UNIDADE seis  Regiões polares

Fotografia. 
Vista de uma área íngreme, com a superfície coberta de neve e parte de rochas aparentes em alguns pontos. Há casas de madeira pintada em diferentes cores, com  janelas quadradas e telhado coberto de neve espalhadas por toda a área. Na parte inferior, águas do mar.
Aldeia localizada na Baía de Melville, Groenlândia (2021).
Fotografia. Vista frontal de um morro de rocha exposta, sem vegetação,  com um pouco de neve próximo à base. No sopé  e à beira do mar, uma construção retangular e horizontal azul, com grandes janelas de vidro, erguida sobre estacas que servem de suporte. Alguns contêineres do lado direito. No primeiro plano, o mar azulado. Ao fundo, céu azul sem nuvens.
Estação brasileira de pesquisas na ilha Rei George, Antártica (2020).

A região ártica, no extremo norte do planeta, não constitui um continente, pois a maior parte é formada pelo oceano Glacial Ártico. Essa região do oceano e das terras que o circundam é muito rica em recursos naturais.

A Antártida, no extremo sul da Terra, é um continente gelado, sem população permanente e rico em recursos naturais. O continente é protegido pelo Tratado da Antártida, que permite apenas a sua exploração científica.

Devido a essas condições adversas à ocupação humana, essas regiões sofreram menos interferência direta na paisagem do que as demais, porém fenômenos ocorridos em outras áreas do mundo podem lhes causar graves impactos.

Que tipos de pesquisa você acha que são desenvolvidos na Antártida e com que objetivos? Quais podem ser os recursos naturais nas regiões polares? Por que certos países se interessam por tais recursos?

Você verá nesta Unidade:

Características físicas da região ártica e do continente antártico

População e atividades econômicas da região ártica

Problemas ambientais no Ártico e no continente antártico

Disputas territoriais e atividades científicas na Antártida

CAPÍTULO 13  A região ártica

O Ártico é circundado por terras e mares que se estendem do Círculo Polar Ártico até o Polo Norte. Essa região é constituída por gigantescas banquisas e pelas terras setentrionais da América, da Europa e da Ásia. O mar, cuja profundidade chega a mais de .4000 metros, permanece coberto de gelo praticamente o ano todo.

O clima polar, além de intensamente frio, é seco, com ventos constantes, apresentando índices de precipitação, em fórma de neve, inferiores a 300 milímetros por ano.

O inverno dura mais de seis meses, com temperaturas que variam entre –20 graus celsius e –50 graus celsius.

A Tundra – composta principalmente de liquens e musgos, que conseguem sobreviver no pérmafróst (tipo de solo formado de terra, gelo e rochas) – é a única formação vegetal que consegue se desenvolver nessas condições.

ÁRTICO: DIVISÃO POLÍTICA E RECURSOS MINERAIS

Mapa. 
Ártico: divisão política e recursos minerais. 
Mapa mostrando as divisões territoriais do Ártico, áreas de exploração, reservas comprovadas de petróleo e gás, cidades importantes, limites de zonas econômicas, banquisa e inlândsis. 
O mapa destaca a região do Ártico vista de cima. Do lado direito do mapa, a Rússia: mais ao sul, a  Noruega, a Suécia, a Finlândia e a Islândia mais  ao sul do Ártico. Do lado esquerdo, a Groenlândia (Dinamarca), terras do Canadá e Alasca (Estados Unidos).
Inlândsis estão representadas por áreas com pequenos riscos azuis    nas bordas da Groenlândia, da Terra de Baffin (Canadá) e da Terra de Ellesmere (nas proximidades do Polo Magnético Norte). Banquisas estão representadas por linhas curvas fechadas, na cor cinza, em toda área central da região ártica, sobrepondo-se à área do Oceano Glacial Ártico. Em linhas tracejadas vermelhas estão representados os Limites de Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) ao redor da Groenlândia, da Islândia, em torno de parte dos territórios de Rússia,  Alasca e Canadá e na parte central da região ártica. Em linhas cinzas diagonais, o Território Autônomo Nunavut, no Canadá. 
Reservas comprovadas de petróleo e gás estão destacadas na cor cinza área central ártica; no Mar de Kara e Mar de Barents, nas proximidades da Rússia; em áreas na Baía de Baffin e Baía de Hudson, próximo ao Canadá; área da Terra de Ellesmere, próximo ao polo magnético do norte; áreas do Oceano Glacial Ártico próximo ao Alasca e Canadá. 
Com uma estrela vermelha, a indicação do Polo Norte (no centro do mapa) e Polo Magnético do Norte (a noroeste da estrela do Polo Norte). 
As áreas de exploração de petróleo são indicadas por um triângulo na cor preta na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega. 
Um quadrado na cor preta indica áreas de exploração de gás na Rússia, Alasca, Canadá e Noruega.  Um trapézio na cor preta indica locais de extração de minérios na Rússia, Canadá e Groenlândia. Um ponto preto dentro de um círculo de fundo branco indicam a localização das capitais dos países: Suécia: Estocolmo; Noruega: Oslo;  Finlândia: Helsinki; Rússia: Moscou: Islândia:  Reykjavik. 
Pontos pretos simples indicam localização de cidades importantes. No Canadá: Churchill; na Rússia: São Petersburgo. no Alasca: Fairbanks, Barrow; na Groenlândia: Nuuque Godtas. 
Na parte inferior, a escala de 0 a 840 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 111; INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 56.

População e atividades econômicas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A maioria dos habitantes da região ártica possui características dos povos mongóis, como os inuítes, os lapões, os samoiedos e os iacutos.

Os inuítes habitam áreas do Alasca, do norte do Canadá e também da Groenlândia, dedicando-se principalmente à caça e à pesca. Têm por tradição formar grupos de caça, ainda hoje uma importante atividade econômica para esse povo. Os lapões são um povo do norte da Escandináviaglossário (Lapônia), cujas principais atividades econômicas são a caça, a pesca e o pastoreio nômade de renas.

Fotografia. Em uma área grande e extensa, coberta de gelo, uma pessoa usando agasalho grosso e capuz está deitada  ao lado de um buraco perfurado na camada de gelo que cobre a superfície. Ele segura um peixe com uma das mãos. Ao redor do homem há quatro pessoas observando. Elas estão bastante agasalhadas, com casacos grossos com capuz, sendo duas crianças. Ao fundo, um abrigo com formato triangular e céu azul com nuvens.
Inuítes reunidos em torno de buraco de pesca em Nunavut, Canadá (2019).

Além da exploração dos recursos pelos povos nativos, há a extração de madeira e recursos minerais por empresas dos países da região.

Na Groenlândia (possessão da Dinamarca), principal centro pesqueiro da região, existe um porto especialmente construído para atender ao transporte e à comercialização do pescado. Nessa imensa ilha ártica, também se extraem chumbo, zinco e tungstênio. Até 1987, também se extraía criolita, cuja existência só era conhecida na Groenlândia. Recentemente, foi encontrada uma jazida na Amazônia brasileira.

Nas regiões do Mar de Barents, do Alasca (Estados Unidos) e do nordeste da Sibéria (Rússia), a pesca também constitui atividade econômica importante.

A extração de madeira é feita no vale do rio Mackenzie, no Canadá, nos fiordes setentrionais da Noruega e em regiões vizinhas da Finlândia.

Nas áreas setentrionais da Rússia e na região da Escandinávia, além da criação de renas, existem indústrias ligadas ao aproveitamento da carne, da pele e dos chifres desses animais.

Em meados do século vinte, as riquezas minerais da região ártica, especialmente o petróleo, passaram a ser vistas com interesse por diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Islândia, Suécia, Rússia, Dinamarca, Finlândia e Noruega, que instalaram bases militares e empresas públicas e privadas no Ártico, buscando explorar suas reservas de petróleo e gás natural.

A exploração desses recursos naturais envolve riscos ambientais para o mundo todo. O grande fluxo de pessoas que chegam para trabalhar na construção da infraestrutura necessária às atividades econômicas extrativistas gera profundas alterações na paisagem e nos costumes dos povos nativos. Várias cidades surgiram na região para acomodar os imigrantes, modificando o ambiente com a construção de vias de transporte e plataformas petrolíferas.

Problemas ambientais no Ártico

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A calota da região ártica é menos espessa que a da Antártida.

A fina espessura do gelo e do pérmafróst torna o Ártico uma região extremamente vulnerável ao aumento da temperatura causado pelo aquecimento global. Naturalmente, a região ártica sofre retração da cobertura de geleiras durante os meses de verão, quando as baixas temperaturas ficam menos severas e parte do gelo descongela. Porém, com a elevação das temperaturas médias do planeta, o recuo das geleiras no Ártico tende a se intensificar ano após ano.

O Ártico está entre as regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas estimuladas pelas atividades humanas, mas as consequências nocivas desse fato abrangem o planeta como um todo. A mais dramática consequência desse fenômeno é a elevação do nível dos oceanos em escala global pelo acréscimo de água proveniente do descongelamento das geleiras – grande parte delas presente no Ártico. Na imagem de satélite a seguir, você observa o Ártico em um momento de grande recuo das geleiras.

Imagem de satélite. 
Imagem de satélite do planeta terra. No centro da imagem, a região do Ártico coberta de gelo. No entorno, partes azuis representando as águas oceânicas e os continentes eurasiano à direita e americano à esquerda.
Imagem de satélite na qual é possível observar o recuo das geleiras na região do Ártico em 2008.

Localmente, os problemas também são graves, colocando em risco a fauna, que é muito dependente das condições ambientais determinadas pelas baixas temperaturas, e também as comunidades humanas tradicionais, que veem suas fontes de recursos naturais ameaçadas.

O degelo do Ártico em imagens

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Na sequência, você observa registros fotográficos que revelam alguns problemas ambientais relacionados à elevação das temperaturas no Ártico.

Fotografia. 
Um urso-polar de pelos brancos e amarelos, focinho longo e preto, está deitado sobre uma placa de gelo que flutua no mar. Ao redor há outras placas de gelo em diversos tamanhos.
Com o derretimento das calotas polares, muitos ursos-polares se afogam, pois precisam nadar distâncias muito grandes entre as placas de gelo. Fotografia no arquipélago de frans jôuzêfi lénd, Rússia (2021).
Fotografia. 
Vista de uma região natural plana. Da parte inferior até o centro da imagem, a superfície tem aspecto úmido e lamacento, em tons de marrom, sem vegetação. Nas laterais, áreas com cobertura vegetal rala e rasteira, que se misturam com as áreas úmidas. Ao fundo, um espelho d'água corta o terreno e, atrás, montanhas com pouca cobertura vegetal, com topos aplainados debaixo de céu azul com nuvens brancas.
Se o pérmafróst descongelar, calcula-se que ocorrerá a liberação de quantidades significativas de gás metano na atmosfera, gerado pelo armazenamento de matéria orgânica (restos de animais e vegetais). O metano é um dos gases que potencializam o efeito estufa. Fotografia no arquipélago de isvalabard, Noruega (2020).
Fotografia. 
No primeiro plano, uma área terrosa e lamacenta, sem cobertura vegetal. No segundo plano, à esquerda, uma parte plana  com cobertura vegetal rasteira e, à direita, declives de terreno elevado coberto por vegetação rala e rasteira.
Na fotografia, observa-se área dos Territórios do Noroeste, no Canadá (2014), onde havia uma estrada que foi soterrada devido ao derretimento do pérmafróst.
Fotografia. 
Imagem de uma geleira se decompondo em pequenos fragmentos brancos de gelo boiando sobre água de cor azul escuro. Ao fundo, uma superfície com colinas cobertas de neve e céu nublado.
Lagoa formada a partir do derretimento das geleiras na Islândia (2020).

Ler as fotografias

  1. O que vem provocando o aumento das temperaturas no Ártico e quais são os principais impactos gerados no meio ambiente?
  2. O que você acha que pode ser feito para evitar ou minimizar esses impactos?

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Uma nova fronteira

A exploração econômica do Ártico por povos não autóctones tem um longo histórico predatório. A pesca e a caça de mamíferos marinhos, como a baleia e a morsa, da qual se retiram os dentes de marfim, começaram a ocorrer intensamente nessa área no século dezenove.

O petróleo e o gás passaram a ser explorados comercialmente no Mar de Beaufort, na década de 1970, apesar de todas as dificuldades ocasionadas pelo gelo e pelo frio intenso.

Com a diminuição da calota polar, novas áreas do Ártico puderam ser exploradas. Estima-se que o subsolo do oceano abrigue cêrca de 20% a 25% das reservas de petróleo do mundo. Esse fato pode alterar a relação de fôrças dos países no cenário internacional. Os governos e as grandes companhias petrolíferas já investem pesadamente nessa área.

As fotografias a seguir mostram mudanças na paisagem do Ártico relacionadas aos impactos climáticos observados na Noruega.

Fotografia. Em preto e branco. Uma pessoa está dentro de uma canoa em  águas calmas, navegando  em direção a uma geleira branca e alta, ao fundo. Atrás da geleira, topos de montes.
Geleira de blonstrandibrín, Noruega (1918).
Fotografia. 
Uma pessoa dentro de um bote motorizado, em águas calmas, navegando  em direção a uma geleira baixa, ao fundo. Atrás da geleira, montes rochosos cobertos com pouca neve em algumas partes sob  céu nublado. Nas proximidades da geleira, pedaços de gelo flutuam sobre as águas.
Nessa fotografia, de 2002, é possível observar o processo de degelo na geleira de blonstrandibrín, Noruega.

Novas rotas marítimas

A redução da calota polar ártica abre duas novas rotas marítimas entre o Atlântico e a Ásia: uma através da passagem Norte-Oeste pelo arquipélago canadense e outra pela passagem Norte-Leste ao longo da costa ártica russa.

Entretanto, nem todos aprovam o domínio do Ártico pelos países que são banhados por esse oceano. A China, que realiza pesquisas científicas na região, também cobiça essas águas internacionais.

Algumas pretensões são veementemente contestadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que afirmam que essas águas devem ser internacionais, permitindo o fluxo de todas as embarcações. Apesar da extensa legislação internacional que regulamenta o direito dos países sobre as águas territoriais, os interesses econômicos conflitantes geram tensões, cabendo à ônu auxiliar no estabelecimento de novos limites, ou na avaliação e na mediação de possíveis divergências.

Os grandes cruzeiros tomam o Ártico

O degelo do Ártico por causa do aquecimento global está abrindo novas rotas comerciais marítimas que eram impensáveis há uma década. A empresa norte-americana de cruzeiros de luxo Crystal Cruises está nos últimos preparativos logísticos para a estreia reticências da primeira viagem entre Anchorage (Alasca) e Nova iórque pela remota Passagem do Noroeste. O percurso, se tudo correr bem, irá durar 32 dias.

reticências

O acadêmico máicol báiers foi um dos convidados para este primeiro cruzeiro pelo Ártico canadense. Recusou porque considera a viagem “perversa”. “É organizar uma viagem para ver espécies pelo simples fato de você saber que elas não estarão lá daqui a uma década”, diz ele, descrevendo isso como “turismo de extinção”. “Os viajantes devem saber que irão a um lugar destruído pela mudança climática.”

reticências

Segundo a Guarda Costeira do Canadá, não chegam a 10 os pequenos cruzeiros que transitaram pela legendária passagem desde 2009. O Serenity se diferencia deles por transportar mais passageiros do que a população das comunidades costeiras por onde passará, todas elas muito pobres. “É uma ironia”, acrescenta Báiers, antevendo um impacto social importante na região se os grandes cruzeiros proliferarem. reticências

POZZI, Sandro. Os grandes cruzeiros tomam o Ártico. El país, 22 maio 2016. Disponível em: https://oeds.link/FqHXjJ. Acesso em: 25 março. 2022.

  1. Quais conflitos internacionais ocorrem no Ártico atualmente?
  2. Quais principais atividades econômicas estão sendo exploradas no Ártico?
  3. Qual impacto poderá ser gerado nas comunidades costeiras locais com a passagem de grandes cruzeiros pelo Ártico?
  4. De que modo é possível analisar o desenvolvimento econômico e o quadro ambiental nessa região?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia o texto a seguir.

A produção de petróleo e gás nos campos do norte da Noruega declinou na década passada. Em compensação, no período, foram descobertas importantes novas áreas de exploração de petróleo e gás no Ártico norueguês, localizadas ao longo da fronteira marítima com a Rússia, com possibilidades de exploração. Dessa fórma, as empresas petrolíferas passaram a se preparar para migrar para as regiões árticas.

Qual é o significado geopolítico da exploração de petróleo no Ártico norueguês?

2. Leia o trecho de reportagem a seguir e, depois, responda à questão proposta.

Situação de indígenas e inuítes do Canadá segue alarmante, diz ônu

A situação dos indígenas e dos inuítes canadenses continua alarmante, apesar dos esforços do governo do Canadá para melhorar a vida desse grupo

Depois de uma viagem de nove dias pelo Canadá, o informante especial da ônu para os Povos Indígenas, James Anaya, avaliou que as medidas tomadas para reparar os erros históricos e para tirar as populações autóctones de sua pobreza extrema foram “insuficientes”. “Apesar das medidas positivas, persistem importantes desafios”, declarou Anaya em uma entrevista coletiva.

“De tudo o que constatei, consegui concluir que o Canadá enfrenta uma situação de crise, quando se trata de povos indígenas”, acrescentou. “A brecha em termos de bem-estar entre os povos autóctones e o restante da população não diminuiu nos últimos anos”, insistiu o representante da ônu.

breibént, márc. Situação de indígenas e inuítes do Canadá segue alarmante, diz ônu. Hoje em dia, 15 outubro. 2013. Disponível em: https://oeds.link/dd9rHk. Acesso em: 27 março. 2022.

Que situação descrita na reportagem a população inuíte do Canadá tem enfrentado?

3. Observe o mapa e responda à questão a seguir.

PAÍSES ENVOLVIDOS NA DISPUTA TERRITORIAL DO ÁRTICO

Mapa. Países envolvidos na disputa territorial no Ártico.
Mapa delimitando as fronteiras acordadas entre alguns países no Ártico. No centro do mapa, uma estrela vermelha indica o 
Polo Norte, e ao seu redor, a porção norte dos continentes eurasiano e americano, a Groenlândia, além dos Oceanos Atlântico e Pacífico e Mar de Bering.
As fronteiras acordadas entre países foram representadas em linha tracejada na cor preta.
Os limites de 200 milhas náuticas foram representados por linhas pontilhadas azuis. Áreas além desses limites, no Oceano Glacial Ártico, são reivindicadas por Dinamarca, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Noruega. 
Na parte inferior, escala de 0 a 715 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE arctic is now a frozen conflict. Business Insider, 20 dezembro. 2014. Disponível em: https://oeds.link/wStcl5. Acesso em: 27 março. 2022.

Quais países travam a disputa territorial do Ártico? Quais são os interesses desses países?

CAPÍTULO 14  Antártida: o continente gelado

Com uma área aproximada de ..14000000 quilômetros quadrados, a Antártida é o quarto continente em extensão territorial e corresponde a cêrca de 10% das terras emersas do globo terrestre. O continente é banhado pelos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, além do oceano Glacial Antártico.

O continente é formado por duas grandes regiões: a Antártida oriental e a Antártida ocidental, delimitadas pelos montes Transantárticos, uma cadeia montanhosa com 4 mil quilômetros de extensão. A Antártida oriental corresponde à superfície emersa mais extensa. Na Antártida ocidental, de menor extensão, localiza-se a península Antártica, onde estão instaladas bases de pesquisas científicas de diversos países.

O gelo recobre cêrca de 98% da superfície do continente antártico. A cobertura de gelo pode atingir mais de 4 quilômetros de espessura em determinados pontos, formando grandes camadas conhecidas por geleiras continentais ou inlândsis.

A Antártida é o local mais frio do planeta: no inverno, as temperaturas no interior ultrapassam os 80 grauscélsius negativos. O clima polar da região é dos mais severos: frio e seco, com índices pluviométricos inferiores a 50 milímetros anuais. A vegetação, escassa devido ao frio intenso, é marcada pela presença da Tundra, principalmente no litoral.

Imagem de satélite. 
Imagem de satélite com destaque para uma área  continental e marítima circundada por oceano, toda coberta de gelo. Uma linha vermelha circunda o essa área.
Na imagem de satélite, produzida em 2014 pela Nasa, agência espacial estadunidense, é possível observar a área continental da Antártida. A linha vermelha mostra a extensão máxima média do gelo marinho antártico em 2014, ano em que a cobertura de gelo que circunda a Antártida atingiu recorde de extensão em relação às últimas décadas. A tendência de aumento na Antártida, no entanto, é de apenas cêrca de um terço da magnitude da rápida perda de gelo marinho no oceano Glacial Ártico.

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A disputa pela região antártica e por seus recursos naturais

[locução] Olá! Neste áudio, vamos falar sobre a região antártica e seu continente gelado.

Você sabia que esse foi o último continente a ser descoberto e que suas difíceis condições ambientais nunca permitiram que fosse permanentemente habitado?

E quais são as disputas geopolíticas que envolvem a região?

[locução] Bem, apesar de o continente antártico nunca ter sido efetivamente ocupado, sete países – Argentina, Chile, Austrália, França, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido – já reivindicaram, entre 1908 e 1940, a posse de partes dele.

A região passou a ser alvo de disputas territoriais entre diversos países.

[locução] Para conter essas disputas territoriais, em 1959 foi firmado o Tratado da Antártica, que entrou em vigor em 1961.

Esse tratado determinou o uso da região para fins pacíficos, impedindo qualquer atividade militar no continente, estabeleceu o livre intercâmbio de pesquisas científicas e proibiu novas reclamações territoriais, sem, todavia, anular as já existentes.

O tratado ainda permitiu que Rússia e Estados Unidos requeiram territórios no futuro. 

[locução] Mas por que motivo tantos países estão empenhados em adquirir a posse do território gelado?

Embora o ambiente antártico seja praticamente inabitável, há muitos interesses estratégicos envolvendo essas terras, o que inclui a posse de recursos naturais como água, animais e possíveis reservas minerais.

[locução] Com base no Tratado da Antártica, surgiram três convenções para regular a exploração de recursos naturais: a Convenção para Conservação das Focas Antárticas, a Convenção para Conservação dos Recursos Marinhos Vivos Antárticos e a Convenção para Regulação de Atividades sobre Recursos Minerais Antárticos.

Esta última não chegou a ser ratificada pelos países participantes do tratado.

[locução] A Convenção para Conservação das Focas Antárticas foi assinada em 1972, em Londres, e entrou em vigor em 1978, sendo revista em 1988.

Ela estabelece limites para a caça de todas as espécies de focas nativas do continente.

As focas antárticas foram caçadas principalmente por causa de sua pele e chegaram à beira da extinção já no século XIX, devido à matança indiscriminada.

[locução] A Convenção para Conservação dos Recursos Marinhos Vivos Antárticos, em vigor a partir de 1982, discutiu principalmente a pesca do krill na região.

[locução] Na convenção, concluiu-se que, embora a população de krill já fosse bastante grande, sua exploração desenfreada poderia comprometer o equilíbrio da cadeia alimentar na região, já que estes crustáceos são o principal alimento de baleias, focas e aves.

[locução] Ainda que a presença de recursos minerais no continente não tenha sido comprovada, ela é bastante provável, pois esse território corresponde a 10% das terras emersas no planeta.

[locução] Pela semelhança entre as estruturas geológicas, os cientistas deduzem que a maior parte do continente esteve ligada ao que hoje são a África do Sul, a Índia e a Austrália – regiões ricas em jazidas minerais.

Isso representa uma riqueza natural incalculável, não? E representa perigo também...

[locução] Pois é. A cobiça por esses recursos inviabilizaria qualquer acordo entre as nações participantes do Tratado da Antártica.

Então, quando ele foi substituído pelo Protocolo ao Tratado da Antártica sobre Proteção ao Meio Ambiente, em 1991, proibiu-se a exploração de seus recursos minerais.

[locução] Esse novo tratado, também conhecido como Protocolo de Madri, concedeu à Antártica o status de Reserva Natural Internacional dedicada à Ciência e à Paz e só poderá ser modificado em 2048, desde que haja acordo unânime de seus membros consultivos.

Disputas territoriais

As condições locais tornam inviável o povoamento da região antártica. Os traços mais evidentes da presença humana no continente são as bases científicas de vários países instaladas no território. O Tratado da Antártida, assinado em 1959, definiu os espaços dessas bases de pesquisa e suspendeu as disputas pela posse de terras.

cêrca de 30 países têm bases de pesquisas científicas no continente, entre eles: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Bulgária, Chile, China, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Itália, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Peru, Polônia, Reino Unido, Rússia, Suécia, Ucrânia e Uruguai.

Em 1991, foi assinado o Protocolo de Madri, que entrou em vigor em 1998. O documento proibiu a extração de minérios no continente por 50 anos, ou seja, até 2048. Apesar disso, alguns países, como Chile, Argentina, Reino Unido e França, continuam reivindicando áreas do continente.

Em 2017, a China já apresentava novos planejamentos para o continente, indicando a possível construção de uma pista para aviões e de mais uma estação de pesquisas, igualando o número de estações ao dos Estados Unidos.

Além das questões associadas às pesquisas científicas, as polêmicas no continente estão atreladas à exploração econômica, visto que na região há água doce abundante e outros recursos naturais.

ANTÁRTIDA: PRETENSÕES TERRITORIAIS E RECURSOS MINERAIS

Mapa. Antártida: pretensões territoriais e recursos minerais. 
Mapa da Antártida com destaque para áreas reivindicadas por países, ocorrência de recursos minerais, presença de bases científicas e áreas de banquisa. 
No centro do mapa, uma estrela vermelha indica  Polo Sul. 
Áreas delimitadas por linhas coloridas indicam as pretensões territoriais de alguns países. Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha tracejada verde e situada entre os meridianos 100 graus oeste e 40 graus oeste, é pretendida pelo Chile.    
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha tracejada vermelha e situada entre entre os meridianos 80 graus oeste e 20 graus oeste e que se sobrepõe à parte da área reivindicada pelo Chile, é pretendida pela Argentina. 
Uma outra área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia azul, também situada entre entre os meridianos 80 graus oeste e 20 graus oeste e que se sobrepõe a partes de áreas pretendidas por Chile e Argentina, é reivindicado pelo Reino Unido. 
Na área abrangida entre os meridianos 20 graus oeste e 100 graus oeste, há bases científicas da Rússia, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Polônia e Reino Unido, além de minério de ferro e outros, exceto urânio. 
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia, de cor laranja e situada entre os meridianos 20 graus oeste e 60 graus leste, é pretendida pela Noruega. Nessa área, há bases científicas da Alemanha, Índia, Rússia, Japão e África do Sul, além de minério de ferro e de urânio e outros minérios. 
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia, de cor amarela e situada entre os meridianos 40 graus leste e 140 graus leste, é pretendida pela Austrália. Nessa área, há bases científicas da Austrália, Rússia, Chile, Itália e França, além de minério de ferro e outros minérios, exceto urânio. 
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia, de cor verde claro e situada entre os meridianos 120 graus leste e 140 graus leste, é pretendida pela França. Nessa área, uma estrela vermelha indica o Polo Magnético do Sul e há base científica da França. 
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia, de cor verde escuro e situada entre o meridiano 140 graus leste e 160 graus leste, é pretendida pela Austrália. Nessa área, há carvão mineral e outros minérios, exceto ferro e urânio. 
Uma área com formato  triangular e vértice no Polo Sul, delimitada por linha cheia, de cor lilás e situada entre o meridiano 160 graus leste e 140 graus oeste, é pretendida pela Nova Zelândia. Nessa área, há bases científicas dos Estados Unidos e outros minérios, exceto ferro e urânio.
A ocorrência de banquisas é marcada por meio de linhas que formam figuras geométricas irregulares presentes em todo o perímetro externo da Antártida.
No canto inferior direito,  escala de zero a 610 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 110.

A atividade científica

Em 1959, vários países assinaram o Tratado da Antártida, pelo qual se firmou o compromisso do uso do continente apenas para fins pacíficos e de cooperação internacional por meio do desenvolvimento de pesquisas científicas. O Tratado entrou em vigor em 1961.

As pesquisas desenvolvidas nas regiões polares (Antártida e região do Ártico) têm levado a descobertas importantíssimas para toda a humanidade: podem ajudar a desvendar o passado climático do planeta, o funcionamento das correntes oceânicas e seus efeitos no clima global.

A camada de gelo acumulada por milhares de anos na Antártida é um arquivo natural que pode fornecer informações sobre as alterações climáticas e ambientais pelas quais o planeta já passou.

Além disso, os achados de fósseis comprovaram a teoria das placas tectônicas e da deriva continental, proposta por Véguenar, segundo a qual a Antártida fazia parte do supercontinente primitivo chamado gôndwãna.

Fotografia. 
Vista de área aberta, com declividade e sem vegetação. Na parte mais plana,  há diversas casas de um ou dois pavimentos, de cor vermelha e telhados escuros. Essa área fica às margens de um curso de água que tem algumas placas de gelo. Algumas casas têm grandes antenas parabólicas brancas no telhado.
Na fotografia, de 2020, é possível observar a estação argentina de pesquisas na Antártida, denominada Base Esperanza.

Há outros projetos internacionais mais específicos, como o estudo do oceano e das comunidades aquáticas do continente e da geologia das regiões congeladas. Cada país que participa do projeto deve apresentar um programa contínuo. Nesse contexto, a falta de recursos, de acordo com alguns cientistas brasileiros atrelados ao projeto, pode ser considerada uma ameaça ao avanço das pesquisas atuais e à criação de novos projetos.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

A chegada ao Polo Sul

O trecho a seguir foi retirado do relato da primeira expedição que alcançou o Polo Sul, em 1911, liderada pelo explorador norueguês roaldi amúndissên.

Na latitude oitenta e sete graus sul – de acordo com os cálculos do hodômetroglossário – avistamos as últimas montanhas a nordeste. Aparentemente, a atmosfera estava, na ocasião, tão clara quanto possível e tínhamos certeza de que nossa visão abarcava toda a terra que havia para ser vista daquele local. reticências Naquele dia – 4 de dezembro – percorremos quarenta e seis quilômetros e acampamos na altitude de três mil e cem metros acima do nível do mar.

O clima não permaneceu favorável por muito tempo. No dia seguinte, 5 de dezembro, abateu-se sobre nós uma violenta tempestade vinda do norte e novamente toda a planície transformou-se em uma imensa massa de neve arrastada pelo vento. Somava-se a ela a precipitação de neve, que nos cegava, piorando muito nossa já crítica situação. Todavia, uma sensação de confiança nos dominava e, fortalecidos por ela, avançamos velozmente e sem hesitações – apesar de nada podermos ver.

Naquele dia, deparamos com novas características da superfície – grandes ondulações de neve endurecida, os sastruji. Era muito difícil lidar com essas ondulações, especialmente pelo fato de não podermos vê-las. Era inútil, para nós, “batedores”, pensar em caminhar na vanguarda sob tais circunstâncias, já que era praticamente impossível manter-se em pé. Três ou quatro passos em sequência eram, muitas vezes, o máximo que podíamos conseguir antes de cair. Os sastruji eram muito altos e em geral abruptos; ao se chegar inesperadamente a um deles, era preciso ser bem mais do que um acrobata para equilibrar-se e manter-se em pé. A despeito de todos os obstáculos, e de nada podermos enxergar, os hodômetros mostraram que nossa marcha naquele dia foi outra vez de quarenta e seis quilômetros. A medida do hipsômetroglossário mostrou que nossa altitude era de três mil e quatrocentos metros acima do nível do mar. reticências

O dia 6 de dezembro amanheceu trazendo-nos o mesmo clima terrível – neve pesada, o céu e o chão da mesma cor, absolutamente impossível enxergar qualquer coisa. reticências Os sastruji aos poucos diminuíram em altura até que desapareceram e a superfície tornou-se perfeitamente plana. reticências

Esse foi o dia em que ultrapassamos os oitenta e oito graus sul e acabamos acampando na latitude oitenta e oito graus e nove minutos sul. Uma grande surpresa nos aguardava na barraca essa noite. Eu esperava encontrar, como na véspera, uma ligeira queda no ponto de ebulição da água – em outras palavras, um resultado que mostrasse um certo ganho de altitude –, porém, para nosso espanto, não foi isso que aconteceu. A água ferveu exatamente à mesma temperatura da noite anterior. reticências Houve grande alegria entre nós quando finalmente concluí e anunciei que atingíramos o topo do platô.

O dia 7 de dezembro nasceu como o dia 6 – trazendo um clima totalmente fechado. reticências Até agora, as condições climáticas nas grandes altitudes não nos haviam sido particularmente favoráveis. reticências

Creio ser impossível descrever a emoção que se apoderou de mim naquele momento. Todos os trenós haviam parado e, hasteada no mais dianteiro deles, a bandeira norueguesa drapejava no alto de seu longo mastro. reticências Ultrapassamos a latitude oitenta e oito graus e vinte e três minutos sul; estávamos mais ao sul do que qualquer ser humano jamais esteve.

AMUNDSEN, Roald. Polo Sul: relato da expedição antártica norueguesa a bordo do Fram – 1910-1912. São Paulo: Alegro, 2001. página. 354-359.

Fotografia.
Em preto e branco. Quatro homens agasalhados com casacos grossos e botas estão em pé sobre uma superfície coberta de neve, olhando para uma bandeira hasteada em mastro apoiado em uma tenda, à direita.
Capitão norueguês roaldi amúndissên (1872-1928) e sua equipe na primeira expedição que alcançou o Polo Sul, em dezembro de 1911.
  1. De que maneira é possível compreender as características do espaço, com base na leitura do texto?
  2. Em vários momentos, o autor relata as condições adversas e o sentimento de esperança de que a expedição venceria todos os obstáculos. Escolha um trecho que represente essas passagens e copie-o em seu caderno.
  3. O que representa, para a humanidade, a chegada da primeira expedição ao Polo Sul?
  4. Pesquise em livros, revistas ou na internet outras viagens realizadas ao Polo Sul após a expedição de ómêndisên, identificando o país de origem, o responsável pela expedição e a data de chegada ao extremo sul da Terra. Monte um quadro demonstrativo dessas informações e apresente-o ao professor.

Exploração econômica

Até a década de 1960, a principal atividade econômica realizada na Antártida era a caça às baleias e às focas, o que acarretou risco de extinção de algumas espécies. Hoje, no continente, é praticada a pesca do atum e do krill, pequeno crustáceo, semelhante ao camarão, muito rico em proteínas.

O acordo internacional que protegeu a Antártida da exploração comercial de minérios serviu de exemplo de cooperação entre as nações. No entanto, a perspectiva de depósitos de carvão, petróleo e manganês sob a camada de gelo da Antártida está atraindo a atenção de países carentes de minérios e de grandes empresas petroleiras e mineradoras.

Preocupação com o futuro

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Ambientalistas e membros da sociedade civil têm se preocupado com a possibilidade de que os interesses econômicos falem mais alto e a Antártida passe também a ser explorada.

Um dos principais aspectos levados em conta nas discussões em torno do meio ambiente antártico é o fato de que o continente concentra cêrca de 70% das reservas mundiais de água doce, na fórma de geleiras e icebergs.

O ecossistema antártico é valorizado pelos cientistas como um local relativamente livre da influência humana, mas a conservação desse ambiente exige cuidado constante, pois sementes e outros organismos trazidos nos sapatos ou nas roupas de turistas, pesquisadores e tripulantes de navios – vindos principalmente das áreas temperadas – acabam se proliferando no litoral, área menos fria do continente.

Fotografia. 
No primeiro plano, iceberg flutua na mar de águas azuis. Ao fundo, superfície montanhosa recoberta de gelo, exceto em algumas partes que têm solo exposto.
As geleiras (ao fundo) são formações de gelo continentais, criadas pelo acúmulo duradouro de neve sobre a superfície. Os icebergs (em primeiro plano) são os blocos de gelo que se desprendem das geleiras e passam a flutuar pelos mares, sofrendo gradativo degelo. Antártica (2020).

Mudanças climáticas

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

No que diz respeito às mudanças climáticas, a Antártida apresenta comportamento diferente do observado no Ártico. Essa diferença é justificada pela extensão e pela configuração do continente e por sua posição isolada em meio a uma massa oceânica. Essas características influenciam as respostas dadas às mudanças que estão ocorrendo no planeta.

No continente antártico, verifica-se um paradoxo: ao mesmo tempo em que se observam os fenômenos de elevação das temperaturas e redução de parte da cobertura de gelo, constata-se o aumento da capa de gelo marinha e da precipitação de neve sobre a região. Uma das explicações está associada ao aquecimento global. Estima-se que a elevação das temperaturas médias do planeta provoca maior evaporação da água dos oceanos e as correntes atmosféricas carregam a umidade para o extremo sul, que precipita em fórma de neve na Antártida.

Por outro lado, novas pesquisas científicas indicam que o crescimento de musgos no extremo norte da península Antártica é um efeito direto das mudanças climáticas atuais, pois o aumento das temperaturas leva ao degelo das camadas superficiais e ao desenvolvimento da vegetação rasteira. Acredita-se também que o aquecimento global é responsável pelas grandes rachaduras das plataformas de gelo localizadas em determinadas regiões do continente.

Essas alterações fazem do continente uma importante área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente global. Atualmente, a Antártida desempenha um papel estratégico no contexto geopolítico internacional, relacionado à disputa pela soberania de seu território.

Fotografia. 
Vista aérea de extensa área de mar co placas de gelo flutuando e um grande iceberg de superfície plana e borda escarpada.
Imenso aicibérg desprendido de uma plataforma de gelo localizada na península Antártica (2017).
Ícone. Ícone indicativo de ‘Sugestão de livro’. O ícone corresponde à ilustração de dois livros empilhados na cor rosa.
colúti, Maristela. Antártica: um mundo feito de gelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. A bordo do veleiro Kotic, a autora passou mais de dois meses de suas férias de verão percorrendo a costa do continente antártico e também das terras austrais. A narrativa é acompanhada de fotografias belíssimas e de um glossário com informações sobre a região.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Antártida e o clima da América do Sul

O clima da Antártida, caracterizado pelas temperaturas extremamente frias, também influencia diretamente as condições climáticas da América do Sul.

Os noticiários anunciam diversas vezes ao longo do ano que massas de ar polar vão adentrar o continente e reduzir as temperaturas, até mesmo nas áreas situadas na Zona Tropical.

Essas massas de ar polar provenientes da Antártida deslocam-se em direção à América do Sul, formando as frentes frias que atingem a região. É importante lembrar que as frentes frias ocorrem quando uma massa de ar frio avança sobre outra, de ar quente, diminuindo as temperaturas dos locais mais próximos à superfície.

As frentes frias polares costumam reduzir as temperaturas das porções sul e central do continente sul-americano, como as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Em geral, ao se formarem na Antártida, as temperaturas do ar são negativas, abaixo de –20 graus celsius. Ao longo do percurso, perdem fôrça e as temperaturas se elevam. Ao atingir o sul do Brasil, por exemplo, os termômetros costumam registrar temperaturas em torno dos 10 graus celsius durante a passagem da frente fria.

Observe a imagem de satélite a seguir. É possível verificar o aumento de nebulosidade na América do Sul, devido ao avanço de uma frente fria que se deslocou da Antártida.

Imagem de satélite.  
Imagem de satélite com destaque para o território da América do Sul no centro, o Oceano Atlântico à direita e Oceano Pacífico à esquerda. Há grande quantidade de nuvens na parte sul da América do Sul, recobrindo trechos do território, e nuvens mais espaçadas ao norte.
Imagem de satélite mostrando a América do Sul sob a influência de frentes frias originárias da Antártida, em abril de 2017.

Além de influenciar o clima das porções sul e central do continente sul-americano, pesquisadores se esforçam em compreender se a Antártida também é capaz de provocar alterações climáticas na região amazônica.

Leia o trecho da reportagem a seguir.

Cientistas do país estudam interação entre a Antártica e a Amazônia

reticências

Em seus estudos no continente gelado, [Heitor] Evangelista [cientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro], ao lado do biólogo brasileiro Marcio Cataldo e de outros cientistas do British Antarctic Survey, viram que o aumento dos ventos no centro da Antártica pode afetar o clima na região amazônica.

Segundo observaram, a redução da camada de ozônio sobre o Polo Sul provoca um resfriamento na estratosfera (alta atmosfera) na região central da Antártica, enquanto ao seu redor as temperaturas se mantêm mais quentes por ação dos gases de efeito estufa.

Este contraste entre calor e frio aumenta a intensidade dos ventos da região, conhecidos como westerly winds, alterando toda a estrutura de ventos no Atlântico Sul, afetando, por fim, o clima na Amazônia. Uma das consequências deste fenômeno seria a intensificação das secas na floresta.

De acordo com Evangelista, um estudioso do paleoclima (passado do clima) na Antártica, a interação entre gelo e floresta é muito antiga. Segundo ele, análises de sedimentos demonstraram que há 5 000 anos já ocorreu uma seca severa relacionada com o clima antártico.

CIENTISTAS do país estudam interação entre a Antártica e a Amazônia. gê um, 31 março. 2014. Disponível em: https://oeds.link/Cip5mZ. Acesso em: 27 março. 2022.

Agora, observe a imagem de satélite reproduzida a seguir e responda às questões.

Imagem de satélite.
Imagem de satélite alterada por computação, com destaque para a América do Sul, Oceano Pacífico e Oceano Atlântico. Há manchas alaranjadas e amareladas na região do Oceano Pacífico e outras manchas amareladas no Oceano Atlântico, na região do Caribe, parte do norte e nordeste do Brasil, e centro-sul da América do Sul. Nas porções noroeste, norte e  central da América do Sul, incluindo as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, com exceção do estado do Rio Grande do Sul, ocorrem manchas verdes e brancas, de contorno azul.
Imagem de satélite mostrando a América do Sul sob a influência de frentes frias originárias da Antártida, em novembro de 2017.
  1. A imagem de satélite retrata as temperaturas durante a passagem de uma frente fria na América do Sul. Indique as porções do território onde as temperaturas são mais frias.
  2. De acordo com a imagem, as temperaturas baixas chegam a ser registradas na região amazônica?

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que é importante que a Antártida não seja um território anexado a nenhum país?
  2. Observe a imagem a seguir e responda às questões propostas.
Imagem de satélite. 
Imagem de satélite destacando, à direita, uma grande área coberta de gelo, com uma linha de arrasto de gelo em direção ao mar. À esquerda, rochas expostas sem cobertura vegetal e glacial. Na parte superior esquerda, mar escuro com algumas placs de gelo.
Imagem de satélite de área na Antártida com derretimento de gelo, em 2017.
  1. Que fenômeno está ocorrendo nesse local?
  2. Qual é a causa desse problema ambiental?

3. Leia o texto a seguir.

A Antártica – nome derivado de antiártico – é o continente mais austral do nosso planeta, a região mais fria da terra. Está congelada há mais de três milhões de anos e tem um papel essencial nos sistemas naturais globais. É o principal regulador térmico do Planeta, controla as circulações atmosféricas e oceânicas, influenciando o clima e as condições de vida na Terra. Além disso, é detentora das maiores reservas de gelo (90%) e água doce (70%) do Planeta, além de possuir recursos minerais e energéticos incalculáveis.

reticências Ao longo das últimas décadas, importantes observações científicas, dentre as quais as relativas à redução da camada protetora de ozônio da atmosfera, à poluição atmosférica e à desintegração parcial do gelo na periferia do continente, evidenciaram a sensibilidade da região polar austral às mudanças climáticas globais.

BRASIL. Marinha do Brasil. Programa Antártico Brasileiro. Disponível em: https://oeds.link/Vy55xE. Acesso em: 27 março. 2022.

  1. Qual é a importância da Antártida para o planeta?
  2. Que fatos atestam a sensibilidade da região?

4. Leia a notícia a seguir e responda à questão proposta.

Começa primeira expedição científica ao redor da Antártida

A primeira expedição com fins científicos que percorrerá o litoral da Antártida parte nesta terça-feira da Cidade do Cabo com um ambicioso objetivo: compilar informação que permita aos pesquisadores de diversos campos entender melhor o impacto da mudança climática no oceano Antártico.

Mais de 50 cientistas de 20 países participam da Expedição para a Circum-navegação da Antártida (ACE, por sua sigla em inglês), uma viagem ao redor da Antártida que durará três meses e é uma iniciativa do recém-criado Instituto Polar Suíço, informaram à Agência Efe seus responsáveis.

A bordo do navio russo acadêmique trechinicóvi, habilitado especialmente para pesquisa, os especialistas trabalharão na primeira fase de 22 programas científicos de disciplinas como biologia, climatologia e oceanografia, cujos resultados revelarão coisas sobre alguns aspectos da mudança climática.

Algumas destas pesquisas tratarão de medir o dano provocado pela contaminação de partículas de plástico na cadeia alimentar do mar, supervisionarão as populações de espécies ameaçadas, como albatroz e pinguins, e buscarão respostas à perda de salinidade dos oceanos.

Os especialistas destacam o caráter transnacional do projeto e suas distintas perspectivas científicas, que permitirão obter resultados inéditos e especialmente valiosos para o estudo do clima.

reticências

Segundo os cientistas, o conhecimento da Antártida é fundamental não só para sua preservação, mas para o futuro de todo o planeta.

“Os polos são as regiões da Terra mais afetadas pela mudança climática e têm um papel central em dotar os oceanos de correntes submarinas que regulam o clima do mundo desde o Polo ao Equador”, explicaram desde a ACE.

COMEÇA primeira expedição científica ao redor da Antártida. Terra, 20 dezembro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/nI2QeK. Acesso em: 27 março. 2022.

Qual é a importância das pesquisas científicas realizadas na Antártida?

5. Com base na interpretação da charge, indique no caderno qual das alternativas a seguir é a correta.

Charge. 
Um homem de cabelo preto e curto, usando camisa azul e calça azul escuro, está em pé, com algumas gotas de suor. Ele está com uma das mãos aberta, onde caem, do alto, algumas pedrinhas de gelo; com a outra mão ele segura a mão de um menino usando camiseta vermelha e bermuda azul. 
O homem está com a cabeça inclinada e olhando para cima, para o céu amarelado e com o desenho de um sol, e diz: "O CLIMA ESTÁ LOUCO!" O menino, que olha para trás, responde:  SIM. ‘'O CLIMA’’...! 
Atrás deles, há diversos tocos de árvores cortadas; lixo espalhado e silhuetas de fábricas com torres soltando fumaça.
Fonte: MOLINA, Pedro. O clima está louco!... 2011. Charge colorida publicada no jornal El Nuevo Diario, Nicarágua.
  1. Os regimes climáticos da Terra não mudam com o passar do tempo.
  2. As intervenções humanas no meio ambiente afetam apenas as florestas e a qualidade do ar nas cidades.
  3. As mudanças climáticas são provocadas apenas por fenômenos naturais.
  4. A queima de combustíveis fósseis é apontada como uma das causas do aumento das temperaturas globais.
  5. O aquecimento global é a principal causa da poluição industrial.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Por que a Antártida está mais suscetível à destruição da camada de ozônio?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O Tratado da Antártida, assinado em 1959, proíbe a exploração do continente gelado para fins econômicos. Desde então, há permissão apenas para pesquisas em regime de cooperação internacional e cujo uso tenha fins pacíficos, existindo também a garantia de que, até 2041, a Antártida manterá sua condição de patrimônio da humanidade. O Brasil possui a Estação Antártica Comandante Ferraz, uma base científica na ilha Rei George, desde a década de 1980.

A Zona Polar está no centro das discussões sobre o aumento do buraco na camada de ozônio, responsável por filtrar parte da radiação ultravioleta do Sol, que é nociva à vida.

Alguns cientistas estão indicando que a camada de ozônio na Antártida está se regenerando nos últimos anos. Estima-se que a redução do buraco alcançou seu máximo histórico após três décadas de proibição dos gases cê éfe cê. Você saberia dizer por que o buraco na camada de ozônio é maior na Antártida? Leia o texto a seguir.

Buraco maior que a Antártida é registrado na camada de ozônio sobre o Polo Sul

O buraco na camada de ozônio que se fórma todo ano sobre a Antártida, no Polo Sul, alcançou em 2021 uma proporção maior que a de costume, e seu tamanho agora supera o do continente gelado. Segundo o serviço europeu de monitoramento Copernicus, que acompanha a concentração do gás na atmosfera, a extensão do fenômeno é maior que 75% dos buracos registrados nesta fase do ano desde 1979.

reticências

A camada de ozônio atua como um filtro que protege o planeta Terra da radiação ultravioleta (u vê), nociva à saúde dos seres vivos. A cada ano, à medida que o hemisfério sul entra na primavera, os produtos químicos produzidos pela ação humana contribuem para tornar a camada de ozônio mais fina, um processo que acontece normalmente em determinadas épocas do ano e depois desaparece.

reticências O processo este ano segue a tendência do ano passado, que também não parecia excepcional até o começo de setembro, mas depois se tornou um dos maiores e mais duradouros buracos na camada de ozônio nos registros do programa.

O fenômeno acontece nas regiões polares porque o frio facilita a reação química dos elementos que interagem com o ozônio para formar o buraco. Um dos grandes responsáveis pela destruição da camada foi o uso indiscriminado do clorofluorcarboneto (cê éfe cê), antes presente em produtos como desodorantes e inseticidas. No Brasil, o Ministério da Saúde proibiu o uso do componente em aerossóis em 1988.

reticências

BURACO maior que a Antártida é registrado na camada de ozônio sobre o Polo Sul. Istoé, 20 setembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/ClCzJP. Acesso em: 27 março. 2022.

A camada de ozônio

Infográfico. A camada de ozônio. Abaixo do título, o texto: Você sabia... O ozônio é um gás que absorve a radiação solar na estratosfera. Porém, na troposfera, ele é um gás poluente, resultante de reações químicas entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis. Esses gases são derivados da queima de combustíveis fósseis e de atividades como a criação de animais. O ozônio também traz malefícios à saúde, como doenças pulmonares (bronquites, deficiência respiratória, asma etc.) e cardiovasculares. Abaixo do texto, há duas imagens. Na primeira, de setembro de 1980, há uma composição de imagens de satélite do globo terrestre, com face mostrando a região da Antártida: manchas azuis nas bordas do globo e em algumas áreas centrais da Antártida e pequenas manchas alaranjadas e amarelas ao redor da Antártida com ao redor do continente. A segunda, de setembro de 2002, mostra manchas azuis nas bordas do globo e sobre todo o continente antártico e mancha verde ao redor da Antártida. Ao lado da segunda imagem, o texto: A Antártida está mais suscetível à destruição da camada de ozônio. Durante a primavera, o desgaste é maior, o que faz aparecer um 'buraco' sobre o continente. Abaixo das imagens, há uma ilustração do globo terrestre mostrando a América do Sul e a Antártida. Ao redor do globo, uma faixa na cor azul representando a camada de ozônio. Uma seta graduada em tons de vermelho, laranja e amarelo representando a radiação ultravioleta atravessa a camada de ozônio com a ponta dentro do globo e há o texto: A camada de ozônio é capaz de filtrar a maior parte da radiação ultravioleta, protegendo-nos, assim, de seus efeitos nocivos. O ozônio é um gás naturalmente presente na atmosfera. Cada molécula contém três átomos de oxigênio. Abaixo dessa ilustração, está a outra ilustração do globo terrestre mostrando a América do Sul e a Antártida e, ao redor do globo, uma faixa na cor azul representando a camada de ozônio. A parte direita da camada de ozônio tem três manchas ovais que envolvem parte do globo, em tons de azul que vão se tornando mais claros da parte interna para a parte externa da camada de ozônio, indicando sua destruição. Uma seta vermelha atravessa essa parte da camada (incluindo as manchas), com a ponta dentro do globo, indicando que toda a radiação ultravioleta é absorvida pela Terra. Texto: Com a camada de ozônio comprometida, uma parcela muito pequena da radiação é filtrada, e a maior parte é absorvida pela Terra. Do lado direito destas ilustrações, há os seguintes textos: Saiba mais sobre a camada de ozônio A cada 1% da perda da camada de ozônio, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que apareçam cerca de 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira. Das 10 às 16 horas, fuja do Sol nesse período, em que a radiação ultravioleta vinda do Sol é mais intensa. A camada de ozônio funciona como um 'filtro solar' natural do planeta Terra. Isso significa que a sua destruição aumenta a exposição da superfície do planeta à radiação ultravioleta (UV). Nos seres humanos, a radiação UV está associada ao risco de dano à visão, ao envelhecimento precoce, à supressão do sistema imunológico e ao desenvolvimento do câncer de pele. Por isso, sempre que formos nos expor ao Sol, precisamos utilizar: óculos escuro, filtro solar, chapéu e guarda-sol. É possível acompanhar diariamente, em sites, jornais e revistas, o índice de radiação UV. O índice nada mais é do que um número em uma escala de 1 a 16, em que se pode medir o risco do efeito da exposição à radiação UV: quanto maior o índice, maior o risco. Observe o quadro a seguir. No quadro estão as informações: índice de UV menor que dois é baixo. Índice de UV entre 3 e 5 é moderado. Índice de UV entre 6 e 7 é alto. Índice de UV entre 8 e 10 é muito alto e índice de UV maior que 11 é extremo.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. A camada de ozônio. Disponível em: https://oeds.link/GBRhJj; BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Poluentes atmosféricos. Disponível em: https://oeds.link/tBYuBm. Acessos em: 27 março. 2022.

Ler o infográfico

  1. Por que a camada de ozônio é tão importante para os seres vivos?
  2. Por que a Antártida está mais suscetível à destruição da camada de ozônio?

Glossário

Escandinávia
Península no norte da Europa que abrange a Suécia e a Noruega.
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Hodômetro
Instrumento que indica distâncias percorridas por pedestres ou por veículos.
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Hipsômetro
Aparelho que toma o ponto de ebulição dos líquidos como referência para medir as elevações de regiões montanhosas.
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