UNIDADE sete  Ásia: Índia e Oriente Médio

Fotografia. Vista aérea para um conjunto de edifícios de uma cidade à beira mar. No primeiro plano, mar ocupado por uma marina com diversas embarcações estacionadas. No segundo plano, uma via pública à beira mar e diversos edifícios modernos e espelhados na orla. Destaque para o edifício mais alto em construção no centro da imagem.
Área com muitos edifícios em Dubai, Emirados Árabes Unidos (2021). Parte da riqueza proveniente da produção de petróleo no Oriente Médio foi investida em construções modernas em cidades como Dubai.
Orientações e sugestões didáticas

Apresentação

Esta Unidade está relacionada às seguintes Unidades Temáticas da Bê êne cê cê: O sujeito e seu lugar no mundo, Conexões e escalas, Mundo do trabalho e Natureza, ambientes e qualidade de vida.

A Unidade trabalhará as Competências Gerais da Educação Básica número1, número 3, número 4 e número 9, transcritas nas Orientações Gerais deste Manual do Professor.

Os conteúdos trabalhados no texto principal, nas seções e nas atividades buscam propiciar ao estudante o desenvolvimento das seguintes Competências Específicas do Componente Curricular Geografia: (3) Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem; (5) Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia; (6) Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

Fotografia. Vista para uma superfície plana ocupada por moradias precárias construídas com diversos tipos de material: concreto, madeira e lonas. Entre as moradias, há varais com roupas penduradas e fios de eletricidade. Ao fundo, árvores e edifícios altos e modernos.
Área com moradias precárias, no primeiro plano, em contraste com os prédios ao fundo, evidenciando a desigualdade socioeconômica em Mumbai, Índia (2020). Tanto na Índia como no Oriente Médio coexistem áreas de pobreza e de riqueza.

A Índia é um país emergente e marcado por grandes contrastes. No território indiano há centros de produção de tecnologias avançadas, universidades de alto nível e áreas modernas de produção industrial; ao mesmo tempo, grande parte de sua população vive em condições precárias.

Na região do Oriente Médio, localizam-se países que são grandes produtores mundiais de petróleo e cidades com conjuntos modernos de edifícios, em ritmo ainda crescente de construção. Tanto por causa do petróleo como por sua posição geográfica (que liga os continentes da Europa, Ásia e África), o Oriente Médio é marcado por conflitos e também é alvo de interesse das grandes potências mundiais.

O que você conhece sobre a Índia, sua história e economia? E sobre os países da região do Oriente Médio? O que você sabe sobre as disputas territoriais nessa região? Além do petróleo, quais fatores podem explicar os conflitos no Oriente Médio?

Você verá nesta Unidade:

Índia: do imperialismo britânico a país emergente

Economia, população e conflitos na Índia

O petróleo e a riqueza no Oriente Médio

Conflitos no Oriente Médio

Orientações e sugestões didáticas

Nesta Unidade

O estudo da Ásia desenvolvido na Unidade cinco forneceu aos estudantes um panorama das características do continente. A Ásia continuou em foco na Unidade seis, na qual foram examinadas as particularidades da China, do Japão e dos Tigres Asiáticos. A Unidade sete prossegue com o estudo dos destaques regionais, abordando a Índia e o Oriente Médio. O objetivo é aprofundar o conhecimento das características populacionais, sociais, econômicas e físicas dessas regiões, possibilitando aos estudantes compreender as relações envolvidas na produção desses espaços, levando em consideração fatores históricos e políticos.

As imagens de abertura da Unidade ressaltam algumas características das regiões focalizadas. A fotografia da página da esquerda retrata um conjunto de modernos edifícios em Dubai, capital dos Emirados Árabes, um dos países que se destacam como grandes produtores de petróleo no Oriente Médio. A imagem desta página, por sua vez, é representativa dos contrastes que se observam nas paisagens da Índia, país que abriga grandes centros de produção industrial e de tecnologias avançadas e, ao mesmo tempo, apresenta elevados níveis de desigualdade social.

São trabalhados ao longo da Unidade os seguintes Objetos de conhecimento:

  • Corporações e organismos internacionais.
  • As manifestações culturais na formação populacional.
  • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente.
  • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial.
  • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

CAPÍTULO 14 Índia: país emergente

Localizada no sul do continente asiático e banhada pelo oceano Índico, a Índia possui a sétima maior extensão territorial do mundo e faz fronteira terrestre com seis países: Paquistão, China, Nepal, Butão, bãngladéch e miãnmár.

A Índia é uma república federativa constituída por 28 estados e sete uniões territoriais. cêrca de um terço da enorme população indiana vive nas cidades. Há grandes aglomerações urbanas no país, como Mumbai (ex-Bombaim) e Calcutá, além da capital, Nova Délhi.

No século dezesseis, países europeus disputavam a região que hoje compreende a Índia, principalmente em razão das especiarias nela encontradas. Atualmente, a Índia é um país com crescente desenvolvimento econômico.

O parque industrial indiano é diversificado. Apesar disso, é a agricultura que ainda emprega a maior parte da população. Outro setor que passou a ganhar muito destaque no século vinte e um é o de serviços, como as empresas de telemarketing e de alta tecnologia.

Apesar do desenvolvimento econômico que acompanha as transformações do sistema produtivo do país, a Índia ainda registra baixos índices sociais, e grande parte da população vive na miséria, sem acesso a serviços essenciais, como saneamento básico e saúde. O país também vivencia conflitos territoriais, como a disputa da Caxemira com o Paquistão.

Fotografia. Destaque para um homem de barba e com máscara de proteção sentado em uma mesa em frente a um notebook. O homem manuseia o mouse e observa a tela do computador, que apresenta um projeto de tecnologia.
Homem trabalha em empresa de tecnologia instalada em tchênái, Índia (2021).

Clique no play e acompanhe a reprodução do Áudio.

Transcrição do áudio

A expansão das empresas de call center pela Índia

[Locutora]: Com os avanços nos  setores  de  transportes  e  de  telecomunicações, característicos  da  globalização,  muitas das grandes empresas multinacionais estão transferindo parte de suas atividades produtivas para outros locais, preferencialmente para países em desenvolvimento.

Além de explorarem novos mercados consumidores, essas empresas buscam diminuir os custos de produção, já que a terceirização da mão de obra em países em desenvolvimento é mais barata e as tarifas alfandegárias cobradas são mais baixas.

No início dos anos 2000, a Índia tornou-se um dos principais locais de destino dos call centers [som de teclas] de multinacionais estadunidenses e britânicas.

A mão de obra barata, abundante e qualificada, o inglês como a segunda língua oficial da população e o desenvolvimento avançado de tecnologias de informação e do setor das telecomunicações contribuíram como fortes atrativos para a transferência das operações das centrais de atendimento para diversas regiões da Índia. 

Localizadas próximo às principais cidades do país, como Nova Délhi e Bangalore, essas empresas estão relacionadas sobretudo aos setores de suporte, vendas e cobranças.

A média dos salários pagos no país foi significativamente inferior à média dos valores praticados no Reino Unido, o que evidencia as vantagens econômicas da terceirização do serviço. 

Se o panorama é vantajoso para os investidores, o mesmo não se pode dizer sobre os trabalhadores do setor de atendimento, em sua maioria jovens, para os quais essa oportunidade tem se tornado cada vez mais algo temporário.

Com o aprimoramento do setor de tecnologia da informação, associado aos grandes investimentos nas universidades da Índia na última década, muitos jovens têm buscado postos de trabalho que exigem mais qualificação e pagam salários maiores, como a área de desenvolvimento de softwares, economicamente forte e em ascendência no país.

Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

Neste Capítulo, propomos o estudo do espaço geográfico da Índia. Focalizamos, inicialmente, a consolidação do domínio inglês a partir do século dezessete, o processo de independência no século vinte e as consequências da colonização na produção do espaço indiano. Em seguida analisamos as características econômicas do país na atualidade, evidenciando sua posição como emergente e a presença do Estado na economia. O Capítulo também se propõe a trabalhar os graves problemas sociais e os conflitos étnicos e territoriais, além do reconhecimento e da valorização da diversidade cultural do país.

Habilidades trabalhadas ao longo deste Capítulo

ê éfe zero nove gê ê zero três: Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.

ê éfe zero nove gê ê zero seis: Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

ê éfe zero nove gê ê zero oito: Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

ê éfe zero nove gê ê um um: Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

ê éfe zero nove gê ê um quatro: Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

Observação

O conteúdo desta página possibilita iniciar o trabalho com as habilidades ê éfe zero nove gê ê zero seis e ê éfe zero nove gê ê zero nove.

Imperialismo britânico e independência

A Inglaterra consolidou seu domínio sobre a Índia no século dezessete, após disputas com portugueses, franceses e holandeses. A colonização britânica direcionou a produção do país para atender ao mercado externo, colocando em segundo plano as necessidades do mercado interno.

Como em diversas outras colônias europeias, incluindo o Brasil, foram implantadas na Índia as plantations, grandes propriedades monocultoras com produção destinada à exportação. Além da fome causada pela falta de alimentos no país, esse sistema provocou alterações no modelo social e produtivo, inviabilizando a industrialização e a modernização da sociedade indiana.

No início do século vinte, o quadro de miséria impulsionou um movimento nacionalista liderado por Morrândas Gândi, também conhecido como Marrátma (Grande Alma). Gândi defendia a desobediência civil não violenta – que incluía boicotes aos produtos ingleses e recusa ao pagamento de impostos – como fórma de protesto e demonstração da insatisfação diante da ocupação estrangeira, da miséria social e da estagnação econômica do país.

As mobilizações desencadeadas por Gândi, somadas aos efeitos da Segunda Guerra Mundial sobre os países europeus, facilitaram a independência da Índia em 1947. No processo de independência, a Inglaterra promoveu a partilha do território (então denominado União Indiana) entre elites regionais, dando surgimento ao Paquistão, de maioria muçulmana. Essa partilha provocou o deslocamento regional de grupos étnicos e religiosos, causando indefinições territoriais entre Paquistão e Índia, que até hoje disputam territórios da região da Caxemira.

ÍNDIA: POLÍTICO

Mapa. Índia: político. Mapa representando a divisão política na Índia e os territórios em disputa na região. A Índia faz fronteira a oeste com o Paquistão e ao norte com China e Nepal. A nordeste, o território da Índia avança e forma uma área que faz fronteira com Bangladesh, Mianmar, Butão e China. O território indiano é formado pelas províncias de Tâmil Nadu e Kerala no extremo sul, Goa, Karnataka e Andra Pradesh ao sul, Maharashtra e Madhya Pradesh no centro, Gujarat a oeste, Rajastão, Haryana, Punjab e Himadal Pradesh a noroeste, Uttar Pradesh ao norte, Orissa a leste e, na porção nordeste, as províncias Bihar, Sikkin, Meghalaya, Tripura, Mizoram, Manipur, Nagaland, Assam e Arunachal Pradesh. Território sob controle do Paquistão e reivindicado pela Índia: área na porção noroeste da Caxemira. Território sob controle da Índia e reivindicado pelo Paquistão: área na porção sudeste e central da Caxemira. Território sob controle da China e reivindicado pela Índia: faixa na porção da Caxemira que faz fronteira com a China e denominada Aksai Chin. Linha de cessar-fogo Índia/Paquistão: linha que separa as porções noroeste e da sudeste da Caxemira. Na parte superior direita, mapa-múndi com destaque para a Índia. Na parte inferior esquerda, a rosa dos ventos e a escala de 0 a 335 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página. 101.
Ícone. Sugestão de vídeo.

Gândi. Direção: ríchardi atenborou. Reino Unido/Índia, 1982. Duração: 188 minutos. O filme retrata a vida de Morrândas Marrátma Gândi, desde sua juventude até se tornar um grande líder espiritual e importante figura na luta pela independência da Índia.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Quando os ingleses começaram a disputar o domínio da Índia com outros povos europeus, grande parte do território indiano era governado pela dinastia muçulmana dos mogóis. O Império Mogol estava organizado em regiões administrativas, cujos governantes respondiam diretamente ao imperador. Seu domínio estendeu-se por mais de três séculos. Durante esse período, a ocupação inglesa foi se ampliando, até a dominação total do território, em 1858.

A partir da Revolução Industrial na Inglaterra, a Índia exportava as matérias-primas e consumia os produtos industrializados ingleses. O modelo de produção implantado pelos colonizadores, voltado para o mercado externo e baseado na monocultura, desconsiderou o mercado interno e desorganizou a produção de alimentos. Grande parte da população foi submetida à situação de miséria e fome, o que contrastava com a modernização representada pela chegada de ferrovias e instituições de ensino superior.

Observação

O conteúdo desta página possibilita trabalhar as habilidades ê éfe zero nove gê ê zero seis e ê éfe zero nove gê ê zero oito.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

EBINE, Kazuki. Gândi Uma biografia em mangá. São Paulo: Case Editorial, 2015.

Em uma combinação de narrativa e ilustrações, a obra conta a história do líder da independência indiana, Marrátma Gândi.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

mâder Índia. Direção: Mêrbu Cãn. Índia, 1957. Duração: 172 minutos.

O filme retrata a Índia após a independência, mostrando a necessidade de continuar o processo de modernização e preservar costumes e tradições.

Índia, um país emergente

Desde a década de 1990, a Índia apresenta taxas elevadas de crescimento econômico, resultado de investimentos e do estabelecimento de acordos bilaterais em escalas regional e global. O comércio regional é intenso, e os principais parceiros são a China, o Japão e a Coreia do Sul. Na última década, o país também tem intensificado as relações comerciais com a África e a América do Sul.

Caracterizada como um país emergente, a Índia fórma, com Brasil, Rússia, China e África do Sul, o grupo conhecido como bríquis.

Outro fator que coloca a Índia em posição de destaque no cenário internacional é seu arsenal nuclear, desenvolvido no contexto das disputas territoriais com o Paquistão, o que gera preocupações em relação à possibilidade de conflitos com alto poder destrutivo.

Os bríquis

Em 2001, o economista inglês djim , chefe de pesquisa em economia global de um dos maiores bancos de investimento do mundo – o Gôudmãn –, observou que quatro países do globo, apesar de separados cultural e geograficamente, estavam despontando devido a suas economias e, o mais importante, tinham potencial para crescer. Foi assim que surgiu o termo bríc, sigla criada com as iniciais destes quatro países: Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, a África do Sul (South Africa) foi admitida no grupo, que então passou a ser denominado bríquis.

PER CAPITA (2020)

Gráfico. BRICS: PIB per capita, 2020. Gráfico de barras mostrando o PIB per capita de cada um dos países do BRICS. Os países estão apresentados no eixo vertical e o PIB per capita (em dólar) no eixo horizontal. Brasil: 6.796,8 dólares; Rússia: 10.126,7 dólares; Índia: 1.927,7 dólares; China: 10.434,8 dólares; África do Sul: 5.655,9 dólares.
Elaborado com base em dados obtidos em: THE WORLD BANK. World Development Indicators. Data Bank, Washington, D.C.Disponível em: https://oeds.link/4nB9OZ. Acesso em: 16 março. 2022.

Embora o grupo ainda tenha caráter informal, seus membros têm buscado aproximação em assuntos de interesse comum.

De fato, esses países apresentaram um crescimento econômico significativo nos anos 2000. A partir da década seguinte, porém, houve uma perda de desempenho, o que se agravou com a pandemia de covíd-19.

bríquis: PERCENTUAL DE Taxa de crescimento do Píbi

Gráfico. BRICS: percentual de taxa de crescimento do PIB. Gráfico de linhas mostrando a evolução da taxa de crescimento do PIB dos países do BRICS. No eixo vertical, a informação: Taxa de crescimento em porcentagem; no eixo horizontal: os anos. Cada país é representado por uma linha de cor diferente. Brasil, linha verde-claro. 2000: 4%; 2001: 2%; 2002: 3%. 2003: 1%. 2004: 6%. 2005: 3%. 2006: 4%. 2007: 6%. 2008: 5%. 2009: 0%. 2010: 7%. 2011: 4%. 2012: 3%. 2013: 4%. 2014: 0%. 2015: menos 3%; 2016: menos 3%; 2017: 2%; 2018: 3%; 2019: 2%. 2020: menos 4,1%. Rússia, linha laranja. 2000: 10%. 2001: 5%. 2002: 5%. 2003: 7%. 2004: 7%. 2005: 6%. 2006: 7%. 2007: 8%. 2008: 5%. 2009: menos 7%. 2010: 4%. 2011: 4%. 2012: 4%. 2013: 3%. 2014: 1%. 2015: menos 2%. 2016: 0%. 2017: 2%. 2018: 3%. 2019: 2%. 2020: menos 3,0%. Índia, linha verde-escura. 2000: 4%. 2001: 5%. 2002: 4%. 2003: 7%. 2004: 7%. 2005: 7%. 2006: 7%. 2007: 7%. 2008: 4%. 2009: 7%. 2010: 8%. 2011: 5%. 2012: 5%. 2013: 6%. 2014: 7%. 2015: 7%. 2016: 8%. 2017: 7%. 2018: 6%. 2019: 4%. 2020: menos 7,3%. China, linha vermelha. 2000: 8%. 2001: 8%. 2002: 10%. 2003: 10%. 2004: 10%. 2005: 12%. 2006: 13%. 2007: 14%. 2008: 10%. 2009: 10%. 2010: 10%. 2011: 10%. 2012: 8%. 2013: 8%. 2014: 7%. 2015: 7%. 2016: 7%. 2017: 7%. 2018: 6%. 2019: 6%. 2020: 2,3%. África do Sul, linha azul. 2000: 4%. 2001: 3%. 2002: 4%. 2003: 3%. 2004: 5%. 2005: 5%. 2006: 6%. 2007: 6%. 2008: 3%. 2009: menos 1%. 2010: 3%. 2011: 3%. 2012: 3%. 2013: 3%. 2014: 3%. 2015: 3%. 2016: 2%. 2017: 3%. 2018: 3%. 2019: 0%. 2020: menos 6,4%.
Gráficos elaborados com base em dados obtidos em: THE WORLD BANK. World Development Indicators. Data Bank, Washington, D.C.Disponível em: https://oeds.link/mLZ6Qd. Acesso em: 30 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

bríquis: impactos da pandemia e divergências nas relações internacionais

Os trechos de artigo reproduzidos a seguir apresentam informações sobre a pandemia de Covid-19 e as divergências geopolíticas entre os países do bríquis, suscitando uma reflexão sobre o futuro do grupo.

No ranking global de pessoas infectadas a Índia está em 2º lugar, o Brasil em 3º lugar, a Rússia em 4º lugar, a África do Sul em 15º lugar e a China em 83º lugar. reticências

No ranking global de vidas perdidas o Brasil está em 2º lugar, a Índia está em 3º lugar, a Rússia em 8º lugar, a África do Sul em 14º lugar e a China em 47º lugar.

reticências

O grupo bríquis está numa encruzilhada. Além da pandemia, há uma divergência geopolítica crescente. O Brasil apresentou um alinhamento submisso ao governo trãmp nos Estados Unidos da América. A Índia tem apresentado divergências com a China em vários momentos do passado recente. reticências O clima de hostilidade entre os dois países aumentou muito e a Índia, que se opõe à aliança entre a China e o Paquistão, tem buscado se aproximar dos Estados Unidos da América tanto em termos de comércio, quanto de aliança militar. A Índia também protesta contra a hidro-hegemonia chinesa e a construção de hidrelétricas no Tibete.

A 11ª Cúpula do bríquis ocorreu em novembro de 2019 em Brasília e a 12ª Cúpula, que estava prevista para a cidade de São Petersburgo, na Rússia em julho de 2020, foi feita de fórma virtual e esvaziada. Mas tudo ficou incerto com o avanço da pandemia. A própria continuidade do grupo, tal como se encontra hoje, está sob questionamento. O que parece é que Brasil e Índia estão se deslocando do caminho tradicional do bríquis. A pandemia da covid-19 pode acelerar uma crise, que já estava sendo gestada no grupo.

ALVES, José Eustáquio Diniz. O Brasil é o país do bríquis mais afetado pela pandemia. EcoDebate, 25 janeiro. 2021. Disponível em: https://oeds.link/js0Lsd. Acesso em: 19 maio 2022.

Observação

Os conteúdos desta página favorecem o desenvolvimento das habilidades , ê éfe zero nove gê ê um um e ê éfe zero nove gê ê um quatro.

Ciência e Tecnologia.

Economia e presença estatal

Após a independência da Índia, em 1947, houve elevados investimentos do Estado em ramos industriais, como o siderúrgico, o bélico, o automotivo e o de máquinas e equipamentos, visando substituir as importações e tornar o país mais autossuficiente.

Graças à oferta e à extração de recursos naturais (sobretudo combustíveis fósseis), intensificaram-se as obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, usinas para a produção de energia elétrica etcétera.

A fim de superar uma crise econômica, a partir de 1991, o governo indiano tomou uma série de medidas que redimensionaram a presença estatal e desencadearam o crescimento econômico. A Índia passou a receber grandes investimentos estrangeiros associados à indústria nacional, mantendo o Estado como acionista majoritário em empresas de áreas estratégicas, ligadas à indústria de base e à geração de energia.

Atualmente, a economia indiana é diversificada. Além de contar com um parque industrial espalhado pelos núcleos urbanos (Calcutá, Mumbai, tchênái e Nova Délhi), o país dispõe de reservas de petróleo, carvão e ferro – recursos fundamentais para os setores siderúrgico e petroquímico. A agricultura, praticada em vastas áreas do território, é o setor que mais emprega na Índia. O setor de serviços tem promovido a integração indiana no mercado global por meio do desenvolvimento de empresas de alta tecnologia.

ÍNDIA: ECONOMIA

Mapa. Índia: economia. Mapa mostrando atividades econômicas no território indiano. Petróleo: exploração na costa oeste, na região de Ahmadabad e Mumbai (Bombaim), e no extremo da porção nordeste do país. Carvão: exploração na porção nordeste e central, próximo à Jamshedpur e à Hyderabad, respectivamente. Ferro: exploração na porção sul, próximo a Bangalore, e no nordeste, próximo a Calcutá. Alta tecnologia: centro situado na cidade de Bangalore, ao sul do país. Centro industrial importante: destaque para as cidades de Mumbai, Surat, Cochin, Madurai, Pune, Bangalore, Chennai (Madras), Vadodara, Ahmadabad, Hyderabad, Kanpur, Délhi, Calcutá, Jamshedpur e Vishakhapatnam. Área desértica: Deserto de Thar, localizado na porção noroeste, na fronteira com o Paquistão. Criação extensiva de gado: na porção noroeste. Culturas variadas: extensa área nas porções oeste e central do país. Arroz: no litoral oeste e leste, e em toda a porção nordeste do país. Trigo: ao norte e parte do noroeste do país. Chá: algumas áreas na porção nordeste. Algodão: áreas na porção centro-oeste do país. Juta: área na porção nordeste, próximo a Calcutá, na fronteira com Bangladesh. Cana-de-açúcar: áreas nas porções norte e noroeste do país. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 305 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página. 101.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta página apresenta elementos que possibilitam trabalhar o tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Ao abordar o crescimento econômico da Índia nas últimas décadas, é importante salientar que as desigualdades sociais permanecem e grande parte da população vive na pobreza, em moradias precárias e sem acesso a serviços essenciais como saneamento básico e saúde. Uma parcela muito pequena da população concentra a maior parte da riqueza do país.

Explore o mapa com informações sobre a economia indiana para contextualizar espacialmente aspectos abordados na página e para trabalhar a construção do saber geográfico relacionado à extensão, à delimitação, à localização, à causalidade e à conexidade.

Observação

Os conteúdos desta página podem contribuir para o desenvolvimento das habilidades e ê éfe zero nove gê ê um um.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

Méta Suquêtu. Bombaim: cidade máxima. Tradução: Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

Nesse livro, o autor analisa aspectos da cidade de Mumbai para retratar, de fórma geral, as contradições da metrópole.

Economia.

As empresas de alta tecnologia

Nas últimas décadas, a Índia conquistou o mercado de atividades ligadas à Tecnologia da Informação (TI)glossário , desenvolvidas em escritórios situados, em sua maioria, na cidade de Bangalore, no sul do país. Empresas indianas prestam serviços a grandes corporações transnacionais, criando aplicativos, programas e outros produtos.

Um dos fatores que contribuem para essa expansão é o forte movimento de retorno ao país de jovens indianos que se especializaram em áreas voltadas à informática e à engenharia em grandes universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido. Essa mão de obra altamente qualificada tem sido fundamental para o desenvolvimento da indústria ligada à informática e para a criação de escolas de engenharia de excelente nível na Índia.

Bollywood e a indústria do entretenimento

Criada no início do século vinte, a maior indústria de entretenimento do mundo, conhecida como Bollywood, localiza-se na cidade de Mumbai, na Índia. Seu nome deriva da mistura entre Bombaim (como a cidade era chamada) e Hollywood, famoso complexo cinematográfico dos Estados Unidos.

Fotografia. No primeiro plano, destaque para um muro com placas publicitárias e pôsteres de filmes indianos em uma via pública. Ao fundo, prédios baixos e com letreiros e céu azul com nuvens.
Embora os filmes de Bollywood se destinem predominantemente ao público indiano, é possível encontrar sua distribuição em vários países. Na fotografia, placas publicitárias de filmes indianos em Kerala, Índia (2019).

Mão de obra e mercado interno

A Índia passou a atrair nas últimas décadas empresas de vários países (principalmente dos Estados Unidos e do Japão), por diversos motivos:

  • mão de obra qualificada, composta de técnicos e engenheiros formados em universidades e escolas técnicas do país e do exterior;
  • excedente de mão de obra com baixa qualificação, que ocupa os postos de trabalho que exigem pouca especialização;
  • mercado consumidor com elevado potencial (com o aumento da renda per cápitaocorrido nos últimos anos, houve ampliação da demanda por bens de consumo).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os conteúdos desta página possibilitam desenvolver o tema contemporâneo Trabalho.

Ao abordar a indústria cinematográfica indiana, comente com os estudantes que os filmes de Bollywood têm caráter comercial, assim como os produzidos por Hollywood, nos Estados Unidos. Entre as características que aparecem nos filmes bóliudiânos estão as histórias de amores impossíveis, danças, músicas, muitas cores e aventuras. Existem críticas a esse modelo, alegando que não retratam a vida na Índia de fórma real. Entretanto, também existem as produções independentes, com filmes que abordam questões sociais de fórma mais complexa.

Observação

Esta página pode contribuir para o trabalho com as habilidades e ê éfe zero nove gê ê um um.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

NOTA de mil rúpias. Direção: . Índia, 2014. Duração: 89 minutos.

Uma mulher pobre, que acaba de perder seu filho agricultor, ganha mil rúpias de um político em campanha e se vê em uma difícil situação quando tenta usar o dinheiro. O filme retrata a exploração a que a população pobre indiana é submetida.

Ícone. Seção Lugar e cultura. Composto por um vaso colorido.

Lugar e cultura

Cidadania e civismo.

O sistema de castas: uma ordem hinduísta

Os princípios do hinduísmo favoreceram a formação, na Índia, do sistema de castas. Em uma sociedade com esse tipo de sistema, a posição do indivíduo é definida pelo nascimento, sem que haja espaço para qualquer tipo de mobilidade social ao longo da vida. O sistema de castas na Índia é dividido em quatro castas. Segundo o Rig Veda, escritura sagrada do hinduísmo, cada uma delas se originou de uma parte do corpo de brãma, o deus supremo.

No topo da hierarquia estava a casta dos sacerdotes, denominados brâmanes. Em seguida, vinham: a dos xátrias, que eram os militares; a dos vaixias, composta de comerciantes, artesãos e camponeses; e a dos sudras, trabalhadores rudimentares que serviam às demais castas. Excluídos socialmente estavam os intocáveis (dalits), grupo totalmente desprovido de direitos. Esses indivíduos eram considerados impuros por não terem origem no corpo de Brahma; formavam um grupo à parte, extremamente segregado e discriminado.

Existem, ainda, milhares de subcastas, o que torna esse sistema muito complexo.

Em 1947, o sistema de castas foi extinto oficialmente. Porém, ele está arraigado na sociedade indiana, e os grupos excluídos continuam sendo vítimas do preconceito. Como fórma de se libertar dessa realidade, muitos se converteram ao islamismo e ao budismo.

Litogravura. Destaque para duas mulheres agachadas e de frente uma para a outra, dentro de uma sala. A mulher da esquerda tem o cabelo preso, veste roupa branca e estende a mão direita para a outra. A mulher da direita tem o cabelo solto e comprido, veste roupa rosa e joias e estende a mão esquerda para a outra. Ao fundo, a porta da sala.
Duas mulheres de diferentes castas na Índia. 1837. Litogravura. Biblioteca Britânica, Londres, Inglaterra.
  1. Como é composto o sistema de castas na Índia?
  2. Por que os intocáveis (dalits) sofrem discriminação por parte da sociedade indiana?
Orientações e sugestões didáticas

Orientação

Esta seção contempla o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Observação

O conteúdo apresentado possibilita trabalhar aspectos da habilidade ê éfe zero nove gê ê zero três.

Respostas

  1. É dividido em quatro castas principais, que podem apresentar subdivisões. Na primeira casta, a mais alta da hierarquia, estão os brâmanes, os sacerdotes; na segunda, os xátrias, os militares. A terceira casta, a dos vaixias, compreende os comerciantes, artesãos e camponeses; a quarta casta, a dos sudras, compõe-se de trabalhadores mais rudimentares, que prestam serviço às demais castas.
  2. Os dalits não são considerados originários do corpo do deus brãma, diferentemente dos integrantes das demais castas.

Atividade complementar

Os trechos de notícia reproduzidos a seguir tratam das manifestações de dalits contra a decisão que pode retirar algumas proteções legais dessa casta.

Milhares de dalits, a classe mais baixa do sistema de castas hindu, protestaram nesta segunda-feira em várias cidades da Índia contra decisão da Suprema côrte, que pode reduzir proteção legal da etnia. reticências Um dos artigos da lei até agora punia os insultos contra os membros das castas mais baixas e estabelecia que supostos culpados não poderiam se beneficiar de uma fiança. reticências A organização de direitos humanos Anistia Internacional registrou pelo menos 319 casos de violência contra dalits na Índia desde 2016.

Protesto de casta dos intocáveis deixa oito mortos na Índia. Veja, 2 abril. 2018. Disponível em: https://oeds.link/wnkOX5. Acesso em: 19 maio 2022.

Depois de compartilhar essa notícia com os estudantes, proponha a eles que pesquisem dados a respeito da lei de proteção e como ela é aplicada na prática. Oriente-os a buscar informações em livros e revistas, exercitando a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa. Combine com a turma uma data para a apresentação e a discussão das informações levantadas.

Cidadania e civismo.

População

Com cêrca de 1,4 bilhão de habitantes, a maioria vivendo no campo, a Índia é um dos países mais populosos do mundo. Embora o crescimento demográfico esteja em declínio nos últimos anos, a ônu prevê que, em 2030, a população desse país será a maior do planeta, com 1,5 bilhão de pessoas. Mais da metade da população indiana se concentra no vale do rio Ganges, onde estão situadas algumas das maiores cidades do país, como Calcutá, Patna e Nova Délhi.

Há uma grande diversidade cultural no país, pois existe uma multiplicidade de religiões praticadas (hinduísmo, islamismo, cristianismo, siquísmo, entre outras) e de línguas faladas (hindi, bengali, inglês etcétera.).

Um grande número de indianos vive em situação de pobreza e miséria, com precariedade de saneamento básico, eletricidade, transporte e habitação. No que diz respeito à saúde e à educação, os serviços de qualidade são escassos.

Fotografia. No primeiro plano, destaque para uma multidão de pessoas na margem de um rio. As pessoas vestem lenços e roupas coloridas. Algumas delas estão dentro da água e outras seguram cestos com alimentos e ramos de plantas compridas. Ao fundo, edificações e árvores esparsas.
Parte significativa da população indiana peregrina até o rio Ganges, considerado por muitos como local sagrado, para a realização de rituais religiosos. Varanasi, Índia (2020).

Conflitos étnicos e separatistas

Alguns conflitos étnicos e separatistas ameaçam a unidade territorial da Índia. Entre eles, estão a disputa com o Paquistão pela Caxemira, território localizado ao norte do país; os confrontos entre hinduístas e síquis, grupo étnico-religioso do estado do Punjab (situado a noroeste do território indiano) que reivindica sua independência política; e a luta entre indianos e chineses pelas regiões de ácsai tchin (dominada pela China e reclamada pela Índia) e de arunátchal prádêchi (dominada pelos indianos e reivindicada pelos chineses).

Com relação à disputa pelo território da Caxemira, desde sua independência, a Índia travou três guerras com o Paquistão: em 1947, em 1965 e em 1999. Houve ainda uma guerra travada em 1971, quando a Índia apoiou a independência de bãngladéch.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Em 1971, após terem travado três guerras, Índia e Paquistão assinaram o acordo de Simla, que resultou na criação da “Linha de contrôle”, dividindo o território entre os dois países. Essa fronteira, de 740 quilômetros de extensão, é uma das mais militarizadas do mundo, e é comum a troca de tiros entre soldados dos dois lados.

A Linha de contrôle atravessa áreas montanhosas e florestas, incluindo a divisão de aldeias. Há milhares de famílias próximo à região da fronteira que vivem com medo dos enfrentamentos entre os soldados. A constante tensão na região faz com que a economia seja pouco desenvolvida e a população seja privada de educação e vida digna.

A abordagem desse conteúdo possibilita desenvolver o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Observação

Esta página pode contribuir para o trabalho com aspectos das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero três, ê éfe zero nove gê ê zero oito e ê éfe zero nove gê ê zero nove.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestões para o professor:

nêipôu, V. S. Índia: um milhão de motins agora. Tradução: S. Duarte. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Relato de uma viagem do autor por diversas regiões e cidades da Índia, contendo informações e reflexões sobre a história e as múltiplas culturas do país.

VISENTINI, Paulo Fagundes. O dragão chinês e o elefante indiano. Pôrto Alegre: Leitura vinte e um, 2011.

Uma análise em linguagem acessível da ascensão econômica e política da China e da Índia no cenário geopolítico global.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. A respeito do processo de independência da colônia britânica denominada União Indiana, responda:
    1. Quem foi o líder da independência e quais aspectos marcaram as mobilizações desencadeadas por ele?
    2. A independência da União Indiana resultou na formação de quais países?
    3. Qual território é disputado por esses países?
  2. Quais são as principais atividades econômicas da Índia?
  3. Em grupo, pesquisem informações em jornais, revistas e na internet sobre as tensões entre Índia e China. Anotem os principais dados e, em data previamente agendada pelo professor, apresentem a pesquisa aos demais grupos. Compartilhem informações com os colegas e, se necessário, complementem a pesquisa. Ao final, elaborem um quadro ou uma tabela mencionando os conflitos e as respectivas datas de início e término (se houver).
  4. Observe o quadro e responda.
Países selecionados: maiores economias do mundo

2016

2050 (projeção)

1. China

1. China

2. Estados Unidos

2. Índia

3. Índia

3. Estados Unidos

4. Japão

4. Indonésia

5. Alemanha

5. Brasil

6. Rússia

6. Rússia

7. Brasil

7. México

8. Indonésia

8. Japão

9. Reino Unido

9. Alemanha

10. França

10. Reino Unido

PWC. The Long View How will the global economic order change by 2050? Reino Unido: pê dábliu cê, 2017. Disponível em: https://oeds.link/iVnnXk. Acesso em: 5 maio 2022.

  1. Qual é a posição projetada dos países dos Brics na lista das dez maiores economias em 2050?
  2. O que representam os bríquis na nova ordem política e econômica mundial?
  3. Por que a Índia está inserida no grupo dos bríquis?

5. Quais conclusões sobre a dinâmica populacional da Índia podem ser tiradas da pirâmide etária do país?

ÍNDIA: PIRÂMIDE ETÁRIA (2020)

Gráfico. Índia: pirâmide etária, 2020. Pirâmide etária representando as porcentagens de homens e de mulheres por faixas de idade na população indiana. 0 a 4 anos. homens: 4,2%, mulheres 4%. 5 a 9 anos: homens: 4,3%; mulheres: 4,1%. 10 a 14 anos: homens: 4,8%, mulheres 4,3%. 15 a 19 anos: homens: 4,8%, mulheres: 4,3%. 20 a 24 anos: homens: 4,7%, mulheres: 4,2%. 25 a 29 anos: homens: 4,5%, mulheres: 4%. 30 a 34 anos: homens: 4,2%, mulheres: 3,8%. 35 a 39 anos: homens: 3,8%; mulheres: 3,5%. 40 a 44 anos: homens: 3,5%, mulheres: 3,2%. 45 a 49 anos: homens: 3,2%; mulheres: 2,5%. 50 a 54 anos: homens 2,5%, mulheres: 2,2 %. 55 a 59 anos: homens, 2,2%, mulheres: 2,1%. 60 a 64 anos: homens: 1,8%, mulheres: 1,8%. 65 a 69 anos: homens: 1,6%, mulheres: 1,6%. 70 a 74 anos: homens: 1 %, mulheres: 1,2%. 75 a 79 anos: homens: 0,7%, mulheres: 0,9%. 80 a 84 anos: homens: 0,5%, mulheres: 0,6%. 85 a 89 anos: homens: 0,2%, mulheres: 0,3%. 90 a 94 anos: homens: 0,1%, mulheres: 0,1%. 95 a 99 anos: homens: 0%, mulheres, 0%. 100 anos ou mais: homens: 0%, mulheres, 0%.
Elaborado com base em dados obtidos em: POPULATION Pyramids of the World from 1950 to 2100. #PopulationPyramid.net, dezembro. 2019. Disponível em: https://oeds.link/iNxXyB. Acesso em: 30 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • As manifestações culturais na formação populacional.
  • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente.
  • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania.
  • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial.
  • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras fórmas de representação para analisar informações geográficas.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero nove gê ê zero três (atividade 1)
  • ê éfe zero nove gê ê zero seis (atividade 1)
  • ê éfe zero nove gê ê zero oito (atividades 1, 2 e 4)
  • ê éfe zero nove gê ê zero nove (atividades 1, 2, 3, 4 e 5)
  • ê éfe zero nove gê ê um um (atividades 2 e 3)
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro (atividade 5)

Respostas

    1. O principal líder foi Marrátma Gândi. O que marcou as mobilizações foi a utilização de técnicas pacíficas, como o boicote aos produtos ingleses.
    2. Paquistão e Índia.
    3. Caxemira.
  1. Destacam-se na Índia o extrativismo mineral, os setores siderúrgico e petroquímico, a agricultura e o setor de serviços, que emprega alta tecnologia.
  2. Entre os conflitos atuais, espera-se que os estudantes citem as lutas na região de ácsai tchin, na Caxemira, administrada pela China e reivindicada pela Índia, e na região ao noroeste da Índia, , que a China alega fazer parte do Tibete.
    1. Na lista das dez maiores economias em 2050, China e Índia, dois países do bríquis, ocuparão as primeiras posições; Brasil e Rússia ocuparão posições importantes da lista, o quinto e o sexto lugares.
    2. Os bríquis representam uma melhor distribuição do poder econômico na escala global, o que pode reequilibrar as fôrças e a configuração da ordem mundial.
    3. A Índia faz parte dos bríquis por ser identificada como um país de economia emergente e por haver a expectativa de que, nas próximas décadas, apresente taxas aceleradas de crescimento, aliadas aos grandes investimentos em diversos setores econômicos e sociais.
  3. A pirâmide etária da Índia tem uma base bastante larga, o que demonstra que o país registra elevadas taxas de fecundidade e alta concentração de população nas faixas etárias mais jovens. As faixas etárias que representam adultos e idosos têm menor peso, o que é típico de países pobres e em desenvolvimento, nos quais as condições de vida da população são bastante precárias.

CAPÍTULO 15 Oriente Médio: região estratégica

O Oriente Médio é uma região estratégica em termos econômicos e geopolíticos, visto que conecta a Ásia, a Europa e a África. Além disso, nesse território estão localizadas as maiores jazidas de petróleo do mundo, que enriqueceram monarcas e xeques e transformaram áreas desérticas em cidades com centros de alto luxo.

A região é composta de 15 países, que somam uma área de 6,8 milhões de quilômetros quadrados ocupada por uma população composta majoritariamente de árabes de religião muçulmana. Israel, cuja população é predominantemente judaica, é uma exceção.

No Oriente Médio ocorrem constantes tensões e conflitos, como entre israelitas (judeus) e árabes (muçulmanos). A posse das jazidas de petróleo e o contrôle do seu fluxo também motivam tensões entre os países da região.

Fotografia. Vista para um estádio em formato oval, com cobertura semiaberta branca e com estruturas metálicas e prateadas. O estádio possui um portal marrom e está situado em uma superfície plana, cujo piso possui figuras triangulares. Ao redor do estádio, área urbana predominantemente horizontal.
dôrra, capital do Catar, é uma das cidades que receberam grandes investimentos para garantir a atração de consumidores das classes médias e altas de países europeus, americanos e asiáticos. Esse “Novo Oriente Médio” também passou a receber importantes eventos esportivos. Na fotografia, área do Estádio Internacional calífa (2021).
Orientações e sugestões didáticas

Sobre o Capítulo

O Oriente Médio, suas características principais e os conflitos dessa região constituem o foco deste Capítulo.

Habilidades trabalhadas ao longo do Capítulo

ê éfe zero nove gê ê zero dois: Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao consumo, à cultura e à mobilidade.

ê éfe zero nove gê ê zero quatro: Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais.

ê éfe zero nove gê ê zero oito: Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

ê éfe zero nove gê ê um quatro: Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.

ê éfe zero nove gê ê um cinco: Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas.

ê éfe zero nove gê ê um seis: Identificar e comparar diferentes domínios morfoclimáticos da Europa, da Ásia e da Oceania.

ê éfe zero nove gê ê um sete: Explicar as características físico-naturais e a forma de ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da Ásia e da Oceania.

ê éfe zero nove gê ê um oito: Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em diferentes países.

Observação

Esta página apresenta elementos que podem servir como ponto de partida para trabalhar as habilidades ê éfe zero nove gê ê zero quatro, ê éfe zero nove gê ê zero oito e ê éfe zero nove gê ê zero nove.

Aspectos físicos

Grande parte do relevo do Oriente Médio é constituída de planaltos circundados por montanhas. As planícies estão situadas, em geral, entre o litoral e os conjuntos montanhosos. No interior da região, entre os rios Tigre e Eufrates, localiza-se a planície da Mesopotâmia, de grande valor histórico-cultural.

Em virtude do predomínio dos climas desértico e semiárido, os desertos marcam presença na maioria das paisagens. A grande amplitude térmica é característica da região, o que levou a população a se concentrar em cidades como Damasco, na Síria, e Riad, na Arábia Saudita. Nessas localidades, há presença de oásis.

O Oriente Médio é a região que enfrenta o maior estresse hídrico do planeta. Com o aumento do consumo e a expansão das áreas irrigadas, a ônu projeta para o futuro próximo problemas como o agravamento da contaminação dos aquíferos, o desperdício e o surgimento de disputas pelo uso da água em zonas fronteiriças.

Petróleo

A região concentra as maiores reservas petrolíferas do mundo e é a principal exportadora do produto. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (ôpép) reúne Estados responsáveis pela extração e refino do produto, exercendo grande influência sobre a oferta e o preço do petróleo no mercado internacional.

As alianças e as mudanças envolvendo os países do Oriente Médio são acompanhadas de perto pelas potências mundiais, uma vez que alterações políticas nessa região podem ter reflexos globais.

PLANISFÉRIO: ôpép – FLUXO DE PETRÓLEO BRUTO, 1.000 BARRIS/DIA (2020)

Mapa. Planisfério: Opep, fluxo de petróleo bruto, 1.000 barris por dia, 2020. Mapa representando a localização dos países membros da Opep e os fluxos de venda de petróleo bruto entre o grupo e outros países do mundo. Países membros da Opep: Venezuela, Argélia, Líbia, Nigéria, Gabão, Angola, Arábia Saudita, Iraque, Irã e Kuwait. Opep África: 487 mil barris por dia para América Latina; 110 mil barris por dia para Índia; 281 mil barris por dia para o Sudeste Asiático; 14 mil barris por dia para China; 39 mil barris por dia para Reino Unido; 2 mil barris por dia para Rússia. Opep Oriente Médio: 689 mil barris por dia para Estados Unidos; 1.551 mil barris por dia para Europa Ocidental; 239 mil barris por dia para Rússia; 80 mil barris por dia para Rússia; 3.738 mil barris por dia para Japão; 2.284 mil barris por dia para Índia; 3.982 mil barris por dia para China; 454 mil barris por dia para África. Opep América Latina: 37 mil barris por dia para Brasil; 19 mil barris por dia para Brasil; 1.014 mil barris por dia para Europa; 27 mil barris por dia para Estados Unidos; 129 mil barris por dia para Estados Unidos; 334 mil barris por dia para África; 20 mil barris por dia para Israel; 527 mil barris por dia para Europa; 70 mil barris por dia para China; 81 mil barris por dia para China; 37 mil barris por dia para Coreia do Sul; 81 mil barris por dia para Índia. 409 mil barris por dia para Índia. 379 mil barris por dia para Sudeste Asiático. 1.300 mil barris por dia para Sudeste Asiático. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.600 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: ORGANIZATION OF THE PETROLEUM EXPORTING COUNTRIES. OPEC Members' flows of crude oil, 2020. Annual Statistical Bulletin, Vienna, 2020. Seção Maps. Disponível em: https://oeds.link/6XolDg. Acesso em: 30 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Explique aos estudantes que a questão da escassez de água já foi motivo de conflitos entre os países do Oriente Médio, principalmente porque muitos deles se situam na mesma bacia hidrográfica, acirrando as disputas na região. Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel se apropriou das colinas de Golã, importantes para o abastecimento hídrico. Também como consequência da guerra, Israel se apossou da Cisjordânia, controlando os poços subterrâneos da região e limitando o acesso dos palestinos à água. Em decorrência da escassez de água, Israel já desenvolveu a maior usina do mundo para dessalinização das águas do mar.

Sobre as grandes reservas petrolíferas do Oriente Médio, explique que elas resultam de processos naturais que favoreceram o acúmulo desse recurso na região. O movimento das placas tectônicas contribuiu para o fechamento dos oceanos primitivos da região, favorecendo a decomposição de microrganismos que originaram o petróleo. Outro fator a se considerar é o resultado do choque entre as placas Arábica e Eurasiana, que criou muitas dobras nas camadas do subsolo onde o petróleo se deposita.

Por fim, promova a leitura do mapa disponível na página para demonstrar os principais fluxos de petróleo vinculados à ôpép e para trabalhar o desenvolvimento do raciocínio geográfico relacionado à conexidade.

Observação

O conteúdo desta página favorece o trabalho com as habilidades ê éfe zero nove gê ê zero oito, ê éfe zero nove gê ê zero nove e ê éfe zero nove gê ê um sete.

Atividade complementar

Proponha uma reflexão para os estudantes, desenvolvendo a compreensão acêrca da interdependência entre os países, lançando questionamentos como:

  • De que fórma os países que não pertencem ao Oriente Médio podem ser influenciados pelo cenário político da região?
  • Qual é a vantagem da criação da ôpép para os países exportadores de petróleo?

Ícone. Seção Lugar e cultura. Composto por um vaso colorido.

Lugar e cultura

Multiculturalismo

Povos beduínos do Oriente Médio

Se, por um lado, o Oriente Médio abriga centros urbanos modernos e passa por um processo de ocidentalização das populações locais, por outro, a região também conta com a presença de populações com modos de vida tradicionais. Entre esses povos estão os beduínos, nome derivado de expressões árabes que, traduzidas, correspondem a “povos que vivem no deserto”.

Esses habitantes mais antigos da região têm como principal característica o nomadismo. Estima-se que surgiram na Antiguidade, no norte da atual Arábia Saudita, porém se espalharam para outras regiões do deserto do Oriente Médio e do Norte da África, onde está situado o deserto do Saara.

ÁFRICA E ÁSIA: LOCALIZAÇÃO DOS POVOS BEDUÍNOS

Mapa. África e Ásia: localização dos povos beduínos. Mapa político da África e de parte do continente asiático com a localização da área habitada pelos povos beduínos. Áreas habitadas por povos beduínos: norte da África e grande parte do Oriente Médio, abrangendo o território de parte do Saara Ocidental, Mauritânia, Argélia, norte de Mali, norte de Níger, norte de Chade, Líbia, Egito, Tunísia, norte e centro do Sudão, Jordânia, Síria, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar, Iêmen, Omã e Emirados Árabes Unidos. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 615 quilômetros.
Elaborado com base em dados obtidos em: FRONTIER VENTURES. Arab World. Joshua Project. Disponível em: https://oeds.link/R6CPZl. Acesso em: 30 abril. 2022.

Como os beduínos vivem em uma região onde predominam os climas Desértico e Semiárido, eles desenvolveram um modo de vida adaptado às condições do deserto, isto é, com escassez de água, grande amplitude térmica e ausência de solos favoráveis às práticas agrícolas. Dessa fórma, a maioria deles sobrevive do pastoreio nômade, isto é, da criação de animais, que são a base da alimentação e do sustento, sobretudo nos períodos das migrações.

Os povos beduínos são bastante diversos entre si e, em geral, se diferenciam pelas espécies de animais que empregam no pastoreio. Alguns povos criam camelos e, por isso, ocupam grandes extensões de terra onde o clima é mais rigoroso. Esses são considerados os grupos de maior prestígio. Outros são conhecidos pela criação de cabras ou ovelhas, que são espécies animais que necessitam de locais mais úmidos. Por isso, em geral, esses povos ocupam áreas onde o clima é mais ameno, como as regiões cultivadas da Jordânia, da Síria e do Iraque.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esta seção contempla o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Converse com os estudantes acêrca das questões propostas no encerramento da seção. Estimule-os a compartilhar o que sabem sobre o assunto. Se necessário, oriente-os a buscar informações junto a familiares e conhecidos, exercitando a entrevista como prática de pesquisa.

Observação

O conteúdo desta seção favorece o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero quatro, ê éfe zero nove gê ê um seis e ê éfe zero nove gê ê um sete.

Texto complementar

Comunidades beduínas

Há dezenas de anos, Israel quer expulsar milhares de beduínos de uma ampla porção da Cisjordânia – com sua população de pastores de ovelhas e cabras, a leste de Jerusalém – a fim de expandir os assentamentos judeus. Depois que uma operação deste gênero foi transmitida pela televisão, no final dos anos 1990, quando soldados arrancaram as famílias e arrasaram uma comunidade inteira, juízes israelenses e diplomatas estrangeiros ajudaram a reduzir o ritmo das expulsões. Agora, a determinação de uma turma de juízes do Supremo Tribunal liberou o governo para proceder à retirada de comunidades beduínas inteiras. Os defensores dos beduínos afirmaram que este será considerado um crime de guerra: a transferência forçada de uma população sob a proteção da ocupação militar.

rrélbfínguer dêivid; NAZZAL, Rami. Tribunal israelense abre caminho para a remoção de aldeia beduína. O Estado de São Paulo, São Paulo, 30 junho. 2018. Internacional.

Atividades complementares

1. De que maneira a remoção pode afetar os beduínos?

A remoção pode alterar o modo de vida dessa comunidade, principalmente no que se refere à criação de animais.

2. Qual é a relação entre a Guerra dos Seis Dias e a área ocupada pelos beduínos?

Com a vitória de Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a área ocupada pelos beduínos foi incorporada como terra do Estado.

Fotografia. Interior de uma tenda beduína. Destaque para um homem de pé no centro, vestindo uma roupa marrom, uma túnica laranja sobre o corpo e lenço vermelho sobre a cabeça. Ao lado dele, uma pilastra com diversos artesanatos pendurados e atrás, um homem em pé de roupa e lenço verde. Nas laterais da tenda, diversas pessoas sentadas vestindo túnicas e lenços sobre a cabeça. O piso da tenda é coberto por diversos tapetes coloridos com desenhos geométricos. A lateral direita da tenda está aberta, por onde entra a luminosidade do dia.
Beduínos sírios se reúnem em um acampamento durante um encontro de tribos perto da cidade de rramúria, nos arredores da capital Damasco, Síria (2017).

Como os beduínos são povos nômades, suas moradias são tendas organizadas em acampamentos temporários, facilmente montados e desmontados. De modo geral, essas tendas são feitas com tecidos de pele de camelo ou de cabra, por serem capazes de suportar a grande amplitude térmica diária característica dessas áreas e os ventos fortes característicos dos desertos.

Outra característica peculiar desses povos se refere ao modo de organização social. A estrutura da sociedade é hierárquica e patriarcal, composta de famílias extensas. O chefe de família é chamado de xeque ou xeique e é auxiliado por um conselho tribal informal de homens idosos.

Embora o número de beduínos tenha declinado nas últimas décadas, estima-se que, atualmente, eles representem cêrca de 10% da população total presente no Oriente Médio. As transformações políticas, sociais e econômicas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, vêm pressionando a preservação desse modo de vida tradicional. Muitos beduínos, hoje, se tornaram sedentários e vivem de novas atividades, como a agricultura e o treinamento de camelos utilizados em corridas.

  1. Como as condições naturais presentes onde vivem os beduínos influenciam diretamente o modo de vida desses povos?
  2. No Brasil, quais grupos você conhece cujo modo de vida esteja fortemente associado às características climáticas locais?
  3. No lugar onde você mora, há grupos de pessoas cujo modo de vida esteja fortemente associado ao clima local? Explique, com suas palavras, o modo de vida desses grupos.
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Como consequência do clima quente e sêco, os beduínos sobrevivem do pastoreio, já que a agricultura não se desenvolve de fórma favorável nessas condições. As espécies de animais criadas também variam de acordo com a região em que vivem, atreladas às características climáticas. As tendas em que se abrigam também são confeccionadas com materiais resistentes a esse clima.
  2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem populações tradicionais que dependam do clima local para desenvolver atividades econômicas e de subsistência.
  3. Resposta pessoal. A atividade pode suscitar um debate sobre o tema entre os estudantes, com a mediação do professor.
Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o professor:

LOBO do deserto. Direção: nádji ábu nouár. Jordânia/Emirados Árabes/Grã Bretanha, 2014. Duração: 110 minutos.

O filme conta a história de um jovem em uma jornada com uma tribo beduína que vaga pelo deserto da Província de Hejaz. O menino passa seus dias brincando com russên, seu irmão mais velho, mas a vida dos viajantes muda com a chegada de um oficial britânico.

A riqueza do petróleo

Desde o final do século vinte, alguns dos maiores produtores de petróleo do Oriente Médio passaram a diversificar a economia de seus territórios, investindo volumosos recursos no desenvolvimento do setor de serviços, em especial o turismo de luxo. Dubai e abú dábi, ambas localizadas nos Emirados Árabes Unidos, foram as primeiras cidades a chamar a atenção pelos seus modernos conjuntos de edifícios. Posteriormente, Omã, Catar, cuáit, barêin e Arábia Saudita buscaram seguir o modelo dos Emirados Árabes Unidos, modernizando seus centros urbanos.

Projetadas principalmente por arquitetos europeus e estadunidenses, as novas construções foram concebidas para abrigar hotéis e condomínios extremamente luxuosos, shopping centers com as principais lojas de grife do mundo ocidental e escritórios de empresas transnacionais, além de museus e parques temáticos.

As mudanças trazidas pelo recente processo de modernização acarretaram certa ocidentalização das populações locais. A língua inglesa, por exemplo, passou a ser utilizada por grande parte dos habitantes na comunicação com turistas estrangeiros e no consumo de grifes estadunidenses, francesas e inglesas que se disseminaram no mercado. Além disso, o crescimento da indústria da construção civil transformou a região em polo de atração de empregos, motivando a vinda de trabalhadores não só da Ásia, mas também do continente africano.

No entanto, existem denúncias feitas por jornalistas e ônguis internacionais de que a maior parte das suntuosas construções é erguida com base na exploração irregular da mão de obra imigrante, composta majoritariamente de operários provenientes da Índia, do Paquistão, de bãngladéch, do Nepal, do Irã, das Filipinas e, em menor quantidade, da China e da Etiópia.

Fotografia. Vista aérea para uma ilha artificial no centro e o mar ao redor dela. A ilha é formada por um eixo de ocupação urbana principal no centro de onde saem faixas terrestres envoltas por uma faixa terrestre em semicírculo. As áreas são ocupadas por edificações. Ao fundo, um aglomerado de edifícios e céu azul.
Vista parcial do luxuoso residencial páulm djumíra, arquipélago artificial em Dubai, construído em fórma de palmeira, que se tornou uma das principais atrações turísticas do local por seu requintado estilo arquitetônico. Dubai, Emirados Árabes Unidos (2020).
Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Modos de vida: Dubai e Abu Dhabi

Dentro do Ramadan (período de festividades muito importante dentro dos países muçulmanos) de uma grande cidade turca, ainda que o governo seja de um partido islâmico, o governo apenas sugere que o cidadão jejue, reticências dando a ele a opção do livre-arbítrio. A cidade continua a ter os seus serviços funcionando, mesmo à noite, ainda que de maneira reduzida. Já na ocidentalizada metrópole de Dubai, não se pode comer em nenhum espaço público, a maior parte dos restaurantes só estão abertos para comprar alimentos “pra viagem”, e os serviços públicos deixam de funcionar antes do final do entardecer.

Dubai é um emirado que adotou o caminho da ocidentalização. Assim como abú dábi, dentro dos Emirados Árabes Unidos, relaxou grande parte de seus costumes. Os emires destas duas regiões compreenderam a importância de atrair turismo, serviços e negócios para as suas maiores cidades, e criaram grandes planos de desenvolvimento e crescimento econômico em suas respectivas capitais. Tudo isso foi feito, utilizando-se de mão de obra de todas as partes do mundo. De modo que o Islã desses dois grandes centros se tornou menos ortodoxo, por exemplo, que o da Arábia Saudita. reticências Existem, nesses dois emirados, mulheres ocupando posições de comando em algumas instituições, o que não é comum na maioria dos países muçulmanos conservadores. reticências No entanto, o que observamos aqui é uma aproximação dos modos de vida ocidentais ao Islã, estabelecido e arraigado dentro da população local.

métzguer, Fábio. Estados muçulmanos: cultura e direitos humanos. In: SALATINI, Rafael (Organização.). Cultura e direitos humanos nas relações internacionais reticências. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016.volume 2. página 173-188.

Observação

O conteúdo desta página favorece o trabalho com as habilidades ê éfe zero nove gê ê zero quatro, ê éfe zero nove gê ê zero nove, ê éfe zero nove gê ê um sete e ê éfe zero nove gê ê um oito.

Os conflitos no Oriente Médio

O Oriente Médio é marcado por grandes conflitos geopolíticos, como a disputa entre Israel e Palestina, em que judeus e árabes consideram ter direitos históricos.

Desde o começo do século vinte, o movimento sionistaglossário passou a demonstrar sua pretensão em construir um Estado judeu em Israel, terra de onde os judeus foram expulsos pelos romanos no ano 70 Depois de Cristo. O drama dos sobreviventes do holocaustoglossário nazista motivou a comunidade internacional a dividir o então protetorado britânico da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes, que haviam ocupado a região no século sete.

A questão palestina

O conflito na Palestina teve origem com a criação do Estado de Israel, em 1948, e a não criação de um Estado árabe na região, como previa o plano de partilha da ônu de 1947. Com a criação do novo Estado de Israel, grande parte dos palestinos que ali viviam se refugiou na Faixa de Gaza, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque e no Egito.

A proposta de criação do Estado de Israel foi aceita pela Assembleia Geral da ônu, mas rejeitada pelos árabes palestinos e por países próximos, como Egito, Síria, Iraque, Líbano e Jordânia. A partir de 1948, os conflitos se multiplicaram.

As sucessivas derrotas árabes na Guerra da Partilha, na Guerra dos Seis Dias e na Guerra do iôn kipúr consolidaram territorialmente Israel e dificultaram a criação do Estado Palestino.

Conflitos entre Israel e países vizinhos (1947-1973)

Guerras contra o Estado de Israel

Opositores

Resultado

Guerra da Partilha – 1947-1949

Egito, Síria, Iraque, Jordânia e Líbano

Israel vence e avança sobre territórios que seriam destinados ao Estado Palestino. Egito e Jordânia também se apropriam de áreas palestinas.

Guerra dos Seis Dias – 1967

Egito, Jordânia e Síria

Israel ataca os três países e amplia seus territórios para a península do Sinai, Faixa de Gaza (Egito), Cisjordânia (Jordânia) e Colinas de Golan (Síria). A península do Sinai é devolvida ao Egito em 1979 (com o Acordo de Camp David, intermediado pelos Estados Unidos).

Guerra do Yom Kippur – 1973

Egito e Síria

Países árabes reivindicam os territórios perdidos desde 1967. Israel recusa a devolução e é atacado no dia do feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão). O país contra-ataca e sai vitorioso, mantendo sua extensão territorial.

Fonte: OLIC, Nelson Bacic; CANEPA, Beatriz. Oriente Médio: uma região de conflitos. São Paulo: Moderna, 2012.

Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Retome com os estudantes as histórias de dominação da região da Palestina antes da criação do Estado de Israel, a fim de que percebam o território como alvo de disputas históricas. A Palestina foi conquistada pelos judeus por volta de 1200 antes de Cristo, mas as sucessivas dominações estrangeiras iniciaram o processo de diáspora da população judaica. As duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano intensificaram o processo de diáspora e tiveram como resultado a proibição de os judeus viverem em Jerusalém, momento em que migraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fóra do poder de Roma.

A partir de então, a Palestina passou a ser habitada por populações helenísticas romanizadas e, em 395, tornou-se domínio do Império Bizantino. Em 638, a região foi conquistada pelos árabes, no contexto da expansão do islamismo, e passou a fazer parte do mundo árabe. Entre 1517 e 1918, a Palestina esteve incorporada ao Império Otomano.

Observação

O conteúdo desta página possibilita o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero nove e ê éfe zero nove gê ê um oito.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestão para o estudante:

PROMESSAS de um novo mundo. Direção: djâstín árlin, Carlos Bolado, B. Z. gôldbérg. Israel/Estados Unidos da América/Palestina, 2001. Duração: 106 minutos.

Esse documentário retrata a história de sete crianças israelenses e palestinas em Jerusalém, mas que vivem em mundos distintos, separadas por diferenças religiosas e marcadas pelo histórico de conflitos e violência.

O difícil processo de paz

Ao longo dos anos, houve momentos de muita tensão entre árabes e judeus na região, e a radicalização de setores de ambos os lados dificultou ainda mais qualquer possibilidade de paz. A permanência de assentamentos israelenses em áreas da Cisjordânia, território ocupado por Israel em 1967, dificulta as negociações de paz. Por outro lado, grupos palestinos não reconhecem a existência do Estado de Israel e pregam sua destruição com o uso da fôrça.

O primeiro processo de paz, iniciado em Madri, em 1991, foi abortado com o assassinato, em 1995, do primeiro-ministro de Israel, ítzác rábin, por um extremista judeu. Nos anos posteriores, radicalizou-se a violência entre as duas partes.

Tempos depois, líderes de Israel e da Palestina voltaram às negociações de paz, com a intermediação dos Estados Unidos. Porém, ainda há muitos obstáculos para a paz, como a determinação de limites para Israel, a criação de um Estado Palestino e a garantia de segurança para ambos, e conflitos periódicos continuaram a ocorrer até a atualidade.

Em setembro de 2011, marmúd ábas, presidente da Autoridade Palestina, foi a Nova iórque entregar o pedido formal de adesão do Estado Palestino à ônu. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina como Estado observador. Na votação, 138 membros foram favoráveis à proposta, nove foram contra (Israel, Estados Unidos, Canadá, República Tchéca, Panamá, Palau, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru) e 41 se abstiveram. A partir da mudança de estatuto de “entidade observadora” para “Estado observador”, a Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza) passou a ter permissão de solicitar ingresso em agências e órgãos ligados à ônu, incluindo o Tribunal Penal Internacional. O Brasil reconhece oficialmente a Palestina desde 2010.

PLANO DE PARTILHA DA ônu (1947)

Mapa. Plano de partilha da ONU, 1947. Mapa representando as fronteiras do Estado judeu e árabe em 1947.
Estado judeu (Israel, 1947): áreas ao norte, no litoral e ao sul da porção continental situada entre o Mar Mediterrâneo, o Líbano, a Síria, a Transjordânia e o Egito.  
Estado árabe (Palestina, 1947): áreas no norte, centro e sudoeste de porção continental situada entre o Mar Mediterrâneo, o Líbano, a Síria, a Transjordânia e o Egito. No centro dessa área, a cidade de Jerusalém (zona internacional).
Outros países árabes: Líbano, Síria, Transjordânia e Egito (Sinai).
Na parte superior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 57 quilômetros.

ISRAEL E PALESTINA (2009)

Mapa. Israel e Palestina, 2009. Mapa representando a situação das fronteiras de Israel e Palestina em 1967 e em 2009. Israel em 1967: predomínio da área situada entre o Mar Mediterrâneo, Líbano, Síria, Jordânia e Egito (península de Sinai). Território ocupado por Israel desde 1967: porção central da área situada entre o Mar Mediterrâneo, Líbano, Síria, Jordânia e Egito (Sinai) e área no sudoeste da Síria (Golan). Território devolvido por Israel ao Egito em 1982: Sinai Situação em 2009. Território sob controle israelense: porção central da área situada entre o Mar Mediterrâneo, Líbano, Síria, Jordânia e Egito (Sinai) e área no sudoeste da Síria (Golan). Território sob controle palestino: pequenos fragmentos da porção central  da área situada entre o Mar Mediterrâneo, Líbano, Síria, Jordânia e Egito (Sinai) e faixa no oeste de Israel (Gaza). Território sob controle israelense e palestino: pequenos fragmentos da porção central da área situada entre o Mar Mediterrâneo, Líbano, Síria, Jordânia e Egito (Sinai). Na parte superior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 68 quilômetros.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. quinta edição. São Paulo: Moderna, 2019. página. 103.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Esclareça aos estudantes que um dos motivos que dificultam as negociações de paz entre Israel e a Palestina é o retorno dos refugiados palestinos. Com a criação de Israel, mais de 700 mil palestinos tornaram-se refugiados. Outra grande onda de expulsões ocorreu após a Guerra dos Seis Dias, de 1967, quando 500 mil palestinos tiveram de deixar suas casas e vilas. Os refugiados e seus descendentes ultrapassam cinco milhões de pessoas. Essa população vive de fórma precária, em campos de refugiados superpovoados em países árabes de baixo desenvolvimento econômico. Outro ponto importante é a partilha de Jerusalém, ocupada pelos israelenses em 1967. Até então, vigorava a divisão estabelecida em 1948, após a primeira guerra árabe-israelense: Jerusalém Oriental ficava com os árabes, sob contrôle da Jordânia, e Jerusalém Ocidental ficava com Israel. Em Jerusalém Oriental, porém, está situada a cidade velha, onde se concentram alguns dos locais religiosos mais sagrados dos judeus, dos muçulmanos e dos cristãos. Próximo à cidade velha, há bairros palestinos e, nessas áreas, colonos judeus têm se estabelecido nos últimos anos, incentivados pelas autoridades israelenses, que consideram a cidade inteira como sua capital. As ondas de violência mais recentes que ocorreram em Jerusalém resultam dessa tensão. Um exemplo foram os graves conflitos registrados em 2021 em cheiqui djárrá, um dos principais bairros palestinos de Jerusalém. Uma proposta para que Jerusalém fosse capital dos dois Estados foi posta à mesa, mas não avançou. Existem outros fatores a serem considerados no conflito, como a proposta de desmilitarização palestina, feita por Israel. Se julgar oportuno, peça aos estudantes que pesquisem os principais argumentos de cada um dos lados. Por meio dessa atividade eles poderão exercitar a revisão bibliográfica e a análise documental como práticas de pesquisa.

Promova a comparação entre os mapas da página para demonstrar as transformações territoriais que acompanharam os conflitos e tensões entre Israel e Palestina ao longo do tempo e para trabalhar saberes geográficos relacionados à extensão, à delimitação, à localização e à analogia.

Observação

O conteúdo desta página contribui para o desenvolvimento das habilidades ê éfe zero nove gê ê zero dois e ê éfe zero nove gê ê zero nove.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o estudante:

SACCO, djou. Palestina: uma nação ocupada. Tradução: Cris Siqueira. São Paulo: Conrad Editora, 2002.

Com base em relatos de civis e militantes da causa palestina, o autor se apoia em ilustrações para tentar reconstruir a realidade.

Os conflitos e o petróleo

Além dos conflitos na Palestina, há outro aspecto a considerar com relação ao Oriente Médio. A região foi responsável por mais de 30% da produção mundial de petróleo em 2020 e concentra algumas das maiores reservas desse recurso, concentradas, principalmente, na Arábia Saudita, no Irã, no Iraque, nos Emirados Árabes Unidos e no cuáit. Essa riqueza atraiu interesses externos e foi a motivação de vários conflitos. Observe, na linha do tempo, os conflitos no Oriente Médio após a Segunda Guerra Mundial.

Cronologia dos conflitos no Oriente Médio

Linha do tempo. Linha na cor azul, com as datas demarcadas por bolinhas vermelhas. De cada bolinha, sai um fio preto com texto.  
1947-1948: Guerra entre árabes e judeus motivada pela criação do Estado de Israel. 
1956: Guerra entre árabes e judeus pela posse do Canal de Suez, no Egito. 
1967: Guerra dos Seis Dias, entre árabes e judeus. 
1973: Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), entre árabes e judeus. 
1980-1988: Guerra Irã-Iraque. 
1990-1991: Guerra do Golfo, Iraque-Kuwait. 
2001: Início da invasão dos Estados Unidos ao Afeganistão. 
2003-2010: Invasão dos Estados Unidos ao Iraque. 
2010: Primavera Árabe. 
2011: Início da guerra civil na Síria.
Cidadania e civismo.

A Primavera Árabe e a guerra civil na Síria

Em dezembro de 2010, uma série de manifestações e protestos contra regimes autoritários que controlavam a vida política de alguns países árabes do Oriente Médio e do Norte da África tomou conta das ruas. A internet e as redes sociais tiveram importante papel nesse conjunto de manifestações, que ficou conhecido como Primavera Árabe.

Essas revoltas populares tiveram início na Tunísia, país africano, e inspiraram movimentos semelhantes no mesmo continente e também em países do Oriente Médio, como barêin, Jordânia, Síria, Omã, Iêmen, Arábia Saudita, cuáit e Síria.

Os manifestantes na Síria foram reprimidos com violência pelo governo de Bachár al Assád. Desde 2011, a situação evoluiu para uma guerra civil, com grupos armados empenhados em derrubar o governo ou ao menos dominar porções do território. Entre esses grupos, a organização terrorista Estado Islâmico chegou a ocupar grande parte do país, cujo contrôle só foi oficialmente revertido em 2019, após a intensa atuação de combatentes locais apoiados pelo governo e por fôrças estrangeiras, compostas, entre outros países, dos Estados Unidos e da Rússia. Os conflitos na Síria, contudo, envolvendo grupos favoráveis e contrários ao governo, incluindo o Estado Islâmico, continuaram a ocorrer nos anos seguintes.

Fotografia. No centro, vista para uma superfície plana coberta por destroços de uma construção em ruínas e algumas pessoas circulando pelos entulhos. Ao redor, alguns edifícios e casas destruídos.
Na fotografia, ruínas após ataque aéreo realizado na área de Arbin, Damasco, Síria (2018).
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

A abordagem dos movimentos iniciados em 2010 contra regimes autoritários no mundo árabe contempla o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

É importante que os estudantes compreendam a Primavera Árabe não como um evento pontual, mas como uma onda de protestos e revoluções ocorridas em vários países do Oriente Médio, além do norte da África. Os protestos se iniciaram na Tunísia, onde a população foi às ruas descontente com a ditadura de Ben Ali, que estava havia 24 anos no poder. O início da revolução se deu quando um vendedor de frutas ateou fogo ao próprio corpo após as autoridades confiscarem sua mercadoria, já que ele se recusou a pagar suborno. O episódio gerou comoção nacional e deu início aos protestos que ficaram conhecidos como Revolução de Jasmin.

Solicite aos estudantes que se dividam em grupos e pesquisem informações a respeito da Primavera Árabe em diferentes países, indicando o momento em que as manifestações começaram, as reivindicações apresentadas e o desfecho para o país. Os estudantes devem compartilhar os resultados com o restante da turma. Essa atividade dará a eles a oportunidade de exercitar a revisão bibliográfica, a análise documental, a tomada de nota e a construção de relatórios como práticas de pesquisa.

Observação

Os conteúdos desta página podem contribuir para o trabalho com a habilidade ê éfe zero nove gê ê zero oito.

Ícone. Sugestão de vídeo.

Sugestões para o estudante:

OS CAPACETES Brancos. Direção: Orlando von áindsidól. Turquia, 2014. Duração: 41 minutos.

O documentário, gravado na Turquia e em Alepo, na Síria, acompanha o trabalho e o treinamento das equipes voluntárias de resgate, apelidadas de dê uáit rrelméts.

A PRAÇA tarrír. Direção: djerrân nudjeim. Canadá, 2014. Duração: 108 minutos.

O filme mostra um grupo de revolucionários e registra as manifestações na Praça tarrír, que chegou a ser ocupada por mais de um milhão de pessoas.

Ícone. Seção Em prática. Composto por um mapa e um pino de localização sobre o mapa.

Em prática

Guerra civil na Síria

O trecho do texto a seguir relata alguns detalhes da guerra civil na Síria, iniciada em 2011. Leia-o e elabore um mapa esquemático, de acordo com as orientações descritas na sequência.

Por que há uma guerra civil na Síria: 7 perguntas para entender o conflito

Um levante pacífico contra o presidente da Síria que teve início há sete anos [2011]transformou-se em uma guerra civil que já deixou mais de 350 mil mortos, devastou cidades e envolveu outros países.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (áquinur) calcula que mais de 5 milhões já deixaram o país.

Entenda a seguir a origem desse conflito e suas consequências até agora.

1. Como a guerra começou?

Mesmo antes de o conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índices de desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob o presidente Bachár al Assád, que sucedeu seu pai, rrafés, após sua morte, em 2000.

Em março de 2011, protestos pró-democracia eclodiram na cidade de derá, ao sul do país, inspirados pelos levantes da Primavera Árabe em países vizinhos.

Quando o governo empregou fôrça letal contra dissidentes, houve manifestações em todo o país exigindo a renúncia do presidente. O clima de revolta se espalhou, e a repressão se intensificou. Apoiadores da oposição pegaram em armas, primeiro para defender a si mesmos e depois para expulsar fôrças de segurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamou de “terrorismo apoiado por estrangeiros”.

Seguiu-se uma rápida escalada de violência, e o país mergulhou em uma guerra civil.

2. Quantas pessoas já morreram?

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ôngui britânica que monitora o conflito com base em uma rede de fontes locais, registrou trezentas e cinquenta e três.novecentas mortes até março de 2018, incluindo 106 mil civis.

reticências

3. Do que se trata a guerra?

reticências

Muitos grupos e países, cada um com suas próprias agendas, estão envolvidos, tornando a situação muito mais complexa e prolongando a guerra.

reticências

Também permitiram que grupos jihadistas como o autodenominado Estado Islâmico e a Al Caedaflorescessem.

Os curdos sírios, que querem ter o direito de governar a si próprios mas não combatem as fôrças de Assad, acrescentam outra dimensão ao conflito.

4. Quem está envolvido?

Os principais apoiadores do governo são a Rússia e o Irã, enquanto os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita apoiam os rebeldes.

Orientações e sugestões didáticas

Texto complementar

Onze anos de guerra: consequências para a população

Os trechos de reportagem a seguir retratam a situação da Síria em 2022, após 11 anos de uma guerra que ainda não terminou.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento com base no Reino Unido e uma rede de fontes na Síria, registrou a morte de quatrocentas e noventa e nove mil seiscentas e cinquenta e sete pessoas ao longo de mais de uma década.

Segundo a ôngui, cento e sessenta mil seiscentas e oitenta e uma vítimas eram civis, entre elas 25 mil crianças ou adolescentes. reticências

reticências

Onze anos de guerra impuseram muito sofrimento ao povo sírio.

Mais da metade dos 22 milhões de habitantes da Síria registrados antes da guerra fugiram de suas casas. cêrca de 6,9 milhões estão deslocados internamente, com mais de 2 milhões vivendo em acampamentos com acesso limitado a serviços básicos.

Outros 6,8 milhões são refugiados ou solicitantes de refúgio no exterior. reticências

Em fevereiro de 2022, 14,6 milhões de pessoas vivendo na Síria precisavam de alguma fórma de assistência humanitária, segundo a ônu, incluindo cêrca de 5 milhões classificadas como em estado de necessidade extrema ou catastrófica.

Mais de 12 milhões de pessoas estão lutando para encontrar comida suficiente todos os dias – um aumento de 51% desde 2019 – e meio milhão de crianças estão cronicamente desnutridas.

Nos últimos dois anos, a crise humanitária foi agravada por uma desaceleração econômica sem precedentes, desencadeada pelas sanções dos Estados Unidos da América, a crise econômica libanesa e a pandemia de Covid-19.

POR QUE a Guerra da Síria continua após 11 anos? bê bê cê News, 18 marçoponto 2022. Disponível em: https://oeds.link/OD0zcm. Acesso em: 20 maio 2022.

Observação

O texto apresentado nesta seção para servir de base à elaboração do mapa esquemático contém informações que podem contribuir para um trabalho com a habilidade ê éfe zero nove gê ê zero oito.

reticências

Os Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países ocidentais forneceram variados graus de apôio para o que consideram ser rebeldes “moderados”.

Uma coalizão global liderada por eles também realiza ataques contra militantes do Estado Islâmico na Síria desde 2014 e ajudou uma aliança entre milícias árabes e curdas chamada fôrças Democráticas Sírias (éfe dê ésse) a assumir o contrôle de territórios antes dominados por jihadistas.

A Turquia apoia há tempos os rebeldes, mas concentrou esforços em usá-los para conter a milícia curda que domina a éfe dê ésse, acusando-a de ser uma extensão de um grupo rebelde curdo banido do território turco.

reticências

5. Como o país tem sido afetado?

reticências

A ônu estima que 13,1 milhões de pessoas necessitarão de algum tipo de ajuda humanitária na Síria em 2018.

Os dois lados do conflito pioraram essa situação ao se recusar a permitir o acesso de agências com fins humanitários a quem precisa de auxílio. Quase 3 milhões de pessoas vivem em áreas alvos de cêrco e de difícil acesso.

reticências

6. Como o país está dividido?

O governo reassumiu o contrôle das maiores cidades sírias, mas grandes partes do país ainda estão sob o comando de grupos rebeldes e da éfe dê ésse.

reticências

7. A guerra vai acabar algum dia?

Não há qualquer sinal de que o conflito chegará ao fim em breve, mas todos os lados envolvidos concordam que uma solução política é necessária.

O Conselho de Segurança da ônu pediu a implementação de um governo de transição “formado com base em consentimento mútuo”.

reticências

Assad parece cada vez menos disposto a negociar com a oposição. Rebeldes ainda insistem que ele renuncie como parte de qualquer acordo.

POR que há uma guerra civil na Síria: 7 perguntas para entender o conflito. uól, 15 março. 2018. Seção Notícias. Disponível em: https://oeds.link/bB5yzU. Acesso em: 30 abril. 2022.

Com base nas informações contidas no texto, reúnam-se em duplas ou trios e elaborem um mapa esquemático (croqui) que represente a guerra civil iniciada na Síria em 2011. Sigam o roteiro.

  1. Utilizem um mapa-múndi para auxiliar o trabalho de vocês, localizando os países.
  2. Vocês poderão empregar diversos recursos, como setas para representar os fluxos, fórmas geométricas como círculos para representar os países envolvidos, símbolos para representar as frentes envolvidas, cores etcétera.
  3. Não se esqueçam de elaborar uma legenda que descreva todos os recursos usados no mapa.
  4. Ao final, é possível pesquisar mais informações sobre os conflitos e compartilhar o resultado com os demais colegas e o professor.
Orientações e sugestões didáticas

Orientações

Os estudantes devem fazer o mapa de maneira livre, da fórma como interpretarem o conflito. Espera-se, contudo, que estejam presentes as informações contidas no texto, como o fluxo de armamento enviado pelos países ocidentais, e a representação dos países que apoiam o governo e a oposição.

Observação

Essa atividade visa trabalhar a habilidade ê éfe zero nove gê ê um quatro.

Atividade complementar

Solicite aos estudantes que busquem informações do Índice de Desenvolvimento Humano na Síria em dois períodos: anterior à guerra e durante os anos de conflito. Peça-lhes que comparem as transformações no índice e as relacionem com as consequências da guerra.

ATIVIDADES

Faça as atividades no caderno.

  1. Por que o Oriente Médio é considerado uma das principais áreas estratégicas do mundo?
  2. Observe o mapa sobre a escassez hídrica no mundo e responda às questões propostas.

PLANISFÉRIO: ESCASSEZ HÍDRICA (2015)

Mapa. Planisfério: escassez hídrica , 2015. Mapa representando a porcentagem de estresse hídrico e de nível de água por país. Estresse hídrico severo (de 75% a 7.512%). Líbia: 718%; Egito: 141%; Jordânia: 129%; Arábia Saudita: 1.097%; Iêmen: 196%; Omã: 133%; Emirados Árabes Unidos: 4.297%; Catar: 2.674%; Barein: 398%; Kuwait: 7.512%. Estresse hídrico grande (de 60% a 75%): Irã, Sudão, Tadjiquistão e República Dominicana. Estresse hídrico moderado (de 25% a 60%): Argélia, Marrocos, Somália, Índia, Afeganistão, Quirguistão, Coreia do Sul, Bulgária, Espanha, Itália e Bélgica. Nível de água suficiente (10% a 25%): Groenlândia, Estados Unidos, México, Portugal, França, Alemanha, Polônia, Turquia, Cazaquistão, China, Japão, Mauritânia, entre outros países. Nível de água abundante (menos de 10%): Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina, Canadá, Angola, Moçambique, Madagascar, Etiópia, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Nigéria, Níger, Costa do Marfim, Serra Leoa, Guiné, Zimbábue, Austrália, Indonésia, Malásia, Vietnã, Rússia, Mongólia, entre outros países. Na parte inferior direita, rosa dos ventos e escala de 0 a 2.740 quilômetros.
Os dez países mais ameaçados pela escassez de água concentram-se no Oriente Médio. Elaborado com base em dados obtidos em: Water stress will drive government cooperation. Oxford Analytica: Daily Breaf, 11 agosto. 2015. Seção Sectors. Disponível em: https://oeds.link/23kq37. Acesso em: 30 abril. 2022.
  1. Quais países do Oriente Médio estão entre os mais ameaçados pela escassez hídrica?
  2. Quais problemas relacionados à escassez hídrica esses países poderão enfrentar futuramente?
  1. Qual é a origem dos conflitos entre árabes e judeus na Palestina? O que representa a decisão estabelecida em 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas?
  2. Que tipo de atividade econômica é indicado na ilustração de locais e atividades praticadas em Dubai? Qual é a importância desse tipo de atividade para a economia da cidade, localizada nos Emirados Árabes Unidos?
Ilustração. Ilustração mostrando o mapa de Dubai com diversos símbolos que representam os principais locais e atividades turísticas. Na porção sudeste da cidade: aviões e saguão de aeroporto, tenda árabe e uma pessoa sobre um camelo. Na porção sul, van e vasos artesanais. Na porção sudoeste, balão e uma pessoa vestindo túnica branca. Na porção oeste, guarda-sóis no litoral, ilha artificial em formato de palmeira e mergulhador no oceano. Na porção noroeste, monumento histórico e ilhas artificiais em formato de palmeira, tubarão e embarcações no mar. Na porção nordeste, barras de ouro, arranha-céu, monotrilho e ônibus.
Ilustração de locais e atividades praticadas em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Atividades

Objetos de conhecimento

  • Corporações e organismos internacionais.
  • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania.
  • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras fórmas de representação para analisar informações geográficas.
  • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na Europa, na Ásia e na Oceania.

Habilidades

Esta seção possibilita trabalhar aspectos relacionados às habilidades:

  • ê éfe zero nove gê ê zero dois (atividade 6)
  • ê éfe zero nove gê ê zero nove (atividades 4 e 6)
  • ê éfe zero nove gê ê um quatro (atividades 2 e 3)
  • ê éfe zero nove gê ê um cinco (atividades 1, 5 e 6)
  • ê éfe zero nove gê ê um seis (atividades 1 e 5)
  • ê éfe zero nove gê ê um sete (atividades 1, 2, 3 e 5)
  • ê éfe zero nove gê ê um oito (atividades 1, 2, 3 e 5)

Respostas

  1. O Oriente Médio é considerado uma das principais áreas estratégicas do mundo em virtude de sua localização entre Ásia, Europa e África e de sua importância econômica como região detentora das maiores reservas mundiais de petróleo em terra.
    1. Entre os países mais ameaçados pela escassez hídrica, destacam-se: cuáit, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Líbia, Egito, Jordânia, Iêmen, Omã e barêin.
    2. A contaminação dos aquíferos, o desperdício e o surgimento de disputas pelo uso de águas em zonas fronteiriças.
  2. O conflito entre árabes e judeus na Palestina teve origem com a criação do Estado de Israel, em 1948, e a não criação de um Estado árabe na região, como previa o plano de partilha da ônu de 1947. A proposta de criação do Estado de Israel foi aceita pela Assembleia Geral da ônu, mas rejeitada pelos árabes palestinos e por países próximos, como Egito, Síria, Iraque, Líbano e Jordânia. A partir de 1948, os conflitos se multiplicaram. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina como Estado observador. Esse estatuto permite à Palestina solicitar ingresso em agências e órgãos ligados à ônu.
  3. A ilustração apresenta as atividades turísticas da cidade de Dubai, que dispõe de museus, parques temáticos, xópin cênters e hotéis luxuosos para atrair visitantes de alto poder aquisitivo.

5. Analise o mapa, que apresenta diversos pontos de poluição provocada por acidentes industriais ao longo do século vinte, e responda às questões.

PLANISFÉRIO: POLUIÇÃO PROVOCADA POR ACIDENTES INDUSTRIAIS (SÉCULO vinte)

Mapa. Planisfério: poluição provocada por acidentes industriais - século XX. Mapa representando a localização e o volume dos derramamentos acidentais de hidrocarbonetos em toneladas, dos acidentes industriais e as principais zonas de acidentes industriais depois de 1901. Derramamentos acidentais de hidrocarbonetos (em toneladas). Os hidrocarbonetos são os principais componentes químicos do petróleo. 300.000 a 1.500.000 toneladas: Brasil, Golfo do México e Golfo Pérsico. 100.000 a 300.000 toneladas: África do Sul, Golfo Pérsico, Mar Mediterrâneo, costa oeste africana, costa atlântica da Europa, Caribe, entre outros locais. 50.000 a 100.000 toneladas: Moçambique, Mar Vermelho, Turquia, costa atlântica da Europa, Golfo Pérsico, Havaí, fronteira entre China e península coreana, entre outros locais. 10.000 a 50.000 toneladas: Índia, Malásia, Indonésia, Iêmen, Namíbia, Argentina, Chile, Venezuela, México, Estados Unidos, costa atlântica da Europa, Golfo Pérsico, Japão, entre outros locais. Acidentes industriais que afetaram mais de 50 mil pessoas: San Juan Ixhuatepec, no México: explosão de estoque de gás de petróleo liquefeito (1984). Minas Gerais, no Brasil: ruptura de um reservatório de produtos químicos (2003). Abidjan, na Costa do Marfim: derramamento de dejetos tóxicos (2014). Visakhapatnam, na Índia: incêndio de uma refinaria (1997). Seveso, na Itália: acidente químico (1976). Nova Délhi, na Índia: acidente químico (1985). Bhopal, na Índia: vazamento de gás tóxico (1984). Gao Qion, na China: explosão de poço de gás (2003). Tyanyuan, na China: vazamento de cloro (2004). Fukushima, no Japão: acidente nuclear (2011). Tianjin, na China: incêndio de entrepostos de produtos químicos (2015). Three Mile Island, nos Estados Unidos: acidente nuclear (1979). Mississauga, no Canadá: derramamento de produtos altamente tóxicos (1979). Principais zonas de acidentes industriais depois de 1901: Argentina, Brasil, Uruguai, México, Estados Unidos, Canadá, Nigéria, Índia, países da Europa Ocidental, China, Irã, Nova Zelândia, Austrália, entre outras regiões. Representação com escala e rosa dos ventos suprimidas.
Elaborado com base em dados obtidos em: La planète mise à mal. Le Monde Diplomatique, Paris, dezembro. 2015. Seção cárt. Disponível em: https://oeds.link/jMQhP5. Acesso em: 30 abril. 2022.
  1. Quais regiões do mundo apresentam maior número de acidentes industriais?
  2. Como é a participação do Oriente Médio segundo o mapa?

6. Leia o texto e responda às questões propostas.

Com apoio da União Europeia, FAO ajudará mais de 150 mil pessoas no Iêmen

A assistência será possível graças aos 12 milhões de euros prometidos pela União Europeia (u ê) para o país que tem agora 14 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.

“Essa é uma das piores crises humanitárias do mundo. O acesso das pessoas à alimentação está piorando rapidamente e é preciso uma ação urgente”, disse o representante da fáo no Iêmen, salá rráji rrassãn.

“A contribuição da União Europeia reforçará consideravelmente a nossa capacidade de recolher dados críticos sobre a insegurança alimentar, de modo que medidas rápidas possam ser tomadas para evitar uma nova deterioração da situação. Os recursos também vão contribuir para aumentar a resiliência dos agricultores e pastores de gado, os ajudando a aumentar o valor de sua produção agrícola”, acrescentou.

reticências

CENTRO DE INFORMAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Com apôio da União Europeia, fáo ajudará mais de 150 mil pessoas no Iêmen. uníc Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 12 janeiro. 2017. Disponível em: https://oeds.link/rQDmlw. Acesso em: 30 abril. 2022.

  1. Qual é a crise humanitária enfrentada pelo Iêmen?
  2. Quais são as razões que levam o país a enfrentar essa crise?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

    1. Há diversos pontos do planeta com acidentes industriais, porém podemos destacar áreas nos Estados Unidos e no México, na Argentina, na Costa do Marfim, na Nigéria, na porção oeste da Europa e em algumas áreas da China, da Índia e do Oriente Médio.
    2. De acordo com o mapa, os maiores índices de poluição no Oriente Médio são por derramamento de hidrocarbonetos.
    1. Insuficiência alimentar.
    2. A instabilidade política e os conflitos internos do país são uns dos responsáveis pela crise. A proposta, de acordo com o texto, é ampliar a capacidade produtiva e de geração de renda da população (que também pode ser considerada um problema), de modo que se possa amenizar esse problema nos próximos períodos.

Ícone. Seção Ser no mundo. Composto por um globo terrestre e uma linha laranja ao seu redor.

Ser no mundo

Cidadania e civismo.

Desigualdade mundial de acesso aos recursos alimentares

De acordo com a ônu, entre 720 e 811 milhões de pessoas passaram fome em 2020 mesmo com a produção mundial de alimentos superando a demanda para cada habitante do planeta. Estima-se que, depois de um declínio constante do número de pessoas subalimentadas desde a década de 1990, os últimos anos ainda foram marcados pelo crescimento da fome, quadro que se agravou com o declínio da economia global com a pandemia de Covid-19.

Além da pandemia, o aumento da fome está relacionado a diversos outros fatores: sêcas ou inundações, violência, conflitos e guerras civis, e concentração da renda e da produção. Esses fatores contribuem para que o acesso aos alimentos seja concentrado em países ou grupos populacionais considerados ricos, e a fome atinja principalmente as populações mais pobres. Observe os dados do gráfico que representa a situação da insegurança alimentar no mundo entre 2014 e 2020.

PLANISFÉRIO: INSEGURANÇA ALIMENTAR (2014-2020)

Gráfico. Planisfério: insegurança alimentar, 2014 a 2020. Gráfico de colunas mostrando a porcentagem de população em situação de insegurança alimentar no mundo entre 2014 e 2020. A porcentagem está apresentada no eixo vertical e os países e anos estão apresentados no eixo horizontal. Mundo. 2014: 22,6%. 2016: 23,6%. 2018: 25,9%. 2019: 26,6%. 2020: 30,4%. África. 2014: 47,3%. 2016: 50,9%. 2018: 52,7%. 2019: 54,2%. 2020: 59,6%. Ásia. 2014: 19,1%. 2016: 18,9%. 2018: 22,2%. 2019: 22,7%. 2020: 25,8%. América Latina e Caribe. 2014: 24,9%. 2016: 31,3%. 2018: 31,7%. 2019: 31,9%. 2020: 40,9%. América do Norte e Europa. 2014: 9,3%. 2016: 8,7%. 2018: 7,6%. 2019: 7,7%. 2020: 8,8%.
Elaborado com base em dados obtidos em: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS; FUND FOR AGRICULTURAL DEVELOPMENT; UNITED NATIONS CHILDREN'S FUND et al. The State of Food Security and Nutrition in the World 2021. Roma: fáo, 2021. Disponível em: https://oeds.link/iec72b. Acesso em: 30 abril. 2022.
Orientações e sugestões didáticas

Seção Ser no mundo

Esta seção visa ao desenvolvimento da Competência Específica de Geografia número 5: Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

Habilidade

ê éfe zero nove gê ê zero nove: Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

Observação

Esta seção contempla o tema contemporâneo Educação em Direitos Humanos.

Se necessário, converse com os estudantes sobre a concepção de segurança alimentar, que se refere ao acesso regular e contínuo a alimentos, em quantidade e qualidade adequadas às populações, considerando a cultura e as características ambientais locais. O conceito pressupõe que o acesso à alimentação não deve comprometer a satisfação das demais necessidades básicas.

Note que a questão proposta ao final da seção incentiva os estudantes a formular e expressar opiniões. Para que eles construam opiniões bem fundamentadas, oriente-os a levantar informações sobre a realidade local junto a familiares e conhecidos, exercitando a entrevista como prática de pesquisa.

Ícone. Sugestão de livro.

Sugestão para o professor:

RIBEIRO JÚNIOR, José R. S. et al. Atlas das situações alimentares no Brasil: a disponibilidade domiciliar de alimentos e a fome no Brasil contemporâneo. Bragança Paulista: Universidade de São Francisco, 2021. Disponível em: https://oeds.link/gmIpzw. Acesso em: 18 maio 2022.

Por meio de gráficos, mapas e informações textuais, a obra apresenta a desigualdade das situações alimentares no Brasil, evidenciando que a fome persiste como um problema central no país.

Agora leia o trecho do texto a seguir.

Mundo produz comida suficiente, mas fome ainda é uma realidade

Um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (fáo, na sigla em inglês) no dia 29 de abril de 2016 mostrou que a produção mundial de alimentos é suficiente para suprir a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome.

A pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas.

reticências

As políticas de combate à fome, adotadas até aproximadamente o início da década, focaram sobretudo na ajuda emergencial e no aumento da produção. Ou seja, acreditava-se que para acabar com a subnutrição, bastava, primordialmente, produzir mais e levar comida a populações com fome.

Depois que as metas traçadas não foram alcançadas, organizações que lidam com o tema entenderam que era necessário criar ações permanentes e estruturais. Surgiram então dois aspectos principais.

Um trata do principal motivo: a pobreza. A comida não chega a quem precisa porque, na maioria dos casos, as pessoas não têm dinheiro para comprá-la. Seja nos países mais pobres ou nos mais ricos, pessoas têm dificuldades em conseguir alimentos por serem economicamente excluídas, e não porque não têm comida suficiente.

reticências

O outro aspecto tem a ver com a fórma de desenhar políticas em escala global. É a territorialidade. Isso significa que as organizações entenderam que o combate à fome tem que ser feito levando em conta questões específicas de cada lugar. Pessoas em cidades não passam fome pelos mesmos motivos que pessoas do campo.

As primeiras podem sofrer com falta de acesso a supermercados mais baratos, pois o transporte público é ineficiente, por exemplo; as outras, porque não têm acesso a grãos para plantar para sua família, ou porque os animais que criam não ganham peso. As políticas, para cada um desses casos, têm que ser diferentes: transporte público de qualidade e incentivos a redes de supermercados mais acessíveis na cidade, e distribuição de grãos e programas de educação agropecuária para a população rural.

IANDOLI, Rafael. Mundo produz comida suficiente, mas fome ainda é uma realidade. Nexo, 2 setembro. 2016. Seção Explicado. Disponível em: https://oeds.link/EgXtSB. Acesso em: 30 abril. 2022.

  1. De acordo com o texto, as políticas de combate à fome adotadas ao longo das últimas décadas não foram totalmente eficazes. Por quê?
  2. De acordo com o gráfico, qual é a participação dos países da Ásia entre a população em situação de insegurança alimentar no mundo?
  3. Qual é a sua visão sobre as políticas de combate à fome no lugar onde você vive?
Orientações e sugestões didáticas

Respostas

  1. Em um primeiro momento, porque se acreditava que o problema da fome estava relacionado à falta de alimentos disponíveis, não considerando que a produção de alimentos é suficiente, porém o acesso a ela não é universal. Em um segundo momento, porque não se trabalham as especificidades dos territórios em que a fome se apresenta, devendo ser direcionadas ações diferentes para combater a fome originada de motivos diferentes.
  2. O percentual da população em situação de insegurança alimentar na Ásia é menor que o registrado na África e na região da América Latina e Caribe, ficando abaixo também do percentual da população mundial.
  3. Resposta pessoal. Professor, converse com os estudantes sobre as políticas públicas locais de combate à fome, demonstrando quais ações são realizadas e se são consideradas adequadas à resolução dos problemas existentes.

Questões para autoavaliação

Nesta Unidade, as questões sugeridas para autoavaliação – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estudantes – são as seguintes:

  1. Quais são as características da colonização indiana?
  2. Como foi o processo de independência na Índia?
  3. O que se pode dizer sobre a atual economia indiana?
  4. Existe desigualdade social na Índia?
  5. Qual é a importância do petróleo na economia do Oriente Médio?
  6. Quais conflitos no Oriente Médio podem ser destacados?
  7. De que fórma os países ocidentais influenciam os países do Oriente Médio?

Glossário

Tecnologia da Informação (TI)
 Conjunto de atividades que utilizam a computação como meio para produção, transmissão, armazenamento e utilização de informações, por exemplo, a criação de softwares (programas de computador).
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Sionista
 Relativo a sionismo, movimento judeu que resultou na formação do Estado de Israel.
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Holocausto
 Massacre de judeus e de outras minorias efetuado nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
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