UNIDADE um A HISTÓRIA E OS SERES HUMANOS: TEMPO E ESPAÇO
Você estudará nesta Unidade:
O trabalho do historiador
O tempo e a história
As explicações para o surgimento da espécie humana
A evolução do ser humano
A dispersão dos seres humanos pelo planeta
A chegada do ser humano à América
Desde pequenos utilizamos o desenho como fórma de expressão e comunicação. Você se lembra do que registrava em seus desenhos quando era menor? E hoje, como são seus desenhos? Você costuma guardá-los? Geralmente registramos nos desenhos cenas cotidianas, seres e paisagens que observamos, símbolos e até mesmo algo que imaginamos.
Observe, nesta página e na página anterior, as pinturas nas paredes de cavernas. Essas pinturas foram feitas há mais de 15 mil anos, aproximadamente! Qual teria sido a intenção das pessoas quando produziram esses registros? Será que imaginavam que gerações futuras os observariam muito tempo depois? Tanto essas pinturas quanto os desenhos feitos por você contam uma história e registram uma ação, realizada por alguém em certo momento.
Com o passar dos anos, podemos observar os desenhos que fizemos e nos lembrar de momentos vividos anteriormente.
Nesta Unidade, estudaremos que os historiadores utilizam vestígios como esses para levantar hipóteses sôbre o modo de vida dos seres humanos no passado e entender por que somos o que somos hoje.
Você imagina outros vestígios possíveis de serem analisados por historiadores? O que você conhece sôbre o trabalho dos historiadores?
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HISTÓRIA
O que é História? Existem diferentes definições, mas uma das mais aceitas é que a História é uma ciência que busca fornecer explicações sôbre as origens das sociedades humanas do presente e do passado e sôbre as transformações pêlas quais essas sociedades passaram ao longo do tempo.
Estudar os acontecimentos do passado nos ajuda a compreender como era a vida das pessoas que vieram antes de nós, quais costumes e práticas do modo de vida delas mudaram e quais permanecem. Também nos leva a refletir sôbre como, em uma mesma sociedade, diversos sujeitos, com cotidianos, experiências e pontos de vista variados, se relacionam, construindo suas histórias.
O modo como lidamos com o passado revela aspectos importantes da nossa própria vida no presente. As marcas do passado vão sendo explicadas de maneiras diferentes ao longo do tempo, a depender dos nossos interesses e das nossas preocupações atuais. Quais aspectos do passado buscamos preservar e quais buscamos questionar e transformar?
O trabalho do historiador
O historiador estuda o passado tendo como base perguntas e dúvidas que surgem no presente. Suponhamos, por exemplo, que um historiador deseje compreender por que existem mais afrodescendentes no Sudeste e no Nordeste do Brasil do que na Região Sul. Para obter uma resposta, ele terá de investigar o tráfico de africanos escravizados para o Brasil e as atividades econômicas em que eles trabalhavam.
A pergunta que o historiador procurará responder pode estar relacionada a um passado recente ou a um passado bem distante. Ele pode, por exemplo, procurar saber como o hip-hop ou o rap chegaram ao Brasil, uma história relativamente recente. Mas, se a intenção for saber sôbre o desenvolvimento do comércio, da democracia ou da ciência, o historiador terá de recuar sua investigação para um passado mais longínquo.
Como é possível para o historiador investigar um passado que não existe mais? Se você refletir sôbre isso, vai concluir que as pessoas, ao longo da vida, deixam vestígios do que fizeram e pensaram. Tiram fotografias, escrevem cartas, leem livros, ouvem músicas, fabricam ou compram vários tipos de objeto, pintam telas, constroem edifícios e fazem muitas outras coisas que podem perdurar por milhares de anos.
Quando são utilizadas pelo historiador em suas pesquisas, essas marcas deixadas pêlas pessoas recebem o nome de fontes históricas. Elas podem ser classificadas em fontes históricas materiais (documentos escritos de vários tipos, livros, fotografias, roupas, cartas, pinturas, monumentos etcétera) e fontes históricas imateriais (memórias, músicas, lendas, línguas, crenças etcétera). Para chegar a qualquer conclusão em seus estudos, os historiadores precisam examinar várias fontes diferentes.
As fontes históricas e as interpretações
Nem sempre os historiadores trabalharam com a diversidade de fontes históricas com que trabalham hoje. Durante o século dezenove (de 1801 a 1900), as principais fontes ou documentos históricos utilizados pelos historiadores em suas pesquisas eram os textos escritos, sobretudo os de origem oficial, emitidos pêla administração do Estado: leis, decretos, certidões de nascimento, atestados de óbito, acôrdos diplomáticos, cartas entre governantes etcéteraAs fontes escritas e os documentos oficiais ainda são muito utilizados nas pesquisas, mas atualmente outros vestígios materiais e imateriais também são valorizados.
Além das ideias sôbre as fontes históricas, outra concepção do século dezenove não é mais aceita hoje: a de que a tarefa dos historiadores seria simplesmente revelar o que teria acontecido no passado, como se houvesse uma versão verdadeira, única e absoluta. Afinal, como chegar a uma versão única sôbre o passado, se cada fato foi vivenciado por pessoas diferentes, que, ao registrá-los ou relatá-los, o fizeram a partir de seus pontos de vista? O próprio historiador seleciona e analisa aspectos do passado a partir da sua visão de mundo.
Hoje está claro para os historiadores que a História não é a reconstituição exata do passado, mas uma interpretação sôbre parte desse passado. Podem existir, inclusive, várias interpretações ou relatos sôbre o mesmo acontecimento.
Isso não quer dizer, contudo, que qualquer versão pode ser aceita, porque a História não é um relato ficcional. Ao investigar o passado, os historiadores reúnem muitos documentos e versões diferentes sôbre o período em estudo; em seguida, cruzam todas as informações, verificam se elas são confiáveis e escrevem uma narrativa consistente sôbre os acontecimentos.
A História e as outras áreas do conhecimento
Imagine que você e seus colegas de classe tenham de realizar um trabalho sôbre o município onde moram. O professor, após organizar os grupos, atribui a cada um uma tarefa. Um grupo ficará responsável pêlas informações sôbre os habitantes. Outro, por pesquisar a situação da saúde e da educação no município. Um terceiro grupo deverá estudar as principais atividades econômicas do município.
Ao final da atividade, cada grupo terá dado sua contribuição para que todos conheçam melhor o município em que vivem. Essa dinâmica de estudo tem várias semelhanças com a construção do conhecimento histórico. Para pesquisar alguns temas, o historiador precisa recorrer ao saber elaborado por estudiosos da Arqueologia, da Antropologia, da Sociologia, da Geografia e da Economia, por exemplo.
Existe, assim, uma interdependência entre o trabalho do historiador e o de outros pesquisadores. A História, como todas as outras áreas do conhecimento, não está isolada; ela faz parte de um todo cujo objetivo é estudar o ser humano e sua vida ao longo do tempo.
OLIVEIRA, Rodrigo Elias. rentichin. São Paulo: Telos, 2021. O livro narra a história de um curumim que busca desvendar os saberes tradicionais do grupo indígena ao qual pertence e a construção do conhecimento científico, até se tornar um arqueólogo.
O tempo e a história
Relógios, calendários e agendas são alguns exemplos de invenções feitas pêlas sociedades humanas para medir e organizar o tempo. Atualmente, vários equipamentos nos auxiliam na medição do tempo. Relógios de pulso, de parede, de rua registram a hora exata; computadores, celulares e tablets informam, além da hora, o dia, o mês e o ano; sirenes de fábricas, sinos de igrejas e sinais de escolas lembram o comêço e o fim de uma atividade.
Mesmo sem relógios e calendários, desde os tempos mais antigos os seres humanos notavam, por exemplo, que depois do dia vinha a noite; que as plantas, os animais e as pessoas, com o tempo, envelheciam e um dia morriam; que a Lua mudava de fases. Ou seja, os grupos humanos percebiam a passagem do tempo observando a natureza, da qual eles também faziam parte.
Na natureza, a existência do dia e da noite é o fenômeno que praticamente toda pessoa, desde criança, aprende a observar. A sucessão de dias e noites está relacionada ao nascer e ao pôr do sol. Por essa razão, o Sol tornou-se a principal referência para medir a passagem do tempo.
Além do dia solar, as fases da Lua e o ciclo das estações serviram de referência para os povos antigos medirem o tempo. Com o conhecimento adquirido por meio da observação desses fenômenos, eles criaram os primeiros relógios, para medir a passagem das horas, e calendários, para calcular a sucessão dos dias, dos meses e dos anos.
O tempo medido pelos calendários
O calendário é um sistema de medição de dias inteiros, e não de horas, como fazem os relógios. Por isso, o tempo medido pelos calendários é bem mais longo.
As sociedades humanas criaram diferentes calendários ao longo do tempo. O dos egípcios, criado por volta de 6 mil anos atrás, está entre os mais antigos. Baseado no ciclo lunar, ele tinha 12 meses que somavam 354 dias. cêrca de mil anos depois, os sumérios adotaram um calendário solar de 360 dias, divididos em 12 meses. Ao final do 12º mês eram acrescentados cinco dias complementares.
Os antigos habitantes da América também inventaram diferentes calendários.
O povo asteca, por exemplo, que habitava grande parte do atual México por volta de 550 anos atrás, organizou um calendário formado por dois sistemas de contagem do tempo. Observe, nesta página, a imagem de um desses calendários.
O calendário chinês
O calendário tradicional chinês, assim como o inca, é lunissolar, ou seja, combina influências das atividades do Sol e da Lua. Ele também tem 12 meses, cada um deles relacionado a um animal, segundo esta ordem: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco.
O que poucas pessoas sabem é que na China se adotam dois calendários. O calendário ocidental, solar, é usado para atividades civis e administrativas: dia a dia do trabalho, escola, comércio, bancos, instituições públicas etcétera.
O calendário tradicional é usado principalmente para datar eventos relacionados à cultura do país, como o Ano-Novo Chinês e o Festival do Meio-Outono, dois feriados nacionais na China.
Calendário inca
O povo inca, que habitava grande parte da faixa oeste da América do Sul por volta de 550 anos atrás, tinha um calendário que combinava o ano solar de 365 dias com 12 meses lunares. Cada mês tinha seu próprio festival, marcado por celebrações de culto ao Sol, aos mortos e à agricultura.
Os calendários cristão, judaico e muçulmano
O calendário que está na sua agenda, na folhinha da parede da sua casa ou na secretaria da sua escola marca os meses e os dias do ano em que estamos atualmente. Vamos supor que o ano registrado seja 2024. Que fato considerado importante teria marcado o início da contagem desse calendário? Como talvez você já saiba, o acontecimento foi o nascimento de Jesus Cristo, ponto de partida do calendário cristão.
Nesse calendário, os anos anteriores ao nascimento de Cristo são contados de fórma decrescente e vêm acompanhados da sigla antes de Cristo (antes de Cristo). Os anos posteriores ao nascimento de Cristo são identificados com a sigla Depois de Cristo (depois de Cristo). No entanto, quando nos referimos somente a eventos ocorridos após o nascimento de Cristo, não é necessário utilizar a sigla Depois de Cristo
Além do calendário cristão, existem outros tipos de calendário que têm origem religiosa. No calendário judaico, por exemplo, o marco inicial é a data em que, para os judeus, Deus criou o Universo. Esse fato teria ocorrido no ano 3760 antes de Cristo do calendário cristão. Os muçulmanos, por sua vez, estabeleceram a Hégira como marco inicial do seu calendário. A data corresponde à saída do profeta Maomé da cidade de Meca em direção a Medina, ocorrida no ano 622 do calendário cristão.
A rotação completa da Terra ao redor do Sol ocorre depois de 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Por isso, a cada quatro anos do calendário cristão de 365 dias é acrescentado um dia ao mês de fevereiro, compondo os chamados anos bissextos. Hoje, esse calendário não tem necessariamente caráter religioso. É adotado como calendário civil, e regula mundialmente as atividades comerciais e financeiras, os transportes etc.
Calendários judaico, cristão e muçulmano
Outras medidas de tempo
Você e seus colegas provavelmente nasceram todos no século vinte e um; muitas pessoas de mais idade com quem você convive nasceram no século vinte. Os portugueses chegaram ao Brasil na última década do século quinze, mas os indígenas habitavam o território vários milênios antes disso.
Década, século e milênio são outras unidades criadas pelo ser humano para medir o tempo, com duração mais longa que o ano, o dia e a hora. A década corresponde a um conjunto de dez anos; o século, a um conjunto de cem anos; e o milênio, a um conjunto de mil anos. Como medem períodos de tempo mais extensos, são usados com frequência nos estudos de História.
Das três medidas de tempo mais longo, o século é a mais utilizada pelos historiadores. Por isso, é muito comum organizar o calendário cristão em séculos, ou seja, em grupos de cem anos. O primeiro século da Era Cristã estende-se da data estimada para o nascimento de Cristo (ano 1) até o ano 100. Observe a seguir as duas operações mais simples para saber a que século pertence cada ano.
Qual é o século?
A divisão do tempo em períodos
Outra unidade de medida criada pelos estudiosos é o período. Cada um deles corresponde a uma longa extensão de tempo em que as sociedades humanas apresentaram determinadas características marcantes, diferentes das de outros períodos.
A periodização mais utilizada em livros de História foi criada por estudiosos europeus no século dezenove. Eles dividiram a História em cinco períodos: Pré-História, Idade Antiga (ou Antiguidade), Idade Medieval, Idade Moderna e Idade Contemporânea (observe a linha do tempo no fim desta página). Muitos estudiosos criticam essa divisão porque ela leva em consideração apenas os acontecimentos da história europeia e anulam a história de outros povos. Também apontam que essa divisão pode dar a impressão de que o modo de vida dos europeus teria permanecido o mesmo em cada período – por exemplo, durante os mil anos do período medieval –, o que seria um grande erro.
Por fim, o termo Pré-História também é criticado, pois o marco que separaria a História da Pré-História seria o surgimento da escrita. Hoje, esse critério perdeu o sentido, pois é consenso entre os historiadores que desde que os seres humanos surgiram existe história, independentemente de essa história ter ou não registro escrito.
Há diversos tempos na história
Calendários, relógios, datas, cronologias, períodos, linhas do tempo, tudo isso são criações humanas, que não sobrevivem sem os seres humanos. A ideia de um tempo comum para todos os povos, que avança em linha reta em direção a um futuro uniforme, também é uma invenção social. E, sendo uma criação, reflete determinada visão de tempo, que pode ser de uma religião, de um grupo social ou de um povo.
Na vida humana, na prática, existem diferentes temporalidades, diferentes relações com o tempo. Por exemplo, um morador da cidade de São Paulo que se desloca de condução de sua casa para o trabalho todos os dias vive preocupado com as horas, com o risco do atraso, com a lentidão do trânsito. Para ele, o tempo em que fica preso no trânsito parece não ter fim, enquanto o tempo que tem para descansar parece curto demais.
Agora vamos pensar em outro exemplo, uma família que tem uma pequena propriedade e vive do cultivo da terra. Para essa família, os horários de trabalho se moldam à duração do dia, e as mudanças do tempo atmosférico ao longo do ano definem suas atividades: época de colhêr, época de plantar.
O modo de vida dos pescadores tradicionais e caiçaras também está profundamente vinculado aos fenômenos naturais (como chuvas, ventos, tempestades, tempo firme), às estações do ano e aos ciclos lunares (como as fases de lua cheia, minguante, nova ou crescente), que determinam as épocas de maré cheia e de vazante e os períodos mais favoráveis à pesca e à saída em alto-mar.
Outro exemplo é o povo Surui Paiter, que vive em terras do Mato Grosso e de Rondônia e que tem seu tempo marcado por uma tradição. Nessa comunidade, metade das pessoas cuida da mata, os metare, e a outra metade cuida da roça ou da comida, os íwai. Na época da sêca (maio a outubro), os metare instalam-se na mata, a fim de caçar e pescar, enquanto os íwai vão cuidar da roça. A troca de lados é feita em ciclos anuais, ocasião marcada por uma grande celebração, o Mapimaí, que reúne os dois grupos.
Para conseguir contar o tempo, foi uma questão de tempo
reticências
A necessidade de contar o tempo surgiu ainda na Pré-História para o atendimento às questões mais básicas de sobrevivência e, pode-se dizer, tal necessidade continua atual. Nossos afazeres, lazer, trabalho e até mesmo o sono estão atrelados à contagem de tempo para cada atividade. No trabalho, por exemplo, o valor do serviço, ou seja, a remuneração, é medida pelo tempo de dedicação em horas. pêlas leis brasileiras, um trabalhador tem que ter uma dedicação de 44 horas semanais para receber o salário, cujo valor é mensurado por hora/dedicação.
BERGAMINI, Cristiane. Para conseguir contar o tempo, foi uma questão de tempo. ComCiência, 6 setembro 2008. Disponível em: https://oeds.link/x8ZmtC. Acesso em: 10 março2022.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
1. Em seu caderno, copie e complete a ficha a seguir sôbre o trabalho do historiador.
2. Classifique as fontes históricas listadas a seguir em materiais e imateriais. Use seu caderno.
a) Lendas.
b) Canções.
c) Brinquedos.
d) Fotografias e livros.
e) Depoimentos.
f) Conhecimentos medicinais.
3. Você já conhece as duas operações mais simples para saber a que século pertence cada ano. Responda, então, em seu caderno, em que séculos ocorreram os eventos a seguir (que você vai estudar neste livro).
a) Construção da pirâmide de Quéops, no Egito Antigo (2551 ). antes de Cristo
b) Primeiros jogos olímpicos, na Grécia (776 ). antes de Cristo
c) Separação entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente (395).
d) Organização da Primeira Cruzada (1092).
4. Você provavelmente já sabe o que é um patrimônio cultural. Leia o trecho a seguir sôbre o assunto e responda à questão.
reticências a ideia de patrimônio cultural que engloba aspectos históricos, artísticos, paisagísticos, tecnológicos, tradicionais entre outros e que, de tão representativos de uma determinada cultura, povo, nação tornam-se bens que merecem proteção, preservação e divulgação.
BOTTALLO, Marilúcia ; PIFFER, Marcos; von pôzer, Paulo. Patrimônio da humanidade no Brasil: suas riquezas culturais e naturais. Brasília, Distrito Federal: unêsco: Editora Brasileira, 2014. página 8.
• Observe novamente a imagem de capoeiristas neste Capítulo. Por que a capoeira foi reconhecida pêla unêsco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade?
5. A linha do tempo é uma forma de representar graficamente determinados acontecimentos históricos no tempo. Ela nos ajuda a visualizar a ordem em que os fatos ocorreram. Você já observou um exemplo de linha do tempo neste Capítulo; consulte-a para utilizá-la como modelo. Você vai construir a linha do tempo de sua vida. Para isso, siga estes passos:
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Em seu caderno, trace uma reta e a divida de modo que todos os intervalos entre um ano e outro tenham o mesmo comprimento. O primeiro ano dessa reta será o ano em que você nasceu.
-
Em seguida, para facilitar a visualização, marque cada ano, até o ano atual, nas divisões que você fez.
-
Selecione quatro acontecimentos importantes na sua história e na história de sua família. Podem ser momentos alegres, tristes, curiosos etc.
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Selecione dois acontecimentos que tenham importância para o seu grupo social, seu município, seu estado ou seu país.
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Localize na reta o ano correspondente a esses acontecimentos e registre-os. Não há problema se dois acontecimentos estiverem no mesmo ano.
Versão adaptada acessível
5. A linha do tempo é uma forma de representar graficamente determinados acontecimentos históricos no tempo. Ela nos ajuda a compreender a ordem em que os fatos ocorreram. Você já analisou um exemplo de linha do tempo neste Capítulo; consulte-a para utilizá-la como modelo. Você vai construir a linha do tempo de sua vida. Para isso, siga estes passos:
• Em seu caderno ou em alguma outra superfície, trace uma reta e a divida de modo que todos os intervalos entre um ano e outro tenham o mesmo comprimento. Você pode usar materiais emborrachados, palitos, linhas, tipos de papéis com texturas variadas para realizar essas marcações. O primeiro ano dessa reta será o ano em que você nasceu.
• Em seguida, para facilitar a representação, marque cada ano, até o ano atual, nas divisões que você fez.
• Selecione quatro acontecimentos importantes na sua história e na história de sua família. Podem ser momentos alegres, tristes, curiosos etc.
• Selecione dois acontecimentos que tenham importância para o seu grupo social, seu município, seu estado ou seu país.
• Localize na reta o ano correspondente a esses acontecimentos e registre-os. Não há problema se dois acontecimentos estiverem no mesmo ano.
CAPÍTULO 2 ORIGENS E DISPERSÃO DOS SERES HUMANOS
Você já se perguntou de onde viemos?
Provavelmentre essa pergunta foi feita também pelos primeiros seres humanos, e ainda hoje permanece uma questão importante.
Existem muitos mitos, de diversos povos, que procuram explicar o surgimento da humanidade. Por exemplo, o mito dos Pataxó, povo indígena que tem aldeias na Bahia e em Minas Gerais, narra um tempo em que só havia bichos na Terra. Até que, de uma gota que caiu do céu, surgiu um índio, que viveu muito tempo sozinho. Leia a seguir um trecho do mito dos Pataxó.
Um dia, o índio estava fazendo ritual. Enxergou uma grande chuva. Cada pingo de chuva ia se transformar em índio. No dia marcado, a chuva caiu. Depois que a chuva parou de cair, os índios estavam por todos os lados. O índio reuniu os outros e falou:
— Olha, parentes, eu cheguei aqui muito antes de vocês, mas agora tenho que partir.
Os índios perguntaram: — Pra onde você vai?
O índio respondeu: — Eu tenho que ir morar lá em cima no Itohã, porque tenho que proteger vocês. Os índios ficaram um pouco tristes, mas depois concordaram.
— Tá bom, parente, pode seguir sua viagem, mas não se esqueça do nosso povo.
Depois que o índio ensinou todas as sabedorias e segredos, falou: — O meu nome é tchôpai.
De repente o índio se despediu dando um salto, e foi subindo... subindo... até que desapareceu no azul do céu, e foi morar lá em cima no Itohã. Daquele dia em diante, os índios começaram sua caminhada aqui na terra, trabalhando, caçando, pescando, fazendo festas e assim surgiu a nação pataxó.
Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, indo embora para o rio e o mar.
VALLE, Cláudia Netto do. : mito fundador pataxó. áquita sáindíérum, Maringá, volume 23, página. 61-68, 2001.
O surgimento dos seres humanos
Assim como o povo Pataxó, a maioria das sociedades humanas, do passado ou do presente, tem seu mito fundador sôbre a origem do mundo e dos seres humanos. Essas narrativas passaram de geração em geração por meio de transmissão oral, e algumas delas foram registradas por escrito. Elas nos dão informações valiosas sôbre a fórma como diferentes culturas concebem o mundo.
Durante a maior parte da história humana, as explicações sôbre a origem da vida na Terra estiveram ligadas à religião. Em muitas há a presença de um deus superior e eterno, responsável único pêla criação de tudo o que existe. A linha de pensamento que se apoia nessa ideia é chamada de criacionismo.
A visão criacionista com o maior número de defensores na sociedade atual foi elaborada com base no livro do Gênesis, da Bíblia. Leia a seguir um trecho dessa narrativa.
No princípio criou Deus o céu e a terra.
E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sôbre os peixes do mar, e sôbre as aves dos céus, e sôbre o gado, e sôbre toda a terra, e sôbre todo o réptil que se move sôbre a terra.
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sôbre os peixes do mar e sôbre as aves dos céus, e sôbre todo o animal que se move sôbre a terra.
Gênesis 1. In: Bíblia Online. Disponível em: https://oeds.link/57XpYQ. Acesso em: 7 abril 2022.
O criacionismo hoje tem várias correntes, desde aquelas que defendem a narrativa bíblica como está apresentada até as que procuram combinar o princípio da criação com explicações não religiosas.
A teoria evolucionista
A questão sôbre a origem dos seres humanos também motivou intensas pesquisas científicas, que levaram os estudiosos a elaborar teorias que explicassem a origem da vida na Terra. Atualmente, o evolucionismo é a teoria aceita pêla ciência para explicar como surgiu a enorme diversidade de seres vivos que habitam a Terra.
As bases dessa teoria foram criadas pelos naturalistas ingleses Chárles Dárvin e Álfred Vallace. Eles concluíram em suas pesquisas que as espécies de seres vivos passam por transformações ao longo do tempo, diversificando-se e dando origem a novas espécies. O mecanismo que determinaria a sobrevivência de algumas espécies e a eliminação de outras foi chamado por Dárvin de seleção natural: os seres vivos com características que lhes permitem sobreviver em determinado ambiente transmitem essas características às próximas gerações, enquanto os menos adaptados tendem a desaparecer.
Em 1859, Dárvin publicou o livro A origem das espécies. Nele, detalhou o processo de seleção natural e introduziu a ideia, revolucionária para a época, de que o ser humano também é resultado do processo de evolução por seleção natural. Suas ideias chocaram a sociedade europeia porque contradiziam a ideia bíblica de que os seres humanos, assim como os outros seres vivos, haviam sido criados por Deus e, portanto, seriam perfeitos e imutáveis.
Como a religião convive com a Teoria da Evolução de Dárvin
Segundo o teólogo máicol méier blenqui, o texto bíblico e as teorias de Dárvin não devem ser entendidos como opostos. Ambos podem – e devem – ser encarados como perspectivas distintas do mesmo fenômeno.
“A Bíblia descreve a Criação como uma espécie de representação artístico-poética, interpretando a vida, enquanto Dárvin tentou descrever a vida e a Criação como um observador.” Enquanto as ciências naturais existem para explicar, a religião, a cultura e a arte servem à compreensão da vida. “Deste modo, ciência e religião não são concorrentes, mas sim fórmas distintas de descrever a vida, que não são mutuamente redutíveis.”
Dárvin ou a Bíblia? Deutsche Welle, 19 fevereiro 2009. Disponível em: https://oeds.link/MCrzL4. Acesso em: 22 fevereiro 2022.
BARBOSA, Rogério Andrade. O amigo de Dárvin: um jovem desenhista em Galápagos. São Paulo: Melhoramentos, 2014.
A obra traz uma história de ficção baseada em pesquisas científicas. Nela, somos apresentados à viagem que o jovem Chárles Dárvin realizou na década de 1830, com o objetivo de documentar a fauna, a flora e as formações geológicas.
A evolução do ser humano
A teoria evolucionista de Dárvin e uólace resolveu um grande mistério científico. Desde o século dezenove, arqueólogos e outros estudiosos encontravam em suas pesquisas ossos muito semelhantes aos de humanos modernos, mas nenhum ser humano conhecido tinha ossos exatamente como aqueles.
Utilizando a teoria evolucionista, os cientistas ligaram a origem do ser humano a um grupo de mamíferos chamado primatas, que surgiu na África há cêrca de 70 milhões de anos.
Um grupo de primatas deve ter originado os primeiros hominídeos, ou seja, seres que já apresentavam características semelhantes às do homem moderno. Os mais antigos hominídeos de que se tem evidência foram os australopitecos. Eles viviam no sul da África, já andavam eretos sobre os dois pés e tinham habilidade com as mãos, mas não fabricavam instrumentos.
Em 1974, descobriu-se na Etiópia o esqueleto de um australopiteco quase completo, de 3,2 milhões de anos. Depois de se comprovar que se tratava de uma mulher, o esqueleto foi batizado com o nome de Lúci, porque no momento da descoberta os arqueólogos estavam ouvindo a canção Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles.
Em 2010 foi descoberto, também na Etiópia, um esqueleto 400 mil anos mais velho que o de Lúci, mas da mesma espécie que ela, um Denominado pelos pesquisadores de cadánumu, o esqueleto teria 3,6 milhões de anos.
As contínuas descobertas de esqueletos de hominídeos muito antigos na África levaram os cientistas a concluir que o ser humano provavelmente surgiu na África e de lá se espalhou para os outros continentes.
37 GRAUS: A lasca que falta. [Locução de: Sára ázoubél e Bia Guimarães]. Lab37, 18 novembro 2020. Podcast. Disponível em: https://oeds.link/ma2RhP. Acesso em: 14 abril 2022. O episódio trata das datações dos primeiros vestígios humanos encontrados.
O gênero Homo
O gênero Homo, do qual fazemos parte, originou-se há cêrca de 2 milhões de anos. Diferentemente dos australopitecos, ele apresenta maior volume cerebral e habilidade nas mãos. Há várias espécies conhecidas do gênero Homo; as principais são:
- Homo : já tinha a habilidade de fabricar utensílios simples de pedra. Alimentava-se de vegetais e carne e, provavelmente, desenvolveu uma fórma de linguagem. Ossos dessa espécie, de 2 milhões de anos atrás, foram encontrados no leste da África.
- Homo : além de utilizar utensílios de pedra lascada, como machados, era bom caçador. Foi provavelmente a primeira espécie a deixar a África. Em 2001, pesquisadores encontraram na Geórgia, na Europa Oriental, ossos humanos que foram classificados como pertencentes à espécie do Homo .
- Homo : muito parecido com o ser humano moderno, era caçador e suas diferentes subespécies habitaram a Europa e a Ásia Ocidental entre 230 mil e 30 mil anos atrás.
- Homo Sápiens: surgiu entre 190 mil e 150 mil anos atrás, nas savanas africanas, e se espalhou depois por todos os continentes. Construiu instrumentos variados e mais sofisticados, desenvolveu a linguagem e expressões artísticas. O Homo Sápiens, ou seja, o homem moderno, foi a única espécie do gênero Homo que conseguiu sobreviver.
A origem do gênero Homo é um dos grandes mistérios da evolução humana. Até recentemente, suspeitava-se de que ele tivesse surgido na África Oriental. Contudo, a descoberta em 2008, na África do Sul, do fóssil de uma espécie nomeada de australopitécus sedíba sugere, para alguns cientistas, que este poderia ser o ancestral do gênero Homo.
Da África para o mundo
Todas as evidências indicam que os seres humanos surgiram na África e, a partir dela, se espalharam para os outros continentes. Durante muito tempo, acreditou-se que essa dispersão havia se dado em uma única migração, ocorrida há 50 mil anos, com os grupos humanos seguindo até o norte da África e atravessando a península Arábica também pelo norte, em direção à Ásia central. Estudos recentes, contudo, concluíram que muito antes dessa migração houve outra, há cêrca de 130 mil anos, quando grupos humanos deixaram a região nordeste da África em direção ao sul da península Arábica. Observe o mapa a seguir.
Migrações dos seres humanos a partir da África
Elaborado com base em dados obtidos em: REYES-CENTENO, Hugo et al. . djenoumiqui ênd crenial finotaipe dara supórt moutipou módern ríuman dispãrsãls from Áfrrica ênd a sauldern rrute intcho êigia Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 111, volume número 20, página .7248-.7253, maio 2014.
Dispersão dos grupos humanos
Estudos mais recentes indicam que a dispersão dos primeiros grupos humanos a partir do continente africano pode ter ocorrido muito antes do que se imaginava.
reticências Até recentemente, os estudos apontavam que uma pequena população do homem moderno teria deixado a África entre 80 mil e 60 mil anos atrás e ocupado o continente asiático, e que toda a humanidade que reside nos outros continentes seria descendente dessa população. Logo após a ocupação da Ásia, os homens teriam chegado à Austrália há cêrca de 50 mil anos e à Europa há aproximadamente 40 mil anos reticências.
No entanto, um estudo sôbre diversidade genética e craniana sugere uma migração anterior, iniciada por volta de 130 mil anos atrás, para o sul do continente asiático, demorando cêrca de 80 mil anos para chegar à Austrália. reticências
CAIRES, Luanne; BONATELLI, Maria Letícia; ALMEIDA, Graciele. Técnicas recentes no estudo da evolução ajudam a esclarecer a origem do homem e a ocupação no planeta. ComCiência, número 194, 5 dezembro 2017. Disponível em: https://oeds.link/VdHXAV. Acesso em: 7 abril2022.
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A chegada dos seres humanos à América
Uma das principais teorias que explicam o povoamento do continente americano afirma que os primeiros grupos humanos teriam chegado há 12 mil anos, vindos da Ásia, atravessando o Estreito de Bering, entre a Sibéria (na atual Rússia) e o Alasca (nos Estados Unidos).
Essa travessia teria ocorrido na última glaciação, período em que o Estreito de Bering estava coberto de gelo, unindo o continente americano e o asiático. Os grupos humanos que chegaram à América por esse caminho fizeram o trajeto a pé, provavelmente perseguindo grandes animais.
Os cientistas acreditam ainda que esses migrantes pré-históricos teriam características físicas de populações mongoloides, como grande parte dos japoneses, chineses, mongóis, coreanos e outras populações que habitam principalmente o nordeste da Ásia atualmente.
A hipótese de que a maioria dos povos ameríndios se originou a partir dessa onda migratória fundamenta-se na existência de uma grande quantidade de sítios arqueológicosglossário , datados de 12 mil a 10 mil anos atrás e espalhados por toda a América. Entre eles está o sítio arqueológico de Clóvis, situado no estado do Novo México, nos Estados Unidos.
O sítio de Clóvis ganhou destaque a partir da década de 1930 com a descoberta de artefatos feitos de pedra, além de ossos de mamutes e bisões, datados de .11500 anos atrás. Entre os artefatos encontrados na região destacam-se as pontas de flecha, que seriam um indício da importância da caça para a sobrevivência dos moradores.
Os artefatos de Clóvis apresentavam técnicas e formatos muito semelhantes, o que sugere que os habitantes da região seriam originários de uma mesma cultura. Por essa razão, o modo de vida daqueles moradores foi chamado de cultura Clóvis.
As glaciações
As glaciações são períodos de intenso resfriamento da Terra. Elas são fenômenos cíclicos, e os cientistas não sabem ao certo quais fatores as causam. Quando ocorrem, grandes superfícies da Terra ficam cobertas de gelo. A última glaciação durou cêrca de 100 mil anos e terminou por volta de 10 mil anos atrás. Foi durante esse longo período que o ser humano iniciou o povoamento da América.
Outros percursos
Em pesquisas realizadas nas últimas décadas, estudiosos encontraram indícios de que a presença humana na América pode ser muito anterior à cultura Clóvis. Por exemplo, nos sítios arqueológicos de Piedra Museo e Los Toldos, na Argentina, e de débra éle friékin, nos Estados Unidos, há indícios da presença humana de 13 mil a 15 mil anos atrás. No sul do Chile, em Monte Verde, os vestígios datam de cêrca de 13 mil anos atrás e, por sua localização, sugerem que o povoamento do sul do continente pode ter sido anterior ao da parte norte. Para alguns estudiosos, essas descobertas indicariam que, além dos grupos que teriam chegado ao continente pelo Estreito de Bering, pode ter havido outras ondas migratórias em direção à América por via marítima pelos oceanos Pacífico e Atlântico.
POSSÍVEIS caminhos do ser humano para a América
Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 14-15.
Recentemente, a partir de novas investigações, a hipótese de que os primeiros seres humanos chegaram ao continente americano vindos do continente asiático pelo Estreito de Bering tem sido reafirmada por alguns estudiosos. Dessa fórma, as teorias vão sendo revisitadas continuamente.
Outra dúvida é se os primeiros povoadores da América teriam características asiáticas ou apresentavam traços faciais semelhantes aos dos africanos e dos aborígenes australianos. Essa discussão surgiu porque crânios e ossadas encontrados na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, apresentam traços faciais semelhantes aos dos africanos e dos aborígenes australianos. Análises de ossadas, crânios e material genético dos primeiros povoadores do continente têm auxiliado os cientistas na tentativa de desvendar esse e outros mistérios.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
- O que são os mitos fundadores e qual é a sua importância?
- Com base na teoria elaborada por Chárles Dárvin e Alfred Wallace para explicar a evolução das espécies, responda em seu caderno:
- Por que o Homo sapiens conseguiu sobreviver na Terra, enquanto as demais espécies do gênero Homo desapareceram?
- É possível afirmar que, daqui a milhares de anos, a espécie humana terá as mesmas características biológicas de hoje? Por quê?
- Os australupitécus e as espécies do gênero Homo se diferenciavam, entre outras coisas, pêla altura, pelo volume do cérebro e pelo modo de vida que levavam. Anote em seu caderno a qual espécie está relacionada cada uma destas afirmativas.
- Povoou diferentes regiões do planeta e foi a única espécie sobrevivente do gênero Homo.
- Viveu por volta de 3,2 milhões de anos atrás e já apresentava algumas características humanas, como a postura ereta.
- Habitava a Europa e a Ásia Ocidental e chegou a conviver com o ser humano moderno.
- Alimentava-se de carne e de vegetais e representa a mais antiga espécie do gênero Homo da qual foram encontrados restos ósseos.
- Monte em seu caderno um quadro conforme o modelo, completando-o com as afirmativas relacionadas a cada sítio arqueológico.
Clóvis |
Monte Verde |
- Os objetos encontrados no local foram considerados por muito tempo os mais antigos já descobertos no continente americano.
- As descobertas feitas no local fortaleceram a hipótese de que a ocupação da América do Sul pode ter sido anterior à da América do Norte.
- Os artefatos encontrados nesse sítio apresentavam técnicas e formatos semelhantes, o que permite acreditar que havia unidade cultural entre os habitantes dessa região.
- Os vestígios arqueológicos encontrados nesse sítio datam de 13 500 anos atrás.
- Analise o mapa “Possíveis caminhos do ser humano para a América”, reproduzido neste Capítulo, e faça o que se pede.
- Identifique as possíveis regiões de chegada dos seres humanos à América.
- Descreva os dois percursos feitos pelos seres humanos até a chegada a cada uma dessas regiões.
- Em sua opinião, uma possibilidade de percurso exclui a outra ou é possível ter havido as duas?
- O carbono-14 é um dos métodos usados para descobrir a idade dos vestígios encontrados nas escavações arqueológicas. Faça uma pesquisa na internet para descobrir como isso é feito.
Ser no mundo
Intervenções urbanas e as disputas pêla memória
Os monumentos são marcas de memória deixadas nos espaços públicos das cidades, elementos que revelam aspectos da história, os quais a sociedade em algum momento buscou destacar e preservar. Por isso, também revelam detalhes sôbre a maneira como nos relacionamos com o passado. Os monumentos fixados nos espaços públicos nos fornecem informações sôbre as intenções dos grupos que influenciaram sua construção, privilegiando determinada visão do passado, destacando-a e tornando-a visível para aqueles que habitam e visitam o local.
Atualmente, as disputas em torno das marcas de memória nas cidades têm reacendido os debates públicos sôbre as nossas relações com a história. Desde o início dos anos 2000, os protestos contra monumentos que fazem referência ao comércio de africanos escravizados, à violência praticada contra povos indígenas e ao colonialismo tornaram-se comuns em diversas parte do mundo, questionando as fórmas de opressão praticadas no passado e no presente.
- Descreva a estátua de Borba Gato. Que aspectos da representação da estátua mais chamaram sua atenção?
- O que você sôbre os bandeirantes? Por que, na sua opinião, foi construída a estátua de Gato na cidade de São Paulo? Discuta com os colegas e o professor a respeito.
Em 2020, iniciou-se uma onda de protestos organizados por grupos antirracistas que denunciavam a violência policial direcionada contra indivíduos negros nos Estados Unidos. Esses protestos eclodiram também em outros países. No mesmo ano, uma estátua de éduardi côlstôn, comerciante de africanos escravizados, foi derrubada por manifestantes na cidade de Bristol, na Inglaterra.
No Brasil, em julho de 2021, na cidade de São Paulo, a estátua do bandeirante Borba Gato, que já havia recebido inúmeras pichações, foi alvo de novo vandalismo. A estátua foi incendiada como fórma de trazer para o primeiro plano justamente a discussão sôbreas marcas de memória que foram destacadas nos espaços públicos. Os manifestantes buscaram colocar em evidência as práticas do bandeirante, que assassinou, capturou e vendeu como escravos diversos indígenas e africanos. Além disso, o ato buscou questionar as escolhas feitas no passado, quando certos grupos optaram por homenagear o bandeirante em um local público, impondo determinada interpretação da história.
- Em dupla, pesquisem em livros, revistas, jornais ou na internet sôbre a atuação dos bandeirantes. Procurem descobrir quem foram, a origem deles, suas características, quais foram seus principais feitos no passado, entre outras informações.
- Em seguida, discutam e formulem alguns questionamentos, apontando ao menos um aspecto negativo e um aspecto positivo relacionados às suas práticas.
- Depois, cada um dos membros da dupla deve ficar responsável por redigir um texto utilizando uma das linhas de argumentação. Façam o registro dos argumentos de vocês no caderno.
- Por fim, compartilhem com o restante da turma, em uma roda de conversa, a argumentação utilizada por vocês. Discutam os diferentes pontos de vista apresentados.
Glossário
- Sítio arqueológico
- Local onde foram encontrados vestígios de seres humanos que ali estiveram no passado.
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