CAPÍTULO 8 A CHINA E A ÍNDIA NA ANTIGUIDADE
Estudamos no Capítulo 6 a Mesopotâmia, que se desenvolveu no continente asiático, na região conhecida como Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates.
Mais ou menos ao mesmo tempo, alguns povos se estabeleceram nas margens de importantes rios que também ficam na Ásia, mas em regiões diferentes: o rio Amarelo, na atual China, e o rio Indo, na atual Índia (observe o mapa "Os primeiros assentamentos, cidades e civilizações", no Capítulo 3). Ali esses povos passaram a cultivar as planícies férteis, formaram aldeias e, depois, cidades.
Há 5 mil anos já existiam grandes cidades nessas regiões, bem como Estados centralizados e sistemas de escrita. A China e a Índia antigas são muito diferentes da China e da Índia atuais em termos de território, população e organização social. Porém, as culturas dos povos que viveram nesses lugares por tantos milênios ainda estão presentes.
A aventura da China continua. Como a civilização indiana, a chinesa é uma das mais antigas do mundo, com uma história que continua a evoluir desde sua gênese até os nossos dias. Esta é uma marca fundamental do “Oriente”: a Antiguidade continua viva, e temos a oportunidade de vislumbrar as permanências dos tempos clássicos no pensamento, na cultura e nos hábitos.
BUENO, André da Silva. O Extremo Oriente na Antiguidade. Rio de Janeiro: Fundação ceciérgi, 2012. página 59.
A antiga civilização chinesa
Os domínios da antiga civilização chinesa variaram ao longo do tempo, mas sempre ocuparam uma extensão menor que o território da China atual. O núcleo central dessa civilização, onde surgiram as primeiras aldeias, era o Vale do Rio ruãng rô ( ruâng rí), mais conhecido como rio Amarelo. É uma área de terras férteis e ricas em reservas minerais. Nessas terras, agricultores já cultivavam o arroz e o painço (espécie de cereal) desde 6000 antes de Cristo
As comunidades que se fixaram ao longo do rio Amarelo planejavam sua vida de acôrdo com o calendário de inundações. Nas zonas que ficavam submersas por vários meses do ano, os camponeses cultivavam o arroz aquático, espécie que se difundiu por grande parte do sudeste da Ásia. Na parte mais elevada do vale, pouco irrigada, os chineses construíram terraços em fórma de escadas, que se estendiam por longas curvas de nível. Com essa tecnologia, a água captada do rio e distribuída pelo terreno de cultivo se infiltrava no solo, retendo os nutrientes.
Assim, por volta de 2000 antes de Cristo, o Vale do Rio Amarelo abrigava culturas importantes, como a iângchô e a longshân. Em suas aldeias, praticavam-se a agricultura e a criação de cães, porcos, bois, ovelhas e galinhas. Acredita-se que as primeiras cidades da região surgiram a partir de aldeias longshân, cercadas por muros de terra batida.
SILVA, Flavia Lins e. Diário de Pilar na China. Rio de Janeiro: Pequena , 2017. O livro conta a história de Pilar, seu amigo Breno e seu gato Samba, que, em uma viagem mágica zarrár pêla China, descobrem a riqueza cultural e a importância histórica desse país.
As dinastias
Tradicionalmente, a história da China Antiga é periodizada pêla sucessão das famílias pêlas quais foi governada, as chamadas dinastias.
Por volta de 1750 antes de Cristo, iniciou-se a dinastia xãng, primeira da qual se obtiveram registros escritos. No final do século doze antes de Cristo, os djou, povo originário do oeste, derrotaram os xãng e inauguraram uma nova dinastia. A partir do século oito antes de Cristo, iniciou-se um processo de fragmentação política. Gradualmente, os governantes djou perderam poder, enquanto os donos de terras se tornaram cada vez mais fortes e passaram a exercer grande influência em seus domínios, formando centenas de pequenos reinos. Por volta de 220 antes de Cristo, esse período chegou ao fim, com a vitória de tchin tchei ruâng, do reino de Chin (ou Qin). Ele anexou os territórios dos outros reinos e proclamou-se imperador dos chineses. O nome China derivou-se de Chin.
Após a morte de tchin tchei ruâng, uma nova dinastia se estabeleceu, em 206 antes de Cristo, e expandiu o território do império (observe o mapa a seguir). Para controlar esses vastos domínios e reforçar a autoridade estatal, os imperadores da nova dinastia, conhecida como rã, expandiram o exército e impuseram um sistema unificado de pesos e medidas. Foi durante esse período que se estabeleceu a Róta da sêda, a principal via comercial entre a China e o Ocidente. A ampliação dos contatos comerciais contribuiu para o desenvolvimento cultural da China e para o surgimento de uma nobreza urbana mercantil.
A CHINA ANTIGA
Elaborado com base em dados obtidos em: dubí jórj. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse, 2010. página 62-63.
Ler o mapa
- Observe a localização dos núcleos urbanos mais antigos da história da China. O que mais chama a atenção a respeito do local em que eles foram fundados?
- Consulte um mapa-múndi atual e identifique a quais países corresponde a China Antiga, em sua maior extensão.
A sociedade chinesa
O imperador ocupava o lugar de maior importância na sociedade chinesa. Abaixo dele estavam os ministros da côrte, que agiam em seu nome. Em seguida, vinha a nobreza tradicional, formada por proprietários de terras que viviam da exploração do trabalho camponês.
Nas famílias nobres, o homem tinha autoridade plena: ele decidia se uma criança recém-nascida ficaria na casa ou seria rejeitada, julgava e punia os crimes cometidos pêla comunidade e podia ter várias espôsas. Até o início da dinastia rã, os principais funcionários do Estado eram oriundos dessas famílias aristocráticas.
A ampliação das comunicações dentro e fóra do império durante a dinastia rã possibilitou a formação de um novo grupo de homens ricos, em geral grandes comerciantes e dirigentes do exército, que viviam luxuosamente na capital, a cidade de tchâng ân, rodeados por escravos, funcionários administrativos, mulheres e criados.
No outro extremo da sociedade estavam os camponeses. Eles trabalhavam nas terras dos nobres, a quem forneciam grande parte das colheitas. A vida dos camponeses era bastante influenciada pelo ciclo das estações do ano. No verão, época das plantações, eles trabalhavam no campo, habitando choupanas. No inverno, retiravam-se para as aldeias, onde se dedicavam ao artesanato e preparavam as festividades coletivas até a chegada da primavera.
Com o tempo, cresceram os setores intermediários da sociedade, representados principalmente por mercadores, funcionários do Estado, artesãos e escribas.
MUSEU de Arte de Macau. Disponível em: https://oeds.link/r3dsKJ. Acesso em: 6 abril 2022. Este museu está localizado em Macau, na atual China. Navegando por seu , é possível encontrar textos (em português) e imagens de seu acervo que contam a história da China Antiga. sáite
Atividades econômicas
A agricultura era uma das atividades econômicas mais importantes da China Antiga. Cultivavam-se cevada, arroz (no sul e no nordeste), trigo, melão, abóbora, pepino, cebola, alho e painço. Outras culturas importantes eram a da amoreira, cujas folhas serviam de alimento para as criações de bicho-da- sêda, e do cânhamo, utilizado na produção de tecidos.
Bois e cavalos eram criados para o trabalho nos campos e para o transporte. No período djou, há indícios do uso de bovinos para arar a terra e da prática da rotação de culturasglossário , que possibilitaram o aumento da produção agrícola. Além disso, os chineses desenvolveram um eficiente sistema de irrigação com águas fluviais, oriundas principalmente do rio Amarelo.
Os chineses também se destacaram na produção de tecidos de sêda e na fabricação de objetos de madeira, bronze e ferro. Muitas das peças produzidas pelos artesãos dos períodos djou e rã baseavam-se nas técnicas desenvolvidas na época da dinastia xãng.
A escrita ideográfica chinesa
No final do século dezenove foram encontrados ossos com os registros mais antigos da escrita chinesa. Os estudiosos concluíram que esses registros provavelmente datavam dos séculos quinze antes de Cristoe catorze antes de Cristo Os primeiros caracteres da escrita chinesa eram desenhos que representavam objetos relacionados ao cotidiano dos chineses. Lentamente, a escrita deixou de representar objetos (escrita pictográfica) e se transformou em uma escrita ideográfica, em que cada símbolo ou combinação de símbolos representa uma ideia.
alguns caracteres chineses
Elaborado com base em dados obtidos em: . World Archaeology, volume 17, número 3, página 420-436, 1987.
Documento
Os guerreiros de Xian
Você já ouviu falar a respeito das estátuas dos guerreiros de Xian? Elas foram encontradas em uma cidade chinesa em 1974. Leia o texto a seguir e descubra o que o grande exército de tchin tchei ruâng revela sôbre a Antiguidade na China.
Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20
Quem olha de longe vê apenas um morro coberto por vegetação rasteira na província de Xian, na China. Mas, por baixo da terra, existe uma majestosa pirâmide, construída para que tchin shiuândi (260-210 antes de Cristo) tivesse em morte todo o poder e a riqueza que gozou em vida.
O mausoléu do imperador tchin é mundialmente conhecido por causa de sua guarda simbólica, encontrada a 1,5 quilômetro do mausoléu: mais de 8 mil figuras de guerreiros, outras de 520 cavalos e 130 carruagens, tudo modelado artesanalmente em tamanho natural. Cada peça é única e os militares portam armas de bronze reais.
LOMBARDO, Lívia. Exército de terracota, uma das grandes descobertas do século 20. Aventuras na História, 6 julho 2020. Disponível em: https://oeds.link/42F2Cg. Acesso em: 6 abril 2022.
- O texto que você acabou de ler trata de uma grande descoberta arqueológica. sôbre o objeto dessa descoberta, responda.
- O que foi descoberto?
- Quantas peças foram encontradas?
- Em que século essas peças teriam sido produzidas?
- Qual teria sido a finalidade de produzir essas peças e enterrá-las no local?
- O que essas peças revelam a respeito da cultura e da sociedade chinesa da época em que foram construídas?
A antiga civilização indiana
Segundo os arqueólogos, o Vale do Rio Indo, onde hoje se localiza o Paquistão, começou a ser ocupado por volta de 7000 antes de CristoComo ocorreu na Mesopotâmia e na China, a agricultura irrigada pêla água dos rios foi fundamental para o desenvolvimento da civilização indiana antiga. Por volta de 2600 antes de Cristo, grandes cidades, como arápa e morrenjo dáro, já existiam nas margens do rio Indo e de seus afluentes.
Estudos arqueológicos indicam que arápa era a cidade mais antiga do Vale do Rio Indo e pode ter sido o centro dessa civilização. Isso porque os artefatos encontrados nos diversos sítios arqueológicos da região são semelhantes aos que foram descobertos em arápa.
A principal característica das cidades do Vale do Rio Indo era o planejamento urbano. arápa era circundada por grandes muralhas e possuía espaçosas avenidas separando os bairros. Além disso, a cidade dispunha de um sistema de fornecimento de água, de áreas de banho e de uma rede subterrânea de esgotos.
A agricultura constituía a base econômica da civilização . Os habitantes do Vale do Rio Indo foram os primeiros cultivadores do algodão, cujas fibras eram usadas para produzir tecidos.
Os também desenvolveram um artesanato bastante variado. Eles produziam ferramentas de pedra e metal, utensílios domésticos, armas e joias tanto para o uso cotidiano como para a troca.
As cidades entraram em declínio por volta de 1900 antes de Cristo Por razões ainda desconhecidas, essas cidades foram progressivamente abandonadas.
A Índia do período védico
A desorganização das cidades coincidiu com a chegada de povos nômades e guerreiros de origem arianaglossário , vindos da Europa Oriental. Eles entraram na Índia e se estabeleceram no Vale do Rio Ganges, onde construíram uma nova civilização.
A principal fonte para o estudo da história da Índia do período ariano são os livros chamados Vedas (palavra do sânscrito que significa “livros do conhecimento”). Trata-se de um conjunto de hinos religiosos, preces, fórmulas mágicas e comentários sôbre a natureza humana e o Universo transmitidos oralmente ao longo das gerações. Os Vedas trazem muitas informações sôbre a sociedade, os costumes e as cerimônias religiosas na Índia ariana.
A sociedade de castas
Os arianos sentiam-se superiores aos nativos. Esse preconceito foi um dos fatores que deram origem à sociedade de castas, uma divisão social em que cada pessoa tinha um lugar hierarquicamente definido. Uma vez nascida em uma casta, a pessoa, assim como todos seus descendentes, jamais mudaria de posição social. Veja a seguir as castas que formavam a sociedade indiana na Antiguidade.
- Brâmanes: eram os sacerdotes, que compunham a casta dominante. Controlavam os rituais e interpretavam os Vedas para estabelecer as leis, além de ocupar altos cargos no Estado.
- Xátrias: formada pelos nobres guerreiros. Com os brâmanes, constituíam as castas dominantes.
- Vaixás: eram os comerciantes, artesãos e agricultores. Embora pudessem até ser muito ricos, eram obrigados a contribuir com impostos e a servir na guerra.
- Sudras: casta constituída pelos servos, trabalhadores dependentes de um senhor. Em geral, descendiam dos antigos habitantes da Índia.
Além desses grupos, existiam os chamados intocáveis, pessoas que não faziam parte de nenhuma casta e que, por isso, eram consideradas impuras. Hoje, esse grande grupo se autodenomina , e luta contra a discriminação.
a índia antiga
Fonte: , Anita. Explorando a Índia. São Paulo: Ática, 1997. página 6, 8.
A religião hindu
A antiga religião ariana estava fortemente relacionada às forças da natureza, como os ventos, o fogo e as tempestades. Acreditava-se que os deuses eram como os humanos, que se alegram e se entristecem.
Por volta do século sete antes de Cristo, introduziu-se na religião védica a ideia de um deus maior (Brahma), que abrangeria todo o Universo. Também foi criada uma teoria para justificar o sistema de castas: cada casta teria origem em uma parte do corpo de Brahma e, por isso, cada uma tinha uma função na sociedade.
As crenças em um ser eterno e absoluto, o Brahma, e na existência de um estágio final de purificação da alma constituem a base do bramanismo, religião que predomina na Índia até hoje. Atualmente, o bramanismo é mais conhecido como hinduísmo.
Os hinduístas acreditam que a alma humana passa por várias vidas (reencarnações) até libertar-se do sofrimento e atingir o môquishá, o estágio da libertação final. A crença na reencarnação está associada à ideia do carma, ou seja, de que o Universo é regido por uma lei imutável, que determina a sucessão de nascimentos e mortes pelos quais o ser humano teria de passar.
Assim, o tipo de vida que cada pessoa tem seria determinado pêlas ações que praticou em vidas anteriores. Para se libertar do ciclo de reencarnações, chamado sãmsára, o indivíduo deveria seguir os caminhos da iluminação: o do conhecimento; o da ação, que implica aceitar o sofrimento e renunciar aos desejos materiais; e o da santidade individual, percorrido por meio da meditação, das orações e da prática da ioga.
, Anita. O que sabemos SOBRE o hinduísmo? 2. São Paulo: , 2011. (Coleção O Que Sabemos cállis ). sôbre
Com base nos textos, nas fotografias, nos mapas e nas ilustrações deste livro, você vai conhecer mais sôbre a religião hindu.
Sugestões complementares referentes ao Capítulo:
michô, Henri. Um bárbaro na Ásia. São Paulo: Nova Alexandria, 2008.
O livro traz os relatos de viagem pelo Oriente feitos pelo poeta francês de grande relevância.
nêipôu, V. S. Índia: um milhão de motins agora. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Escrito por um autor de origem indiana, o livro descreve a Índia contemporânea a partir dos acontecimentos marcantes da região ao longo do tempo.
Atividades
Faça as atividades no caderno.
- Em seu caderno, descreva os grupos sociais da sociedade chinesa.
- Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.
Quando eles o dividiram [o deus supremo],
em quantas porções eles o fizeram?
De sua boca formaram-se brâmanes;
De seus dois braços formaram-se xátrias;
Suas coxas tornaram-se vaixás;
E dos seus pés os sudras nasceram.
rivêda, dez, 90, 11-12. In: reiuod djón. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Pêngüim, 2005. página 78. Tradução nossa.
- Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sôbre a sociedade indiana neste Capítulo.
- Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?
- Agora, crie em seu caderno um esquema representando a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a fórma de pirâmide, de árvore, do corpo de uma pessoa ou outra fórma que imaginar.
Versão adaptada acessível
2. Leia os versos a seguir e responda às questões em seu caderno.
Quando eles o dividiram [o deus supremo],
em quantas porções eles o fizeram?
De sua boca formaram-se brâmanes;
De seus dois braços formaram-se xátrias;
Suas coxas tornaram-se vaixás;
E dos seus pés os sudras nasceram.
RIGVEDA, Dez, 90, 11-12. In: HAYWOOD, John. The Penguin Historical Atlas of Ancient Civilizations. Londres: Penguin, 2005. página 78. Tradução nossa.
a) Relacione a divisão do deus supremo em pedaços com o que você estudou sobre a sociedade indiana neste Capítulo.
b) Por que, nessa divisão, os brâmanes seriam a boca; os xátrias, os braços; os vaixás, as coxas; e os sudras, os pés do deus supremo?
c) Agora, crie em seu caderno um esquema tátil, usando materiais com diferentes texturas e espessuras, para representar a sociedade indiana de castas, escrevendo o nome de cada uma delas. O esquema pode ter a forma que você imaginar.
3. O texto a seguir foi escrito pelo pensador chinês con fu zi (551 antes de Cristo-479 antes de Cristo), conhecido no Ocidente como Confúcio.
Se o próprio príncipe é virtuoso, o povo cumprirá seus deveres sem que se lhes ordene; se o próprio príncipe não é virtuoso, pouco importa que dê ordens, o povo não as seguirá.
CONFÚCIO. Analectos. São Paulo: Pensamento, 1979. página 94.
- Qual é a mensagem do pensador chinês transmitida nesse texto? Para quem se destinava?
- Nas sociedades mesopotâmicas, os reis eram considerados representantes dos deuses na Terra. Os ensinamentos de Confúcio apresentados no texto compartilham da mesma visão sôbre os governantes? Justifique.
4. Observe a imagem e leia a legenda a seguir, depois reflita: qual era a importância dos rios para o estabelecimento e o desenvolvimento das sociedades antigas da Ásia que você estudou neste Capítulo? Registre suas conclusões no caderno e dê alguns exemplos.
Ser no mundo
Identidades em Jerusalém
Jerusalém é a maior cidade de Israel, um território sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. Suas antigas edificações guardam a memória de diferentes impérios que disputaram a região ao longo de séculos.
Hoje, Jerusalém conta com uma população de aproximadamente pessoas (dados de 2020). Do total de habitantes da cidade, 64% são judeus, 34% são árabes muçulmanos e 2% são formados principalmente de cristãos, muitos deles árabes.
Jerusalém está dividida em dois agrupamentos urbanos: a cidade nova, moderna, que cresceu em todas as direções; e a cidade velha, cercada por uma grande muralha. No interior dessa muralha estão localizados os monumentos sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos: o Muro das Lamentações (sagrado para judeus), a Igreja do Santo Sepulcro (sagrada para cristãos) e o Domo da Rocha (sagrado para muçulmanos).
É possível entender a diversidade em Jerusalém observando o cotidiano de seus habitantes. Os membros de algumas seitas judaicas ultraortodoxas, por exemplo, usam chapéus que identificam aqueles que nasceram e vivem em Jerusalém. Na tradição judaica, cobrir a cabeça é um sinal de devoção a Deus. Mas, em geral, os judeus religiosos ou ortodoxos usam o kipá, nome hebraico do pequeno solidéu tradicional.
As diferentes denominações cristãs em Jerusalém também se distinguem pelo tipo de chapéu. O chapéu cônico preto, utilizado pelos sacerdotes armênios, que são cristãos ortodoxos, remete ao formato do Monte araráti, na Armênia, que é sua terra natal.
Por sua vez, as mulheres muçulmanas cobrem a cabeça com os tradicionais ríjabs. Em Jerusalém, os lenços tendem a ser coloridos e alegres, com lantejoulas ou bordados.
Jerusalém é hoje a capital oficial do Estado de Israel. Mas essa condição não é reconhecida pêla maior parte da comunidade internacional. Judeus e palestinos reivindicam o direito histórico sôbre a cidade e ainda não há uma solução definitiva para o conflito entre eles.
- sôbre a cidade de Jerusalém, responda:
- Como a população da cidade está dividida?
- Para quais religiões a cidade é considerada sagrada?
- É correto dizer que a fotografia de um grupo de pessoas em uma feira de rua na Cidade Velha de Jerusalém expressa a diversidade cultural e religiosa da cidade? Justifique.
- Determinadas peças de vestuário podem ser elementos da identidade de um povo ou de um grupo, como estudamos nesta seção. Ao mesmo tempo, podem ser um meio de homenagear ou de afirmar algo, constituindo, assim, peças de exercício de cidadania. Existe alguma peça em seu vestuário que você utiliza com a intenção de afirmar algo (como uma ideia ou um símbolo) ou homenagear algo ou alguém (como um artista ou uma causa social)? Por que e em que ocasiões você usa essa peça? Explique.
Glossário
- Rotação de culturas
- Prática que consiste em alternar os cultivos e os lotes, em determinada propriedade, para permitir o repouso do solo, evitando, assim, seu rápido esgotamento.
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- Origem ariana
- Que tem origem em povos provenientes da Ásia Central que, no período Neolítico, migraram em direção ao continente europeu e ao sul da Ásia.
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