UNIDADE cinco O continente asiático
Nesta Unidade, vamos estudar os aspectos gerais do continente asiático.
Além da enorme variedade de paisagens, a Ásia apresenta grande diversidade social, cultural e econômica.
A Ásia é o continente mais populoso do mundo e também é considerada o berço das religiões. Apesar da riqueza cultural vinculada à multiplicidade de crenças, ocorrem muitos conflitos no continente asiático por divergências religiosas.
Você sabe quais são as principais religiões praticadas no continente asiático e quais delas também têm seguidores no Brasil? Você já leu notícias sobre algum conflito religioso na Ásia?
Que outros aspectos da diversidade cultural da Ásia você conhece? E o que você já estudou sobre o desenvolvimento econômico desse continente?
Você verá nesta Unidade:
Aspectos físicos da Ásia
Regionalização do continente
Aspectos econômicos
A população asiática
Diversidade cultural e religiosa
CAPÍTULO 10 Ásia: aspectos naturais e regionalização
A Ásia é um extenso continente localizado, em sua maior parte, no Hemisfério Norte, estendendo-se da latitude 80 graus norte até a latitude 10 graus Sul no Hemisfério Sul.
ÁSIA: DIVISÃO POLÍTICA
O continente pode ser dividido em seis regiões: Ásia Setentrional, Sudeste Asiático, Ásia Central, Oriente Médio, Ásia Meridional e Extremo Oriente. Cada uma dessas regiões tem características físicas, econômicas e sociais próprias. No Extremo Oriente estão localizados o Japão e a China, países que são grandes potências econômicas mundiais. O Sudeste Asiático passou a crescer economicamente a partir da década de 1970, quando grandes empresas se instalaram na região.
Neste Capítulo, apresentaremos um panorama do continente asiático, considerando seus aspectos físicos e as características principais de cada região.
Relevo
A Ásia é banhada ao norte pelo oceano Glacial Ártico, a leste, pelo Pacífico e, ao sul, pelo Índico. As fronteiras ocidentais são constituídas pelos montes Urais (que separam as porções europeia e asiática da Rússia), pela cadeia do Cáucaso e pelos mares Cáspio, Negro e Mediterrâneo.
No continente asiático, encontram-se os dois extremos de altitude da Terra: a depressão continental na região do mar Morto, que chega a –416 metros, e o monte éveres, localizado na Cordilheira do Himalaia, cujo pico está .8848 metros acima do nível do mar.
O tipo de relevo predominante no continente são os planaltos. Neles, estão os divisores das bacias hidrográficas da Ásia e as nascentes dos principais rios, como o Ganges, o Indo, o ruãng rô (Amarelo), o iãn sei(Azul) e o óbi.
No Japão, as formações montanhosas são recentes, principalmente o monte Fuji (com mais de três mil metros de altitude). O relevo montanhoso predomina também na península da Coreia e na China, que apresenta montanhas elevadas a oeste. No território da Mongólia, encontram-se planaltos áridos de até dois mil metros de altitude.
Há planícies nos extremos do continente e em áreas banhadas por grandes rios. Entre as principais, estão as da Sibéria, em território russo; a dos rios sir dáriae amú dária, a leste do mar Cáspio; a dos rios Indo e Ganges, ao sul do Himalaia; e a dos rios Amarelo e Azul, no extremo leste do território chinês.
ÁSIA: FÍSICO
A formação do Himalaia
Além de apresentar as maiores altitudes da Terra, o Himalaia é o conjunto de montanhas mais jovem do planeta, formado nos últimos 50 milhões de anos como resultado da colisão entre a placa Indiana (que havia se desprendido do supercontinente gôndwãna durante a deriva continental) e o sul do continente asiático. Em virtude dos choques entre as placas, a cordilheira eleva-se cêrca de 5 centímetros por ano. Butão, China, Índia, Nepal e Paquistão são localizados, total ou parcialmente, no Himalaia.
Hidrografia
A oeste do continente asiático localizam-se os rios Tigre e Eufrates. Muitos povos, no decorrer de milhares de anos, fixaram-se em suas margens. Em virtude das variações na declividade dos terrenos por onde fluem, esses rios ganharam diferentes usos, como navegação, irrigação e geração de energia por meio da construção de hidrelétricas.
Nas áreas de planalto, os extensos rios óbi, ieníssei e Lena são bastante utilizados para a geração de energia elétrica, embora grande parte dos cursos de água permaneça congelada durante o inverno.
A leste do mar Cáspio, os principais rios são o sir dária e o amú dária, que deságuam no Mar de Aral (mar interior). No entanto, devido ao clima sêco dessa região, muitos rios possuem cursos de água temporários.
Os rios Indo e Ganges são importantes para o abastecimento de áreas densamente povoadas do Paquistão e da Índia, respectivamente. Na China, os rios Azul e Amarelo cortam as planícies e, junto às suas desembocaduras, estão situadas as áreas com maior densidade demográfica do planeta.
Clima
A ampla extensão latitudinal do continente asiático proporciona variados tipos de clima, que, combinados a outros elementos (relevo, vegetação, hidrografia), formam diversificados ambientes naturais.
O norte do continente apresenta climas polar e frio, com invernos longos e rigorosos, cujas temperaturas podem atingir 50 graus Célsius negativos.
As penínsulas da Indochina e Malaia e o arquipélago da Insulíndia apresentam climas equatorial e tropical, marcados pelas altas temperaturas e pelas chuvas abundantes.
A Ásia Central, localizada a leste do mar Cáspio e ao norte da Cordilheira do Himalaia, é caracterizada pela ocorrência de climas Desértico e Semiárido, influenciados pela continentalidade, visto que estão distantes da atuação das massas de ar úmidas originadas nos oceanos.
No Oriente Médio, que compreende países mais a oeste da Ásia, predominam os climas Desértico e Semiárido, motivo pelo qual os desertos dominam as paisagens. A região é marcada por elevada amplitude térmica, podendo registrar variações de até 50 graus Célsius do dia para a noite nas áreas mais sêcas. As áreas mais habitadas são aquelas em que há o afloramento de águas subterrâneas, como ocorre em Damasco (Síria) e em Riad (Arábia Saudita).
A parte mais oriental da Ásia – onde se localizam China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul, taiuã e Mongólia – apresenta os climas Subtropical e Temperado. No oeste da China, predominam os climas Frio de Montanha e Desértico. O deserto de Gobi ocupa o sul do território da Mongólia e parte da China.
ÁSIA: CLIMA
Vegetação
No extremo norte da Ásia, predomina a Tundra, tipo de vegetação resistente aos solos denominados permafrostglossário , e, mais ao sul, a Taiga (Floresta de Coníferas), intensamente explorada pela indústria de madeira e celulose.
Nas regiões com ocorrência de climas Equatorial e Tropical, encontram-se florestas Tropicais e Equatoriais, com alta biodiversidade. No subcontinente indiano, também há ocorrência de Savanas em áreas semiúmidas.
Na Ásia Central, a vegetação é constituída, principalmente, de espécies típicas das Estepes e dos Desertos, devido aos climas mais secos. Já na parte oriental do continente, existem florestas dos tipos Subtropical e Temperada.
Desmatamento
cêrca de 60% da Floresta Tropical da Ásia já foi devastada. As árvores nativas são derrubadas para dar lugar a campos destinados à agricultura ou à formação de pastos para a pecuária. A madeira é usada como fonte de energia ou como matéria-prima para as indústrias de móveis e de papel. Além de comprometer a biodiversidade, o desmatamento deixa os solos descobertos e mais expostos à erosão.
ÁSIA: VEGETAÇÃO
Ler o mapa
- Que tipo de vegetação nativa predomina atualmente na Zona Tropical?
- Cite tipos de vegetação encontrados no Brasil que apresentam características semelhantes.
Uso dos solos
O solo é um recurso natural de grande importância, e sua manutenção é fundamental para o êxito da atividade agrícola.
Muitos dos problemas ambientais que ocorrem no continente asiático estão ligados ao uso intensivo do solo e aos impactos ambientais negativos gerados pelas atividades agropecuárias.
Para combater a erosão e evitar o empobrecimento dos solos, é necessário adotar ações como manejo adequado, rotação de culturas, adubação voltada à manutenção dos níveis desejáveis de matéria orgânica, conservando ou melhorando a fertilidade do solo e suas características físicas, químicas e microbiológicas. Sem a utilização de técnicas adequadas, o solo se esgota e a produtividade é afetada, diminuindo as colheitas e a possibilidade de reservar alimentos para os períodos sem plantio.
Cultivo em terraços
No sul da Ásia, nas regiões tropicais da Índia e do Sudeste Asiático, a exploração dos solos em áreas de altas taxas de precipitação e nas encostas de maior declividade provoca a perda de nutrientes, que são diluídos e transportados pela água das chuvas, empobrecendo os solos.
Uma das soluções utilizadas pelas populações dessas áreas é o cultivo em curvas de nível, conhecido como terraceamento, que torna a erosão do solo menos intensa, retendo os nutrientes nas áreas de plantio.
Busca pela sustentabilidade
Um projeto que prevê a construção de edifícios e ambientes dotados de tecnologias verdes e abastecidos com fontes renováveis de energia deve transformar Ísquendar, na Malásia, na primeira “metrópole inteligente” da Ásia. A expectativa do governo malaio é de que, em 2025, aproximadamente três milhões de pessoas estejam vivendo na cidade.
As preocupações do governo malaio em relação ao meio ambiente e à qualidade de vida não se restringem ao projeto de Ísquendar. Outras ações estão sendo estudadas para desenvolver novos conceitos de ocupação espacial no país, como o das “aldeias inteligentes”, “cidades florestas” e “ecocidades”, planejadas para integrar funções urbanas e atividades agrícolas em espaços com ambientes construídos e vegetação preservada.
Na China, também existem projetos de áreas urbanas mais verdes e sustentáveis, como a “cidade floresta” em líudjô, planejada para abrigar em um futuro próximo 30 mil moradores, 40 mil árvores e cêrca de um milhão de plantas de espécies variadas. Um dos objetivos é incorporar parte da vegetação à fachada dos prédios, a fim de melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura da cidade e servir de barreira para ruídos.
Os ideais de sustentabilidade ainda são pouco incorporados efetivamente à construção civil no mundo, pois, em muitos casos, não passam de estratégias publicitárias para vender imóveis. As boas iniciativas, porém, indicam caminhos para repensarmos os jeitos de morar e viver.
Poluição dos mares
O litoral asiático é bastante poluído. Parte dessa poluição está associada à grande circulação de navios que chegam ao continente e partem dele. Em áreas superpovoadas no leste e no sudeste da Ásia, assim como na Índia, no Paquistão e em bãngladéch, parte significativa dos dejetos residenciais e industriais é lançada sem tratamento nos oceanos.
Outro problema vinculado à poluição dos oceanos também presente na Ásia é o acúmulo de resíduos plásticos, que são levados, por exemplo, à praia de diversas ilhas.
Paisagens e modos de vida
No imenso território asiático, a ampla diversidade dos ambientes naturais proporciona uma enorme pluralidade de modos de vida, que distingue os diversos povos do continente.
Nas regiões equatorial e tropical, por exemplo, onde se desenvolvem florestas densas e com alta biodiversidade, habitam povos tradicionais que sobrevivem da exploração dos recursos oferecidos pela natureza por meio de atividades como caça, pesca e extrativismo vegetal.
Algumas características do quadro natural do Japão, tais como o território composto de muitas ilhas, o litoral bastante recortado e a dinâmica das correntes marítimas, favoreceram o desenvolvimento das atividades pesqueiras e o elevado consumo de peixe no país.
Na Ásia Central, região caracterizada pela baixa umidade e pela presença das estepes e da vegetação de deserto, há povos nômades que vivem do pastoreio de ovelhas, camelos, vacas e cavalos. Para se proteger das condições climáticas adversas, caracterizadas pela grande amplitude térmica diária, a população dessa região desenvolveu um tipo de moradia, denominado iúrt, cujas estruturas de bambu ou madeira são recobertas por grossas camadas de feltro e lã, facilmente transportadas em carroças nos períodos de migração.
Já nas elevadas altitudes da Cordilheira do Himalaia, é comum que homens e mulheres também utilizem vestimentas espessas, feitas com pele de animais, capazes de suportar o clima caracterizado pelas baixas temperaturas ao longo do ano. As particularidades das roupas variam de acordo com os grupos étnicos e religiosos da região.
BALI, obra-prima dos deuses. Direção: Miriam . Estados Unidos, 1990. Duração: 52 bãrch . Documentário sobre a ilha de Bali, na Indonésia, onde a religião e a arte estão muito presentes no dia a dia de um povo que mantém suas tradições vivas. minutos
Regionalização da Ásia
Como você sabe, existem fórmas diferentes de regionalizar os espaços, que variam conforme os critérios escolhidos. Nesta Unidade, apresentaremos o continente asiático dividido em seis regiões: Ásia Setentrional, Sudeste Asiático, Ásia Central, Oriente Médio, Ásia Meridional e Extremo Oriente. Além disso, vamos conhecer um pouco sobre cada uma dessas porções da Ásia.
ÁSIA: REGIONALIZAÇÃO
Ásia Setentrional
A Ásia Setentrional abrange a porção asiática da Rússia em toda a sua extensão leste-oeste. Apresenta climas dos tipos polar e frio, com invernos longos e rigorosos, cujas temperaturas podem atingir até 50 graus Célsius negativos.
Suas formações vegetais estão adaptadas às rigorosas condições climáticas. Predominam a Taiga ou Floresta de Coníferas, que cobre grande parte da região e é intensamente explorada para a obtenção de madeira e celulose, e a Tundra, ao norte, uma vegetação rasteira muito resistente às baixíssimas temperaturas.
A hidrografia da Ásia Setentrional é formada por rios extensos, como o óbi, o ienísseie o Lena, bastante aproveitados para a geração de energia elétrica em seus trechos de planalto, ao sul. Boa parte dos cursos de água permanece congelada durante o inverno.
A região é ocupada por campos de exploração de petróleo e gás, além de grandes plantações agrícolas que se beneficiam do solo denominado tiernossion, rico em nutrientes.
Sudeste Asiático
A região do Sudeste Asiático é constituída:
- pela península da Indochina, localizada entre o golfo de Bengala e o Mar da China Meridional;
- pela península Malaia, entre o estreito de Málaca e o Mar da China;
- pelo arquipélago da Insulíndia (também conhecido como arquipélago Malaio), que se estende do oceano Índico ao oceano Pacífico.
As fórmas de relevo predominantes são os baixos planaltos e as planícies. Cabe ressaltar a presença de formações montanhosas, sobretudo na Indonésia. Os climas equatorial e tropical predominam na região, favorecendo a ocorrência de formações florestais exuberantes.
A Insulíndia abriga a Indonésia, região onde há grande incidência de vulcões e terremotos. Em 2004, um tsunami provocado por um abalo sísmico próximo ao litoral da Indonésia, no oceano Índico, atingiu países do Sudeste Asiático, da Ásia Meridional e da África. As ondas se propagaram a 800 quilômetros por hora. A catástrofe teve como consequência a morte de cêrca de duzentas e trintamil pessoas e deixou 125 mil feridos, além de 1,7 milhão de desabrigados.
Crescimento econômico
Alguns países do Sudeste Asiático, como Malásia, Cingapura, Tailândia e Indonésia, apresentaram grande crescimento econômico nas décadas de 1970 a 1990, impulsionado pela expansão das transnacionais japonesas e estadunidenses.
As empresas instalaram-se na região pelo baixo custo da mão de obra e das matérias-primas. Com a modernização e o capital trazidos pelas transnacionais, os governos locais fizeram amplos investimentos em educação, o que contribuiu para acelerar o crescimento regional.
O Vietnã, também situado no Sudeste Asiático, é formalmente uma república socialista. O país enfrenta a coexistência dos setores estatal e privado da economia e tenta atrair capitais estrangeiros que dinamizem seu desenvolvimento.
Ásia Central
A região da Ásia Central é composta de cinco países situados a leste do mar Cáspio: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadiquistão e Quirguistão (como pode ser observado no mapa “Ásia: regionalização”). Nesses países predominam populações eslavas e de origem turca, estas últimas majoritariamente muçulmanas.
Aspectos físicos
Com uma área de aproximadamente 4 milhões de quilômetros quadrados, a Ásia Central apresenta planícies e altos planaltos no leste, além de montanhas na divisa com o Oriente Médio (onde estão localizados Irã e Afeganistão).
A vegetação é constituída basicamente por estepesglossário e espécies típicas de áreas desérticas. Esse tipo de paisagem natural decorre do predomínio dos climas Semiárido e Desértico na região.
Dois grandes rios, o sir dária e o amú dária, localizam-se na rede hidrográfica da Ásia Central, que apresenta muitos cursos de água temporários devido aos baixos índices pluviométricos.
Dificuldades políticas e econômicas
A Ásia Central é marcada por conflitos entre etnias, agravados no passado pela relação comercial desigual com a Rússia. Esses conflitos favoreceram o surgimento de economias e estruturas sociais precárias, marcadas pela instabilidade política e pela miséria da população.
O clima da Ásia Central é desfavorável para a agricultura. Uma perspectiva de desenvolvimento da região está associada à exploração do petróleo na Bacia do mar Cáspio. Embora as reservas aparentemente não sejam tão abundantes quanto se imaginava, esse recurso vem impulsionando as economias do Cazaquistão e do Turcomenistão, que dividem o contrôle da Bacia do Cáspio com a Rússia, o Irã e o Azerbaijão.
Oriente Médio
A região asiática do Oriente Médio é habitada principalmente por árabes de maioria muçulmana. Compreende os seguintes países: Arábia Saudita, Iraque, Síria, Jordânia, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos, Catar, barêin, cuáit, Afeganistão, Israel, parte da Turquia, Irã e Líbano. Esse último apresenta o maior percentual de população cristã na região ( cêrca de 35%). As populações do Irã, do Afeganistão e da Turquia, embora de maioria islâmica, têm origem persa, pashtun e turca, respectivamente. Israel, com população majoritariamente judaica, é uma exceção.
O Oriente Médio é marcado por grandes conflitos geopolíticos, sobretudo entre árabes e judeus.
Aspectos físicos e econômicos
O relevo do Oriente Médio é constituído em grande parte por planaltos circundados por montanhas. Em geral, as planícies estão situadas entre o litoral e os conjuntos montanhosos. No interior da região, entre os rios Tigre e Eufrates, localiza-se a planície da Mesopotâmia, de grande valor histórico-cultural.
Os climas predominantes são o Desértico e o Semiárido, motivo pelo qual quase toda a região é constituída por desertos. As temperaturas variam de mais de 40 graus Célsius durante o dia a menos de 10 graus Célsius à noite. A alta amplitude térmica levou à concentração da população em cidades como Damasco, na Síria, e Riad, na Arábia Saudita, localizadas em regiões em que as águas subterrâneas afloram à superfície, formando oásis.
As formações vegetais predominantes são as estepes áridas e as plantas xerófilas (adaptadas a climas desérticos) e, nos locais de climas mais úmidos, a vegetação mediterrânea.
A região é conhecida por ser a grande produtora de petróleo do mundo. Ela abriga alguns dos maiores produtores mundiais, como Arábia Saudita, Irã e Iraque.
Ásia Meridional
A Ásia Meridional, ou subcontinente indiano, caracteriza-se por abrigar povos indianos e indochineses. Os países que a compõem são: Índia, Sri Lanka, Paquistão, Nepal, Butão e bãngladéch. (Observe o mapa “Ásia: regionalização”.)
Aspectos físicos
A região apresenta três grandes unidades de relevo: a Cordilheira do Himalaia, o Planalto do Decã e a planície Indo-Gangética.
A Cordilheira do Himalaia é uma cadeia de altas montanhas situada na fronteira da China com a Índia, localizada no Nepal e no Butão. Registra mais de 2.000 quilômetros de extensão e picos muito elevados, incluindo o éveres.
O planalto do Decã, na porção centro-sul da Ásia Meridional, é constituído por rochas muito antigas e desgastadas por processos erosivos.
A planície Indo-Gangética, situada entre a Cordilheira do Himalaia e o Planalto do Decã, é formada pela ação das águas das chuvas e dos rios Indo e Ganges.
O clima predominante é o tropical, sujeito ao regime das monções, cuja principal característica é a sucessão de um inverno relativamente sêco (novembro a fevereiro), uma estação quente e sem precipitações (março e abril) e um verão muito chuvoso (junho a setembro). O período sêco corresponde às monções de inverno; os quatro meses de chuva correspondem às monções de verão.
Desigualdades socioeconômicas
Considerando os aspectos econômicos, a Índia é o país mais importante da Ásia Meridional. A população indiana tem aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes e apresenta como uma de suas características mais significativas grandes desigualdades sociais. Outros problemas sociais também marcam a população da Índia, como elevado índice de analfabetismo entre os adultos, saneamento básico deficiente e numerosos casos de desnutrição infantil.
Extremo Oriente
O Extremo Oriente, região com grande variedade de paisagens, agrupa China, Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul, taiuã e Mongólia. (Observe novamente o mapa “Ásia: regionalização”.)
Aspectos físicos
O relevo do Japão é caracterizado pela presença de montanhas recentes, principalmente o monte Fuji, com mais de .3000 metros de altitude. O país-arquipélago tem mais de 200 vulcões, alguns dos quais estão ativos, e sofre frequentes abalos sísmicos. Isso acontece em virtude de sua instabilidade geológica, decorrente de sua localização no chamado Círculo de Fogo do Pacífico (região com aproximadamente .40000 quilômetros de extensão onde ocorrem cêrca de 90% dos abalos sísmicos e do vulcanismo do planeta).
Planaltos áridos, de até .2000 metros de altitude, ocorrem na Mongólia, enquanto extensas planícies dominam as paisagens da península da Coreia e da China. Verificam-se na região os climas Subtropical e Temperado, com influência das monções no Japão e na península da Coreia, que favorecem o desenvolvimento das florestas Subtropical e Temperada. No oeste da China, predominam os climas Frio de Montanha e Desértico, o que propicia o desenvolvimento de vegetação xerófila e de estepes, também encontradas na Mongólia, em razão dos climas Árido e Semiárido que ocorrem no país.
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Transcrição do áudio
Terremotos e tsunamis
[Música instrumental de fundo]
[Locutor] A ocorrência de terremotos e tsunamis é bastante comum em algumas regiões do planeta, em especial aquelas localizadas no chamado Círculo de Fogo do Pacífico. É o caso de alguns países asiáticos do Extremo Oriente e do Sudeste Asiático, como Japão e Indonésia.
Embora, nem todos os abalos sísmicos tragam consequências diretas para a população, alguns provocam grandes catástrofes, com prejuízos econômicos e humanitários incalculáveis.
Em 2004, por exemplo, na região da Indonésia, um tsunami provocou a morte de cerca de 230 mil pessoas e deixou mais de 1 milhão de desabrigados em 14 países. O tremor submarino atingiu a magnitude 9,1 –um dos maiores já registrados – e se propagou por centenas de quilômetros, chegando à costa das Maldivas e da Somália.
Em 2011, um tsunami que atingiu o Japão foi responsável pela morte de mais de 15 mil pessoas, além de ter causado danos em áreas urbanas e rurais. Também no Japão, esse fenômeno foi o responsável por um dos maiores acidentes nucleares do mundo, na usina nuclear de Fukushima. Oitenta por cento da radiação liberada no ambiente espalhou-se pelo Oceano Pacífico; o restante atingiu diretamente o Japão.
Como são fenômenos naturais, os terremotos e tsunamis não podem ser evitados; porém, graças ao desenvolvimento da tecnologia, as áreas de ocorrência já podem ser monitoradas, o que garante previsões com relativa antecedência e a consequente minimização dos danos causados por eles.
Na Indonésia e em outros países do Sudeste Asiático, boias marinhas com sensores que detectam a formação das ondas gigantes foram instaladas no mar, e sirenes avisam a população quando há risco de tsunamis. Embora o sistema ainda apresente falhas, ele deve contribuir para evitar grandes catástrofes.
O Japão, dentre os países que são mais atingidos por esses fenômenos sísmicos, conta com centenas de sismógrafos espalhados por seu território.
Esses aparelhos captam ondas de abalos terrestres e são capazes de reagir em caso de tremor, emitindo alertas alguns segundos antes de um terremoto se efetuar.
No caso de tsunamis, o tempo entre o alerta e a ocorrência das ondas gigantes costuma ser bem maior, o que faz com que mais pessoas possam se deslocar com tempo e segurança para um local seguro. O país possui um dos sistemas mais avançados de defesa civil do planeta.
Os alertas são transmitidos para a população nas rádios, em canais de TV e por aplicativos de celulares, que disparam um alarme em caso de tremor. Esses alertas são fundamentais para que a população tome medidas de proteção.
Desde cedo, nas escolas, as crianças recebem treinamentos sobre como agir em situações de emergência, e nas empresas é bastante comum que funcionários recebam treinamentos bimestrais ou trimestrais.
A engenharia civil e a arquitetura também trabalham em favor da redução de danos provocados por terremotos.
A tecnologia, portanto, tem permitido a obtenção de informações sobre esses eventos, o que possibilita o estudo de medidas para a proteção das populações e das cidades, reduzindo, assim, os prejuízos humanos e econômicos decorrentes desses temidos fenômenos sísmicos.
Desenvolvimento econômico
Em linhas gerais, o Extremo Oriente apresenta um bom nível de desenvolvimento econômico. O Japão é uma das maiores potências econômicas do planeta, e a China foi o país que apresentou o crescimento mais acelerado nas duas primeiras décadas do século vinte e um. Coreia do Sul e taiuã também se caracterizam pelo dinamismo de suas economias.
A Coreia do Norte, república socialista, conserva uma rígida economia planificada, de estilo soviético, e enfrenta sérias dificuldades. A Mongólia, socialista até 1990 e atualmente um Estado democrático de regime parlamentarista, é um país em desenvolvimento, cuja população vive sobretudo da agricultura e do pastoreio.
Mundo em escalas
As monções e o Himalaia
No Sudeste Asiático e na Ásia Meridional ocorrem os climas Subtropical, Equatorial e Tropical, este último sujeito ao regime das monções.
Durante as monções de verão, quando os ventos sopram do oceano Índico em direção ao continente, o Himalaia representa uma barreira para a entrada de umidade, contribuindo para a ocorrência de chuvas. Já nas monções de inverno, ao contrário, os ventos sopram da Ásia Central em direção aos oceanos, ao sul e ao sudeste, resultando em períodos secos e frios.
ÁSIA: MONÇÕES
Leia o texto e responda às questões a seguir.
A fôrça da monção asiática, o regime de chuvas de verão de países da região, diminuiu nos últimos 80 anos. É o oposto do que se esperava acontecer, tendo em vista o aquecimento global. A descoberta foi realizada por estudo de um time internacional de cientistas.
A origem da monção asiática é o contraste térmico entre o oceano e o continente. O contraste se fórma em função da radiação solar, que varia durante as estações do ano. No verão, ela provoca chuvas fortes e concentradas, fundamentais para agricultura e a indústria de países como a China e a Mongólia.
Vários fatores influenciam a fôrça das monções, entre os quais a insolação, as erupções vulcânicas e os aerossóis emitidos por atividades humanas. Segundo o estudo, pesquisas anteriores haviam detectado uma diminuição na fôrça da monção asiática desde por volta de 1970.
Ao mesmo tempo, a região experimentou um crescimento na concentração de aerossóis, particularmente no noroeste da China, ao longo das últimas décadas. Os cientistas procuraram investigar se as alterações na monção estariam associadas à variabilidade natural, ou se poderiam ser atribuídas ao aumento dos aerossóis.
reticências
MONÇÕES da Ásia perderam fôrça. Ciência e Clima, São Paulo, 6 junho. 2019.
- Que fenômeno é abordado com destaque no texto? Por que esse fenômeno pode ser considerado surpreendente?
- Entre as possíveis causas do fenômeno estudado, quais estão sendo investigadas pelos cientistas?
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
1. Copie no seu caderno o quadro, completando-o com o que foi estudado neste Capítulo.
Regionalização da Ásia |
Países |
Características políticas e econômicas |
---|---|---|
Ásia Setentrional |
||
Sudeste Asiático |
||
Ásia Central |
||
Oriente Médio |
||
Ásia Meridional |
||
Extremo Oriente |
2. Leia a notícia a seguir.
A nova ilha, que nasceu em meados de novembro de 2013 por uma forte atividade vulcânica, não para de crescer. Agora mede aproximadamente 1.950 metros de leste a oeste e 1 800 de norte a sul, no total 2,45 quilômetros quadrados, segundo a guarda costeira.
Estes [os guardas costeiros] realizam missões regulares de reconhecimento aéreo para verificar o estado da ilha que surgiu em meio ao pequeno arquipélago de ogasauára.
É a primeira vez em 40 anos que emerge uma ilha nesta zona meridional do Japão. A recém-nascida, muito frágil inicialmente, tem cada vez mais chances de sobreviver.
No Japão, zona sísmica e vulcânica, surgiram entre quatro e cinco ilhas desde o fim da guerra do Pacífico, uma delas em 1986, que desapareceu em dois meses, e outra em setembro de 1973 também em nixinoximá.
Cresce ilha vulcânica que surgiu em 2013 ao sul de Tóquio. gê um, 27 fevereiro. 2015. Seção Natureza. Disponível em: https://oeds.link/csjziO. Acesso em: 26 abril. 2022.
- Qual é o fenômeno comentado na notícia?
- Por que surgem e desaparecem ilhas no arquipélago japonês?
- As frases a seguir tratam das características naturais de algumas regiões da Ásia. Reescreva-as em seu caderno, completando as lacunas adequadamente.
- A lacuna é composta de cinco países situados no leste do mar Cáspio, apresentando relevo de lacuna e lacuna no leste, além de lacuna na divisa com o Oriente Médio. A vegetação é de estepes e há lacuna em decorrência dos climas lacuna e lacuna .
- A região do lacuna compreende as penínsulas da lacuna e lacuna , além do arquipélago da . As lacuna fórmas de relevo são os lacuna e as , predominando os climas lacuna lacuna e . Nessa sub-região há incidência de terremotos, vulcões e lacuna tsunamis.
- A região do lacuna apresenta relevo constituído por planaltos circundados por montanhas e planícies litorâneas, com destaque para a planície da , formada pelos rios lacuna lacuna e . Os climas predominantes são o lacuna lacuna e o . lacuna
- Responda às questões com base na imagem e na legenda.
- Quais são as principais causas de desmatamento no Sudeste Asiático?
- A poluição gerada pelo incêndio florestal é um problema só de quem a produz?
CAPÍTULO 11 População, diversidade cultural e economia
A Ásia é o continente mais populoso do mundo. Possui regiões muito povoadas e outras com índices baixos de povoamento, por serem desérticas ou montanhosas.
A variedade religiosa também caracteriza o continente asiático, considerado o berço das três maiores religiões do planeta: o cristianismo, o islamismo e o hinduísmo. Muitas outras religiões são praticadas no continente, como o xintoísmo, no Japão, o judaísmo, em Israel, e o budismo, na China.
Existem no continente países com maior desenvolvimento, como Japão e Coreia do Sul, que apresentam economias dinâmicas, mão de obra altamente qualificada e altos níveis socioeconômicos; outros com índices altos e medianos, mas que apresentaram crescimento nas últimas décadas, como a China e os Tigres Asiáticos; e, finalmente, países com baixíssimos índices de desenvolvimento, como o Afeganistão e o Iêmen.
As atividades econômicas são muito diversificadas: há a prática da agricultura de subsistência, com pouca produtividade, a presença de indústrias que empregam mão de obra barata, campos com agricultura altamente mecanizada, indústrias que empregam alta tecnologia e elevados investimentos em pesquisa e ciência.
A população da Ásia
A Ásia reúne mais da metade da população mundial. A Índia e a China são os países mais populosos do continente – e do mundo –, somando cêrca de 2,8 bilhões de habitantes.
A distribuição da população pelo continente é irregular. Há áreas onde a densidade demográfica ultrapassa .1000 habitantes por quilômetro quadrado, como Bangladesh, e outras que registram menos de 10 habitantes por quilômetro quadrado, como desertos e altas montanhas.
PLANISFÉRIO: DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2020)
Políticas de contrôle demográfico
Em termos absolutos, a população asiática está em crescimento. Os fatores que colaboram para esse fenômeno são as elevadas taxas de natalidade, associadas à redução da mortalidade ao longo do século vinte, possibilitadas pela melhoria das condições de higiene e pela ampliação do atendimento médico-hospitalar. No entanto, em termos relativos, a população tende a crescer menos na maioria dos países asiáticos, em alguns casos em decorrência de esforços governamentais para reduzir as taxas de natalidade.
Assim, alguns países chegaram a adotar medidas de contrôle de natalidade, como a Índia, que tem como principal política a esterilização de mulheres. Outro país conhecido por suas políticas de natalidade é a China, que durante mais de 30 anos proibiu casais de terem mais de um filho. Apenas os casais que vivessem no meio rural poderiam ter dois filhos, caso o primeiro fosse menina. Porém, em 2015, com as quedas das taxas de natalidade, o país começou a permitir que todos os casais tivessem dois filhos.
Desigualdades socioeconômicas
A Ásia é um continente marcado por desigualdades sociais. Grande parcela da população asiática é analfabeta e tem baixo poder aquisitivo.
Embora os indicadores sociais tenham apresentado melhora nos últimos anos, as taxas de mortalidade infantil continuam elevadas, e a expectativa de vida permanece baixa. No final da década de 2010, o analfabetismo atingia 61% dos afegãos e 42% dos paquistaneses.
Os melhores índices educacionais da Ásia são encontrados no Japão, na Coreia do Sul e em Israel, que possui quase 100% da população alfabetizada e mão de obra altamente qualificada.
O í dê agá (acompanhe exemplos no quadro) indica o nível de desenvolvimento humano de diferentes países. Já o Índice de Gini é utilizado para medir o grau de desigualdade na distribuição de renda em um país. Nesse índice, zero representa a igualdade absoluta e 100 a desigualdade absoluta (observe o mapa “Planisfério: distribuição de rendimentos (2018)”).
País |
IDH |
Nível de desenvolvimento |
Lugar no ranking |
---|---|---|---|
Japão |
0,919 |
Muito alto |
19 |
Coreia do Sul |
0,916 |
Muito alto |
23 |
Malásia |
0,81 |
Alto |
62 |
China |
0,761 |
Alto |
85 |
Turcomenistão |
0,715 |
Médio |
111 |
Índia |
0,654 |
Médio |
131 |
Síria |
0,567 |
Baixo |
151 |
Afeganistão |
0,511 |
Baixo |
169 |
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Global Human Development Indicators. Human Development Reports Nova . Seção iórque Country Profiles. Disponível em: https://oeds.link/0vGWCg. Acesso em: 27 . 2022. abril
PLANISFÉRIO: DISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTOS (2018)
Ler o mapa
- O que significam as cores mais escuras na legenda e no mapa?
- Compare a desigualdade na distribuição de rendimentos nos países do continente asiático e no Brasil.
Urbanização e pressão sobre o meio ambiente
Apesar de a população asiática ser predominantemente rural, existem no continente grandes aglomerações urbanas, como em Tóquio, em Jacarta, em Nova Délhi e em Manila.
As grandes concentrações populacionais ocorrem sobretudo nas regiões litorâneas, como o que se observa na China, no Vietnã e na Índia, mas também aparecem nas regiões interioranas que contam com a presença de grandes rios, como o ruãng rô (Amarelo) e o iãn sei (Azul), na China, o Ganges, na Índia, e o Indo, no Paquistão.
Como em outras regiões do planeta, a alta concentração populacional nas margens dos rios é preocupante, porque significa uma enorme pressão sobre as águas, que sofrem com a poluição e outros problemas ambientais, comprometendo o abastecimento da população.
Nas regiões com aglomerações urbanas, especialmente nos países em desenvolvimento, grande parte da população vive em situações precárias, com infraestrutura deficitária, como falta de saneamento básico e ausência de transporte público de qualidade. Países como o Afeganistão, o Camboja, a Índia, bãngladéch e Nepal apresentam grandes parcelas de sua população urbana vivendo em favelas.
Tóquio (Japão) |
39,1 |
Jacarta (Indonésia) |
35,4 |
Nova Délhi (Índia) |
31,9 |
Manila (Filipina) |
24 |
Seul (Coreia do Sul) |
22,4 |
Mumbai (Índia) |
22,2 |
Xangai (China) |
22,1 |
Elaborado com base em dados obtidos em: LARGEST urban agglomerations worldwide inby population. Statista, 2022. Seção . Disponível em: istatistiquis https://oeds.link/HUBg8C. Acesso em: 30 . 2022. abril
Em prática
Desigualdade de gênero
As desigualdades sociais do continente asiático também podem ser observadas por meio das diferenças nas relações de gênero, isto é, nos tratamentos distintos dados a homens e mulheres. As desigualdades de gênero ocorrem na discriminação contra as mulheres nas distintas oportunidades de trabalho, nas diferenças salariais, nos baixos indicadores de ensino formal feminino e até nos elevados índices de violência doméstica.
Algumas regiões do continente asiático, quando comparadas com outras regiões do mundo, apresentam indicadores mais alarmantes em diversos aspectos das desigualdades de gênero.
Segundo projeções da ônu, em 2019, cêrca de 9 milhões de meninas entre 6 e 11 anos no mundo todo nunca iriam ter acesso à educação formal, ou seja, não iriam encontrar em momento algum da vida a oportunidade de ir à escola e aprender a ler e a escrever. Em contrapartida, a mesma situação deveria afetar um número bem menor de meninos, cêrca de 3 milhões. Esse tipo de desigualdade é especialmente grave na África Subsaariana e em alguns países da Ásia, como o Afeganistão e o Paquistão.
No mapa, é possível visualizar os índices de desigualdade de gênero em diversos países. Quanto maior o índice, maiores são as disparidades entre homens e mulheres.
PLANISFÉRIO: DESIGUALDADE DE GÊNERO (2019)
A igualdade de gênero deve ser um interesse de todos, pois a discriminação contra as mulheres prejudica a sociedade inteira, perpetuando as injustiças sociais.
- Que recurso visual foi empregado no mapa para representar o índice de desigualdade de gênero?
- De acordo com o mapa, quais países do continente asiático apresentam elevados índices de desigualdade de gênero?
Diversidade cultural e religiosa
A Ásia abriga diversos povos e culturas. No continente, coexistem muitas línguas e dialetos. Os idiomas mais difundidos são o mandarim, o hindi, o árabe, o japonês, bem como os idiomas eslavos e o inglês.
No que diz respeito às religiões, observa-se a prática do islamismo no Oriente Médio e parte da Ásia, do hinduísmo e do budismo na Ásia Meridional e no Sudeste Asiático. O cristianismo é praticado por diversos grupos dispersos pelo continente.
No entanto, nem sempre a pluralidade religiosa na Ásia se baseia na tolerância e na boa convivência entre os povos. Na atualidade, existem no continente conflitos religiosos e territoriais, por exemplo, entre árabes e judeus em Israel e na Palestina, tibetanos e chineses no Tibete, muçulmanos, hinduístas e sikhsglossário na Caxemira. Um estudo de 2019 abrangendo 198 países identificou que, entre os oito com os mais elevados índices de hostilidades envolvendo a religiosidade, sete se encontravam na Ásia. Observe os dados do quadro.
Índia |
Ásia |
Paquistão |
Ásia |
Sri Lanka |
Ásia |
Síria |
Ásia |
Iraque |
Ásia |
Líbia |
Ásia |
Israel |
Ásia |
Nigéria |
África |
Elaborado com base em dados obtidos em: PEW Research Center. Countries with very high social hostilities involving religion. In: PEW RESEARCH CENTER. Globally, social hostilities related to religion decline in 2019... Washington, D.C: Pew Research Center, 2021.Disponível em: https://oeds.link/jNxXyw. Acesso em: 30 . 2022. abril
Integrar conhecimentos
Geografia e História
Ásia: berço das religiões
As três maiores religiões em número de seguidores do mundo originaram-se na Ásia: o cristianismo, o islamismo e o hinduísmo. Observe o infográfico.
Características dos principais grupos religiosos presentes na Ásia
- Elabore um breve texto descrevendo a distribuição espacial das principais religiões do continente asiático.
- Cite as principais diferenças e semelhanças entre as três maiores religiões que se originaram na Ásia.
Agropecuária
Grande parte da população da Ásia se concentra em áreas rurais, e suas atividades estão voltadas para o setor primário da economia. A agropecuária e a exploração dos recursos naturais são atividades fundamentais, sobretudo para os países em desenvolvimento no continente.
Agricultura
A agricultura praticada na Ásia varia em termos do tipo de cultura, do nível de tecnologia empregada e do destino da produção. Em geral, as atividades agrícolas no continente asiático são realizadas com pouca tecnologia, baixo nível de mecanização e emprego de mão de obra familiar, e a produção é destinada basicamente ao consumo interno. Vários povos praticam a agricultura de subsistência, para consumo da própria família. Porém, há países, como Japão e Israel, que empregam técnicas modernas com alta produtividade.
Em áreas tropicais, são comuns as plantations, propriedades agrícolas cuja produção é voltada para a exportação. Resquício do colonialismo europeu, nessas propriedades agrícolas monocultoras são cultivados produtos tropicais, como café, tabaco, algodão, frutas, chá, cana-de-açúcar, entre outros.
A rizicultura ocupa grandes áreas de plantio no continente asiático. China e Índia são os dois maiores produtores mundiais de arroz, seguidos por bãngladéch e Vietnã. Os cereais são plantados em regiões mais setentrionais, como Cazaquistão, Uzbequistão e Rússia.
Pecuária
A pecuária na Ásia é praticada, principalmente, de fórma extensiva, e a maior parte da produção é voltada para a subsistência. Os principais rebanhos são de bovinos, suínos, ovinos e bufalinos.
Esse tipo de atividade é realizado em amplas extensões de terra na Ásia Central e no Oriente Médio, áreas com vegetação de baixo porte (como as estepes) utilizadas como pastagens.
Indústria
Nos últimos anos, o continente asiático passou por um processo de intensa industrialização, que ficou concentrado, porém, em alguns países. De modo geral, o crescimento econômico e industrial asiático ocorreu por meio de políticas de curto e médio prazos, que atraíram indústrias de outros países em combinação com altos investimentos em educação e desenvolvimento de tecnologia.
Entre os países asiáticos, o Japão figura como o mais industrializado, apresentando modernos sistemas de produção, que são referências mundiais nos setores de informática, robótica, eletroeletrônico e automobilístico.
A indústria da Coreia do Sul, embora seja mais recente, atua em diversos setores, desde automobilístico até o naval. O crescimento da indústria de alta tecnologia nestes países está diretamente ligado aos volumosos recursos investidos em universidades e institutos de pesquisa.
No Sudeste Asiático, o processo de industrialização ocorreu de maneira acelerada nas últimas décadas em taiuã, Coreia do Sul, Cingapura, Róng Kóng e, mais recentemente, na Malásia, no Vietnã, na Indonésia, nas Filipinas e na Tailândia. Nesse grupo de países, os parques industriais se desenvolveram principalmente por meio da produção e da exportação em larga escala de artigos com preços altamente competitivos no mercado internacional.
A Índia também apresentou considerável crescimento industrial nas últimas décadas, sobretudo nos setores mecânico, têxtil, siderúrgico e de informática. O nível de instrução mais elevado de uma parcela da população indiana formou uma elite atuante em setores de tecnologia sofisticada, entre os quais sobressaem os de informática, microeletrônica e medicamentos.
Já a China tem apresentado um dos mais elevados índices de crescimento do mundo, em boa parte em razão da mão de obra abundante e barata, da grande disponibilidade de matéria-prima e da presença de um mercado consumidor crescente.
ATIVIDADES
Faça as atividades no caderno.
1. Com base no gráfico, o que é possível afirmar sobre a população asiática?
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO EM PAÍSES ASIÁTICOS SELECIONADOS (2020)
2. Leia a notícia a seguir sobre o fim da política do filho único na China.
O Partido Comunista da China anunciou nesta quinta-feira (29) o fim da política do filho único, permitindo que agora cada casal tenha até dois filhos.
O anúncio foi feito na reunião anual do partido. Todos os casais do país poderão agora ter dois filhos, uma reforma que põe fim a mais de 30 anos da política que limitava os nascimentos no país.
Desde o fim de 2013 a China já adota medidas de relaxamento do contrôle de natalidade. Apesar das mudanças, pesquisas mostraram que o número de chineses que querem ter o segundo filho ficou abaixo do esperado.
reticências
O governo chinês sempre defendeu que a restrição ao número de filhos, sobretudo em áreas urbanas, contribuiu para o desenvolvimento do país e para a saída da pobreza de mais de 400 milhões nas últimas três décadas. No entanto, também admitiu que estava chegando a hora de essa política ser encerrada.
O envelhecimento rápido da população está entre os efeitos secundários mais prejudiciais da política do filho único para a China. reticências
China acaba com a política do filho único e permitirá duas crianças por casal. gê um, 29 outubro. 2015. Seção Mundo. Disponível em: https://oeds.link/mj1VTV. Acesso em: 30 abril. 2022.
- Por que o governo chinês estabeleceu a política do filho único?
- Qual problema a China provavelmente enfrentará em decorrência dessa política?
- Na sua opinião, por que os chineses não querem ter mais filhos?
Ser no mundo
Desenvolvimento industrial chinês e meio ambiente
A população chinesa está espalhada de fórma desigual no território. A porção oeste apresenta vazios demográficos em virtude da presença de áreas desérticas e de elevadas altitudes, que dificultam a ocupação. É nessa região que está situada a província de quíngái, grande parte localizada em deserto. Atualmente, abriga cêrca de 6 milhões de habitantes, de diversos grupos étnicos, como os rã (54%) e os tibetanos (21%). Observe a localização da província no mapa e, em seguida, leia a reportagem.
CHINA: LOCALIZAÇÃO DA PROVÍNCIA DE quíngái
A poluição atinge até o paraíso mais remoto da China
Luta contra a degradação ambiental é uma prioridade na agenda do Partido Comunista
Os vales alpinos da província de quíngái, no oeste da China, parecem um paraíso. As pradarias se estendem até onde a vista alcança. O ar é tão puro que duas irmãs acabam de abrir uma loja on-line para vendê-lo em saquinhos. No seu solo se encontra o maior parque de energia solar da China; durante uma semana neste verão, a região se abasteceu exclusivamente de energias limpas. O Planalto Tibetano, do qual é parte, é chamado de “o terceiro polo” do mundo e considerado o grande pulmão desta China asfixiada pela poluição atmosférica.
Mas mesmo neste paraíso há zonas com veneno. “Os nossos animais andaram perdendo os dentes, por causa da poluição”, queixa-se dórdji, um camponês de 40 anos, de etnia tibetana, assentado em daotâng, uma pequena localidade a cêrca de 100 quilômetros de chiníng, capital e um dos centros industriais da província.
dórdji atribui os problemas dos seus rebanhos, e de outros da região, à poluição que chega de chiníng, uma cidade que nos últimos anos figurou entre as mais contaminadas da China. É difícil afirmar com segurança, pois mineradoras também atuam nessa mesma área e são apontadas por outros pecuaristas como as culpadas. reticências
reticências O meio ambiente pagou o preço da rápida industrialização e crescimento econômico da China. Não se trata só do ar: dois terços dos rios do país estão sujos, alguns a tal ponto que o consumo da sua água é perigoso para seres humanos e animais. Quase 20% do solo cultivável contém elementos nocivos.
A China declarou “guerra à poluição” em 2014, depois que sucessivos episódios graves de poluição em Pequim deram a volta ao mundo. Desde então, o Governo adotou medidas como o fechamento de fábricas sujas, a imposição de duros padrões de emissões e inspeções rigorosas. Criou planos de ação específicos para lutar contra a poluição do ar, do solo e da água. reticências Segundo a ônguiGreenpeace, na última primavera chinesa um terço das cidades teve piora na qualidade do ar em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nem mesmo as províncias menos industrializadas se livram da poluição e da mudança climática causadas pela ação humana.
reticências
Os ambientalistas denunciam com regularidade os efeitos nocivos dessa exploração para o ecossistema de uma zona vital para a China e o mundo, onde nascem alguns dos principais rios da Ásia. Para a população tibetana, que se ressente dos efeitos sobre a água e os pastos, a exploração mineral representa um ataque aos seus valores religiosos e a uma natureza com a qual há séculos convivem em harmonia. Ativistas pressionam para que algumas áreas de quíngái sejam declaradas “lugares naturais sagrados”, sob o contrôle da comunidade tibetana.
lí, Macarena Vidal. A poluição atinge até o paraíso mais remoto da China. El País, 17 outubro. 2017. Seção Internacional. Disponível em: https://oeds.link/PfcsnF. Acesso em: 30 abril. 2022.
De acordo com o que foi exposto no texto, responda:
- Quais problemas vêm sendo enfrentados pela população tibetana da província de quíngái?
- Quais medidas vêm sendo adotadas pelo governo chinês para frear os impactos socioambientais provocados pelo intenso desenvolvimento industrial das últimas décadas?
Glossário
- Permafrost
- Tipo de solo que fica congelado durante o ano inteiro. Muito comum na região ártica, é composto de terra, rochas e água em estado sólido (gelo).
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- Estepe
- Formação vegetal rasteira dominada por gramíneas em regiões marcadas por baixas precipitações.
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- Sikhs
- Seguidores do , religião com aproximadamente 500 anos de existência, originária da região do Punjab (localizada entre a Índia e o Paquistão). Esse grupo reúne siquísmo cêrca de 25 milhões de pessoas, que desejam criar um Estado independente com base em sua identidade religiosa.
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