UNIDADE sete  África: regionalização e fronteiras

Fotografia. Destaque para cinco crianças de idades similares e enfileiradas olhando em direção à câmera que tirou a foto. Quatro delas são negras (três meninos e uma menina, que está à frente) e uma é branca. Eles estão à frente de uma parede com uma janela laranja.
Crianças de diferentes idades celebram o Dia da África, em Johanesburgo, África do Sul (2018).

Você verá nesta Unidade:

Aspectos físicos do continente africano e o meio ambiente

Regionalizações da África

Colonialismo europeu na África

Apartheid

Conflitos na África

África na nova divisão internacional do trabalho

Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: Conexões e escalas, Mundo do trabalho, fórmas de representação e pensamento espacial, Natureza, ambientes e qualidade de vida.

A Unidade trabalhará as Competências Gerais da Educação Básica número 3 e número 7, transcritas nas “Orientações Gerais” deste Manual do Professor.

Os conteúdos trabalhados no texto principal, nas seções e nas atividades buscam favorecer o desenvolvimento das seguintes Competências Específicas do Componente Curricular Geografia: (2) Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das fórmas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história; (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Fotografia. Uma mulher usando máscara no rosto, boné e vestido preto, está andando em uma calçada margeada por uma grade. Sobre a grade, uma placa de propaganda com duas inscrições: "FAÇA O SEU TESTE COVID-19 AQUI!" e "TESTE NO CONFORTO DO SEU CARRO. ESTACIONAMENTO AEROPORTO INTERNACIONAL 4 DE FEVEREIRO". Acima dessas inscrições, há uma fotografia mostrando as mãos com luvas de uma pessoa manuseando testes de COVID-19 e uma fotografia de um avião decolando. Ao lado do texto que menciona o teste há uma seta azul apontada para a esquerda; ao lado do texto que menciona o estacionamento, há uma ilustração de uma cabine de pedágio e de um carro.
O continente africano recebeu muitas influências culturais do mundo todo ao longo de sua história. Os países da África são multiculturais, com manifestações muito diversas. Na fotografia, placa com informações escritas em português, herança da colonização realizada por Portugal. Luanda, Angola (2021).

Na segunda metade do século dezenove, a expansão do capitalismo industrial europeu levou à divisão dos territórios africanos pelas potências imperialistas europeias, sem respeitar as diferenças étnico-culturais dos povos do continente. Até hoje, a África apresenta as marcas deixadas pela política imperialista.

Apesar de suas variadas riquezas, muitos países africanos apresentam instabilidade político-econômica e estão expostos a diversos problemas sociais, econômicos e políticos, entre eles a subordinação a países com maior desenvolvimento (sobretudo seus ex-colonizadores) e dependência de ajuda internacional. No entanto, a expansão da economia na atualidade aponta para novas relações econômicas.

Quais foram os impactos do imperialismo europeu na África? Há outros fatores econômicos e políticos importantes para o continente africano? Que aspectos das culturas africanas você conhece?

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

Esta Unidade inicia os estudos sobre o continente africano. No primeiro Capítulo, as características físicas do continente, como relevo, vegetação e hidrografia, são abordadas com os estudantes. Além disso, é apresentada uma proposta de regionalização.

No Capítulo seguinte, apresenta-se a fórma como se deu a divisão das fronteiras do continente africano. A compreensão desse processo é importante, pois nele se encontram as explicações para numerosos conflitos de origem étnica e religiosa que ocorrem no continente africano. Por fim, analisa-se a situação da África na Divisão Internacional do Trabalho (dê í tê) a fim de possibilitar o entendimento do papel que ela desempenha no contexto mundial.

No decorrer de toda a Unidade, busca-se oferecer aos estudantes elementos para desconstruir a visão estereotipada da África como um continente isolado dos demais, destacando-se a multiplicidade das sociedades africanas e suas conexões com as dinâmicas culturais e econômicas do mundo contemporâneo no contexto mundial.

A imagem de abertura desta Unidade mostra uma cena da comemoração do Dia da África em Johanesburgo, na África do Sul. A data dessa celebração anual, 25 de maio, relembra o encontro dos representantes de 30 nações africanas na Etiópia, em 1963, momento em que as lutas pela independência recrudesciam no continente. Para selar sua união no combate a todas as fórmas de domínio europeu na África, os líderes reunidos em Adis Abeba, a capital etíope, fundaram a Organização da Unidade Africana (ó u a), substituída em 2002 pela União Africana. Atualmente, a União Africana, sediada em Adis Abeba, agrega 55 países.

A segunda imagem é representativa da herança colonial na África, destacando o uso da língua portuguesa em Angola, país que se tornou independente de Portugal em 1975.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

CAPÍTULO 15  Localização, quadro natural e regionalização

Localizada ao sul da Europa e a sudoeste da península Arábica, a África é o terceiro maior continente em extensão territorial. Grande parte de suas terras está situada entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.

O território africano é banhado pelo oceano Atlântico a oeste, pelo oceano Índico a leste, pelo mar Mediterrâneo ao norte e pelo mar Vermelho a nordeste.

De maneira geral, o continente africano vive um momento de transformação. O processo de urbanização acontece rapidamente, os investimentos estrangeiros produzem modificações profundas nas paisagens e há expansão da infraestrutura em diferentes países do continente. As relações econômicas, que no passado estiveram muito ligadas à Europa, atualmente têm se voltado especialmente ao mercado chinês, o que vem contribuindo para dinamizar a economia de diversos países da África. Contudo, o forte contraste social acentua as diferenças entre os grupos mais ricos e os mais pobres.

A complexidade e a diversidade de características do continente torna possível regionalizar a África de diferentes maneiras, enfatizando diversos aspectos, sejam físicos, econômicos, culturais ou sociais.

ÁFRICA: DIVISÃO POLÍTICA

Mapa. África: divisão política
O mapa representa os países da África por meio de diferentes cores, além de suas respectivas capitais. 
País: Mauritânia. Capital: Nuakchott. País: Senegal. Capital: Dacar. País: Cabo Verde. Capital: Praia. País: Gâmbia. Capital: Banjul. País: Guiné-Bissau. Capital: Bissau. País: Guiné. Capital: Conacri. País: Serra Leoa. Capital: Freetown. País: Libéria. Capital: Monróvia. País: Costa do Marfim. Capital:  Yamoussoukro. País: Gana. Capital: Acra. País: Mali. Capital: Bamaco. País: Burkina Faso. Capital: Uagadugu. País: Níger. Capital: Niamei. País: Argélia. Capital: Argel. País: Marrocos. Capital: Rabat. País: Togo. Capital: Lomé. País: Benin. Capital: Porto Novo. País: Tunísia. Capital: Túnis. País: Líbia. Capital: Trípoli. País: Egito. Capital: Cairo. País: Chade. Capital: Ndjamena. País: Nigéria. Capital: Abuja. País: Guiné Equatorial. Capital: Malabo. País: Camarões. Capital: Iaundê. País: Gabão. Capital: Libreville. País: Congo. Capital: Brazzaville. País: Angola. Capital: Luanda. País: República Centro-Africana. Capital: Bangui. País: República Democrática do Congo. Capital: Kinshasa. País: Sudão. Capital: Cartum. País: Sudão do Sul. Capital: Juba. País: Eritreia. Capital: Asmara. País: Etiópia. Capital: Adis-Abeba. País: Djibuti. Capital: Djibuti. País: Somália. Capital: Mogadíscio. País: Quênia. Capital: Nairóbi. País: Uganda. Capital: Campala. País: Ruanda. Capital: Kigali. País: Burundi. Capital: Bujumbura. País: Tanzânia. Capital: Dodoma. País: Zâmbia. Capital: Lusaca. País: Malawi. Capital: Lilongue. País: Moçambique. Capital: Maputo. País: Zimbábue. Capital: Harare. País: Namíbia. Capital: Windhoek. País: Botsuana. Capital: Gaborone. País: África do Sul. Capital: Cidade do Cabo. País: Lesoto. Capital: Maseru. País: Eswatini. Capital: Mbabane. País: Madagascar. Capital: Antananarivo. País: Maurício. Capital: Port Louis. País: Comores. Capital: Moroni. País: Seychelles. Capital: Vitória. 
Ao norte da África, Europa e Mar Mediterrâneo; à oeste, Oceano Atlântico; à leste, Oceano Índico; à nordeste, Ásia e Mar Vermelho. 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 760 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 83.
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo apresenta um breve panorama da África focalizando, detidamente, os aspectos físico-naturais: relevo, hidrografia, clima e vegetação. Ao final, uma proposta de regionalização do continente, segundo a Organização das Nações Unidas (o êne u), é trabalhada com os estudantes.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero cinco: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê um oito: Elaborar mapas ou outras fórmas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.

ê éfe zero oito gê ê dois zero: Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

Observação

Os conteúdos desta página possibilitam trabalhar aspectos das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Relevo

Predominam na África terrenos pouco íngremes e altitudes inferiores a .1000 metros. As planícies são encontradas nas faixas litorâneas ou ao longo das margens de rios, como o Congo, o Gâmbia e o Senegal.

Os planaltos antigos, bastante desgastados por agentes erosivos (vento, chuva etcétera.), dominam as paisagens naturais do continente. No entanto, algumas porções do território sofreram influência de processos tectônicos recentes – ligados principalmente a atividades vulcânicas –, que contribuíram para a formação de altas montanhas no extremo norte e na porção leste. O monte Quilimanjaro, cujo pico é o mais alto da África, com .5895 metros de altitude, está localizado na porção leste do continente.

Planaltos africanos

O relevo do continente africano está dividido em três porções principais: planalto Oriental, planalto Setentrional e planalto Centro-Meridional.

ÁFRICA: FÍSICO

Mapa. África: físico
Mapa da África mostrando as altitudes do território, o nome de algumas formações de relevo e a altitude de alguns picos.
Há predomínio de altitudes que variam de 200 a menos de 1.500 metros. As áreas menos elevadas que estão nessa faixa de altitude estão ao norte, no Deserto do Saara, e ao centro, na região da Bacia do Congo. As áreas com menos de 200 metros de altitude estão localizadas em praticamente todo o litoral africano. Há uma área de depressão que chegar à menos 133 metros, denominada Depressão de Qattar, na porção nordeste da África. 
As áreas acima de 1.500 metros estão concentradas nas porções leste e centro-sul da África, com destaca para planaltos que alcançam mais de 3.000 metros, como o Planalto Oriental, o Planalto da Etiópia e o Planalto dos Grandes Lagos (Oriental). Em outras porções do território, há altitudes que também ultrapassam os 3.000 metros, com destaque para a Cadeia do Atlas, à noroeste.
Picos: Quilimanjaro. 5.895 metros. Quênia. 5.199 metros. Ruwenzori. 5.109 metros. Ras Dascian. 4.620 metros. Tubkal. 4.167 metros. Camerun. 4.100 metros.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 695 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 82.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Verifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre o continente africano. Pergunte a eles o que lhes vem à cabeça quando pensam na a África.

Escreva na lousa as ideias dos estudantes: podem ser palavras ou frases. Incite-os a responder e diga-lhes que não se preocupem se derem respostas incorretas. Faça desse momento uma “tempestade de ideias”. Eles podem indicar termos relacionados a aspectos físicos, econômicos, culturais e sociais.

Após as respostas, verifique o conjunto dos termos que registrou na lousa. A recorrência de palavras como miséria, doença, atraso, fome e guerra, entre outras, pode indicar a presença de estereótipos relacionados à África.

Converse com os estudantes a respeito dos estereótipos e de como passam ideias errôneas ou exageradas sobre algo. Se julgar pertinente, explique como foram construídos e a quais interesses serviram os estereótipos relacionados à África. Comente que, embora no continente africano se situem alguns dos países mais pobres do planeta e ocorram graves conflitos, nele existem centros urbanos importantes e áreas livres de disputas étnicas. Procure destacar que os países africanos estão conectados à economia global e que há no continente uma grande diversidade natural, social e cultural.

Observação

Esta página apresenta informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

VISENTINI, Paulo G. Fagundes. África moderna: um continente em mudança – 1960-2010. Porto Alegre: Leitura vinte e um, 2010.

Nesse livro, o autor apresenta uma análise do desenvolvimento africano na virada do século vinte para o vinte e um, quando os países do continente passaram a atrair investimentos, principalmente da China.

Planalto Oriental

Trata-se de uma região com montanhas de origem vulcânica de altitudes elevadas e depressões ou fossas tectônicas que deram origem a extensos lagos, como o Tanganica, o Vitória (formador do rio Nilo) e o Niassa. Um aspecto marcante nesse planalto é o grande vale do rífiti africano (Rift Valley), um sistema de falhas geológicas que atravessa a África Oriental no sentido norte-sul, com milhares de quilômetros de extensão, gerado na mesma época em que ocorreu a separação das placas tectônicas Africana e Arábica.

Planalto Setentrional

Nessa porção do relevo africano, localiza-se o deserto do Saara, que ocupa um quarto do território continental. A noroeste dele, está a cadeia do Atlas, que se estende desde o litoral do Marrocos até a Tunísia.

Planalto Centro-Meridional

Esse planalto compreende o centro-oeste e o sul do continente e apresenta altitudes médias mais altas que as do planalto Setentrional, com exceção da Bacia do Rio Congo e do deserto do Kalahari, que constituem grandes depressões.

Hidrografia

Nas regiões mais altas do continente nascem os principais rios africanos: Orange (ao sul), Níger (a oeste), Nilo (que deságua no mar Mediterrâneo) e Congo (na porção central). Pode-se destacar o uso dos rios para navegação, como ocorre com os rios Congo e Nilo, e para geração de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas, ao longo dos rios Níger, Nilo e Orange, entre outros.

Os rios africanos garantiram a muitos povos que se instalaram às suas margens, no decorrer dos séculos, o desenvolvimento de técnicas de irrigação que favoreceram a prática da agricultura e da pecuária. O caso mais relevante é o dos egípcios, que há milhares de anos mantêm uma importante área de cultivo de trigo e de outros alimentos ao longo do rio Nilo, cujo leito não seca mesmo nos períodos de estiagem prolongada. Entretanto, a vazão natural desse rio é inconstante: as margens alagam durante as cheias e há pouca água nos períodos de seca. Para controlar o fluxo de suas águas, foi construída a barragem de Assuã, que também é utilizada para gerar energia.

Fotografia. Em uma planície com um rio ao fundo, destaque para duas pessoas segurando enxadas e inclinadas na direção da terra em tons de marrons e com linhas de plantação. Ao fundo, do lado oposto ao rio, vegetação com arbustos e árvores sob o céu azul.
Prática de agricultura às margens do rio Nilo, em Minya, Egito (2019).
Orientações e sugestões didáticas

Observação

Esta página apresenta informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Texto complementar

Os trechos de reportagem reproduzidos a seguir descrevem como as fôrças geológicas estão atuando no Rift Valley, no Planalto Oriental da África, indicando que, daqui a milhões de anos, o continente africano ficará dividido em dois.

reticências

Em mái marriú, um pequeno vilarejo rural no sudoeste do Quênia, a 50 quilômetros da capital, Nairobi, ocorrem há algumas semanas chuvas intensas, inundações e tremores. Mas, em 18 de março, algo estranho aconteceu: a terra começou a se abrir. reticências

A enorme fissura já tem quilômetros de comprimento e alguns metros de largura. Ela está ligada a uma falha tectônica conhecida como Vale do rífiti, ou Vale da Grande Fenda, na África Ocidental.

Segundo os geólogos, esse é um sinal de que, daqui a dezenas de milhões de anos, a África pode ser separada em duas. reticências

O Vale da Grande Fenda se estende por mais de 3 mil quilômetros, “desde o Golfo de Adén, no norte, até o Zimbábue, no sul, dividindo a placa africana em duas partes iguais”, afirma a geóloga Lucía Pérez Díaz na revista científica The Conversation. reticências

A fratura mais interessante, escreve, começou na região de Afar, no norte da Etiópia, há cêrca de 30 milhões de anos. Desde então, está se propagando rumo ao sul, na direção do Zimbábue, a uma média de 2,5 a 5 centímetros por ano.

Atualmente em Afar, a camada exterior sólida da Terra, chamada de litosfera, tem sido reduzida a ponto de a ruptura ser quase completa.

Quando a quebra estiver completa, detalha Pérez Díaz, um novo oceano começará a se formar e, “em um período de dezenas de milhões de anos, o leito marinho avançará ao longo de toda a fenda”. reticências

A ENORME fenda que pode separar o Chifre da África do resto do continente. bê bê cêNews, 2 abril. 2018. Disponível em: https://oeds.link/LfYhe7. Acesso em: 1 abril. 2022.

Clima e vegetação

A grande extensão latitudinal do continente africano reflete-se na diversidade de climas e de formações vegetais. Além disso, possibilita a coexistência de paisagens desérticas, como a do Saara e a do Kalahari, com paisagens florestais, como a Floresta do Congo, uma das mais úmidas do planeta.

Clima

No extenso território africano, predominam os climas Equatorial, Tropical, Semiárido, Desértico, Mediterrâneo e, em algumas regiões mais altas, o clima Frio de Montanha.

ÁFRICA: CLIMAS

Mapa. África: climas
Mapa temático sobre a ocorrência dos climas no continente africano. Eles estão representados por diferentes cores.
Equatorial: manchas localizadas na costa oeste, próxima à Linha do Equador, no centro do continente e na porção oeste da ilha de Madagascar.
Tropical: ocorre em uma longa faixa, que abrange as porções central e sudeste do continente, além do sul do Deserto do Sarra e o leste da Madagascar.
Desértico: Deserto do Saara, ao norte, e faixa litorânea à sudoeste e à leste do continente.
Semiárido: ocorre em regiões que margeiam o norte e o sul do Saara, além do leste do e sul do continente.
Mediterrâneo: extremo sul e extremo norte da África.
Frio de montanha: pequenas ocorrências à leste do continente.
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 865 quilômetros.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 44.

Vegetação

A vegetação africana possui forte relação com os climas e com a distribuição das chuvas no continente. Além disso, é bastante diversificada: apresenta desde florestas tropicais até vegetação desértica.

Florestas Tropicais e Equatoriais

Essas florestas ocupam a área de menor latitude do continente africano, situada ao redor da linha do Equador. A principal delas é a Floresta do Congo, extensa floresta equatorial drenada pela Bacia do Rio Congo.

Savanas

Esse tipo de formação vegetal é comum em regiões com predomínio de clima tropical que apresentam duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa. Nas Savanas, verifica-se a presença de gramíneas, arbustos e árvores baixas mais espaçadas que as de regiões florestadas, além de grande diversidade de mamíferos de médio e grande portes.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Há milhares de anos, o Saara era habitado, e chuvas ocorriam de modo mais abundante na região. Porém as chuvas foram se reduzindo, fazendo com que a região se tornasse um deserto. Veja mais sobre o assunto no texto a seguir.

Um dos maiores desertos do planeta, o Saara já teve mata, árvores, rios, animais e até gente morando. Mas, gradualmente, a chuva foi se tornando cada vez mais rara, até que a área se tornou completamente árida.

O período “verde” do deserto africano durou cêrca de 5.000 anos – o que, apesar de parecer muito, para a escala global é considerado um intervalo curto. Foi, na verdade, um hiato: os cientistas estimam que a área era desértica antes e viu as chuvas chegarem há 10.500 anos, para novamente desaparecer 5.500 anos atrás.

Por meio da análise de restos humanos e de animais encontrados em mais de 150 sítios arqueológicos, o geólogo e climatologista istéfân krópelin, da Universidade de Colônia, na Alemanha, concluiu que a região que hoje é um gigante banco de areia abrigou assentamentos humanos bem estruturados, com criação de cabras e ovelhas. reticências

VEIGA, Edison. Um dia parou de chover: como o Saara foi de mata com rios e gente a deserto. uól notícias, 30 julho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/Ae5e8i. Acesso em: 1 abril. 2022.

Orientações

Acompanhe os estudantes na leitura dos mapas “África: climas” e “África: vegetação”. Incentive-os a comparar os dois mapas e a estabelecer relações entre os aspectos naturais representados. Procure também associar o clima e a vegetação a alguns aspectos do relevo, retomando o mapa “África: físico” (página 223). Peça aos estudantes, por exemplo, que localizem nesse mapa o pico Ras Dascian, de 4 620 metros de altitude. Nos mapas de clima e vegetação, eles poderão verificar a localização aproximada do pico, considerando a ocorrência do clima frio de montanha e da vegetação de altitude. A comparação entre os mapas possibilita trabalhar saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a analogia.

Observação

Esta página apresenta informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Estepes e Pradarias

Essas vegetações rasteiras estão presentes nas áreas de clima semiárido que margeiam os desertos do Saara – cuja porção sul se denomina Sahel – e do Kalahari.

Vegetação Mediterrânea

Esse tipo de vegetação apresenta duas áreas de ocorrência no continente africano: no extremo sul (sul da África do Sul) e no extremo noroeste, onde é arbustiva nas áreas mais próximas do mar Mediterrâneo e composta de pinhos e cedros nas áreas mais chuvosas da cadeia do Atlas.

Vegetação de Deserto

Nos desertos da África, a flora é composta de uma vegetação esparsa, que inclui plantas de raízes profundas e cactos que armazenam água em seu interior. Porém, a maior parte do deserto não apresenta nenhum tipo de cobertura vegetal. As plantas que resistem ao clima extremamente seco dos desertos ou ao clima semiárido são conhecidas como vegetação xerófita, e apresentam uma estrutura que minimiza a perda de água por evaporação.

Floresta de Coníferas (Taiga)

Caracterizada por bosques com predominância de arbustos e pinheiros em áreas mais elevadas do relevo, onde o clima costuma ser mais frio.

Vegetação de Altitude

Composta de diferentes formações vegetais, associadas às baixas temperaturas, decorrentes das elevadas altitudes, porém com características semelhantes às formações do entorno.

ÁFRICA: VEGETAÇÃO

Mapa. África: vegetação
Mapa temático sobre a ocorrência dos tipos de vegetação no continente africano. Eles estão representados por diferentes cores.
Floresta de Coníferas (Taiga): exclusivamente em um ponto na porção leste, na faixa central do continente.
Vegetação mediterrânea: presente no extremo norte e extremo sul. 
Pradarias: ocorre na região central, de leste a oeste, entre as estepes e as savanas; também aparece em parte da região sul.
Estepes: ocorrência registrada na região norte, nas bordas da vegetação de deserto, e no interior da região sul, entre as Pradarias e a Vegetação de Deserto. 
Vegetação de Deserto: predomina na região norte, de leste a oeste, e no litoral oeste da região sul. 
Savanas: ocorrem nas faixa central do continente e nas regiões oeste, central e leste;  
Floresta Tropical e Equatorial: predominantes na região central do continente, deste o trópico de Capricórnio, no sul, até as áreas de pradarias, ao norte. 
Vegetação de altitude: parte da região leste, no interior da Floresta de Coníferas e pequenas manchas nas regiões sudeste e noroeste.
Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 870 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Altas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 22.

Ler os mapas

Compare os mapas África: climas e África: vegetação e indique o tipo de vegetação predominante na porção de clima equatorial.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Planeje com o professor de Ciências o desenvolvimento de um trabalho conjunto sobre a vegetação africana. Nossa sugestão é a de que os estudantes pesquisem as principais características da fauna e da flora das áreas de domínio das formações vegetais mencionadas. Para isso, divida a turma em grupos de quatro a cinco integrantes. Cada grupo pesquisará um dos tipos de formação vegetal.

Peça aos estudantes que levem para a sala de aula imagens dos principais tipos de planta e de animal encontrados. No caso das plantas, eles devem destacar algumas de suas características, como: se servem de alimentação para pessoas e animais, se são plantas medicinais, se suas folhas e madeira são utilizadas para a construção de casas e utensílios, se são endêmicas, onde podem ser encontradas, quais são os tipos de clima e de solo ao qual estão mais adaptadas etcétera.

Sobre os animais, os estudantes podem levantar dados como: se são endêmicos, onde podem ser encontrados, como se alimentam, se estão ameaçados de extinção etcétera.

Os grupos devem preparar apresentações visuais, com fotografias e imagens, como croquis com detalhes das plantas. Eles podem montar uma apresentação por meio de equipamentos tecnológicos, caso a escola disponha de tais recursos, ou com cartazes.

Combine com os estudantes uma data para a exposição dos resultados da pesquisa. No dia marcado, cada grupo deverá fazer uma exposição oral e exibir o material visual que preparou.

Antes das apresentações, monte na lousa um quadro com três colunas: formação vegetal, flora e fauna. Oriente os estudantes a copiá-la e, ao longo das apresentações, completá-la com as informações.Depois de cada apresentação, pergunte a eles o que registraram e escreva na lousa as informações que mencionarem. Dessa fórma, os estudantes terão, ao final, um quadro com a síntese dos trabalhos apresentados.

Observação

Esta página apresenta informações necessárias ao desenvolvimento do trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Resposta

Ler os mapas:

Florestas Tropical e Equatorial.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Lugar e cultura’. O ícone corresponde a uma ilustração composta por um vaso colorido dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo rosa escuro com a inscrição ‘Lugar e cultura’ grafada em letras brancas.

Lugar e cultura

Povos nômades dos desertos africanos

Multiculturalismo

Os desertos da África abrigam alguns povos nômades, que apresentam modos de vida tradicionais, baseados nas atividades agrícolas e no pastoreio. No Saara, por exemplo, estima-se que vivem cêrca de dois milhões de tuaregues, isto é, o povo nômade que ocupa o território situado no norte do Mali, em grande parte do Níger, no sul da Argélia e no sudoeste da Líbia.

ÁFRICA: TERRITÓRIO OCUPADO PELOS POVOS NÔMADES TUAREGUES NO DESERTO DO SAARA

Mapa. África: território ocupado pelos povos nômades tuaregues no Deserto do Saara
Mapa que destaca a região central e noroeste do continente africano, indicando as áreas ocupadas pelos povos nômades tuaregues. 
Em tom claro, os países da região, seus limites políticos. Indicadas por meio de um ícone redondo, as capitais Argel, da Argélia, Trípolo, da Líbia, Niamel, do Níger, Bamaco, do Mali, Abuja, da Nigéria e Ouagadougou, de Burkina Faso. 

Por meio de uma mancha no centro do mapa, as áreas ocupadas pelos povos tuaregues. Na Argélia: nas áreas de Kel Arragar e Kel Ajjer. No Mali: Auelimeden e Kel Atram e Kel Tiquerecrit. No Níger: Kel Tamezgda, Kel Air e Kel Gress. 
Na parte superior direita, rosa dos ventos; na parte inferior, escala de 0 a 360 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: MEIER, David X. The Tuareg – A people without an own country. Dorsum – Ethnopolitical analyses, [sem local], 25 janeiro. 2013. Disponível em: https://oeds.link/lYMFRw. Acesso em: 28 março. 2022.

Os tuaregues se organizam socialmente por meio de um sistema hierárquico, que consiste em uma divisão de classes caracterizada por um pequeno número de famílias nobres e uma maioria de vassalos e antigos escravos. O artesanato, os cultivos agrícolas e o pastoreio são as principais atividades exercidas por esse povo.

Os tuaregues possuem identidade e elementos culturais peculiares, como a língua falada por eles, o berbere. Além disso, é muito comum, em dias festivos, as famílias se juntarem para tocar violino, cantar poemas e realizar rituais animistas, cujas divindades são os elementos do deserto, como pedras, fogo e montanhas. 

Outro aspecto único entre os tuaregues são as vestimentas. Apesar de serem muçulmanos, nesse grupo são os homens que escondem o rosto, e não as mulheres.

Como as condições no deserto do Saara influenciam o modo de vida dos tuaregues?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

O objetivo desta seção é incentivar os estudantes a estabelecerem relações entre aspectos naturais e aspectos culturais de um ambiente do continente africano. Para aprofundar o tema, é possível propor uma discussão a respeito das dificuldades que devem ser enfrentadas pelos tuaregues para manter seu modo de vida tradicional, tais como problemas ambientais presentes no deserto do Saara, desigualdades sociais e econômicas etcétera.

A abordagem dessas questões envolve o tema contemporâneo Diversidade cultural. Como atividade de ampliação, pode-se propor uma pesquisa sobre povos nômades que vivem ao sul do Saara, como os fulânis, criadores de gado que transitam por uma área que se estende do Senegal à República Centro-Africana. O trabalho proporcionará aos estudantes a oportunidade de exercitar a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Observação

O trabalho proposto nesta seção pode contribuir para o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Resposta

Como o Saara é um deserto, as condições de clima e solo não são propícias à agricultura e, portanto, não favorecem o estabelecimento de grupos humanos em um local fixo. Uma população precisa de certos recursos, como água e terras férteis, para se fixar em um local. Os tuaregues, como nômades, conseguem buscar locais provisórios que forneçam por um tempo condições mínimas à sua sobrevivência, até se mudarem para outro.

Regionalização da África

Considerando aspectos históricos e culturais, a África pode ser dividida em duas grandes regiões: Norte da África (de alta concentração populacional, localizada na área do litoral do mar Mediterrâneo) e África Subsaariana (compreendida ao sul do deserto do Saara). Devido às diferenças internas do continente africano – principalmente na África Subsaariana, que reúne mais de 40 países –, somadas à sua grande extensão territorial, a ônu propôs a divisão do continente em cinco regiões, seguindo critérios de localização, cultura e economia.

ÁFRICA: REGIONALIZAÇÃO SEGUNDO A ônu

Mapa. África: regionalização segundo a ONU Mapa temático da regionalização dos países do continente africano. Cada região está representada por uma cor diferente. África Setentrional: Saara Ocidental, Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Sudão. África Ocidental: Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Burkina Faso, Mali, Níger, Gana, Togo, Benin, Nigéria. África Central: Chade, Camarões, República Centro-Africana, Gabão, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Gabão, Congo, República Democrática do Congo, Angola. África Oriental: Eritreia, Sudão do Sul, Uganda, Etiópia, Djibuti, Somália, Quênia, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Malawi, Madagascar, Seychelles, Maurício, Reunião (França). África Meridional: Moçambique, Zâmbia, Zimbábue, Eswatini, Lesoto, África do Sul, Botsuana, Namíbia. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 490 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME. The state of African cities report 2014: re-imagining sustainable urban transitions. Nairóbi: UN-Habitat, 2014. página. 62, 98, 146, 190 e 224.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Antes de explorar os conteúdos desta página com os estudantes, verifique se eles se lembram do conceito de regionalização. Se julgar necessário, explique novamente esse conceito. Em seguida, investigue os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a regionalização do continente africano. Promova, então, a leitura coletiva do texto e do mapa apresentados e esclareça as dúvidas que surgirem sobre a regionalização da África adotada pela Organização das Nações Unidas (ônu). Incentive os estudantes a apontar outras fórmas de dividir e estudar o continente.

Uma possibilidade é a regionalização segundo os aspectos físicos já estudados neste Capítulo. Discuta com os estudantes as hipóteses que levantarem, procurando deixar claro que essa fórma de regionalização pode ser útil em abordagens que visam ressaltar as características físicas do espaço, e não os aspectos relacionados à ocupação humana, como os culturais e econômicos.

Observação

Os conteúdos referentes à regionalização da África podem contribuir para o trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

África Setentrional

A África Setentrional é uma região intensamente urbanizada, com cidades concentradas próximo ao mar Mediterrâneo, onde o relevo e o clima mais ameno favorecem a ocupação e a agricultura.

Fotografia. Ao centro, vista de um extenso rio de águas azuis com barcos à vela e outras embarcações menores. Nas laterais do rio há vegetação e algumas construções baixas e, ao fundo, montanhas distantes sob o céu azul.
Barcos no rio Nilo, em Assuã, Egito (2019).

África Ocidental

Região que apresenta diferentes formações vegetais: do litoral, no golfo da Guiné, em direção ao norte, é possível cruzar Florestas Tropicais, Savanas e Estepes até chegar ao deserto, no norte do Níger, do Mali e da Mauritânia. Os países dessa região são exportadores de produtos agrícolas, minerais e energéticos, principalmente petróleo. Devido à fraca industrialização, esses países precisam importar produtos manufaturados, o que resulta em economias bastante dependentes.

Fotografia. Vista de uma vila rústica e não urbanizada com construções baixas em tons de marrom. No centro há uma grande poça de água cercada por um terreno de terra. Ao redor da vila, vegetação nativa verde e pouco adensada e, ao fundo, alguns morros.
Vila de Bani, área de moradia de grupo sedentário estabelecido próximo a uma fonte de água, em Burkina Faso (2020).

África Central

Localizada nas proximidades da linha do Equador, essa região apresenta Florestas Equatoriais e Tropicais de elevada biodiversidade, além de Savanas, Estepes e desertos. Os países dessa região são exportadores de cobre, diamantes, petróleo e madeira e vêm recebendo grandes investimentos estrangeiros.

Fotografia. Destaque para um caminhão de tamanho médio com a traseira cheia de toras de madeira. No centro da caçamba do caminhão, há um homem em pé escorado nas toras. Ao fundo, na margem da rua pela qual o caminhão se desloca, árvores de médio porte e, nas laterais, vegetação gramínea.
Caminhão carrega toras de madeira do porto de Matadi para a capital Kinshasa, República Democrática do Congo (2018).

África Oriental

A África Oriental abriga diferentes formações vegetais, como Florestas Tropicais, Savanas e Estepes. Voltada para o oceano Índico, essa região tem a economia dirigida para a agricultura. Nas últimas décadas, guerras civis, surtos de fome e conflitos étnicos e religiosos vitimaram milhões de pessoas em Uganda, Ruanda, Burundi, Somália e Etiópia.

Fotografia. Em uma área de terra marrom e exposta, destaque para um homem segurando uma bacia e despejando sementes para plantação. Ao fundo, terreno mais baixo, também amarronzado e contendo alguma vegetação.
Homem semeia a terra em área rural de Bahir Dar, Etiópia (2021).

África Meridional

Os territórios localizados ao sul do continente formam a África Meridional. Observa-se nessa região a presença de savanas nas porções central e norte, desertos na porção sudoeste e vegetação mediterrânea no extremo sul. A África Meridional apresenta muitas reservas minerais (sobretudo de ouro), o que a levou a ser intensamente disputada pelas potências europeias desde o final do século dezenove. Atualmente, são as empresas mineradoras transnacionais que exploram esses recursos. Com exceção da África do Sul, que é a economia mais diversificada do continente, os demais países exportam produtos primários (principalmente recursos minerais).

Fotografia. Em primeiro plano, várias construções baixas de concreto e metal e em diferentes formatos, como galpões e pequenos prédios. Ao centro, uma torre branca com detalhes vermelhos, muito alta, fálica e soltando fumaça. Em segundo plano, árvores, vegetação baixa e terreno elevado sem cobertura vegetal.
Área de mineração em Marikana, África do Sul (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

A questão a seguir aborda a regionalização do continente africano proposta pela ônu. Escreva-a na lousa e peça aos estudantes que registrem o que se pede no caderno.

O continente africano é muito diverso, tanto em aspectos naturais como em culturais, sendo possível propor diferentes fórmas de regionalizar seu território. Considerando a regionalização proposta pela ônu, cite ao menos uma característica das regiões:

  1. África Setentrional . Região com grande concentração de cidades próximo ao mar Mediterrâneo, onde o clima é favorável à agricultura.
  2. África Ocidental . Região com grande diversidade de formações vegetais, como florestas, savanas e deserto; concentração de países exportadores de produtos agrícolas, minerais e energéticos e pouco industrializados.
  3. África Central . Destaca-se pela biodiversidade e pelos recursos minerais. Os países da região são grandes exportadores de cobre, diamante e petróleo. Nessa região é possível perceber o crescimento de investimentos estrangeiros.
  4. África Oriental . A região tem economia ligada à agricultura e nela se situam países marcados, nas últimas décadas, por guerras civis e fome.
  5. África Meridional . A região apresenta muitas reservas minerais, como as de ouro, que atualmente é explorado por transnacionais. A África do Sul destaca-se no setor industrial, mas os demais países exportam produtos primários.

Observe que os estudantes podem relacionar a cada região africana uma grande variedade de características culturais, econômicas, sociais e naturais.

Observação

Os conteúdos referentes à regionalização da África podem contribuir para o trabalho com as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Elabore o mapa de uso do solo do continente africano com base na imagem de satélite. Para isso, observe as orientações:
    • Utilize um papel vegetal e coloque-o sobre a imagem.
    • Desenhe os polígonos referentes a cada tipo de uso, considerando as diferentes tonalidades e texturas apresentadas.
    • De acordo com a escala utilizada na imagem, os tipos de uso poderão ser: deserto; floresta; corpo-d’água; áreas de transição (entre desertos e florestas).
    • Não se esqueça de criar a legenda indicando os tipos de uso, bem como de inserir o título e a rosa dos ventos.
    • Apresente o material elaborado e compare seu mapa com os dos seus colegas.
Imagem de satélite.
A imagem focaliza a África, parte da Península Arábica, à leste do continente, e o sul da Europa, à norte. Ao norte do continente, tons claros e amarronzados, no centro, tons verdes claros e escuros e, ao sul e à leste, tons marrons mais escuros e alaranjados. Ao redor do continente, uma área escura representando as águas oceânicas.
Imagem de satélite compreendendo o continente africano.
Versão adaptada acessível

1. Elabore o mapa de uso do solo do continente africano com base na imagem de satélite.

Para isso, observe as orientações:

  • Utilize linhas ou barbantes para fazer os contornos da África.
  • Represente cada tipo de uso com um material de textura diferente, considerando a imagem de satélite.
  • De acordo com a escala utilizada na imagem, os tipos de uso poderão ser: deserto; floresta; corpo-d’água; áreas de transição (entre desertos e florestas).
  • Não se esqueça de criar a legenda indicando os tipos de uso, bem como de inserir o título e a rosa dos ventos.
  • Apresente o material elaborado e compare seu mapa com os dos seus colegas.
Orientação para acessibilidade

Caso possível, proponha a elaboração de um mapa tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Dessa forma, podem ser utilizados material emborrachado (EVA), diversos tipos de papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras, botões etc. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais.

Sugere-se que o professor leve pronto o contorno da África sobre uma base emborrachada com os limites das áreas de diferentes usos do solo incluídos. O contorno do continente e dos tipos de uso do solo podem ser feitos com barbante ou outros materiais maleáveis e o nome de cada um desses usos (mencionados no enunciado) indicados em alto-relevo, facilitando a percepção dos alunos. Na sala de aula, oriente para que o aluno represente o deserto, a floresta, o corpo d’água e as áreas de transição por meio de diferentes materiais (botões, tecidos, papéis, entre outros). Explique que deve haver correspondência entre os tipos de materiais usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade.

  1. Imagine que você seja o responsável pelo ordenamento territorial da cidade de Maputo, capital de Moçambique, localizada no continente africano. Uma das tarefas é dividir a cidade em zonas onde são permitidos determinados tipos de uso do solo. Interprete a imagem de satélite a seguir, que ilustra o centro dessa cidade. Utilize um papel vegetal e crie polígonos indicando diferentes tipos de uso. Seguem algumas possibilidades:
    • Áreas para uso residencial
    • Áreas destinadas ao uso portuário
    • Áreas associadas à presença de cobertura vegetal
    • Áreas onde são permitidas edificações mais altas
    • Áreas destinadas à expansão urbana
    • Áreas voltadas ao lazer e a práticas esportivas

Em seguida, pinte os polígonos com cores diferentes e crie a legenda no canto inferior do papel vegetal. Insira também um título e a direção do norte no mapa. Apresente o material elaborado e compare o resultado com o de seus colegas.

Imagem de satélite. A imagem representa uma área urbanizada e adensada margeada por um rio. Na área da cidade, é possível notar a presença de casas, prédios, campos de futebol e outras construções baixas, além de um corredor arborizado que se estende do centro à margem do rio.
Imagem de satélite retratando trecho de Maputo, Moçambique, 2018.
Versão adaptada acessível
  1. Imagine que você seja o responsável pelo ordenamento territorial da cidade de Maputo, capital de Moçambique, localizada no continente africano. Uma das tarefas é dividir a cidade em zonas onde são permitidos determinados tipos de uso do solo. Interprete a imagem de satélite, que ilustra o centro dessa cidade. Para criar um mapa tátil, utilize materiais como botões, tecidos, papéis, barbante, entre outros, indicando diferentes tipos de uso. Seguem algumas possibilidades:
    • Áreas para uso residencial
    • Áreas destinadas ao uso portuário
    • Áreas associadas à presença de cobertura vegetal
    • Áreas onde são permitidas edificações mais altas
    • Áreas destinadas à expansão urbana
    • Áreas voltadas ao lazer e a práticas esportivas

Em seguida, preencha as áreas com diferentes texturas e crie a legenda no canto inferior mapa. Insira também um título e a direção do norte no mapa. Apresente o material elaborado e compare o resultado com o de seus colegas.

Orientação para acessibilidade

Caso possível, proponha a elaboração de um mapa tátil a partir de materiais de diferentes texturas. Uma aula antes, oriente os estudantes a respeito dos materiais que eles devem levar à sala de aula para realizar a atividade. Contrastes do tipo liso e áspero, fino e espesso, tendem a favorecer a percepção tátil dos estudantes. Dessa forma, podem ser utilizados material emborrachado, diversos tipos de papéis, tecidos, linhas de diferentes espessuras, botões etc. Auxilie os estudantes durante a seleção e a organização dos materiais.

Sugere-se que o professor leve pronto o contorno da cidade de Maputo sobre uma base emborrachada e que estabeleça também previamente ou na sala de aula, em conjunto com o aluno, o limite das áreas e seus respectivos usos do solo. O contorno da cidade e dos tipos de uso do solo pode ser feito com barbante ou outros materiais maleáveis e o nome de cada um desses usos (mencionados no enunciado) indicados em alto-relevo, facilitando a percepção dos alunos. Na sala de aula, oriente para que o aluno ou a turma toda representem por meio de diferentes materiais (botões, tecidos, papéis, entre outros) as áreas residenciais, com edificação mais alta, portuária, de expansão urbana, de vegetação e de práticas de lazer e esportiva. Explique que deve haver correspondência entre os tipos de materiais usados no mapa e na legenda, de modo a permitir a relação entre as informações. A transposição de uma representação visual para uma representação tátil tende a favorecer a ampliação do processo de ensino-aprendizagem. Se considerar pertinente, adapte o nível de complexidade da atividade, por exemplo, unificando categorias relacionadas ao aspecto urbano da paisagem.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero cinco (atividades 1 e 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um oito (atividades 1 e 2)
  • ê éfe zero oito gê ê dois zero (atividades 1 e 2)

Respostas

  1. Acompanhe os estudantes no desenvolvimento do trabalho proposto. Se julgar necessário, busque na internet uma imagem de satélite do continente africano. Uma imagem que destaque os principais corpos de água do continente é interessante para a realização da atividade. Se possível, imprima essa imagem em um tamanho maior para ser utilizada em sala de aula. Ela deve apresentar boa qualidade para que os estudantes consigam diferenciar a variação das áreas. Espera-se que eles identifiquem as diferenças mais destacadas e elaborem um mapa de acordo os padrões cartográficos, com legenda, escala, título e rosa dos ventos. Portanto, o foco da atividade não é a identificação exata dos tipos de uso do solo no continente, mas a demonstração da habilidade de elaborar um mapa.
  2. Acompanhe os estudantes na execução do trabalho. É possível buscar na internet uma imagem de satélite de Maputo e ampliar o recorte da cidade a fim de que eles consigam identificar mais variações entre as áreas e os diferentes tipos de uso. Imprima essa imagem em um tamanho maior para ser utilizada em sala de aula. Espera-se que os estudantes identifiquem as diferenças mais destacadas e elaborem um mapa de acordo com os padrões cartográficos, com legenda, escala, título e rosa dos ventos. Portanto, o foco da atividade é a elaboração de um mapa que possibilite aos estudantes fazer uma análise do ordenamento territorial de Maputo.

CAPÍTULO 16  As fronteiras africanas

Multiculturalismo

A África chegou ao século vinte e um com o desafio de superar séculos de exploração colonial e divergências políticas, étnicas e culturais.

Os choques sociais, políticos e culturais causados pela exploração comercial e pela divisão do território pelos países europeus desde o século dezesseis explicam, em grande parte, a fragilidade dos Estados nacionais africanos. A demarcação das fronteiras durante o Imperialismo não respeitou as populações nativas: grupos rivais ficaram confinados nas mesmas áreas, enquanto grupos etnicamente relacionados foram separados por limites estabelecidos arbitrariamente.

A ação dos colonizadores portugueses, ingleses, belgas, alemães, italianos, espanhóis, franceses e holandeses – sendo a partilha do território formalizada pela Conferência de Berlimglossário –, combinada a outros fatores, resultou em diversos problemas econômicos, sociais e territoriais, tais como:

  • impedimento de um desenvolvimento autossustentado pelos povoados e pelas comunidades africanas;
  • grande exploração de minérios para exportação, visando ao abastecimento das indústrias europeias.

ÁFRICA: COLONIZAÇÃO (1900)

Mapa. África: colonização (1900)
Mapa temática sobre os domínios coloniais europeus no território africano em 1990. Cada domínio está representado por uma cor diferente.
Domínio alemão: Camarões, Togo, África Oriental Alemã, Sudoeste Africano. 
Domínio belga: Congo Belga. 
Domínio britânico: Serra Leoa, Costa do Ouro, Nigéria, União Sul-Africana, Bechuanalândia, Rodésia do Sul, Rodésia do Norte, África Oriental, Uganda, Sudão, Egito, Somália Britânica, Seychelles. 
Domínio espanhol: Rio de Ouro, Saara Espanhol, Ifni, Marrocos Espanhol. 
Domínio francês: Marrocos, Argélia, Tunísia, África Ocidental Francesa, Gâmbia, África Equatorial Francesa, Djibuti, Comores, Madagascar. 
Domínio italiano: Somália Italiana, Eritreia, Líbia. 
Domínio português: Angola, Moçambique, Niassalândia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. 
Países independentes: Libéria, Abissínia. 
Na parte superior direita, rosa dos ventos; na parte inferior, escala de 0 a 980 quilômetros.
Fonte: parquer djéfri. Atlas Verbo de História universal. Lisboa: Verbo, 1997. página. 104.

Ler o mapa

Como pode ser caracterizado o continente africano no período apresentado?

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Este Capítulo aborda a divisão política da África, o processo de independência dos países africanos no século vinte, os conflitos que ocorrem no continente e sua inserção na Divisão Internacional do Trabalho (dê í tê). Esta página possibilita o trabalho com o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero oito gê ê zero cinco: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero seis: Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.

ê éfe zero oito gê ê zero oito: Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

ê éfe zero oito gê ê zero nove: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

ê éfe zero oito gê ê um três: Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.

ê éfe zero oito gê ê um quatro: Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

ê éfe zero oito gê ê um nove: Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

ê éfe zero oito gê ê dois zero: Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

Resposta

Ler o mapa:

O continente africano era, no período, dominado quase em sua totalidade por países europeus. Neste mapa, foi mantida a grafia dos nomes dos países e territórios no período da colonização.

O redesenho do continente

A retirada das potências europeias do território africano foi em grande parte ocasionada pela situação econômica desastrosa em que elas se encontravam após a Segunda Guerra Mundial. Manter a administração e a segurança militar das colônias tornou-se muito oneroso. Essa situação desencadeou um redesenho do continente africano. Estados corruptos, liderados por elites tribais e alinhados aos interesses dos ex-colonizadores e de outros grupos estrangeiros, implantavam projetos de industrialização e modernização por meio de governos opressores e com forte contrôle estatal.

Paralelamente a essa política, alguns intelectuais africanos, como cuâni crumá, de Gana, um dos idealizadores do pan-africanismoglossário , e Edem Kodjo, ex-primeiro-ministro do Togo e ex-secretário-geral da então Organização da Unidade Africana (OUA), defendiam o reordenamento das fronteiras, mas sem interferir nas fronteiras dos Estados vizinhos.

A política de não interferência no traçado das fronteiras gerou grandes instabilidades e deixou desafios a serem enfrentados pelos novos países: lidar com os conflitos causados pela concentração de populações pertencentes a etnias distintas – muitas vezes inimigas – em um mesmo território e superar o quadro de pobreza e exploração resultante da colonização.

ÁFRICA: INDEPENDÊNCIAS (SÉCULO vinte)

Mapa. África: independências (século vinte).
Mapa do continente africano com destaque para as divisões políticas dos países e o ano em que conquistaram suas independências. Os territórios estão representados por cores.
Marrocos, 1956. Argélia, 1962. Tunísia, 1956. Líbia, 1951. Egito, 1954. Sudão, 1956. Cabo Verde, 1975. Mauritânia, 1960. Senegal, 1960. Gâmbia, 1965. Guiné-Bissau, 1974. Guiné, 1958. Serra Leoa, 1961. Costa do Marfim, 1960. Burkina Faso, 1960. Mali, 1960. Níger, 1960. Gana, 1957. Togo, 1960. Benin, 1960. Nigéria, 1960. Chade, 1960. Camarões, 1960. República Centro-Africana, 1960. Gabão, 1960. Guiné equatorial, 1968. São Tomé e Príncipe, 1975. Gabão, 1960. Congo, 1960. República Democrática do Congo, 1960. Angola, 1975. Eritreia, 1993. Sudão do Sul, 2011. Uganda, 1962. Etiópia, Djibuti, 1977. Somália, 1960. Quênia, 1963. Ruanda, 1962. Burundi, 1962. Tanzânia, 1964. Malawi, 1964. Madagascar, 1960. Seychelles, 1976. Maurício, 1968. Moçambique, 1975. Zâmbia, 1964. Zimbábue, 1980. Eswatini, 1968. Lesoto, 1966. África do Sul, 1961. Botsuana, 1966. Namíbia, 1990. 
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 805 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: parquer djéfri. Atlas Verbo de História universal. Lisboa: Verbo, 1997. página. 44.
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O trecho a seguir apresenta o pan-africanismo como um movimento cujas origens remontam às manifestações das populações negras nos países escravocratas.

reticências Embora a nomenclatura Pan-africanismo, a primeira vista, deixe implícita uma relação estreita com o continente africano, cabe ressaltar que essa ideologia tem sua origem nos países de colonização inglesa. reticências a ideologia Pan-africana pode ser entendida ou abordada sob duas perspectivas. Uma, quanto projeto de libertação reticências e outra quanto projeto de integração.

É importante compreender que, antes da formação do movimento Pan-africano como movimento político, o Pan-africanismo origina-se da oposição aos tráficos escravistas nas Américas, Ásia e Europa, onde foram materializados os experimentos psicológicos e sociais que fizeram surgir movimentos de protesto e revoltas de cunho internacional que reivindicaram a libertação dos africanos escravizados, bem como a liberdade e a igualdade das populações africanas no estrangeiro. No seu início, o Pan-africanismo era apenas uma reduzida manifestação de solidariedade, restrita às populações de ascendência africana das Antilhas Britânicas e dos Estados Unidos. reticências

PAIM, Márcio. Pan-africanismo: tendências políticas, nkruma e a crítica do livro Na Casa de meu pai. Sankofa, São Paulo, ano 7, número 13, página 88-112, julho. 2014. Disponível em: https://oeds.link/JVcczw. Acesso em: 7 abril. 2022.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

vésselin, H. L. Dividir para dominar: a partilha da África (1880-1914). Rio de Janeiro: Editora da ú éfe érre jota; Revan, 1998.

Nesta obra, o autor analisa o imperialismo europeu do século dezenove e a influência da partilha do continente africano nas relações de poder no mundo contemporâneo.

Observações

O conteúdo da página anterior possibilita o trabalho com aspectos relacionados às habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê dois zero. O conteúdo desta página possibilita trabalhar a habilidade ê éfe zero oito gê ê zero cinco por abordar os processos de independência dos países da África e os conflitos resultantes desses processos. A habilidade ê éfe zero oito gê ê zero oito também é contemplada ao analisar-se a situação de países africanos após a Segunda Guerra Mundial.

Apartheid: segregação étnica

Cidadania e civismo.

Uma das marcas do colonialismo europeu no continente africano foi a segregação. Na África do Sul, essa prática ficou conhecida pelo nome de apartheid, palavra da língua africânder, originada do holandês do século dezesseis, que significa “separação”. Tratou-se de um regime de segregação racial em que se negava à população negra o acesso a espaços ocupados e frequentados pelas comunidades brancas. A ideia de superioridade racial do branco europeu sobre os povos africanos foi imposta para justificar as estratégias de dominação, a expropriação de terras e riquezas e a escravização.

Na África do Sul, o apartheid, existente na prática desde 1910, foi oficializado por uma lei em 1948 e vigorou até 1994. Nesse país, o racismo era ostensivo a ponto de impedir que os negros, embora constituindo a maioria da população, tivessem propriedades territoriais e participassem da política. Além disso, eles eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas (os bantustões) das reservadas aos brancos.

Após muitos anos de luta da população negra pela igualdade de direitos, com massacres e prisões de líderes, a situação do país tornou-se insustentável, em vista do apoio internacional à causa anti-apartheid. Fortes pressões da ônu e de vários países levaram à realização de eleições multirraciais em 1994. Nelson Mandela, um dos mais importantes líderes do movimento contra o apartheid, que ficou preso por 27 anos, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.

Fotografia. Em uma praia, fincada sobre uma uma rocha, às margens de águas marítimas, em destaque, uma placa na cor branca com um texto, na parte superior em inglês, na parte inferior em africâner, que significa: 'Área branca'.
Placa da época do apartheid indicando que a área era somente para os brancos, em uma praia próxima à Cidade do Cabo, África do Sul (1976).
Ícone. Sugestão de vídeo.
MANDELA: luta pela liberdade. Direção: bili august. Estados Unidos, 2007. Duração: 118 minutos. A obra se baseia nos anos de prisão de Nelson Mandela. Um guarda da prisão, sul-africano branco e racista, tem sua vida modificada por meio da convivência com Mandela, tornando-se defensor dos direitos da população negra. UM GRITO de liberdade. Direção: ríchardi atenborou. Inglaterra, 1987. Duração: 157 minutos. A história de istíve bíco, um dos líderes da luta contra o apartheid na África do Sul, contada por um jornalista branco que se envolve no movimento e também passa a ser perseguido.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Este tópico possibilita desenvolver o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Se possível, promova um debate em sala de aula sobre a questão da democracia racial no Brasil. Para isso, solicite previamente aos estudantes que busquem em sites da internet dados que possibilitem analisar as condições de vida de negros e brancos no que se refere a renda, ocupação e escolaridade, por exemplo. Essa atividade possibilitará que exercitem a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página contribui para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco e ê éfe zero oito gê ê zero seis.

Atividade complementar

Com base em um trecho do primeiro discurso de Nelson Mandela após sair da prisão e nas informações apresentadas nesta página, os estudantes devem analisar a política do apartheid como consequência do processo de colonização europeia no continente.

reticências

A nossa marcha para a liberdade é irreversível. Não podemos deixar que o medo surja no nosso caminho. O sufrágio universal, num caderno eleitoral comum, numa África do Sul unida, democrática e não racial é o único caminho para a paz e harmonia racial.

reticências

DISCURSO do Nelson Mandela na Cidade do Cabo após sair da prisão. Portal Gueledés, 24 março. 2019. Disponível em: https://oeds.link/0HLwBv. Acesso em: 1 abril. 2022.

1. A qual liberdade Nelson Mandela se refere?

A liberdade contra a dominação branca, expressa na política racista do apartheid.

2. Como funcionava a política do apartheid?

As pessoas negras, consideradas inferiores pelas brancas, eram segregadas social e espacialmente. Os negros não podiam frequentar lugares destinados aos brancos. Assim, o direito à moradia, ao voto, ao atendimento médico e ao trabalho, por exemplo, era definido com base na cor da pele.

3. Quando a lei do apartheid foi abolida? Depois disso, brancos e negros passaram a ter os mesmos direitos?

A lei foi abolida na década de 1990, após vigorar mais de 40 anos. Com o fim do apartheid, os negros conquistaram direitos políticos, mas a sociedade sul-africana ainda enfrenta o racismo, sendo dividida entre a minoria branca, privilegiada, e a maioria negra, explorada e com baixa qualidade de vida.

Conflitos no continente africano

Cidadania e civismo.

Faça a leitura do infográfico, analisando as principais áreas de conflitos e tensões no continente africano nos séculos vinte e vinte e um.

ÁFRICA: CONFLITOS (SÉCULOS vinte E vinte e um)

Mapa. África: conflitos (séculos vinte e vinte e um) Mapa temático do continente africano, localizando os países independentes antes de depois de 1955, um território ocupado, as guerras civis, as guerras entre nações e as nações africanas envolvidas na Primavera Árabe. Países independentes após 1955: A maioria dos países africanos, com exceção de Egito, Líbia, Libéria, Etiópia, Seychelles, Comores e Maurício., que já eram independentes em 1955. Território ocupado em 2002: Saara Ocidental. Países com ocorrência de Guerra civil (indicados com um ícone em forma de labareda vermelha): Marrocos, Argélia, Tunísia, Saara Ocidental, Senegal, Guiné-Bissau, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Nigéria, Níger, Camarões, Chade, Egito, Sudão, Eritreia, Etiópia, Djibuti, Somália, Uganda, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi, Congo, Angola, Moçambique, África do Sul, Madagascar. Países envolvidos em Guerra entre nações (indicados com ícone de labareda na cor roxa): Mauritânia, Senegal, Egito, Chade, Nigéria, Sudão, Eritreia, Etiópia, Uganda, Ruanda, República Democrática do Congo, Angola, Tanzânia, Zimbábue, Namíbia, África do Sul, Lesoto. Países em que houve manifestações relacionadas à Primavera Árabe (delimitados por um contorno vermelho): Mauritânia, Argélia, Marrocos, Líbia, Egito, Saara Ocidental. Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 600 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: Ismíf, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. página. 86-93.

Independente em 1961, Serra Leoa esteve em guerra civil entre 1991 e 2002. A revolta, promovida pela Frente Revolucionária Unida (FRU), tinha o objetivo de controlar o comércio de diamantes.

Na fotografia, soldado em posto de votação em Freetown, Serra Leoa (1996).

Fotografia. Em uma rua de terra batida, várias pessoas enfileiradas na frente de casas pequenas. Destaque para um homem negro usando roupa camuflada militar e segurando uma arma.
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

Este tópico oferece elementos para o trabalho com o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Atividade complementar

Leia o texto para os estudantes e escreva na lousa as questões que o seguem. Peça a eles que as respondam oralmente ou no caderno.

Desde sua independência do Sudão em 2011, o país mais jovem do mundo [Sudão do Sul] está mergulhado em uma violência político-étnica e em um quadro de instabilidade crônica.

A violência e a instabilidade impedem o país de se recuperar da sangrenta guerra civil que deixou cêrca de 400 mil mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.

reticências

No início de março, um relatório conjunto da Missão das Nações Unidas no país (UNMISS, na sigla em inglês) e do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas afirmou que pelo menos 440 civis foram assassinados entre junho e setembro de 2021 na região de Tambura, no estado de Equatoria Ocidental (sudoeste). Isso aconteceu durante os combates entre facções do vice-presidente Riek Machar e do Exército leal ao presidente Salva Kiir.

reticências

Mais de dois milhões de sul-sudaneses fugiram do país, constituindo a “maior crise de refugiados da África”, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

ônu acusa governo do Sudão do Sul de crimes de guerra. gê zê agá Mundo, 18 março. 2022. Disponível em: https://oeds.link/ZDFEx3. Acesso em: 1 abril. 2022.

De acordo com o texto e os seus conhecimentos, responda:

1. Quais origens dos conflitos culminaram na separação entre Sudão e Sudão do Sul?

A população do sul (hoje o Sudão do Sul), formada por diversos grupos étnicos de maioria cristã, se sentia discriminada pelo governo centralizado no Sudão, de maioria muçulmana.

2. Por que os conflitos persistem no Sudão do Sul mesmo após a independência?

Porque há uma instabilidade política crônica provocada pela rivalidade entre facções.

3. Qual é a situação dos civis no Sudão do Sul?

Os civis são vítimas de assassinatos em decorrência das lutas entre as facções e têm saído em massa do país, em busca de refúgio.

Observação

A exploração do infográfico pode contribuir para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero oito gê ê zero cinco, ê éfe zero oito gê ê zero seis, ê éfe zero oito gê ê zero oito e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

Em dezembro de 2010, o vendedor de rua tunisiano Mohamed Bouazizi pôs fogo no próprio corpo como fórma de protesto contra as duras condições sociais em seu país. Esse episódio abriu espaço para uma resposta popular em massa contra a repressão na Tunísia, que estava sob o comando de Zine Él Abidine Ben Ali havia 23 anos. Como consequência, outros países árabes do norte da África e do Oriente Médio também viveram protestos populares, que derrubaram governos autoritários e ficaram conhecidos como Primavera Árabe. No Oriente Médio, Síria, Líbano, Jordânia, Iêmen, Omã, cuáit, Iraque e Arábia Saudita tiveram protestos populares. Na África, Argélia, Marrocos e Mauritânia também foram palco de revoltas; na Tunísia, no Egito e na Líbia, os protestos culminaram na derrubada dos governos de Ben Ali, Hosni Mubarak e Muamar Kadafi, respectivamente. No caso de Kadafi, que permaneceu no poder por 42 anos, a Otan interveio e os rebeldes oposicionistas anunciaram sua morte em 20 de outubro de 2011, na cidade de Sirte.

Na fotografia, egípcios comemoram, após um ano, a queda de Hosni Mubarak, que governou o país por quase 30 anos (praça Tahrir, no Cairo, 2012). Após quase 6 anos preso, o ex-ditador foi absolvido da acusação de assassinar centenas de manifestantes e foi solto em 2017.

Fotografia. Um homem usando touca e agasalho escuros está em pé e segura um microfone próximo à boca com a mão direita, enquanto mantém o braço esquerdo levantado para cima. Ao fundo, uma rua com prédios tomada por uma multidão de pessoas hasteando bandeiras iguais, com listras horizontais vermelhas, brancas e pretas. No alto, o céu azul.

Independente desde 1956, no Sudão 1,5 milhão de pessoas morrerem até o nascimento de um novo país, em julho de 2011: o Sudão do Sul. A população do sul, majoritariamente cristã e animista, esteve em guerra civil durante décadas com o norte, de maioria muçulmana e de origem árabe. Grandes reservas de petróleo se encontram no território do Sudão do Sul, fazendo com que as relações entre os dois países ainda sejam bastante delicadas. Em 2003 teve início o conflito de Darfur, na porção oeste do território sudanês. Grupos rebeldes se levantaram contra o governo, reivindicando melhores condições de vida para a província. Segundo dados da ONU, entre 180 mil e trezentas mil pessoas morreram no conflito. Vários campos se formaram para abrigar os refugiados.

Na fotografia, mulheres construindo abrigos no campo de Abu chúqui, no norte de Darfur, Sudão (2010).

Fotografia. Uma área de terra em tons de marrom e laranja, com escavações pouco profundas e vários blocos de tijolos empilhados. Destaque para uma mulher usando um lenço na cabeça, camisa e calça em tons claros. Ela está inclinada e segura uma material semelhante à terra. Ao seu lado há recipientes e tijolos de barro. Ao fundo, mulheres caminhando e trabalhando nas escavações.

Ruanda e Burundi tornaram-se países independentes em 1962. A principal causa dos conflitos é a disputa pelo poder, que teve início nessa época com a rivalidade étnica entre hutus e tutsis. A minoria tutsi foi massacrada em 1994. cêrca de 800 mil ruandeses foram assassinados em um mês e meio. Foi um dos piores atos de genocídio que o mundo já vivenciou.

Ao longo do século vinte e um, persistiram diversos ciclos de violência envolvendo fôrças governamentais e rebeldes e atritos entre países, como Ruanda e a República Democrática do Congo.

Na fotografia, local próximo à fronteira com Ruanda onde ocorreu um dos massacres aos tutsis. Miriki, República Democrática do Congo (2016).

Fotografia. Vista de um local aberto. Em primeiro plano, pessoas agrupadas em um chão de terra batida, gramado, um trecho de estrada de terra e algumas casas e árvores. Em segundo plano, várias casas sobre uma área de morro ao redor da mesma estrada de terra vista no primeiro plano. Em terceiro plano, serra sob um dia de sol entre nuvens.

País com muitas riquezas minerais, como petróleo, minérios, metais preciosos e diamantes, a República Democrática do Congo está, desde sua independência, em 1960, mergulhada em conflitos internos. A partir de meados dos anos 1990, a situação se agravou com a participação de Ruanda e Uganda em conflitos que surgiram com a guerra civil em Ruanda.

Na fotografia, campo de deslocados internos em Bunia, República Democrática do Congo (2019).

Fotografia. No primeiro plano, uma aglomeração de adultos e crianças lado a lado, utilizando trajes simples. As pessoas estão na frente de uma área com barracas brancas e azuis. Ao fundo, um rio com alguns embarcações e, na outra margem, algumas construções baixas, vegetação com árvores de grande e médio porte sob céu nublado.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

A questão a seguir aborda os conflitos atuais na África relacionando-os à partilha imperialista do continente e ao contexto do pós-guerra. Escreva na lousa as afirmações e peça aos estudantes que indiquem quais delas estão corretas.

  1. Uma das principais causas de conflitos étnicos na África tem origem histórica: a partilha do continente pelos colonizadores europeus de acordo com interesses próprios, sem considerar as populações que o habitavam, suas diferenças e seus territórios.
  2. Com o final da Segunda Guerra Mundial, os países africanos iniciaram seu processo de independência, conseguindo, finalmente, superar os conflitos causados pelos europeus.
  3. No cenário da Guerra Fria, tanto os Estados Unidos como a União Soviética financiaram conflitos armados entre diferentes grupos do continente africano a fim de aumentar a influência política.

As alternativas corretas são a um e a três.

A alternativa dois está incorreta porque, apesar de os países africanos terem iniciado os processos de independência após o final da Segunda Guerra Mundial, atualmente ainda sofrem as consequências do período colonial, enfrentando conflitos causados pela reunião de grupos étnicos em territórios criados pelos europeus.

Discuta com os estudantes as justificativas das respostas. Se for possível, apresente um mapa das etnias africanas e as fronteiras dos países que ocupam atualmente.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

BRANCOLI, Fernando. Primavera Árabe: praças, ruas e revoltas. São Paulo: Desatino, 2013.

Esse livro apresenta uma análise dos movimentos populares que abalaram as estruturas políticas dos países do norte da África nas primeiras décadas do século vinte e um. O estudo é fundamentado em registros testemunhais e em dados coletados nos países em que os conflitos ocorreram.

Ícone. Sugestão de vídeo.

frâns fánôn e a luta anticolonial. 2020. Vídeo (oito minutos e vinte e oito segundos). Produzido pela CartaCapital. Apresentação: Manuel do Jones.

Audiovisual com imagens de época sobre a trajetória e a obra de Frantz Fanon. Nascido em 1925 na Martinica, então colônia francesa, Fanón testemunhou a luta pela independência da Argélia nos anos 1950 e participou dela. Seu livro Os condenados da terra, publicado originalmente em 1961, é uma referência mundial na luta contra o imperialismo e o racismo.

A África na nova divisão internacional do trabalho

Cidadania e civismo.

Na nova Divisão Internacional do Trabalho (dê í tê), a participação dos países com menor desenvolvimento e baixa industrialização se dá pela produção de manufaturas que empregam pouca tecnologia, mão de obra barata e em geral pouco regulamentada pelo Estado, muita matéria-prima e energia, em atividades frequentemente insalubres e poluidoras, rejeitadas em países desenvolvidos. Estes, por sua vez, produzem bens industriais de alto valor agregado, em geral das áreas de informação e comunicação, e serviços de apoio à produção.

A posição da África na nova divisão internacional do trabalho é ainda mais desfavorável que a dos países de baixa industrialização, porque apresenta maior exploração não apenas dos recursos naturais, mas também da mão de obra. As exportações de produtos industrializados no continente são pouco expressivas e estão concentradas no Saara Ocidental e em oito países: África do Sul, Marrocos, Tunísia, Togo, Namíbia, Botsuana, Zimbábue e Madagascar.

O continente carece, em geral, de modernização da infraestrutura, com a qual poderia dinamizar as atividades econômicas. Além disso, a infraestrutura existente está ligada aos setores de exportação de bens primários e é mais utilizada para o escoamento de produtos do que para a circulação de pessoas e bens dentro do próprio continente. O processo africano de modernização e industrialização esbarrou, portanto, na falta de uma infraestrutura competitiva, de recursos humanos qualificados e de maiores investimentos de capital.

Estatais ligadas a governos corruptos dificultaram a distribuição da renda para a população. Essa situação tem se traduzido em péssimos indicadores sociais em muitas partes do continente, principalmente na África Subsaariana.

Quanto ao comércio mundial, as relações estabelecidas entre países da África e seus parceiros comerciais refletem a dificuldade de gerar riquezas no continente com base em potencialidades locais e regionais. Apesar disso, nos últimos anos há aumento significativo de exportações para a China e também ampliação dos investimentos desse país no continente, expandindo não apenas o comércio, mas também as redes de produção e distribuição: a China ampliou seus investimentos de 10 bilhões de dólares no ano 2000 para cêrca de 30 bilhões de dólares no ano de 2016. Entre 2000 e 2019, também houve um volume expressivo de empréstimos chineses para países africanos na ordem de 150 bilhões de dólares. Estima-se ainda um crescimento contínuo das diferentes modalidades de investimentos chineses na África nas próximas décadas, o que pode transformar a China no principal investidor no continente africano.

Fotografia. Em uma área aberta, dois grupos de homens conversando e usando capacetes vermelho, branco ou amarelo e coletes de proteção verde ou laranja. Eles estão próximos a uma estrutura metálica azul e de um caminhão. Ao fundo, parte de uma obra pequena inacabada, além de prédios altos também em obras e gruas utilizadas na construção civil.
Trabalhadores egípcios e chineses em obra realizada no Cairo, Egito (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

A análise da posição da África na nova Divisão Internacional do Trabalho possibilita desenvolver o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos. Para aprofundar o assunto, peça aos estudantes que pesquisem e apresentem na sala de aula informações que exemplifiquem as grandes desigualdades sociais e econômicas existentes no continente africano. Oriente-os a consultar livros e sites, exercitando a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Observações

O conteúdo desta página contempla as habilidades ê éfe zero oito gê ê zero oito, ê éfe zero oito gê ê zero nove, ê éfe zero oito gê ê um três, ê éfe zero oito gê ê um quatro e ê éfe zero oito gê ê dois zero.

O trabalho com a habilidade ê éfe zero oito gê ê zero oito é favorecido pela abordagem da situação dos países africanos no pós-guerra e no contexto mundial, especialmente do viés econômico. A habilidade ê éfe zero oito gê ê zero nove é contemplada quando se analisam os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio de produtos, destacando-se a África do Sul como um dos países africanos que exportam produtos industrializados. Além disso, o país faz parte dos bríquis.

O desenvolvimento da habilidade ê éfe zero oito gê ê um três é propiciado pela associação das características econômicas e de trabalho na África aos recursos científicos e tecnológicos do continente. Nesse contexto, os países africanos aparecem em desvantagem em relação aos de outros continentes, pois são obrigados a importar tecnologia e não conseguem produzir bens com maior valor agregado.

Também são ressaltados nesta página os interesses da China na África e os investimentos que destina ao continente, o que possibilita trabalhar a habilidade ê éfe zero oito gê ê um quatro.

Finalmente, o conteúdo da página abrange aspectos gerais da economia no continente africano, além de alguns aspectos políticos; assim, a habilidade ê éfe zero oito gê ê dois zero também é contemplada.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

OFENSIVA diplomática chinesa na África. 2021. Vídeo (um minuto e vinte e seis segundos). Produzido pela Euronews. Disponível em: https://oeds.link/SdYVQC. Acesso em: 18 abril. 2022.

Nesse vídeo, uma representante da diplomacia chinesa comenta a importância do fortalecimento das relações com os países africanos e os investimentos já feitos na África, destacando as obras de infraestrutura ferroviária e portuária e o apoio ao combate à pandemia de covíd-19.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Leia a notícia a seguir e responda à questão.

Diamante de mais de 700 quilates é encontrado em Serra Leoa

Um enorme diamante de 706 quilates foi encontrado em Serra Leoa, anunciou nesta quinta-feira a presidência, prometendo um “processo de comercialização transparente” em um país marcado pelo tráfico dos chamados “diamantes de sangue” durante a guerra civil (1991-2002).

O diamante foi encontrado na província de Kono, leste do país, por um pastor, Emmanuel Momoh, que procura ocasionalmente diamantes. A pedra foi apresentada na quarta-feira ao chefe de Estado, Ernest Bai Koroma, por um chefe tribal da região, segundo um comunicado da presidência.

Segundo o comunicado, o presidente Koroma agradeceu pelo diamante não ter sido vendido em contrabando fóra do país e garantiu que “o processo de comercialização será transparente”.

A polêmica sobre os “diamantes de sangue”, essas pedras preciosas que serviram para financiar conflitos na África, como em Angola e em Serra Leoa, resultou em 2000 em um regime de certificação das pedras, chamado químberli, apoiado pela ônu e que reúne 75 países.

O regime de químberli enumera as condições a serem cumpridas por um país para que seus diamantes possam ser exportados legalmente.

reticências

DIAMANTE de mais de 700 quilates é encontrado em Serra Leoa. Estado de Minas, 16 março. 2017. Disponível em: https://oeds.link/EgUphn. Acesso em: 28 março. 2022.

O que são os chamados “diamantes de sangue”?

2. Observe o mapa e responda.

ÁFRICA: COMÉRCIO EXTERIOR COM A CHINA (2018)

Mapa. África: comércio exterior com a China (2018). 
Mapa temático referente ao percentual de participação de cada país do continente africano nas trocas comerciais com a China. Há cinco categorias, diferenciadas por cores que variam do amarelo-claro para o laranja escuro, sendo os tons mais claros para representar valores menores e os mais escuros para representar valores maiores.
Menos de 2,0 por cento: Mauritânia, Tunísia, Mali, Burkina Faso, Costa do Marfim, Libéria, Guiné, Guiné-Bissau, Senegal, Serra Leoa, Togo, Benin, Guiné Equatorial, Níger, Chade, Camarões, República Centro-Africana, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Gabão, Eritreia, Djibuti, Etiópia, Somália, Uganda, Quênia, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Zâmbia, Zimbábue, Moçambique, Botsuana, Namíbia, Eswatini, Lesoto Madagascar. 
De 2,0 a 5,0 por cento: Marrocos, Argélia, Líbia, Sudão, Congo. 
De 5,1 a 10,0 por cento: Nigéria, Egito. 
De 10,1 a 25,0 por cento: Angola. 
Mais de 25,0 por cento: África do Sul. 
Na parte inferior, rosa dos ventos e escala de 0 a 795 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição São Paulo: Moderna, 2019. página. 87.
  1. Que país africano mais se destacou no comércio exterior (atividades de importação e exportação) com a China em 2018?
  2. Para a África, qual é a importância do comércio exterior com a China?
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.
  • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção.
  • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.
  • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

Habilidades

São trabalhados aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero oito gê ê zero cinco (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê zero seis (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê zero oito (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê zero nove (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um três (atividade 1)
  • ê éfe zero oito gê ê um quatro (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê um nove (atividade 2)
  • ê éfe zero oito gê ê dois zero (atividade 1)

Respostas

  1. Os “diamantes de sangue” são as pedras comercializadas ilegalmente, cujos recursos foram utilizados para financiar os conflitos civis na África, em especial em Angola e em Serra Leoa. Desde 2000, o regime de certificação das pedras, chamado químberli, tem combatido o tráfico internacional dessas pedras preciosas.
    1. Em 2018, o país africano que mais se destacou no comércio exterior com a China foi a África do Sul.
    2. O comércio com a China e os investimentos chineses na África têm favorecido o crescimento econômico dos países africanos, expandindo não apenas o comércio, mas também as redes de produção e distribuição.

Ícone. Ícone indicativo da seção ‘Ser no mundo’. O ícone corresponde a uma ilustração colorida composta por um globo terrestre com uma linha laranja ao seu redor, dentro de um balão de diálogo que, por sua vez, está dentro de uma tarja retangular de fundo azul claro com a inscrição ‘Ser no mundo’ grafada em letras brancas.

Ser no mundo

Indústria da mineração e trabalho

Economia.

Os países do continente africano estão situados em territórios constituídos por formações rochosas antigas, nas quais se desenvolveu uma rica variedade de recursos minerais presentes no subsolo.

Parte das atividades econômicas dos países africanos está atrelada, assim, à indústria da mineração, cujos recursos são explorados pelas grandes corporações e por empresas multinacionais de tecnologia que se ocupam em promover o desenvolvimento científico e tecnológico e produzir equipamentos eletrônicos de última geração, como smartphones, tablets e notebooks.

Fotografia. Em uma área plana de um local aberto, diversas pessoas caminham escorando bacias sobre a cabeça com materiais metálicos e pequenos dentro. Ao redor, diversas pilhas desse mesmo material sobre um solo de terra. Ao fundo, grupo de pessoas interagindo, vegetação rarefeita, muita poeira em suspensão e incidência de raios solares.
Garimpeiros carregam granito em área de mineração de Uagadugu, Burkina Faso (2022).

Se, por um lado, a indústria da mineração é importante para gerar divisas para esses países, por outro, pode provocar uma série de impactos socioambientais. Em alguns locais, por exemplo, a exploração dos recursos minerais é feita sem fiscalização das leis trabalhistas, o que pode possibilitar a presença do trabalho análogo à escravidão e o trabalho infantil. Leia o texto a seguir.

Seu celular foi produzido com trabalho escravo infantil? ôngui revela violações nas minas de cobalto da República Democrática do Congo

Uma investigação da Anistia Internacional e da Afrewatch seguiu o rastro do cobalto obtido das minas artesanais da República Democrática do Congo, onde centenas de menores são explorados. A equipe de ambas as organizações perseguiu os veículos que transportam

Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com a Competência Específica de Geografia número 6, esta seção tem por objetivo estimular o estudante a construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Esta seção propicia ao estudante uma reflexão sobre a questão da mineração e as condições precárias de trabalho em países africanos. O objetivo central é analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho, especialmente na África. Para isso, o texto oferece elementos que possibilitam discutir a relação entre as indústrias da mineração e de desenvolvimento científico e tecnológico, evidenciando as condições de trabalho em locais onde a legislação trabalhista e a fiscalização são fracas, como em determinados países. Esse conteúdo abrange o tema contemporâneo Trabalho.

Habilidade

ê éfe zero oito gê ê um três: Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África.

o material até os mercados onde acabam sendo comprados por empresas maiores que, por sua vez, afirmam fornecer a conhecidas multinacionais.

reticências

“Os abusos cometidos nas minas são como o dito ‘o que os olhos não veem, o coração não sente’, porque no mercado global de nossos dias os consumidores nem têm ideia das condições existentes na mina, na fábrica, na linha de montagem. Comprovamos que o cobalto é comprado sem que se façam perguntas sobre como e onde foi extraído”, sustenta Emmanuel Umpula, diretor-executivo da Afrewatch.

reticências a Anistia Internacional Catalunha está fazendo uma campanha para cobrar das empresas de tecnologia um posicionamento sobre o uso de cobalto proveniente das minas artesanais da érre dê cê.

SÁNCHEZ, Gabriela. Seu celular foi produzido com trabalho escravo infantil? reticências. Opera Mundi, 21 janeiro. 2016. Disponível em: https://oeds.link/tpjmIX. Acesso em: 28 março. 2022.

PLANISFÉRIO: ESTIMATIVA DE TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO (2018)

Mapa. Planisfério: estimativa de trabalho análogo à escravidão (2018). 
Mapa temático sobre a estimativa de pessoas submetidas ao trabalho similar à escravidão. Há uma gradação de cores, das mais claras para as mais escuras, que categorizam as estimativas mais baixas e mais altas.
Países com baixa estimativa de escravização moderna: países da América, com exceção de Venezuela e Colômbia, da Europa Ocidental e do norte, do noroeste africano, do Oriente Médio, além de Austrália e China.
Países com média estimativa de escravidão moderna: Colômbia, Venezuela, Rússia, Turquia, Síria, Cazaquistão, Índia, Indonésia, Malásia, Vietnã, Egito, Moçambique, Angola, Etiópia, Ucrânia. 
Países com alta estimativa de escravidão moderna: diversos países do continente africano, com destaque para Sudão do Sul, República Centro-Africana, Mauritânia, Eritreia e Somália, além de Iraque, Afeganistão, Paquistão Mongólia, Mianmar, Tailândia, Laos, Filipinas e Belarus,
Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.415 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE GLOBAL Slavery Index 2018. Disponível em: https://oeds.link/r5QxJH. Acesso em: 28 março. 2022.
  1. Você saberia dizer o que caracteriza o trabalho em situação análoga à escravidão?
  2. De acordo com o mapa, quais continentes registraram índices elevados de condições de trabalho análogas à escravidão? Por que alguns países são mais propensos a registrar condições de trabalho análogas à escravidão?
  3. Quais meios podem ser utilizados para conscientizar empresas e consumidores a respeito do combate ao trabalho análogo à escravidão e ao trabalho infantil?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Espera-se que os estudantes indiquem que o trabalho análogo à escravidão é caracterizado pelas jornadas exaustivas, por baixos salários, realizados em locais insalubres e com ausência de equipamentos de proteção etcétera. Essa fórma de exploração do trabalho pode ser facilitada pela falta de leis trabalhistas rígidas de fiscalização.
  2. África e Ásia, pois muitos países desses continentes têm leis trabalhistas e fiscalização pouco rígidas. A leitura do mapa possibilita trabalhar saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a analogia.
  3. De acordo com o texto, existem diversos canais (como fóruns internacionais, seminários, petições e até mesmo redes sociais) que podem ser usados para fazer governos e organizações internacionais pressionarem países em desenvolvimento a garantir direitos aos seus trabalhadores. A internet é um excelente instrumento para adquirir e disseminar informações sobre violações aos direitos humanos e também pode ser um mecanismo para promover mudanças.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, os estudantes puderam ampliar os conhecimentos sobre o continente africano. As questões sugeridas para autoavaliação – e que podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são:

  1. Quais são as principais características físicas do continente africano e qual é o quadro de preservação do meio ambiente?
  2. Quais são as principais regionalizações da África e quais são os critérios para essas classificações?
  3. Como se deu o colonialismo europeu na África e quais foram as consequências desse processo no continente?
  4. O que foi o apartheid e como essa política impactou o modo de vida das pessoas?
  5. Qual é a origem dos conflitos na África e a consequência destes para a população atualmente?
  6. Qual é o papel da África na nova Divisão Internacional do Trabalho?
  7. Qual é a relação atual entre a China e os países africanos?

Glossário

Conferência de Berlim
Conferência realizada em Berlim, entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, que contou com doze países, entre os quais: Alemanha, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica e Portugal. Os participantes, nesse encontro, estabeleceram regras para manter e ampliar suas áreas de domínio na África.
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Pan-africanismo
Movimento político, filosófico e social que promove a união entre os povos africanos e a defesa de seus direitos.
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