UNIDADE dois  Globalização, sociedade e meio ambiente

Fotografia. Vista do saguão de aeroporto. No centro, uma fila de pessoas aguardando a entrada no portão de embarque. Algumas pessoas estão de frente e outras de costas e a maior parte delas usa máscara de proteção facial e leva bagagem. Ao lado esquerdo, piso livre do saguão e uma pessoa de colete cor de rosa. Ao lado direito, guichês com atendentes e placas de sinalização amarela.
O desenvolvimento tecnológico e a evolução dos meios de transporte são fundamentais para a circulação de pessoas e mercadorias. Na fotografia, pessoas realizam embarque em aeroporto localizado em Amsterdã, Países Baixos (2020).
Fotografia. No primeiro plano, embarcação com as velas enroladas no mastro e o casco cinza com texto descritivo: Global Climate Action. Dentro do barco, três pessoas sentadas e uma de pé, todas vestidas com agasalho. Uma das pessoas sentadas acena e as outras duas registram fotografia. No segundo plano, curso d’água e outra embarcação. No terceiro plano, uma área verde e uma estátua de uma figura feminina sobre um pedestal, com um dos braços levantados segurando uma tocha.
A ativista Greta Tãnberg é conhecida por denunciar as consequências das atividades humanas para as mudanças climáticas. Na fotografia, Greta chega de veleiro, um veículo não poluente, a Nova iórque, nos Estados Unidos, 2019.

Ao longo dos séculos, diferentes povos entraram em contato entre si, graças aos meios de transporte e de comunicação. Isso favoreceu o intercâmbio cultural, com o contato entre distintas tradições, línguas e religiões. Houve a expansão do comércio e o desenvolvimento do capitalismo em escala global.

A globalização atual é resultado de todas essas diversas mundializações, que geram fusões e intercâmbios enriquecedores, mas também conflitos, que são noticiados instantaneamente ao mundo.

O que você sabe sobre cada face da globalização? Qual é a importância da informação no mundo globalizado? Como se dá o acesso das pessoas a essas informações?

Você verá nesta Unidade:

Os efeitos da globalização

Revolução tecnológica

Transporte de mercadorias e de pessoas

Globalização da cultura

Globalização e meio ambiente

Mudanças climáticas

Ciência e Tecnologia.

CAPÍTULO 3  A globalização e seus efeitos

Como observamos na Unidade anterior, a globalização pode ser entendida como o conjunto de transformações recentes na economia do planeta que propiciou a ampliação dos fluxos de mercadorias e de capitais financeiros e uma integração social, política e cultural entre os países.

São características desse período as inovações tecnológicas e a consequente aceleração da difusão de informações. Celulares, microcomputadores e a rede de tecnologias integradas a eles, como a internet, o correio eletrônico, os aplicativos de mensagens instantâneas e as redes sociais, revolucionaram o modo como as pessoas se relacionam com o mundo.

Atualmente, os dispositivos eletrônicos interligados à internet fazem parte do cotidiano de bilhões de pessoas no mundo.

Fotografia. Vista para a área interna de um vagão de metrô. À esquerda, diversas pessoas sentadas com máscaras de proteção facial manuseiam celulares. Atrás delas, janela do trem com mapa da rede de metrô. À direita e ao fundo, diversas pessoas em pé com máscaras de proteção facial. Algumas delas manuseando o celular e com fone de ouvido.
Passageiros olham para seus smartphones em Pequim, China (2021).
Ciência e Tecnologia.

Revolução tecnológica

Você já estudou que, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia mundial deu origem à corrida armamentista e à corrida espacial. A partir desse embate, teve início uma revolução tecnológica nas telecomunicações e nos transportes, que vem transformando o mundo desde então. Hoje, boa parte da comunicação acontece em tempo real via satélite e fibras ópticas.

As novas tecnologias adquiriram papel fundamental nas relações entre as pessoas e na produção de conhecimento. Novos ramos da ciência foram se desenvolvendo, como a robótica, a biotecnologia, a microinformática, a nanotecnologia. Logo, o conhecimento e a inovação tecnológica passaram a ser determinantes no mundo global.

Esse processo tem levado à rápida difusão das informações, alterando nossa percepção de distância entre os lugares. Ocorreram também melhorias nos meios de transporte e no sistema logístico global. Na década de 1960, por exemplo, uma viagem de avião do Rio de Janeiro a los angêlis, nos Estados Unidos, demorava por volta de dois dias. Atualmente, há voos diretos que podem durar aproximadamente doze horas.

Na economia globalizada, as telecomunicações e os transportes funcionam como agentes facilitadores na operacionalização das transações financeiras e comerciais e no aumento do fluxo das trocas de mercadorias pelo globo. Isso ocorre, por exemplo, por meio do comércio eletrônico, em que os produtos comprados pela internet são transportados e entregues diretamente no domicílio do consumidor. Observe, na fotografia a seguir, um centro de distribuição de mercadorias.

Fotografia. Vista para área interna de centro de distribuição. No centro, uma bancada com embalagens de papelão circulando sobre a esteira. Ao lado esquerdo, baias com estoque de embalagens de papelão desmontadas, farol de sinalização verde, amarela e vermelha e placas com numeração crescente. Ao lado direito, pessoas sentadas em frente à bancada, manuseando as embalagens. Ao lado das pessoas, monitores de computador. Ao fundo, estoque de embalagens de papelão desmontadas.
Produtos comprados pela internet são embalados e seguem para o transporte em um centro de distribuição em Fáif, Escócia (2017).

Os fluxos financeiros

O aumento da circulação de capitais pelo mundo é uma característica da globalização. Além da intensificação das trocas no mercado internacional, o capital financeiro passou a circular de fórma mais rápida com a integração digital entre as bolsas de valores sediadas fisicamente em diferentes partes do mundo.

Algumas das principais bolsas de valores do mundo estão localizadas em Nova iórque (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Fránquifut (Alemanha), Róng Kóng (China), Tóquio (Japão) e Amsterdã (Países Baixos). Há também bolsas importantes localizadas em cidades de países emergentes, como São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina) e Mumbai (Índia), que também abrigam sedes administrativas ou filiais de transnacionais, bancos e instituições financeiras.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos (í ê dê), que envolvem capitais de transnacionais investidos em suas filiais, também crescem com a globalização. No gráfico, veja os países que mais receberam investimentos estrangeiros nos anos de 2019 e 2020.

PAÍSES SELECIONADOS: MAIORES INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (2019 E 2020)

Gráfico. Países selecionados: maiores investimentos estrangeiros diretos - 2019 e 2020. Gráfico de barras mostrando o volume de investimentos estrangeiros diretos recebidos pelos países com maior desenvolvimento e pelos países em desenvolvimento em 2019 e 2020. No eixo vertical estão os países e no eixo horizontal estão os investimentos estrangeiros diretos recebidos, em bilhões de dólares. Países com maior desenvolvimento. Estados Unidos. 2019: 156 bilhões de dólares. 2020: 261 bilhões de dólares. Luxemburgo. 2019: 62 bilhões de dólares 2020: 15 bilhões de dólares. Alemanha. 2019: 36 bilhões de dólares. 2020: 54 bilhões de dólares. Irlanda. 2019: 33 bilhões de dólares. 2020: 81 bilhões de dólares. Suécia. 2019: 26 bilhões de dólares.; 2020: 10 bilhões de dólares. Israel. 2019: 25 bilhões de dólares. 2020: 19 bilhões de dólares. Canadá. 2019: 24 bilhões de dólares. 2020: 48 bilhões de dólares. Austrália. 2019: 20 bilhões de dólares. 2020: 39 bilhões de dólares. Reino Unido. 2019: 20 bilhões de dólares. 2020: 45 bilhões de dólares França. 2019: 18 bilhões de dólares. 2020: 34 bilhões de dólares. Japão. 2019: 10 bilhões de dólares. 2020: 15 bilhões de dólares. Países em desenvolvimento. China. 2019: 149 bilhões de dólares. 2020: 141 bilhões de dólares. Hong Kong (China): 2019: 119 bilhões de dólares. 2020: 74 bilhões de dólares. Cingapura. 2019: 91 bilhões de dólares. 2020: 114 bilhões de dólares. Índia. 2019: 64 bilhões de dólares. 2020: 51 bilhões de dólares. México. 2019: 29 bilhões de dólares. 2020: 34 bilhões de dólares. Brasil. 2019: 25 bilhões de dólares. 2020: 65 bilhões de dólares. Emirados Árabes Unidos. 2019: 20 bilhões de dólares. 2020: 18 bilhões de dólares. Indonésia. 2019: 19 bilhões de dólares. 2020: 24 bilhões de dólares. Vietnã. 2019: 16 bilhões de dólares. 2020: 16 bilhões de dólares.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. World Investiment Reporttuên tuên uãn. Nova iórqueUnited Nations, 2021. Disponível em: https://oeds.link/fWQhON. Acesso em: 27 abril. 2022.

Ler o gráfico

Dos países que receberam mais investimentos estrangeiros diretos, quais fazem parte das economias com maior desenvolvimento e quais pertencem às economias em desenvolvimento?

Transporte de mercadorias e pessoas

Para atender parte da constante expansão dos fluxos internacionais de mercadorias, enormes navios petroleiros carregam atualmente centenas de milhares de toneladas de petróleo e navios graneleiros transportam grandes quantidades de grãos.

Outros tipos de mercadoria, como produtos industrializados em geral, são transportados em contêineres, recipientes de metal ou de madeira de diversos tamanhos cuja utilização se ampliou após a década de 1980. Os contêineres podem ser carregados por meio de diferentes tipos de transporte: ferroviário, marítimo, rodoviário e aeroviário. Atualmente, eles se tornaram o componente mais importante no transporte de cargas.

Portos modernos integram terminais intermodais, com meios de transporte ferroviários, rodoviários, aéreos e, às vezes, fluviais. Desses pontos de distribuição – que também podem estar conectados a oleodutos ou gasodutos –, os contêineres são encaminhados para outros destinos.

Os terminais intermodais agilizam a distribuição das mercadorias e reduzem os custos de transporte, por isso são fundamentais para o aumento das trocas comerciais mundiais. Destacam-se também as chamadas Zonas Industriais e Portuárias, ou zíp, que compreendem grandes complexos industriais, como refinarias de petróleo e indústrias químicas.

LOGÍSTICA DE TRANSPORTES UTILIZANDO CONTÊINERES

Esquema. Logística de transportes utilizando contêineres. Esquema composto por ilustrações, textos, setas e gráfico de barras para mostrar a logística de transporte a partir do uso de contêineres. 1. Ilustração de um caminhão com contêiner acoplado e estacionado em um galpão. O contêiner está sendo carregado por mercadorias, com o auxílio de uma máquina empilhadeira. Acima, texto descritivo: Carregamento de mercadorias em contêineres dentro de um centro de armazenamento de origem. Duas setas se dirigem para a etapa 2. 2. Uma das setas se conecta a ilustração do mesmo caminhão da etapa anterior. A outra seta se conecta a ilustração de locomotiva carregando outros contêineres. Acima, texto descritivo: Transporte dos contêineres por meio de caminhões e trens entre o centro de armazenamento de origem e um porto ou aeroporto. Duas setas se dirigem para a etapa 3. 3. Uma das setas se conecta a ilustração de um avião. A outra seta se conecta a ilustração de um navio cargueiro. Acima, texto descritivo: Carregamento e transporte dos contêineres em navios ou aviões. Uma seta se dirige para a etapa 4. 4. Ilustração de um galpão cinza com caixas nas portas de entrada. Abaixo, texto descritivo: Transporte dos contêineres por meio de caminhões e trens entre um porto ou aeroporto e o centro de armazenamento de destino. Ao lado da etapa 4, gráfico de barras mostrando o aumento do volume de cargas transportadas por meio de contêineres nos anos de 1908 e de 2020: 1980: 102 milhões de toneladas. 2020: 1,85 bilhão de toneladas.
Elaborado com base em dados obtidos em: WORLD seaborn trade. Unctad handbook of statisticstuên tuên uãn. Disponível em: https://oeds.link/QGY26L. Acesso em: 25 abril. 2022.

Os aeroportos modernos também passaram a ter terminais intermodais para o transporte de carga. Além disso, o aumento do tamanho dos aviões, alguns deles chegando a transportar quase 500 passageiros, e o relativo barateamento do preço das passagens contribuíram para que o fluxo de pessoas por esse meio de transporte crescesse, tornando-se acessível a uma quantidade maior de consumidores.

População em movimento

Gráfico. Principais países de origem dos migrantes internacionais, em milhões de pessoas, 2020. Gráfico de colunas mostrando os principais países de origem dos migrantes internacionais. O volume de migrantes está apresentado no eixo vertical e os países retratados estão apresentados no eixo horizontal. Índia: 18 milhões de pessoas. México: 12 milhões de pessoas. Rússia: 11 milhões de pessoas. China: 11 milhões de pessoas. Síria: 7 milhões de pessoas. Bangladesh: 7 milhões de pessoas. Paquistão: 6 milhões de pessoas. Ucrânia: 6 milhões de pessoas. Filipinas: 6 milhões de pessoas. Afeganistão: 6 milhões de pessoas. Venezuela: 5 milhões de pessoas. Polônia: 5 milhões de pessoas. Reino Unido: 5 milhões de pessoas. Indonésia: 4,5 milhões de pessoas. Cazaquistão: 4 milhões de pessoas. Palestina: 4 milhões de pessoas. Romênia: 4 milhões de pessoas. Alemanha: 4 milhões de pessoas. Mianmar: 4 milhões de pessoas. Egito: 4 milhões de pessoas.

TOTAL DE MIGRANTES INTERNACIONAIS POR CONTINENTE (2020)

Mapa. Total de migrantes internacionais por continente, 2020. Mapa do mundo mostrando a quantidade de migrantes internacionais por continente. América: 73,5 milhões. Europa: 86,7 milhões. Ásia: 85,6 milhões. África: 25,4 milhões. Oceania: 9,4 milhões. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.750 quilômetros. Acima e abaixo do mapa há ilustrações de pessoas carregando malas, crianças e carrinhos.
Gráfico. Principais países de origem dos migrantes internacionais, em milhões de pessoas, 2020. Gráfico de colunas mostrando os principais países de origem dos migrantes internacionais. O volume de migrantes está apresentado no eixo vertical e os países retratados estão apresentados no eixo horizontal. Índia: 18 milhões de pessoas. México: 12 milhões de pessoas. Rússia: 11 milhões de pessoas. China: 11 milhões de pessoas. Síria: 7 milhões de pessoas. Bangladesh: 7 milhões de pessoas. Paquistão: 6 milhões de pessoas. Ucrânia: 6 milhões de pessoas. Filipinas: 6 milhões de pessoas. Afeganistão: 6 milhões de pessoas. Venezuela: 5 milhões de pessoas. Polônia: 5 milhões de pessoas. Reino Unido: 5 milhões de pessoas. Indonésia: 4,5 milhões de pessoas. Cazaquistão: 4 milhões de pessoas. Palestina: 4 milhões de pessoas. Romênia: 4 milhões de pessoas. Alemanha: 4 milhões de pessoas. Mianmar: 4 milhões de pessoas. Egito: 4 milhões de pessoas.
Gráficos e mapa elaborados com base em dados obtidos em: INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR MIGRATION. Migration Data Portal, Berlim. Seção International Data. Disponível em: https://oeds.link/2GMJbh. Acesso em: 27 abril. 2022.

O turismo no mundo

Em 2019, ocorreu um total de 1 460 milhões de viagens turísticas internacionais. A Europa foi o destino da maior parte das viagens e o continente que mais arrecadou com o turismo.

Observe no gráfico a distribuição dos turistas, por motivação da viagem, em 2019.

A pandemia de Covid-19 provocou profundas mudanças na circulação de pessoas no mundo e, por consequência, afetou progressivamente a realização de viagens turísticas nacionais e internacionais desde o final de 2019. Em 2020, houve uma queda acentuada de 60% nas viagens aéreas.

Silhueta de um avião. Gráfico ilustrado. Ilustração de uma câmera fotográfica cuja lente apresenta um gráfico de setor mostrando a motivação da viagem dos turistas em 2019. Lazer, recreação e férias: 55%. Saúde, religião, outros: 28%. Negócios e profissional: 11%. Não especificado: 6%.
Fonte: ORGANIZAÇÃO Mundial do Turismo. UNWTO tourism highlights – 2020 edition. Madri: ONU, 2021. Disponível em: https://oeds.link/bKqWPT. Acesso em: 25 abr. 2022.

A questão dos refugiados

O refúgio é uma forma de proteção concedida por um governo a estrangeiros obrigados a abandonar seu país para escapar de conflitos e desastres. Mesmo sendo minoria no total de migrantes internacionais, deslocamentos de refugiados figuram entre os maiores corredores migratórios do mundo.

Em 2020, o número total de refugiados e de pedidos de refúgio no mundo chegou a 26,4 milhões, sendo que mais da metade era menor de 18 anos. A maior parte dos refugiados é acolhida nos países vizinhos aos de origem. A Turquia era o país que abrigava a maior população de refugiados, com cerca de 3,7 milhões, seguido da Colômbia (1,7 milhão), do Paquistão (1,4 milhão), de Uganda (1,4 milhão) e da Alemanha (1,2 milhão).

MUNDO: REFUGIADOS (2000-2020)

Gráfico. Mundo: Refugiados,  2000 a 2020. Gráfico de linhas mostrando a evolução do número de refugiados no período retratado. O número de pessoas está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. 2000: 15,5 milhões de pessoas. 2001: 15,7 milhões de pessoas. 2002: 14,1 milhões de pessoas. 2003: 13,3 milhões de pessoas. 2004: 13,5 milhões de pessoas. 2005: 13 milhões de pessoas. 2006: 14,2 milhões de pessoas. 2007: 16 milhões de pessoas. 2008: 15 milhões de pessoas. 2009: 15 milhões de pessoas. 2010: 15,3 milhões de pessoas. 2011: 15 milhões de pessoas. 2012: 15,2 milhões de pessoas. 2013: 16,9 milhões de pessoas. 2014: 19,2 milhões de pessoas. 2015: 21,2 milhões de pessoas. 2016: 22,4 milhões de pessoas. 2017: 25,4 milhões de pessoas. 2018: 26 milhões de pessoas. 2019: 26 milhões de pessoas. 2020: 26,2 milhões de pessoas.
Fonte: BANCO MUNDIAL. Refugee population by country or territory of asylum. Disponível em: https://oeds.link/GLt86E. Acesso em: 25 abr. 2022.
Fotografia. No primeiro plano, mulher de cabelo preto e liso, chapéu de palha, camisa branca, saia avermelhada está em pé, de costas e com os braços na direção de um varal de madeira. À direita dela, outra mulher de vestido está agachada com as mãos esticadas na direção de sacolas penduradas no varal. No segundo plano, construções feitas com madeira.
Acampamento de refugiados localizado em La Guajira, Colômbia (2021).

Ícone. Seção Mundo em escalas. Composto por dois pinos de localização conectados por setas.

Mundo em escalas

Ciência e Tecnologia.

Tecnologias digitais e mobilidade urbana

As tecnologias digitais utilizadas para melhorar a mobilidade urbana vêm sendo difundidas no mundo todo. Empresas de diversos países têm destinado grandes investimentos em inteligência artificial e soluções para facilitar a circulação das pessoas nas grandes cidades.

No Brasil, o número de usuários de aplicativos de transporte vem crescendo e mudando a fórma como a população se desloca nas principais cidades do país. Leia o texto.

Heróis ou vilões? Qual o impacto que aplicativos de transporte têm no trânsito de grandes cidades

Os aplicativos de transporte são tratados como uma alternativa para a mobilidade urbana. O usuário deixa de lado o automóvel próprio para virar passageiro. Esse é um ponto positivo. Mas há realmente menos carros nas ruas das grandes cidades?

Na avaliação de especialistas, os veículos que atuam nesses serviços tendem a representar aumento de congestionamento e o enfraquecimento do sistema público de transporte. E então, os aplicativos são heróis ou vilões? reticências

O engenheiro civil Diego Mateus da Silva, com mestrado em engenharia de transportes, cita duas cidades norte-americanas como referência. Em Nova iórque e San Francisco, estudos apontam que houve migração de passageiros do transporte coletivo para os carros de aplicativo. reticências

“Ou seja, mais carros estão rodando nessas cidades, gerando mais congestionamento e mais emissões de poluentes. Também houve uma redução nos usuários de transporte coletivo, mais fortemente nos ônibus, nas linhas menores”. reticências

Observe, no gráfico abaixo, o crescimento da frota de carros na cidade de São Paulo.

CIDADE DE SÃO PAULO: FROTA DE CARROS (2010-2017)

Gráfico. Cidade de São Paulo: Frota de carros – 2010 a 2017. Gráfico de linha mostrando a evolução da frota de carros em São Paulo. A frota, em milhões de automóveis, está indicada no eixo vertical e os anos estão indicados no eixo horizontal. 2010: 5,09 milhões de automóveis. 2011: 5,21 milhões de automóveis. 2012: 5,31 milhões de automóveis. 2013: 5,44 milhões de automóveis. 2014: 5,63 milhões de automóveis. 2015: 5,78 milhões de automóveis. 2016: 5,91 milhões de automóveis. 2017: 6,05 milhões de automóveis.
Fonte do texto e do gráfico: FUJITA, Gabriela. Heróis ou vilões? Qual o impacto que aplicativos de transporte têm no trânsito de grandes cidades. uól, 25 fevereiro. 2018. Seção Cotidiano. Disponível em: https://oeds.link/rrQpZE Acesso em: 25 abril. 2022.

Fonte do texto e do gráfico: FUJITA, Gabriela. Heróis ou vilões? Qual o impacto que aplicativos de transporte têm no trânsito de grandes cidades. uól, 25 fevereiro. 2018. Seção Cotidiano. Disponível em: https://oeds.link/rrQpZE. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. De acordo com o texto, quais são as consequências trazidas pelo aumento do uso de aplicativos de transporte?
  2. Quais informações podem ser observadas na leitura do gráfico?

A globalização da cultura

Os meios de comunicação, como o cinema e a internet, ajudam a difundir a cultura ocidental, que se impõe em países e sociedades com diferentes costumes, valores e crenças, promovendo muitas vezes uma uniformização cultural, em que os valores dominantes se sobrepõem às culturas locais.

Os Estados Unidos dominam a produção de cultura de massa no mundo. Os filmes de Hollywood, por exemplo, são produzidos para o mercado mundial, visando a um público o mais amplo possível. As produções estadunidenses lideram o faturamento do mercado cinematográfico.

As séries e as sitcoms (comédias de costumes) produzidas nos Estados Unidos e exibidas em diversas partes do mundo retratam a vida e os valores estadunidenses.

Esses produtos culturais são exportados e vistos por milhões de telespectadores, disseminando valores, hábitos e traços culturais que vão sendo assimilados pelo público estrangeiro ao longo do tempo.

Outro exemplo da exportação dos produtos culturais são os espetáculos teatrais da Broadway, em Nova iórque, avenida na qual se encontram vários teatros, famosos por suas apresentações musicais, que são reproduzidas em diferentes cidades do mundo.

Em 1940, o filósofo alemão têodór Adorno apontou que a expansão da produção industrial, somada ao crescimento da produção cultural e da propaganda, estaria vinculada à criação de uma indústria cultural. Sua principal estratégia seria criar, desenvolver e difundir, por meio de televisão, rádio, cinema, arte, livros, revistas, propagandas etcétera., padrões culturais ligados aos hábitos de consumo.

Podemos constatar essa visão de Adorno em programas televisivos, como novelas e séries, que, muitas vezes, incentivam estilos de vida consumistas.

A indústria cultural, por meio da propaganda, estimula o desejo de consumir os chamados artigos da moda e a troca constante dos produtos, que rapidamente se tornam obsoletos.

Fotografia. Destaque para um cartaz publicitário com uma personagem mulher vestindo uma roupa azul e vermelha e equipamento acoplado na cintura. Embaixo da personagem, texto escrito no alfabeto chinês. Atrás, painel com informações sobre a produção do filme. Na frente, um homem de costas usando agasalho preto observa o cartaz.
Cartaz publicitário de filme produzido nos Estados Unidos em exibição em Í tchãn, China (2019).
Multiculturalismo.

O multiculturalismo

Entende-se por multiculturalismo a convivência entre povos com identidades culturais distintas em um mesmo território, país, região etcétera., sem que alguma delas predomine sobre as outras.

As identidades culturais são constituídas por diversas simbologias, referências e experiências, o que possibilita criar um sentimento de pertencimento do indivíduo a determinado povo. Elas podem estar relacionadas a aspectos e valores religiosos, étnicos, territoriais, linguísticos etcétera.

O intenso desenvolvimento dos meios de comunicação e de transportes, a rapidez da circulação das informações, o aumento das trocas comerciais entre os países e as demais características da economia globalizada vêm possibilitando maior conexão entre as diversas identidades culturais presentes no mundo todo.

Se, por um lado, os lugares são cada vez mais multiculturais, por outro, há um aumento da intolerância e do sentimento de aversão às pessoas não pertencentes a determinada cultura.

Respeitar as diferenças e valorizar culturas e modos de vida diversos são maneiras de perceber que não existe um modo “correto” e único de viver. Cultivar a diversidade é um modo de ressaltar a convivência pacífica e de se contrapor à uniformização da cultura na globalização.

Fotografia. No primeiro plano, vista para um cruzamento de ruas ocupado por um desfile de mulheres de vestidos compridos e rodados, fantasias e adereços coloridos. No segundo plano, diversas pessoas assistem ao desfile nas calçadas.
Pessoas participando do Encontro de Culturas Populares, realizado em Buenos Aires, Pernambuco (2018).
Ciência e Tecnologia.

Informação em tempo real

Hoje é possível ter acesso às informações pela televisão e pela internet em tempo real. Acontecimentos ocorridos em qualquer lugar do mundo são transmitidos simultaneamente para as mais diversas partes do planeta. Um fato que ocorre na China ou no Quênia, por exemplo, pode ser conhecido no Brasil ou na Mongólia praticamente no momento em que ele acontece.

Como consequência desse imediatismo entre a ocorrência dos fatos e sua divulgação, temos a sensação de viver em um mundo que acontece no rádio ou na tela de um aparelho de televisão, tablet, smartphone ou computador. No entanto, embora atualmente a informação tenha um papel central no cotidiano das pessoas, existem desigualdades importantes no acesso a elas.

A desigualdade no acesso à informação

A economia globalizada requer uma série de condições, como a implantação de rede de infraestruturas e um mercado consumidor com elevado poder aquisitivo, para disseminar o acesso à informação por meio de tecnologias de comunicação digital.

Em alguns locais, como nos países mais desenvolvidos, observa-se a concentração dos meios de comunicação e a rápida produção e circulação de informações. Em outros, verifica-se a carência de infraestruturas e grandes parcelas da população sem condições financeiras para adquirir aparelhos e serviços de telecomunicação.

Portanto, as discrepâncias sociais, acentuadas pelo processo de globalização, podem ser observadas também nas desigualdades de acesso à informação. Observe o mapa a seguir, que representa os percentuais de população com acesso à internet em 2017 e as discrepâncias entre os países africanos e as nações mais ricas da Europa e da América do Norte, por exemplo.

PLANISFÉRIO: POPULAÇÃO COM ACESSO À INTERNET (2017)

Mapa. Planisfério: população com acesso à internet,  2017. Mapa mostrando o percentual de internautas nos países. Menos de 10,0%: República Democrática do Congo, Gabão, República Centro-Africana, Chade, Uganda, Madagascar, Somália, Libéria, Guiné. De 10,0 a 30,0%: Angola, Moçambique, Zimbábue, Zâmbia, Tanzânia, Quênia, Etiópia, Sudão, Líbia, Níger, Nigéria, Mali, Mauritânia, Senegal; Índia, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh, Mianmar, Mongólia. De 30,1 a 50,0%: Peru, Bolívia, Guatemala, Honduras, Cuba; Argélia, Egito, Namíbia, Botsuana; Síria, Iraque; Indonésia. De 50,1 a 70,0%: Brasil, México, Venezuela, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai, África do Sul, Irã, Turquia, Romênia, Ucrânia, Itália, Grécia, China. De 70,1 a 85,0%: Estados Unidos, Argentina, Chile, Emirados Árabes, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Polônia, Rússia, Cazaquistão. De 85,1 a 98,5%: Canadá, Reno Unido, Suécia, Finlândia, Noruega, Islândia, Japão, Austrália. Sem dados: Groenlândia, Antártida. Na parte inferior direita,  rosa dos ventos e a escala de 0 a 2.570 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página. 55.
Cidadania e civismo.

O mundo digital e as redes sociais

Cada vez mais as pessoas acessam a internet para fazer pesquisas, ler notícias e compartilhar ideias, interesses em comum, mensagens e até fatos da sua vida pessoal, tudo graças ao desenvolvimento e à difusão de tecnologias de informação e comunicação.

As redes sociais constituem um meio de disseminar informação e opinião. Em 2010, na Primavera Árabe – ocasião na qual a população de alguns países do Oriente Médio e da África do Norte foi às ruas reivindicar uma sociedade mais justa, igualitária e democrática –, as redes sociais foram amplamente usadas para comunicar ao mundo o que acontecia e para organizar as manifestações e os protestos. Tais eventos inspiraram movimentos como o Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e o dos Indignados, na Espanha.

Em 2021, um golpe militar derrubou o governo eleito em Mianmar, colocou o país em estado de emergência e perseguiu líderes políticos. O acesso à internet e aos serviços de telefonia móvel foi restringido ou suspenso por determinados períodos. Mesmo assim, os opositores se articularam pela rede e fortaleceram os protestos contra o governo militar instaurado, o que gerou maiores perseguições físicas e intensificou a vigilância sobre as redes sociais, a impresa independente e os serviços de internet.

Fotografia. Destaque para uma manifestação de rua com diversas pessoas vestindo máscara de proteção facial. Algumas seguram faixas e bandeiras e outras erguem um dos braços. Ao fundo, há fumaça em tons de azul e vermelho, árvores e edificações.
Manifestantes protestam contra o golpe militar que derrubou o governo, em , Mianmar (2021).
Cidadania e civismo.

A privacidade, a vigilância e a censura na internet

Estudos revelam que no início de 2022 quase 5 bilhões de pessoas eram usuárias da internet, o que representa 62,5% da população mundial. Embora o número de usuários venha subindo nas últimas décadas, a liberdade na rede diminuiu, em decorrência do aumento da manipulação de conteúdo on-line, da vigilância e das restrições aos direitos dos internautas. 

De acordo com o relatório Liberdade da Internet de 2021, há um aumento progressivo da vigilância sobre a internet, das interrupções no serviço, dos ataques físicos e técnicos contra defensores dos direitos humanos e dos meios de comunicação independentes. O relatório indica que muitos governos criam estratégias para censurar determinadas informações e pressionar a remoção de conteúdos que possam comprometer a continuidade de suas administrações, com destaques para Mianmar, Belarus e Uganda. Em sociedades com governos autoritários, há uma profunda preocupação das autoridades em relação ao uso da internet.

Mesmo em países considerados exemplos de democracia, a adoção de práticas para aumentar a vigilância e a censura na internet vem aumentando, sob o discurso do combate ao terrorismo e à expansão de grupos extremistas. A disseminação de notícias falsas (fake news) por políticos e grupos ideológicos também é crescente.

Diversos países, como Mianmar, Rússia, China, Irã, Arábia Saudita, Turquia, Índia, Indonésia, Grécia, Sudão, Bélgica, Chipre, Coreia do Sul e Coreia do Norte, possuem casos de censura confirmados por organizações de liberdade digital.

PLANISFÉRIO: LIBERDADE NO USO DA INTERNET (2021)

Mapa. Planisfério: liberdade no uso da internet, 2021. Mapa mostrando liberdade no uso da internet, por país. Uso livre da internet: Canadá, Estados Unidos, Argentina, África do Sul, França, Reino Unido, Estônia, Alemanha, Sérvia, Hungria, Itália, Islândia, Austrália, Geórgia, Armênia, Japão. Uso parcialmente livre da internet: México, Brasil, Colômbia, Equador, Nicarágua, Angola, Zâmbia, Zimbábue, Malaui, Nigéria, Malásia, Quênia, Uganda, Costa do Marfim, Marrocos, Tunísia, Líbia, Ucrânia, Israel, Jordânia, Índia, Quirguistão, Bangladesh, Indonésia e Filipinas. Uso da internet não é livre: Venezuela, Egito, Sudão, Etiópia, Rússia, Cazaquistão, China, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Turquia, Irã, Paquistão, Mianmar, Vietnã, Cuba, Uzbequistão, Azerbaijão. Os demais países não apresentam dados. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FREEDOM HOUSE. Freedom on the nettuên tuên uãn: the global drive to control big tech. Washington, DC: Freedom House, 2021. Disponível em: https://oeds.link/Ez3V68. Acesso em: 25 abril. 2022.
Ciência e Tecnologia.

Globalização e novas tecnologias

Digitais, locais e globais

Em 2014, o número de celulares se igualou ao número de habitantes do planeta. Em 2016, na Europa e na América do Norte, onde é amplo o acesso à tecnologia, o número de aparelhos já superava o de pessoas. Atualmente, a adoção de novas tecnologias tem crescido significativamente inclusive nos países menos desenvolvidos.

Entre os domicílios brasileiros, 67% possuíam acesso à internet em 2018, revelando um crescimento progressivo nos últimos anos. Quase todos os usuários (97%) utilizam o telefone celular para se conectarem à internet.

Brasil: domicílios em que as pessoas possuEm celular ou computador portátil (2018)

Gráfico. Brasil: domicílios em que as pessoas possuem celular ou computador portátil,  2018. Gráfico de colunas mostrando o percentual de domicílios em que as pessoas possuem celular ou computador portátil por região brasileira. O percentual está no eixo vertical e as regiões estão no eixo horizontal. Norte. Telefone celular: 46%. Computador portátil: 19%. Nordeste. Telefone celular: 59%. Computador portátil: 17%. Sudeste. Telefone celular: 65%. Computador portátil: 33%. Sul. Telefone celular: 71%. Computador portátil: 34%. Centro-Oeste. Telefone celular: 57%. Computador portátil: 25%.
Fonte: PESQUISA sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC domicílios 2018. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2019. Disponível em: https://oeds.link/uwjOMO. Acesso em: 25 abr. 2022.

Código aberto

Baixar programas para o computador ou para o celular tornou-se algo comum. Porém, muitas vezes, a utilização deles tem restrições. Em resposta a isso, surgiram os programas de código aberto (open source, em inglês), baseados em um modelo de produção intelectual colaborativa no qual o desenvolvedor do programa não impõe restrições à sua disseminação nem a modificações. Desse modo, o programa pode ser utilizado em muitos computadores em qualquer local do mundo.

Ilustração. Pessoa de boné, camiseta branca e bermuda verde está sentada à mesa, com as mãos na direção do teclado de um notebook.

No Brasil, a Lei da Ficha Limpa, que restringe a candidatura a cargos eletivos de políticos com problemas com a justiça, nasceu de uma iniciativa popular apoiada por 1,6 milhão de cidadãos brasileiros, por meio de abaixo-assinados tradicionais, e outros 2 milhões, por meio de uma petição on-line em 2010.

Ilustração. Homem de terno preto, camisa branca e gravata azul está em pé com a mão direita levantada e a mão esquerda segurando um saco de dinheiro; ao lado dele há uma lupa grande com um olho.

Número de linhas de telefonia móvel por 100 habitantes (2018)

Mapa. Número de linhas de telefonia móvel por 100 habitantes – 2018. Planisfério mostrando o percentual de assinaturas de celular por país. Menos de 72,94%: Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Somália, Sudão, Chade e outros países africanos, Laos, Iêmen, República Dominicana e Venezuela. 72,94% a 99,75%: Egito, Turquia, Índia, Canadá, Equador, Quênia, Uganda, Nigéria, Guiné e outros países da África. 99,76% a 121,77%: Brasil, Paraguai, Bolívia, Argélia, Mauritânia, e outros países do Noroeste africano, China, Indonésia, Malásia, Austrália, Portugal, Espanha, França, Suécia, Noruega, Irã, Grécia, Romênia e outros países europeus. Uma seta parte do Brasil em direção a ilustração de duas pessoas dançando e edifícios históricos ao fundo. 121,77% a 147,47%: Estados Unidos, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Uruguai, Suriname, Marrocos, Arábia Saudita, Mongólia, Cazaquistão, Itália, Japão, Ucrânia, Alemanha, Polônia, Nepal, e Sri Lanka. Uma seta parte do Marrocos em direção a ilustração de duas pessoas com trajes marroquinos, como o hijabe manuseando o celular e edificações de estilo árabe ao fundo. Uma seta parte da Argentina em direção a ilustração de duas pessoas dançando ao som emitido pelos celulares e monumentos históricos argentinos ao fundo Mais de 147,47%: Rússia, Emirados Árabes Unidos, Botsuana, Lituânia e África do Sul. Uma seta parte da Rússia em direção a ilustração de uma pessoa com traje russo, segurando uma caixa de frutas e edificações de estilo russo ao fundo. Sem dados: México, Guiana, Belize, Costa Rica, Panamá, Saara Ocidental, Líbia, Níger, Libéria, Etiópia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Vietnã, Papua Nova Guiné, Coreia do Norte, Groenlândia (Dinamarca). Alguns países não apresentam dados. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.445 quilômetros.
THE WORLD BANK. Mobile cellular subscriptions (per 100 people) Data Bank, Washington, D.C., 2020. Disponível em: https://oeds.link/qwd3lR. Acesso em: 30 abril 2022.

Liberdade de expressão digital

Em 2010, na Tunísia, a troca de mensagens, fotografias e vídeos foi essencial nos protestos contra o governo autoritário do general Ben Ali, que terminaram com a sua renúncia em 2011. A repressão da ditadura não impediu que milhares de tunisianos compartilhassem arquivos por meio de celulares e computadores. Os protestos se espalharam pelo país e conquistaram a opinião pública mundial, pressionando também governos e empresas multinacionais aliados ao regime autoritário.

Promovendo ideais

Pessoas e entidades têm pedido e oferecido apoio nas redes sociais para os mais diversos projetos: desde dinheiro para financiar novos produtos até petições dirigidas a líderes mundiais. Na Rússia, uma empresa de produtos orgânicos solicitou cerca de 500 mil rublos (30 mil reais) para abrir uma nova loja. O montante foi arrecadado em três dias.

Ritmos sem fios

Nas favelas de Buenos Aires, chamadas villas miseria, nasceu a cumbia villera, um ritmo musical popular nas periferias das cidades argentinas que se disseminou principalmente por meio de celulares com bluetooth, uma tecnologia de comunicação sem fio. Os artistas utilizam atualmente as redes sociais e os serviços de música por streaming para divulgar suas músicas.

Novas indústrias culturais

Na periferia de Belém (PA), o tecnobrega foi criado com elementos do brega, da guitarrada e de outros ritmos regionais combinados com música eletrônica em computadores e programas de edição que se disseminaram no começo dos anos 2000. Sem espaço para divulgar seu trabalho, os artistas se uniram aos camelôs que vendem CDs com o intuito de popularizar suas músicas e angariar fãs, engrossando a principal fonte de renda da indústria do tecnobrega: apresentações e festas que movimentam milhões de reais em ingressos e venda de produtos.

Meio ambiente.

A sociedade de consumo

No mundo atual, as pessoas são incentivadas a consumir cada vez mais mercadorias e serviços. As empresas procuram manter o consumo em ascensão para que seu lucro cresça progressivamente.

Por meio da publicidade, as empresas criam necessidades e o desejo de obter novos bens de consumo. A influência publicitária leva muitas pessoas a acreditar que efetivamente precisam das mercadorias anunciadas nos meios de comunicação, pois alimentam a ilusão de que a posse de determinados produtos vai contemplar suas necessidades e seus projetos de vida.

A obsolescência programada

A reposição de produtos, porém, não é determinada apenas pelo interesse do consumidor por novidades. Visando aumentar seus lucros, nas últimas décadas as indústrias vêm reduzindo o tempo de “vida útil” das mercadorias.

Se antes um eletrodoméstico, como uma geladeira ou uma máquina de lavar, era produzido para durar muitos anos, hoje ele se torna ultrapassado em pouco tempo, tornando necessária sua troca. Depois de certo período, dificilmente se encontram peças para substituir as danificadas, o que induz à compra de um novo produto. Trata-se da chamada obsolescência programada, que também é válida para celulares e computadores, visto que os novos programas não funcionam ou não podem ser atualizados em aparelhos e equipamentos mais antigos.

Fotografia. Destaque para um aparelho de celular antigo, pequeno, cinza e do tipo que abre e fecha. As teclas são ovais e a tela é pequena e verde.
Fotografia. Destaque para um aparelho de celular antigo, retangular, com teclas pequenas, tela média azul com fotos de pessoas e uma pequena antena na parte superior.
Fotografia. Um aparelho de smartphone moderno, retangular e preto, com tela grande e diversos símbolos de aplicativos. Uma mão inclinada e o dedo pressionando um dos aplicativos do aparelho.
Novas funcionalidades incorporadas aos aparelhos em curtos períodos de tempo incentivam sua substituição e o aumento do consumo. Nas fotografias de cima para baixo, modelos de telefones celulares de 1997, 2005 e 2021.

A desigualdade no acesso ao consumo

O padrão de consumo no mundo é bastante desigual. Nos países ricos, em virtude do alto poder aquisitivo da população, há grande oferta de bens e serviços e crescimento do mercado de luxo e de produtos sofisticados, inacessíveis à maioria da população.

Embora em alguns países as classes médias também aumentem, a desigualdade faz com que centenas de milhões de pessoas sejam privadas de bens de consumo básicos que lhes garantam sobrevivência digna.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Qual é a importância das telecomunicações e dos transportes na economia globalizada?
  2. Leia o texto e responda às questões.

Os fluxos contínuos de informação e imagens misturam-se com os lançamentos financeiros, através dos mercados transnacionais que funcionam 24 horas ao dia: é a comunidade virtual de produtores e consumidores, telespectadores e cyberspaces – cidadãos das redes – que compartilham ideias, comportamentos e manias reticências.

Esse parece ser o novo ‘modelo’ de civilização a que estamos presenciando, com o aumento sem cessar de uma cultura da interatividade microeletrônica e digital. O mundo on-line, em tempo real, vai abolindo esse nosso tradicional espaço territorial e de fronteiras fixas. reticências Com essa coletivização da informação, cresce a cultura pop, que toma conta da imaginação do mundo, principalmente dos jovens. São os grandes espetáculos de tevê e do cinema, como os seriados americanos, reticências os clips de pop stars reticências ou ainda a transmissão de grandes espetáculos de massa, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas reticências: é a cultura de massa global. reticências

BRIGAGÃO, Clóvis; RODRIGUES, Gilberto M. A. Globalização a ôlho nu: o mundo conectado. 2. edição. São Paulo: Moderna, 2004. página. 63-64.

  1. O que os autores quiseram dizer com “o novo ‘modelo’ de civilização a que estamos presenciando”?
  2. O que é a cultura de massa global?
  1. Por que a pesquisa e a produção de tecnologia são desiguais entre os países?
  2. Reúna-se com três colegas e pesquisem indícios da ocidentalização da cultura em um país oriental. Depois, procurem imagens que ilustrem essa ocidentalização. Produzam um cartaz com as imagens coletadas e o exponham no mural da classe.
  3. A entrada de serviço é considerada um acesso secundário a certos ambientes, destinada a funcionários e a outras pessoas não autorizadas a entrar pela porta principal. Com base nessa informação, interprete a relação da charge com a globalização e escreva um texto de no mínimo seis linhas para apresentar suas conclusões.
Charge. Um homem de terno, calça azul e sapatos marrons está em pé, na frente de uma porta, apontando para um corredor com a placa: Entrada de serviço. Ao lado, um homem vestindo camiseta, calça e chinelo e uma mulher de vestido verde e sapatilha, com um bebê no colo e segurando a mão de um menino usando apenas bermuda e chinelo, observam o gesto dele. Ao lado da porta, uma faixa com o seguinte texto escrito: Festa da globalização. Seja bem-vindo ao mundo globalizado. Entrada franca.
Charge Globalização, publicada em 2 de agosto de 2013 por Moisés.

6. Analise mais uma vez o mapa Planisfério: população com acesso à internet (2017) e responda: como o acesso à tecnologia se relaciona com a desigualdade social?

CAPÍTULO 4  Globalização e meio ambiente

Com a globalização, entramos no século vinte e um extraindo cada vez mais recursos naturais para, por exemplo, erguer construções e produzir mercadorias. Além disso, a exploração de grande parte desses recursos é feita de maneira predatória, sem planejamento adequado ou de fórma ilegal, aumentando a degradação do meio ambiente e comprometendo a demanda das gerações futuras.

Uma característica marcante do início do século vinte e um é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais que afetam a vida de milhões de pessoas, como a poluição do ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de água potável e as mudanças climáticas.

Fotografia. Vista para uma paisagem urbana.  No primeiro plano, um poste de iluminação com fios elétricos; No segundo plano, um viaduto sobre uma avenida com pedestres atravessando na faixa. No terceiro plano, fila de carros parados no semáforo e outros postes de iluminação. Ao redor há uma forte neblina acinzentada.
Paisagem urbana tomada por poluentes atmosféricos em Nova Delhi, Índia (2021). A circulação de veículos que consomem derivados de petróleo é uma das principais causas da poluição do ar.
Meio ambiente.

O consumo e a produção de lixo

A oferta abundante de produtos, a indução ao consumo e a obsolescência programada levam muitas pessoas a comprar mais do que necessitam. O consumo excessivo se reflete na exploração predatória dos recursos naturais, intensificando os impactos nocivos das atividades humanas no meio ambiente.

O ciclo do consumo é estimulado por estratégias empresariais, baseadas principalmente na publicidade e orientadas pelo objetivo de proporcionar lucros cada vez maiores aos sócios e controladores. Seguindo essa lógica, o consumismo tende a se agravar nas próximas décadas.

Atualmente, em vários países desenvolvidos, vêm aumentando o desperdício e a quantidade de lixo produzido. Na fotografia a seguir, podemos observar um amontoado de lixo eletrônico descartado.

Atualmente, o volume de resíduos sólidos produzido no mundo é de 2 bilhões de toneladas por ano, e as expectativas são de que, em 2050, chegue a 3,4 bilhões de toneladas por ano.

Fotografia. Destaque para uma pilha de monitores, televisores e outros equipamentos eletrônicos quebrados, ao ar livre. No fundo, fragmento de vegetação.
Televisões e computadores descartados incorretamente em Le Havre, França (2017).

PLANISFÉRIO: PRODUÇÃO DE LIXO (2016)

Mapa. Planisfério: produção de lixo, 2016. Planisfério mostrando o volume de lixo per capita gerado pelos países durante o ano. O volume de lixo, que vai de menos de 200 a 910 quilogramas per capita/ano é representado por cores, sendo que menos de 200 quilogramas é representado em amarelo e 910 quilogramas é representado em vermelho escuro; o intervalo entre esses valores é representado por tons de laranja e vermelho em gradação crescente de tonalidades, indicando aumento na geração de lixo (amarelo, laranja claro, laranja, vermelho claro, vermelho escuro). Países representados na cor amarela (menos de 200 quilogramas de lixo per capita/ano): Bolívia, Haiti, Ucrânia, Belarus, Moldávia, Iraque, Azerbaijão, Armênia, Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão, Índia, Nepal, Butão, Bangladesh, Mianmar, Camboja, Indonésia, Coreia do Sul, Papua Nova Guiné, Saara Ocidental, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Burkina Fasso, Níger, Líbia, Chade, Nigéria, Sudão, Etiópia, Somália, Quênia, República Centro-Africana, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Angola, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Zimbábue, Malauí, Zâmbia, Ruanda, Uganda, Nova Zelândia. Países representados na cor laranja claro: Colômbia, Peru, Equador, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Tunísia, Marrocos, Egito, Mali, Gana, Benin, Sudão do Sul, África do Sul, Romênia, Polônia, Mongólia, Cazaquistão, China, Irã, Síria, Iêmen, Japão, Vietnã, Laos, Sri Lanka, Filipinas. Países representados na cor laranja: Venezuela, Argentina, Paraguai, México, Cuba, Argélia, Mauritânia, Camarões, Tanzânia, Islândia, Rússia, Bélgica, República Tcheca, Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Macedônia do Norte, Albânia, Estônia, Letônia, Omã, Turcomenistão, Tadjiquistão, Coreia do Norte, Tailândia. Países representados na cor vermelho claro: Brasil, Chile, Uruguai, Suriname, Panamá, República Dominicana, Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Hungria, Bulgária, Suécia, Finlândia, Noruega, Lituânia, Turquia, Arábia Saudita, Malásia, Botsuana. Países representados em vermelho escuro (910 quilogramas de lixo per capita/ano): Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Austrália, Irlanda, Guiana, Grécia, Suíça, Áustria, Países Baixos, Dinamarca. Sem dados: Guiana Francesa, Groenlândia e Antártida. Na parte inferior direita, a rosa dos ventos; abaixo, a escala de 0 a 2.445 quilômetros.
Fonte: Rrêr, Rafa; RIPA, Jaime. Qual país produz mais lixo? El país, 18 outubro. 2016. Seção Economia. Disponível em: https://oeds.link/CBmtRO. Acesso em: 25 abril. 2022.
Meio ambiente.

A questão da água

Associado ao aumento da produção industrial e agrícola, os problemas no abastecimento de água impõem um risco imediato à vida na Terra. Atualmente, vários países já sofrem com a carência de água potável.

Os problemas no consumo

De acordo com o Relatório do Desenvolvi­mento Humano produzido pela ônu em 2019, parte significativa do consumo de água no planeta correspondia às atividades agrícolas (69%), seguida das indústrias (19%) e do uso municipal (12%). Assim, o volume de água disponível para suprir necessidades de populações cada vez mais numerosas está diminuindo.

Observe, no quadro, a quantidade de água necessária para produzir cada tipo de produto consumido pela população.

MUNDO: Média do uso de água para a produção

Produto

Quantidade de água (litro/kg)

Açúcar

1.782

Alface

237

Arroz

2.497

Banana

790

Batata

287

Carne bovina

15.415

Chocolate

17.196

Frango

4.325

Laranja

560

Maçã

822

Macarrão

1.849

Manga

1.800

Manteiga

5.553

Milho

1.222

Pão

1.608

Queijo

3.178

Tomate

214

WATER FOOTPRINT NETWORK. Product gallery. Water footprint. Network, 2017. Seção Resources. Disponível em: https://oeds.link/5KjlRs. Acesso em: 25 abril. 2022.

A contaminação das águas

O uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo de esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exemplo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, inviabilizando ou encarecendo o tratamento da água para o consumo humano.

A disputa pela água

Os recursos hídricos de rios, lagos e aquíferos subterrâneos são muitas vezes compartilhados por dois ou mais países, o que exige cooperação e diálogo para evitar conflitos.

A possibilidade de tensões e conflitos é maior em áreas que já enfrentam problemas de abastecimento, como ocorre entre o Egito e o Sudão, que compartilham as águas do rio Nilo, e entre Turquia, Iraque e Síria, que fazem uso das águas do rio Eufrates.

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Uso da água no setor industrial

De acordo com os dados da ônu, as indústrias representam cêrca de 19% no consumo total de água potável disponível no mundo. As cadeias industriais utilizam a água de diversas fórmas: na lavagem de equipamentos, materiais e instalações, nos sistemas de refrigeração, na geração de vapor para produzir energia e no processo de produção das mercadorias.

Fotografia. Vista para o ambiente interno de uma indústria. No centro, uma máquina com suportes paralelos jorrando água sobre aço quente. Ao redor há caixas, escadas e corrimões amarelos.
Água usada para resfriar aço quente em complexo industrial na cidade de Sault Ste. Marie, Canadá (2018).

Após o uso nos processos industriais, a água é transformada em efluentes, podendo carregar para o meio ambiente diversos tipos de resíduos tóxicos, como metais pesados e contaminantes químicos e biológicos.

Observe os dados do quadro. Eles representam os percentuais de consumo de água no setor industrial em diversas regiões do mundo.

MUNDO: Consumo de água no setor industrial

Continentes

Participação do setor industrial no consumo total de água (%)

África

4

América

37

Ásia

10

Europa

54

Oceania

15

Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD and Agriculture Organization of the United Nations. AQUASTAT – FAO's Global Information System on Water and Agriculture Roma: fáo, 2016. Disponível em: https://oeds.link/JjlG9o. Acesso em: 25 abril. 2022.

Com base nos dados do quadro, elabore um gráfico de barras e responda às questões a seguir. Lembre-se: para elaborar o gráfico, utilize um papel milimetrado. O eixo horizontal deve ser representado pelos continentes e o eixo vertical deve conter os percentuais. Cada centímetro do eixo vertical deve corresponder a 5%.

  1. Quais continentes apresentam os maiores percentuais de extração de água para uso industrial?
  2. Que razões levam esses continentes a apresentar percentuais mais elevados?
Meio ambiente.

O aquecimento global e as mudanças climáticas

Muitos cientistas afirmam que o aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera e estaria, portanto, atrelado às atividades humanas. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido e gera as condições ideais para o desenvolvimento e a manutenção da vida no planeta.

O aquecimento global acontece quando aumenta o percentual desses gases na atmosfera. Os gases de efeito estufa originam-se da queima de combustíveis fósseis (como o petróleo, o carvão e o gás natural), de queimadas, do desmatamento, assim como da decomposição da matéria orgânica. A liberação de CFCglossário na atmosfera também agrava o efeito estufa.

ATMOSFERA: GASES DE EFEITO ESTUFA

Esquema. Atmosfera: gases de efeito estufa. Esquema composto por ilustrações, textos, setas e gráfico de setor. Na porção central inferior, edifícios, casas e  indústria, caminhões e automóveis lançando fumaça na atmosfera. Abaixo, o texto descritivo: Geladeiras, solventes, aerossóis e ar-condicionado liberam clorofluorcarbonetos. A queima de combustíveis fósseis nas indústrias e nos veículos libera dióxido de carbono. Acima, uma seta vertical amarela translúcida, denominada de energia solar. Na ponta da seta, texto descritivo: Radiação solar (calor) absorvida pela Terra. Ao lado esquerdo, ilustração de curso de água com um navio cargueiro lançando fumaça. Abaixo, o texto descritivo: O vapor de água liberado pelo aquecimento dos oceanos contribui para a elevação da temperatura da atmosfera. Ao lado direito, ilustração de três sacos de lixo, duas vacas, duas plantações com folhas médias e diversos troncos de árvores cortados. Abaixo, o texto descritivo: A decomposição de matéria orgânica em arrozais, pântanos, oceanos, depósitos de lixo e no sistema digestório de animais produz metano. Acima das três ilustrações uma grande seta laranja no sentido horizontal. Na ponta esquerda da seta aponta para cima, onde há o texto descritivo: Cerca de 30% da radiação solar (infravermelha) volta para o espaço. Na ponta direita da seta, textos descritivos: A superfície da Terra irradia calor de volta para a atmosfera. O escudo de gases de efeito estufa retém o calor. O desmatamento impede maior absorção de dióxido de carbono. Sobre a seta laranja, uma camada  horizontal de fumaça, com o texto descritivo: Escudo de dióxido de carbono e metano que aprisiona o calor na troposfera. Na porção superior direita, gráfico de setor mostrando a contribuição estimada dos gases de efeito estufa para o aquecimento da Terra, em porcentagem. Dióxido de carbono: 53%. Metano: 17%. Clorofluorcarbonetos: 12%. Outros: 18%.
Fonte: ALMANAQUE Abril 2007. São Paulo: Abril, 2007. página. 215.

Consequências do aquecimento

Acredita-se que os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis: furacões, ondas de calor, sêcas e enchentes estariam mais frequentes e intensos. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Outra consequência dessas mudanças é a alteração da biodiversidade, com a possível extinção de muitas espécies animais e vegetais.

Fotografia. No primeiro plano, destaque para uma superfície plana inundada de água turva e lixo. Ao fundo, uma retroescavadeira limpa a superfície. No segundo plano, diversas casas e edifícios baixos com muitas janelas. No terceiro plano, floresta densa e árvores de grande porte com folhas verdes.
Área afetada por inundações em Pepinster, Bélgica (2021).
Saúde.

As mudanças climáticas e a produção de alimentos

As mudanças climáticas também podem afetar a produção agrícola e a pecuária, criando um cenário de insegurança alimentar em diversas regiões do mundo.

Eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais ou fortes sêcas, afetam diretamente as áreas destinadas aos cultivos agrícolas e às pastagens.

Infográfico. Produção agrícola e áreas de pastagens devem diminuir em muitos locais. Infográfico composto por mapas de localização do Nordeste do Brasil, da América Central, do Leste da África e da Nova Zelândia, e por gráfico de colunas, que retratam a diminuição dos percentuais de produção agrícola nas respectivas regiões. As colunas são representadas por setas verticais coloridas. Nordeste do Brasil. Milho: menos 10%. Arroz: menos 14%. Trigo: menos 14%. América Central. Trigo: menos 9%. Arroz: menos 10%. Feijão: menos 4%. Leste da África Milho: menos 3%. Feijão: menos 1,5%. Nova Zelândia. Pasto para carne e leite: menos 4%. Abaixo texto descritivo: Pequenos produtores com menos recursos precisarão de mais apoio para se adaptar – como auxílio em caso de desastre, seguro de sua propriedade e previsões do tempo. Ao lado do texto, ilustração de pessoa de chapéu vermelho, camiseta laranja, calça azul e segurando uma enxada em direção à terra. Acima dele há um sol, uma nuvem carregada de chuva e vento.
Fonte: MORAES, Flávia. Mudanças no clima reduzem produção de alimentos. ôeco, 9 abril. 2014. Seção Notícias. Disponível em: https://oeds.link/GO5wLb. Acesso em: 25 abril. 2022.

Além de causar danos à produção de alimentos de fórma quantitativa, as mudanças climáticas poderão afetar a qualidade dos produtos, diminuindo a diversidade que existe atualmente.

Ler o texto

As mudanças climáticas poderão matar mais de 500 000 adultos até 2050 no mundo inteiro devido a mudanças nas dietas e no peso corporal causadas pela redução da produtividade de culturas agrícolas, segundo novas estimativas publicadas pela revista The Lancet. [...]

A modelagem foi liderada pelo Doutor Marco ispríngmén do Programa Oxford Martin sobre o Futuro dos Alimentos, realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. [...]

“Muitas pesquisas estão analisando a segurança alimentar, mas poucas vêm estudando de fórma mais geral os efeitos da produção agrícola sobre a saúde”, explicou Marco ispríngmén. “Mudanças na disponibilidade e no consumo também influenciam fatores de risco relacionados à dieta e ao peso corporal, tais como baixo consumo de frutas e verduras, consumo elevado de carne vermelha e ganho de peso corporal. Todos esses fatores aumentam a incidência de doenças não-transmissíveis, como doenças cardíacas, acidente vascular e câncer, além dos óbitos causados por essas doenças.”

IMPACTO das mudanças climáticas sobre a produção de alimentos poderá causar mais de 500 000 óbitos adicionais até 2050. agrolinqui, 3 março. 2016. Disponível em: https://oeds.link/elja2R. Acesso em: 12 agosto. 2022.

De acordo com o texto, como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alimentos e a saúde humana?

Meio ambiente.

Conferências mundiais sobre o meio ambiente

Conscientes dos graves danos ambientais que podem ocorrer com o aquecimento global, muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, organizadas pelas Nações Unidas, para discutir o assunto e propor medidas a serem adotadas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92) promoveu o debate sobre aliar o crescimento e o desenvolvimen­­to socioeconômico à conservação dos recursos naturais. Como resultado, foram elaborados alguns documentos importantes, entre eles a Carta da Terra, as convenções sobre Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda 21.

Em 2002 aconteceu em Johanesburgo (África do Sul) a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio-92 e renovar os compromissos políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes.

O encontro, no entanto, frustrou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evidente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de conservar os recursos e a qualidade de vida na Terra.

O desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza e a economia verde também foram temas da conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro após 20 anos da Rio-92. Durante a conferência, diversos movimentos sociais, inclusive de povos indígenas, protestaram em defesa do meio ambiente e das causas sociais.

Fotografia. Destaque para uma manifestação de pessoas indígenas com o corpo e o rosto pintados, usando colares, cocares e pulseiras coloridos. Muitos deles seguram um bastão queimado na ponta e faixa. Ao fundo, há árvores.
Grupos indígenas protestam durante a realização da conferência Rio+20 no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (2012). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apresenta 17 objetivos para transformar o mundo, visando acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e promover o bem-estar, entre outras propostas.

Conferência de quiôto

Várias conferências foram organizadas pelas Nações Unidas. Uma das mais importantes foi a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de quiôto. Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases de efeito estufa e promover a adoção de mecanismos de flexibilidade que propiciem aos países em desenvolvimento atingir os objetivos de redução desses gases.

O Protocolo de quiôto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias no volume de gases de efeito estufa que um país poderia liberar na atmosfera. Os organizadores tiveram dificuldades para aprovar o protocolo porque, em 2001, os Estados Unidos o rejeitaram. O tratado só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo o número mínimo de países para que ele pudesse vigorar.

Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os Estados desenvolvidos cortariam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziriam suas emissões depois de 2012. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (í pê cê cê, na sigla em inglês), em 2014, confirmou o previsto: os avanços foram ínfimos e o acordo fracassou.

COP

Em 2015, em Paris (França), foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (cópi-21), com o objetivo de propor um novo acordo, mais flexível a todos os países.

No documento assinado nessa conferência, os países se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, buscando priorizar energia limpa, mas não estabelecem metas nem valores.

A busca de acordos para limitar as mudanças climáticas continuou ao longo das conferências seguintes. Em 2021, ocorreu em Glésgou (Escócia) a cópi-26. Nessa conferência, os acordos objetivaram estipular novos limites para a emissão de poluentes atmosféricos.

Com propostas pouco claras e apoiadas em ações voluntárias dos países, as conferências têm sido consideradas limitadas por muitos especialistas no assunto.

Fotografia. Vista oblíqua da área interna de um grande salão. Na frente, um letreiro escrito #COP26 e algumas pessoas na frente. Nas laterais direita e esquerda, há diversas mesas dispostas sobre uma superfície redonda verde e pessoas sentadas ao redor. Ao fundo, um grande painel eletrônico e um globo terrestre pendurado e iluminado.
Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (cópi-26), em Glésgou, Escócia (2021).

Ícone. Seção Integrar conhecimentos. Composto por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça.

Integrar conhecimentos

Geografia e Ciências

Meio ambiente.

Os recursos energéticos e o meio ambiente

O aumento da demanda global por recursos energéticos, em especial por parte dos países emergentes, que enfrentam o rápido processo de industrialização e crescimento econômico, tem gerado preocupações quanto à segurança energética e um maior interesse em buscar fontes de energia consideradas sustentáveis e que gerem menos impactos negativos no meio ambiente.

Para atender a essas necessidades, foram efetuados, nas últimas décadas, amplos investimentos em fontes de energia renováveis, que são aquelas que se recompõem na natureza em ritmo superior ao do consumo pela atividade humana.

Os investimentos nessas fontes de energia têm o objetivo de substituir as fontes convencionais, consideradas não renováveis, isto é, provenientes de matéria orgânica que leva milhões de anos para se decompor, não havendo tempo hábil para se renovar na escala de vida humana, como os derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel), gás natural e carvão mineral.

Observe os gráficos a seguir.

MUNDO: ADIÇÃO DE NOVAS FONTES À CAPACIDADE ENERGÉTICA INSTALADA, POR TIPO (2009-2019)

Gráfico. Mundo: adição de novas fontes à capacidade energética instalada, por tipo, de 2009 a 2019. Gráfico de área mostrando a porcentagem da capacidade energética instalada por meio de fontes renováveis e não renováveis. A porcentagem está apresentada no eixo vertical e os anos no eixo horizontal. Fontes não renováveis (representadas na cor laranja, no gráfico): 2009 a 2011: 55 por cento. 2012 a 2014: 50 por cento. 2015 e 2016: 40 por cento. 2017 e 2018: 35 por cento. 2019: 30 por cento. Fontes renováveis (representadas na cor verde, no gráfico) 2009 a 2011: 45 por cento. 2012 a 2014: 50 por cento. 2015 e 2016: 60 por cento. 2017 e 2018: 65 por cento. 2019: 70 por cento.

MUNDO: PERCENTUAL DE FONTES RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS (2019)

Gráfico. Mundo: percentual de fontes renováveis e não renováveis - 2019. Gráfico de setor mostrando a porcentagem do uso de fontes renováveis e não renováveis. Fontes não renováveis:72,7%. Fontes renováveis: 27,3%.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: rên tuêni uãn. ríniuabou tuêni tuêni glôbal istátus ripórt. Paris: rên tuêni uãn secretériet, 2020. Disponível em: https://oeds.link/XttIE1 Acesso em: 25 abril. 2022.

Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: rên tuêni uãn. Renewables 2020 Global Status Report. Paris: rên tuêni uãnSecretariat, 2020. Disponível em: https://oeds.link/XttIE1. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. No período apresentado, como é possível avaliar a evolução do uso de fontes renováveis?
  2. Em sua opinião, o uso de fontes de energia renováveis para geração de eletricidade era adequado em 2019?
  3. Qual é a importância dos investimentos em fontes renováveis para a preservação do meio ambiente e para a qualidade de vida da população?

Agora, observe as características das principais fontes de energia e suas consequências para o meio ambiente.

Infográfico. Infográfico composto por ilustrações das principais fontes de energia e texto descritivos paralelos. Hidrelétrica. Na parte superior, ilustração de hidrelétrica formada por uma estrutura retangular cinza com pequenos espaços verticais e paralelos por onde passa água. Abaixo, texto descritivo: Hidrelétrica. As usinas hidrelétricas produzem energia a partir do deslocamento de um grande volume de água represada, capaz de movimentar turbinas e acionar um gerador elétrico. Apesar de ser considerada renovável, a implantação das usinas hidrelétricas exige que amplas extensões de terras sejam inundadas, prejudicando o ecossistema do entorno, ou seja, o hábitat de muitas espécies de animais e plantas, bem como de comunidades tradicionais, como as ribeirinhas. Abaixo há a ilustração de uma gota de água. Eólica: Na parte superior, ilustração de dois aerogeradores. Abaixo, texto descritivo: Eólica. As usinas eólicas obtêm energia a partir da força do vento, capaz de movimentar hélices ligadas a uma turbina e acionar um gerador elétrico. Trata-se de um tipo de energia considerado renovável e limpo e, por isso, tem recebido muitos investimentos nos últimos anos. Entre os impactos negativos que provoca no meio ambiente, pode-se citar a poluição visual e sonora. Abaixo, ilustração de linhas onduladas, representando o vento. Solar Na parte superior, ilustração de duas placas solares apontadas para o Sol. Abaixo, texto descritivo: Solar. Energia obtida a partir da captação do calor do Sol, por meio de coletores solares ou painéis chamados fotovoltaicos. Trata-se de um tipo de energia considerado limpo e renovável. Apesar do seu alto custo de implantação, é o tipo de energia mais procurado para substituir as fontes convencionais. Os poucos impactos ambientais estão relacionados às placas solares, pois é necessária a exploração de minério para que elas sejam fabricadas. Abaixo, ilustração de um sol e setas representando a radiação solar. Nuclear Na parte superior, ilustração de duas usinas brancas, altas e arredondadas. Abaixo, texto descritivo: Nuclear. As usinas nucleares obtêm energia a partir da fissão de núcleos dos átomos de urânio dentro de um reator. A fissão produz radiação e calor, que se transformam em eletricidade. Como o urânio é um metal pesado e radioativo, trata-se de uma fonte não renovável e questionável, pois tem alta capacidade de contaminar o meio ambiente caso ocorra um acidente nuclear. Além disso, o depósito final dos dejetos radioativos é algo custoso e perigoso. Abaixo, ilustração de um símbolo redondo, amarelo e com um círculo preto dentro com três retângulos. Termelétrica Na parte superior, ilustração de um galpão cinza com duas torres lançando fumaça. Abaixo, texto descritivo. Termelétrica. As usinas termelétricas utilizam energia obtida a partir da queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo, gás natural e carvão mineral. Quando queimados, os combustíveis fósseis emitem gases de efeito estufa, tais como monóxido e dióxido de carbono, que poluem a atmosfera e contribuem para o aquecimento global, além de serem responsáveis pela formação de chuva ácida e outros efeitos nocivos. Adicionalmente, quando o petróleo é extraído do fundo do mar e transportado para o continente, podem ocorrer vazamentos, contaminando os mares e prejudicando os animais marinhos. Abaixo, ilustração de uma máquina de extração de petróleo e uma torre.
Elaborado com base em dados obtidos em: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (Brasil). Fontes de energia. Rio de Janeiro: e pê e. Disponível em: https://oeds.link/7ZmxWC. Acesso em: 25 abril. 2022.

4. De acordo com o que já foi trabalhado, sistematize as informações e construa, no caderno, um quadro como o do modelo a seguir.

Fonte de energia

Características

Impactos ambientais

Termelétrica

Hidrelétrica

Eólica

Solar

Nuclear

5. Após preencher o quadro, escreva um pequeno texto apresentando as fontes de energia que abastecem o lugar onde você vive e que tipos de fontes renováveis você considera as mais adequadas para receber investimentos nessa região. Justifique sua opinião.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Observe as informações a seguir e comente a relação entre o aumento do consumo de água e sua crescente escassez.

Esquema. Esquema composto por dois quadrantes, com texto e ilustração do globo terrestre. Quadrante da esquerda. Título: população total 6 bilhões. Texto: 0,5 bilhão vivia em países com escassez crônica de água. Ilustração: globo terrestre com a inscrição do ano 2000. Quadrante da direita. Título: população total projeção 8,9 bilhões Texto: 4 bilhões talvez vivam em países com escassez crônica de água Ilustração: globo terrestre com a inscrição do ano 2050.
Fonte: Clárque, R.; Quíngui, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005. página. 23.

2. Leia o texto sobre o aumento dos conflitos por água no Brasil.

Em números absolutos, foram cadastrados pela cê pê tê [Comissão Pastoral da Terra] 1764 conflitos entre 2009 e 2019. Houve acentuado crescimento dos conflitos no período abordado. reticências

A partir de 2014, é notório o crescimento dos conflitos, com o aumento dos registros em praticamente todos os estados, com uma maior concentração nos estados da Bahia e Minas Gerais, mas o Pará demonstra um crescimento mais rápido na quantidade de conflitos reticências. Além de ser o estado onde há maior número de famílias mobilizadas, grandes empreendimentos como a Hidrelétrica de Belo Monte cujas obras iniciadas em 2012 e com entrada em operação em 2016, produziram enormes impactos. Esses conflitos estão relacionados às populações tradicionais, em decorrência do represamento do rio, alagamento de áreas à montante, redução da vazão à jusante e a alteração do contexto socioeconômico da região.

PEIXOTO, F. da S.; SOARES, J. A.; RIBEIRO, V. S. Conflitos pela água no Brasil. Sociedade e Natureza, Uberlândia, volume 34, página 4; 8, 23 dezembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/FRwYQE. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. No período abordado, o texto aponta que tendência sobre a quantidade de conflitos no Brasil?
  2. Como a construção da hidrelétrica de Belo Monte afetou populações tradicionais no Pará?

3. Observe a tira e, em seguida, responda às questões.

Tira. Tira em 4 quadros. 
Quadro 1. Um menino de camiseta listrada, bermuda preta e tênis branco está com a boca aberta e pergunta: Mãe, o que é esse tal de efeito estufa? Ao lado, uma mulher de cabelo curto, camisa branca, saia preta, está regando as folhas e olhando para trás, na direção do menino.
Quadro 2. O menino está com os braços esticados, a boca aberta exclamando: Dizem que os poluentes que lançamos no ar irão reter o calor do Sol e derreter as calotas polares! Ao lado, a mulher está em pé olhando na direção do menino.
Quadro 3. Destaque para o menino, com a mão esquerda apontada para seu peito e a boca aberta: Claro que você já vai ter batido as botas, mas eu não, que belo planeta vocês estão deixando para mim, hein?
Quadro 4. A mulher está em pé, com a mão na cintura e diz: Isso vindo de um moleque que quer ir de carro a qualquer lugar mais longe que um quarteirão. Ao lado, o menino está com os braços erguidos, a boca aberta: Ei, não me falaram nada sobre as calotas polares, tá?
Tira de Calvin e Haroldo, de Bíl Uáterson, publicada em O Estado de São Paulo em 20 julho. 2017.
  1. Explique as prováveis causas do aquecimento global e aponte a origem dos gases de efeito estufa.
  2. Quais são as consequências do aquecimento global?
  3. Apesar da preocupação de Calvin, seus hábitos contribuem para o aquecimento global? Justifique.
  1. O que é o Protocolo de quiôto e quais são suas principais resoluções?
  2. Com base na charge, escreva um texto em seu caderno sobre a relação entre o consumismo e o meio ambiente. Discuta o assunto com os colegas. Avaliem se todos apresentam o mesmo ponto de vista e anotem as opiniões divergentes.
Charge. À esquerda, uma geladeira vermelha com etiqueta na qual está escrito: R$. Ao lado direito, dois pinguins de cor preta e barriga branca. O pinguim da esquerda sorri para o pinguim da direita, que apresenta um olhar triste, a cabeça baixa e a boca fechada.
Charge Consumismo aborda a compra de geladeira por pinguins. Publicada em 1º de março de 2014 por Moisés.

6. Leia o trecho do texto e responda às questões propostas.

Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017

Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 gigawatts (gê dábliu) em 2017, aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abê eólica).

O segmento terminou o ano com 508 parques em operação. A potência eólica instalada chegou a 8,2% da matriz elétrica do país, praticamente empatando com a geração térmica a gás natural, que tinha 13 gigauótis de potência e 8,3% da matriz.

Segundo a associação, em média, 18 milhões de residências foram abastecidas mensalmente pela fonte eólica em 2017.

Com isso, o Brasil ultrapassou a Itália no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, na 9ª posição.

Até 2023, a Abê eólica estima que a potência instalada de energia eólica vai chegar a 18,639 gigauótis. Serão construídos mais de 252 novos parques já contratados.

reticências

A Abê eólica estima que cada megauóti instalado gera 15 postos de trabalho. Até o momento, são 180 mil postos de trabalho criados.

MAIA, Camila. Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017. Valor Econômico, 9 janeiro. 2018. Seção Brasil. Disponível em: https://oeds.link/pJG7ZF. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. Por que houve ampliação da produção da energia eólica no Brasil?
  2. Quais são os efeitos do uso desse tipo de energia sobre o meio ambiente?
  3. De acordo com a notícia, qual é o impacto da implementação desses projetos na oferta de empregos?

Ícone. Seção Para refletir. Composto por silhueta de uma cabeça com engrenagens em seu interior.

Para refletir

Cidadania e civismo.

O século vinte e um será marcado pelos conflitos por causa da água?

De acordo com dados de 2020, uma de cada quatro pessoas no mundo não tinha acesso a serviços básicos de fornecimento de água potável. Apesar de ser um direito universal, em muitos locais o acesso à água potável é limitado, seja pela escassez hídrica, seja por danos causados nas redes de abastecimento.

A maior parte da população que sofre com a falta de água atualmente vive em países afetados por guerras civis, elevada violência e instabilidade política e econômica.

Fotografia. No centro, duas pessoas usando agasalhos estão caminhando de costas. Ao redor, casas e galpões destruídos. Abaixo, superfície com diversos fragmentos de rochas e entulhos.
A guerra na Síria se estende desde 2011 e já destruiu diversas estações de tratamento e de distribuição de água, prejudicando o abastecimento da população do país. Na fotografia, área destruída em bombardeio, ídlibi, Síria (2022).

Acredita-se, entretanto, que, com as mudanças climáticas, a escassez hídrica em diversas regiões do mundo aumentará, marcando o século vinte e um por conflitos em torno da água. Leia a reportagem a seguir.

As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo

“Rivalidade” vem do latim rivális, ou “aquele que usa o mesmo rio que o outro”. Na raiz da antiga palavra espelham-se os conflitos do presente, onde países, comunidades ou províncias disputam as águas que compartilham. Com a perspectiva de a escassez hídrica afetar dois terços do mundo até 2050, criam-se as condições ideais para um século marcado por conflitos em torno da água.

Uma nova análise encomendada pelas Nações Unidas revela que mais de uma.quatrocentas novas barragens ou projetos de desvio de água são planejados ou já estão em construção no mundo, sendo que muitos estão em rios que atravessam várias nações. Como em um condomínio residencial, o uso conjunto dessas reservas hídricas tem o poder de acentuar tensões e aumentar divergências.

reticências

A análise sugere que os riscos de conflito devem aumentar nos próximos 15 a 30 anos em quatro regiões principais: Oriente Médio, Ásia Central, a Bacia Ganges-brâmapútra-Mégna e as bacias Orange e Limpopo, no sul da África.

Além disso, o rio Nilo, na África, grande parte do sul da Ásia, dos Bálcãs no sudeste da Europa e do norte da América do Sul também são áreas onde novas barragens estão em construção e os países vizinhos enfrentam demanda crescente pelo recurso.

Se dois países concordaram com o fluxo e distribuição de água, geralmente não há conflito, segundo Érique Ispróuls, hidrologista da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos da América, e coautor do estudo. “Tal é o caso da Bacia do rio Columbia entre os Estados Unidos e o Canadá, cujo tratado é reconhecido como um dos acordos mais resilientes e avançados do mundo.”

Porém, segundo ele, esse não é o caso de muitos outros sistemas fluviais, onde, além da variabilidade ambiental e da falta de tratados, uma variedade de outros fatores entra em jogo, como instabilidade política e econômica e conflitos armados.

reticências

Para agravar o cenário, o conflito sobre a água não se restringe ao consumo humano. Segundo a pesquisa, existe uma ameaça global à biodiversidade em muitos dos sistemas fluviais do mundo e o risco de extinção das espécies vai de moderado a muito alto em 70% da área das bacias hidrográficas transfronteiriças.

Apesar das crescentes ameaças às águas transfronteiriças, há mais casos de gestão compartilhada amigável deste recurso do que conflitiva pelo mundo. Em vez de ser alvo de disputa, a água pode ser a chave para a cooperação. O desafio é garantir que o caminho da boa vizinha prevaleça sobre o da rivalidade.

BARBOSA, Vanessa. As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo. Exame, 19 julho. 2017. Seção Mundo. Disponível em: https://oeds.link/CrcDGW. Acesso em: 25 abril. 2022.

Fotografia. No primeiro plano, superfície inclinada, representada pela margem do rio, e ocupada por um adensamento de casas e árvores esparsadas. No segundo plano, um rio largo e uma ponte sobre ele. Acima, céu com nuvens.
O rio Columbia nasce no Canadá, passa pelo território desse país e dos Estados Unidos e deságua no oceano Pacífico. Desde 1961, os dois países têm um acordo de cooperação para a gestão conjunta do uso dos recursos hídricos para a navegação, a irrigação, o abastecimento de água e a geração de energia. Fotografia de 2019.
  1. Explique quais foram as razões que levaram uma parcela da população mundial a não ter acesso à água potável.
  2. De que maneira a água poderá acentuar tensões e conflitos territoriais em escala mundial?
  3. Quais impactos ambientais podem ser provocados pelos conflitos por causa da água?
  4. De acordo com o texto, quais regiões correm risco de aumento de conflitos por causa da água nos próximos anos?

Glossário

CFC
Sigla de clorofluorcarboneto, grupo de compostos químicos empregados principalmente em aerossóis e sistemas de refrigeração. Em contato com a atmosfera, o cê éfe cê destrói a camada de ozônio.
Voltar para o texto