esquerda, um homem negro segurando várias toras de madeira as duas mãos e duas mulheres negras usando vestidos e lenços na cabeça estão segurando um bastão de madeira na direção de um barril com líquido branco. À
direita, três mulheres negras usando vestidos e lenços na cabeça estão com as mãos na direção de um barril com líquido branco. Ao fundo, três homens negros estão sentados em tocos de árvore no chão, uma parede com uma porta.
lalésse, françuá ipolíte. A preparação de mandioca nas Antilhas. Século dezenove. Gravura. Ordem Nacional dos Farmacêuticos, Paris, França. Na América Latina prevaleceu a colonização pautada na escravização de povos indígenas e de africanos, na extração de recursos minerais e vegetais e em grandes plantações monocultoras voltadas ao mercado externo. A gravura retrata a produção de farinha de mandioca com mão de obra escravizada nas Antilhas.

América Anglo-Saxônica

A América Anglo-Saxônica é formada por Estados Unidos e Canadá, os dois países mais desenvolvidos, se considerarmos os aspectos econômicos e os indicadores sociais do continente. O nome América Anglo-Saxônica deve-se ao fato de esses países terem sido colonizados principalmente pela Inglaterra, embora também tenham recebido influência de outros povos europeus.

A parte leste do território do Canadá, região da atual província de Quebec, foi colonizada pela França e ainda hoje guarda traços dessa cultura, por exemplo, mantendo o francês como língua oficial. Por isso, existem grupos locais que almejam sua separação do Canadá e a criação de um Estado independente.

Nos Estados Unidos, grandes áreas foram colonizadas por povos de origem latina, como a Louisiana, pelos franceses, e o Novo México, o Arizona e a Califórnia, pelos espanhóis. Observe no mapa a América Latina e a América Anglo-Saxônica e seus principais idiomas.

AMÉRICA LATINA E AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA: IDIOMAS OFICIAIS

Mapa. América Latina e América Anglo-Saxônica: idiomas oficiais. 
Mapa da América mostrando os países  que fazem parte da América Anglo-Saxônica e da América Latina, além dos 
idiomas oficiais desses países.
Países da América Anglo-Saxônica:  Estados Unidos e Canadá. 
América Latina: México, países da América Central e da América  do Sul. 
Idiomas oficiais.
Espanhol: México,  Colômbia, Venezuela, Equador, Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, República Dominicana, Guatemala,El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá.
Português: Brasil. 
Inglês: Estados Unidos, Jamaica, Guiana, Belize. 
Francês: Guiana Francesa.
Holandês: Suriname. 
Inglês e francês: Canadá. 
Inglês e Espanhol: Porto Rico. 
Crioulo e francês: Haiti. 
Espanhol, quíchua e aimará: Peru, Bolívia. 
Espanhol e guarani: Paraguai. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 1.090 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 181-185.
Fotografia. Em preto e branco. No primeiro plano é possível observar diversas carroças, uma atrás da outra. Em algumas delas há pessoas puxando os cavalos. No segundo plano há uma estrada e construções nas laterais.
Em grande parte da América Anglo­Saxônica, prevaleceram as colônias baseadas no trabalho familiar livre e assalariado, na pequena e média propriedades policultoras e na produção voltada para o abastecimento do mercado interno. Os colonizadores ocupavam as terras com o objetivo de fixar residência e criar uma nova pátria. A fotografia, da década de 1880, mostra uma pequena comunidade agrícola em terras que hoje correspondem aos Estados Unidos.

A formação histórica do continente americano

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Quando os europeus chegaram à América, muitos povos habitavam o continente havia milhares de anos. Esses povos estavam distribuídos por todo o território e apresentavam diferentes fórmas de organização social e econômica.

A maioria das populações nativas da América vivia da caça, da pesca, da coleta de frutos e vegetais e da agricultura. Já os povos como os incas, os maias e os astecas diferenciavam-se por apresentar organização social complexa.

Com economia baseada na agricultura, essas três sociedades organizavam-se em cidades onde o comércio era estruturado. Dominavam também conhecimentos de arquitetura, matemática, astronomia e técnicas de fundição do ouro e da prata.

AMÉRICA PRÉ-COLOMBIANA

Mapa. América Pré-Colombiana. 
Mapa do continente americano mostrando a localização dos impérios asteca, inca e maia.
Império Asteca: região do atual México, com destaque para os povos toltecas e astecas 
Império Inca: oeste da América do Sul, com destaque para os povos aimarás e araucanos.
Império Maia: sul do atual México e norte da América Central, com destaque para os povos maia-quiches.
Na América do Norte há a indicação de outros povos: inuítes, atapascos, algonquinos, iroqueses, apaches, chinuk, sioux ou dakotas, yumas, pueblos, muscogis.
Na América Central há a indicação dos povos: arauacos, caraíbas.
Na América do Sul há indicação de outros povos: chibchas, caraíbas, quíchuas, tupi-guaranis,  tupis, guaranis, puelches, patagones, fueguinos.
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 1.360 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ATLAS histórico. São Paulo: enciclopédia Britannica do Brasil, 1997. página. 74; ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: fei , 1991. página. 52-53.
Fotografia. Vista aérea de um terreno aberto; nas laterais há duas construções em destaque, no formato de pirâmides de base retangular, com  quatro andares e escada saindo da base até o topo. Atrás dessas duas pirâmides há várias outras construções semelhantes. Na parte central há duas construções retangulares.
Ao fundo, diversas árvores e montanhas.
Vista do Complexo Arqueológico de Teotiuacán, México (2019).

A conquista do continente

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A partir do século dezesseis, as potências europeias, principalmente Espanha, Portugal e Inglaterra, direcionaram suas conquistas territoriais para a América com o objetivo de extrair recursos naturais.

Muitas das populações aborígenesglossário que viviam no continente foram exterminadas, tanto em decorrência das guerras pela posse da terra como pelas doenças resultantes do contato com os conquistadores.

Em várias áreas, os europeus submeteram os povos nativos à escravidão e os obrigaram a se integrar ao sistema colonial.

A partilha da América e a herança colonial

No século dezoito, o continente americano estava quase completamente dividido entre as principais potências europeias da época. A partir daquele século, as colônias europeias da América deram início a processos de independência do domínio europeu. A emancipação política, contudo, não significou o fim da influência europeia em todo o continente.

A maioria dos novos países manteve a base econômica imposta no período colonial: produção e exportação de produtos agrícolas e de recursos minerais e importação de produtos manufaturados ou industrializados.

DOMÍNIO EUROPEU NA AMÉRICA (SÉCULOS dezessete E dezoito)

Mapa. Domínio europeu na América (séculos dezessete e dezoito). 
Mapa da América mostrando os domínios espanhol, português, francês, inglês, holandês e dinamarquês.
Domínio Espanhol: porções do sul do atual Estados Unidos, do atual México, países da América Central e da América do Sul, com exceção dos atuais territórios do Brasil, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Há indicação dos seguintes vice-reinados capitanias-gerais no domínio espanhol: Vice-reinado da Nova Espanha (atual México e parte  dos Estados Unidos), Capitania-Geral da Guatemala (parte da América Central), Flórida (sudeste do atual Estados Unidos), Capitania-Geral de Cuba (atuais Cuba, Haiti, República Dominicana); Vice-Reinado da Nova Granada (atuais Colômbia, Equador e parte da América Central), Capitania-Geral da Venezuela (atual Venezuela), Vice-Reinado do Peru (atual Peru e parte do atual Chile), Vice-Reinado do Rio da Prata (atuais Bolívia, Paraguai, Uruguai, norte da atual Argentina), Capitania-Geral do Chile (norte do atual Chile). 
Domínio Português: porções do atual Brasil. 
Domínio Francês: parte leste dos atuais Estados Unidos, Canadá e Pequenas Antilhas. 
Domínio Inglês: parte norte do atual Canadá e faixa leste do atual Estados Unidos, atual Guiana e algumas ilhas da América Central.
Domínio Holandês: trechos do litoral nordeste do atual Brasil, parte do atual Suriname, algumas ilhas da América Central.
Domínio Dinamarquês: sul da Groenlândia. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e  escala de 0 a 1.360 quilômetros.
Em 1800, os domínios coloniais espanhóis estavam subdivididos em capitanias-gerais e vice-reinados. Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. página. 241.

Povos e culturas do continente americano

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A diversidade de povos e culturas na América é anterior ao processo de colonização europeia iniciado no século quinze. No entanto, a colonização modificou costumes e dinâmicas da população do continente.

A conquista desses territórios pelos europeus gerou guerras e conflitos, bem como relações de poder desiguais entre colonizadores, nativos indígenas e africanos trazidos para a América na condição de escravizados. Essas tensões influenciaram diretamente o desenvolvimento econômico, político, social e cultural dos países americanos.

Como a colonização não ocorreu de fórma homogênea, atualmente podemos encontrar na América desde regiões com uma população com traços multiculturais até regiões nas quais a população se organiza em modos de vida tradicionais, como alguns grupos indígenas e comunidades quilombolas.

Vale destacar a preponderância dos:

  • povos indígenas, que possuíam fórmas de organização social e política variadas quando da chegada dos europeus à América. Os diferentes tipos de organização possibilitaram aos indígenas diversas fórmas de resistência ao domínio europeu e, posteriormente, às imposições dos Estados independentes. Desse modo, muitas comunidades conseguem manter suas tradições até os dias de hoje;
  • povos de origem europeia, que estabeleceram colônias inicialmente na costa leste da América e expandiram seu domínio para o interior do continente. O domínio não foi apenas territorial, mas também cultural. A organização social e o modo de vida europeus foram impostos aos demais povos;
  • povos de origem africana, que foram trazidos para a América para trabalhar como mão de obra escrava. Os escravizados possuíam fórmas de organização e sociabilidade que, em muitos casos, foram mantidas ou restabelecidas na América. Assim, como os indígenas, conseguiram preservar muitas de suas tradições.
Fotografia. Uma mulher de cabelo grisalho e curto, usando vestido roxo, está segurando dois objetos de madeira e sorrindo; à esquerda, uma criança usando chapéu de palha, vestido roxo e segurando dois chocalhos e, ao lado dela, outra mulher usando chapéu e vestido roxo; ambas estão sorrindo. À direita, dois homens usando chapéu de palha, camiseta branca, cada um segura um violão e estão cantando. Ao fundo, há uma parede amarelada e uma árvore.
Grupo musical tradicional com influências multiculturais apresenta-se em Las Tunas, Cuba (2019).
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.
Fotografia. Destaque para pessoas usando chapéu redondo, alto e colorido e vestes amarela, verde e vermelha. Elas usam máscaras que imitam um rosto, seguram apito na boca e empunham faixas de cor amarela, verde e vermelha. Ao redor há diversas pessoas observando.
Grupo fantasiado participa de desfile de Carnaval em Oruro, Bolívia (2019).

Influências culturais

Após o período colonial, houve novos fluxos migratórios. Durante os séculos dezenove e vinte, muitas famílias de origem europeia e asiática imigraram para a América, em busca de melhores condições de vida. As regiões onde esses grupos se estabeleceram, em geral economicamente mais desenvolvidas, foram influenciadas pela sua presença. Atualmente, a imigração continua a ser um fator de grande impacto cultural.

Por ter despontado como potência econômica durante o século vinte, hoje em dia a forte influência cultural dos Estados Unidos pode ser observada nos principais centros urbanos do restante do continente americano, onde a população consome muitos produtos estadunidenses, como filmes e músicas, além de adotar hábitos de consumo e comportamentos similares aos da população desse país. Entretanto, às vezes é possível observar o fenômeno contrário, em que uma cultura hegemônica sofre influências dos povos que com ela convivem.

Fotografia. Vista do interior de uma loja; no centro há pessoas andando e carregando sacolas; nas laterais há diversos balcões iluminados, com produtos expostos e alguns atendentes.
Pessoas fazem compras em loja de departamentos de Nova iórque, Estados Unidos (2021).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

Movimentos sociais na América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Um dos desafios da América Latina é buscar a igualdade e a inclusão dos povos indígenas na sociedade. A história dos movimentos sociais do continente perpassa pela luta a favor do reconhecimento e dos direitos humanos de mulheres, crianças, jovens e idosos indígenas. Segundo a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007), os países latino-americanos devem promover direitos fundamentais, como o de viver em liberdade, paz e segurança e o de autodeterminação.

No Brasil, o movimento social indígena ganhou fôrça a partir da década de 1970, contestando as políticas de desenvolvimento adotadas durante o governo militar. Nesse período, muitas comunidades indígenas perderam seus territórios em decorrência da abertura de áreas destinadas ao cultivo agrícola, à exploração de recursos minerais e energéticos e à implantação de obras de infraestrutura de transporte e comunicação que tinham a finalidade de promover a integração do país.

Na América Latina, tal movimento social atua ativamente em países onde há o predomínio de população indígena, como Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guatemala e México. Esses países registram grandes avanços no reconhecimento dos direitos indígenas, como a participação política desses povos em órgãos dos Poderes do Estado.

Estima-se que na América Latina existam mais de 800 povos indígenas, representando cêrca de 9,8% da população total, isto é, mais de 53 milhões de pessoas, segundo levantamentos de 2018. Observe o mapa, que representa a população indígena de cada país da região.

AMÉRICA LATINA: POPULAÇÃO INDÍGENA (2018)

Mapa. América Latina: população indígena, 2018. 
Mapa da América Latina mostrando o percentual de população indígena e o número absoluto de indígenas.
México, em 2015:  percentual de indígenas na população total: 21,5; número absoluto de indígenas: 27.126.648. 
Guatemala, em 2018:  percentual de indígenas na população total: 43,6; número absoluto de indígenas: 7.513.459. 
El Salvador, em 2013: percentual de indígenas na população total: 0,2; número absoluto de indígenas: 14.878. 
Honduras, em 2013: percentual de indígenas na população total: 7,8; número absoluto de indígenas: 746.190. 
Nicarágua, em 2005: percentual de indígenas na população total: 6,3; número absoluto de indígenas: 404.593. 
Costa Rica, em 2011: percentual de indígenas na população total: 2,4; número absoluto de indígenas: 121.024. 
Panamá, em 2010: percentual de indígenas na população total: 12,3; número absoluto de indígenas: 417.559. 
Equador: percentual de indígenas na população total: 7; número absoluto de indígenas: 1.200.989. 
Venezuela, em 2011: percentual de indígenas na população total: 2,7; número absoluto de indígenas: 768.743. 
Colômbia, em 2018: percentual de indígenas na população total: 4,4; número absoluto de indígenas: 2.185.084. 
Peru, em 2017: percentual de indígenas na população total: 26; número absoluto de indígenas: 8.305.184. 
Bolívia, em 2012: percentual de indígenas na população total: 41,5; número absoluto de indígenas: 4.713.534. 
Chile, em 2017: percentual de indígenas na população total: 12,4; número absoluto de indígenas: 2.318.876. 
Argentina, em 2010: percentual de indígenas na população total: 2,4; número absoluto de indígenas: 1.056.063. 
Paraguai, em 2012: percentual de indígenas na população total: 1,8; número absoluto de indígenas: 126.631. 
Uruguai, em 2011: percentual de indígenas na população total: 2,4; número absoluto de indígenas: 81.092. 
Brasil, em 2020: percentual de indígenas na população total: 0,5; número absoluto de indígenas: 9.84.905. 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 915 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: NAÇÕES UNIDAS. Comisión Económica para América Latina y el Caribe. Los pueblos indígenas de América Latina – Abya Yala y la Agenda 2030 para el Desarrollo Sostenible reticências. Santiago, Chile: Cepal, 2020. Disponível em: https://oeds.link/S7QMvJ. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. Qual é a importância dos movimentos sociais indígenas na América Latina?
  2. Compare a porcentagem de população indígena do México e do Brasil.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Quais são os dois critérios mais comuns de regionalização do continente americano?
  2. Quais características marcam o continente, considerando a sua extensão norte-sul?
  3. Quais potências europeias iniciaram a colonização da América? Em que século isso ocorreu?
  4. Leia o texto, observe a imagem e faça o que se pede.

Québec é banhada pelo majestoso Rio Saint-Laurent [...]. Foi fundada em 3 de julho de 1608, pelo francês Samuel de Champlain e, por causa das colônias francesas na era colonial do país, existe a influência francesa em Québec, sendo o idioma francês a sua língua oficial.

As muralhas que cercam a parte antiga da cidade (Vieux Québec) foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

RIBEIRO, Allan. Conheça Quebec. Viva Mundo, 11 janeiro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/m1JHkf. Acesso em: 12 agosto. 2022.

Fotografia. Uma grande construção  cuja arquitetura é parecida com a de um castelo com várias torres. A cor das paredes é laranja e a das torres é verde, sendo apenas um na cor preta.  Na parte inferior, árvores.
Construção histórica com arquitetura inspirada em antigos castelos franceses localizada em Quebec, Canadá (2021).

Responda às questões.

  1. Em qual país se localiza a cidade apresentada? De acordo com a regionalização da América por critérios históricos, culturais e socioeconômicos, em que região do continente esse país está localizado?
  2. Quais são as particularidades da província de Quebec em relação ao restante do país?

5. Faça a leitura do trecho a seguir.

O Brasil vai ultrapassar os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja na próxima década, enquanto o aumento da produção de milho será impulsionado principalmente pela América Latina, de acordo com o novo relatório Perspectivas Agrícolas 2017-2026 reticências, publicado pela Ô cê dê É e a fáo.

FAO. Perspectivas agrícolas Ô cê dê É-fáo: Brasil vai ultrapassar os Estados Unidos como o maior produtor de soja até 2026, Santiago do Chile, 10 julho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/bWVb0X. Acesso em: 24 março. 2022.

O cultivo em grande escala do grão mencionado no trecho da reportagem contribui, principalmente, para a devastação de quais tipos de vegetação nos Estados Unidos e no Brasil?

  1. Caracterize a diversidade de povos e culturas presente no continente americano.
  2. No lugar onde você mora, é possível observar quais influências de grupos americanos?
  3. Com base no que foi discutido sobre a América, elabore um mapa, ilustrando a principal língua falada em cada país do continente. Para isso, acompanhe as orientações a seguir:
    • Utilize como base um mapa político do continente americano. O mapa pode ser acessado no site do í bê gê É, disponível em: https://oeds.link/Fb8k9E. Acesso em: 24 março. 2022.
    • Reproduza em uma folha avulsa o contorno do continente americano e os limites territoriais dos países que o compõem.
    • Atribua uma cor a cada uma das línguas faladas no continente americano. Para isso, utilize o quadro disposto na sequência informando a principal língua dos países do continente.
    • Pinte cada país com a cor para representar a língua falada em seu território. Aqueles países que possuem mais de uma língua
principal, como o Canadá, devem ser pintados com uma cor específica, que não tenha sido utilizada anteriormente.

Insira um título para o mapa, bem como a fonte de dados, isto é, a mesma utilizada no quadro a seguir.

País

Principal(is) língua(s) falada(s)

Canadá

Inglês e francês

Estados Unidos

Inglês

México

Espanhol

Antígua e Barbuda

Inglês

Bahamas

Inglês

Barbados

Inglês

Belize

Inglês e espanhol

Costa Rica

Espanhol

Cuba

Espanhol

Dominica

Inglês

El Salvador

Espanhol

Granada

Inglês

Guatemala

Espanhol

Haiti

Francês

Honduras

Espanhol

Jamaica

Inglês

Nicarágua

Espanhol

Panamá

Espanhol

República Dominicana

Espanhol

Santa Lúcia

Inglês

Trinidad e Tobago

Inglês

Argentina

Espanhol

Bolívia

Espanhol

Brasil

Português

Chile

Espanhol

Colômbia

Espanhol

Equador

Espanhol

Guiana

Inglês

Guiana Francesa

Francês

Paraguai

Espanhol

Peru

Espanhol

Suriname

Holandês

Uruguai

Espanhol

Venezuela

Espanhol

Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 181-185.

Versão adaptada acessível

Os procedimentos listados para realização da atividade de elaboração do mapa podem ser adaptados para a construção de uma versão tátil. Para isso, materiais como papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras e botões, entre outros, podem ser usados para criar contornos e preencher formas. Cada língua falada pode ser representada por uma diferente textura.

9. Compare os mapas esquemáticos (croquis), um representando as linhas do metrô da cidade de Nova iórque, nos Estados Unidos, e o outro representando o metrô de São Paulo. Em seguida, responda às questões.

Croquis. Dois croquis representando as linhas do metrô de Nova York e de São Paulo.
Na parte superior, croqui do metrô de Nova York composto por muitas linhas finas e coloridas com pontos pretos e pontos brancos. As linhas são longas, possuem diversas cores e se conectam em vários pontos. Ao lado, a legenda: A azul, B laranja, C azul, D laranja, E azul, F laranja, G verde, J marrom, L cinza, M vermelha, N amarela, Q amarela, R amarela, S roxa, W amarela, Z marrom; 1, vinho, 2 vinho, 3 vinho, 4 verde, 5 verde, 6 verde, 7 rosa. 
Na parte inferior, croqui do metrô de São Paulo composto por 6 linhas finas com pontos pretos; as linhas têm cores diferente e se conectam em alguns pontos. 
Ao lado a legenda:
1 azul, 2 verde, 3 vermelha, 4 amarela, 5 rosa, 15 cinza.
Elaborados com base em dados obtidos em: BRENNER, Wagner. 8 mapas de metrô animados comparando o esquemático com a geografia real. Up date or die!, São Paulo, 5 junho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/cImdwA. Acesso em: 24 março. 2022.

Comparando os dois croquis e considerando a população residente em cada cidade, isto é, mais de 12 milhões de pessoas em São Paulo e quase 8,5 milhões em Nova iórque (dados de 2020), é possível afirmar que ambas apresentam uma rede metroviária adequada? Justifique.

CAPÍTULO 7 População e economia

O território americano é ocupado de fórma desigual pelos seus habitantes. Essa distribuição irregular é explicada por fatores históricos, econômicos e naturais – entre os quais estão as tendências de concentração urbana em zonas litorâneas, o padrão de povoamento estabelecido pela colonização europeia e a dificuldade de ocupação das altas montanhas.

Os índices mais altos de densidade demográfica são encontrados na porção leste, a primeira do continente americano a ser colonizada. O relevo da região, constituído principalmente de planaltos de baixa altitude, por exemplo, favoreceu a ocupação humana. Os extremos norte e sul da América apresentam as menores densidades em virtude de seu clima frio.

As porções central e oeste do continente apresentam baixa densidade demográfica. No centro, esse índice se relaciona à presença da Floresta Amazônica e de extensões áridas e semiáridas na América do Sul. Na porção central da América do Norte, a ocupação humana é dificultada pela ocorrência de climas muito secos. No oeste, tanto na América do Sul como na América do Norte, um fator limitador para o povoamento é o relevo montanhoso.

AMÉRICA: NÍVEL DE DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Mapa. América: nível de densidade demográfica. 
Mapa da América mostrando a densidade demográfica no continente, de baixo a alto.
Nível de densidade demográfica baixo: grande parte do Canadá, Alasca, Groenlândia, trechos do centro-oeste dos Estados Unidos; trechos da região norte do Brasil, sul da Colômbia, da Venezuela e leste do Peru e Bolívia. 
Nível de densidade demográfica alto: região leste dos Estados Unidos; região central do México; regiões da América Central; região nordeste da Colômbia e norte da Venezuela; região sudeste e litoral do Brasil. 
Na parte inferior direta, a rosa dos ventos e escala de 0 a 1.520 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018.página. 70.

Ler o mapa

Como ocorre a distribuição populacional no continente americano?

Crescimento demográfico

Na segunda metade do século dezenove, a América Anglo-Saxônica, em especial os Estados Unidos, passou por um período de crescimento econômico que promoveu melhoria das condições de vida e redução das taxas de mortalidade. Esse aspecto, aliado à chegada de muitos imigrantes, proporcionou um rápido crescimento da população.

Na virada do século dezenove para o vinte, no entanto, a taxa de mortalidade permanecia alta entre grupos menos favorecidos, como os afrodescendentes. Durante o século vinte, as taxas de natalidade diminuíram, influenciadas pela urbanização, pelo alto custo da criação dos filhos, pelo ingresso da mulher no mercado de trabalho, pela disseminação de métodos anticoncepcionais e pelo planejamento familiar. A partir de 1950, a redução da natalidade, associada a um rigoroso contrôle da imigração, resultou na queda do crescimento demográfico.

Já na América Latina, ocorreu o inverso. No mesmo período em que o número de habitantes da América Anglo-Saxônica começava a diminuir, nos países latino-americanos iniciava-se um processo de explosão demográfica. O aumento na taxa de natalidade e a redução da taxa de mortalidade foram consequência de melhorias médico-sanitárias: campanhas de vacinação, investimento em atendimento médico-hospitalar, ampliação do tratamento de água e coleta de lixo e esgoto.

Indicadores socioeconômicos

Os problemas sociais da América têm origem na distribuição desigual da riqueza, que prejudica as condições de vida da maioria da população. Observe o quadro a seguir.

Países selecionados: IDH (2019)

PAÍS

IDH

PAÍS

IDH

Estados Unidos

0,926

Brasil

0,765

Canadá

0,929

Colômbia

0,767

Chile

0,851

Suriname

0,738

Argentina

0,845

El Salvador

0,673

Panamá

0,815

Bolívia

0,718

Costa Rica

0,81

Guatemala

0,663

México

0,779

Haiti

0,51

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. New York, NY: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o quadro

Dos países latino-americanos selecionados, qual apresenta o maior e qual apresenta o menor í dê agá? Estabeleça uma comparação entre o í dê agá do Brasil e o dos países com melhor e pior classificação apresentados no quadro.

Ícone. Sugestão de livro.
MARTINS, Carlos Eduardo et al. (Organização.). Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006. A enciclopédia apresenta verbetes de locais, personalidades, grupos e fatos importantes para a compreensão da América Latina – tanto nas áreas de história, economia e política quanto no campo da cultura e das artes.
Ícone. Sugestão de vídeo.
AO SUL da fronteira. Direção: óliver istône. Estados Unidos, 2009. Duração: 78 minutos. Com base em um itinerário de viagens a seis países da América do Sul e a Cuba, o cineasta estadunidense óliver istône produziu um documentário no qual buscou compreender os governos desses territórios considerados progressistas e promoveu um debate sobre o papel das mídias nacionais e dos Estados Unidos ao retratá-los.

Saúde pública

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Saúde’, composto de uma tarja retangular de fundo vermelho, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Saúde’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Apesar dos avanços verificados nas últimas décadas, a América Latina apresenta graves problemas relacionados à saúde pública. Em vários países da região, o atendimento médico-hospitalar é inadequado e insuficiente para atender à maioria da população. Além disso, um número elevado de pessoas vive em condições de pobreza, com renda insuficiente para ter uma alimentação adequada ou acesso a medicamentos.

Dois indicadores sociais ajudam a compreender as diferentes condições de saúde na América Anglo-Saxônica e na América Latina: a taxa de mortalidade infantil e a expectativa de vida. Observe esses dados de alguns países do continente.

PAÍSES SELECIONADOS: TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (2020) E EXPECTATIVA DE VIDA (2019)

Gráficos. Países selecionados: taxa de mortalidade infantil (2020) e expectativa de vida (2019). 
Gráfico de barras indicando a mortalidade infantil de países selecionados em 2020.
Canadá: 5 mortes a cada mil nascidos vivos.
Estados Unidos: 6 mortes a cada mil nascidos vivos.
Brasil: 15 mortes a cada mil nascidos vivos.
México: 14 mortes a cada mil nascidos vivos.
Peru: 13 mortes a cada mil nascidos vivos.
Nicarágua: 16 mortes a cada mil nascidos vivos.
Bolívia: 25 mortes a cada mil nascidos vivos.
Haiti: 61 mortes a cada mil nascidos vivos.
Em seguida, gráfico de barras mostrando a expectativa de vida dos países selecionados.
Canadá: 82 anos.
Estados Unidos: 79 anos.
Brasil: 76 anos.
México: 75 anos.
Peru: 77 anos.
Nicarágua: 74 anos.
Bolívia: 72 anos.
Haiti: 64 anos.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLD BANK. Data bank. Washington, DC: World Bank, cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/Msa0EP e https://oeds.link/06quAv. Acessos em: 24 março. 2022.

Estrutura etária

Os países em desenvolvimento do continente americano apresentam taxas de natalidade mais altas e expectativa de vida mais baixa que os países com maior desenvolvimento. Na América Latina, é grande a participação de crianças e jovens na estrutura etária da população, enquanto na América Anglo-Saxônica é maior a participação de adultos e idosos.

Por meio de pirâmides etárias ou de idades, podemos perceber a diferença na estrutura etária da população americana.

Na maioria dos países latino-americanos, a pirâmide tem base larga, o que indica altas taxas de natalidade e predomínio de população jovem. O topo, no qual estão representados os idosos, é estreito nos casos em que a expectativa de vida é baixa, como na Guatemala. Observe as pirâmides etárias na sequência.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

GUATEMALA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico. Guatemala: pirâmide etária 2020.
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de  mulheres, em porcentagem. 
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 5,9%; mulheres: 5,6%. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 5,7%; mulheres: 5,4%. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 5,5%; mulheres: 5,3%. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 5,5%; mulheres: 5,3%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 5,1%; mulheres: 4,9%. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 4,5%; mulheres: 4,4%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,8%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,4%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 2,5%; mulheres: 2,8%. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 1,9%; mulheres: 2,3%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 1,6%; mulheres: 1,8%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 1,2%; mulheres: 1,5%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 1%; mulheres: 1,2%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 0,8%; mulheres: 1%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 0,6 %; mulheres: 0,7%. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,4 %; mulheres: 0,4%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,3 %; mulheres: 0,3%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,2 %; mulheres: 0,2%. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,1 %; mulheres: 0,1%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: zero. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.
Elaborado com base em dados obtidos em: Pirâmides populacionais do mundo desde 1950 até 2100. Guatemala 2020. PopulationPyramid.net, [sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/1xHw7X. Acesso em: 24 março. 2022.

URUGUAI: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico. Uruguai: pirâmide etária 2020.
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de  mulheres, em porcentagem. 

Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,3%. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,3%.
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 3,4%; mulheres: 3,3%. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 3,6%; mulheres: 3,4%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,6%. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,7%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,4%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,2%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,8%. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,3%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 2,7%; mulheres: 2,9%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 2,7%; mulheres: 2,9%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 2,4%; mulheres: 2,7%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 1,9%; mulheres: 2,3%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 1,6%; mulheres: 2%. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 1,2%; mulheres: 1,7%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,7%; mulheres: 1,3%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,4%; mulheres: 1%.
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,2%; mulheres: 0,6%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,1%; mulheres: 0,3%. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: 0,1%.
Elaborado com base em dados obtidos em: Pirâmides populacionais do mundo desde 1950 até 2100. Uruguai 2020. PopulationPyramid.net, [sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/W7CaIV. Acesso em: 24 março. 2022.

Nos países da América Anglo-Saxônica, a pirâmide etária tem base mais estreita, em razão do baixo índice de natalidade, e topo mais largo, devido à alta expectativa de vida, como ocorre no Canadá. Alguns países latino-americanos apresentam pirâmides etárias que indicam características de países ricos, como a elevada participação de idosos na população; por exemplo, o Uruguai. Esses números refletem os significativos avanços no atendimento médico-hospitalar nas últimas décadas.

O Brasil é considerado um país em transição demográfica, o que significa que sua população está passando por um processo de envelhecimento, com maior esperança de vida e menor taxa de natalidade. Desse modo, a base da pirâmide etária brasileira, como pode ser observada a seguir, vai sendo reduzida, e o topo vai se ampliando.

CANADÁ: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico. Canadá: pirâmide etária 2020. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em porcentagem.
Faixa de 0 a 4 anos: homens: 2,4%; mulheres: 2,6%. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 2,4%; mulheres: 2,6%. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 2,4%; mulheres: 2,6%. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 2,4%; mulheres: 2,6%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,1%. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,5%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,4%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,5%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,3%. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,2%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,2%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,6%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 3,4%; mulheres: 3,4%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 2,7%; mulheres: 2,9%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 2,3%; mulheres: 2,4%. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 1,5%; mulheres: 1,7%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 1%; mulheres: 1,2%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,6%; mulheres: 0,8%. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,3%; mulheres: 0,4%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,1%; mulheres: 0,2%. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.
Elaborado com base em dados obtidos em: Pirâmides populacionais do mundo desde 1950 até 2100. Canadá 2020. PopulationPyramid.net, [s.I.], 2019. Disponível em: https://oeds.link/6IL4o9. Acesso em: 24 março. 2022.

BRASIL: PIRÂMIDE ETÁRIA (1990-2030*)

Gráfico. Brasil: pirâmide etária 1990 e 2030. Gráfico de linhas.
No eixo vertical as faixas etárias; no eixo horizontal, a quantidade de população de homens e de mulheres, em porcentagem. 
Pirâmide de 1990. Representada por linha de cor verde.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 6%; mulheres: 5,8%. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 6,3%; mulheres: 6%. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 5,9%; mulheres: 5,5%. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 5,5%; mulheres: 5,3%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 5%; mulheres: 4,8%. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 4,8%; mulheres: 4,8%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 4%; mulheres: 4%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,8%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 2,8%; mulheres: 2,9%.  
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 2,1%; mulheres: 2,1%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 1,8%; mulheres: 1,9%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 1,5%; mulheres: 1,7%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 1,2%; mulheres: 1,5%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 1%; mulheres: 1%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 0,6%; mulheres: 0,6%. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,5%; mulheres: 0,5%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,2%; mulheres: 0,3%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,2%; mulheres: 0,3%. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,1%; mulheres: 0,2%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero. Mulheres: zero. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero. 
Pirâmide de 2030 (projeção). Representada por linha de cor azul.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 3%; mulheres: 2,9%.
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 3%; mulheres: 3%. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 3,1%; mulheres: 3%. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,2%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,2%.
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 3,6%; mulheres: 3,6%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,7%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,7%; mulheres: 3,7%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 3,8%; mulheres: 3,8%.  
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 3,8%; mulheres: 3,8%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 3,2%; mulheres: 3,5%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 3%; mulheres: 3,1%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 2,5%; mulheres: 2,9%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 2,1%; mulheres: 2,5%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 1,8%; mulheres: 2%. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 1%; mulheres: 1,5%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,5%; mulheres: 1%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,3%; mulheres: 0,5%. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: zero. Mulheres: 0,5%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero. Mulheres: 0,2%. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.
* Projeção Elaborado com base em dados obtidos em: Pirâmides populacionais do mundo desde 1950 até 2100. Brasil 1990 e Brasil 2030. PopulationPyramid.net, [s.I.], 2019. Disponível em: https://oeds.link/Xvrtim e https://oeds.link/z1uht0. Acessos em: 24 março. 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Comparar características de diferentes países em mapas

Os mapas a seguir ilustram, respectivamente, as taxas de adultos alfabetizados e o total dos gastos públicos em educação em cada país do mundo. Analise-os e, em seguida, faça as atividades.

PLANISFÉRIO: TAXAS DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS (2018)*

Mapa. Planisfério: taxas de alfabetização de adultos, 2018. 
Planisfério mostrando a taxa de alfabetização de adultos, em 2018, em 5 faixas percentuais. Texto explicativo: Ano dos dados: de acordo com cada país, a maioria de 2018. Nos países do Norte, a maior parte membro da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento utiliza taxa de analfabetismo de 1% para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano.
População alfabetizada com mais de 15 anos. 
Mais de 89,01%: México, Colômbia, Peru, Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina; Portugal, Espanha, Namíbia, China, Indonésia, Malásia, Tailândia, Mongólia, Cazaquistão,  Rússia, Itália, Grécia, Romênia, Omã, Sri Lanka.
81,53 a 89,01%: Zâmbia, Gabão, Quênia, Honduras. 
68,07 a 81,53%: Argélia, Marrocos, Índia, Bangladesh, Madagascar. 
43,21 a 68,07%: Nigéria, Sudão, Costa do Marfim, Paquistão, Guatemala. 
Menos de 43,21%: Sudão do Sul, República Centro-Africana, Serra Leoa, Guiné, Mali, Burkina Faso, Níger. 
Sem dados: os demais países.
* Ano dos dados: de acordo com cada país, a maioria de 2018. Nos países do Norte, a maior parte membro da Ô cê dê É, o Pnud utiliza taxa de analfabetismo de 1% para calcular o í dê agá. Elaborado com base em dados obtidos em: WORLD BANK. Literacy rate, adult total (% of people ages 15 and above). Washington, DC: World Bank, 2018. Disponível em: https://oeds.link/sEKHQ2. Acesso em: 24 março. 2022.

PLANISFÉRIO: TOTAL DOS GASTOS PÚBLICOS COM EDUCAÇÃO (2018)

Mapa. Planisfério: total de gastos públicos em educação, 2018. 
Planisfério mostrando os gastos públicos dos países com educação. 
Mais de 6,17% do produto interno bruto: Groenlândia, Namíbia, Botsuana, Mongólia, Suécia, Noruega, Finlândia, Costa Rica.
4,95 a 6,17% do produto interno bruto: Honduras, Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, Moçambique, Etiópia, Quênia, Argélia, Ucrânia, Alemanha, França, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Omã, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Belarus, Ucrânia.
3,71 a 4,95% do produto interno bruto: México, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, Mali, Portugal, Espanha, Itália, Turquia, Irã, Rússia, Polônia, Malásia, Zâmbia, Nepal, Vietnã.
2,74 a 3,71% do produto interno bruto: Paraguai, Guatemala, EL Salvador, Nicarágua, Panamá, Costa do Marfim, Tanzânia, Níger, Zimbábue, China, Indonésia, Afeganistão, Jordânia.
Menos de 2,74% do produto interno bruto: Angola, Chade, República Centro-Africana, Cazaquistão, Mianmar, Camboja, Guiné, Libéria
Sem dados: os demais países. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 3.350 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLD BANK. Government expenditure on education, total (% of GDP). Washington, DC: World Bank, 2018. Disponível em: https://oeds.link/FLSDRb. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. Como podemos relacionar os dados populacionais e econômicos presentes nos mapas?
  2. Podemos classificar a América Latina da mesma maneira que o continente africano?

Zonas de risco e de alagamentos nas cidades da América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os problemas sociais da América Latina também podem ser observados nas grandes cidades, onde cêrca de um terço da população vive em zonas de alto risco.

Enquanto algumas áreas sofrem com períodos de forte estiagem, outras sofrem, ocasionalmente, com furacões e fortes ventos e tempestades.

O excesso de chuvas periódicas na Região Sudeste e no litoral do Nordeste do Brasil, por exemplo, provoca o transbordamento de rios e o alagamento de ruas e imóveis em diversas cidades dessas regiões. Como essas cidades são marcadas pela forte segregação socioespacial, tal situação se agrava, uma vez que as classes sociais mais vulneráveis são obrigadas a ocupar os espaços urbanos mais desfavorecidos e de alto risco, por estarem situados em porções de relevo íngremes ou próximos aos rios e córregos.

Problemas parecidos também ocorrem em cidades de outros países da América Latina, onde a população está frequentemente sujeita aos perigos das fortes chuvas, como alagamentos, enxurradas e deslizamentos.

Fotografia. Diversas casas pequenas e precárias construídas sobre um morro sem vegetação e coberto de lonas de plástico preto.
Desabamento de casas em decorrência de deslizamentos relacionados às fortes chuvas em locais íngremes, em Recife, Pernambuco (2018).
Fotografia. Diversas pessoas andam por uma rua inundada, com água até os joelhos; elas carregam crianças nas costas e no colo.
Residentes locais atravessam a água em rua de Assunção, Paraguai (2018), que foi inundada quando o rio Paraguai transbordou devido às fortes chuvas.

As populações que vivem nas cidades ao longo dos rios da região amazônica também sofrem durante as épocas em que as fortes chuvas provocam cheias extremas da rede hidrográfica. As populações ribeirinhas das principais cidades enfrentam, além de alagamento e inundação das casas, a poluição dos rios e o risco de contrair doenças devido à falta de esgoto sanitário nesses locais.

Outras cidades da América Latina estão em áreas de risco, sujeitas aos eventos relacionados à movimentação das placas tectônicas, entre os quais terremotos e tsunamis. A população de cidades como Santiago (Chile), Lima (Peru) e Cidade do México (México) eventualmente sofre com os danos provocados por esses fenômenos naturais.

Fotografia. Pessoas usando máscaras de proteção cobrindo nariz e boca andam sobre uma pequena ponte de madeira construída sobre uma rua inundada. Ao redor há postes com fios e casas.
População ribeirinha da região amazônica do Brasil sofre com os alagamentos em épocas de cheias e com a ausência de infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto. Fotografia em passarelas improvisadas no município de Careiro da Várzea, Amazonas, às margens do rio Solimões (2021).

Recursos naturais

O território americano é rico em recursos naturais, que são explorados de várias maneiras: a formação geológica do continente propicia a exploração de recursos minerais; as águas oceânicas, que banham as costas leste e oeste do continente, favorecem a atividade pesqueira; a extensa rede hidrográfica facilita a obtenção de energia elétrica; os diversos tipos de clima e de solo contribuem para a diversificação da agropecuária.

A biodiversidade da América também é aproveitada pelas indústrias, como as de medicamentos e cosméticos, no desenvolvimento de vários produtos.

As jazidas minerais e de combustíveis fósseis exploradas na América encontram-se espalhadas pelo continente e em áreas costeiras que também abrangem importantes zonas pesqueiras.

Na América Anglo-Saxônica, a presença de jazidas, principalmente de petróleo, carvão, ferro, urânio e gás natural, associada à disponibilidade de capitais, possibilitou o desenvolvimento de uma grande quantidade de setores industriais.

Estados Unidos e Canadá empregam modernas técnicas para a extração de minérios. Nesses países, as leis ambientais controlam a produção das empresas por meio de fiscalização rigorosa e aplicação de multas aos infratores de leis ambientais.

Para escapar desse tipo de fiscalização e obter mais lucro, várias empresas mineradoras da América Anglo-Saxônica migraram para a América Latina, onde encontraram grande quantidade de recursos naturais, leis mais brandas contra a exploração predatória e mão de obra barata. Nessas áreas, em muitos casos, as condições de trabalho são precárias e os direitos dos trabalhadores não são respeitados.

A economia de muitos países latino-americanos – como Bolívia, Jamaica, Equador e Venezuela – depende da extração e da exportação de minérios. No entanto, apesar de possuir muitas jazidas em seu território, a maior parte desses países não tem tecnologia eficiente para pesquisa, extração e beneficiamento, de modo que seus recursos minerais são extraídos por empresas transnacionais, reproduzindo a dependência dos países em desenvolvimento que vendem seus recursos naturais com pouco valor agregado aos mais desenvolvidos.

Fotografia. Vista de uma mina de cobre a céu aberto. A parte central da mina é a mais rebaixada, em tons de marrom e com estradas circulares de terra ao redor. Ao fundo, montanhas com vegetação.
Vista de mina de cobre a céu aberto no Chile (2021).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Proteção da Amazônia e demais Florestas Equatoriais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A Amazônia apresenta enorme biodiversidade e cobre uma área de quase 6 milhões de quilômetros quadrados, que abrange diversos países. No entanto, a proteção da vegetação dessa imensa área contra as atividades ilegais, como a mineração e a extração de madeira, é um verdadeiro desafio, e o combate ao desmatamento deve ser realizado de fórma integrada.

Apesar das dificuldades, utilizando sensores em satélites, aviões, equipamentos de rastreio e grupos de vigilância é possível monitorar o avanço do desmatamento e demarcar áreas destinadas à proteção integral (Unidades de Conservação e Terras Indígenas). Outras ações podem envolver práticas sustentáveis que valorizam a floresta, como o extrativismo vegetal realizado por comunidades tradicionais.

Mesmo com diversas políticas públicas de combate ao desmatamento, o Brasil está entre os países que mais perdem áreas de floresta nativa. Observe o mapa a seguir.

PLANISFÉRIO: GANHO OU PERDA ANUAL DE ÁREAS FLORESTAIS POR PAÍS (1990-2015)

Mapa. Planisfério: ganho ou perda anual de áreas florestais por país, 1990 a 2015.
Planisfério mostrando ganho ou perda de áreas florestais, em mil hectares ao ano.
Ganho de áreas florestais.
Acima de 500 mil hectares por ano: China. 
De 250 a 500 mil hectares por ano: Estados Unidos, Índia. 
De 50 a 250 mil hectares por ano: Rússia, Irã, Turquia, Espanha, França. 
Perda de áreas florestais.
Acima de 500 mil hectares por ano: Brasil, Indonésia. 
De 500 a 250 mil hectares por ano: Bolívia, Argentina, Nigéria, República Democrática do Congo, Tanzânia, Zimbábue, Mianmar. 
De 250 a 50 mil hectares por ano: México, Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Paraguai, Angola, Moçambique, Sudão, Etiópia, Somália, Namíbia, Botsuana, Mali, Camboja, Austrália. 
Pequenas mudanças: ganho ou perda de áreas florestais abaixo de 50 mil hectares por ano: Canadá, Portugal, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Ucrânia, Alemanha, Polônia, Romênia, Bulgária, Belarus, Arábia Saudita, Iraque, Síria, Egito, Marrocos, Tunísia, Argélia, Chade, República Centro-Africana, Sudão do Sul, Quênia, África do Sul, Mauritânia, Congo, Gabão, Cazaquistão, Mongólia, Paquistão, Afeganistão, Nepal, Japão, Malásia, Uruguai, Nova Zelândia. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.040 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. Global Forest Resources Assessmenttuenti fiftim reticências. Rome, Itália: fáo, 2016.. Disponível em: https://oeds.link/u4Hq1C. Acesso em: 24 março. 2022.

Os dados do mapa também possibilitam observar que, assim como o Brasil, a Indonésia apresenta elevados índices de perda de áreas florestais, devido à expansão das propriedades agrícolas. O governo indonésio tem adotado outras medidas de combate ao desmatamento, como a suspensão de novas licenças para suprimir árvores em determinados fragmentos florestais e benefícios a empresas que se comprometem a não desmatar.

  1. Quais atividades contribuem para o desmatamento das Florestas Equatoriais do Brasil e da Indonésia?
  2. Qual é o papel desempenhado pelo governo desses países no combate ao desmatamento?
  3. Pesquise as principais consequências ambientais do desmatamento das Florestas Equatoriais e o impacto nas populações locais; depois, redija um pequeno texto com as informações coletadas.

Agropecuária

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A produção agropecuária é bastante diversificada no continente americano. Na América Anglo-Saxônica, a agricultura se destaca como uma das mais desenvolvidas do mundo, empregando técnicas modernas, como a seleção de sementes e o uso intensivo de fertilizantes para melhorar a fertilidade dos solos e de agrotóxicos para combater pragas.

O alto grau de mecanização contribui para reduzir o número de trabalhadores rurais, mas favorece a produtividade, como acontece nos chamados belts, ou cinturões agrícolas, dos Estados Unidos. Entre os principais belts destacam-se o wheat belt (trigo), o corn belt (milho) e o cotton belt (algodão). O investimento em tecnologia torna os países da América Anglo-Saxônica grandes produtores agrícolas, principalmente de trigo, soja, centeio e cevada, com produção voltada para o mercado interno.

Na pecuária, são adotadas tecnologias avançadas que aumentam a produtividade, como inseminação artificial e modificação genética, técnicas também empregadas no circuito de carnes nos pampas argentinos e no Brasil, na América Latina.

ESTADOS UNIDOS: BELTS (INÍCIO DO SÉCULO vinte e um)

Mapa. Estados Unidos: belts (início do século vinte e um). 
Cinturão do algodão (Cotton belt): região sul e leste dos Estados Unidos. 
Cinturão dos laticínios (Dairy belt): região norte e nordeste dos Estados Unidos. 
Cinturão do milho (Corn belt): região central e norte dos Estados Unidos. 
Cinturão do trigo (Wheat belt): região central e norte dos Estados Unidos. 
Fruticultura (fruit belt): Extremo sudeste e oeste dos Estados Unidos. 
Pecuária extensiva: região oeste dos Estados Unidos. 
Policultura e criação de gado: região leste dos Estados Unidos. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 460 quilômetros.
Elaborado com base em: L’Atlas Gallimard Jeunesse. Paris: galimard jãnésse, 2002. página. 94-95.

AMÉRICA LATINA: AGROPECUÁRIA (2018)

Mapa. América Latina: agropecuária 2018. 
Agricultura comercial de produtos tropicais: Pequenos pontos no México, na Guatemala, em Cuba, na República Dominicana, em Porto Rico, na Colômbia, na Venezuela, no Peru, na Argentina, na região norte e litoral do Brasil. 
Agricultura associada à criação de gado: região central e sul do Brasil. 
Agricultura comercial de cereais: região central da Argentina.
Agricultura mediterrânea: região central do Chile. 
Agricultura de subsistência: Norte do Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela e Colômbia. 
Criação intensiva de gado: região central e sul do México, países da América central.
Criação extensiva de gado: região central, leste e sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, região norte do México, e norte da Colômbia e Venezuela. 
Áreas não utilizadas pela agropecuária: região norte do México e o Chile. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 955 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 46.

Ler o mapa

  1. Quais são as características produtivas nos pampas argentinos e no sul do Brasil?
  2. Quais são as características produtivas nas Antilhas?

Características da produção agropecuária na América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em vários países da América Latina, grande parte da produção agropecuária é voltada para a exportação e praticada em extensas propriedades monocultoras.

Essa estrutura produtora é herança dos tempos coloniais, das plantations, grandes áreas monocultoras de produtos tropicais (cana-de-açúcar, banana etcétera.) destinados à exportação e cultivados por mão de obra escravizada. Atualmente, países como Colômbia, Paraguai, Cuba e Guatemala continuam economicamente dependentes da exportação de produtos agropecuários, principalmente café, cacau, cana-de-açúcar e banana, em geral produzidos com o emprego de técnicas tradicionais, o que resulta em baixa produtividade. Seus investimentos em mecanização, fertilização, drenagem e recuperação de solos são escassos ou inexistentes.

Em contrapartida, em países como Brasil, Argentina, México e Chile, a produção agropecuária de algumas regiões se caracteriza pelo uso intensivo de máquinas e sofisticada tecnologia, o que resulta em alta produtividade.

Fotografia. Grande área com plantação de cana-de-açúcar, com hastes finas na cor marrom claro e folhas finas, verdes e longas.
Plantação de cana-de-açúcar em Cuba (2020).
Fotografia. À esquerda, uma máquina agrícola vermelha e, à direita, um trator azul com implemento agrícola vermelho estão sobre uma plantação de soja, formada de plantas baixas em tons de verde e bege.
Colheita de soja na Argentina (2021).

Indústria

No continente americano, a indústria, atividade econômica do setor secundário, concentra-se na América Anglo-Saxônica e em algumas áreas da América Latina. Os países da América Anglo-Saxônica são mais industrializados e utilizam tecnologia de ponta.

No Canadá, as cidades de Ontário e Quebec destacam-se como centros industriais. A siderurgia é um dos setores mais importantes no país.

Nos Estados Unidos, formou-se uma das maiores e mais antigas áreas industriais do mundo, conhecida como manufacturing belt, ou cinturão da indústria, que concentra as tradicionais indústrias dos ramos automobilístico, siderúrgico, metalúrgico, mecânico, têxtil, aeronáutico e naval.

No sul dos Estados Unidos, há uma região industrial recente, conhecida como sun belt, ou cinturão do Sol, onde se destacam as indústrias dos ramos aeroespacial e petroquímico.

Indústria e tecnologia

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Estados Unidos e Canadá dedicam parte relevante de seu orçamento a pesquisas, educação e formação profissional. Esses países abrigam as principais zonas de desenvolvimento tecnológico, os chamados tecnopolos, com destaque para a Califórnia e a região dos Grandes Lagos, localizadas em território estadunidense.

No oeste dos Estados Unidos, na região conhecida como Vale do Silício, na Califórnia, concentram-se as indústrias de tecnologia de ponta, como informática, eletrônica e robótica.

Dependência e desigualdade

A industrialização da América Latina, iniciada mais tardiamente que a da América Anglo-Saxônica, apresenta como característica uma grande dependência de capital e de tecnologia provenientes, principalmente, de empresas transnacionais sediadas na América Anglo-Saxônica, na Europa e no Japão. Na maioria dos países, predominam as indústrias têxteis, de alimentos e bebidas, que empregam baixa tecnologia no processo produtivo e mão de obra barata e pouco qualificada.

Fotografia. Vista de um complexo agroindustrial, composto por galpões, usinas e chaminés soltando fumaça. Ao fundo há um rio e vegetação baixa.
Complexo agroindustrial de grande porte em San Lorenzo, Argentina (2020).

Países como Brasil (na área caracterizada pelo polígono industrial do Sudeste), México e Argentina, no entanto, concentram as principais e mais modernas áreas industriais do território latino-americano, com variados tipos de indústria e produção diversificada de bens.

No Brasil também existem centros de desenvolvimento de tecnologia avançada, os tecnopolos. Cidades como Florianópolis (Santa Catarina), Recife (Pernambuco), Campinas, São Carlos e São José dos Campos, localizadas no estado de São Paulo, abrigam grandes centros de pesquisa, empresas e universidades.

Comércio e serviços

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A partir da década de 1970, o desenvolvimento e a implantação de novas tecnologias na indústria, além da concentração de terras e da modernização do campo, favoreceram a urbanização e o crescimento do setor terciário. A mão de obra dispensada pelos setores primário e secundário migrou para o comércio e a prestação de serviços.

Atualmente, o setor terciário compõe parte expressiva da economia de países ricos e pobres, ocupando a maior parte da população economicamente ativa.

Nos países mais desenvolvidos do continente americano, o crescimento da produção industrial foi alavancado pela utilização de novas tecnologias, enquanto o crescimento do comércio e dos serviços teve como base a incorporação de mão de obra, em um primeiro momento.

Nos países menos desenvolvidos do continente também se percebe a fôrça da participação do setor terciário na economia, embora a importância de algumas atividades do setor primário ainda seja relativamente alta.

Países selecionados: participação dos setores da economia no PIB, em % (2020)

País

Agricultura

Indústria

Serviços

Brasil

5,91

17,65

62,92

Argentina

5,93

23,31

54,61

Chile

3,86

31,43

56,48

Bolívia

14,02

23,40

52,87

Guiana

16,85

38,80

38,92

Peru

7,51

30,49

54,12

Equador

9,80

32,00

52,63

Paraguai

11,03

33,70

48,28

Guatemala

10,24

22,08

61,87

Elaborado com base em dados obtidos em: BANCO MUNDIAL. Indicadores del desarrollo mundial. Washington, DC: Banco Mundial, cerca de.. 2022. Disponível em: https://oeds.link/8ZiJ36. Acesso em: 19 abr. 2023.

Ler o quadro

Dos países apresentados no quadro, quais tiveram menos da metade de seu Píbi concentrado no setor terciário, em 2020?

As cidades são as principais áreas de concentração das atividades do setor terciário; porém, em quase todos os países da América Latina, industrializados ou não, elas não conseguiram absorver o grande contingente de mão de obra dispensada pelo setor primário. Essa situação, resultante da falta de políticas públicas adequadas, agravou os problemas sociais nas áreas urbanas, aumentando os índices de favelização, desemprego e criminalidade, entre outros.

Condições de trabalho nas grandes cidades da América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os problemas sociais da América Latina também podem ser observados nas condições de trabalho existentes em parte significativa das grandes cidades do continente.

O crescimento do setor terciário em muitas cidades de países em desenvolvimento na América Latina e em outras partes do mundo tem sido tão intenso que muitos especialistas o caracterizam como setor terciário hipertrofiado, isto é, uma excessiva concentração de população trabalhando em comércios e serviços.

Em períodos de alto desemprego e excesso de oferta de mão de obra, associados ao baixo nível de qualificação de uma parcela significativa dos trabalhadores latino-americanos, ocorre a hipertrofia do setor terciário, que fica marcado pela ampliação do trabalho informal e pela redução da produtividade.

De acordo com os dados da Organização Internacional do Trabalho (ó í tê), em 2019, cêrca de metade dos latino-americanos no mercado de trabalho atuava em condições de informalidade, situação que se agravou nos períodos mais severos da pandemia de covíd-19 nos anos seguintes.

Em geral, os postos de trabalho disponíveis para essa parcela da população são caracterizados pela precariedade, isto é, são empregos de baixa qualidade e que pagam baixos salários. Muitos trabalhadores estão sujeitos aos problemas relacionados à instabilidade empregatícia e a relações de trabalho sem contrato, sem proteção social e sem garantia de direitos trabalhistas.

Em muitos casos, há registros de trabalhadores submetidos a condições degradantes ou até análogas à escravidão. Com o auxílio da ônu e demais organizações multilaterais, muitos países da América Latina, como Brasil e Chile, vêm investindo maciçamente no combate a esse tipo de situação nas grandes cidades.

Fotografia. Diversas pessoas  estão em uma fila organizada ao longo de grades de metal. Algumas pessoas seguram papéis. A fila é grande e faz uma volta ao redor de uma praça. À esquerda, dois vendedores ambulantes
Trabalhadores em busca de emprego formam fila no centro de São Paulo (São Paulo), em 2019.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Analise a pirâmide etária da Bolívia em 2020. Podemos considerar que esse país está entre os de maior desenvolvimento?

BOLÍVIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico de colunas. Bolívia: pirâmide etária 2020.
No eixo vertical, as faixas etárias; no eixo horizontal, a quantidade de população, em porcentagem.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 5,1%; mulheres: 5%. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 5,1%; mulheres: 5%. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 5%; mulheres: 4,9%.
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 5%; mulheres: 4,8%. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 4,7%; mulheres: 4,5%. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 4,2%; mulheres: 4,1%. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,8%; mulheres: 3,7%. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,5%; mulheres: 3,2%. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 3%; mulheres: 3%. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 2,5%; mulheres: 2,5%. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 2%; mulheres: 2,1%. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 1,8%; mulheres: 1,8%. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 1,7%; mulheres: 1,7%. 
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 1,2%; mulheres: 1,3%. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 1%; mulheres: 1%.
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,8%; mulheres: 0,8%. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,5%; mulheres: 0,7%. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,3%; mulheres: 0,5%. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,2%; mulheres: 0,3%. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: zero. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.
Elaborado com base em dados obtidos em: PIRÂMIDES populacionais do mundo desde 1950 até 2100. Bolívia 2020. populêichon páiramids dót nét, [sem local], 2019. Disponível em: https://oeds.link/pNYmLx. Acesso em: 24 março. 2022.

2. Faça a leitura dos dados sobre a Nicarágua e responda às questões.

Nicarágua: comércio (2019)

Importação
(em dólares)

Exportação
(em dólares)

Valor

6,25 bilhões*

5,71 bilhões*

Principais produtos

Petróleo refinado, petróleo bruto, medicamentos embalados, fiação isolada e têxteis e vestuário.

Têxteis e vestuário, ouro, fiação isolada, café, carne bovina.

* Valor estimado.

Elaborado com base em dados obtidos em: CIA. The World Factbook. Disponível em: https://oeds.link/ZsXMVy. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. Comente as diferenças entre os valores de importação e exportação.
  2. Que tipos de produto são exportados e importados pelo país?
  3. Relacione os dados apresentados com fatos da história dos países latino-americanos.
  1. Sobre o continente americano, responda:
    1. Por que possui uma ocupação humana irregular?
    2. Quais são as porções mais e menos povoadas?
  2. Faça um pequeno texto explicando por que algumas empresas mineradoras da América Anglo-Saxônica migram para a América Latina. No texto, discuta se isso traz desenvolvimento econômico e social para os países latino-americanos.
  3. Analise a charge a seguir.
Charge. Sobre uma faixa de pedestres, da esquerda para a direita, há uma criança sem camiseta usando boné e jogando quatro bolinhas amarelas para cima; um homem usando terno e roupa social que segura dois bastões com fogo e assopra para cima; um homem usando terno e gravata, segurando uma espada na direção da garganta; por fim, um homem usando terno e cartola na cabeça está jogando bolas verdes para o alto. Na frente deles, dois carros parados.
TAYLOR, Simon. Mundo moderno, concorrência acirrada. 2008. Charge publicada em Jornale. Disponível em: https://oeds.link/YaYPTq. Acesso em: 13 maio 2022.
  1. Qual é o fenômeno social retratado na charge?
  2. A charge mostra uma característica do capitalismo. Que característica é essa? Qual é a ironia presente na charge?
  3. Qual é a causa desse fenômeno, tão comum no continente americano?

6. A fotografia que você vê a seguir retrata uma feira em Granada, um país situado na América Central, colonizado pelo Reino Unido. Por que esse país integra a América Latina?

Fotografia. Vista de uma feira livre: há bancas com frutas e legumes expostos. Há diversas pessoas em pé ao lado das barracas.
Feira em sân jôrges, Granada (2021).

7. Leia o trecho do texto a seguir.

Pode-ser dizer que estamos diante de uma convergência quase que mundial a um padrão de urbanização que tende à dispersão, ou seja, um crescimento urbano disperso e fragmentado, e com significativo aumento da expansão urbana periférica de baixa densidade. reticências

O desenvolvimento de tecnologias de transporte e comunicação possibilitou tais mudanças, na medida em que deu mais flexibilidade à localização das atividades.

GONÇALVES, A. R. Urbanidade e as novas configurações urbanas. In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, primeira, 2010, Rio de Janeiro. Simpósio temático: urbanidade ou urbanidades Rio de Janeiro: Anparq, 2010. página. 1-10. Disponível em: https://oeds.link/NxRgV6. Acesso em: 24 março. 2022.

Com base no texto, explique como o desenvolvimento tecnológico nos países latino-americanos se relaciona com a expansão urbana.

8. Leia o quadro a seguir.

América Latina (1990-2018)

Ano

População absoluta em áreas de favelas urbanas, em milhares

1990

106.054

1995

112.470

2000

116.941

2005

112.149

2007

112.547

2010

112.742

2014

104.847

2018

109.946

Elaborada com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME. World Cities Report 2020. Nairobi, KEN: UN-Habitat, 2020. Disponível em: https://oeds.link/1HHrPw; https://oeds.link/6yfOhN. Acessos em: 24 março. 2022.

Com base nas informações apresentadas, o que podemos afirmar sobre a evolução das áreas de favelas urbanas na América Latina?

9. Leia o gráfico a seguir.

AMÉRICA LATINA: MELHORES MERCADOS DE TRABALHO (2017)

Gráfico. América Latina: melhores mercados de trabalho, 2017. 
Gráfico de colunas: no eixo vertical está a classificação feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (quanto mais perto de 100, melhor) e, no eixo horizontal, os mercados identificados pelo nome dos países. 
Uruguai: 71,91. 
Chile: 64,95. 
Panamá: 63,81. 
Argentina: 62,40. 
Costa Rica: 62,17. 
Brasil: 61,15. 
Equador: 59,48. 
Paraguai: 57,44. 
Colômbia: 57,41. 
América Latina: 57,12. 
Bolívia: 55,49. 
República Dominica: 55,09. 
Peru: 54,74. 
México: 50,26. 
Nicarágua: 48,43. 
El Salvador: 48,26. 
Honduras: 45,33. 
Guatemala: 44,94.
Fonte: CONHEÇA os países da América Latina que oferecem os melhores empregos. O Globo, 14 novembro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/F6YQXi. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. Com base nos dados apresentados, indique os países em que há maior e menor oferta de trabalho.
  2. Qual é a situação do Brasil nesse quadro?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Imprecisões da regionalização do espaço geográfico

Como estudamos ao longo desta Unidade, as regionalizações do espaço geográfico podem adotar diferentes critérios. Muitas vezes, alguma regionalização passa a ser objeto de críticas de instituições ou do meio acadêmico por seu grau de generalização ou de simplificação. O objetivo das críticas, nesse caso, é considerar se as classificações são imprecisas, distantes da realidade, ou se favorecem a criação de estereótipos.

Leia com atenção o texto a seguir.

Atualmente, a América Latina aparece em discursos, no senso comum, no noticiário, como uma região com características ímpares em relação ao resto do mundo e, ao mesmo tempo, dotada de uma certa homogeneidade entre os países [que a] integram. reticências Na maioria das vezes, a ideia de América Latina enquanto região homogênea é aceita sem nenhuma crítica. reticências

Apesar de parecer o contrário, a invenção da América Latina é recente e sua institucionalização data da criação da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), em 1948. reticências É com esta postura, de entender esta região como algo “natural” e que sempre existiu, que a ideia de América Latina homogênea vem sendo praticada nas mais diversas áreas do conhecimento e nos meios de comunicação como uma questão dada, seja nos meios acadêmicos, seja no senso comum.

reticências

A ideia de América Latina apresenta não só certa imprecisão na delimitação geográfica, mas também no sentido de uma identidade regional. Surpreende-nos que o nome da região continue sendo usado com muita naturalidade, apesar de dotado de um significado vago, impreciso. Ao questionarmos a existência de uma América “latina”, fica evidente a artificialidade com que o nome dessa região se propagou e ganhou uso corrente.

Não só o nome, mas o estereótipo da América Latina e do latino-americano ganhou proporções mundiais, mesmo que nos países integrantes dessa região não houvesse sequer a clareza de uma identidade nacional, que dirá supranacional. A ideia de América Latina, para se manter com tal naturalidade, necessariamente invoca estereótipos e traços generalizantes na cultura, economia, sociedade etcétera.

reticências

Algumas questões, se bem trabalhadas, poderiam desmistificar esta homogeneidade: os povos indígenas e afrodescendentes seriam “latinos”? Quem é latino-americano (gentílico que englobaria mais de trinta países)? Como elencar critérios para caracterizações culturais que abarcariam toda a região? O que fazer com as exceções para cada argumento generalizante? Fariam parte do todo latino-americano? A quem interessa ser latino-americano?

DIAS, Wagner da Silva. Qual América Latina? Os livros didáticos e suas referências teóricas para a construção da região. Revista Geográfica de América Central. Número Especial egál. Costa Rica, 2011. página. 2-11.

Além de classificar pelo tipo de colonização e por critérios socioeconômicos, culturais e históricos, a regionalização que divide a América em Anglo-Saxônica e Latina utiliza termos referentes aos aspectos linguísticos dos colonizadores. Observe o mapa que representa essa regionalização e, em seguida, faça as atividades propostas.

AMÉRICAS ANGLO-SAXÔNICA E LATINA

Mapa. Américas Anglo-Saxônica e Latina.
Mapa do continente americano com destaque na cor verde para os países da América Anglo-Saxônica e na cor laranja para os países da América Latina.
América Anglo-Saxônica:  Canadá, Estados Unidos; Alasca (Estados Unidos).
América Latina: México, Guatemala, El Salvador, Belize, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Panamá,  Jamaica, Haiti, Cuba, Bahamas, República Dominicana, Barbados, Trinidad e Tobago; Guiana Francesa (França), Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil. 
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 1.030 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 34.
  1. Qual é a principal crítica contida no texto?
  2. Na sua opinião, como foi construída a ideia de regionalizar o continente americano conforme proposto no mapa?
  3. Você se considera latino-americano? Quais aspectos você levou em consideração para responder a essa questão? Converse com seus colegas, apresente seu posicionamento e reflita sobre o deles.

Glossário

Aborígene
Aquele que é nativo do lugar em que habita e descende dos povos que lá viveram.
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