UNIDADE cinco  América Central e América do Sul

Fotografia. No centro, destaque para um grande navio branco, com detalhes em vermelho e azul, entrando em uma área bem estreita e com água. Nas laterais há plataformas com construções baixas, máquinas e postes. Ao fundo, uma faixa de água mais larga na qual aparecem outras embarcações, uma ponte que cruza toda a extensão da imagem da esquerda para a direita, além de, nas laterais, vegetação fechada e formada por árvores. No topo, céu azul e com poucas nuvens.
Navio de carga entra em uma das eclusas de Miraflores, no Canal do Panamá, Panamá (2019), que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico.
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade, intitulada “América Central e América do Sul”, relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da BNCC: O sujeito e seu lugar no mundo, Conexões e escalas, Mundo do trabalho, fórmas de representação e pensamento espacial, Natureza, ambientes e qualidade de vida.

A Unidade trabalhará as Competências Gerais da Educação Básica número 7 e número9, transcritas nas “Orientações Gerais” deste Manual do Professor.

Os conteúdos trabalhados no texto principal, nas seções e nas atividades buscam favorecer o desenvolvimento das seguintes Competências Específicas do Componente Curricular Geografia: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; e (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Fotografia. Vista aérea de uma área portuária onde há navios ancorados e navegando com vários  contêineres empilhados e de diferentes cores. o mar aparece em tom verde escuro. Na parte direita, na área continental que forma o porto, galpões, outros vários contêineres, pequenos edifícios, carros e estradas . À direita do porto e ao fundo, presença de morros com vegetação nativa, densa e esverdeada, além de alguns construções baixas.
Vista aérea do porto Caldera, em Puntarenas, Costa Rica (2021). Os portos da América Central e da América do Sul são importantes escoadouros dos produtos primários destinados a outras partes do mundo.

De modo geral, os países da América Central e da América do Sul são, historicamente, caracterizados por sua forte ligação econômica com os Estados Unidos e outros países com maior desenvolvimento, fornecendo produtos primários.

O resultado desse processo não se restringe ao desenvolvimento econômico e social desses países, mas também exerce influência em outros aspectos da sociedade, como na cultura, no modo de vida e nas lutas sociais.

Que aspectos culturais da América Central e da América do Sul você conhece? De que maneira um canal entre os oceanos Atlântico e Pacífico beneficia o comércio mundial? Você sabe dizer quais são os principais setores de produção e sua importância na balança comercial dos países da América Central e da América do Sul?

Você verá nesta Unidade:

Características físicas das porções central e sul do território americano

Condições socioeconômicas da América Central e da América do Sul

Canal do Panamá

Urbanização na América do Sul

Economia e recursos energéticos nos países sul-americanos

Integração entre o Brasil e os demais países do continente americano e do mundo

Mercosúl e outros organismos de integração do território americano

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

Esta Unidade apresenta as características físicas, demográficas e socioeconômicas da América Central e da América do Sul, bem como os principais organismos de integração do continente americano e o papel do Brasil nesse contexto.

O primeiro Capítulo focaliza a América Central e seus aspectos gerais. Aborda, também, as grandes diferenças sociais encontradas nessa região.

O Capítulo seguinte contempla a América do Sul destacando a urbanização e os problemas urbanos, o desenvolvimento socioeconômico, a economia e a importância dos recursos minerais e energéticos.

Finalmente, o último Capítulo desta Unidade trata da integração regional e da atuação brasileira nas relações internacionais.

As imagens de abertura da Unidade são emblemáticas das relações assimétricas entre os países na economia global. O Canal do Panamá, obra monumental inaugurada em 1914, estabeleceu a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico, facilitando a circulação de mercadorias entre Europa, América e Ásia. Embora em território panamenho, o Canal foi administrado pelos Estados Unidos até o final do século vinte e só então passou a ser gerido pelo Panamá. O porto Caldera, por sua vez, um dos mais movimentados da Costa Rica, é representativo da inserção dos países latino-americanos no comércio internacional: nele, os cargueiros recebem contêineres com produtos tropicais, como banana, abacaxi, café e açúcar, e descarregam bens de consumo, petróleo e material de construção vindos de outros países. Em anos recentes, atraídas por incentivos governamentais, várias empresas globais de alta tecnologia instalaram-se no país, que passou a fabricar também produtos eletrônicos.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais.
  • Diversidade e dinâmica da população mundial e local.
  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

CAPÍTULO 10 América Central: continental e insular

A América Central continental é uma faixa de terra que liga as Américas do Norte e do Sul, banhada pelos oceanos Pacífico, a oeste, e Atlântico, a leste. Essa parte do continente americano é formada por sete países (Guatemala, Belize, Honduras, Él Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá), com uma população total de pouco mais de 45 milhões de habitantes.

AMÉRICA CENTRAL CONTINENTAL: POLÍTICO

Mapa. América Central Continental: político.
O mapa representa os países da América Central Continental por meio de diferentes cores, além de suas respectivas capitais. 
País. Guatemala. Capital. Guatemala. País. El Salvador. Capital. San Salvador. País. Honduras. Capital. Tegucigalpa. País. Belize. Capital. Belmopan. País. Nicarágua. Capital. Manágua. País. Costa Rica. Capital. San José. País. Panamá. Capital. Panamá.
Ao norte da América Central Continental, aparece parte do território do México e, ao sul, parte do território da Colômbia. À oeste da área em destaque, Oceano Pacífico e, à nordeste, Mar das Antilhas (Mar do Caribe). 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 190 quilômetros.

A América Central insular localiza-se no Mar do Caribe ou Mar das Antilhas. É formada por um conjunto de ilhas dividido em três grupos: Grandes Antilhas (Cuba, Jamaica, Porto Rico e a Ilha Hispaniola, onde se localizam o Haiti e a República Dominicana); Pequenas Antilhas (Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago, Barbados, Guadalupe e outras ilhas menores); Barramas (arquipélago ao norte de Cuba, com mais de 700 ilhas); ilhas e arquipélagos que são territórios ultramarinosglossário do Reino Unido, da França, dos Países Baixos e dos Estados Unidos.

AMÉRICA CENTRAL INSULAR: POLÍTICO

Mapa. América Central Insular: político.
O mapa representa os países e territórios da América Central Insular por meio de diferentes cores, além de suas respectivas capitais. 
País. Cuba. Capital. Havana País. Jamaica. Capital. Kingston. Arquipélago de Bahamas. Capital. Nassau. País. Haiti. Capital. Porto Príncipe. País. República Dominicana. Capital. Santo Domingo. Território de Porto Rico (pertencente aos Estados Unidos). Capital. San Juan. País. São Cristóvão e Nevis. Capital. Besseterre. País. Antígua e Barbuda. Capital. Sant Djons. País. Dominica. Capital. Roseau. País. Santa Lúcia. Capital. Castries. País. Barbados. Capital. Bridgertown. País. São Vicente e Granadinas. Capital. Kingston. País. Granada. Capital. Sant Georges. País. Trinidad e Tobago. Capital. Port of Spain. Território de Guadalupe (pertencente à França). Território de Martinica (pertencente à França). Estão indicadas as posições das Grandes Antilhas e das Pequenas Antilhas. Ao norte da América Central Insular, estão representados o extremo sudeste dos Estados Unidos e o Oceano Atlântico; ao sul do território em destaque, estão representados o Mar das Antilhas (Mar do Caribe) e o norte da Venezuela.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 210 quilômetros.
Fonte dos mapas: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 39.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo trata da América Central continental e insular. Ele apresenta as características físicas e socioeconômicas dessa parte do continente americano, oferecendo elementos para a análise dos problemas sociais enfrentados pela população.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero um: Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

ê éfe zero oito gê ê zero quatro: Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

ê éfe zero oito gê ê zero sete: Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê um quatro: Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê dois zero: Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

ê éfe zero oito gê ê dois três: Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio da cartografia, aos diferentes povos da região, com base em aspectos da geomorfologia, da biogeografia e da climatologia.

ê éfe zero oito gê ê dois quatro: Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba; polígono industrial do sudeste brasileiro e plantações de soja no centro-oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

Observações

Esta página fornece informações textuais e cartográficas básicas para o início do trabalho com aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero. Os conteúdos da próxima página possibilitam trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois três.

População e aspectos físicos

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

A Guatemala é o país mais populoso dessa região, com mais de 17 milhões de habitantes, cêrca de um terço de toda a população da América Central. A maior densidade demográfica ocorre na costa do Pacífico, onde a presença de planaltos com solos férteis e clima tropical úmido favoreceu a concentração populacional. Nessa área, são encontradas as principais cidades da América Central continental: as capitais da Costa Rica (San José), de Él Salvador (San Salvador), da Nicarágua (Manágua) e da Guatemala (Cidade da Guatemala).

De maneira geral, a composição étnica da população da América Central continental é resultante da miscigenação de indígenas e espanhóis, os principais colonizadores da região.

As ilhas do Caribe, colonizadas por espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, também passaram por processos de miscigenação étnica. Além do branco de origem europeia, há uma minoria de indígenas e a presença marcante de descendentes de povos africanos. Os reduzidos índices de densidade demográfica próximo ao Mar das Antilhas decorrem, em parte, do predomínio das florestas tropicais.

Algumas ilhas do Caribe apresentam relevo montanhoso, intercalado por estreitas planícies e planaltos que constituem as áreas mais densamente povoadas. A região é marcada pela instabilidade geológica, o que a torna sujeita à atividade de vulcões e terremotos. As ilhas também estão expostas a violentos furacões. Em novembro de 2020, por exemplo, a região foi atingida por dois furacões em menos de duas semanas, provocando dezenas de mortes e muitos transtornos a milhões de pessoas em vários países da América Central.

A hidrografia das ilhas caribenhas é formada por rios de pequena extensão, o que compromete o abastecimento de água para os habitantes. A esse problema, acrescenta-se a deficiência na coleta de esgoto em muitas ilhas.

Fotografia. Em uma praia de areia clara, água em tons verde claro na parte rasa e verde mais escuro ao fundo, um homem usando boné, camisa longa vermelha e uma boia vermelha está andando na areia. Ao fundo montanhas com vegetação e casas construídas e, no topo, céu azul e nuvens sobre a área continental.
Relevo montanhoso, ao fundo, e área de planície, no primeiro plano, em praia na ilha de Granada (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Este tópico trabalha o tema contemporâneo Diversidade cultural. Nele também são abordados alguns aspectos físico-naturais que afetam a distribuição da população no continente e as condições de vida locais. Comente com os estudantes que a época de alertas de furacões na América Central vai de junho a novembro. Muitos furacões passam pelo Caribe em agosto, podendo se estender até outubro. Apesar de o Caribe ser normalmente atingido por furacões todos os anos, há ilhas fóra de suas rotas, como Aruba, curaçáo, Barbados e Los Roques.

Texto complementar

Na América Central continental há uma extensa área afetada pela escassez de água, o Corredor sêco, cujas características físicas e socioeconômicas são similares às de duas grandes regiões semiáridas da América do Sul, o Semiárido do Nordeste brasileiro e o Grande Chaco Americano. O texto a seguir trata dos problemas relacionados às mudanças climáticas nessas regiões.

O Semiárido do Nordeste brasileiro, o Grande Chaco Americano – compartilhado por Argentina, Bolívia e Paraguai – e o Corredor sêco da América Central participam do DAKI-Semiárido Vivo, iniciativa financiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (fida), da ônu.

A ação é executada pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ása), a Fundação Argentina para o Desenvolvimento pela Justiça e pela Paz (fundapaz) e pela Fundação Nacional para o Desenvolvimento de Él Salvador (fundê).

Em agosto (18), representantes dessas organizações reuniram-se em evento online para o lançamento do projeto, cujo foco são territórios de áreas secas que enfrentam crescentes processos de desertificação e são afetadas pelo aumento da temperatura do planeta e pela ocorrência de eventos climáticos extremos.

reticências

De acordo com dados citados pela ása, das 800 milhões de pessoas em situação de fome no mundo, metade são agricultores e agricultoras que vivem em regiões semiáridas, cuja realidade se agrava com o fenômeno da crise climática. A emergência do clima torna ainda mais crítica a dificuldade no acesso à água de qualidade, bem como à segurança alimentar e a outros direitos humanos básicos.

NAÇÕES UNIDAS. Semiáridos latino-americanos trocam conhecimentos para se adaptar às mudanças climáticas. Brasília, Distrito Federal: ônu Brasil, 10 setembro. 2020. Disponível em: https://oeds.link/e5BuSt. Acesso em: 30 março. 2022.

Condições socioeconômicas

A maioria dos emigrantes da América Central que parte em direção aos Estados Unidos é originária da Guatemala, de Él Salvador e de Honduras. Esse fato pode ser explicado, principalmente, pelas más condições de vida nesses países, expressas por alguns indicadores sociais, como as altas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, e pelos grandes desníveis socioeconômicos.

A urbanização na América Central continental se intensificou nas últimas décadas. Em 2020, a população de todos os países da região já era predominantemente urbana.

América Central continental: populações rural e urbana (2020)

País

População total (habitantes)

População urbana (%)

População rural (%)

Panamá

4.314.768

68,4

31,6

Costa Rica

5.094.114

80,8

19,2

Belize

397.621

54

46

El Salvador

6.486.201

73,4

26,6

Honduras

9.904.608

58,4

41,6

Nicarágua

6.624.554

59

41

Guatemala

17.915.567

51,8

48,2

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Países. Disponível em: https://oeds.link/n9lfQ1. Acesso em: 24 março. 2022.

Imagem de satélite. A imagem representa uma porção territorial com grandes áreas verdes que misturam vegetação nativa e outras áreas de vegetação já alterada. Há trechos urbanizados pouco adensados nas bordas das áreas verdes e muito adensados na medida em que se aproxima de uma área com água, localizada do lado inferior direito da imagem. A área com construções estão aparecem em tons de cinza e marrom, sobretudo nas porções central e direita.
No Panamá, mais de 60% da população vive em áreas urbanas. Para a ônu, a urbanização nos países da América Central, assim como nos da América do Sul, apresenta elevado crescimento, porém esse processo ocorre de modo ineficiente e desproporcional, promovendo o desmatamento de áreas naturais. Nessa imagem de satélite, área de urbanização na Cidade do Panamá, Panamá (2018).
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Sobre os motivos do grande fluxo migratório de países da América Central em direção aos Estados Unidos, leia os trechos de reportagem reproduzidos a seguir.

A análise de várias agências internacionais, incluindo o Programa Mundial de Alimentos, pê ême a, e a Organização dos Estados Americanos, ô ê á, sugere que a migração é motivada por várias causas incluindo insegurança alimentar, pobreza, violência e crise climática.

Nos últimos cinco anos, pelo menos trezentas e setenta e oito mil pessoas, anualmente, migraram da América Central para os Estados Unidos. A maioria é de três países: Él Salvador, Guatemala e Honduras.

reticências

Com a covíd-19, aumentaram os casos de fome e insegurança alimentar porque muitas famílias não tinham dinheiro para comprar comida.

Em outubro de 2021, o pê ême a estimava que o número de centro-americanos nessa situação havia crescido 300% para 6,4 milhões em Él Salvador, Guatemala e Honduras.

Um outro motivo para que os centro-americanos deixem suas casas para viver fóra é a violência e a insegurança, além de choques climáticos, secas, tempestades tropicais etcétera.

No ano passado, dois furacões criaram uma deterioração das condições de vida na região.

NAÇÕES UNIDAS. ônu quer combate imediato das causas para aumento de migração da América Central. ônuNews. Brasília, Distrito Federal: ônu, 27 novembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/2golmu. Acesso em: 29 março. 2022.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Economia continental

As principais atividades econômicas na América Central continental estão relacionadas ao cultivo de produtos tropicais para o abastecimento do mercado externo. Há uma enorme dependência da economia das repúblicas centro-americanas em relação aos Estados Unidos, devido à grande influência que esse país exerce na região. Hoje, o café e a banana, cultivados em grandes fazendas, estão entre os principais produtos exportados.

Agricultura de exportação e de subsistência

Nessa área, praticam-se a agricultura comercial de produtos tropicais e a de subsistência, como pode ser observado no mapa sobre a produção agrícola na América Central.

Grande parte da produção agrícola de exportação é realizada em extensas propriedades monocultoras, localizadas em áreas de clima quente e úmido, no litoral do oceano Pacífico. A maioria dessas propriedades pertence a empresas estrangeiras, originárias principalmente dos países para os quais se destina a produção, como os Estados Unidos.

No litoral do Atlântico e nos altiplanos, predomina a agricultura de subsistência, praticada em pequenas propriedades com o emprego de técnicas tradicionais e de mão de obra familiar. Os principais produtos cultivados são o milho e a batata.

AMÉRICA CENTRAL CONTINENTAL: AGRICULTURA

Mapa. América Central Continental: agricultura. 
Mapa representa o território da América Central Continental, com destaque para a produção agrícola dos países da região. As áreas estão representadas por diferentes cores. 
Agricultura comercial de produtos tropicais (laranja). Ocorre no Panamá, na Costa Rica, em El Salvador, nas porções oeste da Guatemala e de Honduras e nas faixas oeste e leste da Nicarágua. Uma pequena porção do sudeste hondurenho também é abarcada por esse tipo de produção.
Agricultura de subsistência (verde claro): Belize, faixa leste da Guatemala e centro-norte de Honduras. 
Floresta (verde escuro): região sudeste de Honduras e porção central da Nicarágua. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 185 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 77.

Ler o mapa

Qual é o principal tipo de agricultura praticado na América Central continental?

Indústria e extrativismo mineral

A indústria e a extração mineral não são atividades muito expressivas na América Central. Na maioria dos países, a indústria é voltada para o beneficiamento de produtos agrícolas destinados à exportação e para a produção de bens de consumo e materiais de construção destinados ao mercado interno.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Destaque a importância histórica da agricultura monocultora nos países da América Central continental e sua subordinação a interesses externos. Ressalte que, atualmente, os países centro-americanos continuam a exportar produtos agrícolas principalmente para o mercado estadunidense. Ao lado dessa agricultura voltada para a exportação, praticada em grandes propriedades monocultoras, ainda persiste uma agricultura tradicional, como a do milho, herdada dos povos pré-colombianos.

Para enriquecer a discussão, pode-se propor aos estudantes que façam uma pesquisa procurando esclarecer por que a agricultura comercial de produtos tropicais se tornou dominante na América Central. Oriente-os a investigar a atuação da United Fruit Company na região, o contexto de sua inserção na política externa dos Estados Unidos para a América Latina e os resultados da interferência dessa multinacional nas relações de trabalho e na estrutura agrária dos países centro-americanos. Como fontes, eles podem consultar livros, revistas e sites. Se julgar conveniente, peça que consultem o verbete “United Fruit Company” no portal da Enciclopédia Latinoamericana (disponível em: https://oeds.link/JjL9FM; acesso em: 30 abril. 2022). Nessa atividade, os estudantes exercitam a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

VARGAS liossa, Mario. Tempos ásperos. São Paulo: Alfaguara, 2020.

Romance histórico que retrata a vida política e social dos países da América Central nos anos do pós-Guerra, destacando o monopólio das terras e minas por empresas estrangeiras, a marginalização das populações indígenas e o processo de implantação de ditaduras no período da Guerra Fria.

Resposta

Ler o mapa: O principal uso do solo é para a agricultura comercial de produtos tropicais.

Observação

O conteúdo desta página possibilita trabalhar as habilidades ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois quatro.

Economia insular

A principal atividade econômica da região do Caribe é a agricultura, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar, cujo maior produtor é Cuba. Também são cultivados banana, fumo, café e algodão. A produção agrícola, geralmente oriunda de grandes propriedades, é voltada predominantemente para o mercado externo, o que a torna muito dependente das oscilações dos preços internacionais. A maioria dos estabelecimentos agrícolas caribenhos destina-se à agricultura familiar. Apesar disso, essa modalidade de produção, destinada principalmente à subsistência, ocupa menos de um quarto das terras agrícolas disponíveis e tem como base técnicas tradicionais, muitas associadas a conhecimentos advindos de povos indígenas. Esse tipo de produção, historicamente abandonado pelos governos, nos últimos anos passou a ser reconhecido como uma atividade com grande potencial de ampliar o abastecimento de alimentos na região e melhorar as condições de vida das populações rurais mais vulneráveis. Os investimentos na agricultura familiar podem, inclusive, evitar a migração de pessoas em busca de oportunidades de trabalho em outros países, uma vez que podem gerar novos empregos no campo.

Outro destaque da economia caribenha é a produção de gás natural e de petróleo em Trinidad e Tobago. O país está entre os maiores exportadores mundiais desse produto energético, tendo como principal comprador os Estados Unidos.

A atividade industrial no Caribe, pouco desenvolvida, permanece restrita ao beneficiamento das matérias-primas agrícolas, à confecção de roupas e ao artesanato local, principalmente de cestaria e de cerâmica.

Na região do Mar do Caribe, há os chamados paraísos fiscais, como as ilhas Cayman, as ilhas Virgens e Bahamas. Nesses países, grandes somas de dinheiro podem ser depositadas sem a necessidade de declarar sua origem: os depósitos são protegidos por leis que beneficiam o sigilo bancário.

Além disso, o turismo voltado às praias e às florestas tropicais representa uma importante fonte de receita para os países caribenhos.

Fotografia. Parte interna de uma usina, com estruturas metálicas escuras no entorno. À direita uma grande estrutura em forma de pá, despejando um material marrom em um vão que está no solo, formando uma pequena nuvem de poeira branca. Ao centro, um trabalhador usando capacete amarelo, camisa verde, luva vermelha, calça azul e botas pretas; ele está atrás de uma estrutura baixa de madeira e próximo à máquinas, que estão ao fundo.
Trabalhador na usina de açúcar em Calimete, Cuba (2017). Atualmente a indústria açucareira cubana está buscando investimentos estrangeiros para aumentar a produção.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Proponha aos estudantes analisar um conjunto de afirmações referentes à América Central continental e insular. Peça que indiquem quais são corretas. No caso das incorretas, eles devem reescrevê-las no caderno fazendo as correções necessárias.

  1. Apesar da independência tardia, todas as ilhas da América Central insular são, atualmente, independentes politicamente. . Incorreta. Algumas ilhas da América Central ainda são territórios de outros países europeus e dos Estados Unidos.
  2. Nas ilhas caribenhas, o turismo tem papel significativo na economia. . Correta.
  3. A produção agrícola dos países da América Central continental tem grande dependência do mercado externo, por isso é praticada a agricultura familiar em grandes propriedades, empregando alta tecnologia. . Incorreta. A agricultura nos países da América Central continental tem grande dependência do mercado externo e a maior parte das terras é propriedade de grandes empresas estrangeiras; a agricultura familiar é praticada em pequenas propriedades empregando técnicas tradicionais.
  4. A população da América Central continental é predominantemente urbana e apresenta índices expressivos de desigualdade social. . Correta.

Caso os estudantes tenham dúvida, retome os conteúdos a respeito da América Central, dando maior atenção às diferenças entre a parte insular e a continental.

Observação

O conteúdo desta página possibilita trabalhar as habilidades ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois quatro por abranger aspectos gerais da economia da América Central insular e destacar a produção de cana-de-açúcar em Cuba. A agricultura é o grande destaque da região e tem como foco os mercados externos, como os Estados Unidos.

O Canal do Panamá

Um dos empecilhos ao comércio marítimo mundial foi superado em 1914, com a abertura de um canal ao longo de 80 quilômetros, no istmoglossário do Panamá, que facilitou a travessia entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Anteriormente, essa travessia era feita apenas pelo estreito de Magalhães, localizado ao sul da América do Sul.

A construção do Canal do Panamá demorou décadas para ser concluída. As obras foram iniciadas em 1880 pela França e finalizadas pelos Estados Unidos. Estima-se que tenham custado aproximadamente 375 milhões de dólares e causado a morte de 25 mil pessoas, em decorrência de epidemias de malária e febre amarela, além de acidentes.

Só a partir de 2000 o canal passou a ser administrado pelo Panamá. Até então, a administração era mantida sob o contrôle dos Estados Unidos. Entre 2007 e 2016, o Canal do Panamá passou por obras de expansão, com a construção de uma terceira via, com capacidade para a travessia de embarcações de maior porte.

Fotografia em preto e branco. uma aérea em que diversos trabalhadores executam trabalhos braçais em um vale. A superfície é terrosa e não há  cobertura vegetal. Ao fundo, um corpo d'água afunilado na direção do fundo do vale. Nas laterais, terrenos mais elevados.
Fotografia do início do século vinte das obras realizadas durante a construção do Canal do Panamá.

CANAL DO PANAMÁ

Mapa. Canal do Panamá.
Mapa com destaque para a porção do território panamenho em que está localizada o Canal do Panamá. Cortando o país de norte (Mar das Antilhas) a sul (Oceano Pacífico) há uma linha azul representando a extensão do canal. A linha passa pelas eclusas de Gatún, Pedro Miguel e Miraflores e pelas cidades de Gatún, Gamboa, Paraíso e Balboa, antes de desembocar no oceano. A noroeste da cidade de Balboa situa-se a capital do Panamá, cujo nome é Panamá. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 8 quilômetros. 
Abaixo do mapa, há ilustração de um corte de perfil topográfico que apresenta o caminho feito pelo canal, partindo do Mar das Antilhas, à esquerda, passando pela Eclusa de Gatún, pelo Lago Gatún e pelas eclusas de Pedro Miguel e Miraflores antes de chegar ao Oceano Pacífico, à direita. As seguinte informações aparecem abaixo da ilustração: a extensão do canal é de 84 quilômetros. O tráfego de mercadorias em 2018 foi de 441 milhões de toneladas.

CANAL DO PANAMÁ

Ilustração. Canal do Panamá. 
Perfil topográfico do trajeto do Canal do Panamá. 
A ilustração possui quatro principais blocos de informação: em marrom, representando o subsolo; azul, representando o oceano e as águas do Canal do Panamá; verde, representando as montanhas do Panamá e cinza, representando as comportas das eclusas do canal. 
À esquerda, o Mar das Antilhas; avançando em direção ao Oceano Pacífico há uma elevação de terreno e três comportas das Eclusas de Gatún; ao final dessa primeira eclusa chega-se ao Lago de Gatún, em uma área plana e um barco branco navegando; Indo na direção do Oceano Pacífico e ao fim do Lago de Gatún, chega-se a Eclusa de Pedro Miguel, onde há um declive em direção ao Lago Miraflores. Em seguida, há outros desníveis relacionados à duas comportas das Eclusas Miraflores. Por fim, chega-se ao Oceano Pacífico. 
Abaixo do perfil topográfico há duas informações: a extensão do canal é de 84 quilômetros. O tráfego de mercadorias em 2018 foi de 441 milhões de toneladas.
Fonte do mapa e da ilustração: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 72.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

As disputas entre Estados Unidos e China no cenário geopolítico atual têm renovado a discussão sobre a importância estratégica da ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico. A esse respeito, leia para os estudantes os trechos de notícia a seguir e, depois, solicite que respondam às questões propostas.

reticências o vice-ministro de comércio da China, Yu Jianhua, afirmou que Pequim deve fortalecer os investimentos em infraestrutura na Nicarágua sob as diretrizes da “Rota”.

Também chamada de “Um Cinturão, Uma Rota”, a “Nova Rota da Seda” é um projeto prioritário da diplomacia chinesa lançado em 2013 com o objetivo de investir bilhões em projetos de infraestrutura como portos, estradas, ferrovias, redes de telecomunicações e aeroportos em dezenas de países. Entre janeiro e julho de 2021, Pequim investiu US$ 11,29 bilhõesonze reais e vinte e nove centavos, cêrca de sessenta e três bilhões de reais, em projetos em 56 países diferentes.

reticências

Um dos possíveis projetos para a Nicarágua pode ser a criação de um novo canal para ligar os Oceanos Atlântico e Pacífico. reticências este novo canal teria quatro vezes o comprimento do Canal do Panamá reticências.

ximít, Thales. Nicarágua se aproxima da China e abre caminho para investimentos em infraestrutura. Brasil de Fato, 11 janeiro. 2022. Disponível em: https://oeds.link/htgWaC. Acesso em: 31 março. 2022.

a) Qual é a vantagem da construção do canal da Nicarágua para a China?

. Para a China, a construção do canal da Nicarágua representa maior facilidade de escoamento de produtos para o Atlântico.

b) Essa situação pode gerar algum efeito para os Estados Unidos? Por quê?

. Sim, porque ameaça a hegemonia que o país exerce na região.

c) Quais impactos negativos podem ser sofridos pela Nicarágua?

. Entre as possíveis consequências, podemos citar as interferências nos ecossistemas com a quantidade enorme de lama e dragagem de sedimentos e os impactos sociais para a população residente nas áreas afetadas pelas obras.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero sete e ê éfe zero oito gê ê um quatro.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Integrar conhecimentos’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo laranja com a inscrição ‘Integrar conhecimentos’ grafada em letras brancas.

Integrar conhecimentos

Geografia e Ciências

Preservação das florestas tropicais da Costa Rica

Situada na porção continental da América Central, a Costa Rica é reconhecida mundialmente pelas iniciativas que vem realizando para conservar as florestas tropicais presentes em seu território. Após um intenso processo de desmatamento em decorrência das atividades agropecuárias estabelecidas durante décadas, o país adotou, a partir dos anos 1980, uma série de políticas para cessar a retirada da cobertura vegetal.

Naquela época, o território era coberto por apenas 21% de vegetação natural. Atualmente, conta com mais de 50% de áreas cobertas por diversos tipos de florestas. Observe o mapa a seguir, que representa os tipos e as áreas de floresta presentes no país.

COSTA RICA: TIPOS DE FLORESTA

Mapa. Costa Rica: tipos de floresta 
Mapa representando o território da Costa Rica, na América Central, com destaque para diferentes tipos de florestas encontradas no país.
Em verde, Floresta tropical (44,7 por cento do território): ocupa a maior parte do território costa-riquenho e é margeada por outras florestas.
Em verde escuro, Floresta caducifólia (4,6 por cento): ocorre nas porções noroeste e oeste. 
Em verde claro, Vegetação de palmeiras (0,9 por cento): pequenas manchas no litoral nordeste e leste. 
Em rosa, Mangue (0,7 por cento): pequenas faixas nas porções sudoeste e oeste.
Em verde musgo, Floresta plantada (1,5 por cento): ocorrências na porção sudoeste. 
Em laranja, Pasto (24,5 por cento): manchas dispersas com maior concentração nas regiões nordeste e noroeste. 
Em marrom, Vegetação de altitude (0,2 por cento): pequenas ocorrências na porção centro-sul. 
Em amarelo, Sem vegetação (13,6 por cento): várias manchas de tamanhos variados, com concentração na região central ao redor da capital San José e nas porções noroeste e nordeste. 
Em cinza, Sem dados (9,3 por cento): várias manchas de tamanhos variados, com concentração nas regiões central, sudoeste e norte.
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 64 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: COSTA RICA. Ministerio de Ambiente y Energía. Cartografía base para el Inventario Forestal Nacional de Costa Rica 2013-2014. volume. 1. San José, CR: Sinac, 2015. Disponível em: https://oeds.link/cmYuLN. Acesso em: 24 março. 2022.

O modelo implantado pelo país é caracterizado por adotar um sistema de incentivos financeiros por serviços ambientais. Nesse caso, proprietários de áreas florestais são pagos pelas funções que elas cumprem, isto é, por contribuir para a diminuição das emissões de gases que causam o efeito estufa, por proteger a biodiversidade e os recursos naturais, por manter a beleza paisagística natural etcétera.

O desafio do governo costa-riquenho, no entanto, é conciliar o modelo de preservação das florestas com as demandas das comunidades locais e dos povos indígenas. Ao longo dos anos, foram verificados alguns conflitos em decorrência de repasses que não foram realizados de fórma planejada e equitativa ou da desapropriação de Terras Indígenas. A solução deve levar em conta as necessidades dessas comunidades, a fim de garantir que seus direitos, como o de autodeterminação e o de contrôle de suas terras e de seus territórios, sejam respeitados.

  1. De acordo com o mapa, como são divididos os tipos de floresta na Costa Rica?
  2. Qual é o desafio enfrentado pelo modelo de preservação das florestas tropicais implementado na Costa Rica nas últimas décadas?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Se possível, convide o professor de Ciências para participar da execução da atividade proposta. Entre outras colaborações, ele poderá descrever o funcionamento dos ecossistemas relacionados aos tipos de cobertura vegetal mencionados no texto e conduzir uma reflexão acerca dos impactos das interferências humanas nesses ambientes, reforçando o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O trabalho proposto nesta seção pode contribuir para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois três.

Respostas

  1. De acordo com o mapa do Inventário Nacional Florestal, o país abriga 44,7% de florestas, 4,6% de caducifólios, 0,9% de palmeiras, 0,7% de mangues e 1,5% de florestas plantadas.
  2. O desafio do modelo implementado na Costa Rica é conciliar a preservação das florestas tropicais com as demandas e necessidades das comunidades locais e dos povos indígenas a fim de garantir que seus direitos, como a autodeterminação e o contrôle de suas terras e seus territórios, sejam respeitados.

Herança colonial

A população caribenha enfrenta problemas sociais relacionados a educação, saúde e renda; porém, apresenta melhores condições de vida que a dos países da América Central continental. No Caribe está localizado o Haiti, um dos países mais pobres do mundo.

Os problemas verificados nessa área da América Central têm raízes nos séculos de dominação colonial. A maior parte dos países caribenhos só obteve a independência no início do século vinte, e ainda hoje várias ilhas continuam politicamente dependentes de Estados europeus, como Aruba e Curaçao (Países Baixos), Martinica (França) e Montserrat (Reino Unido).

Nesse aspecto, Porto Rico ocupa uma posição especial: é um Estado livre, associado aos Estados Unidos. Seus habitantes, porém, não têm garantidos os mesmos direitos civis dos cidadãos estadunidenses, como o de participar das eleições presidenciais daquele país.

Realidades distintas: Haiti e Cuba

Haiti

O Haiti apresenta os piores indicadores sociais do continente americano e um dos mais baixos do mundo. Em 2019, o Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) do país era de 0,51, e a expectativa de vida, de pouco mais de 64 anos. Outros dados indicam a baixa qualidade de vida da população: apenas pouco mais de 66% dos habitantes têm acesso a água potável e cêrca de 37%, ao saneamento básico; a mortalidade infantil chega a 48 mortos em cada 1.000 nascidos vivos; e cêrca de 60% do total da população vive abaixo da linha de pobreza. Atualmente, muitos haitianos emigram em busca de melhores condições de vida, inclusive para o Brasil. Os dados sobre os imigrantes no Brasil podem ser observados no gráfico.

BRASIL: IMIGRANTES (2019)

Gráfico. Brasil: imigrantes (2019) 
Gráfico de barras mostrando, no eixo vertical o nome dos países de origem dos imigrantes e, no eixo horizontal, o número de imigrantes desses países, que variam de zero a 80 mil, presentes no Brasil.
Venezuela: 70.653 imigrantes. 
Haiti: 15.679 imigrantes. 
Colômbia: 5.419 imigrantes. 
Bolívia: 4.661 imigrantes. 
Uruguai: 3.109 imigrantes. 
Paraguai: 2.029 imigrantes. 
Peru: 1.817 imigrantes. 
China: 1.318 imigrantes. 
Argentina: 981 imigrantes. 
Senegal: 291 imigrantes.
Fonte: CAVALCANTI, L.; OLIVEIRA, T.; MACEDO, M. (Organização.). Relatório Anual 2020 reticências. Brasília, Distrito Federal: ó bêMigra, 2020. Disponível em: https://oeds.link/1k2Uxr. Acesso em: 24 março. 2022.
Ícone. Ícone indicativo de ‘Sugestão de vídeo’. O ícone corresponde à ilustração de um projetor de cinema na cor rosa.
O DIA em que o Brasil esteve aqui. Direção: caíto Ortiz e João Dornelas. Brasil, 2005. Duração: 72 minutos. Em 2004, as seleções de futebol do Brasil e do Haiti realizaram um jogo para promover a paz no país caribenho. O documentário mostra como o encontro dessas seleções ajudou a amenizar os graves conflitos do país.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A herança colonial do Caribe pode ser estudada em parceria com o professor de História. Sugere-se que cada grupo de estudantes pesquise informações sobre o passado colonial de determinadas ilhas caribenhas e as apresente aos demais grupos. A execução dessa atividade possibilitará aos estudantes exercitar a revisão bibliográfica, a análise documental, a tomada de notas e a construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Ao fazer a leitura do gráfico com os estudantes, destaque que a maioria dos imigrantes que entraram no Brasil em 2019 eram procedentes de países da América do Sul e do Caribe. Entre eles, predominavam os de nacionalidade venezuelana e haitiana. Se julgar pertinente, comente que o número de haitianos é expressivo, considerando-se que o Haiti é um país relativamente distante do Brasil. Já a Venezuela é um país fronteiriço e mais populoso, que também apresenta problemas políticos e econômicos.

Atividade complementar

Peça aos estudantes que elaborem um pequeno texto explicando a relação entre a herança colonial e o nível de desenvolvimento de países da América Central insular.

Espera-se que eles mencionem que as desigualdades sociais e econômicas dos países do Caribe têm origem em um prolongado passado de exploração colonial, durante o qual estavam limitados a gerar riquezas para as metrópoles. Muitos países caribenhos só conseguiram independência durante o século vinte, e há ilhas que ainda dependem economicamente de outros países.

Se for possível, apresente aos estudantes um mapa histórico que mostre a colonização dos países da América Central, principalmente no Caribe. Peça que pesquisem o ano em que obtiveram independência e como foi o processo.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero um, ê éfe zero oito gê ê zero quatro e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Cuba

Depois de conquistar sua independência da Espanha, no final do século dezenove, Cuba foi controlada pelos Estados Unidos, o que dava a esse país o poder de intervir política e militarmente na ilha. Em 1959, um grupo de guerrilheiros liderados por Fidel Castro conseguiu derrubar o governo corrupto e pró-estadunidense do ditador Fulgêncio Batista. Em pouco tempo, Fidel e seu grupo implantaram no país o regime socialista. A economia cubana, de base agrícola, não se desenvolveu durante o período de contrôle dos Estados Unidos e se manteve, da Revolução Cubana até 1991, com a ajuda econômica da União Soviética.

Em represália à revolução de 1959, os Estados Unidos impuseram aos cubanos um embargo (bloqueio) econômico, que perdura até os dias atuais, impedindo países aliados aos Estados Unidos de manterem relações comerciais com Cuba. O embargo afeta profundamente a economia cubana, que consegue estabelecer apenas parcerias pontuais no comércio internacional. Diante das dificuldades financeiras, que se agravaram com a pandemia de covíd-19, e a redução da entrada de turistas estrangeiros, o governo cubano passou a buscar meios para ampliar a exportação de produtos (a maioria de baixo valor) e de serviços, principalmente na área da saúde. Em 2022, Cuba possuía apenas 670 produtores ou prestadores voltados para a exportação; desses, só 24 pertenciam ao setor privado, como é possível verificar no mapa a seguir.

CUBA: UNIDADES EXPORTADORAS (2022)

Mapa. Cuba: unidades exportadoras (2022)
Mapa representando as unidades de exportação privadas e estatais de Cuba e suas respectivas localizações no território do país. Em verde, unidades estatais e, em roxo, unidades privadas.
Pinar del Rio: 18 unidades estatais. Cidade de la Habana: 96 unidades estatais e 13 unidades privadas. Matanzas: 11 unidades estatais e uma unidade privada. Cienfuegos: 49 unidades estatais e 5 unidades privadas. Sancti Spiritus: 15 unidades estatais. Ciego de Ávila: 15 unidades estatais e uma unidade privada. Camagüey: 23 unidades estatais. Las Tunas: 3 unidades privadas. Granma: 64 unidades estatais. Holguin: 57 unidades estatais. Santiago de Cuba: uma unidade privada. Guantánamo: 21 unidades estatais. 
Na parte superior esquerda, rosa dos ventos; abaixo, no centro, escala de 0 a 95 quilômetros.
CUBA. Ministerio del Comercio Exterior y la Inversión Extranjera. Mapa de exportaciones. La Habana, Cuba: Mincex, 2022. Disponível em: https://oeds.link/JaqkrH. Acesso em: 24 março. 2022.

Em junho de 2017, dônald tramp, então presidente dos Estados Unidos, encerrou os movimentos de aproximação com Cuba iniciados pelo seu antecessor, Barack Obama, que levava ao povo cubano a esperança de ver terminado o embargo.

Apesar de todas as dificuldades relacionadas à economia, Cuba apresenta bons indicadores sociais. Em 2019, o í dê agá do país era de 0,78, e a expectativa de vida chegava aos 81 anos para as mulheres e aos 77 anos para os homens. A porcentagem de adultos alfabetizados (acima dos 15 anos) alcançava 99,8%. Contrastando com os avanços sociais, a falta de liberdade política e de imprensa continua sendo um dos maiores focos de crítica ao governo cubano, que se constitui sem o voto direto da população, diferentemente de como ocorre nas democracias do continente.

Ícone. Ícone indicativo de ‘Sugestão de livro’. O ícone corresponde à ilustração de dois livros empilhados na cor rosa.
PORTELA, Fernando; SILVA, José Herculano da. Cuba. São Paulo: Ática, 1998. Nessa narrativa ficcional, três amigos em férias na capital de Cuba, Havana, conhecem os aspectos positivos e negativos do país que implantou o socialismo.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Acompanhe o desenvolvimento da questão do embargo comercial a Cuba imposto pelos Estados Unidos e apresente aos estudantes informações atualizadas.

Aproveite para trabalhar com eles o mapa do território cubano e sua economia, destacando a principal atividade econômica do país: o cultivo de cana-de-açúcar.

No extremo oeste da ilha, predomina a cultura do fumo, e a paisagem composta de morros atrai muitos visitantes e turistas. O manejo manual e tradicional foi mantido a fim de preservar o modo de vida dos camponeses dessa região e a qualidade do produto cubano.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero sete e ê éfe zero oito gê ê dois zero, pois apresenta aspectos gerais de Cuba e aborda as relações Cuba-Estados Unidos, retratando os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da política externa estadunidense. É possível trabalhar também a habilidade ê éfe zero oito gê ê dois quatro, uma vez que a leitura do mapa possibilita desenvolver questões sobre a cana-de-açúcar em Cuba.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Em prática’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um pino de localização sobre um mapa dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo vermelho com a inscrição ‘Em prática’ grafada em letras brancas.

Em prática

Mapas qualitativos

Os mapas qualitativos registram a localização e ou ou extensão de diferentes fenômenos ou as diversas categorias nas quais eles se enquadram, descrevendo qualidades desses espaços. A diversidade da realidade é reproduzida por variáveis visuais.

Para representar a ocorrência de fenômenos pontuais, devem-se aplicar diferentes símbolos para cada um deles, sem diferenças nos tamanhos. Os mapas qualitativos apontam a existência ou não de um fenômeno, e não sua ordem ou proporção.

Para representar fenômenos com ocorrência em áreas determinadas, emprega-se o método corocromático qualitativo, isto é, de áreas coloridas. Esse método estabelece cores diferenciadas para as várias ocorrências.

No mapa América: organização do espaço foram utilizados diversos recursos visuais para representar a organização do espaço da América.

AMÉRICA: ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

Mapa. América: organização do espaço
Mapa temático representando as regiões econômicas e principais formações vegetais do continente americano. As áreas estão representadas por cores, triângulos, pontos ou hachuras.
Regiões econômicas
Turismo de litoral (em rosa claro). Costa leste e sul dos Estados Unidos, Caribe, costa oeste do México e litoral do Brasil, do Nordeste ao Sul. 
Principal: dinâmica (em rosa escuro). Ocorrências na porções oeste (Califórnia) e nordeste dos Estados Unidos, porção central do México, Regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, pequena faixa ao sul do Uruguai, leste da Argentina e litoral central do Chile.
Principal: em reestruturação (em laranja). Nordeste dos Estados Unidos, duas manchas ao norte da América do Sul, litoral do Peru e litoral nordestino brasileiro. 
Secundária (em laranja claro). Extensa faixa que abrange o sul do Canadá, as porções leste e sul dos Estados Unidos, as regiões norte e sul do México, além de diversas partes de países da América Central. Na América do Sul, também há muitas ocorrências, com destaque para a faixa centro-leste, entre Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. 
Terciária (em amarelo). Extensa faixa que abrange o sul do Canadá, o centro-oeste dos Estados Unidos, o norte mexicano e o interior de vários países da América Central. Na América do Sul também há muitas ocorrências, com destaque para a porção centro-oeste, em uma faixa que se inicia na Venezuela e se estende ao sul da região, na Patagônia (Argentina).
Principais formações vegetais
Floresta tropical (em triângulos verde escuros): Amazônia, que abrange sobretudo a Região Norte do Brasil. 
Floresta boreal (em triângulos verde claros): centro-norte do Canadá e sul do Alasca. 
Tundra (em pontos rosas): ocorrência na região norte do Canadá e do Alasca e litoral da Groenlândia. 
Deserto (hachuras): litoral do Chile e do Peru, norte-noroeste do México e sudoeste dos Estados Unidos. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.210 quilômetros.
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico. quarta edição São Paulo: Saraiva, 2013. página. 106.
  1. Quais recursos visuais foram utilizados para diferenciar no espaço representado as informações geográficas demonstradas?
  2. De acordo com a legenda apresentada no mapa, elabore um breve texto interpretando as informações referentes à América Central, comparando-a com as outras regiões do continente americano.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Promova a leitura coletiva do mapa qualitativo. Por meio da exploração do exemplo apresentado, espera-se que os estudantes possam comparar e classificar diferentes regiões com base em informações geográficas representadas em mapas temáticos. A interpretação do mapa possibilita trabalhar saberes geográficos como a extensão, a delimitação, a localização e a analogia.

Respostas

  1. Para representar as informações geográficas nos mapas, foram utilizadas diferentes cores e hachuras na identificação zonal, uma vez que se trata de um mapa corocromático.
  2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes descrevam as principais informações presentes no mapa, indicando que na América Central predominam as regiões econômicas secundárias e terciárias e o turismo de litoral. Ao compará-la com a costa leste e oeste dos Estados Unidos e a região Sudeste do Brasil, os estudantes podem indicar que a América Central não é a mais dinâmica das Américas, do ponto de vista econômico.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Observe o mapa e responda.

Mapa. O Mapa destaca o continente americano, dando enfoque para Estados Unidos e Panamá.
 
Uma linha vermelha, que representa um trajeto de aproximadamente 25.000 quilômetros, sai da costa oeste dos Estados Unidos, ruma pelo Oceano Pacífico em direção ao sul da América do Sul, contorna o continente em direção ao Oceano Atlântico e vai em direção ao hemisfério norte, até a costa nordeste dos Estados Unidos. 
 
Uma linha verde, que representa um trajeto de aproximadamente 11.000 quilômetros, sai da costa oeste dos Estados Unidos, contorna a América Central pelo Oceano Pacífico, passa pelo Canal do Panamá em direção ao Oceano Atlântico e se direciona à costa nordeste dos Estados Unidos. 

Na parte esquerda do mapa, no alto, rosa dos ventos e, abaixo, escala de 0 a 1.740 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 32.
  1. A que se refere a linha verde traçada no mapa? E a vermelha?
  2. Qual é a distância percorrida em cada uma das rotas e qual é a diferença entre elas?

2. Leia o trecho a seguir e responda às questões.

O projeto de um novo canal que ligaria o oceano Atlântico ao oceano Pacífico, atravessando a Nicarágua, foi debatido no parlamento do país. Muitos senadores e deputados se opuseram ao projeto em virtude dos possíveis danos ao meio ambiente e da falta de estudos mais aprofundados sobre os impactos. Mesmo assim, a construção foi aprovada e só não foi adiante porque houve recuo dos investidores chineses que financiariam as obras.

  1. Considerando as necessidades de desenvolvimento econômico e de proteção do meio ambiente, você seria favorável ou contrário à construção do canal? Expresse seu parecer sobre a questão, justificando com argumentos.
  2. Comente algum caso parecido no Brasil.
  1. Sobre os países da América Central insular e continental, responda.
    1. Quais são as principais atividades econômicas praticadas nesses países?
    2. Qual é a importância do turismo para a economia desses países?
  2. Por que ocorre forte emigração de países como Honduras, Él Salvador, Guatemala e Nicarágua?
  3. Observe a fotografia, leia o texto e responda à questão.
Fotografia. No primeiro plano, uma mulher usando camiseta branca e calça jeans, está segurando um rodo largo sobre uma massa marrom de lama estocada no chão; ao redor, diversos entulhos e objetos destruídos. Ao fundo, casa com fachada roxa e portas e janelas vermelhas, rua com lama e detritos e uma mulher vestindo calças pretas e camiseta rosa. Ela está curvada próximo à algumas pedras.
Área destruída pelo furacão Eta em La Lima, Honduras (2020).

A América Central é uma região sujeita a furacões, com ventos com velocidade superior a 200 quilômetros por hora, que podem causar enorme destruição e mortes. A temporada dos furacões inicia-se no final do verão no hemisfério Norte. Os países pobres são os mais prejudicados, pois a reconstrução requer muito esforço da população e altos investimentos financeiros.

Por que nos países pobres esse fenômeno natural tende a causar mais prejuízos?

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Diversidade e dinâmica da população mundial e local.
  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero quatro (atividade 4)
  • ê éfe zero oito gê ê zero sete (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê dois zero (atividades 2, 3 e 5)
  • ê éfe zero oito gê ê dois quatro (atividade 3)

Respostas

    1. A linha verde se refere à rota para ir de uma costa à outra dos Estados Unidos, passando pelo Canal do Panamá. A linha vermelha se refere à rota para ir de uma costa à outra dos Estados Unidos contornando o sul do continente americano.
    2. A rota pelo Canal do Panamá é de cêrca de 11 000 quilômetros; a rota contornando o continente é de 25 000 quilômetros. O resultado é uma diferença de 14 000 quilômetros.
    1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes analisem que é preciso buscar equilíbrio para conciliar as questões econômicas e ambientais. Para isso, é ideal que se façam estudos técnicos e que as populações prejudicadas por obras dessa dimensão sejam ouvidas antes das tomadas de decisão.
    2. No Brasil, a construção de usinas hidrelétricas costuma ser acompanhada do conflito de interesses econômicos e socioambientais. Por exemplo, discutiram-se os impactos causados pela construção da usina de Belo Monte, no Pará, para o ambiente e para as populações indígenas e ribeirinhas.
    1. As principais atividades são a monocultura de produtos tropicais para exportação, a agricultura tradicional praticada em pequenas propriedades e o turismo.
    2. O turismo constitui uma importante fonte de renda para os países da América Central. Os turistas que visitam a região se interessam pela cultura dos povos pré-colombianos, pela diversidade cultural e pela variedade de aspectos físicos locais, que incluem florestas tropicais e praias.
  1. As más condições de vida, a extrema pobreza e a falta de perspectivas econômicas nesses países influenciam a saída de muitas pessoas em busca de melhores condições.
  2. Nos países pobres há menos investimento em técnicas de engenharia nas construções que possam minimizar os impactos de fenômenos naturais severos. Esses países também têm estrutura médica mais precária e menos recursos para o treinamento de equipes de resgate e para a reconstrução de áreas destruídas.

CAPÍTULO 11 América do Sul

A América do Sul compreende doze países – Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname – e um departamento francês ultramarino, a Guiana Francesa.

Um dos traços importantes do território da América do Sul é o desequilíbrio na distribuição de sua população, não somente entre os países, como representado no mapa América do Sul: densidade populacional (2020), mas também entre regiões no interior de alguns deles, onde há áreas pouco povoadas, como a Patagônia, na Argentina, a região Amazônica, no norte da América do Sul, e as áreas desérticas do Chile.

AMÉRICA DO SUL: POLÍTICO

Mapa. América do Sul: político
Mapa político da América do Sul, indicando os países e suas respectivas capitais, além da Guiana Francesa. Cada território está representado por cores diferentes. País: Suriname. Capital: Paramaribo. País: Guiana. Capital: Georgetown. País: Venezuela. Capital: Caracas. País: Colômbia. Capital: Bogotá. País: Equador. Capital: Quito. País: Peru. Capital: Lima. País: Bolívia. Capital: La Paz. País: Paraguai. Capital: Assunção. País: Chile. Capital: Santiago. País: Argentina. Capital: Buenos Aires. País: Uruguai. Capital: Montevidéu. País: Brasil. Capital: Brasília.
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 720 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 41.

AMÉRICA DO SUL: DENSIDADE POPULACIONAL (2020)

Mapa. América do Sul: densidade populacional (2020). 
Mapa representando a densidade populacional (habitantes por quilômetro quadrado) dos países da América do Sul. Há sete categorias, diferenciadas por cores que variam do amarelo-claro para o marrom-escuro, sendo os tons mais claros para representar valores menores e os mais escuros para representar valores maiores.
De 52 a 63 habitantes por quilômetro quadrado: Equador. 
De 41 a 52 habitantes por quilômetro quadrado: Colômbia. De 30 a 41 habitantes por quilômetro quadrado: Venezuela. De 19 a 30 habitantes por quilômetro quadrado: Brasil, Peru, Chile. 
De 14 a 19 habitantes por quilômetro quadrado: Argentina, Paraguai, Uruguai. 
De 10 a 14 habitantes por quilômetro quadrado: Bolívia. 
Até 10 habitantes por quilômetro quadrado: Guiana, Suriname. 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 780 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INDEXMUNDI. Densidade populacional – América do Sul. Disponível em: https://oeds.link/ic64pW. Acesso em: 25 março. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo aborda aspectos gerais da América do Sul, como a urbanização e a economia. Dá destaque para a relação do Brasil com países vizinhos.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero oito: Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero nove: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

ê éfe zero oito gê ê um três: Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.

ê éfe zero oito gê ê um seis: Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.

ê éfe zero oito gê ê um sete: Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zona de riscos.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

ê éfe zero oito gê ê dois zero: Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

ê éfe zero oito gê ê dois dois: Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosúl.

ê éfe zero oito gê ê dois quatro: Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba; polígono industrial do sudeste brasileiro e plantações de soja no centro-oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

Urbanização

A urbanização, fenômeno relativamente recente na América do Sul, tem se intensificado nas últimas décadas. No final da década de 2010, a maior parte dos países sul-americanos apresentava taxas de urbanização superiores a 60%, com exceção da Guiana.

Em muitos países sul-americanos, observa-se um fenômeno de grande concentração populacional nas áreas metropolitanas de suas principais cidades. Algumas delas abrigam grande parte da população nacional. É o caso de Montevidéu, cuja região metropolitana concentra mais de 40% da população do Uruguai. Observe no mapa a população nas principais cidades da América do Sul.

AMÉRICA DO SUL: POPULAÇÃO NAS PRINCIPAIS CIDADES (2020)

Mapa. América do Sul: população nas principais cidades (2020)
O mapa representa a América do Sul e informações referentes a quantidade de habitantes das suas principais cidades. São seis categorias diferenciadas por cores distintas. Na legenda e no mapa, círculos proporcionais também indicam a quantidade de habitantes nas cidades.
Cidades com mais de 10 milhões de habitantes: localizadas na Argentina e no Brasil. Os círculos mostram que há uma cidade no Brasil com 20 milhões de habitantes.
Cidades entre 5 a 10 milhões de habitantes: localizadas no Chile, no Peru e na Colômbia. Nesses dois últimos países, as cidades representadas possuem 10 milhões de habitantes.
Cidades entre 1 a 5 milhões de habitantes: diversas, localizadas em todos os países da região, com exceção de Chile, Peru, Guiana a Suriname. Destaque para a costa nordestina brasileira e porção noroeste da América do Sul, onde estão a maioria das cidades com 5 milhões de habitantes.
Cidades entre 501 mil a 1 milhão de habitantes: diversas, localizadas em todos os países da região, com exceção de Paraguai, Guiana a Suriname. Destaque para a porção centro-sul da América do Sul, onde estão a maioria das cidades com 1 milhão de habitantes.
Cidades entre 301 mil a 500 mil habitantes: diversas, localizadas em todos os países da região, com exceção de Guiana a Suriname. Destaque para a porção centro-sul da América do Sul, onde estão a maioria das cidades com 500 mil habitantes.
Cidades com menos de 300 mil habitantes: localizadas na porção noroeste (Venezuela, Colômbia e Equador), além de quatro ocorrências no Brasil, uma no Chile e uma na Bolívia.
No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 700 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRIGHT lights, big cities: urbanisation and the rise of the megacity. The Economist, 4 fevereiro. 2015. Disponível em: https://oeds.link/RFC1hb. Acesso em: 25 março. 2022.

PAÍSES SELECIONADOS: PARTE DA POPULAÇÃO NACIONAL CONCENTRADA NA REGIÃO METROPOLITANA DA CAPITAL (2018)

Gráfico. Países selecionados: parte da população nacional concentrada na região metropolitana da capital (2018). 
Gráfico de colunas com dois eixos. 
No eixo vertical, percentual da população concentrada na região metropolitana e, no eixo horizontal, três regiões metropolitanas. 
Santiago (Chile): 36,7 por cento. Buenos Aires (Argentina): 33,5 por cento. Lima (Peru): 31,9 por cento.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs, Population Division. World Urbanization Prospects: the 2018 revision. New York, NY: UN, 2019. Disponível em: https://oeds.link/gnwvMd. Acesso em: 25 março. 2022.

Ler o gráfico

A região metropolitana de São Paulo (São Paulo) concentra cêrca de 10% da população do país. Compare esse dado com os das regiões metropolitanas representadas no gráfico e explique as diferenças de concentração populacional.

Orientações e sugestões didáticas

Resposta

Ler o gráfico:

As regiões metropolitanas selecionadas abrigam mais de 30% da população total de seus países, diferentemente do que ocorre no Brasil. Além de população mais numerosa do que a dos países apresentados, o Brasil tem maior quantidade de cidades grandes, o que faz a concentração populacional ser menor quando comparada com a de outros países da América do Sul.

Atividade complementar

As questões a seguir trabalham a distribuição da população na América do Sul, assim como os fatores relacionados às densidades demográficas. Apresente-as aos estudantes e peça que as respondam no caderno.

1. Explique como está distribuída a população na América do Sul.

. A distribuição da população na América do Sul é desigual; alguns países, como o Equador e a Colômbia, apresentam alta densidade demográfica, enquanto outros, como o Suriname e a Guiana, apresentam baixa densidade demográfica. A distribuição da população também não é equilibrada no território de cada país, havendo uma grande concentração de pessoas nas zonas urbanas e áreas pouco povoadas, como a Patagônia, na Argentina, e o deserto de Atacama, no Chile.

2. Que fatores podem explicar essa distribuição?

. Vários fatores podem explicar a concentração populacional em zonas urbanas, entre eles a oferta de empregos, maior que a encontrada no campo. Há também fatores físicos que interferem na ocupação de algumas áreas da América do Sul, como é o caso da Patagônia, que apresenta baixas temperaturas, e do deserto chileno.

Observação

Os conteúdos desta página podem contribuir para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê um seis, ê éfe zero oito gê ê um nove e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Crescimento urbano, industrialização e meio ambiente

Em muitos países, a urbanização acelerada (resultado, em parte, das transformações da produção agropecuária e dos processos de industrialização) fez com que as cidades crescessem de maneira desordenada e sem a infraestrutura necessária para abrigar os grandes contingentes de população que para elas se dirigiram. O resultado desse processo foi a expansão das periferias, a favelização, a falta de empregos e a precariedade das condições de vida de parte dos habitantes dos grandes centros urbanos.

Fotografia. Ocupando a maior parte da imagem, área com chão de terra, algumas casas em condições precárias, sem acabamento e parcialmente destruídas, além de algumas pessoas caminhando em frente às construções. Ao fundo, diversas pedras brancas, aglomeradas e de diferentes tamanhos e pessoas circulando entre elas. Também ao fundo, do lado direito, árvores com parte dos galhos retorcidos.
Área destruída por enchentes e deslizamentos de terra resultantes das fortes chuvas em Mocoa, Colômbia (2017).

É importante lembrar que as atividades industriais existentes em muitas cidades dessa região ainda impactam fortemente o meio ambiente e a vida das pessoas. A poluição do ar, gerada pelas indústrias e por seus produtos, como os automóveis, contribui significativamente para a ocorrência de diferentes doenças respiratórias, além da formação, nessas áreas urbanas, das chamadas ilhas de calor e da chuva ácida. Esses processos ocorrem, por exemplo, em muitas cidades industriais do Sudeste brasileiro.

A contaminação das águas, em geral associada ao despejo inadequado de produtos utilizados em indústrias, resulta na morte de diversas espécies de animais que vivem nos rios (em áreas urbanas e próximo a elas) e em suas margens. Os seres humanos, quando consomem animais aquáticos de locais contaminados, também se contaminam e apresentam problemas de saúde.

Orientações e sugestões didáticas

Orientação

As relações entre o crescimento urbano-industrial e o meio ambiente podem motivar discussões articuladas aos temas contemporâneos Educação ambiental e Educação em Direitos Humanos.

Observação

Os conteúdos apresentados nesta página contribuem para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê um seis, ê éfe zero oito gê ê um sete e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Atividade complementar

No trecho de texto a seguir, a geógrafa Ana Fani Carlos discorre sobre o processo de crescimento desordenado de grandes cidades.

Parte dessa parcela da população que mal tem dinheiro para comer vai se localizar exatamente nos lugares onde a propriedade privada da terra não vigora, ocupando áreas do Estado; portanto, áreas públicas, muitas delas localizadas em áreas de proteção de mananciais, produzindo o que alguns pesquisadores denominam “cidade informal”, e outros, ainda, “cidade ilegal”. Assim, ocupam-se áreas de mata original, de florestas, ou as áreas de morros. reticências Essa massa de população que vive em condições subumanas, seja no que se refere à habitação, seja quanto à realização das necessidades básicas da vida, é duplamente penalizada no processo, num primeiro momento pela limitação de acesso à riqueza social produzida, e num segundo é tachada de inconsequente, ou sem consciência ecológica por ocupar essas áreas.

CARLOS, Ana Fani A. A metrópole de São Paulo no contexto da urbanização contemporânea. Estudos Avançados, São Paulo, volume 23, número 66, página 303-314, 2009.

De acordo com a autora:

1. O que é “cidade informal”?

Segundo o texto, “cidade informal” é o resultado do processo de ocupação dos terrenos públicos, como áreas de manancial.

2. Qual é o motivo da ocupação de áreas de proteção de mananciais?

A ocupação dessas áreas é motivada pela falta de poder aquisitivo da população para se manter em espaços privados da cidade, principalmente próximo à região central.

3. Por que a população que ocupa essas áreas é duplamente penalizada?

Porque, além de não ter outra opção senão ocupar áreas como as de mananciais, ainda é julgada por não ter consciência ambiental.

Desenvolvimento socioeconômico

A América do Sul apresenta dados socioeconômicos muito contrastantes. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (í dê agá) de 2019, os países se encontram em três níveis – muito elevado (acima de 0,8): Argentina, Chile e Uruguai; elevado (0,7 a 0,799): Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela; médio (0,6 a 0,699): Guiana.

AMÉRICA DO SUL: í dê agá DE PAÍSES SELECIONADOS (1990-2019)

Gráfico. América do Sul: IDH de Países selecionados (de 1990 a 2019). 
Gráfico de linhas com dois eixos. No eixo vertical, o valor do IDH, que varia de 0,4 a 1. No eixo horizontal, a linha do tempo, variando de 1990 até 2019.
Em azul, a linha do tempo com a variação do IDH da Argentina: 1990: 0,72. 1995: 0,74. 2000: 0,78. 2005: 0,79. 2010: 0,83. 2015: 0,84. 2019: 0,84. 
Em verde, a linha do tempo com a variação do IDH do Brasil: 1990: 0,61. 1995: 0,65. 2000: 0,69. 2005: 0,7. 2010: 0,72. 2015: 0,77. 2019: 0,78. 
Em vermelho, a linha do tempo com a variação do IDH do Chile: 1990: 0,71. 1995: 0,73. 2000: 0,76. 2005: 0,79. 2010: 0,81. 2015: 0,84. 2019: 0,84. 
Em laranja, a linha do tempo com a variação do IDH da Colômbia: 1990: 0,6. 1995: 0,64. 2000: 0,67. 2005: 0,69. 2010: 0,72. 2015: 0,77. 2019: 0,78. 
Em lilás, a linha do tempo com a variação do IDH da Venezuela: 1990: 0,64, 1995: 0,67, 2000: 0,68. 2005: 7,2. 2010: 0,76. 2015: 0,78. 2019: 0,71.
Fonte: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Human Development Index (HDI). Nova York, NY: UNDP, 2020. Disponível em: https://oeds.link/g5JwZV. Acesso em: 25 março. 2022.

Ler o gráfico

  1. Entre os países representados no gráfico, quais apresentavam í dê agá dio no ano 2000?
  2. Em que momento Chile e Argentina começaram a ser considerados países com í dê agá muito elevado?

Nas últimas décadas, dois momentos influenciaram de maneira marcante a situação socioeconômica na América do Sul:

  • anos 1990, quando foram adotadas políticas neoliberaisglossário , incentivadas pelo Fundo Monetário Internacional (éfe ême í) e pelo Banco Mundial, que exigiram medidas para estabilizar a economia, como córte nos gastos sociais, contrôle da inflação e abertura da economia;
  • anos 2000, quando algumas políticas públicas de inclusão social conseguiram diminuir a pobreza em vários países da América do Sul.

Apesar das melhorias proporcionadas pelo segundo momento, a região voltou a sofrer com o agravamento da pobreza como resultado do desemprego e da alta da inflação após o início da pandemia de covíd-19 e eventos externos, como a guerra na Ucrânia.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Se julgar necessário, ajude os estudantes na leitura do gráfico. Ressalte os valores estabelecidos para a classificação do í dê agá dos países como muito alto (acima de 0,8), alto (de 0,7 a 0,799) e médio (de 0,6 a 0,699).

Oriente os estudantes a pesquisar o í dê agá de países da América do Sul que não estão representados no gráfico, como Bolívia e Equador, e a compará-los com os dos países representados.

O levantamento do í dê agá de países da América do Sul exercita a análise documental como prática de pesquisa, especialmente com o Brasil.

Respostas

Ler o gráfico:

  1. No ano 2000, Brasil, Colômbia e Venezuela apresentavam í dê agá médio.
  2. Chile e Argentina começaram a ser considerados países com í dê agá muito elevado em 2010.

Observação

A abordagem dos indicadores socioeconômicos e da questão da pobreza nos países da América do Sul favorece o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Economia

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O passado colonial foi, em grande parte, responsável pela desigualdade econômica e social dos países sul-americanos, em virtude da dependência das colônias em relação às metrópoles e do papel essencial que exerciam no fornecimento de minérios e produtos agrícolas. Após a independência, muitos continuaram como exportadores de produtos primários. Além disso, a herança colonial da concentração de terras permanece em diversos países.

A economia sul-americana está centrada na exportação de commoditiesglossário . Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela e Chile concentram cêrca de 80% do Produto Interno Bruto (Píbi) do subcontinente.

O Brasil, maior economia da América do Sul, apresenta desenvolvido parque industrial e agricultura moderna, com destaque para o agronegócio. Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela e Uruguai são os países mais industrializados da América do Sul.

A agricultura exerce papel fundamental na economia de diversos países, como Colômbia (café), Argentina (trigo) e Equador (alimentos tropicais e flores). No Chile, a abertura de mercado e a implementação do modelo exportador levaram à transformação da agricultura, apoiada em elevada tecnologia.

Brasil, Argentina, Chile e Uruguai são os principais produtores na pecuária. Enquanto na região dos pampas argentinos e no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil se destaca a criação de bovinos, Chile e Uruguai estão entre os maiores criadores de ovelhas. A pesca representa um importante setor econômico no Peru e no Chile.

A América do Sul apresenta grande diversidade de recursos minerais e energéticos. Atividades industriais ligadas a esse ramo são extremamente importantes para Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru (petróleo, gás natural, pedras e metais preciosos), Chile, Brasil e Argentina (cobre, bauxita e minério de ferro, entre outros).

Fotografia. Vista aérea com construções em um local aberto. Ocupando a maior parte da imagem, há uma grande estrutura feita com concreto e barras metálicas vazadas que formam uma construção baixa e de formato retangular. Em volta dessa estrutura, há máquinas grande, galpões circulares, áreas para circulação de automóveis, alguns veículos e montes de terras acumulados. Ao fundo, montanhas, uma extensa área com outras construções baixas e, no topo, céu em tons de laranja e azul.
Empresa mineradora instalada em Arequipa, Peru (2017).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Este tópico aborda o tema contemporâneo Trabalho.

Ao apresentar os aspectos gerais da economia dos países sul-americanos, destaque as características dos setores primário e secundário no Brasil. Comente que, apesar de o agronegócio atrair divisas para o país, é a agricultura familiar que produz a maior parte do alimento consumido pela população. De acordo com dados do Censo Agropecuário realizado em 2017 pelo í bê gê É, a agricultura familiar é responsável pela produção de 70% do feijão nacional, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% da produção de leite e 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos.

Ressalte também que, diferentemente do sistema monocultor utilizado no agronegócio, a diversidade de cultivos característica da agricultura familiar favorece a preservação do ecossistema e dos nutrientes do solo. A análise comparativa do agronegócio com a agricultura familiar contribui para o trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental.

Observação

O conteúdo desta página contempla as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero oito, ê éfe zero oito gê ê zero nove, ê éfe zero oito gê ê um três, ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois quatro.

Recursos minerais e energéticos

Rica em recursos naturais, a América do Sul é grande produtora de petróleo e gás natural. No Brasil e na Venezuela, parte das reservas de petróleo está localizada em áreas marítimas.

O território sul-americano também abriga importantes reservas minerais, destacando-se as de cobre, no Chile (maior produtor mundial – observe as áreas de exploração no mapa a seguir), as de prata e cobre, no Peru, e as de bauxita e minério de ferro, no Brasil. Na América do Sul há uso intenso das águas, principalmente na atividade pesqueira e para geração de energia em hidrelétricas. As reservas de recursos minerais e energéticos e as regiões industriais estão distribuídas por todo o subcontinente.

AMÉRICA DO SUL: RECURSOS MINERAIS E REGIÕES INDUSTRIAIS (2014)

Mapa. América do Sul: recursos minerais e regiões industriais (2014). 
Mapa representando a América do Sul e informações sobre suas regiões industriais e áreas de exploração de recursos minerais. As regiões industriais estão identificadas por manchas roxas e as minas e indústria de alta tecnologia por losangos com cores diferentes. As capitais e cidades importantes dos países estão indicadas por pontos pretos.
Regiões industriais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, no Brasil. Buenos Aires e Rosário, na Argentina. Santigo, no Chile. Bogotá, na Colômbia. Caracas, na Venezuela. 
Carvão mineral. Região sul do Brasil e extremo norte da Colômbia.  
Petróleo. Concentração na porção noroeste (Venezuela, principalmente), litoral do Brasil, porções oeste e litorânea da Argentina.
Gás Natural. Centro-sul da Argentina, noroeste da Venezuela.
Minério de ferro. Região próxima à Belo Horizonte e no Carajás, no Brasil, centro da Venezuela e litorais de Peru e Chile.
Manganês. Ocorrência nas regiões Norte, Sudeste e Nordeste do Brasil. 
Cobre. Concentrado no Chile e no Peru, além de ocorrência próximo à Carajás, na Região Norte do Brasil.
Chumbo e zinco. Porções sul do Chile e central do Peru.
Estanho. Porções noroeste do Brasil e oeste da Bolívia. 
Prata. Minas localizadas no Peru, no Chile e na Bolívia. 
Ouro. Próximo à Bogotá, na Colômbia, e à Carajás, no Brasil.
Bauxita. Região Sudeste do Brasil, entre São Paulo e Belo Horizonte, à oeste de Belém do Pará, além de Guiana e Suriname. 
Salitre (nitrato). Região norte do Chile. 
Alta tecnologia. Região Sudeste do Brasil, próximo a São Paulo. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 595 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: Charliê Jác (Organização.). Atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2014. página. 154.

Ler o mapa

Caracterize a disponibilidade de recursos minerais e energéticos na América do Sul e explique como isso pode favorecer a indústria.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

A Venezuela é o país que dispõe da maior reserva comprovada de petróleo no mundo. No entanto, em 2020, começou a faltar combustível no país. A crise, desencadeada principalmente pelo bloqueio comercial decretado em 2019 pelos Estados Unidos, teve graves consequências para a população venezuelana, como exposto nos trechos de reportagem a seguir.

A Venezuela sem gasolina é mais desigual. É o que mostra a nova Pesquisa de Condições de Vida, apresentada na terça-feira pela Universidade Católica Andrés Bello. O estudo revela como o agravamento da pobreza no país no último ano esteve bastante relacionado à crise de abastecimento de combustível e a redução da mobilidade. O estudo também é o retrato de um país que deixou de ser petrolífero, onde 94,5% dos habitantes são pobres e 76,6% estão abaixo da linha de pobreza extrema.

reticências

Um dos dados mais preocupantes da pesquisa é o do desemprego, que já afeta 8,1 milhões de venezuelanos – que não têm trabalho nem incentivos para trabalhar. reticências

Apenas um terço das venezuelanas tem ocupação regular, um índice bem inferior à taxa média da América Latina inclusive depois do retrocesso causado pela pandemia. Entre 2014 e 2021, o emprego formal se reduziu em 21,8 pontos percentuais, o que significa 4,4 milhões de postos de trabalho, 70% dos quais no setor público, e o restante na iniciativa privada. reticências

SINGER, Florantonia. 94,5% dos venezuelanos vivem na pobreza. El país, Caracas, 29 setembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/tQ4ZDb. Acesso em: 3 abril. 2022.

Resposta

Ler o mapa:

O território da América do Sul é rico em recursos minerais, que se distribuem por todo o subcontinente. A variedade e a quantidade desses recursos favorecem o desenvolvimento industrial tanto pela grande disponibilidade de matérias-primas quanto pela capacidade de geração de energia, elementos fundamentais para as indústrias. A leitura do mapa possibilita trabalhar saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a localização.

Observação

O conteúdo desta página contempla as habilidades ê éfe zero oito gê ê dois dois e ê éfe zero oito gê ê dois quatro.

Petróleo e gás

Neste século, foram descobertas grandes reservas de petróleo na América do Sul – 80% delas encontradas no pré-salglossário brasileiro. O Brasil é o 9º país no ranking global de produtores de petróleo, com uma produção que corresponde a cêrca de 3% do total mundial. A Venezuela, por sua vez, possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, mas sua produção despencou após sofrer punições internacionais impostas principalmente pelos Estados Unidos sob a alegação de o país adotar políticas antidemocráticas.

América do Sul: principais países produtores de petróleo (2020)

Países

Produção (milhares de barris/dia)

Participação na produção global

Brasil

3.026

3,4

Colômbia

781

0,9

Argentina

600

0,7

Venezuela

540

0,6

Equador

479

0,5

Peru

131

0,1

Elaborada com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. London, UK: BP, 2021. Disponível em: https://oeds.link/C058Is. Acesso em: 25 março. 2022.

Além do petróleo, cresce a participação do gás natural na economia da América do Sul, que tem importantes produtores, como a Venezuela, a Bolívia e a Argentina. Com a exploração de novas reservas, principalmente as do pré-sal, o Brasil também se soma hoje a esses países.

No entanto, para atender todo o consumo interno, o Brasil ainda importa gás natural de países vizinhos, sobretudo da Bolívia. Esse quadro tende a mudar conforme o país avança na exploração do gás em seu território.

Fotografia. Vista aérea de um navio na cores vermelho e preto em alto mar e com diversas estruturas em sua parte interna. Há máquinas brancas, plataformas suspensas, tubos metálicos e construções cilíndricas, além de um heliponto na parte frontal do navio. Uma parte do piso é verde e amarelo.
Plataforma de exploração de petróleo no pré-sal, em Itaguaí, Rio de Janeiro (2017).
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

A questão a seguir trabalha as características socioeconômicas dos países da América do Sul, possibilitando averiguar o conhecimento dos estudantes sobre os recursos naturais e as atividades praticadas no continente.

Escreva na lousa as afirmações a seguir e peça que indiquem qual é a correta.

  1. Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia e Uruguai estão entre os países com maiores índices de industrialização do continente, apresentando, portanto, os mesmos níveis de í dê agá.
  2. O passado colonial é um dos motivos de a economia dos países sul-americanos ser restrita à pecuária e à exportação de commodities.
  3. Muitas atividades industriais nos países da América do Sul são ligadas aos recursos minerais e energéticos, como exemplificam o ferro, a bauxita e o petróleo no Brasil, o cobre no Chile e o gás natural na Bolívia, Argentina e Peru.
  4. O Brasil é o único país sul-americano autossuficiente na produção de petróleo e gás natural, abastecendo todo o mercado interno.

Alternativa correta: c. Rica em recursos minerais e energéticos, a América do Sul possui indústrias nesse ramo.

A alternativa a está incorreta porque, apesar de serem os países mais industrializados, apresentam níveis diferentes de í dê agá, visto que esse índice considera outros fatores para sua composição. Apesar de o passado colonial ser parte da explicação da pobreza dos países sul-americanos, a economia desses países não está restrita à pecuária e às commodities. Os setores secundário e terciário também correspondem a importantes parcelas da economia, tornando a alternativa b incorreta. Ainda que o Brasil seja produtor de petróleo e gás natural, a alternativa d está incorreta porque o país não é autossuficiente na produção de gás natural, dependendo da importação.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar as habilidades ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois quatro.

Fontes renováveis de energia

Muitos países têm buscado fontes renováveis de energia, por gerarem baixos índices de poluição: solar, eólica (vento), biomassa (matéria orgânica), geotérmica (calor do interior da Terra) e hidrelétrica (água).

Alguns países sul-americanos têm se destacado na produção de energia de fontes renováveis, principalmente Brasil e Argentina. O Brasil é o segundo país no ranking mundial em capacidade de produção de energia hidrelétrica em razão de seu potencial em recursos hídricos. Além disso, é o segundo maior produtor mundial de energia de biomassa (depois dos Estados Unidos), em virtude dos investimentos nos setores de biodiesel e etanol. Recentemente, a Argentina também tem investido maciçamente na produção de biodiesel.

Maiores produtores mundiais de fontes renováveis (2020)

Capacidade de geração de energia hidrelétrica

China

Brasil

Canadá

Estados Unidos

Rússia

Biodiesel

Estados Unidos

Brasil

Indonésia

Alemanha

China

Fonte: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. London, UK: BP, 2021. Disponível em: https://oeds.link/C058Is. Acesso em: 25 março. 2022.

Embora não faça parte do quadro dos maiores produtores, o Peru tem ampliado os investimentos em fontes renováveis. O país possui importantes fontes de recursos hídricos e geotermais que favorecem exploração futura. Já o Brasil se destaca como o maior produtor mundial de etanol a partir do processamento da cana-de-açúcar.

Fotografia. Vista de uma grande plantação de cana-de-açúcar cortada por uma estrada de terra. Entre a estrada e a área da plantação localizada na parte direita da imagem, duas colheitadeiras extraem a cana do terreno e despejam o cultivo em um grande dispositivo de carga conectado nas traseiras de dois tratores que estão paralelos às máquinas.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, e a maior parte das lavouras se concentra na porção centro-sul do país. Na fotografia, colheita de cana em Sertãozinho, São Paulo (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

As fontes renováveis de energia poderão ser abordadas de maneira interdisciplinar com o professor de Ciências. Sugerimos que a turma seja dividida em grupos e que cada grupo pesquise e apresente as principais características, bem como as vantagens e as desvantagens, das seguintes fontes renováveis de energia: solar, eólica, de biomassa, geotérmica e hidrelétrica. Procurem garantir que um dos grupos contemple a produção do etanol derivado da cana-de-açúcar. Orientem os estudantes a consultar livros, revistas e sites para a caracterização da fonte de energia renovável a cargo do grupo do qual fazem parte. Proponham também que busquem opiniões variadas acerca das vantagens e das desvantagens das fontes de energia em questão. Para isso, os grupos poderão fazer entrevistas, aplicar questionários, reunir material opinativo divulgado na imprensa ou discussões em redes sociais. Assim, no decorrer da atividade, os estudantes terão a oportunidade de exercitar a revisão bibliográfica, a realização de entrevistas, a tomada de notas, a construção e o uso de questionários, o estudo de recepção e a análise de mídias sociais como práticas de pesquisa.

Combinem uma data para a apresentação dos resultados das pesquisas. O compartilhamento dos trabalhos poderá gerar uma discussão direcionada para o tema contemporâneo Educação ambiental. Os temas contemporâneos Trabalho e Ciência e tecnologia também poderão ser abordados nessa ocasião, tomando-se como ponto de partida a exploração coletiva da fotografia apresentada na página. Deve ficar claro para os estudantes que, nos canaviais, as máquinas substituem a mão de obra dos trabalhadores conhecidos como boias-frias. Estes sofrem com a redução dos postos de trabalho e continuam submetidos a precárias condições de trabalho, com baixos salários e jornadas exaustivas.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar as habilidades ê éfe zero oito gê ê um três, ê éfe zero oito gê ê dois zero e ê éfe zero oito gê ê dois quatro.

Os projetos do Brasil para os países vizinhos

No final da década de 1960, o Brasil passou a promover contatos bilaterais com países vizinhos, com o objetivo de expandir o comércio e a cooperação. Nesse contexto, destacou-se a elaboração de uma série de projetos e obras de infraestrutura em parceria com a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai, com o intuito de atrair esses países para a órbita de influência do Brasil.

Na década de 1970, surgiram alguns atritos com a Argentina, principal concorrente econômica do Brasil na América do Sul e um dos três maiores importadores de produtos brasileiros. A Bolívia e o Paraguai, territórios sem saída para o mar, eram dependentes da Argentina para escoar seus produtos, fazendo uso da Bacia Platina e do porto de Buenos Aires. Como alternativa, o Brasil propôs à Bolívia um projeto para a implantação da ferrovia Brasil-Bolívia, ligando o país andino ao porto de Santos, no estado de São Paulo.

Em 1974 foi promulgado um acordo de cooperação que estabelecia o fornecimento de gás natural da Bolívia ao Brasil, e propunha a realização de estudos para a construção de um gasoduto entre os dois países. Atualmente, o gasoduto Bolívia-Brasil é responsável pelo transporte de gás natural boliviano para o território brasileiro, constituindo uma importante fonte de renda para a economia daquele país.

Em relação ao Paraguai, o governo brasileiro promoveu a construção da rodovia Bê érre-277, para ligar o eixo econômico paraguaio, Assunção-Ciudad Del Este, ao porto de Paranaguá, no litoral do estado do Paraná, e favorecer as exportações paraguaias.

Para intensificar as relações com o Uruguai, o governo brasileiro promoveu uma ampla integração viária por meio da construção de ferrovias e rodovias que ligam esse país às cidades do Sul do Brasil.

Fotografia. Vista do meio de uma rodovia de mão dupla na qual circulam poucas motocicletas. Ligada à uma estrutura metálica lateral, acima da estrada do lado direito, há uma placa azul em que está escrito: "Fronteira Brasil e Uruguai". Ligada à uma estrutura metálica lateral, acima da estrada do lado esquerdo, há uma placa verde em que está escrito: "Rocha 130 quilômetros, Montevidéu 325 quilômetros, Colônia do Sacramento 502 quilômetros." Ao redor da rodovia há várias árvores, acessos para caminhos de terra, algumas construções térreas e postes.
Sinalização indicando a fronteira entre o Brasil e o Uruguai, Chuí, Rio Grande do Sul (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O incremento da cooperação e do comércio entre o Brasil e os países vizinhos inclui projetos e obras de integração viária por rodovias, ferrovias e por hidrovias, como apontam os trechos de notícia reproduzidos a seguir.

Ministro anuncia obras de integração entre Brasil e Uruguai

reticências o Brasil irá realizar uma licitação para construção de uma nova ponte no Rio Jaguarão, que divide os dois países, no Rio Grande do Sul, e serão iniciados os estudos de dragagem e sinalização da hidrovia Brasil-Uruguai.

Segundo o ministério [da Infraestrutura], a ponte terá o custo de cento e cinquenta milhões de reais e a expectativa é que a licitação seja concluída neste ano. Também está prevista a restauração da Ponte Barão de Mauá, cujo anteprojeto de melhorias já foi aprovado.

As obras de dragagem e de sinalização da hidrovia devem permitir o escoamento da safra de arroz do norte do Uruguai para o porto de Rio Grande (Rio Grande do Sul). reticências

De acordo com o ministro, a integração com outros países parceiros do Brasil também será buscada. “Hoje foi dado um excelente passo nas relações entre Uruguai e Brasil com a integração das agendas de infraestrutura em ambos os países. A partir de agora vamos chamar os outros países parceiros, como Argentina e Paraguai, para estabelecer as metas para que essa agenda possa ser efetivada e fortalecer a economia nas nossas fronteiras”, afirmou.

ríchiter André. Ministro anuncia obras de integração entre Brasil e Uruguai. Agência Brasil. Brasília, Distrito Federal: ê bê cê, 17 agosto. 2020. Disponível em: https://oeds.link/RJOb9F. Acesso em: 4 abril. 2022.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois dois.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Qual é a maior dificuldade encontrada pelo Paraguai no que se refere ao comércio externo?
  2. Descreva as características do crescimento urbano na América do Sul e suas consequências.
  3. Quais são os principais aspectos da economia sul-americana?
  4. É correto afirmar que não há pobreza nos países da América do Sul com í dê agá muito elevado?
  5. Observe o mapa.

Planisfério: produção de petróleo, em mil barris diários (2020)

Mapa. Planisfério: produção de petróleo, em mil barris diários (2020). 
Planisfério representando a produção de petróleo mundial por continentais ou regiões do mundo, diferenciados por cores. A produção é medida por milhares de barris diários de petróleo e é indicada por meio de círculos proporcionais de acordo com os valores correspondentes. 
América do Norte (verde): 23.521 barris de petróleo por dia. 
América Central e do Sul (laranja): 5.841 barris de petróleo por dia. 
África (amarelo): 6.865 barris de petróleo por dia.
Oriente Médio (roxo): 27.664 barris de petróleo por dia. 
Eurásia (rosa): 13.496 barris de petróleo por dia. 
Ásia, Pacífico e Oceania (marrom): 7.425 barris de petróleo por dia. 
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.590 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. London, UK: BP, 2021. Disponível em: https://oeds.link/C058Is. Acesso em: 25 março. 2022.

Descreva a situação da produção de petróleo na América Central e na América do Sul em relação ao restante do mundo.

6. Observe o quadro.

País

Milhares de Gigawatt/hora (GW/h)

Brasil

3.361,1

Argentina

875

Chile

447,2

Colômbia

491,6

Equador

180,6

Peru

277,8

Elaborado com base em dados obtidos em: BRITISH PETROLEUM. Statistical Review of World Energy 2021. London, UK: BP, 2021. Disponível em: https://oeds.link/C058Is. Acesso em: 25 março. 2022.

De acordo com os dados apresentados, como o Brasil se caracteriza no consumo de energia produzida em relação à América do Sul?

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial na América Latina.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero oito (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê zero nove (atividade 3)
  • ê éfe zero oito gê ê um três (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um seis (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um sete (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um nove (atividade 5)
  • ê éfe zero oito gê ê dois zero (atividades 1, 3 e 4)
  • ê éfe zero oito gê ê dois dois (atividades 1, 2, 3, 5 e 6)
  • ê éfe zero oito gê ê dois quatro (atividade 3)

Respostas

  1. O Paraguai depende dos países vizinhos para escoar seus produtos destinados à exportação via marítima, visto que não possui saída para o mar. Seus fluxos de importação e exportação passam pela hidrovia Paraná-Paraguai e pelos portos de Paranaguá, no Brasil, e de Buenos Aires, na Argentina.
  2. Na maioria dos países sul-americanos ocorreu um crescimento urbano rápido e desordenado. Em consequência, muitas cidades apresentam problemas de infraestrutura, resultando no crescimento das periferias e na favelização. Além disso, verifica-se intensa concentração populacional nas áreas metropolitanas, que reúnem grande parte da população dos países.
  3. De maneira geral, a economia dos países sul-americanos está voltada para a exportação de produtos primários, centrados na produção de commodities.
  4. Não. Os países da América do Sul com elevados índices de desenvolvimento humano também são afetados pela pobreza. No entanto, em dados gerais, apresentam melhores condições de vida que outros países com í dê agá menor.
  5. A produção de petróleo na região formada pela América Central e pela América do Sul é a menor do mundo, ficando atrás da produção da África e da região constituída pela Ásia, Pacífico e Oceania. A região que apresenta a maior produção de petróleo é o Oriente Médio, seguido por Estados Unidos e Eurásia.
  6. Os dados representados no gráfico indicam que o Brasil é o país da América do Sul que mais consome energia.

CAPÍTULO 12 A integração regional e o papel do Brasil

Desde a década de 1960, diversos acordos de integração foram realizados na América Latina. Merecem destaque o Mercado Comum Centro-Americano, de 1960; o Pacto Andino, de 1969; a Comunidade do Caribe, de 1973; e a Associação Latino-Americana de Integração (aládi), de 1980, formada por treze países, que representam, em conjunto, 20 milhões de quilômetros quadrados e mais de 510 milhões de habitantes.

Medidas para promover ações conjuntas entre os países com o intuito de fortalecer a economia e, indiretamente, gerar benefícios sociais e políticos, além de promover um intercâmbio cultural, não são recentes. Entretanto, nunca se conseguiu estabelecer uma política de integração completa entre os países latino-americanos.

Em março de 1991, com o Tratado de Assunção, assinado por Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina, criou-se o principal bloco econômico em atuação na região, o Mercado Comum do Sul (Mercosúl).

Em 2012, o Paraguai foi suspenso do bloco após um golpe de Estado que derrubou o então presidente Fernando Lugo. Os demais países-membros entenderam que o golpe representava uma ameaça ao regime democrático e suspenderam a participação do país. No ano seguinte, após a eleição democrática de um novo presidente, a participação do Paraguai no Mercosúl foi restabelecida. Em 2012 o bloco passou a contar com a Venezuela, mas esta foi suspensa em 2017 por ruptura de ordem democrática.

Além dos cinco países-membros, há os associados: Chile (a partir de 1996); Peru (2003); Colômbia e Equador (2004); Guiana e Suriname (2013). Desde 2018, a Bolívia obteve o status de Estado associado em processo de adesão, o que faz do país um candidato a membro do bloco.

Fotografia. Quatro homens de cabelos grisalhos e penteados para trás, utilizando ternos escuros, gravatas e calça social. Os quatro estão sorrindo e com as mãos esticadas e sobrepostas, formando um cumprimento coletivo.
Chefes de Estado de Uruguai, Brasil, Paraguai e Argentina se reúnem em Ouro Preto, Minas Gerais, para discutir os rumos do Mercosúl. Fotografia de 1994.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo apresenta os principais organismos de integração e cooperação que atuam no território americano e as estratégias dos países latino-americanos para conquistar fôrça no cenário mundial.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero cinco: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero sete: Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê zero oito: Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero nove: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

ê éfe zero oito gê ê um zero: Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.

ê éfe zero oito gê ê um um: Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.

ê éfe zero oito gê ê um dois: Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosúl, ô ê á, ó ê Í, náfta, unassul, álba, Comunidade Andina, aládi, entre outros).

ê éfe zero oito gê ê um quatro: Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê dois dois: Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosúl.

Observação

O conteúdo desta página possibilita iniciar o trabalho com a habilidade ê éfe zero oito gê ê um dois.

Organismos de integração

Os principais organismos de integração do território americano podem ser observados no mapa e nos textos a seguir.

ORGANISMOS DE INTEGRAÇÃO (2017)

Mapa. Organismos de integração (2017) Mapa representando o continente americano e, à direita, dois mapas com destaques menores, um para a Península Ibérica e outro para a costa leste da África. Os países estão representados por cores, hachuras e símbolos e agrupados da seguinte forma: Associação Latino-Americana de Integração (Aladi): Compreende México, Cuba, Panamá, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Comunidade Andina: Abrange Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Organização dos Estados Americanos: América do Norte, América Central e América do Sul. Organização dos Estados Ibero-Americanos: México, países da América Central, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Portugal, Espanha e Guiné Equatorial Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba): Bolívia, Equador, Venezuela, Cuba, Nicarágua e ilhas da América Central a nordeste da Venezuela. Mercosul: Argentina, Paraguai, Uruguai, Brasil, Venezuela. Há uma nota informativa abaixo da legenda: No ano de 2018, a Venezuela encontrava-se suspensa do bloco e a Bolívia, em processo de adesão. No mapa da América, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.280 quilômetros. No mapa da Península Ibérica, rosa dos ventos e escala de 0 a 265 quilômetros. No mapa da costa leste da África, rosa dos ventos e escala de 0 a 200 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: aládi. Disponível em: https://oeds.link/ugowSw; CAN. Disponível em: https://oeds.link/lVpzvf; ô ê á. Disponível em: https://oeds.link/pCHNZu; ó ê Í. Disponível em: https://oeds.link/kCXqfQ; álba. Disponível em: https://oeds.link/E7nkyb; Mercosúl. Disponível em: https://oeds.link/0Y71fy. Acessos em: 25 março. 2022.

Associação Latino-Americana de Integração (aládi)

A aládi foi criada em 1980 com o objetivo de promover a integração e o desenvolvimento econômico e social, por meio do estabelecimento de um mercado comum na América Latina. Atualmente, os membros da aládi são: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No começo da década de 2020, a Nicarágua encontrava-se em processo de adesão à aládi.

A proposta da aládi é possibilitar que as trocas comerciais sejam mais flexíveis, considerando os diferentes níveis de desenvolvimento econômico de cada país-membro. Para isso, são adotados alguns instrumentos, como tarifas regionais preferenciais, acordos de alcance regional e acordos de alcance parcial, com o estabelecimento de relações bilaterais.

Orientações e sugestões didáticas

Observação

Os conteúdos desta página e da próxima podem contribuir para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê um um e ê éfe zero oito gê ê um dois e oferecem elementos para trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero sete.

Texto complementar

O texto a seguir apresenta as origens da Associação Latino-Americana de Integração (aládi) e sua atuação com o Mercosúl na liberalização do comércio na região.

O Mercosúl, por meio de uma série de Acordos de Complementação Econômica (á cê ê) assinados no âmbito da Associação Latino-Americana de Integração (aládi), estabeleceu uma ampla rede de acordos de liberalização do comércio na região. Desde janeiro de 2019, com a conclusão do último cronograma de desgravação tarifária, no âmbito do á cê ê-58 (Mercosúl-Peru), pode-se dizer que existe uma virtual zona ou área de livre comércio abrangendo a maior parte da América do Sul – a Guiana e o Suriname não são membros da aládi.

Atualmente, 95% do comércio negociado entre os países sul-americanos da aládi está totalmente desgravado – ou seja, conta com 100% de preferência tarifária. O comércio do Brasil com a região desempenha uma função estratégica, já que 80% das exportações brasileiras destinadas aos parceiros regionais são compostas por manufaturas, contrastando com o predomínio de commodities em nossas vendas para outros países.

BRASIL. Senado Federal. Relatório de Avaliação da Política de Comércio Internacional Agropecuário. Brasília, Distrito Federal: Senado Federal, 18 dezembro. 2019. Disponível em: https://oeds.link/m3PSkD. Acesso em: 28 julho. 2022.

Comunidade Andina

Anteriormente denominada Pacto Andino, a Comunidade Andina foi criada em 1969 e, atualmente, é constituída de três países-membros: Peru, Bolívia e Colômbia. O Chile, a Venezuela e o Equador deixaram a comunidade em 1977, 2006 e 2018, respectivamente.

Entre os principais objetivos, destaca-se o desenvolvimento equilibrado dos países-membros, mediante a integração e a cooperação econômica e social. Para isso, a comunidade tem o objetivo de promover um mercado comum entre os países-membros, o crescimento de empregos, a diminuição da vulnerabilidade externa no contexto econômico internacional, o fortalecimento regional e a melhoria da qualidade de vida da população presente nesses países.

Organização dos Estados Americanos (ô ê á)

Fundada em 1948, a ô ê á é uma das instituições regionais mais antigas do mundo. Atualmente, é constituída de 35 Estados da América independentes e se tornou um importante fórum governamental político, jurídico e social, cujo objetivo é aprofundar a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento no continente.

Para isso, a organização conta com algumas ferramentas, como diálogo político entre países que enfrentam conflitos, cooperação, apoio jurídico e mecanismos de acompanhamento no combate às drogas ilegais, à corrupção e à violência doméstica.

Fotografia. Vista panorâmica de uma reunião em ambiente fechado. No primeiro plano, algumas pessoas sentadas de costas para a foto, e tanto à direita quanto à esquerda, duas mesas ocupadas por outras pessoas. No segundo plano, diversas pessoas sentadas lado a lado, de frente para a foto e atrás de uma grande bancada marrom e branca. Ao fundo, há de diversas bandeiras hasteadas e, na parede, a sigla da Organização dos Estados Americanos.
Seção plenária da ô ê á realizada em Medelín, Colômbia (2019).

Organização dos Estados Ibero-Americanos (ó ê Í)

A ó ê Í é um organismo internacional, integrado por países dos continentes latino-americano, africano e europeu. Tem caráter governamental e o objetivo de promover a cooperação nos campos da educação, da ciência, da tecnologia e da cultura para alcançar o desenvolvimento integral, a democracia e a integração regional. É responsável pela implementação de vários programas, financiados pelos governos dos Estados-membros, que auxiliam instituições a melhorar a qualidade da educação e ampliar o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural.

Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (álba)

A álba foi criada em 2004 a partir de um acordo firmado entre dois países, Cuba e Venezuela, para promover a integração e a união da América Latina. Atualmente, é constituída também por Bolívia, Nicarágua, Equador e pelas ilhas caribenhas Dominica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda.

Uma equipe multinacional representando esses países procura promover a integração da América, com um caráter político, cultural e ideológico, contrapondo-se às organizações que buscam apenas a união econômica entre os países-membros.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Promova a leitura coletiva do mapa e do texto. Destaque a importância dos organismos contemplados e o papel de cada um na integração do território americano. Se considerar interessante, peça aos estudantes que pesquisem mais detalhes sobre esses organismos, como dados econômicos, sociais e políticos, se há conflitos entre países do mesmo bloco etcétera. Para realizar essa atividade, eles poderão utilizar a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa. Ressalte também o papel de certos organismos na resolução de problemas e conflitos do continente americano. A Organização dos Estados Americanos (ô ê á), por exemplo, atua na busca por promover a diplomacia, a paz e a justiça.

Informe que a álba foi criada como uma alternativa à Área de Livre-Comércio das Américas (Alca). A proposta da Alca surgiu em 1994, com a intenção de criar um grande bloco no continente americano, sob a liderança e a hegemonia dos Estados Unidos. Porém, devido às dificuldades de implantação, pelo fato de os países do continente serem muito diversos, ela não foi efetivada.

A álba, criada com a intenção de se contrapor à Alca, ainda existe. Porém, como seus principais líderes e idealizadores, Hugo Chávez e Fidel Castro, morreram e a Venezuela entrou em uma profunda crise política e econômica, o organismo perdeu muito de sua fôrça. Líderes de outros países optaram por também diversificar suas relações.

Mercosul – objetivos e controvérsias

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Economia’, composto de uma tarja retangular de fundo verde escuro, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Economia’ grafada em letras maiúsculas brancas.

O objetivo principal do Mercosúl é estimular o aumento das trocas econômicas entre os países-membros, além de atuar em bloco no comércio com outros países e regiões.

Pelo tamanho de suas economias e pelo volume de trocas comerciais que realizam entre si, Brasil e Argentina lideram o bloco. O comércio entre os países-membros tem aumentado constantemente desde a criação do bloco, estimulado pela redução de tarifas alfandegárias.

Hoje o Mercosúl abrange as principais economias da América do Sul, constituindo o principal bloco econômico dessa porção do continente. Além da integração econômica (que envolve não apenas produtos, mas também matéria-prima e energia), busca-se maior integração política e cultural.

Em 2017, o conselheiro econômico e comercial da Embaixada da China no Uruguai declarou que seu país pretende negociar um tratado de livre-comércio com o Uruguai, que impactaria o Mercosúl (uma vez que o Uruguai pertence ao bloco), ou realizá-lo diretamente com o bloco.

Movimentos sociais do Brasil e de outros países da América do Sul apresentam, há anos, diferentes críticas acerca do modelo de desenvolvimento do Mercosúl. Segundo eles, entre as principais questões está a integração baseada exclusivamente em relações comerciais, o que não atende a determinados direitos dos trabalhadores, uma vez que não há legislação trabalhista comum ao bloco nem avanços em questões que tratem das condições de trabalho.

Após a aprovação da reforma nas leis trabalhistas no Brasil, na segunda metade da década de 2010, o governo uruguaio em vigência no período demonstrou preocupação com as possíveis consequências dessas mudanças, não apenas por considerar que os direitos dos trabalhadores são negativamente afetados, mas também pelos impactos no funcionamento do Mercosúl. A preocupação se justificava na medida em que as alterações na dinâmica econômica de um país-membro interferem diretamente na relação que ele estabelece com os demais.

Mercosúl sem fronteiras

  • Seu território tem uma extensão de 14.869.775 quilômetros quadrados, no qual convivem diversos ecossistemas, tanto continentais quanto marítimos, que possuem uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo.
  • É a quinta economia do mundo.
  • Sua população ultrapassa 295.007.000 pessoas, com uma diversidade formidável de povos e culturas.
  • Tem recursos energéticos imensos, renováveis e não renováveis.
  • Possui uma das mais importantes reservas de água doce do planeta: o Aquífero Guarani.

Mercosúl. Em poucas palavras. Disponível em: https://oeds.link/DUerU6. Acesso em: 25 março. 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Orientação

As informações apresentadas nesta página podem ser utilizadas para o desenvolvimento do tema contemporâneo Trabalho.

Observação

O conteúdo desta página contribui para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê um dois e oferece elementos para trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê um zero e ê éfe zero oito gê ê dois dois.

Atividade complementar

Solicite aos estudantes que realizem, em grupos, pesquisas em livros, revistas, sites e mídias sociais sobre a atuação dos movimentos sociais brasileiros e de países da América do Sul em relação ao Mercosúl. Na página do bloco, é possível encontrar informações acerca das organizações e dos movimentos sociais interessados em participar do processo de integração.

Movimentos contrários ao projeto também podem ser abordados. As informações encontradas poderão ser apresentadas por meio de seminários, e as conclusões ou informações principais podem ser expostas em murais.

A realização dessa atividade envolve revisão bibliográfica, análise documental, construção de relatórios e análise de mídias sociais como práticas de pesquisa.

Aliança do Pacífico e unassul

Em 2012, foi criada a Aliança do Pacífico, bloco econômico nos moldes do Mercosúl, formado por México, Colômbia, Peru e Chile. Tem como objetivos tornar-se um grande polo de atração de investimentos na América Latina e servir de elo para uma eventual integração com países asiáticos.

Esse bloco econômico é visto como a principal iniciativa de comércio internacional no continente americano, com grande possibilidade de expansão. Vários países da América Central, como Costa Rica e Panamá, manifestaram interesse em aderir ao bloco.

O Mercosúl realizou acordos comerciais com a Colômbia, em 2018, visando se aproximar e ampliar a integração com a Aliança do Pacífico.

Aliança do Pacífico e Mercosúl

Infográfico. Aliança do Pacífico e Mercosul. 
Do lado esquerdo do Infográfico, um mapa sem escala do continente americano, com destaque para os países da Aliança do Pacífico, destacados em roxo, e do Mercosul, destacados em verde. À direita, há indicação dos membros desses blocos e o que cada um deles prevê.
Aliança do Pacífico: Países integrantes. Chile Colômbia, Peru e México. Prevê a livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas. 
Mercosul: Países integrantes. Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai. Prevê a livre circulação de mercadorias, serviços e pessoas; tarifas e políticas comerciais comuns para países que não façam parte do bloco.
* Em 2017, a Venezuela foi suspensa do bloco e assim permanecia nos primeiros anos da década de 2020. Fontes: ALIANZA del Pacífico. Disponível em: https://oeds.link/aDaI85 Mercosúl. Disponível em: https://oeds.link/SqLF9g. Acessos em: 25 março. 2022.

A União de Nações Sul-Americanas (unassul) foi criada em 2008 como um grande projeto de integração sul-americana. Mais do que adotar medidas comerciais conjuntas, a organização nasceu apoiada no objetivo de promover o estreitamento dos laços culturais, sociais, políticos e econômicos dos povos da América do Sul.

A unassul chegou a abranger todos os Estados independentes da América do Sul, mas, entre outros entraves, em decorrência das mudanças políticas pelas quais passaram vários países do subcontinente na segunda metade da década de 2010, com a chegada ao poder de governantes com alinhamento ideológico divergente dos antecessores, a organização intergovernamental começou a perder adesões, inclusive a do Brasil.

Com as saídas, a unassul ficou desestruturada e com apenas quatro membros: Bolívia, Venezuela, Guiana e Suriname.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A Aliança do Pacífico e o Mercosúl vêm buscando uma maior integração. Existe a intenção de impulsionar uma zona de livre-comércio entre esses blocos. O comércio se intensificaria por meio da internacionalização de pequenas e médias empresas. Além disso, espera-se aumentar a mobilidade das pessoas, o turismo e as trocas culturais.

Observação

O conteúdo desta página contempla as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê um dois, e oferece elementos para trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê zero nove.

Texto complementar

Sobre a importância da aproximação entre a Aliança do Pacífico e o Mercosúl, leia a seguir o comentário do embaixador alerrandro Navarrete, secretário-geral da Associação Latino-Americana de Integração (aládi) no período 2017-2020.

reticências Em entrevista recente concedida à agência de notícias espanhola ê éfe ê, ele [alerrandro Navarrete] afirmou que a recente aproximação de cúpula existente entre Mercosúl e Aliança do Pacífico deve tornar-se “um novo marco” na convergência regional latino-americana.

“O fato de o Mercosúl e a Aliança do Pacífico estarem trabalhando e possuírem programas em negociações, pode fazer com que se tornem as duas locomotivas levando a cabo o processo de integração regional”, disse.

Navarrete considera que os dois blocos comerciais são “a chave para o futuro da convergência pela densidade que representam no que tange a comércio, Píbi e população. Ali está o grosso da região”, frisou.

Ainda na entrevista à ê éfe ê, ele comparou a aproximação entre Mercosúl e Aliança do Pacífico ao acordo celebrado entre França e Alemanha em 1950, que “exerceu um papel fundamental na gestação do que hoje conhecemos como a União Europeia”.

BRASIL. Senado Federal. CRE deve tratar das negociações entre Mercosúl e Aliança do Pacífico. Senado notícias. Brasília, Distrito Federal: Senado Federal, 10 junho. 2019. Disponível em: https://oeds.link/pZBThE. Acesso em: 6 junho. 2022.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

Relação cultural entre Brasil e China

Ícone. Ícone indicativo do tema contemporâneo transversal ‘Multiculturalismo’, composto de uma tarja retangular de fundo lilás, dentada nas laterais direita e esquerda, com a inscrição ‘Multiculturalismo’ grafada em letras maiúsculas brancas.

Nos últimos anos, a China vem despontando como uma grande potência econômica e aumentando sua influência social e cultural no mundo.

No Brasil, o contato entre os dois países perdura desde o século dezenove, o que possibilitou que os elementos da cultura chinesa penetrassem de diversas fórmas na sociedade brasileira. A culinária, as artes marciais, a arquitetura de bairros típicos e as festas tradicionais, como a celebração do Ano Novo Chinês, são aspectos culturais já bastante assimilados pelos brasileiros. Leia a reportagem a seguir.

Evento celebra Ano Novo Chinês na Praça da Alfândega

A cultura chinesa invadiu a Praça da Alfândega na tarde desta sexta-feira. Pela primeira vez em cinco anos, o Instituto Confúcio realizou a cerimônia do Ano Novo Chinês no coração do Centro Histórico de Porto Alegre, em frente ao Memorial do Rio Grande do Sul. reticências O diretor do Memorial do Rio Grande do Sul, Dilmar Portela, disse que o povo chinês gosta de multidões e que a escolha do ambiente da Praça da Alfândega, por conta da grande movimentação, foi interessante para a cerimônia.

Com entrada gratuita, o público pôde conferir apresentações artísticas e culturais da entidade e convidados de escolas marciais, além da Dança do Leão, performance acrobática executada ao som de tambores, conforme manda a tradição. Também havia tendas com oficinas de caligrafia, jogos chineses e cerimônia do chá.

A professora aposentada Ângela Dutra Pithan, 61 anos, contou que é apaixonada pela cultura da China. “Peguei um panfleto do Instituto e pretendo me matricular na próxima turma do mandarim, quero muito aprender”, afirmou. A advogada Fernanda Dutra Pithan, 35 anos, filha de Ângela, aproveitou a imersão na cultura oriental para participar da cerimônia do chá: “É muito bom”, garantiu.

reticências

HÜBLER, Jessica. Evento celebra ano novo chinês na Praça da Alfândega. Correio do Povo, 16 fevereiro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/hC1T5A. Acesso em: 25 março. 2022.

Fotografia. Em um ambiente aberto, destaque para uma pessoa com uma fantasia de um leão de pelos brancos e cabeça com linhas coloridas. Atrás dele, há duas pessoas com fantasias vermelha e amarela. À direita, dois homens usando camiseta amarelo seguram e tocam instrumentos de percussão; eles estão em frente à fachada avermelhada de um prédio; Ao fundo, pessoas em pé e observando.
Dança do Leão realizada durante a Festa do Ano Novo Chinês, em frente ao Memorial do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul (2017).
  1. Considerando a China a principal parceira econômica do Brasil na atualidade, qual é a importância de promover maior integração cultural entre os dois países?
  2. No lugar em que você vive, é possível encontrar elementos da cultura chinesa inseridos no cotidiano da população?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção aborda o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Converse com os estudantes e verifique o que sabem sobre a cultura da China. Pergunte se algum deles já experimentou algo da culinária chinesa, um dos elementos culturais mais difundidos no país.

Observação

Esta seção oferece elementos para o trabalho com aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê um quatro.

Respostas

  1. A integração cultural entre o Brasil e a China é importante, pois poderá estreitar os laços e ampliar o diálogo entre os dois países, facilitando as relações comerciais e o maior intercâmbio e aceitação das diferentes tradições culturais presentes nos dois países.
  2. Resposta pessoal. Se a resposta for positiva, estimule os estudantes a citar elementos que ilustrem a presença da cultura chinesa no lugar onde vivem, como festas tradicionais, restaurantes, escolas, lojas de artigos típicos etcétera.

Protagonismo brasileiro e as relações internacionais

Ainda que na virada entre as décadas de 2010 e de 2020 o Brasil tenha encontrado grandes dificuldades econômicas, agravadas pela pandemia de covíd-19, sua importância internacional cresceu no século vinte e um, consolidando-se como potência econômica regional. Esse destaque se deve, em parte, à sua participação no cenário econômico mundial e na Organização Mundial do Comércio (ó ême cê) e ao seu envolvimento na busca de soluções pacíficas para conflitos internacionais, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ônu).

O ápice desse processo ocorreu dos anos 2000 até o começo da década seguinte. Algumas características do período estão sintetizadas no mapa a seguir.

BRASIL: RELAÇÕES INTERNACIONAIS (2012)

Mapa. Brasil: relações internacionais (2012). 
Mapa-múndi de projeção azimutal e com escala suprimida representando as seguintes categorias:
1. Vínculos econômicos e principais alianças comerciais do Brasil: representados por meio de círculos laranjas, os vínculos e alianças estão diferenciados em estagnação do comércio, representados no mapa por América Latina, Estados Unidos e Europa, e rápido crescimento do comércio, indicado por China e África, no mapa. Há setas bidirecionais laranjas entre Brasil e China, Brasil e Estados Unidos, Brasil e Europa, Brasil e África, e Brasil e Argentina, indicando que há alianças comerciais entre eles.
2. Relações diplomáticas.
Seta bidirecional saindo do Brasil e de Cuba, indicando o fortalecimento de alianças políticas e econômicas entre esses dois países. 
Seta unidirecional saindo do Brasil para o Irã e a Turquia, indicando iniciativa de contato diplomático
Estrela azul nos territórios de Irã, Colômbia, Honduras e Haiti, indicando iniciativa de posição em cenário internacional (do Brasil, em referência a esses países). 
Todos os países do continente africano, exceto a África do Sul, preenchidos em verde, indicando laços de amizade por meio de várias viagens do governo brasileiro em referência às raízes negras. 
3. Integração regional. 
Centro econômico do Brasil: região Centro-Sul e faixas costeira e de fronteira com os países da América do Sul.
Regiões internas em desenvolvimento do Brasil: região central do país
Grandes centros urbanos: região litorânea do Sudeste e Sul do Brasil, além de Brasília.
Identificado por setas verdes saindo do Brasil em direção às fronteiras com Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Peru e Colômbia, está representado o Eixo de desenvolvimento da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA).
Elaborado com base em dados obtidos em: ATLAS Le Monde Diplomatique: nuevas potencias emergentes. Madrid: Fundación Mondiplo/Uned, 2012. página. 107.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Oriente os estudantes na leitura dessa representação cartográfica. Como não é um planisfério e não utiliza escala nem coordenadas geográficas, ela pode causar estranhamento nos estudantes.

Mostre a eles que essa representação ajuda a enxergar melhor a posição do Brasil em relação aos outros continentes e países específicos. Relembre-os de que a cartografia pode ser usada para favorecer determinados tipos de leitura, como a desta página. A representação, da maneira como está, confere ao Brasil uma posição de destaque, ajudando a ressaltar sua presença e atuação no cenário internacional.

A interpretação do mapa possibilita trabalhar saberes do raciocínio geográfico como a localização, a analogia e a conexidade.

Observação

O conteúdo desta página contempla a habilidade ê éfe zero oito gê ê zero cinco, por apresentar regionalizações no período do pós-guerra, e a habilidade ê éfe zero oito gê ê zero oito, por apresentar a posição do Brasil no cenário mundial e a sua busca por um papel de maior destaque nas relações econômicas e políticas.

Relações com a Argentina

Ao longo da história, a relação entre Brasil e Argentina nem sempre foi pacífica. Durante os processos de independência desses países, houve o primeiro confronto na Guerra da Cisplatina. Esse conflito armado entre o império brasileiro e as Províncias Unidas do Rio da Prata (antigas províncias do vice-reinado espanhol do Rio da Prata), ocorrido entre 1825 e 1828, resultou na independência do Uruguai.

Desde então houve períodos de instabilidade nas relações diplomáticas entre os dois países. Como estudamos no Capítulo anterior, os projetos e as obras de infraestrutura desenvolvidos em parceria com a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai geraram atritos com a Argentina. Bolívia e Paraguai foram atraídos para a órbita de influência do Brasil por meio de um conjunto de estratégias implantado pelo governo brasileiro. Antes, esses países, por não terem saída para o mar, eram fortemente dependentes da Argentina para fazer o escoamento de seus produtos pela Bacia Platina e pelo Porto de Buenos Aires.

Na década de 1970, por exemplo, o governo argentino julgou-se prejudicado com a construção da Usina de Itaipu, mas a questão foi resolvida mediante acordos diplomáticos.

Nos anos 1980, no conflito da Argentina com o Reino Unido pela posse das ilhas Malvinas, o Brasil manteve apoio diplomático à Argentina. Essa postura do governo brasileiro serviu para promover uma aproximação que favoreceu a criação, na década de 1990, do Mercosúl. A formação desse mercado comum amenizou as divergências econômicas entre os dois países.

Desde os anos 2000, as relações entre Brasil e Argentina têm sido mais amigáveis e marcadas pela busca de uma política comum para o desenvolvimento da América do Sul, além de investimentos brasileiros nesse país (em setores como os de petróleo e gás, construção civil, minérios e indústria automobilística) e do comércio bilateral.

Fotografia. Vista de pessoas, sobretudo crianças, esquiando sobre a neve em um terreno inclinado. Na parte superior, há teleféricos sendo utilizado por outras pessoas.
Além das atividades comerciais, o turismo é uma importante atividade econômica realizada entre Brasil e Argentina. A fotografia retrata Bariloche, na Argentina (2019), um dos locais mais procurados por turistas brasileiros que vão ao país no inverno.
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O Brasil e a Argentina mantiveram relações comerciais estreitas e fecundas durante toda a primeira década do século vinte e um. Na segunda década, porém, essas relações perderam a densidade e se enfraqueceram, como expõe o texto a seguir.

Entre 2010 e 2020, a corrente de comércio do Brasil com a Argentina caiu pela metade. Em 2010, os intercâmbios entre os países totalizaram trinta e dois vírgula noventa e quatro bilhões de dólares; duas décadas depois, o montante comercializado alcançou dezesseis vírgula trinta e oito bilhões de dólares. Em 2011, o fluxo comercial com o país vizinho atingiu seu pico histórico anual com trinta e nove vírgula seis bilhões de dólares. No mesmo ano, o superávit comercial do Brasil com a Argentina atingiu aproximadamente cinco vírgula oito bilhões de dólares. Em 2020, a corrente de comércio recuou para dezesseis vírgula quatro bilhões de dólares. O acumulado do superávit comercial brasileiro com o país vizinho, nas duas décadas analisadas, totalizou Quarenta e sete vírgula nove bilhões.

Em relação à evolução da participação relativa de Brasil e Argentina no comércio exterior um do outro, foi possível identificar uma tendência de declínio da interdependência comercial.

Nos dois últimos decênios houve tanto perda da participação da Argentina no comércio exterior brasileiro, como declínio da participação brasileira no comércio internacional argentino. Esse movimento de diminuição de interdependência comercial regional explica-se, sobretudo, pela ascensão das economias da Ásia-Pacífico na região, pela desintegração econômica e fragmentação política dos países sul-americanos.

BARROS, Pedro Silva et al. Integração econômica bilateral Argentina-Brasil: reconstruindo pontes. Brasília, Distrito Federal: ipéa, 27 outubro. 2021. página 36-37. Disponível em: https://oeds.link/hMBLsd. Acesso em: 6 abril. 2022.

Observação

Os conteúdos desta página podem contribuir para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê um um e oferecem elementos para trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois dois.

Corredor Bioceânico e outros projetos de integração

Outro importante projeto para a integração física do continente é o Corredor Bioceânico, com cêrca de 4 mil quilômetros de rodovias que cortam a América do Sul no sentido leste-oeste. Esse complexo rodoviário tem como ponto de partida a cidade portuária de Santos, cruza os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e atravessa os Andes bolivianos e chilenos até chegar aos portos de Arica e Iquique, no norte do Chile.

O projeto proporcionou à Bolívia maior facilidade de transporte e acesso ao mar, além de favorecer o escoamento das produções brasileiras até o oceano Pacífico, fortalecendo as exportações para países asiáticos. Inaugurado extraoficialmente no final de 2013, o corredor ainda precisa de ajustes – como a revisão dos preços de frete e o estabelecimento de regras de trânsito – para consolidar sua viabilidade econômica.

CORREDOR BIOCEÂNICO PARANAGUÁ-ANTOFAGASTA

Mapa. Corredor Bioceânico Paranaguá-Antofagasta
Mapa temático com destaque para o corredor bioceânico que cruza horizontalmente o continente sul-americano deste Antofagasta, no Chile, até Paranaguá, no Brasil. 
Da cidade Antofagasta, no litoral oeste do Chile, parte uma linha vermelha representando o corredor bioceânico. Após cruzar o país, entra na Argentina e cruza as cidades Joaquín Victor González e Resistência, entra no Paraguai e passa pelas cidades Coronel Bogado e Ciudad del Leste. Em seguida, chega no Brasil por Foz do Iguaçu, passa por Curitiba e finalmente chega em Paranaguá, no litoral do estado do Paraná. Os quatro países estão representados por cores diferentes.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 195 quilômetros.
Fonte: BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Corredor Bioceânico Ferroviário – Avaliação dos Corredores Bioceânicos. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Bê eni dê ê éssi, julho. 2010. Disponível em: https://oeds.link/BcMGAf. Acesso em: 25 março. 2022.
Fotografia. Em um local aberto, no primeiro plano, vários caminhões de carga estacionados e com cabine e lona de diferentes cores em meio a postes de luz. A maioria das lonas são marrons, enquanto a maior das cabinas são brancas. Ao fundo vegetação composta por muitas árvores e céu azul com algumas nuvens.
Sem conseguir dar vazão ao volume de exportações paraguaias e brasileiras de soja, o porto de Paranaguá fica tão congestionado, em algumas ocasiões, que os caminhões chegam a esperar vários dias para descarregar a mercadoria. Área de estacionamento dos caminhões no porto, em Paranaguá, Paraná (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Analise com os estudantes, no mapa, o trajeto percorrido pelo Corredor Bioceânico. Converse com eles sobre os desafios a serem enfrentados para implementar uma obra de infraestrutura dessa dimensão.

Explique que, apesar de o mapa indicar uma única linha, ela é composta de vários trechos que se interligam. Comente também que podem vigorar taxas aduaneiras na travessia da fronteira de diferentes países, ainda que eles sejam parceiros comerciais.

Ressalte também os desafios de segurança que devem existir entre as fronteiras e os elementos físicos que podem dificultar a travessia e exigir obras de infraestrutura mais complexas, como rios largos, relevo montanhoso etcétera.

Observação

Os conteúdos desta página podem contribuir para o trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero nove e ê éfe zero oito gê ê um quatro.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

BARROS, Pedro Silva et al. Corredor Bioceânico de Mato Grosso do Sul ao Pacífico: produção e comércio na rota da integração sul-americana. Campo Grande: u ê ême ésse; Rio de Janeiro: ipéa, 2020.

Um estudo do Corredor Bioceânico com foco nos benefícios esperados em relação à cadeia produtiva e à exportação de produtos brasileiros.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

CORREDOR Bioceânico: integrando a América do Sul. Disponível em: https://oeds.link/eSshpi. Acesso em: 25 abril. 2022.

Neste site, os estudantes podem encontrar textos e imagens referentes à história, aos objetivos e aos territórios atravessados pelo Corredor Bioceânico Paranaguá-Antofagasta.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Qual é o foco do interesse brasileiro ao participar de missões de paz e aproximar suas relações diplomáticas com outras potências regionais?
  2. Explique a importância do Mercosúl para a América do Sul e cite os objetivos desse bloco econômico.
  3. O que é a Aliança do Pacífico? Que países fazem parte dela? Quais são as aspirações do bloco em termos econômicos?
  4. Imagine que você é um grande produtor de soja em Mato Grosso que exporta regularmente para a China. Sua produção sai do Brasil e é destinada para o porto de Xangai. Responda às questões propostas a seguir consultando o mapa.

PLANISFÉRIO: ROTAS MARÍTIMAS COMERCIAIS (2015)

Mapa. Planisfério: rotas marítimas comerciais (2015). 
Planisfério com as divisões políticas dos países e todas as partes terrestres do planeta na cor verde. O mapa ilustra as duas rotas comerciais marítimas saindo do Brasil. 
Em linha tracejada laranja, é representada a rota pelo Canal do Panamá. A rota sai da porção norte do Brasil em direção ao Caribe, na América Central, cruza o Canal do Panamá alcançando o Oceano Pacífico e, por fim, termina em Xangai, cidade localizada no litoral leste da China.
Em linha tracejada vermelha, é representada a rota pelo Oceano Índico. Saindo de Santos, no litoral sudeste do Brasil, e cruzando o Oceano Atlântico pelo sul da África, a rota chega ao Oceano Índico, atravessa a costa de países do sudeste asiático e chega até a cidade de Xangai;
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.495 quilômetros.
Fonte: ARTECIDADE – MG/ES. Disponível em: https://oeds.link/AAiKI9. Acesso em: 25 março. 2022.
  1. De que modo o transporte entre o local de produção e o porto impacta nos custos finais da soja exportada?
  2. Que benefícios o Corredor Bioceânico pode trazer para a exportação da soja? Por quê?
  3. Compare as duas rotas retratadas no mapa. Qual seria a mais vantajosa?

5. Leia o trecho de reportagem a seguir e responda à questão.

O ensino da língua portuguesa encontra-se em vertiginosa expansão em universidades chinesas, e o governo de Pequim não tem medido esforços nem investimentos para liderar os estudos sobre a língua de Camões e Machado de Assis na Ásia.

Thomaz, Daniel Mondur. Por que a China aposta na língua portuguesa. bê bê cê Brasil, 23 agosto. 2017. Disponível em: https://oeds.link/a3jOEG. Acesso em: 25 março. 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero cinco (atividades 1 e 2)
  • ê éfe zero oito gê ê zero sete (atividades 3, 4 e 5)
  • ê éfe zero oito gê ê zero oito (atividade 3)
  • ê éfe zero oito gê ê zero nove (atividades 4 e 5)
  • ê éfe zero oito gê ê um dois (atividades 1, 2 e 7)
  • ê éfe zero oito gê ê um quatro (atividade 4)
  • ê éfe zero oito gê ê dois dois (atividades 4, 5, 6 e 7)

Respostas

  1. A participação do Brasil em missões de paz e suas relações diplomáticas com outras potências regionais visam à conquista de uma vaga no Conselho de Segurança da ônu.
  2. O Mercosúl, principal bloco econômico da América do Sul, tem como objetivos a integração e o desenvolvimento regional dos países-membros, além do estímulo a trocas entre eles e à atuação conjunta no comércio com outros países e regiões.
  3. A Aliança do Pacífico é um bloco econômico formado por Chile, Colômbia, Peru e México, com o objetivo de se tornar o mais importante polo de atração de investimentos na América Latina e servir de elo para uma eventual integração com os países asiáticos.
    1. A distância percorrida aumenta significativamente os custos com transporte, encarecendo o preço final da soja exportada.
    2. O Corredor Bioceânico pode reduzir significativamente a distância entre o local de produção e o porto onde a soja é embarcada para a China. Desse modo, o transporte do produto passaria a ser realizado pelos portos chilenos, reduzindo os custos de produção. No entanto, ainda faltam ajustes para essa rota se tornar economicamente viável.
    3. A rota pelo Canal do Panamá apresenta distância menor, parecendo uma opção de transporte melhor.

Sugestão: proponha aos estudantes o compartilhamento das respostas e, na comparação das rotas, ressalte que a utilização do Corredor Bioceânico possibilitaria uma redução significativa nos custos, uma vez que os produtos sairiam do porto chileno.

Considerando o significativo aumento das trocas comerciais entre China e Brasil nos últimos anos e os grandes investimentos chineses em diversos países do continente africano, quais razões levam as universidades desse país a apostar nos estudos da língua portuguesa?

6. Leia a reportagem a seguir e responda à questão.

Uma das principais realizações da diplomacia pendular do Brasil durante o regime militar, o Tratado de Itaipu – que permitiu a construção da usina hidrelétrica –, vai completar 50 anos em 2023. Como não se pode brincar com uma usina que é fundamental para a estratégia brasileira de desenvolvimento, qualquer que seja ela, as autoridades do setor elétrico já falam em 2023 como se fosse amanhã. Os entendimentos visando à renovação do acordo já estão a pleno vapor.

reticências

“Existe a possibilidade de venda da energia paraguaia para o mercado brasileiro, depois de 2023”, disse Vianna, lembrando, entretanto, que os atuais excedentes paraguaios deixariam de existir dentro de 10 anos, devido ao forte crescimento da economia do Paraguai, que, como a do Brasil, está ancorada na produção agroindustrial. Ele revelou que, logo que a usina entrou em operação, o Paraguai consumia apenas a energia elétrica que era gerada por meia-máquina. “Hoje, são três máquinas”.

A mesma dificuldade ele encontra numa possível venda de energia paraguaia para países vizinhos, principalmente a Argentina. “Na renovação do Tratado, tudo isso deverá ficar claro. reticências”.

CORRÊA, Maurício. Revisão do Tratado de Itaipu não prevê venda ao ML. Por enquanto. Paranoá Energia, Brasília, Distrito Federal, 6 junho. 2017. Disponível em: https://oeds.link/n6bpho. Acesso em: 25 março. 2022.

De acordo com o trecho apresentado, qual é a regra, prevista pelo tratado firmado entre Brasil e Paraguai, a respeito da comercialização de energia gerada pela Usina de Itaipu?

7. Em 2018, o Departamento Nacional de Trânsito (denatrâm) e o Conselho Nacional de Trânsito (contrâm) deliberaram a troca de placas dos veículos brasileiros, de acordo com o padrão das placas dos países do Mercosúl. Observe as características da placa com o padrão Mercosúl.

Ilustração. Representação do modelo de uma placa de automóvel. Em volta da placa, são apresentadas as especificações que as placas dos países membros do Mercosul devem ter: Na parte superior, emblema do Mercosul, nome do país e bandeira do país. Na parte lateral direita, bandeira do estado e brasão da cidade. Na parte inferior, código bidimensional. A placa em si contém todos esses elementos e utilizada como modelo uma placa do Brasil. Além do nome do país, da bandeira e dos demais elementos mencionados, há o número da placa em tamanho grande, bem ao centro, composta de três letras, um número, uma letra e dois números, nesta sequência.

Na sua opinião, essa placa beneficia quem vive nos países do Mercosúl? De que maneira?

Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Para se firmar no cenário internacional como potência econômica, a China tem criado estratégias para articular melhor seus interesses geopolíticos com seus parceiros econômicos. Ao investir no ensino da língua portuguesa nas universidades do país, a China reconhece a importância das relações comerciais que mantém com o Brasil e com determinados países africanos, como Angola e Moçambique, que também têm o português como idioma oficial.
  2. Atualmente a regra prevista pelo tratado firmado entre o Brasil e o Paraguai estabelece que a eletricidade gerada pela hidrelétrica de Itaipu só pode ser comercializada entre os dois países. A revisão do tratado implica ampliar a venda de energia para outros países.
  3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes apontem que essa nova placa facilita o fluxo dos veículos entre os países e sua fiscalização e busca evitar a adulteração.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Participação dos bríquis no cenário internacional

Nos últimos anos, a China vem despontando como uma das principais potências econômicas do mundo. Com o acelerado processo de industrialização e crescimento verificado a partir da década de 1970, o país vem ampliando sua influência geoeconômica e geopolítica não só no continente asiático, mas também na África e na América Latina.

Como integrante do bloco dos bríquis, a China e as outras potências emergentes desse bloco, Índia, Rússia, Brasil e África do Sul, vêm desempenhando um papel fundamental no equilíbrio das relações internacionais, anteriormente lideradas por algumas potências, como os Estados Unidos, os países da União Europeia e o Japão. Mais recentemente, estão sendo avaliadas possibilidades de ampliação do grupo, o que é defendido principalmente pela China. Um dos candidatos a aderir aos bríquis é a Argentina. Sobre isso, leia o texto a seguir.

Na semana passada, o presidente argentino Alberto Fernández iniciou giro internacional com destino a Rússia, China e Barbados. Na Rússia, Fernández solicitou e recebeu de Vladimir Putin apoio para o ingresso da Argentina nos bríquis reticências.

Dias depois, na China, o mesmo pedido foi feito ao presidente Xi Jinping, que também sinalizou posição favorável à entrada argentina.

reticências

A entrada da Argentina no agrupamento começou a ser mais seriamente aventada no ano passado [2021]. Diante de protestos do governo argentino sobre o fato de o Uruguai (que fórma parte do Mercosúl) e a China estarem negociando um acordo de livre-comércio, a China convidou o governo argentino a avaliar uma possível entrada nos bríquis.

O convite deve ser compreendido dentro da trajetória de aproximação entre China e Argentina nos últimos anos. A China tem se constituído como uma importante parceira econômica para a Argentina, dados do China Global Investment Tracker informam que a China investiu cêrca de dez vírgula quinze bilhões de dólares no país nos últimos 11 anos. reticências Em termos comerciais, a China tornou-se a maior parceira comercial da Argentina em 2021, suplantando o Brasil.

Do lado da Argentina, o ingresso nos bríquis é adequado à política externa que Fernández vem implementando, voltada para a diversificação das relações externas do país. Tenta-se tornar a Argentina menos dependente de parcerias tradicionais como os Estados Unidos da América e o éfe ême í, buscando alternativas políticas e econômicas em outras grandes forças mundiais, como a China e a Rússia, e fortalecer o protagonismo regional e internacional do país. É nessa cena que se inseriu a viagem de Fernández para Rússia, China e Barbados reticências.

SOUSA, Ana Tereza Lopes Marra de. Argentina nos bríquis? Brasil de Fato, 11 fevereiro. 2022. Disponível em: https://oeds.link/sHG3bY. Acesso em: 25 março. 2022.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com as Competências específicas de Geografia, esta seção tem por objetivo estimular o estudante a: (1) Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

Ao desenvolver a atividade com os estudantes, estimule-os a refletir acerca da importância econômica dos bríquis no cenário mundial e da influência do bloco na geopolítica global. Esses países são caracterizados não apenas por seu potencial produtivo, mas também por apresentar um elevado mercado consumidor, o que estimula a atração de investidores.

Habilidade

ê éfe zero oito gê ê zero nove: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

1. Quais seriam as vantagens para a Argentina decorrentes de sua possível entrada nos bríquis? Como a China poderia se beneficiar dessa adesão?

Analise os gráficos a seguir para responder às atividades 2 e 3.

PAÍSES DOS bríquis: Píbi(2005-2020)

Gráfico. Países dos BRICS: PIB (de 2005 a 2020). 
Gráfico de colunas com dois eixos. No eixo vertical, a informação do PIB (em trilhões de dólares), que varia de 0 a 18. No eixo horizontal, os países Brasil, China, Índia, África do Sul e Rússia. Cada país possui três barras indicando, respectivamente, os anos de 2005, 2010 e 2020. 
Brasil: 2005. 0,9 trilhão de dólares. 2010. 2,2 trilhões de dólares. 2020. 1,4 trilhão de dólares. 
China: 2005. 2,3 trilhões de dólares. 2010. 6,1 trilhões de dólares. 2020. 14,7 trilhões de dólares. 
Índia: 2005. 0,8 trilhão de dólares. 2010. 1,7 trilhão de dólares. 2020. 2,7 trilhões de dólares. 
África do Sul: 2005. 0,3 trilhão de dólares. 2010. 0,4 trilhão de dólares. 2020. 0,3 trilhão de dólares. 
Rússia: 2005. 0,8 trilhão de dólares. 2010. 1,5 trilhão de dólares. 2020. 1,5 trilhão de dólares.
Fonte: Elaborado com base em dados obtidos em: THE WORLD BANK. GPD (current US$). World Development Indicators. Disponível em: https://oeds.link/ksWxBV. Acesso em: 27 maio 2022.

PAÍSES DOS bríquis: EXPORTAÇÕES (2005-2020)

Gráfico. Países dos BRICS: exportação  (de 2005 a 2020). 
Gráfico de colunas com dois eixos. No eixo vertical, o valor das exportação (em bilhões de dólares), que varia de 0 a 3.000. No eixo horizontal, os países dos BRICS, Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. Três barras para cada país indicam os anos 2005, 2010 e 2020. 
Brasil: 2005. 118, 4 bilhões de dólares. 2010: 201,2 bilhões de dólares. 2020. 210,7 bilhões de dólares.
Índia: 2005. 102,4 bilhões de dólares. 2010. 231 bilhões de dólares. 2020. 281,5 bilhões de dólares. 
Rússia: 2005. 240 bilhões de dólares. 2010. 392,7 bilhões de dólares. 2020. 333,4 bilhões de dólares. 
China: 2005. 649,9 bilhões de dólares. 2010. Um trilhão e 478,1 bilhões de dólares. 2020. Dois trilhões e 491,2 bilhões de dólares. 
África do Sul: 2005. 56,3 bilhões de dólares. 2010. 91,8 bilhões de dólares. 2020. 85,5 bilhões de dólares.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE WORLD BANK. Goods exports (BoP, current US$). World Development Indicators. Disponível em: https://oeds.link/uc06PD. Acesso em: 27 maio 2022.
  1. Avaliando o desempenho econômico dos países que compõem os bríquis por meio dos gráficos, é possível constatar que, em 2020, todos eles apresentaram melhoras em relação aos anos anteriores? Justifique sua resposta.
  2. Considere apenas os valores registrados nos dois conjuntos de gráficos em 2020. Agora, elabore um texto de no mínimo oito linhas para demonstrar as diferenças que você observa entre os países dos bríquis.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. A entrada da Argentina nos bríquis contribuiria para diversificar suas relações externas, reduzindo sua dependência em relação a parceiros tradicionais, como os Estados Unidos. Para a China, favoreceria as relações comerciais com a Argentina, que têm se estreitado nos últimos anos.
  2. Não. Considerando o Píbi desses países, observa-se que apenas a China e a Índia apresentaram um desempenho econômico melhor em 2020 do que nos anos anteriores. O Píbi do Brasil e o da África do Sul decresceram em 2020 em relação ao de 2010 e o da Rússia permaneceu igual. Quanto ao valor das exportações, a China destacou-se por notável crescimento; a Índia e o Brasil cresceram discretamente e a Rússia e a África do Sul sofreram perdas.
  3. Resposta pessoal. Espera-se que o os estudantes mencionem no texto a importância da participação da China no grupo e no cenário mundial e que destaque aspectos positivos e negativos relacionados à participação do Brasil nos bríquis. Os dados demonstram que há muitas diferenças econômicas entre os países e possibilitam refletir sobre a existência de laços de dependência, no Brasil inclusive, em relação à China. Quanto aos aspectos sociais, é possível contrapor os indicadores apresentados à distribuição de renda, uma vez que o crescimento da economia pode não significar a redução das desigualdades sociais.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, os estudantes puderam ampliar os conhecimentos sobre os conceitos referentes aos aspectos físico-naturais, econômicos e sociais da América Central e da América do Sul. As questões sugeridas para autoavaliação – e que podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são:

  1. Como se caracterizam os países das porções central e sul do continente americano em relação às condições socioeconômicas?
  2. Qual é a importância do Canal do Panamá?
  3. Como ocorreu o processo de crescimento urbano nos países da América do Sul?
  4. Quais são os principais recursos minerais e energéticos da América do Sul?
  5. Como são as relações entre o Brasil e os demais países do continente e do mundo?
  6. Quais fatores intensificam e ampliam a integração cultural na América do Sul?
  7. Qual é o papel do Brasil nas relações internacionais?
  8. Para o Brasil, qual é a importância de fazer parte dos bríquis?

Glossário

Território ultramarino
Região além-mar considerada parte integrante do território de um país, como a Martinica, que pertence à França, e Anguila, território do Reino Unido.
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Istmo
Faixa estreita de terra que liga uma península a um continente ou a duas porções de um continente.
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Neoliberal
Corrente de pensamento econômico segundo a qual o Estado deve ocupar-se da ordem política e, minimamente, da organização econômica da sociedade. Os demais setores da economia, ainda que fiscalizados pelo governo, devem ser deixados a cargo da iniciativa privada.
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Commodity
Artigo de comércio que não sofre processo de alteração.
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Pré-sal
Camada rochosa em área muito profunda, que fica entre 7 000 e 8 000 metros abaixo do leito do mar, depois de uma camada de sal.
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