UNIDADE dois Globalização, sociedade e meio ambiente
Ao longo dos séculos, diferentes povos entraram em contato entre si, graças aos meios de transporte e de comunicação. Isso favoreceu o intercâmbio cultural, com o contato entre distintas tradições, línguas e religiões. Houve a expansão do comércio e o desenvolvimento do capitalismo em escala global.
A globalização atual é resultado de todas essas diversas mundializações, que geram fusões e intercâmbios enriquecedores, mas também conflitos, que são noticiados instantaneamente ao mundo.
O que você sabe sobre cada face da globalização? Qual é a importância da informação no mundo globalizado? Como se dá o acesso das pessoas a essas informações?
Você verá nesta Unidade:
Os efeitos da globalização
Revolução tecnológica
Transporte de mercadorias e de pessoas
Globalização da cultura
Globalização e meio ambiente
Mudanças climáticas
CAPÍTULO 3 A globalização e seus efeitos
Como observamos na Unidade anterior, a globalização pode ser entendida como o conjunto de transformações recentes na economia do planeta que propiciou a ampliação dos fluxos de mercadorias e de capitais financeiros e uma integração social, política e cultural entre os países.
São características desse período as inovações tecnológicas e a consequente aceleração da difusão de informações. Celulares, microcomputadores e a rede de tecnologias integradas a eles, como a internet, o correio eletrônico, os aplicativos de mensagens instantâneas e as redes sociais, revolucionaram o modo como as pessoas se relacionam com o mundo.
Atualmente, os dispositivos eletrônicos interligados à internet fazem parte do cotidiano de bilhões de pessoas no mundo.
Revolução tecnológica
Você já estudou que, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a disputa entre Estados Unidos e União Soviética pela hegemonia mundial deu origem à corrida armamentista e à corrida espacial. A partir desse embate, teve início uma revolução tecnológica nas telecomunicações e nos transportes, que vem transformando o mundo desde então. Hoje, boa parte da comunicação acontece em tempo real via satélite e fibras ópticas.
As novas tecnologias adquiriram papel fundamental nas relações entre as pessoas e na produção de conhecimento. Novos ramos da ciência foram se desenvolvendo, como a robótica, a biotecnologia, a microinformática, a nanotecnologia. Logo, o conhecimento e a inovação tecnológica passaram a ser determinantes no mundo global.
Esse processo tem levado à rápida difusão das informações, alterando nossa percepção de distância entre os lugares. Ocorreram também melhorias nos meios de transporte e no sistema logístico global. Na década de 1960, por exemplo, uma viagem de avião do Rio de Janeiro a los angêlis, nos Estados Unidos, demorava por volta de dois dias. Atualmente, há voos diretos que podem durar aproximadamente doze horas.
Na economia globalizada, as telecomunicações e os transportes funcionam como agentes facilitadores na operacionalização das transações financeiras e comerciais e no aumento do fluxo das trocas de mercadorias pelo globo. Isso ocorre, por exemplo, por meio do comércio eletrônico, em que os produtos comprados pela internet são transportados e entregues diretamente no domicílio do consumidor. Observe, na fotografia a seguir, um centro de distribuição de mercadorias.
Os fluxos financeiros
O aumento da circulação de capitais pelo mundo é uma característica da globalização. Além da intensificação das trocas no mercado internacional, o capital financeiro passou a circular de fórma mais rápida com a integração digital entre as bolsas de valores sediadas fisicamente em diferentes partes do mundo.
Algumas das principais bolsas de valores do mundo estão localizadas em Nova iórque (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Fránquifut (Alemanha), Róng Kóng (China), Tóquio (Japão) e Amsterdã (Países Baixos). Há também bolsas importantes localizadas em cidades de países emergentes, como São Paulo (Brasil), Buenos Aires (Argentina) e Mumbai (Índia), que também abrigam sedes administrativas ou filiais de transnacionais, bancos e instituições financeiras.
Os Investimentos Estrangeiros Diretos (), que envolvem capitais de transnacionais investidos em suas filiais, também crescem com a globalização. No gráfico, veja os países que mais receberam investimentos estrangeiros nos anos de 2019 e 2020. í ê dê
PAÍSES SELECIONADOS: MAIORES INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (2019 E 2020)
Ler o gráfico
• Dos países que receberam mais investimentos estrangeiros diretos, quais fazem parte das economias com maior desenvolvimento e quais pertencem às economias em desenvolvimento?
Transporte de mercadorias e pessoas
Para atender parte da constante expansão dos fluxos internacionais de mercadorias, enormes navios petroleiros carregam atualmente centenas de milhares de toneladas de petróleo e navios graneleiros transportam grandes quantidades de grãos.
Outros tipos de mercadoria, como produtos industrializados em geral, são transportados em contêineres, recipientes de metal ou de madeira de diversos tamanhos cuja utilização se ampliou após a década de 1980. Os contêineres podem ser carregados por meio de diferentes tipos de transporte: ferroviário, marítimo, rodoviário e aeroviário. Atualmente, eles se tornaram o componente mais importante no transporte de cargas.
Portos modernos integram terminais intermodais, com meios de transporte ferroviários, rodoviários, aéreos e, às vezes, fluviais. Desses pontos de distribuição – que também podem estar conectados a oleodutos ou gasodutos –, os contêineres são encaminhados para outros destinos.
Os terminais intermodais agilizam a distribuição das mercadorias e reduzem os custos de transporte, por isso são fundamentais para o aumento das trocas comerciais mundiais. Destacam-se também as chamadas Zonas Industriais e Portuárias, ou zíp, que compreendem grandes complexos industriais, como refinarias de petróleo e indústrias químicas.
LOGÍSTICA DE TRANSPORTES UTILIZANDO CONTÊINERES
Os aeroportos modernos também passaram a ter terminais intermodais para o transporte de carga. Além disso, o aumento do tamanho dos aviões, alguns deles chegando a transportar quase 500 passageiros, e o relativo barateamento do preço das passagens contribuíram para que o fluxo de pessoas por esse meio de transporte crescesse, tornando-se acessível a uma quantidade maior de consumidores.
População em movimento
TOTAL DE MIGRANTES INTERNACIONAIS POR CONTINENTE (2020)
O turismo no mundo
Em 2019, ocorreu um total de 1 460 milhões de viagens turísticas internacionais. A Europa foi o destino da maior parte das viagens e o continente que mais arrecadou com o turismo.
Observe no gráfico a distribuição dos turistas, por motivação da viagem, em 2019.
A pandemia de Covid-19 provocou profundas mudanças na circulação de pessoas no mundo e, por consequência, afetou progressivamente a realização de viagens turísticas nacionais e internacionais desde o final de 2019. Em 2020, houve uma queda acentuada de 60% nas viagens aéreas.
A questão dos refugiados
O refúgio é uma forma de proteção concedida por um governo a estrangeiros obrigados a abandonar seu país para escapar de conflitos e desastres. Mesmo sendo minoria no total de migrantes internacionais, deslocamentos de refugiados figuram entre os maiores corredores migratórios do mundo.
Em 2020, o número total de refugiados e de pedidos de refúgio no mundo chegou a 26,4 milhões, sendo que mais da metade era menor de 18 anos. A maior parte dos refugiados é acolhida nos países vizinhos aos de origem. A Turquia era o país que abrigava a maior população de refugiados, com cerca de 3,7 milhões, seguido da Colômbia (1,7 milhão), do Paquistão (1,4 milhão), de Uganda (1,4 milhão) e da Alemanha (1,2 milhão).
MUNDO: REFUGIADOS (2000-2020)
Mundo em escalas
Tecnologias digitais e mobilidade urbana
As tecnologias digitais utilizadas para melhorar a mobilidade urbana vêm sendo difundidas no mundo todo. Empresas de diversos países têm destinado grandes investimentos em inteligência artificial e soluções para facilitar a circulação das pessoas nas grandes cidades.
No Brasil, o número de usuários de aplicativos de transporte vem crescendo e mudando a fórma como a população se desloca nas principais cidades do país. Leia o texto.
Heróis ou vilões? Qual o impacto que aplicativos de transporte têm no trânsito de grandes cidades
Os aplicativos de transporte são tratados como uma alternativa para a mobilidade urbana. O usuário deixa de lado o automóvel próprio para virar passageiro. Esse é um ponto positivo. Mas há realmente menos carros nas ruas das grandes cidades?
Na avaliação de especialistas, os veículos que atuam nesses serviços tendem a representar aumento de congestionamento e o enfraquecimento do sistema público de transporte. E então, os aplicativos são heróis ou vilões? reticências
O engenheiro civil Diego Mateus da Silva, com mestrado em engenharia de transportes, cita duas cidades norte-americanas como referência. Em Nova iórque e San Francisco, estudos apontam que houve migração de passageiros do transporte coletivo para os carros de aplicativo. reticências
“Ou seja, mais carros estão rodando nessas cidades, gerando mais congestionamento e mais emissões de poluentes. Também houve uma redução nos usuários de transporte coletivo, mais fortemente nos ônibus, nas linhas menores”. reticências
Observe, no gráfico abaixo, o crescimento da frota de carros na cidade de São Paulo.
CIDADE DE SÃO PAULO: FROTA DE CARROS (2010-2017)
Fonte do texto e do gráfico: FUJITA, Gabriela. Heróis ou vilões? Qual o impacto que aplicativos de transporte têm no trânsito de grandes cidades. uól, 25 fevereiro. 2018. Seção Cotidiano. Disponível em: https://oeds.link/rrQpZE. Acesso em: 25 abril. 2022.
- De acordo com o texto, quais são as consequências trazidas pelo aumento do uso de aplicativos de transporte?
- Quais informações podem ser observadas na leitura do gráfico?
A globalização da cultura
Os meios de comunicação, como o cinema e a internet, ajudam a difundir a cultura ocidental, que se impõe em países e sociedades com diferentes costumes, valores e crenças, promovendo muitas vezes uma uniformização cultural, em que os valores dominantes se sobrepõem às culturas locais.
Os Estados Unidos dominam a produção de cultura de massa no mundo. Os filmes de Hollywood, por exemplo, são produzidos para o mercado mundial, visando a um público o mais amplo possível. As produções estadunidenses lideram o faturamento do mercado cinematográfico.
As séries e as sitcoms (comédias de costumes) produzidas nos Estados Unidos e exibidas em diversas partes do mundo retratam a vida e os valores estadunidenses.
Esses produtos culturais são exportados e vistos por milhões de telespectadores, disseminando valores, hábitos e traços culturais que vão sendo assimilados pelo público estrangeiro ao longo do tempo.
Outro exemplo da exportação dos produtos culturais são os espetáculos teatrais da Broadway, em Nova iórque, avenida na qual se encontram vários teatros, famosos por suas apresentações musicais, que são reproduzidas em diferentes cidades do mundo.
Em 1940, o filósofo alemão têodór Adorno apontou que a expansão da produção industrial, somada ao crescimento da produção cultural e da propaganda, estaria vinculada à criação de uma indústria cultural. Sua principal estratégia seria criar, desenvolver e difundir, por meio de televisão, rádio, cinema, arte, livros, revistas, propagandas etcétera., padrões culturais ligados aos hábitos de consumo.
Podemos constatar essa visão de Adorno em programas televisivos, como novelas e séries, que, muitas vezes, incentivam estilos de vida consumistas.
A indústria cultural, por meio da propaganda, estimula o desejo de consumir os chamados artigos da moda e a troca constante dos produtos, que rapidamente se tornam obsoletos.
O multiculturalismo
Entende-se por multiculturalismo a convivência entre povos com identidades culturais distintas em um mesmo território, país, região etcétera., sem que alguma delas predomine sobre as outras.
As identidades culturais são constituídas por diversas simbologias, referências e experiências, o que possibilita criar um sentimento de pertencimento do indivíduo a determinado povo. Elas podem estar relacionadas a aspectos e valores religiosos, étnicos, territoriais, linguísticos etcétera.
O intenso desenvolvimento dos meios de comunicação e de transportes, a rapidez da circulação das informações, o aumento das trocas comerciais entre os países e as demais características da economia globalizada vêm possibilitando maior conexão entre as diversas identidades culturais presentes no mundo todo.
Se, por um lado, os lugares são cada vez mais multiculturais, por outro, há um aumento da intolerância e do sentimento de aversão às pessoas não pertencentes a determinada cultura.
Respeitar as diferenças e valorizar culturas e modos de vida diversos são maneiras de perceber que não existe um modo “correto” e único de viver. Cultivar a diversidade é um modo de ressaltar a convivência pacífica e de se contrapor à uniformização da cultura na globalização.
Informação em tempo real
Hoje é possível ter acesso às informações pela televisão e pela internet em tempo real. Acontecimentos ocorridos em qualquer lugar do mundo são transmitidos simultaneamente para as mais diversas partes do planeta. Um fato que ocorre na China ou no Quênia, por exemplo, pode ser conhecido no Brasil ou na Mongólia praticamente no momento em que ele acontece.
Como consequência desse imediatismo entre a ocorrência dos fatos e sua divulgação, temos a sensação de viver em um mundo que acontece no rádio ou na tela de um aparelho de televisão, tablet, smartphone ou computador. No entanto, embora atualmente a informação tenha um papel central no cotidiano das pessoas, existem desigualdades importantes no acesso a elas.
A desigualdade no acesso à informação
A economia globalizada requer uma série de condições, como a implantação de rede de infraestruturas e um mercado consumidor com elevado poder aquisitivo, para disseminar o acesso à informação por meio de tecnologias de comunicação digital.
Em alguns locais, como nos países mais desenvolvidos, observa-se a concentração dos meios de comunicação e a rápida produção e circulação de informações. Em outros, verifica-se a carência de infraestruturas e grandes parcelas da população sem condições financeiras para adquirir aparelhos e serviços de telecomunicação.
Portanto, as discrepâncias sociais, acentuadas pelo processo de globalização, podem ser observadas também nas desigualdades de acesso à informação. Observe o mapa a seguir, que representa os percentuais de população com acesso à internet em 2017 e as discrepâncias entre os países africanos e as nações mais ricas da Europa e da América do Norte, por exemplo.
PLANISFÉRIO: POPULAÇÃO COM ACESSO À INTERNET (2017)
O mundo digital e as redes sociais
Cada vez mais as pessoas acessam a internet para fazer pesquisas, ler notícias e compartilhar ideias, interesses em comum, mensagens e até fatos da sua vida pessoal, tudo graças ao desenvolvimento e à difusão de tecnologias de informação e comunicação.
As redes sociais constituem um meio de disseminar informação e opinião. Em 2010, na Primavera Árabe – ocasião na qual a população de alguns países do Oriente Médio e da África do Norte foi às ruas reivindicar uma sociedade mais justa, igualitária e democrática –, as redes sociais foram amplamente usadas para comunicar ao mundo o que acontecia e para organizar as manifestações e os protestos. Tais eventos inspiraram movimentos como o Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, e o dos Indignados, na Espanha.
Em 2021, um golpe militar derrubou o governo eleito em Mianmar, colocou o país em estado de emergência e perseguiu líderes políticos. O acesso à internet e aos serviços de telefonia móvel foi restringido ou suspenso por determinados períodos. Mesmo assim, os opositores se articularam pela rede e fortaleceram os protestos contra o governo militar instaurado, o que gerou maiores perseguições físicas e intensificou a vigilância sobre as redes sociais, a impresa independente e os serviços de internet.
A privacidade, a vigilância e a censura na internet
Estudos revelam que no início de 2022 quase 5 bilhões de pessoas eram usuárias da internet, o que representa 62,5% da população mundial. Embora o número de usuários venha subindo nas últimas décadas, a liberdade na rede diminuiu, em decorrência do aumento da manipulação de conteúdo on-line, da vigilância e das restrições aos direitos dos internautas.
De acordo com o relatório Liberdade da Internet de 2021, há um aumento progressivo da vigilância sobre a internet, das interrupções no serviço, dos ataques físicos e técnicos contra defensores dos direitos humanos e dos meios de comunicação independentes. O relatório indica que muitos governos criam estratégias para censurar determinadas informações e pressionar a remoção de conteúdos que possam comprometer a continuidade de suas administrações, com destaques para Mianmar, Belarus e Uganda. Em sociedades com governos autoritários, há uma profunda preocupação das autoridades em relação ao uso da internet.
Mesmo em países considerados exemplos de democracia, a adoção de práticas para aumentar a vigilância e a censura na internet vem aumentando, sob o discurso do combate ao terrorismo e à expansão de grupos extremistas. A disseminação de notícias falsas (fake news) por políticos e grupos ideológicos também é crescente.
Diversos países, como Mianmar, Rússia, China, Irã, Arábia Saudita, Turquia, Índia, Indonésia, Grécia, Sudão, Bélgica, Chipre, Coreia do Sul e Coreia do Norte, possuem casos de censura confirmados por organizações de liberdade digital.
PLANISFÉRIO: LIBERDADE NO USO DA INTERNET (2021)
Globalização e novas tecnologias
Digitais, locais e globais
Em 2014, o número de celulares se igualou ao número de habitantes do planeta. Em 2016, na Europa e na América do Norte, onde é amplo o acesso à tecnologia, o número de aparelhos já superava o de pessoas. Atualmente, a adoção de novas tecnologias tem crescido significativamente inclusive nos países menos desenvolvidos.
Entre os domicílios brasileiros, 67% possuíam acesso à internet em 2018, revelando um crescimento progressivo nos últimos anos. Quase todos os usuários (97%) utilizam o telefone celular para se conectarem à internet.
Brasil: domicílios em que as pessoas possuEm celular ou computador portátil (2018)
Código aberto
Baixar programas para o computador ou para o celular tornou-se algo comum. Porém, muitas vezes, a utilização deles tem restrições. Em resposta a isso, surgiram os programas de código aberto (open source, em inglês), baseados em um modelo de produção intelectual colaborativa no qual o desenvolvedor do programa não impõe restrições à sua disseminação nem a modificações. Desse modo, o programa pode ser utilizado em muitos computadores em qualquer local do mundo.
No Brasil, a Lei da Ficha Limpa, que restringe a candidatura a cargos eletivos de políticos com problemas com a justiça, nasceu de uma iniciativa popular apoiada por 1,6 milhão de cidadãos brasileiros, por meio de abaixo-assinados tradicionais, e outros 2 milhões, por meio de uma petição on-line em 2010.
Número de linhas de telefonia móvel por 100 habitantes (2018)
Liberdade de expressão digital
Em 2010, na Tunísia, a troca de mensagens, fotografias e vídeos foi essencial nos protestos contra o governo autoritário do general Ben Ali, que terminaram com a sua renúncia em 2011. A repressão da ditadura não impediu que milhares de tunisianos compartilhassem arquivos por meio de celulares e computadores. Os protestos se espalharam pelo país e conquistaram a opinião pública mundial, pressionando também governos e empresas multinacionais aliados ao regime autoritário.
Promovendo ideais
Pessoas e entidades têm pedido e oferecido apoio nas redes sociais para os mais diversos projetos: desde dinheiro para financiar novos produtos até petições dirigidas a líderes mundiais. Na Rússia, uma empresa de produtos orgânicos solicitou cerca de 500 mil rublos (30 mil reais) para abrir uma nova loja. O montante foi arrecadado em três dias.
Ritmos sem fios
Nas favelas de Buenos Aires, chamadas villas miseria, nasceu a cumbia villera, um ritmo musical popular nas periferias das cidades argentinas que se disseminou principalmente por meio de celulares com bluetooth, uma tecnologia de comunicação sem fio. Os artistas utilizam atualmente as redes sociais e os serviços de música por streaming para divulgar suas músicas.
Novas indústrias culturais
Na periferia de Belém (PA), o tecnobrega foi criado com elementos do brega, da guitarrada e de outros ritmos regionais combinados com música eletrônica em computadores e programas de edição que se disseminaram no começo dos anos 2000. Sem espaço para divulgar seu trabalho, os artistas se uniram aos camelôs que vendem CDs com o intuito de popularizar suas músicas e angariar fãs, engrossando a principal fonte de renda da indústria do tecnobrega: apresentações e festas que movimentam milhões de reais em ingressos e venda de produtos.
A sociedade de consumo
No mundo atual, as pessoas são incentivadas a consumir cada vez mais mercadorias e serviços. As empresas procuram manter o consumo em ascensão para que seu lucro cresça progressivamente.
Por meio da publicidade, as empresas criam necessidades e o desejo de obter novos bens de consumo. A influência publicitária leva muitas pessoas a acreditar que efetivamente precisam das mercadorias anunciadas nos meios de comunicação, pois alimentam a ilusão de que a posse de determinados produtos vai contemplar suas necessidades e seus projetos de vida.
A obsolescência programada
A reposição de produtos, porém, não é determinada apenas pelo interesse do consumidor por novidades. Visando aumentar seus lucros, nas últimas décadas as indústrias vêm reduzindo o tempo de “vida útil” das mercadorias.
Se antes um eletrodoméstico, como uma geladeira ou uma máquina de lavar, era produzido para durar muitos anos, hoje ele se torna ultrapassado em pouco tempo, tornando necessária sua troca. Depois de certo período, dificilmente se encontram peças para substituir as danificadas, o que induz à compra de um novo produto. Trata-se da chamada obsolescência programada, que também é válida para celulares e computadores, visto que os novos programas não funcionam ou não podem ser atualizados em aparelhos e equipamentos mais antigos.
A desigualdade no acesso ao consumo
O padrão de consumo no mundo é bastante desigual. Nos países ricos, em virtude do alto poder aquisitivo da população, há grande oferta de bens e serviços e crescimento do mercado de luxo e de produtos sofisticados, inacessíveis à maioria da população.
Embora em alguns países as classes médias também aumentem, a desigualdade faz com que centenas de milhões de pessoas sejam privadas de bens de consumo básicos que lhes garantam sobrevivência digna.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
- Qual é a importância das telecomunicações e dos transportes na economia globalizada?
- Leia o texto e responda às questões.
Os fluxos contínuos de informação e imagens misturam-se com os lançamentos financeiros, através dos mercados transnacionais que funcionam 24 horas ao dia: é a comunidade virtual de produtores e consumidores, telespectadores e cyberspaces – cidadãos das redes – que compartilham ideias, comportamentos e manias reticências.
Esse parece ser o novo ‘modelo’ de civilização a que estamos presenciando, com o aumento sem cessar de uma cultura da interatividade microeletrônica e digital. O mundo on-line, em tempo real, vai abolindo esse nosso tradicional espaço territorial e de fronteiras fixas. reticências Com essa coletivização da informação, cresce a cultura pop, que toma conta da imaginação do mundo, principalmente dos jovens. São os grandes espetáculos de tevê e do cinema, como os seriados americanos, reticências os clips de pop stars reticências ou ainda a transmissão de grandes espetáculos de massa, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas reticências: é a cultura de massa global. reticências
BRIGAGÃO, Clóvis; RODRIGUES, Gilberto M. A. Globalização a ôlho nu: o mundo conectado. 2. edição. São Paulo: Moderna, 2004. página. 63-64.
- O que os autores quiseram dizer com “o novo ‘modelo’ de civilização a que estamos presenciando”?
- O que é a cultura de massa global?
- Por que a pesquisa e a produção de tecnologia são desiguais entre os países?
- Reúna-se com três colegas e pesquisem indícios da ocidentalização da cultura em um país oriental. Depois, procurem imagens que ilustrem essa ocidentalização. Produzam um cartaz com as imagens coletadas e o exponham no mural da classe.
- A entrada de serviço é considerada um acesso secundário a certos ambientes, destinada a funcionários e a outras pessoas não autorizadas a entrar pela porta principal. Com base nessa informação, interprete a relação da charge com a globalização e escreva um texto de no mínimo seis linhas para apresentar suas conclusões.
6. Analise mais uma vez o mapa “Planisfério: população com acesso à internet (2017)” e responda: como o acesso à tecnologia se relaciona com a desigualdade social?
CAPÍTULO 4 Globalização e meio ambiente
Com a globalização, entramos no século vinte e um extraindo cada vez mais recursos naturais para, por exemplo, erguer construções e produzir mercadorias. Além disso, a exploração de grande parte desses recursos é feita de maneira predatória, sem planejamento adequado ou de fórma ilegal, aumentando a degradação do meio ambiente e comprometendo a demanda das gerações futuras.
Uma característica marcante do início do século vinte e um é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais que afetam a vida de milhões de pessoas, como a poluição do ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de água potável e as mudanças climáticas.
O consumo e a produção de lixo
A oferta abundante de produtos, a indução ao consumo e a obsolescência programada levam muitas pessoas a comprar mais do que necessitam. O consumo excessivo se reflete na exploração predatória dos recursos naturais, intensificando os impactos nocivos das atividades humanas no meio ambiente.
O ciclo do consumo é estimulado por estratégias empresariais, baseadas principalmente na publicidade e orientadas pelo objetivo de proporcionar lucros cada vez maiores aos sócios e controladores. Seguindo essa lógica, o consumismo tende a se agravar nas próximas décadas.
Atualmente, em vários países desenvolvidos, vêm aumentando o desperdício e a quantidade de lixo produzido. Na fotografia a seguir, podemos observar um amontoado de lixo eletrônico descartado.
Atualmente, o volume de resíduos sólidos produzido no mundo é de 2 bilhões de toneladas por ano, e as expectativas são de que, em 2050, chegue a 3,4 bilhões de toneladas por ano.
PLANISFÉRIO: PRODUÇÃO DE LIXO (2016)
A questão da água
Associado ao aumento da produção industrial e agrícola, os problemas no abastecimento de água impõem um risco imediato à vida na Terra. Atualmente, vários países já sofrem com a carência de água potável.
Os problemas no consumo
De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano produzido pela ônu em 2019, parte significativa do consumo de água no planeta correspondia às atividades agrícolas (69%), seguida das indústrias (19%) e do uso municipal (12%). Assim, o volume de água disponível para suprir necessidades de populações cada vez mais numerosas está diminuindo.
Observe, no quadro, a quantidade de água necessária para produzir cada tipo de produto consumido pela população.
Produto |
Quantidade de água (litro/kg) |
---|---|
Açúcar |
1.782 |
Alface |
237 |
Arroz |
2.497 |
Banana |
790 |
Batata |
287 |
Carne bovina |
15.415 |
Chocolate |
17.196 |
Frango |
4.325 |
Laranja |
560 |
Maçã |
822 |
Macarrão |
1.849 |
Manga |
1.800 |
Manteiga |
5.553 |
Milho |
1.222 |
Pão |
1.608 |
Queijo |
3.178 |
Tomate |
214 |
WATER FOOTPRINT NETWORK. Product gallery. Water footprint. Network, 2017. Seção Resources. Disponível em: https://oeds.link/5KjlRs. Acesso em: 25 . 2022. abril
A contaminação das águas
O uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo de esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exemplo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, inviabilizando ou encarecendo o tratamento da água para o consumo humano.
A disputa pela água
Os recursos hídricos de rios, lagos e aquíferos subterrâneos são muitas vezes compartilhados por dois ou mais países, o que exige cooperação e diálogo para evitar conflitos.
A possibilidade de tensões e conflitos é maior em áreas que já enfrentam problemas de abastecimento, como ocorre entre o Egito e o Sudão, que compartilham as águas do rio Nilo, e entre Turquia, Iraque e Síria, que fazem uso das águas do rio Eufrates.
Em prática
Uso da água no setor industrial
De acordo com os dados da ônu, as indústrias representam cêrca de 19% no consumo total de água potável disponível no mundo. As cadeias industriais utilizam a água de diversas fórmas: na lavagem de equipamentos, materiais e instalações, nos sistemas de refrigeração, na geração de vapor para produzir energia e no processo de produção das mercadorias.
Após o uso nos processos industriais, a água é transformada em efluentes, podendo carregar para o meio ambiente diversos tipos de resíduos tóxicos, como metais pesados e contaminantes químicos e biológicos.
Observe os dados do quadro. Eles representam os percentuais de consumo de água no setor industrial em diversas regiões do mundo.
Continentes |
Participação do setor industrial no consumo total de água (%) |
---|---|
África |
4 |
América |
37 |
Ásia |
10 |
Europa |
54 |
Oceania |
15 |
Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD and Agriculture Organization of the United Nations. AQUASTAT – FAO's Global Information System on Water and Agriculture Roma: , 2016. Disponível em: fáo https://oeds.link/JjlG9o. Acesso em: 25 . 2022. abril
Com base nos dados do quadro, elabore um gráfico de barras e responda às questões a seguir. Lembre-se: para elaborar o gráfico, utilize um papel milimetrado. O eixo horizontal deve ser representado pelos continentes e o eixo vertical deve conter os percentuais. Cada centímetro do eixo vertical deve corresponder a 5%.
- Quais continentes apresentam os maiores percentuais de extração de água para uso industrial?
- Que razões levam esses continentes a apresentar percentuais mais elevados?
O aquecimento global e as mudanças climáticas
Muitos cientistas afirmam que o aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera e estaria, portanto, atrelado às atividades humanas. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido e gera as condições ideais para o desenvolvimento e a manutenção da vida no planeta.
O aquecimento global acontece quando aumenta o percentual desses gases na atmosfera. Os gases de efeito estufa originam-se da queima de combustíveis fósseis (como o petróleo, o carvão e o gás natural), de queimadas, do desmatamento, assim como da decomposição da matéria orgânica. A liberação de CFCglossário na atmosfera também agrava o efeito estufa.
ATMOSFERA: GASES DE EFEITO ESTUFA
Consequências do aquecimento
Acredita-se que os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis: furacões, ondas de calor, sêcas e enchentes estariam mais frequentes e intensos. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Outra consequência dessas mudanças é a alteração da biodiversidade, com a possível extinção de muitas espécies animais e vegetais.
As mudanças climáticas e a produção de alimentos
As mudanças climáticas também podem afetar a produção agrícola e a pecuária, criando um cenário de insegurança alimentar em diversas regiões do mundo.
Eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais ou fortes sêcas, afetam diretamente as áreas destinadas aos cultivos agrícolas e às pastagens.
Além de causar danos à produção de alimentos de fórma quantitativa, as mudanças climáticas poderão afetar a qualidade dos produtos, diminuindo a diversidade que existe atualmente.
Ler o texto
As mudanças climáticas poderão matar mais de 500 000 adultos até 2050 no mundo inteiro devido a mudanças nas dietas e no peso corporal causadas pela redução da produtividade de culturas agrícolas, segundo novas estimativas publicadas pela revista The Lancet. [...]
A modelagem foi liderada pelo Doutor Marco ispríngmén do Programa Oxford Martin sobre o Futuro dos Alimentos, realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. [...]
“Muitas pesquisas estão analisando a segurança alimentar, mas poucas vêm estudando de fórma mais geral os efeitos da produção agrícola sobre a saúde”, explicou Marco ispríngmén. “Mudanças na disponibilidade e no consumo também influenciam fatores de risco relacionados à dieta e ao peso corporal, tais como baixo consumo de frutas e verduras, consumo elevado de carne vermelha e ganho de peso corporal. Todos esses fatores aumentam a incidência de doenças não-transmissíveis, como doenças cardíacas, acidente vascular e câncer, além dos óbitos causados por essas doenças.”
IMPACTO das mudanças climáticas sobre a produção de alimentos poderá causar mais de 500 000 óbitos adicionais até 2050. agrolinqui, 3 março. 2016. Disponível em: https://oeds.link/elja2R. Acesso em: 12 agosto. 2022.
• De acordo com o texto, como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alimentos e a saúde humana?
Conferências mundiais sobre o meio ambiente
Conscientes dos graves danos ambientais que podem ocorrer com o aquecimento global, muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, organizadas pelas Nações Unidas, para discutir o assunto e propor medidas a serem adotadas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92) promoveu o debate sobre aliar o crescimento e o desenvolvimento socioeconômico à conservação dos recursos naturais. Como resultado, foram elaborados alguns documentos importantes, entre eles a Carta da Terra, as convenções sobre Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda 21.
Em 2002 aconteceu em Johanesburgo (África do Sul) a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio-92 e renovar os compromissos políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes.
O encontro, no entanto, frustrou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evidente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de conservar os recursos e a qualidade de vida na Terra.
O desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza e a economia verde também foram temas da conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro após 20 anos da Rio-92. Durante a conferência, diversos movimentos sociais, inclusive de povos indígenas, protestaram em defesa do meio ambiente e das causas sociais.
Conferência de quiôto
Várias conferências foram organizadas pelas Nações Unidas. Uma das mais importantes foi a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de quiôto. Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases de efeito estufa e promover a adoção de mecanismos de flexibilidade que propiciem aos países em desenvolvimento atingir os objetivos de redução desses gases.
O Protocolo de quiôto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias no volume de gases de efeito estufa que um país poderia liberar na atmosfera. Os organizadores tiveram dificuldades para aprovar o protocolo porque, em 2001, os Estados Unidos o rejeitaram. O tratado só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo o número mínimo de países para que ele pudesse vigorar.
Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os Estados desenvolvidos cortariam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziriam suas emissões depois de 2012. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ( í pê cê cê, na sigla em inglês), em 2014, confirmou o previsto: os avanços foram ínfimos e o acordo fracassou.
COP
Em 2015, em Paris (França), foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática ( cópi-21), com o objetivo de propor um novo acordo, mais flexível a todos os países.
No documento assinado nessa conferência, os países se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, buscando priorizar energia limpa, mas não estabelecem metas nem valores.
A busca de acordos para limitar as mudanças climáticas continuou ao longo das conferências seguintes. Em 2021, ocorreu em Glésgou (Escócia) a cópi-26. Nessa conferência, os acordos objetivaram estipular novos limites para a emissão de poluentes atmosféricos.
Com propostas pouco claras e apoiadas em ações voluntárias dos países, as conferências têm sido consideradas limitadas por muitos especialistas no assunto.
Integrar conhecimentos
Geografia e Ciências
Os recursos energéticos e o meio ambiente
O aumento da demanda global por recursos energéticos, em especial por parte dos países emergentes, que enfrentam o rápido processo de industrialização e crescimento econômico, tem gerado preocupações quanto à segurança energética e um maior interesse em buscar fontes de energia consideradas sustentáveis e que gerem menos impactos negativos no meio ambiente.
Para atender a essas necessidades, foram efetuados, nas últimas décadas, amplos investimentos em fontes de energia renováveis, que são aquelas que se recompõem na natureza em ritmo superior ao do consumo pela atividade humana.
Os investimentos nessas fontes de energia têm o objetivo de substituir as fontes convencionais, consideradas não renováveis, isto é, provenientes de matéria orgânica que leva milhões de anos para se decompor, não havendo tempo hábil para se renovar na escala de vida humana, como os derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel), gás natural e carvão mineral.
Observe os gráficos a seguir.
MUNDO: ADIÇÃO DE NOVAS FONTES À CAPACIDADE ENERGÉTICA INSTALADA, POR TIPO (2009-2019)
MUNDO: PERCENTUAL DE FONTES RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS (2019)
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: . rên tuêni uãn Renewables 2020 Global Status Report. Paris: rên tuêni uãnSecretariat, 2020. Disponível em: https://oeds.link/XttIE1. Acesso em: 25 . 2022. abril
- No período apresentado, como é possível avaliar a evolução do uso de fontes renováveis?
- Em sua opinião, o uso de fontes de energia renováveis para geração de eletricidade era adequado em 2019?
- Qual é a importância dos investimentos em fontes renováveis para a preservação do meio ambiente e para a qualidade de vida da população?
Agora, observe as características das principais fontes de energia e suas consequências para o meio ambiente.
4. De acordo com o que já foi trabalhado, sistematize as informações e construa, no caderno, um quadro como o do modelo a seguir.
Fonte de energia |
Características |
Impactos ambientais |
---|---|---|
Termelétrica |
||
Hidrelétrica |
||
Eólica |
||
Solar |
||
Nuclear |
5. Após preencher o quadro, escreva um pequeno texto apresentando as fontes de energia que abastecem o lugar onde você vive e que tipos de fontes renováveis você considera as mais adequadas para receber investimentos nessa região. Justifique sua opinião.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
1. Observe as informações a seguir e comente a relação entre o aumento do consumo de água e sua crescente escassez.
2. Leia o texto sobre o aumento dos conflitos por água no Brasil.
Em números absolutos, foram cadastrados pela cê pê tê [Comissão Pastoral da Terra] 1764 conflitos entre 2009 e 2019. Houve acentuado crescimento dos conflitos no período abordado. reticências
A partir de 2014, é notório o crescimento dos conflitos, com o aumento dos registros em praticamente todos os estados, com uma maior concentração nos estados da Bahia e Minas Gerais, mas o Pará demonstra um crescimento mais rápido na quantidade de conflitos reticências. Além de ser o estado onde há maior número de famílias mobilizadas, grandes empreendimentos como a Hidrelétrica de Belo Monte cujas obras iniciadas em 2012 e com entrada em operação em 2016, produziram enormes impactos. Esses conflitos estão relacionados às populações tradicionais, em decorrência do represamento do rio, alagamento de áreas à montante, redução da vazão à jusante e a alteração do contexto socioeconômico da região.
PEIXOTO, F. da S.; SOARES, J. A.; RIBEIRO, V. S. Conflitos pela água no Brasil. Sociedade e Natureza, Uberlândia, volume 34, página 4; 8, 23 dezembro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/FRwYQE. Acesso em: 25 abril. 2022.
- No período abordado, o texto aponta que tendência sobre a quantidade de conflitos no Brasil?
- Como a construção da hidrelétrica de Belo Monte afetou populações tradicionais no Pará?
3. Observe a tira e, em seguida, responda às questões.
- Explique as prováveis causas do aquecimento global e aponte a origem dos gases de efeito estufa.
- Quais são as consequências do aquecimento global?
- Apesar da preocupação de Calvin, seus hábitos contribuem para o aquecimento global? Justifique.
- O que é o Protocolo de quiôto e quais são suas principais resoluções?
- Com base na charge, escreva um texto em seu caderno sobre a relação entre o consumismo e o meio ambiente. Discuta o assunto com os colegas. Avaliem se todos apresentam o mesmo ponto de vista e anotem as opiniões divergentes.
6. Leia o trecho do texto e responda às questões propostas.
Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017
Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 gigawatts ( gê dábliu) em 2017, aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica ( Abê eólica).
O segmento terminou o ano com 508 parques em operação. A potência eólica instalada chegou a 8,2% da matriz elétrica do país, praticamente empatando com a geração térmica a gás natural, que tinha 13 gigauótis de potência e 8,3% da matriz.
Segundo a associação, em média, 18 milhões de residências foram abastecidas mensalmente pela fonte eólica em 2017.
Com isso, o Brasil ultrapassou a Itália no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, na 9ª posição.
Até 2023, a Abê eólica estima que a potência instalada de energia eólica vai chegar a 18,639 gigauótis. Serão construídos mais de 252 novos parques já contratados.
reticências
A Abê eólica estima que cada megauóti instalado gera 15 postos de trabalho. Até o momento, são 180 mil postos de trabalho criados.
MAIA, Camila. Capacidade instalada de energia eólica no país tem alta de 19% em 2017. Valor Econômico, 9 janeiro. 2018. Seção Brasil. Disponível em: https://oeds.link/pJG7ZF. Acesso em: 25 abril. 2022.
- Por que houve ampliação da produção da energia eólica no Brasil?
- Quais são os efeitos do uso desse tipo de energia sobre o meio ambiente?
- De acordo com a notícia, qual é o impacto da implementação desses projetos na oferta de empregos?
Para refletir
O século vinte e um será marcado pelos conflitos por causa da água?
De acordo com dados de 2020, uma de cada quatro pessoas no mundo não tinha acesso a serviços básicos de fornecimento de água potável. Apesar de ser um direito universal, em muitos locais o acesso à água potável é limitado, seja pela escassez hídrica, seja por danos causados nas redes de abastecimento.
A maior parte da população que sofre com a falta de água atualmente vive em países afetados por guerras civis, elevada violência e instabilidade política e econômica.
Acredita-se, entretanto, que, com as mudanças climáticas, a escassez hídrica em diversas regiões do mundo aumentará, marcando o século vinte e um por conflitos em torno da água. Leia a reportagem a seguir.
As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo
“Rivalidade” vem do latim rivális, ou “aquele que usa o mesmo rio que o outro”. Na raiz da antiga palavra espelham-se os conflitos do presente, onde países, comunidades ou províncias disputam as águas que compartilham. Com a perspectiva de a escassez hídrica afetar dois terços do mundo até 2050, criam-se as condições ideais para um século marcado por conflitos em torno da água.
Uma nova análise encomendada pelas Nações Unidas revela que mais de . uma quatrocentas novas barragens ou projetos de desvio de água são planejados ou já estão em construção no mundo, sendo que muitos estão em rios que atravessam várias nações. Como em um condomínio residencial, o uso conjunto dessas reservas hídricas tem o poder de acentuar tensões e aumentar divergências.
reticências
A análise sugere que os riscos de conflito devem aumentar nos próximos 15 a 30 anos em quatro regiões principais: Oriente Médio, Ásia Central, a Bacia Ganges- brâmapútra- Mégna e as bacias Orange e Limpopo, no sul da África.
Além disso, o rio Nilo, na África, grande parte do sul da Ásia, dos Bálcãs no sudeste da Europa e do norte da América do Sul também são áreas onde novas barragens estão em construção e os países vizinhos enfrentam demanda crescente pelo recurso.
Se dois países concordaram com o fluxo e distribuição de água, geralmente não há conflito, segundo Érique Ispróuls, hidrologista da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos da América, e coautor do estudo. “Tal é o caso da Bacia do rio Columbia entre os Estados Unidos e o Canadá, cujo tratado é reconhecido como um dos acordos mais resilientes e avançados do mundo.”
Porém, segundo ele, esse não é o caso de muitos outros sistemas fluviais, onde, além da variabilidade ambiental e da falta de tratados, uma variedade de outros fatores entra em jogo, como instabilidade política e econômica e conflitos armados.
reticências
Para agravar o cenário, o conflito sobre a água não se restringe ao consumo humano. Segundo a pesquisa, existe uma ameaça global à biodiversidade em muitos dos sistemas fluviais do mundo e o risco de extinção das espécies vai de moderado a muito alto em 70% da área das bacias hidrográficas transfronteiriças.
Apesar das crescentes ameaças às águas transfronteiriças, há mais casos de gestão compartilhada amigável deste recurso do que conflitiva pelo mundo. Em vez de ser alvo de disputa, a água pode ser a chave para a cooperação. O desafio é garantir que o caminho da boa vizinha prevaleça sobre o da rivalidade.
BARBOSA, Vanessa. As regiões mais ameaçadas por conflitos de água no mundo. Exame, 19 julho. 2017. Seção Mundo. Disponível em: https://oeds.link/CrcDGW. Acesso em: 25 abril. 2022.
- Explique quais foram as razões que levaram uma parcela da população mundial a não ter acesso à água potável.
- De que maneira a água poderá acentuar tensões e conflitos territoriais em escala mundial?
- Quais impactos ambientais podem ser provocados pelos conflitos por causa da água?
- De acordo com o texto, quais regiões correm risco de aumento de conflitos por causa da água nos próximos anos?
Glossário
- CFC
- Sigla de clorofluorcarboneto, grupo de compostos químicos empregados principalmente em aerossóis e sistemas de refrigeração. Em contato com a atmosfera, o cê éfe cê destrói a camada de ozônio.
- Voltar para o texto