CAPÍTULO 8  A CHINA E A ÍNDIA NA ANTIGUIDADE

Estudamos no Capítulo 6 a Mesopotâmia, que se desenvolveu no continente asiático, na região conhecida como Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates.

Mais ou menos ao mesmo tempo, alguns povos se estabeleceram nas margens de importantes rios que também ficam na Ásia, mas em regiões diferentes: o rio Amarelo, na atual China, e o rio Indo, na atual Índia (observe o mapa "Os primeiros assentamentos, cidades e civilizações", no Capítulo 3). Ali esses povos passaram a cultivar as planícies férteis, formaram aldeias e, depois, cidades.

Há 5 mil anos já existiam grandes cidades nessas regiões, bem como Estados centralizados e sistemas de escrita. A China e a Índia antigas são muito diferentes da China e da Índia atuais em termos de território, população e organização social. Porém, as culturas dos povos que viveram nesses lugares por tantos milênios ainda estão presentes.

A aventura da China continua. Como a civilização indiana, a chinesa é uma das mais antigas do mundo, com uma história que continua a evoluir desde sua gênese até os nossos dias. Esta é uma marca fundamental do “Oriente”: a Antiguidade continua viva, e temos a oportunidade de vislumbrar as permanências dos tempos clássicos no pensamento, na cultura e nos hábitos.

BUENO, André da Silva. O Extremo Oriente na Antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação ceciérgi, 2012. página 59.

Fotografia. Vista geral um de local aberto. Ao fundo, monumento semelhante um pagode, templo oriental com três andares e telhados em cada um deles, terminado com pontas recurvadas para cima. O pagode é bege, com telhados cinza e colunas vermelhas. À direita, árvores e no alto, céu azul-claro com nuvens brancas. Em primeiro plano, uma rua com dezenas de pessoas caminhando, vistas principalmente de costas, vestidas com roupas coloridas, calças jeans, bermudas e camisetas; algumas pessoas usam chapéus e, outras, sombrinhas, para proteger-se do sol forte. À esquerda, vista parcial da fachada de uma loja com bandeiras vermelhas e placas de madeira com palavras escritas em caracteres chineses.
Turistas visitam a cidade de Dali, na China. Elementos do passado e do presente se misturam na paisagem. Fotografia de 2020.

A antiga civilização chinesa

Os domínios da antiga civilização chinesa variaram ao longo do tempo, mas sempre ocuparam uma extensão menor que o território da China atual. O núcleo central dessa civilização, onde surgiram as primeiras aldeias, era o Vale do Rio ruãng rô (ruâng rí), mais conhecido como rio Amarelo. É uma área de terras férteis e ricas em reservas minerais. Nessas terras, agricultores já cultivavam o arroz e o painço (espécie de cereal) desde 6000antes de Cristo

As comunidades que se fixaram ao longo do rio Amarelo planejavam sua vida de acôrdo com o calendário de inundações. Nas zonas que ficavam submersas por vários meses do ano, os camponeses cultivavam o arroz aquático, espécie que se difundiu por grande parte do sudeste da Ásia. Na parte mais elevada do vale, pouco irrigada, os chineses construíram terraços em fórma de escadas, que se estendiam por longas curvas de nível. Com essa tecnologia, a água captada do rio e distribuída pelo terreno de cultivo se infiltrava no solo, retendo os nutrientes.

Assim, por volta de 2000antes de Cristo, o Vale do Rio Amarelo abrigava culturas importantes, como a iângchô e a longshân. Em suas aldeias, praticavam-se a agricultura e a criação de cães, porcos, bois, ovelhas e galinhas. Acredita-se que as primeiras cidades da região surgiram a partir de aldeias longshân, cercadas por muros de terra batida.

Fotografia. Vista aérea de um local aberto e montanhoso, com terraços escavados no solo, formando degraus de diferentes alturas, acompanhando a linha inclinada no relevo. Diversos degraus estão alagado e têm o céu refletido em suas águas. Há  faixas de vegetação verde entre os degraus. À direita, árvores de folhas verdes e uma construção vista parcialmente.
Ainda hoje, na China, usa-se a tecnologia de terraços para irrigação. Os terraços de arroz de rong hâni, localizados na província de iúnán, foram declarados Patrimônio Mundial pêla unêsco em 2013. Fotografia de 2020.
Ícone. Sugestão de livro.

SILVA, Flavia Lins e. Diário de Pilar na China. Rio de Janeiro: Pequena zarrár, 2017. O livro conta a história de Pilar, seu amigo Breno e seu gato Samba, que, em uma viagem mágica pêla China, descobrem a riqueza cultural e a importância histórica desse país.

As dinastias

Tradicionalmente, a história da China Antiga é periodizada pêla sucessão das famílias pêlas quais foi governada, as chamadas dinastias.

Por volta de 1750antes de Cristo, iniciou-se a dinastia xãng, primeira da qual se obtiveram registros escritos. No final do século dozeantes de Cristo, os djou, povo originário do oeste, derrotaram os xãng e inauguraram uma nova dinastia. A partir do século oitoantes de Cristo, iniciou-se um processo de fragmentação política. Gradualmente, os governantes djou perderam poder, enquanto os donos de terras se tornaram cada vez mais fortes e passaram a exercer grande influência em seus domínios, formando centenas de pequenos reinos. Por volta de 220 antes de Cristo, esse período chegou ao fim, com a vitória de tchin tchei ruâng, do reino de Chin (ou Qin). Ele anexou os territórios dos outros reinos e proclamou-se imperador dos chineses. O nome China derivou-se de Chin.

Após a morte de tchin tchei ruâng, uma nova dinastia se estabeleceu, em 206 antes de Cristo, e expandiu o território do império (observe o mapa a seguir). Para controlar esses vastos domínios e reforçar a autoridade estatal, os imperadores da nova dinastia, conhecida como , expandiram o exército e impuseram um sistema unificado de pesos e medidas. Foi durante esse período que se estabeleceu a Róta da sêda, a principal via comercial entre a China e o Ocidente. A ampliação dos contatos comerciais contribuiu para o desenvolvimento cultural da China e para o surgimento de uma nobreza urbana mercantil.

A CHINA ANTIGA

Mapa. A China Antiga. Mapa representando o Leste do continente asiático, da Península da Coreia e da Ásia Central, no norte, até a Península da Indochina e parte do Estreito de Malaca, o Tibete e parte da Índia, no sul.  Há territórios destacados em cores e padrões distintos. Em verde, 'Terras da dinastia Shang. Século 12 antes de Cristo'. No leste da Ásia, em território que hoje corresponde à parte da China, compreendendo a região do Rio Huang-ho (ou Rio Amarelo), o norte da Península da Coreia, que hoje corresponde à parte da Coreia do Norte e uma pequena parte da Coreia do Sul, e o litoral do Mar Amarelo até a região da cidade de Soo-Chou, e parte da região leste em torno do Rio Yang-Tsé-Kiang, até a foz desse rio. Destaque para os núcleos urbanos de: Chang'an, Xian, Loyang, Yangzhou, Xinzheng e Kai-feng, ao sul do Rio Huang-ho; Anyang, ao norte do Rio Huang-ho e Shandong e Soo-chu, próximos ao litoral do Mar Amarelo. Listras diagonais vermelhas indicam, o 'Apogeu da dinastia Zhou. Século 8 antes de Cristo a século 5 antes de Cristo'. As listras cobrem parte do território destacado em verde, das 'Terras da dinastia Shang', compreendendo territórios no leste da Ásia entre os rios Huang-ho e Yang-Tsé-Kiang e ao norte do Rio Huanh-ho. Com destaque para os mesmos núcleos urbanos da dinastia Shang: Chang'an, Xian, Loyang, Yangzhou, Xinzheng, Kai-feng, Anyang, Shandong e Soo-chu, e ao sul de Soo-chu, adiciona-se o núcleo de Hang-chou. Em rosa, 'Expansão da dinastia Chin. Século 3 antes de Cristo', compreendendo um território no norte da Península da Coreia voltado para o Mar do Japão; a região a oeste do rio Huang-ho; parte do litoral do  Mar da China Oriental, com destaque para o núcleo urbano de Hang-chou; a região central do curso do rio Yang-Tsé-Kiang estendendo-se desde a região ao sul desse rio até o litoral do Mar da China Meridional, na foz do Rio Si, com destaque para o núcleo urbano de Cantão. Em amarelo, 'Expansão da dinastia Han. Século 2 antes de Cristo a século 1 depois de Cristo)'. Destacando a expansão por territórios como: o território ao norte do Rio Huang-ho; um território a oeste desse rio até a Ásia Central em torno do Lago Qinghai, no território que hoje corresponde à China; o centro e o leste do vale do rio Yang-Tsé-Kiang; o vale do Rio Si, a região em torno do Golfo de Tonkim e parte do leste da Península da Indochina, em território que hoje corresponde ao litoral do Vietnã e parte do leste de Laos. Linhas verticais vermelhas, indicam a 'Muralha da China', ocupando o norte do território, da Ásia Central até o norte da Península da Coreia, e outro trecho a sudoeste do Rio Huang-ho. No canto inferior direito, rosa dos ventos e escala de 0 a 410 quilômetros.

Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 62-63.

Ler o mapa

  1. Observe a localização dos núcleos urbanos mais antigos da história da China. O que mais chama a atenção a respeito do local em que eles foram fundados?
  2. Consulte um mapa-múndi atual e identifique a quais países corresponde a China Antiga, em sua maior extensão.

A sociedade chinesa

O imperador ocupava o lugar de maior importância na sociedade chinesa. Abaixo dele estavam os ministros da côrte, que agiam em seu nome. Em seguida, vinha a nobreza tradicional, formada por proprietários de terras que viviam da exploração do trabalho camponês.

Nas famílias nobres, o homem tinha autoridade plena: ele decidia se uma criança recém-nascida ficaria na casa ou seria rejeitada, julgava e punia os crimes cometidos pêla comunidade e podia ter várias espôsas. Até o início da dinastia , os principais funcionários do Estado eram oriundos dessas famílias aristocráticas.

A ampliação das comunicações dentro e fóra do império durante a dinastia possibilitou a formação de um novo grupo de homens ricos, em geral grandes comerciantes e dirigentes do exército, que viviam luxuosamente na capital, a cidade de tchâng ân, rodeados por escravos, funcionários administrativos, mulheres e criados.

No outro extremo da sociedade estavam os camponeses. Eles trabalhavam nas terras dos nobres, a quem forneciam grande parte das colheitas. A vida dos camponeses era bastante influenciada pelo ciclo das estações do ano. No verão, época das plantações, eles trabalhavam no campo, habitando choupanas. No inverno, retiravam-se para as aldeias, onde se dedicavam ao artesanato e preparavam as festividades coletivas até a chegada da primavera.

Com o tempo, cresceram os setores intermediários da sociedade, representados principalmente por mercadores, funcionários do Estado, artesãos e escribas.

Ilustração. Um homem de cabelos escuros e barba rala, longa e fina, tem sobre a cabeça um capacete dourado com plumas de cor vermelha. Usa uma armadura de cor cinza, composta em camadas, sendo que a barra de camada é adornada com faixas coloridas vermelhas, verdes, azuis e amarelas. No peito e sobre a barriga, a armadura tem uma couraça vermelha, com um círculo cinza no centro. Ele usa botas de cor marrom com adornos dourados, leva um feixe de flechas em uma aljava marrom e dourada amarrada em torno do quadril com um cinto azul e dourado. Sob a armadura, ele usa uma calça larga azul. O braço esquerdo dele está flexionado, e a mão esquerda está próxima a ponta da barba, na altura do peito. Na mão esquerda, ele carrega um bastão cinza, formado por segmentos e posicionado na vertical.
General da dinastia . cêrca de1800. Ilustração em livro chinês. Biblioteca Britânica, Londres, Inglaterra.
Fotografia. Escultura representando uma construção retangular em cor bege parcialmente danificada pela ação do tempo. Há um pátio aberto no centro da construção e, em torno do retângulo, um muro duplo. Sobre esse muro, há construções, formando dois pavimentos.  No andar superior, há, ao centro, uma casa retangular com uma pequena janela e uma porta retangular, central, acessada por uma escada que dá para o pátio. À esquerda e à direita dela, dois muros formam um corredor que termina em duas construções, uma em cada ponta,  similares a primeira, mas, de tamanho menor, vistas parcialmente. À frente dessas duas construções, há duas outras de mesmo tamanho, com aberturas à frente e acessadas por escadas que dão para o pátio. O pátio no centro está dividido ao meio por uma mureta baixa. No centro da porção direita do pátio, há um comedouro para animais.
Miniatura de uma casa de fazenda fortificada. Séculotrêsantes de CristoEscultura em terracota. Museu cernushi, Paris, França.
Ícone. Sugestão de site.

MUSEU de Arte de Macau. Disponível em: https://oeds.link/r3dsKJ. Acesso em: 6 abril 2022. Este museu está localizado em Macau, na atual China. Navegando por seu sáite, é possível encontrar textos (em português) e imagens de seu acervo que contam a história da China Antiga.

Atividades econômicas

A agricultura era uma das atividades econômicas mais importantes da China Antiga. Cultivavam-se cevada, arroz (no sul e no nordeste), trigo, melão, abóbora, pepino, cebola, alho e painço. Outras culturas importantes eram a da amoreira, cujas folhas serviam de alimento para as criações de bicho-da-sêda, e do cânhamo, utilizado na produção de tecidos.

Bois e cavalos eram criados para o trabalho nos campos e para o transporte. No período djou, há indícios do uso de bovinos para arar a terra e da prática da rotação de culturasglossário , que possibilitaram o aumento da produção agrícola. Além disso, os chineses desenvolveram um eficiente sistema de irrigação com águas fluviais, oriundas principalmente do rio Amarelo.

Os chineses também se destacaram na produção de tecidos de sêda e na fabricação de objetos de madeira, bronze e ferro. Muitas das peças produzidas pelos artesãos dos períodos djou e baseavam-se nas técnicas desenvolvidas na época da dinastia xãng.

Fotografia. Vaso em forma de paralelepípedo, na vertical. Na parte superior, ele tem a forma de um trapézio.  A peça tem o fundo cinza coberto por um tom esverdeado e é decorado com figuras geométricas em relevo.
Vaso cerimonial da dinastia Shang. Século doze antes de Cristo Bronze fundido, 28,9 por 19,1 por 16,5 centímetros Museu de Arte de Cincinnati, Ohio, Estados Unidos.

A escrita ideográfica chinesa

No final do século dezenove foram encontrados ossos com os registros mais antigos da escrita chinesa. Os estudiosos concluíram que esses registros provavelmente datavam dos séculos quinzeantes de Cristoe catorzeantes de Cristo Os primeiros caracteres da escrita chinesa eram desenhos que representavam objetos relacionados ao cotidiano dos chineses. Lentamente, a escrita deixou de representar objetos (escrita pictográfica) e se transformou em uma escrita ideográfica, em que cada símbolo ou combinação de símbolos representa uma ideia.

alguns caracteres chineses

Quadro. Alguns caracteres chineses. Quadro com ilustrações que apresentam a transformação de alguns caracteres chineses ao longo do tempo. Humano. Na primeira linha, o caractere que designa a palavra humano. No século 11 antes de Cristo, consistia em uma linha fina na vertical com um traço pequeno na parte superior, na diagonal, assemelhando-se à figura de uma pessoa voltada para o lado esquerdo, com os braços estendidos para baixo. No século 8 antes de Cristo, consistia na mesma ilustração anterior com a base superior mais inclinada, assemelhando-se à figura de uma pessoa na mesma posição da anterior, mas com a cabeça elevada. No século 2 antes de Cristo, a representação era similar à letra 'R' maiúscula, com uma linha vertical reta e outra curva, à direita da dela. No século 3 depois de Cristo, era formado por duas linhas finas, sendo similar a letra ípsilon de ponta-cabeça, com a haste à direita mais longa que o habitual. Entre os séculos 7 e 21 depois de Cristo, a palavra passou a ser representada com duas linhas finas, similar a letra vê de ponta-cabeça, com linhas curvas e mais próximas uma da outra. Peixe. Na segunda linha, o caractere que designa a palavra peixe. No século 11 antes de Cristo, consistia na ilustração de um peixe na posição vertical, com nadadeiras em cada lado, e dois traços indicando a cauda. No século 8 antes de Cristo, consistia na mesma ilustração anterior, adicionada de traços pelo corpo, mais nadadeiras e uma bolinha marcando um olho. No século 2 antes de Cristo, a representação foi simplificada, tornando-se mais abstrata, com quatro linhas inclinadas formando a cauda do peixe e seu corpo em forma de 'U'. No século 3 depois de Cristo, o caractere se transformou em um símbolo com linhas finas, com um quadrado no centro dividido por duas retas perpendiculares, quatro traços inclinados abaixo dele, lembrando a cauda do peixe, e três traços outros acima, lembrando o formato da cabeça.  Entre os séculos 7 e 21 depois de Cristo, a palavra passou a ser representada de maneira similar, com linhas ainda mais finas e retilíneas. Montanha. Na terceira linha, o caractere que designa a palavra montanha. No século 11 antes de Cristo, consistia na ilustração de três picos semelhantes a triângulos sobre uma linha que servia de base, fazendo as vezes de solo. No século 8 antes de Cristo, era representado por uma linha preta na horizontal com três triângulos sobre ela, o triângulo do centro o mais alto deles. No século 2 antes de Cristo, a linha que representava o solo foi arredondada e ganhou formato de 'U', com um triângulo no centro. No século 3 depois de Cristo, a montanha era representada com o formato da letra V de ponta-cabeça,, com as pontas curvadas e com hastes ligadas internamente por uma linha fina horizontal. Entre os séculos 7 e 21 depois de Cristo, a palavra transformou-se em um símbolo com três linhas verticais uma ao lado da outra, a do centro mais alta que as das extremidades, e uma linha horizontal as conectando. Sol. Na quarta linha, o caractere que designa a palavra Sol. Tanto no século 11 antes de Cristo quanto no século 8 antes de Cristo, consistia na ilustração de um círculo com um traço horizontal no centro. No século 2 antes de Cristo, o círculo tomou a forma da letra 'u' com três traços horizontais: um no topo,  o outro ao centro e um mais curto na base, conectados por curvas nas laterais. No século 3 depois de Cristo, o 'u' deu lugar a um retângulo disposto horizontalmente, com um traço horizontal no centro. Entre os séculos 7 e 21 depois de Cristo, o caractere se transformou em  retângulo disposto verticalmente com uma linha horizontal cortando-o no centro.
Um fato que surpreende os estudiosos é a permanência da escrita chinesa. Alguns caracteres datados de mais de 3 mil anos atrás ainda podem ser encontrados, com algumas modificações, na escrita atual.

Elaborado com base em dados obtidos em: . World Archaeology, volume 17, número 3, página 420-436, 1987.

Ícone. Ilustração de uma lupa sobre uma folha de papel amarelada com a ponta superior direita dobrada, indicando a seção Documento.

Documento

Os guerreiros de Xian

Você já ouviu falar a respeito das estátuas dos guerreiros de Xian? Elas foram encontradas em uma cidade chinesa em 1974. Leia o texto a seguir e descubra o que o grande exército de tchin tchei ruâng revela sôbre a Antiguidade na China.

Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20

Quem olha de longe vê apenas um morro coberto por vegetação rasteira na província de Xian, na China. Mas, por baixo da terra, existe uma majestosa pirâmide, construída para que tchin shiuândi (260-210 antes de Cristo) tivesse em morte todo o poder e a riqueza que gozou em vida.

O mausoléu do imperador tchin é mundialmente conhecido por causa de sua guarda simbólica, encontrada a 1,5 quilômetro do mausoléu: mais de 8 mil figuras de guerreiros, outras de 520 cavalos e 130 carruagens, tudo modelado artesanalmente em tamanho natural. Cada peça é única e os militares portam armas de bronze reais.

LOMBARDO, Lívia. Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20. Aventuras na História, 6 julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/42F2Cg. Acesso em: 6 abril 2022.

Fotografia. Vistas do alto, dezenas de estátuas de soldados em cor bege. Eles estão de pé, perfilados em quatro fileiras, dispostas de forma inclinada na fotografia. Eles usam roupas similares a quimonos e têm os cabelos presos em coque. Cada um deles têm face e feição particulares. À direita deles, há uma rocha  desgastada e outros soldados vistos parcialmente.
Estátuas dos guerreiros do imperador cêrca de séculotrêsantes de CristoEsculturas de terracota. Museu do Exército de Terracota do Imperador Qin. Xian, China. Fotografia de 2021.
  1. O texto que você acabou de ler trata de uma grande descoberta arqueológica. sôbre o objeto dessa descoberta, responda.
    1. O que foi descoberto?
    2. Quantas peças foram encontradas?
    3. Em que século essas peças teriam sido produzidas?
    4. Qual teria sido a finalidade de produzir essas peças e enterrá-las no local?
  2. O que essas peças revelam a respeito da cultura e da sociedade chinesa da época em que foram construídas?

A antiga civilização indiana

Segundo os arqueólogos, o Vale do Rio Indo, onde hoje se localiza o Paquistão, começou a ser ocupado por volta de 7000 antes de CristoComo ocorreu na Mesopotâmia e na China, a agricultura irrigada pêla água dos rios foi fundamental para o desenvolvimento da civilização indiana antiga. Por volta de 2600 antes de Cristo, grandes cidades, como arápa e morrenjo dáro, já existiam nas margens do rio Indo e de seus afluentes.

Estudos arqueológicos indicam que arápa era a cidade mais antiga do Vale do Rio Indo e pode ter sido o centro dessa civilização. Isso porque os artefatos encontrados nos diversos sítios arqueológicos da região são semelhantes aos que foram descobertos em arápa.

A principal característica das cidades do Vale do Rio Indo era o planejamento urbano. arápa era circundada por grandes muralhas e possuía espaçosas avenidas separando os bairros. Além disso, a cidade dispunha de um sistema de fornecimento de água, de áreas de banho e de uma rede subterrânea de esgotos.

A agricultura constituía a base econômica da civilização . Os habitantes do Vale do Rio Indo foram os primeiros cultivadores do algodão, cujas fibras eram usadas para produzir tecidos.

Os também desenvolveram um artesanato bastante variado. Eles produziam ferramentas de pedra e metal, utensílios domésticos, armas e joias tanto para o uso cotidiano como para a troca.

As cidades entraram em declínio por volta de 1900 antes de Cristo Por razões ainda desconhecidas, essas cidades foram progressivamente abandonadas.

Fotografia. Relevo feito de pedra na cor bege, em formato quadrado. Na parte superior, escrita gravada na pedra, formando símbolos diversos: há três traços verticais, dois símbolos em forma de laço na vertical e outros três caracteres, um em forma de tridente, outro como a letra "H" maiúscula e um traço vertical. Na parte inferior, o relevo de um animal quadrúpede de cauda longa, visto de lado, com a cabeça, com um par de chifres, voltada para a esquerda e, abaixo da cabeça dele, uma planta.
Selo contendo inscrições . 2500 antes de Cristo relêvo em pedra-sabão, 5,08 por 5,08 centímetros. Este selo foi encontrado no sítio arqueológico de morrenjo dáro, no Paquistão. Museu Nacional do Paquistão, Karachi, Paquistão. Durante as escavações feitas nos sítios arqueológicos onde estava localizada a cidade de a, foram descobertos milhares de selos e tabletes de argila contendo um conjunto de 420 sinais. Eles foram identificados como um sistema de escrita, que, no entanto, ainda não foi decifrado.

A Índia do período védico

A desorganização das cidades coincidiu com a chegada de povos nômades e guerreiros de origem arianaglossário , vindos da Europa Oriental. Eles entraram na Índia e se estabeleceram no Vale do Rio Ganges, onde construíram uma nova civilização.

A principal fonte para o estudo da história da Índia do período ariano são os livros chamados Vedas (palavra do sânscrito que significa “livros do conhecimento”). Trata-se de um conjunto de hinos religiosos, preces, fórmulas mágicas e comentários sôbre a natureza humana e o Universo transmitidos oralmente ao longo das gerações. Os Vedas trazem muitas informações sôbre a sociedade, os costumes e as cerimônias religiosas na Índia ariana.

A sociedade de castas

Os arianos sentiam-se superiores aos nativos. Esse preconceito foi um dos fatores que deram origem à sociedade de castas, uma divisão social em que cada pessoa tinha um lugar hierarquicamente definido. Uma vez nascida em uma casta, a pessoa, assim como todos seus descendentes, jamais mudaria de posição social. Veja a seguir as castas que formavam a sociedade indiana na Antiguidade.

  • Brâmanes: eram os sacerdotes, que compunham a casta dominante. Controlavam os rituais e interpretavam os Vedas para estabelecer as leis, além de ocupar altos cargos no Estado.
  • Xátrias: formada pelos nobres guerreiros. Com os brâmanes, constituíam as castas dominantes.
  • Vaixás: eram os comerciantes, artesãos e agricultores. Embora pudessem até ser muito ricos, eram obrigados a contribuir com impostos e a servir na guerra.
  • Sudras: casta constituída pelos servos, trabalhadores dependentes de um senhor. Em geral, descendiam dos antigos habitantes da Índia.

Além desses grupos, existiam os chamados intocáveis, pessoas que não faziam parte de nenhuma casta e que, por isso, eram consideradas impuras. Hoje, esse grande grupo se autodenomina , e luta contra a discriminação.

a índia antiga

Mapa. A Índia antiga. Mapa representando o subcontinente indiano, entre o Mar Arábico e o Golfo de Bengala, com destaque para o Himalaia e os rios Indo e Ganges. Linhas coloridas demarcam diferentes territórios. Contornada por uma linha roxa, 'Civilização do Indo', compreendendo a área do vale do Rio Indo, desde o Himalaia, a leste, até o Mar Arábico, a oeste. Destaque para a cidade de Mohenjo-Daro. Contornada por uma linha rosa, 'Área ocupada pelos árias por volta de 1.500 antes de Cristo', compreendendo a região do Delta do Rio Indo e o vale do Rio Ganges, ao sul do Himalaia. Na parte inferior esquerda, rosa dos ventos e escala de 0 a 450 quilômetros.

Fonte: , Anita. Explorando a Índia. São Paulo: Ática, 1997. página 6, 8.

A religião hindu

A antiga religião ariana estava fortemente relacionada às forças da natureza, como os ventos, o fogo e as tempestades. Acreditava-se que os deuses eram como os humanos, que se alegram e se entristecem.

Por volta do século seteantes de Cristo, introduziu-se na religião védica a ideia de um deus maior (Brahma), que abrangeria todo o Universo. Também foi criada uma teoria para justificar o sistema de castas: cada casta teria origem em uma parte do corpo de Brahma e, por isso, cada uma tinha uma função na sociedade.

As crenças em um ser eterno e absoluto, o Brahma, e na existência de um estágio final de purificação da alma constituem a base do bramanismo, religião que predomina na Índia até hoje. Atualmente, o bramanismo é mais conhecido como hinduísmo.

Os hinduístas acreditam que a alma humana passa por várias vidas (reencarnações) até libertar-se do sofrimento e atingir o môquishá, o estágio da libertação final. A crença na reencarnação está associada à ideia do carma, ou seja, de que o Universo é regido por uma lei imutável, que determina a sucessão de nascimentos e mortes pelos quais o ser humano teria de passar.

Assim, o tipo de vida que cada pessoa tem seria determinado pêlas ações que praticou em vidas anteriores. Para se libertar do ciclo de reencarnações, chamado sãmsára, o indivíduo deveria seguir os caminhos da iluminação: o do conhecimento; o da ação, que implica aceitar o sofrimento e renunciar aos desejos materiais; e o da santidade individual, percorrido por meio da meditação, das orações e da prática da ioga.

Fotografia. Visto de lado, um edifício alto, com vários pavimentos, de base retangular semelhante a uma pirâmide muito estreita. O topo do edifício é mais estreito do que a base. Cada um dos andares é ornamentado com colunas coloridas, em tons de azul, amarelo, verde e branco. No conjunto, nessa imagem, a cor que predomina é a azul. Além das colunas, há símbolos diversos e centenas de esculturas de formas humanas cobrindo toda a fachada da construção. No topo do edifício, há uma fileira de pináculos dourados e uma figura esculpida com o formato de um dragão, com a cabeça verde com o topo vermelho, dois olhos redondos voltados para baixo, duas estruturas douradas em formato de chifre, ao lado de seu rosto e, logo abaixo de dentes brancos e afiados, um circulo semelhante a uma concha, contendo diversas estátuas representando deuses de forma humana e animais. Na base da construção há vegetação e árvores com folhas verdes.
Templo hinduísta de mináquishi, em Madurai, na Índia. O templo foi construído no século dezessete, mas a cidadela de Madurai data de mais de 2.500 anos atrás. Fotografia de 2020.
Ícone. Sugestão de livro.

, Anita. O que sabemos SOBRE o hinduísmo? 2. São Paulo: cállis, 2011. (Coleção O Que Sabemos sôbre).

Com base nos textos, nas fotografias, nos mapas e nas ilustrações deste livro, você vai conhecer mais sôbre a religião hindu.

ícone. sugestão de livro

Sugestões complementares referentes ao Capítulo:

michô, Henri. Um bárbaro na Ásia. São Paulo: Nova Alexandria, 2008.

O livro traz os relatos de viagem pelo Oriente feitos pelo poeta francês de grande relevância.

nêipôu, V. S. Índia: um milhão de motins agora. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Escrito por um autor de origem indiana, o livro descreve a Índia contemporânea a partir dos acontecimentos marcantes da região ao longo do tempo.

Atividades

Faça as atividades no caderno.

  1. Em seu caderno, descreva os grupos sociais da sociedade chinesa.
  2. Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.

Quando eles o dividiram [o deus supremo],

em quantas porções eles o fizeram?

De sua boca formaram-se brâmanes;

De seus dois braços formaram-se xátrias;

Suas coxas tornaram-se vaixás;

E dos seus pés os sudras nasceram.

rivêda, dez, 90, 11-12. In: reiuod djón. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Pêngüim, 2005. página 78. Tradução nossa.

  1. Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sôbre a sociedade indiana neste Capítulo.
  2. Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?
  3. Agora, crie em seu caderno um esquema representando a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a fórma de pirâmide, de árvore, do corpo de uma pessoa ou outra fórma que imaginar.
Versão adaptada acessível

2. Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.

Quando eles o dividiram [o deus supremo],

em quantas porções eles o fizeram?

De sua boca formaram-se brâmanes;

De seus dois braços formaram-se xátrias;

Suas coxas tornaram-se vaixás;

E dos seus pés os sudras nasceram.

RIGVEDA, Dez, 90, 11-12. In: HAYWOOD, John. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Penguin, 2005. página 78. Tradução nossa.

a) Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sobre a sociedade indiana neste Capítulo.

b) Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?

c) Agora, crie em seu caderno um esquema tátil, usando materiais com diferentes texturas e espessuras, para representar a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a forma que você imaginar.

3. O texto a seguir foi escrito pelo pensador chinês con fu zi (551 antes de Cristo-479 antes de Cristo), conhecido no Ocidente como Confúcio.

Se o próprio príncipe é virtuoso, o povo cumprirá seus deveres sem que se lhes ordene; se o próprio príncipe não é virtuoso, pouco importa que dê ordens, o povo não as seguirá.

CONFÚCIO. Analectos. São Paulo: Pensamento, 1979. página 94.

  1. Qual é a mensagem do pensador chinês transmitida nesse texto? Para quem se destinava?
  2. Nas sociedades mesopotâmicas, os reis eram considerados representantes dos deuses na Terra. Os ensinamentos de Confúcio apresentados no texto compartilham da mesma visão sôbre os governantes? Justifique.

4. Observe a imagem e leia a legenda a seguir, depois reflita: qual era a importância dos rios para o estabelecimento e o desenvolvimento das sociedades antigas da Ásia que você estudou neste Capítulo? Registre suas conclusões no caderno e dê alguns exemplos.

Fotografia. À esquerda, as águas de um rio de cor marrom; à direita, centenas de pessoas aglomeradas na margem direita e dentro do rio, voltadas para a esquerda, elas têm água até a cintura e usam vestes coloridas (em tons de verde, laranja, vermelho, amarelo e diversas outras cores). A maior parte das mulheres tem os cabelos cobertos por véus coloridos. Algumas das pessoas carregam pencas de bananas, cestos com frutas e coroas de flores elevadas acima de suas cabeças acima da linha da multidão. Em segundo plano, sobre o rio, uma embarcação pequena e estreita feita de madeira, com algumas pessoas à bordo. Mais ao fundo, árvores com folhas verdes.
Fiéis se banham nas águas do rio Ganges durante festival religioso em Calcutá, na Índia. O rio Ganges é considerado sagrado pelos hindus. Segundo a tradição religiosa, o fiel deve se banhar nas águas do Ganges pelo menos uma vez na vida. Fotografia de 2019.
Ícone. Seção Ser no mundo.

Ser no mundo

Multiculturalismo

Identidades em Jerusalém

Jerusalém é a maior cidade de Israel, um território sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. Suas antigas edificações guardam a memória de diferentes impérios que disputaram a região ao longo de séculos.

Hoje, Jerusalém conta com uma população de aproximadamente pessoas (dados de 2020). Do total de habitantes da cidade, 64% são judeus, 34% são árabes muçulmanos e 2% são formados principalmente de cristãos, muitos deles árabes.

Jerusalém está dividida em dois agrupamentos urbanos: a cidade nova, moderna, que cresceu em todas as direções; e a cidade velha, cercada por uma grande muralha. No interior dessa muralha estão localizados os monumentos sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos: o Muro das Lamentações (sagrado para judeus), a Igreja do Santo Sepulcro (sagrada para cristãos) e o Domo da Rocha (sagrado para muçulmanos).

Fotografia. Em primeiro plano, vista área de uma área aberta cercada por um muro alto feito de tijolos de pedra de cor bege. À esquerda do muro, diversas construções também em de pedra de cor bege, com janelas e entradas em forma de arco. À direita, diante do muro, há inúmeras pessoas, em pé, voltadas para o muro e trajadas principalmente de roupas pretas.  Em segundo plano, diversas outras construções, com destaque, à direita para um domo dourado e iluminado e, à esquerda, para um minarete com cúpula redonda em verde.
Vista da Cidade Velha de Jerusalém, em que se destaca o Domo da Rocha. Fotografia de 2020.
Fotografia. Vista frontal de uma rua com calçamento de pedra e com comércios nas laterais. No meio da rua, há mulheres sentadas, viradas para a esquerda, diante de caixas com verduras. Elas usam vestidos longos escuros (Em cinza, marrom, azul escuro) e casacos de cores diversas. Têm os cabelos e a cabeça cobertos por véus claros, escuros ou estampados. À esquerda, à frente delas, em pé, uma outra mulher em primeiro plano, com vestimentas semelhantes na cor cinza, carrega duas sacolas. Atrás das vendedoras de verduras, à direita, um homem de barba castanha, chapéu alto preto, com cachos de cabelo na lateral do rosto, veste camisa branca, casaco, calças e chapéu escuros. Ele segura uma sacola em uma das mãos. Em segundo plano, diversas outras pessoas caminham, conversam ou fazem compras. Ao fundo, no final da rua, uma construção com uma torre, feita de tijolos de pedra cor de areia e o céu azul sem nuvens.
Pessoas em feira de rua na Cidade Velha de Jerusalém. Fotografia de 2020.

É possível entender a diversidade em Jerusalém observando o cotidiano de seus habitantes. Os membros de algumas seitas judaicas ultraortodoxas, por exemplo, usam chapéus que identificam aqueles que nasceram e vivem em Jerusalém. Na tradição judaica, cobrir a cabeça é um sinal de devoção a Deus. Mas, em geral, os judeus religiosos ou ortodoxos usam o kipá, nome hebraico do pequeno solidéu tradicional.

As diferentes denominações cristãs em Jerusalém também se distinguem pelo tipo de chapéu. O chapéu cônico preto, utilizado pelos sacerdotes armênios, que são cristãos ortodoxos, remete ao formato do Monte araráti, na Armênia, que é sua terra natal.

Por sua vez, as mulheres muçulmanas cobrem a cabeça com os tradicionais ríjabs. Em Jerusalém, os lenços tendem a ser coloridos e alegres, com lantejoulas ou bordados.

Jerusalém é hoje a capital oficial do Estado de Israel. Mas essa condição não é reconhecida pêla maior parte da comunidade internacional. Judeus e palestinos reivindicam o direito histórico sôbre a cidade e ainda não há uma solução definitiva para o conflito entre eles.

Fotografia. Quatro homens vistos de perfil, do busto para cima, com o rosto voltado para a direita, onde há uma parede de cor clara, feita de pedra. Em primeiro plano, um homem de cabelos curtos grisalhos e barba grisalha, com um chapéu alto, preto e de abas com uma fita também preta, vestido com um casaco preto e um par de óculos no rosto, lê um livro. Ao lado do homem de barba grisalha, ao fundo, visto parcialmente, um homem de cabelos raspados com barba cerrada  usa um kipá branco, arredondado , cobrindo o topo de sua cabeça. Mais ao fundo, dois homens desfocados vistos parcialmente. Ambos estão vestidos como o primeiro homem e usam chapéus altos de cor preta, com abas e uma fita também preta.
Judeus com kipá e chapéu judeu ortodoxo rezam no Muro das Lamentações, o local de oração mais sagrado do judaísmo, na Cidade Velha de Jerusalém. Fotografia de 2020.
Fotografia. Duas mulheres caminham em uma rua, vestidas com roupas longas que as cobrem dos ombros aos pés,  os braços cobertos por mangas longas. Seus cabelos estão cobertos com véus usados sobre a cabeça e enrolados ao redor do pescoço. A mulher à esquerda, usa um véu cinza estampado, roupa marrom e um casaco longo preto; ela segura sacolas com a mão esquerda. A mulher à direita, usa roupa e véu roxo, segura uma sacola na mão direita e, com a esquerda, também em uma sacola, uma planta de folhas verdes. Mais ao fundo, outras pessoas, desfocadas.
Mulheres palestinas usando ríjabs caminham na Cidade Velha de Jerusalém. Fotografia de 2021.
Fotografia. Dentro de um templo, com colunas claras, janelas em forma de arco  e pinturas nas paredes, no centro da imagem, um homem visto da cintura para cima. Com barba farta escura, ele usa um traje preto longo que cobre os braços e todo o corpo, e usa um chapéu da mesma cor, alto, arredondado, sem abas e com tiras longas de tecido preto saindo das laterais caindo às costas do homem. No pescoço, ele usa um colar prateado, comprido com um medalhão e, em suas mãos, uma delas cobertas com um tecido preto, segura um bastão dourado em formato de cruz. Ao fundo, à direita, há outro homem; esse de barbas longas e brancas, vestido com um traje religioso bordado, dourado e branco e a cabeça coberta por uma peça arredondada, alta, também bordada em dourado e branco. Ele segura uma cruz com uma das mãos e uma haste de metal com rosas vermelhas na outra. Ao redor deles, há  outras pessoas em pé. À esquerda, muitas velas acesas sobre um suporte de metal.
Padre ortodoxo na Basílica do Santo Sepulcro, templo cristão localizado na Cidade Velha de Jerusalém. Fotografia de 2021.
  1. sôbre a cidade de Jerusalém, responda:
    1. Como a população da cidade está dividida?
    2. Para quais religiões a cidade é considerada sagrada?
  2. É correto dizer que a fotografia de um grupo de pessoas em uma feira de rua na Cidade Velha de Jerusalém expressa a diversidade cultural e religiosa da cidade? Justifique.
  3. Determinadas peças de vestuário podem ser elementos da identidade de um povo ou de um grupo, como estudamos nesta seção. Ao mesmo tempo, podem ser um meio de homenagear ou de afirmar algo, constituindo, assim, peças de exercício de cidadania. Existe alguma peça em seu vestuário que você utiliza com a intenção de afirmar algo (como uma ideia ou um símbolo) ou homenagear algo ou alguém (como um artista ou uma causa social)? Por que e em que ocasiões você usa essa peça? Explique.

Glossário

Rotação de culturas
Prática que consiste em alternar os cultivos e os lotes, em determinada propriedade, para permitir o repouso do solo, evitando, assim, seu rápido esgotamento.
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Origem ariana
Que tem origem em povos provenientes da Ásia Central que, no período Neolítico, migraram em direção ao continente europeu e ao sul da Ásia.
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