UNIDADE dois  População e regionalização do espaço mundial

Fotografia. Vista de um palco com luzes nas cores azul e verde; em cima dele há diversas pessoas vestindo roupas brancas, vermelhas e pretas, segurando pequenas bandeiras vermelhas. No segundo plano, o símbolo das Olimpíadas, composto por cinco aros interligados.
Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim (China), destacando parte dos atletas e o símbolo das Olimpíadas, que representa a união entre os continentes.
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade, intitulada “População e regionalização do espaço mundial”, relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: O sujeito e seu lugar no mundo, Conexões e escalas, Mundo do trabalho, fórmas de representação e pensamento espacial.

A Unidade trabalhará as Competências Gerais da Educação Básica número 1, número 2, número 5, número 6,número 7 e número 9, transcritas nas “Orientações Gerais” deste Manual do Professor.

Os conteúdos trabalhados no texto principal, nas seções e nas atividades buscam favorecer o desenvolvimento das Competências Específicas do Componente Curricular Geografia: (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais.
  • Diversidade e dinâmica da população mundial e local.
  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
Fotografia. Vista noturna onde se observam vários prédios muito próximos uns dos outros. Há muitas janelas umas de frente para as outras.
Vários países em desenvolvimento apresentam hoje cidades superpovoadas, que concentram parte significativa da população mundial. Róng Kóng, China (2018).

A população mundial cresceu vertiginosamente ao longo do século vinte, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Porém, isso não proporcionou à maior parte das pessoas acesso a condições dignas de vida, com alimentação, moradia, segurança, saúde e educação. Além das características socioeconômicas, cada país tem os próprios aspectos naturais, históricos e culturais.

Estudar os países com base nesses critérios nos possibilita agrupá-los de vários modos, a fim de que possamos compreender suas semelhanças e diferenças, obtendo, assim, diversas regionalizações do espaço geográfico mundial.

Você sabe de quais regiões do mundo o Brasil faz parte?

Você verá nesta Unidade:

Distribuição e crescimento da população mundial

População nas cidades

Sociedades urbano-industriais e produção agropecuária

Pirâmides etárias

Migrações

Diversidade étnica e cultural

Diferentes tipos de regionalização mundial

Indicadores socioeconômicos

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

Esta Unidade apresenta os aspectos demográficos gerais da população mundial, como seu crescimento, distribuição e concentração. Também apresenta aos estudantes anamorfoses, representações cartográficas com características peculiares e pirâmides etárias, que ajudam muito no entendimento do perfil populacional.

A Unidade trata ainda da diversidade da população mundial e examina os movimentos populacionais em escala global, destacando os principais fluxos migratórios do final do século dezenove e início do vinte até os mais atuais.

Por fim, a Unidade aborda as diferentes fórmas de regionalização do espaço geográfico mundial após a Segunda Guerra Mundial e discute os critérios que as fundamentam, que podem ser culturais, econômicos, ambientais, físicos e socioeconômicos, entre outros.

A imagem que representa um dos momentos da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, em 2022, destaca o símbolo das Olimpíadas, cujos arcos entrelaçados representam a união entre os continentes. Explore o significado dessa simbologia com os estudantes, demonstrando que, da mesma maneira que as Olimpíadas celebram o espírito esportivo que deve se manifestar na competição leal e justa entre os atletas de diferentes nacionalidades, a relação entre os Estados nacionais, distribuídos em diferentes continentes, deveria se pautar na equidade e em princípios amistosos.

Comente com os estudantes que os Jogos Olímpicos apresentam edições de verão e de inverno, ambas realizadas de quatro em quatro anos e reunindo atletas de variadas modalidades e diferentes países. Portanto, os Jogos também são uma maneira de integrar povos de diferentes origens e celebrar a diversidade mundial.

Já a imagem que retrata um prédio residencial composto de inúmeros apartamentos em Hong Kong evidencia o adensamento populacional verificado em muitas cidades do mundo. Cada vez mais, a proporção da população urbana cresce no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, gerando grandes problemas para a gestão do espaço e dos serviços essenciais nas grandes metrópoles.

CAPÍTULO 3  Aspectos demográficos

Chamamos população ao conjunto de indivíduos que habitam determinado local, região, país ou o mundo. A população mundial, por exemplo, apresenta como principais características a diversidade e a distribuição desigual pela superfície terrestre.

Observe no mapa de densidade demográfica a concentração da população mundial em determinadas regiões do planeta.

PLANISFÉRIO: DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2017)

Mapa. Planisfério: densidade demográfica 2017. 
Planisfério mostrando o nível de densidade demográfica em 2017, representado por cores cujas tonalidades mais claras representam níveis mais baixos de densidade demográfica e tonalidades mais escuras representam níveis mais altos. 
Nível baixo de densidade demográfica: Alasca, região norte do Canadá, região norte da  Rússia, Austrália, sul da Argélia, da Líbia e do Egito, porção oeste da China. 
Nível médio de densidade demográfica: costa leste dos Estados Unidos, México, costa do Brasil, norte da Colômbia e da Venezuela, região central da África, Portugal, Espanha, França, Arábia Saudita, Irã. 
Nível alto de densidade demográfica: norte do Egito, norte da Itália, Reino Unido, Alemanha, Índia, Bangladesh, Indonésia, região leste da China e Japão. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.670 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página 70.

Atualmente, a maior parte da população mundial vive nas cidades. Porém, ainda há países cuja população é, em sua maioria, rural. Muitos desses países apresentam baixos índices econômicos e, principalmente, sociais.

Para compreender melhor certos aspectos demográficosglossário mundiais, como densidade, crescimento vegetativoglossário , estrutura da faixa etária e composição por sexo, analisam-se dados representados em mapas e gráficos. Um gráfico muito utilizado para o estudo das populações é a pirâmide etária, como estudaremos no decorrer deste Capítulo.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

O Capítulo aborda alguns aspectos gerais da população mundial. Os mapas e gráficos auxiliam a exploração do tema ao representar a distribuição da população mundial por país, a crescente urbanização e o perfil demográfico de alguns países.

Se necessário, relembre com os estudantes alguns conceitos relacionados ao estudo das populações, como crescimento vegetativo, população absoluta e relativa, taxas de natalidade e mortalidade e densidade demográfica.

Conduza a comparação dos mapas que representam a densidade demográfica e a população por país e questione os estudantes sobre as análises que podem ser feitas com base nesses materiais cartográficos. Apesar de ambos os mapas tratarem de população, a fórma de apresentação e os dados são diferentes. Esse exercício favorece o desenvolvimento de saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a analogia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero um: Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

ê éfe zero oito gê ê zero três: Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

ê éfe zero oito gê ê um seis: Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

População: crescimento e distribuição

No começo do século dezenove, o número de habitantes no planeta atingiu a marca de 1 bilhão de pessoas. Com a melhora do padrão de vida, as inovações na medicina e na saúde pública e a urbanização, a população mundial aumentou consideravelmente, atingindo 2 bilhões no final de 1920. Atualmente, ela se aproxima de 8 bilhões de pessoas e, segundo projeções, deve chegar a 9 bilhões em 2044, quando a taxa de crescimento deve começar a se estabilizar.

Observe, no quadro, quais eram os países mais populosos em 2021.

No mapa a seguir, que representa a população mundial em 2021, as informações da legenda nos possibilitam identificar a China e a Índia como os dois países mais populosos. No continente americano, Estados Unidos e Brasil são os países com mais habitantes. Na África, por sua vez, a Nigéria é o país com maior população.

Mundo: países mais populosos, em milhões de habitantes (2021)

China

1.407

Índia

1.381

Estados Unidos

332

Indonésia

275

Paquistão

238

Nigéria

219

Brasil

216

Bangladesh

164

Rússia

142

10º

México

128

Elaborada com base em dados obtidos em: UNITED STATES CENSUS BUREAU. U. S. and world population clock. Washington, DC: Census Bureau, cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/Lk74o1. Acesso em: 27 abril. 2022.

PLANISFÉRIO: PAÍSES MAIS POPULOSOS E MENOS POPULOSOS (2021)

Mapa. Planisfério: países mais populosos e menos populosos, 2021. 
Planisfério mostrando os países mais populosos e os países menos populosos.
Países mais populosos, representados por cores de tonalidade escura:  China e Índia, seguidos de Estados Unidos, Rússia, Indonésia, México, Brasil, Nigéria, Bangladesh, Paquistão.
Países menos populosos, representados por cores de tonalidades mais claros: países da América Central, Paraguai, Uruguai, Guiana, Suriname, Gabão, Namíbia, Botsuana, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia, Macedônia do Norte, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turcomenistão e Mongólia.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS POPULATION FUND. World Population Dashboard. New York, NY: UNFPA, cêrca de 2021. Disponível em: https://oeds.link/ernHrj. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Ao trabalhar com os estudantes o resgate de conceitos importantes para o estudo sobre população, conforme sugerido na abertura do Capítulo, peça-lhes que organizem um glossário com os conceitos: crescimento vegetativo, população absoluta e relativa, taxas de natalidade e mortalidade e densidade demográfica. Outros também podem ser indicados, como: taxa de fecundidade, perfil populacional, transição demográfica, envelhecimento da população, migração e fluxos migratórios.

Os estudantes devem buscar as informações em fontes confiáveis, como o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É) e o do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ipéa), e atlas.

Esse glossário pode ser montado no caderno dos estudantes. Ao longo do estudo do conteúdo da Unidade e do ano escolar, outros termos podem ser acrescentados a fim de ajudá-los no desenvolvimento dos temas a serem estudados. A construção do glossário possibilita exercitar a revisão bibliográfica como prática de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Concentração da população nas cidades

O aumento relativo da população urbana e a concentração populacional em cidades com mais de 1 milhão de habitantes foram particularmente notáveis a partir da década de 1970. No fim dos anos 2000, a população urbana mundial ultrapassou a das áreas rurais.

A aplicação de tecnologia na agricultura, que liberou a mão de obra do campo, e a expectativa de melhores condições de vida nas cidades foram fatores que estimularam o êxodo das áreas rurais, contribuindo para o crescimento econômico e industrial das cidades.

Ao mesmo tempo, muitas cidades cresceram demasiadamente e não conseguiram absorver toda a mão de obra proveniente do campo. Acentuaram-se as desigualdades sociais nas áreas urbanas, especialmente em países em desenvolvimento.

PLANISFÉRIO: POPULAÇÃO URBANA (1970 E 2017)

Mapas. Planisfério: população urbana em 1970 e 2017. 
Sequência de dois planisférios representando a população urbana dos países por faixas percentuais, em 1970 e em 2017, respectivamente. As faixas percentuais são representadas por diferentes tonalidades da cor verde, cujas mais escuras indicam faixas mais elevadas e tonalidades mais claras indicam faixas mais baixas. 
No primeiro mapa, população urbana em 1970, por faixa percentual.
Menos de 20 porcento: China, Índia, região central e leste da África, Indonésia. 
De 20 a 40 porcento: Bolívia, Paraguai, Namíbia, Marrocos, Argélia, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Paquistão.
De 40 a 60 porcento: México, Brasil, Peru, Colômbia, Egito, Líbia, Arábia Saudita, Cazaquistão, Mongólia, Ucrânia, Belarus, Polônia, Romênia, Bulgária, Irã. 
De 60 a 80 porcento: Argentina, Chile, Venezuela, Estados Unidos, Canadá, Espanha, França, Itália, Grécia, Alemanha, Rússia e Reino Unido. 
Mais de 80 porcento: Suécia, Austrália, Nova Zelândia.
Ao lado esquerdo desse mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.760 quilômetros. 
No segundo mapa, população urbana em 2017, por faixa percentual.
Menos de 20 porcento: Níger, Uganda, Ruanda e Burundi.
De 20 a 40 porcento: região leste da África, Índia, Paquistão, Afeganistão, Vietnã, Laos.
De 40 a 60 porcento: República Democrática do Congo, Nigéria, Namíbia, China, parte da América Central, Cazaquistão, Indonésia.
De 60 a 80 porcento: Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, México, África do Sul, Argélia, Arábia Saudita, Irã, Turquia, Síria, Itália, Grécia, Rússia, Ucrânia, Polônia, Alemanha, Belarus, Mongólia. 
Mais de 80 porcento: Canadá, Estados Unidos, Brasil, Chile, Uruguai, Argentina, Líbia, Espanha, França, Reino Unido, Suécia, Noruega, Finlândia, Japão, Austrália, Nova Zelândia.
À esquerda desse mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.760 quilômetros.
Elaborados com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. World Urbanization Prospects 2018. Disponível em: https://oeds.link/UtKYbq. Acesso em: 24 março. 2022. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 69.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comente com os estudantes que o número de pessoas vivendo em cidades é crescente. A Organização das Nações Unidas (ônu) estima que, em 2050, dois terços da população mundial viverão em cidades. Os países que terão a maior concentração populacional urbana serão Índia, China e Nigéria.

Para a ônu, megacidades são aquelas com mais de 10 milhões de habitantes. Estima-se que, em 2030, o número de megacidades chegará a 43, a maioria em países em desenvolvimento.

A comparação entre os mapas possibilita exercitar o raciocínio geográfico, explorando saberes como a extensão, a delimitação e a analogia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um, ê éfe zero oito gê ê um seis e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Sociedades urbano-industriais e produção agropecuária

Atualmente, embora haja o predomínio da população urbana no mundo, a população rural ocupa um lugar de destaque. Os recursos produzidos no campo, isto é, alimentos e matérias-primas, são imprescindíveis para as atividades industriais e o abastecimento daqueles que vivem nas cidades.

Para prover as necessidades estabelecidas pela sociedade urbano-industrial, foi necessário o desenvolvimento de uma agricultura moderna, cuja produção em larga escala é pautada na mecanização agrícola, na produção monocultora, na concentração de terra e no uso intensivo de fertilizantes, agrotóxicos e outros produtos químicos.

Tal modelo contribui para o aumento da desigualdade de acesso a alimentos e matéria-prima em âmbito mundial: a concentração da população em grandes centros urbanos, como observado nos mapas Planisfério: população urbana (1970 e 2017), e a má distribuição de renda em escala global dificultam esse acesso, sobretudo em regiões mais pobres, que sofrem com o risco de escassez de recursos.

É comum, também, a população de grandes cidades estar inserida em um modelo insustentável do ponto de vista ambiental, incapaz de garantir a segurança alimentar daqueles que vivem nesses locais. No entanto, as agriculturas urbana e periurbana vêm ganhando fôrça, por meio de iniciativas que incentivam a agricultura familiar e a gestão urbana, social e ambiental das cidades. Essas alternativas já podem ser encontradas em vários países como tentativa de minimizar os problemas socioambientais relacionados à produção de alimentos e ao acesso a eles.

Fotografia. Em primeiro plano há uma área rural, com campos de plantação e árvores. No segundo plano, há uma área urbana com diversos prédios e casas.
Ao fundo, área urbana, e, no primeiro plano, área do Banhado, em São José dos Campos, São Paulo (2017), onde são cultivados diversos tipos de hortaliças.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conteúdo apresenta uma breve análise dos atuais padrões de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas.

Ressalte a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na economia dos espaços urbanos e rurais. A agricultura moderna, que emprega tecnologia e ciência, propicia uma economia baseada na exploração dos recursos, na concentração da terra, no uso intensivo de fertilizantes etcétera. Ela estabelece uma forte ligação entre o rural e o urbano, pois grande parte das tecnologias atualmente empregadas no campo é desenvolvida e comercializada em estabelecimentos situados em áreas urbanas; por sua vez, a agropecuária fornece alimentos e matérias-primas que abastecem a população e diversas atividades produtivas realizadas nas cidades.

Destaque ainda que se observa em todo o mundo um crescente interesse pela agricultura urbana e várias iniciativas direcionadas ao desenvolvimento dessa atividade. A agricultura urbana é apontada como uma solução para minimizar problemas como a desigualdade social e econômica, pois pode gerar renda, ajudar na segurança alimentar, principalmente de populações carentes, melhorar a biodiversidade e o microclima das cidades, entre outros fatores.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê um seis.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Representação cartográfica de população em anamorfoses

Há diversas fórmas de representação cartográfica, como você sabe. Uma delas é o mapa anamórfico (disforme ou distorcido), em que as unidades métricas que correspondem às áreas territoriais dos países são inexatas.

Anamorfose é o material cartográfico que representa a área dos territórios de maneira proporcional à grandeza do dado considerado.

No exemplo a seguir, o mapa não representa a realidade geográfica territorial, e sim a realidade do fenômeno – no caso, a população mundial em 2018. Os países foram redimensionados de acordo com o tamanho de sua população. Observe como o mapa provoca um impacto imediato.

Na anamorfose, é possível observar grandes contrastes entre as populações do mundo. O continente mais populoso, de maneira geral, é a Ásia. Além disso, ele abriga os dois países mais populosos do mundo: China e Índia.

Os continentes europeu e africano aparecem bastante disformes, diferentemente do americano, no qual só o Canadá aparece muito reduzido, principalmente quando comparado com os Estados Unidos.

Já a Oceania e a Antártida aparecem muito reduzidas, indicando uma baixíssima população.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: POPULAÇÃO (2018)

Mapa. Planisfério em anamorfose: população 2018. 
Anamorfose dos continentes com a representação dos países em cores variadas. Na anamorfose, o continente americano está menor em relação à sua representação nos planisférios. Nesse sentido, merece destaque o Canadá, com uma dimensão muito menor na  anamorfose. Alguns países da África estão com dimensões maiores.  Na Ásia, Índia e China estão com área muito maior do que a que possuem nos planisférios, assim como o Japão, e a Rússia, ao contrário, está com área muito reduzida, aparecendo pequena e fina. Oceania e Antártida também estão com área bastante reduzida. Na anamorfose, não há indicação de paralelos e meridianos, escala e rosa dos ventos.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLDMAPPER. The world intuenti eitim . Oxford, UK, 1 maio 2018. Disponível em: https://oeds.link/a9fQoT. Acesso em: 24 março. 2022. Nesse mapa, as cores servem apenas para auxiliar a visualização da separação territorial, não representando, portanto, índices nem valores absolutos.
  1. Por que a Rússia, país com a maior extensão territorial, aparece pequena no mapa?
  2. Qual país aparecia entre os mais populosos do mundo no período considerado?
  3. Que referências geográficas mantidas na anamorfose nos possibilitam reconhecer os países representados?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Porque o tamanho dos países no mapa anamórfico em questão é proporcional ao tamanho de sua população, e não de sua área territorial. A Rússia ficou apenas um pouco maior do que o Japão.
  2. A China.
  3. Os limites e as posições relativas dos países no globo.

Texto complementar

O texto a seguir busca complementar o entendimento dos mapas anamórficos e o porquê de, em um primeiro momento, causarem estranhamento para quem não está acostumado à leitura de uma representação cartográfica como essa.

Os mapas em anamorfose chocam o nosso olhar adestrado, familiarizado em representações “naturalizadas” com o fundo de mapa convencional, euclidiano, onde as métricas são expressas em metros, quilômetros, hectares; onde a extensão do espaço geográfico representado limita a comunicação visual que todo mapa deveria proporcionar. Limita tendências espaciais relevantes de fenômenos como o urbano, por exemplo, que sobre um fundo euclidiano nada evidenciam ou quando evidenciam é a extensão territorial pouco densa, rarefeita de objetos geográficos que dão sentido ao fenômeno urbano. reticências

Anamorfose vem do grego enamôrfousis – transformação – imagem disforme.

dutenquéfer, Eduardo. Anamorfose como mapa: história, aplicativos e aplicações. 3º Simpósio Iberoamericano de História da Cartografia. São Paulo, úspi, 2010. Disponível em: https://oeds.link/Tclqmo. Acesso em: 28 março. 2022.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Agora, observe outro fenômeno na anamorfose a seguir. Como você estudou neste Capítulo, a população rural decresceu nas últimas décadas, e cada vez mais pessoas vivem nas cidades.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: POPULAÇÃO RURAL (2016)

Mapa. Planisfério em anamorfose: população rural 2016. 
Na anamorfose, o continente americano está muito mais fino em relação à sua representação nos planisférios.  Diversos países da África estão com dimensões maiores, com destaque para o Egito e Nigéria.   Na Ásia, Índia e China estão com área muito maior do que a que possuem nos planisférios e a Rússia, ao contrário, está com área muito reduzida, aparecendo pequena e fina. A Oceania, com destaque para a Austrália, e a Antártida também estão com área muito reduzida. 
A anamorfose representa a população rural, em faixas percentuais indicadas por diferentes tonalidades da cor verde, cujas tonalidades mais escuras representam faixas percentuais mais altas e tonalidades mais claras representam faixas mais baixas.
Mais de 70%: destaque para a região leste da África, com dimensões grandes.
Entre 60 e 70%: destaque para a Índia, sendo o país que apresenta a maior dimensão no mapa.
Entre 50 e 60%: destaque para região oeste e nrcentuais mais altas e tonalidades mais claras representam faixas mais baixas.
Mais de 70%: destaque para a região leste da África, com dimensões grandes.
Entre 60 e 70%: destaque para a Índia, sendo o país que apresenta a maior dimensão no mapa.
Entre 50 e 60%: destaque para região oeste e norte da África, com dimensões grandes. 
Entre 40 e 50%: destaque para a região da América Central, China, Indonésia e Malásia com dimensões grandes. 
Na anamorfose, não há indicação de paralelos e meridianos, escala e rosa dos ventos.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLDMAPPER. Country File: Mapping rural-to-urban migration. Oxford, UK, 18 fev. 2017. Disponível em: https://oeds.link/a9fQoT. Acesso em: 27 abril. 2022.

Essa anamorfose destaca os países com as maiores populações rurais em 2016. Além de representar proporcionalmente a população rural dos países no mundo, ela detalha uma informação na legenda: a porcentagem da população rural do país em relação ao total.

O cartógrafo optou por adicionar essa informação porque a anamorfose representa a população rural absoluta de cada país. As cores complementam a informação, indicando a população rural relativa.

Observe que o país mais populoso do mundo não está entre os que possuem mais de 70% da sua população em áreas rurais. Isso ocorre porque a sua população total absoluta é muito grande. Já em números relativos, observa-se que o continente africano se destaca. Isso indica que a economia de vários países desse continente ainda depende muito da agricultura e que eles não possuem altos índices de urbanização.

  1. Com base nos mapas, responda: qual país do mundo tem a maior população rural em termos absolutos?
  2. O Brasil possui grande população rural? Justifique.
  3. É possível estabelecer uma relação entre desenvolvimento dos países e população rural? Em caso afirmativo, explique.
  4. Ao analisar o mapa “Planisfério em anamorfose: população rural (2016)”, é correto afirmar que, no período representado, a África:
    1. apresentava uma população majoritariamente rural.
    2. tinha uma população urbana superior à da Europa.
    3. tinha uma porcentagem de população rural inferior à da América.
    4. apresentava população rural maior na faixa próxima à Europa.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Acesse o site https://oeds.link/CpahDy caso queira encontrar anamorfoses sobre diferentes temas. Essa página, em inglês, apresenta exemplos muito variados de anamorfoses sobre economia, educação, meio ambiente, habitação, saúde, pessoas, sociedade etcétera.

Exemplos diferentes podem ser levados para a sala de aula a fim de que os estudantes trabalhem mais a análise e a interpretação de anamorfoses. Na aba “Maps” (Mapas), é possível encontrar a lista com os tipos de anamorfose que o site contém. Escolha um tipo para cada assunto ou priorize anamorfoses cujos assuntos tenham relação com o conteúdo estudado nesta Unidade. Em “pípou” (Pessoas), há anamorfoses sobre a origem de pessoas refugiadas ou seu destino. Em “Society” (Sociedade), encontram-se exemplos sobre a desigualdade no planeta. Já o item “Identity” (Identidade) contém representações sobre línguas e religiões, por exemplo.

A interpretação de anamorfoses favorece o desenvolvimento de saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a analogia.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Respostas

  1. A Índia.
  2. Não. Apesar de o país ter uma das maiores populações do planeta, sua parcela rural está abaixo de 40%.
  3. Sim, é possível. Os países em desenvolvimento, com índices econômicos e, principalmente, sociais mais baixos são os que apresentam as maiores populações rurais.
  4. Alternativa correta: a.

Pirâmides etárias

Para conhecer a população de um país, um pesquisador coleta dados como: número de habitantes, composição por sexo e idade e fatos históricos que marcaram a evolução dessa população (guerras e êxodos, por exemplo). A pirâmide etária é um gráfico que possibilita visualizar a diferença na estrutura etária por gênero da população de uma região ou país em determinado momento.

A pirâmide etária pode revelar se a população de um país é jovem, adulta, idosa, ou se os índices de natalidade e de expectativa de vida são altos ou baixos, por exemplo. Analisando-a, também é possível identificar a fase demográfica vigente e alguns aspectos socioeconômicos dessa população.

A pirâmide etária é composta de dois gráficos de barras horizontais: um representa o gênero feminino; o outro, o masculino. O eixo vertical indica as faixas de idade, com valores ascendentes; o eixo horizontal informa o número de habitantes, com valores que aumentam em direção às bordas. Observe os exemplos a seguir.

MÉXICO: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. México: pirâmide etária 2021. Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de  mulheres, em milhões. 
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 5,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 5,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 5,6 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 5,6 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 5,5 milhões; mulheres: 5,4 milhões.
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 5,3 milhões; mulheres: 5,3 milhões.
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 5 milhões; mulheres: 5,0 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 4,5 milhões; mulheres: 4,7 milhões.
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 4 milhões; mulheres: 4,4 milhões.
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 3,8 milhões; mulheres: 4,2 milhões.
Faixa etária 50 a 54 anos: homens: 3,3 milhões; mulheres: 3,7 milhões.
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 2,7 milhões; mulheres: 3,3 milhões.
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 2,2 milhões; mulheres: 2,7 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 1,6 milhão; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 1,1 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,8 milhão; mulheres: 1 milhão. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 0,7 milhão. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,2 milhão; mulheres: 0,3 milhão.
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,1 milhão; mulheres: 0,2 milhão. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: 0,1 milhão. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

ESTADOS UNIDOS: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Estados Unidos: pirâmide etária 2021.
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de população de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de população de mulheres, em milhões. 
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 10,5 milhões; mulheres: 10 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 9,8 milhões.
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 10,5 milhões; mulheres: 10,1 milhões.
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 10,7 milhões; mulheres: 10,3 milhões.
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 11,2 milhões; mulheres: 10,7 milhões.
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 11,9 milhões; mulheres: 11,2 milhões.
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 11,9 milhões; mulheres: 11,5 milhões.
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 10,8 milhões; mulheres: 11 milhões.
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 10,3 milhões; mulheres: 10,5 milhões.
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 9,7 milhões; mulheres: 9,8 milhões.
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 10,5 milhões. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 10,3 milhões; mulheres: 10,9 milhões.
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 10,2 milhões; mulheres: 11 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 8,7 milhões; mulheres: 9,7 milhões.
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 7,3 milhões; mulheres: 8,5 milhões.
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 4,7 milhões; mulheres: 5,5 milhões.
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 2,8 milhões; mulheres: 3,8 milhões.
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 1,6 milhão; mulheres: 2,5 milhões. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,8 milhão; mulheres: 1,2 milhão. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,2 milhão; mulheres: 0,6 milhão. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: 0,1 milhão.
Elaborados com base em dados obtidos em: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The World Factbook. Washington, DC: CIA, 2021. Disponível em: https://oeds.link/pbGQyR; https://oeds.link/IaUAOs. Acessos em: 27 abril. 2022.

Ler os gráficos

  1. Qual dos países representados tem população mais numerosa?
  2. Que país apresenta maior participação de população economicamente ativa (péa) na população total? Quais são as consequências desse fato?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Converse com os estudantes sobre o uso das pirâmides etárias como ferramentas para compreender o perfil da população de um país. Verifique os conhecimentos prévios deles sobre o conteúdo.

Incentive os estudantes a comparar as pirâmides etárias do México e dos Estados Unidos para identificar o modo como a população de cada país está distribuída entre os segmentos formados pelas pessoas mais jovens, pelos adultos e pelos idosos.

Ressalte que, entre as pirâmides etárias apresentadas no Capítulo, as do México, do Haiti e da Colômbia representam as populações com maior proporção de jovens. Já as pirâmides etárias da Nova Zelândia, dos Estados Unidos e do Japão indicam o predomínio de adultos e idosos.

O Japão é o país com maior população idosa. A faixa etária que se destaca na pirâmide é a dos 70-74 anos. A população nessa faixa etária é considerada idosa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Respostas

Ler os gráficos:

  1. Os Estados Unidos têm população maior. Pode-se chegar a essa conclusão comparando a escala do eixo horizontal das duas pirâmides. A população estadunidense da maioria das faixas etárias está entre 10 e 15 milhões de habitantes. O México não tem mais de 6 milhões de pessoas em nenhuma faixa etária.
  2. Os Estados Unidos. A péa se refere às pessoas inseridas no mercado de trabalho; portanto, não inclui crianças e idosos. Quanto maior a parcela da péa na população total, maior a proporção de trabalhadores produzindo riqueza no país.

Pirâmides etárias e o desenvolvimento dos países

As pirâmides etárias também ajudam a compreender a realidade socioeconômica e os aspectos demográficos de um país. Analise estes exemplos.

HAITI: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Haiti: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhares, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhares.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 560 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 550 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 570 mil; mulheres: 550 mil. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 570 mil; mulheres: 580 mil. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 560 mil; mulheres: 570 mil. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 520 mil; mulheres: 520 mil. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 450 mil; mulheres: 460 mil. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 380 mil; mulheres: 400 mil. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 320 mil; mulheres: 320 mil. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 260 mil; mulheres: 270 mil. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 210 mil; mulheres: 220 mil. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 160 mil; mulheres: 170 mil. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 120 mil; mulheres: 130 mil.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 90 mil; mulheres: 100 mil. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 70 mil; mulheres: 70 mil. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 30 mil; mulheres: 50 mil. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 20 mil; mulheres: 30 mil.
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 5 mil; mulheres: 10 mil. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: zero; mulheres: 5 mil. 
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: zero. 
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

COLÔMBIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Colômbia: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhões.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 2,1 milhão; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 1,9 milhão. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 1,8 milhão. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 2,1 milhões; mulheres: 2,1 milhões. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 2 milhões; mulheres: 2 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 1,7 milhão; mulheres: 1,7 milhão. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,5 milhão. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 1,5 milhão; mulheres: 1,6 milhão. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 1,3 milhão; mulheres: 1,4 milhão. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 1,1 milhão; mulheres: 1,2 milhão.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 0,7 milhão; mulheres: 0,9 milhão. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 0,65 milhão. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 0,3 milhão; mulheres: 0,5 milhão. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 0,18 milhão; mulheres: 0,3 milhão. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 0,12 milhão; mulheres: 0,2 milhão. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,10 milhão; mulheres: 0,15 milhão.
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: zero; mulheres: 0,10 milhão.
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

NOVA ZELÂNDIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Nova Zelândia: pirâmide etária 2021. Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhares, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhares. Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 160 mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 170 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 155 mil; mulheres: 155 mil. Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 170 mil; mulheres: 170 mil. Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 180 mil; mulheres: 180 mil. Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 150 mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 45 a 49 anos: 160 homens: mil; mulheres: 150 mil. Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 160 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 150 mil; mulheres: 160 mil. Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 130 mil; mulheres: 140 mil. Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 120 mil; mulheres: 130 mil. Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 100 mil; mulheres: 120 mil. Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 70 mil; mulheres: 75 mil. Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 40 mil; mulheres: 60 mil. Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 25 mil; mulheres: 30 mil. Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 15; mulheres: 20 mil. Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 5 mil; mulheres: 10 mil. Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: zero; mulheres: zero.

JAPÃO: PIRÂMIDE ETÁRIA (2021)

Gráfico. Japão: pirâmide etária 2021. 
Eixo vertical central indica as faixas etárias; eixo horizontal à esquerda do eixo vertical central indica a quantidade de homens, em milhões, e eixo horizontal à direita indica a quantidade de mulheres, em milhões.
Faixa etária de 0 a 4 anos: homens: 2,4 milhões; mulheres: 2,3 milhões. 
Faixa etária de 5 a 9 anos: homens: 2,8 milhões; mulheres: 2,6 milhões. 
Faixa etária de 10 a 14 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 2,7 milhões. 
Faixa etária de 15 a 19 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 2,7 milhões. 
Faixa etária de 20 a 24 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 2,8 milhões. 
Faixa etária de 25 a 29 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 2,9 milhões. 
Faixa etária de 30 a 34 anos: homens: 3,2 milhões; mulheres: 3,3 milhões. 
Faixa etária de 35 a 39 anos: homens: 3,7 milhões; mulheres: 3,8 milhões. 
Faixa etária de 40 a 44 anos: homens: 4 milhões; mulheres: 4,1 milhões. 
Faixa etária de 45 a 49 anos: homens: 4,6 milhões; mulheres: 4,8 milhões. 
Faixa etária de 50 a 54 anos: homens: 4,4 milhões; mulheres: 4,4 milhões. 
Faixa etária de 55 a 59 anos: homens: 3,8 milhões; mulheres: 3,9 milhões. 
Faixa etária de 60 a 64 anos: homens: 3,7 milhões; mulheres: 3,7 milhões.
Faixa etária de 65 a 69 anos: homens: 3,9 milhões; mulheres: 4,0 milhões. 
Faixa etária de 70 a 74 anos: homens: 4,5 milhões; mulheres: 5 milhões. 
Faixa etária de 75 a 79 anos: homens: 3 milhões; mulheres: 3,8 milhões. 
Faixa etária de 80 a 84 anos: homens: 2,2 milhões; mulheres: 3,2 milhões. 
Faixa etária de 85 a 89 anos: homens: 1,7 milhão; mulheres: 2,4 milhões. 
Faixa etária de 90 a 94 anos: homens: 0,5 milhão; mulheres: 1,4 milhão.
Faixa etária de 95 a 99 anos: homens: 0,2 milhão. Mulheres: 0,5 milhão.
Faixa etária de 100 anos ou mais: homens: 0,1 milhão; mulheres: 0,2 milhão.
Elaborados com base em dados obtidos em: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The World Factbook. Washington, DC: CIA, 2021. Disponíveis em: https://oeds.link/To4Ch9; https://oeds.link/hStQdD; https://oeds.link/BDm0LZ; https://oeds.link/cS5c4k. Acessos em: 19 abr. 2023.

O Haiti apresenta uma população majoritariamente jovem, com uma base de pirâmide larga e um topo muito estreito. Isso indica uma taxa de natalidade alta e menor expectativa de vida. No geral, países em desenvolvimento, com baixos índices sociais e econômicos, apresentam pirâmides parecidas.

A Colômbia está em transição demográfica. A base está se estreitando em relação à faixa central da pirâmide, o que indica uma tendência de queda nas taxas de natalidade. O topo tende a se alargar com o crescimento da população adulta e idosa.

A Nova Zelândia apresenta uma situação comum em países desenvolvidos. Comparado à Colômbia, o país apresenta menor proporção de crianças e jovens e maior proporção de adultos em faixas etárias mais elevadas. O topo largo da pirâmide indica a alta expectativa de vida dos neozelandeses.

O Japão é um país conhecido por seu alto desenvolvimento e pela grande taxa de população idosa. Sua pirâmide indica baixas taxas de natalidade e decréscimo de população para os próximos anos. Observe como as faixas etárias mais elevadas se destacam em relação ao conjunto da população, o que indica a alta expectativa de vida no país.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Quando uma pessoa se torna idosa?

Esta é uma pergunta cada vez mais importante no Japão, o país com a população mais velha do mundo, onde o desafio é manter as pessoas saudáveis e produtivas agora que vivem mais tempo.

A resposta deveria ser aos 75 anos, dez anos mais tarde do que muitas pessoas pensam agora, segundo dois grupos de médicos especializados em envelhecimento.

As pessoas da faixa etária de 65 a 74 anos deveriam ser consideradas “pré-idosas”, afirmaram a Sociedade Gerontológica do Japão e a Sociedade de Geriatria do Japão em um relatório no mês passado. A palavra “idoso” caberia melhor para alguém na faixa etária de 75 a 89 anos e a definição especial de “superidoso” poderia ser adotada para pessoas com 90 anos ou mais, afirmaram.

Os especialistas abordaram o assunto sob um ponto de vista essencialmente médico e não há sinais de que o governo esteja analisando uma medida desse tipo. Se o governo decidisse aplicar essas definições ao mercado de trabalho, o número de possíveis trabalhadores poderia aumentar em mais de 10 milhões.

Graças a melhorias em nutrição, saúde e condições sanitárias, os idosos de hoje estão em muito melhor fórma do que os das gerações passadas e classificá-los como aposentados é um desperdício, disse Yasuyoshi Ouchi, um dos arquitetos do relatório.

“Há muitas pessoas com mais de 65 anos que são saudáveis e enérgicas” reticências.

Diante do encolhimento da fôrça de trabalho e dos crescentes custos de assistência social, o governo está gradualmente elevando a idade mínima para a aposentadoria de 60 para 65 anos.reticências

NOHARA, Yoshiaki. Japão precisa redefinir problema de envelhecimento. uól notícias, 17 fevereiro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/VQTjDj. Acesso em: 28 março. 2022.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Matemática

Construção de pirâmides etárias

Como estudamos, as pirâmides etárias são gráficos de barras que representam a estrutura etária de uma população, com base na distribuição por gênero, desta maneira: jovens (0 a 14 anos), adultos (15 a 64 anos), idosos (65 anos ou mais) e gênero (feminino e masculino).

Para construir a pirâmide etária do município onde você vive, siga as orientações:

  1. Organize os dados no quadro com base no censo demográfico do município. Acesse o site do í bê gê É para obter os dados do último censo por meio do link: https://oeds.link/EmfSKk (acesso em: 24 março. 2022). No espaço para buscas, escreva o nome do seu município. Esses dados devem ser organizados como no exemplo do quadro desta página, do município de Manaus, no Amazonas.
  2. Na parte central de um papel milimetrado, trace dois eixos verticais paralelos e separados por 1 centímetro de distância. Cada 0,5 centímetro desses eixos verticais corresponde a uma faixa etária.
  3. Trace os eixos horizontais: um para a esquerda, representando o gênero masculino; outro para a direita, representando o gênero feminino.
  4. Marque os números absolutos das faixas etárias nos dois eixos horizontais. Escreva também um título e indique a fonte dos dados.
  5. Por fim, compare a pirâmide etária do seu município com a de alguns países. Em sala de aula, discuta com os colegas os resultados obtidos.
POPULAÇÃO DE MANAUS, AM (2010)

Idade

Homens

Mulheres

100 ou mais

61

111

95 a 99

151

400

90 a 94

501

1.056

85 a 89

1.731

2.502

80 a 84

2.922

4.716

75 a 79

4.894

7.254

70 a 74

7.964

10.483

65 a 69

11.484

14.158

60 a 64

17.532

20.521

55 a 59

25.738

28.589

50 a 54

35.802

38.942

45 a 49

45.309

47.683

40 a 44

56.625

58.283

35 a 39

67.048

71.694

30 a 34

81.086

86.810

25 a 29

89.991

95.173

20 a 24

88.051

92.632

15 a 19

85.459

90.056

10 a 14

90.583

89.948

5 a 9

84.622

81.289

0 a 4

82.548

79.972

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). í bê gê É Cidades. Disponível em: https://oeds.link/vj8AcY. Acesso em: 28 abril 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é elaborar gráficos de barras (pirâmide etária) para apoiar a análise de dados e informações sobre diversidade e diferenças sociopolíticas mundiais. Oriente os estudantes a refletir sobre se a pirâmide etária do município em que vivem está mais próxima de países com população jovem ou de países com população idosa e se acompanha os aspectos demográficos do Brasil atual. Se necessário, pesquise previamente os dados do município onde se localiza a escola e forneça as informações aos estudantes.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero três e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Atividade complementar

Além da pirâmide do município, proposta nesta seção, os estudantes podem confeccionar uma pirâmide etária da escola em que estudam. Para tanto, devem coletar e tabular o número de estudantes e funcionários da escola, o gênero e a idade. Nessa etapa da atividade, você pode orientá-los a exercitar a entrevista ou a construção e uso de questionário como práticas de pesquisa. Depois, deverão compor a pirâmide de acordo com a proporção e a distribuição da população escolar. Os trabalhos poderão ser comparados e expostos em sala de aula.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Os últimos 100 anos marcaram o maior crescimento populacional da história da humanidade. Por que isso ocorreu?
  2. Indique a alternativa correta sobre a população mundial.
    1. É cada vez mais urbana e tende a crescer em ritmo mais lento.
    2. É cada vez mais rural e tende a crescer em ritmo mais lento.
    3. Cresce em ritmo mais acelerado e diminui nas áreas urbanas.
    4. Cresce em ritmo mais acelerado e aumenta nas áreas rurais.
  3. Segundo estimativas da ônu, em 2013 a população mundial era de 7,2 bilhões de pessoas e, em 2050, chegará a 9,6 bilhões. Na África, onde hoje vive 1 bilhão de pessoas, estima-se que em 2100 a população atinja 4,2 bilhões. Para a Europa, há expectativa de decréscimo de 14% da população. No Brasil, deverá haver queda de crescimento populacional em virtude da baixa média de filhos por mulher. Sobre o tema, indique a alternativa que completa corretamente a frase a seguir. Conhecer as tendências demográficas no mundo é importante para:
    1. estimular o crescimento da população africana.
    2. planejar obras para enfrentar o imediato declínio da população em todos os continentes.
    3. planejar medidas que atendam aos efeitos do crescimento da natalidade no Brasil.
    4. elaborar políticas públicas que assegurem a boa qualidade de vida em todos os países.
  4. Leia os trechos do texto a seguir.

No Níger, as mulheres têm, em média, 7,6 filhos cada reticências E as próprias crianças têm filhos – mais da metade das mulheres se casa antes de completar 15 anos de idade.

À medida que as economias crescem, tanto os países quanto suas populações se enriquecem e as taxas de natalidade se reduzem gradativamente. Mas o Níger é um dos países mais pobres do mundo.

“No Níger, nós temos uma característica nacional de ser pró-reprodução. Ter filhos é considerado, tradicionalmente, sinal de riqueza e poder”, explica o Doutor Hassane Atamo reticências.

A taxa acelerada de natalidade provoca graves problemas, tanto de curto quanto de longo prazo.

“A consequência imediata de uma taxa de natalidade tão alta é que é impossível alimentar, educar e cuidar de todas essas crianças no curto prazo. No longo prazo, a própria sobrevivência do país é ameaçada, a não ser que usemos essa janela de oportunidade para aproveitar ao máximo esse dividendo jovem”, afirma Atamo. reticências

lairrrédi, álastêr. O país cuja população deve triplicar até 2050 reticências. bê bê cê News, 22 setembro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/8Rjt2d. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. De acordo com o texto, como deve ser a pirâmide etária do Níger?
  2. Por que a grande proporção de jovens na população pode ser considerada um problema?

5. De acordo com o gráfico a seguir, o período em que a população mundial saltará de 8 bilhões para 9 bilhões de habitantes será maior que aquele em que ela passará de 7 bilhões para 8 bilhões. Por que isso ocorrerá?

MUNDO: CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO (1950-2050)

Gráfico. Mundo: crescimento da população, 1950 a 2050. 
Gráfico de linha, cujo eixo vertical indica a quantidade de população em bilhões de habitantes;  o eixo horizontal indica os anos, de 1950 a 2050. Os valores referentes aos anos de 2020 a 2050 são projetados.
1950: 2,5 bilhões de habitantes. 
1960: 3 bilhões de habitantes. 
1970: 3,7 bilhões de habitantes. 
1975: 4 bilhões de habitantes. 
1980: 4,5 bilhões de habitantes. 
1988: 5 bilhões de habitantes. 
1990: 5,1 bilhões de habitantes. 
2000: 6 bilhões de habitantes.
2010: 6,9 bilhões de habitantes. 
2012: 7 bilhões de habitantes. 
2020: 7,6 bilhões de habitantes. 
2025: 8 bilhões de habitantes. 
2030: 8,2 bilhões de habitantes. 
2040: 9 bilhões de habitantes. 
2050: 9,3 bilhões de habitantes.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED STATES CENSUS BUREAU. World Population: 1950-2050. Washington, DC: U. S. Census Bureau, outubro 2021. Disponível em: https://oeds.link/i6VQ3e. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objeto de conhecimento

Diversidade e dinâmica da população mundial e local.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero um (atividades 1 e 2)
  • ê éfe zero oito gê ê zero três (atividades 1, 2 e 4)
  • ê éfe zero oito gê ê um seis (atividade 3)
  • ê éfe zero oito gê ê um nove (atividade 5)

Respostas

  1. A partir do final do século dezenove, a população mundial começou a apresentar um crescimento excepcional, como nunca antes visto. Esse fenômeno está relacionado à melhora das condições de higiene e saúde e do acesso a alimentos e ao desenvolvimento científico e econômico observado nesse período.
  2. Alternativa correta: a.
  3. Alternativa correta: d.
    1. Com uma base larga, pois a taxa de fertilidade do país é alta, e um topo estreito, pois é um país com baixos índices socioeconômicos. Portanto, a expectativa de vida não deve ser elevada e a qualidade de vida da população deve ser baixa.
    2. Segundo o texto, no curto prazo, o país não vai conseguir oferecer serviços de educação e de saúde de qualidade.
  4. Porque a concentração da população mundial nas cidades influencia a taxa de fertilidade da mulher, que ingressa no mercado de trabalho e estuda por mais anos, entre outras consequências. Além disso, por causa do alto custo de vida, grande parte das pessoas passou a elaborar um planejamento familiar, reduzindo o número de filhos. Esses fatores levam a uma queda no crescimento da população.

CAPÍTULO 4  Migrações, refugiados e diversidade

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A população mundial é marcada pela diversidade religiosa, étnica e linguística, entre outras. Isso reforça a importância de ações que combatam a discriminação (cultural, étnica ou de qualquer outra natureza), uma vez que a diversidade é uma característica constitutiva dos aspectos demográficos no mundo.

A diversidade mundial tem relação com os movimentos migratórios que marcam a história dos povos e das nações. Desde a Pré-História ocorrem migrações, por razões variadas, como a busca por melhores condições de vida e a fuga de guerras e conflitos.

No fim do século dezenove e no início do vinte, muitos europeus emigraram de seu continente e foram, em grande parte, para as Américas do Norte e do Sul em busca de uma vida melhor e com mais oportunidades. O Brasil é um dos países que receberam muitos desses migrantes, principalmente italianos.

A partir da segunda metade do século vinte e do início do vinte e um, muitas migrações ocorreram em consequência de conflitos e guerras civis.

Fotografia. Diversos homens, mulheres e crianças juntos, usando máscaras, casacos e  toucas; eles estão atrás de uma barreira de arame farpado.
Refugiados, majoritariamente afegãos, que tentavam se estabelecer na Europa, ficaram retidos na fronteira entre a Turquia e a Grécia (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo possibilita trabalhar o tema contemporâneo Diversidade cultural. Nele se aborda um assunto presente nas notícias cotidianas do mundo e do Brasil: as migrações, com destaque para os refugiados que fogem de conflitos ou difíceis condições de vida em seu lugar de origem.

Pergunte aos estudantes se eles se recordam da origem dos principais grupos de refugiados na atualidade. Verifique também se eles já ouviram algo sobre a entrada de venezuelanos no Brasil.

O estudo proposto neste Capítulo aprofunda a temática referente às migrações. Os estudantes ampliarão os conhecimentos sobre os principais fluxos migratórios do final do século dezenove e do início do vinte e verão que foi nessa época que muitos europeus se dirigiram para o Brasil.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero um: Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

ê éfe zero oito gê ê zero dois: Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

ê éfe zero oito gê ê zero quatro: Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

ê éfe zero oito gê ê zero sete: Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero um.

Um mundo diverso

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A diversidade do modo de vida das populações em todo o mundo pode ser constatada por inúmeros aspectos, como os culturais, religiosos, históricos, artísticos, políticos e econômicos.

Conhecendo esses aspectos, temos condições de compreender melhor cada sociedade e de valorizar a diferença, procurando superar preconceitos e difundir a solidariedade.

A língua é um dos principais aspectos que diferenciam as sociedades humanas, pois está relacionada à identidade dos povos. A língua pode, inclusive, revelar a expansão cultural de um povo quando identificamos o seu uso em países onde ela não corresponde a um idioma oficial ou nativo.

Para avaliar o grau de influência de uma língua, é preciso levar em conta não apenas o número de falantes no país de origem, mas seu uso ao redor do planeta. O mandarim, por exemplo, embora seja a língua falada pelo maior número de pessoas, é pouco difundido em outros países além da China. Atualmente, o inglês é considerado a língua internacional em áreas como comércio, ciência, tecnologia, turismo e comunicações. Observe o mapa e o gráfico a seguir.

PLANISFÉRIO: COMUNIDADES LINGUÍSTICAS DE INGLÊS, FRANCÊS E PORTUGUÊS

Mapa. Planisfério: comunidades linguísticas de inglês, francês e português.  
Planisfério com destaque para países de comunidades linguísticas de inglês, francês e português.
Commonwealth (países que pertenciam ao Império Britânico): Canadá, Reino Unido, Bahamas, Jamaica, República Dominicana, Porto Rico,  Nigéria, Namíbia, África do Sul, Botsuana, Zâmbia, Tanzânia, Quênia, Uganda, Moçambique, Camarões, Togo, Índia, Paquistão, Bangladesh, Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Papua Nova Guiné, Sri Lanka, Ilhas Salomão.
Organização Internacional da Francofonia (OIF): Canadá,  Haiti, Guiana Francesa, Egito, Tunísia, Marrocos, Madagascar, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Congo, Costa do Marfim, Guiné, Senegal, Camarões, França, Bélgica, Suíça, Bulgária, Romênia, Moldávia, Vietnã, Laos, Camboja, Catar.
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CCPLP): Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Portugal.
À esquerda do mapa, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.765 quilômetros.
Mapa elaborado com base em dados obtidos em: durên, M. et al. Atlas de la mondialisation: comprendre l’espace mondial contemporain. Paris: SCIENCESPO, 2013.

LÍNGUAS MAIS FALADAS NO MUNDO POR NATIVOS E NÃO NATIVOS (2021)

Gráfico. Línguas mais faladas no mundo por nativos e não nativos, 2021. Gráfico de barras. No eixo vertical, as línguas mais faladas; no eixo horizontal, a quantidade de pessoas que falam essas línguas, em milhões. Francês: 267 milhões de pessoas. Bengali: 268 milhões de pessoas. Árabe: 274 milhões de pessoas. Espanhol: 543 milhões de pessoas. Hindi: 600 milhões de pessoas. Mandarim: 1 bilhão e 200 mil pessoas. Inglês: 1 bilhão e 348 mil pessoas.
ETHNOLOGUE: Languages of de World. What is the most spoken language? Disponível em: https://oeds.link/R8IDNg. Acesso em: 27 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Para enriquecer o trabalho, você pode discutir com os estudantes o texto complementar apresentado a seguir, composto de trechos dos quatro primeiros parágrafos da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, da Unesco. Por meio dessa atividade, é possível exercitar a análise documental como prática de pesquisa. Informe aos estudantes que a declaração foi aprovada na 31ª Conferência Geral da Unesco, realizada em Paris, em 2001.

Texto complementar

Identidade, diversidade e pluralismo

Artigo 1 – A diversidade cultural, patrimônio comum da humanidade

A cultura adquire fórmas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. reticências

Artigo 2 – Da diversidade cultural ao pluralismo cultural

Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, torna-se indispensável garantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais a um só tempo plurais, variadas e dinâmicas, assim como sua vontade de conviver. reticências

Artigo 3 – A diversidade cultural, fator de desenvolvimento

A diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha que se oferecem a todos; é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não somente em termos de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória.

Diversidade cultural e direitos humanos

Artigo 4 – Os direitos humanos, garantias da diversidade cultural

A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, inseparável do respeito à dignidade humana. Ela implica o compromisso de respeitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, em particular os direitos das pessoas que pertencem a minorias e os dos povos autóctones. reticências

DECLARAÇÃO Universal sobre a Diversidade Cultural. unêsco, 2002. Disponível em: https://oeds.link/XYbD6Z. Acesso em: 5 maio 2022.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero dois e ê éfe zero oito gê ê um nove.

A diversidade étnica e cultural

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O atual processo da globalização e os consequentes movimentos migratórios têm possibilitado a ampliação da diversidade étnica e cultural no mundo. Entende-se por etnia determinado grupo de população que se reconhece e está integrado por tradições, modos de vida, costumes, referências e símbolos próprios. 

Com os avanços tecnológicos, o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação e o aumento da circulação de informações, bens, serviços e pessoas, cada vez mais vem ocorrendo a socialização entre diversos grupos étnicos e culturais distintos.

Como resultado, o que se vê, atualmente, é um grande intercâmbio entre povos e o multiculturalismo, isto é, a convivência de pessoas e grupos com identidades culturais diferentes em um mesmo território, região ou país ou ainda nos ambientes virtuais.

O mapa a seguir ilustra os países do mundo de acordo com o grau de diversidade étnica presente em seus territórios. Observe que o Brasil está entre os países mais etnicamente diversos do mundo, fruto do convívio entre as muitas etnias indígenas, uma grande população descendente de povos africanos e um grupo numeroso formado por imigrantes e descendentes de povos de outros continentes.

PLANISFÉRIO: DIVERSIDADE ÉTNICA

Mapa. Planisfério: diversidade étnica. 
Planisfério mostrando os países mais etnicamente diversos e os menos etnicamente diversos.
Países mais etnicamente diversos, em ordem crescente de diversidade: Brasil, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Guiana, México, Mauritânia, Cazaquistão, Mianmar, Laos, Malásia, Equador, Peru, Bolívia, Suriname, Canadá, Mali, Níger, Senegal, Guiné, Burkina Faso, Eritréia, Etiópia, Tanzânia, Moçambique, Namíbia, Irã, Paquistão, Tailândia, Líbia, Chade, República Centro Africana, Camarões, Nigéria, Benin, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Congo, Gabão, Angola, África do Sul, Madagascar, Quênia, Somália, Afeganistão.
Países menos eticamente diversos, em ordem decrescente de diversidade:  
Estados Unidos, Venezuela, Honduras Espanha, Marrocos, Ucrânia, Bulgária, Turcomenistão, Uzbequistão, Índia, Omã, Botsuana, Zimbábue, Nova Zelândia, Argentina, Uruguai, Argélia, Mongólia, Turquia, Iraque, Papua Nova Guiné, Paraguai, Guatemala, Chile, Alemanha, Egito, Arábia Saudita, Rússia, China, Vietnã, Camboja, Filipinas, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Noruega, França, Itália, Polônia, Tunísia, Austrália.
Sem dados: Groenlândia, Antártida, Sudão, Sudão do Sul, Iêmen.
Na parte inferior, rosa dos ventos; abaixo e escala de 0 a 2.620 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: fícher, máquis A revealing map of the world’s most and least ethnically diverse countries. The Washington Post, 16 may 2013. Disponível em: https://oeds.link/jvi7Gk. Acesso em: 24 março. 2022.
Ícone. Sugestão de livro.
OLIC, Nelson Bacic. Retratos do mundo contemporâneo. São Paulo: Moderna, 2008. Ao abordar questões políticas, ambientais, econômicas e culturais, o livro apresenta ao leitor alguns temas básicos para a compreensão do atual cenário internacional.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A atividade complementar sugerida a seguir procura reforçar o trabalho com esse tema e pode ser utilizada para exercitar a análise documental, a tomada de nota e a construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Atividade complementar

Utilize a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, da Unesco, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos para trabalhar com os estudantes algumas das ideias presentes em ambas as declarações.

Busque o texto integral da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural no site da Unesco e eleja alguns trechos que ressaltem a importância da diversidade cultural para a sociedade e o mundo. Depois, acesse a Declaração Universal dos Direitos Humanos, também disponível na internet, e escolha alguns artigos que possam ser trabalhados em conjunto com a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural.

Apresente aos estudantes os trechos escolhidos de ambas as declarações, que podem ser transcritos para a lousa. Depois, peça a eles que se organizem em grupos e, juntos, escrevam um texto de até 20 linhas explicando a importância de tais documentos e relacionando seus aspectos semelhantes.

Incentive diferentes fórmas textuais. Pode ser um texto argumentativo, um poema, uma crônica etcétera.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero dois e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Na contramão da diversidade
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Como estudamos, existe uma grande diversidade étnica e cultural no mundo. Porém, infelizmente, muitos grupos sociais e até Estados adotam posturas preconceituosas e intolerantes em relação a determinados grupos étnicos, como ocorre, por exemplo, com os curdos, espalhados por países que abrangem o Cáucaso e o Oriente Médio, os rorrínguiá, em Mianmar, ou os indígenas, que vivem em diversas regiões do mundo. Esses grupos são perseguidos, sofrem discriminação e são privados de direitos que cabem a outros cidadãos.

Outro problema relacionado ao preconceito e à intolerância, que vem ganhando fôrça principalmente em países desenvolvidos do continente europeu, é a xenofobia, que pode ser entendida como a aversão ao cidadão estrangeiro. O estranhamento da população local em relação aos imigrantes pode gerar intolerância social em relação àqueles que não têm a mesma identidade, ou seja, que não compartilham a mesma cultura, língua, etnia e religião, por exemplo.

Alguns governos adotam medidas radicais de restrição à permanência dos imigrantes, forçando-os a retornar a seus países de origem. Parte da população local apoia as restrições governamentais e expressa seu descontentamento por meio de manifestações públicas.

Governos e populações xenófobos tentam justificar sua intolerância alegando que a permanência dos imigrantes agrava os problemas urbanos e a situação econômica do país. Outra justificativa é o temor de parte da população de perder seu emprego.

Fotografia. Diversas pessoas em pé segurando uma faixa com uma frase no idioma italiano. Ao fundo, há diversas bandeiras da Itália. Ao redor, prédios.
Manifestação xenófoba em Roma, Itália (2017). Na faixa, os dizeres stop invasione (“pare a invasão”, em tradução de palavras do inglês e do italiano) estão relacionados aos refugiados que procuram abrigo na Itália.
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

Além do trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural, esta página aborda o tema Educação em Direitos Humanos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero um.

Texto complementar

O texto a seguir comenta o crescimento de atitudes preconceituosas na Europa, que vem causando preocupação de órgãos como a ônu.

ônu alarmada com expansão da xenofobia e racismo na Europa

O Alto-Comissário da ônu para os Direitos Humanos, zeíd ra ad al russên, disse-se esta quarta-feira alarmado com a expansão do discurso racista, xenófobo e de incitamento ao ódio na Europa, que chega a dominar a cena política em alguns países.

“Mais de dois terços dos parlamentos nacionais nos países da União Europeia (u ê) incluem atualmente partidos políticos com posições extremas contra os migrantes e, nalguns casos, muçulmanos e outras minorias”, afirmou Al-Hussein na apresentação do relatório anual do Alto-Comissariado no Conselho dos Direitos Humanos da ônu, em Genebra.

“Este discurso baseado no racismo, xenofobia e incitamento ao ódio expandiu-se de modo tão significativo que em vários países domina a cena política – como vimos nas últimas semanas na campanha eleitoral em Itália”, acrescentou.

O Alto-Comissário deu como exemplos desta crescente tendência populista, anti-imigração, racista e xenófoba o discurso e as políticas a que se tem assistido na Hungria, Polônia, Áustria e República Checa. reticências

ônu alarmada com expansão da xenofobia e racismo na Europa. Observador, Lisboa, 7 março. 2018. Disponível em: https://oeds.link/Z7ebhB. Acesso em: 5 maio 2022.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

BEM-VINDO a marlí gomôn. Direção: JulianRambaldi. França, 2016. Duração: 94 minutos.

Em 1975, um médico congolês recém-formado se muda para um vilarejo na França com sua família. Lá, depara-se com um ambiente preconceituoso e cheio de barreiras culturais.

Migrações

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Um aspecto importante no que diz respeito à distribuição populacional são as migrações. Essas movimentações de entrada (imigração) ou saída (emigração) de população podem ser internacionais (de um país para outro) ou internas (dentro de um mesmo país).

Fluxos migratórios até o século dezenove

Os fluxos migratórios fazem parte da história da humanidade. Ao longo do tempo, foram motivados pelas mais diversas razões, de acordo com o contexto histórico, social, político e territorial.

A teoria mais aceita no meio científico indica que as primeiras migrações, durante a Pré-História, partiram da África, onde surgiu o Homo sapiens, há cêrca de 200 mil anos. Os primeiros migrantes teriam deixado o continente há aproximadamente 60 mil anos, em direção ao Oriente Médio e, em seguida, a diversas regiões da Ásia. O povoamento da América ocorreu graças às migrações de nômades asiáticos, que cruzaram os dois continentes por meio do estreito de Bering (de acordo com uma das hipóteses mais aceitas). Acredita-se que as condições climáticas e a busca por alimentos tenham sido as principais motivações dos fluxos migratórios que ocorreram durante esse período.

PLANISFÉRIO: PROVÁVEIS ROTAS DE POVOAMENTO DA AMÉRICA

Mapa. Planisfério: prováveis rotas de povoamento da América. 
Planisférios mostrando as prováveis rotas de povoamento na América. Do lado esquerdo aparecem os continentes África, Ásia e Oceania e do lado direito aparece o continente América.
Prováveis rotas terrestres: A silhueta de um homem com uma seta apontada para o Norte da África, em seguida com setas para a Europa, para a Ásia, uma seta na direção da Sibéria, duas setas para o Alasca  passando pelo Estreito de Bering, uma seta para a América do Norte, uma seta para a América Central e uma seta para a América do Sul. Prováveis rotas por navegação de cabotagem (Pacífico): A silhueta de dois homens dentro de um barco no Oceano Índico e duas setas apontadas para a Oceania, em seguida há duas setas na costa da Ásia, ao lado, uma seta na costa do Alasca, há duas setas na costa da América do Norte, e três setas na direção da América do Sul. 
Prováveis rotas por navegação direta (Atlântico): a silhueta de dois homens dentro de um barco na costa do deserto do Saara no Oceano Atlântico, uma seta para o leste que chega até à América do Sul. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e  escala de 0 a 2.630 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página. 14-15.

Já entre os séculos dezesseis e dezenove, grande parte dos fluxos migratórios ocorreu no contexto do colonialismo europeu. A expansão e a exploração territorial, bem como a busca por fontes de riquezas naturais e novos mercados consumidores, impulsionaram fluxos migratórios das potências europeias da época para os continentes americano, asiático e africano. Nesse período, ocorreu a migração forçada para o continente americano de uma grande população de africanos escravizados.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comente com os estudantes que existem várias hipóteses referentes às migrações dos seres humanos e sua distribuição pelos continentes ao longo da Pré-História. Sobre a ocupação do continente americano, há duas hipóteses principais. Segundo uma delas, os primeiros seres humanos chegaram pelo estreito de Bering, que estava congelado e, devido a efeitos de uma glaciação, o nível dos mares estava mais baixo.

A outra hipótese é a de que esses grupos partiram do Sudeste Asiático em direção às ilhas da Oceania e, gradativamente, às ilhas do oceano Pacífico, até alcançarem a costa oeste do continente sul-americano.

Auxilie os estudantes no reconhecimento das rotas de dispersão populacional e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos do desenvolvimento da humanidade. Discuta as possíveis influências dos condicionantes físico-naturais na distribuição populacional nos continentes e na mobilidade de grupos humanos pela superfície terrestre. A interpretação do mapa possibilita exercitar o raciocínio geográfico, explorando saberes como a localização e a conexidade.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Fluxos migratórios no fim do século dezenove e no início do século vinte

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Um dos fluxos migratórios que mais se destacaram no contexto mundial nos séculos dezenove e vinte foi o de europeus. Do fim do século dezenove às primeiras décadas do século vinte, cêrca de 60 milhões de pessoas deixaram a Europa e se dirigiram para os Estados Unidos. Observe o mapa a seguir, com dados desse fluxo migratório.

EUROPA: EMIGRAÇÃO (FIM DO SÉCULO dezenove AO INÍCIO DO SÉCULO vinte)

Mapa. Europa: emigração (fim do século dezenove ao início do século vinte).
Mapa mostrando o número de migrantes saindo da Europa para a América. Setas de espessura grossa, média e fina, na cor rosa, representam o número de migrantes.
17.500.000 de migrantes: da Europa para os Estados Unidos. 
5 milhões de migrantes: da Grã-Bretanha para os Estados Unidos; da Itália para Brasil e Argentina.
2 milhões de migrantes: da Rússia e Escandinávia para o Canadá. 
Menos de 500 mil migrantes: da França para os Estados Unidos. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 1.895 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: SCIENCESPO. Atelier de Cartographie. La grande migration transatlantique, fin XIXe-début XXe siècle. Disponível em: https://oeds.link/APgJVj. Acesso em: 27 abril. 2022.

Fluxos migratórios contemporâneos

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo se inverteu: a Europa se tornou um dos principais destinos de imigrantes, provenientes das mais diversas partes do mundo, em busca de melhores condições de vida e de emprego. Outros fluxos também ganharam destaque, como o de imigrantes latino-americanos, principalmente mexicanos, que se dirigiram para os Estados Unidos. Em 2020, o censo do país estimou que cêrca de 18,5% da população já era de origem latina.

São vários os fatores que podem levar as pessoas a migrar. Um deles é o êxodo rural, quando há o deslocamento em massa de pessoas que deixam o campo para viver nas cidades. As pessoas também podem mudar de país em busca de emprego e uma vida melhor. Há, ainda, em diversas partes do mundo, grupos numerosos obrigados a abandonar os locais de origem para fugir de conflitos internos e guerras.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O texto complementar sobre as migrações de mulheres no século vinte e um pode ser utilizado para exercitar a análise documental como prática de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um, ê éfe zero oito gê ê zero quatro, ê éfe zero oito gê ê zero sete e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Texto complementar

O texto a seguir aborda a situação das mulheres que migram em busca de trabalho.

Mulheres que correm o mundo

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (ó í ême), em todo o mundo, é cada vez maior o número de mulheres que se deslocam por razões de trabalho, frequentemente como primeiras provedoras da renda familiar. Se, historicamente, elas deixavam o país de origem para se casar ou reencontrar o marido, nas últimas décadas, muitas passaram a migrar sozinhas ou na companhia de outras mulheres.

A jornada em busca de um recomeço, contudo, não é fácil. “Essas mulheres são especialmente vulneráveis à discriminação e ao abuso. Elas enfrentam preconceito por seu státus como migrantes e como mulheres. Têm menos acesso a emprego e ganham menos do que os homens e as mulheres nativas”, resume o relatório da ó í ême.

No Brasil, se o acesso à educação, segurança e saúde já é uma dificuldade para as brasileiras, para as 338 mil migrantes que vivem hoje no país, de acordo com dados da ônu, a carência de creches, escolas e serviços de saúde se transforma em um fardo ainda maior. A tripla jornada, como mães e trabalhadoras, também pesa mais para essas mulheres.

reticências

Não há apenas um motivo que explique a vinda de tantas mulheres imigrantes ao Brasil. “As congolesas, por exemplo, são alvos do estupro como arma de guerra. Então, geralmente, quando as famílias têm que decidir quem vai sair, priorizam as mulheres e as crianças”, explica Karla éluáin, da Cáritas.

Guerras e instabilidade em países como a Síria, o Haiti e, mais recentemente, a Venezuela também têm gerado um grande fluxo de migrantes dessas nações para o Brasil.

ó ême ésse, Carolina. Mulheres que correm o mundo. AzMina, 12 março. 2019. Disponível em: https://oeds.link/n913cn. Acesso em: 5 maio 2022.

Refugiados e deslocados internos
Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Atualmente, um fluxo que tem ganhado cada vez mais destaque e preocupado governos de países do mundo todo é o de refugiados e deslocados internos.

Quando as pessoas se deslocam dentro do próprio país, fugindo de conflitos, são denominadas pela Organização das Nações Unidas (ônu) deslocadas internas. Quando saem do país, são chamadas de refugiadas.

A ônu tem uma agência para os deslocados internos e os refugiados, conhecida como Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (áquinur). Em 2021, segundo estimativa do Acnur, havia no mundo mais de 48 milhões de deslocados internos e 26,6 milhões de refugiados, dos quais 68% partiam de apenas cinco países: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar. Entre os países que mais recebiam refugiados estavam a Turquia, a Colômbia, o Paquistão, Uganda e a Alemanha.

Os refugiados enfrentam muitos desafios: da arriscada fuga do país de origem a perseguições políticas, religiosas e étnicas. Muitos migrantes pagam a traficantes para tentar entrar ilegalmente em países europeus ou a agentes (conhecidos como “coiotes”) para se dirigir aos Estados Unidos, mas não recebem nenhuma garantia. As travessias geralmente são perigosas, feitas em péssimas condições e com risco de morte. Para tentar entrar na Europa, por exemplo, muitos refugiados navegam pelo mar Mediterrâneo em embarcações sem nenhuma segurança e com lotação superior à que comportam.

PLANISFÉRIO: PRESENÇA DE REFUGIADOS (2020)

Mapa. Planisfério: presença de refugiados, 2020. 
Planisfério mostrando a presença de refugiados nos países. Círculos de variados tamanhos indicam a presença de refugiados. Há círculos maiores sobre Oriente Médio, Sudão, Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, República Democrática do Congo, Chade, Camarões, Irã, Paquistão, Turquia, Bangladesh, Alemanha. 
Há círculos médios sobre Estados Unidos, França, China, Níger.
Há círculos pequenos sobre países da América Latina, região norte e sul da África, Rússia, região leste da Europa, Austrália, Indonésia, Japão. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.800 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE UN REFUGEE AGENCY. Global Report 2020. Genève, SWI: UNHCR,cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/b1XHlc. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O conteúdo desta página abrange os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em Direitos Humanos.

Sugerimos que indique aos estudantes o acesso à página brasileira do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, disponível em: https://oeds.link/QK8v3P (acesso em: 28 março. 2022). Há publicações interessantes sobre o assunto, com dados e informações mais detalhadas sobre o panorama atual dos refugiados no Brasil e no mundo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

Os fluxos migratórios para o Brasil

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O Brasil recebeu muitos imigrantes europeus entre o século dezenove e o início do século vinte. Os principais grupos que chegaram naquele período foram portugueses, espanhóis, italianos, alemães, turcos, libaneses e japoneses.

Grande parte desses grupos de imigrantes se dirigiu para as regiões Sul e Sudeste do Brasil. Muitos municípios dessas regiões são conhecidos pela forte influência da cultura europeia. Cidades como Blumenau, Joinville e Pomerode, situadas no estado de Santa Catarina, abrigam diversos elementos da cultura de origem alemã, que podem ser observados na arquitetura, na culinária, nas festas típicas, nos costumes e até nos aspectos linguísticos. Sobre tais peculiaridades, leia o texto a seguir.

O alemão lusitano do Sul do Brasil

Embora não exista entre os descendentes de alemães no Sul do Brasil qualquer unidade linguística, cidadãos bilíngues oscilam entre o uso do português e do alemão, criando vocábulos híbridos e uma sintaxe própria.

O apanhado de diferentes dialetos falados no Sul do Brasil chega a ser chamado por alguns teóricos de riograndenser hunsrückisch”: o runsruquiche é uma região do oeste alemão, localizada perto dos rios Reno e Mosela e próxima à atual fronteira com Luxemburgo.­ “Riograndenser” significa “do Rio Grande”.

Apesar dos 180 anos em solo brasileiro, da mistura de diferentes dialetos entre imigrantes e do contato destes com a língua portuguesa, essa “variação intra e interlinguística”, como define o teórico Cléo altenrôfen, continua viva. Estima-se que haja um milhão de bilíngues nesta região.

reticências

VILELA, Soraia. O alemão lusitano do Sul do Brasil. Deutsche Welle, 20 abril. 2014. Disponível em: https://oeds.link/Q9SKs3. Acesso em: 24 março. 2022.

Fotografia. Homens e mulheres usando camiseta branca, coletes vermelhos ou azuis, saias e bermudas pretas, meias brancas altas e sapatos pretos, desfilam na rua segurando a bandeira do Brasil, a bandeira da Alemanha e outras bandeiras. Ao redor, há diversas pessoas em pé observando o desfile e tirando fotos com o celular.
Festa típica de origem alemã na cidade de Blumenau, Santa Catarina (2019).

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

Como fazer uma entrevista sobre seu município

[Narradora 1]  

[tom de voz animado] Olá, ouvintes! Decidi gravar este podcast para contar a vocês sobre a entrevista que pretendo fazer com moradores do município onde moro: Pomerode, em Santa Catarina. Para me ajudar a fazer uma boa entrevista, convidei a dona Ana, uma senhora muito simpática que já trabalhou na biblioteca de Pomerode. Tudo bem, dona Ana? Posso gravar a nossa conversa?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Oi, Fernanda, eu vou bem. Claro, será um prazer participar deste podcast, com dicas para você e para todos os ouvintes sobre como fazer uma entrevista.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Obrigada por participar, dona Ana. Para este podcast ficar ainda mais legal, vou colocar uma música de fundo durante a nossa conversa.

[Narradora 2]

[tom de voz empolgado] Eu adoro ouvir podcasts. Na biblioteca municipal, adorava estudar ouvindo os áudios e ver os filmes sobre a cidade de Pomerode. Conheci muitas histórias lendo os livros sobre a cidade e conversando com os frequentadores da biblioteca.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Eu fiz pesquisas lá na biblioteca, dona Ana. Consegui diversas informações e aprendi muitas coisas.

[Narradora 2]

[tom de voz empolgado e curioso] Muito bem! Me conte o que você aprendeu na sua pesquisa.

[Narradora 1]

[tom de voz animado e explicativo] Aprendi que o município se chama Pomerode porque muitos imigrantes da Pomerânia, região histórica que se localiza no norte da Alemanha e no norte da Polônia, vieram para cá. Isso aconteceu há muito tempo, em 1861. Encontrei essas informações em livros e em uma pesquisa que fiz no computador da biblioteca, no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

[Narradora 2]

[tom de voz animado e explicativo] O IBGE é uma excelente fonte de informações sobre os municípios brasileiros. O que mais você descobriu sobre Pomerode?

[Narradora 1]

[tom de voz de empolgado] Descobri, também, que em 1915 foi feita a primeira ponte da cidade. Antes disso, as pessoas tinham que atravessar de balsa o rio que atravessa o município.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Isso mesmo, a ponte coberta é feita de madeira, seguindo a tradição alemã. A arquitetura da cidade é uma evidência das origens dos imigrantes que fundaram Pomerode.

[Narradora 1]

[tom de voz de curiosidade] Fui também ao Museu Pomerano, para saber como era a vida dos primeiros moradores.

[Narradora 2]

[tom de voz animado e pensativo ] Visitar museus é essencial para entender a história. Você deve ter visto muitas coisas interessantes lá.

[Narradora 1]

[tom de voz alegre e explicativo] Vi como eram as camas, os guarda-roupas, os brinquedos e diversos objetos dos imigrantes alemães que vieram para Pomerode.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Você já descobriu muitas coisas na sua pesquisa. Agora, o que acha de entrevistar algumas pessoas aqui do município? Posso apresentar a você diversas pessoas que têm muitas histórias para contar sobre os antigos imigrantes, sobre as festas tradicionais de Pomerode...

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Vou adorar entrevistar essas pessoas, mas não sei como fazer uma entrevista. Quais dicas a senhora pode me dar, dona Ana?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Será um prazer explicar a você como fazer uma boa entrevista. Ainda está gravando? Essas informações podem ajudar a você e a todos os seus ouvintes.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Sim, o gravador está ligado. Eu e os ouvintes estamos muito curiosos, dona Ana!

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Vamos lá! A primeira etapa para fazer uma boa entrevista começa antes da conversa com as pessoas. É a pesquisa, tarefa que você já começou a fazer. É importante pesquisar sobre a história do município em sites, como o IBGE, visitar museus e ir a bibliotecas.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Que bom que estou no caminho certo!

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Sim, está. Com o que aprendeu na pesquisa, você poderá elaborar boas perguntas para os seus entrevistados.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] É verdade, pois a pesquisa me deu várias ideias de temas que desejo aprofundar, de pessoas com quem seria interessante conversar...

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] É por isso que, durante a pesquisa, é importante anotar as dúvidas e perguntas que forem surgindo. Essas anotações vão ajudar você a investigar mais informações com os entrevistados.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Tenho um caderninho com várias dúvidas e informações que ainda não consegui encontrar. Então, já sei o que posso perguntar para os meus entrevistados.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Outra etapa importante é fazer uma lista de pessoas que possam responder às suas perguntas. Tudo bem se não conhecer muitas pessoas, mas saber, por exemplo, que você precisará conversar com um morador mais antigo, com algum professor, já é um bom começo para encontrar as pessoas certas.

[Narradora 1]

[tom de voz empolgado] Tive a ideia de procurar um parente de algum trabalhador que construiu a primeira ponte da cidade. O que acha?

[Narradora 2]

[tom de voz animado] Boa ideia. Talvez minha mãe conheça algum descendente dos construtores da ponte coberta.

[tom de voz explicativo] Após definir todas as pessoas que for entrevistar, você deve perguntar se elas querem ser entrevistadas, e se tem disponibilidade para isso.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Vou usar um gravador igual a este com que estou gravando o podcast para fazer as entrevistas, assim eu posso ouvir várias vezes e não perder nenhuma informação.

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Você também pode filmar a entrevista com o celular, pois assim pode mostrar as pessoas, claro, se houver permissão para isso. Assim, também poderá mostrar a ponte e outros locais interessantes da cidade.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Boa ideia!

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Algo muito importante a fazer antes de entrevistar as pessoas é criar um roteiro da entrevista. Ele vai ajudar a iniciar as conversas, além de guiar as perguntas que devem ser feitas, de modo que você não esqueça de nenhuma questão. 

[Narradora 1]

[tom de voz curioso] O que devo escrever nesse roteiro, dona Ana?

[Narradora 2]

[tom de voz explicativo] Uma breve apresentação sobre você, sobre a pessoa entrevistada e o assunto da entrevista. Além, é claro, das perguntas que você irá fazer.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Adorei as suas dicas, dona Ana! Estou animada para fazer o roteiro das entrevistas e conversar com muitas pessoas para descobrir ainda mais coisas sobre Pomerode.

[Narradora 2]

[tom de voz afável] Tenho certeza de que você fará um excelente trabalho! Fico feliz em ajudar.

[Narradora 1]

[tom de voz animado] Muito obrigada, dona Ana! Tchau, ouvintes.

No município em que você vive é possível observar influência da cultura alemã ou de qualquer outro fluxo migratório ocorrido anteriormente para a região? Faça um levantamento dessas informações e organize-as para serem discutidas em sala de aula.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção contempla o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Verifique se há estudantes com ascendência de imigrantes, sejam europeus ou de grupos que chegaram ao país mais recentemente, como bolivianos, haitianos e sírios. Pode haver estudantes que sejam imigrantes também.

Caso haja algum ou mais casos, peça a esses estudantes que comentem hábitos e costumes do país de origem de seus pais, avós e até bisavós. Se julgar oportuno, converse com eles e, em um dia combinado, peça-lhes que falem para a turma sobre a cultura do país de suas origens, o que eles e seus familiares fazem para preservá-la etcétera. Dessa fórma, pode-se praticar a oralidade com os estudantes em sala de aula. Incite os demais a fazer perguntas para aprender mais sobre outra cultura.

Lembre-se de destacar a importância de valorizar a cultura e os costumes diferentes desses estudantes a fim de criar um ambiente tolerante e respeitoso, independentemente do país de origem.

Oriente os estudantes na execução da atividade proposta no final da seção. Ela pode envolver, a seu critério, revisão bibliográfica, análise documental, análise de mídias sociais, entrevistas, construção e uso de questionários, estudo de recepção, observação, tomada de nota e construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Resposta

Resposta pessoal. Os estudantes deverão ser estimulados a pesquisar as informações em jornais e revistas impressos ou na internet ou buscar dados oficiais levantados pela prefeitura do município onde vivem. Poderão reunir reportagens, fotografias, mapas, dados estatísticos, informações sobre pratos típicos etcétera. como materiais para enriquecer a discussão em sala de aula.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um e ê éfe zero oito gê ê zero dois.

Conflitos e refugiados no mundo

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A história da humanidade registra diversos conflitos por motivações econômicas, desigualdades sociais e intolerância étnica e religiosa. Como consequência, podemos observar um enorme contingente de pessoas obrigadas a abandonar seus lares em busca de sobrevivência.

A multiplicação do número de refugiados é um dos problemas humanitários mais graves relacionados aos conflitos que ocorrem em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.

A solução para os conflitos – e para o drama dos refugiados – passa pela consolidação do diálogo nas relações internacionais. Apenas pela via da negociação, com respeito à vida humana e às leis do direito internacional, será possível criar condições justas para todos os envolvidos.

Nos gráficos a seguir, você pode verificar a distribuição dos refugiados em diferentes continentes e regiões do mundo. Note que o território da África – dividido em duas regiões, África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara) e o Norte da África (somada ao Oriente Médio) – tem grande participação no total de pessoas forçadas a se deslocar no mundo.

MUNDO: TOTAL DE REFUGIADOS (2020)

Gráfico. Mundo: total de refugiados, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando o total de refugiados por regiões ou continentes.
No eixo vertical: total de refugiados. No eixo horizontal: regiões e  continentes. 
África Subsaariana: 6.585.719 refugiados. 
Oriente Médio e Norte da África: 2.483.780 refugiados. 
Europa: 6.673.149 refugiados. 
América: 650.932 refugiados. 
Ásia e Pacífico: 3.968.708 refugiados.

MUNDO: TOTAL DE DESLOCADOS INTERNOS (2020)

Gráfico. Mundo: total de deslocados internos, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando o total de deslocados internos por regiões e continentes.
No eixo vertical: total de refugiados. No eixo horizontal: regiões ou  continentes. 
África Subsaariana: 22.249.094 deslocados. 
Oriente Médio e Norte da Europa: 1.985.782 deslocados.
África: 12.206.269 deslocados. 
América: 8.517.378 deslocados. 
Ásia e Pacífico: 3.544.916 deslocados.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: THE UN REFUGEE AGENCY. Global Report 2020. Genève, SWI: UNHCR, cêrca de2022. página10. Disponível em: https://oeds.link/du2sJO. Acesso em: 24 março. 2022.

Os dados do segundo gráfico demonstram que o volume de deslocados internos é ainda maior que o dos refugiados, o que gera grandes dificuldades para os governos locais, pobres em sua maioria, no enfrentamento dos problemas sociais decorrentes dessa situação.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os conteúdos desta página abrangem os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em Direitos Humanos.

Aponte para os estudantes como o número de refugiados no Oriente Médio e no Norte da África se destaca. Verifique se eles sabem de qual país do Oriente Médio é proveniente o maior fluxo de pessoas. Se considerar necessário, explique a eles, brevemente, o conflito na Síria, que teve início em 2011 e vem se estendendo desde então.

Destaque, ainda, que o continente africano apresenta altos índices de refugiados espalhados por vários países. Esse continente é marcado por diversos conflitos, o que ocasiona a fuga de muitos africanos em busca de uma vida melhor.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Em 2019, o Brasil recebeu oitenta e duas.quinhentas e cinquenta e duas solicitações de reconhecimento da condição de refugiado. Esse número sofreu uma redução de 65% em 2020 como resultado da pandemia de covíd-19.

BRASIL: PAÍS DE ORIGEM DOS GRUPOS QUE SOLICITAM REFÚGIO (2020)

Mapa. Brasil: país de origem dos grupos que solicitam refúgio. 2020. 
Planisfério mostrando os países de origem das solicitações de refúgio no Brasil, em 2020.
Colômbia, Cuba, Haiti, Venezuela, Senegal, Nigéria, Angola, Síria, Bangladesh, China.
Abaixo e à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.670 quilômetros.

BRASIL: SOLICITAÇÕES DE REFÚGIO, POR PAÍS DE ORIGEM (2020)

Gráfico. Brasil: solicitações de refúgio, por país de origem, 2020. 
Gráfico de colunas mostrando a quantidade de solicitações de refúgio por país de origem.
No eixo vertical, a quantidade de solicitações. No eixo horizontal, os países. 
Venezuela: 17.385 solicitações. 
Haiti: 6.613 solicitações.
Cuba: 1.347 solicitações. 
China: 568 solicitações. 
Angola: 359 solicitações. 
Bangladesh: 329 solicitações. 
Nigéria: 213 solicitações. 
Senegal: 209 solicitações. 
Colômbia: 182 solicitações. 
Síria: 129 solicitações. 
Outros países: 1.565 solicitações.
Gráfico e mapa elaborados com base em dados obtidos em: SILVA, G. J. et al. Refúgio em Números. sexta edição Observatório das Migrações Internacionais; Ministério da Justiça e Segurança Pública/Comitê Nacional para os Refugiados. Brasília, Distrito Federal: óbêmigra, 2021. Disponível em: https://oeds.link/i1YcAT. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o gráfico e o mapa

  1. Por que houve queda no número de solicitações de refúgio no Brasil em 2020 em relação ao ano anterior?
  2. Identifique o país de origem do grupo mais numeroso que solicitou refúgio no Brasil em 2020. A localização desse país facilita ou dificulta o deslocamento até o Brasil? Justifique.
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

Esta página abrange os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em Direitos Humanos.

Respostas

Ler o gráfico e o mapa:

  1. A queda no número de solicitações de refúgio no Brasil em 2020 foi provocada pelas restrições relacionadas à pandemia de covíd-19.
  2. De acordo com o gráfico, a Venezuela foi o país de onde partiu a maior parte das pessoas que solicitaram refúgio no Brasil em 2020. O fato de o país fazer fronteira com o Brasil facilita a entrada de refugiados venezuelanos no território brasileiro.

Observação

O conteúdo apresentado possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Texto complementar

O texto a seguir apresenta o modo como a legislação brasileira define um refugiado.

Na região das Américas, o Brasil tem uma legislação de refúgio considerada moderna (Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997) por adotar um conceito ampliado para o reconhecimento de refugiados. reticências a legislação brasileira também reconhece como refugiado todas as pessoas que buscam segurança diante de situações de grave e generalizada violação de direitos humanos. Em 2017, o país registrou uma população de 10.141 refugiados reconhecidos, provenientes de mais de 80 países diferentes, havendo mais de 30 mil pedidos de refúgio reticências. A responsabilidade de proteção e integração de refugiados é primariamente do Estado brasileiro. No território nacional, o refugiado pode obter documentos, trabalhar, estudar e exercer os mesmos direitos civis que qualquer cidadão estrangeiro em situação regular no Brasil.

Criado pela Lei nº 9.474/1997 com o objetivo de reconhecer e tomar decisões sobre a condição de refugiado no Brasil, além de promover a integração local dessa população, o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) é um órgão multiministerial do qual participam o governo, a sociedade civil e a ônu, por meio do áquinur.

PROTEGENDO refugiados no Brasil e no Mundo. áquinur, 2018. página 18-19. Disponível em: https://oeds.link/m5Ljxk. Acesso em: 28 março. 2022.

Migrações por desastres naturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Desastres ou condições naturais severas, como furacões, tufões, terremotos, alagamentos e secas prolongadas, também geram fluxos migratórios, pois acabam obrigando muitas pessoas a mudar de sua região, às vezes até mesmo para outro país. As enchentes provocadas pelas monções na Ásia, por exemplo, obrigam milhões de pessoas a se mudar todos os anos.

Em consequência das mudanças climáticas, essa situação deve se agravar, pois, além das alterações na dinâmica das chuvas, por exemplo, o nível do mar tende a subir e obrigar millhões de pessoas a se mudar de áreas costeiras.

Brasileiros no mundo

Se até o início do século vinte o Brasil foi um grande receptor de imigrantes, hoje, destaca-se a emigração de brasileiros em direção a países mais desenvolvidos.

Um fluxo que teve muito destaque nas décadas de 1980 e 1990 foi o de descendentes de japoneses para o Japão. Eles foram trabalhar principalmente em fábricas em busca de melhores salários por causa das crises econômicas pelas quais o Brasil passava. Esses imigrantes ficaram conhecidos como decasséguis.

Atualmente, os brasileiros estão espalhados por todos os continentes. Em 2020, viviam ..1775000 brasileiros nos Estados Unidos, .276200 em Portugal, .240000 no Paraguai, .220000 no Reino Unido e .211138 no Japão.

Observe o mapa a seguir, que mostra a quantidade de brasileiros vivendo em outras regiões ou continentes em 2020.

PLANISFÉRIO: OS BRASILEIROS RESIDENTES NO EXTERIOR (2020)

Mapa. Planisfério: os brasileiros residentes no exterior, 2020. 
Planisfério mostrando a quantidade de brasileiros residindo em outras regiões ou continentes em 2020.
América do Norte: 1.941.950 brasileiros. 
América do Sul: 589.737 brasileiros. 
América Central e Caribe: 9.681 brasileiros. 
Europa: 1.300.525 brasileiros. 
África: 26.506 brasileiros. 
Oriente Médio: 56.264 brasileiros. 
Ásia: 227.864 brasileiros. 
Oceania: 63.273 brasileiros. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.440 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Comunidade brasileira no exterior: estimativas referentes ao ano de 2020. Brasília, Distrito Federal: ême érre ê, junho. 2021. Disponível em: https://oeds.link/FaM08l. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Explore as possíveis causas envolvidas na dispersão de habitantes de determinada localidade. Peça aos estudantes que relatem as causas que eles julgam as mais importantes e registre cada exemplo na lousa, compondo uma lista. Na sequência, oriente-os a identificar os exemplos que correspondem a fenômenos naturais. Conduza uma análise coletiva sobre os impactos que esses eventos podem provocar na vida da população atingida, se possível comparando a intensidade dos problemas que podem ser gerados em regiões bem estruturadas, com elevado nível de desenvolvimento, e em regiões empobrecidas. Em geral, os danos provocados por desastres naturais são graves em regiões onde predominam habitantes de baixa renda. A precariedade das condições de moradia e a falta de respaldo governamental são fatores que tendem a potencializar o poder destrutivo dos desastres naturais.

Em relação à emigração de brasileiros, promova o reconhecimento dos principais países de destino e, a partir disso, problematize as motivações mais importantes de repulsão dos brasileiros que decidem deixar de viver no Brasil e os atrativos mais relevantes nos países de destino dessas pessoas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um, ê éfe zero oito gê ê zero dois, ê éfe zero oito gê ê zero quatro e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Comunidades imigrantes nos locais de destino

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

São muitos os imigrantes que enfrentam situações de grande vulnerabilidade social, em decorrência das dificuldades de adaptação ao local de destino. Entre os principais obstáculos, podem-se destacar a incorporação de hábitos e costumes de uma nova cultura, o aprendizado de uma nova língua, a necessidade de enfrentar os processos burocráticos para conquistar determinados direitos etcétera.

Para enfrentar as dificuldades, é muito comum que os imigrantes se integrem em comunidades formadas por pessoas da mesma nacionalidade como uma estratégia para trocar experiências, proporcionar ajuda mútua e manter vivos os aspectos culturais do local de origem.

Fotografia. Em uma rua, em primeiro plano, portal tradicional japonês na cor vermelha de um lado a outro da rua. Diversas pessoas caminhamnas calçadas e pela rua. Nas calçadas, em ambos os lados, há postes vermelhos com lâmpadas tradicionais japonesas e placas de sinalização de trânsito. Em segundo plano, diversos prédios.
O bairro da Liberdade, em São Paulo, São Paulo, abriga tradicionalmente uma grande comunidade japonesa que imigrou para o Brasil durante o fim do século dezenove e o início do vinte. Fotografia de 2021.

Cidades que receberam intensos fluxos migratórios de outras nacionalidades, como Nova iórque, São Paulo e Buenos Aires, possuem comunidades ou até mesmo bairros, com características culturais, como arquitetura e restaurantes típicos, bastante perceptíveis na paisagem.

Nos últimos anos, com o aumento dos fluxos de refugiados de determinadas regiões do mundo, como do continente africano e do Oriente Médio, as cidades que estão recebendo parcelas significativas dessa população vêm se transformando e se estabelecendo como novos centros multiculturais.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

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Pergunte aos estudantes se eles conhecem alguém ou têm algum familiar que emigrou para outro país, em busca de melhores condições de vida ou de um emprego para juntar dinheiro e enviar à família. Caso haja algum exemplo, confira se o estudante sabe um pouco da rotina dessa pessoa em outro país, dos desafios e dificuldades que enfrenta, das diferenças culturais etcétera.

Se for possível, convide para uma entrevista em sala de aula uma pessoa brasileira que tenha passado pela experiência de viver em outro país. Liste com os estudantes algumas perguntas que eles gostariam de fazer, montando um pequeno roteiro que os auxilie a exercitar a entrevista como prática de pesquisa.

Observação

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Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestões para o professor:

GAIJIN – Caminhos da liberdade. Direção: Tizuka Yamasaki. Brasil, 1980. Duração: 105 minutos.

Filme sobre a imigração japonesa para o Brasil no início do século vinte, retratando o preconceito e as injustiças sofridos pelos imigrantes em sua busca por melhores condições de vida.

GAIJIN – Ama-me como sou. Direção: Tizuka Yamasaki. Brasil, 2005. Duração: 131 minutos.

Continuação do primeiro Gaijin, que mostra como a família que veio para o Brasil no início do século vinte acabou ficando no país. O empreendimento comercial da neta da família, já adulta e casada na década de 1990, vai à falência devido ao confisco do governo Collor. Seu marido, então, vê-se obrigado a ir para o Japão trabalhar e juntar dinheiro para a família.

Atividade complementar

Caso a escola esteja localizada em um município com influências de grupos imigrantes, organize um trabalho de campo a um bairro, uma feira, um evento ou um local onde existam homenagens a esses grupos, como um memorial ou museu.

No trabalho de campo, organizados em duplas, os estudantes deverão exercitar a observação, a tomada de notas e a construção de relatórios como práticas de pesquisa. Oriente-os a fotografar ou desenhar croquis, representando elementos que caracterizam o grupo migrante.

Se for uma feira ou um evento, chame a atenção para os trajes das pessoas e para os alimentos e seu preparo, se houver.

Além de imagens, eles devem anotar em uma folha de papel avulsa ou no caderno suas impressões e descrições.

Ao final, já em sala de aula, cada dupla deverá expor à turma o que observou e registrou no trabalho de campo.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Observe o gráfico e responda às questões.

AS DEZ LÍNGUAS MAIS FALADAS NA INTERNET, EM MILHÕES DE USUÁRIOS (2020)

Gráfico. As dez línguas mais faladas na internet, em milhões de usuários,
2020.
Gráfico de barras cujo eixo vertical indica as línguas mais faladas. No eixo horizontal, a quantidade de falantes, em milhões de usuários.
Inglês: 1.531.179.460 usuários. 
Mandarim: 1.477.137.209 usuários. 
Espanhol: 516.655.099 usuários. 
Árabe: 447.572.891 usuários. 
Português: 290.939.425 usuários. 
Malaio: 306.327.093 usuários. 
Francês: 431.503.032 usuários. 
Japonês: 126.476.461 usuários. 
Russo: 145.934.462 usuários. 
Alemão: 98.654.451 usuários. 
Outras: 2.522.890.578 usuários.
Elaborado com base em dados obtidos em: INTERNET Word Stats. Internet World Users By Language. Disponível em: https://oeds.link/2PzsBU. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. O mandarim é a língua mais falada do mundo. Porém, na internet, predominava o inglês em 2020. Por que isso ocorria?
  2. Por que línguas como o japonês e o alemão estão entre as mais faladas se Japão e Alemanha não estãos entre os países populosos?
  1. O município em que você vive se caracteriza como origem de fluxos migratórios em direção a outras localidades? Faça uma pesquisa com seus familiares e amigos, procurando informações em sites oficiais para indicar os fluxos migratórios que partem desse município.
  2. Os gráficos aqui apresentados mostram os principais países de emigração em dois momentos históricos diferentes.

PRINCIPAIS PAÍSES DE EMIGRAÇÃO (1846-1924)

Gráfico. Principais países de emigração, de 1846 a 1924. 
Gráfico de barras mostrando os principais países de emigração e a quantidade de população do país de saída, no período de 1846 a 1924.
No eixo vertical, os países. No eixo horizontal, a população do país de saída (em porcentagem). 
Ilhas Britânicas: 40,9%. 
Noruega: 35,9%. 
Portugal: 30,1%. 
Itália: 29,2%. 
Espanha: 23,2%. 
Suécia: 22,3%. 
Áustria-Hungria: 10,4%. 
Alemanha: 8%. 
Rússia: 2%. 
França: 1,3%.

PRINCIPAIS PAÍSES DE EMIGRAÇÃO (2004)

Gráfico. Principais países de emigração, 2004. 
Gráfico de barras mostrando os principais países de emigração e a quantidade de população do país de saída, em 2004.
No eixo vertical, os países; no eixo horizontal, o percentual da população do país de saída. 
Cazaquistão: 23,7%. 
Ucrânia: 12,5%. 
México: 9,5%. 
Rússia: 8,4%. 
Reino Unido: 7%. 
Bangladesh: 4,9%. 
Alemanha: 4,9%. 
Paquistão: 2,2%. 
Índia: 0,8%. 
China: 0,4%.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: SCIENCESPO. Atelier de Cartographie. Principaux pays d'émigration, fin XIXe-début XXIe siècle. Disponível em: https://oeds.link/YL4vvk. Acesso em: 27 abril. 2022.
  1. De qual continente a maioria dos migrantes provinha entre 1846 e 1924? E em 2004?
  2. Explique por que ocorreu essa mudança de origem dos emigrantes.
  3. No município em que você vive, há descendentes de grupos europeus que vieram ao Brasil no fim do século dezenove e no início do vinte? De quais países eles eram? Você tem familiares descendentes de imigrantes europeus?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais.
  • Diversidade e dinâmica da população mundial e local.
  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero um (atividades 2 e 3)
  • ê éfe zero oito gê ê zero dois (atividades 2 e 3)
  • ê éfe zero oito gê ê zero quatro (atividade 3)
  • ê éfe zero oito gê ê zero sete (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê um nove (atividades 1 e 3)

Respostas

    1. Porque atualmente o inglês é a língua mais influente do mundo e isso se reflete na internet.
    2. Porque Japão e Alemanha são países com altos níveis de desenvolvimento e boa infraestrutura, proporcionando à sua população condições para pagar pelo acesso à internet. Além disso, são países que têm influência no cenário mundial, principalmente no aspecto econômico.
  1. Resposta pessoal. Oriente os estudantes a refletir sobre o contexto econômico, social e político em que esses fluxos migratórios se inserem. Incentive-os a pesquisar em sites do í bê gê É ou da prefeitura do município em que vivem e em artigos científicos ou estudos acadêmicos.
    1. Entre 1846 e 1924, a maioria dos migrantes saía da Europa. Em 2004, o perfil já estava variado, com muitos saindo principalmente da Ásia e da Europa.
    2. No fim do século dezenove e no início do vinte, muitas pessoas emigraram para o continente americano, fugindo dos conflitos e das condições de vida que tinham no continente europeu. Já o segundo gráfico mostra uma mudança de perfil dos países emigrantes no início do século vinte e um, muito mais variada, com países de diferentes continentes.
    3. Resposta pessoal. Esta questão busca aproximar a realidade do estudante e do município no qual ele vive das correntes migratórias que se destacaram no fim do século dezenove e no início do vinte. Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram ao Brasil nessa época, influenciando a colonização e a formação do povo brasileiro.

CAPÍTULO 5  Diferentes fórmas de regionalização

Chamamos de região uma porção de território que apresenta características semelhantes, de acordo com determinados critérios e classificações. Para estudar o mundo do ponto de vista físico, por exemplo, é feita uma regionalização, ou seja, uma divisão do território com base em elementos como solo, relevo e vegetação. Já para estudar as sociedades e os povos, podemos classificá-los com base em países ou Estados, religiões, línguas, etnias, culturas, desenvolvimento, entre muitos outros aspectos.

A regionalização pode ser feita com base em critérios naturais (clima, hidrografia, vegetação), econômicos (produção industrial ou agrícola, renda per cápita, uso de tecnologia), políticos (regimes de governo), sociais (taxas de mortalidade e de fecundidade, í dê agá) e culturais (religiões, etnias), entre outros.

Por meio das regionalizações, podemos estudar um conjunto de países comparando diferenças e semelhanças e analisando aspectos gerais e particulares.

PLANISFÉRIO: DIVISÃO EM SEIS CONTINENTES

Mapa. Planisfério: divisão em seis continentes.
Planisfério mostrando os continentes. Cada continente aparece com uma cor diferente.
África: na região central do planisfério. 
América: na região esquerda do planisfério. 
Antártida: na região inferior extrema do planisfério. 
Ásia: na região direita do planisfério. 
Europa: na região central e superior do planisfério. 
Oceania: na região inferior direita do planisfério. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 2.440 quilômetros.
Uma das fórmas de regionalização mais conhecidas é o agrupamento dos países em continentes. O principal critério é a extensão contínua das grandes porções de terras emersas. No entanto, aspectos de caráter histórico, cultural e social também são considerados em sua formulação. Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 34.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Verifique se os estudantes têm dúvidas sobre o que é regionalização e quais são os critérios que podem ser usados para se fazer uma.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero cinco: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero sete: Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê zero oito: Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero nove: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

ê éfe zero oito gê ê um cinco: Analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Grandes áreas geoculturais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Outra possibilidade de regionalização do espaço mundial é pelo agrupamento de países por conta de suas características culturais e históricas. Assim, as regiões são formadas com base em aspectos como etnias, línguas, religiões, tradições, hábitos alimentares, costumes, economia etcétera., comuns a uma sociedade ou a um grupo de países.

O geógrafo íve lacóste divide o espaço mundial nas seguintes grandes áreas geoculturais, que podem ser observadas no mapa a seguir:

  • América do Norte: Canadá e Estados Unidos.
  • América Latina: México, países da América Central, do Caribe e da América do Sul.
  • Europa: todos os países da porção ocidental e parte dos países orientais desse continente.
  • Mundo islâmico: Norte da África, Oriente Médio e alguns países da Ásia Central onde predomina a religião islâmica.
  • Mundo africano: África Subsaariana.
  • Mundo indiano: Índia, Paquistão, Bangladesh e Síri Lanca.
  • Russos ortodoxos: Rússia, Ucrânia e Belarus, onde predomina a religião cristã ortodoxa.
  • Extremo Oriente: China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Mongólia.
  • Ásia de Sudeste: ilhas e países como Indonésia, Tailândia, Vietnã, Camboja e Laos.
  • Austrália e Oceania: Austrália, Nova Zelândia e as diversas ilhas e arquipélagos do entorno.

PLANISFÉRIO: GRANDES ÁREAS GEOCULTURAIS

Mapa. Planisfério: grandes áreas geoculturais. 
Planisfério mostrando as grandes áreas geoculturais, delimitadas por uma linha vermelha.
Área geocultural América do Norte: Estados Unidos e Canadá. 
Área geocultural América Latina: México, países da América Central e América do Sul. 
Área geocultural Mundo Africano: países africanos; exceto os do norte do continente.  
Área geocultural Mundo Islâmico: países do norte da África. 
Área geocultural Europa: países europeus. 
Área geocultural Russos Ortodoxos: Rússia, Ucrânia, Belarus, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão.  
Área geocultural Extremo Oriente: Mongólia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Taiwan.
Área geocultural Mundo Indiano: Índia, Paquistão, Nepal, Banglaesh, Butão
Área geocultural Ásia de Sudeste: países do Sudeste Asiático.
Área geocultural Austrália e Oceania: países da Oceania. 
Àbaixo, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.415 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. 5. 9.
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

Esta página oferece elementos para trabalhar o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Texto complementar

O geógrafo íve lacóste ficou conhecido por suas obras sobre o subdesenvolvimento e, principalmente, por seu livro A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Lançado na França na década de 1970, é considerado uma das obras pioneiras da Geografia crítica. No Brasil, foi publicado em 1988, com prefácio do geógrafo José Uilian Vesentini, e está em sua 19ª edição. A seguir, apresenta-se brevemente um pouco mais sobre esse importante geógrafo francês.

Nos anos 1950 e 1960, íve lacóste preocupa-se com as questões do subdesenvolvimento e da colonização em grande parte por ser, também ele, um herdeiro do Terceiro Mundo. Filho de um geólogo francês responsável pela exploração de petróleo no Marrocos, na época uma colônia francesa, Lacoste nasceu em Fez em 1929, onde passou a sua infância e adolescência reticências. Criado, portanto, em uma sociedade colonial, dentro dos quadros intelectuais e bem pagos do país, o autor aproximou-se das questões e problemas concernentes ao Terceiro Mundo reticências.

A questão colonial é, portanto, um tema emocionalmente próximo a Lacoste que transformou-se, ao longo de sua formação intelectual, em um objeto de pesquisa e investigação científica. O autor cursou Geografia no Instituto de Geografia da Sorbonne, em Paris, e fez um mestrado sobre a geomorfologia do Marrocos, inspirado no trabalho do seu pai geólogo, Jean Lacoste. reticências

Devido às suas manifestações anticoloniais, Lacoste foi obrigado a voltar à França em 1955, durante a guerra de independência da Argélia, e tornou-se assistente de Pierre George na área de Geografia Humana do mesmo instituto em que havia se formado reticências.

Dessa fórma, foi a partir da sua história no Magreb e da convivência com Pierre George que o geógrafo iniciou uma carreira de estudos sobre o Terceiro Mundo e o subdesenvolvimento.

VERDI, Elisa Favaro. íve lacóste, a geografia do subdesenvolvimento e a reconstrução da geopolítica. Terra Brasilis, número 9, 2017. Disponível em: https://oeds.link/9WpryB. Acesso em: 6 maio 2022.

Regionalização por critérios ambientais

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os critérios ambientais podem ser utilizados para regionalizar e identificar espacialmente as semelhanças e as desigualdades no uso de recursos naturais, nos impactos ambientais e na vulnerabilidade ambiental de diferentes regiões.

O uso intensivo e indiscriminado dos recursos naturais tem agravado os problemas ambientais do século vinte e um. Entre os principais problemas ambientais da atualidade, destacam-se a ameaça à biodiversidade, a degradação e consequente perda de fertilidade dos solos, a desertificação, o estresse hídrico e o aquecimento global.

Regiões de biodiversidade ameaçada

Em grande parte dos países com maior desenvolvimento, extensas áreas de florestas e de vegetação nativa já foram intensamente devastadas. O elevado consumo de recursos naturais nesses países estimula a busca em outras regiões do mundo.

Como resultado, nos países em desenvolvimento, a exploração de recursos naturais tem colocado em risco áreas com elevada diversidade ambiental.

Podemos utilizar a biodiversidade ameaçada como critério de regionalização. Repare no mapa como muitas dessas áreas se localizam em territórios de países em desenvolvimento e como grandes áreas dos oceanos também estão ameaçadas.

PLANISFÉRIO: BIODIVERSIDADE AMEAÇADA (2016)

Mapa. Planisfério: biodiversidade ameaçada, 2016. 
Planisfério mostrando as áreas com biodiversidade ameaçada, tanto nos continentes quanto nos oceanos.
Áreas com biodiversidade ameaçada no centro e no litoral do Brasil (cerrado e mata atlântica).
Áreas com biodiversidade ameaçada no oeste da América do Sul (chuvas chilenas de inverno; florestas de Valdívia; Tumbes-Chocó-Magdalena; Andes tropicais). Áreas com biodiversidade ameaçada em toda a América Central, parte sul e central do México (Mesoamérica; Florestas de pinheiros-carvalhos de Serra Madre). Áreas com biodiversidade ameaçada na costa oeste dos Estados Unidos (província florística da Califórnia).
Áreas com biodiversidade ameaçada no extremo norte da África, parte de Portugal, Espanha, Itália e Bacia do Mediterrâneo.
Áreas com biodiversidade ameaçada em porções do Oeste da África (Florestas Guineanas da África de Oeste), no sul da África (Karoo Suculento, Região Florística do Cabo, Maputaland-Pondoland-Albany) e leste da África (Chifre da África, Florestas Costeiras da África do Leste, Leste Afromontano).
Áreas com biodiversidade ameaçada em Madagascar (Madagascar e Ilhas do Oceano Índico).
Áreas com biodiversidade ameaçada na região da Turquia e oeste do Irã (Irano-Anatoliano).
Áreas com biodiversidade ameaçada no sul do Oriente Médio.
Áreas com biodiversidade ameaçada na região da Geórgia e Armênia (Cáucaso).
Áreas com biodiversidade ameaçada na Ásia Central (montanhas da Ásia Central), na região do Himalaia, no oeste da China  China (Montanhas do Sudoeste da China) e Sudeste Asiático (Indo Burma, Terras de Sonda, Filipinas). Áreas com biodiversidade ameaçada no Japão. Áreas com biodiversidade ameaçada no oeste da Índia (Gates do Oeste e Siri Lanka).
Áreas com biodiversidade ameaçada no sudoeste da Austrália, Nova Zelândia, Nova Caledônea. Ilhas da melanésia do leste, Polinésia-Micronésia.
Áreas com biodiversidade ameaçada em forma de linhas sobre os oceanos pacífico, atlântico e índico.
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.430 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 23.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Este tópico contempla o tema contemporâneo Educação ambiental.

Acompanhe os estudantes na leitura do mapa “Planisfério: biodiversidade ameaçada (2016)”, orientando-os sobre as principais áreas com biodiversidade ameaçada no planeta.

Promova uma conversa que objetive apresentar os principais elementos ou ações que degradam o meio ambiente, tanto em escala local quanto no espaço global.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê um cinco e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o professor:

BIODIVERSIDADE está ameaçada pela globalização. Jornal da úspi. São Paulo: úspi, 2018. Disponível em: https://oeds.link/wbHB3T Acesso em: 6 maio 2022.

Esse artigo é acompanhado de um podcast que apresenta uma entrevista com uma bióloga especializada em Gestão Ambiental e Recursos Naturais.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

FRANCO, José Luiz de Andrade et al. (Organização.). História ambiental: fronteiras, recursos naturais e conservação da natureza. Rio de Janeiro: garamond, 2012.

Uma obra em que se propõe o trabalho interdisciplinar para a superação das visões dicotômicas e sem contexto histórico no estudo das relações dos seres humanos com o ambiente, considerando que a natureza não é imutável e que as sociedades interagem de fórmas variadas com o ambiente.

Regiões por uso dos recursos hídricos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A água é fundamental para as atividades agrárias e industriais e, sobretudo, para a sobrevivência do ser humano.

A distribuição dos recursos hídricos pela superfície terrestre é irregular. Alguns países têm menor disponibilidade de água do que outros. O aumento do consumo e a contaminação aumentam a vulnerabilidade hídrica de muitos países.

Segundo relatório de 2021 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (fáo), atualmente cêrca de 70% da água disponível para consumo é usada na irrigação. Para suprir o aumento da demanda por água, aumenta-se a captação e muitos rios passam a ser desviados.

Para quantificar a escassez de água de um país, também chamada de estresse hídrico, é utilizada uma taxa determinada pela relação entre o uso, a disponibilidade e a capacidade de reposição de água pelo ambiente. Nos países em condição de estresse hídrico extremamente alto, o uso de recursos hídricos é superior a 80% da disponibilidade anual.

No mapa a seguir, podemos observar a regionalização dos países de acordo com sua vulnerabilidade em relação ao estresse hídrico. Ressalta-se uma grande área de países que apresentam estresse hídrico alto e extremamente alto.

PLANISFÉRIO: ESTRESSE HÍDRICO (2021)

Mapa. Planisfério: estresse hídrico 2021. 
Planisfério mostrando os níveis de estresse hídrico dos países.
Países sem estresse hídrico (abaixo de 25%): Canadá, todos os países da América Central e da América do Sul, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Senegal, Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Camarões, República Cento Africana, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Angola, Namíbia, Botsuana, Moçambique, Madagascar, Somália, Congo, Gabão, França, Reino Unido, Rússia, Suécia, Finlândia, Noruega, Ucrânia, Romênia, Hungria, Vietnã, Camboja, Laos, Mianmar, Malásia, Austrália, Nova Zelândia, Mongólia.
Países com estresse hídrico baixo (25 a 50%): Estados Unidos, México, Etiópia, Quênia, Zimbábue, Espanha, Alemanha, Polônia, Itália, Grécia, Turquia, Iraque, Cazaquistão, China, Japão, Indonésia. 
Países com estresse hídrico médio (50 a 75%):  África do Sul, Índia, Afeganistão, Marrocos, Quirguistão.
Países com Estresse hídrico alto (75 a 100%): Irã, Tunísia, Coreia do Sul. 
Países com estresse hídrico crítico (mais de 100%): Argélia, Líbia, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Jordânia, Síria, Iraque, Iêmen, Emirados Árabes, Catar, Omã, Paquistão, Turcomenistão, Uzbequistão. 
Não Aplicável: Groenlândia, Antártida e Saara Ocidental. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. The State of the World’s Land and Water Resources for Food and Agriculture: Systems at breaking point. Synthesis report. Rome, Italy: fáo, 2021. página. 16. Disponível em: https://oeds.link/et0tjX. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Que regiões do mundo se destacam pela baixa disponibilidade de água para consumo?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta página contempla o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.

Sugere-se a leitura compartilhada do texto complementar a seguir para que os estudantes possam exercitar a análise documental como prática de pesquisa. Durante a leitura, incentive-os a identificar os fatores que contribuem para o estresse hídrico e a estabelecer relações entre eles.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê um cinco e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Texto complementar

O estresse hídrico: fatos e dados

O estresse hídrico, mensurado essencialmente pelo uso da água em função do suprimento disponível, afeta diversas partes do mundo. Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem em países em situação de estresse hídrico reticências. Vários dos principais aquíferos mundiais estão sob estresse hídrico crescente, e 30% dos maiores sistemas de água subterrânea estão se esgotando reticências, sendo a captação de água para irrigação o principal fator de esgotamento das águas subterrâneas em todo o mundo reticências.

Em âmbito global, a capacidade per cápita do armazenamento de água em reservatórios construídos está diminuindo, uma vez que a expansão dos reservatórios naturais não tem sido capaz de acompanhar o crescimento da população, e também porque a capacidade de armazenar água dos atuais reservatórios está se reduzindo, principalmente devido ao assoreamento. reticências Uma avaliação da importância da capacidade de armazenamento para aumentar a segurança hídrica nas quatrocentas maiores bacias hidrográficas do mundo identificou que há risco de escassez de água em várias partes da África, bem como na Austrália, no norte da China, na Espanha, no oeste dos Estados Unidos da América e na Índia reticências. Ocorrem quedas generalizadas do armazenamento total de água e da disponibilidade de água doce associada, as quais podem ser atribuídas principalmente à sobre-exploração intensiva da água subterrânea e à perda crescente da água da superfície causada pela temperatura reticências

RELATÓRIO Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2021: o valor da água; fatos e dados. ônu, 2021. Disponível em: https://oeds.link/MQa4fW. Acesso em: 6 maio 2022.

Resposta

Ler o mapa: O norte da África, o Oriente Médio e a Ásia Central.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Mundo em escalas’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por dois pinos de localização conectados por setas, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde claro com a inscrição ‘Mundo em escalas’ grafada em letras brancas.

Mundo em escalas

Gestão dos recursos hídricos na América Latina

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Meio ambiente’, composto de uma tarja retangular de fundo marrom claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Meio ambiente’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Pode-se afirmar que a América Latina é privilegiada no que se refere à abundância de recursos hídricos, pois em seu território estão presentes algumas das principais bacias hidrográficas do mundo, como as dos rios Amazonas, Orinoco e da Prata, demonstradas no mapa América Latina: principais bacias hidrográficas. Os países dessa região enfrentam muitos desafios relacionados à gestão desse recurso.

AMÉRICA LATINA: PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS

Mapa. América Latina: principais bacias hidrográficas. Mapa da América Latina com destaque para: Bacia hidrográfica do Amazonas, abrangendo parte noroeste do Brasil, quase todo o território do Peru e Bolívia e parte sudeste da Colômbia; Bacia hidrográfica do Prata: abrangendo parte centro-sul do Brasil, todo o território do Paraguai, parte oeste do Uruguai, norte da Argentina e sudeste da Bolívia; Bacia hidrográfica do Orinoco: abrangendo quase todo o território da Venezuela e nordeste da Colômbia.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 40; VILLAR, Pilar C. Governança da água na América Latina. Disponível em: https://oeds.link/WS66AR. Acesso em: 24 março. 2022.

Entre os principais desafios, os países que fazem parte da mesma bacia hidrográfica têm de considerá-la como um sistema físico único e dinâmico, e não de fórma fragmentada, isto é, apenas como parte do território de cada país.

Impactos ambientais, como a contaminação dos rios em determinado ponto, a montante, podem atravessar os limites internacionais e prejudicar as populações de locais a jusante. Leia a reportagem.

Derramamento de óleo ameaça rios na Amazônia

Vazamentos de petróleo em grandes proporções na Amazônia peruana, desde janeiro, disparam um alerta para os impactos negativos aos rios e à população. O óleo atingiu os rios Chiriaco e Morona, no Noroeste do país, prejudicando comunidades ribeirinhas e indígenas.

reticências

“Não importa muito onde a gente tenha um desafio ambiental. Ainda que esse acidente esteja ocorrendo no Peru ele vai afetar o ambiente como um todo”, afirmou [Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (inpa)].

reticências

No final do mês passado, o governo peruano decretou situação de emergência em 16 comunidades amazônicas por causa do vazamento de petróleo nos rios que são fornecedores de água potável.

PAIVA, Bianca. Derramamento de óleo ameaça rios na Amazônia. Agência Brasil, 2 março. 2016. Disponível em: https://oeds.link/5e2iQt. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. Como é possível avaliar a América Latina no que se refere à disponibilidade de água doce?
  2. Na sua opinião, como deve ser realizada a gestão das bacias hidrográficas quando abrangem países diferentes?
  3. De acordo com a reportagem apresentada, como um impacto local no meio ambiente pode se tornar regional ou global?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção contempla o tema contemporâneo Educação ambiental.

O objetivo é analisar a importância dos principais recursos hídricos da América Latina e discutir os desafios relacionados à gestão e à comercialização da água. É importante aproveitar a seção para discutir como os impactos ambientais de ocorrência local se tornam regionais nas bacias hidrográficas.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê um cinco e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Respostas

  1. A América Latina é considerada privilegiada no que se refere à abundância de recursos hídricos, pois nessa região estão algumas das principais bacias hidrográficas do mundo, como as dos rios Amazonas, Orinoco e da Prata, representadas no mapa.
  2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que os países que fazem parte da mesma bacia hidrográfica agem como um sistema físico único e dinâmico. Dessa fórma, a gestão deve ser planejada e realizada de fórma conjunta entre os governos locais para evitar que um país tenha benefícios pautados no prejuízo de outros.
  3. A reportagem retrata um tipo de impacto local, isto é, vazamento de petróleo em grandes proporções na Amazônia peruana. Como as bacias hidrográficas formam um sistema físico único, o óleo derramado deverá atingir outras áreas devido à movimentação das águas. Desse modo, prejudicará a fauna, a flora e a população que vive e depende do abastecimento dessas águas em outros países. No caso da reportagem, o impacto no Peru (a montante) poderá atingir, por exemplo, o Brasil (a jusante).

Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos

Levando em consideração critérios econômicos e o grau de influência das nações no sistema econômico mundial, foi possível regionalizar o mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.

De acordo com essa classificação, passaram a ser considerados desenvolvidos os países com grande acumulação de riquezas, elevado padrão de vida, domínio tecnológico e significativa influência na economia mundial. Já o grupo dos subdesenvolvidos englobou os países mais atrasados economicamente, dependentes de tecnologia estrangeira e com elevados níveis de pobreza.

Essa classificação atualmente é criticada por se entender que a denominação países subdesenvolvidos traria embutida a noção de que esses países conseguiriam superar o estágio de subdesenvolvimento e atingir o nível econômico dos países considerados modelo. Por isso, surgiram novas propostas para classificar o nível de desenvolvimento dos países com base em critérios mais diversificados.

PLANISFÉRIO: PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS (1950)

Mapa. Planisfério: países desenvolvidos e subdesenvolvidos, 1950. 
Planisférios mostrando os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
Países desenvolvidos: países da América do Norte (Estados Unidos e Canadá); países da Europa; Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Japão, Austrália, Nova Zelândia. 
Países subdesenvolvidos: México, países da América Central, países da América do Sul,  países da África, Turquia, países do Oriente Médio, Afeganistão, China, Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal, Butão,   países do Sudeste Asiático, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Papua Nova Guiné. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: kidron, maicou; sigal, rônaldi. Atlas del estado del mundo. Barcelona: Serval, 1982. página 43.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante ressaltar que a regionalização do mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos foi muito utilizada historicamente. Embora os termos desenvolvimento e riqueza, assim como subdesenvolvimento e pobreza, não sejam sinônimos, é comum o primeiro ser associado aos países considerados ricos, ou do Norte global, e o segundo aos países pobres, ou do Sul global.

Pergunte aos estudantes se já ouviram essas expressões antes para se referir aos países, incluindo o Brasil, considerado subdesenvolvido. A regionalização Norte e Sul será apresentada posteriormente, ainda neste Capítulo.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo

Após a Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, o mundo se encontrava bipolarizado entre os Estados Unidos, capitalista, e a União Soviética, socialista. A rivalidade entre os países capitalistas e socialistas baseava-se, em grande parte, no desenvolvimento de suas economias e de seus modelos de produção, o que impulsionou as corridas armamentista e espacial.

Nesse contexto de Guerra Fria, o demógrafo francês álfred sôví utilizou o termo Terceiro Mundo, em artigo escrito em 1952, para se referir aos países economicamente mais frágeis e com pouca influência política nas decisões mundiais. Com base nesse conceito, teve origem uma nova regionalização do mundo, que classificou os países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo.

O Primeiro Mundo correspondia aos países capitalistas desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, países da Europa Ocidental e Japão. O Segundo Mundo era formado pelos países socialistas, como União Soviética, China, Cuba e países do Leste Europeu. E o Terceiro Mundo, pelos países capitalistas subdesenvolvidos.

Fotografia. Interior de uma loja de departamentos com três andares, escadas rolantes, balcões com produtos no andar térreo, diversos manequins com roupas.
A população dos países classificados como de Primeiro Mundo apresenta altos níveis de consumo. Na fotografia, o interior de uma loja de departamentos de alto padrão em Reims, França (2021).
Fotografia. Mulher carregando um pequeno menino nas costas, amarrado ao corpo dela com um tecido azul. Ela está subindo um terreno pedregoso. Ao fundo e abaixo, diversas casas precárias e próximas umas das outras.
Entre as características dos países do Terceiro Mundo, estão as más condições de moradia e a baixa renda da população. Na fotografia vista de área com moradias precárias em Lima, Peru (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Pergunte aos estudantes se eles já ouviram algumas destas expressões: Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. Talvez algum deles indique que alguém mais velho, como seus pais ou avós, refira-se a outros países usando essas expressões.

Explique que essa fórma de regionalizar o mundo caiu em desuso depois do fim da Guerra Fria, com a a queda do Muro de Berlim. Com as mudanças que ocorreram no planeta e o alinhamento de muitos países da extinta União Soviética com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, principalmente o grupo que compõe a União Europeia, o Segundo Mundo deixou de existir. Mesmo países que ainda são socialistas, como Cuba e China, não são mais classificados dessa fórma.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero sete, ê éfe zero oito gê ê zero oito e ê éfe zero oito gê ê zero nove.

A dissolução do Segundo Mundo

A partir da segunda metade do século vinte, as expressões Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo se popularizaram e passaram a ser utilizadas nos meios de comunicação e em estudos sobre a desigualdade entre os países.

Entretanto, com a desestruturação da União Soviética, no início da década de 1990, a expressão Segundo Mundo tornou-se obsoleta. Muitos países socialistas passaram a adotar o capitalismo como sistema econômico. A maior parte desses países passou a apresentar, após a dissolução da União Soviética, níveis de desenvolvimento econômico e social comparáveis aos dos países do Primeiro Mundo. A Hungria é um exemplo.

Fotografia. No primeiro plano, telhados de casas. No segundo plano, um rio. No terceiro plano, edifícios de arquitetura clássica com várias torres e uma abóboda; no entorno, outras construções. Ao fundo, céu azul.
Até o fim da década de 1980, a Hungria, sob influência política e econômica da União Soviética, fazia parte do Segundo Mundo. Na fotografia, vista da cidade de Budapeste (2021).

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

A Conferência de bandúngui

Em 1955, o termo Terceiro Mundo foi oficialmente adotado durante a Conferência de bandúngui, realizada na Indonésia. Nesse encontro, reuniram-se 29 países asiáticos e africanos subdesenvolvidos, muitos deles herdeiros de um passado de dominação colonial. Em plena Guerra Fria, esses países buscavam afirmar sua soberania política diante das potências mundiais, rejeitando o racismo e o colonialismo e colocando-se como não alinhados aos Estados Unidos ou à União Soviética.

Qual foi a importância da Conferência de bandúngui na formulação de uma regionalização dividida em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo?

Fotografia. Em preto e branco. Um homem vestindo roupa clara está à direita, em pé, atrás de um púlpito com microfones. Ao lado dele, um homem de pé. À esquerda, três pessoas entadas atrás de uma bancada. Atrás delas, diversas pessoas sentadas em uma longo bancada. Ao fundo, diversos mastros com bandeiras.
Fotografia da Conferência de bandúngui, Indonésia, em 1955. Ao fundo, bandeiras de países participantes.
Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero sete.

Texto complementar

“Terceiro mundo”: expressão que parece estar fóra do baralho. E no entanto, numa época não tão distante, tinha sucesso. reticências

A expressão é de álfred sôví. O demógrafo francês empregou-a, pela primeira vez, no início dos anos 50 reticências. Rapidamente foi adotada pelo discurso intelectual mundial. reticências

Porém, mal a paz se instalara e surgia a guerra fria. As relações entre os Estados iriam se articular em torno desses principais protagonistas, os Estados Unidos e a União Soviética. reticências

Daí a importância da invenção do conceito de Terceiro Mundo. Seu mérito foi o de lembrar a existência de uma imensa zona do planeta para a qual a questão primordial não era a do alinhamento em um ou outro campo, mas qual seria a atitude dos Estados Unidos e da União Soviética em relação a ela. Em 1945, a metade da Ásia, a quase totalidade da África, bem como o Caribe e a Oceania permaneciam colônias reticências. Para esse vasto mundo tutelado, onde a pobreza ultrapassava – e muito – a dos países “industrializados”, a prioridade era dirigida à “libertação nacional”. reticências

O movimento terceiro-mundista, autônomo, iria de vento em popa ao longo dos anos 60. Os países afro-asiáticos estreitavam laços com a América Latina sob o rótulo de países “não alinhados”, ou da Tricontinental, após o êxito da revolução cubana de Fidel Castro. Longe de condená-los, os protagonistas da guerra fria os cortejavam ativamente, a partir de então. E com motivos para fazê-lo: desde 1960, ano das independências africanas, as nações do Terceiro Mundo dispunham, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma maioria que lhes permitia impor uma série de declarações legitimando aspirações anticoloniais. Foi assim que fizeram dos anos 70 a década do desenvolvimento. reticências

valertáin, Immanuel. O que era mesmo o Terceiro Mundo? Le Monde Diplomatique Brasil, 1º agosto. 2000. Disponível em: https://oeds.link/LlxA81. Acesso em: 6 maio 2022.

Resposta

A Conferência de bandúngui foi fundamental para que houvesse uma divisão em três “mundos”. Não apenas o Primeiro e o Segundo Mundo passaram a ser representados, mas também eram importantes os países do Terceiro Mundo, que iniciavam a movimentação política dos países não alinhados.

Países do Norte e países do Sul

Com o fim da Guerra Fria e da bipolarização entre Estados Unidos e União Soviética, as contradições econômicas e sociais entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos tornaram-se mais evidentes, acirrando a relação entre eles.

Nesse novo cenário internacional, criou-se outra regionalização para o mundo. De acordo com o nível de desenvolvimento, as nações foram classificadas em países do Norte e países do Sul.

Essa classificação foi criada considerando o fato de que o hemisfério norte concentra a maior parte dos países que até então faziam parte do Primeiro e do Segundo Mundo, enquanto o hemisfério sul abriga a maioria dos países do Terceiro Mundo, considerados subdesenvolvidos.

Essa regionalização não utiliza a linha do Equador como divisória entre Norte e Sul. A Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, situadas no hemisfério sul, foram agregadas ao Norte em função da similaridade de suas condições de vida e de desenvolvimento econômico às das nações desenvolvidas.

Por outro lado, no hemisfério norte há vários países considerados pobres ou subdesenvolvidos, principalmente na Ásia. Por esses motivos, a divisão do mundo em países do Norte e países do Sul caiu em desuso.

A regionalização do mundo em Norte-Sul gera imprecisões na classificação dos países, pois há muitas diferenças econômicas e sociais entre eles. Atualmente, países ex-socialistas, como o Cazaquistão, o Turcomenistão, o Quirguistão, o Tadjiquistão e o Uzbequistão, apresentam problemas sociais comparáveis aos dos países do Sul.

PLANISFÉRIO: PAÍSES DO NORTE E PAÍSES DO SUL

Mapa. Planisfério: países do Norte e países do Sul.  
Planisfério com uma linha roxa delimitando os países do Norte e os países do Sul.
Países do Norte: Estados Unidos, Canadá, todo os países da Europa, Rússia, Cazaquistão, Turcomenistão, Uzbequsitão, 
Quirguistão, Tadjiquistão,  Azerbaijão, Geórgia, Armênia, Japão, Austrália, Nova Zelândia. 
Países do Sul: México, todos os países da América Central e da América do Sul, todos os países da África, todos os países do Oriente Médio, Turquia,   Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Mongólia, países do Sudeste Asiático,  Papua Nova Guiné. 
Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e escala de 0 a 2.420 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Geografia em mapas: países do Sul. segunda edição São Paulo: Moderna, 2005. página. 3.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Embora a divisão do mundo em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos considere indicadores sociais em seus critérios, há outra proposta que prioriza a pobreza e a riqueza como diferenças fundamentais entre os países e relaciona esse dado à localização geográfica, estabelecendo, assim, dois grupos: países do Norte e países do Sul (sem considerar a linha do Equador).

A controvérsia está exatamente na localização geográfica, porque a linha Norte-Sul se situa quase inteiramente ao norte do Trópico de Câncer; portanto, a maioria dos países chamados “do Norte” está na Zona Temperada, e muitos países do Hemisfério Norte ficam agrupados sob a denominação “países do Sul”. Há, também, o oposto: Austrália e Nova Zelândia localizam-se ao sul do Trópico de Capricórnio, mas integram os “países do Norte”. Essas questões acabaram levando ao desuso a regionalização do mundo em Norte e Sul.

Observação

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Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

O auxílio dos Sistemas de Informações Geográficas (sig) na regionalização

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Ciência e Tecnologia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde claro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Ciência e Tecnologia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Os Sistemas de Informações Geográficas (sig) são um conjunto de ferramentas, como softwares, hardwares, bancos de dados, equipamentos e demais recursos tecnológicos, que atuam de fórma integrada para produzir, armazenar, processar e representar informações sobre o espaço geográfico.

Os produtos finais desses recursos são mapas temáticos, imagens de satélites, cartas topográficas, gráficos, quadros e tabelas que podem ser utilizados, por exemplo, para geolocalização ou como ferramentas de análise de órgãos públicos ou instituições responsáveis pelo planejamento territorial.

Os sig são capazes de processar um número grande de informações e possibilitam construir diferentes fórmas de regionalização do espaço geográfico. Ao fazer o cruzamento entre dados selecionados e os limites territoriais de cada país, é possível, por exemplo, construir anamorfoses geográficas, como no mapa a seguir.

Dessa maneira, é possível exacerbar e diminuir o tamanho dos países e das regiões com o intuito de visualizar mais facilmente a distribuição espacial de informações sobre a situação da população em diferentes partes do mundo em relação a determinado fenômeno.

Observe atentamente o mapa e, em seguida, responda às questões.

PLANISFÉRIO EM ANAMORFOSE: TAMANHO DA RIQUEZA ECONÔMICA DOS PAÍSES (2016)

Mapa. Planisfério em anamorfose: tamanho da riqueza econômica dos países,  2016. 
Estados Unidos e China apresentam as maiores dimensões, seguidos de Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Espanha.
Países da América Central, da América do Sul e alguns países da Ásia apresentam dimensões reduzidas.
Os países da África apresentam as menores dimensões.
PIB dos países.
PIB até 500 bilhões de dólares: países da América Central, Chile, Uruguai, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela;  todos os países do continente africano, Portugal, Bélgica, Irlanda, Paquistão, Afeganistão, Malásia, Vietnã, Camboja. 
PIB de 500,01 bilhões a 1 trilhão de dólares: Suíça, Arábia Saudita, Turquia, Países Baixos, Suécia, Argentina, Indonésia. 
PIB de 1,001 trilhão a 5 trilhões de dólares: Brasil, México, Canadá, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Índia, Rússia, Coreia do Sul, Japão, Austrália. 
PIB de 5,001 a 18,6 trilhões de dólares: Estados Unidos e China.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION. National Accounts: Analysis of Main Aggregates Database. New York, NY: UNSD, dezembro 2021. Disponível em: https://oeds.link/p5hwsV. Acesso em: 24 março. 2022.
  1. Além de apresentar o contorno de fórma distorcida, em função do tamanho da riqueza econômica de cada país, qual é a outra variável visual utilizada na anamorfose?
  2. Quais regiões do mundo apresentam os menores níveis de riqueza? Quais fatores influenciam a distribuição espacial desses dados apresentados?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O tema contemporâneo Ciência e tecnologia pode ser trabalhado com base nos elementos apresentados nesta seção.

O objetivo da atividade proposta é interpretar anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas mundiais.

Observação

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Respostas

  1. Além da distorção do contorno, de acordo com o tamanho da riqueza de cada país, a anamorfose geográfica utiliza a variável visual cor para representar faixas de variação do Píbi.
  2. De acordo com a anamorfose geográfica, a América Latina, alguns países da Ásia e principalmente o continente africano apresentam baixos níveis de riqueza. No caso da América Latina, ressalta-se, no entanto, que alguns países, como Brasil, México e Argentina, apresentam bom desempenho do Píbi. O histórico de subdesenvolvimento (geralmente relacionado ao passado de colonização), a persistência da dependência externa financeira e tecnológica e balanças comerciais desfavoráveis estão entre os principais fatores que restringem o acesso de muitos países a fatias maiores da riqueza global.

Um mundo multipolar

Com a desestruturação do socialismo e a expansão do capitalismo, as fôrças internacionais, antes representadas pelos Estados Unidos e pela União Soviética, modificaram-se.

Os Estados Unidos se consolidaram como a grande potência mundial. Em um patamar inferior, outros países desenvolvidos, como Japão e Alemanha, passaram a ganhar relevância no cenário internacional amparados na robustez da economia e na capacidade de desenvolvimento tecnológico. Os países da União Europeia atuando em bloco também ocuparam um espaço de protagonismo mundial.

Países emergentes como o Brasil e a Índia também conseguiram ganhar mais fôrça nas relações internacionais e crescer economicamente, sobretudo na primeira e na metade da segunda décadas do século vinte e um. A Rússia, que também é um país emergente, destaca-se ainda pela capacidade bélico-militar.

Já a China despontou nas últimas décadas como o maior competidor dos Estados Unidos em termos econômicos. Em 2010, a China tornou-se a segunda maior economia do planeta e desde então vem diminuindo a distância para os Estados Unidos em relação ao tamanho do Píbi.

Fotografia. Vista aérea de uma cidade com casas e prédios baixos à esquerda. No centro, há uma rua.  À direita, um parque arborizado e a parte superior de uma edificação tradicional chinesa, retangular com telhados triangulares em tons de vermelho e marrom. Ao fundo, há casas e prédios altos.
Impulsionada pelo grande crescimento econômico nas últimas décadas, a China tornou-se um dos países de maior influência no mundo. Na fotografia (2020), é possível notar a presença de prédios modernos contrastando com edificações tradicionais na cidade de urran, uma das mais antigas do país.

Para classificar um país com base em critérios econômicos e sociais, devemos analisar um conjunto de indicadores, como a renda percápita, os índices de violência, o desemprego, a dependência econômica e tecnológica, e a parcela da população que tem acesso minimamente satisfatório a moradia, educação, nutrição e saúde.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O texto a seguir indica como surgiu a teoria do mundo multipolar.

reticências Nascida no começo da década de 90 dos escombros do velho mundo, foi defendida principalmente pelo ex-secretário de Estado norte-americano, ênri quíssinger , como alternativa ao sistema bipolar, caído em desuso. No entanto, os Estados Unidos logo se deram conta de que essa teoria representava uma faca de dois gumes. Por isso, prontamente a abandonaram, tanto na prática como na teoria, preferindo ações enérgicas que visavam consolidar o mundo unipolar reticências.

Os adversários da hegemonia norte-americana afirmam que, para chegar ao seu objetivo (praticamente alcançado) de dominação mundial, os Estados Unidos lançam mão de um vasto arsenal de meios: fragmentação dos grandes Estados; apoio, com esse fim, às minorias étnicas “discriminadas” de religião muçulmana; recurso à ideologia dos “direitos humanos”, inclusive o direito de autorregulamentação nacional, para justificar guerras e intervenções “humanitárias”. reticências

Diante dessa realidade, a teoria de um mundo multipolar encontrou, em muitos países do mundo, adeptos incomodados por esse comportamento dos Estados Unidos – especialmente as elites políticas da China, França, Índia e Rússia. Esses países avaliam que a adoção de certos aspectos de “multipolaridade” lhes permitiria melhor defender seus interesses nacionais. reticências

PAVLOV, Oleg. A teoria do “mundo multipolar”. Le Monde Diplomatique Brasil, 1º setembro. 2000. Disponível em: https://oeds.link/zxTVAu. Acesso em: 28 março. 2022.

Observação

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Países ricos e países pobres

Os processos de industrialização e desenvolvimento econômico que marcaram o século vinte levaram a uma fórma de regionalização em que os países passaram a ser classificados como ricos ou pobres.

Semelhante à regionalização bipolar que divide os países entre Norte e Sul, os países ricos são considerados centrais no âmbito das decisões econômicas mundiais, concentram grande parte da riqueza mundial, são avançados tecnologicamente e suas populações apresentam índices mais elevados de condições de vida.

Por sua vez, os países pobres são considerados periféricos, dependentes economica e tecnologicamente, instáveis no aspecto político, além de apresentar grande parte da população submetida a condições de vida precárias.

Tal como outras regionalizações do mundo, essa divisão é criticada por ser simplista e generalista, focada nos graus de riqueza e de pobreza como critério para classificar os países. Desse modo, a regionalização desconsidera desigualdades dentro de cada grupo, pois mesmo entre os países considerados ricos, por exemplo, há muitas diferenças importantes em relação ao nível de desenvolvimento.

Observe no mapa a concentração de pessoas em situação de pobreza por país de acordo com o Índice de Pobreza Multidimensional.

PLANISFÉRIO: POBREZA (2021)

Mapa. Planisfério: pobreza 2021.
Planisfério mostrando o índice de pobreza  multidimensional no mundo. Países com índice abaixo de 0,05: México, Cuba, Suriname, Paraguai, Equador, República Dominicana, Guiana, África do Sul, Líbia, Argélia, Egito, Tunísia,  Jordânia, Síria, Iraque, Ucrânia, Cazaquistão, China, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Siri Lanka, Uzbequistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Geórgia, Armênia.
Países com índice 0,05 a 0,1: Colômbia, Brasil, Marrocos, Mongólia. 
Países com índice 0,1 a 0,2: Peru, Bolívia, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Botsuana, Zimbábue, Índia, Nepal, Bangladesh, Laos, Camboja.
Países com índice 0,2 a 0,3: Namíbia, Quênia, gabão, congo, Paquistão, Papua Nova Guiné, Mianmar, Vietnã. 
Países com índice 0,3 a 0,4: Sudão, Tanzânia, Zâmbia, Nigéria, Camarões, Iêmen, Afeganistão, Mauritânia, Senegal, Costa do Marfim, 
Países com índice 0,4 a 0,5: República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Serra Leoa, Benin. 
Países com índice acima de 0,5: Angola, Moçambique, Guiné, Níger, Chade, Burkina Faso, Sudão do Sul, República Centro-Africana.
Sem dados: Canadá. Estados Unidos, Venezuela, Argentina, países da Europa, Rússia, Arábia Saudita, Turquia, Irã, Turcomenistão, Omã, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Antártida.
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de a 0 2.430 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ALKIRE, S.; KANAGARATNAM, U.; SUPPA, N. (2021). The Global Multidimensional Poverty Index (MPI) 2021, OPHI MPI Methodological Note 51. Oxford, UK: University of Oxford, 2021. Disponível em: https://oeds.link/GPUH3s. Acesso em: 25 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O fenômeno do aumento da desigualdade social vem ocorrendo em todo o planeta, incluindo o continente europeu e, no caso do continente americano, os Estados Unidos principalmente. Isso indica como a divisão entre países ricos e pobres mascara a realidade de muitos países. Ao explorar o mapa com os estudantes, tome alguns países como exemplo para debater essa questão.

Se julgar pertinente, explique que o Índice de Pobreza Multidimensional é um indicador que atribui pontuações de acordo com determinadas privações que a população de um país pode passar em razão da pobreza. Quanto maior a pontuação, maior a pobreza multidimensional.

Observação

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Regionalização por níveis de desenvolvimento

A ônu passou a classificar os países de acordo com seus diferentes níveis de desenvolvimento. Segundo a organização, apenas por conveniência, e não por juízo sobre o estágio alcançado nesse processo, as regiões podem ser denominadas com maior desenvolvimento, em desenvolvimento e menos desenvolvidas.

Países com maior desenvolvimento

As regiões com maior desenvolvimento abrangem grande parte dos países da Europa, o Canadá, os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.

A economia forte e dinâmica dos países com maior desenvolvimento garante a eles alto Produto Interno Bruto (Píbi). Dos dez países com maior Píbi, sete estão entre os considerados com maior desenvolvimento: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

PLANISFÉRIO: Píbi per cápita (2022)

Mapa. Planisfério: PIB per capita, 2022. 
Planisfério mostrando o PIB per capita dos países.
Países com PIB per capita de 25.000 dólares ou mais: Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, República Tcheca, Áustria, Reino Unido, Suécia, Finlândia, Noruega, Itália, Portugal, Catar, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia. 
Países com PIB per capita de 10.000 a 25.000 dólares: México, Argentina, Chile, Uruguai, Arábia Saudita, Omã, Rússia, Cazaquistão, China, Irã, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária.
Países com PIB per capita de 2.500 a 10.000 dólares: Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Equador, Suriname, Líbia, Argélia, Egito, Marrocos, Namíbia, África do Sul, Nigéria, Botsuana, Gabão, Congo, Costa do Marfim, Gana, Turquia, Síria, Ucrânia, Belarus, Mongólia, Vietnã, Indonésia, Tailândia. 
Países com PIB per capita de 500 a 2.500 dólares: Angola, Moçambique, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Camarões, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Quênia, Madagascar, Índia, Iêmen, Bangladesh, Nepal, Uzbequistão, Quirguistão, Venezuela, Camboja. 
Países com PIB per capita de Menos de 500 dólares: Sudão do Sul e Somália. 
Sem dados: Antártida, Groenlândia, Etiópia, Afeganistão, Paquistão, Síria, Saara Ocidental.
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.450 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INTERNATIONAL MONETARY FUND. Real GDP growth: Annual percent change. Washington, DC: IMF, cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/zHQ797. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler os mapas

Compare os mapas Planisfério: países do Norte e países do Sul e Planisfério: Píbi per cápita (2022). A regionalização do mundo em países do Norte e países do Sul reflete a atual distribuição do Píbi per cápita nos países? Justifique.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Apresente aos estudantes a fórma de classificação dos países formulada pela ônu e verifique o que eles pensam sobre essa regionalização. Peça-lhes que comparem essa regionalização com as outras estudadas até este momento do Capítulo. Qual delas pareceu mais pertinente para se realizar uma classificação dos países?

Os países com maior desenvolvimento, além de apresentarem rendimentos maiores que se refletem no Píbi per cápita, têm elevada qualidade de vida, com altos índices de escolaridade, alta expectativa de vida, baixa mortalidade infantil, boa infraestrutura com saneamento básico, bons serviços de saúde etcétera.

O site com dados do Banco Mundial, embora em inglês, pode ser uma ferramenta útil para levantar mais dados que possam ajudar na análise dos países com maior desenvolvimento, em desenvolvimento e menos desenvolvidos. O site disponibiliza mapas, gráficos e tabelas, além de vários dados. Acesse a página https://oeds.link/z98S6T (acesso em: 28 março. 2022). Nela é possível buscar dados por país ou tipo de indicador.

Resposta

Ler os mapas: A regionalização representada no mapa “Planisfério: países do Norte e países do Sul” reflete o aspecto econômico e as condições de vida da população, o que encontra relativa correspondência com a distribuição da riqueza global entre os países. Considerando apenas o Produto Interno Bruto (Píbi), verifica-se que os países do Norte são, de maneira geral, aqueles que apresentaram maiores valores desse indicador.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Qualidade de vida

Nos países com maior desenvolvimento, a qualidade de vida, em geral, é boa, e a maior parte da população tem supridas suas necessidades básicas, como educação, moradia, saneamento básico e assistência à saúde.

Embora a distribuição de renda não seja igualitária, ela não é tão desigual quanto nos países em desenvolvimento ou nos menos desenvolvidos.

Domínio econômico e tecnológico

Os países com maior desenvolvimento sediam a maior parte das empresas transnacionais e efetuam grandes investimentos em pesquisas científicas, o que proporciona o avanço das tecnologias usadas para aprimorar os processos de produção e gerar retorno financeiro.

Cabe destacar que o grupo dos países com maior desenvolvimento não é homogêneo. Alguns deles atingiram um alto nível de desenvolvimento tecnológico, principalmente nas áreas de informática, aeroespacial, nuclear e de biotecnologia. Outros apresentam menor desenvolvimento tecnológico e economia menos expressiva, exercendo menor influência na economia mundial.

Países em desenvolvimento

As regiões em desenvolvimento abrangem os países da África, grande parte da Ásia, a América Latina e as regiões da Oceania formadas pela Micronésia, Melanésia e Polinésia.

Em sua maioria, esses países foram colônias de metrópoles europeias responsáveis pela extração de madeiras e minérios (principalmente ouro, prata e pedras preciosas) e aquisição de produtos agrícolas em condições desvantajosas para a população local. Mesmo após conquistar a independência, a maior parte desses países continuou com o mesmo modelo econômico, ou seja, de abastecimento do mercado internacional com commodities.

As principais características dos países em desenvolvimento são:

  • grande desigualdade social, má distribuição e concentração de renda;
  • dependência econômica, política e tecnológica em relação aos países com maior desenvolvimento;
  • economia primário-exportadora (países pouco industrializados e exportadores de matérias-primas);
  • população empregada, em grande parte, nos setores primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e terciário (comércio e serviços) da economia e no mercado informal;
  • altos índices de analfabetismo, mortalidade infantil e natalidade;
  • baixa expectativa de vida;
  • média de ingestão diária de calorias abaixo do mínimo recomendado;
  • grande parcela de pessoas vivendo em moradias precárias;
  • proliferação de grandes centros urbanos com infraestrutura insuficiente.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O domínio tecnológico se tornou um aspecto crucial no mundo contemporâneo. Os países mais desenvolvidos exportam tecnologia e know-how para vários outros, principalmente para os em desenvolvimento. O investimento na tecnologia tem altos custos e deve ser pensado em longo prazo; portanto, fica basicamente restrito aos países com maior desenvolvimento, que possuem melhores condições econômicas.

Essas questões podem suscitar uma reflexão envolvendo o tema contemporâneo Ciência e tecnologia. Peça aos estudantes que pensem sobre como seria seu dia a dia sem a tecnologia. Explique a eles que muitos de nossos aparelhos atuais, como o computador e o celular, são resultado de anos de estudo e investimento em ciência, tecnologia e pesquisa. Incite-os a pensar sobre a importância desse tipo de investimento e se o Brasil deveria investir mais em pesquisa e educação.

Caso necessário, explique aos estudantes o significado do termo commodity: produto primário comercializado em larga escala no mercado internacional, como o minério de ferro, o petróleo, o café e a soja.

Observação

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Países em desenvolvimento considerados emergentes

Os países emergentes são aqueles que apresentam expressivo crescimento econômico, mas dificuldade para superar desigualdades sociais e para oferecer um padrão de vida elevado à maioria da população.

Esses países se encontram em um patamar socioeconômico mais elevado em relação aos demais países em desenvolvimento e são capazes de atrair investimentos internacionais em razão das vantagens competitivas que oferecem, como mão de obra barata e abundância de matérias-primas, incentivos fiscais e legislação ambiental pouco rigorosa.

China, Turquia, Indonésia, Malásia, Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia são exemplos de países emergentes. Pelo fato de oferecerem recursos naturais e fôrça de trabalho a baixo custo e disporem de grande mercado consumidor, esses países atraíram empresas transnacionais, principalmente a partir das últimas décadas do século vinte, o que lhes garantiu grande desenvolvimento econômico. Entre os países emergentes, as matérias-primas continuaram importantes na pauta de exportações, mas os produtos industrializados passaram a ganhar cada vez mais participação. A China, em especial, tornou-se o país que mais exporta produtos industrializados em volume de produção.

Apesar da industrialização e do significativo crescimento econômico, a maior parte desses países não conseguiu solucionar problemas como o analfabetismo, a mortalidade infantil elevada, a carência de moradias e o pouco acesso ao saneamento básico.

Fotografia. Vista aérea de uma região com muitas construções populares, a maioria delas em tons de cinza, todas próximas umas das outras. Há algumas ruas e algumas árvores.
Considerado um país de economia emergente, o México ainda apresenta elevados níveis de pobreza. Área ocupada por população de baixa renda nos arredores de uêishiculuquên , México (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

O Brasil é considerado um país em desenvolvimento emergente. Porém as desigualdades internas do país são muito fortes. Há municípios ricos e com melhor qualidade de vida e, ao mesmo tempo, municípios muito pobres e com péssimos indicadores sociais.

Realize uma atividade com os estudantes para descobrirem mais acerca do município no qual vivem e sobre a qualidade de vida dos moradores. Nesta atividade, eles deverão exercitar a análise documental, a tomada de nota e a construção de relatórios como práticas de pesquisa.

A página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É) disponibiliza dados recentes sobre os municípios do Brasil. O link do site é: https://oeds.link/EmfSKk (acesso em: 28 março. 2022). Na parte superior da página, há um espaço perguntando “O que você procura?”. Ao digitar o nome do município, o próprio site já indica resultados da pesquisa. Veja se o nome do município aparece e selecione-o.

Dados sobre população, trabalho e rendimento, educação, economia, saúde, território e ambiente são disponibilizados. Esses itens aparecem logo na primeira página. Ao clicar sobre um deles, os dados relacionados vão sugir; assim, é possível obter diversas informações.

Ao final, proponha um debate em sala de aula sobre os dados levantados do município.

O debate deve promover a oralidade e a argumentação dos estudantes. Acompanhe-os e relembre-os de que devem respeitar a opinião dos colegas a fim de garantir que a discussão seja proveitosa para todos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero nove.

Países menos desenvolvidos

A expressão países menos desenvolvidos é adotada pela ônu para os países com baixo nível de desenvolvimento econômico, índices pouco elevados de escolaridade, alta taxa de mortalidade infantil e outros problemas sociais, como carência de moradias e de saneamento básico.

Na América, apenas o Haiti entra nessa classificação. A partir de 2004, o país passou por grande instabilidade política, que levou à ocupação militar por missão da ônu (mainustá, como estudamos na Unidade um, Capítulo 2). Em 2010, uma sequência de terremotos agravou a situação do Haiti.

Fotografia. Um homem usando boné vermelho, camiseta bege e calça azul está em pé e segura um carrinho de mão com diversos blocos de concreto dentro; ao redor dele há muitos blocos de concreto empilhados e diversas crianças usando uniforme escolar em tons de azul.
Esforços para a reconstrução do Haiti após um período de instabilidade política e uma sequência de terremotos. Porto Príncipe, Haiti (2010).

PLANISFÉRIO: PAÍSES MENOS DESENVOLVIDOS (2021)

Mapa. Planisfério: países menos desenvolvidos 2021. 
Planisfério com destaque para os países menos desenvolvidos em 2021: Haiti, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Burkina Faso, São Tomé e Príncipe, Togo, Benin, República Centro-Africana, Mali, Níger, Chade, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, República Democrática do Congo, Angola, Zâmbia, Moçambique, Lesoto, Comores, Madagascar, Tanzânia, Malauí, Ruanda, Burundi, Uganda, Somália, Iêmen, Djibuti, Afeganistão, Nepal, Butão, Bangladesh, Mianmar, Laos, Camboja, Ilhas Salomão, Quiribati, Vanuatu, Tuvalu e Timor Leste.
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e  escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Map of the least developed countries. Geneva, SWI: UNCTADvírgula cêrca de 2022. Disponível em: https://oeds.link/sk0Jzh. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Tão ou mais importante que os fatores responsáveis pelo baixo desempenho econômico dos países pouco desenvolvidos é a condição de vida do grande contingente populacional submetido à situação de pobreza nesses países. Se julgar pertinente, traga exemplos sobre como essa realidade afeta concretamente a população empobrecida na África Subsaariana e em países como o Haiti e o Afeganistão. Problematize as dificuldades provocadas pela falta de alimentação e moradias adequadas, saneamento básico e segurança.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um nove.

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá)

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) é um indicador criado pela ônu que avalia a qualidade de vida das pessoas em praticamente todos os países. Em sua composição consideram-se a expectativa de vida, a escolaridade e o rendimento per cápita da população.

O í dê agá varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano do país. A classificação é feita dividindo os países em quatro grupos:

  • desenvolvimento humano muito elevado;
  • desenvolvimento humano elevado;
  • desenvolvimento humano médio;
  • desenvolvimento humano baixo.

Essa classificação determina limites relativos. Por exemplo: em 2019, a lista de classificação do í dê agá contava com 189 países. Assim, 66 países estavam classificados com desenvolvimento humano muito elevado; 53 com desenvolvimento humano elevado; 37 com desenvolvimento humano médio; e 33 países com desenvolvimento humano baixo.

PLANISFÉRIO: ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (2019)

Mapa. Planisfério: índice de desenvolvimento humano, 2019. 
Planisfério mostrando o índice de desenvolvimento humano dos países em quatro classes.
Índice de desenvolvimento humano muito elevado: Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile, Uruguai, Costa Rica, Panamá, Arábia Saudita, Omã, Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Itália, Grécia, Suécia, Noruega, Finlândia, Rússia, Belarus, Polônia, Romênia, Bulgária, República Tcheca, Áustria, Hungria, Eslováquia, Turquia, Emirados Árabes, Catar, Cazaquistão, Japão, Coreia do Sul, Malásia, Austrália, Nova Zelândia. 
Índice de desenvolvimento humano elevado: México, Colômbia, Venezuela, Suriname, Peru, Bolívia, Paraguai, Equador, Brasil, África do Sul, Botsuana, Líbia, Argélia, Tunísia, Egito, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Azerbaijão, Sérvia, Ucrânia, Mongólia, China, Tailândia, Indonésia, Sri Lanka, Filipinas.
Índice de desenvolvimento humano médio: Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Suriname, Angola, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue, Quênia, Marrocos, Congo, Camarões, Gana, Índia, Iraque, Síria, Paquistão, Nepal, Butão, Bangladesh, Papua Nova Guiné, Camboja, Laos, Tadjiquistão, Quirguistão.
Índice de desenvolvimento humano baixo: Moçambique, Madagascar, Tanzânia, Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Nigéria, Benin, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné, Senegal, Iêmen, Afeganistão. 
Sem dados: Groenlândia, Somália, Vietnã, Saara Ocidental, Antártida.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Verifique no mapa a localização dos países com índices muito elevados e também a dos países com índices baixos de í dê agá. Depois responda: Quais são as regiões que possuem índices médios e elevados?

Ícone. Sugestão de site.
PROGRAMA das Nações Unidas para o Desenvolvimento (penúdi). Disponível em: https://oeds.link/h8iEEi. Acesso em: 24 março. 2022. No site do penúdi é possível aprofundar os conhecimentos sobre o desenvolvimento humano e o í dê agá, bem como consultar rankings e relatórios municipais, estaduais e globais sobre os temas.
Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Resposta

Ler o mapa: Os índices médios e elevados concentram-se principalmente no Sudeste Asiático e na América Latina, além de alguns países do continente africano.

Atividade complementar

O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) mede o nível de qualidade de vida da população de um país. Com base nisso, proponha aos estudantes as questões:

  1. Quais são os indicadores usados para compor o í dê agá? Por que esses dados são importantes para a medição? . Os indicadores usados para compor o í dê agá são expectativa de vida, renda per cápita e escolaridade. Espera-se que o estudante consiga compreender a relação entre os indicadores e a qualidade de vida da população, uma vez que medem fatores sociais importantes, como alfabetização, anos de estudo, saúde, saneamento básico, assistência social, índices de violência e desenvolvimento econômico.
  2. Você considera esses índices suficientes para medir a qualidade de vida de um país? Por quê? . Apesar de o í dê agá utilizar dados da educação, economia e saúde, o estudante deve compreender que existem disparidades sociais que não são consideradas pelo índice. Ao indicar, por exemplo, a quantidade de anos de estudo, não se mede a qualidade do ensino ofertado. O mesmo acontece com a expectativa de vida e principalmente a renda per cápita, uma vez que, ao medir o Píbi de um país e dividir o resultado pelo número de habitantes, não se considera a má distribuição de renda, com poucos grupos concentrando enorme parte da riqueza. O índice também não evidencia as desigualdades entre gêneros e etnias diferentes, que em muitos países são fatores importantes ao analisar a qualidade de vida.

Novos índices de desenvolvimento humano

A noção de desenvolvimento humano ficou muito associada ao í dê agá. Porém, esse índice representa uma interpretação simplificada do desenvolvimento humano, que deve envolver outros aspectos, como liberdade política, segurança física das pessoas e igualdade de gênero e entre etnias.

A partir de 2010, a Organização das Nações Unidas, em seu Relatório de Desenvolvimento Humano publicado todos os anos, criou outros índices para tentar se aproximar mais da realidade dos países avaliados. Esses índices são:

  • Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (í dê agá á dê);
  • Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême);
  • Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê);
  • Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í).
Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (í dê agá á dê)

O í dê agá á dê utiliza os três componentes de avaliação do í dê agá, porém ajustados a um índice de desigualdade. O í dê agá á dê indica as desigualdades existentes entre as pessoas, pois não é toda a população que tem acesso a uma renda que garanta minimamente suas necessidades, bem como o acesso à educação e a um sistema de saúde de qualidade. Como o í dê agá, quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento. Quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento.

Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême)

O Índice de Pobreza Multidimensional (í pê ême) indica as privações individuais quanto à escolaridade, à saúde (nutrição e mortalidade infantil) e às condições de vida da população (água, eletricidade, combustível para cozinhar, entre outros).

Fotografia. Vista de um morro com diversas casas de madeira construídas. Algumas casas estão sobre estacas de madeira. Do lado esquerdo há algumas moradias cobertas por lona e vários tapumes jogados no chão. Há algumas árvores e torres de transmissão no topo do morro.
Vista de moradias precárias em Santiago, Chile (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os índices de desenvolvimento e pobreza apresentados nesta página contribuem para evidenciar a multiplicidade de aspectos que envolvem a qualidade de vida das pessoas e as condições socioeconômicas de um país. Espera-se que os estudantes compreendam que o desenvolvimento econômico não está, necessariamente, atrelado ao desenvolvimento social, e essa discrepância reflete a desigualdade na distribuição de renda em cada país.

Observação

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Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê)

O Índice de Desenvolvimento de Gênero (í dê gê) mede as disparidades entre mulheres e homens. Ele utiliza os mesmos indicadores do í dê agá: saúde, escolarização e condições de vida. O cálculo é feito separadamente para mulheres e homens, a fim de chegar a uma medida proporcional. Como resultado, obtém-se uma medida direta da diferença de gênero em que o í dê agá feminino é expresso como uma porcentagem do í dê agá masculino.

Fotografia. Diversas mulheres no interior de um galpão usando máscaras de proteção cobrindo o nariz e a boca. A maioria delas está em pé e ao lado de mesas com máquinas de costura e tecidos brancos empilhados.
No Brasil, apesar de o í dê gê das mulheres ser superior ao dos homens, é possível notar a desigualdade de gênero e de oportunidades no mercado de trabalho por meio do gê í í. Em 2019, o país foi o 95º colocado do ranking. Na fotografia, mulheres trabalhando em indústria têxtil em Guaranésia, Minas Gerais (2020).
Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í)

O Índice de Desigualdade de Gênero (gê í í) usa como indicadores a saúde reprodutiva da mulher e a comparação entre mulheres e homens referente à capacitação e à taxa de participação no mercado de trabalho. Varia de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, mais igualdade existe entre homens e mulheres. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.

Observe o quadro com dados de alguns países selecionados.

Países selecionados: IDH – IDHAD – IDG – GII (2019)

Classificação do IDH

País

IDH

IDHAD

IDG

Classificação do GII

GII

1

Noruega

0,957

0,899

0,99

6

0,045

2

Irlanda

0,955

0,885

0,981

23

0,093

43

Chile

0,851

0,709

0,963

55

0,247

84

Brasil

0,765

0,570

0,993

95

0,408

88

Azerbaijão

0,756

0,684

0,943

73

0,323

102

Jordânia

0,729

0,622

0,875

109

0,45

131

Índia

0,645

0,475

0,82

123

0,488

148

Angola

0,581

0,397

0,903

132

0,536

170

Haiti

0,51

0,303

0,875

152

0,636

182

Serra Leoa

0,452

0,291

0,884

155

0,644

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o quadro

Apesar do í dê agá menor, quais países têm o í dê agá á dê superior ao do Brasil? O que esse dado sugere?

Orientações e sugestões didáticas

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero nove.

Orientações

Ressalte a importância de a questão de gênero ser incluída nos novos índices de desenvolvimento da ônu. Essa é uma maneira de trazer essa questão à tona e mostrar, por meio de números, que a desigualdade entre homens e mulheres existe. Uma fórma de diminuir essa desigualdade é por meio de políticas públicas e ações afirmativas.

Resposta

Ler o quadro: O Azerbaijão e a Jordânia apresentam um í dê agá á dê superior ao do Brasil, o que sugere que esses países têm uma concentração de renda menor e uma sociedade menos desigual, apesar do í dê agá mais baixo.

Texto complementar

As desigualdades social e de gênero se acentuaram no Brasil. Esse é o diagnóstico revelado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (penúdi), o Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá), com dados de 2015 reticências. O país ocupa o 79º lugar entre 188 nações no ranking de í dê agá reticências mas despencou 19 posições na classificação correspondente à diferença entre ricos e pobres.

Enquanto a nota de 0,754 do Brasil se mantém estagnada, preservando-o em um patamar considerado alto pela ônu, o número cai para 0,561 no indicador social. Analisando somente esse fator, o país seria rebaixado para a escala de países com índice médio. reticências

A desigualdade brasileira também cresce nas comparações de gênero. Embora as mulheres tenham maior expectativa de vida e mais escolaridade, elas ainda recebem bem menos que os homens no Brasil. A renda per cápita da mulher é 66,2% inferior à de pessoas do sexo masculino. No índice de desigualdade de gênero, o país aparece na 92ª posição entre 159 países analisados, atrás de nações de maioria religiosa conservadora, a exemplo de Líbia (38ª), Malásia (59ª) e Líbano (83ª).

PIRES, Breiller. Brasil despenca 19 posições em ranking de desigualdade social da ônu. El País, 21 março. 2017. Disponível em: https://oeds.link/yu4N8z. Acesso em: 28 março. 2022.

Produto Interno Bruto (Píbi)

O crescimento econômico dos países é um dos aspectos considerados pelos indicadores socioeconômicos. Ele pode ser medido pelo Produto Interno Bruto (Píbi). O Píbi é a soma de tudo o que é produzido em um país (bens e serviços) durante determinado período. Quanto maior o Píbi, maior a quantidade de riqueza gerada no país.

O Píbi per cápitaé o Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes de um país e indica a parte que corresponde a cada indivíduo, em média, do total produzido no país.

O problema desse indicador econômico é que ele não considera as diferenças de rendimento entre as pessoas, pois é calculado por meio de uma média, e não pelo valor que cada pessoa produziu ou recebeu, o que omite a concentração de riqueza nas mãos de uma minoria.

Gini

Para medirmos o nível de concentração de renda em determinado país ou grupo, utilizamos um índice conhecido como Gini, que apresenta o rendimento entre a população mais pobre e a mais rica. Esse índice tem como referência valores de zero a cem; quanto mais próximo de cem for o índice, maior será a desigualdade apresentada naquela população.

PLANISFÉRIO: GINI (INÍCIO DO SÉCULO vinte e um)

Mapa. Planisfério: Gini (início do século vinte e um). 
Planisfério mostrando o índice de Gini dos países, em uma escala de 28,4 a 65,77.
Países com índices próximos a 28,42: Suécia, Noruega, Finlândia, Ucrânia, Belarus, Romênia, República Tcheca, Cazaquistão, Mianmar, Afeganistão.
Países com índices próximos a 65,77: destaque para África do Sul, Namíbia, Botsuana, Zâmbia, Zimbábue e República Centro-Africana, seguidos de países como Brasil, México, Estados Unidos,  Rússia, Colômbia, Peru. 
Na parte inferior, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.460 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INDEXMUNDI. GINI index (World Bank estimate). Disponível em: https://oeds.link/lqxUO3. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O índice de gíni pode variar de 0 a 100 ou de 0 a 1. Veja no texto a seguir.

O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos. reticências

voifenbutél, Andréa. O que é? – Índice de Gini. Desafios do Desenvolvimento, ano nota de rodapé 1, edição 4, 1º novembro. 2004. Disponível em: https://oeds.link/e3G4xr em: 6 maio 2022.

Observação

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Outros indicadores

Os indicadores relacionados ao acesso à internet e ao telefone móvel revelam as condições de infraestrutura e o nível de consumo da população de um país. O número de usuários da internet está em crescimento em todo o mundo. O mesmo ocorre em relação à telefonia móvel. A cada ano, aumenta o número de celulares ativos ao redor do planeta.

Também existem indicadores relacionados à saúde. Avaliar o acesso à água potável e a um sistema de saneamento básico adequado, por exemplo, é fundamental para compreender as condições de vida da população e o desenvolvimento social dos países. A ingestão de água não tratada e a exposição ao esgoto a céu aberto são responsáveis pela contração de muitas doenças, como hepatite e cólera.

Os indicadores de saúde apresentam dados contrastantes quando se trata de taxas como mortalidade infantil, expectativa de vida ao nascer e exposição a doenças.

Na área da saúde, as principais diferenças entre os países dizem respeito a políticas públicas, quantidade de médicos e hospitais e programas de prevenção de doenças.

Nos países com maior desenvolvimento, a mortalidade infantil é baixa e a expectativa de vida é alta. Em países com baixo í dê agá, a falta de infraestrutura médica adequada resulta em desnutrição generalizada e na disseminação de doenças que aumentam a mortalidade.

PLANISFÉRIO: MORTALIDADE NA INFÂNCIA (2020)

Mapa. Planisfério: mortalidade na infância, 2020. 
Planisfério mostrando a taxa de mortalidade infantil, para cada mil nascidos vivos.
Menos de 10 mortes por mil nascidos vivos: Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Canadá, todos os países da Europa; Turquia, Arábia Saudita, China, Rússia, Japão, Cazaquistão, Austrália, Nova Zelândia, Tailândia, Malásia.
De 10 a 25 mortes por mil nascidos vivos: México, todos os países da América Central, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Brasil, Paraguai, Suriname, Egito, Argélia, Líbia, Marrocos, Tunísia, Mongólia, Indonésia, Vietnã, Filipinas, Turcomenistão, Quirguistão, Síria, Jordânia.
De 25 a 45 mortes por mil nascidos vivos: Bolívia, África do Sul, Namíbia, Botsuana, Quênia, Uganda, Gabão, Congo, Senegal, Iraque, Turcomenistão, Índia, Nepal, Bangladesh, Mianmar, Turcomenistão, Camboja. 
De 45 a 65 mortes por mil nascidos vivos: Madagascar, Sudão, Etiópia, Zimbábue, Zâmbia, Tanzânia, Afeganistão, Iêmen. 
De 65 a 100 mortes por mil nascidos vivos:  Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, Mali, Sudão do Sul, Camarões, Níger,  Mauritânia, Burkina Faso, Costa do marfim, Libéria, Guiné, Benin, Paquistão. 
Mais de 100 mortes por mil nascidos vivos: Nigéria, Chade, República Centro Africana, Somália e Serra Leoa. 
Sem dados: Groenlândia, Antártida. 
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.800 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UN INTER-AGENCY GROUP FOR CHILD MORTALITY ESTIMATION. Map estimate. New York, NY: í gê ême ê, 2021. Disponível em: https://oeds.link/DMxlTa. Acesso em: 24 março. 2022.

Ler o mapa

Em qual continente há os maiores índices de taxa de mortalidade infantil? Em qual área do continente isso ocorre? Quais as causas desse fator?

Orientações e sugestões didáticas

Resposta

Ler o mapa:

O mapa indica que o continente africano apresenta os maiores índices de mortalidade infantil, principalmente nas áreas centrais. Isso ocorre por diferentes fatores, como a falta de acesso à alimentação e à saúde adequadas, além de infraestruturas de saneamento básico precárias na maior parte dos países que apresentam baixo í dê agá. Além dos países africanos, há alguns países na Ásia que apresentam valores semelhantes.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um nove.

Atividade complementar

Podemos regionalizar um espaço utilizando diferentes critérios, sejam eles culturais, políticos, sociais, físicos, sejam econômicos. Pensando nisso, proponha aos estudantes as questões:

  1. É possível que um país esteja inserido em mais de uma regionalização? Por quê?
  • Sim, porque um mesmo país atende a diferentes critérios, podendo ser do Hemisfério Norte e de economia em desenvolvimento, por exemplo, pertencendo a mais de uma regionalização.
  1. Cite uma regionalização do espaço mundial e explique a divisão.
  • O estudante pode indicar qualquer regionalização social, política, econômica, física ou cultural; por exemplo, uma divisão entre hemisférios Norte e Sul ou entre Oriente e Ocidente, explicando onde se iniciaria a divisão. Pode, ainda, citar a regionalização baseada nos idiomas dos países, regionalizar de acordo com o desenvolvimento econômico ou mesmo localizando os recursos naturais.
  1. Elabore uma fórma de regionalizar o município onde você mora. Indique os critérios utilizados e faça um croqui para apresentar a distribuição dos lugares.
  • Resposta pessoal. É esperado que o estudante consiga compreender o conceito de regionalização estabelecendo critérios e uma divisão de acordo com o que se propôs a regionalizar.
  • Caso os estudantes apresentem dificuldade, proponha a eles uma regionalização da escola, separando, por exemplo, espaços destinados aos estudos e à socialização; lugares de território de uso comum; salas de aula como territórios que concentram estudantes abaixo ou acima de determinada faixa etária.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. O mapa a seguir representa as emissões de cê ó dois no mundo em 2020. Considerando a regionalização por nível de desenvolvimento, como pode ser classificada a maioria dos principais países emissores?

PLANISFÉRIO: EMISSÕES DE cê ó dois (2020)

Mapa. Planisfério: emissões de dióxido de carbono, em 2020. 
Planisfério representando quantidade de emissão de dióxido de carbono dos países, em milhões de toneladas, por meio de círculos proporcionais.
10.668 bilhões de toneladas:  China. 
4.700 bilhões de toneladas: Estados Unidos.
Mais de 750 milhões a menos de 4,7 bilhões de toneladas: Índia, Rússia, Japão. 
750 milhões de toneladas: Canadá, México, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, Irã, Alemanha, México, Brasil, África do Sul. 
150 milhões de toneladas ou menos: Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela,  Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Uruguai, países da América Central, Portugal, Espanha, Turquia, Itália, Reino Unido,   Cazaquistão, Mongólia, Omã, Turcomenistão, Uzbequistão, Egito, Argélia, Líbia, Marrocos, Suécia, Noruega, Finlândia, Mauritânia, Chade, Níger, Sudão, Sudão do Sul, Quênia, Moçambique, Angola, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Zâmbia, Zimbábue, Somália, Madagascar, Botsuana.
Na parte inferior direita, a rosa dos ventos e escala de 0 a 2.920 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: GLOBAL Carbon Atlas. Disponível em: https://oeds.link/alz1ta. Acesso em: 24 março. 2022.

2. O Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) é usado para classificar a qualidade de vida em um país. Analise os dados de alguns países no quadro a seguir.

Classificação do IDH

País

IDH

Expectativa de vida (anos)

Expectativa de vida escolar (anos)

Média de anos de estudo

Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita (em dólares)

1

Noruega

0,957

82,4

18,1

12,9

66,494

17

Estados Unidos

0,955

78,9

16,3

13,4

63,826

46

Argentina

0,851

76,7

17,7

10,9

21,19

70

Cuba

0,783

78,8

14,3

11,8

8,621

84

Brasil

0,765

75,9

15,4

8,0

14,263

150

Zimbábue

0,571

61,5

11

8,5

2,666

173

Etiópia

0,485

66,6

8,8

2,9

2,207

Fonte: PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento Humano 2020. Nova iórque, nova iórc: penúdi, 2020. Disponível em: https://oeds.link/y36qP6. Acesso em: 24 março. 2022.

Com base no quadro, indique em seu caderno a alternativa correta.

  1. A Etiópia, por contar com excelentes serviços de saúde e rede hospitalar, apresenta elevada expectativa de vida em comparação aos demais países selecionados.
  2. Cuba, apesar de ter Rendimento Nacional Bruto elevado, não investe no setor educacional e na saúde de sua população.
  3. Zimbábue apresenta a média de anos de escolaridade igual à do Brasil e tem Rendimento Nacional Bruto per cápita superior ao da Etiópia.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero oito (atividade 2, 3 e 7)
  • ê éfe zero oito gê ê zero nove (atividade 2 e 5)
  • ê éfe zero oito gê ê um nove (atividade 1)

Respostas

  1. A maioria dos principais emissores é composta de países com maior desenvolvimento. Em algumas regionalizações estudadas ao longo do Capítulo são chamados de desenvolvidos ou países do Norte.
  2. Alternativa correta: e.
  1. Os Estados Unidos, país mais rico do planeta, apresentam o melhor desempenho em todos os componentes do í dê agá.
  2. A oferta de educação de qualidade contribuiu para que o í dê agá da Noruega alcançasse a primeira posição.
  1. Após a Segunda Guerra, a regionalização do espaço mundial passou por algumas alterações. Como a situação do Brasil evoluiu com essas mudanças?
  2. Qual é a importância de identificar regiões de biodiversidade ameaçada?
  3. As fotografias a seguir mostram duas reali­dades diferentes na Índia. Com base na realidade que se identifica ao comparar as imagens, como você classificaria o país em relação ao nível de desenvolvimento? Por quê?
Fotografia. Vista de uma cidade; no primeiro plano, casas, construções baixas e árvores. No segundo plano há prédios muito altos, sendo que um deles está em construção; também há muitas árvores. Ao fundo, aparecem vários prédios altos.
Vista de Mumbai, Índia (2019).
Fotografia. Duas mulheres usando vestidos longos andam sobre um trilho de trem. Uma delas carrega uma trouxa na cabeça. À esquerda do trilho há casas pequenas, precárias e muito lixo no chão.
Vista de Nova Delhi, Índia (2020).

6. Leia o texto a seguir e responda às questões.

China é referência em fórum sobre desenvolvimento tecnológico

Sem dúvidas, 2017 já é o ano da China no mundo dos negócios. reticências

Garantindo o tripé inovação, energia limpa e infraestrutura, o país avança rumo a um desenvolvimento altamente sustentável. reticências

O grande calo da segunda maior economia do mundo é, no entanto, a inclusão. O atraso do país em educação coloca em xeque sua capacidade de manter esse ritmo de inovação por muito tempo.

CHINA é referência em fórum sobre desenvolvimento tecnológico. Exame, 27 junho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/kyDpaJ. Acesso em: 24 março. 2022. cópiráiti Exame Hoje/Abril Comunicações S.A.

  1. De acordo com a classificação das regiões do mundo por níveis de desenvolvimento, elaborada pela ônu, em qual grupo podemos inserir a China atualmente?
  2. De acordo com o texto, qual setor deve ser prioritário para que a China mantenha o ritmo de desenvolvimento?

7. Observe a charge e responda.

Charge. O globo terrestre está dividido na metade; a metade superior do globo é coberta com um toldo de listras verticais vermelhas e brancas e dentro dessa metade do globo há muitos equipamentos eletrônicos e um homem de terno com a boca aberta segurando um celular. 
Na metade inferior do globo, coberta com um toldo de listras verticais brancas e verdes; dentro dessa metade do globo há diversas frutas e legumes e um homem usando chapéu de palha segurando uma espiga de milho.
Charge que ilustra uma das regionalizações do espaço mundial. Elaborada por Moisés, em 2018.
  1. Que tipo de regionalização é ilustrada na charge?
  2. De acordo com a regionalização ilustrada na charge, em qual grupo de países podemos inserir o Brasil? E os Estados Unidos?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Com a proposição de sucessivas regionalizações do espaço mundial, o Brasil já recebeu diversas classificações em diferentes momentos, como país subdesenvolvido, país do Terceiro Mundo, país do Sul, país em desenvolvimento, país emergente. Essas classificações revelam não apenas diferentes visões de mundo, mas também a evolução da situação econômica do país ao longo do tempo, que, de país estritamente exportador de produtos primários, passou à condição de país industrializado e com elevado patamar do Píbi.
  2. Identificar regiões de biodiversidade ameaçada é fundamental para alertar sobre os problemas do desmatamento e da destruição dos ambientes naturais. A regionalização com base em aspectos ambientais possibilita definir políticas para amenizar os impactos ao meio ambiente e para restaurar parte das regiões ameaçadas ou degradadas.
  3. A comparação das fotografias possibilita identificar a ocorrência de desigualdades sociais típicas de países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo que há geração de riquezas, a apropriação dessas riquezas é feita de maneira desequilibrada, o que mantém grande parte da população em situação de pobreza.
    1. A China se insere atualmente no grupo de países em desenvolvimento (ou emergentes), que apresentam um crescimento econômico elevado e são capazes de atrair investimentos internacionais em razão das vantagens que oferecem, como mão de obra barata e abundante, recursos naturais, incentivos fiscais e legislação ambiental pouco rigorosa.
    2. O texto indica que a China deverá investir mais no setor da educação para incluir a população marginalizada e continuar promovendo o mesmo ritmo de inovação e desenvolvimento no país.
    1. A charge ilustra a regionalização bipolar que divide os países entre Norte e Sul. Os do Norte são considerados ricos e centrais no âmbito das decisões econômicas mundiais, concentram grande parte da riqueza mundial, são industrializados, avançados tecnologicamente e suas populações apresentam índices mais elevados de condições de vida. Os países do Sul são considerados pobres, periféricos, pouco industrializados, dependentes economicamente, instáveis nos aspectos econômico e político e podem apresentar populações com condições de vida precárias.
    2. De acordo com a regionalização ilustrada na charge, o Brasil é inserido no grupo de países do Sul e os Estados Unidos, no grupo de países do Norte.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Para refletir’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo verde escuro com a inscrição ‘Para refletir’ grafada em letras brancas.

Para refletir

Quais são os obstáculos encontrados pelos imigrantes haitianos no Brasil?

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Leia os textos e o mapa; em seguida, faça as atividades.

A República do Haiti sofreu, no dia 12 de janeiro de 2010, um abalo sísmico de grandes proporções cujo epicentro próximo da capital, Porto Príncipe, implicou consequências catastróficas para a população do país. reticências

O Haiti é um dos países mais pobres do planeta e com baixo patamar de desenvolvimento humano, o que faz com que sua resiliência em relação a esse tipo de fenômeno natural seja muito baixa. Diante das restrições impostas ao país para sua plena recuperação, o volume de haitianos que deixaram o país em busca de melhores condições de vida aumentou consideravelmente. reticências

O Brasil foi um dos principais destinos dos haitianos a partir de 2010. Se observarmos os mesmos dados do áquinur (2015), vemos que o número de haitianos que entraram no país sob condição de refúgio ou similar saiu de 7 em 2009 para 595 em 2010, chegando, em 2014, a .29241. 

OLIVEIRA, Wagner. Haitianos no Brasil: hipóteses sobre distribuição espacial dos imigrantes pelo território brasileiro. fundação getulio vargas Diretoria de Análise de Políticas Públicas, maio 2017. Disponível em: https://oeds.link/dHgKAX. Acesso em: 24 março. 2022.

BRASIL: CONCENTRAÇÃO DE POPULAÇÃO HAITIANA (2014)

Mapa. Brasil: concentração de população haitiana, em  2014. Mapa do Brasil representando com círculos proporcionais a quantidade de imigrantes haitianos no território, variando de um a mil. Alta concentração de círculos representando até mil imigrantes: nas cidades de São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia, Rio de Janeiro, Cuiabá e Brasília, Porto Velho e Manaus. Concentração entre 100 e menos de mil e um a 100 imigrantes haitianos: em áreas de todos os estados do Brasil, exceto os estados de Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí. Na parte inferior direta, rosa dos ventos e escala de 0 a 430 quilômetros.
Fonte: fundação getulio vargas Diretoria de Análise de Políticas Públicas. Disponível em: https://oeds.link/dHgKAX. Acesso em: 24 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Para refletir

Esta seção propicia ao estudante uma reflexão sobre a questão dos imigrantes haitianos no Brasil, mostrando os obstáculos que enfrentavam. Portanto, por meio dela, espera-se que o estudante possa Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza (Competência Específica de Geografia n. 6).

Esta seção possibilita trabalhar o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

O objetivo geral é discutir os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes e os principais fluxos migratórios em diferentes épocas. Os fluxos migratórios entre Haiti e Brasil, ambos na América Latina, servirão de exemplo, sendo alvo das duas primeiras questões colocadas para os estudantes, que deverão respondê-las com base na leitura dos textos e do mapa. A questão seguinte tem o intuito de relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial. Por fim, a quarta questão pode propiciar a identificação de diferentes manifestações culturais de minorias étnicas, como fórma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

Habilidades

ê éfe zero oito gê ê zero um: Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

Região abre os braços

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Cidadania e Civismo’, composto de uma tarja retangular de fundo azul escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Cidadania e Civismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Merci. Au revoir! (do francês, obrigada. Até logo!)” Foi assim que ême êne ê1nota de rodapé , 7 anos, se despediu reticências. Educada, grata e amorosa, a pequena haitiana se sente parte do povo brasileiro, e deixa claro que não quer mais sair do país. E o que ela mais gostou? “De tudo mesmo.” Mas há duas coisas em especial: futebol e chocolate.

ême êne ê2nota de rodapé está entre os 268 alunos estrangeiros que estudam em escolas públicas de cidades do Grande á bê cê, a maior parte haitianos. reticências

Todas as unidades de ensino trabalham com políticas inclusivas e priorizam o acolhimento, também das famílias. reticências

A história da família reticências não difere de tantas outras de haitianos que estão no Brasil. Os pais de ême êne ê3nota de rodapé vieram há cinco anos, dois após o terremoto que devastou o país da América Central, em 12 de janeiro de 2010, ter tirado dela e de sua família o pouco que tinham. Seu pai logo conquistou um trabalho por aqui e, em abril deste ano, já estruturado, decidiu que era o momento de trazer a filha para perto dele e da mãe.

reticências

A simpatia da haitiana conquista. reticências. Por onde passava, ela fazia um coração com as mãos, para funcionários e alunos, e parecia até uma celebridade.

A diretora da unidade reticências lembra que a pequena haitiana demonstrou ser muito carinhosa com todos logo que chegou na escola. Daí, só poderia mesmo conquistar a todos. “Ela foi um presente para nós, além de nos ensinar muito reticências é muito especial para todos aqui da escola e do bairro”, comenta.

Para integrar a menina, que não falava e não entendia nada em português, a diretora buscou em toda a rede municipal uma professora capacitada em francês para poder ajudá-la a aprender. “No começo ela rejeitou, pois dizia que queria aprender o português. Quando entendeu que a professora iria ajudar, inclusive a aprender, adorou.”

reticências

A psicopedagoga Marisa Domingos explica que o envolvimento dos profissionais é indispensável nesse momento, tanto para o aprendizado quanto para o psicológico dessas crianças, que naturalmente chegam abaladas. “Os profissionais têm se esforçado para receber os haitianos e realizar a integração e troca de cultura de fórma educacional. Essa troca de saberes, o acolhimento e o envolvimento são os princípios para assegurar uma boa educação básica.”

MOÇO, Bia. Região abre os braços. Diário do Grande á bê cê, 16 outubro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/BMxArS. Acesso em: 24 março. 2022.

  1. O que motivou a migração de haitianos para o Brasil?
  2. De acordo com o mapa, qual região apresenta o maior número de imigrantes haitianos? Em sua opinião, por que isso ocorre?
  3. O município em que você vive recebeu ou ainda recebe imigrantes haitianos?
  4. Na escola em que você estuda há imigrantes haitianos ou outros estrangeiros? Quais são os obstáculos enfrentados por eles no Brasil?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Os haitianos migravam para o Brasil em busca de melhores condições de vida, diante dos problemas socioeconômicos agravados por desastres naturais e instabilidades políticas no seu país.
  2. Os imigrantes haitianos se concentram no Sul e no Sudeste do Brasil, pois são regiões que abrigam localidades com grande dinamismo econômico, como a cidade de São Paulo, e oferecem oportunidades de emprego. Além disso, tais localidades já possuem uma rede de comunidades nacionais do Haiti, facilitando a chegada de imigrantes.
  3. Resposta pessoal. Oriente os estudantes a buscar informações nos órgãos oficiais do município em que moram, bem como em reportagens de jornais e revistas.
  4. Resposta pessoal. Caso a resposta seja afirmativa, oriente os estudantes a conversar com os colegas estrangeiros sobre as dificuldades encontradas por eles durante o processo de adaptação. Os próprios estudantes imigrantes poderão comentar suas experiências. Esta atividade tem o intuito de propiciar o desenvolvimento de competências socioemocionais, como a empatia, e relações sociais positivas entre os estudantes.

Questões para autoavaliação

Nesta segunda Unidade do livro, as questões sugeridas para autoavaliação – e que podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são:

  1. Quais são os aspectos gerais da população mundial?
  2. Como a população mundial está espalhada pela superfície terrestre?
  3. O que são anamorfoses?
  4. De que maneira as pirâmides etárias podem ajudar a compreender a estrutura da população de um país?
  5. Em que aspectos se pode dizer que a população mundial é diversa?
  6. O que são migrações?
  7. Como as migrações se deram ao longo dos séculos?
  8. Qual é a diferença entre refugiados e deslocados internos?
  9. Como é possível regionalizar com base em diversos critérios?
  10. Os aspectos ambientais podem ser usados como critério para regionalização?
  11. As fórmas de regionalização do mundo vão se modificando de acordo com a época?
  12. A que correspondem as designações Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo?
  13. Qual é o motivo da criação da regionalização entre países do Norte e países do Sul?
  14. É possível classificar os países segundo quais níveis de desenvolvimento?

Glossário

Demografia
O estudo das populações principalmente por processos estatísticos.
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Crescimento vegetativo
Diferença entre o número de nascimentos e mortes em um local, em determinado período.
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Nota de rodapé
1
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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2
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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3
 Para proteger a identidade da criança, seu nome está indicado somente pelas iniciais.
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