UNIDADE um  Organização política e economia mundial

Fotografia. Vista horizontal para um amplo boulevard entrecortado por uma rua e uma avenida. No centro da foto, uma multidão de pessoas circula pela calçada larga do boulevard entre placas de propaganda, postes e guarda-sóis fechados. Na avenida há um automóvel amarelo e no cruzamento com a rua, algumas bicicletas. Nas laterais, diversos edifícios ocupados por estabelecimentos comerciais, cuja fachada é composta por grandes painéis e placas coloridas e luminosas. Ao fundo, edifícios e arranha-céus espelhados com grandes painéis e placas coloridas e luminosas.
Pessoas caminham pela Times Square, uma das áreas mais conhecidas da cidade de Nova iórque, Estados Unidos (2021), cidade que é considerada o centro do capitalismo mundial.
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade relaciona-se às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: O sujeito e seu lugar no mundo, Conexões e escalas e Mundo do trabalho.

A Unidade trabalhará as Competências Gerais da Educação Básica número 2 e número 7, transcritas nas “Orientações Gerais” deste Manual do Professor.

Em consonância com as Competências Específicas do Componente Curricular Geografia, os conteúdos trabalhados nesta Unidade objetivam orientar os estudantes a: (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (4) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

São trabalhados na Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura.
  • Corporações e organismos internacionais.
  • As manifestações culturais na formação populacional.
  • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização.
  • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente.
  • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial.
  • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas.
  • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras fórmas de representação para analisar informações geográficas.
Fotografia. Destaque para uma manifestação, composta por diversas pessoas usando máscaras de proteção no rosto e segurando cartazes em tons de roxo, preto e amarelo com as mensagens: Respect Black Lives; Respect Home Care; Home Care Workers Care for America; entre outras.
Profissionais da saúde e ativistas realizam manifestação em Washington, Estados Unidos (2021). Em países capitalistas como os Estados Unidos, o setor privado é o principal provedor de bens e serviços, mas o Estado ainda exerce bastante influência na vida da população por meio de leis e regulamentações.

Ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos e a União Soviética despontaram como as duas superpotências mundiais. Os dois Estados confrontavam regimes diferentes em termos políticos, sociais e econômicos, pois a União Soviética era um país socialista, e os Estados Unidos tinham se consolidado como o maior representante global do capitalismo.

Apesar da aliança na luta contra os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, com o fim do conflito as diferenças ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética tornaram-se evidentes, levando as duas potências à disputa pela hegemonia mundial.

Você sabe quais são as características do capitalismo e do socialismo? Nesta Unidade, vamos estudar como esses dois sistemas vigoraram no mundo e como chegamos à atual economia e sociedade globais.

Você verá nesta Unidade:

O capitalismo e suas características

O socialismo e suas características

A ordem bipolar

A economia global

A globalização e a mundialização

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

A primeira Unidade do 9º ano introduz conceitos essenciais para que os estudantes compreendam o atual cenário político e econômico em escala mundial. Desenvolveremos o entendimento a respeito da configuração mundial após a Segunda Guerra e o surgimento da ordem bipolar até o contexto da Nova Ordem Mundial. Dessa fórma, abordaremos as características dos sistemas capitalista e socialista, colocando o processo da globalização como transformador das relações entre os países, além de aproximar os estudantes do entendimento a respeito das organizações mundiais e dos papéis que estas desempenham nesse cenário. Eles serão incentivados a compreender as relações existentes entre o modelo econômico vigente e as consequências sociais relacionadas às contradições próprias do capitalismo.

As imagens que ilustram as duas páginas introdutórias desta Unidade retratam faces diferentes da realidade dos Estados Unidos, maior representante do capitalismo mundial. A primeira fotografia mostra a grande circulação de pessoas e os vários painéis luminosos na Times Square, em Nova iórque, um símbolo do poder econômico-financeiro dos Estados Unidos e do mundo globalizado. A segunda fotografia, que retrata uma manifestação de trabalhadoras que pressionavam os parlamentares a aprovar medidas que poderiam trazer benefícios para a população, alude à existência de dificuldades e problemas sociais que atingem parte importante da população estadunidense, mesmo vivendo no país mais rico do mundo.

A análise das imagens pode contribuir para reflexões sobre as contradições próprias do sistema capitalista.

CAPÍTULO 1  O capitalismo, o socialismo e suas características

Após a segunda metade do século vinte, o mundo estava dividido em dois blocos com sistemas políticos, sociais e econômicos opostos: o bloco capitalista e o bloco socialista.

O bloco dos países capitalistas alinhava-se a um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de produçãoglossário e pelo trabalho assalariado, que é o pagamento pela atividade desempenhada pelo trabalhador. Esse bloco era influenciado principalmente pelos Estados Unidos.

Já o bloco dos países socialistas adotava, entre outras políticas, a estatização, sistema em que as terras e os meios de produção pertencem ao Estado, e o pleno emprego, isto é, a garantia de emprego a todos os trabalhadores. Esse bloco era influenciado principalmente pela União Soviética.

Ao longo deste Capítulo, vamos conhecer as principais características dos sistemas capitalista e socialista. Vamos também estudar a bipolaridade da ordem política mundial, a divisão entre os países europeus e a dissolução do bloco socialista.

Fotografia. No centro da imagem, em destaque, o perfil de um muro alto e grafitado dividindo duas paisagens urbanas distintas. À esquerda do muro, duas pessoas vestidas com um uniforme azul caminham sobre uma calçada de concreto. À direita do muro, uma pessoa vestindo um agasalho rosa, máscara de proteção e gorro caminha com as mãos no bolso sobre uma calçada de concreto com gramado margeando à direita e à esquerda.
Pessoas caminham em trecho remanescente do Muro de Berlim, símbolo da divisão do mundo em dois blocos opostos. Berlim, Alemanha (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Após uma breve sistematização dos conteúdos abordados no Capítulo, serão desenvolvidas as características dos sistemas capitalista e socialista. Para tanto, os estudantes terão contato com os conceitos das fases do capitalismo comercial, industrial e financeiro, com ênfase nos impactos econômicos e sociais desse sistema em nível mundial. As características do sistema socialista também serão abordadas, possibilitando aos estudantes reconhecer as principais diferenças entre os sistemas, até a fase da dissolução do bloco soviético.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero nove gê ê zero um: Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

ê éfe zero nove gê ê zero seis: Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

ê éfe zero nove gê ê zero oito: Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

ê éfe zero nove gê ê um zero: Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania.

ê éfe zero nove gê ê um um: Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

Orientação

Para iniciar o desenvolvimento da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero um, enfatize que a estruturação do capitalismo foi fundamental para a consolidação de potências econômicas no continente europeu.

O sistema capitalista

O sistema econômico e social capitalista, ou capitalismo, desenvolveu-se na Europa durante o declínio do feudalismo no final do século quinze. Lentamente, ele se sobrepôs ao feudalismo e tornou-se predominante a partir do século dezoito.

A sociedade capitalista se estruturou pela relação entre duas classes sociais: a burguesia e o proletariado. A burguesia detém os meios de produção necessários à produção de bens e mercadorias. Já o proletariado é constituído pelos trabalhadores, que, por não possuírem meios de produção, vendem sua fôrça de trabalho por meio do trabalho assalariado.

Fases do capitalismo

Considerando seu processo de desenvolvimento, o capitalismo é classificado em três fases: capitalismo comercial, capitalismo industrial e capitalismo financeiro.

Capitalismo comercial

Essa fase foi marcada pela produção artesanal, pelo desenvolvimento da manufatura e pela expansão marítima – com as Grandes Navegações iniciadas no final do século quinze –, que possibilitou aos europeus a exploração de territórios que até então desconheciam.

O artesanato e a manufatura

As principais fórmas de produção de mercadorias no capitalismo comercial eram o artesanato e a manufatura. No artesanato, o artesão trabalhava sozinho, manualmente, usando as próprias ferramentas. Ele era, portanto, dono dos meios de produção e do resultado de seu trabalho.

Na manufatura, a técnica também era artesanal, mas as tarefas eram desempenhadas por grande número de trabalhadores sob a direção de uma pessoa, que era dona dos meios de produção e do produto final. Nessa etapa, intermediária entre o artesanato e a indústria, tiveram início a divisão de tarefas e o emprego de máquinas simples.

Ilustração. No primeiro plano, um homem vestindo uma boina cinza, avental azul e camiseta bege está sentado de frente para uma mesa baixa, pintando um vaso de cerâmica marrom com o auxílio do pincel. Sobre a mesa, há pequenos recipientes de cerâmica marrom e um pano branco. Ao lado da mesa, diversos vasos de cerâmica marrom enfeitados com pintura. No segundo plano, uma estante com diversos vasos de cerâmica marrom sem pintura dispostos nas prateleiras e um lustre na parede.
Ilustração. No primeiro plano, quatro homens de camiseta e avental ao redor de uma bancada manuseiam sapatos e ferramentas. Sobre a bancada, há outros pares de sapato, recipientes de cerâmica marrom, linhas e ferramentas. No segundo plano, um homem segurando um par de sapato em frente a uma estante com prateleiras e diversos outros pares dispostos.
Na primeira ilustração, observe a produção artesanal de cerâmica. Na segunda, observe uma manufatura de sapatos, com maior número de trabalhadores.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Trabalhe a leitura do boxe que aborda as mudanças nos sistemas de produção compreendidos pelo artesanato e pela manufatura como fórma de contextualizar parte das transformações estruturais que marcaram a sociedade europeia na transição do feudalismo para o capitalismo. É importante que os estudantes reconheçam as mudanças tecnológicas e na organização da fôrça de trabalho, considerando que o advento do capitalismo ocorre na esteira da busca contínua pela maximização dos lucros empresariais. Portanto, as mudanças nos sistemas produtivos, entre outros aspectos, eram estimuladas por essa demanda.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um zero e ê éfe zero nove gê ê um um.

As Grandes Navegações propiciaram às principais potências europeias da época implantar o sistema colonial em diversas regiões do mundo. Os territórios colonizados se tornaram fornecedores de mão de obra escravizada, de matérias-primas e de metais preciosos e consumidores dos bens produzidos nos países europeus (metrópoles).

O comércio de mercadorias e a exploração das colônias, ao longo dos séculos dezesseis a dezoito, possibilitaram a ampliação da acumulação de capitalglossário pela burguesia europeia. Observe no mapa a seguir as principais rotas comerciais do período.

PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS ROTAS COMERCIAIS (SÉCULOS dezesseis A dezoito)

Mapa. Planisfério: principais rotas comerciais - séculos 16 a 18. Mapa apresentando as principais rotas da prata, do açúcar, das especiarias e de escravizados no período retratado. Rota da prata: Seta de direção dupla entre Peru e o Sul da América Central pelo Oceano Pacífico. Seta parte do Sul da América Central em direção à Portugal e Espanha, atravessando as ilhas do Caribe e o Oceano Atlântico Norte. Rota do açúcar: Seta parte da costa Nordeste do Brasil em direção à Portugal e Espanha, atravessando Oceano Atlântico Sul e Norte. Rota das especiarias: Setas partem da África em direção à Ásia, contornando o litoral oeste, sul e leste do continente africano. Destaque para São Tomé e Benguela na costa oeste e Zanzibar na costa leste da África. De Zanzibar a seta segue em direção à Goa, na costa oeste da Índia. Setas partem da costa Nordeste da Índia e seguem em direção ao Ceilão (atual Sri Lanka) e Tailândia. Seta parte do Ceilão em direção à Indonésia, China, Filipinas e Oceania. Seta de direção dupla entre Ceilão e Sul da África. Rota de escravizados: Seta parte da costa Sudeste da África em direção à costa Sudeste brasileira, atravessando o Oceano Atlântico Sul. Seta parte da costa Leste da África em direção à costa Nordeste brasileira, atravessando o Oceano Atlântico Sul. Seta parte da costa Noroeste da África em direção à América Central e ilhas do Caribe. Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.465 quilômetros.
Fonte: MORAES, Ana M. de; RESENDE, Maria E. Lage de. Atlas histórico do Brasil. Belo Horizonte: Vigília, 1987. página 24.

A partir do fim do século dezenove, as potências europeias decidiram controlar definitivamente territórios asiáticos e africanos, de menor desenvolvimento econômico, em um processo denominado neocolonialismo. Dessa maneira, conquistaram territórios – por intermédio de relações diplomáticas, cooptação de líderes locais e das fôrças militares – e impuseram seus interesses econômicos, políticos e culturais.

Com o neocolonialismo, consolidou-se a divisão do mundo em Ocidente e Oriente, marcada pela relação de poder e de dominação europeia sobre os Estados orientais. A intensificação dessa relação favoreceu maior intercâmbio entre os povos dessas duas grandes regiões do mundo. Porém, o conhecimento sobre os orientais foi construído com base em estereótipos, fruto de uma visão eurocêntricaglossário sobre as características culturais, isto é, línguas, costumes, história etcétera.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante ressaltar aos estudantes que a Revolução Industrial e a consequente transição das fases do capitalismo não aconteceram de maneira igual em todos os países. Ainda existem países com indústrias pouco desenvolvidas e dependentes de capital externo, como será explorado adiante.

Oriente os estudantes a relacionar a exploração de colônias na América, na África e na Ásia à acumulação de capital que culminou com o desenvolvimento industrial europeu, em detrimento das outras regiões. Ressalte que parte dos países africanos só conquistou a independência das metrópoles no século vinte, atrasando o processo de industrialização.

Auxilie os estudantes na análise do mapa que representa a origem e o destino do fluxo comercial de alguns dos principais produtos negociados no mundo entre os séculos dezesseis e dezoito. Verifique se eles compreendem corretamente a função visual das setas que compõem a legenda. A leitura do mapa favorece a construção do saber geográfico, em especial a conexidade.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero um e ê éfe zero nove gê ê zero seis.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

Rúbermén, Leo. A história da riqueza do homem: do feudalismo ao século vinte e um. vigésima segunda edição. Rio de Janeiro: éle tê cê, 2011.

Abordagem histórica a partir da teoria econômica, analisando as fases do capitalismo, da Idade Média ao surgimento do nazifascismo.

Ciência e Tecnologia.
Capitalismo industrial

Durante a fase do capitalismo comercial, a acumulação de capital e o mercado consumidor crescente levaram os donos de oficinas manufatureiras a introduzir inovações na fórma de produzir mercadorias. Essas inovações foram responsáveis pelo surgimento do que hoje conhecemos como indústria. Leia o boxe.

A Revolução Industrial

No século dezoito, teve início na Grã-Bretanha a chamada Revolução Industrial, caracterizada pelo intenso uso de máquinas movidas a vapor, pela divisão de tarefas como resultado da especialização do trabalhador e pelo emprego de mão de obra assalariada.

Como consequência, ocorreu grande aumento da produção de mercadorias, o que multiplicou os lucros e elevou a concentração do capital. A indústria tornou-se a principal atividade econômica do sistema capitalista. Com o desenvolvimento do capitalismo industrial, ampliaram-se as relações comerciais internacionais, uma vez que o aumento da produção tornou necessária a busca de novos mercados consumidores e de matérias-primas.

Capitalismo financeiro

É a fase atual, caracterizada pela integração entre capital industrial e capital bancário: indústrias incorporam ou criam bancos; bancos incorporam indústrias. O capitalismo financeiro começou a se estruturar na segunda metade do século dezenove, quando as empresas associadas às instituições financeiras aumentaram sua influência na economia.

As indústrias faziam grandes operações de crédito a fim de obter capital para desenvolver inovações tecnológicas e ampliar a capacidade de produção. Com isso, o capital deixou de pertencer exclusivamente a elas ou aos bancos.

Uma fórma de os empresários garantirem dinheiro para investimentos é vender cotas de suas empresas — as ações — nas bolsas de valores. A compra de ações possibilita ao investidor obter rendimentos sem participar diretamente da produção das mercadorias.

Fotografia. Destaque para o ambiente interno de uma Bolsa de Valores. No primeiro plano, dois homens vestindo terno e máscara de proteção no rosto estão de pé manuseando um dispositivo eletrônico. Ao lado dos homens, há uma bandeira nacional dos Estados Unidos e outro homem em pé e de frente para uma bancada. No segundo plano, há pessoas observando os diversos televisores e painéis eletrônicos modernos espalhados pelo ambiente.
As bolsas de valores são um dos grandes símbolos do capitalismo financeiro e um termômetro da economia mundial. Na fotografia, Bolsa de Valores de Nova iórque, Estados Unidos (2022).
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

No trecho a seguir, Afrânio Catani diferencia as correntes de Máquis Vêber e cál marcsa respeito do capitalismo.

Teorias sobre o capitalismo

Das teorias que procuram explicar o que é o capitalismo, destacam-se duas grandes correntes, representadas por Máquis Vêber(1864-1920) e por cál marcs (1818-1883); à primeira chamamos culturalista e à segunda, histórica, em razão dos diferentes pontos de vista dos quais elas partem para explicar os mesmos conceitos.

A primeira corrente busca explicar o capitalismo por meio de fatores externos à economia. Para Max Vêber, o capitalismo se constitui a partir da herança de um modo de pensar as relações sociais (as econômicas aí compreendidas) legada pelo movimento da Reforma na Europa: do protestantismo de Lutero e mais ainda do calvinismo.

reticências A ideia principal neste modo de pensar refere-se à extrema valorização do trabalho, da prática de uma profissão (vocação) na busca da salvação individual. reticências

A segunda corrente, partindo de uma perspectiva histórica, define capitalismo como sendo um determinado modo de produção de mercadorias, gerado historicamente desde o início da Idade Moderna e que encontrou sua plenitude no intenso processo de desenvolvimento industrial inglês, ao qual se chamou Revolução Industrial.

CATANI, Afrânio Mendes. O que é capitalismo. trigésima quarta edição. São Paulo: Brasiliense, 2003. página 7-8.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um zero e ê éfe zero nove gê ê um um.

O conteúdo também possibilita trabalhar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

Boltânski, . O novo espírito do capitalismo. Tradução: Ivone C. Benedêti. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

Nessa obra, os autores analisam o novo perfil do capitalismo.

Economia.

As características do capitalismo

Além da divisão da sociedade em classes, conheça outros aspectos essenciais que definem o sistema capitalista:

  • Propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção pertencem predominantemente a empresas privadas, que são controladas por uma pequena fatia da sociedade (a classe capitalista ou burguesa). Em muitos países capitalistas, o Estado também detém parte minoritária dos meios de produção por intermédio de empresas estatais, que atuam em áreas como a da telefonia e a da mineração.
  • Economia de mercado. Caracteriza-se pela atuação das empresas, que decidem como, quando, quanto e onde produzir, estabelecendo o preço e as condições de circulação das mercadorias, de acordo com a lei da oferta e da procura.
  • Lei da oferta e da procura. Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura do consumidor e com a quantidade do produto em oferta, isto é, à venda. Se há grande produção, o preço das mercadorias tende a cair; se a produção é pequena e há muita procura, tende a aumentar.
  • Produção voltada para o lucro. O principal objetivo das empresas capitalistas é a obtenção de lucro, pagando salários inferiores ao valor produzido pelos trabalhadores e vendendo mercadorias a preços superiores ao custo de produção.
  • Concorrência. Para obter a maior rentabilidade possível, as empresas buscam diversificar os produtos oferecidos e atrair mais consumidores. A ampliação das opções de compra para o consumidor pode acarretar na redução dos preços. Porém, com o capitalismo financeiro, grupos empresariais passaram a se fundir e a comprar empresas menores, reduzindo a concorrência.
  • Trabalho assalariado. Por sua atividade, o trabalhador recebe um salário, que lhe possibilita adquirir bens e serviços, estimulando a produtividade do trabalho e gerando lucro às empresas.
Fotografia. Vista da parte interna de um supermercado, destacando um corredor. À esquerda, uma grande prateleira com diversos produtos e pequenas placas com os preços e promoções. À direita, um carrinho de supermercado com diversos tipos de produtos dentro. Atrás do carrinho, uma mulher manuseando o celular. Ao fundo, outras prateleiras com produtos.
Interior de hipermercado em São Paulo, São Paulo (2019).

Ler a fotografia

Na fotografia, é possível identificar variedades de um mesmo produto. Você conhece outros produtos que possuem grande variedade de tipos e de marcas? Qual aspecto do capitalismo está relacionado à grande quantidade de oferta?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Ao abordar as características do sistema capitalista, é possível aproximá-las da realidade dos estudantes. A cada aspecto identificado, peça a eles que citem exemplos da organização da economia no Brasil, apontando se percebem a atuação da lei da oferta e da procura, dos trabalhos assalariados e da detenção dos meios de produção por empresas privadas, além das estatais.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um zero e ê éfe zero nove gê ê um um.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Trabalho.

Resposta

Ler a fotografia:

Ainda que não seja possível identificar marcas, os estudantes podem reconhecer a variedade de um mesmo produto de acordo com a embalagem. A característica do capitalismo que permite a oferta de variedade de produtos é a concorrência. Nesse aspecto, um mesmo tipo de produto pode ser comercializado por diferentes empresas.

Aproveite a atividade para esclarecer que alguns setores industriais de bens de consumo estão concentrados nas mãos de poucas grandes empresas, o que reduz a concorrência e a possibilidade de escolha dos consumidores.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

SANTOS, Milton. A divisão social do trabalho como uma nova pista para o estudo da organização espacial e da urbanização nos países subdesenvolvidos. In: SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. São Paulo: êduspi, 2005. página 55-75. 

A obra discute o processo de produção do espaço urbano na periferia do mundo capitalista a partir da análise da divisão do trabalho.

Ciência e Tecnologia.

O capitalismo e sua expansão no mundo

Até o fim da Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, os países com maior desenvolvimento vendiam produtos industrializados para os países em desenvolvimento e compravam destes matérias-primas. Essa relação é chamada de Divisão Internacional do Trabalho (díti).

Após o término do conflito, as grandes empresas dos países com maior desenvolvimento precisavam expandir o mercado consumidor e reduzir custos de produção, por isso começaram a instalar filiais fabris transnacionais em alguns países em desenvolvimento. Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia, que dispunham de matérias-primas e mão de obra baratas, além de grande mercado consumidor e de fontes de energia, foram alguns dos países escolhidos para abrigar essas empresas. Observe o mapa a seguir.

PLANISFÉRIO: séde DAS quinhentas MAIORES TRANSNACIONAIS (2015)

Mapa. Planisfério: sede das 500 maiores transnacionais -2015. Mapa de círculos proporcionais do valor de mercado em bilhões de dólares das empresas transnacionais por países do mundo. 16.000 bilhões de dólares: Estados Unidos. 10.000 bilhões de dólares: Reino Unido, França e Japão. 2.000 bilhões de dólares: Alemanha, Suíça, China e Rússia. 500 bilhões de dólares: Brasil, Austrália, Índia, Espanha, Itália, Canadá, Países Baixos, Hong Kong, Suécia. 100 bilhões de dólares: Argentina, México, Israel, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Cingapura, Indonésia. Na parte inferior, a rosa dos ventos e a escala de 0 a 2.430 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página. 51.

Essa dispersão do processo produtivo provocou uma série de mudanças técnicas e científicas nos dois grupos de países. Isso gerou novos arranjos do sistema capitalista, alterando a competitividade das empresas no mundo e os mecanismos de integração entre os países. Entre essas mudanças, destacam-se a implantação de processos produtivos automatizados; a qualificação da mão de obra para atender aos novos mercados de trabalho; a implantação de infraestruturas para ampliar a circulação de mercadorias; e a homogeneização cultural, graças à maior circulação de pessoas, informações, mercadorias e serviços entre diferentes países.

Já inseridos no contexto da economia global, alguns países em desenvolvimento passaram a exportar produtos industrializados, grande parte de baixo valor agregado. Essa nova relação comercial passou a ser chamada de Nova Divisão Internacional do Trabalho.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

A nova Divisão Internacional do Trabalho

Desde a década de 1970 assiste-se uma modificação substancial na Divisão Internacional do Trabalho ocasionada principalmente por dois vetores estruturais no centro do capitalismo mundial. O primeiro vetor está associado ao processo de reestruturação empresarial, acompanhado da maturação de uma nova Revolução Tecnológica.

Com o aprofundamento da concorrência intercapitalista tem havido uma maior concentração e centralização do capital, seja nos setores produtivos, seja no setor bancário e financeiro, o que concede maior importância para o papel das grandes corporações transacionais. reticências

reticências a nova Divisão Internacional do Trabalho parece referir-se mais à polarização entre a produção de manufatura, em parte nos países periféricos, e a produção de bens industriais de informação e comunicação sofisticados e de serviços de apôio à produção no centro do capitalismo. Nas economias semi-periféricas, a especialização em torno das atividades da indústria de transformação resulta, cada vez mais, reticências da migração da produção de menor valor agregado e baixo coeficiente tecnológico do centro capitalista, que requer a utilização de mão de obra mais barata possível e qualificada não elevada, além do uso extensivo de matéria-prima e de energia, em grande parte sustentada em atividades insalubres e poluidoras do ambiente, não mais aceitas nos países ricos.

Póxmén, Marcio. Economia global e a nova Divisão Internacional do Trabalho. Campinas: Editora da unicâmpi, 2000. página 11 e 15.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um zero e ê éfe zero nove gê ê um um.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Atividade complementar

Peça aos estudantes que analisem o mapa apresentado nesta página e respondam oralmente: Onde estão concentradas as transnacionais? Quais são as diferenças encontradas na distribuição das transnacionais, considerando o valor de mercado?

Espera-se que os estudantes identifiquem a concentração de transnacionais, principalmente aquelas com maior valor de mercado, na Europa e na América do Norte.

O sistema socialista

Podemos definir o socialismo como um sistema de organização política, social e econômica cujo objetivo é construir uma sociedade sem classes e sem desigualdade.

Para atingir esse fim, o sistema socialista defende a extinção da propriedade privada e a coletivização dos meios de produção. Assim, o Estado é responsável pelo contrôle da produção, com o compromisso de garantir a todas as pessoas a distribuição justa de bens e serviços, como saúde, educação e habitação.

Economia.

As características do socialismo

O socialismo prevê a adoção das seguintes políticas:

  • Estatização. As terras e os meios de produção devem pertencer ao Estado, que também define o salário dos trabalhadores.
  • Economia planificada. As atividades econômicas devem seguir uma planificação idealizada e executada pelo Estado, que decide o que e como produzir para atender às necessidades da população.
  • Pleno emprego. Para executar suas várias funções e diminuir as desigualdades sociais, o Estado deve garantir emprego a todos.

Atualmente, esse sistema é adotado em poucos países, como China, Cuba, Vietnã e Coreia do Norte. Observe, na sequência, material de divulgação ressaltando o trabalho coletivo na União Soviética, que foi o principal país socialista no século vinte antes de entrar em colapso na década de 1990.

Cartaz. Composição em cartaz de fotografias em preto e branco e texto. À esquerda, quatro fotografias dispostas verticalmente de homens e mulheres trabalhando em atividades agropecuárias, manejando animais, manuseando ferramentas e operando máquinas agrícolas. À direita, duas pessoas manuseando uma peça de ferro redonda. Na parte superior direita, um texto no alfabeto russo.
Cartaz soviético da década de 1930 sobre o trabalho agrícola em fazendas coletivas.
Cartaz. Composição em cartaz de partes de fotografias em preto e branco, mostrando mulheres trabalhando em atividades agrícolas, operando um trator e manuseando máquinas industriais. Ao redor das fotos, há textos em russo.
Cartaz de 1932 celebrando o Dia Internacional da Mulher, com imagens de trabalhadoras em diferentes atividades na União Soviética.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Após a leitura das características do sistema socialista, peça aos estudantes que façam comparações entre esse sistema e o capitalismo. É possível fazer os questionamentos de fórma direta, para que eles tracem uma linha de raciocínio, como: Quem detém os meios de produção no sistema socialista? E no capitalista? Quem é responsável por regular o que será produzido em cada um dos sistemas? Como funciona o acesso ao trabalho no capitalismo e no socialismo?

É importante que os estudantes percebam que a organização dos sistemas apresentados impacta diretamente o modo de vida da população.

É possível explicar aos estudantes que, a partir do século dezenove, uma corrente do pensamento socialista surgiu em meio às perspectivas de igualdade, sendo defendida principalmente por autores como Róbert Ôuen. Entretanto, por não apresentar ações concretas para atingir os objetivos de igualdade, essa corrente foi posteriormente rotulada de “socialismo utópico”. Isso ocorreu durante a elaboração do “socialismo científico”, por cál marcs e fréderique ênguels. Para esses autores, a última fase das transformações nas relações de produção seria o comunismo, com a revolução proletária.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero nove.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Trabalho.

Texto complementar

Segundo cál marcs e fréderique ênguels:

Não é pelo contragolpe imprevisto das agitações políticas que o proletariado chegará ao poder, mas por meio da organização metódica e legal de suas próprias fôrçassob a lei da democracia e do sufrágio universal. Não é pelo desmoronamento da burguesia capitalista, é pelo crescimento do proletariado que a ordem comunista se instalará gradualmente em nossa sociedade. Para quem aceita essas verdades doravante necessárias, métodos precisos e certos de transformação social e organização progressiva não demoram a aparecer.

Marcs, Cál; Ênguels, Frídrichi. Manifesto comunista. Tradução: Álvaro Pina. Organização e introdução: Osvaldo Codióla. São Paulo: Boitempo, 2005. página 157.

O socialismo na União Soviética e no Leste Europeu

O primeiro país a adotar o socialismo como sistema socioeconômico foi a Rússia, após a Revolução Russa, em 1917. Em 1922, formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (u érre ésse ésse), constituída por 15 repúblicas, cujo poder central se concentrava em Moscou, capital da Rússia. Após a Segunda Guerra Mundial, diferentes países do Leste Europeu se aliaram ao regime soviético.

O modelo de governo instaurado na União Soviética e no Leste Europeu implementou a estatização, a economia planificada e promoveu o crescimento da indústria de base. Por algumas décadas, houve um crescimento dos indicadores econômicos e sociais, mas também ocorreu o fortalecimento de uma classe de burocratas estatais e a perseguição de opositores.

O socialismo na China

Em 1949 a China viveu uma Revolução Comunista que instaurou as bases do regime político vigente até hoje, no qual não há eleições (como nos países democráticos) e as decisões são centralizadas nas mãos dos dirigentes do Partido Comunista Chinês.

Após a revolução, o país passou a adotar políticas de desenvolvimento apoiadas na industrialização de base, na coletivização de terras e na planificação da economia. No entanto, a partir de 1978 o Estado chinês passou a incorporar iniciativas típicas do capitalismo, visando ao crescimento econômico do país.

Uma dessas medidas foi a criação de Zonas Econômicas Especiais (zê ê ê) em pontos estratégicos do país, onde são permitidas relações capitalistas de produção. As zê ê ê atraíram muitas empresas transnacionais, que passaram a atuar na China.

Atualmente, a China é a segunda maior economia mundial e possui características híbridas, com a permanência de elementos típicos do socialismo associada à entrada crescente de medidas econômicas capitalistas.

Fotografia. Vista para uma multidão reunida em um espaço amplo a céu aberto. Essas pessoas aparecem segurando e agitando pequenas bandeiras vermelhas. Sobre a multidão, um grande arco vermelho suspenso com uma escultura da foice e o martelo cruzados ou entrelaçados em amarelo, símbolo do Partido Comunista. À esquerda desse símbolo, uma escultura formando o ano de 1921, e à direita, uma escultura formando o ano de 2021. Atrás do arco, bandeiras da China hasteadas. Ao fundo, alguns edifícios históricos. Acima, céu com muitos papéis coloridos no ar.
Comemoração na festa de aniversário do Partido Comunista Chinês, que completou 100 anos de sua fundação, em Pequim, China (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Aproveite a discussão a respeito da abertura econômica chinesa para comentar que o único país da América que adotou o socialismo como modelo econômico foi Cuba, em 1959, com a derrubada do governo do ditador Fulgêncio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos. Entretanto, com a derrota da União Soviética, a economia de Cuba sofreu muitos abalos, já que aquela era a principal aliada contra os embargos econômicos impostos pelos Estados Unidos. Após a crise mundial em 2008, que afetou muitos parceiros cubanos, a ilha manteve uma economia planificada, porém ampliou reformas econômicas, com medidas como a autorização de investimentos externos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero nove.

A ordem bipolar

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os países dividiram-se em virtude das diferenças entre seus sistemas políticos, sociais e econômicos. Surgiram, assim, dois polos de influência: um capitalista e outro socialista.

De um lado estavam os Estados Unidos e outros países adotantes do sistema capitalista; do outro, a União Soviética e os países que adotaram o sistema socialista. Com isso, a ordem política mundial adquiriu um caráter bipolar.

Ciência e Tecnologia.

Corridas armamentista e espacial

Os dois blocos investiram progressivamente em aparatos bélico-militares – incluindo arsenais nucleares – como fórma de intimidação aos oponentes. Essa crescente militarização das duas superpotências foi chamada de corrida armamentista. A consequência foi a ameaça constante e não efetivada da eclosão de outra guerra mundial, com utilização de armas nucleares, o que seria catastrófico para a humanidade.

Também havia disputa pela supremacia na exploração do espaço, a qual ficou conhecida como corrida espacial. Essa disputa era considerada muito importante para a defesa territorial e simbolizava a superioridade tecnológica e ideológica. Com a corrida espacial, o ser humano chegou à Lua e foram investidos volumes enormes de recursos em pesquisas que geraram novas tecnologias e grandes avanços científicos.

Fotografia. Destaque para uma cadela branca de orelhas escuras, focinho médio e escuro. A cadela está sentada em uma estrutura quadrangular e cinza.
A cadela Laika tornou-se o primeiro ser vivo a orbitar o planeta, em espaçonave lançada pela União Soviética em 1957.
Fotografia em preto e branco. Vista para um ambiente fechado. No centro, uma televisão com antenas abertas. Ao redor da televisão, uma concentração de pessoas atrás de um balcão olhando para a televisão. À esquerda do aparelho, estantes pregadas na parede apoiando equipamentos eletrônicos.
Em 1969, o estadunidense Nil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a chegar à Lua. Na fotografia, pessoas assistem pela televisão aos primeiros passos do astronauta ao realizar o feito. Sydney, Austrália (1969).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Se necessário, retome com os estudantes o cenário econômico dos países europeus ao final da Segunda Guerra, evidenciando a crise que enfrentavam por conta do direcionamento dos investimentos aos setores militares e da destruição dos territórios. Os Estados Unidos, nesse contexto, lançaram o Plano márchal, concedendo empréstimos para a reconstrução dos países europeus. Essa medida visava impedir o avanço socialista na Europa, aumentando a influência dos Estados Unidos no continente. Como resposta, a União Soviética lançou o Plano molotóvi, com os mesmos objetivos do Plano márchal, envolvendo praticamente todos os países com influência socialista.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero nove.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Guerra Fria

O período de tensão e conflito entre Estados Unidos e União Soviética ficou conhecido como Guerra Fria. As relações internacionais eram tensas em consequência da disputa por áreas de influência. Apesar da grande hostilidade, jamais existiu confronto militar direto entre as superpotências, que se enfrentavam indiretamente por meio de seus aliados, aos quais forneciam armas, dinheiro e apôio político para guerras e disputas locais.

Fotografia em preto e branco. No primeiro plano, no centro da imagem, há dois soldados de costas usando capacete, mochila e outros equipamentos militares. Eles observam um conjunto de helicópteros que sobrevoam, em segundo plano, uma área descampada, com árvores caídas e poeira suspensa. Ao redor dessa área, coqueiros e outras árvores.
A Guerra do Vietnã (1963-1975), no Sudeste Asiático, foi um exemplo do confronto indireto entre as potências da Guerra Fria. Na fotografia, de 1967, helicópteros e soldados dos Estados Unidos avançam em apôio aos sul-vietnamitas, que lutavam contra os norte-vietnamitas, alinhados à União Soviética.

As áreas de influência

As fronteiras entre os blocos capitalista e socialista na Europa correspondiam, em linhas gerais, às posições atingidas pelos exércitos anglo-americano e soviético em suas ofensivas finais na Segunda Guerra Mundial, em 1945. A União Soviética exercia influência sobre o Leste Europeu (Europa oriental), região cujos países se tornaram socialistas. A fronteira ideológica que separava a Europa capitalista da socialista ficou conhecida como Cortina de Ferro.

A China, por sua vez, aderiu ao socialismo em 1949, com apôio dos soviéticos.

As principais áreas de influência dos Estados Unidos eram a Europa ocidental e o Japão, que se rendeu na guerra após o lançamento, pelos estadunidenses, de duas bombas atômicas que arrasaram as cidades de iroshíma e Nagasaki em agosto de 1945.

Por meio do Plano márchal, os Estados Unidos investiram centenas de milhões de dólares na reconstrução das economias europeias arrasadas pela guerra. Também fizeram grandes investimentos para impedir a difusão do socialismo pela Ásia.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É importante que os estudantes compreendam que, apesar de não ter existido confronto direto, o período marcado pela Guerra Fria foi, principalmente, uma disputa ideológica, na qual se tentava provar a superioridade de um modo de vida sobre outro. Aproveite o tema para enfatizar a importância de as nações mobilizarem esforços prioritários para garantir a coexistência pacífica entre os povos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero um e ê éfe zero nove gê ê zero nove.

Texto complementar

Reflexões sobre a Guerra Fria

É certo que a instabilidade contemporânea tem sido mais psicológica do que política. Não houve uma terceira guerra mundial e, neste sentido, a dissuasão foi até agora efetiva. Mas a insegurança tem sido sentida ora por uma das superpotências, ora pela outra – possivelmente pelas duas ao mesmo tempo. Não se pode ter certeza do futuro quando se possui armas que podem destruir cidades inteiras, matando dois ou três milhões de seres humanos (e o inimigo também as possui). 

reticências

Em sentido contrário e por um paradoxo que se ajusta à teoria da dissuasão, as mesmas armas que obrigam os duopolitas a adotar atitudes hostis os forçam a não permitir a livre expressão dessa hostilidade, limitando suas manifestações. Em caso de guerra, os dois devem enfrentar-se diretamente (Os aliados dos Estados Unidos seriam também atingidos, porque uma parte do dispositivo termonuclear norte-americano está instalada no seu território; se não fosse isto, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não teria interesse em destruir as cidades da Europa). Como cada uma das duas superpotências é o alvo da outra, as duas não podem esquecer os males resultantes de uma guerra: ambas têm um interesse comum, e vital, em não recorrer às armas que vivem brandindo.

Isto ocorre, não apenas porque uma guerra termonuclear poderia representar a derrota efetiva dos “dois grandes”, mas porque ainda que não fosse assim, o vencedor (absoluto ou relativo) poderia não ter condições de colhêr o fruto da vitória. reticências

áron reimond. Paz e guerra entre as nações. Tradução: Sérgio bâf. Brasília, Distrito Federal: Editora ú êne bê, 2002. página 667. (Coleção Clássicos ípri). 

Ícone. Seção Integrar conhecimentos. Composto por uma mão segurando um globo formado de peças de quebra-cabeça.

Integrar conhecimentos

Geografia e História

A Europa dividida na Guerra Fria

Do final da Segunda Guerra até 1949, os países da Europa alinharam-se em relação aos blocos rivais, determinando-se, assim, a Europa Ocidental capitalista, sob influência dos Estados Unidos, e a Europa Oriental socialista, sob influência da União Soviética.

Nesse mesmo ano, o território alemão, ainda ocupado pelos vencedores do conflito mundial, foi dividido em dois Estados: a República Federal da Alemanha (érre éfe a), ou Alemanha Ocidental, capitalista, e a República Democrática Alemã (érre dê a), ou Alemanha Oriental, socialista. Tal divisão permaneceu até 1990.

A EUROPA DIVIDIDA (1945-1990)

Mapa. A Europa dividida - 1945 a 1990. Mapa do continente europeu dividido entre países capitalistas e socialistas durante a Guerra Fria. Países capitalistas: Portugal, Espanha, Andorra, França, Luxemburgo, Bélgica, Grã-Bretanha, Irlanda, Noruega, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, Finlândia, Suíça, Áustria, Itália, Albânia, Grécia e República Federal da Alemanha (RFA). Países socialistas: União Soviética, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Iugoslávia, República Democrática da Alemanha (RDA) e Albânia. Uma linha em destaque representa o limite da região sob influência soviética. A linha está situada na fronteira leste da União Soviética, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e República Democrática da Alemanha (RDA). Na parte de baixo, à direita, a rosa dos ventos e a escala de 0 a 570 km.
Fonte: scálzarêto, Reinaldo; manhóli, Demétrio. Atlas geopolítico. São Paulo: Cipiône, 1996.

O maior símbolo da divisão do mundo entre capitalistas e socialistas foi a construção do Muro de Berlim, em 1961. A cidade de Berlim ficou dividida em duas partes, a Berlim Oriental (pertencente à União Soviética) e a Berlim Ocidental (dividida em três zonas: a estadunidense, a britânica e a francesa). O muro foi erguido pelo governo da Alemanha Oriental, para impedir a fuga de seus habitantes para o lado ocidental.

Durante décadas, a União Soviética investiu grande parte de seus recursos financeiros na indústria espacial e de armamentos, em prejuízo de outros setores da economia. Além disso, ajudou financeiramente outros países socialistas (Cuba, por exemplo) a sustentar a economia, o que acarretou grandes gastos ao tesouro público.

Em 1985, micaíl gorbatchóv assumiu o governo soviético e iniciou a abertura do sistema político (glasnóst) e a reestruturação econômica (perestróica). Essas mudanças se alastraram pelo bloco socialista e culminaram na dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e na queda dos regimes pró-soviéticos da Europa Oriental.

Na Alemanha, em 1989, foi derrubado o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria. Depois disso, vários países deixaram o bloco socialista e aderiram à economia de mercado. Em 1991, a União Soviética deixou de existir, e suas repúblicas se tornaram países independentes.

Pesquise: como a construção do Muro de Berlim impactou a paisagem e o espaço geográfico de Berlim?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Como fórma de trabalhar a abrangência das áreas de influência dos Estados Unidos e da União Soviética, explore a interpretação do mapa, que demonstra como a Europa se dividiu em relação à bipolaridade vigente no período da Guerra Fria. A leitura do mapa favorece a construção de saberes geográficos como a extensão e a delimitação.

Resposta

Berlim ficou dividida por um muro, que separava o lado capitalista do socialista. O muro, alto, cheio de arame farpado e cercado de seguranças, passou a fazer parte da paisagem da cidade, tornando-se uma característica dela. O espaço geográfico de Berlim, por sua vez, foi impactado porque o muro dividiu famílias e a sociedade, alterando, por exemplo, as relações econômicas e políticas da cidade.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero oito.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

1. Analise a charge, que representa uma das consequências do atual arranjo do sistema capitalista, e indique a crítica realizada por ela.

Charge. À direita, uma superfície inclinada e um homem vestindo terno e gravata está em pé, segurando uma folha branca e falando em um megafone. Atrás dele, dois outros homens com a mesma vestimenta, segurando nas mãos de duas pessoas. À esquerda, representação de uma multidão clamando para o homem com megafone em uma superfície plana mais baixa. Alguns seguram uma folha branca. Ao fundo, um caminhão despeja mais pessoas na multidão. Na porção inferior da charge, texto informativo: Torneiro: uma vaga. Motoboy: duas vagas. Garçom...
Charge de Angelí sobre o desemprego. Publicada em uól Notícias, em 27 janeiro. 2009.

2. Após a Segunda Guerra Mundial, grandes empresas de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, transferiram ou abriram novas unidades produtivas em alguns países em desenvolvimento, como Brasil, México, Argentina, África do Sul e Índia.

As alternativas a seguir indicam os interesses dessas grandes empresas em expandir seus negócios para os países em desenvolvimento no período pós-guerra, exceto no item:

  1. Ampliar o mercado consumidor.
  2. Buscar novas fontes de matérias-primas.
  3. Buscar locais que dispunham de tecnologia de ponta.
  4. Buscar novas fontes de energia.
  5. Contratar mão de obra mais barata.

3. A charge a seguir ilustra a divisão da China pelas principais potências europeias durante o século dezenove, de acordo com seus interesses. Com base na charge e no que foi estudado neste Capítulo, responda às questões.

Pintura. No primeiro plano, uma mesa redonda com a palavra Chine escrita no tampo. Sentados juntos à mesa, da esquerda para a direita: uma mulher de cabelo branco, usando coroa dourada e lenço na cabeça está sentada à mesa e segura uma faca. Ela olha firmemente para o homem ao seu lado, que veste roupa e chapéu militar e segura com as duas mãos uma faca fincada na mesa. Na sequência, um homem de chapéu branco está sentado e segura uma faca, olhando para o centro da mesa; atrás dele, mas de pé, uma mulher de cabelo preso e chapéu vermelho olha para o centro da mesa. Ao lado direito, um homem de olhos puxados, com o cabelo preso em formato de coque, observa a mesa com expressão séria. Atrás de todos esses, um homem representando um chinês usando roupa de panos vermelhos e amarelos, chapéu preto arredondado, olhos puxados e bigode branco, está com as duas mãos levantadas, a boca entreaberta e os olhos arregalados.
méier. The chinese cake, 1898. Divisão da China ocorrida no século dezenove pelas principais potências europeias da época.
  1. Como podemos denominar esse período?
  2. Quais eram os interesses europeus em dividir a China naquela época?

4. Observe o mapa e responda à questão.

Mapa. Mapa do mundo com destaque para os países considerados ocidentais e para a Linha do Equador, os trópicos de Câncer e Capricórnio e o Meridiano de Greenwich. Em destaque estão os países da América do Norte, da América Central, da América do Sul, a maior parte da Europa, a África do Sul e a Oceania. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 3.830 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE WESTERN world after the Cold War. Alternatehistory.com, 14 dezembro. 2016. Seção fôrãms. Disponível em: https://oeds.link/Eh1qZZ. Acesso em: 25 abril. 2022.

O mapa destaca os países considerados ocidentais.Podemos afirmar que essa divisão obedece apenas ao critério geográfico, no qual a divisão do mundo em Ocidente e Oriente é marcada pelo meridiano de Greenwich?

Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura.
  • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero nove gê ê zero um (atividade 2)
  • ê éfe zero nove gê ê zero seis (atividades 2 e 4)
  • ê éfe zero nove gê ê um zero (atividade 3)
  • ê éfe zero nove gê ê um um (atividade 3)

Respostas

  1. A charge apresenta uma crítica sobre o elevado número de desempregados e o tratamento que é dado a essa parcela da população.
  2. Alternativa correta: c. No processo de desconcentração industrial por meio da instalação de unidades fabris em países em desenvolvimento, as corporações transnacionais buscam fatores que possam reduzir os custos de produção, como mão de obra barata e reservas abundantes de recursos naturais, além de acesso a novos mercados de consumo. Já o desenvolvimento tecnológico permanece concentrado nos países mais desenvolvidos por questões estratégicas e maior oferta de mão de obra qualificada.
    1. O período foi chamado de neocolonialismo.
    2. Os países europeus tinham interesse em ampliar o mercado consumidor e o fornecimento de matéria-prima.
  3. Não. No mapa, a divisão entre Ocidente e Oriente considera os aspectos culturais contemporâneos. Grande parte dos países europeus e a Austrália, por exemplo, são representadas como ocidentais, apesar de estarem a leste do meridiano de Greenwich. A atividade favorece o desenvolvimento da extensão, da delimitação e da localização como saberes geográficos.
Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

SANTOS, Marcelo. O poder norte-americano e a América Latina no pós-Guerra Fria. São Paulo: Annablume, 2007.

O autor analisa as políticas dos Estados Unidos para a América Latina nas últimas décadas do século vinte e no começo do século vinte e um.

chumpíter djôuzef A. Capitalismo, socialismo e democracia. São Paulo: Editora Unésp, 2017.

Na obra, o autor apresenta uma revisão crítica do marquicísmo, analisando as premissas do socialismo e do capitalismo e suas implicações para a democracia.

sínger, pôl. Uma utopia militante: repensando o socialismo. segunda edição. Petrópolis: Vozes, 1998.

Livro em que o autor avalia uma alternativa socialista democrática ao capitalismo.

CAPÍTULO 2  Economia global e organizações econômicas mundiais

O fim da Guerra Fria, no início da década de 1990, marcou o começo da chamada Nova Ordem Mundial, em que os fluxos de mercadorias, serviços e capitais se tornaram ainda mais intensos com a integração dos países que eram socialistas ao mercado internacional.

O processo de aprofundamento da integração econômica, social e cultural e da comunicação entre os países é chamado de globalização. Ao mesmo tempo que proporcionou maior interação entre pessoas de diferentes lugares e culturas, a globalização generalizou mundialmente uma série de hábitos de consumo, como ingerir bebidas das mesmas marcas, alimentar-se nas mesmas redes de fast food, assistir aos mesmos filmes e programas de televisão, usar os mesmos aplicativos ou, ainda, vestir-se e comportar-se socialmente da mesma maneira. O mundo nunca se viu tão próximo – e por vezes tão parecido –, como se pode constatar, por exemplo, nas diversas redes sociais da internet.

Fotografia. Vista para um espaço aberto com casas ao fundo e bandeiras rosas penduradas entre os postes. No primeiro plano, um grupo de mulheres vestindo roupas e máscaras de proteção rosa se reúne em pé para registrar um autorretrato. Uma das mulheres segura o bastão que suporta o celular com o braço levantado. Ao redor do grupo, outras pessoas de pé, vestindo roupa rosa.
Os celulares se tornaram parte da vida de grande parcela da população mundial, sendo utilizados não apenas para comunicação, mas também para diversas fórmas de entretenimento. Na fotografia, pessoas tiram selfie com o celular em Malabôm, Filipinas (2021).

Nova Ordem Mundial

No início dos anos 1990, o mundo passou a se configurar de acordo com a chamada Nova Ordem Mundial, que substituiria o extinto mundo bipolar da Guerra Fria. Nesse novo contexto político, os Estados Unidos surgiram como grande potência econômica e militar.

Outros países mantiveram importância no cenário mundial (Alemanha e Japão, por exemplo), mas sem condições de contrapor a influência dos Estados Unidos nas decisões de organizações internacionais. Esse fator também contribuiu para a difusão do modo de vida estadunidense, sobretudo por intermédio do cinema, influenciando padrões de conduta em todo o mundo.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Neste Capítulo, serão trabalhados o conceito de globalização e as características da economia no novo cenário da integração entre os países. A partir desse entendimento, os estudantes serão incitados a analisar criticamente os impactos da economia globalizada, como as crises financeiras e o desemprego estrutural.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero cinco.

Habilidades trabalhadas ao longo do Capítulo

ê éfe zero nove gê ê zero dois: Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

ê éfe zero nove gê ê zero cinco: Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.

ê éfe zero nove gê ê zero seis: Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

ê éfe zero nove gê ê um zero: Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania.

ê éfe zero nove gê ê um um: Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

ê éfe zero nove gê ê um dois: Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.

ê éfe zero nove gê ê um quatro: Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

A globalização e a mundialização

A partir da segunda metade do século vinte, grandes empresas industriais, comerciais e de prestação de serviços (bancos, hotéis, redes de restaurantes e companhias de telecomunicações, por exemplo) começaram a instalar filiais em vários países. Esse processo ficou conhecido como mundialização ou internacionalização do capital e da produção.

O processo de expansão do capitalismo constituiu a chamada economia global, que teve a tecnologia como propulsora. Dentre suas características, estão o crescimento do comércio internacional, a rápida expansão dos fluxos e o aumento da inter-relação dos países.

O termo mundialização tem sido usado para denominar a atual fase de internacionalização do capital. Algumas leituras consideram globalização e mundialização como sinônimos. Outras utilizam o termo mundialização para denominar o processo de fusão do capital distribuído entre os diferentes países, por meio da atuação das empresas transnacionais. Por fim, há leituras que consideram a globalização como a atual fase da mundialização, inserida em um processo histórico mais amplo, iniciado com as Grandes Navegações dos séculos quinze e dezesseis, e que provocou profundas mudanças nas relações sociais e econômicas entre os países.

PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS FLUXOS COMERCIAIS (2019)

Mapa. Planisfério: principais fluxos comerciais - 2019. Mapa mostrando a direção e a intensidade dos fluxos comerciais, em dólares. 50 bilhões de dólares: do Brasil em direção aos Estados Unidos; do Chile em direção à China; de Angola em direção à China; da África do Sul em direção à China; da Austrália em direção à Coreia do Sul; da Malásia em direção à China; da Indonésia em direção à China; da Índia em direção aos Estados Unidos; da Rússia em direção aos Estados Unidos; dos Estados Unidos em direção ao Reino Unido; dos Estados Unidos em direção ao Japão; dos Estados Unidos em direção à Coreia do Sul; dos Estados Unidos em direção à Índia; do Canadá em direção à China; da Rússia em direção aos Países Baixos; da Rússia em direção à Itália; da Rússia em direção à Turquia; da Arábia Saudita em direção à Índia; da Noruega em direção ao Reino Unido; da Rússia em direção à Alemanha. 100 bilhões de dólares: do Brasil em direção à China; da Austrália em direção ao Japão; da Rússia em direção à China; dos Estados Unidos em direção à China; dos Estados Unidos em direção ao México; do México em direção aos Estados Unidos; dos Estados Unidos em direção ao Canadá. 200 bilhões de dólares: do Canadá em direção aos Estados Unidos; da Austrália em direção à China. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.405 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: CHATAM HOUSE. Resource Trade – Earth, 2020. Disponível em: https://oeds.link/c47VNl. Acesso em: 25 abril. 2022.

Ler o mapa

  1. Quais foram os países com maior fluxo comercial internacional em 2019?
  2. E quais eram os principais parceiros comerciais do Brasil?
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É possível trabalhar as experiências cotidianas dos próprios estudantes na compreensão dos impactos da globalização no modo de vida da sociedade. Questione-os a respeito da origem das músicas que costumam ouvir, assim como das roupas que utilizam e das refeições que realizam. Peça-lhes que observem, além da origem, se os demais estudantes compartilham dos mesmos gostos, a fim de avaliar possíveis influências do processo de integração econômica e cultural que acompanha a globalização, a qual favorece a ocorrência de padronizações de comportamento e de hábitos de consumo.

É importante destacar que, conforme estudaremos adiante, esse processo de integração não acontece de fórma igualitária para todas as pessoas e regiões.

Peça aos estudantes que analisem o mapa desta página, indicando as regiões com maior fluxo comercial intrarregional e, no âmbito de comercialização inter-regional, as redes principais de troca. 

Oriente a análise do mapa, levando os estudantes a perceber que as setas indicam não apenas a origem e o destino das mercadorias negociadas, mas também o volume financeiro mobilizado nesses fluxos.

Observações

A interpretação do mapa possibilita a construção de saberes geográficos como a analogia e a conexidade.

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero cinco, ê éfe zero nove gê ê zero seis e ê éfe zero nove gê ê um quatro.

Resposta

Ler o mapa:

  1. Os países com maior fluxo comercial internacional em 2019 foram a China e os Estados Unidos.
  2. Os principais parceiros comerciais do Brasil também foram a China e os Estados Unidos.
Ciência e Tecnologia.

Características da economia global

Nas últimas décadas, o fluxo de mercadorias entre os países cresceu vertiginosamente. O valor total das exportações mundiais, que em 1948 era de 59 bilhões de dólares, em 2020 alcançou a marca de 22,4 trilhões de dólares. As importações, que em 1948 somaram 62 bilhões de dólares, em 2020 totalizaram 21,7 trilhões de dólares. Esse fluxo ocorre principalmente entre países da América do Norte, da Europa e alguns da Ásia.

Observe a ilustração a seguir, que demonstra as transformações na produção e caracteriza a economia global atual.

TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO

Ilustração. Transformações na produção. Ilustração composta por caixas de texto e representações de zonas urbanas, industriais e portuárias, conectadas por rodovias. Na porção superior esquerda, ilustração de zona urbana composta por uma superfície verde e um aglomerado de edifícios e arranha-céus. Alguns deles com torres de rádios e antenas. Acima da ilustração, caixa de texto descritivo: Mundialização da produção. Empresas sediadas em países ricos, mas com filiais em outros países, tomam decisões estratégicas sobre a produção: o que, quando e onde fabricar. Também investem em propaganda com o objetivo de despertar no consumidor o desejo de comprar o que elas vendem e estabelecer uma identidade entre produto e cliente. Ao lado esquerdo da ilustração, duas caixas de texto descritivo: País A, sede da empresa X; X busca instalar suas fábricas em lugares onde possa ter baixos custos de produção e, desse modo, conseguir altas margens de lucro. Ao lado direito da ilustração, caixa de texto descritivo: A empresa X, instalada no país A, decide produzir um novo modelo de tênis. Em sua matriz, desenvolve um projeto com as características do novo produto. Após aprová-lo, encaminha modelos (geralmente virtuais) para a empresa Y. Na porção superior direita, ilustração de zona urbana e industrial composta por uma superfície verde e quarteirões com galpões, casas, ruas internas, árvores isoladas e um satélite sobrevoando a área. Acima da ilustração, caixa de texto descritivo: Telecomunicações. A expansão das telecomunicações com o emprego de satélites e outras inovações permite a transmissão de dados em altíssima velocidade. Informações sobre o processo produtivo são encaminhadas em tempo real a qualquer ponto do planeta. Ao lado direito da ilustração, caixa de texto descritivo: País B, empresa Y, filial de X. Na porção inferior esquerda, ilustração de zona urbana e industrial composta por uma superfície verde e edifícios baixos, galpões, vias asfaltadas internas e um fragmento florestal. Ao lado da ilustração, caixa de texto descritivo: País C, empresa Z, filial de X Atrativos. Abaixo da ilustração, caixa de texto descritivo: Atrativos. O país C, pobre ou emergente, fabrica o tênis com a matéria-prima recebida ou originária do próprio país. As empresas estrangeiras instaladas no território se beneficiam da mão de obra e das matérias-primas baratas, da redução de impostos oferecida pelos governos locais, da legislação e da fiscalização pouco rigorosas sobre as condições de produção e, por fim, de um crescente mercado consumidor em escala local e global. Na porção inferior direita, ilustração de um rio com um navio cargueiro e uma zona portuária, na margem, com contêineres e guindaste e galpão. Acima da ilustração, caixa de texto descritivo: Desenvolvimento de protótipos. Y, instalada no país B, recebe os modelos, fabrica os protótipos e os encaminha para a produção na empresa Z, instalada no país C. Abaixo da ilustração, duas caixas de texto descritivo: Transporte. Os produtos já acabados são colocados em contêineres e embarcados para os centros de distribuição da empresa X, que pode ser em um ou nos três países (A, B e C); Mercados. Tênis do novo modelo são vendidos em vários mercados, incluindo os dos países A, B e C.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Comente com os estudantes que os investimentos de uma transnacional para montar uma filial em outro país são elevados, mas, em geral, os retornos são satisfatórios, possibilitando que uma parte do lucro seja destinada à matriz e outra parcela possa ser destinada a abrir uma nova filial.

Para auxiliar os estudantes a compreender a atuação das transnacionais, é possível escrever na lousa algumas categorias, como roupas, bebidas, alimentação, veículos, e perguntar a eles quais são as principais marcas que lhes vêm à mente. É provável que indiquem muitas marcas de origem estrangeira, que possuem séde no Brasil. A partir dessa atividade, aponte como elas estão presentes no cotidiano.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois, ê éfe zero nove gê ê zero cinco e ê éfe zero nove gê ê um um.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Texto complementar

Monopólios e cartéis

O trecho a seguir foi retirado da obra O imperialismo: fase superior do capitalismo. Escrita por Lênin em 1916, ela mostra como desde aquela época se formavam monopólios e cartéis, os quais controlavam grande parte da economia.

Os cartéis estabelecem entre si acordos sobre as condições de venda, os prazos de pagamento, etcétera. Repartem os mercados de venda. Fixam a quantidade de produtos a fabricar. Estabelecem os preços. Distribuem os lucros entre as diferentes empresas, etcétera. reticências Isto nada tem a ver com a antiga livre concorrência entre patrões dispersos, que se não conheciam e que produziam para um mercado ignorado. A concentração chegou a tal ponto que se pode fazer um inventário aproximado de todas as fontes de matérias-primas (por exemplo, jazigos de minérios de ferro) de um país, e ainda, como veremos, de vários países e de todo o mundo. Não só se realiza este inventário, mas também associações monopolistas gigantescas se apoderam das referidas fontes.

Efetua-se o cálculo aproximado da capacidade do mercado, que estes grupos “partilham” entre si por contrato. Monopoliza-se a mão de obra qualificada, contratam-se os melhores engenheiros; as vias e meios de comunicação – as linhas férreas na América e as companhias de navegação na Europa e na América – vão parar às mãos dos monopólios. O capitalismo, na sua fase imperialista, conduz à socialização integral da produção nos seus mais variados aspectos; arrasta, por assim dizer, os capitalistas, contra sua vontade e sem que disso tenham consciência, para um novo regime social, de transição entre a absoluta liberdade de concorrência e a socialização completa. A produção passa a ser social, mas a apropriação continua a ser privada.

LÊNIN, Vladimir I. O imperialismo: fase superior do capitalismo. segunda edição. São Paulo: Centauro, 2003.

As grandes corporações e as transnacionais

Hoje há grandes empresas que atuam ao redor do mundo, as transnacionais. Essas corporações geralmente têm séde em um país com maior desenvolvimento e filiais distribuídas por outros países. Elas podem ser de diversos ramos: montadoras de automóveis, petrolíferas, indústrias de bebidas, empresas de fast food, de roupas esportivas, entre outros.

Os países onde são instaladas suas filiais oferecem uma série de vantagens que reduzem o custo de produção das mercadorias, como mão de obra e matérias-primas baratas. Em troca, as transnacionais oferecem emprego e geração de renda local. No entanto, as decisões dessas empresas são tomadas na séde, e os direitos dos trabalhadores nos países que recebem as filiais, em geral, são mais restritos que nos países ricos.

A expansão das transnacionais ampliou a produção em escala global e o comércio mundial de mercadorias e de serviços. Por vezes, o faturamento dessas empresas globais é maior do que o Produto Interno Bruto (Píbi) de muitos países, o que lhes confere grande poder de influência sobre os governos nacionais.

MUNDO: FATURAMENTO DAS MAIORES EMPRESAS (2021)

Gráfico. Mundo: faturamento das maiores empresas – 2021. Gráfico de barras mostrando a receita das maiores empresas mundiais em 2021. O nome das empresas está no eixo vertical e as receitas em bilhões de dólares estão no eixo horizontal. Walmart: 523,9 bilhões de dólares. State Grid: 383, 9 bilhões de dólares. Amazon: 280,5 bilhões de dólares. China National Petroleum: 379,1 bilhões de dólares. Sinopec Group: 407,0 bilhões de dólares. Apple: 260,2 bilhões de dólares. CVS Health: 256,8 bilhões de dólares. UnitedHealth Group: 242,2 bilhões de dólares. Toyota Motor: 275,3 bilhões de dólares. Volkswagen: 282,8 bilhões de dólares.
Elaborado com base em dados obtidos em: glôbal fáive rândred: the toptem. Fortune, 2021. Disponível em: https://oeds.link/Zk2jCB. Acesso em: 25 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Para trabalhar a análise do gráfico desta página, proponha aos estudantes que indiquem quais das empresas relacionadas possuem filiais no Brasil.

Depois, organize a turma em cinco grupos – cada um deverá ficar responsável por pesquisar informações a respeito de duas empresas listadas como detentoras dos maiores faturamentos. Em um primeiro momento, peça aos estudantes que verifiquem em quais países elas estão presentes.

Após terem realizado a primeira etapa, oriente os grupos a buscar informações a respeito do Produto Interno Bruto (Píbi) dos países em que elas mantêm filiais. O objetivo da atividade é que os estudantes possam comparar o faturamento das empresas e o Píbi dos países, verificando se algumas dessas empresas possuem lucros maiores do que os de alguns países. A realização da atividade possibilita aos estudantes exercitar práticas de pesquisa como revisão bibliográfica, observação, tomada de nota e construção de relatórios.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois, ê éfe zero nove gê ê um um e ê éfe zero nove gê ê um quatro.

A influência das transnacionais na economia global

A globalização do capital e da produção possibilitou expandir e consolidar a influência das empresas transnacionais na economia global.

A expansão e a consolidação das transnacionais ocorreram principalmente após a Segunda Guerra Mundial, quando essas empresas, que geralmente atuavam nos países com maior desenvolvimento, passaram a investir em países menos desenvolvidos. Além de encontrar matérias-primas e mão de obra baratas e abundantes, havia uma busca por sistemas fiscais favoráveis, legislações trabalhistas e ambientais moderadas ou inexistentes, economia de impostos por meio de estratégias fiscais, mercados consumidores em potencial e energia de baixo custo.

Na atualidade, além das empresas transnacionais dos países com maior desenvolvimento, existem milhares de empresas com séde em outros países, por exempo sul-coreanas, indianas, mexicanas e brasileiras. As empresas transnacionais concentram um poder capaz de influenciar governos nacionais e de condicionar relações entre países.

Em razão do poderio econômico das transnacionais na economia global, é cada vez mais difícil para os governos estabelecer regras para a atuação dessas empresas.

Transnacionais ou multinacionais?

As empresas podem ser transnacionais ou multinacionais. As transnacionais são aquelas cujas estruturas ultrapassam o país de origem, uma vez que instalam filiais em outros países, geralmente em desenvolvimento, onde exploram recursos e mão de obra. O termo multinacionais é utilizado para caracterizar empresas controladas por grupos de várias nacionalidades.

Fotografia. Vista para um salão de restaurante. No primeiro plano, três mesas retangulares dispostas entre bancos e pessoas fazendo refeição. Sobre as mesas, lustres pendurados no teto. Ao lado, uma grande vitrine com adesivos de animais e pessoas colados. No segundo plano, a área externa do restaurante, possível de ser visualizada pela transparência da vitrine.
Na fotografia, podemos ver a filial de uma empresa ocidental de fast food em Xangai, China (2021).
Ícone. Sugestão de livro.

BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010. O que é a globalização? Quais são seus antecedentes históricos? Como ela interfere na política, na sociedade e na economia? Essas e outras perguntas são respondidas nesse livro introdutório em uma linguagem acessível.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os estudantes devem compreender os interesses econômicos que levam parte dessas empresas a montar filiais em outros países, reconhecendo eventuais impactos negativos e positivos para o país que as recebe. Comente o exemplo da Petrobrás, esclarecendo que a exploração do petróleo em águas profundas só foi possível por meio do avanço tecnológico. O óleo presente nessa camada possui densidade leve, com maior valor comercial do que o produzido pelo Brasil em outras áreas de exploração.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois e ê éfe zero nove gê ê um um.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

A corporação.

Direção: márc ácbar. Canadá, 2003. Duração: 145 minutos.

O documentário aborda o impacto das corporações no cotidiano da população.

Transnacionais: concorrência e parceria

A mundialização da economia favoreceu a concentração de capitais e do sistema produtivo sob o contrôle de grandes grupos empresariais atuantes globalmente. Além de reduzir o número de concorrentes, esse processo gerou diferentes modelos de parcerias entre as empresas, como trustes, holdings e cartéis.

Truste é a fusão e incorporação de empresas para dominar determinada oferta de produtos ou serviços. Um exemplo é o grupo WarnerMedia, gigante da área de comunicações.

Holding é uma empresa criada para administrar diversas empresas, formando-se um grupo. A holding possui a maioria das ações do grupo. A empresa chinesa de energia elétrica State Grid é um exemplo de holding que detém concessionárias de transmissão de energia em diferentes países, inclusive no Brasil.

Cartel é uma associação ou combinação entre empresas, em geral de um mesmo segmento, para garantir o contrôle da produção e dos preços. Cada empresa conserva sua administração independente. A ôpép, Organização dos Países Exportadores de Petróleo (ôpéqui em inglês), é um exemplo de cartel formado para definir o preço do óleo no mercado mundial, garantindo elevados lucros aos proprietários.

Fotografia. Vista para bancada de madeira escrito: OPEC. Atrás da bancada, há bandeiras nacionais nas laterais e um painel eletrônico no centro, com texto indicativo: Joint Press Conferente. 7th OPEC and non-OPEC Ministerial Meeting. Há homens sentados na bancada: no centro, um homem usando roupa azul e um lenço branco na cabeça; à direita e à esquerda dele, outros homens usando terno e gravata. Sobre a bancada, microfones, garrafas de água e vasos de flores. Na frente da bancada, diversas pessoas estão sentadas e assistem aos homens. Algumas delas seguram smartphones e câmeras fotográficas.
séde da ôpépem Viena, Áustria (2019).
Petrobras: uma transnacional brasileira

Criada em outubro de 1952, a Petrobrás (Petróleo Brasileirosociedade anônima) é uma das maiores empresas brasileiras. Atua em várias áreas do setor energético, desde a exploração de gás e petróleo até a distribuição, passando pelo refino e abastecimento. A empresa é detentora de uma das tecnologias mais avançadas na exploração de petróleo em águas profundas.

Em 1996, a Petrobrás colocou o Brasil no seleto grupo dos 16 países que produzem mais de 1 milhão de barris de petróleo por dia. Em 2020, a produção diária chegou a 2,28 milhões de barris de petróleo.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Proponha aos estudantes que montem, no caderno, um quadro no qual devem constar: nome da empresa, país-séde e países para onde o produto é exportado. Peça-lhes que completem o quadro citando ao menos cinco itens que costumam consumir em suas casas. Oriente-os a dar preferência a produtos de limpeza e higiene, com rótulos em português e espanhol.

Em sala de aula, os estudantes devem juntar as informações coletadas e representá-las em um mapa-múndi, usando três cores: uma cor para os países-séde das empresas, outra cor para os países onde se localizam as fábricas das empresas e uma terceira cor para os países para onde são exportados os produtos pesquisados.

A realização da atividade complementar possibilita aos estudantes desenvolver a observação, a tomada de nota e a construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois e ê éfe zero nove gê ê um um.

Texto complementar

Tecnologia

As economias subdesenvolvidas que se industrializaram com a cooperação das empresas transnacionais utilizam técnicas, e mesmo equipamentos, que já foram amortizados nos países de origem dessas empresas. A reciclagem dos sistemas produtivos em função de padrões de consumo menos elitistas poderá exigir novos investimentos, acarretando elevação de custos. Produz-se, desta fórma, um efeito perverso: a tecnologia requerida para satisfazer as necessidades de uma população de baixo nível de renda pode ser mais cara, pois está substituindo outra reticências.

FURTADO, Celso. A superação do subdesenvolvimento. Economia e Sociedade, Campinas, volume 3, número 1, página 40-41, 1994.

Crises econômicas e globalização

Com a crescente integração e dependência entre os países, caso ocorra uma recessão econômica em um país ou em um grupo de países, principalmente em grandes potências políticas e econômicas, como os Estados Unidos e a União Europeia, o mundo inteiro pode sofrer as consequências.

Um exemplo disso foi a crise financeira iniciada em 2008 nos Estados Unidos. Famílias empobrecidas não conseguiam mais pagar o financiamento de imóveis, o que levou à redução dos valores dos títulos de alguns bancos estadunidenses. Como consequência, esses bancos foram à falência. Houve também redução dos investimentos, associada à insegurança de investidores, o que desacelerou a economia internacional em um processo que se refletiu fortemente na Europa e ainda mais em outros países de economia mais fraca. No Reino Unido, por exemplo, um grande número de imóveis foi posto à venda em consequência da crise iniciada nos Estados Unidos.

Fotografia. Vista de uma rua com calçada estreita. No primeiro plano, as fachadas de diversas casas com paredes brancas e de tijolos e placas azuis escrito For sale sobre as portas. No segundo plano, um homem de calça e casaco caminhando na rua, de costas para a imagem.
Anúncios de casas à venda por causa da recessão econômica global em Macclesfield, Reino Unido (2008).

A crise gerou queda no poder de compra, o que aumentou o desemprego, e o setor público dos países atingidos passou a adotar estratégias para redução de gastos.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Crise global

A crise global não está concentrada em uma única região do mundo. As economias nacionais estão interligadas, os bancos comerciais e os negócios (controlados por cêrca de setecentas e cinquenta corporações globais) transcendem limites econômicos, o comércio internacional está integrado e os mercados financeiros de todo o mundo conectam-se por um sistema de telecomunicação em tempo real. A crise atual é muito mais complexa do que a do período entreguerras; suas consequências sociais e implicações geopolíticas, de longo alcance, são sentidas particularmente nesse incerto período pós-Guerra Fria.

chôssudóvisky michél. A globalização da pobreza: impactos das reformas do éfe ême í e do Banco Mundial. Tradução: marilêne Pinto máikol. São Paulo: Moderna, 1999.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero cinco.

Ícone. Seção Mundo em escalas. Composto por dois pinos de localização conectados por setas.

Mundo em escalas

Globalização e dependência econômica

Na economia global, as relações cada vez mais profundas entre os países resultam em associações que podem apresentar aspectos negativos.

Se, por um lado, há maior integração econômica e monetária entre os países, por outro essas iniciativas acabam reforçando a dependência de economias frágeis em relação às economias mais dinâmicas.

A abertura do México para empresas transnacionais dos Estados Unidos e do Canadá, por exemplo, criou uma forte dependência da economia mexicana em relação a esses países. Atualmente, mais de 75% das exportações do México têm como destino os Estados Unidos. Os principais destinos das exportações mexicanas em 2019 foram: Estados Unidos (361 bilhões de dólares); Canadá (21,3 bilhões de dólares); China ( 8,86 bilhões de dólares); Alemanha (8,73 bilhões de dólares) e taiuã ( 6,98 bilhões de dólares). Observe o gráfico.

MÉXICO: DESTINAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES (2019)

Gráfico. México: destinação das exportações – 2019. Gráfico de linhas mostrando a evolução das exportações mexicanas por local de destino. O volume das exportações em bilhões de dólares está no eixo vertical e os anos no eixo horizontal. América do Norte 2010: 250 bilhões de dólares. 2011: 280 bilhões de dólares. 2012: 290 bilhões de dólares. 2013: 300 bilhões de dólares. 2014 a 2016: 320 bilhões de dólares por ano. 2017: 350 bilhões de dólares. 2018: 380 bilhões de dólares. 2019: 390 bilhões de dólares. Europa 2010: 20 bilhões de dólares. 2011 a 2015: 25 bilhões de dólares por ano. 2016 a 2018: 20 bilhões de dólares por ano. 2019: 30 bilhões de dólares. Ásia 2010: 10 bilhões de dólares. 2011 a 2015: 15 bilhões de dólares por ano. 2016: 10 bilhões de dólares. 2017: 20 bilhões de dólares. 2018: 20 bilhões de dólares. 2019: 40 bilhões de dólares. América do. Sul 2010 a 2012: 10 bilhões de dólares por ano. 2013: 8 bilhões de dólares. 2014: 7 bilhões de dólares. 2015: 5 bilhões de dólares. 2016: 3 bilhões de dólares. 2017: 5 bilhões de dólares. 2018: 5 bilhões de dólares. 2019: 10 bilhões de dólares. Oceania 2010 a 2017: 5 bilhões de dólares por ano. 2018: 10 bilhões de dólares. 2019: 5 bilhões de dólares. África 2010 a 2019: 5 bilhões de dólares por ano.
Elaborado com base em dados obtidos em: OBSERVATORY OF ECONOMIC COMPLEXITY. México. Seção Profiles. Disponível em: https://oeds.link/yH6KaS. Acesso em: 25 abril. 2022.
  1. Com base nas informações presentes no texto e no gráfico, responda: além dos Estados Unidos, para quais países o México exporta?
  2. Calcule a diferença de valor entre o primeiro e o segundo destino das exportações mexicanas.
  3. Além da abertura para empresas transnacionais no México, indique outro motivo para o país depender tanto dos Estados Unidos.
  4. Em sua opinião, que impactos a economia mexicana poderia sofrer caso as relações comerciais com os Estados Unidos se rompessem?
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Se possível, selecione os trechos mais pertinentes do filme Capitalismo: uma história de amor, indicado no rodapé desta página. Antes da exibição, peça aos estudantes que atentem a algumas questões levantadas pelo filme para debatê-las posteriormente. Sugerimos algumas questões para suscitar o debate; você pode adaptá-las ou complementá-las, se julgar necessário.

  1. Como se desencadeou a crise?
  2. Por que ela teve proporções em escala mundial?
  3. Quais foram as soluções encontradas para solucionar ou amenizar os efeitos da crise?

Respostas

  1. Apesar de os Estados Unidos serem o principal destino das exportações do México, o país também exporta, em menor volume, para Canadá, China, Alemanha e taiuã.
  2. US$ 339,7 bilhões.
  3. O México depende economicamente dos Estados Unidos por este ser o principal destino de suas exportações.
  4. O país entraria em crise econômica, já que as relações comerciais entre México e Estados Unidos são essenciais para a composição do Píbi mexicano.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois, ê éfe zero nove gê ê um um e ê éfe zero nove gê ê um quatro.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

Capitalismo: uma história de amor.

Direção: máicon múr. Estados Unidos, 2009. Duração: 127 minutos.

O filme aborda a crise econômica de 2008, retratando a geração de lucro para um grupo cada vez mais seleto.

Economia.

A economia global e o aumento do desemprego

Atualmente, as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores exigem cada vez mais qualificação; as empresas querem funcionários capazes de se adaptar às novas tecnologias introduzidas no processo de produção. Em alguns setores, as jornadas de trabalho e os salários ficaram mais flexíveis, com cargas horárias variáveis e pagamentos ajustados à produtividade de cada trabalhador. A pandemia de Covid-19, quando houve restrições à circulação de pessoas, acelerou esse processo com a ampliação do trabalho remoto ou home office.

Cada vez mais, as atividades repetitivas que exigem pequena ou nenhuma qualificação do trabalhador, e até mesmo as de nível técnico, como as de pintor industrial ou as de torneiro mecânico, estão sendo substituídas por máquinas ou robôs. Muitas tarefas exigem das pessoas melhor formação e qualificação, capacidade de pesquisar e de aprender continuamente.

Os trabalhadores sem qualificação são os mais prejudicados pelas inovações tecnológicas na agricultura, na indústria, no comércio e na prestação de serviços. Esses fatores causam desemprego no mundo todo, embora de modo diferente em cada local e grupo populacional.

O que parece ser uma tendência mundial, no entanto, é o crescente desemprego entre os jovens, principalmente nos países em desenvolvimento, onde eles constituem uma proporção muito maior da fôrça de trabalho que nos países com maior desenvolvimento. Nesses países, os jovens são mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza.

Não são apenas as inovações tecnológicas que provocam o aumento do desemprego no mundo. Há outras causas, que podem ser estruturais ou conjunturais.

REGIÕES: PERCENTUAL DE EMPREGO VULNERÁVEL (2020)*

Gráfico. Regiões: percentual de emprego vulnerável – 2020. Gráfico de barras mostrando o percentual de emprego vulnerável por região do mundo. O nome das regiões está no eixo vertical e os percentuais estão no eixo horizontal. Todas as barras estão na cor laranja, exceto a que representa o percentual mundial, que está em destaque, na cor marrom. África Subsaariana: 73,2%. Sul da Ásia: 69,3%. Mundo: 43,6%. Leste da Ásia e Pacífico: 41,1%. América Latina: 33,5%. Norte da Ásia e Oriente Médio: 31,4%. Ásia Central e Europa: 13,8%. África do Sul: 10,7%.
* Para fins didáticos, alguns dados foram reagrupados por regiões. Elaborado com base em dados obtidos em: INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION. World employment and social outlook: trends 2021. Genebra: ILO, 2021. Disponível em: https://oeds.link/tqP6ac. Acesso em: 25 abril. 2022. Empregos vulneráveis são aqueles nos quais os trabalhadores estão sujeitos a elevados níveis de precariedade, com limitado acesso às proteções sociais e baixa perspectiva de melhorias dessas condições.

Ler o gráfico

De acordo com o gráfico, quais regiões apresentam os maiores índices de empregos considerados vulneráveis?

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Além dos fatores tratados no conteúdo, comente outras causas de desemprego, como as relacionadas ao desemprego cíclico. Nesse caso, algumas atividades abrem mais oportunidades de trabalho em determinadas épocas do ano, como a agricultura e serviços relacionados ao turismo. Desse modo, nos períodos de fraca demanda, como as entressafras agrícolas e as baixas temporadas turísticas, há maior ocorrência de desempregados cíclicos. É importante destacar que os trabalhadores do setor agrícola sofrem as consequências também da automatização do campo, o que colabora para o êxodo rural e o crescimento urbano, como veremos adiante.

Observações

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um um, ê éfe zero nove gê ê um dois e ê éfe zero nove gê ê um quatro.

O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Trabalho.

Resposta

Ler o gráfico:

De acordo com o gráfico, as regiões que apresentam maior vulnerabilidade de empregos são a África Subsaariana, o Sul da Ásia e o Leste da Ásia e Pacífico. Destaque que a América do Norte e a Europa, em contrapartida, apresentam os menores percentuais de emprego vulnerável.

O desemprego estrutural

O desemprego estrutural é resultante da modernização das estruturas produtivas e de trabalho, que ocorre com a mecanização e a automação nos processos de produção e com o aprimoramento dos processos de trabalho.

Como vimos, o uso de máquinas e robôs nas linhas de produção tornou dispensável o emprego de muitas pessoas, na medida em que poucos funcionários podem operar várias máquinas ao mesmo tempo. Como consequência, postos de trabalho deixaram de existir.

O desenvolvimento e a utilização de serviços de autoatendimento, como terminais bancários e bombas de combustíveis, também contribuem para diminuir o número de empregos, uma vez que os próprios consumidores passam a executar parte do trabalho. Todos esses fatores caracterizam o chamado desemprego estrutural.

Fotografia. Vista mostrando o ambiente interno de uma fábrica, totalmente compartimentado em espaços menores e demarcados por divisórias feitas com grades de cor cinza. Em cada um desses espaços existem equipamentos autônomos empregados na montagem de automóveis, destacando-se grandes braços robóticos de cor laranja.
A automação da produção é responsável pela substituição de trabalhadores por máquinas. Na fotografia, linha de montagem de automóveis robotizada em Munique, Alemanha (2021).

O desemprego conjuntural

O desemprego conjuntural é provocado por situações temporárias. Por exemplo, quando um país enfrenta dificuldades econômicas, podem ocorrer queda da produção industrial e agrícola e diminuição das vendas no comércio e na prestação de serviços. O resultado é a eliminação de muitos postos de trabalho e o aumento do desemprego.

Os postos de trabalho perdidos durante um período econômico desfavorável tendem a ser recuperados com o fim da crise. Quando a economia volta a crescer, as vendas e a produção aumentam e as empresas contratam novamente.

Ícone. Sugestão de site.

ORGANIZAÇÃO Internacional do Trabalho. Conheça a ó í tê. ó í tê Brasília, Brasília, Distrito Federal. Disponível em: https://oeds.link/gJ9j12. Acesso em: 25 abril. 2022. Apresenta informações relacionadas às questões de trabalho e emprego, como trabalho infantil e os jovens e o mundo do trabalho.

Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Pesquisa sobre automação bancária no Brasil

A automação bancária deu um salto significativo durante os anos 1980 por causa da inflação, que obrigava as instituições financeiras a fazer atualizações diárias dos saldos dos clientes, bem como a oferecer produtos bancários que repunham as perdas inflacionárias.

Peça aos estudantes que pesquisem a disposição de uma agência bancária nos anos 1970 e 1980 e os benefícios que os caixas eletrônicos trouxeram aos clientes.

É possível entrevistar bancários mais velhos em busca de dados sobre a disposição espacial das agências e os cargos existentes na época. Pessoas que possuem conta- -corrente há bastante tempo também podem ser entrevistadas para auxiliar na descoberta sobre as facilidades que o autoatendimento trouxe para a população. A realização da atividade possibilita exercitar práticas de pesquisa como entrevistas e construção e uso de questionários.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê um um e ê éfe zero nove gê ê um dois.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

No ôlho da rua.

Direção: Rogério Corrêa. Brasil, 2009. Duração: 100 minutos.

O filme acompanha o drama vivido por um metalúrgico após perder o posto de trabalho por conta do desemprego estrutural.

Globalização e organizações econômicas

A reorganização mundial ocorrida após o fim da Guerra Fria deu origem a blocos regionais em diferentes partes do mundo. Neles, os países-membros buscam estabelecer condições privilegiadas de circulação de mercadorias e/ou de pessoas. As iniciativas de integração econômica e monetária visam facilitar e ampliar o comércio envolvendo os membros e reduzir os custos de produção e de transporte, gerando maiores lucros. Também asseguram a redução ou eliminação total das alíquotas de importação entre os integrantes.

O primeiro bloco econômico a se formar foi a Comunidade Econômica Europeia (cê ê ê), em 1957. A maior parte dos blocos econômicos, porém, se constituiu depois da Guerra Fria, com a extinção dos blocos socialista e capitalista. Em cada bloco, tratados econômicos regem os acordos e podem estipular diferentes tipos de relações econômicas.

Fotografia. Vista para um amplo salão, com destaque para diversos homens vestindo terno e gravata sentados à mesa branca e comprida, apoiando microfones e papéis. Outros homens vestindo terno e gravata estão sentados e em pé ao redor da mesa. No fundo da sala, uma grande porta de entrada e as paredes cobertas por pinturas.
Representantes de países europeus se reúnem para a instituição da Comunidade Econômica Europeia, em Roma, Itália (1957).

Blocos regionais e interesses nacionais

Os blocos regionais nem sempre representam plenamente os interesses de cada país integrante, ou mesmo os interesses do conjunto da população dos países-membros, ou conseguem atender às expectativas de desenvolvimento associadas a eles.

Outros impasses podem dificultar a organização ou a expansão de alguns blocos. Há casos de blocos que fazem objeção à integração de países que abrigam grupos étnicos e religiosos indesejados por parte dos membros. Isso ocorreu na União Europeia, entre setores da população francesa e da alemã, ressentidos com a presença de imigrantes turcos e de outros grupos muçulmanos no continente. Na ocasião, alegou-se que o eventual ingresso da Turquia no bloco intensificaria o uso de mão de obra imigrante barata, gerando desemprego — ou uma suposta islamização da Europa, manifestando-se a xenofobiaglossário dos europeus contra os grupos provenientes do Oriente Médio, da Ásia Central ou da África.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

É interessante explicar aos estudantes que os países-membros de um bloco econômico nem sempre têm condições igualitárias de desenvolvimento. Esse é o caso do México em relação aos Estados Unidos e ao Canadá na composição do náfta, cujos acordos foram revisados por iniciativa do então presidente dos Estados Unidos dônald tramp, em 2018, aprofundando ainda mais a assimetria nas relações entre os países – dos quais o México é o menos desenvolvido. Os produtos mexicanos têm menor valor agregado do que o dos vizinhos norte-americanos, por agregar menos tecnologia e, consequentemente, mais desvantagem na balança comercial. É possível, também, que um país faça parte de mais de um bloco econômico, simultaneamente, buscando maior fortalecimento político e econômico.

Trabalhe a leitura do mapa que representa a composição dos principais blocos econômicos no mundo para propiciar o reconhecimento dos países- -membros de cada um deles e desenvolver a extensão, a delimitação e a localização como saberes geográficos.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento de aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero dois.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

VEIGA, Pedro da Motta. Mercosúl: a agenda de consolidação interna e os dilemas de ampliação. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, volume 9, número 1, janeiro a março 1995.

Obra que analisa os desafios e possibilidades de alcance da integração regional na América do Sul por meio do Mercosúl.

Observe o mapa com os principais blocos econômicos da atualidade.

PLANISFÉRIO: PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS (2018)

Mapa. Planisfério: principais blocos econômicos – 2018. Mapa do mundo mostrando os principais blocos econômicos. Mercosul – Mercado Comum do Sul: Brasil, Venezuela, Paraguai, Uruguai, Argentina. SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral: Lesoto, Angola, República Democrática do Congo, Namíbia, África do Sul, Botsuana, Zimbábue, Madagascar, Moçambique, Zâmbia, Malauí, Maurício, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia. CEI – Comunidade dos Estados Independentes: Armênia, Azerbaijão, Rússia, Bielorrússia, Moldávia, Ucrânia, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirquistão, Tadjiquistão e Turcomenistão. Comunidade Andina: Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. USMCA – Acordo Estados Unidos-México-Canadá: Canadá, Estados Unidos e México. UE – União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. APEC – Cooperação Econômica Ásia-Pacífico: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Tailândia e Vietnã. Na parte inferior, à direita, rosa dos ventos e a escala de 0 a 2.505 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas geográfico escolar. oitava edição. Rio de Janeiro: í bê gê É, 2018. página. 79; BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Saiba mais sobre o Mercosúl. Brasília, Distrito Federal: ême érre ê, 2021. Disponível em: Mercosúl. Países do Mercosúl. Disponível em: https://oeds.link/0Y71fy; União Europeia. Perfil dos países. Bruxelas: União Europeia. Disponível em: https://oeds.link/4M7dKM. Acessos em: 25 abril. 2022.

u ésse ême cê á – Acordo Estados Unidos-México-Canadá (United States-Mexico-Canada Agreement, em inglês)

Membros: Canadá, Estados Unidos e México.

Acordo firmado em 2020 que estabelece livre comércio entre Estados Unidos, México e Canadá. O u ésse ême cê á substituiu o náfta, acordo firmado por Estados Unidos e Canadá em 1988 e que, em 1992, recebeu a adesão do México.

Comunidade Andina

Membros: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.

Formado com o objetivo de aumentar a integração econômica entre os países-membros. Em 1993, começou a vigorar como zona de livre-comércio.

Mercosúl – Mercado Comum do Sul

Membros plenos: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai. Membros associados: Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

Criado em 1991, o Mercosúl permitia que 95% de todas as mercadorias fabricadas nos países-membros circulassem sem nenhuma tarifa de importação.

Em 2012, a Venezuela foi integrada ao bloco, porém, no final de 2016, após descumprir compromissos atrelados ao Protocolo de Adesão do Mercosúl, foi suspensa.

ésse a dê cê – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (Southern Africa Development Community, em inglês)

Membros: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seichéles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

O bloco pretende constituir um mercado comum e estabelecer uma zona de livre-comércio.

u ê – União Europeia

Membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tchéca, Romênia e Suécia. No ano de 2020, o Reino Unido saiu da União Europeia.

A União Europeia é o bloco com o maior volume comercial do planeta. Em 1992, foram abolidas barreiras alfandegárias entre os países-membros. Também foi definida, por tratado, a criação da união política e da união monetária. Em 2022, o euro era a moeda oficial de 19 dos 27 países do bloco, compondo a chamada Zona do Euro. Nesse mesmo ano, cinco países eram candidatos ao bloco: Albânia, Macedônia, Montenegro, Sérvia e Turquia.

sei – Comunidade dos Estados Independentes

Membros: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.

Criada em 1991, a sei constitui-se em um bloco político-econômico que reúne 11 das 15 repúblicas que formavam a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (u érre ésse ésse).

Com uma população de cêrca de 278 milhões de habitantes, está organizada em uma confederação de Estados, o que preserva a soberania de cada um. A Comunidade prevê a centralização de fôrças armadas e o uso de uma moeda comum: o rublo.

apéqui – Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Asian-Pacific Economic Cooperation, em inglês)

Membros: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Cingapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia, Tailândia e Vietnã.

Associação entre países que busca facilitar as trocas comerciais, os fluxos de investimentos e a integração econômica regional por meio de acordos de cooperação econômica e técnica.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Explique aos estudantes que a xenofobia na Europa tem voltado a crescer na última década, principalmente pela falsa associação da figura do imigrante com o desemprego, ainda que os estrangeiros não sejam os responsáveis por esse cenário. Os imigrantes costumam ocupar postos de trabalho indesejados pela população local, além de a maioria se concentrar no mercado informal.

Explore a leitura do mapa para a identificação dos países abrangidos por cada bloco econômico e para trabalhar saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a localização.

Observação

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Atividade complementar

Proponha aos estudantes que elaborem um quadro com base no mapa “Planisfério: Principais blocos econômicos (2018)”. Nele devem constar as características dos blocos econômicos, relacionando as semelhanças e diferenças entre eles. Depois, oriente a análise dos dados levantados, estimulando os estudantes a comparar os blocos econômicos em seus vários aspectos: abrangência geográfica e dos acordos firmados, tamanho da população impactada, benefícios alcançados, dificuldades enfrentadas etcétera.

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Economia.

Crise financeira na União Europeia e aumento do desemprego

A crise financeira que atingiu a União Europeia (União Europeia) no fim da década de 2000 provocou a diminuição do ritmo de crescimento econômico dos países do bloco e a queda no poder de compra da população, contribuindo significativamente para a redução das ofertas de emprego. Os países que estavam em situação mais frágil, como Espanha, Portugal, Grécia, Irlanda e Itália, registraram os índices mais preocupantes e tiveram de receber mais apôio da União Europeia, em especial dos países que possuíam mais recursos para lidar com a situação econômica desfavorável, como Alemanha, França e Reino Unido (membro do bloco até 2020).

Tal conjuntura pode ser observada no gráfico de distribuição a seguir, que apresenta o cres­cimento econômico de algumas cidades europeias em seu eixo vertical e as taxas de crescimento de emprego no eixo horizontal durante o período mais agudo da crise, isto é, entre 2007 e 2012.

CIDADES EUROPEIAS: CRESCIMENTO ECONÔMICO E CRESCIMENTO DE EMPREGOS (2007-2012)

Gráfico. Cidades europeias: crescimento econômico e crescimento de empregos - 2007 a 2012. Gráfico de círculos proporcionais que indicam o tamanho da população das principais cidades europeias e o respectivo crescimento econômico e crescimento de empregos. O crescimento econômico em porcentagem está no eixo vertical e o crescimento de emprego em porcentagem está no eixo horizontal. A cidades estão listadas em ordem crescente, das menores para as maiores populações, conforme os círculos proporcionais representados. Dublin: crescimento econômico de menos 7% e crescimento do emprego de menos 14%. Helsinke: crescimento econômico de menos 4% e crescimento do emprego de 4%. Zurique: crescimento econômico de 6% e crescimento do emprego de 8%. Estocolmo: crescimento econômico de 12% e crescimento do emprego de 8%. Varsóvia: crescimento econômico de 16% e crescimento do emprego de 4%. Roma: crescimento econômico de menos 6% e crescimento do emprego de 2%. Berlim: crescimento econômico de 10% e crescimento do emprego de 8%. Munique: crescimento econômico de 4% e crescimento do emprego de 9%. Lisboa: crescimento econômico de menos 2% e crescimento do emprego de menos 7%. Budapeste: crescimento econômico de menos 4% e crescimento do emprego de 2%. Nápoles: crescimento econômico de menos 8% e crescimento do emprego de menos 6%. Atenas: crescimento econômico de menos 18% e crescimento do emprego de menos 18%. Barcelona: crescimento econômico de menos 4% e crescimento do emprego de menos 15%. Frankfurt: crescimento econômico de 5% e crescimento do emprego de 5%. Milão: crescimento econômico de menos 3% e crescimento do emprego de menos 2%. Manchester/Liverpool: crescimento econômico de menos 4% e crescimento do emprego de menos 3%. Madri: crescimento econômico de menos 1% e crescimento do emprego de menos 10%. Istambul: crescimento econômico de 10% e crescimento do emprego de 12%. Moscou: crescimento econômico de 8% e crescimento do emprego de 5%. Londres: crescimento econômico de 2% e crescimento do emprego de 5%. Paris: crescimento econômico de 0% e crescimento do emprego de 0%.
Elaborado com base em dados obtidos em: Pãrbérg ÉssThis great bubble chart shows how Europe's major cities have fared since the financial crisis. Business Insider, 29 outubro. 2013. Disponível em: https://oeds.link/Tne4c3. Acesso em: 25 abril. 2022.

Esse tipo de gráfico é uma representação que exibe valores comparativos que podem ser expressos por círculos de diversos diâmetros. Nesse caso, cada círculo representa uma cidade, e a área que os círculos ocupam no gráfico está relacionada à sua população, ou seja, quanto maior o círculo, maior a população  da cidade.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Dívida grega

O governo grego “virou a página”, após o acordo na noite de quinta-feira (22) entre os ministros das Finanças da Zona do Euro, que põe fim a oito anos de crise e inclui uma última reestruturação da dívida grega – declarou um porta-voz do governo de Atenas. reticências Os credores europeus da Grécia concordaram em reestruturar a elevada dívida do país e sua saída de uma odisseia de quase uma década de resgates. Continuarão atentos, porém, para vigiar o cumprimento dos compromissos.

GRÉCIA ‘vira a página’ após acordo com zona do euro sobre sua dívida. á éfe pê. gê um, 22 junho. 2018. Disponível em: https://oeds.link/lQW28V. Acesso em: 10 maio 2022.

Atividade complementar

Proponha aos estudantes que pesquisem informações recentes a respeito da crise econômica na Grécia. Peça-lhes que busquem, entre as notícias atualizadas, os valores que a Grécia ainda deve e os motivos do crescimento da dívida desde o início da crise.

Observações

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O conteúdo também possibilita abordar o tema contemporâneo Trabalho.

Uma década após o início da crise, alguns países registravam índices demonstrando recuperação da economia, como taxas de crescimento positivas e diminuição dos níveis de desemprego. No entanto, a União Europeia reconheceu que alguns integrantes, como a Grécia, ainda enfrentavam graves problemas sociais, como aumento das taxas de pobreza, e ainda necessitavam recorrer a socorro financeiro do bloco. Leia o texto a seguir.

Após sete anos, crise na Grécia vira depressão

Dentro do governo grego, economistas não disfarçam: o país pode ter de esperar até 2050 para voltar aos mesmos níveis de desenvolvimento social que estava em 2008. “Fala-se muito em outras regiões do mundo em década perdida. Na Grécia, o que temos são gerações perdidas”, disse reticências o economista Daniel Munevar, que trabalhou ao lado do ex-ministro de Finanças do país, Iânis Varufáquis. reticências

Dados de diversos institutos de pesquisa de Atenas e do restante da Europa revelam que as taxas de pobreza na sociedade grega avançam no ritmo mais elevado em toda a União Europeia. reticências

O desemprego, que chegou a 28%, hoje está em 23%. Mas a queda não ocorreu por conta da criação de postos de trabalho. Muitos simplesmente deixaram de buscar empregos e saíram dos indicadores de desempregados. No total, o Píbi grego já perdeu 25% de seu tamanho desde 2009 e 75% das famílias viram uma redução em sua renda. Mas é pelas ruas de Atenas que a crise é visível. À noite, são centenas de pessoas dormindo nas ruas, enquanto voluntários percorrem a cidade com cobertores e até máquinas de lavar roupa para ajudar “a manter a dignidade”.

APÓS sete anos, crise na Grécia vira depressão. Estado de Minas, Belo Horizonte, 6 maio 2017. Seção Economia. Disponível em: https://oeds.link/BCikmn. Acesso em: 25 abril. 2022.

Fotografia. Vista da calçada de uma rua. No centro da imagem, destaque para um banco e uma pessoa deitada e coberta sobre ele. O banco está situado entre duas árvores. Ao redor do banco, há papéis e papelão na calçada. Atrás do banco, a vitrine de uma loja com portas fechadas.
Pessoa dorme em banco público em Atenas, Grécia (2022).

Leia novamente o gráfico Cidades europeias: crescimento econômico e crescimento de empregos (2007-2012) e responda:

  1. Quais cidades se destacam pelo tamanho da população?
  2. Quais cidades apresentaram maior declínio da economia e maior desemprego no período?
  3. Quais cidades apresentaram os maiores índices de crescimento econômico no período?
  4. Atenas, na Grécia, foi a cidade que apresentou o pior desempenho econômico e na oferta de empregos no período. Essa situação motivou o apôio financeiro da União Europeia ao país em um processo concluído em 2018. Pesquise sobre a situação atual da Grécia e sua relação com a União Europeia. Registre no caderno as suas conclusões.
Orientações e sugestões didáticas

Atividade complementar

Se possível, selecione os principais trechos do documentário Catastróica, indicado nesta página, para serem exibidos em sala de aula. Proponha aos estudantes que relacionem as privatizações ao cenário social exposto no documentário.

Respostas

  1. Moscou, Paris, Londres e Istambul.
  2. Atenas, seguida de Barcelona e dãblin.
  3. Varsóvia e Estocolmo.
  4. Auxilie os estudantes na seleção das fontes para a pesquisa. Há diversas reportagens a respeito da atual situação socioeconômica da Grécia que podem ajudar nesse aprofundamento.

Observação

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Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

Catastróica.

Direção: Áris Cazistefânu. Grécia, 2012. Duração: 87 minutos.

O documentário busca apontar as iminentes consequências das privatizações na Grécia, saída exigida para amenizar a enorme dívida soberana do país.

Economia global e o mundo predominantemente urbano

As transformações sociais, econômicas e políticas influenciadas pela globalização também podem ser observadas no território.

Em meados do século vinte, em torno de 700 milhões de pessoas viviam em cidades. Atualmente, mais da metade da população mundial reside nas áreas urbanas, e as estimativas da Organização das Nações Unidas (ônu) indicam que a proporção tende a aumentar para 68% em 2050. O gráfico a seguir demonstra o intenso processo de urbanização ocorrido ao longo do século vinte. Observe que a população urbana ultrapassou a rural entre 2005 e 2010.

Mundo: população urbana e rural (1950-2050)

Gráfico. Mundo: população urbana e rural – 1950 a 2050. Gráfico de linhas que mostram o crescimento da população urbana e rural ao longo do século 20 e a projeção para o século 21. A população em milhões está no eixo vertical e os anos estão no eixo horizontal. População urbana Crescimento de 1950 a 2018: de 800 milhões para 4.200 milhões. Projeção de 2018 a 2050: de 4.200 milhões para 6.400 milhões. População rural Crescimento de 1950 a 2018: de 1.800 milhões para 3.400 milhões. Projeção de 2018 a 2050: de 3.400 milhões para 3.200 milhões.
Elaborado com base em dados obtidos em: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. World Urbanization Prospectstuenti eitim : highlights. Nova York: UN, 2019. Disponível em: https://oeds.link/T6RycJ. Acesso em: 25 abril. 2022.

A industrialização das cidades e o exôdo rural foram os principais indutores do intenso processo de urbanização no mundo. Os diversos fluxos migratórios que partiram do campo em direção às cidades foram provocados pelas mudanças produtivas e pelos avanços tecnológicos que também marcaram as atividades rurais. A mecanização da produção agrícola e, no caso do Brasil, a forte concentração de terras contribuíram para o aumento do desemprego estrutural no campo, o que motivou muitos trabalhadores dessas áreas a se deslocarem para as cidades em busca de oportunidades de emprego e condições mínimas de sobrevivência.

No Brasil, esse processo ocorreu mais intensamente entre as décadas de 1970 e 1980, e, acompanhando a tendência verificada no âmbito mundial, o país também se tornou predominantemente urbano. A população que vive nas cidades, atualmente, representa mais de 85% do total, contribuindo para a formação de regiões metropolitanas em torno de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Pôrto Alegre, Salvador e Belo Horizonte.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Oriente os estudantes a analisar as consequências do crescimento urbano, constatando sua fórma vertiginosa. Caso a escola se localize em área urbana, os apontamentos dos problemas estruturais das cidades podem ser facilitados. É importante que percebam que o elevado índice de população que vive em cidades não foi acompanhado da melhoria da infraestrutura urbana.

Dessa fórma, criam-se impactos sociais e ambientais, como moradias precárias e distantes dos centros comerciais e de serviços, poluição das águas, falta de saneamento básico e poluição atmosférica relacionada ao excesso de veículos.

Comente que, apesar de o segundo e o terceiro setores terem absorvido parte dos trabalhadores do primeiro setor, há nas cidades o problema de desemprego, principalmente por motivos conjunturais, e, geralmente, custos de vida mais elevados.

Observação

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Atividade complementar

Com base nas características do gráfico de linhas “Mundo: população urbana e rural (1950-2050)”, peça aos estudantes que elaborem um gráfico sobre a população urbana e rural do Brasil, indicando, também, as possíveis projeções a respeito da configuração da população.

Ícone. Sugestão de site.

Sugestão para o estudante:

INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (í bê gê É). Disponível em: https://oeds.link/blzRWZ. Acesso em: 6 maio 2022.

Na página do í bê gê É, é possível consultar estatísticas e ter acesso a projeções da população.

Cidades: centros financeiros da economia global

As cidades, atualmente, possuem um papel fundamental para a economia global, pois se configuram como centros de contrôle sobre a circulação de capitais e sobre as cadeias de produção de mercadorias.

Nova iórque, Tóquio, Londres, Xangai, Cingapura, Paris, Fránquifut, los angêlis, Milão, Madri, Zurique, Sydney, entre outras tantas cidades, destacam-se no cenário internacional por concentrar uma ampla rede de infraestruturas e serviços, mercado consumidor e mão de obra qualificada, capaz de atrair unidades administrativas de empresas transnacionais e conectar fluxos internacionais de capital financeiro da economia global.

São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades brasileiras mais competitivas internacionalmente, destacando-se na América Latina e alcançando projeção relevante na economia mundial, ainda que em posição inferior à das principais cidades dos países desenvolvidos. Ao longo das últimas décadas, essas cidades criaram estratégias para atrair os fluxos de capital, com a implantação de novos centros financeiros, modernização das infraestruturas urbanas e ampliação de oportunidades lucrativas em novos negócios.

Fotografia. À esquerda, vista ampla do curso do rio. À direita, margem do rio ocupada por vegetação rasteira, ciclovia, ferrovia e estação com trem vermelho e cinza estacionado. Ao lado da ferrovia, avenida com circulação de  automóveis e edifícios altos de diversos estilos arquitetônicos. Acima, o céu azul com algumas nuvens.
A expansão do eixo financeiro da cidade de São Paulo, a partir das avenidas Paulista e Faria Lima, impulsionou a construção recente de edifícios em uma nova zona empresarial entre a marginal do rio Pinheiros e a avenida Luís Carlos Berrini. Fotografia de 2020.
Ícone. Sugestão de vídeo.

ENCONTRO com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá. Direção: Silvio Tendler. Brasil: Caliban, 2006. Por meio de diálogos com o renomado geógrafo brasileiro Milton Santos, o documentário discute o que é a globalização, como ela tem ocorrido e como poderia ser diferente se os excluídos por ela pudessem participar desse processo.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

O trecho a seguir discorre sobre as características de uma cidade “global”, evidenciando a cidade de São Paulo diante desse cenário.

Características de uma cidade “global”

reticências um estudo empírico mais cuidadoso mostra que, surpreendentemente, a cidade de São Paulo pouco corresponde, em que pese sua imagem “global”, a essa expectativa. Por vários ângulos que se procure verificar, a maior metrópole do continente parece mais marcada pelo arcaísmo de sua pobreza e da não superação dos conflitos herdados da sua formação historicamente desigual e excludente. reticências em classificações feitas pelos estudiosos das cidades-globais, em meados da década de 90, seu aeroporto sequer era um dos 25 maiores do mundo, tanto em fluxos de carga como de passageirosreticências. São Paulo tampouco estava entre os 25 maiores destinos dos fluxos mais intensos de telecomunicações, nem seu Pôrto era um dos 25 maiores do mundo quanto ao volume de containers. Por fim, em 1984, na época da pesquisa de Sásquia Sássen sobre as cidades-globais, São Paulo não abrigava a séde de nenhuma das quinhentas maiores empresas transnacionais, dentre as 17 cidades analisadas pela autora reticências. A teoria da cidade-global também se apoia na observação de uma suposta transição, nos países desenvolvidos, de economias industriais típicas do período fordista para economias de perfil eminentemente terciário, como aponta, por exemplo, Manuel Castéls.

FERREIRA, João Sette uítaquer. São Paulo, o mito da cidade-global: ideologia e mercado na produção da cidade. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA UNIDADE TEMÁTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DA REDE DE MERCOCIDADES, nota de rodapé 6., 2003, Rio Claro. A cidade global: existe no Mercosúl? Memóriareticências Rio Claro: Prefeitura Municipal, 2003.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

LAVINAS, Lena; CARLEIAL, Liana; NABUCO, Maria Regina (coordenadora). Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1993.

Esse livro aborda a regionalização do espaço brasileiro, trazendo temas como o planejamento regional e o conceito de cidade global.

Observação

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ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que muitos países se organizam em blocos econômicos regionais?
  2. Analise a ilustração.
Ilustração. Ilustração composta por quatro planisférios de escalas e dimensões diferentes. Os planisférios estão dispostos verticalmente dentro de uma geometria similar a um funil translúcido. O primeiro planisfério é o maior de todos. Ao lado dele, o texto informativo: 1500 a 1840. Velocidade das carruagens e dos barcos a vela: 16 quilômetros por hora. Abaixo, um primeiro planisfério de dimensão e escala um pouco menor. Ao lado dele, o texto informativo: 1850 a 1930. Velocidade das locomotivas a vapor: 100 quilômetros por hora; barcos a vapor: 57 quilômetros por hora. Abaixo, outro planisfério de dimensão e escala ainda menor. Ao lado dele, o texto informativo: Anos 1950. Aviões a propulsão: 480 a 640 quilômetros por hora. Abaixo, o último planisfério de dimensão e escala ainda menor. Ao lado dele, o texto informativo: Anos 1960. Jatos de passageiros: 800 a 1100 quilômetros por hora.
Fonte: rárvi, dêividi. A condição pós-moderna. vigésima primeira edição. São Paulo: Loyola, 2011. página. 220.
  1. Explique o processo responsável pela sensação de “encolhimento do mapa-múndi”.
  2. Cite outros avanços tecnológicos que contribuem para o fenômeno ilustrado.

3. Escreva em seu caderno a relação existente entre os aspectos da globalização mencionados a seguir.

crescimento econômico internacional — rápida expansão dos fluxos financeiros — mundialização da produção — inter-relação dos países

4. Observe o mapa e elabore um texto com pelo menos dois parágrafos analisando a atuação dos blocos regionais no processo de integração econômica do continente africano. Se necessário, pesquise informações adicionais.

ÁFRICA: BLOCOS REGIONAIS (2017)

Mapa. África: blocos regionais – 2017. Mapa da África mostrando a distribuição dos blocos regionais do continente. UMA – União do Magreb Árabe: Mauritânia, Saara Ocidental, Marrocos, Argélia e Líbia. CEDEAO – Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental: Cabo Verde, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Burkina Faso, Nigéria, Togo e Níger. CEN-SAD – Comunidade dos Estados Sahelo-Saarianos: Mauritânia, Saara ocidental, Marrocos, Senegal, Guiné, Serra Leoa, Mali, Costa do Marfim, Burkina Faso, Nigéria, Níger, Líbia, Egito, Chade, República Centro-Africana, Sudão, Somália e Quênia. UEMAO – União Econômica e Monetária da África Ocidental: Senegal, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Burkina Faso, Níger e Mali. CEMAC – Comunidade Econômica e Monetária da África Central: Gabão, Congo, Camarões, República Centro-Africana e Chade. CEEAC – Comunidade Econômica dos Estados da África Central: Chade, República Centro-Africana, Camarões, Gabão, Congo, República Democrática do Congo e Angola. SACU – União Aduaneira da África Austral: Namíbia, Botswana, África do Sul, Lesoto e Eswatini. SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral: República Democrática do Congo Angola, Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Zimbábue, Moçambique, Botswana, Namíbia, África do Sul e Madagascar. IGAD – Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento: Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Quênia, Somália, Etiópia e Eritreia. EAC – Comunidade da África Oriental: Tanzânia, Ruanda, Burundi, Quênia, Uganda, Sudão do Sul. COI – Comissão do Oceano Índico: Madagascar, Comores, Seychelles, Maurício (França). COMESA – Mercado Comum da África Oriental e Austral: Zimbábue, Zâmbia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Uganda, Quênia, Etiópia, Eritreia e Sudão. Na parte inferior, à esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 1.090 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ScienCesPo. Cartothèque, Bibliothèque Numèrique, Paris. Disponível em: https://oeds.link/NXzNSo. Acesso em: 25 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais.
  • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial.
  • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras fórmas de representação para analisar informações geográficas.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero nove gê ê zero dois (atividades 1, 4 e 5)
  • ê éfe zero nove gê ê zero cinco (atividades 2, 3 e 6)
  • ê éfe zero nove gê ê um zero (atividade 3)

Respostas

  1. Os países se organizam em blocos econômicos para se fortalecer política e economicamente. Dessa fórma, conseguem ampliar acordos comerciais, reduzir tarifas alfandegárias, entre outros benefícios.
    1. O desenvolvimento dos meios de transporte possibilitou a diminuição dos tempos de viagem e contribuiu para a percepção de encurtamento das distâncias.
    2. O desenvolvimento dos meios de comunicação também demonstra avanços tecnológicos presentes no cotidiano, como a internet.
  2. Os estudantes devem indicar que as características expostas são efeitos do processo de globalização da economia. A partir do desenvolvimento tecnológico, ampliaram-se as relações entre os espaços, causando a inter-relação econômica entre os países. Uma das características desse processo é a velocidade dos fluxos de informação e financeiro, proporcionada pelo desenvolvimento das comunicações por satélite. As empresas dos países industrializados se expandiram e instalaram filiais em países menos desenvolvidos, em um processo de mundialização da produção, mas também do consumo, por meio de estratégias de marketing.
  3. Os estudantes podem elaborar um texto com diversos apontamentos, entre eles o grande número de blocos que existem para a integração do território africano. Além disso, podem destacar a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral como o bloco que agrega o maior número de países africanos. Outro fator a ser destacado é a integração no interior do continente, que ocorre, majoritariamente, entre países vizinhos. A realização da atividade possibilita desenvolver práticas de pesquisa como a revisão bibliográfica e a análise documental e explorar a construção de saberes geográficos como a extensão, a delimitação e a localização.

5. Leia o texto e faça as atividades.

trãmp determina saída dos Estados Unidos da América de acordo comercial com países do Pacífico

dônald trãmp assina decreto que retira os Estados Unidos do Acordo Transpacífico, assinado em outubro de 2015 por mais 11 países. reticências

Durante a campanha, o presidente trãmp já havia anunciado que iria abandonar formalmente a Parceria Transpacífico, por considerar o acordo ruim para os trabalhadores americanos. reticências

A saída dos Estados Unidos da parceria com os países do Pacífico representa uma inversão na tendência de décadas de política econômica internacional reticências de reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio em todo o mundo. Embora os candidatos muitas vezes tenham criticado acordos comerciais na campanha, aqueles que chegaram à Casa Branca, incluindo o [ex-]presidente baráqui Obama, acabaram ampliando o alcance dessas relações.

reticências

Assessores de trãmp afirmam que o novo presidente pretende avançar rapidamente na renegociação do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (náfta). reticências

O acordo tem sido um dos principais motores do comércio americano há quase duas décadas, mas há algum tempo tem sido questionado por, supostamente, diminuir a oferta de emprego e reduzir os salários do trabalhador norte-americano.

ROMILDO, José. trãmp determina saída dos Estados Unidos da América de acordo comercial com países do Pacífico. Agência Brasil, Brasília, Distrito Federal, 23 janeiro. 2017. Seção Últimas Notícias – Internacional. Disponível em: https://oeds.link/lHs83y. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. Por que o ex-presidente dos Estados Unidos baráqui Obama tinha interesse em reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio com outros países?
  2. De acordo com a reportagem, quais razões levaram o então presidente dos Estados Unidos, dônald tramp, a retirar o país do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (tê pê pê)?

6. Observe o quadro.

MUNDO: Países com usuários com maior tempo gasto em redes sociais (2018)

País

Tempo

Filipinas

3 h 57 min

Brasil

3 h 39 min

Indonésia

3 h 23 min

Tailândia

3 h 10 min

Argentina

3 h 09 min

Egito

3 h 09 min

México

3 h 07 min

Nigéria

3 h 02 min

Malásia

3 h 00 min

Emirados Árabes

2 h 56 min

Elaborado com base em dados obtidos em: Digital in 2018: world's internet users pass the 4 billion mark. We are social, London, 30 janeiro. 2018. Disponível em: https://oeds.link/bjtqjR. Acesso em: 25 abril. 2022.

  1. Qual é a participação dos brasileiros na lista dos países com maior tempo gasto em redes sociais?
  2. Além da maior comunicação entre as pessoas, quais consequências, em termos culturais, são provocadas pelo contexto atual da globalização?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

    1. Para aumentar as trocas comerciais, incluindo a exportação de produtos com tarifas reduzidas, visando ao crescimento da economia.
    2. De acordo com a reportagem, o presidente dônald trampconsidera o acordo desvantajoso para os trabalhadores dos Estados Unidos.
    1. Segundo o quadro, o Brasil está em segundo lugar no tempo gasto em redes sociais, apresentando uma média de 3 horas e 39 minutos por usuário, um valor bastante elevado.
    2. Com a ampliação das facilidades de comunicação, também se ampliou a disseminação de culturas, que podem interagir mesmo em diferentes espaços geográficos. Ainda que essa interação não aconteça de fórma igualitária, é possível gerar padrões de comportamento, como os hábitos de consumo de música, roupas e atividades, resultando em uma homogeneização cultural.

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

Meio ambiente.

Consumo global, impactos locais

Na economia globalizada, as empresas transnacionais criam diversas estratégias de marketing para vender a imensa quantidade de bens e serviços produzidos em determinado local e ofertados em diversas outras regiões do mundo.

No entanto, esses padrões de consumo massificados implicam consequências negativas para o meio ambiente e até para a saúde da população. Leia o texto a seguir.

A ‘globalização’ da poluição afeta a saúde das pessoas em todo o mundo

Com ampla oferta de mão de obra e regulações e infraestrutura que facilitam as exportações, a China se transformou no maior centro industrial do mundo. Bens por lá produzidos são distribuídos por todo o planeta, assim como a poluição. reticências

Pesquisadores da Universidade deEast Anglia, na Inglaterra, utilizaram modelos para estimar a mortalidade prematura relacionada com a poluição por material particulado fino (pê ême 2.5) em 13 regiões, que englobam 228 países. O foco foi nos óbitos por doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica. Das 3,45 milhões de mortes prematuras registradas em 2007, cêrca de 12% ou 411.100 foram provocadas por poluentes emitidos em outra região do mundo.

“Isso indica que a mortalidade prematura relacionada com a poluição do ar é mais que uma questão local”, disse Dabo Guãn, coautor do estudo e professor da Escola de Desenvolvimento Internacional de East Anglia. “Nossos resultados quantificam a extensão da poluição do ar como um problema global.”

Consumo num país, poluição em outro

reticências os pesquisadores estimaram que 22% das mortes prematuras, ou setecentas e sessenta e duas.quatrocentas, estavam associadas com a poluição gerada na produção de bens e serviços numa região, mas consumidos em outra. Produtos consumidos nos Estados Unidos da América, por exemplo, provocam mortes na China, onde eles foram fabricados. Dessa fórma, alertam os cientistas, a economia gerada pelo custo menor de produção em países onde os contrôles sobre a emissão de poluentes é mais frouxa resulta em perdas de vidas em outros locais.

“O comércio internacional está globalizando a questão da mortalidade provocada pela poluição do ar, por permitir que as atividades de produção e consumo sejam fisicamente separadas”, destacou Guãn. “Na nossa economia global, bens e serviços consumidos em uma região podem envolver a geração de grandes quantidades de poluentes, e a mortalidade relacionada, em outras regiões.”

reticências

Os autores sugerem que a adoção de políticas regionais para regular a qualidade do ar pela imposição de um preço para a emissão de poluentes pode ser eficaz, e em alguns casos os custos de tais políticas poderiam ser compartilhados por consumidores em outras regiões. Entretanto, existem evidências de que indústrias poluentes tendem a migrar para países com regulações mais frouxas, o que provoca uma tensão entre a necessidade de melhorar a qualidade do ar e de atrair investimentos internacionais diretos.

Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Em consonância com a Competência Geral da Educação Básica número 7, esta seção contribui para despertar nos estudantes a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito global, para que se posicionem eticamente com o cuidado em relação ao outro e ao planeta.

O trabalho aqui proposto também permite ao estudante: Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza, de acordo com a Competência Específica de Geografia número 6.

O conteúdo possibilita abordar o tema contemporâneo Educação ambiental.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

ê éfe zero nove gê ê zero cinco: Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes interpretações: globalização e mundialização.

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

chôssudóvisky michél. A globalização da pobreza: impactos das reformas do éfe ême í e do Banco Mundial. Tradução: marilênePinto máikol. São Paulo: Moderna, 1999.

Obra que avalia como as políticas governamentais alinhadas às diretrizes do éfe ême í e do Banco Mundial podem agravar o quadro de pobreza no mundo.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Obra célebre em que o geógrafo Milton Santos critica as bases da globalização vigente, em que o progresso técnico é aproveitado restritivamente.

“A melhoria de contrôle de poluentes na China, na Índia e no resto da Ásia traria um imenso benefício para a saúde pública naquelas regiões e em todo o mundo, e uma cooperação internacional para apoiar esses esforços na redução da poluição e do ‘vazamento’ das emissões pelo comércio internacional é de interesse global”, dizem os pesquisadores.

A ‘GLOBALIZAÇÃO’ da poluição afeta a saúde das pessoas em todo o mundo. O Globo, Rio de Janeiro, 29 março. 2017. Seção Saúde.

Fotografia. Vista para um cruzamento de avenidas. No primeiro plano, bicicletas e motocicletas cruzam a pista asfaltada e com a faixa da ciclovia sinalizada em vermelho. Os ciclistas e motociclistas usam máscara de proteção no rosto. No segundo plano, automóveis e ônibus parados no sinal vermelho e edifícios encobertos por uma densa camada de fumaça.
Pessoas enfrentam poluição atmosférica excessiva na cidade de Pequim, China (2021).
  1. Com base na discussão apresentada no texto, você identifica aspectos da integração mundial característicos de uma economia globalizada?
  2. A discussão proporcionada pelo texto indica uma interpretação mais associada ao termo globalização ou mundialização? Justifique sua conclusão.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. É possível perceber as características de uma economia globalizada compreendendo que o texto da seção trata de processos industriais localizados em países com menor custo de produção e com mão de obra barata. Esses produtos são exportados para consumo em outras regiões do mundo.
  2. Podemos considerar a definição de mundialização, já que a discussão aborda transnacionais presentes em países com leis mais brandas a respeito da poluição.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, as questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são as seguintes:

  1. Quais são as características dos sistemas socialista e capitalista?
  2. O que foi a Nova Ordem Mundial?
  3. Quais são as características da mundialização da produção?
  4. Quais são os impactos sociais e ambientais negativos da globalização?

Glossário

Meios de produção
Máquinas, equipamentos, matérias--primas, terras, entre outros elementos necessários ao processo de produção de mercadorias.
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Capital
Riqueza, patrimônio. Também se refere aos recursos destinados ao investimento em uma produção.
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Visão eurocêntrica
Aquela que considera apenas os valores europeus, por colocar a Europa em uma posição central em relação ao restante do mundo.
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Xenofobia
Sentimento de aversão a povos estrangeiros, alimentado por questões religiosas, culturais ou até mesmo sociais e econômicas e muitas vezes ligado a preconceitos e ideologias racistas.
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